INSPER Instituto de Ensino e Pesquisa

Pedro Henrique de Oliveira Freitas

Estudo da viabilidade econômica do calendário proposto pelo Bom Senso FC para a Série A do Campeonato Brasileiro

São Paulo 2015 Pedro Henrique de Oliveira Freitas

Estudo da viabilidade econômica do calendário proposto pelo Bom Senso FC para a Série A do Campeonato Brasileiro

Monografia, para conclusão de curso em Economia; Insper: Instituto de Ensino e pesquisa; São Paulo

Orientador: Nelson Mendes Cantarino

São Paulo 2015

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Resumo

O seguinte estudo tem por objetivo analisar se o calendário proposto pelo Bom Senso FC é viável economicamente para os clubes da Série A do futebol brasileiro. Foram cruzados dados que explicam as receitas e despesas atuais dos clubes, buscando prever como as mesmas se comportariam na presença do calendário hipotético. Para fundamentar a análise, utilizou-se o racional microeconômico do indivíduo racional que aloca tempo entre lazer e trabalho.

Abstract

The following study has the objective of analyzing if the calendar proposed by Bom Senso FC for First Division Brazilian football has economic feasibility. Data explaining present clubs’ revenues and expenses were used, and the analysis tried to forecast how these data would behave if a hypothetic calendar was adopted. To fundament the analysis this study adopts microeconomic consumption theory of time allocation between leisure and work.

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1. Introdução

O futebol movimenta cerca de 36 bilhões de reais anuais no Brasil, o equivalente ao PIB do Paraguai (Pluri, 2012). Contudo, é também uma das únicas indústrias do país onde entre 80 e 85% dos seus trabalhadores ficam desempregados entre 6 e 9 meses ao ano. Isso acontece porque a grande maioria dos clubes profissionais do país não possui um calendário anual de competições, o que os força a cessar suas atividades durante um largo período do ano, normalmente após o término dos campeonatos estaduais. Dentro desse cenário, o Bom Senso FC surgiu como um grupo fundado por representantes da elite dos jogadores brasileiros. O Bom Senso visa primeiramente uma melhora das condições de trabalho de sua classe, a dos jogadores, mas acredita que suas propostas têm potencial de melhorar o futebol brasileiro como um todo. São duas principais propostas de mudança apresentadas pelo movimento. A primeira, de Fair Play Financeiro, está em negociação com a esfera legislativa do governo e com a CBF, e o regulamento do Campeonato Brasileiro de 2015 já conta com alguns aspectos demandados pelo Bom Senso FC. A segunda proposta é um calendário alternativo para o futebol brasileiro, que, na visão do movimento, atacaria ao mesmo tempo problemas apresentados nas duas extremidades econômicas do futebol. Para os clubes das Séries A e B, haveria uma redução no número de jogos por temporada, o que segundo o movimento poderia acarretar em uma melhora de qualidade nos jogos, com menor risco de lesões musculares, por exemplo. Já para os clubes que não disputam uma divisão nacional, haveria um calendário anual. Assim, os jogadores destes clubes, que ao término dos campeonatos estaduais hoje têm de deixar o futebol profissional até o ano seguinte, teriam emprego o ano inteiro. Nesse calendário, os estaduais deixariam de se fazer presentes no começo da temporada, e seriam disputados em julho, num formato mais enxuto, de copa, ocupando apenas 6 ou 7 datas, ao invés das quase 20 atuais. Sendo em julho, eles aconteceriam durante o tempo em que normalmente as seleções disputam suas competições, e com o campeonato brasileiro interrompido durante esse período, os

3 tradicionais desfalques de selecionáveis com os quais os times sofrem ocorreriam apenas em campeonatos de teoricamente menor importância, como são os estaduais. Além disso, a redução de datas dos estaduais reduziria o elevado número de jogos por temporada que os times grandes atualmente fazem. A segunda mudança seria a criação da quinta divisão nacional, abrangendo todos os times menores que hoje não possuem calendário anual. Essa quinta divisão seria regionalizada e, segundo o Bom Senso FC, possibilitaria os times pequenos a jogarem no mínimo 32 jogos na temporada, distribuídos durante todo o ano. Além disso, o formato das séries C e D sofreria algumas mudanças, seriam criadas as classificatórias para as “Copas Estaduais”, jogadas pelos clubes menores, e a Supercopa do Brasil, jogada entre o campeão do Campeonato Brasileiro e o da . Enquanto isso, a Copa do Brasil, a Sul Americana e a se manteriam com a mesma forma de disputa, não sendo variáveis que alteram o número de datas da temporada brasileira. Para que as propostas do Bom Senso FC sejam consideradas viáveis economicamente, as duas extremidades econômicas do futebol brasileiro teriam que se deparar com um novo cenário que as beneficie. Ou seja, tanto os clubes da primeira divisão quanto os que hoje jogam apenas quinze jogos na temporada precisam enxergar um cenário de provável melhora econômica. O problema dos grandes é saber se jogando menos jogos por temporada haverá recurso para manter os caros custos praticados. Seria necessária uma maior atratividade média por jogo. Para os clubes menores, que hoje jogam quinze jogos em três meses, seriam necessárias receitas o bastante para cobrir custos durante doze meses, jogando trinta e dois jogos. Com quatro vezes mais tempo de atividade e apenas o dobro de jogos, os menores teriam que também conseguir maior atratividade média nos jogos. Essa atratividade maior teria de vir do aumento das receitas que Silva e Filho (2006) chamam de alternativas, ou seja, que fogem da receita que era considerada principal antes da Lei Pelé, vinda da venda do passe de jogadores. Um aumento da bilheteria média para os grandes, dado que todos os jogos do Brasileirão seriam aos finais de semana, além de uma maior audiência de televisão, possibilitando margem para negociação de maiores direitos de TV e patrocínios, seriam exemplos claros para os clubes grandes. Para os clubes pequenos, o Bom Senso propõe que

4 atividades anuais levariam a uma maior confiança e estabilidade dos patrocinadores locais, levando também a receitas mais estáveis e abrindo a possibilidade de maior planejamento. Esse estudo propõe uma análise focada na Série A do Campeonato Brasileiro, onde informações, apesar de não serem abundantes, estão pelo menos parcialmente disponíveis. Propõe-se uma análise com enfoque microeconômico, analisando componentes relevantes da receita dos clubes e seu provável comportamento perante um calendário hipotético. A forma de análise será discutida em maior detalhe na metodologia. Na próxima seção, será discutida a revisão de literatura.

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2. Revisão de literatura

O Bom Senso FC nasceu da revolta de jogadores com experiência na Europa que, em sua volta ao futebol brasileiro sentiram necessidades de mudanças. Em seu livreto estão expostas suas propostas, já citadas na introdução, e lá estão nomeados os diretores, contratados pelos próprios jogadores, responsáveis pelo projeto. As propostas datam de 2014, e aqui focaremos na análise do calendário por eles proposto. Em suas propostas, o Bom Senso FC busca explicar porque uma mudança de calendário é importante, se baseando principalmente na baixa empregabilidade dos jogadores de futebol dos menores clubes, aliado ao que a entidade considera um excesso de jogos dos times da elite. Segundo eles, um clube de série A brasileira joga mais jogos na média do que clubes das principais ligas europeias. Esse excesso prejudica o alto rendimento, aumentando o risco de lesões. Segundo Fernandes (2011), o “excesso de treinamento e a grande quantidade de jogos têm, comprovadamente, influenciado no acontecimento das lesões nos jogadores de futebol”. Na nova fórmula, os estaduais deixariam de começar em fevereiro, no começo da temporada, quando começariam os campeonatos brasileiros de todas as divisões. Eles seriam recolocados em junho e julho com uma fórmula mais enxuta, num formato parecido ao da Copa do Mundo da FIFA. Esses dois meses, aliás, normalmente formam o período onde se dão as competições por seleções, como a Copa América, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Passa a ser interessante, portanto, pausar o brasileiro, colocado pelo Bom Senso FC como “Produto Premium” Bom Senso (2014, p. 16), para a disputa daquelas que seriam denominadas Copas Estaduais. O Campeonato Brasileiro das séries A e B não teriam sua fórmula alterada, com vinte clubes disputando o título por pontos corridos em turno e returno. As séries C e D seriam modificadas, começando regionalizadas e dai partindo para um afunilamento nacional. Além dessas existentes, seria criada a série E, que englobaria todos os outros clubes profissionais do país e daria a possibilidade de um calendário anual para todos os clubes. Ela começaria ainda mais regionalizada,

6 buscando diminuir os custos de viagem dos clubes. O resultado de quantos jogos um clube de cada divisão joga atualmente e passaria a jogar pode ser visto na Figura 1 do Anexo, retirado do livreto de propostas do Bom Senso FC (2014). A segunda proposta do Bom Senso FC que não será aqui analisada, porém será tomada como se já em curso, é a do Fair Play Financeiro, onde um clube basicamente não pode gastar mais do que arrecada em um dado horizonte. Aceitando o Fair Play, será possível estruturar um modelo de viabilidade onde os clubes não aumentam sua dívida de maneira irresponsável, o que além de ser perigoso financeiramente, traria evidentes complicações para os modelos. Nesse tema, o estudo realizado durante os campeonatos brasileiros de 2001 e 2002 por Pereira et al (2004) mostra via uma regressão entre os balanços dos clubes e seu resultado em campo que não houve uma correlação significativa entre as despesas (salários e transferências) de um clube com seu futebol profissional e sua colocação na tabela. Ainda, a hipótese de que os primeiros colocados apresentam resultado satisfatório (superávit) foi rejeitada. Ainda que não sejam exatamente recentes, esses resultados mostram o quanto o fair play financeiro é importante para conter o ímpeto de dirigentes, muitas vezes descontrolado do ponto de vista contábil, em busca de títulos. No regulamento do Campeonato Brasileiro da Série A de 2015, disponibilizado pela CBF, o artigo 18 inclui parte das reinvindicações do Bom Senso FC, prevendo perda de pontos em caso de atrasos salariais, e mostrando evolução nesse aspecto diante das edições anteriores. Ainda, Pereira et al considera em seu estudo apenas despesas do futebol profissional, de modo a simplificar o modelo. Restringir o estudo apenas para receitas e despesas que de fato podem ser influenciadas no choque de calendário é uma realidade facilitadora também para este estudo. Dentro disso, segundo o Itaú BBA (2015, p.9), as receitas dos clubes Brasileiras podem ser divididas nas seguintes categorias: direitos de TV, Publicidade e Patrocínio, Transação de Atletas, Bilheteria/Sócio Torcedor, Estádio e Outros. Dentro dessas categorias, ainda segundo o banco, a mais relevante em 2014 é a de direitos televisivos, 39%, receita que depende diretamente da audiência das partidas. Do lado das despesas, o BBA sugere a divisão em quatro categorias: Folha de Pagamentos, Jogos, Administrativos e Outros. Para o ano de 2014, a Folha de Pagamentos é de longe a mais relevante, chegando a “cerca de 70% dos Custos e

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Despesas” (Itaú BBA, 2015, p.18). As restrições de receitas e despesas a serem consideradas, propostas por Pereira et al, serão discutidas mais adiante. Para o presente estudo, será levada em conta como uma ferramenta para análise o arcabouço de microeconomia que aborda as relações entre lazer e trabalho. Segundo Niyogi et al (2014), indivíduos e animais dividem seu tempo entre trabalho, tarefas executadas em troca de certa premiação, e lazer, atividades que trazem benefício intrínseco. Como, de acordo com Taschner (2000), grade parte das atividades relacionadas ao lazer são medidas hoje pelo mercado, é possível dizer que consumo e lazer apresentam forte correlação. A seguir, será discutida a metodologia, onde a breve fundamentação microeconômica apresentada será aplicada no cenário do estudo em questão.

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3. Metodologia

Apesar de a proposta do Bom Senso FC englobar cinco divisões nacionais e um universo de praticamente 600 clubes profissionais, este estudo focará, como mencionado, na análise da Série A, onde a escassez de informação é menor, possibilitando certas análises e conclusões. No calendário hipotético proposto, a primeira divisão continuaria sendo disputada em 38 datas, com 20 times jogando entre si em turno e returno. Esses jogos seriam colocados sempre aos finais de semana, o que tornaria, segundo o Bom Senso FC, o campeonato nacional num “Produto Premium”. Seguindo essa teoria, os jogos aos finais de semana dariam na média maior público nos estádios e maior ticket médio Bom Senso (2014, p16) do que os de meio de semana. Ao mesmo tempo, os clubes passariam a jogar menos jogos na temporada, dados a diminuição de datas dos estaduais. Assim, a análise será feita com base nos dados de fim de semana de hoje, porém expandida para todas as datas do campeonato brasileiro. Esse aumento de jogos “Premium” de campeonato brasileiro teria de compensar o menor número de jogos total. Na teoria, temos que um dado indivíduo i que aloca seu tempo entre lazer e trabalho e busca maximizar sua utilidade é um consumidor em potencial de futebol, e, nesse caso, do Campeonato Brasileiro. Este estudo analisará o já mencionado calendário hipotético, com jogos somente aos finais de semana, quando os indivíduos tendem a alocar uma maior parte de seu tempo no lazer. Por outro lado, deve-se também levar em conta que durante os finais de semana esses mesmos indivíduos se deparam com uma oferta muito maior em termos de opções de lazer, sendo consumir futebol apenas uma delas. Neste cenário, existem duas maneiras para um indivíduo i consumir futebol que interessam diretamente a esse estudo: ir ao estádio e assistir jogos na televisão. Cada um desses tipos de consumo traz consigo incentivos diferentes. Faz-se possível dizer que um jogo no estádio oferta maior emoção, enquanto que a televisão oferta maior comodidade. Sendo assim, é relativamente mais custoso em termos de tempo ir ao estádio, o que faz com que os consumidores provavelmente tendam a frequentá-lo mais aos finais de semana, onde o tempo destinado ao lazer

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é maior, e traz maior permissividade ao custo de ir efetivamente a um jogo de futebol. Prever o comportamento do consumo do futebol via TV, contudo, tende a ser mais difícil. Isso porque a comodidade da TV provavelmente tem efeito negativo muito significativo na presença de público nos estádios em dias úteis, mas uma maior presença nos estádios aos finais de semana pode não chegar a afetar demasiadamente a audiência televisiva, dada a maior limitação espacial destes. Pode-se também pensar que as preferências de demanda do indivíduo médio que assiste a um jogo de futebol pela televisão são muito mais sensíveis do que as do indivíduo que frequenta o estádio. Existe um indivíduo x que cogita ir ao estádio e muito provavelmente vai ao menos acompanhar seu time de casa, independente de outras opções de lazer, o que acontece aos finais de semana, ou de ter menor tempo alocado em lazer, durante os dias úteis. Podemos chamar x de “torcedor assíduo”. Enquanto isso existe um y que nem cogita sua ida ao estádio e só acompanhará um jogo na TV caso lhe seja conveniente, um “torcedor ocasional”. Esse caso do indivíduo y compõe a maioria do público consumidor via televisão. Como ele pode deixar de assistir a um jogo tanto porque ele não alocou tempo suficiente para lazer durante a semana, como porque outras opções de lazer ofertadas o seduziram no final de semana, fica incerto nesse ponto do estudo em qual momento da semana o consumo do Campeonato Brasileiro pela televisão é maior. As variáveis influentes na receita dos clubes a se analisar, visando medir efetivamente o comportamento de consumo do futebol por parte dos torcedores serão a renda de bilheteria do Campeonato Brasileiro de 2014, representando o ganho com presença nos estádios, e a audiência na televisão das vinte e três primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro de 2013. Infelizmente, a disponibilidade dos dados medidos pelo IBOPE é escassa, assim como a audiência é medida apenas para as cidades de São Paulo e , implicando em certas limitações na análise. Como o que precisa ser notado é a diferença entre jogos de meio de semana e de final de semana, acredita-se que o fato da bilheteria e da audiência serem de anos diferentes não terá grande influência negativa. Ao mesmo tempo, não se faz conveniente computar as rendas de bilheteria de 2013, pois nesse ano diversas arenas utilizadas na Copa do Mundo da Fifa de 2014 ainda estavam

10 em construção, e estas podem ter tido grande influência no comportamento dos consumidores que frequentam estádios. As duas variáveis mencionadas influenciam no fechamento de contratos de direitos de transmissão, receitas de sócio torcedor e de patrocínio, abrangendo assim as principais receitas com certo grau de recorrência de um clube de Série A. Será assumido nos cálculos que um aumento de dada ordem em audiência televisiva poderá levar a um aumento da mesma ordem no médio prazo em direitos de transmissão e publicidade. Variáveis de receitas pontuais como ganhos com transferências de jogadores terão de ser excluídas do estudo. Já as variáveis de despesas que são influenciadas diretamente pelo número de jogos disputados numa temporada, como gastos com viagens, fatalmente sofrerão redução. Outras, como salários e custo fixo da estrutura do futebol profissional (Centro de Treinamento etc) provavelmente sofrerão impacto menor ou nulo. As variáveis de custo serão extraídas dos balanços dos times que jogaram a Série A em 2014, e será feita uma média de gastos para que se tenha uma aproximação do custo do campeonato. Deve-se mencionar que alguns times da Série A, como a Chapecoense, não disponibilizam balanços referentes à 2014 em seu site. Outros times, como o Sport, apresentam suas contas no Balanço e DRE em baixo nível de detalhe. Assim sendo, o estudo fica de certa forma limitado às informações feitas públicas. Como o formato do Campeonato Brasileiro se manteria no calendário proposto pelo Bom Senso FC, serão comparados os números efetivos do Campeonato Brasileiro de 2014 com os números de um campeonato hipotético com a mesma estrutura, apenas utilizando os dados médios de receitas dos finais de semana nas 38 rodadas e ajustando os custos para uma temporada com menos partidas.

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4. Resultados esperados

Neste estudo, se chegará a uma variação das receitas entre o Campeonato Brasileiro de 2014 e um hipotético, e dela se deduzirá a variação dos custos. Esse valor poderá ser positivo, indicando que o Campeonato Brasileiro nos moldes do Bom Senso FC é benéfico em termos econômicos, ou negativo, indicando o contrário. Como já foi citado espera-se que a renda de bilheteria média do Campeonato Brasileiro aumente na hipótese de jogos aos finais de semana, enquanto que a audiência televisiva leva certa ambiguidade consigo. Assim, fica a princípio uma incerteza se uma alocação de todos os jogos de Campeonato Brasileiro aos finais de semana, onde os indivíduos tendem a preferir lazer sobre trabalho, seria de fato uma medida benéfica em termos financeiros. Lembra-se que além de uma melhora em relação à forma atualmente utilizada, o Campeonato Brasileiro do Bom Senso FC teria que compensar a atual ausência dos campeonatos estaduais, que apesar de não serem grandes atrativos de bilheteria, trazem resultados em termos de direitos televisivos. O estudo proposto apresenta, contudo, certas limitações. Alguns times não publicam seus balanços, enquanto outros não detalham em seus gastos quais são os que são mais influenciados pelo número de jogos, como despesas de viagens. Além disso, a relação de audiência televisiva com os direitos de imagem pagos aos clubes não é exata, podendo refletir em vários aspectos da receita de maneira incerta. Além disso, a amostra de jogos com sua audiência auferida é, como supracitado, limitada. Outra limitação seria o fato de que o estudo excluirá o momento de cada time, que influencia na presença do público no estádio e também na audiência. Espera-se que ao se tomar a média de todos os times do campeonato parte desse efeito seja compensado.

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5. Resultados

5.1 – Bilheteria

Tendo em posse a renda líquida de todas as partidas do Campeonato Brasileiro de 2014, os dados foram divididos entre jogos disputados em dias úteis e jogos disputados aos finais de semana. Sendo assim, foram calculadas as rendas líquidas médias tanto dos jogos disputados aos finais de semana quanto dos jogos disputados em meio de semana. Os resultados podem ser vistos na tabela a seguir:

Figura 1 Renda Líquida de Bilheteria Dia Útil x Final de Semana

Fonte 1 SrGoool (2014)

A Série A conta com 380 partidas num dado ano. A presença de apenas 375 jogos na tabela acima se deu pela ausência de público pagante em cinco jogos que sofreram punições da CBF. Nota-se que a Renda Líquida Média nos jogos aos finais de semana é 38% maior do que nos jogos em dias úteis. Sendo assim, se faz possível confirmar a tese apresentada na metodologia, onde um dado indivíduo tende a frequentar mais o estádio, atividade relativamente mais custosa em termos de tempo, nos finais de semana, onde sua alocação de lazer tende a ser maior. Ainda, uma estimativa levando em conta a proposta do Bom Senso FC, com todas as partidas alocadas aos finais de semana, foi calculada multiplicando a Renda Líquida Média por 380, a quantidade de jogos de um campeonato hipotético completo. Caso a proposta do Bom Senso FC entrasse em vigor, portanto, é possível sugerir que os clubes, todos juntos, acumulariam R$ 10 milhões a mais em bilheteria. Sendo assim, cada clube aumentaria suas receitas, em média, R$ 500 mil por ano em bilheteria.

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5.2 – Audiência

Um processo semelhante ao da bilheteria foi desenvolvido para auferir o comportamento do consumo de futebol na televisão. Infelizmente, como já citado, a dificuldade em levantar dados sobre o assunto faz com que a amostra seja pequena. Apenas dados de TV aberta para RJ e SP para 23 rodadas foram levadas em conta, ou seja, 46 partidas no total, sendo 29 disputadas aos finais de semana e 17 em dias úteis. Não foi levada em conta a renda de canais fechados ou de Pay per View, que cada vez mais tende a ser uma receita significativa. Segundo a ESPN (03/02/2015), o bolo de Pay per View a ser dividido entre os clubes em 2015 é de R$ 300 milhões. Contudo, este estudo será forçado a considerar que o consumidor da TV fechada e do Pay Per View se comporta da mesma maneira que o da TV aberta, dada a carência de dados rodada a rodada dos meios pagos de comunicação. Para analisar a audiência, foi calculada a pontuação média do IBOPE para Rio de Janeiro e São Paulo em partidas disputadas durante os dois intervalos possíveis, final de semana e dia útil. Os resultados encontrados se encontram na tabela a seguir:

Figura 2 Audiência RJ e SP em Dia Útil x Final de Semana

Fonte 2 Cunha (2014)

Nas duas cidades auferidas, os consumidores tendem a se comportar de maneira parecida, assistindo mais a jogos que acontecem durante os dias úteis em uma proporção razoavelmente semelhante. Os resultados encontrados para a

14 audiência televisiva ajudam a solucionar a dúvida levantada na metodologia quanto ao comportamento do consumidor de futebol perante a TV. Pode-se agora sugerir, por exemplo, que um dado indivíduo, ao se deparar com poucas opções de lazer nas noites de dias úteis, aloca seu tempo destinado ao lazer naqueles dias a uma atividade relativamente pouco custosa em termos de tempo, vendo a partida de futebol desde sua casa. Ainda, é possível também sugerir que a maior oferta de opções de lazer aos finais de semana pode inibir o consumo do futebol via televisão, já que este meio de consumo oferta relativamente menos emoção e conta com um maior efeito “mesmice”. Na continuação da análise, qualquer valor de aumento de audiência, chamado na tabela acima de “Prêmio Dia Útil”, entre os limites de 27% e 31% seria de plausível utilização. Contudo, em benefício da simplificação, adotaremos o ponto médio de 29% de aqui em diante.

5.3 – O possível impacto do calendário do Bom Senso FC

Finalmente, tendo em mãos resultados palpáveis que exemplificam o comportamento dos consumidores em relação aos jogos alocados em diferentes momentos da semana, faz-se possível analisar em maior detalhe como seria em termos econômicos a adoção do calendário formulado pelo Bom Senso. Como citado previamente na revisão de literatura, os clubes brasileiros têm, segundo o Itaú BBA, seis fontes de receitas, divididas no gráfico a seguir:

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Figura 3 Breakdown das Receitas Totais por Origem

Fonte 3 Itaú BBA (2015) Partindo deste gráfico, foram excluídas as contas de receitas “Transação de Atletas”, “Estádios” e “Outros”, por serem consideradas fontes não recorrentes ou não serem fortemente influenciadas por uma possível mudança de calendário. Sendo assim, criou-se um novo gráfico, considerando um universo contando apenas com as fontes de receita restantes.

Figura 4 Proporção de Receitas Influenciadas pelo Calendário

Fonte 4 Itaú BBA (2015)

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Neste novo universo, levando-se em conta os últimos anos, os direitos televisivos representaram algo próximo da soma das receitas comerciais. Em 2012, a representatividade da TV foi ainda maior dada à presença de luvas para o novo contrato trienal que se iniciaria. Para analisar o cenário de calendário hipotético, será comparado o calendário em um dado ano x, onde os efeitos que tendem a influenciar apenas no médio ou longo prazo já estejam completamente consolidados, com o ano de 2014, desconsiderando efeitos macroeconômicos ou de flutuação natural das receitas e despesas. Cruzando os dados do gráfico com os resultados encontrados previamente, os clubes obteriam, na presença do calendário hipotético, o supracitado aumento imediato irrisório de R$ 10 milhões em receitas com bilheteria. No médio prazo, como forma de estimativa, pode-se considerar o repasse da taxa de maior presença em estádios, de 38%, para os programas de Sócio Torcedor. Sendo assim, esse conjunto de receitas que hoje está na casa dos R$ 570 milhões passaria para aproximadamente R$ 787 milhões, um ganho de R$ 217 milhões. Do lado da Audiência Televisiva, considerando sempre constante a proporção encontrada na amostra disponível, 37% dos jogos, que hoje são televisionados em dia de semana, deixariam de passar em TV aberta se considerado o modelo atual, onde apenas um jogo é televisionado por final de semana. Para os 63% de jogos restantes, a audiência média seria teoricamente da ordem de 11% menor. No médio prazo, pensando num repasse integral da diminuição na audiência para as receitas de TV, as receitas seriam dadas por:

Receita TV hip = Receita TV atual * 63% * 89% = Receitas TV atual * 56%

O resultado seria uma queda de 44% nas Receitas de Televisão, ou R$ 532 milhões. Ainda, é possível pensar num repasse de diminuição de receitas de publicidade, já que, segundo Capelo (2015), empresas buscam contratos de patrocínio visando à exposição da camisa do clube na televisão. Possivelmente, esse repasse não seria completo, já que dificilmente o único atrativo de um clube quando em busca de verbas de publicidade seja a TV. Considerando, apenas para

17 fins de estimativa, uma queda entre 5-15% das receitas de publicidade, haveria uma perda de receitas entre R$ 26 e R$ 77 milhões. No cálculo acima, faz-se ainda uma aproximação, já que nele considera-se que toda a receita é referente às 38 rodadas do Campeonato Brasileiro. Não é considerado o fato de os Campeonatos Estaduais passarem a existir em apenas 6 ou 7 datas, uma diminuição do número de jogos e consequentemente dos direitos de TV e da bilheteria. Considerar a presença dos outros campeonatos traz a complicação da enorme limitação de dados, porém será feita uma tentativa a seguir. Considerando os doze times dos quatro principais centros que estavam na primeira divisão em 2014 (Atlético-MG, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Internacional, Palmeiras, Ponte Preta, Santos e São Paulo), a média de público nos estaduais foi de 9.513 torcedores. Considerando o mesmo ticket médio do Campeonato Brasileiro e uma média de 18 datas para os campeonatos estaduais, a receita total auferida em bilheteria pelos clubes da primeira divisão seria de aproximadamente R$ 55 milhões. Caso os estaduais passassem a ter um terço da duração atual, as receitas seriam próximas de R$ 18 milhões, uma redução de aproximadamente R$ 37 milhões. No campo dos direitos televisivos, a informação é ainda mais escassa, mas é possível aproximar as receitas com TV dos estaduais em 10% das totais com TV, de acordo com o site SuperEsportes (2015). Caso os estaduais fossem reduzidos de 18 para 6 datas, as receitas, hoje estimadas em R$ 121 milhões poderiam ser reduzidas no médio prazo para algo em torno de R$ 40 milhões, uma perda de aproximadamente R$ 81 milhões. Em publicidade, considerando a mesma proporção de 10% do total da conta sendo referente ao estadual, e o mesmo repasse negativo de 5-15%, haveria uma perda adicional de R$ 1 a R$ 3 milhões com a redução dos campeonatos estaduais. Do lado das despesas, a redução no número de jogos acarretaria em algumas economias para os clubes. Segundo o Itaú BBA (2015) as despesas dos clubes são assim divididas:

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Figura 5 Breakdown dos Custos e Despesas Totais por Origem

Fonte 5 Itaú BBA (2015) Uma redução nas despesas totais (disponíveis em anexo) com jogos seria imediata, dada a redução de cerca de 15% do número de jogos. Considerando o improvável repasse integral de 15%, já que os jogos a menos serão dos Campeonatos Estaduais, onde os gastos com viagens são menores, haveria uma economia de R$ 22 milhões entre os clubes. Ainda, o Bom Senso FC sugere uma diminuição no tamanho dos elencos, o que acarretaria em diminuição de custos. Contudo, essa possível diminuição na quantidade de jogadores provavelmente sofreria repasse integral para os melhores jogadores. Ou seja, os clubes provavelmente gastariam mais no menor número de jogadores necessários. Isso aconteceria porque a folha de pagamento está diretamente atrelada à suposta qualidade do elenco e consequentemente à capacidade de um time competir por títulos. Sendo assim, num ambiente altamente competitivo como a Série A, a tendência dos agentes é provavelmente maximizar a folha de pagamento dentro do orçamento, como também é mostrado no gráfico do Itaú BBA acima. Já “Outras” e “Administrativas” seriam despesas com um viés mais fixo, e provavelmente não sofreriam influência do número de jogos.

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6. Considerações Finais

Como demonstrado ao longo deste estudo, considerando os padrões atuais de comportamento do agente que consome o futebol brasileiro, o calendário proposto pelo Bom Senso FC não é viável economicamente para os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro. Apesar da proposta sugerir ganhos intangíveis como o aumento da qualidade do jogo, que teria fundamento na diminuição do número de jogos e consequente melhoria física dos jogadores, as prováveis perdas, principalmente em receitas televisivas, trariam um risco demasiadamente grande. Como a viabilidade econômica deve ser um fator preponderante em qualquer projeto que vise a evolução do futebol brasileiro, se faz necessário que uma nova proposta de calendário seja no mínimo tão atrativa comercialmente quanto a atual. Abaixo serão discutidas possibilidades e hipóteses que podem vir a ser objeto de estudos futuros. Pensando na televisão como o grande patrocinador atual do futebol brasileiro, talvez fosse mais plausível propor um modelo que atenda algumas das reinvindicações do Bom Senso FC, mas que considere como uma questão mais central o produto final a ser ofertado às transmissoras. Considerando os resultados apresentados neste estudo, talvez fosse interessante por exemplo estender a duração de algumas rodadas do campeonato onde a televisão careça de partidas para mostrar no meio da semana. Horários e dias alternativos poderiam fazer com que a mídia explorasse com mais afinco cada partida, criando maior potencial de receita. Caso realmente o problema da diminuição da audiência que o calendário do Bom Senso FC traz fosse resolvido por essa medida, talvez a diminuição do número de jogos requisitada pela classe dos jogadores passasse a ser viável. A perda potencial de receita se considerada apenas a diminuição de datas dos campeonatos estaduais foi calculada em torno de R$ 120 milhões, o que poderia ser compensado com alguns pontos a mais de audiência no IBOPE. Neste cenário, talvez passasse a ser mais viável aceitar o risco da redução de datas apostando no ganho intangível de qualidade que poderia acontecer com a redução do número de jogos no ano. Acima de tudo, as ações de mudança devem ser executadas pensando no produto comercial que será ofertado. Fazendo um paralelo com a Premier League,

20 hoje amplamente considerada o melhor campeonato nacional do mundo, que graças ao seu novo contrato de televisão, tem 14 dos 20 clubes que a disputam entre as trinta maiores receitas de clubes de futebol do mundo (Deloitte, 2015). Este recorde foi atingido através de uma liga que preza pelo interesse comercial dos clubes, buscando um modelo que seja favorável ao aumento de receita de todos. Sendo assim, é de se considerar que uma junção dos clubes brasileiros seria o ideal para a discussão dos pontos cruciais na entrega do melhor produto possível. Esses pontos incluiriam não só o aqui abordado calendário, mas também a divisão de cotas de TV, regulamento dos campeonatos, relações com as federações e com a CBF, dentre outros.

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7. Bibliografia

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8. Anexo

Figura 6 Anexo: Comparação do número de jogos na proposta atual da CBF com a proposta do Bom Senso FC

Fonte 6: Bom Senso FC (2014)

Figura 2 Anexo: Tendências de Receitas, Custos e Despesas

Fonte 7: Itaú BBA (2015)

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