Vi Jornadas Internacionais De História Da Psiquiatria E Saúde Mental
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ANA LEONOR PEREIRA JOÃO RUI PITA (Eds) VI JORNADAS INTERNACIONAIS DE HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL COIMBRA CENTRO DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DO SÉCULO XX DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA-CEIS20 / GRUPO DE HISTÓRIA E SOCIOLOGIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA – GHSCT SOCIEDADE DE HISTÓRIA INTERDISCIPLINAR DA SAÚDE – SHIS 2016 Colecção: Ciências, Tecnologias e Imaginários. Estudos de História - séculos XVIII-XX Directores: Ana Leonor Pereira; João Rui Pita A colecção “Ciências, Tecnologias e Imaginários. Estudos de História – séculos XVIII- XX” pretende reunir estudos originais de cultura científica na época contemporânea, especialmente nas áreas da história interdisciplinar das ciências da vida e das ciências da saúde. Nº 12 NOTA: Os textos publicados nesta obra colectiva são da responsabilidade dos autores FICHA TÉCNICA Título: VI Jornadas Internacionais de História da Psiquiatria e Saúde Mental Coordenadores: Ana Leonor Pereira; João Rui Pita Local: Coimbra Edição: Grupo de História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia-CEIS20 e Sociedade de História Interdisciplinar da Saúde Ano de edição: 2016 Impressão: Pantone 4 ISBN: 978-972-8627-64-5 Depósito Legal: 320445/10 Financiado pela FCT por fundos nacionais do MEC — UID/HIS/00460/2013 SHIS Sociedade de História Interdisciplinar da Saúde-SHIS 2 ÍNDICE Ana Leonor Pereira; João Rui Pita Introdução 5-6 Ana Catarina Necho O contributo da psiquiatria forense para o entendimento/jurisdição dos alienados em Portugal 07-12 Carolina Gregório Mendes Álvaro Hospital Sobral Cid: a génese de uma obra de assistência psiquiátrica 13-20 Carina Bragança Rodrigues; Mariana Noronha de Andrade;Virgílio Palma Do dispensário de higiene mental à uls do nordeste 21-28 Nuno Borja Santos; Marta Lages; Sara Castro; Miguel Palma; Márcia Sequeira; Amélia Lérias Os irmãos d’ Abranches Bizarro: pioneiros da estatística psiquiátrica e médica em portugal 29-37 Celia García Díaz De la mujer ideal a la loca: psiquiatría, locura y género en las primeras décadas del siglo xx en España 39-47 Manuel Correia Alteração de sintomas na psicocirurgia. O papel da persuasão 49-52 Karine Le Jeune Une histoire de l’épilepsie aux XIXe et XXe siècles: définition et développement d’une pathologie entre neurologie et psychiatrie 53-58 Porfírio Pereira da Silva Camilo Castelo Branco (11825-1890). Entre o génio-nevropata e a loucura de seu filho Jorge 59-65 3 Adrián Gramary Stefan Zweig e Joseph Roth: uma análise psiquiátrica da reação dos intelectuais judeus ao finis austriae 67-73 Pedro Macedo; Filipa Veríssimo Pintura e esquizofrenia: reflexões a partir da obra de Hans Prinzhorn 75-81 M.A. Miguelez Silva; Maria Piñeiro Fraga; Mª José Louzao Martinez; T. Angosto Saura La participación de los psiquiatras portugueses en el i congreso mundial de psiquiatría (1950) en Paris 83-96 Dolores Ruiz-Berdun; Ibone Olza Fernández The past and the present of obstetric violence in Spain 97-104 El dr. Joseph Durand de Gros y el caso del hombre lobo blanco romasanta (1853). ¿un “braidista” en la corte de Isabel II? David Simón Lorda; Xaqueline Estévez Gil; María Victoria Rodríguez Noguera; Mónica Minoshka Moreira Martínez 105-115 Programa das VI Jornadas Internacionais de História da Psiquiatria e Saúde Mental 117-120 4 INTRODUÇÃO Nos dias 11 e 12 de Maio de 2015 decorreram no auditório da Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos as VI Jornadas Internacionais de História da Psiquiatria e Saúde Mental / VI International Meeting of History of Psychiatry and Mental Health. Esta reunião científica realizou-se pela sexta vez, numa periodicidade anual, dando continuidade ao seu perfil internacional pois contou com investigadores de Portugal, de Espanha, de França e do Brasil. A importância da regularidade anual das Jornadas pode ser compreendida de diferentes modos sendo que ela contribui para substancializar uma área de pesquisa que se encontra devidamente institucionalizada no Grupo de História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra-CEIS20. Desde a institucionalização do CEIS20 em 1998, esta área tem mantido uma forte actividade traduzida em projectos de pesquisa, teses de doutoramento, organização de reuniões científicas nacionais e internacionais, organização de sessões de divulgação e publicação de estudos sob a forma de livros, capítulos de livros, artigos científicos de âmbito nacional e internacional e artigos divulgativos. Depois, a regularidade anual das Jornadas mostra que investigadores nacionais e estrangeiros interessados nestas temáticas científicas contam com as Jornadas em Coimbra, no mês de Maio, como um ponto de encontro regular que serve como plataforma de intercâmbio de progressos científicos e de inovações historiográficas no campo da história da loucura, da psiquiatria e da saúde mental. Nas VI Jornadas realizou-se o lançamento do livro V Jornadas Internacionais de História da Psiquiatria e Saúde Mental e, ainda, teve lugar a apresentação da obra de Adrian Gramary, Palco da Loucura. Constou também do programa uma visita ao Centro de Documentação Farmacêutica da Ordem dos Farmacêuticos, um local relevante para a investigação histórico-farmacêutica, parte dela com importância significativa para o campo de pesquisas da história da psiquiatria e da saúde mental. As VI Jornadas foram uma organização conjunta da Sociedade de História Interdisciplinar da Saúde — SHIS em colaboração científica e institucional com o Grupo de História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra – CEIS20. Por isso, as Jornadas traduzem, também, a vitalidade daquela sociedade científica. Trata-se de uma instituiçãoo fundada em 2011, devotada, entre outros pontos, à investigação e divulgação de temáticas de âmbito histórico-médico e histórico-farmacêutico. Na sequência das V Jornadas realizadas em 2014, a sexta edição desta reunião científica internacional teve por objectivo dar continuidade às temáticas então apresentadas e introduzir novos temas, o que foi cumprido. Em 2015 as V Jornadas Internacionais de História da Psiquiatria e Saúde Mental centraram-se nos seguintes tópicos: 1.História dos sintomas desde a Antiguidade clássica até à actualidade 2.História comparada de tratados de psiquiatria e de psicopatologia 3.Filosofia, psicologia e psiquiatria nos séculos XIX-XX 4.Psiquiatria e neurologia nos séculos XIX-XX 5.Psiquiatria forense e medicina legal nos séculos XIX-XX 6.Psiquiatria e Saúde mental no Serviço Nacional de Saúde português 5 A presente obra congrega textos que serviram de base a apresentações feitas nas VI Jornadas Internacionais de História da Psiquiatria e Saúde Mental. Resta-nos agradecer aos autores as importantes contribuições que tornaram possível a publicação desta obra. Ana Leonor Pereira João Rui Pita Professores da Universidade de Coimbra Investigadores e Coordenadores Científicos do Grupo de História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia do CEIS20 Vice-Presidente e Presidente da Sociedade de História Interdisciplinar da Saúde—SHIS 6 O CONTRIBUTO DA PSIQUIATRIA FORENSE PARA O ENTENDIMENTO/JURISDIÇÃO DOS ALIENADOS EM PORTUGAL Ana Catarina Necho Investigadora CH-FLUL/CEHR-UCP Doutoranda em História Email:[email protected] Resumo No século XIX, a consolidação da Psiquiatria enquanto ciência permitiu o reconhecimento do alienado como «doente». Nesta perspectiva, pela Europa foram sendo criadas instituições de acolhimento em vários países como Portugal, para acolher e tratar os enfermos em consonância com as novas metodologias médico-científicas e práticas terapêuticas. Esta nova concepção sobre a incapacidade/inimputabilidade do louco pela sua anomalia psíquica, ou seja, pela sua perda de consciência, que poderia levar ao acto de um crime teve modificações na estrutura social, económica, política e judicial. Não obstante, com a coadjuvação da Psiquiatria Forense e a jurisdição do Código Penal o intuito incidia em isolar a presença do alienado perante a sociedade portuguesa, como medida de protecção social e como possível forma de restabelecimento. O internamento passou a ser uma forma de reclusão para o indivíduo dependendo da decisão jurídica e observação médica, mesmo que este não apresenta-se «indícios» de alienação mental. Palavras-chave: Psiquiatria Forense; Código Penal; Alienação Mental; Poder Judicial; Internamento Introdução A nova concepção do alienado enquanto enfermo a que se assistiu entre os finais dos séc. XVIII e inícios do séc. XIX possibilitou não só uma nova compreensão do indivíduo na ausência das suas faculdades mentais, bem como ao reconhecimento de que determinadas atitudes, que poderia ter não deveriam ser julgadas sob a mesma perspectiva, que um indivíduo que tivesse cometido um crime de forma consciente. Por conseguinte, o entendimento Psiquiátrico em larga medida vai estreitar um entendimento com o Direito Penal. No caso português, a colaboração de peritos psiquiatras com elementos dos processos judiciais possibilitou uma nova orientação na definição do alienado imputável/inimputável, bem como a criação do primeiro Código Penal português, cujo seu intuito visava uma nova interpretação dos crimes à luz da condição humana. Desenvolvimento do Tema O presente artigo foi resultado da comunicação apresentada nas VI Jornadas Internacionais de História da Psiquiatria e Saúde Mental realizadas em Maio de 2015 e que se intitula: “O Contributo da Psiquiatria Forense para o entendimento/jurisdição dos alienados em Portugal no séc.