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Para Brooke Brower, meu marido e a pessoa que me faz acreditar que tudo é possível. Para os nossos bebés felizes, Graham e Charlotte. índice Personagens principais .................................................................. 11 Introdução ....................................................................................... 13 capítulo 1 Controlar o Caos ....................................................... 43 capítulo 2 Discrição ................................................................... 93 capítulo 3 Dedicação .................................................................. 117 capítulo 4 Pedidos Invulgares .................................................. 137 capítulo 5 Dias Sombrios .......................................................... 157 capítulo 6 Sacrifício ................................................................... 177 capítulo 7 A Residência e a Raça .............................................. 187 capítulo 8 Rumores e Mexericos .............................................. 223 capítulo 9 Crescer na Casa Branca ........................................... 239 capítulo 10 Tristeza e Esperança ............................................... 259 Epílogo ............................................................................................. 285 Agradecimentos .............................................................................. 293 Fontes e notas dos capítulos .......................................................... 299 Bibliografia ...................................................................................... 311 Lista dos presidentes dos EUA ...................................................... 315 personagens principais JAMES W. F. «SKIP» ALLEN Secretário-geral adjunto, 1979–2004 REDS ARRINGTON Canalizador, canalizador-chefe, 1946–1979 PRESTON BRUCE Porteiro, 1953–1977 TRAPHES BRYANT Eletricista, tratador dos cães, 1951–1973 CLETUS CLARK Pintor, 1969–2008 WILLIAM «BILL» CLIBER Eletricista, 1963–1990; eletricista-chefe, 1990–2004 WENDY ELSASSER Florista, 1985–2007 CHRIS EMERY Secretário-geral adjunto, 1987–1994 BETTY FINNEY Camareira, 1993–2007 JAMES HALL Mordomo (tempo parcial), 1963–2007 WILLIAM «BILL» HAMILTON Empregado, chefe do armazém, 1958–2013 JAMES JEFFRIES Ajudante de cozinha, mordomo (tempo parcial), 1959–até hoje WILSON JERMAN Empregado, mordomo, 1957–1993; porteiro (tempo parcial), 2003–2010 JIM KETCHUM Curador, 1961–1963; curador-chefe, 1963–1970 CHRISTINE LIMERICK Governanta executiva, 1979–2008 (hiato entre 1986 e 1991) LINSEY LITTLE Empregado, 1979–2005 ROLAND MESNIER Chef pasteleiro executivo, 1979–2006 BETTY MONKMAN Curadora, 1967–1997; curadora-chefe, 1997–2002 RONN PAYNE Florista, 1973–1996 NELSON PIERCE Secretário-geral adjunto, 1961–1987 MARY PRINCE Ama de Amy Carter 11 O MUNDO PRIVADO DOS PRESIDENTES DOS ESTADOS UNIDOS JAMES RAMSEY Mordomo, final da administração Carter até 2010 STEPHEN ROCHON Secretário-geral, 2007–2011, contra-almirante FRANK RUTA Chef, 1979–1991 (com um hiato entre 1987 e 1988) TONY SAVOY Empregado e supervisor do departamento de operações, 1984–2013 BOB SCANLAN Florista, 1998–2010 WALTER SCHEIB Chef executivo, 1994–2005 REX SCOUTEN Secretário-geral adjunto, 1957–1969; secretário-geral, 1969–1986; curador-chefe, 1986–1997 IVANIZ SILVA Camareira, 1985–2008 HERMAN THOMPSON Mordomo (tempo parcial), 1960–1993 GARY WALTERS Secretário-geral adjunto, 1976–1986; secretário-geral, 1986–2007 J. B. WEST Secretário-geral adjunto, 1941–1957; secretário-geral, 1957–1969 LYNWOOD WESTRAY Mordomo (tempo parcial), 1962–1994 WORTHINGTON WHITE Secretário-geral adjunto, 1980–2012 ZEPHYR WRIGHT Chef da família Johnson 12 introdução Viver na Casa Branca é como estar no palco, onde se representam alternadamente as tragédias e as comédias. Nós, os criados da Casa Branca, somos os atores secundários. LiLian RogeRs PaRks, CAMAREIRA E COSTUREIRA NA CASA BRANCA ENTRE 1929 E 1961, EM MY THIRTY YEARS BACKSTAIRS AT THE WHITE HOUSE reston Bruce encontrava-se com a mulher na cozinha da sua casa de Washington, a ouvirem rádio e a almoçarem – a única Prefeição que tomavam juntos todos os dias –, quando um locu- tor interrompeu a emissão com uma notícia de última hora: «O Presi- dente foi alvejado.» Bruce pôs-se em pé de um salto, batendo com o joelho na mesa e atirando vários pratos ao chão. Um ou dois minutos depois ouviram ou- tra notícia, numa voz ainda mais estridente: «O Presidente foi alvejado. Confirma-se que foi atingido pelos tiros. Não se conhece o seu estado.» Isto não pode estar a acontecer, pensou Bruce. Vestiu apressadamen- te o sobretudo, esquecendo-se do chapéu, que lhe seria útil nesse dia agreste de novembro, e saltou para o carro, arrancando a toda a veloci- dade. A mulher, Virginia, ficou para trás, de pé na cozinha e em estado de choque, no meio dos estilhaços dos pratos partidos no chão. Bruce, normalmente imperturbável, ia-se esgueirando pelo trânsi- to do centro da cidade a quase 90 quilómetros por hora — «Nem me apercebi de como ia tão depressa», diria mais tarde — quando ouviu de repente uma sirene da Polícia atrás de si. Um agente motorizado pa- rou ao lado dele no cruzamento entre a Rua 16 e a Avenida Columbia, saltou da mota e aproximou-se da porta do condutor. — Qual é a pressa? — perguntou. Não estava disposto a aceitar desculpas. 13 O MUNDO PRIVADO DOS PRESIDENTES DOS ESTADOS UNIDOS — Sr. guarda, eu trabalho na Casa Branca — respondeu Bruce, ofegante. — O Presidente foi alvejado. Houve uma pausa de estupefação. Nem toda a gente ouvira a arrasa- dora notícia. «Vamos», disse o agente, atónito, regressando à sua moto. «Siga-me!», acrescentou. Nesse dia, Bruce teve direito à sua própria escolta policial até chegar ao portão sudoeste da Casa Branca. Quase todos os americanos que estavam vivos em 1963 recordam com pecisão o sítio onde se encontravam ao saberem que o Presidente Kennedy fora alvejado. Para Bruce, porém, a notícia teve um impacto muito especial: Kennedy não era só o Presidente dos EUA, era também o seu patrão e — mais importante do que isso — seu amigo. Preston Bruce era porteiro na Casa Branca e um elemento muito querido do pessoal. Na manhã do dia anterior fora ele quem acompanhara o Presidente, a primeira-dama e o filho de ambos, John-John, ao helicóp- tero dos fuzileiros pousado na Alameda Sul, que depois os transporta- ria para apanharem o avião presidencial, o Air Force One, na base aérea de Andrews. Daí, os Kennedys partiriam para a sua viagem de campa- nha que passaria por cinco cidades do Texas durante dois dias e que se revelaria fatal. (John-John, que faria 3 anos quatro dias depois des- ses eventos, adorava viajar de helicóptero com os pais. Mas só foi até Andrews e, quando lhe disseram que não poderia acompanhar o pai e a mãe até Dallas, começou a chorar. Foi a última vez que viu o pai.) — Fica tudo nas suas mãos! — gritou o Presidente Kennedy a Bruce, sobrepondo-se ao ruído dos motores do helicóptero na Alameda Sul. — Dirija as coisas como achar melhor. Descendente de escravos e filho de um rendeiro da Carolina do Sul, Bruce tornara-se membro honorário da família Kennedy. Via filmes com eles na sala de cinema da Casa Branca e acompanhava o Presiden- te enquanto ele se entregava a brincadeiras felizes com os filhos. Até estremeceu quando Kennedy bateu com a cabeça enquanto andava atrás de John-John, uma incontrolável criança de colo, pela Sala Oval. (A secretária de JFK era um dos esconderijos preferidos de John-John e Bruce tinha muitas vezes de ir tirá-lo de lá antes das reuniões mais importantes.) Alto e magro, na casa dos 50 anos, de cabelo grisalho 14 INTRODUÇÃO e com um bigode de um branco luminoso, Bruce vestia todos os dias um fato preto com um laço branco para trabalhar. Era tão dedicado ao seu emprego — que incluía uma questão tão delicada como a disposi- ção dos lugares dos convidados mais nervosos nas mesas dos banque- tes oficiais — que arranjou um tipo de mesa (depois conhecida por «Mesa Bruce»), com o topo ligeiramente inclinado para tornar mais fácil o arranjo dos cartões com os nomes das pessoas. Esta invenção seria usada durante dezenas de anos. Em 22 de novembro de 1963, Bruce, enquanto se esforçava por chegar o mais depressa possível à Casa Branca, não queria acreditar no que ouvira: «Ainda hoje sinto o choque que me percorreu o corpo todo», recordou, mais tarde. Quando chegou à residência presidencial, só tinha uma coisa em mente: «Ficar à espera da Sra. Kennedy.» Juntou-se aos outros fun- cionários diante do televisor existente no gabinete do secretário-geral*, que estava cheio. As notícias confirmaram o receio partilhado por toda a gente na Casa Branca. «O que a maioria de nós pensava», escreveria anos mais tarde, «era que qualquer presidente que saísse daqueles sete hectares podia regressar na situação do Presidente Kennedy.» Quando, por volta das quatro horas da manhã, Jackie Kennedy voltou para a Casa Branca com o seu famoso fato-saia-e-casaco de lã cor-de-rosa manchado de sangue e agarrada ao braço do cunhado, Robert F. Kennedy, trazia o rosto quase branco e mostrava uma estra- nha calma espetral. — Bruce, esperou por nós — disse-lhe ela, com suavidade, como se estivesse a querer reconfortá-lo. — Sim, Sra. Kennedy, sabia que eu estaria aqui — retorquiu Bruce. Depois de uma cerimónia evocativa muito breve na Sala Leste, Bruce subiu no elevador com a primeira-dama e o irmão do Presidente Kennedy, e procurador-geral, a caminho dos aposentos privados do * Aqui, «secretário-geral» é tradução do termo chief usher. Em português, esta palavra normal- mente traduz-se por