sessão cineclube Grupo EstaçãoeContracampo. Eduardo P M P M r r e e o o d d g g i i r r a a a a ç ç m m ã ã FILMOGRAFIA o o a a Valente eRuyGardnier. ç ç

d d ã ã (1946- ) www.estacaovirtual.com o o o o

95Lumière eCia.( 1995 1993 : Diasde OsÚltimos 1992 2002 1990 Duna( 1984 OHomem-Elefante 1980 1977 1974 1970 1968 1966 1999 História Real História ( 1999 1988 01CidadedosSonhos 2001 AEstrada Perdida ( 1997 1

D D e e 8 Veludo Azul( 986

e e P P realização b b r r o o a a e "Tricks") -episódiso"Blackout" de série TV Coração Selvagem ( On the Air Dream oftheBroken Hearted The Industrial Symphony Nº1: Chronicles American Twin Peaks Les Français Vus par The Amputee The Grandmother The Alphabet Six Figures GettingSick Rabbits Quarto deHotel ( with Me PalmerLaura ( Frenchman") episódio "TheCowboy andthe ( Compagnie ( t t d d Mulholland Dr. The ElephantMan e e u u : : ç ç

ã ã o o : : Dune

) (série de (série TV) / episódio"Lumière") (série e filme para efilme TV) (série ) B The StraightStory wnPas Fire Walk Twin Peaks: lue Velvet Lumière et ) Hotel R ) Lost Highway Wild atHeart (série de TV - de (série TV (série de (série TV) ) oom / (TV) ) ) ) 07/jul 30/jun 23/jun DEZ 16/jun próxima sessão de O VENTO de J B de ChiancaGarcia 24 HOR de Abbas Kiarostami ARTON FINK V oel eEthanCoen ictor Sjostrom AS DESO www.contracampo.com.br NHO colaboração de DavidLynch A ESTRADAPERDIDA 9 deJunho2004-AnoII–Ediçãonº54 SINOPSE assassinada eeleéacusadopreso. Atéquesuaesposaémisteriosamente observado. de vídeoenotaqueointerior suacasaestásendo desviada quandoelecomeçaareceber estranhasfitas fidelidade desuamulher, Renee.Sua atençãoé Fred Madisonéumsaxofonista quedesconfiada apresenta cineclube sessão

FICHA TÉCNICA Sweeney Mar Produção: F Roteiro: Direção: Lost Highway, EUA/França, 1997,cor, 135' T Badalamenti, comcançõesdeMarilyn Manson, W (Pete Blake, Robert NatashaGregson Dayton), Madison/Alice Wakefield), BalthazarGetty Madison), P Butler (CandaceDayton). rent Re otografia: agner (Sheila),Richard Pr y Sweeney znor, Danny Lohner eRammstein David Lynch Gifford eBarry David Lynch Trilha Sonora Original: Deepak Nayar, Tom Sternberge P atricia Arquette(Renee eter Deming Elenc o: Bill Pullman(F M y or (Arnie),L ontagem: Angelo red Mar ucy y Existe um fator cultural muito forte e que, de uma maneira ou de outra, acaba vibrações na superfície dos objetos mostrados. É justamente sempre por vir à tona quando da exibição de alguns filmes de David Lynch. Esse isso que vemos em A Estrada Perdida, um filme em que tudo que fator é desdobramento do que Serge Daney, um dos grandes nomes da história interessa está na tela, mas sempre fazendo ecoar algo distante. da crítica cinematográfica, já apontava nos anos 70: a consolidação de sociedades Essa invasão do fora-da-tela, do desconhecido, do acaso, é uma cada vez mais eficazes na atitude de ler (e decifrar, dissecar estruturas de verdadeira invasão de privacidade, como nas fitas de vídeo que linguagem), mas cada vez menos capazes de ver. Quando se fala em "civilização Fred e Renne recebem, e que consistem em imagens feitas da imagem", por exemplo, não se leva em conta a distinção entre o visual e a dentro da sua própria casa por alguém que eles nem imagem, o primeiro correspondendo à "verificação óptica" de um procedimento desconfiam como pode ter entrado lá. A imagem, pornográfica de significação (leitura), enquanto a imagem seria o que ainda resguarda uma por excelência, é sempre (e em si mesma) invasiva: "roubar" o experiência para além do visual, uma forma de percepção que dribla a equação semblante de alguém e expô-lo em praça pública: a imagem é já mais comum. O próprio cinema, nos seus termos particulares, assim que abraçou a ob-cena (Daney). A Estrada Perdida vai plantando armadilhas, a narratividade ergueu todo um edifício de códigos que ultrapassa a simples vai seduzindo o espectador, mexendo com sua mente. Mas o analogia icônica. Em se tratando de A Estrada Perdida, entretanto, tudo cujo destino dessas pistas recolhidas já foi dado na primeira imagem modelo operacional é aferido nesse confuso acordo entre visão e cognição deve do filme: a estrada vazia, escura, e a câmera (e, por conseguinte, ser deixado de lado. São justamente os dois binômios-base da cultura visual nós) assumindo o ponto de vista do motorista, vendo a (causa-efeito e visão-cognição) o que pode impedir a fruição plena desse filme. interminável sucessão de listras amarelas, uma após a outra, parcelas cuja soma não fornece um resultado redondo. Cabe ao O grande tema de Lynch é a luz. Mesmo o som, perfeitamente trabalhado tanto filme apenas iluminar essas listras através do alcance limitado em A Estrada Perdida quanto em Veludo Azul ou História Real, é uma espécie de imposto pelo farol do carro – o resto é escuridão. cara-metade dos objetos reluzentes, um murmúrio da luz (se há uma imagem recorrente em Lynch, é a de uma lâmpada com defeito, ou com insetos dentro E há os momentos mágicos, como na cena em que Alice dela, acendendo e apagando ao som de um ruído incômodo). Até as aparece para Pete ao som de "This magic moment" (Lou Reed), extraordinárias trilhas sonoras de Angelo Badalamenti acompanham as curvas e isso basta para que ele se apaixone. Entrada em cena que de luminosidade dos filmes de Lynch para que são compostas. Em A Estrada lembra a primeira aparição de Sandy (Laura Dern) em Veludo Perdida, assim como em Cidade dos Sonhos, o diretor segue uma lógica de Azul: quando o amor surge no filme, este se enche de uma cor cinema-instalação; o que vale é atravessar o filme, passar pelo seu campo e de um brilho que até então não parecia ter. Se Lynch filma magnético. Nenhuma parede é mero anteparo, qualquer superfície tem cor, também coisas obscuras, é porque faz um cinema musical cujo tem estampa, reflete ou texturiza uma imagem ou uma luz. Além de duração e fraseado dificilmente entrega a nota seguinte; uma complexa força, a luz em Lynch tem motivo e forma – daí ele sempre frisar sua fonte e sua equalização que seus filmes acham entre a melodia e a incidência. Mas essa luz, esse clarão que cega possui também outro nome, dissonância, entre a beleza e a bizarrice. A resposta está no complementar à sua natureza física: o amor. O universo lynchiano é movido a final de Veludo Azul: "É um mundo estranho", Sandy diz paixão, é o lugar da efervescência, do irracional, da sensualidade, do sonho. E, calmamente, ao contemplar o passarinho que fisga um inseto sabemos, o que essa moeda traz no verso é o pesadelo da perda, o com o bico: o estranho alimenta o belo. G afundamento, a loucura, o destino trágico. Longe de uma defesa do refinamento estético e da leitura U A Estrada Perdida apanha Fred (Bill Pullman) e Renne (Patricia Arquette) numa fase difícil, o cinema de David Lynch é um arranjo experimental

R difícil do casamento. Ele a está sentindo distante, como no sonho que resolve bastante atento a potencialidades – e indiferente a mensagens. contar: "você estava lá, mas não era você". O filme é exatamente sobre isso: estar Ele acrescenta fermento aos signos, mas não os desmonta D lá e não estar, ou ainda, estar com alguém e não saber quem é, não importando se (como muitos pensam); simplesmente lança-lhes luz. Lynch

. acabou de conhecê-la ou se estão casados há anos. A angústia irredutível do amor constrói ambiência, dá ritmo ao espaço dos acontecimentos, r T

J é igual àquela provocada pela imagem: mesmo a esposa, mesmo a pessoa com faz menos uma pesquisa formal do que uma provocação. Em

C a quem se passa a maior parte da vida é sempre um "outro", guarda sempre um Twin Peaks ? Os Últimos Dias de Laura Palmer, vale lembrar que r i E mistério, o que remete a um dos princípios fundadores da imagem, qualquer nenhuma das drogas que a personagem principal consome e v F i imagem: a alteridade radical, o fato de que, por mais próxima que ela possa estar, consegue aluciná-la com a mesma eficácia da fotografia l

O sempre haverá uma opacidade, uma intransponibilidade. "Você nunca irá me ter", singelamente assustadora que ela pendurou na parede do

R

s diz Alice (Patricia Arquette de novo, agora loira) a Pete, após transarem na areia do quarto (a imagem de uma porta que a conduz ao pesadelo o E l deserto, faróis do carro sobre eles, numa das cenas mais sensuais da história do noturno). Não percamos tempo com joguinhos de adivinhação, r

a cinema. Esses personagens que se confundem (e nos confundem), esses rostos esqueçamos as engenhocas narrativas: produto da farmácia de P C

que se misturam são projeções de qualquer relação amorosa. Lynch, A Estrada Perdida é alucinógeno dos melhores. z i E u Lynch é um dos poucos cineastas a ainda trazer para a tela o nunca visto – além de L

H ressignificar o muito visto – e lidar com as ressonâncias do inexplorado, do r

o ausente. Não há outra maneira de filmar a ausência senão através de suas T p