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SEBRAE/MS SEBRAE/MS Conselho Deliberativo Estadual Diretor Superintendente Cláudio George Mendonça • Associação das Microempresas do

Estado de - Diretora Técnica AMEMS Maristela de Oliveira França • Banco do Brasil - BB S/A • Caixa Econômica Federal - CAIXA Diretor de Operações • Federação das Indústrias do Estado Tito Manuel Sarabando Bola Estanqueiro de Mato Grosso do Sul - FIEMS

• Fundação de Apoio ao Equipe responsável Desenvolvimento do Ensino, Adelino Ferreira da Costa Marques, Ciência e Tecnologia do Estado de Carlos Henrique Rodrigues Oliveira, Mato Grosso do Sul - FUNDECT Cristiane Gomes Nunes, Cyndi Rangel • Federação do Comércio de Júlio César da Silva, Kassiele Nardi Marcia Gonzaga Rocha, Sandra Bens, Serviços e Turismo do Amarilha, Vanessa Gouveia Leite, Telcio Estado de Mato Grosso do Sul - Prieto Barboza FECOMÉRCIO/MS • Federação das Associações Governo do Estado de Empresariais de Mato Grosso do Mato Grosso do Sul Sul - FAEMS Secretário de Estado de Meio • Federação da Agricultura e da Ambiente e Desenvolvimento Pecuária do Estado de Mato Grosso Econômico do Sul - FAMASUL Jaime Elias Verruck • Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS Secretário-adjunto de Meio • Serviço Brasileiro de Apoio às Micro Ambiente e Desenvolvimento Econômico e Pequenas Empresas - SEBRAE Ricardo Senna • Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica - SEGOV PREFEITURA MUNICIPAL DE Presidente do Conselho Endereço: Rua Dr. Corrêa, 396 Deliberativo Estadual do SEBRAE/MS Porto Murtinho, MS Edison Ferreira de Araújo CEP: 79280-000 Telefone: (67) 3287-1468 / 3287-4500 3

SONORA

PEDRO GOMES

ALCINÓPOLIS

COXIM COSTA RICA

CORUMBÁ RIO VERDE DE FIGUEIRÃO MATO GROSSO CHAPADÃO DO SUL PARAÍSO CASSILÂNDIA LADÁRIO SÃO GABRIEL DAS ÁGUAS DO OESTE RIO CAMAPUÃ NEGRO INOCÊNCIA PARANAÍBA BANDEIRANTES MIRANDA APARECIDA DO TABOADO ÁGUA PORTO CLARA SELVÍRIA MURTINHO ANASTÁCIO RIBAS DO DOIS IRMÃOS CAMPO RIO PARDO TRÊS LAGOAS DO BURITI GRANDE

BONITO SIDROLÂNDIA SANTA RITA NOVA DO PARDO BRASILÂNDIA ALVORADA DO SUL JARDIM RIO BRILHANTE NOVA GUIA LOPES MARACAJU ANDRADINA DA LAGUNA ITAPORÃ CARACARACOLCCOL ANGÉLICA DEODÁPOLIS ANAURILÂNDIA BELAA VVISTISTTAA ANTÔNIOANTÔNNNTÔNIO FÁTIMA JOJOÃOOÃÃÃO DOURADODODOURAA S DO SUL PONTA GLÓRIA DE BATAYPORÃ PORÃ LALAGUNAGUNA JAJ TEÍ TAQUARUSSU NOVO CAARCAARAPRARAPPÃ CAARAPCAA Ó HORIZONTE ARALARRAAL DO SUL MOREIRAMOROREIRA NAVIRAÍ

TACURU ELDORADO PARANHOS JAPORÃ SETE MUNDO QUEDAS NOVO

PORTO MURTINHO 4

MAPA DE OPORTUNIDADES DO MUNICÍPIO DE PORTO MURTINHO 5

SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO ...... 6 II. IDENTIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO ...... 6 III. ASPECTOS ECONÔMICOS ...... 10 IV. EVOLUÇÃO RECENTE DOS PEQUENOS NEGÓCIOS ...... 16 V. FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A INSTALAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS ...... 20 V.1. Aspectos físicos e naturais ...... 20 V.2. Recomendação de exploração territorial ...... 22 V.3. Infraestrutura e logística ...... 26 V.4. Infraestrutura tecnológica ...... 27 V.5. Políticas públicas ...... 28 V.6. Investimentos públicos e privados ...... 31 VI. OPORTUNIDADES PARA EMPREENDER NO MUNICÍPIO.. 31 VII. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 33

PORTO MURTINHO 6

I. INTRODUÇÃO

A economia sul-mato-grossense O objetivo do Mapa de Oportunida- vem se diversificando recentemen- des é proporcionar ao município a te e em todas as suas regiões. In- apresentação de suas potencialida- vestimentos públicos e privados des e, com isso, auxiliar os empre- vêm sendo realizados, novas em- sários e empreendedores a toma- presas vêm sendo abertas e novos rem suas decisões de investimento. mercados começam a surgir. Este documento foi elaborado pelo Diante deste cenário, é estraté- SEBRAE/MS como resultado da gico para o município identificar compilação de informações obtidas suas potencialidades e as opor- no município, através de entrevis- tunidades de negócios locais, em tas, pesquisas de campo, coleta de especial aquelas voltadas para dados e dinâmicas de grupos reali- as microempresas e empresas de zadas com lideranças, empresários pequeno porte. e representantes de órgãos públicos.

II. IDENTIFICAÇÃO DO MUNICÍPIO

O município de Porto Murtinho está si- ao Sudoeste os municípios de Caracol tuado na região Sudoeste do Estado de e Jardim e a nordeste com os municí- Mato Grosso do Sul, com sede locali- pios de Bonito e Bodoquena. zada a 364 km da capital. Seus limites são: ao norte com o município de Co- A história de Porto Murtinho tem início rumbá, ao sul e oeste com o Paraguai, no fim do século XIX, quando produ- 7 tores de erva-mate criaram um porto tude de sua localização, na divisa fluvial para escoar sua produção. Em brasileira com o Paraguai, teve uma 1892, Dr. Antônio Corrêa o Superinten- relação muito intensa com as ativida- dente Regional do Banco Rio e Mato des militares e do turismo de pesca Grosso, estabeleceram na Fazenda pela relação com o Rio Paraguai e Três Barras um porto para o embar- o Pantanal sul-mato-grossense. As que da indústria de erva-mate com lutas durante a Guerra do Paraguai destino ao sul do país. Nascia, então, apresentam até hoje a relação com a povoação de Porto Murtinho, numa o serviço militar e o município. Outro homenagem ao Dr. Joaquim Murtinho, aspecto de destaque da região está então Presidente do Banco Rio e Mato relacionado à exploração de erva- Grosso, a qual ficou situada à margem mate e do extrativismo natural, como esquerda do Rio Paraguai e cerca de o caso do tanino, extraído do quebra- 50 km de montante do Rio Apa. Foi ele- cho. vada a distrito em 1900 e o município criado em 1911. Os dados do IBGE/2010 apontam o município com uma extensa área de Por ser uma cidade com mais de um 17.744,50 km², representando 4,92% século, Porto Murtinho possui prédios e da área do Estado. A densidade po- estruturas que fazem parte do patrimô- pulacional em Porto Murtinho era em nio histórico do Estado. 2015 de 0,93 pessoas por km2, en- quanto a média de MS era de 7,36 O município de Porto Murtinho, em vir- pessoas por km2.

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O município tinha em 2015 16.514 de Porto Murtinho neste período foi habitantes, segundo a estimativa de 1,45% e a do Estado de 1,64% do IBGE. A população do município (IBGE, 2015). cresceu 24%, entre 2000 e 2015, em um ritmo mais lento que a média do O processo de urbanização foi inten- Estado de MS (28%). A taxa média so no município. Em 1991, cerca de de crescimento anual da população 51% da população morava no cam- po. A população rural diminuiu 20%, EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO enquanto a população urbana cres- Município de Porto Murtinho/MS ceu 63%, chegando a representar 65% da população total do município (IBGE, 2010). 11.115 10.366 10.136 A pirâmide etária da população é a 2000 2010 2015 distribuição dos indivíduos de uma população segundo diferentes gru-

Fontes: IBGE in NIT (Censo de 2000 e 2010) e IBGE (Estimativa de 2015) pos de idade (classes etárias).

PIRÂMIDE ETÁRIA Município de Porto Murtinho/MS

70 ou mais

60 a 69

50 a 59

40 a 49

30 a 39

20 a 29

10 a 19

0 a 9

1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Fonte: Censo 2010 - IBGE 9

A estrutura etária da população murti- de maioria dos moradores está na faixa nhense pode ser dividida em três gran- adulta composta por 54% de homens e des grupos etários: jovens de 0 a 14 anos 46% de mulheres. Aproximadamente (30%), adultos de 15 a 60 anos (62%) e 88% das pessoas com mais de 5 anos idosos, acima de 60 anos (8%). A gran- são alfabetizadas (IBGE, 2010).

DISTRIBUIÇÃO DOS DOMICÍLIOS POR RENDIMENTO PER CAPITA - 2010 Município de Porto Murtinho/MS

SEM RENDIMENTO 5% ATÉ 1/8 DE SM 3% MAIS DE 1/8 A 1/4 DE SM 8% MAIS DE 1/4 A 1/2 DE SM 21% MAIS DE 1/2 A 1 SM 33% MAIS DE 1 A 2 SM 21% MAIS DE 2 A 3 SM 4% MAIS DE 3 A 5 SM 4% MAIS DE 5 A 10 SM 1% SM: salários mínimos MAIS DE 10 SM 1% Fontes: IBGE in NIT (Censo de 2010)

Entre os anos censitários de 2000 e domicílios cresceu 29% no mesmo 2010, a quantidade de pessoas do mu- período, passando de 3.180 para nicípio de Porto Murtinho aumentou 4.097 domicílios no município. O grá- 15%, mas com a diminuição do tama- fico anterior mostra a distribuição dos nho médio das famílias, o número de domicílios segundo renda per capita.

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III. ASPECTOS ECONÔMICOS

No território do município de Porto Mur- nha e 3,8 toneladas de lã (IBGE). tinho 1,1% da área era dedicada, em 2006, à agricultura, principalmente às O Produto Interno Bruto (PIB) repre- culturas temporárias e cultivo de forra- senta a soma, em valores monetá- geiras para corte e 74,5% da área era rios, de todos os bens e serviços fi- de pastagens, que abrigaram 724.505 nais produzidos em uma determinada cabeças de bovinos em 2014 (IBGE). região, durante um ano. Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) do mu- As culturas temporárias são aquelas nicípio de Porto Murtinho atingiu R$ que precisam ser replantadas após a 252.303.000,00. Encontra-se na 40ª colheita. A cultura temporária no muni- posição no ranking do Estado. Con- cípio de Porto Murtinho se concentrou, siderando a população estimada para em 2013, nos cultivos de soja e milho, o mesmo ano pelo IBGE, o PIB per que ocuparam, juntos, 89% da área de capita, valor médio por habitante, pro- culturas temporárias. O município não duzido no município no ano, corres- teve produção de culturas permanentes pondeu a R$ 16.087,67 sendo 26% em 2013. Dentre os produtos de origem inferior ao valor médio do Estado de animal, em 2013 destacou-se a produ- Mato Grosso do Sul para o mesmo ção de 3,51 milhões de litros de leite, ano, de R$ 21.902,00. 5,3 milhões de dúzias de ovos de gali- 11

COMPOSIÇÃO DO PIB Município de Porto Murtinho/MS

7% 5% 6% 6% 6% 7% 7% 8% 10% 10% 12% 10% 12% 7%

38% 37% 48% 46% 51% 52% 52% 49% 44% 42% 39% 44% 42% 40%

41% 43% 38% 37% 37% 36% 40% 43% 39% 40% 37% 38% 43% 47%

5% 6% 5% 5% 5% 6% 5% 5% 10% 7% 8% 15% 11% 9% 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

INDÚSTRIA COMÉRCIO E SERVIÇOS AGROPECUÁRIA IMPOSTOS

Fonte: Semade/MS e IBGE

O setor que mais gera valor no município da população residente que se encon- é o de Comércio e Serviços, que vem au- tra em idade de trabalhar e disposta a mentando a sua participação nos últimos trabalhar, esteja ou não empregada. Os anos. O setor agropecuário apresentou dados censitários mais recentes (2010) expressiva participação no valor da pro- apontam que a População Economica- dução de 2012, contribuindo com cerca mente Ativa do município de Porto Mur- de 37% do PIB municipal, enquanto em tinho era de 6.638 pessoas, correspon- nível estadual chega a apenas 12%. dente a 53% da população, sendo que a média do Estado de MS é de 61%. A População Economicamente Ativa representa os recursos humanos de O gráfico a seguir mostra a evolução uma economia. Corresponde à parte da proporção de famílias do município

PORTO MURTINHO 12 auxiliadas pelo o benefício social do O Índice de Desenvolvimento Humano Bolsa Família. Em 2014, último ano (IDH) tem por objetivo avaliar a quali- disponível, havia no município, 1.447 dade de vida e o desenvolvimento eco- famílias beneficiadas. nômico de uma população, partindo do pressuposto de que é preciso ir além do PROPORÇÃO DE FAMÍLIAS viés puramente econômico. O IDH reú- BENEFICIADAS PELO ne três dos requisitos mais importan- BOLSA FAMÍLIA tes para a expansão da liberdade das Município de Porto pessoas: a oportunidade de se levar Murtinho/MS uma vida longa e saudável (saúde), ter acesso ao conhecimento (educação) e poder desfrutar de um padrão de vida digno (renda) (PNUD, 2013). 38,5% 41,5% 40,6% 38,0%

O IDH varia entre zero e um, e mostra 2010 2012 2013 2014

Fonte: NIT/Sebrae que quanto mais próximo a 1, mais de- senvolvida é a região. No Brasil a me- todologia adaptada para os municípios Em Porto Murtinho, entre 2010 e 2014, a gerou o IDH Municipal (IDHM). Seus proporção de famílias beneficiadas pelo resultados são divididos em cinco clas- Bolsa Família diminuiu de 38,5% para sificações: de 0,000 a 0,499 é conside- 38,0%. Essa proporção manteve-se su- rado grau de desenvolvimento Muito perior à média do Estado e o ritmo desta Baixo; de 0,500 a 0,599 é considerado redução é contrário ao aumento registra- Baixo; de 0,600 a 0,699 é considerado do no total de famílias beneficiadas no Médio; de 0,700 a 0,799 é considerado Estado de MS, que passou de 19,2% Alto e de 0,800 a 1,000 é considerado para 19,6%. Muito Alto. 13

EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO MUNICIPAL (IDHM) Município de Porto Murtinho/MS

Ranking IDHM IDHM IDHM Ano Estadual IDHM Renda Longevidade Educação 1991 67º 0,347 0,521 0,639 0,125 2000 68º 0,501 0,601 0,727 0,288 2010 54º 0,666 0,677 0,830 0,526

Fonte: PNUD Brasil. Cálculo realizado de 10 em 10 anos.

O município de Porto Murtinho, em o desenvolvimento socioeconômico 1991, possuía um IDH considerado de todos os municípios brasileiros muito baixo. Em 2010, em termos em três áreas de atuação: Emprego de ranking, melhorou a sua posição, & Renda, Educação e Saúde. O índi- e em termos de desenvolvimento, o ce varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (má- município de Porto Murtinho apre- ximo) com o objetivo de classificar sentou melhorias nas condições de o nível de desenvolvimento de cada vida da população. O fator principal localidade em quatro categorias: que levou ao aumento do IDH foi a - Baixo (resultado inferior a 0,4); melhoria na educação. - Regular (resultado entre 0,4 a 0,6); - Moderado (resultado entre 0,6 a 0,8) e Outro índice que visa mensurar o - Alto (resultado superior a 0,8). grau de desenvolvimento é o Índice Quanto mais próximo de um, maior FIRJAN de Desenvolvimento Munici- o desenvolvimento da localidade. pal. O IFDM acompanha anualmente

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EVOLUÇÃO DO ÍNDICE FIRJAN DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL (IFDM) Município de PORTO MURTINHO/MS

Ranking Ranking IFDM Emprego Ano Nacional Estadual Consolidado Educação Saúde & Renda 2005 3321º 68º 0,4981 0,4644 0,5799 0,4499 2011 3612º 64º 0,5829 0,5688 0,7189 0,4609

Fonte: FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro)

Segundo o IFDM, o município de Porto para 2011, manteve-se no nível de de- Murtinho, apresentou, nos últimos anos, senvolvimento regular. Este índice tam- evolução favorável em relação a outros bém mostra que a área com maiores municípios, em nível estadual. De 2005 ganhos no município foi a de Saúde.

CRESCIMENTO DA FROTA DE VEÍCULOS E DA POPULAÇÃO ENTRE 2002 E 2014 Município de Porto Murtinho/MS

267% 308% 236% 22%

Total de Automóveis Motocicletas População Veículos

Fonte: DENATRAN (2014) 15

A frota de veículos cresceu no mu- recionados à venda, manutenção e nicípio de Porto Murtinho mais ra- conserto de veículos. pidamente que a população. Entre os anos 2002 e 2014, a população O acesso das famílias a meios de aumentou 22%, enquanto a frota transporte é indicador da evolução total de veículos cresceu 267%, em favorável da qualidade de vida, po- especial de automóveis (Denatran, rém também é determinante do au- 2014). Este crescimento aqueceu o mento do número de vítimas de aci- mercado de produtos e serviços di- dentes de trânsito.

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IV. EVOLUÇÃO RECENTE DOS PEQUENOS NEGÓCIOS

Segundo a RAIS (2014) verifica-se que Considerando todos os setores de ati- o número de empresas existentes em vidade, a maior parte (99,6%) das em- Porto Murtinho era de 531, gerando presas existentes em Porto Murtinho é um total de 2.132 empregos com car- Micro ou Pequena Empresa (MPE). teira assinada. Os setores de comércio e serviços e agropecuário apresentam Apesar de, individualmente, as MPEs o maior número de empresas. A maior contratarem poucos funcionários, o parte das empresas trabalhavam em volume total de contratações torna-se atividades do setor agropecuário. significativo por existir grande quanti- dade de MPEs: 70,4% das pessoas EMPRESAS POR SETOR empregadas no município trabalham DE ATIVIDADE em empresas comerciais e de servi- Município de Porto ços de até 49 funcionários e empre- Murtinho/MS sas agropecuárias, industriais e de construção civil de até 99 funcionários (RAIS, 2014).

51,60% Para cálculo das estatísticas a se- guir, o NIT (Sebrae) considerou como 19,59% MPEs apenas empresas privadas, excluindo alguns setores de ativi-

24,48% 3,01% dade como: agropecuária, utilidade 1,32% pública (eletricidade, gás, água, cor-

Agropecuária Construção Civil reios, telecomunicações, serviços

Serviços Indústria financeiros, saúde, educação), ad-

Comércio ministração pública, organizações

Fonte: RAIS/Ministério do Trabalho e Emprego (2014) 17 associativas, serviços domésticos e participação das MPEs no emprego órgãos internacionais. Ao conside- diminui para os níveis apresenta- rar somente parte das empresas, a dos a seguir.

CONTRIBUIÇÃO DAS MPES À GERAÇÃO DE EMPREGO Município de Porto Murtinho/MS

Total de Empregos Empregos em MPEs Participação Ano Variação Variação das MPEs Pessoas Anual Pessoas Anual 2010 2.387 269 11,27% 2011 2.110 -11,60% 272 1,12% 12,89% 2012 2.156 2,18% 277 1,84% 12,85% 2013 2.330 8,07% 297 7,22% 12,75%

Fonte: RAIS/Ministério do Trabalho e Emprego in NIT (Núcleo de Inteligência Territorial)

Entre 2010 e 2013, o número de em- gos formais correspondiam a funcio- pregos nas empresas de Porto Mur- nários públicos (RAIS, 2014). tinho diminuiu 2,39%, enquanto em nível estadual aumentou, em média Apesar da variação dos postos de 13,34% no mesmo período. A contri- trabalho, a massa de salários pro- buição dos pequenos negócios apre- venientes de todos os estabeleci- sentou aumento. O número de empre- mentos apresentou crescimento ao gos apresentou oscilações, ano após longo do tempo, como mostrado a ano. No município, 30% dos empre- seguir.

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EVOLUÇÃO DA GERAÇÃO DE MASSA SALARIAL Município de Porto Murtinho/MS

Em todas as empresas Nas MPEs Participação Ano R$ por Variação R$ por Variação das MPEs ano Anual ano Anual 2010 2.411.797 190.333 7,89% 2011 2.438.777 1,12% 224.607 18,01% 9,21% 2012 2.745.212 12,57% 244.633 8,92% 8,91% 2013 3.309.728 20,56% 326.129 33,31% 9,85%

Fonte: RAIS/Ministério do Trabalho e Emprego in NIT (Núcleo de Inteligência Territorial)

A contribuição dos pequenos negó- As empresas optantes pelo Sim- cios na massa salarial do município ples Nacional possuem regime tri- vem aumentando nos últimos anos, butário diferenciado, simplificado e passando de 7,89% em 2010 para favorecido. Os benefícios oriundos 9,85% em 2013, mas ainda se man- do Simples Nacional são diversos, tém inferior à média estadual de 21%. com destaque para a redução dos encargos previdenciários, redução O número de empresas optantes da carga tributária e a forma sim- pelo Simples Nacional tem aumen- plificada no recolhimento dos tri- tado consideravelmente, tanto em butos, possibilitando assim maior nível estadual quanto no município competitividade às empresas op- de Porto Murtinho. tantes. 19

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL Município de Porto Murtinho/MS

Porto Murtinho Mato Grosso do Sul Ano Empresas Variação Empresas Variação Anual Anual 2011 470 68.778 37,46% 2012 596 26,81% 89.072 29,51%

2013 691 15,94% 105.710 18,68% 2014 799 15,63% 124.065 17,36%

Fonte: Receita Federal/Ministério da Fazenda in NIT (Núcleo de Inteligência Territorial)

Entre 2011 e 2014, a quantidade de a figura do Microempreendedor Indi- empresas optantes pelo Simples cres- vidual (MEI) que permite a formaliza- ceu 70% no município de Porto Mur- ção da pessoa que trabalha por conta tinho, enquanto a média estadual de própria. Para ser Microempreendedor aumento foi de 80%. Individual, é necessário faturar no má- ximo R$ 60.000,00 por ano e não ter Com o advento da Lei Geral, surgiu participação em outra empresa.

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS Município de Porto Murtinho/MS

Porto Murtinho Mato Grosso do Sul Ano MEIs Variação MEIs Variação Anual Anual 2011 290 27.876 91,04% 2012 401 38,28% 42.906 53,92% 2013 501 24,94% 56.252 31,11% 2014 587 17,17% 69.707 23,92%

Fonte: Receita Federal/Ministério da Fazenda in NIT (Núcleo de Inteligência Territorial)

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Geralmente, os empreendedores que média estadual de 150%. aderiram ao MEI são pessoas que pos- suíam negócios informais, sem nenhum A intensidade com que o município utili- tipo de segurança trabalhista nem direitos za o seu poder de compras a favor dos previdenciários, ou seja, ficavam à mar- pequenos negócios locais e regionais é gem da lei. Entre 2011 e 2014, o aumento considerada baixa, proporcionando pou- da quantidade de registros de MEIs em cas oportunidades aos empresários lo- Porto Murtinho foi de 102%, superior à cais (NIT, 2011).

V. FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A INSTALAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS

A seguir são destacados alguns as- vidade e viabilidade de cultivo, porém pectos relevantes do município que atividades como a pecuária de corte e favorecem a instalação de novos leite, extrativismo do cerrado, silvicultu- empreendimentos. ra, entre outras podem ser analisadas criteriosamente e podem apresentar V.1. ASPECTOS FÍSICOS E capacidade produtiva superior à identi- NATURAIS ficada em outras regiões.

No município de Porto Murtinho são en- A vegetação identificada para a região, contradas solos diversificados, priorita- com dados dos mapas de vegetação ao riamente com três classificações, solos Estado de Mato Grosso do Sul demons- Podzólicos, Latossolos e pequena área tram que a vegetação natural caracte- de terra roxa estrututrada. As caracte- rística de região pantaneira predomina rísticas produtivas representam pouco e a principal atividade recomendada é a potencial para atividades agrícolas em pastagem natural que predominam no grande extensão. Atividades como a território do município. As áreas de ten- soja e milho apresentam pouca atrati- são surgem, principalmente pela exis- 21 tência de Serra de Maracaju em parte a vegetação caracteriza áreas com po- do município. Nas proximidaddes da tencial de inundação na planície do Rio cidade e em demais áreas do município Paraguai.

FIGURA 1. MAPA DE BACIAS E SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL.

Fonte: Imasul No território do município de Porto de MS (2012), três unidades de con- Murtinho há, segundo Diário Oficial servação ambiental.

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UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL Município de Porto Murtinho/MS

Nome Área (ha)

TI Cadiuéu 516.591,7804

PN Serra da Bodoquena 17.278,5111

PMM Cachoeira do Apa 51,9602

Total 533.922,2517

Fonte: Diário Oficial de MS, 28-12-2012

Por dispor de unidades de conserva- 5% do imposto para ser dividido en- ção no seu território, a administração tre os municípios que tenham parte municipal participa do repasse aos de seu território integrando terras in- municípios da arrecadação de ICMS dígenas homologadas e unidades de Ecológico. O ICMS Ecológico é um conservação devidamente inscritas dos critérios de rateio do Imposto no cadastro estadual, ou ainda que Sobre Circulação de Mercadorias e possuam plano de gestão, sistema de Serviços (ICMS) entre os municípios coleta seletiva e de disposição final de do Estado. Estipula um percentual de resíduos sólidos.

V.2. RECOMENDAÇÃO DE EXPLORAÇÃO TERRITORIAL

O Zoneamento Ecológico-Econômi- adequado uso e ocupação do territó- co (ZEE) é um instrumento da Po- rio, compatibilizando, de forma sus- lítica Nacional do Meio Ambiente e tentável, as atividades econômicas, teve como objetivo, na sua Primeira a conservação ambiental e a justa Aproximação, em 2009, “estabele- distribuição dos benefícios sociais”, cer normas técnicas e legais para o com base em dados secundários. Na 23

Segunda Aproximação, em 2015, foi va em toda área, à exploração da ma- feito um “diagnóstico multidisciplinar deira e à produção de grãos. para identificar as vulnerabilidades e as potencialidades específicas ou Segundo o ZEE-MS (2015), o muni- preferenciais de cada uma das áreas, cípio de Porto Murtinho tem ligação ou subespaços do território”. com o polo de Jardim, que é uma cidade regional, considerada Polo A carta de Gestão Estratégica do Ter- de Ligação devido à sua localização ritório do estudo de Zoneamento Eco- ou às instalações disponíveis que se lógico-Econômico (ZEE-MS, 2015) apresentam como nós de articulação contém os seguintes componentes: entre as malhas de transporte e os ei- Áreas produtivas e críticas, Arcos de xos de desenvolvimento. Expansão, Eixos de Desenvolvimento e Polos de Ligação. O ZEE-MS (2009) delimitou Zonas Ecológico-Econômicas, como porções Os Arcos de Expansão são “unidades de território com diversas utilizações flexíveis voltadas à expansão da ca- do solo e potencialidades socioeco- pacidade produtiva para localidades nômicas. As zonas foram delimitadas onde a potencialidade socioeconô- com o objetivo de organizar o uso e mica deva ser desenvolvida de for- a ocupação do solo e o ZEE (2015) ma compatível com a vulnerabilidade aprofundou os estudos geoambientais natural existente e em condições su- e socioeconômicos de cada zona. O portáveis e sustentáveis” (ZEE-MS, município de Porto Murtinho se locali- 2015). O município de Porto Murtinho za na Zona do Chaco, uma zona críti- encontra-se localizado no Arco Gran- ca de conservação, com “aptidão para de Sul de Fronteiras, um território de a manutenção da pecuária extensiva, fronteira que esteve historicamente li- nas mesmas condições apontadas gado à produção de erva-mate e seus para a Zona da Planície Pantaneira, desdobramentos, à pecuária extensi- e potencial do extrativismo vegetal, a

PORTO MURTINHO 24 partir de plantas nativas como o bu- de maio de 1996 – LPI/96 - INPI). O riti e a bocaiuva para a produção de IG é concedido a produtos ou serviços biocombustíveis; quebracho para ex- que são característicos do seu local de tração do tanino; carandá e outras origem, o que lhes atribui reputação, espécies florestais para a exploração valor intrínseco e identidade própria, de madeira, desde que com manejo além de distingui-los em relação aos especial” (ZEE, 2015). seus similares disponíveis no merca- do. São produtos que apresentam uma O município de Porto Murtinho se lo- qualidade única em função de recursos caliza também na Zona da Planície naturais como solo, vegetação, clima e Pantaneira, uma zona crítica de con- saber fazer dos seus moradores. servação, uma zona crítica de conser- vação, onde é recomendado “o rigoro- Há duas classificações so controle de qualquer atividade que de IG, a Indicação de possa impactar negativamente o pul- Procedência (IP) e a De- so de inundação, principal agente de nominação de Origem manutenção das características pan- (DO). A primeira refere-se ao nome ge- taneiras. Também é recomendável ográfico do país, cidade, região ou lo- estudos de longa duração para quan- calidade de seu território, que se tenha tificação do impacto da bovinocultura tornado conhecido como centro de ex- em larga escala espacial sobre as co- tração, produção ou fabricação de de- munidades bióticas de subosques e a terminado produto ou de prestação de elas associadas” (ZEE, 2015). determinado serviço (Lei 9.279/1996 – Art.177). Atualmente o Brasil tem 35 Outra oportunidade territorial confe- IP, como o Mel do Pantanal do Brasil re ao Mel da região do Pantanal que (MS/MT), o Queijo da Serra da Canas- conquistou em 2015 o registro de tra (MG), a Carne do Pampa Gaúcho “Indicação Geográfica - IG” (Lei da (RS) e o Capim Dourado da Região Propriedade Industrial 9.279 de 14 do Jalapão (TO). Já a Denominação 25 de origem designa além da localidade Indicação de Procedência do Mel do (origem), os produtos ou serviços cujas Pantanal do Brasil, desenvolvido para qualidades ou características se de- o produto registrar seu apiário para vam essencialmente ao meio geográfi- obter o georreferenciamento do local co onde se localiza, incluídos aspectos com homologação dos órgãos estadu- naturais (solo, clima, tipografia) e hu- ais, IAGRO, em Mato Grosso do Sul, manos (forma tradicional de produzir) e INDEA, em Mato Grosso. A partir da (Lei 9.279/1996 – Art. 178). O país tem localização exata, o produto passa a ser oito D.O. registradas, como o Vale dos rastreado desde sua produção até o en- Vinhedos (RS), a Própolis Vermelha e vasamento, que deverá ser feito em en- o Extrato de Própolis Vermelha (AL) e trepostos credenciados pelo Conselho o Café da região do Cerrado mineiro das Cooperativas, para garantir a qua- (MG) (INPI, 2015). lidade e integridade do produto apícola pantaneiro produzido com normas de A Indicação de Procedência do Mel do proteção ao ecossistema do Pantanal. Pantanal foi requerida pelo Conselho das Cooperativas, Associações, En- A indicação geográfica registrada no trepostos e Empresas de Afins à Api- INPI para o Mel do Pantanal, surge cultura do Pantanal do Brasil (CON- como fator decisivo para garantir a FENAL). Para a conquista do selo proteção do nome geográfico e, des- nos produtos, os produtores precisam ta forma, obter uma diferenciação cumprir os requisitos de controle pre- deste produto com exclusividade no visto no regulamento de Produção da mercado.

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V.3. INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA

A sede do município de Porto Murti- A infraestrutura de saúde do municí- nho tem acesso rodoviário pela BR pio contava, em 2013, com 5 centros 060, passando pelo município de Si- de saúde e um hospital geral. Há 17 drolândia, acessando pela região de leitos hospitalares disponíveis, sendo Jardim, e posteriormente, pela BR todos do Sistema Único de Saúde – 267 (Jardim a Porto Murtinho). Apre- SUS (BDE/Semac). senta como fator favorável a ligação asfáltica de boa qualidade com as Na área de educação, o município principais regiões de Mato Grosso do conta com uma escola estadual urba- Sul. A sede do município dispõe de na que oferece ensino fundamental, porto fluvial. médio e educação de jovens e adul- tos. As escolas municipais são com- Na área do município de Porto Mur- postas por três Centros de Educação tinho não existem empreendimentos Infantil e quatro escolas municipais geradores de energia elétrica. A dis- urbanas que oferecem ensino funda- tribuição de energia elétrica no mu- mental, uma delas oferece a educa- nicípio de Porto Murtinho é realizada ção infantil e outra oferece educação pela empresa Energisa (Enersul). de jovens e adultos. Tem também um centro municipal de educação espe- Na área de comunicações, o muni- cial infantil. Há uma escola particular, cípio de Porto Murtinho dispõe de 5 que oferece o ensino infantil e funda- prestadoras de banda larga fixa que, mental. em 2014, mantiveram 692 conexões. Nesse ano havia 911 telefones fixos Porto Murtinho tem três agências e 70 telefones públicos. Os muníci- bancárias e 5 postos de atendimen- pes dispõem de duas retransmisso- to bancário (Fenabran, 2015). Existe ras de TV comercial (Ministério das uma agência dos Correios na cidade Comunicações, 2015). (RAIS, 2013). O município dispõe 27 de Agências Estaduais Fazendárias envolvidos no processo de desen- (SEFAZ), IAGRO, AGRAER, do DE- volvimento urbano convirjam, tanto TRAN e Unidade do Corpo de Bom- quanto possível, na direção desses beiros. Não tem agência da Junta objetivos”. Comercial. Beneficiado pelo projeto “MS Cida- Segundo Saboya (2007, p. 39), “Pla- dão-Desenvolvimento Urbano e Re- no Diretor é um documento que sin- gional”, do Governo do Estado de tetiza e torna explícitos os objetivos MS, o município de Porto Murtinho consensuados para o município e es- recebeu apoio para construção do tabelece princípios, diretrizes e nor- seu Plano Diretor, a partir de 2014. O mas a serem utilizadas como base Plano será entregue ao Prefeito para para que as decisões dos atores aprovação na Câmara de Vereadores.

V.4. INFRAESTRUTURA TECNOLÓGICA

Outro elemento de grande impacto nas com a esfera produtiva. condições de competitividade do muni- cípio, por estar relacionado à capacida- Em nível de ensino superior, o municí- de de oferta e atração de mão-de-obra pio de Porto Murtinho dispõe de uma qualificada são as condições de capaci- universidade. Para apoio à extensão tação oferecidas no local, a existência técnica rural, o município possui uma de centros de pesquisa e laboratórios, Agência de Desenvolvimento Agrário e que são diferenciais relevantes, já que Extensão Rural - AGRAER. Existe, no o desenvolvimento de pesquisas, em município, um laboratório de análises geral, possibilita um maior intercâmbio clínicas.

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V.5. POLÍTICAS PÚBLICAS

A Lei Geral estabelece normas ge- teração e encerramento das MPEs; rais relativas ao tratamento diferen- regime unificado de apuração e re- ciado e favorecido a ser dispensado colhimento dos impostos e contribui- aos pequenos negócios, por parte do ções; dispensa no cumprimento de poder público. certas obrigações trabalhistas e pre- videnciárias; preferência nas com- Esta Lei proporciona diversos bene- pras públicas; entre outras. Se a Lei fícios às MPEs, tais como: simplifi- foi implementada no município quer cação no processo de abertura, al- dizer que, de fato, a lei saiu do papel.

NÚMERO DE MUNICÍPIOS COM LEI GERAL IMPLEMENTADA Brasil e Mato Grosso do Sul

Brasil Mato Grosso do Sul Ano Municípios Percentual Municípios Percentual

2012 850 15% 18 23% 2013 1.634 29% 32 41%

2014 2.368 43% 40 51%

2015 2.458 44% 41 52%

Fonte: NIT. Esses dados passaram a ser mensurados a partir de 2012.

Mais da metade dos municípios do aplicação prática das medidas pre- Estado de Mato Grosso do Sul já im- vistas em lei, o município teve a sua plementaram a Lei Geral, percentual Lei Geral Implementada a partir de acima da média nacional. O muni- 2012 proporcionando oportunidades cípio de Porto Murtinho aprovou a a 525 pequenos negócios no municí- sua Lei Geral na Lei Complementar pio, correspondente a mais de 99% nº 31/2010, de 26 de abril de 2010. do total de empresas do município. Considerando alguns critérios de 29

Em Porto Murtinho poderá ser insta- de Porto Murtinho deveria comprar ali- lada a Sala do Empreendedor, dis- mentos dos produtores da agricultura pondo de um espaço para oferecer familiar no valor de R$ 158.298,00. informações aos empresários sobre procedimentos de formalização e fon- O município de Porto Murtinho perten- tes de crédito e auxiliar a abertura de ce ao Consórcio Intermunicipal para o MEIs. O município tem um Agente de Desenvolvimento Integrado das Ba- Desenvolvimento nomeado. cias dos Rios Miranda e Apa (CIDE- MA), junto com outros 13 municípios Dentre os Arranjos Produtivos Locais e ao CONSAD Serra da Bodoquena em atividade no Estado, o município – Consórcio de Segurança Alimentar de Porto Murtinho participa do APL do e Desenvolvimento Local, junto com Turismo Rota Pantanal Bonito, junto outros 7 municípios (OCPF, 2015). com outros 12 municípios e do APL Leite Fronteira Oeste, junto com ou- No ano de 2013 o SEBRAE/MS reali- tros 11 municípios. zou uma pesquisa com o objetivo de valorar a demanda de hortigranjeiros A Lei nº 11.947/09 estabelece que no no município de Porto Murtinho. Foi mínimo 30% dos recursos repassados perguntado às empresas privadas (su- a estados e municípios pelo Governo permercados, mercearias, sacolões, Federal destinados à alimentação es- etc.) e escolas públicas (estaduais e colar sejam empregados na compra municipais), quanto demandavam de de produtos da agricultura familiar. hortigranjeiros e a procedência destes Esta medida oferece mercado aos produtos. produtores da agricultura familiar dos municípios. A demanda de hortigranjeiros do mu- nicípio supera a oferta de produtos Segundo a Secretaria da Agricultura provenientes do município, obrigando Familiar do Ministério do Desenvolvi- a importação de 100% dos produtos mento Agrário, para 2014, o município consumidos de outros municípios.

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Foi realizada uma estimativa do valor população murtinhense para outras total dos hortigranjeiros demandados cidades. no município, a valores de 2014, R$ 76.999,72 que foram integralmente A administração municipal recebeu, comprados de produtores de outros ao longo do ano de 2014, repasses municípios, ocorrendo assim uma do Governo Estadual de mais de 16 transferência significativa de renda da milhões de reais.

REPASSES EFETUADOS PELO GOVERNO ESTADUAL EM 2014 Município de Porto Murtinho/MS

Repasse referente: Janeiro a Dezembro 2014 Total

Controle de FIS Saúde dos municípios 213.048,00 Controle de Repasse de IPVA aos municípios 233.381,15 Controle de Repasse do IPI Exportação aos municípios 169.483,93 Controle de Repasse do FIS aos municípios 260.392,00 Controle de Repasse do ICMS aos municípios 14.373.774,97 Controle de Repasse da CIDE aos municípios 5.903,40

Controle de Repasse Fundersul – Combustíveis 450.299,03

Controle Repasse Fundersul – Prod. Agropecuária 568.341,32

Total 16.274.623,80

Fonte: Governo de MS: http://www.portaldatransparencia.ms.gov.br/Repasse

Durante o ano de 2014 os repas- nistração municipal de Porto Murti- ses recebidos pelo município do nho recebeu em 2014 recursos de Governo Federal totalizaram 21 repasses que superaram os 37 mi- milhões de reais. Portanto, a admi- lhões de reais. 31

V.6. INVESTIMENTOS PÚBLICOS E PRIVADOS

No município de Porto Murtinho, ao rações de crédito do Fundo Consti- longo do ano de 2014, o Banco do tucional do Centro-Oeste - FCO, ru- Brasil realizou a contratação de um ral e empresarial (Banco do Brasil, total de R$ 9.126.802,01 em 46 ope- 2015).

VI. OPORTUNIDADES PARA EMPREENDER NO MUNICÍPIO

A partir das informações coletadas em tados e participantes das oficinas, tais Porto Murtinho através da metodologia como Prefeitura, Sebrae, sindicatos, do Desenvolvimento Econômico Terri- bancos e representantes do meio em- torial - DET e, seguindo a sinalização presarial local, deduz-se que algumas dos diagnósticos e das percepções das atividades apresentam fortes oportuni- lideranças, representantes dos setores dades para implantação e/ou amplia- privado e público do município entrevis- ção no município, quais sejam:

1. AGRONEGÓCIO

• Criação de galinha caipi- ra, e produção de ovos e derivados; • Produção, beneficiamen- to e entreposto de mel; • Produção de frutas e verduras; • Produção de leite e seus derivados; • Produção ou disponibili- zação de peixes prontos para o consumo ou para viagem.

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2. AGRICULTURA FAMILIAR

• Produção de frutas, verduras e hortaliças para atender demanda do PAA e PNAE.

3. COMÉRCIO E SERVIÇOS

• Alternativas de pro- e vitrinismo permanente dutos de recreação e para atendimento aos festas de aniversários; turistas; • Artigos para eventos • Pizzaria e bar noturno socioculturais de porte com diversificação de médio e grande; atendimento e atração • Casas de sucos e cultural; salgados regionais • Restaurantes com a para atendimento aos culinária local; turistas; • Serviços de assistência • Hotéis e pousadas com técnica em internet, TV planos diversificados e e pequenos reparos; integrados com as dife- • Serviços qualificados de rentes alternativas de reparação automotiva; roteiros de turismo; • Sorveteria e lanchonete • Loja de roupas e souve- noturna com produtos nires com diversificação da região.

As informações aqui apresentadas não correspondem a um estudo de viabi- lidade. A decisão de abrir ou expandir um empreendimento deve ser respal- dada por um Plano de Negócios, elaborado pelo empresário, considerando todos os aspectos do negócio e do mercado onde pretende atuar. 33

VII. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O município de Porto Murtinho apresen- A atração aos turistas ainda está muito ta uma das localizações mais estratégi- concentrada no turismo de pescando cas no contexto de oportunidades para município, mas existe um grande es- exportação e de turismo contemplativo, forço para aproveitar as oportunidades de eventos e de pesca do Estado de que estão no turismo de contemplação, Mato Grosso do Sul. A passagem do turismo rural e de eventos. Investimen- Rio Paraguai, a fronteira com o Para- tos serão necessários para organizar guai, as ligações rodoviárias que facili- melhor o setor, principalmente em ho- tam o acesso para Argentina (Bacia do téis, restaurantes, receptivos e de ativi- Rio Prata), Sul do Brasil e Sudeste do dades complementares. Brasil por meio de , co- locam Porto Murtinho em destaque de As unidades de processamento de localização e de oportunidades. produtos principalmente em apoio aos agricultores familiares propriciarão inú- As propostas de investimentos na es- meras oportunidades de agregação de trututra logística para as ferrovias com valor, inclusive para comercialização lo- ligação em Panorama (São Paulo) e cal aos turistas que passam pela locali- neste sentido com Maracaju e o Porto dade. Na cadeia do leite, o laticínio pode de Paranaguá, apresentam sinalização contribuir com esta dinâmica quando promissora, inclusive para o acesso em funcionamento. As atividades de ex- ao Pacífico no contexto de exportação trativismo de frutos da vegetação nativa brasileira. O município é também rota da região pode ser um potencial a ser de turistas que apreciam a pesca e os mais explorado. A bocaiuva, mangaba, eventos de destaque promovidos anu- pequi, jatobá, entre outras espécies po- almente. dem ser objeto de aproveitamento.

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As atividades do agronegócio que es- volvidas por pequenos empresários, tão concentradas na pecuária, mas em empreendedores individuais e agricul- grande parte destinadas para agrega- tores familiares, tornaram-se destaque ção de valor em outros municípios. O nos contatos e levantamento de infor- frigorífico no município é um investi- mações no municipio. Portanto estes mento importante, mas em determina- segmentos apoiados podem ser mais das épocas paralisa suas atividades atrativos pela possibilidade de forneci- pelas dificuldades relativas à matéria- mento para o Exército, para a Prefeitura -prima, logística e baixa agregação de e por consequência, uma maior circula- valor. Diante disso os custos ficam al- ção de recursos no município. tos e a impossibilidade de utilização do gado em pé do Paraguai tem dificultado Considerando a condição geográfica o funcionamento desta indústria. do município, o estudo do Zoneamen- to Ecológico-Econômico do Governo As atividades de contexto cultural e do Estado (2015) recomenda “priorizar eventos, principalmente com o festival programas público-privados, visando de pesca, encontro Only Harley, even- inserir os produtos pantaneiros tradicio- tos do Touro Candil e as atividades nais e os produzidos na própria região, relacionadas ao aniversário da cidade nos mercados nacionais e internacio- apresentam destaque significativo e nais diferenciados, mediante estímulo atraem muitos turistas de eventos. Para aos processos de certificação, de ori- fortalecer este setor, o município ne- gem ambiental e empresarial, de ado- cessita de investimentos e alternativas, ção de sistemas de produção orgânica, pois as atividades noturnas periódicas, e mecanismos de desenvolvimento lim- os hotéis e restaurantes não apresen- po, entre outros, como forma de alavan- tam capacidade suficiente em caso de car alternativas viáveis de revitalização permanente circulação de turista em econômica, sem agressão da vizinha grande quantidade. planície pantaneira”.

As citações em torno de capacitação e Iniciativas no território, alinhadas a esta de especialização de atividades desen- recomendação, estão sendo desenvol- 35 vidas abordando segmentos da econo- te. Agora, o Pantanal é reconhecido mia criativa e turismo, pecuária orgânica pelo mel produzido neste território, os e o registro de indicação de procedência produtores comprovaram a excelen- do Mel do Pantanal. Na área da cultura te reputação do mel produzido na re- e turismo, nove municípios pantaneiros gião, com características próprias de do território atuam em associação para um ambiente natural, e abrem-se no- a implantação do projeto “Rota Cultural vas oportunidades de mercado e valor do Pantanal - Fortalecimento das redes agregado aos produtos obtidos da me- de empreendimentos criativos com ên- liponicultura do Pantanal. fase na Cultura Pantaneira”, visando o aumento da competitividade e sustenta- O município possui potencial para a bilidade da cadeia produtiva da cultura criação de um ambiente favorável ao e turismo, com a execução de ações desenvolvimento dos pequenos negó- ou serviços públicos de interesse co- cios, está com a Lei Geral implemen- mum para o desenvolvimento social, a tada, com Agente de Desenvolvimento preservação socioambiental e para ini- nomeado e espaço para orientação ciativas integradas de geração de tra- aos empreendedores. Com estas ini- balho e renda. São eles: Aquidauana, ciativas atuantes, fomentam além das Bodoquena, Corumbá, , Ladá- empresas de menor porte econômico, rio, Miranda, Porto Murtinho, Rio Verde o desenvolvimento da agricultura fami- de Mato Grosso e Sonora. liar, através de regras que ampliam as oportunidades às licitações e contra- Com o registro de Indicação de Proce- tações de compras públicas. A maior dência (IP) do Mel do Pantanal, con- abertura para as empresas da localida- cedido pelo INPI em 2015, apicultores de nas compras do município faz com de Mato Grosso do Sul podem se be- que o dinheiro gasto pela Prefeitura neficiar. Este é o primeiro registro de fique no próprio município, gerando uma região produtora de mel no Brasil um ciclo virtuoso de desenvolvimento e também a primeira do Centro-Oes- econômico local.

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Lei Geral Implementada promove o desenvolvimento socioeconômico do município fortalecendo as micro e pequenas empresas por meio das compras públicas. 37

O governo e a prefeitura que implementam a Lei Geral 1 garantem aos pequenos negócios locais a facilidade de acesso às compras públicas.

A Microempresa (ME), a Empresa de Pequeno Porte (EPP) e o Microempreendedor Individual (MEI) for- 2 malizados oferecem produtos e serviços com quali- dade e podem se habilitar para fornecer para órgãos públicos.

Um exemplo é a aquisição de uniformes e material de 3 escritório para órgãos públicos.

Acessando novos mercados, a ME, a EPP e o MEI 4 investem no crescimento e melhoria dos negócios e, podem contratar mais empregados.

A geração de novos empregos propicia o consumo 5 local e a distribuição de renda em outros negócios, movimentando a economia.

Com mais espaço no mercado, as empresas vendem e 6 contratam mais e geram maior arrecadação de impos- tos para a Prefeitura Municipal e Governo do Estado.

O dinheiro arrecadado com os impostos volta para o 7 Estado ou para a cidade em forma de investimentos e em melhorias dos serviços públicos.

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ANOTAÇÕES

Acesse o Núcleo de Inteligência Territorial – NIT, in- formações de 5.570 municípios para a consulta de indi- cadores municipais ou territoriais. Acesso pelo endere- ço www.nit.sebrae.com.br. 39

ANOTAÇÕES

Acesse o Núcleo de Inteligência Territorial – NIT, in- formações de 5.570 municípios para a consulta de indi- cadores municipais ou territoriais. Acesso pelo endere- ço www.nit.sebrae.com.br.

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ANOTAÇÕES

Acesse o Núcleo de Inteligência Territorial – NIT, in- formações de 5.570 municípios para a consulta de indi- cadores municipais ou territoriais. Acesso pelo endere- ço www.nit.sebrae.com.br. 41

ANOTAÇÕES

Acesse o Núcleo de Inteligência Territorial – NIT, in- formações de 5.570 municípios para a consulta de indi- cadores municipais ou territoriais. Acesso pelo endere- ço www.nit.sebrae.com.br.

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DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE

Descubra que pequenas mudanças podem trazer lucro para as empresas e sustentabilidade para o planeta. Conheça as Dimensões da Sustentabilidade. Material desenvolvido pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade. Acesse http://sustentabilidade.sebrae.com.br/dimensoes/ 43 44