Instituto de Ensino Superior: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

MEDIAÇÃO E CURADORIA EDUCATIVA: SUBSÍDIOS PARA O ENSINO DA ARTE CONTEMPORÂNEA

Professor orientador da IES: Carla Juliana Galvão Warken Professor PDE: Silvia Flores Penharbel NRE: Apucarana Área/Disciplina: Artes

Uma primeira conversa...

Mediação e Curadoria educativa é o pensamento que envolve estas unidades didáticas, que foram elaboradas para serem utilizadas pelo professor. Têm como objetivo provocar o olhar do professor e do aluno, visando um olhar gerador de discussões,comparações, contribuindo assim para o enriquecimento da sua cultura e também entendimento estético. Promover um olhar mais curioso, atento, sensível, mas crítico é uma necessidade que deve ser atendida nas aulas de arte. Re-aprender a olhar, acrescentando novos saberes, fazendo inter-relações com as práticas sociais e promovendo um diálogo entre a produção do aluno e que o que está acontecendo na sociedade. Segundo Costa, 2008 1: “Olhar crítico é aquele que carrega o desejo de ver mais do que lhe é dado a ver, é ao mesmo tempo movimento interno em busca de sentido e reflexão incluindo a atenção e a sensibilidade. Olhar crítico desconfia, re-elabora, re-configura”.

Pensando nisto é que, a arte contemporânea foi escolhida para compor estas unidades didáticas; por acreditar que ela pode proporcionar ao aluno situações diversificadas e causar o

1 http://www.unesp.br/aci/debate/carvalho_costa.php estranhamento capaz de levá-lo a refletir sobre a arte, sobre o mundo em que vive e também sobre o seu papel no mundo.

Trabalhar com a arte contemporânea é promover também um contato mais direto com a realidade, mais próximo do tempo e do espaço dos alunos. Produções artísticas contemporâneas abrangem a percepção das relações de espaço, tempo, materiais, corpo da obra que muitas vezes envolve o corpo dos expectadores.

Agnaldo Farias diz que

“o que mais interessa na arte é exatamente o que de incerteza, de estranhamento ela pode nos oferecer [...]. Na verdade a arte contemporânea convida as pessoas e as rechaça, porque elas pensam que se trata de uma relação amigável, enquanto ela definitivamente não é... 2’’

Se o convite é para pensar sobre arte contemporânea, seja através da reflexão, da percepção e até mesmo pela via do estranhamento, não é hora de fugir, e sim de se colocar à frente desse novo, que de uma maneira ou outra nos interpela, mexe com a nossa curiosidade, nossa afetividade e algumas vezes nos incomoda.

2 (apud, FARIAS, Agnaldo. Trecho da palestra proferida na abertura do V Encontro Técnico dos Pólos da Rede Arte na Escola, na Universidade de Caxias do Sul (UCS) em 28.04.97. É importante que se tenha uma clara compreensão do papel - professor mediador, atuante, agindo com sua curadoria educativa, para que - possa elaborar maneiras de estimular os alunos a terem - desejo de iniciar uma sucessão de investigações, descobertas e também de coragem para tomar iniciativas de inventar e experimentar o desconhecido. Ao abordar o papel do educador, Regina Machado (2003) considera que:

[...] requer também a curiosidade viva do professor, para que ele possa aventurar-se, para não correr o risco de trazer propostas reducionistas, apresentadas como tarefas monótonas a cumprir, ou discussões maçantes, supostamente críticas, sobre a diversidade ou identidade cultural. É preciso um eixo aglutinador que abarque o sentido maior da experiência de apreciar 3.

As propostas conditas nestas unidades foram pensadas para ampliar e estimular a percepção, a interpretação e a análise crítica das obras contemporâneas, sem a pretensão de se impor como um roteiro a ser seguido pelo professor, mas como um material de apoio de caráter sugestivo. A partir dele o professor pode elaborar seus próprios projetos de ensino, adequados ao contexto local onde ensina.

3 Disponível em: http://www.sescsp.com.br/sesc/hotsites/arte/text_4a.htm#regina O material está organizado da seguinte maneira: • Cartas - têm o objetivo de inspirar o professor à criação de novos percursos educativos a trilhar com seus alunos; manuseando as cartas o professor pode escolher sua porta de entrada, dentre as muitas possíveis, para dar início à aula, integrando suas próprias idéias às que estão aqui colocadas.

• Uma questão chave : perguntas para estimular o aluno a participar das discussões que farão parte da aula.

• Vendo: indicação de um vídeo ou imagem relacionado ao artista e sua obra.

• Entendendo melhor : proposta de leitura de imagem para conhecer o trabalho do artista.

• Uma frase: inicia uma conversa sobre a técnica ou informações adicionais do trabalho do artista.

• Outros saberes e contextos: conteúdos estruturantes a serem abordados.

• Quem é o artista? Informações biográficas que podem ajudar a compreender o processo de criação do artista.

• Expedições: possíveis diálogos que podem ser estabelecidos com outras áreas. • Poética: informações sobre a poética do artista.

• Tem mais gente que faz? Oportunidade de conhecer outros artistas que trabalham com a mesma linguagem; mas que utilizam – uma poética diferente em sua criação.

• Algumas reflexões: questões sugeridas para o professor instigar o aluno a pesquisa, a crítica e ao pensamento sobre a criação artística.

• Possibilidades e trabalho: propostas de trabalhos para a criação artística dos alunos.

• Bibliografia: livros, textos, sites consultados e /ou recomendados para aprofundamento.

Reinventando... Vendo... Entendendo melhor... • O que você faria • Leitura da obra. se tivesse mais • Uma instalação de Carmela de 1000 metros Gross... deste papel?

Outros saberes e Quem é a artista? contextos...

• Informações • História da • O que é biográficas uma instalação? Arte. sobre a artista • O homem no mundo.

Expedições... Poética... Tem mais gente que • Geografia: faz? • Surpresa Espaço Físico • Estranhamento • Guto Lacaz • Português: • Cotidiano • Yumi Kori.

• Poesias

• Músicas

Conteúdos Algumas Possibilidades de • Elementos Formais: Reflexões... trabalho... Forma, superfície, cor e luz.

• Propostas para • Composição: • Relação entre Tridimensional criação a arte e da artística do • Técnica: Instalação ciência aluno • Movimentos e

Períodos: Arte Contemporânea no Brasil.

Reiventando...

Pergunta Provocativa

.O que você faria se tivesse mais de 1000 metros deste papel?

Professor, esta pergunta surge com a intenção de despertar a curiosidade do aluno para a aula. Envolva seus alunos numa conversa onde todos possam apresentar suas respostas, você pode provocá-los ainda mais, mostrando um pedaço de papel Kraf .

Vendo.. .

Este é um momento propício para apresentar aos alunos o Vídeo 1 (em anexo) Uma instalação de Carmela Gross 4.

Professor, este vídeo poderá ser apresentado por etapas aos alunos, pois ele é dividido em três partes. Tudo irá depender da sua intenção para a aula e do tempo que você possui.

4 Fonte: DVD – Arte na Escola – Fonte: DVDTECA – UEL – Londrina – Pr.

Entendendo melhor.. .

Leitura da obra – Uma instalação de Carmela Gross - vídeo

Professor, esta leitura poderá fazer parte do portfólio do aluno.

O que você percebeu no trabalho desta artista?

Como a artista construiu este trabalho?Que materiais ela utilizou? A artista trabalhou com cores? Ou com diferentes tonalidades? A luz neste trabalho teve uma importância fundamental? Como você percebe a presença da luz (solar ou artificial)? Ela faz você pensar em alguma coisa?O que a artista fala sobre a luz neste vídeo? O trabalho deu mais destaque para as formas ou linhas? Quais formas são mais percebidas? Geométricas? Orgânicas?

Existem texturas visuais nesta obra? Despertou sensações? (lisa, áspera, macia, rugosa, quebradiça, fofa...)

Esta obra trabalha com espaço. Como ele ficou depois da intervenção da artista? Maior? Menor? Tranqüilo, agitado?

A artista trabalha com um espaço que vai ficando cada vez mais intimista, porque ela vai se isolando dentro dele, longe do mundo, ou seja, criando um espaço cada vez mais íntimo. Como você faz para se isolar? Você tem um espaço que é só seu? Quarto? Um lugar que você gosta de ir? Como é este espaço?

Com este trabalho a artista faz você refletir sobre algo? Na sociedade? Sobre o mundo? Sobre o ser humano?

Quando a artista veda tudo, ela diz que não reconhece as coisas do próprio atelier. Por quê?

Você poderia relacionar esta instalação com alguma coisa que você já viu? Leu? Imagens, músicas, filmes? Lembranças? O que você poderia acrescentar?

O que é uma instalação?

Uma instalação - trabalha com o espaço, com um lugar, com tempo, com materiais diferentes daqueles que os artistas tradicionalmente - utilizam para pintar ou desenhar.

O artista escolhe um espaço que é pensando como um material, pois ele faz parte do seu trabalho. Um espaço que pode ser construído ou apropriado. Pode ser uma sala, um lugar ao ar livre, uma sala de museu, um prédio. Muitas vezes o artista já trabalha com espaços existentes.

Quando se pensa em instalação o que vem à mente é algo tridimensional, pois nos leva a pensar em escultura, objetos tridimensionais, mas difere deles, porque existem alguns elementos a mais, como o corpo do expectador que vai adentrar na instalação, criando um diálogo entre: sujeito/objeto/ espaço/tempo/artista.

Quando o artista propõe uma instalação ele quer chamar a atenção para algo, para pensar questões ligadas ao espaço que ele transformou ou temas ligados à sociedade, ao homem e seu lugar no mundo.

Outros saberes e contextos.. .

• Fazer uma ligação com a instalação e a Arte Contemporânea, ressaltando a mudança dos suportes e também dos materiais com os quais artistas contemporâneos trabalham. • Sociedade contemporânea, o papel do homem no mundo. Qual o espaço e o tempo que ele tem para refletir?

Conteúdos a serem abordados:

Elementos Formais: Forma, superfície, cor e luz.

Composição: Tridimensional

Técnica: Instalação

Movimentos e Períodos: Arte Contemporânea no Brasil;

Abordagem Pedagógica: Trabalhos com artes visuais nas diferentes culturas e mídias.

Expectativas de Aprendizagem: Produção de trabalhos de artes visuais visando a atuação do sujeito em sua realidade singular e social.

Quem é esta artista?

Maria do Carmo Gross Nitsche (São Paulo, SP 1946). Artista multimídia inicia sua formação freqüentando o curso de artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, em São Paulo, entre 1965 e 1969. No ano de 1967, apresenta a obra Nuvens , com imagens esquemáticas, em madeira, que remetem ao universo das histórias em quadrinhos e ao desenho infantil. A partir de 1970, atua em linguagens diversificadas, como: desenho, litografia, xerox e videoarte, sempre desenvolvendo experiências de transposição entre mídias.

A partir de 1972, inicia como professora na Faculdade de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP. Nesta fase, o desenho é bases para obras - da série: Cartões Familiares (1975) e Carimbos (1977-1978). No decorrer da década de 1980, suas obras desenvolvem-se entre a pintura e o desenho, e entre a pintura e o objeto, passando a explorar espaços arquitetônicos. Nesta mesma época, recebe bolsa para pesquisar no European Ceramics Work Centre, na Holanda, onde elabora o conjunto de cerâmica intitulado Facas, posteriormente apresentado no e em São Paulo.

A artista, sempre quer atualizar e re-significar o olhar sobre as coisas do mundo. Ela trabalha para colocar-se no real e usa seu trabalho como transmissor de sensibilidade, o qual apresenta alguns pensamentos sobre os meios visuais propostos pelo teor conceitual e processual.

Expedições.. .

ARTE e ARTE e

Português: Geografia: Espaço Poesias

Físico Músicas

Depois da exploração do vídeo e da leitura da obra, faça ligações destes assuntos com outras áreas ou linguagens, partindo de questões de como são desenvolvidas nestas outras áreas ou linguagens estes mesmos assuntos tratados pela artista.

Poética.. .

A poética tem ligação com processo de criação do artista. Formada por um conjunto de temas, idéias, informações, conceitos ou assuntos elaborados. São conjuntos assim que nutrem a produção do artista.

Como exemplo – a poética da artista Carmela Gross, permeia em um campo onde causa no expectador o estranhamento, a surpresa. Percebe-se isto ao observar o trabalho chamado – Presunto, imagem1 (em anexo) , da década de 1960. Obra que desperta elementos de surpresa, estranhamento, mas quando olhado e estudado atentamente nos faz refletir sobre os políticos desaparecidos da década de 60 (ditadura militar). Sem dúvida suas obras fazem pontes com o mundo; trabalhando sempre o presente o aqui e o agora .

Obra:

Presunto , Carmela Gross

Fonte: http://www.carmelagross.com.br/portu/comercio2.asp?flg_Lingua=1&flg_Tipo=3#4

Tem mais gente que faz?

Outros artistas contemporâneos, como Guto Lacaz, também são conhecidos como artistas multimídias, porque trabalham com várias linguagens – objetos, esculturas, instalação, fotografia, performances.

Lacaz é um artista que desde sua juventude se interessa e se encanta com objetos, sempre compra aqueles, que gosta, mesmo sem saber como e quando irá utilizá-lo. Mas chegado o momento, o artista cria seus objetos com seriedade, apesar do tom lúdico que dá as suas obras. Professor, neste momento seria interessante mostrar aos alunos o vídeo 2 (em anexo) As máquinas de Guto Lacaz 5.

Este vídeo traz uma instalação do artista intitulada - Auditório para questões delicadas . Uma instalação que quer despertar no expectador a importância e o comprometimento do diálogo, sobretudo das questões relativas aos direitos humanos.

Após assistirem ao vídeo, será um bom momento para comparar a obra de Guto Lacaz e da artista Carmela Gross. Um que constrói a instalação ao ar livre; outra que constrói em seu atelier, que é mais intimista.

Ao fazer estas colocações, você professor, poderá instigar seus alunos sobre o processo de criação de cada artista. Como que cada um desenvolveu seu projeto, tocar na questão da poética, acentuando quais foram os temas, informações, contextos trabalhados nestas obras. Imaginar com eles todo o processo, o projeto, os estudos anteriores que ambos fizeram até chegar à construção da instalação imagem 2 (em anexo), a partir da questão central. C omo os artistas pesquisam?

5 Fonte: DVD – Arte na Escola – Fonte: DVDTECA – UEL – Londrina – Pr.

Conhecendo mais o artista Guto Lacaz. http://www.gutolacaz.com.br/videos/eletro_esfero.html http://www.cibercultura.org.br/tikiwiki/tiki-index.php?page=Guto%20Lacaz http://penta.ufrgs.br/edu/cbiazus/lacaz.htm

Obra:Auditório para questões delicadas , Guto lacaz

Fonte: http://www.gutolacaz.com.br/artes/fotos/instalacoes/cadeiras/cadeiras7.jpg

Tem mais gente que faz?

Outra instalação escolhida - imagem 3 (em anexo) - foi a chamada Sons e luzes , de uma artista e também arquiteta chamada Yumi Kori, que atua no Japão e em Nova York.

A artista realiza instalações artísticas com luzes e sons, sempre fazendo intervenções no espaço como se pode ver na imagem a seguir, a obra é constituída de muitas bexigas transparentes, que dão a impressão de estarem flutuando no espaço. A artista utiliza espelhos, colocados de maneira estratégica para transmitir uma visão de infinitude ao trabalho. Nesta instalação a artista procura dar ao observador uma experiência perceptiva, pois existe uma junção do som e luz, que gera para o expectador experiências sensoriais. O trabalho com luz têm sido um dos principais objetos de pesquisa no cenário da arte contemporânea mundial, estabelecendo uma relação de parceria entre arte e ciência.

Conhecendo mais Yumi Kori http://www.studio-myu.com/art/index_02_e.html http://www.fjsp.org.br/agenda/06_09_yumi.htm http://www.revistarte.com.br/site-numero-07/trabalhos/3.htm

Obra: Green balloon, Yumi Kori

Fonte: http://www.fjsp.org.br/agenda/06_09_yumi.htm

Algumas Reflexões.. .

Aproveite o momento para mostrar para os alunos outras formas de produzir trabalhos artísticos – através da relação entre a arte e da ciência. Momento propício para apresentar outros trabalhos dos artistas escolhidos nas imagens 4 (em anexo).

Possibilidades de trabalho.. .

Como proposta de trabalho, um caminho a ser seguido, dentre os inúmeros possíveis, é pedir para o aluno registrar em seu portfólio, repostas para algumas questões ou idéias.

-O que você aprendeu hoje?

- Se você fosse fazer uma instalação ao ar livre ou em um ambiente fechado, utilizando como peça chave do seu projeto a percepção sensorial . Como você iria montar sua instalação? Que tipo de materiais você utilizaria? Com sons? Luzes? Cores? Sabores?

Bibliografia

Livros:

ARCHER, Michael. Arte contemporânea . 1ed. São Paulo. Martins Fontes, 2007.

HOLM, Marie Anne. Fazer e pensar arte. 1. Ed. São Paulo: Man, 2005.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte e Artes para a Educação Básica, 2006. Disponível em < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br > Acesso em: outubro e novembro de 2008.

Materiais Didáticos:

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA. Arte BR . São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2003.

Pinacoteca do Estado de São Paulo, Organização Social de Cultura; Material de apoio ao professor. Exposição Beatriz Milhazes . São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2008.

XXIV Bienal de São Paulo. Núcleo Educação – Fundação Bienal . Percurso Educativo para Conhecer Arte (Material de apoio educativo para o trabalho do professor com Arte) .

Vídeos:

AS MÁQUINAS DE GUTO LACAZ. Maria Ester Rabello. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão,2000. 23’. Série, O mundo da arte.

UMA INSTALAÇÃO DE CARMELA GROSS. Sara Yakhni.São Paulo:Rede SescSenac de Televisão,2001. 20’. Série, O mundo da arte.

Sites: Acessados em outubro e novembro de 2008.

BARROS, Anna./ Luz da Luz ./Disponível em:< http://www.revistarte.com.br/site-numero-07/trabalhos/3.htm>>. Acesso em: 29 novembro 2008.

COSTA, Maria./ Arteeeducação ./Disponívelem:< http://www.unesp.br/aci/debate/carvalho_costa.php >>. Acesso em: 21novembro 2008.

GROSS, Carmela./ CarmelaGross./ Disponívelem:. Acesso em: 26novembro 2008.

Desenha com Areia? Vendo... Poeira? Macarrão? Entendendo melhor... • Ilusões • Estimulando a Fotográficas de • Leitura da obra curiosidade.

Outros saberes e Quem é o artista? Fotografia como contextos... arte... • Informações • Ligação com a biográficas sobre • Linguagem fotografia na Arte a artista utilizada pelo Contemporânea artista.

Expedições... Poética... Tem mais gente que • Biologia faz? • Integrar o público • Ecologia • Sociologia com a arte e • Fotógrafo Diversidades aproximar as Sebastião culturais e sociais relações do artista com a Salgado. sociedade

Conteúdos Algumas Reflexões... Possibilidades de • Elementos Formais: trabalho... forma, textura, • Diferenças entre as superfície, luz • Propostas para • Composição: fotografias de Vik criação artística Bidimensional: figura Muniz e as do do aluno e fundo; ritmo visual fotógrafo Sebastião • Técnica: Fotografia Salgado. • Movimentos e

Períodos: Arte

Contemporânea

Desenha com Areia? Poeira? Macarrão ?

Estimular a curiosidade dos alunos dando algumas dicas sobre o artista que usa areia; arame; poeira e até chocolate para criar suas obras. - Alguém já viu uma obra artística composta por chocolate? - Poeira? - Macarrão? Nuvens? Os trabalhos do artista que vamos conhecer são assim, curiosos. Este artista utiliza materiais inusitados para desenhar e pintar, depois fotografa, aí então destrói. O que ele apresenta ao público é o resultado realizado através da fotografia.

Vendo.. .

Professor, após estimular os alunos com o diálogo será o melhor momento para apresentar a eles o vídeo 3 (em anexo ) Ilusões Fotográficas de Vik Muniz 6.

6 Fonte: DVD – Arte na Escola – Fonte: DVDTECA – UEL – Londrina – Pr.

Entendendo melhor.. .

ObraNarciso , Caravaggio Fonte: http://www.artenaescola.org.br/premio/imagens/obra.jpg

Entendendo melhor.. .

Leitura da obra - imagem 5 ( em anexo)

Professor, esta leitura poderá fazer parte do portfólio do aluno. O que você vê nesta imagem? Há algo diferente nela? Há apenas uma figura principal ou várias? Como está posicionada? Existem sentimentos expressos no rosto da figura? Existem texturas visuais nesta obra? Despertou sensações? (lisa, áspera, macia, rugosa, quebradiça, fofa) Há algumas formas que se repetem na obra? Quais você pode identificar? Observe as cores: Quais o artista mais utilizou? A luz neste trabalho teve importância fundamental? Como você percebe a presença da luz (solar ou artificial)? Onde se encontram as áreas mais claras? E as mais escuras? Há contrastes entre luz e sombra ou há nuances entre elas? Como é tratado o fundo da obra? Existem alguns materiais que você pode identificar? Quais? Cite alguns que você achou mais interessante. O trabalho deu mais destaque para as formas ou linhas? Quais formas são mais percebidas? Geométricas ou orgânicas? Percebe-se que o artista utiliza alguns materiais diferentes como restos de brinquedos, latas de cerveja, pneus, peças eletrônicas, porcas, fios elétricos, todos expostos em um fundo de argamassa. Este trabalho foi realizado num extenso solo, isto marca a escala de grandeza das obras do artista. Outra coisa interessante sobre o artista é seu interesse pela fotografia: "Em certo momento a fotografia me interessou tanto que passei a fazer objetos exclusivamente para que fossem fotografados", afirma o artista, que também aponta seu gosto pelo "ilusionismo que pode ser desvendado". Você achou interessante o fato do artista construir o trabalho e depois fotografá-lo? O que faz você pensar sobre fotografia? Ela pode ser considerada arte? Qual a diferença entre a fotografia de Vik Muniz e as fotografias que tiramos em casa com o celular ou uma máquina comum? Com este trabalho o artista faz você refletir sobre algo? Na sociedade? Sobre o mundo? Sobre o ser humano? É possível associar esta imagem a outras imagens, outros fatos, filmes, memória familiar? Quais? Por quê? Professor, após os alunos responderem as questões você poderá discutir e comparar a fotografia que Vik tirou da pintura que fez a partir da obra de Caravaggio (1571-1610), artista italiano que se utilizava da luz e sombra para criar. Faça uma análise com eles comparando as duas obras- imagem 6 (em anexo), suscitando algumas questões básicas como: - Quais as semelhanças e/ ou diferenças entre as duas imagens? - Vik Muniz se utilizou da fotografia para chegar à pintura. O que você achou mais interessante na idéia do artista?

Obra:Narciso , Vik Muniz Obra:Narciso , Caravaggio Fonte: http://www.artenaescola.org.br/premio/imagens/obra.jpg Fonte: http://historiadaarteiv.blogspot.com/2008/06/caravaggio_8785.html

Fotografia como arte...

A fotografia desde sua criação por volta de 1826, sempre trouxe discussões sobre seu valor artístico. Até hoje lemos e ouvimos discussões a esse respeito. Sabe-se que além do uso da fotografia como registro científico ou documental, diversos movimentos de arte moderna e contemporânea a utilizaram como obras de arte. Seu uso como criação artística é determinado pelo fotógrafo, que decide qual será sua abordagem, sua composição, a imagem que irá capturar e é ele quem determina as características que sua imagem terá desde o momento da captura; revelação até o momento da exposição.

Segundo Arlindo Machado, Toda fotografia é sempre um retângulo que recorta o visível. O primeiro papel da fotografia é selecionar e destacar um campo significante limitá-lo pelas bordas do quadro, isolá-lo da zona circunvizinha que é sua continuidade censurada. O quadro da câmera é uma espécie de tesoura que recorta aquilo que deve ser valorizado, que separa o que é importante para os interesses da enunciação do que é acessório, que estabelece logo de início ou uma primeira organização das coisas visíveis 7.

Para Dubois, Com a fotografia, não nos é mais possível pensar a imagem fora do ato que a faz ser. A foto não é apenas uma imagem, [...] é também, em primeiro lugar, um verdadeiro ato icônico, uma imagem, se quisermos, mas em um trabalho, algo que não se pode conceber fora de suas circunstâncias, [...] uma imagem- ato, estando compreendido que esse ‘ato’ não se limita trivialmente ao gesto da produção propriamente dita da imagem, [...] mas inclui também o ato de sua recepção e de sua contemplação.

7 Fonte: material educativo da XXIV Bienal de São Paulo

Outros Saberes e Contextos...

• Fazer uma ligação com a fotografia na Arte Contemporânea, ressaltando a importância da fotografia nos trabalhos de artistas contemporâneos.

• Professor, para ajudar o aluno a entender melhor essa ligação da arte com a fotografia, apresente a eles o vídeo 4 (em anexo) Fotografia o exercício do olhar 8.

8 Fonte: DVD – Arte na Escola – Fonte: DVDTECA – UEL – Londrina – Pr.

Conteúdos a serem abordados:

Elementos Formais: forma, textura, superfície, luz Composição: Bidimensional: figura e fundo; ritmo visual Técnica: Fotografia Movimentos e Períodos: Arte Contemporânea Abordagem Pedagógica: Trabalhos com artes visuais nas diferentes culturas e mídias. Expectativas de Aprendizagem: Produção de trabalhos de artes visuais visando a atuação do sujeito em sua realidade singular e social.

Quem é este artista?

Vik Muniz é um artista brasileiro que atualmente tem residência no Brasil e Nova York. Formou-se em publicidade, atua como fotógrafo, desenhista, pintor e gravador. Desde a década de 1980 tem uma série de trabalhos nas quais busca provocar os sentidos do observador, fazendo uso de técnicas diversas. Utiliza em suas obras materiais diferenciados, como açúcar, chocolate líquido, poeira. Suas obras assumem formas variadas e surpreendentes que são posteriormente fotografadas e ampliadas. O artista sempre traz para seus trabalhos uma revisão constante da história da arte. Muniz toma como referência imagética obras de importantes artistas de diferentes épocas, de Caravaggio e Claude Monet a Gerhard Richter e Andy Warhol, entre outros. Com suas obras tão instigantes, Vik Muniz foi o primeiro artista brasileiro a ganhar exposição individual no Whitney Museum of American Art, uma instituição que privilegia apenas artistas contemporâneos nascidos nos Estados Unidos

Expedições.. .

ARTE E ARTE E Sociologia Biologia Ecologia Diversidades culturais e sociais

Depois da exploração do vídeo e da leitura da obra, procure estabelecer religações com outras áreas ou linguagens, partindo de questões sobre como são tratados nestas outras áreas ou linguagens estes mesmos assuntos.

Poética.. .

A poética tem a ver com o processo de criação do artista. Formada por um conjunto de temas, idéias, informações, conceitos ou assuntos elaborados. São conjuntos assim que nutrem a produção do artista.

Como exemplo – a poética do artista Vik Muniz, permeia um campo instigante, causando no expectador, surpresa e o encantamento. Percebe-se isso observando a execução do gigantesco painel instalado no novo edifício do Centro Empresarial Itaú, em São Paulo. Este mural reinterpreta um dos trabalhos do artista, feito em chocolate, que apresenta uma foto de uma multidão em Nova York.

Para a montagem deste painel foram utilizadas cerca de 430 mil unidades de Vidrotil, para formar o grande mosaico. Este é um trabalho que faz parte da poética do artista que tem como um dos objetivos integrar o público com a arte e aproximar as relações do artista com a sociedade. Professor, para explorar mais a questão da arte pública, você pode apresentar o vídeo 5 (em anexo) Ilusões Fotográficas de Vik Muniz 9, que possui os registros da produção do artista e as etapas da criação deste painel. Para saber mais sobre o painel imagem 7 (em anexo), clique em: http://www.arcoweb.com.br/empresas/vidrotil/boletim6.asp

Obra: Painel no Centro Empresarial Itaúsa , São Paulo-SP Fonte: http://www.arcoweb.com.br/empresas/vidrotil/boletim6.asp

9 Fonte: DVD – Arte na Escola – Fonte: DVDTECA – UEL – Londrina – Pr.

Tem mais gente que faz?

Sebastião Salgado é formado em Economia - mas trocou sua formação pela fotografia após uma viagem que fez à África. É um fotógrafo muito conhecido pelos trabalhos que registram histórias marcadas , muitas vezes pela denúncia social. Sebastião diz 10 : Eu acho que uma discussão mais ampla tem de ser realizada, a propósito da cidadania, da ética, da repartição das riquezas no mundo, da desintegração das comunidades humanas. [...] Eu tenho uma esperança, pequena, de que estas fotos possam ajudar. Eu tinha que fazer meu esforço. [...] Há quase 30 anos eu sou fotógrafo, eu sinto uma responsabilidade, que meu trabalho tem que servir para alguma coisa.

10 Fonte: http://www.artenaescola.org.br/dvdteca/pdf/arq_pdf_48.pdf

Em suas viagens pelo mundo destaca-se a de 1993 a 1999, onde ele se concentrou em um problema social de desalojamento em massa de pessoas. As fotografias, produzidas durante esta viajem, resultaram em uma série chamada Êxodos e Retratos de Crianças do Êxodo, publicados em 2000 e divulgada internacionalmente. Na introdução de Êxodos , escreveu: [... Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reações das pessoas são semelhantes. Pessoas fogem das guerras para escapar da morte, migram para melhorar sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras, adaptam-se a situações extremas…].

Sebastião Salgado é um fotógrafo conhecido, ganhou vários prêmios. Atualmente mantém uma agência de notícias – site:chamado “Amazonas Images" http://amazonasimages.com/aboutsalg_pg.html - que representa o fotógrafo e seus trabalhos.

Professor apresente aos alunos o vídeo 6, (em anexo), documentário Sebastião Salgado: cidadão do mundo, que trata sobre o trabalho fotógrafo Sebastião Salgado.

Conhecendo mais o fotógrafo Sebastião Salgado:

Observe com os alunos a fotografia de Sebastião Salgado imagem 8 (em anexo) Etiópia, que faz parte da série Êxodos.

Etiópia , Sebastião Salgado Fonte: http://site.pirelli.14bits.com.br/autores/15/obra/49

Algumas Reflexões.. .

Estabelecer as diferenças entre as fotografias de Vik Muniz e as do fotógrafo Sebastião Salgado. Pedir aos alunos para fazerem pesquisa na internet, vendo vídeos e imagens para investigarem mais sobre os dois fotógrafos. Sites para navegação: http://www.itaucultural.org.br/fotografia/01.html http://www.amazonasimages.com/menu_pg.html

Possibilidades de trabalho.. .

Como proposta de trabalho, um caminho a ser seguido, dentre os inúmeros possíveis, é pedir para o aluno registrar em seu portfólio, repostas para algumas questões ou idéias.

- O que você aprendeu hoje?

- Pense em materiais diversos que você poderia utilizar para criar um desenho e depois fotografá-los. Quais seriam? Onde faria este desenho? Na terra? Na água? Em um prato?

- E a fotografia? Seria colorida ou em preto e branco?

Bibliografia

Livros:

ARCHER, Michael. Arte Contemporânea . 1ed. São Paulo. Martins Fontes, 2007. HOLM, Marie Anne. Fazer e pensar arte. 1. Ed. São Paulo: Man, 2005. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte e Artes para a Educação Básica, 2006. Disponível em < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br > Acesso em: outubro e novembro de 2008.

Materiais Didáticos:

CASTRO, Maria Lívia; ANDRADE Paulo . A APRECIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA OBRA DE ARTE NO ENSINO DE ARTE. Ensino de Arte na Contemporaneidade, desafio para cultura e para educação. Módulo 10. Minas Gerais.DUO,2008. INSTITUTO ARTE NA ESCOLA. Arte BR . São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2003. Pinacoteca do Estado de São Paulo, Organização Social de Cultura; Material de apoio ao professor . Exposição Beatriz Milhazes. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2008. XXIV Bienal de São Paulo. Núcleo Educação – Fundação Bienal . Percurso Educativo para Conhecer Arte (Material de apoio educativo para o trabalho do professor com Arte) .

Vídeos:

ILUSÕES FOTOGRÁFICAS DE VIK MUNIZ. Cacá Vilcalvi. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão,2002. 23’. Série, O mundo da arte. FOTOGRAFIA: o exercício do olhar. Tânia Celidônio. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão,1997. 55’. Série, Documentário. SEBASTIÃO SALGADO: cidadão do mundo. Aline Sasahara. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão, 2000. 50’. Série, Documentário.

Sites: (acessados em outubro novembro de 2008) http://amazonasimages.com/aboutsalg_pg.html http://historiadaarteiv.blogspot.com/2008/06/caravaggio_8785.html http://www.arcoweb.com.br/empresas/vidrotil/boletim6/painel_itau.jpg http://www.artenaescola.org.br/dvdteca/pdf/arq_pdf_9.pdf http://www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem.f5ba9697e0d5016a34aae2a5c19714a0 /?vgnextoid=0ae78fd602814110VgnVCM1000004c03c80aRCRD http://www.itaucultural.org.br/fotografia/abertura.html

Essa música... essas Vendo... Entendendo melhor... Conteúdos cores... tem algo a • Elementos Formais: forma, ver? • Leitura da obra textura, superfície, cor, luz • A • Estimulando a Profusã • Composição: Figura e curiosidade. o de Cores de fundo; justaposição;

Beatriz sobreposição; Figurativo; Milhazes Abstrato; Semelhanças; Contrastes; Ritmo Visual

• Mov imentos e Períodos: Arte Contemporânea Brasileira

• Além da Outros saberes e Quem é Beatriz Algumas Pintura contextos... Milhazes? Reflexões... surgem

colagens • Abstracionismo • Informações • Pintura de ... biográficas Beatriz sobre a artista Milhazes e Sandra Cinto

Expedições... Poética... Possibilidades de Tem mais gente que trabalho... • Sociologia faz? • Mantém um Cultura Brasileira • Propostas Escolas de samba elo com interesses da • Artista: Sandra para criação • Músicas vida Cinto artística do aluno Carnavalescas

Essa música ... Essas cores.. . tem algo a ver?

Proporcionar aos alunos um exercício de comparação a partir de um vídeo 7 (em anexo no DVD) que relaciona - imagens da obra da artista Beatriz Milhazes, com a trilha sonora “batidas de escola de samba”.

Após a apresentação, lance perguntas como:

- Vocês perceberam alguma relação das imagens com a música?

-O que elas têm em comum?

Vendo.. .

Professor, após estimular os alunos com a apresentação será o melhor momento para apresentar a eles o vídeo 8 (em anexo). A Profusão de Cores de Beatriz Milhazes 11

11 Material produzido pela REDE SESC TV (2000)

Entendendo melhor.. .

Sampa , Beatriz Milhazes

Fonte: http://dasartesplasticas.blogspot.com

Entend endo melhor.. .

Leitura da obra – imagem 09 (em anexo)

Professor, esta leitura poderá fazer parte do portfólio do aluno

Fale sobre o que você está vendo nesta imagem.

- Como são as formas que você percebe? Tem alguma forma que a artista repete? Qual?

-Algumas destas formas que a artista repete parecem estar mais próximas de nós em comparação as demais? Quais?

- Se você sente esta sensação de proximidade de algumas formas, como você acha que a artista conseguiu produzir isto?

- Sobre as cores, quais você mais percebe? Existe repetição de algumas delas? Quais? Alguma cor dá a você sensação de ser gelada? Quente? Quais? Existem contrates cromático? Onde? - Ao trabalhar com cor a artista também trabalha com a luz. Como você percebe a luz utilizada pela artista? Clara? Escura? Forte? Brilhante?

- E as linhas existem nesta obra? Como elas são? Horizontais? Verticais? Curvas? Grossas? Finas? Traçadas?

- Esta obra possui texturas visuais. Que sensações despertam em você? Rigidez? Maciez? Porosidade? Escorregadio?

- Como é trabalhada a composição desta imagem: Equilibrada? Simétrica? Assimétrica? Ritmada? Repetida? Comente.

- Qual o gênero trabalhado pela artista? Retrato? Cena-histórica? Abstração? Marinha?

- Quando olhamos para esta composição nossos olhos se movem. Quais movimentos você percebe? Constante? Ritmado? Rápido? Salteado? Ondulado?

- É possível reconhecer os materiais utilizados para fazer esta obra? Tinta? Colagem?

- Você se sente atraído por esta imagem? Por quê?

-Você já viu na TV, revista, internet, outdoor, alguma imagem parecida com esta? Onde viu? Como era?

- Esta imagem faz você pensar em algum lugar? Música? Traz alguma lembrança para você? Escreva.

- Se você pudesse mudar o título desta obra, qual você daria?

Além da Pintura surgem colagens...

O homem sempre pintou. A pintura o acompanha por toda a sua história. Percebe-se, principalmente a partir do séc. XV com a descoberta da tinta a óleo que a pintura teve um significativo crescimento.

Com advento da fotografia no séc. XIX, a pintura de cavalete perde um pouco seu espaço para esta nova manifestação que também vem ocupar lugar entre as artes. Com a chegada da Revolução Industrial as imagens de reprodução em massa contribuem com a crise da pintura.

Mesmo com essas mudanças, a pintura se mantém, pois atistas , designers, ilustradores, desenhistas continuam utilizando-a de várias formas e com técnicas variadas. Ao longo do século XX, diversos artistas surgem com novos experimentos nos quais a pintura e a fotografia se encontram; aparecem as colagens com os cubistas, dadaístas e membros da Pop Art entre outros que se utilizam dessa junção em suas obras.

Muitos artistas contemporâneos incorporam a colagem em suas obras, como é o caso de Beatriz Milhazes. Alguns dos trabalhos da artista, percebe-se um diálogo da pintura e colagem.

A obra Moon – imagem 10 (em anexo), foi escolhida para compor esta unidade, por ser um trabalho de colagem onde a artista cobre a superfície com papéis coloridos, papéis de bombons entre outros. Esses elementos são compostos por repetições, justaposição, sobreposição, criando um ritmo visual, destacando assim a exuberância das cores e das formas, criando composições de formas geométricas e cores dançantes, que lembram o auge da escola de samba passando na avenida. São tantos elementos, que fogem aos olhos se você não parar.

Além da colagem a artista desenvolveu outra técnica bem particular, que ela chama de decalcomania, a artista diz: “A técnica que eu utilizo se apóia no princípio da colagem. Pinto motivos sobre uma folha de plástico e colo esta imagem terminada sobre a tela. Em seguida retiro o plástico, como uma decalcomania.”

Observe agora mais atentamente a obra Moon :

Obra: Moon , Beatriz Milhazes

Fonte: http://dynamite.terra.com.br/blog/townart/post. cfm/vamos-se-jogar-aeee-1

Outros Saberes e contextos...

• Abstração na arte. O termo “abstrato” vem do latim abstraho (“separa-se de”). Trabalhos abstratos são realizados a partir de elementos básicos das artes visuais (como linha, cor e forma), sem o compromisso com a representação da realidade visível (paisagens, cenas, personagens), resultando em imagens nas quais identificamos formas geométricas ou manchas de formas orgânicas. As manifestações mais conhecidas da arte abstrata são o Abstracionismo Geométrico, com trabalhos compostos a partir de figuras geométricas e linhas, e o Expressionismo Abstrato, com obras nas quais o gesto do artista é o elemento mais importante, o que resulta em manchas, pinceladas irregulares e massas de tintas.

Conteúdos a serem abordados:

Elementos Formais: forma, textura, superfície, cor, luz

Composição: Figura e fundo; justaposição; sobreposição; Figurativo; Abstrato; Semelhanças; Contrastes; Ritmo Visual

Técnica: Pintura

Movimentos e Períodos: Arte Contemporânea Brasileira

Abordagem Pedagógica: Trabalhos com artes visuais nas diferentes culturas e mídias.

Expectativas de Aprendizagem: Apropriação prática e teórica dos modos decomposição das artes visuais nas diversas culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo.

Quem é Beatriz Milhazes?

Beatriz Ferreira Milhazes (Rio de Janeiro-RJ, 1960). Pintora, gravadora, ilustradora, professora. Artista contemporânea reconhecida do panorama cultural brasileiro e internacional.

Formada em comunicação Social, iniciou sua carreira nos anos 80 quando ingressou na Escola de Artes Visuais do Parque. Participou das exposições que caracterizou a chamada Geração 80, grupo de artistas que buscam retomar a pintura em contraposição à vertente conceitual dos anos 1970, e tem por característica a pesquisa de novas técnicas e materiais.

Suas obras causam grande impacto sensorial causado pela cor e a forma de suas criações, muitos colecionadores no Brasil e no exterior já disputam as obras de Beatriz Milhazes.

A partir dos anos 1990, destaca-se em mostras internacionais nos Estados Unidos e Europa e integra acervos de museus como o MoMa, Guggenheim e Metropolitan em Nova York

Expedições.. .

ARTE E ARTE E

Música Sociologia

Cultura Brasileira- Escolas de Carnavalescas samba

Depois da exploração do vídeo e da leitura da obra, estabeleça relações destes assuntos com outras áreas ou linguagens, partindo de questões de como são desenvolvidas nestas outras áreas ou linguagens estes mesmos assuntos tratados pela artista.

Poética.. .

A poética de Beatriz Milhazes mantém um elo com interesses da vida. Por isso seus trabalhos falam sobre a beleza da natureza, sobre as flores, sobre a cultura brasileira, destacando o carnaval e a liberdade fascinante que ele proporciona para a criação. A exuberância do barroco com seus sistemas de cores e seus ritmos visuais dinâmicos também entram no processo criativo da artista.

O sistema de pintura, os procedimentos artísticos e também o grande porte das obras da artista, proporcionam ao observador uma experiência muitas vezes lúdica, pela agitação das cores, flores, rosáceas, círculos e arabescos em que se entrelaçam linhas, rendas, folhas, ramagens.

As obras de Beatriz Milhazes causam impacto ao observador devido suas cores vibrantes e também pelas repetições das formas. De fato, as telas chamam a atenção. Há até certo exagero, mas um exagero bonito de doer, diz um colecionador.

Tem mais gente que faz?

Sandra Cinto, nascida em Santo André – SP. Forma-se na mesma cidade no ano de 1990, período que inicia sua produção artística.

Sua poética é rodeada de traços suaves, envolvendo temas que falam sobre céu e estrelas. A artista produz pinturas, mais também faz instalações onde reúne desenhos, objetos, pinturas e esculturas.

Para compor esta unidade foi escolhida a obra chamada Retábulo, uma pintura á óleo sobre madeira, onde a artista pinta um grande céu com mais de 2m de comprimento. O céu é um tema muito trabalhado desde antiguidade por artistas, mas para Sandra Cinto, pintar o céu significa pintar algo que é sagrado na arte, e mais, é quando “o artista pode explorar toda sua liberdade,” diz a artista.

Quando inciou a pintura destes vários céus ela não o fazia em grandes dimensões, mas foi a partir de um comentário de um artista chamado Nelson Leiner, que a artista mudou sua maneira de pintar. O trabalho começa a ganhar grandes dimensões dando ao observador a oportunidade de entrar corporalmente na obra. Foi quando ela começou a pensar sobre o espaço em sua obra, iniciando algumas instalações.

Professor observe uma das pinturas imagem 11 (em anexo) Retábulo , da artista com seus alunos, e juntos façam uma leitura da obra e depois reserve um tempo da aula para assistir o vídeo 09 (em anexo) - A arte sensível de Sandra Cinto - onde a artista fala sobre este trabalho.

Obra:Retábulo, Sandra Cinto

Fonte: http://www.inhotim.org.br/arte/obra/view/302

Algumas Reflexões.. .

A pintura de Beatriz Milhazes tem alguma semelhança com a pintura de Sandra Cinto? Quais? E diferenças? Quais são elas?

Importante discutir com os alunos sobre os trabalhos das artistas, destacando que ambas se utilizam da linguagem da pintura, mas que a poética de cada artista é desenvolvida de maneira diferente.

Possibilidades de trabalho.. .

Para desenvolver este trabalho, realize uma expedição pela escola e peça aos alunos que observem alguns objetos, e façam a escolha de três deles. Estimule-0s a fazerem um desenho de observação de cada um desses objetos.

A partir dos desenhos de observação, peça que façam a abstração de cada objeto desenhado, destacando as formas geométricas, linhas, cores, visando sempre alguns aspectos do processo de criação de Beatriz Milhazes.

A partir das formas encontradas, proponha que façam quatro estudos de composição abstrata. A partir desses estudos, escolha, junto com seu aluno, dois. Sugira então, que ele faça um estudo explorando as possibilidades de pintura e colagem. Para encerrar, o aluno escolherá um desses estudos, que será finalizado em papel A3.

Bibliografia

Livros:

ARCHER, Michael. Arte contemporânea .1ed.São Paulo.Martins Fontes,2007.

HERKENHOFF, Paulo. Beatriz Milhazes. 1ed. São Paulo.Francisco Alves, 2007.

HOLM, Marie Anne. Fazer e pensar arte. 1. Ed. São Paulo: Man, 2005.

MARTINS, Mirian Celeste. Mediação: provocações estéticas . Universidade Estadual Paulista-Instituto de Artes. Pós- graduação, vol.1, n.1, 2005.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte e Artes para a Educação Básica, 2006. Disponível em < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br > Acesso em: outubro e novembro de 2008.

Materiais Didáticos:

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA. Arte BR . São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2003.

Pinacoteca do Estado de São Paulo, Organização Social de Cultura; Material de apoio ao professor . Exposição Beatriz Milhazes. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2008.

XXIV Bienal de São Paulo. Núcleo Educação – Fundação Bienal . Percurso Educativo para Conhecer Arte (Material de apoio educativo para o trabalho do professor com Arte) .

Vídeos:

A ARTE SENSÍVEL DE SANDRA CINTO. São Paulo: REDE SESC TV, 2000. 1 DVD (23 min.)

A PROFUSÃO DE CORES DE BEATRIZ MILHAZES. Maria Ester Rabello. São Paulo: REDE SESC TV, 2000. 1 DVD (23 min.)

Sites: (acessados em novembro de 2008) http://artefatok.wordpress.com/2008/09/24/beatriz-milhazes/#comment-203 http://dasartesplasticas.blogspot.com/ http://diversao.uol.com.br/arte/ultnot/2006/11/02/ult988u783. jhtm

O que será isto? Conteúdos Vendo... Entendendo É feito de quê? • Elementos melhor... Formais: volume;

forma, textura, • Leitura da superfície, luz • Um belo • Objetos obra Sedutores vestido. • Composição: de Nazareth Pacheco Tridimensional; ritmo visual

• Técnica: Objetos

• Movimentos e Períodos: Arte Contemporânea

Como assim? Outros saberes Quem é esta Algumas Reflexões... Objeto é obra e contextos... artista? de arte? • Outros • Informaç • Diferenças entre os • Arte e o artistas ões objetos de Nazareth objeto que biográfic utilizam as sobre Pacheco, , objetos a artista Farnese de Andrade. em suas criações

Expedições... Poética... Possibilidades de trabalho... Tem mais

• Filosofia gente que • Trata em • Propostas para criação faz? artística do aluno Culto ao especial

corpo da “dor” • de forma Cildo Meireles • Música dolorosa

• Farnese de Andrade.

Expedições... Poética... Possibilidades de trabalho... Tem mais

• Filosofia gente que • Trata em • Propostas para criação faz? artística do aluno Culto ao especial

corpo da “dor” • de forma Cildo Meireles • Música dolorosa

• Farnese de Andrade.

O que será isto? É feito de quê?

Obra: Sem título , Nazareth Pacheco

Fonte: http://flordebelalma.blogspot.com/2008/09/o-encantamento-dolorido-de-nazareth.html

Deixá-los curiosos com a pergunta acima é uma maneira interessante de causar certa atração e/ou estranhamento nos alunos. Deixe-os observarem e falarem sobre o objeto imagem 12 (em anexo) que eles estão vendo.

Um belo vestido que atrai o olhar, porque de longe brilha, quando aproximamos, temos um ato de repúdio, pois é construído com objetos cortantes. Sim, miçangas e giletes. Porque será que a artista usou estes materiais?

Vendo.. .

Professor, após estimular os alunos com a imagem, será o melhor momento para apresentar eles o vídeo 10 Objetos Sedutores de Nazareth Pacheco 12 (em anexo).

Não se esqueça de fazer os comentários sobre o vídeo com alunos.

12 Fonte: DVD Arte na Escola – Fonte: DVDTECA – UEL – Londrina – Pr.

Entendendo melhor.. .

Leitura da obra - imagem 12 (em anexo)

Professor, esta leitura poderá fazer parte do portfólio do aluno.

Descreva em detalhes obra criada pela artista.

Qual é o tema tratado na obra? Retrato? Vaidade?Mulher?

Qual é a sensação que esta imagem lhe causa? Estranhamento? Alegria? Encantamento? Dor? Solidão? Alegria?Por quê?

Esta imagem é familiar para você? Reporta a alguma lembrança, lugar? Você sente atraído por este objeto?Ou ele é indiferente para você?

Você já viu algum objeto parecido com este? Onde?

Esta imagem nos faz refletir sobre o culto do corpo. A constante busca do corpo ideal. O que você pensa sobre isto? Quem nos leva a acreditar nestes valores? Você pensa que hoje muitas pessoas preocupam-se mais com a imagem externa, esquecendo-se de cuidar da beleza interior? Fale sobre isso.

Como assim? Objeto é obra de arte?

Objeto – Este termo tem sua origem nas assemblages 13 cubistas de Picasso. Mas foi depois de Marcel Duchamp que,em 1913, nomeia como arte os objetos comuns e aqueles produzidos industrialmente, eles passam a ter uma nova identidade por meio da ação dos artistas; que recriam a realidade desses objetos, modificando-os e alterando a experiência do observador, estabelecendo uma história entre a arte e o objeto, uma história ainda não finalizada.

13 Assemblage – “Termo cunhado em 1953, por Jean Dubuffet, denotativo de obras de arte elaboradas a partir de fragmentos de materiais naturais ou fabricadas, como o lixo doméstico”. Volume construído em processo de colagem com diferentes materiais. Fonte: CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 32.

Vejamos como alguns artistas contemporâneos definem objeto 14 :

Objeto é a nova fase do puro exercício vital, onde o artista é propositor de atividades criadoras. O objeto é a descoberta do mundo a cada instante, não existe como “obra” estabelecida a priori, ele é a criação do que queiramos que seja, um som, um grito, podem ser um Objeto. A luz do sol que neste momento me banha é o Objeto, no espaço e no tempo, no instante. Objeto do instante, que existe à medida em que é experimentado e não pode ser repetido. (Hélio Oiticica)

Um objeto de arte é uma tensão absoluta entre aquilo que resulta e a intenção inicial que faz com que o artista comece a achar que é possível construir um objeto com aquela idéia [...] Eu acho que o temperamento do artista e as idéias que ele tem são absolutamente a mesma coisa, elas estão tensionadas dentro de uma vontade de fazer. (Waltércio Caldas)

14 Disponível em: www. arte naescola.org.br/imagens/todo/PGM-06.doc

A relevância de um objeto para que seja considerado artístico, diz a arte-educadora Milene Chiovatto 15 ,

[...] não está intrinsecamente nele, mas no que ele significa para um determinado contexto, ou seja, é um dado a priori. A quantidade - e também qualidade - de informação a ser fornecida sobre a obra, a época em que foi feita, o artista, a técnica, o valor etc. não são dados isolados: fazem parte do todo que está sendo mediado e, portanto, tem sua “medida” derivada da flutuação das demais variáveis do processo.

Na discussão a respeito do objeto como obra, é importante fazer que o aluno compreenda que o ser humano é um ser que tem necessidade de comunicar e expressar seus pensamentos e idéias. Que a arte é uma reunião de variadas manifestações que não aconteceram e nem acontecem ao mesmo tempo e lugares no mundo. Que a arte acompanha o desenvolvimento do homem e muda sempre em

15 Disponível em: http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto. php?id_m=13

relação a sua função e compreensão; assim como as idéias; conceitos mudam e transformam a sociedade.

Observe alguns objetos imagens 13 (em anexo):

Obra: Roda de bicicleta , Ducahmp

Fonte: http://educacao.uol.com.br/artes/ult1684u35. jhtm

Obra:Objeto Cinético , Abraham Palatnik

Fonte: http://www.cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id=478

Obra: Parangolé,Helio Oiticica

Fonte: http://www.fig.br/edart/0/jardel.htm

Obra: Livro-objeto , Waltércio Caldas

Fonte: http://www.obarco.com.br/copy_of_cursos/artes-plasticas/entre-ser-um-e-ser-mil

Outr os Saberes e Contextos .. .

Professor, para ajudar o aluno a entender melhor o termo “objeto”, seria interessante apresentar a eles imagens de alguns trabalhos de artistas que utilizam o objeto para criar suas obras, tais como Palatnik; Guto Lacaz, Sandra Cinto; Waltércio Caldas. Que estão no vídeo 11 (em anexo), 16

Após apresentação do vídeo, importante refletir e discutir com os alunos: Como estes artistas criam estes objetos de arte?

Como cada artista trabalha com objetos em suas criações?

16 Fonte: DVD Arte na Escola – Fonte: DVDTECA – UEL – Londrina – PR

Conteúdos a serem abordados:

Elementos Formais: volume; forma, textura, superfície, luz

Composição: Tridimensional; ritmo visual

Técnica: Objetos

Movimentos e Períodos: Arte Contemporânea

Abordagem Pedagógica: Produção de trabalhos de artes visuais com os modos de organização e composição, com enfoque nas diversas culturas.

Expectativas de Aprendizagem: Apropriação prática e teórica dos modos decomposição das artes visuais nas diversas culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e consumo .

Quem é esta artista?

Nazareth Pacheco nasceu em São Paulo em 1961. Cursou a Faculdade de Artes Mackenzie, entre 1981 e 1983. Após o término da faculdade, a artista freqüentou ateliê em , e quando voltou para o Brasil participou de vários workshops com artistas que utilizam o “objeto” em suas criações.A artista passou por diferentes fases:

1989 – Em seus primeiros trabalhos tridimensionais ela utilizou borracha; objetos que poderiam ser manipulados pelo observador, mas que transmitiam certa agressividade.

1990, a artista estudou com Louise Borgeois, artista plástica. Louise afirma que: “O tema da dor é meu campo de batalha. Dar significado e forma à frustração e ao sofrimento. O que acontece com meu corpo tem e recebe uma forma abstrata forma”l. Então, pode-se dizer que a dor é o preço pago pela libertação do formalismo “ 17 .

17 Disponível em: http://www.artenaescola.org.br/dvdteca/pdf/arq_pdf_19.pdf 1993 - Nazareth Pacheco inicia uma nova fase em seus trabalhos falando de sua própria história e da história de outros: “Eu acho que eu não estou falando de mim. É uma questão muito mais ampla, a questão da fragilidade, da violência, do corpo. Esses conceitos de estética, de perfeição, eu acho que ultrapassam essa questão pessoal” 18 .

1994/95 - Surgem trabalhos nos quais a artista utiliza objetos médicos como espéculos, DIUs, para falar da condição da mulher na sociedade contemporânea e sobre a manipulação do corpo feminino. A artista expõe estes objetos relacionados ao seu corpo, mas seu corpo é o de todas as mulheres.

1997 - Tece colares que seduzem o expectador pelo olhar, mas que não podem ser tocados. Realiza trabalhos que remetem à estética do corpo, á indústria da estética e à imposição de padrões de beleza física das pessoas, especialmente na série intitulada Encantamento dolorido .

Assim é a obra da artista: sedutora e cortante ao mesmo tempo. Seus objetos fazem com que os olhos do observador toquem a dor de longe, sem poder tatear; mesmo assim suas obras fazem nosso corpo mergulhar num mundo de sensações.

18 Disponível em: http://www.artenaescola.org.br/dvdteca/pdf/arq_pdf_19.pdf

Exp edições.. .

ARTE E ARTE E

Filosofia Música Culto ao corpo

Depois da exploração do vídeo e da leitura da obra, procure estabelecer relações com outras áreas ou linguagens, partindo de questões sobre como são tratados nestas outras áreas ou linguagens estes mesmos assuntos.

Professor, neste momento você pode problematizar a questão do uso da imagem corporal na mídia. Que padrões estéticos que vigoram em nossa cultura? Até que ponto as pessoas comprometem a saúde para construir um corpo que atinja este “padrão”? Quais as conseqüências de uma busca extremada pela beleza?

Poética.. .

A poética da artista Nazareth Pacheco trata em especial da dor de forma dolorosa e forte; tem ligação com sua história pessoal. A artista nasceu com uma doença congênita e devido a este problema ela passou por muitos tratamentos e cirurgias. Todas estas experiências aparecem em trabalhos que a artista desenvolveu em 1993, quando utiliza materiais cirúrgicos, cabelos, agulhas, numa ligação entre arte e vida.

Mas em todo o seu percurso criador a artista aborda esta questão do culto ao corpo ideal, da manipulação do corpo da mulher na sociedade contemporânea, que diz respeito não apenas a ela, mas às mulheres de modo geral.

Para saber mais: http://flordebelalma.blogspot.com/2008/09/o-encantamento-dolorido-de-nazareth.ht

Tem mais gente que faz?

Cildo Meireles, artista importante dentro da produção artística brasileira e internacional. Suas obras são influenciadas pela proposta da arte conceitual, instalações e performances dos anos de 1960.

Trabalhos do artista falam de questões poéticas e também sociais do Brasil, sem deixar de problematizar a estética e o próprio objeto artístico.

Sua arte tem uma relação aberta entre linguagem e interação. Para conhecer mais o trabalho do artista, veja com os alunos o vídeo 12 (em anexo) Cildo Meireles: gramática do objeto 19

19 Fonte: DVD Arte na Escola – Fonte: DVDTECA – UEL – Londrina – Pr.

Tem mais gente que faz?

Farnese de Andrade (1926-1996), artista mineiro. Seus trabalhos possuem um marco autobiográfico. Suas assemblages 20 (ou objetos), falam do universo do artista, de personalidade difícil, que revela em seus trabalhos sua história de vida.

20 Assemblage – “Termo cunhado em 1953, por Jean Dubuffet, denotativo de obras de arte elaboradas a partir de fragmentos de materiais naturais ou fabricadas, como o lixo doméstico”. Volume construído em processo de colagem com diferentes materiais. Fonte: CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 32. Segundo o curador Charles Cosac, “Farnese revelou nas obras sua densa trajetória pelas memórias da infância, do pai, da mãe, dos irmãos, do “santo egoísmo da família mineira” e de seu primeiro e marcante encontro com o mar, aos 22 anos, no Rio de Janeiro”.

Este encontro que o artista teve com o mar – recolhendo “riquezas do lixo”, proporcionou ao artista uma fase que deu o nome: “ Grande Alegria 21 ”,

“(...) A intenção de explorar praias mais longínquas vieram da descoberta da incrível riqueza do lixo de Barcelona, (...) principalmente nos corredores onde eu morava, antes de comprar o estúdio (...) na Espanha. (...) Joga-se de tudo fora, até a vida inteira de uma pessoa. (...) O prazer que me proporcionam esses achados nas mais variadas fontes, o encontro de duas peças que se completam, às vezes até existentes no caos de meu ateliê, e o ver a obra pronta, completa, definitiva. É aí que reside minha grande alegria.”

Professor, para explorar mais o trabalho do artista veja com os alunos as imagens 11 (em anexo), obras do artista.

21 Disponível em: http://www.pr.gov.br/mon/exposicoes/farnese.htm

Algumas Reflexões.. .

Estabelecer as diferenças entre os objetos de Nazareth Pacheco, Cildo Meireles, Farnese de Andrade.

Fazer uma relação de semelhanças e diferenças é interessante para que os alunos percebam o contexto de cada artista, assim como a construção da poética de cada um.

Pedir aos alunos fazerem pesquisa na internet, vendo vídeos e imagens sobre os artistas para investigarem mais sobre arte-objeto.

Possibilidades de trabalho.. .

Como proposta de trabalho, um caminho a ser seguido, dentre os inúmeros possíveis, é pedir para o aluno registrar em seu portfólio, repostas para algumas questões ou idéias.

- O que você aprendeu sobre arte-objeto?

Interessante pedir aos alunos que façam um pequeno projeto de um “assemblage”, onde o tema seria “sua história de vida”. Explorando questões: Qual fase da vida você falaria? Quais objetos ele usaria? Onde colocaria estes objetos?

Bibliografia

Livros:

ARCHER, Michael. Arte Contemporânea . 1ed. São Paulo.Martins Fontes,2007.

BARBOSA, Ana Amália T. B. Releitura, citação, apropriação ou o quê? In: BARBOSA, Ana Mae (org.). Arte/educação contemporânea: consonâncias internacionais . São Paulo: Cortez, 2005.

HOLM, Marie Anne. Fazer e pensar arte. 1. ed. São Paulo: Man, 2005.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Arte e Artes para a Educação Básica, 2006. Disponível em < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br > Acesso em: outubro e novembro de 2008.

Materiais Didáticos:

CASTRO, Maria Lívia; ANDRADE Paulo . A APRECIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA OBRA DE ARTE NO ENSINO DE ARTE. Ensino de Arte na Contemporaneidade, desafio para cultura e para educação. Módulo 10. Minas Gerais.DUO,2008.

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA. Arte BR . São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2003.

Material de apoio ao professor . Exposição Beatriz Milhazes. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2008.

Pinacoteca do Estado de São Paulo, Organização Social de Cultura;

XXIV Bienal de São Paulo. Núcleo Educação – Fundação Bienal . Percurso Educativo para Conhecer Arte (Material de apoio educativo para o trabalho do professor com Arte) .

Vídeos:

OS OBJETOS SEDUTORES DE NAZARETH PACHECO. Cacá Vilcalvi. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão,2003. 22’. Série, O mundo da arte. CILDO MEIRELES: gramática do objeto. Luiz Felipe Sá. São Paulo: Rede SescSenac de Televisão, 2000. 15’. Série, O mundo da arte.

Sites: (acessados em outubro e novembro de 2008) http://educacao.uol.com.br/artes/ult1684u35.jhtm http://www.cronopios.com.br/site/colunistas.asp?id=478 http://www.pr.gov.br/mon/exposicoes/farnese.htm http://www.sescsp.com.br/sesc/hotsites/arte/text_5.htm http://www.vermelho.org.br/museu/principios/anteriores.asp?edicao=64&cod_not=175

MACHADO, Regina. Para pintar o retrato de um pássaro. Seminário SESC “ A compreensão e o prazer da arte ”. Disponível em http://www.sescsp.com.br/sesc/hotsites/arte/text_4.htm.