S.S. E ALLIACEAE S.S. NO NORDESTE BRASILEIRO1

Anderson Alves-Araújo2, Julie Henriette Antoinette Dutilh3 & Marccus Alves4

RESUMO (Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae s.s. no Nordeste Brasileiro) O presente levantamento de Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae s.s. no Nordeste do Brasil registrou 22 espécies. Amaryllidaceae está representada por 20 espécies e quatro gêneros: Griffinia (8 spp.), Habranthus (6), Hippeastrum (5) e Hymenocallis (1 spp.); e Alliaceae por duas espécies de Nothoscordum. São apresentadas chaves de identificação, descrições, ilustrações e dados sobre o habitat e distribuição geográfica das espécies no Nordeste. Palavras-chave: monocotiledôneas, taxonomia, florística, Caatinga, Mata Atlântica. ABSTRACT (Amaryllidaceae s.s. and Alliaceae s.s. in Notheastern Brazil) The present survey of the Brazil northeastern Amaryllidaceae s.s. and Alliaceae s.s. has recorded 22 species. Amaryllidaceae is represented by 20 species and four genera: Griffinia (8 spp.), Habranthus (6), Hippeastrum (5), and Hymenocallis (1); and Alliaceae by two Nothoscordum spp. Identification keys, descriptions and illustrations are provided, alongside with habitat and distribution data in the Northeastern Brazil. Key words: monocots, taxonomy, floristics, survey, Caatinga, Atlantic Rain Forest.

INTRODUÇÃO três centros de diversidade principais: América A proximidade filogenética entre do Sul, sul da África e região do Mediterrâneo Amaryllidaceae e Alliaceae já foi motivo de (Meerow 2004). No Brasil, ocorrem discussão. Traub (1963) posicionou Alliaceae aproximadamente 15 gêneros e cerca de 150 como subfamília () de Amaryllidaceae, espécies. Cerca de 30 foram inicialmente enquanto Cronquist (1981) reuniu ambas as citadas para a Região Nordeste (Dutilh 2003), famílias, juntamente com Alstroemeriaceae, número reduzido para 19 táxons (Dutilh 2006) Asparagaceae, Hiacynthaceae e Hypoxidaceae, devido, principalmente, ao elevado número dentre outras, no grande táxon Liliaceae s.l. de sinônimos. Segundo APG II (2003), Amaryllidaceae s.s., O presente trabalho visa caracterizar juntamente com Alliaceae s.s. e Agapanthaceae, morfologicamente as espécies de Amaryllidaceae está subordinada à Alliaceae s.l.; mostrando s.s. e Alliaceae s.s. nativas do Nordeste brasileiro, que os três táxons são monofiléticos, e bem como fornecer dados sobre sua distribuição proximamente relacionados. geográfica, ambientes de ocorrência e breves Alliaceae s.s. inclui entre 12 e 15 gêneros comentários fenológicos. e cerca de 600 espécies, estando amplamente distribuída no globo. No neotrópico, a família MATERIAL E MÉTODOS está representada por três gêneros e A Região Nordeste do Brasil ocupa uma aproximadamente 20 espécies (Meerow 2004), área de cerca de 1.600.000 km2, com clima das quais apenas duas de Nothoscordum quente, predominando o semi-árido, variando ocorrem no Nordeste brasileiro (Ravenna de tropical semi-úmido a úmido (IBGE 1977), 1991, 2002). Amaryllidaceae s.s. é constituída e incluindo diversos tipos vegetacionais. Para por cerca de 60 gêneros e 850 espécies, melhor entendimento do complexo vegetacional, possuindo ampla distribuição geográfica, com segue-se Coutinho (2006), onde as áreas visitadas

Artigo recebido em 02/2008. Aceito para publicação em 01/2009. 1Parte da dissertação do primeiro autor. 2Curso de Pós-Graduação em Biologia Vegetal – PPGBV, Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco, 50670-901, Recife, PE, Brasil. [email protected] 3Departamento de Botânica, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil. 4Departamento de Botânica, Universidade Federal de Pernambuco, 50670-901, Recife, PE, Brasil. 312 Alves-Araújo, A., Dutilh, J. H. A. & Alves, M. distribuem-se pelos zonobiomas: Litobioma II, complementadas com dados bibliográficos. A Psamobioma I e Zonobiomas I e II. terminologia morfológica seguiu a proposta por Foram realizadas coletas durante o Font Quer (1989), Harris & Harris (1994), período de outubro/2004 a junho/2006, ao longo Meerow & Snijman (1998) e Dutilh (2005). de diferentes formações vegetacionais nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, RESULTADOS E DISCUSSÃO Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Foram registradas, para o nordeste do Norte e Sergipe. Os “vouchers” foram Brasil, 20 espécies nativas pertencentes a depositados no Herbário UFP e duplicatas quatro gêneros de Amaryllidaceae s.s., bem doadas a herbários do Brasil e do exterior. como duas espécies de Nothoscordum Amostras coletadas em estádio vegetativo (Alliaceae s.s.). Optou-se por tratar as foram transportadas à casa de vegetação do espécies Griffinia ilheusiana Ravenna como Centro de Ciências Biológicas – CCB/UFPE sinônimo de G. intermedia e G. mucurina e e mantidas sob cultivo para acompanhamento G. paubrasilica como sinônimos de G. do florescimento das mesmas. espiritensis, seguindo o sugerido por Preuss Foram consultadas as coleções botânicas & Meerow (2001a). Griffinia aracensis dos herbários ASE, BHCB, BOTU, CEPEC, Ravenna consta como táxon provavelmente EAC, HUEFS, IPA, JPB, K, MAC, MBM, NY, ocorrente no leste da Bahia. Contudo, este PEUFR, R, RB, SPF, TEPB, UEC, UFP, dado resume-se à suposta distribuição da UPCB, US (siglas de acordo com Holmgren espécie a partir de dados bibliográficos (Preuss & Holmgren (2006)), Herbário Sérgio Tavares 1999). Tampouco “vouchers” disponíveis da (HST) e Herbário do Trópico Semi-Árido referida espécie foram detectados nas (TSAH). As identificações foram realizadas coleções consultadas. com auxílio de chaves de identificação e os Adicionalmente, ainda dentre as espécies dados ecológicos obtidos a partir das relacionadas por Dutilh (2006) estão observações de campo e das etiquetas de Cearanthes fuscoviolacea Ravenna e herbário. Mapas de distribuição geográfica Crinum americanum L., que não foram foram confeccionados a partir do incluídos no presente trabalho devido à georreferenciamento das áreas visitadas, dos inacessibilidade ao material herborizado e não dados de herbário e de referências terem sido encontradas durante as expedições bibliográficas. de campo. Ravenna (2000a) descreve A maioria das medidas foram obtidas a Cearanthes fuscoviolacea como espécie partir de exemplares frescos, a exceção de próxima à Griffinia, tendo sido coletada no Griffinia espiritensis var. bahiana e estado do Ceará, porém o material indicado Hymenocallis littoralis as quais foram obtidas pelo autor como depositado no RB, não foi a partir de espécimes sob condições de cultivo; localizado. Já Crinum americanum, embora e para Hippeastrum solandriflorum, as quais referida como nativa do estado de São Paulo foram tomadas exclusivamente a partir de (Dutilh 2005), está incluída na listagem de exsicatas, pois a espécie não foi encontrada plantas nordestinas devido à ampla distribuição no campo. O tamanho das flores refere-se ao do gênero na América do Sul. Porém, a própria somatório das medidas do comprimento do autora ressalta a importância da realização de hipanto e da tépala de maior dimensão. As uma análise mais criteriosa. espécies não encontradas no campo e com As espécies estudadas ocorrem em áreas baixa representatividade nas coleções costeiras – Psamobioma I (Hymenocallis consultadas estão apresentadas sob a forma littoralis Salisb.); Mata Atlântica – Zonobioma de diagnoses e incluídas na chave de I (Griffinia alba, G. espiritensis Ravenna var. identificação a partir de informações bahiana, G. itambensis, G. intermedia e G.

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae s.s. no Nordeste 313 parviflora (muitas das espécies de G. subg. relacionada ao gradiente de umidade, tendo Griffinia são localmente conhecidas como sido coletada e registrada em todos os Carícia), Hippeastrum puniceum; na Caatinga zonobiomas acima citados além dos Litobiomas – Zonobioma II (Griffinia gardneriana, II. As espécies de Habranthus foram Habranthus bahiensis, H. datensis, H. aff. encontradas em solos rasos de afloramentos itaobinus, Hippeastrum glaucescens, H. rochosos – litobiomas II (H. itaobinus) e em reticulatum, H. solandriflorum, Nothoscordum solos profundos de caatinga de areia ou bahiense e N. pernambucanum); e Cerrado argilosos - zonobioma II (H. itaobinus, H. – Piro-peinobioma II (Griffinia nocturna e robustus, H. sylvaticus). Os representantes Hippeastrum solandriflorum). Hippeastrum deste gênero são localmente conhecidos como stylosum (cebola-brava, cebola-de-cobra) lírios-de-chuva por florescerem após o início apresentou a maior abrangência de habitats das chuvas nas áreas mais secas do nordeste. Chave de identificação das espécies de Alliaceae s.s. e Amaryllidaceae s.s. ocorrentes no Nordeste brasileiro 1. Ovário súpero ...... Nothoscordum (Alliaceae) 2. Estilete ca. 3 mm compr., 1 óvulo/lóculo ...... 22. N. bahiense 2’. Estilete 4–5 mm compr., 2 óvulos/lóculo ...... 10. N. pernambucanum 1’. Ovário ínfero ...... Amaryllidaceae 3. Inflorescência uniflora. 4. Brácteas da inflorescência livres, hipanto > 7 cm compr., estigma trilobado (Fig. 5c) ...... 7. Hippeastrum solandriflorum 4’. Brácteas da inflorescência em parte fusionadas, hipanto < 30 mm compr., estigma trilobado a trífido (Fig. 4l) ...... Habranthus 5. Hipanto # 5 mm compr., flores infundibuliformes a crateriformes. 6. Estames heterodínamos. 7. Folhas filiformes, paraperigônio setiforme, estigma trilobado ...... 17. H. bahiensis 7’. Folhas lineares, paraperigônio fimbriado, estigma trífido ... 18. H. datensis 6’. Estames tridínamos. 8. Flores < 6 cm compr., ovário < 7 mm compr...... 19. H. aff. itaobinus 8’. Flores > 7 cm compr., ovário > 8 mm compr...... 4. H. robustus 5’. Hipanto > 5 mm compr., flores crateriformes. 10. Hipanto até 1 cm compr., base das tépalas verde, tépalas alvas a róseas no ápice, tépala externa superior < 4 × 1 cm...... 3. H. itaobinus 10’. Hipanto > 1 cm compr., base das tépalas verde a vinácea, tépalas róseas a alaranjadas com anel alvo na região mediana, tépala externa superior > 6 × 1 mm ...... 5. H. sylvaticus 3’. Inflorescência multiflora (raro biflora). 11’. Escapo cilíndrico, fistuloso ...... Hippeastrum 12. Paraperigônio ausente. 13. Hipanto < 3 cm compr., estigma capitado (Fig. 2g) ...... 21. H. reticulatum 13’. Hipanto > 7 cm compr., estigma trilobado ...... 7. H. solandriflorum 12’. Paraperigônio presente (Fig. 4h). 14. Paraperigônio denteado, ovário > 10 mm compr...... 20. H. glaucescens 14’. Paraperigônio fimbriado, ovário < 10 mm compr. 15. Estames tridínamos, anteras amarelas, anel alvo a creme na região mediana das tépalas ...... 6. H. puniceum

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 314 Alves-Araújo, A., Dutilh, J. H. A. & Alves, M. 15’. Estames isodínamos, anteras creme com faixas vináceas, anel na região mediana das tépalas ausente ...... 8. H. stylosum 11’. Escapo biconvexo, sólido ou sólido apenas na base. 16. Flores sésseis, actinomorfas, hipanto > 20 cm compr., corona estaminal presente, estames isodínamos ...... 9. Hymenocallis littoralis 16’. Flores subsésseis a pediceladas, zigomorfas, hipanto < 5 cm compr., corona estaminal ausente, estames heterodínamos ...... Griffinia 17. Flores alvas, inflorescência 2–4-flora. 18. Flores pediceladas, hipanto 2–4 mm compr...... 2. G. gardneriana 18’. Flores subsésseis, hipanto 10–50 mm compr...... 16. G. nocturna 17’. Flores lilás (raro alvas), inflorescência 4–17-flora. 19. Folha ca. 40 cm compr., escapo 35–38 cm compr., inflorescência 16 - 17-flora, flores alvas ...... 11. G. alba 19’. Folha < 35 cm compr., escapo < 35 cm compr., inflorescência até 15-flora, flores lilás. 20. Folhas ovadas a ovado-elípticas, escapos > 20 cm compr. 21. Pseudopecíolo e escapo avermelhados na base, folhas ovadas, escapo < 30 cm compr., inflorescência 10–15-flora ...... 15. G. parviflora 21’. Pseudopecíolo e escapos esverdeados, folhas ovado-elípticas, escapo 30 cm compr., inflorescência 6–10-flora ...... 14. G. intermedia 20’. Folhas sagitadas, lanceoladas ou elíptico-lanceoladas, escapos < 20 cm compr. 22. Folhas longo-pseudopecioladas (ca. 35 cm compr.), folhas sagitadas...... 12. G. arifolia 22’. Folhas curto-pseudopecioladas (< 20 cm compr.), folhas lanceoladas ou elíptico-lanceoladas. 23. Hipanto 2–3 mm compr., tépalas lilás com raio longitudinal alvo, inflorescência 4–7-flora ...... 1. G. espiritensis var. bahiana 23’. Hipanto 1,5 mm compr., tépalas lilás com base alva, inflorescência 7–11-flora ...... 13. G. itambensis

Griffinia Ker Gawl. 3,2(–4) cm, perenes, dísticas, eretas, Folhas perenes ou anuais, sésseis ou pseudopecíolo (5–10 cm compr.) canaliculado, pseudopecioladas. Escapo biconvexo, elíptico-lanceoladas, nervura central geralmente sólido; brácteas da inflorescência- proeminente na face abaxial, face adaxial 2, livres a parcialmente fusionadas em um dos verde-brilhante, face abaxial verde-hialina, lados. Inflorescência multiflora. Flores ápice agudo, margens inteiras, onduladas. pediceladas, não-odoríferas e antese diurna Inflorescência 4–7-flora, umbeliforme; (subg. Griffinia) ou odoríferas e antese noturna escapo 10,5–12 cm compr., sólido, verde-claro, (subg. Hyline), zigomorfas, tépala inferior verde-hialino na base; brácteas 1,1–2 mm interna declinada. Estames-5(6), declinado- compr., espatáceas, em parte fusionadas em ascendentes. Ovário ínfero; estigma capitado. um dos lados, hialinas. Flores declinadas, infundibuliformes, inodoras, hipanto 2–3 mm 1. Griffinia espiritensis var. bahiana Preuss compr., pedicelo 6–15 mm compr.; tépalas-6, & Meerow, Herbertia 56: 123. 2001. lilás com raio longitudinal alvo e base alva, Figs. 1a, 2a-c, 3a reflexas, 5 tépalas 22–25 × 4–5 mm, declinada- Bulbo oblato; colo 1–1,2 mm compr., não- ascendentes, 1 tépala interna inferior 22–25 × decurrente. Folhas (14,7–)16,5(–19) × (2,4–) ca. 2 mm, declinada; estames-5, declinado-

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abc

d ef

ghi

Figura 1 – a. Griffinia espiritensis Rav. var. bahiana Preuss & Meerow (Alves-Araújo 37); b. Griffinia gardneriana (Herb.) Rav. (Alves-Araújo 33); c. Habranthus itaobinus Rav. (Alves-Araújo 36); d. Habranthus robustus Herb. ex Sweet. (Alves-Araújo 43); e. Habranthus sylvaticus Herb. (Alves-Araújo 30); f. Hippeastrum puniceum (Lam.) Kuntze. (Alves-Araújo 40); g. Hippeastrum stylosum Herb. (Alves-Araújo 21); h. Hymenocallis littoralis Salisb. (Alves-Araújo 54); i. Nothoscordum pernambucanum Rav. (Alves-Araújo 76). Figure 1 – a. Griffinia espiritensis Rav. var. bahiana Preuss & Meerow (Alves-Araújo 37); b. Griffinia gardneriana (Herb.) Rav. (Alves-Araújo 33); c. Habranthus itaobinus Rav. (Alves-Araújo 36); d. Habranthus robustus Herb. ex Sweet. (Alves- Araújo 43); e. Habranthus sylvaticus Herb. (Alves-Araújo 30); f. Hippeastrum puniceum (Lam.) Kuntze. (Alves-Araújo 40); g. Hippeastrum stylosum Herb. (Alves-Araújo 21); h. Hymenocallis littoralis Salisb. (Alves-Araújo 54); i. Nothoscordum pernambucanum Rav. (Alves-Araújo 76).

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 316 Alves-Araújo, A., Dutilh, J. H. A. & Alves, M. ascendentes, heterodínamos, 2 estames 14–15 (–4,6) cm, decíduas, dísticas, levemente eretas mm, 3 estames 9–10 mm compr., dialistêmones, a prostradas, sésseis, oblanceoladas, às vezes filetes lilás, bases alvas; anteras lilás, pólen falcadas, nervura central pouco evidente, alvo; ovário 4–5 mm compr., verde, óvulos-2 verde-escura a verde-clara em ambas as faces, por lóculo; estilete 19–25 mm compr., lilás, base levemente maculadas ou não na face adaxial, alva, estigma alvo. Frutos globosos, verdes. ápice agudo, margens inteiras, retas a Semente-1 por fruto, globosa, verde. levemente revolutas. Inflorescência 2–4- Material examinado selecionado: BRASIL. BAHIA: flora, umbeliforme; escapo 10,2–25 cm compr., Colônia da Bahia, 23.II.1990, fl., J. Dutilh s.n. (UEC em parte sólido, fistuloso nos 2/3 superiores, 23097); Mucuri, 20.V.1980, fl., L. Mattos Silva & T. verde-claro a rosado, arestas verde-claras a Santos s.n. (CEPEC 768); Una, 14.IX.1993, fl., A. vináceas; brácteas 5,5–8,5 cm compr., Amorim et al. 1350 (CEPEC); PERNAMBUCO: espatáceas, livres, verdes, alvo-amareladas ou Recife, Casa de Vegetação/CCB/UFPE - origem Cabo Flores de Santo Agostinho, em cultivo, 31.XII.2005, fl., A. róseas. ascendentes, infundibuliformes, Alves-Araújo et al. 37 (UFP); SERGIPE: Nossa Senhora odoríferas, hipanto 2–4 mm compr., pedicelo da Glória, 13.V.1982, fl., G. Viana 461 (ASE, IPA). 1,3–5,8 cm compr.; tépalas-6, alvas, bases Griffinia espiritensis var. bahiana verdes, presença ou não de uma faixa ao distribui-se nos estados do Espírito Santo e da longo da nervura mediana na face abaxial das Bahia (Preuss 1999; Preuss & Meerow 2001a), tépalas verde-clara a vinácea, fortemente sendo este o primeiro registro para Sergipe e reflexas, 5 tépalas 12,8–18,5 × 1–2 cm, Pernambuco. Os espécimes estudados do estado declinada-ascendentes, 1 tépala interna de Pernambuco são provenientes da Reserva inferior 12,4–17,5 cm × 8–20 mm, declinada, Ecológica de Gurjaú, fragmento de Mata Atlântica levemente canaliculada; estames-6, eretos, e foram mantidos em cultivo sob condições não heterodínamos, 2 estames 10–13 cm, 1 estame controladas. Apresenta uma elevada produção de 10,4–13,5 cm, 1 estame 11,5–14 cm e 2 estames bulbilhos e florescimento ao longo de todo o ano, 11,7–15 cm compr., corona estaminal ausente, flores inodoras, antese diurna e botões em filetes concrescidos na base, alvos, anteras diferentes estádios de desenvolvimento translúcidas a amarelo-claras, pólen amarelo- simultaneamente. Distingue-se de G. alba, claro; ovário 1,2–2 cm compr., verde, 20 óvulos também posicionada no subg. Griffinia, pelo por lóculo, estilete 13–17 cm compr., podendo menor porte e pelas flores lilás, e de G. formar um ângulo de 90° no ápice; estigma gardneriana, pertencente ao subg. Hyline, pela alvo a roxo. Frutos globosos, 3-sulcados, antese diurna e coloração das flores. Segundo verdes. Sementes globosas, verdes. Preuss & Meerow (2001a), G. colatinensis Material examinado selecionado: BRASIL. BAHIA: Ravenna, G. mucurina Ravenna e G. Itaju do Colônia, 23.X.1969, fl., T. Santos 415 (IPA); paubrasilica Ker Gawler, cujo material foi Santa Cruz das Vitórias, 19.XI.1973, fl., G. Barroso s.n. (RB 185203); MARANHÃO: Tuntum, 19.X.1976, consultado, tratam-se de possíveis variedades de fl., D. Andrade-Lima 13487 (PEUFR); G. espiritensis; dada à sobreposição dos PERNAMBUCO: Buíque, Parque Nacional do caracteres analisados, optou-se por considerá-las Catimbau, 30.VII.2005, fl., A. Alves-Araújo et al. 33 como tal. Griffinia espiritensis var. bahiana (IPA, UFP); Ouricuri, 28.II.1984, fl., G. Costa-Lima 3 distingue-se da variedades típica e da var. ituberae (IPA); Petrolândia, 15.V.2004, fl., A. Silva 530 Preuss & Meerow por apresentar menores (PEUFR); PIAUÍ: Pedro II, 21.I.2005, fl., G. Sousa et dimensões e não possuir máculas alvas nas folhas. al. 516 (TEPB); RIO GRANDE DO NORTE: Riacho Seco, 27.I.1961, fl., A. Castellanos 23039 (R). 2. Griffinia gardneriana (Herb.) Ravenna, Griffinia gardneriana ocorre na Bahia, Pl. Life 25: 62-63. 1969. Figs. 1b, 2d-g, 3a Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Rio Bulbo obovado a oblato; colo 4–9 cm Grande do Norte. É uma espécie típica de compr. Folhas (22–)25,1(–28) × (2,6–)3,9 caatinga de areia (Zonobioma II), ocorrendo

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b g 1 mm 2 cm 2 cm c

4 cm a 2 cm f 4 cm

2 cm d e

Figura 2 – Griffinia – a-c. G. espiritensis Rav. var. bahiana Preuss & Meerow (Alves-Araújo 37) – a. hábito; b. flor em vista lateral; c. detalhe da flor em vista frontal. d-g. G. gardneriana (Herb.) Rav. (Alves-Araújo 33) – d. hábito; e. flor em vista lateral; f. flor em vista frontal; g. estigma capitado. Figure 2 – Griffinia – a-c. G. espiritensis Rav. var. bahiana Preuss & Meerow (Alves-Araújo 37) – a. habit; b. flower, lateral view; c. flower, frontal view. d-g. G. gardneriana (Herb.) Rav. (Alves-Araújo 33) – d. habit; e. flower, lateral view; f. flower, frontal view; g. capitate stigma.

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 318 Alves-Araújo, A., Dutilh, J. H. A. & Alves, M. em áreas abertas, ou ainda, sob arbustos e em 26–30 × 6-8 mm, tépalas internas laterais 27– solos bem drenados. No Parque Nacional do 32 × 7–8 mm, levemente reflexas; estames Catimbau, a espécie possui uma densa tridínamos, 3 estames 15–20 mm e 3 estames população, o que pode ser melhor observado 14–17 mm compr., dialistêmones, alvos a na estação chuvosa, uma vez que as folhas róseos, com base verdes, anteras amarelas, são decíduas no período seco. Em cultivo, a pólen amarelo-intenso; ovário 4–6 mm compr., produção de bulbilhos laterais foi observada verde, 22–24 óvulos por lóculo, estilete 2,1– apenas sob condição de injúria do bulbo-mãe. 2,5 cm compr., alvo, base verde; estigma trífido, Na natureza, floresce entre dezembro a março, alvo. Frutos depresso-globosos, verdes, 3- porém obteve-se a floração dos indivíduos após sulcados. Sementes aladas, arredondadas a tratamento de estresse hídrico durante deltóides, marrons a enegrecidas. aproximadamente quatro meses. Possui flores Material examinado selecionado: BRASIL. BAHIA: odoríferas, com antese noturna quase Água Quente, 29.XI.1988, fl., R. Harley et al. 26699 concomitante na mesma inflorescência e (CEPEC); Feira de Santana, 19.XI.2005, fl., A. Alves- Araújo et al. 45 (UFP); Maracás, 12.X.1983, fl. e fr., duração de uma noite. Griffinia gardneriana A. Carvalho et al. s.n. (CEPEC 1960); CEARÁ: e G. nocturna são as únicas espécies do subg. Quixadá, 18.I.2000, fl., L. Lima-Verde & R. Oliveira Hyline (Preuss 1999), diferindo entre si 135 (EAC); PERNAMBUCO: Bezerros, 31.VII.2005, principalmente pelo comprimento do hipanto fl., A. Alves-Araújo et al. 36 (MBM, R, RB, UFP); que, em G. nocturna, mede 1–5 cm. Brejo da Madre de Deus, 15.VI.1973, fl., Andrade- Lima 7379 (IPA); Garanhuns, 1986, fl., R. Bedi 314 Habranthus Herb. (IPA); Vertentes, 18.III.2006, fl., A. Alves-Araújo et Folhas perenes ou anuais, sésseis. al. 69 (UFP); Taquaritinga do Norte, 18.III.2006, fl., Escapo cilíndrico, fistuloso; brácteas da A. Alves-Araújo et al. 70 (UFP); SERGIPE: Gararu, inflorescência-2, parcialmente fusionadas, 31.I.1983, fl., E. Gomes 154 (ASE). Habranthus itaobinus distribui-se livres no ápice. Inflorescência uniflora. amplamente pela região Nordeste, ocorrendo Flores pediceladas, não odoríferas e antese também nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste diurna, levemente zigomorfas. Estames-6, (Oliveira 2006). Foi coletada em áreas abertas, declinado-ascendentes. Ovário ínfero; estigma desde solos argilosos profundos a ilhas de solos trilobado a trífido. rasos em “inselbergs”. Na natureza, a floração ocorre entre novembro e março, porém foi 3. Habranthus itaobinus Ravenna, Onira Bot. induzida após quatro meses de estresse hídrico. Leafl., 3(16): 56. 1999. Figs. 1c, 3b, 4a-e É caracterizada pelo menor porte dentre os Bulbo obovado a ovado; colo 1–4,3 cm táxons do presente trabalho, além de flores alvas Folhas × compr. (16,5–)30,8(41,5) cm (3–) a levemente róseas com base verde. Pode ser 4,5(–5) mm, decíduas, dísticas, eretas, diferenciada de H. sylvaticus através do ensiformes, levemente canaliculadas, nervura comprimento das folhas e do hipanto e de H. central não conspícua, verde-brilhante em robustus pelo comprimento e largura das folhas. ambas as faces, ápice agudo, margens inteiras, retas. Escapo 11,5–26,3 cm compr., verde- 4. Habranthus robustus Herb. ex Sweet, Brit. claro, base rósea; brácteas 17–28 mm compr., Fl. Gard. 2(1):14. 1831. Figs. 1d, 3b, 4f-g espatáceas, hialinas a alvo-esverdeadas. Flor Bulbo obovado a ovado; colo 3,5–5 cm compr. declinada, crateriforme, hipanto 7–10 mm Folhas (35,8–)42,5(–48,7) cm ´ (9–) 11(–13) compr., paraperigônio formado por calosidades, mm, decíduas, dísticas, eretas, ensiformes, pedicelo 2,7–5,5 cm compr.; tépalas-6, alvas a canaliculadas, nervura central não conspícua, róseas no ápice, bases verdes, tépala externa verde-escuras em ambas as faces, ápice superior 27–32 × 9–10 mm, tépalas externas acuminado, margens inteiras, retas, revolutas laterais 27–32 × 7–8 mm, tépala interna inferior ou não. Escapo 20–26 cm compr., verde;

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae s.s. no Nordeste 319

ab Figura 3 – Mapas de distribuição das espécies de Amaryllidaceae s.s. nordestinas. a. Griffinia Ker Gawler: zG. espiritensis Rav. var. bahiana Preuss & Meerow; S G. gardneriana (Herb.) Rav.; } G. itambensis Rav.;  G. nocturna Rav.; G. parviflora Ker Gawl.; G. alba Preuss & Meerow; † G. arifolia Rav. b. Habranthus Herb.: ’ H. bahiensis Rav.; { H. datensis Rav.; Š H. itaobinus Rav.; S H. robustus Herb. ex Sweet.; H. sylvaticus Herb.; œ H. aff. itaobinus Rav. Figure 3 – Distribution of Amaryllidaceae s.s. species from northeastern, Brasil. a. Griffinia Ker Gawler: zG. espiritensis Rav. var. bahiana Preuss & Meerow; S G. gardneriana (Herb.) Rav.; } G. itambensis Rav.;  G. nocturna Rav.; G. parviflora Ker Gawl.; G. alba Preuss & Meerow; † G. arifolia Rav. b. Habranthus Herb.: ’ H. bahiensis Rav.; { H. datensis Rav.; Š H. itaobinus Rav.; S H. robustus Herb. ex Sweet.; H. sylvaticus Herb.; œ H. aff. itaobinus Rav. brácteas 4–5 cm compr., espatáceas, verde- et al. 2712 (CEPEC); Material sem procedência, Casa claras. Flor declinada, infundibuliforme, de Vegetação/CCB/UFPE – origem imprecisa, hipanto 1–2 mm compr., paraperigônio ausente, 12.XII.2005, fl., A. Alves-Araújo et al. 43 (UFP). pedicelo 6,8–7 cm compr.; tépalas-6, levemente Habranthus robustus está restrito ao reflexas, róseas a alvo-róseas, faixa alva na estado da Bahia, ocorrendo em áreas abertas ou região mediana das tépalas com área variável, ainda sob arbustos, em solos bem drenados. Os com base verde-clara, tépala externa superior espécimens analisados foram mantidos em casa 7–7,3 ´ 2,5–2,6 cm, tépalas externas laterais de vegetação do Centro de Ciências Biológicas/ 6,7–7,3 ´ 1,9–2 cm, tépala interna inferior 7– UFPE, com florescimento observado entre 7,1 ´ 1,5–1,7 cm, tépalas internas laterais 6,5– dezembro e janeiro, em condições de cultivo e 6,8 ´ 1,9–2 cm; estames tridínamos, 3 estames não submetido a estresse hídrico. Caracteriza- 2–2,5 cm e 3 estames 2,9–3,5 cm compr., se por possuir as flores róseas a alvo-róseas, o dialistêmones, filetes alvos, bases verdes, hipanto curto e a base das folhas e dos escapos anteras amarelas, pólen amarelo-intenso; verdes. Estas características são de fácil distinção ovário 0,9–1 cm compr., verde-claro, 20–24 quando comparadas às de H. sylvaticus, que óvulos por lóculo, estilete 5,5–5,6 cm compr., possui hipanto longo, e H. itaobinus, pelo alvo, base verde; estigma trífido, alvo. Frutos comprimento, largura e coloração das folhas, depresso-globosos, verdes, 3-sulcados. assim como pelas menores dimensões das flores. Sementes aladas, arredondadas a deltóides, marrons a enegrecidas. 5. Habranthus sylvaticus Herb., Amaryllidaceae: Material examinado selecionado: BRASIL. BAHIA: 166. 1837. Figs. 1e, 3b, 4h-l Itatim, 28.IX.1996, fl. e fr., F. França 1839 (HUEFS); Bulbo obovado a ovado; colo 2–5 cm Morro do Chapéu, 11.XI.1998, fl., D. Carneiro et al. compr. Folhas (33,6–)42,6(–53,5) cm × (7–) 49 (HUEFS); Rio de Contas, 28.X.1988, fl., R. Harley 9(–11) mm, decíduas, dísticas, eretas, ensiformes,

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 320 Alves-Araújo, A., Dutilh, J. H. A. & Alves, M. canaliculadas, nervura central não conspícua, e folhas com diferentes padrões de coloração. verde-escuras em ambas as faces, base vinácea, A produção de bulbilhos laterais é rara, tanto ápice acuminado, margens inteiras, retas. Escapo em condições naturais quanto em cultivo. Na 15–42,5 cm compr., verde-escuro, base verde a natureza, a floração foi observada entre vinácea; brácteas 1,8–2,9 cm compr., espatáceas, dezembro e março e, em cultivo, após estresse hialinas, verdes a róseo-esverdeadas. Flor hídrico de aproximadamente quatro meses. declinada, crateriforme, hipanto 1,3–2,5 cm Pode ser distinta de H. robustus através do compr., paraperigônio formado por apêndices comprimento do hipanto, que alcança até 2,5 cm, recurvados, pedicelo 3,5–8 cm compr.; tépalas- e do ovário (4–6 mm compr.). A presença de 6, leve a fortemente reflexas, róseas, rosa-intenso flores róseas a alaranjadas com anel alvo a alaranjadas, anel alvo na região mediana das central e maior comprimento do estilete são tépalas, bases verdes a vináceas, tépala externa importantes para a delimitação do táxon em superior 6,3–7,2 × 1,5–2,2 cm, tépalas externas relação à H. itaobinus. laterais 5,5–7 × 1,5–2,2 cm, tépala interna inferior 5,5–6,5 × 1,2–1,5 cm, tépalas internas laterais Hippeastrum Herb. 5,3–6,1 × 1,2–1,5 cm; estames tridínamos, 3 Folhas geralmente anuais, sésseis. estames 1–2 cm e 3 estames 2–3,8 cm compr., Escapo cilíndrico, geralmente fistuloso; dialistêmones, filetes alvos a róseos, bases alvas, brácteas da inflorescência-2, livres. anteras amarelas, pólen amarelo-intenso; ovário Inflorescência multiflora (raro uniflora). 4–6 mm compr., ínfero, verde a vináceo, 22–24 Flores sésseis a pediceladas, não-odoríferas, óvulos por lóculo; estilete 4,8–5,9 cm compr., alvo antese geralmente diurna, zigomorfas. a róseo, base verde, estigma trífido, alvo. Frutos Estames-6, declinado-ascendentes a eretos. depresso-globosos, verdes, 3-sulcados. Ovário ínfero; estigma trilobado a capitado. Sementes aladas, arredondadas a deltóides, marrons a enegrecidas. 6. Hippeastrum puniceum (Lam.) Kuntze, Material examinado selecionado: BRASIL. Rev. Gen. Pl. 2:703. 1891. Figs. 1f, 5a-c, 6a ALAGOAS: Pão de Açúcar, 5.V.2002, fl., R. Lyra- Bulbo ovado a orbicular; colo 3,2–5,5 cm Lemos et al. 6702 (MAC); BAHIA: Andorinhas, compr. Folhas (50,2–)57(–65,8) × (3–)3,25 12.II.2006, fl., F. França et al. 5498 (HUEFS); (–3,6) cm, decíduas, dísticas, eretas, sésseis, Canudos, 29.X.2001, fl., L. Queiroz et al. 7046 (HUEFS, ensiformes a falcadas, nervura central não PEUFR); Feira de Santana, fl., A. Alves-Araújo et al. conspícua, verde-claras em ambas as faces, 44 (UFP); Morro do Chapéu, 14.XI.2002, fl., M. ápice agudo, margens inteiras, retas. Junqueira et al. 143 (HUEFS); Paulo Afonso, Inflorescência 2–4-flora, umbeliforme; 30.XI.2005, fl., F. França et al. 5293 (HUEFS); escapo 31–40 cm compr., fistuloso, verde; CEARÁ: s.l., s.d., fl., F. Alemão & M. Cisneiros 1529 brácteas 6–7,1 cm compr., espatáceas, verdes (R); PERNAMBUCO: Buíque, Parque Nacional do a róseo-esverdeadas. Flores declinadas, Catimbau, 30.VII.2005, fl., A. Alves-Araújo et al. 30 (UFP, R, RB); 12.III.2006, fl., A. Alves-Araújo et al. 68 infundibuliformes, hipanto 3–4 cm compr., (RB, UFP); Petrolina, 28.XII.1982, fl., G. Foetius 3276 paraperigônio fimbriado, pedicelo 4–4,8 cm (IPA); PIAUÍ: Piracuruca, Parque Nacional de Sete compr.; tépalas-6, conjunto da tépala externa Cidades, 30.I.1981, fl., R. Lyra 210 (MAC); Ribeiro com as laterais internas (tépalas superiores) Gonçalves, Estação Ecológica de Uruçuí, 15.X.1980, fortemente reflexo, alaranjadas a vermelhas, fl. e fr., A. Fernandes & A. Castro s.n. (EAC 9371). com base verde a vermelha, anel alvo a creme Habranthus sylvaticus é amplamente na região mediana das tépalas, tépala externa distribuído pelo nordeste, ocorrendo em áreas superior 6,8–7 × 3–3,2 cm, tépalas externas abertas e em solos bem drenados. No PARNA laterais 6,6–6,8 × 2,6–2,8 cm, tépala interna do Catimbau, observou-se uma grande variação inferior 6–6,1 × 2–2,2 cm, tépalas internas da morfologia floral entre as populações laterais 6–6,1 × 2,4–2,7 cm; estames tridínamos, acompanhadas, onde foram encontradas flores 3 de 6,8–7 cm e 3 de 6–6,2 cm compr.,

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae s.s. no Nordeste 321

1 cm d

e 2 cm j 5 mm

1 cm c

2 mm l

2 cm k 2 cm 2 cm

f b 2 cm 2 cm g h Figura 4 – Habranthus – a-b. H. itaobinus Rav. (Alves-Araújo 36) – a-b. hábito; c. flor em vista lateral; d. flor em vista frontal; e. detalhe do ápice da tépala superior externa. f-g. H. robustus Herb. ex Sweet. (AlvesAraújo 43) – f. flor em vista lateral; g. flor em vista frontal. h-l. H. sylvaticus Herb. (Alves-Araújo 30) – h-l. hábito; j. flor em vista lateral; k. flor em vista frontal; l. estigma trífido. Figure 4 – Habranthus – a-b. H. itaobinus Rav. (Alves-Araújo 36) – a-b. habit; c. flower, lateral view; d. flower, frontal view; e. outer superior tepal, detail of the apex. f-g. H. robustus Herb. ex Sweet. (AlvesAraújo 43) – f. flower, lateral view; g. flower, frontal view. h-l. H. sylvaticus Herb. (Alves-Araújo 30) – h-l. habit; j. flower, lateral view; k. flower, frontal view; l. trifid stigma. dialistêmones, filetes alvos na região mediana Material examinado selecionado: BRASIL. BAHIA: a vermelhos na região apical, base verde, Abaíra, 09.I.2006, fl., T. Nunes et al. 1512 (HUEFS); anteras amarelas, pólen amarelo-intenso; Andaraí, Serra de Andaraí, 30.X.1978, fr., G. Martinelli ovário 6–10 mm compr., ínfero, vermelho a et al. 5451 (RB); Ilhéus, 14.X.1981, fl., J. Hage & H. verde-claro, 58–60 óvulos por lóculo, estilete Brito 1456 (CEPEC); Itapebi, 14.VIII.1971, fl., T. Santos 8,7–10,1 cm compr., alvo na região mediana a 1822 (CEPEC); Lençóis, 22.XII.1981, fl., G. Lewis et al. 939 (CEPEC); Santa Cruz Cabrália, 9.II.1984, fl., E. vermelho na região apical, base verde, estigma Santos 247 (CEPEC); PERNAMBUCO: Bezerros, trilobado, vermelho. Frutos depresso-globosos, 17.XI.2005, fl., A. Alves-Araújo et al. 40 (RB, UFP); verdes, 3-sulcados. Sementes aladas, Recife, Engenho Uchôa, 11.II.1996, fl. e fr., C. Eugênio arredondadas a deltóides, negras. 21 (IPA); São Lourenço da Mata, Estação Ecológica

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 322 Alves-Araújo, A., Dutilh, J. H. A. & Alves, M. de Tapacurá, 18.XII.2005, fl., A. Alves-Araújo et al. (SPF); Palmeiras, 21.X.1999, fl., A. Conceição 616 (SPF); 49 (UFP); Quipapá, Engenho Brejinho, 2.X.1980, Piatã, 26.XII.1992, fl., R. Harley et al. s.n. (HUEFS 50930, fl., I. Pontual 1735 (PEUFR). SPF 50421); CEARÁ: Aiuaba, 11.XII.1997, fl., L. Lima- Hippeastrum puniceum distribui-se por Verde et al. 855 (HUEFS); PERNAMBUCO: todo o Brasil e Américas, ocupando várias Petrolina, 2-9.I.1961, fl., A. Lima s.n. (RB 113572). formações vegetais e ambientes, além de Hippeastrum solandriflorum possui apresentar grande variação morfológica das ampla distribuição no Brasil, nas Regiões folhas e da coloração das flores (Dutilh 2005). Nordeste e Centro-Oeste, ocorrendo ainda na Foi observada grande produção de bulbilhos Colômbia, Guianas e Venezuela (Ravenna laterais, com florescimento entre os meses de 1970). novembro e dezembro e botões florais em Ravenna (1970) descreveu diferentes estádios de desenvolvimento araripina Ravenna a partir de espécimes simultaneamente. Espécie de fácil cultivo e coletados em Araripina – Pernambuco. Meerow comum em jardins de todo o território brasileiro, et al. (1997) propuseram a transferência de mas não foi observada sua floração sob cultivo. A. araripina para Hippeastrum. Neste Caracteriza-se pela curvatura do pedicelo em trabalho, visando maior segurança na validade sua porção apical, conferindo ao ovário uma nomenclatural, optou-se por considerar posição perpendicular em relação ao escapo e Hippeastrum araripinum (Ravenna) Meerow diferindo de H. stylosum pelos filetes e estilete sinônimo de H. solandriflorum. Contudo, o ascendentes formando um ângulo de 90°. material-tipo depositado na coleção particular do P. Ravenna não foi examinado. 7. Hippeastrum solandriflorum (Lindl.) Hippeastrum solandriflorum caracteriza- Herb. An Appendix, Bot. Reg.: 31. 1821. se pelo comprimento do hipanto, que pode Fig. 5d, 6a alcançar 9 cm, ausência de paraperigônio e Bulbo ovado a orbicular; colo 1–2 cm por ser a única espécie do gênero no nordeste × compr. Folhas (32–)45(–58) (2–)3(4) cm, com flores completamente alvas a creme- decíduas, dísticas, eretas, ensiformes, amareladas. canaliculadas, nervura central não conspícua, verde-claras em ambas as faces, ápice agudo, 8. Hippeastrum stylosum Herb., Bot. margens inteiras, retas. Inflorescência 1–2- Mag.49:2278. 1822. Fig. 1g, 5e-h, 6a flora, umbeliforme; escapo 25–63 cm compr., Bulbo subterrâneo a parcialmente fistuloso, brácteas 3,5–5,7 cm compr., espatáceas, exposto, ovado a orbicular; colo 9–50 mm hialinas. Flores declinadas, infundibuliformes, compr. Folhas (36,1–)52(–64,4) × (2,1–)3,6 hipanto 7,6–9 cm compr., pedicelo 2,5–5,5 cm (–5,9) cm, decíduas, dísticas, eretas a compr., paraperigônio ausente; tépalas-6, alvas levemente prostradas, ensiformes, fortemente a creme-amareladas, tépala externa superior canaliculadas, nervura central não conspícua, × (7,5–)9,5 (2,8–)5 cm, tépalas externas laterais verde-claras a escuras em ambas as faces, (7,5–)9,3 × (2,5–)3 cm, tépala interna inferior base vinácea, ápice agudo, margens inteiras, (7,2–)11 × (2,5–)5 cm, tépalas internas laterais retas. Inflorescência 2–7-flora, umbeliforme; (6,5–)9,2 × (1,8–)3 cm; estames isodínamos, escapo 43,5–97 cm compr., verde-escuro a eretos, 5,8–8,3 cm compr., dialistêmones, filetes vináceo, base vinácea; brácteas 4–7,2 cm compr., alvos a creme-amarelados, pólen amarelo-intenso; espatáceas, verdes, róseas a vináceas. Flores ovário 8-13 mm compr., verde-claro; estilete declinadas, infundibuliformes, hipanto 1–2 cm 15,8–17,5 cm compr., creme-amarelado, estigma compr., paraperigônio fimbriado, pedicelo 2,3– trilobado. Frutos e sementes não observados. 5,8 cm compr.; tépalas-6, magenta a vermelho- Material examinado selecionado: BRASIL. BAHIA: Abaíra, 25.II.1992, fl., P. Sano s.n. (HUEFS 50929, vivo, por vezes com raio longitudinal verde ao BHCB); Mucugê, 25.XI.2000, fl., A. Conceição 898 longo da tépala, verdes, magentas ou vermelhas

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae s.s. no Nordeste 323 2 cm a

2 cm b 4 cm

d

5 mm c

2 cm h 1 cm 2 cm

f

e g 2 mm

Figura 5 – Hippeastrum – a-c. H. puniceum (Lam.) Kuntze (Alves-Araújo 40) – a. flor em vista frontal; b. flor em vista lateral; c. estigma trilobado. d. H. solandriflorum Herb. (Conceição 898) – d. flor em vista lateral. e-h. H. stylosum Herb. (Alves-Araújo 21) – e. hábito; f. flor em vista frontal; g. flor em seção longitudinal evidenciando o detalhe do paraperigônio fimbriado (seta); h. fruto. Es=estame; Hi=hipanto;Tp=tépala. Figure 5 – Hippeastrum – a-c. H. puniceum (Lam.) Kuntze (Alves-Araújo 40) – a. flower, frontal view; b. flower, lateral view; c. trilobate stigma. d. H. solandriflorum Herb. (Conceição 898) – d. flower, lateral view. e-h. H. stylosum Herb. (Alves-Araújo 21) – e. habit; f. flower, frontal view; g. flower, longitudinal section showing the fimbriated corona (arrow); h. fruit. Es=stamen; Hi=hypanthium;Tp=tepal. na base, ausência de anel mediano, tépala máculas vináceas, anteras creme com faixas externa superior (6,1–) 8,1(–9) × (1,5–)2,7(–3,3) vináceas, pólen amarelo-intenso; ovário 9–10 cm, tépalas externas laterais (6–)7,9(–9) × mm compr., verde-claro, 56–60 óvulos por (1,4–)2,8(–3,6) cm, tépala interna inferior (6–) lóculo; estilete 8–13,5 cm compr., magenta a 7,8(–8,9) × (1–)1,7 (–2,4) cm, tépalas internas vermelho, base branca, estigma trilobado, laterais (6,2–)7,8 (–9) × (1,2–)1,7(2,5) cm; vermelho a vináceo. Frutos depresso-globosos, estames isodínamos, eretos, 7–10,2 cm compr., verdes, 3-sulcados. Sementes aladas, dialistêmone, filetes magenta a vermelhos, arredondadas a deltóides, negras.

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 324 Alves-Araújo, A., Dutilh, J. H. A. & Alves, M. Material examinado selecionado: BRASIL. ALAGOAS: de rochas. Em diferentes populações Piaçabuçu, Ponta de Terra, 17.XI.1987, fl. e fr., D. Araújo acompanhadas, foi observada uma grande et al. 1956 (MAC); BAHIA: Banzae, 20.X.2002, fl., C. variação morfológica com relação à coloração Correia et al. 204 (HUEFS); Cravolândia, 15.X.1975, das tépalas, presença ou não de faixa verde fl., J. Hage 105 (CEPEC); Feira de Santana, 13.XI.1986, longitudinal nas mesmas, tamanho das flores, fl., L. Queiroz & N. Lemos s.n. (HUEFS 6714); Ipuaçú, número de flores por escapo e coloração das IX.1998, fl., Grupo Pedra do Cavalo [Scardino et al.] folhas. Foi constatada grande produção de 730 (CEPEC); Jequié, 22.IX.1965, fl., A. Duarte & E. Pereira 9315 (RB); Mucugê, 9.XI.2004, fl., C. Costa & bulbilhos laterais e o florescimento em J. Costa 127 (HUEFS); Nova Itarana, 30.VIII.1996, fl., condições naturais entre novembro a janeiro, R. Harley & A. Giulietti 28211 (HUEFS); Santa com botões em diferentes estádios de Teresinha, 13.IX.1997, fl., E. Miranda et al. 10 (HUEFS); desenvolvimento simultaneamente. A floração CEARÁ: Cedro, V.1912, fl., Löfgren 786 (R); de alguns indivíduos em cultivo ocorreu após MARANHÃO: São Luís, 22-23.X.1982, fl., K. Yamamoto cinco meses de estresse hídrico. É facilmente et al. s.n. (UEC 14257); PARAÍBA: Areia, Mata do Pau- reconhecida pelos estames e estilete exsertos. Ferro, 12.I.1981, fl., V. Fevereiro et al. s.n. (JPB 544); Rio Quando comparada a H. puniceum, H. Tinto, 8.III.1990, fl., L. Félix & E. Santana 2839 (JPB); stylosum não possui anel alvo a creme na Serraria, 28.XI.1942, fl., L. Xavier s.n. (JPB 1192); região mediana das tépalas, tampouco as PERNAMBUCO: Agrestina, Pedra do Careca, tépalas superiores são fortemente reflexas. 21.III.2005, fl., A. Alves-Araújo et al. 21 (SPF, UEC, UFP); Bezerros, Fazenda Antônio Bezerra, 26.XII.2005, fl., A. Alves-Araújo et al. 51 (HUEFS, R, RB, UFP); Bonito, Hymenocallis Salisb. Reserva Municipal de Bonito, 19.I.2005, fl., A. Alves- Folhas perenes ou anuais, sésseis a Araújo et al. 18 (UEC, UFP); Brejo da Madre de Deus, pseudopecioladas. Escapo biconvexo, sólido; 3.III.2005, fl. e fr., E. Borba et al. 2188 (HUEFS); Buíque, brácteas da inflorescência-2, livres. Parque Nacional do Catimbau, 30.VII.2005, fl., A. Alves- Inflorescência multiflora. Flores geralmente Araújo et al. 32 (UFP); Cabo de Santo Agostinho, Praia sésseis, odoríferas, antese vespertino-noturna, de Calhetas (Parque Metropolitano Armando Holanda actinomorfas. Estames-6, eretos, conatos na Cavalcanti), 11.XII.2005, fl., A. Alves-Araújo et al. 47 base formando a corona estaminal. Ovário (UFP, RB); Caruaru, Brejo dos Cavalos, 9.IV.1996, fr., M. ínfero; estigma capitado. Tschá 745 (PEUFR); Pesqueira, Serra do Ororubá, 3.III.1996, fl., M. Correia 430 (IPA); Pombos, Serra das 9. Hymenocallis littoralis Salisb., Trans. Hort. Russas, 16.XI.2005, fl., A. Alves-Araújo et al. 39 (HUEFS, Soc. London 1: 338. 1812. Fig. 1h, 6b, 7a-b RB, UFP); Recife, Engenho Uchôa, 6.X.1996, fl., C. Eugênio 37 (IPA); São Lourenço da Mata, Estação Bulbo oblato a orbicular; colo 3-3,5 cm × Ecológica de Tapacurá, 17.I.2005, fl., A. Alves-Araújo et compr. Folhas (67,3–)80,3(–91) (5–)6,1(–6,5) al. 17 (UEC, UFP, SPF); São Vicente Férrer, 8.I.1996, fl., cm, perenes, dísticas, eretas, sésseis, canaliculadas, L. Silva et al. 118 (PEUFR); Taquaritinga do Norte, nervura central proeminente, verde-brilhantes sítio Cafundó, 28.XII.1972, fl., D. Andrade-Lima 7131 em ambas as faces, ápice agudo, margens (IPA); Vitória de Santo Antão, Sítio do Torto, 9.XII.1981, inteiras, retas. Inflorescência 13–17-flora, fl., L. Mesquita s.n. (IPA 28238); RIO GRANDE DO umbeliforme; escapo 59–62 cm compr., NORTE: Timbau do Sul, Santuário Ecológico de Pipa, espiralado em seu eixo, verde-claro; brácteas 29.V.2006, fl., A. Alves-Araújo et al. 176 (flor em cultivo); 7,6–8 cm compr., espatáceas, verdes. Flores SERGIPE: Neópolis, 6.II.1975, fl., A. Barreto s.n. (ASE eretas, infundibuliformes, hipanto (20,2–)21,3 298); Tobias Barreto, 6.X.1981, fr., E. Carneiro 111 (ASE). (–22,1) cm compr., sésseis; tépalas-6, alvas, Hippeastrum stylosum tem ampla bases verdes, deflexas, isomorfas, tépalas distribuição no nordeste, ocupando desde (12,5–) 12,8(–13,1) cm × (4–)5 mm; estames paredões rochosos costeiros, restinga, Mata isodínamos, 9,9–10,2 cm compr., filetes verdes, Atlântica até afloramentos rochosos na corona estaminal 3–3,1 cm compr., alva; caatinga. Ocorre em áreas abertas, sob anteras translúcidas, pólen amarelo; ovário 1,5– arbustos, ilhas de solo em “inselbergs” e gretas 1,8 cm compr., verde, 5–6-óvulos por lóculo;

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae s.s. no Nordeste 325

a b Figura 6 – Mapas de distribuição das espécies de Amaryllidaceae s.s. e Alliaceae s.s. no nordeste brasileiro – a. Hippeastrum Herb.: H. stylosum Herb.; † H. puniceum (Lam.) Kuntze; { H. solandriflorum Herb.; œ H. glaucescens Herb.; H. reticulatum Herb. b. „ Hymenocallis littoralis Salisb.; S Nothoscordum pernambucanum Rav.; { Nothoscordum bahiense Rav. (Alliaceae s.s.). Figure 6 – Distribution of Amaryllidaceae s.s. and Alliaceae s.s. species at northeastern Brasil – a. Hippeastrum Herb.: H. stylosum Herb.; † H. puniceum (Lam.) Kuntze; { H. solandriflorum Herb.; œ H. glaucescens Herb.; H. reticulatum Herb. b. „ Hymenocallis littoralis Salisb.; S Nothoscordum pernambucanum Rav.; { Nothoscordum bahiense Rav. (Alliaceae s.s.). estilete 31,2–34,8 cm compr., alvo, base verde, Nothoscordum Kunth estigma alvo. Frutos e sementes não Folhas perenes ou anuais, sésseis. Escapo observados. cilíndrico, sólido; brácteas da inflorescência Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: geralmente 2, livres ou com base concrescida. Ipojuca, Praia de Porto de Galinhas, flor em cultivo, Inflorescência uni a multiflora. Flores pediceladas, 18.I.2006, fl. e fr., A. Alves-Araújo et al. 54 (EAC, odoríferas e antese diurna, actinomorfas. Estames- HUEFS, MAC, UFP). 6, eretos. Ovário súpero; estigma capitado. Hymenocallis littoralis distribui-se ao longo de todo litoral brasileiro, além de ocorrer 10. Nothoscordum pernambucanum na América do Norte e América do Sul (Traub Ravenna, Onira Bot. Leafl. 7(7): 44. 2002. 1962). O único espécime disponível para análise Fig. 1i, 6b, 7c-f foi mantido em cultivo sob condições não Bulbo obovado a ovado; colo 6-24 mm controladas, onde foi possível a observação da compr. Folhas (14,8–)18,1(–22,2) cm × 3(–4) mm, produção de bulbilhos laterais. A floração sob decíduas, dísticas, eretas, ensiformes, nervura cultivo foi observada em janeiro, com produção central não conspícua, verde-claro em ambas de flores odoríferas, antese vespertina e botões as faces, ápice agudo, margens inteiras, retas. simultaneamente em diferentes estádios de Inflorescência 5–9-flora, umbeliforme; desenvolvimento. É facilmente reconhecida, escapo 14,8–22,7 cm compr., verde; brácteas dentre os táxons examinados, pela presença de 4–7 mm compr., espatáceas, base concrescida, corona estaminal membranácea típica da tribo translúcidas. Flores eretas, crateriformes, pedicelo e dos filetes livres exsertos. 1,5–3,5 cm compr.; tépalas-6, alvas com nervuras O termo corona estaminal é citado por Meerow centrais vináceas a enegrecidas, com base verde, & Snijman (1998) como copo estaminal, porém discretamente concrescidas na base, isomorfas, trata-se da mesma estrutura floral. tépalas (5–)6(–7) × 2(–3) mm; estames isodínamos,

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 326 Alves-Araújo, A., Dutilh, J. H. A. & Alves, M. eretos, (4–)5 mm compr., dialistêmone, filetes A espécie é conhecida apenas pelo tipo, alvos, base verde, anteras amarelas, pólen tendo sido coletada no ano de 1936 em Tapera, amarelo-intenso; ovário 1–2 mm compr., verde, atualmente, município de São Lourenço da 2 óvulos por lóculo; estilete 4–5 mm compr., Mata, Pernambuco (Preuss & Meerow 2000). alvo, estigma alvo. Frutos 3-sulcados, verdes. A presença de populações naturais não foi Sementes ovóides, negras. constatada no local referido na etiqueta do Material examinado: BRASIL. PERNAMBUCO: material-tipo assim como nos arredores, Carpina, 26.III.1987, fl. e fr., V. Lima & A. Rita s.n. (IPA tampouco amostras em coleções botânicas E. Tenório 116 50870); Caruaru, 7.V.1966, fl. e fr., foram localizadas nos acervos consultados. O (IPA); Gravatá, VII.1926, fl. e fr., B. Pickel s.n. (IPA 3541); 20.VII.1997, fl., M. Guerra & L. Félix 1413 material-tipo não foi examinado (US). Esta (UFP-Holótipo); 30.III.2006, fl., A. Alves-Araújo et espécie constitui juntamente com G. cordata al. 76 (EAC, HUEFS, UFP); São Caetano, 24.IV.1966, Preuss & Meerow e G. leucantha Preuss & fl. e fr., D. Andrade-Lima 4530 (IPA); Taquaritinga Meerow, os táxons do subg. Griffinia que do Norte, 18.IV.1997, fl. e fr., s.col. 1204 (IPA); Vitória possuem flores completamente alvas (Preuss de Santo Antão, Engenho Pombal, 8.VIII.1998, fl. e & Meerow 2000, 2001b). fr., A. Laurênio et al. 1174 (PEUFR); SERGIPE: E. Carneiro 367 Lagarto, 7.V.1982, fl., (ASE, IPA); 12. Griffinia arifolia Ravenna, Onira Bot. Poço Verde, 6.V.1982, fl., G. Viana 433 (ASE); São Cristóvão, 25.IV.1984, fl., G. Viana 932 (ASE); Tobias Leafl. 4(5): 19-20. 2000. Fig. 3a Barreto, 25.VIII.1983, fl., E. Gomes 344 (ASE). Folhas 37 cm compr., perenes, sagitadas, Nothoscordum pernambucanum constitui pseudopecíolo ca. 35 cm compr. Escapo 16– o registro com distribuição mais setentrional para 16,5 cm compr. Inflorescência 11-flora. o gênero no Brasil (Ravenna 2002), ocorrendo Flores patentes, infundibuliformes, hipanto nos estados de Pernambuco e Sergipe. 2,2–2,8 mm compr., lilás. Estames-6, Em seu primeiro registro na região, a heterodínamos. Ovário 3–4 mm compr. espécie foi tratada como Nothoscordum Conhecida apenas pelo material-tipo, pulchellum Kunth por Guerra & Félix (2000), coletado no município de Alcobaça, Bahia. que a utilizou em estudo citogenético. Ravenna Distingue-se das demais espécies pelas folhas (2002) a reconheceu como táxon distinto do longo-pseudopecioladas e folha sagitada anterior, principalmente, pela forma do ovário semelhante ao do gênero Arum (Araceae) e número de óvulos por lóculo. Os espécimes (Ravenna 2000b). sob condições de rega contínua apresentam grande produção de bulbilhos e intenso 13. Griffinia itambensis Ravenna, Pl. Life florescimento ao longo do ano. 30: 70. 1974. Fig. 3a Folhas 12–25 cm compr., perenes, Os táxons abaixo relacionados não foram lanceoladas, pseudopecioladas. Escapo ca. 19 encontrados durante as excursões de coleta, cm compr. Inflorescência 7–11-flora. Flores porém, estão incluídos dentre as espécies declinadas, infundibuliformes, hipanto 1,5 mm nativas do Nordeste. compr., lilás. Estames-5–6, heterodínamos. Griffinia itambensis é conhecida apenas 11. Griffinia alba Preuss & Meerow, Novon 10: 230. 2000. Fig. 3a para a região do sul da Bahia e Minas Gerais. Folhas 40 cm compr., perenes, ovadas a Pode ser reconhecida, segundo Preuss (1999), elípticas, pseudopecíolo 30 cm compr. Escapo por suas folhas lanceoladas e sem máculas 35–38 cm compr. Inflorescência 16–17-flora. alvas e flores diminutas (as menores do Flores declinadas, infundibuliformes, hipanto gênero). De acordo com Preuss (1999), esta 1,3–1,8 cm compr., alvas. Estames-6, espécie provavelmente trata-se de uma heterodínamos. Ovário ca. 1 cm compr. variedade de Griffinia espiritensis.

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b 4 cm

c

a 5 mm 1 cm 2 mm

d

e 1 mm f Figura 7 – a-b. Hymenocallis littoralis Salisb. (Alves-Araújo 54) – a. flor em vista frontal; b. flor em vista lateral. c-f. Nothoscordum pernambucanum Rav. (AlvesAraújo 76) – c. hábito; d. detalhe da inflorescência; e. detalhe da flor; f. ovário em seção longitudinal. Figure 7 – a-b. Hymenocallis littoralis Salisb. (Alves-Araújo 54) – a. flower, frontal view; b. flower, lateral view. c-f. Nothoscordum pernambucanum Rav. (AlvesAraújo 76) – c. habit; d. inflorescence, detail; e. flower, detail; f. ovary, longitudinal section.

14. Griffinia intermedia Lindl. Bot. Reg. 7: (Preuss 1999). Caracteriza-se pelo 990. 1826. comprimento do escapo (ca. 30 cm) e o Folhas perenes, ovado-elípticas, número de flores (6–10-flora) associados pseudopecioladas. Escapo ca. 30 cm compr. dentre as espécies de Griffinia. Entretanto, Inflorescência 6–10-flora. Flores declinadas, Preuss (1999) não quantifica tampouco infundibuliformes, lilás. Estames-6, heterodínamos. qualifica acuradamente estes caracteres a Possui distribuição disjunta, nos fim de esclarecer as identidades dos estados da Bahia e do Rio de Janeiro táxons.

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 328 Alves-Araújo, A., Dutilh, J. H. A. & Alves, M. 15. Griffinia parviflora Ker Gawler, Bot. filiformes, hipanto curto (3–5 mm compr.) e Reg. 6: 511. 1821. Fig. 3a paraperigônio setiforme. Folhas 18–29 cm compr., perenes, ovadas, pseudopecioladas. Escapo 20–25 cm 18. Habranthus datensis Ravenna, Onira Bot. compr., com pigmentação vermelha na base. Leafl. 3(16): 58. 1999. Fig. 3b Inflorescência 10–15-flora. Flores declinadas, Folhas ca. 5 cm compr., perenes, infundibuliformes, hipanto ca. 3 mm compr., ensiformes. Escapo 6–16 cm compr. Flores lilás. Estames-6, heterodínamos. infundibuliformes, zigomorfas, hipanto 1-4 mm Espécie com distribuição nos estados da compr., paraperigônio fimbriado. Estames Bahia e Espírito Santo, ocorrendo principalmente tetradínamos. Estilete 2,5–4,1 cm compr. no sub-bosque da Mata Atlântica. Diferencia-se Ovário 3–8 mm compr., estigma trífido. das demais espécies do gênero pela coloração Espécie registrada para os estados da avermelhada da base do pseudopecíolo e do Bahia e Minas Gerais, podendo ser reconhecida escapo (Preuss 1999). principalmente pela presença do paraperigônio fimbriado associada aos estames em quatro 16. Griffinia nocturna Ravenna, Pl. Life 25: alturas distintas (Oliveira 2006). 63. 1969. Fig. 3a Folhas 40–50 cm compr., anuais, 19. Habranthus aff. itaobinus Ravenna, oblanceoladas, sésseis. Escapo 14–35 cm compr. Onira Bot. Leafl., 3(16): 56. 1999. Fig. 3b Inflorescência 3–4-flora. Flores declinado- Folhas ca. 7 cm compr., perenes, ascendentes, subsésseis, infundibuliformes, ensiformes. Escapo 9,8–16,3 cm compr. hipanto 1-5 cm compr., alvas. Estames-6, Flores infundibuliformes, hipanto 2–5 mm heterodínamos. compr., paraperigônio reduzido a calosidades. Griffinia nocturna juntamente com G. Estames tridínamos. Estilete 1,7–2,4 cm gardneriana ocupam áreas mais secas das compr. Ovário 3–6 mm compr., estigma regiões Centro-Oeste e Nordeste. A primeira trilobado. De acordo com Oliveira (2006), este ocorre, geralmente, associada ao Cerrado, táxon é endêmico da região de Rio de Contas, enquanto a segunda, à Caatinga (Preuss 1999). Bahia. Os principais caracteres diagnósticos Diferenciam-se pelo comprimento do hipanto deste táxon em relação aos demais são as (1–5 cm) e as flores subsésseis presentes em flores menores, hipanto relativamente mais G. nocturna. largo e, principalmente, a venação reticulada das tépalas, que é bastante evidente devido à 17. Habranthus bahiensis Ravenna, Onira coloração distinta das áreas intervenais. Bot. Leafl.1(8): 53. 1988. Fig. 3b Segundo Oliveira (2006), pode ser considerada Folhas ca. 12,5 cm compr., perenes, uma nova espécie para a ciência. filiformes. Escapo 10,5–15 cm compr. Flores infundibuliformes, hipanto 3–5 mm compr., 20. Hippeastrum glaucescens Herb., paraperigônio setiforme. Estames tetradínamos. Amaryllidaceae: 139. 1837. Fig. 6a Estilete 3,9–5,9 cm compr. Ovário 2–4 mm Folhas anuais, loriformes a falcadas. compr., estigma trilobado. Inflorescência biflora. Flores horizontais a Esta espécie foi coletada apenas na ascendentes, campanuladas, hipanto 1,6–2,2 cm Bahia (Dutilh 2003). Segundo Oliveira (2006), compr., paraperigônio denteado. Ovário 12,3– é endêmica de Morro do Chapéu, no norte da 16 mm compr., estigma trilobado. Cadeia do Espinhaço, e distingue-se das Distribui-se desde os estados da Bahia e demais espécies principalmente pelas folhas Goiás, sul do Brasil à Argentina, ocupando

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áreas abertas e pedregosas (Dutilh 2005). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Apresenta flores campanuladas, alaranjadas a APG (Angiosperm Phylogeny Group). 2003. vermelhas com reticulados mais escuros no An update of the angiosperm phylogeny terço superior das tépalas, além do estigma group classification for the orders and trilobado e paraperigônio denteado como families of flowering : APG II. caracteres distintivos entre as espécies Botanical Journal of the Linnean Society analisadas. 141: 399-436. Coutinho, L. M. 2006. O conceito de bioma. 21. Hippeastrum reticulatum Herb., Bot. Acta Botanica Brasilica 20(1):13-23. Mag.: 2475. 1824. Fig. 6a Cronquist, A. A. 1981. An integrated system Folhas anuais, lanceoladas. Inflorescência of classification of flowering plants. New 2–5-flora. Flores horizontais a ascendentes, York Botanical Garden, New York, USA. campanuladas, hipanto 1,3–2,5 cm compr., Dutilh, J. H. A. 2003. Revisão manuscrita da paraperigônio ausente. Estigma capitado. família Alliaceae, Amaryllidaceae. Conhecida para os estados do Espírito APNE-CNIP, Recife, Pernambuco. Santo, São Paulo e Santa Catarina, é citada pela Dutilh, J. H. A. 2005. Amaryllidaceae. In: primeira vez citada para o Nordeste, a partir Wanderley, M. G. L.; Shepherd, G. J.; Melhem, de dois espécimens coletados no município de T. S.; Martins, S. E.; Kirizawa, M. & Giulietti, Alcobaça, BA, e depositados no IPA e R. A. M. (eds.). Flora fanerogâmica do estado Distingue-se das demais espécies de de São Paulo. São Paulo. Pp. 244-256. Hippeastrum pela ausência de paraperigônio Dutilh, J. H. A. 2006. Alliaceae, Amaryllidaceae. (caráter compartilhado com H. solandriflorum), In: Barbosa, M. R. V.; Sothers, C.; Mayo, presença de estigma capitado, paredes internas S.; Gamarra-Rojas, C. F. L. & Mesquita, do fruto alaranjadas e sementes globosas. A. C. (eds.). Checklist das plantas do Além disso, pode apresentar uma linha alva nordeste brasileiro: Angiospermas e ao longo da folha. Gymnospermas. Brasília. Pp. 26-27. Font Quer, P. 1989. Diccionario de botánica. 22. Nothoscordum bahiense Ravenna, Onira Editorial Labor, Barcelona. Bot. Leafl. 3(7): 19-21. 1991. Fig. 6b Guerra, M. & Félix, L. P. 2000. O cariótipo de Folhas anuais, ensiformes. Inflorescência Nothoscordum pulchellum (Alliaceae) 3–6-flora. Flores eretas, craterifomes. com ênfase na heterocromatina e nos sítios Estames isodínamos. Estilete ca. 3 mm de DNAr. Boletim da Sociedade compr. Ovário 1 mm compr., 1 óvulo/lóculo. Argentina de Botânica 35(3-4): 283-289. Está restrita ao estado da Bahia. Assemelha- Harris, J. G. & Harris, M. W. 1994. Plant se a N. pernambucanum, porém possui apenas identification terminology: an illustrated glossary. Spring Lake Publishing, Spring um óvulo por lóculo do ovário (Ravenna 1991). Lake, Utah. Holmgren, P. K. & Holmgren, N. H. 2006 AGRADECIMENTOS onwards (continuously updated). Index Ao CNPq pela concessão da bolsa ao herbariorum. New York Botanical Garden. primeiro autor. Aos Professores Dr. Marcelo Acessado em 4/ de material botânico. Às Dras. Ana Cláudia 7/2006. Araújo e Gardene Sousa pelas sugestões para este IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e trabalho. Aos revisores ad hoc pelas sugestões. Estatística. 1977. Geografia do Brasil. E, por fim, aos integrantes do Laboratório Região Nordeste. Rio de Janeiro, Vol. 2. MTV/UFPE.

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009 330 Alves-Araújo, A., Dutilh, J. H. A. & Alves, M. Meerow, A. W. 2004. Alliaceae, Amaryllidaceae. Preuss, K. D. & Meerow, A. W. 2001a. A closer In: Smith, N.; Mori, S. A.; Henderson, A.; look at Griffinia espiritensis Ravenna Stevenson, D. Wm. & Heald, S. V. (eds.). (Amaryllidaceae). Herbertia 56: 119-126. Flowering plants of the neotropics. The Preuss, K. D. & Meerow, A. W. 2001b. Two New York Botanical Garden, New Jersey. new white-flowered Griffinia species. Pp. 408-412. Herbertia 56: 127-131. Meerow, A. W. & Snijman, D. A. 1998. Ravenna, P. F. 1970. Contributions to south Amaryllidaceae. In: Kubitzki, K. (ed.). american Amaryllidaceae III. Plant Life The families and genera of vascular plants. 73-104. – Lilianae (except Ravenna, P. F. 1991. New species of Orchidaceae). Hamburg. Pp. 83-110. Nothoscordum (Alliaceae) – IX. Onira Meerow, A. W.; Van Scheepen, J. & Dutilh, 3(7): 19-21. J. 1997. Transfers from Amaryllis to Ravenna, P. F. 2000a. Tocantinia and Hippeastrum (Amaryllidaceae). Taxon Cearanthes, two new genera, and 46(1): 15-19 Tocantineae new tribe, of brazilian Oliveira, R. S. 2006. Flora da Cadeia do Amaryllidaceae. Onira 5(3): 9-12. Espinhaço: Zephyranthes Herb. e Ravenna, P. F. 2000b. Five new species in the Habranthus Herb. (Amaryllidaceae). genus Griffinia (Amaryllidaceae). Onira Dissertação de Mestrado. Universidade 4(5): 19-22. de São Paulo, São Paulo. Ravenna, P. F. 2002. New species of Preuss, K. D. 1999. The genus Griffinia Ker Nothoscordum (Alliaceae) – XX. Onira Gawler (Amaryllidaceae), revisited. 7(7): 42-45. Herbertia 54: 51-66. Traub, H. P. 1962. Key to the subgenera, Preuss, K. D. & Meerow, A. W. 2000. alliances and species of Hymenocallis. Griffinia alba (Amaryllidaceae), a new Plant Life 18: 55-72. species from northeastern Brazil. Novon Traub, H. P. 1963. The genera of Amaryllidaceae. 10: 230-233. American Plant Life Society, La Jolla.

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MATERIAL ADICIONAL CONSULTADO O número entre parênteses representa o táxon de acordo com a lista numérica de espécies no presente trabalho. A. Alves-Araújo et al. 17 (8); 18 (8); 21 (8); 25 (8); 29 (8); 30 (5); 31 (5); 32 (8); 33 (2); 34 (5); 36 (3); 37 (1); 39 (8); 40 (6); 43 (4); 44 (5); 45 (3); 47 (8); 48 (8); 49 (6); 50 (3); 51 (8); 52 (5); 53 (2); 54 (9); 59 (5); 61 (8); 62 (2); 64 (8); 65 (8); 66 (2); 67 (3); 68 (5); 69 (3); 70 (3); 71 (3); 76 (10); 176 (8); A. Amorim et al. 1350 (1); A. Barreto s.n. (ASE 298) (8); A. Carvalho et al. s.n. (CEPEC 1960) (3); A. Castellanos 23039 (2); A. Conceição 616 (7); 898 (7); A. Dores 117 (20); A. Duarte & E. Pereira 9315 (8); A. Eupunino 199 (15); A. Fernandes & A. Castro s.n. (EAC 9371) (5); A. Ferreira & M. Marques 82 (6); A. Freire- Fierro et al. s.n. (SPF 2077)(8); A. Gehrt s.n. (4); A. Gentry 50396 & E. Zardini (16); A. Gomes et al. 300 (5); A. Heller 966 (16); A. Krapovickas et al. s.n. (IPA 26306) (8); A. Laurênio et al. 1174 (10); A. Lima s.n. (RB 113572) (7); A. Rapini et al. 364 (5); A. Sacramento 225 (8); 279 (8); 239 (8); 586 (8); A. Santos 258 & M. Stapff (3); A. Silva 530 (2); Andrade-Lima 7379 (3); B. Bennett 3577 (16); B. Pickel 2907 (11); B. Pickel s.n. (IPA 3541) (10); B. Stannard et al. 50825 (7); C. Correia et al. 204 (8); C. Costa & J. Costa 127 (8); C. Eugênio 21 (6); 37 (8); C. Zickel et al. s.n. (PEUFR 17781) (8); D. Andrade- Lima 4530 (10); 7131 (8); 13487 (2); D. Araújo et al. 1956 (8); D. Carneiro et al. 49 (4); D. Pimentel et al. 38 (8); 73 (8); E. Borba et al. 2188 (8); E. Carneiro 111 (8); 367 (10); E. Gomes 154 (3); 344 (10); E. Heringer & N. Lima s.n. (JPB 2628) (7); E. Miranda et al. 10 (8); E. Santos 247 (6); E. Smidt 277 & U. Silva-Pereira (7); E. Tenório 116 (10); F. Alemão & M. Cisneiros 1529 (5); 1530 (7); F. Cowell 646 (16); F. França 1839 (4); F. França et al. 5293 (5); 5498 (5); F. Hoehne & A. Gehrt s.n. (4); F. Villarouco et al. 174 (8); G. Barroso s.n. (RB 185203) (2); G. Costa-Lima 3 (2); G. Foetius 3276 (5); G. Hatschbach 53647 (1); 69792 (1); G. Hatschbach 46913 & O. Guimarães (1); G. Hatschbach et al. 57050 (15); 67438 (13); G. Lewis et al. 939 (6); G. Martinelli et al. 5286 (17); 5451 (6); Grupo Pedra do Cavalo [Scardino et al.] 730 (8); G. Ray 1039 (16); G. Ray 31 & E. Gibney (20); 84 (16); G. Sousa et al. 516 (2); G. Viana 433 (10); 461 (1); 932 (10); I. Pontual 1735 (6); J. Dutilh s.n. (UEC 23097) (1); J. Hage 105 (8); J. Hage & H. Brito 1456 (6); J. Jardim et al. 543 (1); J. Stehmann et al. (UEC 72580) (4); K. Andrade et al. 309 (5); 330 (2); K. Yamamoto et al. s.n. (UEC 14257) (8); L. Costa s.n. (UEC 28932) (8); L. Félix & E. Santana 2839 (8); L. Lima-Verde & R. Oliveira 135 (3); L. Lima-Verde & R. Oliveira 25, 138 (3); L. Lima- Verde et al. 855 (7); L. Mattos Silva & T. Santos s.n. (CEPEC 768) (1); L. Mattos-Silva et al. 246 (1); L. Mesquita s.n. (IPA 28238) (8); L. Noblick & Lemos 2925 (3); L. Queiroz & N. Lemos s.n. (HUEFS 6714) (8); L. Queiroz 1281 (5); L. Queiroz et al. 1419 (5); 7046 (5); L. Silva et al. 90 (8); 118 (8); L. Xavier s.n. (JPB 1192) (8); Löfgren 786 (8); M. Andrade 577, 579 & M. Vanilda (3); 578 (5); M. Balick et al. 4305 (20); M. Correia 430 (8); M. Grillo et al. 129 (8); M. Guerra & L. Félix 1413 (10); M. Junqueira et al. 143 (5); M. Rodal et al. 468 (5); 765 (5); M. Rodrigues 19 & L. Sena (5); M. Tschá 745 (8); M. Tschá 599 & D. Pimentel (8); M. Tschá et al. 547 (8); N. Melo s.n. (3); P. Sano & E. Lughadha s.n. (HUEFS 50931) (20); P. Sano s.n. (HUEFS 50929) (7); R. Bedi 314 (3); R. Forzza et al. 2609 (6); R. Harley & A. Giulietti 28211 (8); R. Harley 16546 (20); R. Harley et al. 2712 (4); 25711 (5); 25712 (18); 26699 (3); 50421 (7); R. Harley et al. s.n. (HUEFS 50930, SPF 50421) (7); R. Lima et al. s.n. (PEUFR 7139)(8); R. Lyra 210 (5); R. Lyra-Lemos et al. 6702 (5); R. Mello-Silva et al. 1529 (6); R. Pinheiro 1441 (8); 1994 (8); 2175 (23); R. Vieira et al. 1519 (16); S. Cordovil et al. (UEC 106057)(7); S. Lira et al. 96 (8); S. Mori et al. 10522 (15); S. Vinha 86 (13); Sem coletor 1204 (10); T. Cavalcanti et al. 923 (16); T. Nunes et al. 1512 (6); T. S. 1805 (15); T. S. Santos 927 (12); T. Santos 1822 (6); T. Santos 415 (2); V. Fevereiro et al. s.n. (JPB 544) (8); V. Lima & A. Rita s.n. (IPA 50870) (10); W. Ganev 2931 (20); W. Hoehne s.n. (20); 5458 (9).

Rodriguésia 60 (2): 311-331. 2009