Hoehnea 32( I): 87-92, 8 fig., 2005

Griffinia hyacinthina (Ker GawI.) Ker GawI., da Mata AtHintica, endemica e em perigo de extinc;ao: estudos morfologico e horticultural

Mizue Kirizawa 1,2, Elisabete Aparecida Lopes I, Rosiris Bergemann de Aguiar Si Iveira I, Armando Reis Tavares l e Shoey Kanashiro l

Recebido: 26. J 0.2004; aceito: J8.02.2005

ABSTRACT - (Griffinia hyacinthina (Ker Gawl.) Ker Gawl., an endemic and endangered Amaryllidaceae from the Brazil's Atlantic Forest: morphological and horticultural studies). A morphological and ecological characterization of Griffinia hyacinthina (Ker Gawl.) Ker Gawl. is presented, together with phenological and horticultural observations, aiming to help the conservation ofthis endemic, threatened and beautiful species from Brazil's Southeastern Serra do Mar. Key words: Grifinia, horticulture, morphology, Southeastern Brazil

RESUMO - (Griffinia hyacinthina (Ker Gawl.) Ker Gawl., Amaryllidaceae da Mata Atlantica, endemica e em perigo de extinc;:ao: estudos morfologico e horticultural). Sao apresentadas as caracterizac;:6es morfologica e ecologica de Griffinia hyacinlhina (Ker Gawl.) Ker Gawl., acompanhadas de observac;:6es fenologicas e horticulturais, para ajudar na conservac;:ao desta belissima especie ameac;:ada da Mata Atlantica do Sudeste do Brasil. Palavras-chave: Grifinia, horticultura, morfologia, sudeste do Brasil

IntrodU(;ao Agron6mico de Belo Horizonte. Outras especies referidas para os Estados do Rio de Janeiro, Espirito o genero GrifJinia Ker Gawl. (Amaryllidaceae), Santo e Goias, como G roehae Morel, G espiritensis originalmente referido como L. (Ker Rav. e G noeturna Rav., poderiam ser encontradas Gawler 1816), foi estabelecido por Ker Gawler em em cultivo na Franya e Argentina. Muito provavel­ 1820. Considerado pr6ximo de Lyeoris e Brunsvigia, mente, G eoneinna (Mart.) Rav. teria desaparecido o novo taxon foi incluido na triboAmarylleae porTraub do local de origem, devido aalterayao do seu habitat & Moldenke (1949) e depois transferido para (Ravenna 1974). Eucharideae (Traub 1983). Mas uma nova tribo Vale registrar que estudos horticulturais, com seis Griffineae, representada pelo genero GrifJinia, foi especies de GrifJinia oriundas do Brasil, encontram-se proposta por Ravenna (1974) e aceita mais tarde por em desenvolvimento na Fl6rida, USA (Meerow et al. Preuss (1999) ao revisar 0 taxon endemico do Brasil. 2002). No Estado de Sao Paulo, G. hyaeinthina esta Ate 0 final da decada de 1990, praticamente incluida oficialmente na lista de faner6gamas desconhecia-se a ocorrencia de Griffinia em seu ameayadas de extinyao, categoria em perigo habitat natural e 0 destino do material conservado ex (Resoluc;:ao n. 48 de 21-9-2004. Diario Oficial do situ. Em seu trabalho, Traub & Moldenke (1949) Estado de Sao Paulo, 22-9-2004. Sec;:ao 1, p. 26-29). lamentam a perda, em cultivo, da maioria das especies Mas, essa medida deve ser acompanhada de outras descritas ate a decada de 1940 e a inexistencia de ac;:oes complementares para a conservac;:ao in situ e comercializac;:ao de Griffinia, mencionando que ex situ desta bela especie. algumas especies poderiam estar sendo cultivadas em Na decada de 1990, Silveira (1995) iniciou 0 coleyoes particulares. Ravenna (1969) comenta que cultivo de G. hyaeinthina no Instituto de Botanica a unica Griffinia mantida em cultivo no Brasil, (IBt) a partir de um exemplar de procedencia G. liboniana Morren, pertencia a coleyao do Horto ignorada; em 1991, com a coleta de novos exemplares

I. Instituto de Botanica, Caixa Postal 4005, 0 I061-970 Sao Paulo, SP, Brasil 2. Autor para correspondencia: [email protected] 88 Hoehnea 32( I), 2005 no litoral norte do Estado de Sao Paulo, foi formada a Resultados e Discussao segunda coleyao destinada a pesquisa horticultural e que resultou na publicayao de notas cientificas Griffinia Ker Gawl. Bot. Reg. Lond. 6: sub pI. 444. (Silveira 1995, Tavares et al. 1999). 1820. Tavares et al. (1999) desenvolveram 0 protocolo Erva bulbosa. Folhas pecioladas, raramente para a multiplicayao in vitro de G. hyacinthina, sesseis, lamina ampla, clatrada. Inflorescencia utilizando gemas vegetativas inseridas entre as umbeliforme, escapo solido; bracteas 2, lanceoladas. escamas duplas do bulbo com parte da placa basal, Flores 3-24, pediceladas ou quase sesseis, zigomorfas, como explantes. purpuras a lilases, as vezes azuis ou alvas; perigonio o presente trabalho, em face do exposto, tem infundibuliforme a campanuliforme, geralmente como objetivo primordial contribuir para a conservayao recurvado, tuba longo a curto ou ausente, tepalas 6, da especie ameayada de extinyao, ao estudar e tepala interna, inferior, distante das outras 5; estames descrever a especie G. hyacinthina, acompanhar 0 6, declinados, 0 estame superior ascendente, as vezes desenvolvimento de exemplares ex situ para adicionar ausente, bem afastado dos demais, todos fixos na base novas informayoes morfologicas, registrar aspectos das tepalas ou fasciculados; anteras versateis; ovario fenologicos e divulgar as tecnicas horticulturais infero, 3-locular, ovulos geralmente 2 por loculo, empregadas ate 0 momenta para a sua propagayao colaterais, basais; estilete filiforme, declinado; estigma bem como apresentar os resultados obtidos. puntiforme ou minutamente capitado. Fruto capsula, globosa a obovoide; sementes ovoides a obconicos ou Material e metodos quase piriformes. Sao conhecidas 15-20 especies de Griffinia, o material examinado foi coletado no municipio sendo 17 endemicas do Brasil (Meerow & Snijman de Ubatuba (SP), em areas de Mata Atlantica e na 1998, Preuss & Meerow 2000) e duas da Bolivia Ilha Grande, ao suI do Estado do Rio de Janeiro. Para (Traub 1983). No Brasil, ocorrem em areas de Mata o estudo visando a descriyao taxonomica, foram Atlantica, cerrado e caatinga (Ker Gawler 1820, 1826, analisadas com auxilio de bibliografia especifica as exsicatas depositadas nos herbarios SP, FEEMA, K e Seubert 1847, Traub & Moldenke 1949, Morel 1960, P e, coletados dados morfologicos, inclusive de Ravenna 1969,1971,1974,1978, Preuss & Meerow exemplares mantidos em cultivo no Instituto de 2000). Botanica. As observayoes fenologicas (florayao e Estudos citologicos realizados em especies de Griffinia indicaram ser caracteristico 2n = 20 frutificayao), foram complementadas com 0 acompanhamento do desenvolvimento ex situ das cromossomos. No entanto, pode haver triploidia plantas, no periodo de 1991-2002. (2n = 30) em exemplares cultivados (Preuss & Meerow 2000). Observayoes anatomicas Com 0 objetivo de divulgar os resultados preliminares nos teryos basal e apical do peciolo preliminares obtidos com 0 uso de tecnicas horticulturais voltadas para a propagayao da revel am epiderme monoestratificada, celulas G. hyacinthina foi realizada uma sintese: a) parenquimaticas, com presenya de cloroplasto e/ou multiplicayao por separayao de bulbilhos e por antocianina e celulas com rafideos. Dispersos no sementes (Silveira 1995); b) multiplicayao in vitro por parenquima ocorrem cerca de 19 feixes vasculares explantes utilizando gemas vegetativas retiradas de dispostos em forma de arco. escamas com parte da placa basal do bulbo (Tavares Griffinia hyacinthina (Ker Gawl.) Ker Gawl., Bot. et al. 1999). Posteriormente, em novo trabalho, Silveira Reg. Lond. 6: sub pI. 444. 1820. e Kanashiro (dados nao publicados) empregaram 0 Basonimo: Amaryllis hyacinthina Ker Gawl. Bot. metoda de escamas duplas, usualmente utilizado na Reg. Lond. 2: pI. 163. 1816. propagayao de plantas de Hippeastrum (Rees 1992). Figuras 1-8 Assim, os bulbos de G. hyacinthina foram cortados em seyoes longitudinais, que separadas em escamas Erva, 40-50 Col alt., glabra. Bulbo tunicado, adjacentes unidas por uma frayao do "disco" (plate) ovalado, ca. 7 em diam., ca. 6 em alt., alvo, colo basal foram incubadas a temperaturas de 20°C e 2,0-2,5 em compr. Folhas 2-8, ereto-recurvadas; 28°C, em presenya (fotoperiodo de 12 horas) ou bainha 2-4 Col compr., concavo-convexa, faces ausencia de luz. adaxial verde-clara, abaxial verde-avermelhada; M. Kirizawa el al.: GrijJi/lia hyaci/llhi/la, especie endemica da Mata Atlantica 89

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Figuras 1-8. Griffinia hyacinthina (Ker Gawl.) Ker Gawl. I. Aspecto geral da planta em flor. 2. Folha. 3. Secryao transversal do pedolo, nos terryos basal e apical. 4. Detalhe da flor. 5. Detalhe do apice da petala externa lateral. 6. Infrutescencia. 7. Frutos. 8. Sementes. 90 Hoehnea 32( I), 2005 peciolo 13,5-36 cm compr., 1,0-1,5 cm larg., plano­ Sao Vicente, Ponta de Itaipu, IV-1875, A. Glaziou c6ncavo, crasso; lamina (-11 )22-43 cm compr., 3704, (P); Ubatuba, Parque Estadual da Serra do Mar, 7,5-12,0 cm larg., eliptica a lanceolada, apice 23-IV-1991, M. Kirizawa & E.A. Lopes 2461, 2462 acuminado, levemente encurvado, base atenuada a (SP); 20-IV-I 997, A. Rapini 271 (SP); cultivado em obtusa, as vezes assimetrica, margem levemente Sao Paulo, 24-III-1992, M. Kirizawa & E.A. Lopes revoluta, verde-escura na face adaxial, verde-clara 2577 (SP); BRASIL: s. mun., s.d., A. Glaziou 6736 na abaxial, percorrida por nervura mediana, saliente (P); s. mun., cultivado em Sao Paulo, 24-III-1992, na face adaxial e nervuras clatradas. Inflorescencia M. Kirizawa & E.A. Lopes 2578 (SP). 14-15(-17) flores; escapo 34-42(-48) cm compr., Griffinia hyacinthina apresenta caracteres 1,0-1,2 cm larg., levemente comprimido e com ala similares aos descritos porKer Gawler (1820), Seubert lateral estreita, ereto, as vezes inclinado, avermelhado (1847) e Traub & Moldenke (1949), exceto quanta ao na base, esverdeado para 0 apice. Bracteas 2, 4-6 cm numero de flores 8-12(-13) na inflorescencia (Preuss compr., na base 1,0-1,5 cm larg., oblanceoladas, 1999) e comprimento dos pedicelos, muito curtos ou esverdeadas, cartaceas, deciduas. Bracteolas ausentes. No material analisado, foram registrados subuladas. Flores vistosas, purpuras a lilases, 15-17 flores pOl' inflorescencia e pedicelos variando externamente alvas na base, inodoras; pedicelo entre 0,5-2,5 cm de comprimento, onde se observou 0,5-3,5 cm compr., 2-3 mm larg., verde; perig6nio que plantas jovens originadas de bulbilhos-filhotes da 6,0-10,5 cm compr., 7,5-10,0 cm larg., campanulado, planta-mae, quando mantidas em cultivo em vasos levemente patente, tuba 1,0-2,5 cm compr., estreito, dentro de estufa de ripas, desenvolvem flores em levemente trigono, r6seo-lilas a alvo-lilas; tepalas 6, menor numero e pedicelos de comprimento variaveis, em 2 verticilos, papiraceas, camosas in vivo, 5-8 cm dependendo da sua posic;;ao na inflorescencia. Alem compr., 8-9 mm larg., lanceoladas; tepalas do verticilo disso, G. hyacinthina mostra semelhanc;;a morfol6gica externo de apice afunilado, providas de apendice com G. alba K. Preuss & Meerow, da qual difere subapical, saliente, a tepala superior encurvada para por esta ultima apresentar base da folha cuneada que cima, as laterais patentes, intemamente lilases, exceto gradualmente termina em peciolo, inflorescencia ligula petal6ide alva; tepalas do verticilo intemo de pseudo-umbelada com 16-17 flores alvas, pedicelos apice apiculado, sem apendice, a tepala inferior com com 2,1-2,9 cm de comprimento e pela distribuic;;ao faixa mediana lilas, as outras 2 superiores encurvadas geogrMica (Preuss & Meerow 2000). para cima, purpuras a lilases intensas, sobre ligula GrifJinia hyacinthina tem distribuic;;ao restrita petal6ide r6seo-alvo. Estames 6, livres, basitepalas, a faixa atlantica do litoral norte do Estado de Sao ca. 1/3 mais curtos que os segmentos do perig6nio, Paulo e ao sui do Estado do Rio de Janeiro, declinados, I estame superior, ereto, afastado dos encontrando-se ameac;;ada de extinc;;ao pela reduc;;ao estames horizontais e dos estames incurvados no terc;;o de sua populac;;ao por extrativismo e degradac;;ao da apical; filetes mais longos 4,0-4,2 cm compr., mais Mata Atlantica. Considerada presumivelmente extinta curtos 3,0-3,2 cm compr., alvo-lilases a lilases para 0 em Sao Paulo, foi localizada pela primeira vez em apice, anteras 3-4 mm compr., lilases, elipticas, 1991 uma populac;;ao pequena, menos de 25 introrsas; ovario 8-10 mm compr., 6-9 mm larg., oval­ exemplares, de G. hyacinthina, em frutificac;;ao, na eliptico, trigono, r6seo-lilas, estilete ca. 4,5 cm compr., mata pluvial de encosta do Parque Estadual da Serra r6seo-lilas, estigma capitado alvo-rosado. Fruto do Mar (municipio de Ubatuba). Nessa regiao, 0 taxon capsula, jovem 1,5-3,0 cm compr., 1,5-2,8 cm larg., forma agrupamentos sobre matac5es, no sub-bosque maduro ca. 3,8 cm compr., 4,0 cm larg., oval a da mata pluvial de encosta, em ambiente umido e obov6ide, com restos de perig6nio. Sementes 1-3, sombrio, ocorrendo tambem na mata de restinga. Em ca. 1,7 cm compr., 2 cm larg., obc6nicas a obovadas, seu habitat natural, a especie floresce e frutifica em apice interno agudo, embri5es ca. 2 cm compr., marc;;o-abril. Cada infrutescencia apresenta 1-7 frutos obovados. Numero de cromossomos 2n = 20 imaturos. Quando mantida em cultivo, reproduz-se (Blumenschein & Leao 1970). vegetativamente pOl' bulbilhos originados do bulbo-mae, Material examinado: BRASIL. RIO DE JANEIRO: Angra o que explicaria os agrupamentos de G. hyacinthina dos Reis, ll-III-1986, D. Araujo 7285 (FEEMA); observados na natureza. Quinta, 6-III-1888, Glaziou s.n. (P); s. mun., As tecnicas horticulturais empregadas por 27-IX-1883 W Bull s.n., (KHI999/93217); SAo PAULO: Silveira (1995) foram duas: propagayao por separac;;ao M. Kirizawa el al.: Griffillia lIyacillllIilla, especie endemica da Mata Atlantica 91

de bulbilhos e pOl' sementes. Os bulbilhos foram obtidos multiplica9ao e aumento do estoque de bulbilhos, onde a partir dos exemplares de Ubatuba, os quais a partir de urn bulbo obtem-se 24-40 propagulos que produziram cerca de 3-6 bulbilhos na base do bulbo poderao formal' 19-31 bulbilhos e estes 17-28 mudas. principal. Separados, foram plantados com a parte Das mudas obtidas, 60% floresceram apos 4 anos. superior no nivel do solo, rico em materia organica e Existem poucas informa96es sobre 0 cultivo da bern drenado. Desenvolveram-se, formando 5-7 folhas G. hyacinthina. Usualmente procura-se adaptar as lanceoladas-oblongas, com ate 30 cm de comprimento condi96es de cultivo as do seu habitat original, e 12 cm de largura e floresceram, com a haste floral sombreado, umido, fresco e bern ventilado. No IBt, atingindo cerca de 60 cm de altura e portando 15-17 as plantas cultivadas em estufim de sombrite com 80% flores azul-violaceas em umbela. Dependendo da de sombreamento apresentaram aspecto saudavel e planta, a lamina foliar atingiu ate 43 cm de floresceram em abril e maio, como em seu ambiente comprimento, mas 0 numero de flores pOI' natural. 0 substrato utilizado, com alto teor de materia inflorescescencia pode ser inferior a 15. A propaga9ao organica e boa drenagem (1/3 de solo, 1/3 de esterco da especie pOI' sementes foi problematica; curtido e 1/3 de areia), proporcionou boas condi96es necessitando de poliniza9ao artificial das flores, de cultivo. 0 regime de irriga9ao foi abundante, obtendo-se de 5 a 9 frutos, cada urn contendo 1-3 evitando-se, todavia 0 encharcamento. sementes. A semeadura foi realizada em substrato Na literatura consultada, nao ha registro de ataque composto pOI' materia organica e areia na propor9ao de pragas e doen9as em G. hyacinthina. No IBt, de I: I; colocadas ao nivel do substrato e cobertas com durante 0 periodo de domlencia que coincide com a uma fina camada de areia. As sementes viaveis epoca de seca, houve ataque severo de lagartas aos germinaram apos urn a tres meses, levando de tres a bulbos dos exemplares mantidos em cultivo. 0 controle quatro anos para iniciar 0 florescimento. preventivo foi realizado com inseticidas sistemico logo Tavares et al. (1999), desenvolveram 0 protocolo apos 0 florescimento, inseticida de contato em ataques para a multiplica9ao in vitro de G hyacinthina severos e constantes observa96es quanta a presen9a obtendo, apos 210 dias, 4,3 bulbilhos pOI' explante, os de lagartas. Problemas de doen9as nao foram quais foram destacados e sub-cultivados durante 60 observados; mas, como medida preventiva, aplicou-se t J dias em meio MS adicionado de 0,3 mg L- de acido mensalmente 0 fungicida Benomyl (Benlate) 1,0 g L- • 2,4-diclorofenoxiacetico para 0 enraizamento. Apos Para transformar G. hyacinthina em uma nova 290 dias, do inicio do processo, as plantulas originadas 0P9aO para a horticultura, serao necessarias pesquisas foram aclimatizadas em substrato constituido de multidisciplinares em melhoramento vegetal, como vermicuIita e terra vegetal (I :I), obtendo-se uma taxa hibrida96es entre especies, fisiologia de florescimento, de 85% de sobrevivencia das plantas. nutri9ao mineral, controle de pragas e doen9as, que Silveira e Kanashiro propagaram a especie possibilitem a produyao de hastes florais de qualidade atraves do metoda de escamas duplas. A primeira e a uma maior oferta de bulbilhos aos produtores e avalia9ao realizada aos 125 dias, permitiu observar a consumidores interessados, 0 que evitaria ou reduziria forma9ao de bulbilhos nas escamas. Neste estadio, grandemente 0 extrativismo predatorio da especie na a temperatura de 20°C, na presen9a de luz, 87,5% natureza. das escamas produziram bulbilhos e na ausencia de luz 75%; aos 28°C e na ausencia de luz 82,5% das Literatura citada escamas originaram de bulbilhos e 70% na presen9a Ker-Gawler, J.B. 1816. Amaryllis hyacinthina. The de luz. Posteriormente, essas escamas foram Botanical Register London 2: 163. transplantadas para vasos e apos 180 dias os bulbilhos Ker-Gawler, J.B. 1820. Griffinia parviflora Ker. The produziram folhas (mudas). A presen9a ou ausencia Botanical Register London 6: 511. de luz parece nao interferir no processo de produ9ao Ker-Gawler, J.B. 1826. Griffinia intermedia Ker. The de mudas; porem, as plantas mantidas a temperatura Botanical Register London 12: 990. de 20°C apresentaram maior porcentagem de Meerow,A.W. & Snijrnan, D.A. 1998. Amaryllidaceae. In: produ9ao de mudas (91,43% na luz e 93,33% no K. Kubitzki (ed.). The families and genera ofVascular escuro) quando comparado a temperatura de 28°C . V. III - Flowering Plants. . (89,28% na luz e 84,85% no escuro). A propaga9ao Li Iianae (except Orchidaceae). Springer-Ver!ag-Ber! in de G. hyacinthina pOI' escama dupla permite rapida Heidelberg, New York, pp. 83-110. 92 Hoehnea 32( 1), 2005

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