Análise Do Caderno Cultura, De Zero Hora
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO Sara Keller Um mapa da vida cultural no Rio Grande do Sul: análise do caderno Cultura, de Zero Hora Porto Alegre 2012 SARA KELLER Um mapa da vida cultural no Rio Grande do Sul: análise do caderno Cultura, de Zero Hora Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Comunicação e Informação. Orientação: Profª. Drª. Cida Golin Porto Alegre 2012 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO A banca examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação intitulada Um mapa da vida cultural no Rio Grande do Sul: análise do caderno Cultura, de Zero Hora, elaborada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Comunicação e Informação no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Prof. Dr. Antonio Carlos Hohlfeldt – PUCRS Profa. Dra. Ana Cláudia Gruszynski – UFRGS Profa. Dra. Marcia Benetti Machado – UFRGS Porto Alegre, 29 de março de 2012 Para meus pais, Luiz e Claudia, fundamentais em cada uma das minhas conquistas. AGRADECIMENTOS À Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instituição na qual, com orgulho, construí minha trajetória acadêmica. À Capes, pela bolsa de estudos que me permitiu dedicação exclusiva ao mestrado. Ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação e à Fabico, por terem proporcionado a continuidade dos meus estudos e o convívio com excelentes professores e colegas. À minha orientadora Cida Golin, pelos anos de parceria e aprendizado. Pela paciência e dedicação com as quais conduziu esta dissertação, e pela generosidade em dividir seu conhecimento. À professora Ana Cláudia Gruszynski, que com inteligência e bom humor sempre foi uma importante referência. À professora Marcia Benetti Machado, pelas contribuições a esta pesquisa feitas em sala de aula e na banca de qualificação. Ao editor do caderno Cultura, Luiz Antônio Araujo, pela ajuda e disponibilidade na execução deste estudo. Aos colegas que conheci durante os anos de mestrado, que com amizade e companheirismo tornaram essa caminhada mais leve. A grande lei da cultura é esta: deixar que cada um se torne tudo aquilo para que foi criado capaz de ser. Thomas Carlyle RESUMO Esta dissertação busca compreender a representação da vida cultural local proposta pelo suplemento semanal Cultura, de Zero Hora, considerando que o jornalismo tem o poder de instituir valores, reforçar consensos e registrar tendências de uma época, e que o suplemento é um espaço que foge da lógica diária, concentrando supostamente o que de mais relevante acontece na área cultural. Para atingir os objetivos propostos, foram utilizados análise de conteúdo e um corpus de 52 edições do caderno publicadas em 2010, totalizando 422 textos. Buscou-se identificar critérios de noticiabilidade, referências espaciais e temporais, temas, gêneros e colaboradores presentes no suplemento; apontar os valores que a publicação estabelece para definir o que é ser culto; e vislumbrar o mapa do sistema cultural proposto por ela. Também foi realizada uma entrevista em profundidade com seu atual editor, Luiz Antônio Araujo, a fim de melhor compreender o contexto de produção. Os resultados indicaram a predominância de atualidade, notoriedade e proximidade entre os valores-notícia; de textos opinativos entre os gêneros; de literatura e livros entre os temas, seguidos por música e história; e professores universitários, agentes culturais e jornalistas entre os colaboradores. No desenho da vida cultural delineado pelo Cultura são valorizados temas e discussões atuais e próximos do leitor, buscando uma identificação entre público e jornal. Um aspecto essencial da cobertura é o prestígio construído pelo caderno ao reafirmar a crença do campo em certos agentes notórios. Mesmo tendo apresentado uma predominância de assuntos internacionais, o veículo mostrou seguir a linha editorial de Zero Hora ao considerar a perspectiva local o norte da cobertura, já que a origem da maioria dos colaboradores é o RS. O caderno parte de um conceito de cultura que privilegia as manifestações artísticas tradicionais, enfatizando suas versões clássicas, ao mesmo tempo em que expande seu escopo acolhendo outros temas. Também funciona seguindo a lógica do consumo de produtos culturais, abundantes em um mercado de fluxo contínuo, relacionando-o ao aperfeiçoamento intelectual do leitor e à distinção que pode ser alcançada por meio dele. No Cultura, o jornalismo atua como espaço de mediação entre o público e o sistema cultural, aproximando leitor e campos especializados. Nesse processo atua a figura do editor que, ao julgar e hierarquizar temas e discussões, define o que o suplemento deixará para a história. Foram destacadas instâncias consagradoras como o saber legitimado, a crítica, a divulgação e o consumo, a criação e os agentes especializados. Palavras-chave: jornalismo cultural. Suplemento cultural. Cultura. Caderno Cultura. Zero Hora. 8 ABSTRACT This dissertation seeks to understand how local cultural life is represented in Cultura, Zero Hora’s weekly supplement, considering that journalism can establish values, reinforce consensus and register tendencies of a certain time, and also that supplements are a part of the newspaper that escape of the daily logic, supposedly concentrating the most important facts of the field. In order to reach the goals proposed by this research, Content Analysis (CA) was used with a corpus of the 52 editions of the supplement published in 2010, totalizing 422 texts. The intention was to identify news values, references of time and space, type of texts, subjects and authors; indicate values the supplement establishes to define what means to be cultured; and to catch a glimpse of the intended map of the cultural system. An in-depth interview was made with the current editor of the supplement, Luiz Antônio Araujo, in order to know better its production context. The results indicated the prevalence of present time; notoriety and proximity among the news values; of opinative texts among genres; of literature and books among themes, followed by music and history; and university professors, cultural agents and journalists among the recurrent authors. In the map of cultural life proposed by Cultura are valued current and close to the reader subjects and discussions, seeking to promote and identification between newspaper and its audience. An essential aspect of its coverage is the prestige the supplement built when reiterates the field’s belief in certain notorious agents. Even though it has presented a predominance of international subjects, the supplement follows the editorial line of Zero Hora when considers local perspective as its coverage guide, once the major part of the authors is from RS. The supplement uses a culture concept that privileges subjects related to the traditional artistic expressions, emphasizing its classic versions, in the same time as expands its scope accepting others themes. The supplement follows the consumption’s logic, abundant in a market of continuous flow, relating it to the reader’s intellectual improvement and the distinction that can be reached through it. In Cultura, journalism works also as a mediator between public and the cultural system, approaching reader and specialized fields. In this process acts the central figure of the editor. When he judges and prioritizes subjects and discussions, defines what the supplement will leave for history. It was highlighted consecrated instances as the legitimized knowledge, criticism, disclosure and consumption, creation and specialized agents. Keywords: cultural journalism. Cultural supplement. Culture. Cultura supplement. Zero Hora. 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Zero Hora de 13 de abril de 1967 trazia chamada para o primeiro Caderno de Cultura. Ao lado, capa da primeira edição do suplemento.......................................................50 Figura 2 - Chamada na capa do jornal de 11 de abril de 1967 indicava a intenção de ser um suplemento colecionável...........................................................................................................50 Figura 3 - Capa da edição número 60 do Caderno de Cultura, de 11 de abril de 1970. ...................................................................................................................................................51 Figura 4 - Diferentes momentos do Guia, de Zero Hora: 23 de junho de 1973; 14 de dezembro de 1974; 3 de junho de 1978; e 1.º de dezembro de 1979. ......................................52 Figura 5 – Capas da Revista ZH e encarte ZH feminina de 24 de junho de 1973....................53 Figura 6 - Três exemplos de capas da Revista ZH: 15 de dezembro de 1974; 18 de maio de 1975; e 15 de junho de 1980. Ao lado, uma edição Caderno de Tevê da mesma data. ...................................................................................................................................................53 Figura 7 - Capa do jornal de 3 de outubro de 1981 anunciava a estreia do ZH Cultura. Ao lado, a capa da primeira edição do suplemento........................................................................54 Figura 8 - Capas do ZH Cultura de 31 de maio de 1981; de 9 de novembro de 1985, com publicidade; e de 9 de dezembro de 1989.................................................................................57