Romantismo Revolucionário E Mineiridade Em Milton Nascimento E No Clube Da Esquina (1970 – 1983)
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Programa de Pós-Graduação em História Universidade Federal de São João del-Rei – UFSJ Departamento de Ciências Sociais, Políticas e Jurídicas – DECIS Programa de Pós-Graduação em História – PGHIS “NUVEM NO CÉU E RAIZ” Romantismo Revolucionário e Mineiridade em Milton Nascimento e no Clube da Esquina (1970 – 1983) Ciro Augusto Pereira Canton São João del-Rei 2010 Programa de Pós-Graduação em História Universidade Federal de São João del-Rei – UFSJ Departamento de Ciências Sociais, Políticas e Jurídicas – DECIS Programa de Pós-Graduação em História – PGHIS “NUVEM NO CÉU E RAIZ” Romantismo Revolucionário e Mineiridade em Milton Nascimento e no Clube da Esquina (1970 – 1983) Dissertação de mestrado apresentada ao curso de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de São João del-Rei, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em História Orientadora: Profa. Dra. Silvia Maria Jardim Brügger Ciro Augusto Pereira Canton São João del-Rei 2010 2 Canton, Ciro Augusto Pereira C232n “Nuvem no céu e raiz”: romantismo revolucionário e mineiridade em Milton Nascimento e no Clube da Esquina (1970- 1983) manuscrito] / Ciro Augusto Pereira Canton .– 2010. 170f.; il. Orientadora: Silvia Maria Jardim Brügger. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de São João del-Rei, Departamento de Ciências Sociais, Políticas e Jurídicas. Referências: f. 165-171. 1. Música popular – Brasil – Teses. 2. Música popular – Aspectos históricos – Brasil – Teses. 3. Músicos – Brasil – Teses. 4. Minas Gerais – Vida e costumes sociais - Teses. I. Nascimento, Milton, 1942- Teses. II. Universidade Federal de São João del Rei. Departamento de Ciências Sociais, Políticas e Jurídicas. III. Título. CDU: 981.5: 78.036”1970/1983” 3 “NUVEM NO CÉU E RAIZ” Romantismo Revolucionário e Mineiridade em Milton Nascimento e no Clube da Esquina (1970 – 1983) Ciro Augusto Pereira Canton Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em História, do Departamento de Ciências Sociais, Políticas e Jurídicas, da Universidade Federal de São João del-Rei, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em História. Aprovada em ____ de __________________ de ________ Comissão Examinadora ____________________________________________ Profa. Dra. Silvia Maria Jardim Brügger (orientadora) ____________________________________________ Prof. Dr. Marcelo Siqueira Ridenti ____________________________________________ Profa. Dra. Cassia Louro Palha São João del-Rei 2010 4 À minha mãe 5 AGRADECIMENTOS Nos anos de 2004 e 2005, eu dividia o papel de aprendiz de historiador com outras maluquices: perambulava pelas ruas de São João e de outras cidadezinhas de Minas com uma trupe de teatro e circo, e dava escapulidas semanais para Barbacena, pois, como diz o velho ditado, “o bom filho à casa torna”. Lá, estudava na “Bituca”, escola de música popular criada em homenagem a Milton Nascimento. Na Bituca, conheci melhor o Bituca – apelido de infância de Milton – e me encantei por sua obra e a de seus parceiros do Clube da Esquina. Naquela ocasião, já me intrigava o fato de ter como “definição” do Clube, apenas os nomes dos seus integrantes mais famosos. Queria mais: o que foi o Clube da Esquina? E “como” foi? De lá para cá, decorreram-se anos e tenho enfim algumas respostas – poucas, na verdade, pois saio com a impressão de que às primeiras perguntas, somaram-se outras tantas. Para a conclusão desta jornada, devo agradecer a ajuda de um bocado de seres imprescindíveis. Primeiramente, agradeço à Silvia, exemplo raro de professora e pesquisadora. De João a Clara, ela se desdobrou para que este trabalho não cometesse maiores equívocos. Aos professores Marcelo Ridenti e Cassia Palha, pelas preciosas sugestões no momento da defesa. Fica um agradecimento especial ao professor Danilo Ferreti, que aceitou o desafio de orientar-me na monografia de conclusão de curso, primeira tentativa de estudo da obra do Clube da Esquina. Agradeço também à professora Thais Nunes, estudiosa do Clube, pela generosidade em ceder material que desse substância a este trabalho. Ficam aqui os agradecimentos aos demais professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de São João del-Rei (PGHIS-UFSJ) e à CAPES, pela bolsa de estudos – afinal de contas, “ninguém condenou a sabedoria à pobreza”, como bem lembrou Sêneca. Agradeço aos colegas de lida: Marcelo, Marlon, Débora e Rafael, que também se dedicam ao universo da música brasileira; ao André, pela ajuda na análise do LP Missa dos Quilombos; à Tati, pela correção do abstract; e ainda à Hellem, pela revisão do texto “aos quarenta e cinco do segundo tempo”, mas sobretudo por ser, para mim, uma feliz descoberta. Aproveito para 6 agradecer ao professor Gilvan, profundo conhecedor da obra de Milton e do Clube, pela entrevista cedida e pelos valiosos apontamentos na análise dos parâmetros musicais. Neste ano, venho tendo a oportunidade de pôr em prática o conhecimento acumulado em tempos de graduação: lecionar tem sido uma moeda de dois lados. Se me entristecem e revoltam o obsoleto sistema educacional do nosso país e a desvalorização da figura do professor, fascina-me a curiosidade, a conquista de um aluno. Educar é salvar vidas! – cada vez mais me apercebo disso. Assim, agradeço aos colegas e alunos da “Escola Municipal de Emboabas”, na zona rural de São João, e da “Escola Municipal Doutor Kleber Vasques Filgueiras”, na periferia da cidade. Realidades tão distintas e, por isso, enriquecedoras, têm me dado a oportunidade de tentar pôr em prática a minha utopia. Não poderia deixar de agradecer aos companheiros “extra-academia”, igualmente importantes, por dividirem comigo as alegrias e frustrações. Aos meus ex- colegas de república: Luiz, Milena e Carol – a saudade vai do simples bate-papo à briga mais enfurecida! À Aninha, amiga-irmã de todas as horas e que agora me prepara uma sobrinha: obrigado por me “pescar”, quando as águas se fizeram turvas. Finalmente, agradeço à minha família, base e sustentação de toda a vida. Ao meu pai, pelo ensino da serenidade; às minhas irmãs: Cris, um anjo que veio do céu para nos dar equilíbrio, e Sara, menina-mulher que me surpreende a cada dia. Agradeço especialmente à minha mãe, a quem dedico este trabalho. Foi ela quem soube, com uma paciência inabalável, compreender os meus momentos de angústia, quando eu me limitava – tedioso, senão grosseiro! – aos monossílabos. Em troca, ela sempre me deu amor, palavra que para mim é sinônima de mãe. Por via das dúvidas, se me esqueço de alguém, resolvo o problema agradecendo a todos os personagens que, bem ou mal, andaram perambulando por esta história. 7 RESUMO “Clube da Esquina” é como ficou conhecido um grupo de artistas, em sua maioria mineiros, dentre eles: Milton Nascimento, Wagner Tiso, os irmãos Márcio e Lô Borges, Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Toninho Horta, etc. Na década de 1970, o Clube ganhou reconhecimento nacional e internacional ao trazer, para o grande público, conteúdos estético-ideológicos que, por meio de novos processos de hibridação, combinavam música brasileira e estrangeira. Herdeiros do romantismo revolucionário da década de1960 e seu movimento de “ida ao povo”, Milton e o Clube fizeram da mineiridade uma personificação do romantismo. No entanto, ao mesmo tempo em que questionavam a modernidade capitalista, eles não deixavam de dialogar com alguns de seus elementos, propondo uma nova articulação entre o local e o global, o que lhes permitiria afirmar: “Sou do mundo, sou Minas Gerais”. Palavras-chave: História e Música; Clube da Esquina; Milton Nascimento; romantismo revolucionário; mineiridade 8 ABSTRACT “Clube da Esquina” was a group of artists, mostly from Minas Gerais, formed by Milton Nascimento, Wagner Tiso, the brothers Márcio and Lô Borges, Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Toninho Horta etc. In the 1970s, “Clube da Esquina” has won national and international recognition for bring to the general public aesthetic and ideological contents, which used to combine foreign music with Brazilian music through new processes of hybridization. Heirs of revolutionary romanticism of the '60s and its movement of "going to the people", Milton and “Clube da Esquina” made the “mineiridade” (regional identity of Minas Gerais) an embodiment of romanticism. However, while questioning the capitalist modernity, they have not left to talk to some of its elements, proposing a new articulation between the local and the global, what would allow them to say: "I am from the world, I'm Minas Gerais". Key-words: History and Music; “Clube da Esquina”; Milton Nascimento; revolutionary romanticism, “mineiridade” (regional identity of Minas Gerais) 9 “E até mesmo a fé não era cega nem nada era só nuvem no céu e raiz”1 1 “O que foi feito de Vera”, música de Milton Nascimento e letra de Márcio Borges. 10 SUMÁRIO Introdução......................................................................................................................13 Capítulo I “Saídas e Bandeiras”: De Milton ao Clube, e vice-versa................................................21 I-1. As três fases..............................................................................................................26 I-1.1. Fase pré-Clube: Três Pontas..................................................................................26 I-1.2. Fase 1: Belo Horizonte I........................................................................................28 I-1.3. Fase 2: Rio de Janeiro............................................................................................37