Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte Centro De Ciências Humanas, Letras E Artes Programa De Pós-Graduação Em Ciências Sociais
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS ANA JUDITE DE OLIVEIRA MEDEIROS O SERTÃO IMAGINADO NAS BACHIANAS BRASILEIRAS DE HEITOR VILLA LOBOS NATAL-RN 2020 ANA JUDITE DE OLIVEIRA MEDEIROS O SERTÃO IMAGINADO NAS BACHIANAS BRASILEIRAS DE HEITOR VILLA LOBOS Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção de título de doutora. Orientadora: Professora Doutora Maria Lúcia Bastos Alves Coorientador: Professor Doutor Eduardo Lopes NATAL-RN 2020 O SERTÃO IMAGINADO NAS BACHIANAS BRASILEIRAS DE HEITOR VILLA LOBOS Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de doutora. Tese apresentada e aprovada em ____/____/2020. BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________________________ Profa. Dra. Maria Lúcia Bastos Alves – Orientadora Universidade Federal do Rio Grande do Norte ______________________________________________________________________ Prof. Dr. Eduardo Lopes – Coorientador Universidade de Évora ______________________________________________________________________ Prof. Dr. Alessandro Dozena – Examinador externo Universidade Federal do Rio Grande do Norte ______________________________________________________________________ Prof. Dr. Hermano Machado Ferreira Lima – Examinador externo Universidade Estadual do Ceará ______________________________________________________________________ Prof. Dr. Gilmar Santana – Examinador interno Universidade Federal do Rio Grande do Norte ________________________________________________________________ Prof. Dr. Danilo César Guanais de Oliveira – Examinador externo Universidade Federal do Rio Grande do Norte Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes – CCHLA Medeiros, Ana Judite de Oliveira. O Sertão imaginado nas Bachianas Brasileiras de Heitor Villa- Lobos / Ana Judite de Oliveira Medeiros. - Natal, 2020. 196f.: il. color. Tese (doutorado) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2020. Orientadora: Profa. Dra. Maria Lúcia Bastos Alves. Coorientador: Prof. Dr. Eduardo Lopes. 1. Sertão - Tese. 2. Bachianas Brasileiras - Tese. 3. Heitor Villa-Lobos - Tese. I. Alves, Maria Lúcia Bastos. II. Lopes, Eduardo. III. Título. RN/UF/BS-CCHLA CDU 316:78 Elaborado por Heverton Thiago Luiz da Silva - CRB-15/710 À minha mãe, Noemi, que me mostrou o mundo e a música. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, que manteve minha mente cativa àquilo que realmente interessava, aos valores éticos e morais que me fizeram ser quem sou. E que, apesar de transitar em campos tão vastos e complexos do conhecimento, conduziu-me a olhar sempre para o Alvo, o qual não me deixou outra saída, a não ser seguir em frente. Assim, senti-me fortalecida a dedicar-me à pesquisa e à produção científica. Para isso, agradeço à Professora Doutora Maria Lúcia Bastos Alves, que me aceitou para os quatro anos de doutorado nas Ciências Sociais. Sabendo que a minha formação era em Música, e minha personalidade tão poética, incentivou-me ao diálogo entre as áreas com sua “alma musical”, como assim fora desde o mestrado. A Professora Maria Lúcia falou comigo nas horas certas, e quando não falou, confiou em mim naquilo que me propus a fazer, dando-me autonomia e liberdade para seguir. O que reconheço nesse percurso é o seu olhar atento para o meu voo. Também tive o privilégio de ter um coorientador, o Professor Doutor Eduardo Lopes, da Universidade de Évora, Portugal, que me acolheu no período de doutoramento sanduíche, com toda simpatia e incentivo, caminhando lado a lado na construção da tese, um trabalho que tomava forma e liberdade. O Professor Eduardo encorajou-me a produzir e a divulgar esta pesquisa em eventos e periódicos, de modo que desenvolvemos uma parceria e amizade. Nesse período e processo, vi minha escrita tornar-se mais criteriosa e progressista, ele me trouxe o foco da Musicologia e me fez olhar para o século XXI, para o meu tempo. Esse foi um tempo de determinação e ousadia, de momentos alegres e outros nem tanto, de entusiasmo e de um desgaste mental, emocional e físico, de ajuntamento e de largos momentos de solidão, que me ajudaram na concentração, mas também, por vezes, me assaltaram o ânimo. Mas, fazer doutorado é permitir-se a mudanças. Sendo esse um caminho difícil a ser percorrido, reconheço que nunca estive realmente só, mesmo que aparentemente estivesse. Agradeço aos meus familiares, Dagmar Júnior, Laura Fabíola, Daniel Vinícius e João Gabriel, que estiveram comigo, em todos os momentos, perto e também a distância de um oceano. Às minhas amigas, que enquanto vivia em Portugal, estiveram à minha disposição por horas on-line, como Adriana Bezerra, Adriana Lóssio, Yunga Fernandes e Bárbara Semensato, que conheci em Évora e nos tornamos “amigas de infância”. Todas me ajudaram na tese e na vida pessoal. Em especial, a Andrea Diniz, que me acompanhou desde o início do meu deslocamento do Brasil para Portugal, e comigo esteve lá por alguns dias, um conforto. O produto de uma tese é também o resultado de muitas pessoas que nos cercam, não apenas de teóricos e dados tabulados mas também de histórias particulares, vividas, somadas, que não descartam a arte de ouvir e de sentir empatia, porque tudo o que fazemos sempre será para todos. Agradeço aos meus colegas de doutorado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Marcelo Henrique e Andrezza Medeiros, nesse processo, avançamos juntos e torcemos por cada vitória alcançada. Às minhas amigas de Portugal, Edilaine Mattos, Inês Aranha, Rosângela Dutra e Christiane Atta, que nunca me negaram atenção e afeto. Aos amigos da Universidade de Évora, Ana Margarida Pinto e Celso Bastos, uma vez que, juntos, dividimos nossas inquietudes em longas e divertidas conversas. Muito bom contar com eles, especiais mesmo. Reconheço, nunca estive só. Esse também foi um período em que pude olhar para dentro e reorganizar os planos, refazer a vida, mudar de cidade, de país, ter duas casas, uma Natal e outra em Évora. Assim, conhecer de perto o jeito “português de ser”, em especial alentejano, de tradição moura. E esse “jeito” me forneceu pistas para a pesquisa, com proximidades culturais com o sertanejo do Nordeste, de fortes influências ibéricas, considerando as afinidades e as diferenças. Foi um momento de ver outras paisagens, conhecer outras pessoas, sair do lugar comum, do conforto das minhas referências e das ações previsíveis. Mas nunca sair do foco. Nesses anos, aprendi a “estar mais pronta para ouvir e mais tardia para falar”1, a recuar quando necessário, e também a posicionar-me com mais ousadia, quando oportuno fosse. Nesse tempo, eu me permiti viver sentimentos inesperados, a que comparo ao madrigal Zefiro torna de Monteverdi. Vivê-los faz parte da vida, de quem se lança com coragem de ser imperfeito e de demonstrar afeição sem medo. Esses anos foram de profundo aprendizado acadêmico, pessoal e espiritual, de mudanças significativas na vida. Mas a realização da pesquisa que resultou nesta tese só foi possível porque tive do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte o financiamento e afastamento total das minhas atividades acadêmicas e artísticas, com tranquilidade para desenvolver meus estudos e minha capacitação. Por isso, meu especial agradecimento ao IFRN, no Campus Natal Central. 1 Tiago 1:19 Aos colegas de trabalho e aos meus alunos, que me apoiaram nesse período de ausência, sempre com palavras de estímulo e otimismo. Sobretudo, aos colegas professores de Música, que aplicaram a atividade experimental de análise musical com seus alunos, a partir da qual recolhi os dados da pesquisa. No IFRN, tenho quase uma vida, tenho muitos dos meus melhores anos, foi o meu primeiro e único emprego a que dediquei minha juventude e energia, e que a ele volto, não mais tão jovem, mas com a mesma alegria e entusiasmo do início. A todos, meu reconhecimento e minha gratidão. RESUMO A considerar a influência da música popular e folclórica na Série Bachianas Brasileiras de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), a tese traz uma perspectiva reflexiva sobre o Sertão nordestino. A Série Bachianas é uma obra musical, que em sua estrutura, remete à música Johann Sebastian Bach (1685-1750), por isso “bachianas”, e nela, cada suíte funde-se de maneira própria com a música folclórica e popular brasileira, especialmente o estilo do choro e a musicalidade sertaneja (NÓBREGA, 1971; KIEFER, 1997; CALDAS, 2010). A pesquisa traz um exame de quatro peças da Série: a Introdução Embolada, a Dança Lembrança do Sertão, o Coral Canto do Sertão e a Ária Cantiga, denominadas de Bachianas Sertanejas. A partir dessas peças, investiga a influência histórica e cultural (HOLANDA, 1982; ORTIZ, 2006; ALBUQUERQUE, 2011) que levaram o compositor a inserir ritmos e melodias característicos da região, como o Baião e a canção popular “Ó mana deix’eu ir...”, a fim de compreender sua elaboração imaginária da região. Considerando a problemática da nordestinidade e da regionalidade (ANDRADE, 1989; CASCUDO, 2000) presentes na obra, a pesquisa busca desenvolver as abordagens da linguagem em si, como linguagem das coisas e do homem (BENJAMIM, 2011) e o exercício sociológico