Raul De Souza Quinteto
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EDIÇÃO VI . 2013 Raul de Souza Quinteto e mais WAGNER TISO & SOM IMAGINÁRIO DORIVAL CAYMMI por TOMÁS IMPROTA MAX DE CASTRO BONDESOM NOVÍSSIMOS COPAFEST SÁBADO O BAILE EDITORIAL . 04 por Carol Rosman SÁBADO É DIA DE BAILE . 06 MAX DE CASTRO BONDESOM por Bernardo Oliveira A ARTE DE VINIL . 09 VINIL É ARTE por Domingos Guimaraens DORIVAL CAYMMI . 10 POR TOMÁS IMPROTA por Francisco Bosco HOTEL DAS CATARATAS GALERIA COPAFEST . 16 O ÚNICO LOCALIZADO DENTRO DO PARQUE NACIONAL DE FOZ DO IGUAÇU. O DIA EM QUE O RIO PAROU . 21 por Reinaldo Figueiredo AH, E O SOM IMAGINÁRIO... 22 Aproveite passeios exclusivos em uma das 7 Maravilhas da WAGNER TISO & SOM IMAGINÁRIO Natureza enquanto o parque está fechado para visitantes. por Roberto Muggiati Este é apenas um dos muitos encantos deste maravilhoso O SOPRO DA VIDA . 26 hotel, parte da incrível coleção de experiências da RAUL DE SOUZA QUINTETO Orient-Express Hotels Ltd. worldwide. por Eudoro Augusto NOVÍSSIMOS COPAFEST . 30 por Leo Morel Para reservas acesse o site www.hoteldascataratas.com PROGRAMAÇÃO . 36 ou ligue para (45) 2102 7000 ÍNDICE EDITORIAL Copacabana Palace POR CAROL ROSMAN Em noventa anos de elegância, o anos Copacabana Palace segue firme em sua vocação musical. Permanece produzindo 90 Duo Elo (Ceará), Brasilidade Geral (Espírito grandes momentos. O CopaFest tem Santo), Thiago Carreri Quarteto (São reunido diversos estilos e gerações da Paulo) e Quarteto Coda (Rio de Janeiro) música instrumental brasileira e, em sua são os vencedores do concurso Novos sexta edição, inova ao apresentar uma Talentos do CopaFest. Nesta edição, o seleção de jovens talentos. festival se estende ao Stúdio RJ, onde às terças-feiras se realizam as tradicionais Através de concurso, com a participação Noites Jazzmania. de mais de cem bandas de todas as regiões do país, nossa missão era premiar um Wagner Tiso toca com as estrelas do Som vencedor. Tarefa impossível. A alta qualidade Imaginário, Tomás Improta interpreta da maioria dos participantes nos fez mudar Dorival Caymmi e recebe Virgínia o regulamento. Quatro grupos foram Rodrigues, a voz instrumental; Raul de escolhidos. A técnica apurada e a beleza Souza traz seu “souzabone”, Max de dos arranjos, em composições próprias Castro relembra o maestro Érlon Chaves e ou em reinterpretações dos clássicos, o baile continua com o Bondesom. Todos impressionam. Mas não surpreendem. acompanhados por um supertime de Apenas confirmam a imensidade criativa e a instrumentistas. exuberância técnica há muito reconhecidas em nossos artistas. E desmentem alguns Noventa anos do Copacabana Palace. pessimistas sobre o desinteresse dos jovens Noventa e nove de Dorival Caymmi. Música pela música instrumental. Ela está mais forte no Copa. Muito para festejar. do que nunca. Fortíssima. Bem-vindos ao CopaFest! 04 05 Sábado é Dia de Baile Revisitando o POR BERNARDO OLIVEIRA sambalanço de Érlon São muitas as encruzilhadas entre gêneros, O sucesso de público foi acompanhado O CopaFest apresenta os arranjos estilos, instrumentações, arranjos e ritmos que pelo reconhecimento de crítica, obtido de Érlon Chaves e Banda Veneno fornecem o tempero e o temperamento da com o lançamento de dois álbuns: o disco recriados pelo cantor, compositor e música do Brasil. Como não poderia deixar homônimo de 2008 e Procurando Lola, de produtor carioca Max de Castro. Filho de ser com o sexteto carioca Bondesom, uma 2012, ambos editados pela Bolacha Discos. do cantor Wilson Simonal, um dos das expressões mais celebradas da música Com essas cartas na manga e o habitual maiores parceiros de Chaves, Castro se instrumental brasileira do século XXI. colorido sonoro, o Bondesom vai mostrar apresentará com uma banda formada por no Copa Fest a quantas anda a música Marcio Forte (percussão), Bruno Marques Surgido em 2002 nos corredores da instrumental na Lapa. (bateria), Marcelo Maita (piano), Robinho PUC-Rio, foi na Lapa que alcançou o Tavares (baixo), Denilson Martins (sax reconhecimento, apresentando-se em barítono), Sidmar Vieira (trompete) e locais como Circo Voador, Estrela da Lapa e Jorginho Neto (trombone). No show, Democráticos. Em noites de grande público, a banda revisitará clássicos como o Bondesom recebeu convidados do quilate “Pigmalião 70”, “Que pena”, “Balanço de Geraldo Azevedo, Carlos Malta, Nicolas Zona Sul”, entre outras composições Krassik, Marcelo Caldi, entre outros. que definiram o estilo desse importante maestro, arranjador e instrumentista. Formado por Lucas Reis (teclados), Gabriel Guenther (bateria), Matias Zibecchi Nascido em São Paulo, iniciou carreira (percussão), Pedro Mangia (baixo), André como pianista em casas noturnas, Poyart (guitarra) e Yuri Villar (saxofones), basicamente em conjuntos de jazz. o Bondesom costuma embalar a plateia No fim dos anos 1950, desta vez com sua combinação de jazz, música latina Max de como cantor, gravou uma versão em e africana, ritmos nordestinos, samba português de “Matilda”, alcançando sincopado e a boa gafieira universal. Castro relativo sucesso. 06 07 vinil Trabalhou na TV Excelsior e, mudando- Ainda que o leitor nunca tenha ouvido A arte de se para o Rio, ocupou o cargo de diretor falar de Érlon Chaves, tenho plena certeza POR DOMINGOS GUIMARAENS musical da TV Rio, onde foi um dos de que já cantarolou e dançou ao som responsáveis pelo I Festival Internacional de clássicos como “Cosa nostra” e “Eu Tudo começou em 2001. Dois amigos de Juiz fazem as bolachas girarem no clima dos da Canção em 1966. Foi arranjador de também quero mocotó”, ambos com de Fora tiraram a poeira da coleção de LPs bailes do lendário BigBoy, que agitaram o discos e faixas fundamentais de Elis Regina, participação da Banda Veneno. Apesar dos pais e começaram a tocar as bolachas no Rio nos anos 1970. Elizeth Cardoso, Raul Seixas, Agostinho da carreira relativamente curta, a obra intervalo dos shows de suas bandas. As bandas dos Santos, Alaíde Costa e, é claro, de seu de Chaves (1933-1974) foi definitiva na ficaram na memória e hoje o coletivo Como todo coletivo que se preze, de amigo Wilson Simonal. Em 1965 gravou constituição do arranjo brasileiro moderno Vinil É Arte são cinco aficionados uma banda de rock a um time de o álbum Sabadabada, com músicos da – sobretudo se levarmos em consideração por vinil. Os mineiros Tuta e futebol, o todo é muito mais cepa de Hector Costita, Raulzinho e as vertentes ligadas ao chamado samba Pedro, os paulistas Niggas do que a soma das partes. Papudinho, já demonstrando o poderio rock ou sambalanço. e Formiga e o carioca Se MBgroove e Niggas de sua combinação de samba, soul, jazz e MBgroove se revezam correm pelas laterais, ritmos latinos. Durante os primeiros anos nas carrapetas trazendo levando o time pra pras pistas uma É A frente com soul, funk, da década de 70, editou uma série de IL RT combinação eclética, E black brasileiro, música álbuns com a Banda Veneno, até falecer IN precocemente antes de completar 41 anos. fruto de uma pesquisa V latina e africana, Tuta múltipla, tudo direto enriquece o meio- do encorpado som -campo com uma que brota apenas dos intensa pesquisa sobre bolachões. MPB, samba, choro e música nordestina, O princípio do prazer é Formiga arruma a zaga o que rege o quinteto na ao som da gafieira e do busca ávida por novidades, samba jazz e Pedro leva o a vontade de espalhar esse time pro ataque com o bom e conhecimento fez as festas do Vinil velho rock’n’roll. É Arte serem sucesso por onde passam. O Bondesom improviso é a tônica dos sets, um bate-bola Tocando juntos ou separados, o Vinil É Arte guia o caminho dos sons que animam a leva o público para caminhar pela história pista. Alheios ao clima pirotécnico dos DJs da música a partir do hoje raro, mas cada que privilegiam mixagens, os discotecários vez mais amado, vinil. 09 Dorival Caymmi por Tomás Improta POR FRANCISCO BOSCO Embora seja o violão o seu instrumento pianistas, nos discos Ary Caymmi e Dorival simbiótico (como sugere o título de Barroso e Caymmi visita Tom. E se o violão um de seus LPs: Caymmi e seu violão, se torna indisputavelmente o instrumento de 1959), um violão muito além do por excelência da canção popular brasileira mero acompanhamento, violão, não de a partir da bossa nova, um pouco antes, compositor, mas violão compositor, já que nas boates de Copacabana, onde Caymmi emanam dele os sentidos, os sentimentos e se tornou moderno, urbano e carioca, era o a singularidade de muitas de suas canções piano que imperava, em meio à neblina dos – o piano não chega a ser um instrumento cigarros e o tilintar dos copos de uísque. estranho ao universo e à trajetória de Para não falar de elementos importantes Dorival Caymmi. Em sua discografia, da formação musical do baiano, como o encontramos as conhecidas parcerias jazz pré-bebop e os compositores eruditos, com dois de nossos maiores cancionistas- impressionistas sobretudo. 10 Desconheço, entretanto, qualquer abordagem abertura, com uma versão para “O mar” que da obra de Caymmi que se pareça com a recupera e relança, em lance esplêndido, realizada por Tomás Improta no disco Dorival alguns traços decisivos do estilo caymmiano: (2003), que será a base do show de Improta a economia de meios, a capacidade de neste Copafest. Ary Barroso, com seu piano suscitar verdadeiras atmosferas, a gama buliçoso, fez interpretações magistrais dos de sentimentos e até o espanto filosófico- sambas igualmente buliçosos de Caymmi. religioso, tudo isso está presente no mero Já o disco com Tom não tem o piano como minuto da transcriação de Improta: para bom centro de organização musical. E é claro que entendedor, meia palavra basta. diversos pianistas já interpretaram canções do baiano – mas nenhum com o requinte, O disco segue Caymmi adentro trazendo o rigor e a repetida beleza que atravessa variações melódicas, improvisos e arranjos as interpretações – melhor seria dizer: de grande felicidade.