Caracterização Das Fontes De Recursos Tróficos Para Abelhas Dos Gêneros Melipona E Scaptotrigona Nas Áreas Da Comunidade Indígena Sateré Mawé, Amazonas
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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIODIVERSIDADE E BIOTECNOLOGIA DA REDE BIONORTE CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES DE RECURSOS TRÓFICOS PARA ABELHAS DOS GÊNEROS MELIPONA E SCAPTOTRIGONA NAS ÁREAS DA COMUNIDADE INDÍGENA SATERÉ MAWÉ, AMAZONAS ALINNE COSTA CAVALCANTE REZENDE MANAUS-AM MARÇO/2020 ALINNE COSTA CAVALCANTE REZENDE CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES DE RECURSOS TRÓFICOS PARA ABELHAS DOS GÊNEROS MELIPONA E SCAPTOTRIGONA NAS ÁREAS DA COMUNIDADE INDÍGENA SATERÉ MAWÉ, AMAZONAS Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Rede BIONORTE, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia-INPA, como requisito parcial para a obtenção do Título de Doutor em Biodiversidade e Conservação e Biotecnologia. Orientadora: Dra. Maria Lúcia Absy Coorientador: Dr. Marcos Gonçalves Ferreira MANAUS/AM MARÇO/2020 SEDAB/INPA © 2019 - Ficha Catalográfica Automática gerada com dados fornecidos pelo(a) autor(a) Bibliotecário responsável: Jorge Luiz Cativo Alauzo - CRB11/908 R467c Rezende, Alinne Costa Cavalcante Caracterização das fontes de recursos tróficos para abelhas dos gêneros Melipona e Scaptotrigona nas áreas da comunidade indígena Sateré Sawé, Amazonas / Alinne Costa Cavalcante Rezende; orientadora Maria Lúcia Absy; coorientador Marcos Gonçalves Ferreira. -- Manaus:[s.l], 2020. 106 f. Tese (Doutorado - Programa de Pós Graduação em Botânica) -- Coordenação do Programa de Pós-Graduação, INPA, 2020. 1. Palinologia. 2. Melissopalinologia. 3. Rede de interação. 4. Meliponini. I. Absy, Maria Lúcia, orient. II. Ferreira, Marcos Gonçalves, coorient. III. Título. CDD: 580 ii Dedico! A Deus, meus pais Daniel e Marlene Cavalcante, meu marido Helton Marshall e querido filho Arthur Marshall e em especial minha vovó Conceição. iii AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar eu agradeço a Deus em quem eu acredito e que me ajudou em toda a jornada e tem realizado meus sonhos. Ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Biodiversidade da Bionorte por todo o apoio recebido, em especial ao Coordenador Dr. Jair Max Furtunato Maia e a secretária Tânia pelo esforço e carinho. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) pela concessão da bolsa de estudos. Ao Laboratório de Palinologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) por toda a infraestrutura para a realização deste trabalho. A minha orientadora Profa. Dra. Maria Lúcia Absy que dedicou seu tempo para me orientar e que além disso tornou-se uma grande amiga e serei eternamente grata por tudo. Ao meu querido amigo, irmão e coorientador Prof. Dr. Marcos Gonçalves Ferreira que me ensinou com muita paciência o mundo das abelhas e pólen. Muito obrigada por tudo que fez por mim, eu nem tenho palavras para agradecer. Você é fera! A Dra. Helyde Albuquerque Marinho e Otilene dos Anjos Santos pela coleta de todo o material. Aos amigos do Laboratório de Palinologia pela amizade e companheirismo, Bianca, Alyne, Mayra, Natália. Com vocês o dia a dia no laboratório é sempre mais divertido. Valeu amigas! Aos docentes do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Biodiversidade da Bionorte por todo conhecimento transmitido. Aos discentes do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Biodiversidade da Bionorte 2016 pela amizade. Aos meus pais Daniel e Marlene que sempre acreditaram em mim (mesmo eu não acreditando), sou grata por tudo o que fizeram por mim. Amo vocês! Ao meu marido Helton Marshall que me apoiou em todo o momento e esteve ao meu lado nas alegrias e nos momentos mais tristes. Também ao meu filho amado Arthur Marshall que sempre entendeu meu trabalho e minhas ausências. Amo muito vocês! A minha querida vovó Conceição (ursinho) que me sustentou com suas orações e conselhos. Te amo vozinha! Aos meus irmãos Danielle, Eduardo, cunhados Iellen e Aninha e sobrinhos Felipe e Daniel que são meu porto seguro e me deram força nessa caminhada. Vocês são demais! iv Aos meus sogros Vicente Marçal e Eliminair (in memoriam) que me apoiaram nessa caminhada. Sou grata pelas orações. A todos meus familiares e amigos (tios, tias, primos e primas) que sempre torceram por mim, em especial a minha amiga Jéssica Cardeal e Quezia Yasugui pela amizade e apoio. Agradeço por esse privilégio de atuar na pesquisa, um trabalho que amo e aprendi muito. Deus proporcionou amizades que guardarei para sempre no meu coração. v Então disse Deus: "Cubra-se a terra de vegetação: plantas que dêem sementes e árvores cujos frutos produzam sementes de acordo com as suas espécies". Gênesis 1:11 vi RESUMO Abelhas da tribo Meliponini formam um grupo bastante diverso de abelhas sociais e exibem enorme plasticidade, nichos e comportamentos. Para compreender esse universo entre abelha e planta, a palinologia é uma ferramenta eficaz que gera informações importantes desta interação. O objetivo deste trabalho foi analisar os recursos tróficos sob o ponto de vista palinológico das colônias de diferentes espécies de abelhas dos gêneros Melipona e Scaptotrigona. Foram identificadas amostras de pólen e mel coletados por abelhas dos gêneros Melipona Illiger, 1806 e Scaptotrigona Moure, 1942 criadas em comunidades da tribo indígena Sateré Mawé. As amostras foram coletadas nas comunidades Ilha Michiles, Nova Esperança, Monte Horeb, Nova América e Vila Nova II localizadas ao longo do Rio Marau no município de Maués, Amazonas, Brasil (3°39'45.00"S, 57°20'17.99''W). As coletas deste trabalho fizeram parte do projeto “Abelhas Nativas da Área Indígena Sateré Mawé: Mapeamento da Polinização e Caracterização dos Produtos Meliponícolas”. Foram coletados amostras de mel (potes) na comuinidade Ilha Michiles com a abelha Scaptotrigona nigrohirta (4 potes), Nova Esperança com Scaptotigona sp. (9 potes) e Melipona seminigra (6 potes), Monte Horeb com Melipona seminigra (8 potes), Nova América com Melipona seminigra (5 potes), Melipona dubia (4 potes), Melipona sp. (6 potes) e Scaptotrigona sp. (7 potes), totalizando 49 amostras de mel. Para as amostras de pólen, foram coletados na comunidade Vila Nova II com Melipona dubia (8 potes), Nova Esperança com Melipona seminigra (21 potes) e Nova América com Scaptotrigona sp. (22 potes), totalizando 51 amostras. Em relação as amostras de mel, as famílias de plantas mais importantes neste estudo foram: Anacardiaceae, Arecaceae, Burseraceae, Dichapetalaceae, Dilleniaceae, Eufhorbiaceae, Fabaceae, Lecythidaceae, Polygalaceae, Myrtaceae, Melastomataceae, Rhamnaceae e Salicaceae. Para as amostras de pólen as famílias de plantas mais representativas foram: Melastomataceae, Anacardiaceae, Euphorbiaceae, Dilleniaceae, Myrtaceae e Fabaceae (Mimosoideae e Caesalpinioideae). Mesmos sendo abelhas generalistas, este estudo observou preferência de tipos polínicos relacionados ao gênero de abelha, por exemplo em amostras de pólen o gênero Melipona possui alta atratividade com Miconia tipo, Já Scaptotrigona possui preferência por Croton cajucara. Foi observado também que abelhas de espécies diferentes na mesma comunidade apresentaram índices de sobreposição significativos. Outro fator importante foi que em todas as amostras de mel e pólen, a formação de dois grupamentos (um para espécies de Melipona e outro para espécies de Scaptotrigona). Apesar das particularidades de cada grupo de abelha, o terceiro capítulo mostrou um alto grau de aninhamento e uma alta generalização de rede que foi constatado pelo índice de conectância. Este estudo demonstra a vii importância dessas plantas para a manutenção dessas abelhas e para o desenvolvimento da meliponicultura do Amazonas. viii ABSTRAT Bees from the Meliponini tribe form a fairly diverse group of social bees and exhibit enormous plasticity, niches and behaviors. To understand this universe between bee and plant, palynology is the tool capable of providing important information about this interaction. The objective of this work was to analyze the trophic resources from a palynological point of view for different bee species colonies of the genera Melipona and Scaptotrigona. Pollen and honey samples collected by bees from the genera Melipona Illiger, 1806 and Scaptotrigona Moure, 1942 were identified from communities of the Sateré Mawé indigenous tribe. The samples were collected in the Ilha Michiles, Nova Esperança, Monte Horeb, Nova América and Vila Nova II communities located along the Marau River in the municipality of Maués, Amazonas, Brazil (3°39'45.00"S, 57°20'17.99''W). The collections of this work were part of the project "Native Bees of the Sateré Mawé Indigenous Area: Mapping Pollination and Characterizing Meliponiculture Products. Honey samples (pots) were collected from Scaptotrigona nigrohirta bees (4 pots) from the Michiles Island bee community, Scaptotigona sp. (9 pots) and Melipona seminigra (6 pots) from Nova Esperança, Melipona seminigra (8 pots) from Monte Horeb, and Melipona seminigra (5 pots), Melipona dubia (4 pots), Melipona sp. (6 pots) and Scaptotrigona sp. (7 pots) from Nova America, totaling 49 honey samples. Pollen samples were collected from Melipona dubia (8 pots) in the Vila Nova II community, Melipona seminigra (21 pots) from Nova Esperanca and Scaptotrigona sp. (22 pots) from Nova America, totaling 51 samples. Regarding honey samples, the most important plant families in this study were: Anacardiaceae, Arecaceae, Burseraceae, Dichapetalaceae, Dilleniaceae, Eufhorbiaceae, Fabaceae, Lecythidaceae, Polygalaceae, Myrtaceae, Melastomataceae, Rhamnaceae and Sacelicaae. For pollen samples, the most representative plant families were: Melastomataceae, Anacardiaceae, Euphorbiaceae,