Resenha de Política Exterior do Brasil

número 119, 2° semestre de 2016

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Arquivo Central - DCA

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 1

RESENHA DE POLÍTICA EXTERIOR DO BRASIL Arquivo Central - DCA

Número 119, 2° semestre de 2016 – Ano 44, ISNN 01012428

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A Resenha de Política Exterior do Brasil é uma publicação semestral do Ministério das Relações Exteriores, organizada e editada pelo Arquivo Central da Divisão de Comunicações e Arquivo – Departamento de Cmunicações e Documentação (DCD).

- Ministro de Estado das Relações Exteriores

José Serra

- Secretário-Geral das Relações Exteriores

Embaixador Marcos Bezerra Abbott Galvão

- Subsecretário-Geral do Serviço Exterior

Embaixadora Maria-Theresa Lazaro

- Diretor do Departamento de Comunicações e Documentação

Ministro João Pedro Corrêa Costa

- Arquivo Central do Itamaraty

Conselheiro Pedro Frederico de Figueiredo Garcia

Resenha de Política Exterior do Brasil / Ministério das Relações Exteriores, Departamento de Comunicações e Documentação. Arquivo Central – Ano 1, n. 1 (jun. 1974)-. – Brasília : Ministério das Relações Exteriores, 1974 - .

360p.

ISSN 01012428

Semestral.

1.Brasil – Relações Exteriores – Periódico. I.Brasil. Ministério das Relações Exteriores.

CDU 327(81)(05)

Departamento de Comunicações e Documentação

SUMÁRIO

2 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

DISCURSOS 17

NOTAS DO DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DO EVENTO "GLOBAL AGRIBUSINESS FORUM 2016 – AGRICULTURE OF TOMORROW: DOING MORE WITH LESS" – SÃO PAULO, 4 DE JULHO DE 2016 17

TEXTO BASE DO DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NA REUNIÃO CONJUNTA ITAMARATY-MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE COM SECRETÁRIOS ESTADUAIS DE MEIO AMBIENTE – BRASÍLIA, 27 DE JULHO DE 2016 21

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NA CERIMÔNIA DE ANÚNCIO DE ABERTURA DE MERCADO PARA A CARNE BOVINA BRASILEIRA – PALÁCIO DO PLANALTO, 1° DE AGOSTO DE 2016 23

PALAVRAS DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DO ENCONTRO COM O SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ESTADOS UNIDOS, JOHN KERRY – , 5 DE AGOSTO DE 2016 25

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NA HOMENAGEM AOS ATLETAS ISRAELENSES MORTOS EM MUNIQUE (1972) – RIO DE JANEIRO, PALÁCIO DA CIDADE, 14 DE AGOSTO DE 2016 27

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA POR OCASIÃO DO LANÇAMENTO DA CAMPANHA "BE BRASIL" – RIO DE JANEIRO, 22 DE AGOSTO DE 2016 28

INTERVENÇÃO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NA REUNIÃO MINISTERIAL DO G4 – NOVA YORK, 21 DE SETEMBRO DE 2016 31

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DA CERIMÔNIA DE ENTREGA DAS CONDECORAÇÕES DA ORDEM NACIONAL DO CRUZEIRO DO SUL A JURISTAS ESTRANGEIROS – BRASÍLIA, 27 DE OUTUBRO DE 2016 33

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DA XXV CÚPULA IBERO-AMERICANA – CARTAGENA, 29 DE OUTUBRO DE 2016 35

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DA SESSÃO SOLENE DE ENCERRAMENTO DA XI CONFERÊNCIA DE CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA CPLP – BRASÍLIA, 1° DE NOVEMBRO DE 2016 38

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NO ENCERRAMENTO DO SEMINÁRIO "CÓMO HACER NEGOCIOS COM BRASIL" [ESPANHOL] – MADRI, 23 DE NOVEMBRO DE 2016 41

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DO ENCERRAMENTO DA ÚNICA FORUM 2016 – SÃO PAULO, 28 DE NOVEMBRO DE 2016 45 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 3

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DA HOMENAGEM À CHAPECOENSE – MEDELLÍN, 30 DE NOVEMRO DE 2016 51

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DA CERIMÔNIA DE CONDECORAÇÃO DE AUTORIDADES DA COLÔMBIA COM A ORDEM DE RIO BRANCO – BRASÍLIA, 16 DE DEZEMBRO DE 2016 53

ATOS INTERNACIONAIS EM VIGOR 55

COMUNICADOS, NOTAS, MENSAGENS E INFORMAÇÕES 56

CRIAÇÃO DO CARGO DE PERITO INDEPENDENTE DA ONU SOBRE A PROTEÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA BASEADA NA ORIENTAÇÃO SEXUAL 01/07/2016 56

ATENTADO EM DACA 03/07/2016 56

FALECIMENTO DE ELIE WIESEL 03/07/2016 56

ATENTADO EM BAGDÁ 04/07/2016 57

ENCHENTES NA CHINA 05/07/2016 57

ATENTADOS NA ARÁBIA SAUDITA 06/07/2016 57

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA REPÚBLICA DA TURQUIA 07/07/2016 57

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NOS ESTADOS UNIDOS 07/07/2016 58

ATENTADO EM BANGLADESH 07/07/2016 58

IV REUNIÃO NEGOCIADORA PARA A AMPLIAÇÃO E APROFUNDAMENTO DO ACORDO DE COMPLEMENTAÇÃO ECONÔMICA Nº 53 (ACE 53) ENTRE BRASIL E O MÉXICO – BRASÍLIA, 7 DE JULHO DE 2016 58

ATENTADO EM DAMBOA, NIGÉRIA 08/07/2016 58

POLICIAIS MORTOS EM DALLAS 08/07/2016 59

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA ALEMANHA 08/07/2016 59

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL JUNTO À UNIÃO EUROPEIA 08/07/2016 59

4 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DA REPÚBLICA DA TURQUIA 08/07/2016 59

ATAQUE NA VENEZUELA 09/07/2016 59

BICENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA ARGENTINA 09/07/2016 60

SITUAÇÃO NO SUDÃO DO SUL 10/07/2016 60

ATAQUES NA TURQUIA 11/07/2016 60

ACORDO NA OMC AUMENTA EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA A UNIÃO EUROPEIA EM CERCA DE R$ 250 MILHÕES POR ANO – 14 DE JULHO DE 2016 60

FALECIMENTO DE HECTOR BABENCO 14/07/2016 61

VISITA DO MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DO REINO DOS PAÍSES BAIXOS, BERT KOENDERS – RIO DE JANEIRO E BRASÍLIA, 15 A 19 DE JULHO DE 2016 61

ATENTADO EM NICE 15/07/2016 62

SITUAÇÃO NA TURQUIA 15/07/2016 62

DECLARAÇÃO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, SOBRE A SITUAÇÃO NA TURQUIA 15/07/2016 62

INSCRIÇÃO DO CONJUNTO MODERNO DA PAMPUKHA NA LISTA DO PATRIMÔNIO MUNDIAL DA UNESCO – ISTAMBUK, 17 DE JULHO DE 2016 62

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA ÁUSTRALIA 18/07/2016 63

20 ANOS DA CPLP 18/07/2016 63

SITUAÇÃO NA TURQUIA 18/07/2016 64

VSITA DO MINISTRO JOSÉ SERRA AO MÉXICO – CIDADE DO MÉXICO, 25 DE JULHO DE 2016 22/07/2016 64

ATAQUE EM MUNIQUE 22/07/2016 64

SITUAÇÃO NO MALI 22/07/2016 64

ATENTADO EM CABUL 65

ATENDADOS NO IRAQUE 24/07/2016 65

ENCHENTES NA CHINA 24/07/2016 65

ATENTADOS NA SÍRIA 27/07/2016 65

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" À EMBAIXADORA DO BRASIL NA TUNÍSIA 28/07/2016 65

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 5

NOTA DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES JOSÉ SERRA 29/07/2016 66

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA REPÚBLICA ITALIANA 03/08/2016 66

VISITA AO BRASIL DO PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO SUÍÇA, JOHANN SCHNEIDER-AMMANN – BRASÍLIA E RIO DE JANEIRO, 4 A 7 DE AGOSTO DE 2016 04/08/2016 66

ATENTADO TERRORISTA NA ÍNDIA 05/08/2016 67

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL EM OMÃ 08/08/2016 67

PASSAGEM DA TEMPESTADE TROPICAL "EARL" PELO MÉXICO 08/08/2016 67

ATAQUE CONTRA HOSPITAL NO PAQUISTÃO 08/08/2016 67

VISITA DO MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DA FINLÂNDIA, TIMO SOINI – BRASÍLIA E RIO DE JANEIRO, 11 A 14 DE AGOSTO DE 2016 11/08/2016 68

COMUNICADO CONJUNTO DE ESTADOS-MEMBROS DA OEA SOBRE OS ACONTECIMENTOS RECENTES NA REPÚBLICA BOLIVIANA DA VENEZUELA 11/08/2016 68

APROVAÇÃO DO ACORDO DE PARIS PELO SENADO FEDERAL 11/08/2016 69

VISITA DO PRESIDENTE DA ARMÊNIA, SERZH SARGSYAN – BRASÍLIA, SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO, 11 A 15 DE AGOSTO DE 2016 11/08/2016 69

ESTADO DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROTOCOLO DE ADESÃO DA VENEZUELA AO MERCOSUL 13/08/2016 70

VISITA DO MINISTRO DAS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DA DINAMARCA, KRISTIAN JENSEN – BRASÍLIA E RIO DE JANEIRO, 13 A 16 DE AGOSTO DE 2016 70

ENTRADA EM VIGOR DA CONVENÇÃO DA APO0STILA 15/08/2016 71

DECLARAÇÕES DO CHANCELER URUGUAIO 16/08/2016 71

DIA MUNDIAL HUMANITÁRIO 19/08/2016 72

ATENTADO NA TURQUIA 22/08/2016 72

ATENTADO NA SOMÁLIA 22/08/2016 73

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NO PARAGUAI 23/08/2016 73

TERREMOTO NA ITÁLIA 24/08/2016 73

NOTA DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, SOBRE O ACORDO DE PAZ ENTRE O GOVERNO DA COLÔMBIA E AS FARC 24/08/2016 73

6 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

FALECIMENTO DO EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA, WALTER SCHEEL 24/08/2016 74

ASSASSINATO DO VICE-MINISTRO DE REGIME INTERIOR E POLÍCIA DA BOLÍVIA 28/08/2016 74

ATAQUE NO PARAGUAI 28/08/2016 74

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NO IRÃ 29/08/2016 74

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" À EMBAIXADORA DO BRASIL NOS PAÍSES BAIXOS 29/08/2016 75

COMUNICADO DO GOVERNO VENEZUELANO SOBRE SUAS RELAÇÕES COM O BRASIL 31/08/2016 75

MANIFESTAÇÕES SOBRE O PROCESSO POLÍTICO NO BRASIL 31/08/2016 75

DISTÚRBIOS NO GABÃO 01/09/2016 75

VIAGEM DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA A XANGAI, POR OCASIÃO DO SEMINÁRIO EMPRESARIAL DE ALTO NÍVEL BRASIL-CHINA – XANGAI, 2 DE SETEMBRO DE 2016 01/09/2016 76

XI CÚPULA DE LÍDERES DO G20 – HANGZHOU, CHINA 4 E 5 DE SETEMBRO DE 2016 01/09/2016 76

FURACÃO HERMINE 02/09/2016 77

ATENTADO TERRORISTA NAS FILIPINAS 03/09/2016 77

COMUNICADO DOS LÍDERES DO G20 – CÚPULA DE HANGZHOU – 4-5 DE SETEMBRO DE 2016 08/09/2016 77

INUNDAÇÕES NA REPÚBLICA POPULAR DEMOCRÁTICA DA COREIA 08/09/2016 100

COMITÊ PERMANENTE DE POLÍTICA NUCLEAR BRASIL-ARGENTINA 08/09/2016 100

TESTES REALIZADOS PELA REPÚBLICA POPULAR DEMOCRÁTICA DA COREIA 09/09/2016 100

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NO CANADÁ 09/09/2016 101

NOTA DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, SOBRE O ANÚNCIO DE ACORDO DE CESSAÇÃO DE HOSTILIDADES NA SÍRIA 10/09/2016 101

TERREMOTO NA TANZÂNIA 11/09/2016 101

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 7

DECLARAÇÃO DO MINISTRO JOSÉ SERRA SOBRE A SITUAÇÃO NA VENEZUELA 13/09/2016 102

APROVAÇÃO DA "DECLARAÇÃO RELATIVA AO FUNCIONAMENTO DO MERCOSUL E AO PROTOCOLO DE ADESÃO DA REPÚBLICA BOLIVIANA DA VENEZUELA" 13/09/2016 102

FALECIMENTO DO PROFESSOR ANTONIO PAULO CACHAPUZ DE MEDEIROS 16/09/2016 103

ATENTADO TERRORISTA NO PAQUISTÃO 18/09/2016 103

DECLARAÇÃO DOS CHANCELERES DO MERCOSUL SOBRE AS NEGOCIAÇÕES DO ACORDO DE ASSOCIAÇÃO MERCOSUL-UNIÃO EUROPEIA – NOVA YORK, 18 DE SETEMBRO DE 2016 103

ATENTADO TERRORISTA A INSTALAÇÕES MILITARES INDIANAS NA CAXEMIRA 20/09/2016 104

SITUAÇÃO NA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO 20/09/2016 104

INTERVENÇÃO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NA REUNIÃO DE CHANCELERES DOS BRICS À MARGEM DA 71ª ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS – NOVA YORK, 20 DE SETEMBRO DE 2016 [INGLÊS] 20/09/2016 104

COMUNICADO CONJUNTO DA REUNIÃO DE MINISTROS DE RELAÇÕES EXTERIORES DO BRICS À MARGEM DA 71ª ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS – NOVA YORK, 20 DE SETEMBRO DE 2016 [INGLÊS] 106

DEPÓSITO DO INSTRUMENTO DE RATIFICAÇÃO DO ACORDO DE PARIS 21/09/2016 108

REUNIÃO DOS CHANCELERES DOS PAÍESE DO G4 – BRASIL, ALEMANHA, ÍNDIA E JAPÃO – SOBRE A REFORMA DO CONSELHO DE SUGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS – DECLARAÇÃO CONJUNTA À IMPRENSA 21/09/2016 108

INTERVENÇÃO DO MINISTRO DAS RELAÇÓES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NA REUNIÃO MINISTERIAL DO G4 – NOVA YORK, 21 DE SETEMBRO DE 2016 109

NAUFRÁGIO NA COSTA DO EGITO 21/09/2016 111

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA GRÉCIA 26/09/2016 111

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA ESLOVÁQUIA 26/09/2016 111

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL EM SÃO TOMÉ E PRÍCIPE 27/09/2016 112

MORTE DE SHIMON PERES 28/09/2016 112

8 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

VIAGEM DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES A ISRAEL – 30 DE SETEMBRO DE 2016 28/09/2016 112

SITUAÇÃO NA VENEZUELA 29/09/2016 112

VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA À ARGENTINA – BUENOS AIRES, 3 DE OUTUBRO DE 2016 29/09/2016 113

VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA AO PARAGUAI – ASSUNÇÃO, 3 DE OUTUBRO DE 2016 29/09/2016 113

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL JUNTO À SANTA SÉ 30/09/2016 114

VISITA DO MINISTRO JOSÉ SERRA A ISRAEL 30/09/2016 114

ELEIÇÃO DO BRASIL PARA O CONSELHO DA ORGANIZAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL INTERNACIONAL (OACI) 01/10/2016 115

RESULTADOS DO PLEBISCITO SOBRE O ACORDO DE PAZ NA CÔLOMBIA 03/01/2016 115

VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Á ARGENTINA – BUENOS AIRES, 3 DE OUTUBRO DE 2016 – ATOS ASSINADOS 03/10/2016 115

VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA À ARGENTINA – COMUNICADO CONJUNTO 03/10/2016 122

V REUNIÃO NEGOCIADORA PARA A AMPLIAÇÃO E O APROFUNDAMENTO DO ACORDO DE COMPLEMENTAÇÃO ECONÔMICA Nº 53 (ACE–53) ENTRE BRASIL E MÉXICO 04/10/2016 128

COMUNICADO SOBRE O PLEBISCITO COLOMBIANO ACERCA DOAS ACORDOS DE PAZ 04/10/2016 128

VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA AO PARAGUAI – COMUNICADO CONJUNTO 04/10/2016 128

VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA AO PARAGUAI – ASSUNÇÃO, 3 DE OUTUBRO DE 2016 – ATO ASSINADO 04/10/2016 131

VISITA DO SECRETÁRIO-GERAL DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS (OEA), LUIS ALMAGRO – BRASÍLIA, 6 DE OUTUBRO DE 2016 133

FURACÃO "MATTHEW": ATENDIMENTO A BRASILEIROS 05/10/2016 133

ESCOLHA DO NOVO SECRETÁRIO-GERAL DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS 05/10/2016 134

PRÊMIO NOBEL DA PAZ AO PRESIDENTE DA COLÔMBIA, JUAN MANUEL SANTOS 07/10/2016 134

PASSAGEM DO FURACÃO "MATTHEW" PELO HAITI 07/10/2016 134

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 9

ELEIÇÃO DO BRASIL PARA O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E PARA O CONSELHO DE OPERAÇÕES POSTAIS DA UNIÃO POSTAL UNIVERSAL (UPU) 07/10/2016 135

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DA REPÚBLICA SOCIALISTA DO VIETNÃ 10/10/2016 135

ATENTADO EM JERUSALÉM 10/10/2016 135

ATENTADO NA TURQUIA 10/10/2016 135

VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA AO JAPÃO – TÓQUIO, 18 E 19 DE OUTUBRO DE 2016 11/10/2016 136

ANÚNCIO DE ACORDO ENTRE O GOVERNO COLOMBIANO E O EXÉRCITO DE LIBERTAÇÃO NACIONAL 11/10/2016 136

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" À EMBAIXADORAA DO BRASIL NA HUNGRIA 11/10/2016 136

VIII CÚPULA DO BRICS – GOA, ÍNDIA, 15 E 16 DE OUTUBRO DE 2016 11/10/2016 137

VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA À ÍNDIA – GOA, 17 DE OUTUBRO DE 2016 11/10/2016 138

ATENTADO EM CABUL 12/10/2016 138

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA NICARÁGUA 12/10/2016 138

FALECIMENTO DO REI DA TAILÂNDIA, BHUMIBOL ADULYADEJ 13/10/2016 138

BRASIL ANUNCIA RESPOSTA HUMANITÁRIA AO HAITI 14/10/2016 139

ACLAMAÇÃO DE ANTÓNIO GUTERRES COMO SECRETÁRIO-GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS 15/10/2016 139

10ª RODADA DE NEGOCIAÇÕES MERCOSUL-EU – COMUNICADO CONJUNTO DOS PAÍSES DO MERCOSUL E DA UNIÃO EUROPEIA – 10 A 14 DE OUTUBRO DE 2016 15/10/2016 140

ADOÇÃO DA EMENDA SOBRE HFCs AO RPOTOCOLO DE MONTREAL 15/10/2016 140

VIII CÚPULA DO BRICS – GOA, ÍNDIA, 15 E 16 DE OUTUBRO DE 2016 – DECLARAÇÃO E PLANO DE AÇÃO DE GOA 16/10/2016 141

VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA À ÍNDIA – GOA, 17 DE OUTUBRO DE 2016 – COMUNICADO CONJUNTO BRASIL-ÍNDIA 17/10/2016 172

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DA REPÚBLICA DO AZERBAIJÃO 18/10/2016 176

10 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

DECLARAÇÃO CONJUNTA EMITIDA NA CONCLUSÃO DA 23ª REUNIÃO DE MINISTROS DO BASIC SOBRE MUDANÇA DO CLIMA – MARRAKESH, MARROCOS, 17/10/2016 18/10/2016 177

VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA AO JAPÃO – TÓQUIO, 18 E 19 DE OUTUBRO DE 2016 – ATO ASSINADO 20/10/2016 179

FALECIMENTO DE MILITAR BRASILEIRO EM LES CAYES, HAITI 20/10/2016 182

COMISSÃO DE VIZINHAÇA E INTEGRAÇÃO BRASIL-COLÔMBIA 22/10/2016 182

COMUNICADO CONJUNTO DE ESTADOS MEMBROS DA OEA SOBRE OS ACONTECIMENTOS RECENTES NA REPÚBLICA BOLIVIANA DA VENEZUELA 22/10/2016 183

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE HABITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL (HABITAT III) 22/10/2016 184

FALECIMENTO DO EX-PRESIDENTE DO URUGUAI, JORGE BATLE 25/10/2016 184

ATENTADO NO PAQUISTÃO 25/10/2016 184

ACIDENTE FERROVIÁRIO EM ESEKA, CAMEROUN 25/10/2016 184

COMUNICADO DOS GOVERNOS DE ARGENTINA, BRASIL, COLÔMBIA, COSTA RICA, CHILE, GUATEMALA, HONDURAS, MÉXICO, PANAMÁ, PARAGUAI, PERU E URUGUAI SOBRE A SITUAÇÃO NA VENEZUELA 27/10/2016 185

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO REINO UNIDO 28/10/2016 185

XXV CÚPULA IBERO-AMERICANA – CARTAGENA DAS ÍNDIAS, 28 E 29 DE OUTUBRO DE 2016 28/10/2016 186

ELEIÇÃO DO BRASIL PARA O CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS DAS NAÇÕES UNIDAS 28/10/2016 186

XI CONFERÊNCIA DE CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA (CPLP) 29/10/2016 186

ONU CONVOCA NEGOCIAÇÕES PARA A PROIBIÇÃO DAS ARMAS NUCLEARES 29/10/2016 187

XXV CÚPULA IBERO-AMERICANA DE CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO – DECLARAÇÃO DE CARTAGENA DAS ÍNDIAS [ESPANHOL] 30/10/2016 187

XII CIMEIRA BRASIL- PORTUGAL – BRASÍLIA, 1º DE NOVEMBRO DE 2016 31/10/2016 193

ACORDO SOBRE SERVIÇOS AÉREOS ENTRE A REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E A REPÚBLICA DE CABO VERDE 31/10/2016 193

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 11

INCLUSÃO DO BRASIL NO PROGRAMA CANADENSE "ELECTRONIC TRAVEL AUTHORIZATION" 31/10/2016 204

ELEIÇÃO DO SENHOR MICHEL AOUN À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA LIBANESA 31/10/2016 204

XI CONFERÊNCIA DE CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA COMUNIDADE DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA – DECLARAÇÃO DE BRASÍLIA 01/11/2016 204

ATOS ASSINADOS POR OCASIÃO DA XII CIMEIRA BRASIL-PORTUGAL – BRASÍLIA, 1º DE NOVEMBRO DE 2016 01/11/2016 213

DECLARAÇÃO CONJUNTA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E DO PRIMEIRO-MINISTRO DA REPÚBLICA PORTUGUESA POR OCASIÃO DA XII CIMEIRA BRASIL-PORTUGAL 01/11/2016 223

DECLARAÇÃO DOS CHANCELERES DE ARGENTINA, BRASIL, CHILE, COLÔMBIA, MÉXICO, PARAGUAI E URUGUAI – TERÇA-FEIRA, 1º DE NOVEMBRO DE 2016 02/11/2016 235

ELEIÇÃO DO EMBAIXADOR GILBERTO SABOIA PARA A COMISSÃO DE DIREITO INTERNACIONAL DAS NAÇÕES UNIDAS 03/11/2016 236

NAUFRÁGIOS NA COSTA DA LÍBIA 03/11/2016 236

PROCESSO DE SELEÇÃO DO DIRETOR-GERAL DA OMC (2017-2021) 04/11/2016 236

COMUNICADO CONJUNTO SOBRE A VENEZUELA 05/11/2016 237

ATENTADOS EM BAGDÁ E MOSSUL 06/11/2016 237

CARTA AO PRESIDENTE ELEITO NORTE-AMERICANO 09/11/2016 238

ELEIÇÃO NOS EUA 09/11/2016 238

CONTENCIOSOS NA OMC CONTRA O BRASIL POR UNIÃO EUROPEIA E JAPÃO SOBRE REGIMES TRIBUTÁRIOS BRASILEIROS (DS427 E DS497) – CIRCULAÇÃO DO RELATÓRIO PRELIMINAR DO PAINEL 11/11/2016 239

ACORDO DE PAZ ENTRE O GOVERNO COLOMBIANO E AS FARC-EP 12/11/2016 239

REUNIÃO MINISTERIAL DO CONE SUL SOBRE SEGURANÇA NAS FRONTEIRAS 15/11/2016 239

DECLARAÇÃO DE BRASÍLIA – REUNIÃO MINISTERIAL DO CONE SUL SOBRE A SEGURANÇA NAS FRONTEIRAS – BRASÍLIA, 16 DE NOVEMBRO DE 2016 16/11/2016 240

LANÇAMENTO DA PLATAFORMA PARA O BIOFUTURO – MARRAQUEXE, 16 DE NOVEMBRO DE 2016 17/11/2016 243

12 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

ACIDENTE EM MOÇAMBIQUE 18/11/2016 243

VIAGEM DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, À ESPANHA – MADRI, 21 A 23 DE NOVEMBRO DE 2016 18/11/2016 243

NOTA CONJUNTA ENTRE O MINISTÉRIO DA SAÚDE E O MINISTERIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES – DECLARAÇÃO PELA OMS DO FIM DA "EMERGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA DE PREOCUPAÇÃO INTERNACIONAL" ASSOCIADA AO VÍRUS ZICA 19/11/2016 244

ACIDENTE FERROVIÁRIO NA ÍNDIA 20/1/2016 245

ELEIÇÕES PRESIDENCIAS E LEGISLATIVAS NO HAITI 21/11/2016 245

COMUNICADO DE IMPRENSA DOS MINISTROS DE ASSUNTOS EXTERIORES E DE COOPERAÇÃO DO REINO DA ESPANHA E DAS RELAÇÕES EXTERIORES DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 23/11/2016 245

VISITA DO DIRETOR-GERAL DA AIEA, YUKIYA AMANO – SÃO PAULO, BRASÍLIA E RIO DE JANEIRO, 23 A 25 DE NOVEMBRO DE 2016 23/1/2016 246

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXDOR DO IRÃ 24/11/2016 247

NOVO PORTAL COSULAR 24/11/2016 247

FALECIMENTO DE FIDEL CASTRO 26/11/2016 247

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DA SUÍÇA 27/11/2016 248

ACIDENTE AÉREO COM DELEGAÇÃO DA CHAPECOENSE 29/11/2016 248

HOMENAGEM ÀS VÍTIMAS DO ACIDENTE AÉREO COM DELEGAÇÃO DA CHAPECOENSE 29/11/2016 248

NÚCLEO DE APOIO A BRASILEIROS EM MEDELLÍN 30/11/2016 248

MORTE DE FERREIRA GULLAR 05/12/2016 249

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DA TUNÍSIA 06/12/2016 249

VISITA DO SECRETÁRIO DE ESTADO DE COMÉRCIO INTERNACIONAL E PRESIDENTE DO CONSELHO DE COMÉRCIO DO REINO UNIDO 07/12/2016 249

VISITA DA MINISTRA DAS RELAÇÕES EXTERIORES E CULTO DA REPÚBLICA ARGENTINA, SUSANA MALCORA, AO BRASIL – BRASÍLIA, 8 DE DEZEMBRO DE 2016 07/12/2016 250

DECLARAÇÃO DOS CHANCELERES DE ARGENTINA, BRASIL, CHILE, COLÔMBIA, GUATEMALA, MÉXICO, PARAGUAI, PERU E URUGUAI 07/12/2016 250

ACIDENTE AÉREO NO PAQUISTÃO 07/12/2016 251

TERREMOTO NA INDONÉSIA 07/12/2016 251

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 13

BRASIL ENVIA MEDICAMENTOS E VACINAS AO HAITI 09/12/2016 252

ATENTADOS NA TURQUIA 11/12/2016 252

ACIDENTE FERROVIÁRIO NA BULGÁRIA 12/12/2016 252

ATAQUE À CADETRAL COPTA DO CAIRO, EGITO 12/12/2016 252

REUNIÃO DO CONSELHO DO MERCADO COMUM DO MERCOSUL – BUENOS AIRES, 14 DE DEZEMBRO DE 2016 13/12/2016 252

FALECIMENTO DO ARCEBISPO DOM PAULO EVARISTO ARNS 14/12/2016 253

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA ESLOVÊNIA 14/12/2016 253

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" À EMBAIXADORA DO BRASIL NO ZIMBÁBUE 15/12/2016 253

CONDECORAÇÃO DE COLOMBIANOS QUE COOPERARAM COM VÍTIMAS DO ACIDENTE DA CHAPECOENSE 15/12/2016 254

ATENTADO NA TURQUIA 18/12/2016 254

AUTORIZAÇÃO DA CAMEX PARA INÍCIO DE PROCEDIMENTO NA OMC CONTRA O CANADÁ ACERCA DE SUBSÍDIOS OFERECIDOS À ONDÚSTRIA AERONÁUTICA 19/12/2016 254

ASSASSINATO DO EMBAIXADOR DA RÚSSIA NA TURQUIA 19/12/2016 254

INCIDENTE TRÁGICO EM BERLIM 20/12/2016 255

ATAQUES EM KARAK, NA JORDÂNIA 20/12/2016 255

EXPLOSÃO NA CIDADE DE TULTEPEC, MÉXICO 21/12/2016 255

CONTENCIOSOS NA OMC SOBRE REGIMES TRIBUTÁRIOS BRASILEIROS 21/12/2016 255

SITUAÇÃO NA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO 21/12/2016 255

QUEDA DO AVIÃO RUSSO NO MAR NEGRO 26/12/2016 256

BRASILEIROS DESAPARECIDOS NAS BAHAMAS 26/12/2016 256

ACIDENTE DE ÔNIBUS NA ARGENTINA 27/12/2016 256

EMBAIXADOR DA GRÉCIA NO BRASIL, KYRIAKOS AMIDIRIDIS 30/12/2016 257

ATENTADOS NO IRAQUE 31/12/2016 257

FALECIMENTO DO DIRETOR-EXECUTIVO DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO CAFÉ 31/12/2016 257

TRÉGUA NA SÍRIA 31/12/2016 257

14 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

ARTIGOS 258

VINTE E CINCO ANOS E MUITO POR FAZER (O GLOBO) 10/07/2016 259

PAMPULHA, PATRIMÔNIO MINDIAL – JOSÉ SERRA E MARCELO CALERO (FOLHA DE SÃO PAULO) 19/07/2016 261

BRASIL E ARGENTINA, 25 ANOS DE COOPERAÇÃO NUCLEAR – JOSÉ SERRA E SUSANA MALCORRA (VALOR ECONÔMICO) 19/07/2016 263

BRASIL E ARGENTINA, AMIZADE PARA O FUTURO – JOSÉ SERRA E SUSANA MALCORRA 08/12/2016 265

ENTREVISTAS 266

'VISÃO PESSIMISTA SOBRE O FUTURO NÃO SE JUSTIFICA' (ENTREVISTA DO MINISTRO JOSÉ SERRA AO JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO) 13/09/2016 267

SERRA FALA SOBRE PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU (ENTREVISTA SO MINISTRO JOSÉ SERRA À RÁDIO ONU) 15/09/2016 270

ÍNDICE REMISSIVO 274

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 15

16 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

DISCURSOS

NOTAS DO DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DO EVENTO "GLOBAL AGRIBUSINESS FORUM 2016 – AGRICULTURE OF TOMORROW: DOING MORE WITH LESS" – SÃO PAULO, 4 DE JULHO DE 2016

Promoção Comercial e o Desafio de No âmbito comercial, o Brasil pode Abastecer o Mundo contribuir para aumentar a disponibilidade de alimentos não somente com exportações Como bem ressalta o título deste painel, há de produtos alimentícios, mas também por uma relação entre as atividades de promoção meio do compartilhamento de tecnologia e comercial e o desafio de abastecer o mundo do fornecimento de maquinário, de alimentos, a fim de garantir a segurança equipamentos e implementos agrícolas. A alimentar. Conforme definiu a Organização tecnologia brasileira nesse setor é bastante das Nações Unidas para a Alimentação e a avançada e, sobretudo, adaptada às Agricultura (FAO), "a segurança alimentar condições de produção em zonas de clima existe quando todas as pessoas, em todos os tropical e semiárido, condições que são momentos, têm acesso físico e econômico a encontradas em muitos países em uma alimentação suficiente, segura e desenvolvimento. nutritiva que atenda às necessidades nutricionais e preferências alimentares, de As referidas tecnologias de produção modo a propiciar vida ativa e saudável". O agrícola podem beneficiar, além dos grandes Governo brasileiro atribui a mais alta produtores agrícolas, os agricultores prioridade o tema da segurança alimentar, no familiares. O Brasil produz equipamentos e contexto de seus esforços internacionais de implementos agrícolas especialmente combate à fome e à miséria. desenvolvidos para o uso de pequenos produtores e agricultores familiares. Essas O Brasil, como grande produtor e exportador tecnologias, ao promoverem o aumento da de alimentos, tem grande responsabilidade e produtividade de pequenos produtores, capacidade diante do desafio de abastecer o geram, também, aumento de renda, mundo. desencadeando, portanto, significativo Especialistas costumam identificar quatro impacto social. dimensões no conceito de segurança Nesse sentido, o Governo brasileiro alimentar: disponibilidade, acesso, intensificará a cooperação com outros países utilização e estabilidade. A em desenvolvimento, notadamente países "disponibilidade" de alimentos, mencionada africanos, através do Programa Mais em primeiro lugar, destaca-se como Alimentos Internacional (PMAI) e outros condição para a realização das outras instrumentos de cooperação, com vistas a dimensões do conceito. E os órgãos de promover a eficiência agrícola e segurança promoção comercial do Itamaraty têm muito alimentar nesses países e ao mesmo tempo a contribuir nesse sentido, mediante o apoiar as exportações brasileiras. O fomento dos investimentos produtivos e das fortalecimento da agricultura familiar goza exportações brasileiras de alimentos. de grande importância nesse contexto, pois os pequenos produtores são responsáveis por

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 17 grande parcela da produção de alimentos algodão, soja e outros grãos. Também há destinada a abastecer os mercados locais. empresários brasileiros atuantes no Assim, trabalharemos tanto na vertente do agronegócio de países do Golfo da Guiné e financiamento da exportação de máquinas e dos nossos tradicionais parceiros lusófonos, equipamentos agrícolas brasileiros para os como Angola, Cabo Verde e Moçambique. países com os quais cooperamos neste âmbito, quanto na vertente da cooperação O agronegócio brasileiro é naturalmente técnica e intercâmbio de práticas e modelos bastante competitivo e tem forte vocação de políticas públicas relativas à agricultura exportadora. Não obstante, ainda há familiar. importantes mercados que ainda não estão sendo devidamente atingidos. E é por isso Embora não se restrinja aos países africanos, que a estratégia de promoção comercial do essa iniciativa será um dos pilares do nosso Itamaraty, nesse setor, deve procurar a programa de trabalho com a África, dentro diversificação dos mercados de exportação do novo conceito que o Governo brasileiro de alimentos brasileiros. Nesse contexto, pretende implementar no relacionamento gostaria de destacar, em especial, dois com esse continente: o conceito da geração mercados que, na visão do MRE, têm grande de oportunidades concretas de negócios e da potencial inexplorado: Irã e Nigéria. colaboração para o desenvolvimento econômico efetivo, tanto lá quanto aqui. No caso do Irã, constata-se que a corrente de comércio bilateral é bastante reduzida De fato, na estratégia de internacionalização quando consideramos o tamanho e a do agronegócio brasileiro, destaca-se o complementaridade de nossas economias. potencial do continente africano. Segundo Com uma população de cerca de 80 milhões relatório da Comissão Econômica das de habitantes, trata-se de um grande Nações Unidas para a África ("Economic mercador consumidor de alimentos. Após o Report on Africa 2015"), de 2010 a 2015, o recente levantamento das sanções impostas PIB da África cresceu em média a taxas de pelos Estados Unidos ao Irã, importantes 4% ao ano, enquanto, no mesmo período, o obstáculos que dificultavam a expansão do PIB mundial cresceu, em média, 3,2% ao comércio brasileiro com o país persa estão ano. Na África Subsaariana, em particular, o sendo eliminados. Nesse sentido, em junho, Banco Mundial estima que o crescimento missão do governo brasileiro composta por médio do PIB chegará a 4,7% ao ano, em representantes do Itamaraty, do Ministério 2017, impulsionado por investimentos em da Fazenda e do BNDES visitou o Irã, com infraestrutura e pelo crescimento da o objetivo de dar seguimento aos esforços produção agrícola e de serviços ("Global para restabelecimento de transações Economic Prospects 2016"). O incremento bancárias entre as duas nações e, desse da urbanização e do poder de compra da modo, viabilizar financiamentos e garantias população nesses países deverá ser a exportações brasileiras para aquele país. acompanhado pelo crescimento da demanda por alimentos. Ademais, há grande demanda Quanto à Nigéria, vale mencionar que, além em países africanos pela expertise brasileira de já ser a maior economia do continente no agronegócio. africano, trata-se de país com enorme potencial de crescimento econômico. É bastante positivo que já haja empresas Estudos de entidades renomadas indicam brasileiras atentas a essas oportunidades. que a Nigéria apresentará taxas de Cabe mencionar a bem-sucedida atuação de crescimento entre as maiores do mundo nas empresários brasileiros no Sudão, onde estão próximas três décadas, com média superior a envolvidos em projetos para a produção de 5% ao ano. O Brasil é grande importador de

18 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. petróleo nigeriano, mas precisamos trabalhar determinei que o Itamaraty intensificasse sua para equilibrar a balança comercial com esse contribuição a esse esforço governamental país, esforço no qual as exportações de em favor do agronegócio – tanto através da alimentos podem ser decisivas, pois a promoção comercial – contando agora com Nigéria é grande importador líquido de o instrumento da APEX –, quanto da produtos alimentícios, setor em que a cooperação técnica, quanto ainda da competitividade brasileira é inegável. remoção de barreiras não-tarifárias e das negociações para melhorar o acesso a O Itamaraty empreenderá também grande mercados, envolvendo as tratativas esforço para apoiar o caráter sustentável do bilaterais, como o Acordo Mercosul-União agronegócio brasileiro, organizando e Europeia, e aquelas multilaterais, no âmbito participando de atividades que promovam e da OMC. Todas essas frentes são divulguem a produção e os avanços fundamentais e complementares. tecnológicos da agricultura brasileira, contribuindo, igualmente, para superar Pretendemos, assim, dar uma contribuição alguns preconceitos relacionados ao setor no crescente para cumprir a vocação do Brasil Brasil nos aspectos ambiental e trabalhista. como um dos principais países capazes de responder ao desafio de alimentar o mundo. Intensificaremos igualmente o apoio à participação do Brasil nas principais feiras internacionais do setor alimentício, tais como a FOODEX-Japão, a SIAL-China, o Agricultura e Meio Ambiente Taipei International Food Show e a ANUGA Uma das mais relevantes evoluções do 2017 na Alemanha. Brasil que se vem processando ao longo de Todos esses esforços se baseiam na clara décadas e que se acelerou exponencialmente percepção de que o agronegócio é o setor nos últimos anos, culminando na aprovação mais dinâmico das exportações brasileiras – do novo código florestal em 2012 é a havendo gerado um superávit de US$ 31 convergência entre a agricultura e o meio bilhões no período de janeiro a maio deste ambiente. Na verdade, o Brasil sempre teve ano. As perspectivas são alentadoras. uma importante tradição preservacionista, Grandes mercados, como a China, o Japão, a mas concomitantemente teve também Coréia do Sul e o Irã estão aumentando as grande dimensão de devastação, exacerbada suas importações de produtos do a partir dos anos 60 e 70 pelo esforço agronegócio brasileiro. A China por ocupação estratégica de espaços de baixa exemplo aumentou em 26% suas densidade demográfica. Apesar dessa importações de produtos agrícolas iniciativa, continuamos a ser o grande brasileiros no primeiro semestre de 2016 em produtor agrícola mundial que mais preserva comparação com o mesmo período de 2015, sua cobertura vegetal nativa. Mais de 60%, a Coreia do Sul 30% e o Irã 21%. de acordo com a FAO, contra índices incomparavelmente menores na Ásia, Não podemos descansar, confiados apenas América do Norte e, sobretudo, na Europa, na competitividade intrínseca do apenas 0,3% de cobertura vegetal nativa. agronegócio brasileiro. Essa competitividade não vem de graça. É o Essa aliança de produção agrícola com a resultado do trabalho e do preservação do meio ambiente é também empreendedorismo dos produtores indicadora do grande esforço modernizador brasileiros, mas necessita também do apoio em curso na agricultura. Curiosamente, por constante e determinado do Governo. Já uma multiplicidade de razões, essa conquista

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 19 não é devidamente compreendida ou apreciada sequer no Brasil, menos ainda no exterior. Um dos objetivos que tenho no Itamaraty é fazer uso de nossos recursos diplomáticos e nossos instrumentos de comércio exterior, principalmente na APEX para reverter esse quadro de nebulosidade e distorção e promover o entendimento e a apreciação da sustentabilidade da inovação da nossa agricultura. Nosso entendimento é o de que o reconhecimento de nosso esforço pode e deve ser converter em agregação de valor para nossos produtos.

Os limites impostos por nosso código florestal à agricultura do Brasil, que efetivamente asseguram sua sustentabilidade, não seriam reproduzíveis em áreas tradicionais de produção como Europa e Ásia e sequer na América do Norte, sob o risco de comprometer a produção daquelas regiões. O Brasil é uma superpotência ambiental e a sustentabilidade de nossa agricultura é parte integrante dessa condição. Vamos valorizar essa condição e buscar gerar os benefícios compatíveis, inclusive na valorização de nossa produção agrícola.

TEXTO BASE DO DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NA REUNIÃO CONJUNTA ITAMARATY-MINISTÉRIO DO MEIO

20 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

AMBIENTE COM SECRETÁRIOS ESTADUAIS DE MEIO AMBIENTE – BRASÍLIA, 27 DE JULHO DE 2016

Senhoras e senhores, equilibrado e duradouro, que irá fortalecer a Convenção de Clima da ONU. Muitos aqui Gostaria, inicialmente, de dar-lhes as mais acompanharam de perto as negociações e calorosas boas-vindas ao Itamaraty. É um estão cientes de que a implementação dos prazer recebê-los aqui. compromissos que assumimos terá impactos Sugeri ao Ministro que esta sobre as políticas públicas dos estados brasileiros. reunião se realizasse no Itamaraty por entender que se trata de excelente No momento estamos trabalhando junto ao oportunidade para reforçarmos nossa Congresso Nacional para que o Brasil coordenação com os governos estaduais. ratifique o Acordo de Paris, de forma a Temos pela frente uma série de desafios assegurar nossa participação plena em seu decorrentes da implementação do Acordo de processo decisório. O texto do acordo já está Paris sobre Mudança do Clima e da Agenda sendo analisado pelo Senado Federal e 2030 de Desenvolvimento Sustentável. confio em que poderemos realizar o depósito do instrumento de ratificação ainda este ano. Esses dois acordos nos proporcionam também diversas oportunidades. O Brasil, O Acordo de Paris é inovador por obedecer como se sabe, é um país privilegiado em a uma lógica de obrigações de conduta, com matéria de meio ambiente. Temos a maior base nas chamadas “contribuições floresta tropical, a maior reserva de água nacionalmente determinadas”, ou “NDCs”, doce e a maior diversidade biológica do na sigla em inglês. A contribuição brasileira planeta. Temos também uma matriz será a redução de 37% das emissões em 2025 energética limpa e renovável. É natural, e de 43% em 2030, ambas com relação a portanto, que o Brasil desempenhe um papel 2005. Trata-se de meta ambiciosa, que central nas negociações internacionais sobre reflete, uma vez mais, o interesse e o desenvolvimento sustentável. empenho brasileiro em contribuir para que a Esse protagonismo deve, também, fazer-se implementação do acordo seja bem- sucedida. acompanhar de uma clara identificação de nossos interesses, para que possamos É preciso esclarecer que as iniciativas promover nossa agenda de desenvolvimento. apresentadas na contribuição nacional A atual conjuntura internacional é brasileira – por exemplo, o fim do particularmente propícia. Tanto o Acordo de desmatamento ilegal até 2030 – constituem, Paris quanto a Agenda 2030 preveem a sobretudo, compromissos voluntários que criação de mecanismos de apoio aos países apresentamos ao mundo, mas que devemos em desenvolvimento que poderão resultar cumprir internamente. Dessa forma, temos em transferências de tecnologia e aportes agora uma série de ações a adotar, as quais financeiros. Isso ajuda países como o nosso deverão orientar a execução de diversas a consolidar um modelo de crescimento políticas públicas, não só na área ambiental, econômico que seja social, econômica e mas também nos mais diversos setores da ambientalmente sustentável. economia.

Como os senhores sabem, alcançamos, com Daí a importância de uma estreita o Acordo de Paris, um resultado ambicioso, coordenação entre o governo federal e os

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 21 governos estaduais. A execução dos acesso a energia limpa, promover consumo e compromissos assumidos pelo Brasil exige produção responsáveis, tornar as cidades uma parceria e um trabalho conjunto de inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis todos, e não somente de uma ou outra e, claro, adotar medidas urgentes para instância de governo. combater a mudança do clima e seus impactos. Quero ressaltar que os governos Cabe ao Governo Federal a atribuição estaduais e municipais têm um papel muito constitucional de apresentar, na esfera importante nessas matérias. Somente com o internacional, os resultados das medidas apoio de todos poderemos cumprir esses domésticas contra a mudança do clima. Mas objetivos. para alcançarmos nossa meta, precisamos alinhar e unir nossos esforços e objetivos. O Acordo de Paris e a Agenda 2030 marcam um momento histórico em que a comunidade Também precisamos nos esforçar para internacional reafirma a crença em sua captar apoio financeiro e fortalecer a capacidade de enfrentar desafios comuns a cooperação internacional. Temos alcançado todos. O Brasil foi um ator importante e tem resultados positivos no financiamento agora a responsabilidade de mostrar que é internacional para o Brasil, mas ainda é capaz de crescer de maneira sustentável do enorme o potencial para integrar a ponto de vista ambiental, social e cooperação internacional a nossas ações econômico. É hora de trabalharmos juntos domésticas. para que o espírito e a letra desses acordos se tornem realidade. Este é um ponto crucial. A ideia de “responsabilidades comuns, porém Muito obrigado. diferenciadas” implica que países como o Brasil devem contar com financiamento e transferência de tecnologia que nos ajudem a avançar em nossas ações de mitigação e de adaptação.

Caso se cumpra o Acordo de Paris, haverá financiamento mínimo de US$ 100 bilhões anuais para ações que visem a frear o aumento da temperatura em nosso planeta. Devemos, portanto, traduzir nossa posição de liderança numa efetiva capacidade de obtenção de recursos para o cumprimento de nossas metas ambiciosas.

Por fim, embora o foco de nossas discussões seja o Acordo de Paris, gostaria de me referir à Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. São dois temas que têm relação direta. Alguns dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (os ODS) têm um claro componente ambiental: garantir DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NA CERIMÔNIA DE ANÚNCIO DE ABERTURA DE MERCADO PARA A CARNE BOVINA BRASILEIRA – PALÁCIO DO PLANALTO, 1° DE AGOSTO DE 2016

22 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

A cerimônia que presenciamos hoje é a etapa negociação da OMC, as tarifas de final de um esforço de 17 anos, levado importação tendem a ser altas. adiante, em conjunto e continuamente, pelo Ministério da Agricultura, pelo Itamaraty e Nos acordos de livre comércio bilaterais, pelos produtores de carne bovina no Brasil. muitos países excluem produtos agrícolas da liberalização. Mas as restrições não tarifárias Foi em 1999, numa iniciativa do Governo na área dos produtos agrícolas são muito Fernando Henrique, que o Brasil solicitou ao poderosas e, mesmo quando se consegue “Animal, Plant and Health Inspection superar tarifas, elas podem impedir a entrada Service” dos Estados Unidos a habilitação de produtos no mercado. Em geral estamos das exportações provenientes de Santa falando das medidas sanitárias e Catarina e Rio Grande do Sul. fitossanitárias, que têm um objetivo legítimo quando evitam que doenças e pragas se Depois de demorados processos de espalhem e prejudiquem a produção, mas fornecimento de informações, assinamos no que podem ser utilizadas com objetivos ano passado o compromisso de liberalização protecionistas. da carne bovina “in natura”. Com muito trabalho e esforço técnico entre os dois Por isso, o Itamaraty e o Ministério da países, concluímos a negociação do Agricultura têm trabalhado com afinco e certificado sanitário internacional, com a coordenação, utilizando nossa rede de participação decisiva do Ministro Blairo Embaixadas, para cumprir com as Maggi em Washington. Brasil e EUA exigências dos países importadores, quando realizaram auditorias recíprocas nos legítimas, e para combater as medidas controles de inspeção da produção, ilegítimas com todos os instrumentos concluindo pela equivalência de seus disponíveis, inclusive com recurso ao sistemas sanitários. É uma vitória do nosso mecanismo de solução de controvérsias da agronegócio. OMC, como é o caso, atualmente, em relação a certas medidas adotadas pela Tenho chamado a atenção para o fato de que, Indonésia. no comércio internacional, as barreiras não tarifárias são um impedimento insidioso à Não temos dúvidas de uma coisa: da expansão de nossas exportações. Ao qualidade do produto do campo brasileiro. contrário das tarifas de importação, que são Carnes bovinas, por exemplo, são transparentes e foram reduzidas, para a exportadas para mais de 136 países no maioria dos produtos, por sucessivos mundo todo, colocando o Brasil na posição compromissos no âmbito da OMC, as de segundo maior produtor e exportador medidas não tarifárias assumem formas mundial – uma parcela de 20% do mercado diversas e, por isso, é mais difícil combatê- mundial. São cerca de 1.4 milhões de las. toneladas por ano com as quais o Brasil ajuda a alimentar a população mundial, que, Para o Brasil, que é um exportador agrícola em 2015, rendeu aproximadamente 6 bilhões muito eficiente, as barreiras não tarifárias de dólares para fortalecer a balança são um obstáculo importantíssimo. Os comercial brasileira. produtos agrícolas enfrentam políticos protecionistas em muitos países, tanto A conclusão do processo de autorização para desenvolvidos quanto em desenvolvimento. que o Brasil exporte carne “in natura” para Por isso, apesar de todas as rodadas de os Estados Unidos é, nesse sentido, um

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 23 desenvolvimento natural, pelo qual os norte- americanos reconhecem a qualidade do sistema sanitário brasileiro e da carne produzida aqui. Embora se tenda a pensar na produção de carne como um produto primário, pouco sofisticado, na realidade a carne exportada embute um valor expressivo de serviços, insumos industriais, tecnologia, inovação e empreendedorismo. Contribui dessa forma não só para a balança comercial, mas para o desenvolvimento do Brasil. A pujança do campo brasileiro o atesta.

Quero parabenizar uma vez mais o Ministro pela conclusão desse processo. Veremos em dois ou três meses a exportação acontecendo de fato. Não se trata de anúncios para o futuro, mas do resultado concreto – agora é para valer!

PALAVRAS DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DO ENCONTRO COM O SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ESTADOS UNIDOS, JOHN KERRY – RIO DE JANEIRO, 5 DE AGOSTO DE 2016

24 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

A visita do Secretário John Kerry e o acordo, comandado do lado brasileiro pelo encontro produtivo que tivemos podem Ministério da Agricultura, um sinal muito representar o primeiro passo de uma nova positivo, que augura avanços em fase no relacionamento Brasil-Estados negociações futuras em outras áreas. Unidos. O entrelaçamento econômico entre o Brasil A aproximação entre nossos países é e os Estados Unidos é impressionante: o favorecida pelo compromisso do Presidente volume do comércio é de US$ 50 bilhões, e Obama com a cooperação, a diplomacia e a sua qualidade é boa, com alto percentual de autocritica em relação ao apoio no passado a agregação nas exportações: 75% do que ditaduras na América Latina. Na mesma vendemos aos EUA são direção, o presidente democrata tem produtos manufaturados. Mais ainda, os defendido o fechamento da prisão de Estados Unidos são os maiores Guantánamo, e restabeleceu as relações investidores externos no Brasil, com diplomáticas com Cuba, começando a estoque de US$ 116 bilhões. Já levantar o bloqueio econômico imposto à os investimentos brasileiros nos EUA ilha há décadas. saltaram de US$ 7,3 bilhões em 2009 para US$ 22,4 bilhões em 2014. Em 2000, para A defesa do Presidente Temer de uma cada dólar investido nos Estados Unidos por relação aberta e madura entre o Brasil e os empresas brasileiras, 47 dólares eram Estados Unidos ajuda na construção de uma investidos no Brasil por empresas norte- parceria renovada entre os dois países. americanas. Em 2014, essa proporção caiu para 3. Nossas visões e interesses convergem em várias áreas, como desenvolvimento Nossa tarefa agora é concentrar o trabalho sustentável; direitos humanos; defesa da nas prioridades que estabeleceremos democracia; cooperação em educação, de comum acordo. Em algumas áreas saúde, e ciência e tecnologia. colheremos resultados no curto prazo, como Tenho um compromisso pessoal com a no caso da carne, da aprovação no promoção e a proteção dos direitos humanos Congresso Nacional da politica de céus abertos ou da negociação na áreas de e com o respeito à democracia e me facilitação de comércio. Em outros empenharei para que o Brasil seja mais ativo e propositivo nessas questões, inclusive na setores trabalharemos para colher frutos de procura de parcerias com países amigos. médio prazo, como na área de defesa, nas parcerias com o setor privado para Brasil e Estados Unidos também investimentos em infraestrutura, ou nas compartilham o objetivo de ampliar o negociações sobre bitributação e comércio e os investimentos recíprocos, a investimentos. fim de gerar mais e melhores empregos. Essa Também gostaria de agradecer, em nome do é uma prioridade clara do governo brasileiro e de meu trabalho à frente do Ministério das Presidente Temer, a confiança do Governo Relações Exteriores. norte-americano na solidez das instituições políticas e judiciais no Brasil, que em minha Estou diretamente envolvido na visão são um exemplo de maturidade na intensificação da agenda comercial externa condução do atual processo de do Brasil. Foi com satisfação que impeachment. celebramos esta semana a abertura recíproca Por fim, ao agradecer ao Secretário John de nossos mercados para as exportações de Kerry sua visita ao Brasil quer desejar êxito carne bovina in natura. Considero este

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 25

à equipe norte-americana que participará dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Também quero reiterar ao governo e ao povo norte-americanos sucesso nas eleições presidenciais que ocorrerão em novembro deste ano.

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NA HOMENAGEM AOS ATLETAS ISRAELENSES MORTOS EM MUNIQUE (1972) – RIO DE JANEIRO, PALÁCIO DA CIDADE, 14 DE AGOSTO DE 2016

26 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Moshe Weinberg O esporte é, e deve ser sempre, uma força a Yossef Romano favor da união dos povos do mundo. A Ze'ev Friedman trégua olímpica, herdada dos antigos gregos David Berger e endossada a cada quatro anos pelas Nações Yakov Springer Unidas, deve ser entendida como símbolo de Eliezer Halfin nossa humanidade compartilhada. Yossef Gutfreund Kehat Shorr O fanatismo, a intolerância e o terrorismo Mark Slavin são a antítese desse espírito. São Andre Spitzer abominações que devem ser condenadas e Amitzur Shapira. combatidas.

E também Anton Fliegerbauer Como anfitriões dos Jogos Olímpicos Rio 2016, nós prestamos homenagem aos atletas Esquecer jamais. e técnicos israelenses vítimas da sanha terrorista, movida, repito, pelo fanatismo e Thomas Bach, Presidente do Comitê pela intolerância, naquele 1972. Que sua Olímpico Internacional, a quem agradeço ter morte prematura e absurda seja sempre um ajudado a colocado fim a anos de execrável alerta contra o extremismo e contra a indiferença em relação à memória das violência, flagelos mais presentes do que vítimas inocentes de 1972, nunca, que continuam a nos assombrar em Caros familiares dos atletas mortos, a quem diferentes partes do mundo. apresento minha mais profunda O Brasil se orgulha de ser um país pacífico, solidariedade, que defende o diálogo e se empenha para Meus amigos, aproximar outras nações. Um país formado por brasileiros de diferentes crenças e É para mim uma grande honra representar o diferentes origens. Um país aberto a todos. presidente e o governo brasileiro nesta cerimônia, Essa é mais do que uma opção política. É um apesar da dolorosa lembrança que nos traz. traço fundamental de nossa identidade como nação. O Brasil rechaça e condena o terrorismo em todas as suas formas. Nada justifica – Ao prestar aqui um sentido tributo aos absolutamente nada – atos dessa natureza. O israelenses caídos em Munique, quero dizer da minha sincera esperança de que o mundo civilizado não pode aceitar, e não verdadeiro espírito olímpico sirva de pode jamais esquecer, crimes como o massacre de Munique de 1972, em que 11 inspiração para todas as nações do mundo, membros da delegação israelense foram em especial no Oriente Médio. E que o sonho de uma paz justa e permanente possa covardemente assassinados. Que sua transformar-se por fim em realidade para memória seja abençoada. Israel e seus vizinhos.

Muito obrigado.

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA POR OCASIÃO DO LANÇAMENTO DA CAMPANHA "BE BRASIL" – RIO DE JANEIRO, 22 DE AGOSTO DE 2016

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 27

Senhoras e senhores, Tenho a certeza de que a nova estrutura institucional do Itamaraty, com a já É com grande satisfação que participo do mencionada incorporação da Apex-Brasil e lançamento da campanha “Be Brasil”. Este é da própria Secretaria-Executiva da Camex, um importante resultado do trabalho que de forma cooperativa e entrosada com o estamos realizando para dar renovado vigor MDIC, fortalecerá nossa capacidade de às atividades de promoção da imagem do sermos proativos ante os desafios que a Brasil e dos produtos brasileiros no exterior. economia internacional nos impõe.

Trata-se também de um primeiro fruto da Sob a liderança do Embaixador Roberto integração da Apex-Brasil ao Itamaraty. Jaguaribe, a Apex-Brasil nos ajudará Essa integração era indispensável, pois o principalmente em duas vertentes: a) no trabalho de promoção de nossas exportações fornecimento de informações que ajudarão o deve estar em perfeita sintonia com a Itamaraty a negociar acordos comerciais estratégia mais ampla de nossa política vantajosos para os interesses brasileiros; e b) externa e de nossa diplomacia econômica. no apoio direto para que as empresas Hoje, num mundo em que a competição é brasileiras possam melhor aproveitar as oportunidades existentes nos mais diversos árdua, permanente, não se faz nada com mercados externos. qualidade e êxito sem uma visão estratégica do sistema internacional e das forças Como resultado da incorporação ao econômicas em jogo. Itamaraty, a Apex-Brasil ganha capilaridade, já que passa a dispor do apoio da ampla rede Com o apoio do Presidente Temer, uma das prioridades que estabeleci para uma nova de setores de promoção comercial que temos agenda de relações exteriores do Brasil é a em nossas embaixadas e consulados-gerais. ênfase na abertura duradoura de novos O êxito dessas iniciativas depende, porém, mercados, na atração de investimentos e no de criatividade e capacidade de iniciativa. aumento de nossas vendas para o exterior. Temos um claro exemplo disso na campanha Dessa forma a política externa pode ajudar “Be Brasil”. Como vimos, seu foco principal de maneira mais concreta na retomada do é utilizar ferramentas de relações públicas crescimento econômico de nosso país. para divulgar a qualidade e a inovação de Como tenho dito, nossos esforços nesse nossos produtos, não apenas em segmentos campo são guiados pelo pragmatismo e pela mais conhecidos, como o agronegócio, mas também naqueles que começam a ganhar busca de resultados palpáveis. Queremos projeção, como moda, audiovisual, móvel e buscar as oportunidades onde quer que elas estejam, em países desenvolvidos, em nossa design, para mencionar apenas alguns própria região ou nos continentes mais poucos exemplos. dinâmicos da economia mundial, como a Com a campanha “Be Brasil” estamos Ásia e a África. fugindo da tendência à inércia burocrática e Afinal, é mais do que tempo de trabalharmos a “fazer mais do mesmo”. Não é aceitável que levemos adiante uma promoção para aumentar a participação do Brasil no comercial em moldes antiquados, sem comércio mundial. Embora sejamos a sétima economia do mundo com o PIB aferido por leveza e agilidade, e, sobretudo, sem paridade do poder de compra, somos hoje explorar o grande potencial que temos em apenas o 25º exportador mundial. diversas áreas.

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É por isso que a campanha chama a atenção Vai colocar em evidência também a já para três conceitos que até hoje, conhecida criatividade de nosso povo, infelizmente, nem todos associam à nossa refletida em nossa produção audiovisual, em economia. São eles: sustentabilidade, nossa arquitetura, em nossas artes plásticas. criatividade e inovação. Nossos artistas são capazes de obter por força própria grande renome internacional. A economia brasileira é muitas vezes A “Be Brasil” vai tão-somente ajudar a identificada com ineficiência, problemas de potencializar esse processo, mostrando ao gestão e baixa competitividade. Isso ocorre mundo as criações e manifestações que, por menos por culpa de nossos empresários do simples falta de apoio, ainda são que pelas dificuldades que enfrentam, desconhecidas no mundo. especialmente o chamado “custo Brasil”. A redução do “custo Brasil” que recai sobre o Os mais de duzentos postos do Itamaraty no comércio exterior é uma das prioridades de exterior serão usados agora como canais minha gestão à frente do Itamaraty. para a propagação do conceito do “Be Brasil”, em uma estratégia coordenada de Nosso setor empresarial é, em sua grande divulgação que irá reforçar a imagem maioria, dinâmico e criativo. Tem a marca positiva dos negócios brasileiros e a da persistência e da inovação, a despeito de qualidade de nossas empresas. todos os problemas que enfrenta. Não é por acaso que somos um dos maiores produtores É dessa forma que venderemos mais para o e exportadores agrícolas do mundo, com exterior e também atrairemos mais uma agricultura tropical de enorme êxito investimentos, o que contribuirá, repito, para tecnológico, comercial e ambiental. Ou que a recuperação de nossa economia e para a sejamos o maior produtor mundial de jatos geração de mais e melhores empregos em regionais e de celulose a partir do eucalipto, nosso país. ou o segundo maior produtor de etanol. Assim, ajudaremos a fortalecer setores Somos também uma das economias mais fundamentais para o nosso futuro, sustentáveis do planeta, com um dos estimulando a pesquisa, a inovação e a percentuais de fontes renováveis na matriz economia criativa de nosso país. energética mais altos do mundo, muitas vezes superior ao dos países desenvolvidos. O que desejamos é explorar o enorme potencial de nossos empreendedores, que O Brasil é o produtor mundial agrícola que mesmo nas circunstâncias mais difíceis mais preserva sua cobertura vegetal nativa, continuam apostando no Brasil, com mais de 60%, segundo a FAO. Nada demonstrando todos os dias sua capacidade disso ocorreu por acaso, tendo exigido de de iniciativa. nós estudo, pesquisa e investimentos em tecnologia e inovação. É meu compromisso que o Itamaraty e a Apex-Brasil estejam sempre abertos a ajudar A “Be Brasil” vai ajudar a mostrar que os nossos empresários e a promover os seus alimentos e os móveis que produzimos são produtos no mundo. Afinal, é essa força fruto de uma economia sustentável. Ou que inovadora, baseada na sustentabilidade, na nossa indústria domina tecnologia de ponta criatividade e na inovação, que faz nosso em diversas áreas, da produção de país crescer e que nos estimula a superar os “software” à exploração de petróleo em obstáculos que encontramos. Contem com águas profundas. nosso apoio.

Muito obrigado.

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INTERVENÇÃO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NA REUNIÃO MINISTERIAL DO G4 – NOVA YORK, 21 DE SETEMBRO DE 2016

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Primeiramente, gostaria de agradecer ao À margem da Cúpula do G20 em Hangzhou, Ministro Steinmeier e seus colegas alemães o Presidente Temer observou que "as por organizarem esta reunião. É uma honra mudanças em curso exigem a encontrar todos os chanceleres do G4 à correspondente atualização das nossas margem da Assembleia Geral da ONU. Esta estruturas de governança global". Neste é a primeira vez que tenho o prazer de contexto, salientou que "precisamos de participar de uma reunião ministerial G4. instâncias decisórias internacionais mais representativas e, portanto, mais legítimas e Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade eficazes". para reiterar o compromisso do Brasil em fortalecer nossas relações com a Alemanha, No campo econômico-financeiro, temos a Índia e o Japão. Em termos puramente obtido progresso considerável desde a crise geográficos, nossos quatro países parecem de 2008. O G20 tornou-se o mecanismo estar muito distantes, em três continentes internacional mais importante para diferentes. No entanto, somos parceiros coordenação macroeconômica e para lidar naturais em muitas áreas de cooperação na com os obstáculos ao crescimento agenda internacional. econômico e ao emprego. Ao mesmo tempo, no FMI e no Banco Mundial, as reformas de O apoio a mudanças efetivas na antiga cotas vêm avançando, embora não tão estrutura de governança global é um dos rapidamente como desejamos. nossos objetivos comuns. Quando a atual estrutura do Conselho de Segurança da ONU Por outro lado, no que tange a paz e foi criada, há mais de 70 anos, o mundo era segurança, o progresso tem sido muito mais muito diferente do nosso atual: a população lento. mundial era de cerca de 2 bilhões de pessoas, menos de um terço da população de hoje, e Como disse, o Conselho de Segurança da as Nações Unidas só tinham 51 Estados ONU ainda tem um grupo central de Membros, em comparação com os atuais participantes que reflete o mundo de 1945. 193. Um Conselho de Segurança ampliado, com Como podemos congelar por 71 anos uma a incorporação de novos membros instituição construída para nos ajudar a permanentes, poderia ser benéfico para enfrentar grandes desafios à paz e à todos. Poderia quebrar o impasse atual que segurança mundiais, sabendo que os riscos e nos impede de resolver muitos dos perigos que nos ameaçam mudam problemas e das crises que continuam a aceleradamente a cada dia? ameaçar a paz internacional. Os países do G4 poderiam trazer ao Conselho novas Na cerimônia em que tomei posse como abordagens e perspectivas e contribuir para Ministro das Relações Exteriores do Brasil, reduzir as diferenças entre seus membros quatro meses atrás, anunciei uma série de atuais. orientações para a nova política externa brasileira. Disse, então, que, nas Nações O Brasil defende há muito tempo a expansão Unidas e em todos os fóruns globais e do Conselho de Segurança, nas categorias de regionais, o governo brasileiro agiria em membros permanentes e não-permanentes, e favor da paz e da solução negociada de o presidente Temer mantém seu conflitos, e iria buscar a adaptação das atuais compromisso com esse objetivo. instituições internacionais às novas O Conselho de Segurança vem expandindo realidades e desafios globais. sua agenda continuamente em anos recentes. Originalmente concebido para lidar com

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 31 conflitos específicos que ameaçavam a paz e a segurança internacionais, atualmente o Conselho de Segurança discute uma série de outras questões, como terrorismo, crises em saúde, tráfico de drogas e mudança do clima.

Todos nós reconhecemos que a reforma do Conselho de Segurança não é uma tarefa fácil. Dessa forma, precisamos trabalhar em cooperação estreita para fazer avançar esse processo.

Nossos quatro países devem continuar a pressionar por negociações genuínas e baseadas em textos. Nós também precisamos unir forças com outros Estados-Membros que pensem como nós a esse respeito. Estamos otimistas de que um grupo maior, composto por todos os "amigos da reforma" pode trazer dinamismo ao processo.

No ano que vem, as Nações Unidas vão estar sob nova liderança. Esperamos que o novo Secretário-Geral atribua a mais alta prioridade a habilitar os Estados Membros a reformar o mais importante órgão encarregado primariamente da manutenção da paz e da segurança internacionais.

Está na hora de obtermos resultados concretos.

Obrigado.

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DA CERIMÔNIA DE ENTREGA DAS CONDECORAÇÕES DA ORDEM NACIONAL DO CRUZEIRO DO SUL A JURISTAS ESTRANGEIROS – BRASÍLIA, 27 DE OUTUBRO DE 2016

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É uma grande satisfação e uma honra enormes avançados logrados pela África do participar desta cerimônia. Em muito boa Sul nos últimos anos. Como afirmou hora o presidente Michel Temer acolheu a Mandela, não há caminho fácil para a sugestão do ministro Gilmar Mendes de liberdade. E a trajetória de nosso homenagear os professores Albert Louis homenageado, com sofrimentos e conquistas Sachs, Carlos Blanco de Morais, Gunther extraordinárias, é um exemplo disso. Teubner e Jeffrey Jowell, concedendo-lhes a mais alta condecoração do governo Saudamos também a homenagem aos brasileiro a cidadãos estrangeiros, a Ordem professores Carlos Blanco de Morais, Nacional do Cruzeiro do Sul, no grau de Gunther Teubner e Jeffrey Jowell. O comendador. professor Morais, catedrático de direito constitucional da Universidade de Lisboa, Trata-se de um justo tributo que prestamos à tem sido um dos grandes impulsionadores da longa trajetória desses quatro juristas de cooperação entre Brasil e Portugal no campo renome mundial na promoção da do direito. Brasil e Portugal são dois países democracia, do estado de direito e dos irmãos, que compartilham não apenas a direitos humanos. Sua atuação universitária mesma tradição jurídica, mas uma história e prática jurídica constituem exemplos para comum. O professor Morais, frequente as novas gerações de como enfrentar os colaborador de nossas universidades, tem múltiplos dilemas envolvidos na construção contribuído ativamente para manter viva de uma sociedade mais justa. essa proximidade entre nossas escolas de pensamento jurídico. A presença dos homenageados no Brasil é um exemplo do muito que temos avançado O professor Teubner, um dos expoentes da no diálogo e na cooperação com outros sociologia e teoria do direito, é hoje um dos centros de pensamento. Essa troca de juristas alemães mais estudados no Brasil. experiências é um exercício de Sua obra mais recente aprofunda a reflexão enriquecimento mútuo que nos incita a sobre um tema de particular relevância: o pensar de maneira mais crítica e criativa papel do direito e do estado nacional no sobre problemas comuns. mundo globalizado, em que grandes assimetrias desafiam nossa capacidade de A história do professor Albert "Albie" Sachs assegurar os direitos civis, políticos e sociais confunde-se com a luta do povo sul-africano de nossos cidadãos. contra o "apartheid". Ao longo de quatro décadas ele viveu diariamente essa causa, Da atuação do professor Jeffrey Jowell eu como ativista e defensor de direitos civis, o destacaria a relevante contribuição aos que lhe rendeu a prisão, o exílio e as sequelas estudos constitucionais, com ênfase na físicas decorrentes do grave atentado contra promoção do estado de direito no mundo sua vida em Moçambique. contemporâneo e na defesa dos direitos e garantias individuais. Saliento seu papel Ao ser nomeado juiz da Corte Constitucional como um dos fundadores do "Bingham pelo presidente Nelson Mandela, o professor Centre on the Rule of Law", instituição Sachs continuou, por meio de suas decisões, relevante na promoção da , dos a ter grande influência na conformação de direitos humanos e acesso à justiça. uma sociedade inspirada no ideal de igualdade e no respeito à dignidade humana. Atuei como deputado constituinte num A força de vontade, a coragem e a momento importante da história do Brasil, inteligência de figuras públicas como o em que retomávamos nossa democracia após professor Sachs foram fundamentais para os um hiato de mais de duas décadas. Por isso,

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 33 quero dizer que o estado de direito e o maior número de pessoas. A imposição da respeito aos direitos de cada um de nós é insígnia do Cruzeiro do Sul é um uma conquista que devemos trabalhar para reconhecimento do governo brasileiro à preservar a cada dia, incansavelmente. Não fidelidade de nossos homenageados a essa podemos deixar jamais de encarecer a importante lição. Que eles continuem se importância de que todos os poderes atuem dedicando às causas públicas por muitos sempre de acordo com a lei, sem interferir anos. nas liberdades fundamentais dos cidadãos. Muito obrigado. Não pode haver democracia onde não há direito. O respeito à legalidade é a base de qualquer sistema político, pois é ele que nos protege de abusos e permite um encaminhamento adequado de conflitos.

E esse é um traço comum na obra de nossos homenageados. Sua história profissional é marcada pelo empenho na defesa de valores que hoje são fundamentais na sociedade brasileira: a prevalência da lei, o acesso amplo à justiça e a promoção e a proteção dos direitos humanos.

No mundo atual o direito terá papel ainda mais importante. Embora a globalização tenha avançado no plano econômico, ela ainda não se estendeu ao indivíduo, que enfrenta diariamente obstáculos para circular e exercer suas liberdades no mundo. Garantir que os direitos não se esgotem na esfera nacional, mas sejam respeitados também no plano internacional, continuará sendo um grande desafio que temos de enfrentar.

Devemos por isso buscar uma ordem internacional que esteja assentada em regras mais justas e em menos desigualdades econômicas e sociais entre os países. Esse continuará sendo um dos paradigmas da atuação do Brasil no mundo.

Montaigne assinalou que a mais honrosa das ocupações é servir ao público e ser útil ao

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DA XXV CÚPULA IBERO-AMERICANA – CARTAGENA, 29 DE OUTUBRO DE 2016

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Sua Excelência o presidente da República da sociais e econômicas, que não são poucas Colômbia, Juan Manuel Santos, em nome de nem pequenas. Agradeço os países de nossa quem cumprimento os chefes de Estado e de região, e de todos no plano internacional, Governo da América Latina, que se deram conta dessa cristalina realidade. Sua Majestade o Rei da Espanha, Felipe VI, em nome de quem cumprimento os chefes de Quero dizer também que a paz na Colômbia Estado e de Governo da Península Ibérica, representa um marco histórico, inserido no fim de um ciclo de quase 60 anos na América Senhora Chanceler da República da Latina, que nasceu sob a Guerra Fria. São Colômbia, María Ángela Holguín, a quem outros paradigmas que agora nos orientam parabenizo pela organização da XXV na busca por maior unidade e abertura, na Cúpula Iberoamericana e em nome de quem região e em todo o mundo. Marcam essa cumprimento os demais chefes de delegação mudança dois acontecimentos recentes: a aqui presentes, paz na Colômbia e o fim do embargo a Cuba. Senhora Rebeca Grynspan, Secretária Geral Esse ciclo acabou e temos de saber concluí- Iberoamericana, lo. A contribuição da Colômbia é fundamental, e não foi à toa que o presidente Quisiera, desde luego, transmitir el saludo Juan Manuel Santos ganhou o merecido del presidente Michel Temer al presidente Prêmio Nobel da Paz. Juan Manuel Santos, así como al pueblo Destaco também, nesse contexto, as colombiano, por la amable acogida en la negociações entre o MERCOSUL e a União bellísima ciudad de Cartagena, la única a acoger dos cumbres iberoamericanas. Europeia, cuja conclusão, apesar de envolver mais diretamente um bloco específico de Para mí, en el plan personal, participar de nossos países, repercutirá positivamente este encuentro tiene también un significado sobre toda a região. Quero parabenizar a muy especial. Más allá de mis raíces Portugal e à Espanha por seu engajamento familiares – soy nieto de argentinos -, a lo nas negociações e seu compromisso com o largo de mi trayectoria he podido atestar los livre comércio. lazos culturales e históricos que nos unen. Pasé 14 años en el exilio, 9 de ellos en Esta nova cúpula em Cartagena simboliza América de Sur, en Chile. Gran parte de mi para nós um recomeço. Esperamos que, formación académica tuvo lugar en América juntos, possamos buscar soluções que nos permitam avançar em nosso projeto de Latina, donde siento en la piel la memoria de comunidade ibero-americana, sempre com esa vivencia. foco em projetos de cooperação que beneficiem concretamente nossos jovens e nossas populações como um todo. Senhoras e Senhores, Saúdo, por isso mesmo, os avanços logrados O Brasil concluiu recentemente um processo no decorrer destes dois anos no processo de que foi levado adiante com rigoroso respeito renovação da Conferência Ibero-Americana à lei e às instituições, sob a condução do e, em particular, no que se refere à reforma Parlamento (maioria de 2/3) e a permanente da Secretaria-Geral Ibero-Americana, supervisão do Supremo Tribunal Federal. levada adiante, com dedicação e Essa página está agora definitivamente competência, pela Secretária-Geral Rebeca virada, e o país está pronto para concentrar Grynspan. suas energias em suas reais prioridades

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Devemos continuar a consolidar o relevante pesquisa em matéria de juventude. acervo que vimos construindo desde 1991, Acreditamos que essas ações possibilitariam aprofundando nossa cooperação em uma iniciativa conjunta ibero-americana, atividades prioritárias e contando com uma voltada ao desafio de valorizar o espírito estrutura institucional ágil e eficaz na empreendedor de nossos jovens e indicar execução dos objetivos fundamentais de alternativas de inserção no mercado de nossa comunidade. trabalho.

Quero saudar o Secretário-geral das Nações Essa causa é especialmente urgente para Unidas designado, António Guterres .É o nossos países, que enfrentam taxas segundo representante da comunidade demasiado altas de desemprego para os iberoamericana, depois de Javier Pérez de jovens – inclusive no Brasil. Eles integram, Cuellar, peruano, a ocupar o cargo mais como sabemos, um dos grupos mais elevado do sistema das Nações Unidas. Sua vulneráveis às crises econômicas, à presença nesta cúpula, poucas semanas estagnação e à falta de acesso a serviços depois da aclamação de seu nome pela básicos, como educação e saúde. Assembleia Geral, demonstra seu compromisso com o aprofundamento da No Brasil, estamos retomando o caminho de amizade e cooperação entre nossos países. volta ao crescimento econômico, depois da Mais especificamente para nós, que temos o maior retração de nossa história, com a orgulho de nossa lusofonia, é uma honra ver finalidade de restabelecer a ampla confiança um de nossos nomes mais ilustres a na economia do país. Para isso, é desempenhar tão alta função. fundamental o engajamento do empresariado de nossos países, motivo pelo qual gostaria de saudar a realização aqui em Cartagena, nos últimos dois dias, do XI Senhoras e Senhores, Encontro Empresarial Ibero-Americano.

A escolha do lema da Cúpula deste ano – "Juventude, Empreendedorismo e Educação" – foi feliz e oportuna. A oferta de Senhoras e Senhores, ensino de qualidade e a geração de empregos para nossos jovens são objetivos dos quais A Cúpula de Veracruz, em 2014, determinou dependem o futuro e a prosperidade de que fossem priorizadas ações nos espaços da nossas sociedades. cultura, do conhecimento, com foco nas duas línguas –português e espanhol -, e da coesão O compromisso de nossa comunidade está social, incluindo economia e inovação. refletido no "Pacto Ibero-Americano da Valorizamos os programas de mobilidade Juventude", ferramenta fundamental para acadêmica e a maior aproximação entre orientar o trabalho conjunto de governos, nossas sociedades, inclusive por meio da sociedade civil e instituições regionais. promoção do ensino do português e do Cumprimento a todos os envolvidos pelo espanhol, fundamentais para o resultado, construído a partir de proceso fortalecimento da comunidade ibero- abrangente, ao qual contribuíram milhares americana. Estudei espanhol na escola, e de jovens de todos os países ibero- creio ser importante que se retome o ensino americanos. obrigatório dessa língua no ensino médio brasileiro, assim como que o português seja O Brasil considera de crucial importância a obrigatório nos países de fala hispânica. sistematização e o intercâmbio de dados, informações, boas práticas e trabalhos de

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É por meio da educação e da cultura que os Muito obrigado. nossos cidadãos terão acesso não apenas ao lazer, mas também ao conhecimento. Educação e cultura são, sim, uma prioridade e um dos grandes instrumentos para a construção de uma sociedade inclusiva, baseada na igualdade de oportunidades.

É sobre esse pano de fundo que a Conferência Ibero-Americana mantém-se em destaque, com continuado foco nos programas de cooperação desenvolvidos por seus organismos. O Brasil está entre os principais prestadores de cooperação no âmbito da Conferência, com projetos importantes nas áreas da saúde, educação, cultura, turismo, moradia e infraestrutura.

Merecem destaque, nesse contexto, duas ações, ambas lançadas durante o período em que estive à frente do Ministério da Saúde brasileiro: a quebra de patentes de medicamentos, que possibilitou o acesso a remédios de baixo custo, e o orgulho especial do Brasil com a rede de bancos de leite materno. O sucesso desse projeto, que combate com muito baixo custo a desnutrição dos recém-nascidos, é evidente: entre 2009 e 2015, foram beneficiadas quase 1,6 milhão de crianças. Essa iniciativa, concebida no Brasil, encontra-se hoje em 21 países, inclusive em Portugal e na Espanha, em uma verdadeira cooperação Sul-Norte.

Senhoras e Senhores,

Gostaria de cumprimentar o excepcional trabalho desempenhado pela Secretaria Pro Tempore da Colômbia, sob a liderança da Chanceler María Ángela Holguín, na organização desta Cúpula, e reitero, uma vez mais, nosso pleno apoio ao povo colombiano em sua busca por caminhos para atingir a paz de forma duradoura.

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DA SESSÃO SOLENE DE ENCERRAMENTO DA XI CONFERÊNCIA DE

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CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA CPLP – BRASÍLIA, 1° DE NOVEMBRO DE 2016

Senhor presidente Michel Temer, senhores Governo, Vossas Excelências reiteraram o presidentes, senhores primeiros-ministros, compromisso com esses princípios, cada vez senhores ministros, mais importantes num contexto de incertezas e crises globais. A diplomacia e a solução Senhora secretária executiva da CPLP, pacífica de controvérsias perdem espaço num mundo marcado por conflitos civis e Senhoras e senhores, entre países. Direitos humanos conquistados arduamente ao longo de anos estão hoje ameaçados pela xenofobia, pelo populismo e Foi com grande alegria que acolhemos em por nacionalismos exacerbados. Na esfera Brasília as delegações dos países-membros econômico-comercial, ressurge a retórica da Comunidade dos Países de Língua protecionista. É como se a irônica previsão Portuguesa. de George Bernard Shaw tivesse se tornado realidade: “o que a história nos ensina é que Passados 20 anos de sua criação, a CPLP ela não nos ensina nada”. Parece que constitui hoje não apenas um instrumento de esquecemos as duras experiências que a valorização de nossa história, cultura e humanidade viveu no século passado. língua comuns. Ela vai além e nos projeta para o futuro, lembrando-nos da Creio que nossa comunidade transmite hoje responsabilidade de trabalharmos em uma mensagem que vai na contramão dessas conjunto para defendermos nossos valores e forças desagregadoras. Reuniões como esta interesses num mundo ainda profundamente fazem-nos recordar o sentido de urgência marcado por diferenças e conflitos. diante dos grandes problemas enfrentados pela comunidade internacional. Somos nove países-membros de todos os continentes, com uma população conjunta de Questões como crescimento econômico, 267 milhões de pessoas. O professor direitos humanos, pobreza, educação, saúde Antonio Guterres, secretário-geral nos unem; nos uniram nesta conferência e designado das Nações Unidas e signatário da orientam a nossa agenda de trabalho. ata fundação da CPLP, ressaltou ontem neste auditório o caráter multicultural de nossos países e sua vocação para construir pontes entre as diversas regiões do globo. Nossa Senhoras e senhores, diversidade histórica, étnica e geográfica, O histórico compromisso do Brasil com a assentada na identidade fundamental da causa do desenvolvimento está presente no língua, habilita-nos a aproximar extremos, a tema escolhido para guiar nossa presidência relativizar diferenças. ao longo do próximo biênio: “A CPLP e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Os países da CPLP compartilham valores Sustentável”. comuns que permitem uma atuação conjunta e uma coordenação fluida nos foros Resultado importante de nossos trabalhos internacionais. Somos fortes defensores da nesta Conferência foi a adoção das diretrizes paz, do estado de direito, dos direitos para uma nova visão estratégica da CPLP. humanos e do desenvolvimento sustentável. Todos queremos uma organização que seja Ontem, ao longo da sessão de trabalho desta institucionalmente sólida e que conte com 11ª Conferência de Chefes de Estado e de objetivos e prioridades bem definidas.

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Destaco a renovação da vocação global da Temos de continuar nesse caminho. Doutora CPLP por meio da admissão de quatro novos Maria do Carmo, eis seu desafio, para o qual países como observadores associados: a contará com o decidido apoio do Brasil. Hungria, a República Checa, a República Eslovaca e o Uruguai, que se juntam a Finalmente, a Declaração de Brasília, que Geórgia, Japão, Maurício, Namíbia, Senegal acaba de ser assinada pelos Chefes de Estado e Turquia. e de Governo dos Estados membros da CPLP, reconhece os importantes avanços A CPLP já conta, assim, com dez países registrados durante a presidência do Timor associados. O interesse manifestado pelos Leste, país que muito contribuiu, nos últimos novos observadores orgulha-nos e dois anos, para enriquecer os nossos certamente contribuirá para a ampliação das trabalhos e estimular a reflexão sobre meios oportunidades de cooperação e diálogo da para tornar nossa organização mais eficiente. CPLP com outras regiões do planeta. Lembro que há duas décadas, quando O Conselho de Ministros, realizado realizávamos nossa primeira reunião, o ontem, reiterou a centralidade da língua Timor Leste ainda lutava por sua portuguesa para todos nós, destacando a autodeterminação, objetivo que sempre foi importância do trabalho que vem sendo respaldado pela CPLP. realizado, apesar das carências orçamentárias, pelo Instituto Internacional É com esse espírito de otimismo que da Língua Portuguesa. O IILP é a mais exerceremos a presidência brasileira da antiga de nossas organizações comuns, CPLP. Com a inestimável contribuição de iniciativa lançada em São Luis do Maranhão todos, estou confiante de que tornaremos em reunião organizada pelo presidente José nossa comunidade um ator cada vez mais Sarney. A professora Marisa Guião de importante no fortalecimento dos laços de Mesquita, moçambicana que estudou aqui diálogo e de cooperação entre nossos países. no Brasil, foi reeleita para o cargo de A tarefa do Brasil é múltipla. Queremos diretora-executiva, com a missão de reforçar as atividades da CPLP tanto no continuar sua árdua e tarefa. campo cultural, como na sua vertente A Conferência elegeu a doutora Maria econômica, empresarial. Devemos aliar o do Carmo Trovoada Pires de Carvalho passado que compartilhamos, nossa herança Silveira, de São Tomé e Príncipe, como a comum, aos interesses concretos que nos nova secretária executiva da Comunidade. A movem, em benefício do desenvolvimento secretária-executiva trará para a direção da de nossos países. Nosso plano de trabalho, CPLP sua experiência à frente do Banco circulado ontem, reflete este compromisso. Central de São Tomé e Príncipe. Terá o Como disse o escritor moçambicano Mia desafio de aproximar ainda mais nossa Couto, "o mar foi ontem o que o idioma pode comunidade de nossos povos, prosseguindo ser hoje". É essa lição de aproximação e o valioso trabalho do embaixador Murade trabalho conjunto entre nossos países que Muragy, que, tenho certeza, continuará deve inspirar a CPLP. próximo da CPLP. Muito obrigado. Entre suas diversas iniciativas, ao longo de quatro anos, o ex-secretário-geral fez um esforço louvável de criar entre nossos países um ambiente de negócios que facilitasse o comércio e os investimentos recíprocos.

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DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, NO ENCERRAMENTO DO SEMINÁRIO "CÓMO HACER NEGOCIOS COM BRASIL" [ESPANHOL] – MADRI, 23 DE NOVEMBRO DE 2016

Excelentísimo Alfonso Dastis, Ministro de las Relaciones Exteriores y de Cooperación,

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Excelentísima María Luisa Poncela, comerciales. Sin embargo, este Seminario no Secretaria de Estado de Comercio, termina hoy. Esto es sólo el comienzo de una coordinación estrecha y de una amplia vía de Excelentísimo Embajador de Brasil en diálogo y de construcción de puentes, España, Antonio Simões, incluso mediante las reuniones "One-on- Excelentísimo Embajador de España en One" de mañana entre los empresarios y las Brasil, Manuel de la Cámara, autoridades brasileñas. La clave está en dar continuidad al Seminario con los buenos Excelentísimo Presidente de APEX-Brasil, negocios que estamos sembrando hoy, aquí Embajador Roberto Jaguaribe, en Madrid.

Excelentísimos señores Embajadores y demás autoridades, Recuerdo que la idea de realizar este evento surgió durante mi reunión con el ex- Estimados empresarios y empresarias de Secretario García-Legaz, en Brasilia, en España y de Brasil, septiembre de este año. Me complace ver que, en tan poco tiempo, logramos sacar la

idea del papel y presentar las principales Es para mí una gran satisfacción participar oportunidades de inversión que ofrece Brasil de la clausura de este seminario. Saludo a para el público español. todos los participantes de este encuentro, especialmente a los organizadores, el ICEX y APEX-Brasil. En esas circunstancias tan prometedoras para la relación comercial bilateral, deseo

felicitar a la nueva Secretaria de Comercio Quisiera, ante todo, subrayar que no es por de España por su nombramiento y desearle casualidad que este seminario se lleva a cabo mucho éxito en el ejercicio de sus funciones. en España, país estratégico e ineludible en lo Sabemos que la Secretaria Poncela será que se refiere a oportunidades de inversión responsable por un tema estratégico para en Brasil. España es origen de innúmeros España, dado que el comercio exterior ha casos de éxito, en beneficio mutuo de sido uno de los motores de crecimiento del nuestras economías, y creo firmemente que país en los últimos años. Que cuenten seguirá siendo un socio clave en el futuro. conmigo para desarrollar, juntos, un programa ambicioso y mutuamente beneficioso para Brasil y España. Este Seminario tuvo como objetivo dar a El propósito de este evento es coherente con las prioridades que he establecido para la nueva agenda de relaciones exteriores de

Brasil, con énfasis en la apertura de nuevos mercados, la atracción de inversiones y el aumento de la competitividad de nuestra conocer a nuestros socios españoles las economía. oportunidades de inversión en infraestructura, logística y energía, en el marco del Proyecto Crecer, como ya ha sido Queremos dar un nuevo impulso a las detallado por mis colegas durante esta actividades de promoción de la imagen de mañana. Pudimos discutir formas de ampliar Brasil y de los productos brasileños en el nuestras relaciones económicas y exterior. Buscamos inversiones y socios en

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 41 proyectos de alta prioridad para nuestro país. adversidades que enfrentamos en la No sólo por los treinta y cuatro proyectos economía global, y que vamos dejando para del Proyecto Crecer (“Projeto Crescer”) que atrás. También hay que evaluar las he mencionado, sino también para todos tendencias más importantes de nuestra aquellos que puedan contribuir a la mejora relación comercial: nuestro intercambio estructural de la economía brasileña. aumentó de 3,4 mil millones de euros en el 2003 a 7,3 mil millones en el 2013 - un aumento del 116%. Para repetir estos Quiero también aprovechar esta oportunidad resultados dentro de los diez años que para subrayar la confianza que tenemos en el tenemos por delante, necesitaremos trabajar futuro de las economías de España y de mucho. Brasil.

De acuerdo con Eurostat y con el FMI, Es con esta inspiración que creo España será la economía occidental que más fundamental retomar el camino de la va a crecer entre 2015 y 2017. Se estima expansión de nuestro intercambio comercial. asimismo que España crecerá 3,2%, en Cuando hablamos de duplicar el flujo 2016; y 2,3% en 2017. Esta es una de las comercial, nuestro reto es alcanzar un mejores proyecciones de crecimiento en la comercio bilateral de alrededor de 12 mil zona del euro. millones de euros, lo que requerirá los esfuerzos de nuestros gobiernos y de nuestros empresarios para crear En Brasil, vislumbramos escenario similar. oportunidades concretas de negocio. Estamos haciendo importantes reformas estructurales, con el fin de permitir una rápida recuperación de nuestro crecimiento Una manera de cumplir con este ambicioso económico y la generación de más y mejores objetivo consiste en diversificar las puestos de trabajo e ingresos para nuestra exportaciones brasileñas, ahora población. concentradas en soja, combustibles y minerales. Esto permitiría que más empresas brasileñas puedan vender sus productos en el Otra razón que nos trae a España es la mercado español, además de las 1.746 importancia de avanzar en el compromiso de empresas que ya lo hicieron en el año 2015. duplicar el volumen del comercio y de las inversiones cruzadas hasta el año 2025, un Al cruzar los datos de las exportaciones objetivo que aparece en la "Declaración conjunta para el Avance de la Asociación de brasileñas y de las importaciones españolas, Empresas", firmado en abril de 2015. Se observamos que existen oportunidades potenciales para nuestras ventas de trata de un reto ambicioso, pero lo vamos a automóviles, piezas de automóviles, enfrentar con dedicación, visión de futuro y seguridad de que tendremos grandes aviones, helicópteros, tractores, resultados. turborreactores, turbopropulsores y polietileno, por nombrar algunos ejemplos de productos de alto valor añadido. Es cierto que, en el último año, nuestro comercio bilateral sufrió una caída, alcanzando la cifra de 5,8 mil millones de Con respecto a las inversiones, España ha vuelto el año pasado a ocupar el segundo euros. Este dato momentáneamente negativo puesto como mayor inversor extranjero en debe ser entendido en el contexto de las

42 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Brasil. Brasil es, a su turno, el tercer como una base privilegiada para operar en principal destino de las inversiones los mercados de Europa, Mediterráneo y españolas. Con una inversión de unos 78 mil África. millones de dólares, la presencia española en la economía brasileña es robusta, variada y con operaciones de todos los tamaños y en Nuestras empresas también están haciendo los más diversos sectores. inversiones en asociación. El principal proyecto en curso es el cable submarino de fibra óptica que va a establecer una conexión Desde la década de 1990, hemos recibido directa entre América Latina y Europa. grandes inversiones españolas en el sector de la energía, infraestructura, logística, transporte, telecomunicaciones entre otras El proyecto TELEBRÁS e Islalink debe áreas estratégicas. revolucionar la transmisión de datos, especialmente los datos científicos para la investigación, no sólo entre Brasil y España, En el 2015, las empresas españolas han sino también entre Europa y América Latina ganado concursos en el exterior sumando un en su conjunto. Este es un excelente ejemplo total de 55,3 mil millones de dólares, y ahora de cooperación de nuestro sector privado en han pasado a gestionar alrededor del 40% de materia de ciencia, tecnología e innovación, las principales concesiones de transporte del y apunta al gran potencial que tenemos en mundo. Estamos convencidos de que estas áreas relevantes para el incremento de la cifras impresionantes son el resultado de un competitividad y de la productividad de trabajo duro, con el desarrollo de soluciones nuestras economías. innovadoras para proyectos modernos, eficientes y sostenibles. Iniciativas como esta, de trabajo conjunto, continuarán siendo alentadas por nuestros En el sentido contrario de las inversiones, gobiernos. Tenemos casos de asociaciones varias empresas brasileñas mantienen una exitosas entre las empresas brasileñas y significativa presencia en España como españolas en la construcción del metro de la estrategia de internacionalización de sus Ciudad de Panamá, del gasoducto del Sur del productos y servicios. Cito, como ejemplos, Perú y la terminal portuaria de Pisco, las inversiones de WEG, VOTORANTIM, también en Perú. Creo que las inversiones BRF y STEFANINI en el territorio español. conjuntas pueden contribuir a fomentar la internacionalización de nuestras empresas.

Las inversiones brasileñas, que ascienden a Al examinar la relación económica y 13,5 mil millones de dólares, según datos de comercial, no podría dejar de mencionar el 2015, mostraron un aumento significativo en compromiso español en hacer avanzar el los últimos años e hicieron que Brasil fuera Acuerdo de Asociación entre Unión Europea uno de los principales inversores en España, y el Mercosur, cuya negociación está entre los países emergentes. Somos evolucionando. Quisiera agradecer y reiterar conscientes de que todavía hay margen para la importancia de contar con el firme apoyo aumentar la presencia de las empresas de España en el diálogo birregional, en el brasileñas en España y, por lo tanto, sentido de lograr un acuerdo equilibrado e continuaremos los esfuerzos para alentar a integral. Sabemos que hay sensibilidades de nuestros empresarios a percibir España ambas partes, pero hay que seguir trabajando

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 43 con determinación por un resultado que sea positivo para los dos bloques. Muchas gracias.

Señoras y señores,

Nuestra relación económica y comercial es muy expresiva y dinámica. Queremos que así continúe y que pueda incluso traer noticias todavía mejores. Para ello, es necesario, además de mucho trabajo, responder a las nuevas demandas del mercado, fortalecer las asociaciones empresariales y, sobre todo, creer en nuestro potencial. De esta manera, nuestro principal reto es no dejarnos acomodar. Tenemos grandes objetivos y proyectos comunes. Tenemos una sintonía política y económica excepcional. Tenemos todas las condiciones para traer grandes beneficios a nuestras economías y sociedades, generando crecimiento y empleo.

Por último, quisiera referirme al gran Miguel de Cervantes, cuya trayectoria celebramos este año por los 400 años de su muerte. Los personajes de Cervantes nos legaron inspiradoras lecciones que combinan el sueño y la aspiración, con el realismo y la prudencia. Así que elegí dos máximas del Quijote para animar nuestro trabajo juntos: "Y manos a labor; que en la tardanza dicen que suele estar el peligro”; y, en nota positiva, “Al bien hacer jamás le falta premio". Tengo la seguridad de que nuestras actividades del día de hoy contribuirán para nuestro avance hacia una mayor prosperidad de nuestras sociedades, a través de más comercio, más inversión y más cooperación.

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DO ENCERRAMENTO DO "ÚNICA FORUM" 2016 – SÃO PAULO, 28 DE NOVEMBRO DE 2016

É um grande prazer e uma honra para mim o Agradeço a você, Elizabeth, e, por seu convite para participar do “UNICA Forum” intermédio, aos demais organizadores deste 2016. evento, pela oportunidade de realizar esta

44 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. conferência de encerramento e atualizá-los competitividade traz, contudo, desafios: os sobre a estratégia e as ações do Ministério de produtos desse setor estão entre os mais Relações Exteriores em prol do protegidos do mundo. desenvolvimento da bioenergia, do etanol e do setor sucroalcooleiro brasileiro. Temos Trata-se de proteção que não é apenas algumas importantes ações recentes que, tarifária, já que tais produtos também estão creio eu, merecem ser comentadas. sujeitos a medidas não tarifárias e a barreiras de toda ordem, impostas tanto pelos países O setor sucroalcooleiro tem suas origens em desenvolvidos quanto em desenvolvimento. nossa história colonial, mas se tornou, com o Além disso, tais produtos são objeto de passar dos anos, moderno, competitivo e medidas que distorcem as condições de dinâmico, fornecendo alimento, combustível mercado, como subsídios e apoio doméstico limpo e energia elétrica de forma sustentável discriminatório. e eficiente. É também um poderoso gerador de empregos, renda e divisas para nosso Nesse cenário, uma das atuações centrais do País. Itamaraty, sempre em estreita coordenação com os demais órgãos do governo e com o O Itamaraty está, há muitos anos, na linha de setor privado, tem sido a de contestar frente da promoção desse importante setor, barreiras que julgamos desleais ao nosso tanto ao promover a expansão internacional produto e a de discutir práticas de outros da produção e do consumo de países que, entendemos, distorcem o biocombustíveis, quanto ao abrir mercados comércio. para o açúcar e o etanol brasileiros. O Ministério das Relações Exteriores Esses sempre foram, e continuarão sendo, continuará a trabalhar em conjunto com a importantes objetivos da nossa atuação UNICA para a superação das barreiras às externa. O que nos cumpre é buscar sempre exportações brasileiras de açúcar, inclusive, atualizar e modernizar os meios e os se necessário, por meio da abertura de métodos, almejando resultados sempre contenciosos na OMC. melhores, em consonância com a evolução do contexto mundial. Saliento, a propósito, nosso êxito na controvérsia contra a União Europeia acerca Senhoras e Senhores, de subsídios à exportação de açúcar. Essa iniciativa levou à reformulação do Regime Quero começar falando das nossas ações Açucareiro europeu, permitindo melhoras para assegurar a abertura de mercados para o concretas nas condições de acesso do açúcar açúcar brasileiro. brasileiro ao mercado internacional.

Primeiramente, temos que compreender que, Recentemente, iniciamos, a pedido da em matéria de acesso a mercados, há ao UNICA, um contencioso contra a Tailândia, menos duas questões fundamentais para a em que estão sendo questionadas várias conformação de posições nacionais, que medidas de apoio ao setor açucareiro, as moldam o tabuleiro das negociações: o quais geraram distorções importantes no primeiro é o grau de competitividade dos mercado internacional. Mais uma vez produtores envolvidos. O segundo, o nível estamos conduzindo o tema em estreita de proteção tarifária ou não tarifária. coordenação com a UNICA.

Graças ao trabalho de todos vocês, o setor O governo brasileiro tem também sucroalcooleiro do Brasil é o mais acompanhado atentamente a recém- competitivo do mundo. Essa mesma instaurada investigação chinesa de

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 45 salvaguardas sobre o açúcar, que afeta Quando da criação do bloco, havia a principalmente o Brasil, maior exportador alegação de que as medidas do Proálcool do produto para a China. Temos realizado constituíam subsídio cruzado ao açúcar, o gestões junto ao governo chinês, com o que justificou a recusa de alguns membros intuito de garantir os interesses do em aceitar a liberalização do comércio exportador brasileiro à luz das regras intrazona do produto. multilaterais sobre o tema. Passados vinte e cinco anos, não faz sentido Senhores representantes da UNICA, que o açúcar permaneça excluído da União Aduaneira. Além da questão do acesso ao Passemos agora à vertente das negociações mercado regional, o mais importante e comerciais, que também vêm sendo levadas danoso para nós é que essa exclusão a cabo no contexto de um diálogo prejudica a obtenção de concessões para o permanente com o setor privado. setor em negociações do MERCOSUL com O governo do presidente Michel Temer tem terceiras partes, incluindo aquelas realizadas como uma de suas prioridades a abertura de com a União Europeia. Isso fragiliza nossa mercados e a expansão das relações posição negociadora. comerciais do Brasil com o mundo. O setor Vamos continuar trabalhando intensamente sucroalcooleiro é de grande relevância não para reabrir as discussões e já demos só para a economia brasileira, mas, também, indicações nesse sentido a nossos sócios. para nosso comércio exterior. Mas temos de ter consciência de que se trata de um tema complexo. A perspectiva de Estamos comprometidos com a melhora do acesso de nossas exportações de açúcar e expansão do setor de biocombustíveis nos etanol a mercados prioritários. Trata-se, por países vizinhos, com a elevação de mandatos de mistura de etanol à gasolina, e um reforço exemplo, de setor fundamental nas da cooperação regional nessa matéria, negociações do acordo de livre comércio entre o MERCOSUL e a União Europeia. poderá talvez conformar um ambiente mais propício a entendimentos. No meio tempo, concluímos recentemente Na Organização Mundial do Comércio, o negociações com a União Europeia para compensação ao Brasil em função da adesão açúcar é um dos produtos cujas políticas de da Croácia ao bloco. O resultado, embora apoio e proteção continuam a ser objeto de inferior ao pleiteado, é ainda assim maior escrutínio pelo Comitê de Agricultura. O governo brasileiro está atento às políticas razoavelmente satisfatório, ao aumentar dos demais Estados membros que podem ter nossa cota de exportação com tarifa reduzida e abrir, por conseguinte, a possibilidade de impacto na competitividade do açúcar ganhos reais de mercado para o açúcar brasileiro. brasileiro. Questionamos recentemente os subsídios O caso do MERCOSUL também é concedidos pela Índia e pela Tailândia, além amplamente conhecido. Até o momento, o do sistema de bandas de preços do Peru. Para a próxima Conferência Ministerial da OMC, açúcar não está incluído no regime de livre o governo brasileiro está empenhado em comércio entre os países do bloco. A elevada competitividade brasileira provoca, obter resultados tangíveis que poderão novamente, resistência nos demais Estados beneficiar as exportações brasileiras de Partes. açúcar.

46 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

O açúcar representa, aliás, parte da agenda E tal contribuição refere-se não apenas ao da OMC na qual os avanços foram mais Brasil, onde o aporte dos derivados de cana modestos: a da agricultura. O governo à nossa matriz energética supera até mesmo brasileiro mantém sua tradicional posição de o das usinas hidrelétricas. O etanol, a buscar tratamento justo ao comércio de bens bioenergia e outros biocombustíveis agrícolas, ainda afetado por diversas derivados da biomassa podem nos conduzir barreiras injustificadas. a uma nova etapa da própria economia mundial. Além de defender a abertura de mercados para o açúcar em tantas frentes, o Itamaraty É por isso que o Ministério das Relações tem atuado para o melhor aproveitamento Exteriores, com a colaboração e apoio de desses mercados, por meio de ações de outros órgãos do governo brasileiro, promoção comercial. incluindo o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério de Minas e Energia, e o A UNICA tem sido nossa parceira, por meio Ministério da Agricultura, Pecuária e do programa setorial estabelecido com a Abastecimento, concebeu, planejou, APEX, que busca, desde 2007, promover a negociou e executou, com grande êxito, no imagem do etanol brasileiro de cana-de- último dia 16, na COP-22, o lançamento da açúcar como energia limpa e renovável no “Plataforma para o Biofuturo”. exterior, junto a governos, meios de comunicação, ONGs, consumidores, Trata-se de iniciativa internacional, liderada empresas de “trading”, e potenciais pelo Brasil, para a cooperação, diálogo e investidores e importadores. troca de ideias e experiências para a promoção dos biocombustíveis avançados e No período 2013-2016, no âmbito desse da bioeconomia. programa, foram executadas 43 ações de posicionamento de imagem e de geração de Essa iniciativa brasileira representa o reforço negócios, em sua maioria, missões e a atualização de uma das prioridades de prospectivas e comerciais. Os montantes nossa política externa: criar um mercado exportados pelas empresas apoiadas pelo internacional de “commodities” de projeto totalizaram US$ 3,09 bilhões no biocombustíveis, como forma de projetar triênio. No ano passado, o Brasil, com 27,7% mundialmente nossa política nacional, e do mercado mundial, figurou como o 2º criar oportunidades de exportação não maior exportador de etanol, depois dos apenas de etanol, mas, também, de produtos Estados Unidos. e serviços brasileiros relacionados a essa cadeia produtiva. Caras amigas, caros amigos, Não nos interessa ter o monopólio de um Quero agora discorrer sobre um tema produto que ninguém compra; pelo fundamental, na esteira da conclusão, há contrário, queremos estar entre os líderes de pouco mais de uma semana, em um amplo mercado global de Marraqueche, da 22ª Conferência das Partes biocombustíveis. da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, a COP-22. Essa atuação diplomática tem colecionado êxitos destacados, dentre os quais o Trata-se da contribuição importantíssima do reconhecimento formal pelos Estados setor sucroalcooleiro, do etanol e da Unidos, em 2010, do etanol de cana-de- bioenergia para a transição rumo a uma açúcar brasileiro como “biocombustível economia de baixo carbono. avançado”; a eliminação da tarifa americana

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 47 para importação de etanol; a influência por cerca de um quarto das emissões globais positiva sobre os mandatos de mistura e de dióxido de carbono (CO2) relacionadas à regulamentação europeia para energia. O etanol da cana de açúcar gera uma biocombustíveis derivados de culturas "pegada de carbono" que é mais de 70% alimentícias até 2020; e a assinatura e inferior à da gasolina. Uma política de implementação de acordos, memorandos e substituição da gasolina por etanol, mesmo projetos de cooperação em biocombustíveis que gradativa e parcial, gera resultados com dezenas de países na África, Ásia, imediatos na redução de emissão de gases de América Latina e Caribe. efeito estufa. A mudança é relativamente simples para qualquer país do mundo, com o Não obstante, obstáculos econômicos e uso de motores, veículos, infraestrutura e políticos têm dificultado a adoção mais redes de distribuição já existentes. ampla de biocombustíveis em boa parte do mundo. O Brasil tem feito sua parte, com uma política ambiciosa de misturas obrigatórias O protecionismo agrícola e a construção de de etanol e biodiesel, e a disseminação da uma falsa dicotomia entre produção de tecnologia flex-fuel. Essas políticas alimentos e produção de combustíveis permitiram que, desde a introdução dos impediram, ao longo da última década, a veículos flex, o País deixasse de lançar na constituição de um mercado internacional atmosfera 352 milhões de toneladas de CO2, para o etanol e sua transformação em marca superior à soma das emissões anuais "commodity" global, a despeito dos esforços de cinco países sul-americanos: Argentina, brasileiros. Peru, Equador, Uruguai e Paraguai.

A constituição da Plataforma para o A introdução dos biocombustíveis pode Biofuturo surge, assim, como resposta a reduzir consideravelmente o perfil de esses obstáculos e como forma de preencher emissões do setor de transportes em uma lacuna nas discussões globais sobre qualquer país e, portanto, representar uma soluções para a mudança do clima no setor contribuição poderosa para suas metas de transportes, criando oportunidades para nacionais de clima, mesmo que tais países nosso país. não contem com produção doméstica de etanol. O Itamaraty logrou mobilizar o interesse de outros 19 países para esse empreendimento, Para que essa possibilidade seja viável, as incluindo nações centrais para a expansão principais condições são: 1º) a existência de dos biocombustíveis e da tecnologia, como oferta segura e sustentável de Estados Unidos, China, Índia, França, Reino biocombustíveis, em escala suficiente e por Unido e Dinamarca. produtores geograficamente diversificados; e 2º) um mercado global acessível e A estratégia que levou ao lançamento relativamente livre. Não por acaso, esses têm exitoso da Plataforma para o Biofuturo tem dois grandes componentes: o primeiro é sido justamente os principais objetivos da ressaltar a contribuição que os atuação externa do Brasil no campo dos biocombustíveis e a bioeconomia podem dar biocombustíveis. para que os países alcancem suas metas de O segundo componente da estratégia de redução de emissões de carbono, constituição da Plataforma para o Biofuturo especialmente no setor de transportes. foi a valorização dos recentes avanços tecnológicos, como o etanol celulósico de Movido basicamente a combustíveis fósseis segunda geração, e a abertura do enfoque, de líquidos, o setor de transportes é responsável

48 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. modo a incorporar novas formas de Há, contudo, o desafio de alcançar escala de biocombustíveis de baixo carbono. produção.

Esses avanços podem tornar a produção de Vivemos um momento-chave, já que, se, biocombustíveis em larga escala uma antes, as atividades se concentravam em atividade viável para diversos países que, de laboratórios e usinas-modelo, agora, os outra forma, não reuniriam as condições investimentos necessários são significativos adequadas para repetir a experiência e os riscos, mais elevados. Será preciso brasileira. aperfeiçoar os processos de produção em todas as etapas da cadeia e proporcionar um Permitam-me destacar, em especial, o etanol ambiente de negócios favorável ao setor. celulósico, ou de segunda geração (2G), que, após longo período de gestação, pesquisa e Por outro lado, com o renovado desenvolvimento, alcançou, em 2015, o compromisso contra a mudança climática no estágio de produção em escala comercial no plano mundial, encontramos ambiente Brasil, nos Estados Unidos e na Itália. favorável para a superação de eventuais dificuldades. O fato de o etanol celulósico poder ser produzido a partir de palha e de outros Não há conflito de interesses ou resíduos agrícolas e urbanos não comestíveis concorrência entre a primeira e a segunda desconstrói as infundadas preocupações geração de biocombustíveis, ao menos não relacionadas à competição com a produção no Brasil. O nosso etanol de cana-de-açúcar de alimentos, além de permitir a abertura de de primeira geração é inequivocamente oportunidades de produção e exportação em sustentável, não compete com alimentos, e, muitos países antes avessos aos como dissemos, é altamente benéfico em biocombustíveis. termos climáticos e ambientais.

Dois exemplos notáveis são a China e a Em resumo, o Brasil tem tudo para ser o mais Índia, que até pouco tempo demonstravam competitivo produtor mundial de certa resistência a programas de expansão do biocombustíveis, tanto de primeira quanto consumo doméstico de biocombustíveis e de segunda geração. O eventual hoje são nossos parceiros na Plataforma para desenvolvimento de uma avançada o Biofuturo. bioeconomia global, que se fortalece com os biocombustíveis de segunda geração, seria, Nessa nascente corrida tecnológico- portanto, de grande benefício para toda industrial dos biocombustíveis de segunda nossa economia. geração, o Brasil larga entre os líderes mundiais, com potencial para se tornar um Caros participantes deste Fórum, senhoras e dos maiores e mais competitivos produtores, senhores, graças às nossas enormes vantagens comparativas. Quero reiterar o compromisso do Itamaraty de continuar apoiando, ao lado de outras O benefício para o clima é impressionante: áreas do governo e do setor privado, o estudos indicam que o etanol 2G brasileiro esforço de disseminação global da pode reduzir em até 90% as emissões de bioeconomia. A Plataforma para o Biofuturo CO2 em comparação com a gasolina. é um primeiro passo nessa direção.

A tecnologia celulósica é essencial para o Estou convicto de que o avanço da estabelecimento de uma nova bioeconomia. bioeconomia no Brasil e no mundo contribuirá para desenvolver ainda mais os

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 49 setores agrícola, industrial e biotecnológico de nosso País. Convido-os a trabalharmos juntos na realização dessa promessa, trazendo os benefícios do biofuturo para o presente.

Muito obrigado.

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DA HOMENAGEM À CHAPECOENSE – MEDELLÍN, 30 DE NOVEMRO DE 2016

¡Muchas gracias, Colombia! En estos momentos de gran tristeza, inmensa para las familias, para nosotros todos, las De corazón, ¡muchísimas gracias! expresiones de solidaridad que aquí encontramos, como la solidaridad que trae cada uno de ustedes, colombianos e hinchas

50 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. del Atlético, acá, en el Atanasio Girardot, ¡Muchas gracias, Atlético Nacional! nos ofrecen un grado de consuelo inmenso, una luz en la oscuridad, cuando todos ¡Muchas gracias a toda la gente que aquí estamos intentando compreender lo está! incompreensible. Quiero aquí decir que vine aquí junto con el Los brasileños no nos olvidaremos jamás la Ministro de Cultura, Roberto Freire, y con el forma como los colombianos sintieron como Alcalde de Chapecó, Luciano Buligon, que suyo el terrible desastre que interrumpió el aquí estuvo, aquí está y aquí se quedará para sueño de ese heroico equipo de atender a su gente y a los familiares de su Chapecoense. Una especie de cuento de gente. hadas con final de tragedia. Quiero decir también que, en la persona de Así como no olvidaremos la actitud del Juan Carlos Acosta, del Atlético de Atlético Nacional y de todos sus hinchas que Medellín, yo concentro mi abrazo y mi pidieron que se les concediera el título de agradecimiento. campeón de la Copa Sudamericana al Al Alcalde de Medellín, Federico Gutiérrez, Chapecoense. Un gesto que honra al deporte, y a todos ustedes, a cada uno, quería dar mi al deporte de toda parte y al deporte abrazo personal, muy apretado. Y decirles de colombiano. Y que honra a esta querida la emoción de acá escuchar un himno que ciudad de Medellín y que hace aún más ustedes compusieron esta noche, en grande a los “verdolagas” homenaje a estos brasileños.

Tras el ocurrido en esta fatídica noche del ¡Es una emoción muy grande! Quiero 28, Brasil despertó perplejo para la dura decirles que en toda mi vida no tuve una realidad de una fiesta que no hubo, para la emoción semejante. expectativa frustrada de un partido histórico para Chapecó que ya no se podrá realizar. ¡Muchas gracias, Colombia! Para el dolor inmenso de la pérdida.

Pero quizás no sea una casualidad que los colores del Chapecoense, así como los del Muito obrigado, Colômbia. Atlético Nacional, sean verde y blanco: De coração, muitíssimo obrigado. esperanza y paz. Más allá de la tragédia, que victimó también a periodistas y miembros de Nesses momentos de grande tristeza para la tripulación, las inúmeras manifestaciones famílias e para todos nós, as expressões de de cariño hacia la Chape en Brasil, en solidariedade que aqui encontramos, como a Colombia y en todo el mundo, son testigos solidariedade que traz cada um de vocês, de la importancia de la nobleza del deporte colombianos e torcedores do Atlético como catalizador de los mejores Nacional, aqui, no Atanásio Girardot, nos sentimientos humanos, como arma para oferecem um grau de consolo imenso, uma combatir la intolerancia, como instrumento luz na escuridão, quando todos estamos para construir un mundo mejor. tentando compreender o incompreensível.

¡Muchas gracias! Os brasileiros não esqueceremos jamais a forma como os colombianos sentiram como ¡Muchas gracias, Colombia! seu o terrível desastre que interrompeu o ¡Muchas gracias, Medellín! sonho da equipe da Chapecoense. Uma

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 51 espécie de conto de fadas com final de Quero aqui dizer que vim junto do ministro tragédia. da Cultura, Roberto Freire, e com o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, que aqui Assim como não esqueceremos a atitude do esteve, aqui está e aqui permanecerá para Atlético Nacional e de todos seus torcedores atender a seu povo e aos familiares de seu que pediram para que se conceda o título da povo. Copa Sul-americana à Chapecoense. Um gesto que honra o esporte – o esporte de toda Quero dizer também que, na pessoa de Juan parte e o colombiano –, que honra a essa Carlos Acosta, do Atlético de querida cidade de Medellín e que torna os Medellín, concentro meu abraço e meu "verdolagas" ainda maiores. agradecimento.

Depois do ocorrido nessa fatídica noite de 28 Ao prefeito de Medellín, Federico Gutiérrez, de novembro, o Brasil acordou perplexo para e a todos vocês, queria dar o meu abraço a dura realidade de uma festa que não houve, pessoal a cada um, muito apertado. E dizer para uma expectativa frustrada de uma da emoção de aqui escutar um hino que partida histórica para Chapecó, que já não vocês compuseram esta noite, em poderá ser realizada. Para a dor imensa de homenagem a esses brasileiros. uma perda. É uma emoção muito grande! Quero dizer- Talvez não seja uma coincidência que as lhes que em toda minha vida, não tive uma cores da Chapecoense, assim como as do emoção semelhante. Atlético Nacional, sejam verde e branco: esperança e paz. Além da tragédia que Muito obrigado, Colômbia! vitimou também jornalistas e membros da tripulação, as inúmeras manifestações de carinho à Chape no Brasil, na Colômbia e no mundo todo, são testemunhos da importância da nobreza do esporte como catalisador dos melhores sentimentos humanos, como arma para combater a intolerância, como instrumento para construir um mundo melhor.

Muito obrigado!

Muito obrigado, Colômbia!

Muito obrigado, Medellín!

Muito obrigado, Atlético Nacional!

Muito obrigado a todos os que estão aqui!

DISCURSO DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ SERRA, POR OCASIÃO DA CERIMÔNIA DE CONDECORAÇÃO DE AUTORIDADES DA COLÔMBIA COM A ORDEM DE RIO BRANCO – BRASÍLIA, 16 DE DEZEMBRO DE 2016

Queria dar meu boa tarde a todas e a todas, Cumprimentar o Presidente da República, Michel Temer,

52 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

O embaixador da Colômbia do Brasil, Muitas vidas – sabemos todos, choramos por Alejandro Borda Rojas, elas – foram perdidas: de jovens que buscavam realizar seus sonhos, de O ministro de Estado da Defesa, Raul profissionais que seguiam na viagem mais Jungmann, em nome do qual cumprimento importante da história da Chapecoense, um os demais colegas ministros de Estado aqui clube que se tornava grande nos campos e presentes; fora dele, um clube verde e branco. Verde Quero também saudar o nosso embaixador significa esperança, branco significa paz – um clube de esperança e de paz. na Colômbia, Julio Bitelli,

O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, em Em meio a essa dor, nós testemunhamos, e o nome de quem cumprimento os cidadãos prefeito de Chapecó já registrou isso publicamente, as comoventes manifestações brasileiros hoje agraciados, de solidariedade logo em nossa chegada a E o prefeito de Medellín, Federico Gutiérrez Medellín. Dos taxistas aos funcionários, dos Zuloaga, em nome do qual cumprimento os dirigentes aos torcedores do Atlético cidadãos colombianos hoje agraciados. Nacional – ele também verde e branco –, dos militares aos jornalistas. E da prefeitura de O grande escritor colombiano Gabriel Medellín e do governo de Antióquia, aqui García Márquez, um dos maiores escritores tão bem representados. do mundo – eu não sou tão velho assim, mas li García Márquez pela primeira vez no final São todas essas pessoas que nós queremos dos anos 60, ele é um escritor extraordinário homenagear hoje, com a mais sincera e –, ele afirmou: “o amor se faz maior e mais profunda gratidão. nobre na calamidade”. Ele tinha toda razão a A emoção que eu vivi durante a cerimônia esse respeito. no estádio Atanásio Girardot nasceu não Nós tivemos nas últimas semanas uma apenas de um imenso sentimento de perda, demonstração de quão verdadeiro é esse mas também da maior manifestação de pensamento. Foi em meio à tragédia do voo fraternidade que testemunhei em toda a da Chapecoense que a solidariedade e a minha vida. compaixão do povo colombiano emocionaram a todos nós brasileiros, A disputa que ocorria num campo de futebol, ou que deveria ocorrer, entre o Chapecoense inclusive a este que vos fala. e o Atlético Nacional, não pôde materializar- Muitos dos que prestaram a primeira se. Cedeu lugar a uma cerimônia tributária assistência às vítimas eram voluntários. Ao dos melhores sentimentos da humanidade, lado dos socorristas e autoridades, não naquele momento encarnados no povo hesitaram em ajudar o próximo e estender a colombiano. Foi uma das maiores mão amiga e providencial aos sobreviventes. demonstrações de fraternidade que qualquer Foi o caso do jovem Johan Alexis Ramírez um de nós pode ou deve ter testemunhado. de Castro, aqui presente, que conduziu as Não somos mais apenas vizinhos, e isso é primeiras equipes de resgate ao local do muito importante que se diga. Somos, mais desastre. Ao condecorá-lo, a ele e a todos, com a Ordem de Rio Branco, expressamos do que nunca, dois povos que se reconhecem nosso agradecimento à generosidade de pela amizade, pelo respeito, pelo afeto. Como dizia uma das faixas das torcidas no todos os que, nas circunstâncias mais difíceis estádio: “uma nova família nasce”. e arriscadas, estiveram no local da queda já nos primeiros momentos.

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O gesto de desprendimento do Atlético brasileiros, externar o nosso Nacional e de sua torcida, ao oferecer o título reconhecimento. da Copa Sul-Americana à Chapecoense, jamais será esquecido. Faz jus às melhores Estendo também meus cumprimentos ao tradições do clube “verdolaga” e à Ministro de Defesa Nacional da Colômbia, generosidade do povo colombiano. Luis Carlos Villegas, em cujo nome saúdo todos os agraciados com a Ordem do Mérito A Chapecoense é hoje campeã, o primeiro da Defesa. título internacional de um clube pequeno, que sonhava e vai continuar sonhando alto. O apoio dos colombianos permitiu que, Mas dividimos esta honraria com o Atlético dessa imensa tragédia, pudéssemos guardar Nacional, com a cidade de Medellín e com o a lembrança de um grande gesto da povo de Antióquia e da Colômbia. humanidade que alentou todo o Brasil.

Quero então mais uma vez agradecer a todos Não esqueceremos jamais o que perdemos, os senhores aqui condecorados. Ao mas tampouco esqueceremos os que governador de Antióquia, Luís Emilio Pérez compartilharam nossa dor. Nas palavras de Gutiérrez, ao prefeito de Medellín, Federico Dom Paulo Evaristo Arns, um grande Gutiérrez, pela liderança demonstrada nesse cardeal da Igreja Católica, nosso amigo difícil momento, pela eficiência com que pessoal, que ontem, infelizmente, também conduziram as ações de resgate e de apoio às nos deixou, ele dizia: “a fase da dor e do vítimas, e pelas inúmeras demonstrações de sofrimento serve para testar os verdadeiros espírito público num momento tão difícil e amigos”. penoso. Mais uma vez, muito obrigado, Medellín. À secretária de governo de Antióquia, Muito obrigado aos verdadeiros amigos da Victoria Eugenia Ramírez, ao Diretor- Colômbia. Executivo da Agência de Cooperação de Viva Colômbia! Medellín e Área Metropolitana, Sergio Escobar Solórzano, e ao Subsecretário de Planejamento de Segurança da Prefeitura de Medellín, Camilo Arango, por toda a dedicação na assistência às vítimas, às suas Comunicado Conjunto de estados-membros famílias e a todos os que se deslocaram a da OEA sobre os acontecimentos recentes na Medellín em meio à tragédia. E à jornalista República Bolivariana da Venezuela. Mónica Patricia Jaramillo, agradeço muito particularmente a bela e emotiva condução da cerimônia no estádio Atanásio Girardot, inclusive em alguns momentos ao meu lado. Declaração dos Chanceleres do Mercosul Você tornou-se inesquecível, Mónica, para sobre as negociações do Acordo de todos os brasileiros. Associação Birregional Mercosul–União Europeia, pelos tradicionais laços culturais, A imposição da insígnia da Ordem de Rio comerciais e de investimentos e pelo grande Branco é um pequeno gesto que não se potencial de crescimento dos fluxos de equipara ao apoio e consolo que recebemos comércio e investimentos entre eles. dos senhores. Esta cerimônia é apenas uma pequena oportunidade para que possamos, em nome de Chapecó e de todos os Comunicado sobre o plebiscito colombiano acerca dos acordos de paz com relação ao

54 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. plebiscito de 2 de outubro, por meio do qual Declaração dos chanceleres de Argentina, o povo colombiano se manifestou sobre os Brasil, Chile, Colômbia, México, Paraguai e acordos de paz. Uruguai, tendo iniciado o processo de diálogo entre representantes do Governo da República Bolivariana da Venezuela e da Declaração Conjunta emitida na conclusão Mesa da Unidade Democrática, na esperança da 23ª Reunião de Ministros do BASIC de que este diálogo alcance resultados sobre Mudança do Clima de Marrakesh concretos dentro de um prazo razoável. como uma etapa significativa no processo de implementação do Acordo de Paris e como um novo marco na aceleração da Comunicado conjunto dos governos da implementação pré-2020. Argentina, do Brasil, do Chile, da Colômbia, da Guatemala, do México, do Paraguai e do Uruguai sobre a difícil situação que Comunicado dos governos de Argentina, atravessa a Venezuela. Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai sobre a situação na Reunião entre os Ministros e Altas Venezuela acerca das manifestações. Autoridades das Relações Exteriores, do Interior, da Defesa, da Justiça, de Segurança e de Controle de Drogas de Argentina, Acordo sobre serviços aéreos entre a Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, para tratar a temática da segurança nas República Federativa do Brasil e a fronteiras e acordar objetivos prioritários e República de Cabo Verde. diretrizes para o desenvolvimento de ações Atos assinados por ocasião da XII Cimeira coordenadas. Brasil-Portugal.

ATOS INTERNACIONAIS EM VIGOR Declaração dos chanceleres de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Guatemala, México, Paraguai, Peru e Uruguai os Declaração conjunta do presidente da chanceleres reiteram seu apelo para que se República Federativa do Brasil e do mantenha vigente o diálogo entre o governo primeiro-ministro da República Portuguesa e a oposição na Venezuela. por ocasião da XII Cimeira Brasil-Portugal.

O governo brasileiro acolhe com satisfação a adoção, em 30 de junho, em Genebra, pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, de resolução que cria o cargo de CRIAÇÃO DO CARGO DE PERITO perito independente da ONU com vistas à INDEPENDENTE DA ONU SOBRE A proteção contra a violência e a discriminação PROTEÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA baseadas em orientação sexual e identidade BASEADA NA ORIENTAÇÃO de gênero. O texto, de iniciativa do Brasil, SEXUAL 01/07/2016 contou também com o apoio de Argentina,

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Chile, Colômbia, Costa Rica, México e registro de cidadãos brasileiros entre as Uruguai. vítimas do ataque.

A resolução representa passo concreto no reconhecimento pelas Nações Unidas da vulnerabilidade de lésbicas, gays, FALECIMENTO DE ELIE WIESEL bissexuais, travestis e transexuais à violência 03/07/2016 e à discriminação, em razão de sua O Brasil recebeu com pesar a notícia do orientação sexual e identidade de gênero. falecimento do humanista e ganhador do O futuro perito independente deverá Prêmio Nobel da Paz, Elie Wiesel, nos trabalhar juntamente com os governos e Estados Unidos, no sábado 2 de julho. agências das Nações Unidas para promover Sobrevivente do Holocausto, Elie Wiesel, medidas de proteção, examinar formas de em artigos jornalísticos, livros e violência e discriminação existentes e pronunciamentos públicos, procurou oferecer aconselhamento, assistência assegurar-se de que o mundo nunca esqueça técnica, formação e cooperação aquele infame genocídio. Para que nunca internacional. mais se repita semelhante tragédia. Seu legado importantíssimo é o da preservação da memória e da promoção dos valores do ATENTADO EM DACA 03/07/2016 humanismo contra os flagelos da barbárie, da intolerância e do fanatismo. O governo brasileiro condena, nos mais fortes termos, o atentado terrorista ocorrido Ao transmitir suas condolências à família de em restaurante localizado no bairro Elie Wiesel, o Brasil reitera seu diplomático da cidade de Daca, capital de compromisso de honrar as vítimas do Bangladesh, entre os dias 1 e 2 de julho Holocausto e de trabalhar sempre para a corrente. Vinte pessoas teriam sido promoção dos Direitos Humanos, da assassinadas por terroristas supostamente diversidade, da dignidade humana e da paz.

COMUNICADOS, NOTAS, MENSAGENS E INFORMAÇÕES ATENTADO EM BAGDÁ 04/07/2016

O governo brasileiro manifesta sua afiliados ao autointitulado “Estado veemente condenação aos atentados Islâmico” – entre as quais cidadãos terroristas ocorridos em Bagdá no último dia bangladeses, italianos, japoneses e indianos. dois, que resultaram na morte de mais de duas centenas de pessoas e em número Ao repudiar veementemente o terrorismo e similar de feridos. qualquer ato de violência contra civis inocentes, quaisquer que sejam suas Ao transmitir sua solidariedade aos motivações, o Brasil presta sua solidariedade familiares das vítimas e aos sobreviventes, o às famílias das vítimas, ao povo e ao governo governo brasileiro reitera sua confiança em de Bangladesh e dos demais países afetados. que o povo e o governo do Iraque saberão preservar o rico mosaico cultural, étnico e A Embaixada do Brasil em Daca acompanha religioso de sua sociedade em face dos sérios de perto os acontecimentos. A comunidade desafios de segurança que o país enfrenta. brasileira em Bangladesh é de Nesse esforço, o governo iraquiano pode aproximadamente 50 pessoas. Não há

56 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. contar com o apoio do Brasil, tanto no plano CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO bilateral quanto nos foros multilaterais. EMBAIXADOR DO BRASIL NA REPÚBLICA DA TURQUIA 07/07/2016 O governo brasileiro repudia terminantemente o recurso a atos de O governo brasileiro tem a satisfação de violência contra civis inocentes, quaisquer informar que o governo da República da que sejam suas motivações, e reitera seu Turquia concedeu agrément a Eduardo apoio ao povo e ao governo do Iraque em seu Ricardo Gradilone Neto como embaixador combate ao terrorismo. extraordinário e plenipotenciário do Brasil naquele país. De acordo com a Constituição, A Embaixada brasileira em Bagdá essa designação ainda deverá ser submetida acompanha atentamente as repercussões do à apreciação do Senado Federal. atentado, não havendo registro de vítimas brasileiras. Eduardo Ricardo Gradilone Neto foi embaixador do Brasil na Nova Zelândia e Subsecretário-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior. Serviu nas ENCHENTES NA CHINA 05/07/2016 Embaixadas no Vaticano, Tóquio, Londres, O governo brasileiro recebeu com Paramaribo, Bogotá e Washington. consternação a notícia das enchentes que Brasil e Turquia estabeleceram relações atingiram várias regiões do centro e do sul diplomáticas em 1858. da República Popular da China, causando dezenas de vítimas e o deslocamento de mais de um milhão de pessoas.

O governo brasileiro transmite suas condolências e sua solidariedade aos familiares das vítimas, bem como ao povo e ao governo da China. CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NOS ESTADOS UNIDOS 07/07/2016

ATENTADOS NA ARÁBIA SAUDITA O governo brasileiro tem a satisfação de 06/07/2016 informar que o governo dos Estados Unidos da América concedeu agrément a Sérgio O governo brasileiro condena os atentados Silva do Amaral como embaixador perpetrados ontem, 4 de julho, na Arábia extraordinário e plenipotenciário do Brasil Saudita, nas cidades de Jeddah, Medina e naquele país. De acordo com a Constituição, Qatif. A realização de atos nas proximidades essa designação ainda deverá ser submetida da Mesquita do Profeta, em Medina, durante à apreciação do Senado Federal. o período do Ramadã, torna-os ainda mais deploráveis. Sérgio Amaral foi ministro do Desenvolvimento, da Indústria e do Ao transmitir sua solidariedade aos Comércio Exterior, ministro chefe da familiares das vítimas e ao governo e ao Secretaria de Comunicação da Presidência povo da Arábia Saudita, o Brasil reafirma da República e presidente da Associação dos seu repúdio a todo e qualquer ato terrorista. Países Produtores de Café. Diplomata de carreira, foi embaixador em Paris e Londres, além de ter servido nas embaixadas em

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Washington, Bonn e na delegação Presidentes do Brasil e do México de maio permanente em Genebra. de 2015.

As duas delegações demonstram satisfação com a dinâmica das negociações e ATENTADO EM BANGLADESH reafirmaram o compromisso de contar com 07/07/2016 um acordo ambicioso e equilibrado.

O governo brasileiro condena o atentado O México representa para o Brasil um terrorista perpetrado hoje, 7 de julho, no mercado potencial de 119,5 milhões de distrito de Kishoreganj, em Bangladesh. habitantes. As exportações brasileiras para o Esse ato de violência, que vitimou quatro México são de 3,588 bilhões de dólares. Em pessoas, ocorre apenas 5 dias após atentado 2015, o comércio total entre os dois países que consternou o país sul-asiático e o chegou a 7,966 bilhões de dólares. mundo.

Ao transmitir sua solidariedade aos familiares das vítimas, bem como ao ATENTADO EM DAMBOA, NIGÉRIA governo e ao povo de Bangladesh, o Brasil 08/07/2016 reafirma seu repúdio a todo e qualquer ato terrorista. O governo brasileiro condena os ataques terroristas na mesquita de Damboa, no nordeste da Nigéria, em 8 de julho, os quais resultaram em dezenas de mortos e feridos.

Ao repudiar, nos mais fortes termos, todo e qualquer ato de terrorismo, o Brasil manifesta sua solidariedade às famílias das IV REUNIÃO NEGOCIADORA PARA vítimas e ao povo e governo da Nigéria. A AMPLIAÇÃO E APROFUNDAMENTO DO ACORDO DE COMPLEMENTAÇÃO ECONÔMICA Nº 53 (ACE 53) ENTRE POLICIAS MORTOS EM DALLAS BRASIL E O MÉXICO – BRASÍLIA, 7 08/07/2016 DE JULHO DE 2016 O Governo brasileiro manifesta sua Realizou-se de 5 a 7 de julho do corrente, em solidariedade aos Estados Unidos da Brasília, a IV Reunião Negociadora para a América e às famílias dos policiais Ampliação e Aprofundamento do Acordo de covardemente assassinados quando, no Complementação Econômica Nº 53 (ACE cumprimento do dever, velavam pela 53), da qual participaram funcionários dos segurança de manifestação pacífica contra a governos da República Federativa do Brasil violência na cidade de Dallas, e faz votos e dos Estados Unidos Mexicanos. pelo pronto restabelecimento dos feridos no ataque. O objetivo da reunião negociadora foi avançar na revisão e análise de textos das diversas disciplinas que integrarão o aprofundamento do ACE 53, com vistas a CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO que o acordo inclua tanto bens agrícolas EMBAIXADOR DO BRASIL NA como industriais, conforme o mandato dos ALEMANHA 08/07/2016

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O governo brasileiro tem a satisfação de CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO informar que o governo da República EMBAIXADOR DA REPÚBLICA DA Federal da Alemanha concedeu agrément a TURQUIA 08/07/2016 Mario Vilalva como embaixador extraordinário e plenipotenciário do Brasil O governo brasileiro tem a satisfação de naquele país. De acordo com a Constituição, informar que concedeu agrément ao senhor essa designação ainda deverá ser submetida Ali Kaya Savut como embaixador à apreciação do Senado Federal. extraordinário e plenipotenciário da República da Turquia no Brasil. Atual embaixador do Brasil em Lisboa (2010-2016), Mario Vilalva foi embaixador Brasil e Turquia estabeleceram relações em Santiago do Chile (2006-2010) e cônsul- diplomáticas em 1858. geral em Boston (1996-1999). Ao longo da carreira diplomática, serviu nas embaixadas em Washington, Pretória, Roma e Lisboa. ATAQUE NA VENEZUELA 09/07/2016 No Brasil, atuou como secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do O governo brasileiro lamenta e condena o Planejamento, Orçamento e Gestão e como ataque ocorrido ontem contra uma das sedes diretor-geral do Departamento de Promoção da polícia do estado de Portuguesa, no Comercial do Itamaraty. centro-oeste da Venezuela, que deixou dezenas de feridos e um policial morto. Ao transmitir às vítimas, aos seus familiares e ao povo venezuelano sua solidariedade, o CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO Brasil reitera seu repúdio ao ato de violência. EMBAIXADOR DO BRASIL JUNTO À UNIÃO EUROPEIA 08/07/2016

O governo brasileiro tem a satisfação de BICENTENÁRIO DA informar que o Conselho Europeu e a INDEPENDÊNCIA ARGENTINA Comissão Europeia concederam agrément a 09/07/2016 Everton Vieira Vargas como embaixador extraordinário e plenipotenciário do Brasil A República Argentina celebra, hoje, o 200º junto à União Europeia. De acordo com a aniversário de sua independência. Constituição, essa designação ainda deverá Nas comemorações em Tucumán, o governo ser submetida à apreciação do Senado brasileiro se faz representar pelo ministro da Federal. Defesa, , pelo ministro-chefe Everton Vargas é embaixador em Buenos do Gabinete de Segurança Institucional, Aires, foi embaixador em Berlim e serviu general de exército Sergio Westphalen como diplomata nas embaixadas em Tóquio Etchegoyen, e pelo embaixador do Brasil em e Bonn e na missão do Brasil junto à ONU, Buenos Aires, Everton Vieira Vargas. em Nova York. Em Brasília, foi A Argentina, sócio fundamental na subsecretário-geral, chefe de gabinete do construção do projeto de integração regional secretário-geral das Relações Exteriores e representado pelo Mercosul, é um parceiro diretor do Departamento de Meio Ambiente prioritário do Brasil, e essa relação bilateral e Temas Especiais. de amizade e confiança contribuiu para a constituição de um espaço regional de paz e de cooperação.

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O governo brasileiro congratula o governo e ACORDO NA OMC AUMENTA o povo da Argentina pelas conquistas EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS PARA alcançadas desde a sua independência e A UNIÃO EUROPEIA EM CERCA DE reafirma a disposição de seguir trabalhando R$ 250 MILHÕES POR ANO – 14 DE para que, sobre as sólidas bases já existentes, JULHO DE 2016 as relações entre os dois países se fortaleçam ainda mais, sob o marco da fraternidade, do Foi divulgado hoje, em Genebra, acordo dinamismo e de um futuro de prosperidade assinado em 12 de julho que concluiu a compartilhada. negociação com a União Europeia para compensações ao Brasil, em razão da acessão da Croácia àquele bloco. Após três anos de negociações, conduzidas em estreita SITUAÇÃO NO SUDÃO DO SUL coordenação com o setor privado brasileiro, 10/07/2016 o resultado alcançado amplia as quotas com O governo brasileiro acompanha com tarifas de importação reduzidas para açúcar preocupação a situação no Sudão do Sul, e carnes de frango e de peru, o que onde enfrentamentos armados na capital aumentará as exportações brasileiras para a União Europeia em cerca de R$ 250 milhões Juba resultaram, ontem, em grande número por ano. O resultado será incorporado às de mortes. O governo brasileiro condena o uso da violência e expressa sua solidariedade listas de compromissos da União Europeia ao povo do Sudão do Sul. na OMC e não poderá ser alterado sem nova negociação. Ao lamentar profundamente o episódio, ocorrido na véspera do quinto aniversário da No setor sucroalcoleiro, além da ampliação independência do Sudão do Sul, o Brasil da quota tarifária já existente para o açúcar em 114 mil toneladas por ano, durante sete reitera o repúdio ao recurso à violência como anos serão aplicáveis tarifas intraquota mais forma de dirimir disputas e conclama as partes envolvidas a absterem-se de novos baixas do que as vigentes para a quota enfrentamentos e a buscarem solução atualmente existente. Sob as regras da OMC, política por meio do diálogo e em plena os montantes são negociados em função das exportações anteriores do Brasil para a adesão ao espírito e aos termos do acordo de Croácia que foram afetadas por elevação das paz alcançado em agosto de 2015. tarifas de importação em resultado da aplicação da tarifa da União Europeia pela Croácia a partir de sua adesão ao bloco. O ATAQUES NA TURQUIA 11/07/2016 Brasil confia em que as novas condições acordadas serão implementadas com a maior O governo brasileiro condena os ataques brevidade possível, para que os exportadores ocorridos na Turquia, nos dias de ontem e brasileiros possam delas se beneficiar já no hoje, nas províncias de Mardin, de Hakkari e início do segundo semestre de 2016. de Van, que deixaram diversos mortos e feridos.

Ao reiterar seu repúdio a todos os atos de FALECIMENTO DE HECTOR terrorismo, o governo brasileiro manifesta BABENCO 14/07/2016 sua solidariedade ao povo e ao governo da Turquia e presta suas condolências aos “Lamento profundamente a perda de Hector familiares das vítimas. Babenco, meu amigo pessoal e querido, grande cineasta brasileiro.

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Nascido na Argentina, Hector dirigiu filmes 2014 e 2015, os investimentos neerlandeses clássicos da cinematografia nacional, como no Brasil atingiram US$ 8,7 bilhões e US$ Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia, 11,5 bilhões, respectivamente. O número de Pixote e Carandiru. Teve também uma bem empresas neerlandesas no Brasil passou de sucedida carreira internacional, com filmes 50, em 1995, para mais de 150, em 2013. como Ironweed e o Beijo da Mulher Aranha, Nesse grupo, incluem-se grandes pelo qual foi indicado para o Oscar de conglomerados internacionais, exportadores melhor diretor. de produtos e serviços de alto valor agregado. Vale a pena que todos revejam, e apreciem, a obra de Babenco. Essa é a melhor Recentemente, ampliou-se também a homenagem que pode ser feita a um artista presença de empresas brasileiras nos Países de seu talento e sensibilidade.” Baixos, que acolhem o terceiro maior estoque de investimento brasileiro no José Serra exterior. Ministro de Estado das Relações Exteriores Em 2015, os Países Baixos foram o quinto maior parceiro comercial do Brasil. A corrente de comércio totalizou US$ 12,5 bilhões, com saldo comercial superavitário VISITA DO MINISTRO DOS da ordem de US$ 7,6 bilhões em favor do NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DO Brasil. As exportações brasileiras para o país REINO DOS PAÍSES BAIXOS, BERT ultrapassaram os US$ 10 bilhões, e as KOENDERS – RIO DE JANEIRO E importações somaram US$ 2,5 bilhões. O BRASÍLIA, 15 A 19 DE JULHO DE 2016 Brasil se beneficia do porto de Roterdã como O Ministro dos Negócios Estrangeiros dos porta de entrada para a venda de produtos Países Baixos, Bert Koenders, realiza visita brasileiros para diversos países europeus. ao Brasil no período de 15 e 19 de julho. No dia 18, em Brasília, o Ministro neerlandês será recebido pelo Ministro das Relações ATENTADO EM NICE 15/07/2016 Exteriores, José Serra. Quando novas informações vêm à luz em No encontro com o Ministro José Serra, relação à execrável ação criminosa ocorrida deverão ser tratados os principais temas da na noite de ontem, 14 de julho, em Nice, o agenda bilateral, além de questões regionais governo do Brasil reitera seu mais firme e e multilaterais. Deverão ser discutidas as decidido repúdio ao terrorismo, em todas as negociações comerciais entre o suas formas e quaisquer que sejam suas MERCOSUL e a União Europeia, assim motivações. Nada, absolutamente nada, como questões em áreas nas quais há grande pode justificar semelhante selvageria contra potencial de cooperação, como crianças, mulheres e homens inocentes, dos infraestrutura, logística, educação, e ciência, mais diversos cantos do mundo, reunidos tecnologia e inovação. para celebrar em paz os valores da liberdade, da igualdade e da fraternidade, valores que o O relacionamento do Brasil com os Países Baixos tem-se intensificado nos últimos flagelo do extremismo terrorista busca anos, sobretudo no campo dos suprimir. investimentos. Os Países Baixos são o A solidariedade dos brasileiros vai nesse segundo maior investidor estrangeiro no momento aos familiares das vítimas, aos Brasil, por estoque de investimentos. Em vários feridos de diferentes nacionalidades

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 61 que lutam pela vida, ao governo francês e à A Unesco, ao reconhecer o valor universal França inteira. Mais uma vez, como afirmou excepcional da Pampulha, considerou o o Presidente Michel Temer, somos todos conjunto como símbolo de uma arquitetura franceses. moderna distante da rigidez do construtivismo e adaptada de forma orgânica às tradições locais e às condicionantes ambientais brasileiras. Essa abordagem SITUAÇÃO NA TURQUIA 15/07/2016 pioneira, fruto da colaboração entre Oscar Na expectativa de informações mais precisas Niemeyer, Roberto Burle Marx e Candido sobre os eventos em curso na Turquia, o Portinari, entre outros grandes artistas, criou governo brasileiro acompanha com atenção uma nova linguagem arquitetônica fluida e a evolução da situação e recomenda aos integrada às artes plásticas, ao design e à cidadãos brasileiros residentes ou de paisagem. passagem por aquele país que tomem as medidas necessárias para garantir sua A decisão recomenda também que o Brasil segurança até que a situação se normalize. restaure elementos do complexo, amplie o plano de gestão para incorporar os A Embaixada do Brasil em Ancara e o compromissos assumidos no processo de Consulado-Geral do Brasil em Istambul avaliação da candidatura, estabeleça uma funcionam em regime de plantão de 24 horas estratégia de turismo para a área e adote e estão atentos à situação dos brasileiros, medidas para melhorar a qualidade da água inclusive aqueles que integram delegações da lagoa. Essas providências exigirão a ação oficiais em visita à Turquia. conjunta dos governos federal, estadual e municipal, em harmonia com a comunidade local.

DECLARAÇÃO DO MINISTRO DAS O êxito da candidatura do Conjunto RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ Moderno da Pampulha, que passa a ser o 20º SERRA, SOBRE A SITUAÇÃO NA bem brasileiro inscrito na Lista do TURQUIA 15/07/2016 Patrimônio Mundial, somente foi possível graças à participação ativa da sociedade "Em relação aos acontecimentos em curso na civil e ao trabalho coordenado do Ministério Turquia, o governo brasileiro insta todas as das Relações Exteriores, do Ministério da partes a se absterem do recurso à violência e Cultura, do Instituto do Patrimônio Histórico recorda a necessidade de pleno respeito às e Artístico Nacional (Iphan), do Governo do instituições e à ordem constitucional." Estado de Minas Gerais e da Prefeitura de Belo Horizonte.

INSCRIÇÃO DO CONJUNTO Ministério das Relações Exteriores MODERNO DA PAMPUKHA NA Ministério da Cultura LISTA DO PATRIMÔNIO MUNDIAL

DA UNESCO – ISTAMBUK, 17 DE JULHO DE 2016 CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA O governo brasileiro recebeu com grande ÁUSTRALIA 18/07/2016 satisfação a decisão da UNESCO de inscrever o Conjunto Moderno da Pampulha, O governo brasileiro tem a satisfação de em Belo Horizonte, na Lista do Patrimônio informar que o governo da República da Mundial. Áustria concedeu agrément a Ricardo Neiva

62 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Tavares como embaixador extraordinário e O Brasil sediará, em 2016, a XI Conferência plenipotenciário do Brasil naquele país. De de Chefes de Estado e de Governo da acordo com a Constituição, essa designação Comunidade, ocasião em que assumirá a ainda deverá ser submetida à apreciação do presidência rotativa da CPLP pelo biênio Senado Federal. 2016-2018.

Ricardo Neiva Tavares é embaixador do Criada formalmente em 17 de julho de 1996, Brasil na Itália e, cumulativamente, em a CPLP é formada por Angola, Brasil, Cabo Malta e San Marino. Anteriormente, foi Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São embaixador junto à União Europeia (2008- Tomé e Príncipe, Portugal, Timor-Leste 2013). Como diplomata de carreira, serviu (desde 2002) e Guiné Equatorial (desde na missão do Brasil junto às Nações Unidas, 2014). em Nova York, e nas embaixadas em Paris, Tóquio e Camberra. No Brasil, foi porta-voz do Itamaraty e assessor especial do ministro SITUAÇÃO NA TURQUIA 18/07/2016 de estado das Relações Exteriores. O governo brasileiro registra o fim, graças a

esforço que contou com a participação da 20 ANOS DA CPLP 18/07/2016 sociedade civil e o apoio unânime dos partidos políticos representados no O governo brasileiro registra com satisfação Parlamento turco, do lamentável episódio o 20º aniversário da Comunidade dos Países que vitimou centenas de pessoas na Turquia de Língua Portuguesa (CPLP), celebrado em no último dia 15 de julho. 17 de julho. Manifestamos, contudo, nossa preocupação Ao longo dos últimos vinte anos, a CPLP com relatos de cerceamento de liberdades logrou consolidar-se como plataforma de individuais de milhares de membros do integração e interlocução entre os países de Poder Judiciário, incluindo juízes e língua portuguesa e desses com o mundo, procuradores, na sequência daquele tendo-se tornado um organismo episódio. internacional com credibilidade junto à comunidade das nações. O governo brasileiro continua a acompanhar com atenção os eventos na Turquia e espera "Confirmo o compromisso inequívoco do que a paz e a tranquilidade institucional Brasil com a Comunidade dos Países de sejam plenamente restabelecidas naquele Língua Portuguesa - compromisso de país amigo. primeira hora, que muito nos orgulha. Reafirmo a determinação brasileira de seguir José Serra concorrendo para a construção do futuro de Ministro das Relações Exteriores uma Organização que queremos crescentemente afinada com os valores e com os interesses do conjunto de seus VSITA DO MINISTRO JOSÉ SERRA membros", afirmou o presidente da AO MÉXICO – CIDADE DO MÉXICO, República em exercício Michel Temer, em 25 DE JULHO DE 2016 mensagem encaminhada à sessão solene 22/07/2016 comemorativa dos 20 anos da CPLP, realizada hoje, 18 de julho, na sede da O ministro das Relações Exteriores, José organização, em Lisboa. Serra, visitará o México no dia 25 de julho. Na ocasião, manterá reuniões de trabalho

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 63 com a chanceler Claudia Ruiz Massieu e SITUAÇÃO NO MALI 22/07/2016 com o secretário de Economia, Ildefonso Guajardo, com quem repassará a agenda O governo brasileiro acompanha com bilateral, incluindo as negociações para a preocupação a situação no Mali, onde ampliação e aprofundamento do acordo enfrentamentos armados na cidade de bilateral de preferências comerciais (Acordo Nampala, próximo à fronteira com a de Complementação Econômica nº 53), bem Mauritânia, resultaram em cerca de uma como temas regionais e globais. centena de mortos e feridos. O governo brasileiro condena o uso da violência por O Brasil e o México são as duas maiores grupos armados contra as forças armadas do economias latino-americanas. A corrente de Mali e expressa sua solidariedade ao povo e comércio bilateral totalizou US$ 8 bilhões ao governo malinês. em 2015. Ao lamentar profundamente os ataques A visita do ministro José Serra ocorre em contra as forças armadas malinesas no dia 19 momento de dinamização das relações entre e 20 de julho, o Brasil reitera o repúdio ao o Brasil e o México. Além das discussões recurso à violência como forma de dirimir para a ampliação do comércio e dos disputas e conclama os diferentes grupos investimentos entre os dois países, durante a com atuação no Mali à plena adesão ao visita deverá ser firmado o Acordo para o espírito e aos termos do Acordo de Paz e de Reconhecimento Mútuo da Cachaça e da Reconciliação assinado em maio de 2015. Tequila como Indicações Geográficas e Produtos Distintivos do Brasil e do México.

ATENTADO EM CABUL 23/07/2016

ATAQUE EM MUNIQUE 22/07/2016 O governo brasileiro recebeu com consternação a notícia de mais um atentado O governo brasileiro condena o ataque em Cabul, na manhã de hoje, reivindicado ocorrido na cidade de Munique, Alemanha, pelo Estado Islâmico, durante uma no dia de hoje, 22 de julho, que deixou, manifestação pacífica, e que teria feito mais segundo a polícia alemã, ao menos 8 mortos de 80 mortos. e vários feridos. O governo brasileiro condena nos termos Ao expressar seu repúdio ao ato de mais veementes este ato de barbárie e violência, cujas circunstâncias ainda não expressa sua solidariedade às famílias das estão claras, o governo brasileiro solidariza- vítimas, ao povo e ao governo afegãos. O se com o povo e o governo da Alemanha e Brasil apoia firmemente os esforços do presta suas condolências aos familiares das governo do Afeganistão no sentido de conter vítimas. atos de violência sectária. Tais esforços terão reflexos importantes para a estabilidade de Não há notícias, até o momento, de vítimas toda a região. brasileiras. Os seguintes números de telefone encontram-se à disposição dos cidadãos brasileiros para comunicação de emergências consulares na região de ATENDADOS NO IRAQUE 24/07/2016 Munique: +55 61 98197-2284 (Brasil) e +49 O governo brasileiro tomou conhecimento, 17 3378-3470 (Alemanha). com consternação, dos atentados perpetrados hoje em áreas de grande circulação de civis na cidade de Bagdá, que

64 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. deixaram cerca de 15 vítimas fatais, além de CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" À dezenas de feridos. EMBAIXADORA DO BRASIL NA TUNÍSIA 28/07/2016 Ao reafirmar seu mais absoluto repúdio ao terrorismo e ao recurso à violência contra O governo brasileiro tem a satisfação de civis inocentes, independentemente da informar que o governo da República da motivação política, o governo brasileiro Tunísia concedeu agrément a Márcia Maro manifesta sua solidariedade ao governo e ao da Silva como embaixadora extraordinária e povo do Iraque e, em particular, às famílias plenipotenciária do Brasil naquele país. De das vítimas. acordo com a Constituição, essa designação ainda deverá ser submetida à apreciação do Senado Federal.

ENCHENTES NA CHINA 24/07/2016 Márcia Maro da Silva é, desde 2011, O governo brasileiro transmite sua embaixadora do Brasil no Zimbábue. Ao solidariedade ao governo e ao povo da China longo da carreira diplomática, serviu no Consulado-Geral em Buenos Aires, na diante da tragédia ocasionada pelas Embaixada em Pretória e na Missão do enchentes ocorridas na última semana, que provocaram centenas de vítimas, entre Brasil junto à Organização dos Estados mortos e desaparecidos, deixaram milhares Americanos. de desabrigados e geraram pesados danos materiais em diversas regiões do país, em particular nas províncias de Hubei e Henan. NOTA DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES JOSÉ O governo brasileiro espera que as SERRA 29/07/2016 populações deslocadas possam retornar às suas casas no mais breve prazo e que os O Ministério da Agricultura, Pecuária e trabalhos de reconstrução permitam a rápida Abastecimento anunciou hoje a conclusão retomada das atividades normais nas áreas dos procedimentos técnicos para a abertura atingidas. recíproca dos mercados norte-americano e brasileiro de carne bovina “in natura”, que passam a estar agora efetivamente ao alcance dos exportadores de ambos os ATENTADOS NA SÍRIA 27/07/2016 países. O governo brasileiro condena o duplo atentado perpetrado em 27 de julho na Esta fase final contou com a decisiva participação do Ministro da Agricultura, cidade de Qamishli, no nordeste da Síria, Blairo Maggi, em negociações diretas com o mais um crime reivindicado pela organização terrorista autodenominada Departamento de Agricultura dos Estados “Estado Islâmico”, que resultou em dezenas Unidos da América, no contexto do Comitê Consultivo Agrícola. de mortos e feridos.

O governo brasileiro transmite aos O Comitê Consultivo Agrícola é um dos familiares das vítimas, ao povo sírio e à diversos canais de comunicação institucional entre os governos brasileiro e comunidade curda seus sentimentos de norte-americano que vêm sendo retomados e solidariedade e reitera seu absoluto repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo. valorizados para intensificar o relacionamento bilateral.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 65

O acesso ao mercado norte-americano abre Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos excepcionais perspectivas para os Rio 2016. exportadores brasileiros e prenuncia novas oportunidades de negócio. No encontro com o Ministro Serra, serão examinados temas da agenda bilateral e questões regionais e multilaterais, bem como ações para ampliar o fluxo de comércio e de CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO investimentos entre o Brasil e a Suíça. EMBAIXADOR DO BRASIL NA REPÚBLICA ITALIANA 03/08/2016 Parceiros estratégicos desde 2008, Brasil e Suíça mantêm intensa cooperação bilateral, O governo brasileiro tem a satisfação de na qual se destacam os investimentos informar que o governo da República recíprocos, o auxílio prestado por aquele Italiana concedeu agrément a Antonio de país na recuperação de ativos financeiros e Aguiar Patriota como embaixador as parcerias na área de ciência, tecnologia e extraordinário e plenipotenciário do Brasil inovação. A Suíça, juntamente com naquele país. Noruega, Islândia e Liechtenstein, integra a Associação Europeia de Livre-Comércio Brasil e Itália estabeleceram relações diplomáticas em 1861. (EFTA), que tem mantido diálogo com o MERCOSUL com vistas ao lançamento de O embaixador Antonio Patriota foi ministro negociações comerciais entre os dois das Relações Exteriores, representante blocos. permanente do Brasil junto às Nações Unidas e embaixador do Brasil em O Brasil é o principal destino de Washington. Também serviu na Delegação investimentos diretos da Suíça na América Latina e Caribe: em 2015, o montante Permanente do Brasil em Genebra e nas alcançou US$ 1,1 bilhão, 49% do total embaixadas em Caracas e em Pequim. investido na região. No mesmo ano, o De acordo com a Constituição, essa comércio bilateral totalizou US$ 4,27 designação ainda deverá ser submetida à bilhões. apreciação do Senado Federal.

ATENTADO TERRORISTA NA ÍNDIA VISITA AO BRASIL DO PRESIDENTE 05/08/2016 DA CONFEDERAÇÃO SUÍÇA, O governo brasileiro repudia o atentado JOHANN SCHNEIDER-AMMANN – terrorista ocorrido em área comercial no BRASÍLIA E RIO DE JANEIRO, 4 A 7 distrito de Kokrajhar, no estado de Assam, DE AGOSTO DE 2016 Índia, hoje, dia 5 de agosto, com quatorze 04/08/2016 vítimas fatais e cerca de vinte feridos. O presidente da Confederação Suíça e Ao condenar veementemente o terrorismo e conselheiro federal de Assuntos Econômicos, Educação e Pesquisa, Johann a violência contra civis inocentes, quaisquer Schneider-Ammann, realizará visita ao que sejam suas motivações, o Brasil presta sua solidariedade às famílias das vítimas, ao Brasil no período de 4 a 7 de agosto. No dia povo e ao governo da Índia. 4, será recebido, em Brasília, pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra. No dia 5, no Rio de Janeiro, participará da

66 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO perpetrado contra hospital localizado na EMBAIXADOR DO BRASIL EM OMÃ cidade de Quetta, no Paquistão, que resultou 08/08/2016 na morte de várias dezenas de pessoas, e em mais de uma centena de feridos. O governo brasileiro tem a satisfação de informar que o governo do Sultanato de Omã O governo brasileiro reitera sua mais concedeu agrément a José Marcos Nogueira vigorosa condenação ao terrorismo e à Viana como embaixador extraordinário e violência contra civis inocentes e presta sua plenipotenciário do Brasil naquele país. De solidariedade aos familiares das vítimas, ao acordo com a Constituição, essa designação povo e ao governo do Paquistão. ainda deverá ser submetida à apreciação do Senado Federal. VISITA DO MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DA José Marcos Nogueira Viana é, desde 2011, FINLÂNDIA, TIMO SOINI – BRASÍLIA embaixador do Brasil na Dominica. Ao E RIO DE JANEIRO, 11 A 14 DE longo da carreira diplomática, serviu nas AGOSTO DE 2016 11/08/2016 embaixadas em La Paz, Trípoli, Viena e Paramaribo, no Consulado-Geral em Boston O ministro dos Negócios Estrangeiros da e na Delegação Permanente do Brasil em Finlândia, Timo Soini, realizará visita ao Genebra. Brasil de 11 a 14 de agosto.

No dia 11, o Ministro Timo Soini será recebido, em Brasília, pelo ministro das PASSAGEM DA TEMPESTADE Relações Exteriores José Serra. No encontro, TROPICAL "EARL" PELO MÉXICO os ministros examinarão temas da agenda 08/08/2016 bilateral, regional e multilateral, como comércio, investimentos e negociações O Governo brasileiro tomou conhecimento, comerciais entre o MERCOSUL e a União com profundo pesar, das perdas humanas e Europeia. Na ocasião, será assinado materiais provocadas pela passagem da documento que fixa prioridades para a tempestade tropical "Earl" pelo México, cooperação entre o Brasil e a Finlândia. particularmente nos estados de Puebla, Veracruz e Hidalgo. O encontro representa oportunidade para fortalecer a cooperação bilateral nas áreas de O Brasil transmite suas condolências e sua educação e de ciência, tecnologia e solidariedade aos familiares das vítimas, inovação. A Finlândia é referência bem como ao povo e ao Governo do México. internacional em educação e um dos países que mais investem em inovação (cerca de De acordo com as informações disponíveis 4% do PIB). Alcançou, em 2015, o 6º lugar até o momento no Consulado-Geral do Brasil na Cidade do México, não há registro no Índice Global de Inovação da de cidadãos brasileiros entre as vítimas da Organização Mundial da Propriedade tormenta. Intelectual.

Há cerca de 50 empresas finlandesas no Brasil, com atuação principalmente nos ATAQUE CONTRA HOSPITAL NO setores de telecomunicações, florestal, PAQUISTÃO 08/08/2016 mineração e energia.

O governo brasileiro recebeu com profunda consternação a notícia de atentado

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 67

COMUNICADO CONJUNTO DE necessárias para avançar à fase de petição do ESTADOS-MEMBROS DA OEA referendo revogatório presidencial. SOBRE OS ACONTECIMENTOS RECENTES NA REPÚBLICA Fazemos um chamado às autoridades BOLIVARIANA DA VENEZUELA venezuelanas a garantir o exercício dos 11/08/2016 direitos constitucionais do povo venezuelano e, também, que se cumpram, de Nós, abaixo assinados, estados membros da forma clara, concreta e sem demora, as Organização dos Estados Americanos etapas restantes para a realização do (OEA), sublinhamos nosso compromisso referendo revogatório presidencial, com a Carta da Organização e a Carta contribuindo, assim, para resolver rápida e Democrática Interamericana, a declaração eficazmente as atuais dificuldades políticas, do Conselho Permanente da OEA sobre a sociais e econômicas naquele país. Venezuela de primeiro de junho de 2016 (CP / DEC 63/16), bem como nosso apoio a um diálogo político tempestivo, nacional, Argentina, Belize, Brasil, Canadá, Chile, inclusivo e eficaz para fazer frente às Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, necessidades urgentes do povo venezuelano, Guatemala, Honduras, México, Panamá, preservar a paz e a segurança, assegurar o Paraguai, Peru e Uruguai pleno respeito aos direitos humanos, ao devido processo, à separação de poderes e à consolidação da democracia representativa. APROVAÇÃO DO ACORDO DE PARIS Levamos em consideração a apresentação do PELO SENADO FEDERAL 11/08/2016 ex-presidente de governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, de 21 de junho de O Ministério das Relações Exteriores 2016, sobre a iniciativa de promover o recebeu com grande satisfação a aprovação diálogo político nacional na Venezuela, bem hoje, pelo Senado Federal, do Acordo de como o relatório do Secretário-Geral da Paris sob a Convenção-Quadro das Nações OEA, Luis Almagro Lemes, de 23 de junho Unidas sobre Mudança do Clima de 2016, apresentado em conformidade com (UNFCCC). a Carta Democrática Interamericana, e as O Acordo, concluído em dezembro de 2015 observações apresentadas pelos estados na Conferência do Clima de Paris (COP-21) membros em ambas as reuniões do Conselho e assinado pelo Brasil em 22 de abril de Permanente. 2016, é um marco no esforço global de Instamos o governo da Venezuela e a combate à mudança do clima. O Brasil oposição a manter o mais rapidamente contribuiu ativamente para a adoção do possível um diálogo franco e eficaz, de Acordo, engajando-se desde o princípio nas maneira direta, ou com o apoio de negociações, trabalhando para a construção facilitadores, que permita encontrar soluções de consensos e demonstrando ambição em duradouras em um clima de paz e de respeito suas ações domésticas. mútuo, exortando-os a manter a observância O Acordo estabelece marco ambicioso, das formas de expressão e participação equilibrado e duradouro para as ações de pacíficas e não violentas. combate à mudança do clima de todos os Tomamos nota do anúncio feito pelo países e para o apoio internacional a países Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela em desenvolvimento. Ao fortalecer a sobre a verificação das assinaturas UNFCCC, o Acordo representa também a

68 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. importância do multilateralismo como nas áreas de cooperação educacional e ferramenta legítima para a resposta ao maior técnica; agricultura; consultas políticas; e desafio que se impõe hoje à humanidade. cooperação entre academias diplomáticas.

Tão logo promulgado o decreto legislativo O Presidente Sarsgyan participará, também correspondente, compete ao Ministério das em Brasília, de cerimônia de lançamento da Relações Exteriores preparar o instrumento construção da Embaixada da Armênia, com de ratificação para assinatura do Presidente a presença do Ministro das Relações da República em exercício e pronto depósito Exteriores, José Serra, e do Ministro dos na sede das Nações Unidas. Negócios Estrangeiros da Armênia, Edward Nalbandian. A ratificação pelo Brasil reafirma o protagonismo e o compromisso inequívocos Em São Paulo, ainda no dia 12, o Presidente do País no combate à mudança do clima e Sargsyan será recebido pelo Governador dará uma contribuição significativa para a Geraldo Alckmin. Em seguida, manterá entrada em vigor do Acordo. A ratificação encontros com membros da comunidade brasileira representa mais do que o dobro das armênia, que soma cerca de 40 mil pessoas emissões dos demais 22 países que em todo o Brasil, das quais 25 mil residem depositaram o instrumento de ratificação até naquela cidade. o momento. No Rio de Janeiro, o Presidente da Armênia Informação adicional assiste a eventos da Rio 2016.

São necessárias 55 ratificações, correspondendo a pelo menos 55% das emissões globais para entrada em vigor do ESTADO DA IMPLEMENTAÇÃO DO Acordo de Paris. Até o dia 11 de agosto, 180 PROTOCOLO DE ADESÃO DA países haviam assinado o Acordo de Paris, VENEZUELA AO MERCOSUL dos quais 22 depositaram o instrumento de 13/08/2016 ratificação, correspondendo a 1,08% das O Governo brasileiro lamenta que a emissões. Para fins de entrada em vigor do Venezuela não tenha logrado êxito, no prazo Acordo, o Brasil corresponde a 2,48% das que se encerrou em 12 de agosto de 2016, em emissões globais. seus esforços para o pleno cumprimento dos compromissos assumidos quando da assinatura do Protocolo de Adesão da VISITA DO PRESIDENTE DA República Bolivariana da Venezuela ao ARMÊNIA, SERZH SARGSYAN – MERCOSUL, em 4 de julho de 2006, em BRASÍLIA, SÃO PAULO E RIO DE Caracas. JANEIRO, 11 A 15 DE AGOSTO DE 2016 11/08/2016 Entre as normas e acordos que não foram incorporados ao ordenamento jurídico da O Presidente da Armênia, Serzh Sargsyan, Venezuela encontram-se o Acordo de realiza visita oficial ao Brasil de 11 a 15 de Complementação Econômica nº 18 (1991), agosto. Protocolo de Assunção sobre Compromisso com a Promoção e Proteção dos Direitos No dia 12, em Brasília, o Presidente Serzh Humanos do MERCOSUL (2005) e Acordo Sargsyan será recebido pelo Presidente da sobre Residência para Nacionais dos Estados República em exercício, Michel Temer. Partes do MERCOSUL (2002). Prevê-se a assinatura, na ocasião, de acordos Levantamento exaustivo da situação em 13

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 69 de agosto de 2016 será finalizado mediante multilaterais, entre as quais as negociações consultas à Secretaria do MERCOSUL, que MERCOSUL-União Europeia. compila as informações recebidas da Venezuela a esse respeito. Serão igualmente exploradas ações para expandir e diversificar o comércio e os Diante do cenário de descumprimento investimentos bilaterais. Mais de 100 unilateral de disposições essenciais para a grandes empresas dinamarquesas mantêm execução do Protocolo de Adesão da investimentos no Brasil, com destacada Venezuela ao MERCOSUL, nos próximos atuação nos setores de transporte e logística, dias o Governo brasileiro avaliará a situação energias renováveis, telecomunicações e detidamente, à luz do direito internacional, e farmacêutico. manterá a devida coordenação com os demais Estados-Partes fundadores do MERCOSUL (Argentina, Paraguai e ENTRADA EM VIGOR DA Uruguai). CONVENÇÃO DA APO0STILA O Governo brasileiro estará engajado nesse 15/08/2016 exercício plenamente imbuído do espírito de Entrou em vigor neste domingo, 14 de integração que une os países do agosto, no Brasil, a Convenção sobre a MERCOSUL. Eliminação da Exigência de Legalização de Os membros fundadores do MERCOSUL Documentos Públicos Estrangeiros, terão diante de si a complexa tarefa de conhecida como Convenção da Apostila, definir as medidas jurídicas aplicáveis frente que tornará mais simples e ágil a tramitação a esta realidade, indesejada por todos. de documentos públicos entre o Brasil e os mais de cem países que são partes daquele Ao povo venezuelano, o Governo brasileiro acordo. A vigência da Convenção da ressalta a solidariedade da nação brasileira e Apostila trará significativos benefícios para a garantia de que trabalhará pelo cidadãos e empresas que necessitem tramitar fortalecimento dos laços históricos que os internacionalmente documentos como unem, no interesse do MERCOSUL e de diplomas, certidões de nascimento, seus Estados Partes. casamento ou óbito, além de documentos emitidos por tribunais e registros comerciais.

Atualmente, para um documento ser aceito VISITA DO MINISTRO DOS por autoridades estrangeiras, é necessário NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DA tramitá-lo por diversas instâncias, gerando DINAMARCA, KRISTIAN JENSEN – as chamadas “legalizações em cadeia”. A BRASÍLIA E RIO DE JANEIRO, 13 A 16 entrada em vigor da Convenção da Apostila DE AGOSTO DE 2016 permitirá a “legalização única”, bastando ao O Ministro dos Negócios Estrangeiros da interessado dirigir-se a um cartório Dinamarca, Kristian Jensen, realizará visita habilitado em uma das capitais estaduais ou no Distrito Federal e solicitar a emissão de ao Brasil no período de 13 a 16 de agosto. uma “Apostila da Haia” para um documento. No dia 16, será recebido, em Brasília, pelo A apostila confere validade internacional ao ministro das Relações Exteriores, José Serra. documento, que poderá ser apresentado nos No encontro, serão repassados temas da 111 países que já aderiram à Convenção. agenda bilateral e questões regionais e Contudo, a "legalização única" não exime o solicitante de apurar junto ao país ou à

70 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. instituição destinatária do documento ministro José Serra ao Uruguai, no último eventuais exigências adicionais, a exemplo dia 5 de julho, realizou-se com esse de traduções. A partir de agora, o Brasil propósito. Ao Brasil interessa um também passará a aceitar apostilas emitidas MERCOSUL fortalecido e atuante, com pelos demais Estados partes da Convenção. uma Presidência Pro Tempore que tenha cumprido os requisitos jurídicos mínimos Tal procedimento garantirá que cidadãos e para o seu exercício e que seja capaz de empresas gastarão menos recursos e tempo liderar o processo de aprofundamento e na tramitação internacional de documentos, modernização da integração. o que contribui de forma decisiva para o fomento da atividade econômica. Segundo Durante a visita ao Uruguai, o ministro José estudo conduzido pelo Banco Mundial, a Serra também tratou com o presidente adesão plena aos procedimentos da Tabaré Vázquez e com o chanceler Nin Convenção da Apostila aumenta a Novoa do potencial de aprofundamento das competitividade global e a capacidade de relações entre o Brasil e o Uruguai e de atração de investimentos externos do país. oportunidades que os dois países podem e devem explorar conjuntamente em terceiros A Convenção da Apostila permitirá, ainda, mercados. O Brasil considera o Uruguai um melhor utilização de recursos públicos, uma parceiro estratégico. vez que o Ministério das Relações Exteriores não mais precisará dedicar-se à Nesse contexto, o governo brasileiro recebeu consularização de documentos – o com profundo descontentamento e surpresa Itamaraty, seja em território nacional ou por as declarações do chanceler Nin Novoa meio de sua Rede Consular, realiza sobre a visita do ministro José Serra ao aproximadamente 1,5 milhão de Uruguai, que teriam sido feitas durante legalizações de documentos ao ano. audiência da Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara de Deputados A entrada em vigor da Convenção da uruguaia, no último dia 10 de agosto. O teor Apostila foi possibilitada pelo trabalho das declarações não é compatível com a conjunto entre o Conselho Nacional de excelência das relações entre o Brasil e o Justiça (CNJ), órgão designado pelo Estado Uruguai. brasileiro como autoridade competente e ponto focal para interlocução sobre a O secretário-geral das Relações Exteriores Convenção da Apostila com entidades convocou hoje o embaixador do Uruguai em nacionais e estrangeiras, e o Ministério das Brasília para uma reunião em que expressou Relações Exteriores. Maiores informações o profundo descontentamento do Brasil com acerca da aplicação da Convenção da as declarações e solicitou esclarecimentos. Apostila no Brasil poderão ser obtidos na página eletrônica do CNJ (www.cnj.jus.br/apostila). DIA MUNDIAL HUMANITÁRIO 19/08/2016

DECLARAÇÕES DO CHANCELER Hoje, 19 de agosto, celebra-se o Dia Mundial URUGUAIO 16/08/2016 Humanitário instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2008, para O governo brasileiro tem buscado, de homenagear as pessoas que dedicam suas maneira construtiva, uma solução para o vidas a ações humanitárias. A data foi impasse em torno da Presidência Pro escolhida para recordar o atentado ao Tempore do MERCOSUL. A visita do Escritório das Nações Unidas no Iraque,

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 71 ocorrido em 2003, que vitimou 22 pessoas, entre as quais o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, funcionário da organização que ATENTADO NA SOMÁLIA 22/08/2016 dedicou sua carreira à promoção da paz, com O governo brasileiro condena destacada atuação em assuntos veementemente o ataque ocorrido em humanitários. Galkayo, na Somália, reivindicado pelo Ao reiterar seu apoio aos esforços da grupo autodenominado “Al-Shabaab”, que comunidade internacional para responder às resultou em ao menos uma dezena de mortos diversas crises humanitárias que assolam o e diversos feridos. mundo, o governo brasileiro expressa sua Ao manifestar sua solidariedade aos preocupação com o crescente número familiares das vítimas, ao povo e ao governo de vítimas de conflitos armados e da Somália, o Brasil reitera seu repúdio a desastres. Segundo as Nações Unidas, ao todos os atos de terrorismo, praticados sob final de 2015, havia 130 milhões de pessoas, qualquer pretexto, e reitera seu apoio aos em 37 países, que necessitavam de esforços de consolidação das instituições assistência humanitária. somalis.

O governo brasileiro congratula os trabalhadores humanitários de todo o mundo, reconhecendo sua inestimável CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO contribuição em favor das vítimas de crises EMBAIXADOR DO BRASIL NO humanitárias, e sublinha a importância de PARAGUAI 23/08/2016 assegurar a proteção desses trabalhadores, de facilitar o acesso de assistência às O governo brasileiro tem a satisfação de populações afetadas e de respeitar o direito informar que o governo da República do internacional humanitário. Paraguai concedeu "agrément" a Carlos Alberto Simas Magalhães como embaixador extraordinário e plenipotenciário do Brasil naquele país. De acordo com a Constituição, ATENTADO NA TURQUIA 22/08/2016 essa designação ainda deverá ser submetida O governo brasileiro condena, nos mais à apreciação do Senado Federal. fortes termos, o atentado ocorrido durante Desde janeiro de 2015, o embaixador Carlos uma cerimônia de casamento na cidade de Alberto Simas Magalhães é subsecretário- Gaziantep, na Turquia, que resultou em geral das Comunidades Brasileiras e de dezenas de mortos e feridos. Assuntos Consulares e Jurídicos. Serviu nas

Embaixadas do Brasil em Washington, La Ao transmitir aos familiares das vítimas, à Paz e Paris; na Missão junto à Organização comunidade curda e ao povo e ao governo da dos Estados Americanos (OEA); e na Turquia suas condolências e solidariedade, o Missão Permanente do Brasil em Genebra. governo brasileiro reitera seu veemente repúdio a todo ato de terrorismo, qualquer Foi embaixador do Brasil em Rabat (2003 a que seja sua motivação. 2008) e Varsóvia (2008 a 2012), e cônsul- geral em Montevidéu (2012 a 2014). No Brasil, foi chefe de Gabinete do secretário- geral das Relações Exteriores.

72 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

TERREMOTO NA ITÁLIA 24/08/2016 FALECIMENTO DO EX-PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERAL DA O governo brasileiro tomou conhecimento, ALEMANHA, WALTER SCHEEL com pesar, do forte terremoto que atingiu a 24/08/2016 região central da Itália na madrugada desta quarta-feira, causando dezenas de vítimas O governo brasileiro tomou conhecimento, fatais e significativa destruição material, com pesar, do falecimento, no dia de hoje, principalmente na cidade de Amatrice. do ex-presidente da República Federal da Alemanha Walter Scheel. A Embaixada e o Consulado-Geral em Roma estão monitorando a situação. Até o Como membro do Partido Liberal- momento, não há registro de brasileiros entre Democrata, Scheel prestou inestimável as vítimas. contribuição à fundação e à consolidação do sistema político de seu país, tendo atuado O governo brasileiro expressa sua como deputado estadual e federal, solidariedade aos familiares das vítimas, ao eurodeputado e ministro das pastas de povo e ao governo da Itália. Cooperação Econômica e do Exterior.

Em todas as suas funções públicas, Scheel provou-se convicto defensor da tolerância, NOTA DO MINISTRO DAS das liberdades democráticas e da paz. Como RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ ministro do Exterior, seu apoio foi SERRA, SOBRE O ACORDO DE PAZ fundamental para o êxito da “Ostpolitik” do ENTRE O GOVERNO DA COLÔMBIA chanceler federal Willy Brandt. Como E AS FARC 24/08/2016 presidente federal, entre 1974 e 1979, O governo brasileiro expressa sua satisfação engajou-se decididamente na promoção da e transmite suas felicitações ao povo e ao integração europeia. governo da Colômbia pela conclusão anunciada hoje, dia 24 de agosto, do acordo O governo brasileiro solidariza-se com o povo e o governo alemães e apresenta suas que encerra meio século de hostilidades com condolências aos familiares do ex- as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP). O presidente. desenlace positivo das negociações em Havana atesta de forma eloquente o compromisso dos colombianos com a paz e ASSASSINATO DO VICE-MINISTRO a reconciliação nacional. Trata-se de um DE REGIME INTERIOR E POLÍCIA acontecimento de transcendência histórica, DA BOLÍVIA 28/08/2016 não só para a Colômbia mas para toda a região. Nesse contexto auspicioso, o O governo brasileiro recebeu, com pesar e governo brasileiro reitera sua disposição de consternação, a notícia do assassinato do contribuir com o governo da Colômbia para vice-ministro de Regime Interior e Polícia a plena implementação do acordo e reafirma do Estado Plurinacional da Bolívia, Rodolfo seu compromisso permanente com o Illanes. fortalecimento das relações entre os dois Ao condenar enfaticamente tal ato de países. violência, expressamos a mais sentida José Serra solidariedade aos familiares do vice- Ministro das Relações Exteriores ministro Illanes e ao governo boliviano.

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ATAQUE NO PARAGUAI 28/08/2016 como embaixadora extraordinária e plenipotenciária do Brasil no Reino dos O governo brasileiro recebeu, com profunda Países Baixos. De acordo com a consternação, a notícia do assassinato de oito Constituição, essa designação ainda deverá militares da Força Tarefa Conjunta do ser submetida à apreciação do Senado Paraguai em consequência de ataque armado Federal. no Departamento de Concepción, no norte do país. A embaixadora Regina Dunlop é representante permanente do Brasil junto às O governo brasileiro reitera, nos mais fortes Nações Unidas em Genebra desde 2013. Ao termos, sua vigorosa condenação a esse longo da carreira diplomática, serviu nas brutal atentado e a quaisquer atos de embaixadas em Londres, Pequim e na violência e terrorismo. Missão do Brasil junto às Nações Unidas em Nova York, onde foi representante Estendemos nossa fraterna solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao governo permanente alterna entre 2009 e 2013. do Paraguai.

COMUNICADO DO GOVERNO CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO VENEZUELANO SOBRE SUAS RELAÇÕES COM O BRASIL EMBAIXADOR DO BRASIL NO IRÃ 31/08/2016 29/08/2016

O governo brasileiro tem a satisfação de O Governo brasileiro repudia os termos do comunicado emitido pelo Governo informar que o governo da República venezuelano hoje, dia 31 de agosto, sobre a Islâmica do Irã concedeu agrément a Rodrigo de Azeredo Santos como conclusão do processo de impedimento da embaixador extraordinário e ex-Presidente da República. Revela plenipotenciário do Brasil naquele país. De profundo desconhecimento da Constituição e das leis do Brasil e nega frontalmente os acordo com a Constituição, essa designação princípios e objetivos da integração latino- ainda deverá ser submetida à apreciação do Senado Federal. americana. À luz das circunstâncias, o Governo Rodrigo de Azeredo Santos é, desde 2013, brasileiro decidiu chamar seu Embaixador diretor do Departamento de Promoção Comercial e de Investimentos (DPR) do em Caracas para consultas. Ministério das Relações Exteriores. Ao longo da carreira diplomática, serviu nas embaixadas em Londres, Buenos Aires, MANIFESTAÇÕES SOBRE O Washington, Moscou e Cidade do México. PROCESSO POLÍTICO NO BRASIL 31/08/2016

O Governo brasileiro lamenta as CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" À manifestações de incompreensão dos EMBAIXADORA DO BRASIL NOS Governos da Bolívia, do Equador e de Cuba PAÍSES BAIXOS 29/08/2016 sobre a conclusão do processo de O governo brasileiro tem a satisfação de impedimento da ex-Presidente da informar que o governo neerlandês concedeu República.O processo foi conduzido em estrito respeito ao que estabelecem as leis e agrément a Regina Maria Cordeiro Dunlop

74 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. a Constituição brasileiras e constitui um Exteriores; Transportes, Portos e Aviação exemplo que fortalece a democracia no país Civil; Agricultura, Pecuária e e na região. Abastecimento; e Fazenda, que participarão de painéis dedicados aos setores de Os Governos desses países reincidem em infraestrutura e logística, indústria e expressões equivocadas que ignoram os agronegócio. fundamentos de um Estado democrático de direito, como o que vige de maneira plena no Estarão representados no Seminário os Brasil. O Governo brasileiro conclama as principais setores da economia brasileira, autoridades desses países a manterem a tais como agricultura, finanças, indústria, serenidade e a respeitarem os princípios e infraestrutura, transportes, energia e valores que regem as relações entre as serviços. nações latino-americanas.

XI CÚPULA DE LÍDERES DO G20 – DISTÚRBIOS NO GABÃO 01/09/2016 HANGZHOU, CHINA 4 E 5 DE SETEMBRO DE 2016 01/09/2016 O governo brasileiro tem acompanhado com preocupação os distúrbios no Gabão, no O presidente de República, Michel Temer, contexto do anúncio do resultado da eleição participará, em 4 e 5 de setembro, da XI presidencial ocorrida em 27 de agosto Cúpula do G20, em Hangzhou, China. passado. O governo brasileiro encoraja todas as partes gabonesas a renunciarem ao uso de A Cúpula do G20 de 2016 terá como um dos meios violentos e a resolverem seus temas centrais a promoção do crescimento diferendos por meio da concertação e do econômico inclusivo e inovador, além de diálogo, em ambiente de moderação e em consolidar o apoio do G20 à implementação respeito à legislação gabonesa e à vontade da Agenda de Desenvolvimento 2030, com popular. suas Metas de Desenvolvimento Sustentável. A expectativa é que os chefes de Estado das principais economias do mundo expressem o compromisso político VIAGEM DO PRESIDENTE DA com medidas de curto prazo e reformas REPÚBLICA A XANGAI, POR estruturais de médio prazo que facilitem a OCASIÃO DO SEMINÁRIO superação definitiva da crise de 2008. EMPRESARIAL DE ALTO NÍVEL

BRASIL-CHINA – XANGAI, 2 DE A cúpula terá cinco sessões. O presidente SETEMBRO DE 2016 01/09/2016 Michel Temer está entre os líderes que O Presidente da República, Michel Temer, abrirão a discussão da sessão dedicada ao realizará viagem à cidade de Xangai, no desenvolvimento inclusivo e o apoio do G20 próximo dia 2 de setembro, para participar à Agenda 2030. O presidente também poderá do Seminário Empresarial de Alto Nível fazer intervenções nas demais sessões, cujos Brasil-China. temas são a busca de novos caminhos para o crescimento (1), governança global O seminário é uma realização do econômica e financeira (2), comércio e Departamento de Promoção Comercial e investimentos internacionais (3) e outros Investimentos do Ministério das Relações temas que impactam a economia mundial Exteriores e da APEX, e contará com a (5). presença dos Ministros das Relações

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Por ocasião de sua visita a Hangzhou, o estadual). Outras cidades no litoral oeste da presidente da República deverá manter Flórida, como a região da Baía de Tampa, encontros bilaterais com o presidente da também já sentem efeitos dos ventos e das China, Xi Jinping; com o primeiro-ministro ondas. Será o primeiro furacão a atingir o da Espanha, Mariano Rajoy; com o estado desde o "Wilma", em 2005. primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi; e com diretor-geral da Organização Mundial O governador da Flórida declarou estado de do Comércio, embaixador Roberto Azevêdo. emergência. As autoridades estaduais O presidente Michel Temer também emitiram alertas de evacuação em diversas participará de reunião informal dos líderes localidades costeiras e interditaram pontes do BRICS. em razão do aumento das ondas, que pode gerar inundações. Ao mesmo tempo, escolas Já foram realizadas dez reuniões de Cúpula cancelaram as aulas. do G20. Sua agenda, inicialmente Segundo a previsão do Centro Nacional de concentrada em respostas a crises Furacões, o "Hermine" deverá atingir financeiras, ampliou-se consideravelmente. também o estado da Geórgia. Em seguida, Sem prejuízo de seu trabalho técnico, o irá se dirigir ao oceano Atlântico, passando Grupo assumiu caráter mais claramente pelo litoral das Carolinas e pela Virgínia ao político, transformando-se na principal longo do final de semana. plataforma de coordenação macroeconômica de seus integrantes. São Os nacionais brasileiros que se encontrem membros do G20: África do Sul, Alemanha, em áreas afetadas pelo furacão e necessitem Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, assistência consular poderão contatar o Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Consulado-Geral em Miami ou o Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Consulado-Geral em Atlanta, Japão, México, Reino Unido, Rússia, respectivamente, nos números de plantão Turquia e União Europeia. Seus membros (+1 305) 801-6201 e (+1 404) 561-8354. representam, aproximadamente, 72% do comércio mundial, 85% do produto interno bruto e 2/3 da população do planeta. ATENTADO TERRORISTA NAS

FILIPINAS 03/09/2016 Para a XI Cúpula do G20, comparecerão, como convidados da presidência chinesa, O governo brasileiro condena Cazaquistão, Chade, Cingapura, Egito, veementemente o atentado terrorista Espanha, Laos, Senegal e Tailândia. ocorrido no mercado de Davao, na ilha de Mindanao, nas Filipinas, na noite de 2 de

setembro, que resultou em quatorze vítimas FURACÃO "HERMINE" 02/09/2016 fatais e cerca de setenta feridos e foi reivindicado pelo grupo Abu Sayyaf. O Centro Nacional de Furacões dos EUA ("National Hurricane Center") anunciou Ao manifestar sua solidariedade às famílias ontem que a tempestade tropical Hermine, das vítimas, ao povo e ao governo das atualmente no golfo do México, Filipinas, o Brasil reitera seu repúdio a todos transformou-se em furacão de categoria 1. os atos de terrorismo e a violência contra Prevê-se que o furacão Hermine atinja o civis inocentes, praticados sob qualquer norte da Flórida (região denominada pretexto. "Panhandle"), afetando importantes cidades como Panama City e Tallahassee (capital

76 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

COMUNICADO DOS LÍDERES DO G20 interconectada e inclusiva de modo a abrir – CÚPULA DE HANGZHOU – 4-5 DE caminho para uma nova era de crescimento SETEMBRO DE 2016 08/09/2016 global e desenvolvimento sustentável, levando em consideração a Agenda 2030 1. Nós, os Líderes do G20, nos reunimos em para o Desenvolvimento Sustentável, a Hangzhou, China, em 4-5 de setembro de Agenda de Ação de Adis Abeba e o Acordo 2016. de Paris.

2. Nós nos reunimos em período em que a 6. Nesse contexto, nós, o G20, como recuperação econômica global está principal foro de cooperação econômica progredindo, a resiliência se fortalece em internacional, acordamos uma narrativa algumas economias e novas fontes de abrangente e integrada para o crescimento crescimento estão surgindo. Porém, o forte, sustentável, equilibrado e inclusivo e, crescimento é mais fraco do que o desejável. assim, adotamos o anexo conjunto de Os riscos negativos persistem devido a políticas e ações – o Consenso de Hangzhou potencial volatilidade no mercado – baseado nos seguintes elementos: financeiro, flutuações nos preços das “commodities”, baixo dinamismo no - Visão. Fortaleceremos a agenda de comércio e nos investimentos e lento crescimento do G20 para catalisar novas crescimento da produtividade e do emprego forças motoras do crescimento; abrir novos em alguns países. Desafios advindos de horizontes para o desenvolvimento; liderar a acontecimentos geopolíticos, do aumento transformação de nossas economias de dos fluxos de refugiados, assim como do maneira mais inovadora e sustentável; e terrorismo e de conflitos, também tornam melhor refletir interesses compartilhados mais difíceis as perspectivas econômicas pela geração presente e as que lhe sucederão. globais. - Integração. Buscaremos conceitos e 3. Também nos reunimos em período de políticas de crescimento inovadores permanentes mudanças e profundas mediante a construção de sinergias entre transformações na configuração do cenário políticas fiscais, monetárias e estruturais, econômico e das dinâmicas de crescimento fortalecendo a coerência entre as políticas globais. Com essas transformações vêm econômica, de trabalho, de emprego e social, desafios e incertezas, bem como assim como combinando: gerenciamento de oportunidades. As escolhas que fizermos demanda com reformas do lado da oferta; juntos determinarão a eficácia de nossa políticas de curto prazo com políticas de resposta aos desafios de hoje e ajudarão a médio e longo prazos; e crescimento conformar a economia mundial do futuro. econômico com desenvolvimento social e proteção ambiental. 4. Acreditamos que a parceria mais estreita e a ação conjunta dos membros do G20 - Abertura. Intensificaremos nosso trabalho fortalecerão a confiança no crescimento para construir uma economia mundial econômico global, em seus fatores de aberta, rejeitar o protecionismo, promover o dinamismo e na cooperação, assim comércio e o investimento globais, inclusive contribuindo para a prosperidade mediante o fortalecimento ainda maior do compartilhada e o maior bem-estar do sistema multilateral de comércio, e assegurar mundo. amplas oportunidades por meio do apoio público à expansão do crescimento em uma 5. Estamos determinados a fomentar uma economia globalizada. economia mundial inovadora, revigorada,

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- Inclusão. Trabalharemos para assegurar a estabilidade econômica e financeira. que nosso crescimento econômico sirva às Nossas autoridades relevantes manterão necessidades de todos e que beneficie a consultas estreitas sobre os mercados de todos os países e pessoas, inclusive e câmbio. Reafirmamos nossos compromissos particularmente, mulheres, jovens e grupos prévios no que respeita a taxas de câmbio, desfavorecidos, gerando mais emprego de inclusive de nos abster de realizar qualidade, atacando as desigualdades e desvalorizações competitivas e de não erradicando a pobreza, de modo que estabelecer metas de taxas de câmbio para ninguém seja deixado para trás. fins competitivos. Calibraremos cuidadosamente e comunicaremos Fortalecendo a Coordenação de Políticas claramente nossas ações em matéria de 7. Nosso crescimento deve ser sustentado política macroeconômica e estruturais para reduzir a incerteza, minimizar contágios por políticas bem elaboradas e coordenadas. negativos e promover a transparência. Estamos determinados a usar todos os instrumentos de políticas – monetárias, 8. Estamos progredindo na implementação fiscais e estruturais – individual e de nossas estratégias de crescimento, mas coletivamente para alcançar nosso objetivo ainda há muito por fazer. A pronta e plena de crescimento forte, sustentável, implementação das estratégias de equilibrado e inclusivo. A política monetária crescimento permanecem peça-chave para continuará a apoiar a atividade econômica e apoiar o crescimento econômico e a ambição garantir a estabilidade de preços, de modo coletiva de crescimento, estabelecida pela compatível com os mandatos dos bancos Cúpula de Brisbane, e estamos priorizando centrais, mas a política monetária por si só nossos esforços de implementação. À luz não é capaz de levar ao crescimento disso, lançamos o Plano de Ação de equilibrado. Sublinhando o papel essencial Hangzhou e atualizamos nossas estratégias das reformas estruturais, enfatizamos que de crescimento, inclusive por meio de novas nossas estratégias fiscais são igualmente e ajustadas medidas de políticas importantes para apoiar nossos objetivos macroeconômicas e estruturais que podem comuns de crescimento. Estamos usando proporcionar benefícios ao crescimento que políticas fiscais de maneira flexível e se apoiam mutuamente. Também nos tornando as políticas tributárias e o gasto esforçaremos para reduzir desequilíbrios público mais favoráveis ao crescimento, excessivos, promover a inclusão e reduzir a inclusive por meio da priorização do desigualdade em nossa busca do crescimento investimento de qualidade, ao mesmo tempo econômico. em que fortalecemos a resiliência e asseguramos que o endividamento, como Abrindo um novo caminho para o parcela do PIB, se encontre em trajetória crescimento sustentável. Adicionalmente, continuaremos a explorar opções de políticas, adaptadas a 9. Nosso crescimento, para que seja circunstâncias específicas, que os países do dinâmico e crie mais empregos, deve ser G20 poderão escolher na medida do alimentado por novas forças motoras. Ao necessário para apoiar o crescimento e reafirmarmos a importância de sanar as responder a riscos potenciais, inclusive a deficiências da demanda global para apoiar vulnerabilidade dos balanços. Reiteramos o crescimento de curto prazo, acreditamos que a excessiva volatilidade e os ser imperativo lidar com restrições do lado movimentos desordenados de taxas de da oferta, de modo a aumentar a câmbio podem ter implicações adversas para produtividade de maneira sustentável, expandir a fronteira de produção e liberar o

78 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. potencial de crescimento de médio e longo promovendo sinergias com outras linhas de prazos. trabalho do G20.

10. Reconhecemos que, no longo prazo, a 12. Para lograr o crescimento inovador e a inovação é uma força motora essencial do criação de ecossistemas inovadores, crescimento, tanto para países, apoiamos o diálogo e a cooperação sobre individualmente, como para a economia inovação, que cobre ampla gama de áreas em global como um todo. Estamos cujo centro se encontram a ciência e a comprometidos a atacar uma das causas inovação tecnológica. Adotamos o Plano de profundas do baixo crescimento e tomar a Ação sobre Inovação de 2016 do G20. inovação como um elemento-chave de nosso Comprometemo-nos a buscar estratégias e esforço de identificar novos motores de políticas em prol da inovação, apoiar o crescimento para países individuais e a investimento em Ciência, Tecnologia e economia mundial, que também contribuirão Inovação (CT&I), e apoiar a capacitação para a criação de novos empregos, para CT&I – inclusive o apoio à entrada de construindo um meio ambiente mais limpo, mais mulheres nesses campos - e a aumentando a produtividade, enfrentando mobilidade de recursos humanos de CT&I. desafios globais, melhorando a vida das Apoiamos esforços para promover difusão pessoas e construindo ecossistemas de voluntária de conhecimento em termos e inovação dinâmicos, cooperativos e condições mutuamente acordados. De inclusivos. Endossamos, assim, o Plano do acordo com esse enfoque, apoiamos esforços G20 para o Crescimento Inovador como apropriados para promover a ciência aberta nova agenda que abrange políticas e medidas e facilitar o acesso apropriado a resultados transversais, nas áreas de inovação, nova de pesquisa com financiamento público. revolução industrial e economia digital. com base enos princípios de Nesse contexto, reconhecemos a encontrabilidade, acessibilidade, importância de reformas estruturais. interoperabilidade e reutilizabilidade (FAIR, Seguiremos as recomendações do Plano em na sigla em inglês). Ademais, enfatizamos a consonância com nossas circunstâncias importância de regimes de comércio e nacionais e em linha com nossa visão de investimento abertos para facilitar a liderança, parceria, abertura, inclusão, inovação por meio da proteção a direitos de criatividade, sinergia e flexibilidade. Propriedade Intelectual (PI), e da melhora da comunicação sobre ciência e tecnologia. 11. Comprometemo-nos com ações Concordamos em fomentar o intercâmbio de transversais importantes relacionadas a conhecimento e experiência por meio do parcerias multidimensionais, apoiando os apoio a uma Comunidade de Prática do G20, países em desenvolvimento e elevando a online, no âmbito da já estabelecida capacitação e o capital humano. Plataforma de Políticas para Inovação e pela Organizaremos uma Força-Tarefa do G20, a publicação do Relatório sobre Inovação de ser apoiada pela OCDE e por outras 2016 do G20. organizações internacionais relevantes, para levar adiante o trabalho do G20 sobre 13. Para aproveitar a oportunidade que a inovação, nova revolução industrial e Nova Revolução Industrial (NRI) apresenta economia digital, sujeito às prioridades das para a indústria, sobretudo manufatureira e futuras presidências do G20, assegurando serviços associados, adotamos o Plano de continuidade e consistência com os Ação do G20 sobre a Nova Revolução resultados alcançados até o momento e Industrial. Comprometemo-nos a fortalecer a comunicação, a cooperação e a pesquisa

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 79 relevante sobre NRI; ajudar pequenas e ambiente aberto e seguro e reconhecemos o médias empresas (PMEs) a tirar proveito dos papel-chave da proteção e implementação benefícios da NRI; enfrentar desafios de adequada e efetiva de PI no capacidade de emprego e da força de desenvolvimento da economia digital. trabalho; encorajar mais cooperação sobre Saudamos os esforços de OCDE, FMI e de padrões, proteção adequada e efetiva à PI, outras organizações nacionais e em linha com tratados multilaterais vigentes internacionais para mensurar a economia de que somos partes e a nova infraestrutura digital e reconhecemos serem necessárias industrial; e apoiar a industrialização, mais pesquisas e intercâmbios relevantes. conforme os compromissos do Plano de Ação. Também apoiamos a industrialização 15. Reiteramos o papel essencial das em países em desenvolvimento, reformas estruturais no aumento da especialmente na África e em Países de produtividade e da produção potencial, Menor Desenvolvimento Relativo assim como na promoção do crescimento (PMDRs). Estamos comprometidos a apoiar inovador nos países do G20. Adotamos a nossas forças de trabalho durante essa Agenda Fortalecida de Reforma Estrutural, transição e a assegurar que os benefícios da ressaltando que a escolha e a formulação das NRI se estendam a todos, inclusive reformas estruturais respondem às condições mulheres, jovens e outros grupos econômicas específicas dos países. desfavorecidos. Instamos à cooperação para Endossamos as nove áreas prioritárias de maximizar os benefícios e mitigar o impacto reformas estruturais e um conjunto de negativo das esperadas mudanças princípios-guia identificados na Agenda e tecnológicas e industriais. Em todas essas que servem de útil orientação de alto nível iniciativas, o G20 levará em consideração as aos membros, permitindo, ao mesmo tempo, diferentes oportunidades e desafios para que levem em consideração suas países em desenvolvimento e desenvolvidos. circunstâncias nacionais específicas. Também apoiamos o marco quantitativo, 14. Para liberar o potencial da economia que consiste em um conjunto de indicadores, digital, adotamos a Iniciativa de a serem aperfeiçoados ao longo do tempo, Desenvolvimento e Cooperação sobre para ajudar a acompanhar e avaliar nossos Economia Digital do G20, que se baseia em esforços e progresso com relação às nosso trabalho iniciado em Antalya. reformas estruturais e desafios relacionados. Buscaremos promover condições favoráveis Estamos estabelecendo uma estratégia a seu desenvolvimento e superar o fosso integrada para o crescimento com medidas digital, inclusive por meio de maior, melhor de curto, médio e longo prazos. Iremos e mais barato acesso a banda larga e de fluxo assegurar que a Agenda Fortalecida de de informações que fortaleça o crescimento Reforma Estruturais e os elementos econômico, a confiança e a segurança, ao relevantes do Marco para o Crescimento mesmo tempo em que garantimos o respeito Inovador sejam bem articulados. à privacidade e à proteção de dados pessoais, investimento no setor de TCI, Governança Global Econômica e Financeira empreendedorismo, transformação digital, mais Eficiente e Eficaz cooperação sobre comércio eletrônico, 16. Nosso crescimento, para ser resiliente, maior inclusão digital e desenvolvimento de deve ser sustentado por uma arquitetura micro, pequenas e médias empresas econômica e financeira mundial eficaz e (MPMEs). Reafirmamos o parágrafo 26 do eficiente. Continuaremos nosso trabalho Comunicado de Antália, comprometemo- nesse sentido. nos com politicas de apoio à prevalência de

80 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

17. Endossamos a Agenda do G20 para uma Apoiamos o Grupo Banco Mundial na Arquitetura Financeira Internacional mais implementação do reexame de sua Estável e Resiliente. Continuaremos a composição acionária conforme o roteiro, aprimorar a análise e o monitoramento dos calendário e princípios acordados, com o fluxos de capitais e o gerenciamento dos objetivo de alcançar distribuição mais riscos provenientes de sua volatilidade equitativa do poder de voto com o passar do excessiva. Esperamos, até o final do ano, a tempo. Ressaltamos a importância de se revisão do FMI acerca das experiências dos promoverem práticas de financiamento países e questões emergentes sobre como saudáveis e sustentáveis e continuaremos a lidar com fluxos de capital. Tomamos nota aprimorar processos de reestruturação de do trabalho em curso sobre a revisão dos dívidas. Apoiamos o esforço contínuo de Códigos de Liberalização de Movimentos de incorporação das cláusulas contratuais Capital da OCDE. Apoiamos o trabalho para reforçadas em títulos de dívidas soberana. fortalecer a Rede de Segurança Financeira Apoiamos a discussão no âmbito do Clube Global (em inglês, "GFSN"), centrada num de Paris de questões relacionadas a dívidas FMI forte, baseado em quotas e dotado de soberanas e os trabalhos em curso no Clube recursos adequados e equipada com um de Paris, que é o principal foro internacional instrumental mais eficaz e com uma de reestruturação de dívidas bilaterais cooperação mais eficaz entre o FMI e oficiais, com vistas à inclusão ampliada de Arranjos Financeiros Regionais (RFAs), em credores emergentes. Saudamos o ingresso respeito a seus mandatos. A esse respeito, da República da Coréia e a decisão do Brasil saudamos o vindouro teste conjunto da de aderir ao Clube de Paris. Também Iniciativa de Multilateralização Chiang Mai- saudamos a participação regular da China FMI. Apoiamos a manutenção do acesso a nas reuniões do Clube de Paris e sua intenção acordos de empréstimo bilaterais e de desempenhar um papel mais construtivo, multilaterais entre membros e entre esses inclusive discussões futuras sobre sua membros e o FMI, em linha com o objetivo eventual adesão. Conforme decisão do FMI, de preservar a atual capacidade de saudamos a inclusão, em 1º de outubro, do empréstimo do FMI, e conclamamos à maior Renminbi na cesta de moedas que compõe os participação dos membros do FMI, inclusive Direitos Especiais de Saque (DES) por intermédio de novos acordos. Saudamos Apoiamos a atual avaliação da utilização a entrada em vigor da reforma das quotas e ampliada dos DES, tais como sua maior da governança do FMI de 2010 e estamos utilização em relatórios financeiros e na trabalhando com vistas à conclusão da 15ª emissão de títulos denominados em DES, Revisão Geral das Quotas, incluindo a como meio para aumentar a resiliência. definição de nova fórmula para o cômputo Nesse contexto, tomamos nota da recente das quotas, por ocasião das Reuniões Anuais emissão de títulos denominados em DES de 2017. Reafirmamos que qualquer pelo Banco Mundial no mercado realinhamento feito sob a 15ª revisão das interbancário da China. Saudamos a quotas-partes deve resultar no aumento de continuidade dos trabalhos dos organismos quotas para as economias dinâmicas internacionais no apoio ao desenvolvimento conforme suas posições relativas na dos mercados de títulos em moeda local, economia mundial e, portanto, resultar inclusive a intensificação de esforços para provavelmente no aumento da participação dar apoio aos países de renda baixa. de economias emergentes e países em desenvolvimento como um todo. 18. A construção de um sistema financeiro Comprometemo-nos a proteger a voz e aberto e resiliente é crucial para assegurar o representação dos países mais pobres. crescimento e o desenvolvimento

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 81 sustentáveis. Para atingirmos esse objetivo, Ao reconhecer a importância de políticas continuamos empenhados em finalizar macroprudenciais efetivas para limitar riscos elementos essenciais pendentes do marco sistêmicos, saudamos o trabalho conjunto do regulatório e em implementar de maneira FMI, FSB e Banco de Compensações tempestiva, plena e consistente a agenda de Internacionais (BIS, em inglês) de compilar reformas do setor financeiro já acordadas, experiências internacionais em matéria de inclusive Basileia III e o "Padrão de marcos regulatórios e instrumentos Capacidade de Absorção de Perda" macroprudenciais e ajudar a promover ("TLAC", em inglês), bem como de regimes políticas macroprudenciais efetivas. de resolução transfronteiriços eficazes. Saudamos a consulta do FSB sobre Reiteramos o nosso apoio ao trabalho do propostas de recomendações de políticas Comitê de Basileia de Supervisão Bancária para lidar com vulnerabilidades estruturais (BCBS) para finalizar o marco regulatório decorrentes de atividades de gestão de de Basileia III até o final de 2016, sem que ativos. Continuaremos a monitorar de perto isso implique aumento significativo dos riscos e vulnerabilidades ao sistema requisitos globais para o setor bancário financeiro e, caso necessário, enfrentá-los, como um todo, promovendo, ao mesmo inclusive aqueles relacionados ao sistema tempo, a igualdade de condições. Saudamos bancário paralelo, à gestão de ativos e a o segundo relatório anual do Conselho de outros instrumentos do mercado financeiro. Estabilidade Financeira (FSB, em inglês) Continuaremos a tratar, por intermédio do sobre a implementação e os efeitos das plano de ação coordenado pelo FSB, da reformas e continuaremos a aprimorar seu redução de serviços de correspondente mecanismo de monitoramento, com vistas a bancário, com vistas a promover remessas, assegurar sua consistência com nossos inclusão financeira, comércio e abertura. objetivos globais, inclusive para lidar com Aguardamos esforços adicionais para consequências materiais não esperadas. esclarecer expectativas em matéria de Continuaremos a lidar com o risco sistêmico regulação, conforme o caso, inclusive por no setor de seguros. Saudamos o trabalho intermédio da revisão, pelo Grupo de Ação realizado com vistas ao desenvolvimento de Financeira contra a Lavagem de Dinheiro um Padrão Global de Capital para (FATF, em inglês), em outubro, das seguradoras com atuação internacional. orientações sobre correspondente bancário. Comprometemo-nos com a plena e Exortamos os membros do G20, o FMI e tempestiva implementação da agenda Grupo Banco Mundial a intensificar seu acordada de reformas dos mercados de apoio ao reforço das capacidades nacionais derivativos de balcão e removeremos para ajudar os países aprimorarem seu grau obstáculos legais e regulatórios ao registro de conformidade com padrões de combate à de transações de derivativos de balcão em lavagem de dinheiro global e de repositórios de transações e ao adquado enfrentamento ao financiamento do acesso das autoridades aos dados. terrorismo e padrões prudenciais. Incentivamos os membros a eliminar as Endossamos os Princípios de Alto Nível do lacunas em matéria de implementação dos G20 para Inclusão Financeira Digital, a Princípios para Infraestruturas do Mercado versão atualizada dos Indicadores de Financeiro e saudamos os relatórios do Inclusão Financeira do G20 e o Marco de Comitê de Pagamentos e Infraestruturas de Implementação do Plano de Ação do G20 Mercado, Organização Internacional das sobre Financiamento de PMEs. Comissões de Valores e FSB para aprimorar Incentivamos os países a considerarem esses a resiliência e os planos de recuperação e princípios, ao definirem seus planos mais resolutividade[1] das contrapartes centrais. amplos de inclusão financeira, em particular

82 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. na área de inclusão financeira digital, e a processo de revisão dos países em resposta adotarem ações concretas para acelerar o aos pedidos de revisão suplementares de progresso sobre o acesso de todos os povos países, para que a OCDE prepare a lista às finanças. daquelas jurisdições que ainda não tenham alcançado de maneira suficiente um nível de 19. Continuaremos a apoiar a cooperação implementação dos padrões internacionais tributária internacional com vistas a acordados em matéria de transparência alcançarmos um sistema tributário moderno tributária até a Cúpula do G20 em julho de e globalmente justo e a promovermos o 2017. Medidas defensivas serão crescimento, inclusive avançar a cooperação consideradas contras jurisdições listadas. em curso em matéria de Erosão da Base Incentivamos os países e organismos Tributável e Desvio de Lucros (BEPS), de internacionais a prestar assistência a troca automática de informações, de economias em desenvolvimento na fortalecimento das capacidades tributárias construção de sua capacidade tributária e de países em desenvolvimento e de políticas reconhecemos a criação da nova Plataforma tributárias para promover crescimento e de Colaboração sobre Tributação pelo FMI, segurança tributária. Saudamos a criação do a OCDE, a ONU e Grupo Banco Mundial. Quadro Inclusivo do G20/OCDE em matéria Apoiamos os princípios da Iniciativa de BEPS, e sua primeira reunião em Quioto. Tributária de Addis. Reconhecemos o Apoiamos a implementação tempestiva, significativo impacto negativo de fluxos consistente e abrangente do pacote BEPS e financeiros ilícitos sobre nossas economias e exortamos todos os países e jurisdições aprofundaremos o trabalho do G20 sobre relevantes e interessados que ainda não se esse tema. Ressaltamos a eficácia de comprometeram com o pacote BEPS a fazê- instrumentos de política tributária em lo e aderirem ao Quadro em pé de igualdade. reformas estruturais do lado da oferta para Saudamos também os progressos alcançados promover crescimento inclusivo com base na implementação efetiva e ampla dos em inovação, bem como os benefícios da padrões aceitos internacionalmente em segurança tributária para promover matéria de transparência fiscal e reiteramos investimento e comércio, e pedimos a OCDE nosso apelo a todos os países relevantes, e ao FMI que continuem seu trabalho sobre inclusive todos os centros financeiros, e políticas tributárias em prol do crescimento jurisdições que ainda não o fizeram a se e de segurança tributária. Neste contexto, a comprometeram sem demora com o padrão China faria sua própria contribuição por de troca automática de informações, no mais meio da criação de um centro de pesquisa tardar até 2018, e a assinarem e ratificarem a sobre política tributária internacional Convenção Multilateral sobre Assistência voltado para concepção de políticas Mútua Administrativa em Matéria Fiscal. tributárias internacionais e pesquisa. Endossamos as propostas apresentadas pela OCDE, em cooperação com os membros do 20. A Transparência financeira e a G20, sobre critérios objetivos para a implementação efetiva dos padrões de identificação de jurisdições não cooperantes transparência por todos, em particular com em matéria de transparência tributária. respeito à propriedade efetiva de pessoas Pedimos à OCDE que informe aos Ministros jurídicas e a contratos, são vitais para de Finanças e aos Presidentes de Bancos proteger a integridade do sistema financeiro Centrais até junho de 2017 sobre os internacional e para prevenir o mau uso progressos feitos pelas jurisdições em dessas entidades e arranjos financeiros para matéria de transparência tributária e sobre corrupção, evasão fiscal, financiamento do como o Fórum Global administrará o terrorismo e lavagem de dinheiro.

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Exortamos o Grupo de Ação Financeira atividades de financiamento verde e seus contra a Lavagem de Dinheiro (FATF) e o impactos. Fórum Global a elaborarem propostas iniciais, por ocasião da reunião de Ministros 22. Ao reconhecer os efeitos deletérios de de Finanças e Presidentes de Bancos fluxos financeiros ilícitos e derivados de Centrais em outubro, sobre meios para corrupção sobre a alocação equitativa de aprimorar a implementação de padrões recursos públicos, o crescimento econômico internacionais de transparência, inclusive sustentável, a integridade do sistema sobre disponibilidade de informações sobre financeiro global e o Estado de direito, a propriedade efetiva de pessoas jurídicas e reforçaremos os esforços do G20 para sobre contratos e sobre seu intercâmbio aprimorar a cooperação internacional no internacional. combate à corrupção, com base no respeito pleno ao direito internacional, aos direitos 21. Reconhecemos que, para apoiar o humanos e ao Estado de direito, bem como à crescimento ambientalmente sustentável em soberania de cada país. Endossamos os âmbito mundial, é necessário ampliar a Princípios de Alto Nível do G20 sobre oferta de financiamento verde. O Cooperação acerca de Pessoas Procuradas desenvolvimento do financiamento verde se por Corrupção e Recuperação de Ativos e depara com vários desafios, inclusive, entre saudamos a iniciativa chinesa de criar, na outros, com dificuldades para internalizar China, o Centro de Pesquisa sobre externalidades ambientais, descasamento de Cooperação Internacional relativa a Pessoas vencimentos, falta de clareza sobre definição Procuradas por Corrupção e Recuperação de do que seja “verde”, assimetrias de Ativos nos Países Membros do G20, o qual informação e inadequada capacidade funcionará em conformidade com as normas analítica, mas vários desses desafios podem internacionais. Comprometemo-nos a dar ser enfrentados por meio de alternativas continuidade à Rede de Peritos do G20 sobre desenvolvidas em cooperação com o setor Denegação de Ingresso. De maneira privado. Saudamos o Relatório Síntese do compatível com os nossos sistemas jurídicos G20 sobre Finanças Verdes apresentado pelo nacionais, trabalharemos em cooperação Grupo de Estudos sobre Finanças Verdes transfronteiriça e troca de informações entre (GFSG, em inglês) e as opções voluntárias autoridades policiais, de combate à desenvolvidas pelo GFSC para aprimorar a corrupção e judiciais. Exortamos todos os capacidade do sistema financeiro de Membros do G20 a ratificarem a Convenção mobilizar capitais privados para o das Nações Unidas contra a Corrupção e investimento verde. Acreditamos que saudamos o início do segundo ciclo do seu esforços podem ser realizados para dar sinais mecanismo de revisão. Empenharemo-nos claros quanto a políticas e marcos em aplicar de maneira efetiva as cláusulas estratégicos, promover princípios sobre extradição, assistência legal mútua e voluntários para o financiamento verde, recuperação de bens da referida convenção, expandir redes de aprendizado para a bem como outras convenções internacionais capacitação, apoiar o desenvolvimento de aplicáveis. Endossamos o Plano de Ação mercados de títulos verdes, promover Anticorrupção do G20 para o Biênio 2017- colaboração internacional para facilitar o 2018, com vistas a melhorar a transparência investimento transfronteiriço em títulos e integridade dos setores público e privado, verdes, incentivar e facilitar o intercâmbio implementando nossa posição de tolerância de conhecimentos sobre riscos financeiros e zero no combate à corrupção, brechas legais ambientais e aprimorar a mensuração das zero nas nossas instituições e barreiras zero para nossas ações. Pedimos ao Grupo de

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Trabalho Anticorrupção que elabore, antes Voluntário do G20 em Energias Renováveis do final de 2016, um plano de e o Programa do G20 sobre Eficiência implementação no formato de um marco Energética, lançados pelos Ministros de flexível para dar continuidade a esse Energia do G20, os quais solicitamos se trabalho com renovada atenção de alto nível reúnam regularmente para dar seguimento à e senso de urgência. Saudamos também os implementação desses planos e nos resultados da Cúpula Anticorrupção de mantenham informados. Londres em maio de 2016 e da Reunião Ministerial da OCDE em março de 2016. 24. Reafirmamos a importância da colaboração em matéria de energia para um 23. Em linha com os Princípios do G20 sobre futuro energético mais limpo e para a Cooperação Energética, reafirmamos nosso segurança energética sustentável, com vistas compromisso de construir mercados de a estimular o crescimento econômico. energia com bom funcionamento, abertos, Saudamos os progressos resultantes da competitivos, eficientes, estáveis e colaboração internacional voluntária em transparentes, promovendo uma arquitetura matéria de eficiência energética em seis energética global mais eficaz e inclusiva, áreas-chave, levando em consideração as com vistas a melhor refletir as mudanças em políticas delineadas no Programa sobre curso no panorama energético mundial e a Segurança Energética e em linha com moldar um futuro energético de baixa circunstâncias nacionais, inclusive em emissão de gases de efeito estufa (GHG, em veículos pesados, e aprimorando a eficiência inglês), acessível, confiável e sustentável, ao desses veículos. Reafirmamos nosso mesmo tempo em que se utilizam todas as compromisso de racionalizar e eliminar fontes e tecnologias energéticas. progressivamente, no médio prazo, Enfatizamos que o investimento sustentado subsídios ineficientes a combustíveis fósseis em projetos de energia permanece que estimulam o consumo excessivo, extremamente importante para assegurar a reconhecendo a necessidade de apoiar os segurança energética futura e prevenir picos mais pobres. Saudamos os progressos do tarifários economicamente G20 no cumprimento de seus compromissos desestabilizadores. Empenhamo-nos em e esperamos que se realizem avanços trabalhar com os países da África adicionais no futuro. Ademais, incentivamos Subsaariana e da região da Ásia-Pacífico os países do G20 a considerarem participar para melhorar o acesso universal a serviços no processo voluntário de revisão por pares. de energia modernos, sustentáveis, limpos, Dado que o gás natural é um combustível confiáveis e acessíveis, com especial fóssil menos intensivo em emissões, atenção para barreiras ao acesso à aprimoraremos a colaboração acerca de eletricidade. Incentivamos os Membros a soluções para promover sua extração, ampliar de maneira significativa a eficiência transporte e processamento de maneira a energética com base em suas necessidades mitigar impactos ambientais. Enfatizamos a específicas e circunstâncias nacionais e importância da diversificação das fontes de promover a conservação energética por meio energia e vias de transporte. de mudanças de estilo de vida apropriadas. Exploraremos arranjos inovadores e Comércio e Investimentos Internacionais colaborativos para a cooperação Robustos internacional em matéria de eficiência 25. Nosso crescimento, para que seja forte, energética. Endossamos o Plano de Ação de deve ser reforçado pelo crescimento Colaboração Voluntária do G20 sobre inclusivo, robusto e sustentável do comércio Acesso à Energia, o Plano de Ação e dos investimentos. Observamos com

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 85 preocupação o baixo crescimento do positivos na MC11 e depois dela. Também comércio e investimentos em nível global e trabalharemos para fortalecer ainda mais a nos comprometemos a aprimorar a economia OMC. mundial, que queremos aberta, por meio da facilitação e liberalização do comércio e do 27. Comprometemo-nos a ratificar o Acordo investimento. Reconhecemos a importância de Facilitação de Comércio até o final de da diversificação econômica e do 2016 e exortamos os demais Membros da aprimoramento industrial em países em OMC a fazerem o mesmo. Notamos o desenvolvimento para que se beneficiem de importante papel que acordos de comércio mercados globais mais abertos. Endossamos bilaterais e regionais podem exercer na os resultados da Reunião de Ministros de liberalização do comércio e no Comércio do G20, em Xangai, em 9 e 10 de desenvolvimento de regras de comércio, ao julho, e saudamos a criação do Grupo de mesmo tempo em que reconhecemos a Trabalho do G20 sobre Comércio e necessidade de assegurar sua consistência Investimento. Comprometemo-nos a com as regras da OMC. Comprometemo-nos intensificar a cooperação do G20 em matéria a trabalhar para assegurar que nossos de comércio e investimento. acordos de comércio bilaterais e regionais complementem o sistema multilateral de 26. Reafirmamos nossa determinação em comércio e que sejam abertos, transparentes, assegurar um sistema multilateral de inclusivos e consistentes com a OMC. comércio baseado em regras, transparente, Acordos plurilaterais de comércio não discriminatório, aberto e inclusivo em consistentes com a OMC e que contam com que a Organização Mundial do Comércio ampla participação podem exercer papel desempenha papel central no comércio complementar a iniciativas globais de global atual. Reiteramos nosso compromisso liberalização. Os países do G20 que de moldar a agenda de trabalho pós-Nairóbi, participam do Acordo de Comércio de Bens tendo, emseucentro, o tema Ambientais saúdam o patamar já alcançado desenvolvimento e nos comprometemos a pelas negociações, na OMC, do Acordo de avançar, de maneira prioritária, nas Comércio de Bens Ambientais e reafirmam negociações em torno das questões seu objetivo de redobrar esforços para pendentes da Agenda de Desenvolvimento superar as diferenças restantes e concluir, até de Doha, inclusive os três pilares de o final de 2016, um Acordo de Comércio de agricultura (i.e, acesso a mercados, apoio Bens Ambientais ambicioso e orientado para doméstico e concorrência em exportações), o futuro que busque eliminar tarifas sobre acesso a mercados de bens agrícolas, um conjunto amplo de bens ambientais, após serviços, desenvolvimento, Acordo sobre encontrarem meios efetivos para atender a Aspectos dos Direitos de Propriedade preocupações centrais dos participantes. Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS, em inglês) e regras. Observamos 28. Reiteramos nossa oposição ao também que várias questões, tais como as protecionismo comercial e em matéria de tratadas em acordos regionais de comércio investimento em todas as suas formas. (RTAs, em inglês) e pelo B20, podem ser de Estendemos, até o final de 2018, nossos interesse e importância comuns para a compromissos com não adoção e eliminação economia atual e, portanto, podem ser de medidas protecionistas, reafirmamos legitimamente objeto de discussão na OMC. nossa determinação de cumprir tais Trabalharemos conjuntamente com todos os compromissos e apoiamos o trabalho da membros da OMC com sentido de urgência OMC, UNCTAD e OCDE no e solidariedade, a fim de alcançar resultados monitoramento do protecionismo.

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Enfatizamos que os benefícios do comércio economia global e pela demanda deprimida, e da abertura de mercados devem ser têm causado impactos negativos sobre o comunicados ao público de maneira mais comércio e trabalhadores. Reconhecemos efetiva e acompanhados de medidas que o excesso de capacidade na indústria do nacionais apropriadas para assegurar que aço e em outros setores industriais é uma seus benefícios sejam amplamente questão global que demanda respostas distribuídos. coletivas. Também reconhecemos que subsídios e outros tipos de apoio 29. Endossamos a Estratégia do G20 para governamental ou de instituições Crescimento do Comércio Internacional, no patrocinadas por governos podem causar âmbito do qual o G20 liderará pelo exemplo distorções de mercado e contribuir para o os esforços para reduzir os custos do excesso de capacidade global e, portanto, comércio, elevar a coerência entre políticas exigem atenção. Comprometemo-nos a comerciais e de investimento, fomentar o aprimorar a comunicação e a cooperação e comércio de serviços, incrementar o tomar medidas efetivas para enfrentar os financiamento ao comércio, promover o desafios de forma a aprimorar o desenvolvimento do comércio eletrônico e funcionamento de mercado e incentivar tratar das relações entre o comércio e o ajustes. Para este fim, conclamamos ao desenvolvimento. Saudamos o Indicador de maior intercâmbio de informação por meio Perspectiva de Comércio Mundial lançado da formação de um Fórum Global sobre o pela Organização Mundial do Comércio excesso de capacidade de aço, a ser como um importante indicador para o facilitado pela OCDE com a participação comércio global. Endossamos os Princípios efetiva dos membros do G20 e dos membros do G20 para a Elaboração de Políticas interessados da OCDE. Esperamos receber Globais de Investimento, que ajudará a um relatório de avaliação dos esforços do promover ambiente global aberto, Fórum Global aos ministros relevantes do transparente e favorável a investimentos. G20 em 2017.

30. Também apoiamos políticas que Desenvolvimento Inclusivo e incentivem firmas de todos os tamanhos, em Interconectado particular de mulheres e jovens empreendedores, firmas lideradas por 32. Nosso crescimento, para ser forte, mulheres e pequenas e médias empresas, a sustentado e equilibrado, também deve ser beneficiarem-se plenamente das cadeias inclusivo. Estamos comprometidos em globais de valor (GVCs, em inglês) e que assegurar que os benefícios do nosso encorajem maior participação e agregação crescimento alcance todas as pessoas e de valor e mobilidade ascendente de países maximize o potencial de crescimento de em desenvolvimento, em particular por países em desenvolvimento e de baixa renda. países de baixa renda, nas cadeias globais de Nesse contexto, colocamos o valor. Saudamos o interesse do B20 de desenvolvimento sustentável no topo da fortalecer o comércio digital e outros agenda do G20. trabalhos e tomamos nota de sua iniciativa de lançar uma Plataforma Eletrônica de 33. Comprometemo-nos a aperfeiçoar a Comércio Mundial. coerência de políticas sobre desenvolvimento sustentável e reafirmamos 31. Reconhecemos que problemas nosso compromisso de alinhar ainda mais estruturais, inclusive o excesso de nosso trabalho com a implementação capacidade em alguns setores da indústria, universal da Agenda 2030 de exacerbada por uma fraca recuperação da Desenvolvimento Sustentável e a Agenda de

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Ação de Adis Ababa sobre financiamento infraestrutura e indústrias sustentáveis e para o desenvolvimento, baseado na resilientes; apoio à industrialização pelo vantagem comparativa e valor agregado do comércio compatível com as regras da G20, de acordo com nossas circunstâncias OMC; alavancagem de financiamento nacionais, reconhecendo que o seguimento e nacional e externo e apoio ao acesso revisão globais da Agenda 2030 é um equitativo a financiamento com foco em processo liderado pelas Nações Unidas. mulheres e jovens; assim como promoção de Comprometem-nos a contribuir para a ciência, tecnologia e inovação como meio implementação da Agenda 2030 dando o crítico para a industrialização. exemplo por meio de ações ousadas e transformadoras, de caráter coletivo e 36. Continuaremos nosso trabalho em nacional, que pretendemos tomar num matéria de fluxos ilícitos transfronteiriços amplo conjunto de áreas. Ao endossarmos o derivados de atividades ilícitas, inclusive Plano de Ação do G20 sobre a Agenda 2030 subfaturamento e superfaturamento de Desenvolvimento Sustentável, que aduaneiros, que impõe obstáculo à também inclui princípios de alto nível, mobilização de recursos nacionais para o reafirmamos nosso compromisso em desenvolvimento. Saudamos a comunicação alcançar a ambição da Agenda 2030. e coordenação com a Organização Mundial Tomamos nota da Iniciativa Tributária de de Aduanas para elaborar relatório a respeito Adis Abeba e saudamos o estabelecimento do assunto após a Cúpula de Hangzhou. do Mecanismo de Facilitação de Tecnologia 37. Reconhecemos a importância do papel e sublinhamos a importância de maior dos negócios inclusivos para o cooperação em tecnologias para alcançar o desenvolvimento e saudamos o desenvolvimento sustentável. estabelecimento da Plataforma Global do 34. Saudamos o Relatório Amplo de G20 de Negócios Inclusivos e suas futuras Acompanhamento dos Compromissos de ações. Saudamos o Relatório do G20 de Desenvolvimento do G20, que reflete o Negócios Inclusivos para a Cúpula de 2016. progresso já alcançado no período 2014- 38. Cumpriremos nosso compromisso 2016. coletivo de concluir uma bem-sucedida 18ª 35. Lançamos a Iniciativa do G20 de Apoio reconstituição da Associação Internacional à Industrialização da África e de Países de de Desenvolvimento, assim como uma 14ª Menor Desenvolvimento Relativo para Reconstituição do Fundo Africano de fortalecer seu crescimento inclusivo e Desenvolvimento. desenvolvimento potencial por meio de 39. Reafirmamos nosso compromisso de opções voluntárias de políticas, inclusive: promover, em termos de quantidade e promoção de transformação estrutural qualidade, investimentos voltados para inclusiva e sustentável; apoio à agricultura infraestrutura. Saudamos a “Declaração sustentável e desenvolvimento do Conjunta de Aspirações em Ações para agronegócio e da agroindústria, Apoiar Investimento em Infraestrutura” por aprofundamento, expansão e atualização do onze Bancos Multilaterais de conhecimento local e da base de produção; Desenvolvimento (BMDs), inclusive o promoção do investimento em energia anúncio de ambições quantitativas para sustentável e segura, inclusive renováveis e projetos de infraestrutura de alta qualidade, eficientes, explorando maneiras de dentro de seus respectivos mandatos desenvolver a cooperação em produção institucionais, assim como seus esforços industrial, treinamento vocacional e para maximizar a qualidade de projetos de

88 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. infraestrutura, fortalecer a preparação de Princípios do G20/OCDE de Governança projetos, aprofundar a colaboração entre Global e os Princípios de Alto Nível sobre BMDs, fortalecer ambiente favorável para Financiamento de Pequenas e Médias investimentos em infraestrutura em países Empresas e esperaremos a revisão da em desenvolvimento, assim como catalisar metodologia de avaliação dos Princípios do recursos privados. Sublinhamos a G20/OCDE sobre Governança Corporativa, importância de investimentos em a ser informada pela revisão entre pares infraestrutura de qualidade, que buscam sobre governança corporativa do Conselho assegurar eficiência econômica tendo em de Estabilidade Financeira (FSB, em inglês). vista o ciclo de vida dos custos, segurança, resiliência contra desastres naturais, criação 40. A geração de empregos de qualidade é de emprego, capacitação, transferência de indispensável para o desenvolvimento conhecimento em termos e condições sustentável e está no centro das agendas mutualmente acordados, ao mesmo tempo nacionais e global do G20. Trabalharemos que incluem impactos sociais e ambientais e para assegurar que os benefícios do se alinham a estratégias econômicas e de crescimento econômico, globalização e desenvolvimento. Saudamos a Resposta dos inovação tecnológica sejam amplamente BMDs ao Plano de Ação do G20 para a compartilhados, criando mais empregos de Otimização dos Balanços dos BMDs e qualidade, reduzindo desigualdades e exortamos a continuidade da implementação promovendo a participação inclusiva da desse Plano. Notamos que a conectividade força de trabalho. Endossamos as de infraestrutura é essencial para alcançar o estratégias, planos de ação e iniciativas desenvolvimento sustentável e a desenvolvidas pelos Ministros do Trabalho prosperidade compartilhada. Endossamos a do G20 para aperfeiçoar a agenda de Aliança de Conectividade de Infraestrutura crescimento de desenvolvimento, adotando Global lançada neste ano para ampliar a ações efetivas para efetuar as mudanças sinergia e cooperação entre vários necessárias na qualificação profissional, programas de interconectividade de apoiar o empreendedorismo e a infraestrutura de maneira holística e empregabilidade, promover o trabalho encorajamos os membros do G20 a decente, assegurar ambientes de trabalho participar ativamente dessa Aliança. seguros, inclusive nas cadeias globais de Solicitamos que o Grupo do Banco Mundial suprimento, e fortalecer os sistemas de sirva como secretariado da referida Aliança, proteção social. Endossamos os Princípios trabalhando estreitamente com o Centro de de Políticas Salariais Sustentáveis. Infraestrutura Global, a OCDE, outros Reconhecemos o empreendedorismo como bancos multilaterais de desenvolvimento e condutor importante para a criação de Membros do G20 interessados em suas empregos e o crescimento econômico, atividades. Endossamos a Nota-Guia reforçamos nossos compromissos no Plano G20/OCDE sobre Diversificação de de Ação de Empreendedorismo do G20 e Instrumentos Financeiros para a saudamos a contribuição da China para o Infraestrutura e pequenas e médias empresas estabelecimento do Centro de Pesquisas e saudamos as Matrizes Anotadas de sobre Empreendedorismo em Economias do Alocação de Riscos em Parcerias Público- G20. Endossamos igualmente a Iniciativa do Provadas (PPPS), completadas pelo Centro G20 para Promover a Aprendizagem de de Infraestrutura Global para ajudar países Qualidade com prioridades de políticas para em desenvolvimento a aperfeiçoar a aumentar a quantidade, qualidade e avaliação de riscos em infraestrutura. diversidade de modalidades de Apoiamos a implementação efetiva dos aprendizagem. Desenvolveremos ainda mais

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 89 os planos de emprego do G20 em 2017 para outros países. Saudamos a contribuição de cumprir esses compromissos e monitorar programas e iniciativas que promovem o progressos, de maneira sistêmica e desenvolvimento sustentável da agricultura, transparente, no cumprimento das metas do inclusive o Programa Global de Agricultura G20, em especial aquelas relativas a e Segurança Alimentar. empregos para a juventude e participação laboral feminina. Reconhecemos que Mais Desafios Globais Significativos que instituições laborais e políticas mais sólidas Afetam a Economia Mundial podem apoiar a produtividade, promoção do 42. O resultado do referendo sobre a trabalho decente e, portanto, maior participação do Reino Unido na União crescimento sustentável de salários, em Europeia agrava a incerteza da economia particular para os trabalhadores de baixa global. Os Membros do G20 estão bem renda. Reconhecemos a importância de lidar posicionados para lidar proativamente com com oportunidades e desafios no mercado de as potenciais consequências econômicas e trabalho causados pela migração laboral, já financeiras decorrentes do referendo. No que uma migração bem gerenciada pode futuro, esperamos ver uma parceria estreita trazer benefícios potenciais para economias entre o Reino Unido e a União Europeia. e sociedades. 43. Reiteramos nosso compromisso com o 41. O G20 continuará a priorizar seu desenvolvimento sustentável, o apoio e trabalho em segurança alimentar, nutrição, ações firmes e efetivas para fazer frente à crescimento sustentável da agricultura e mudança do clima. Comprometemo-nos a desenvolvimento rural, como contribuição completar os respectivos procedimentos significativa para a implementação da nacionais para aderirmos ao Acordo de Paris Agenda 2030 para o Desenvolvimento tão logo nossos procedimentos nacionais o Sustentável. Endossamos os resultados da permitam. Saudamos aqueles países do G20 Reunião de Ministros de Agricultura do G20 que aderiram ao Acordo, bem como esforços e os encorajamos a se reunirem regularmente para permitir a entrada em vigor do Acordo para a promover o desenvolvimento de Paris até o final de 2016 e temos a sustentável da agricultura e de cadeias de expectativa de que seja implementado valor alimentícias, inclusive por meio de oportunamente em todos os seus aspectos. inovações tecnológicas, institucionais e Afirmamos a importância da implementação sociais, assim como promover o comércio e do compromisso dos países desenvolvidos, o investimento responsáveis, como no marco da UNFCCC, de fornecer os meios instrumentos para a segurança alimentar, o de implementação, inclusive recursos desenvolvimento rural e a redução da financeiros, para auxiliar países em pobreza. Apoiamos os crescentes esforços desenvolvimento em ações de mitigação e de cientistas agrícolas e do setor privado adaptação, em linha com os resultados de nesse sentido, saudamos o I Fórum do G20 Paris. Reafirmamos a importância do apoio de Empreendedores Agrícolas. oferecido pelo Fundo Verde do Clima. Reconhecemos o papel dos agricultores Saudamos o Relatório do Grupo de Estudo familiares e pequenos produtores agrícolas do G20 sobre Financiamento do Clima a na promoção do desenvolvimento e respeito da “Promoção Eficiente, Provisão saudamos o documento “Boas Práticas em Transparente e Mobilização de Agricultura Familiar e de Pequenos Financiamento do Clima para Aperfeiçoar a Produtores”, que identifica um conjunto de Ambição de Ações de Mitigação e políticas, programas e ferramentas que Adaptação”. Temos a expectativa de ver podem ser úteis para Membros do G20 e resultados bem-sucedidos em foros

90 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. multilaterais conexos, inclusive o Protocolo economia global e garantir o crescimento e de Montreal e a Organização Aviação Civil desenvolvimento sustentáveis. Reafirmamos Internacional. nossa solidariedade e determinação na luta contra o terrorismo em todas as suas formas 44. O deslocamento massivo e forçado de e independentemente de onde ocorra. pessoas, sem precedentes desde a II Guerra Enfrentaremos todas as fontes, técnicas e Mundial, em especial aqueles provocados canais de financiamento ao terrorismo, por conflitos violentos, constitui uma inclusive tributação extorsiva, contrabando preocupação global. Reiteramos nosso de recursos naturais, assalto a bancos, tráfico chamado, em Antália, a esforços globais de bens culturais, doações externas e destinados a tratar dos efeitos, proteção seqüestro. Ao confrontar o terrorismo, necessária e as causas da crise de refugiados permanecemos comprometidos com a troca e compartilhar os ônus dela decorrente. eficiente de informações, o bloqueio de bens Conclamamos ao fortalecimento da de terroristas e a criminalização do assistência humanitária para refugiados e financiamento à atividade terrorista. reassentamento de refugiados e convidamos Conclamamos à implementação rápida, todos os Estados, de acordo com sua efetiva e universal dos padrões do Grupo de capacidade individual, a aumentarem a Ação Financeira Internacional e das assistência a organizações internacionais disposições da Resolução 2253 do Conselho relevantes de maneira a ampliar sua de Segurança das Nações Unidas em todo o capacidade de assistir os países afetados, mundo. Saudamos o progresso alcançado intensificando esforços para encontrar pelo Grupo de Ação Financeira soluções duradouras, em particular para a Internacional na implementação da prolongada situação de refugiados e, nesse Estratégia Consolidada de Combate ao sentido, fortalecendo a contribuição para a Financiamento do Terrorismo e assistência ao desenvolvimento a conclamamos à implementação efetiva de comunidades anfitriãs. Apoiamos esforços seu plano operacional. Conclamamos o internacionais para responder à crise atual e Grupo de Ação Financeira Internacional a temos boas expectativas quanto aos refletir, até março de 2017, sobre maneiras encontros de alto nível durante a Assembleia de avançar no fortalecimento de sua Geral das Nações Unidas. Notamos os capacidade de tração e no fortalecimento da esforços do Grupo do Banco Mundial para eficácia de sua rede, assim como daquelas de trabalhar com outras organizações órgãos regionais similares. internacionais e partes interessadas para desenvolver uma plataforma de resposta a 46. A resistência antimicrobiana (AMR) crises globais, a fim de oferecer apoio aos constitui uma ameaça séria à saúde pública, refugiados e comunidades anfitriãs em ao crescimento e à estabilidade econômica países de renda baixa e média. O G20 global. Afirmamos a necessidade de continuará a debater o deslocamento forçado examinar, de maneira inclusiva e em 2017, com o objetivo de desenvolver considerando-se o valor agregado que o G20 ações concretas. O G20 também examinará possa trazer nesse assunto, modos de lutar temas migratórios em 2017. contra a resistência antimicrobiana, desenvolvendo meios científicos para 45. Condenamos firmemente o terrorismo prevenir e mitigar tal resistência, e de em todas as suas formas e manifestações, o destravar a pesquisa e o desenvolvimento de qual representa sério desafio à paz e à antimicrobianos novos e existentes, e segurança e põe em perigo nossos conclamamos a Organização Mundial da permanentes esforços para fortalecer a Saúde, a FAO, a Organização Mundial para

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 91 a Saúde Animal e a OCDE a apresentarem • Iniciativa de Desenvolvimento e relatório conjunto, em 2017, sobre opções de Cooperação sobre Economia Digital do G20; tratamento do tema, inclusive seus aspectos econômicos. Nesse contexto, promoveremos • Plano de Ação de Hangzhou; o uso prudente de antibióticos, ao mesmo • Relatório de Acompanhamento de tempo em que consideraremos os enormes Hangzhou; desafios de garantir preços razoáveis e acesso a antimicrobianos, bem como seu • Agenda Fortalecida de Reforma Estrutural impacto na saúde pública. Apoiamos do G20; firmemente o trabalho da Organização Mundial da Saúde, FAO e a Organização • Princípios de Alto Nível do G20 sobre Mundial para a Saúde Animal e esperamos Cooperação acerca de Pessoas Procuradas seja bem-sucedida a reunião de alto nível por Corrupção e Recuperação de Ativos; sobre resistência antimicrobiana a realizar- • Plano de Ação Anticorrupção do G20 para se durante a Assembleia Geral das Nações o Biênio 2017-2018; Unidas. Também temos a expectativa de que se realizem discussões sobre esses temas no • Estratégia do G20 para Crescimento do marco da próxima presidência. Comércio Internacional;

47. Reafirmamos que o espírito fundador do • Princípios-Guia do G20 para a Elaboração G20 consiste em reunir, em pé de igualdade, de Políticas Globais de Investimento; as maiores economias para catalisar ações. Quando nos pomos de acordo, geramos • Termos de Referência do Grupo de resultados. Trabalho do G20 sobre Comércio e Investimento; 48. Agradecemos a China por realizar uma Cúpula bem-sucedida e por sua contribuição • Plano de Ação do G20 sobre a Agenda para o processo do G20. Temos a 2030 de Desenvolvimento Sustentável; expectativa de encontrarmo-nos na • Relatório Amplo de Acompanhamento dos Alemanha, em 2017, e na Argentina, em Compromissos de Desenvolvimento do 2018. G20;

• Declaração da Presidência sobre Mudança Anexo do Clima por ocasião da Reunião de Sherpas do G20; Documentos Acordados • Agenda do G20 para uma Arquitetura Os seguintes documentos foram acordados Financeira Internacional mais Estável e pelo G20 e apoiam o Comunicado: Resiliente;

• Plano Diretor do G20 sobre o Crescimento • Iniciativa do G20 de Apoio à Inovador; Industrialização da África e de Países de Menor Desenvolvimento Relativo; • Plano de Ação sobre Inovação de 2016 do G20; • Declaração Conjunta de Aspirações dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento • Plano de Ação do G20 sobre a Nova em Ações para Apoiar Investimento em Revolução Industrial; Infraestrutura;

92 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

• Iniciativa da Aliança de Conectividade de • Programa Diretor do G20 sobre Eficiência Infraestrutura Global; Energética;

• Nota-Guia G20/OCDE sobre • Relatório Síntese do G20 sobre Finanças Diversificação de Instrumentos Financeiros Verdes; para a Infraestrutura e pequenas e médias empresas; • Relatório do Grupo de Estudo do G20 sobre Financiamento do Clima a respeito da • Relatório do Centro de Infraestrutura “Promoção Eficiente, Provisão Transparente Global sobre Matrizes Anotadas de e Mobilização de Financiamento do Clima Alocação de Riscos em Parcerias Público- para Aperfeiçoar a Ambição de Ações de Provadas (PPPS); Mitigação e Adaptação”;

• Carta do Presidente do Comitê de • Perspectiva do Grupo de Estudo do G20 Estabilidade Financeira (em inglês, "FSB") sobre Financiamento do Clima a respeito da para os Líderes do G20; “Perspectiva da Integração de Considerações de Mudança do Clima na • FMI-FSB- Banco de Compensações Assistência ao Desenvolvimento e Internacionais – Relatório sobre Elementos Programas de Financiamento do Clima”; de Políticas Macroprudenciais Efetivas: lições advindas da experiência internacional • Boas Práticas em Agricultura Familiar e de Pequenos Produtores. • Relatório Anual do FSB para o G20 sobre a Implementação e Efeitos das Reformas Regulatórias do G20 na área Financeira; Declarações Ministeriais • Princípios de Alto Nível do G20 para Inclusão Financeira Digital; • Comunicado da Reunião dos Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais • Indicadores de Inclusão Financeira do G20 do G20, Shanghai, 26-27 de fevereiro; (atualização de 2016); • Comunicado da Reunião dos Ministros de • Marco de Implementação do Plano de Ação Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20 sobre Financiamento de pequenas e do G20, Washington,14-15 de abril; médias empresas; • Comunicado do Encontro dos Ministros de • Plano de Ação de Empreendedorismo do Finanças e Presidentes de Bancos Centrais G20; do G20, Chengdu, 23-24 de julho;

• Iniciativa do G20 para Promover a • Declaração da Reunião de Ministros do Aprendizagem de Qualidade; Comércio do G20, Shanghai, 9-10 de julho;

• Relatório do G20 de Negócios Inclusivos • Declaração dos Ministros do Trabalho do para a Cúpula de 2016; G20, Pequim, 12-13 de julho;

• Aumentando o Acesso à Energia na Região • Comunicado dos Ministros de Agricultura da Ásia-Pacífica: Desafios-chave e Plano de do G20, Xian, 3 de junho; Ação de Colaboração Voluntária do G20; • Comunicado da Reunião dos Ministros de • Plano de Ação Voluntário do G20 em Energia do G20, Pequim, 29-30 de junho. Energias Renováveis;

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 93

Documentos dos Grupos de Trabalho • Relatório Final do Grupo de Trabalho do G20 sobre Arquitetura Financeira -- Grupo de Trabalho de Emprego Internacional, 2016.

• Recomendações de Política para Aperfeiçoar a Empregabilidade; -- Parceria Global para a Inclusão Financeira • Princípios de Políticas Salariais (PGIF) Sustentáveis; • Relatório de Progresso do PGIF de 2016; • Recomendações de Políticas para Promoção de Sistemas de Proteção Social • Relatório do PGIF: Organismos mais Equitativas e Sustentáveis. Internacionais de Normatização e Inclusão Financeira – Panorama em evolução;

• Atualização para os Líderes sobre o -- Grupo de Trabalho do Marco para o Progresso relacionado ao Objetivo em Crescimento Forte, Sustentável e Remessas do G20; Equilibrado • G20/OCDE (Rede Internacional de • Quantificando a Implementação das Educação Financeira-INFE) Marco de Estratégias de Crescimento dos Membros do Competências Centrais sobre Educação G20 (Nota do FMI/OCDE). Financeira para Adultos;

• G20/OCDE INFE – Assegurando a -- Grupo de Trabalho de Infraestrutura e Educação Financeira e a Defesa do Investimento Consumidor para Todos na Era Digital; Documentos de Apoio:

• Relatório de Progresso do G20/OCDE Acolhemos a entrega dos seguintes documentos: sobre a Implementação dos Princípios do G20/OCDE sobre Governança Corporativa; • Estratégias de Crescimento dos Membros • Relatório de Progresso do G20/OCDE do G20 (atualização). Setembro de 2016; sobre o Desenvolvimento de Abordagens • Nota de Acompanhamento do FMI; Efetivas para Apoiar a Implementação dos Princípios de Alto-Nível sobre • Nota do FMI sobre Revitalização do Financiamento de Pequenas e Médias Comércio para Apoiar o Crescimento: um Empresas; Caminho a Seguir;

• Resposta dos Bancos Multilaterais de • Nota do FMI sobre um Marco para Desenvolvimento ao Plano de Ação do G20 Reformas Estruturais; para a Otimização dos Balanços dos BMDs. • Relatório do G20 e do Centro de Infraestrutura Global sobre Compartilhamento de Conhecimentos; -- Grupo de Trabalho da Arquitetura Financeira Internacional • Nota-Guia G20/OCDE sobre Diversificação de Instrumentos Financeiros para Infraestrutura;

94 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

• Nota-Guia G20/OCDE sobre • I Relatório de Progresso FMI-FSB – Diversificação de Instrumentos Financeiros Segunda Fase da Iniciativa sobre Hiatos de para pequenas e médias empresas; Informação do G20 (DGI-2);

• Nota do Secretariado do FMI: o Papel dos • Relatório do Secretário-Geral da OCDE Direitos Especiais de Saque-Considerações para os Ministros de Finanças do G20. Iniciais; (fevereiro, abril e julho de 2016) e para os Líderes do G20 (setembro 2016); • Relatório do Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (BCBS) aos Líderes do • FMI-OCDE-ONU-GBM - Relatório G20 – Implementação dos Padrões de Conjunto sobre Aperfeiçoamento da Basileia; Efetividade de Apoio Externo na Construção de Capacidade Tributária em Países em • Relatório de Progresso do FSB sobre Desenvolvimento; Resolução: Resiliência pela Resolutividade – da Elaboração de Políticas para sua • Revisão Voluntária entre Pares da China e Implementação; Estados Unidos sobre Combustíveis fósseis: Relatório de auto-revisão dos EUA; • Comitê de Basileia de Supervisão Bancária - Comitê de Pagamentos e Infraestruturas de • Esforços da China para Diminuir ou Mercado (CPMI)-FSB- Organização Racionalizar seus Subsídios a Combustíveis Internacional das Comissões de Valores Fósseis – Relatório sobre a revisão entre Mobiliários (IOSCO) - Relatório de pares do G20 acerca de subsídios Progresso sobre o Plano de Trabalho sobre ineficientes a combustíveis fósseis que Contrapartes Centrais; encorajam o desperdício na China;

• CPMI-IOSCO - Resiliência e Recuperação • Revisão Voluntária entre Pares da China e de Contrapartes Centrais: Guia Adicional Estados Unidos sobre Combustíveis fósseis: sobre Princípios para Infraestruturas do Relatório de auto-revisão da China; Mercado Financeiro – Relatório Consultivo; • Esforços dos EUA para Diminuir ou • Documento de Discussão do FMI sobre Racionalizar seus Subsídios a Combustíveis Aspectos Essenciais do Planejamento de Fósseis – Relatório sobre a revisão entre Resoluções de Contrapartes Centrais; pares do G20 acerca de subsídios ineficientes a combustíveis fósseis que • Recomendações de Políticas propostas encorajam o desperdício nos EUA; pelo FSB para Abordar as Vulnerabilidades Estruturais de Atividades de Gestão de • Relatório da UNIDO sobre a Ativos; Industrialização da África e de Países de Menor Desenvolvimento Relativo: • Relatório de Progresso do FSB sobre o estimulando crescimento. Criando Plano de Ação para Analisar e Abordar o empregos, promovendo inclusão e Declínio de Correspondentes Bancários; sustentabilidade;

• Relatório do FSB sobre os Planos de seus • OIT-OCDE-GBM-FMI - Relatório: Membros para Abordarem Barreiras Legais Tendências de Emprego e Desafios; e Acessarem dados de transações de Mercados de Derivativos de Balcão; • OIT-OCDE-GBM - Relatório: Gerando Oportunidades de Emprego Adequadas;

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 95

• OIT-OCDE-GBM - Relatório: • Declaração do L20 para a Cúpula do G20; Aperfeiçoando a Empregabilidade; • Comunicado do Y20 China 2016; • OIT-OCDE-GBM-FMI - Relatório: Promover Trabalho Decente; • Comunicado do Encontro do W20;

• OCDE-GBM- OMC - Documento de • Comunicado da Sociedade Civil 20, China Discussão: Monitorando e Reduzindo 2016; Custos de Comércio; • Recomendações de Política do T20 para o • OMC-UNCTAD-OCDE-GBM - G20. Documento de Discussão: Agradecimento e caminho a seguir Interrelacionamento entre Comércio e Investimento: Fortalecendo a Coerência de Agradecemos aos organismos Políticas; internacionais, incluindo a ONU, FMI, Grupo Banco Mundial, OMC, OIT, FSB, • OCDE-UNCTAD- OMC - Documento de FATF e BIS, por seu valoroso aporte e ao Discussão sobre Comércio Eletrônico; apoio ao processo do G20. Acolhemos as • Relatório da OMC sobre Como avançar o recomendações de políticas apresentadas Sistema Multilateral de Comércio: temas pelos grupos de engajamento, que reúnem para consideração adicional; representantes do setor privado, sindical, mulheres, juventude, centros de pesquisa e • Relatório da OMC sobre Acordos sociedade civil, e agradecemos suas Regionais de Comércio e o Sistema importantes contribuições este ano. Multilateral de Comércio: Análise Aprofundada de Provisões Específicas de Pedimos à OCDE e ao Banco Mundial que ARCs; construam uma nova Comunidade Virtual de Práticas do G20 no âmbito da atual • Relatório de Monitoramento da OMC Plataforma de Políticas para Inovação e sobre Medidas de Comércio: Melhorias pedimos à OCDE que desenvolva o Possíveis; Relatório de Inovação de 2016 do G20, com vistas ao intercâmbio de conhecimentos e • Perspectivas de Comércio Global do FMI e experiências. GBM; Demandamos da OCDE, conjuntamente • Relatório da OMC sobre Financiamento do com a UNCTAD e a Organização das Comércio e Pequenas e Médias Empresas: Nações Unidas para o Desenvolvimento Diminuindo o Hiato em Provisões; Industrial (UNIDO, na sigla em inglês), que • OCDE-GBM-CCI - Relatório: Em Direção publiquem o Relatório do G20 sobre a Nova Revolução Industrial (NRI), a qual fornece a uma Estratégia do G20 para Promover um panorama das oportunidades e desafios Cadeias Globais de Valor Inclusivas. suscitados pela NIR. Relatórios e Recomendações recebidas de Acolhemos e incentivamos os esforços feitos Grupos de Engajamento pelas Nações Unidas, UNCTAD, UNIDO, • A caminho de uma Economia Mundial OIT, FMI, UIT, OCDE, Grupo Banco Inovadora, Revigorada, Interconectada e Mundial e outros organismos internacionais Inclusiva – Recomendações do B20 2016 ao no sentido de desenvolver novos indicadores G20; para importantes questões de políticas, tais como confiança na economia digital,

96 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. comércio eletrônico, fluxos de dados das pessoas sobre os benefícios do comércio transfronteiriços e a Internet das Coisas, e do investimento para o bem-estar. Nesse conforme seja praticável, relevante e contexto, acolhemos também trabalhos adequado. conjuntos que venham a ser desenvolvidos pela OMC, UNCTAD, OCDE, Centro de Aguardamos que organismos internacionais, Comércio Internacional (ITC, na sigla em inclusive a OCDE e os membros inglês), Grupo Banco Mundial e FMI, em interessados, intensifiquem esforços para colaboração com outros organismos mensurar a economia digital em estatísticas internacionais relevantes, respeitando seus macroeconômicas por meio da condução de mandados e recursos, a identificarem meios uma enquete de caráter voluntário juntos aos para promoverem o crescimento inclusivo, organismos nacionais de estatísticas sobre robusto e sustentável do comércio e "boas práticas" e organizem e sediem uma investimento, incluindo, mas não se oficina de trabalho para profissionais de limitando a, trabalho de mensurar custos de estatística e empresas que atuam na comércio, relatar medidas restritivas, economia digital sobre fornecimento de aprimorar a modelagem econômica do dados para mensurar a economia digital. comércio, comunicar os benefícios do comércio e do investimento e da promoção e Pedimos ao Grupo de Trabalho do Marco facilitação de investimentos, aumentar a para o Crescimento Forte, Sustentável e Equilibrado que faça uma avaliação do coerência e a complementariedade entre os progresso das reformas estruturais do G20 regimes de comércio e investimento e consoante com a Agenda Fortalecida de promover cadeias globais de valor inclusivas e coordenadas. Reforma Estrutural e pedimos à OCDE que ajude a avaliar os progressos e desafios do Pedimos aos ministros de finanças e G20 no âmbito das áreas prioritárias para presidentes de bancos centrais que reforma estrutural por meio da produção de apresentem relatório sobre seu trabalho relatório técnico, com a contribuição e futuro a respeito da arquitetura financeira outros organismos internacionais, utilizando internacional até nosso próximo encontro. um conjunto comum de indicadores. Apelamos ao FATF que reflita até março de Convidamos a OCDE e o FMI a continuar o 2017 sobre meios para avançar no trabalho sobre a composição das despesas e fortalecimento de sua capacidade de tração e receitas orçamentárias para estimular a no fortalecimento da eficácia de sua rede, produtividade, inclusão e crescimento. assim como daquelas de órgãos regionais similares. Aguardamos o abrangente estudo No contexto de crescimento lento do comércio e investimento, reconhecemos a de impacto quantitativo do Comitê de necessidade de compreender e melhor Basileia de Supervisão Bancária (BCBS, na explicar como o comércio e o investimento sigla em inglês) que servirá de base para a elaboração final e calibragem do marco de podem contribuir mais para estimular o Basileia III. crescimento inclusivo e o emprego e como se relacionam entre si medidas estruturais, Aguardamos avaliar o relatório da fase II e comércio, investimento e PIB. Pedimos à recomendações da Força de Trabalho do OMC, OCDE, Grupo Banco Mundial e FSB capitaneada pelo setor privado sobre outros organismos internacionais que deem Divulgações Financeiras Relacionadas ao continuidade a seu trabalho de análise e de Clima até o início de 2017, que apresentará debates sobre esses temas, com vistas a suas recomendações para aprimorar a contribuir para a melhoria das percepções

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 97 divulgação de informações financeiras Industrialização da África e de Países de relacionadas ao clima. Menor Desenvolvimento Relativo. Aguardamos poder fazer face às opções Acolhemos o Primeiro Relatório de políticas de natureza voluntária para Progresso do FMI-FSB sobre a segunda fase promover o desenvolvimento sustentável na da Iniciativa sobre Hiatos de Informação e África e outros Países de Menor apoiamos os planos de ação do Relatório. Desenvolvimento Relativo, inclusive opções Acolhemos os relatórios sobre as avaliações políticas de natureza voluntária para promover a industrialização. pelos pares a respetivo dos subsídios ineficientes a combustíveis fósseis que Agradecemos a criação da nova Plataforma examinaram as políticas da China e dos de Colaboração sobre Tributação pelo FMI, Estados Unidos, preparados por grupos de OCDE, ONU e Grupo Banco Mundial e suas peritos presididos pela OCDE. recomendações sobre mecanismos para a Pedimos aos Bancos Multilaterais de efetiva assistência técnica em apoio a Desenvolvimento (BMDs) que sigam reformas tributárias. Aguardamos receber adiante com as orientações e compromissos uma atualização sobre os progressos alcançados até meados de 2017. delineados na Declaração Conjunta de Aspirações em Ações para Apoiar Convidamos a OIT, OCDE, Grupo Banco Investimento em Infraestrutura. Pedimos aos Mundial e FMI a oferecer suporte técnico à BMDs que prossigam com a implementação implementação do Plano de Ação de do Plano de Ação do G20 para a Otimização Empreendedorismo do G20, a participar no dos Balanços dos BMDs. trabalho do Centro de Pesquisas sobre Pedimos ao Banco Mundial que sirva de Empreendedorismo em Economias do G20 e facilitar o intercâmbio de boas práticas e secretariado para a Aliança de lições apreendidas entre os membros do Conectividade de Infraestrutura Global e que trabalhe de maneira próxima com o Centro G20. A OIT, OCDE e outros organismos de Infraestrutura Global, OCDE, outros internacionais, parceiros da sociedade e bancos multilaterais de desenvolvimento e especialistas são benvindos a participar das atividades do Centro e compartilhar suas membros do G20 interessados em apoiar experiências e resultados de pesquisas em suas atividades. matéria de empreendedorismo. Agradecemos ao UNPD e a OCDE por seu Convidamos a OCDE e outros organismos apoio na elaboração do Plano de Ação do internacionais a continuarem o G20 sobre Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e do Relatório desenvolvimento do marco analítico do G20 Amplo de Acompanhamento dos para incrementar a produtividade da agricultura, incluindo a de pequenos Compromissos de Desenvolvimento (GTD). produtores de maneira inovadora e Pedimos que continuem a apoiar o GTD no monitoramento relativo à implementação do sustentável. Plano de Ação e ao relevante processo de acompanhamento dos compromissos. INUNDAÇÕES NA REPÚBLICA Agradecemos a Organização das Nações POPULAR DEMOCRÁTICA DA Unidas para o Desenvolvimento Industrial COREIA 08/09/2016 (UNIDO) e outros organismos internacionais pelo apoio na elaboração da O governo brasileiro lamenta as inundações Iniciativa do G20 de Apoio à que atingem a República Popular

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Democrática da Coreia e que já causaram a articulação e promoção de oportunidades de morte e o desaparecimento de dezenas de negócios entre empresas dos setores pessoas. nucleares brasileiro e argentino.

O governo brasileiro manifesta ao governo e O compromisso renovado de ambos os ao povo da República Popular Democrática países com o CPPN e com o uso pacífico da da Coreia suas sinceras condolências pelas energia nuclear insere-se no contexto de inestimáveis perdas humanas, bem como sua fortalecimento da parceria estratégica entre solidariedade pelo sofrimento dos Brasil e Argentina. O Comitê propicia foro desabrigados e pelos danos materiais de diálogo e concertação do mais alto nível, causados pelas fortes chuvas. permitindo que os dois países continuem a estreitar seus laços de amizade na área nuclear, tema central para o desenvolvimento sustentável de Brasil e COMITÊ PERMANENTE DE Argentina. POLÍTICA NUCLEAR BRASIL- ARGENTINA 08/09/2016

Realizar-se-á, em 9 de setembro de 2016, TESTES REALIZADOS PELA reunião do Comitê Permanente de Política REPÚBLICA POPULAR Nuclear Brasil-Argentina (CPPN). O DEMOCRÁTICA DA COREIA Comitê opera sob a responsabilidade das 09/09/2016 Chancelarias dos dois países e é integrado por representantes das respectivas O Governo brasileiro repudia Comissões, autoridades e empresas veementemente o teste nuclear realizado nucleares. hoje pela República Popular Democrática da Coreia e associa-se à condenação emitida O objetivo do CPPN é fomentar a pelo Conselho de Segurança das Nações cooperação bilateral na área nuclear, Unidas em relação aos recentes lançamentos promover o desenvolvimento tecnológico- de mísseis balísticos conduzidos por nuclear e a criação de mecanismos que Pyongyang. Como firme defensor de um assegurem os interesses da paz, da segurança mundo livre de armas de destruição em e do desenvolvimento da região. massa, o Brasil reprova atitudes que violem as resoluções pertinentes do Conselho de Por ocasião da reunião do dia 9 de setembro, Segurança das Nações Unidas e aumentem a Brasil e Argentina intercambiarão informações sobre a situação atual e os tensão na Península Coreana. objetivos futuros dos respectivos programas O Brasil considera inaceitável que arsenais nucleares nacionais, bem como sobre temas atômicos continuem a desempenhar papel nucleares da agenda multilateral. importante em doutrinas militares. A falsa Serão examinados ainda projetos noção de que tais armas aumentam a emblemáticos da cooperação nuclear segurança de um país mina o regime internacional de desarmamento e não bilateral, como a construção do Reator proliferação nuclear, além de enfraquecer a Multipropósito Brasileiro e do Reator RA-10 da Argentina, que permitirão abastecer o credibilidade do Tratado de Não mercado regional de compostos químicos Proliferação Nuclear e prejudicar os esforços para a entrada em vigor do Tratado de fundamentais para a indústria medicinal, Proibição Completa de Testes Nucleares. inclusive para o tratamento do câncer. As delegações abordarão igualmente a

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CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO com a independência, soberania e EMBAIXADOR DO BRASIL NO integridade territorial da Síria. CANADÁ 09/09/2016 O governo brasileiro apela ao governo da O governo brasileiro tem a satisfação de República Árabe Síria para que estenda sua informar que o governo do Canadá cooperação à implementação do Acordo de concedeu agrément a Denis Fontes de Souza Cessação de Hostilidades e à retomada do Pinto como embaixador extraordinário e Diálogo Intra-Sírio. Apela, também, a todos plenipotenciário do Brasil naquele país. De os Estados envolvidos a que, em acordo com a Constituição, essa designação cumprimento das resoluções do Conselho de ainda deverá ser submetida à apreciação do Segurança, impeçam o fornecimento de Senado Federal. armas e suprimentos a grupos terroristas designados pelo Conselho de Segurança, Denis Fontes de Souza Pinto é, desde 2013, como o autodenominado "Estado Islâmico", embaixador do Brasil junto à Santa Sé. Ao a Al-Qaeda na Síria e milícias associadas. longo da carreira diplomática, serviu nas embaixadas em Bonn, Quito, Pequim, Paris, O governo brasileiro reitera seu pleno apoio Pretória e na Missão do Brasil junto à ao trabalho das Nações Unidas no campo Comunidade Econômica Europeia. humanitário e aos esforços de mediação em favor da paz conduzidos pelo Enviado Especial do Secretário-Geral, Staffan de Mistura. NOTA DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ José Serra SERRA, SOBRE O ANÚNCIO DE Ministro das Relações Exteriores ACORDO DE CESSAÇÃO DE HOSTILIDADES NA SÍRIA 10/09/2016 TERREMOTO NA TANZÂNIA O governo brasileiro saúda o anúncio, pelos 11/09/2016 Estados Unidos e pela Rússia, em 9/9/2016, em Genebra, de um Acordo de Cessação de O governo brasileiro tomou conhecimento, Hostilidades, a partir de 12/9/2016; a com consternação, do terremoto que atingiu melhoria do acesso humanitário; a criação de o noroeste da Tanzânia neste domingo, que condições para a retomada do Diálogo deixou dezenas de mortos e feridos, além de Político Intra-Sírio mediado pelas Nações significativos danos materiais, Unidas; a separação efetiva, no terreno, entre especialmente na cidade de Bukoba. grupos oposicionistas participantes do O Brasil solidariza-se com as famílias das Diálogo e grupos terroristas; e o combate ao vítimas e manifesta seu sentido pesar ao terrorismo na Síria. governo e ao povo da Tanzânia. O governo brasileiro espera que a cessação de hostilidades constitua passo significativo na direção de um acordo definitivo entre o DECLARAÇÃO DO MINISTRO JOSÉ governo sírio e os grupos oposicionistas SERRA SOBRE A SITUAÇÃO NA participantes do Diálogo, que permita VENEZUELA 13/09/2016 encerrar o conflito e assegurar à nação irmã da Síria, da qual o Brasil se sente “Estamos muito preocupados com a especialmente próximo, um futuro seguro e multiplicação recente de detenções pacífico. O Brasil sublinha seu compromisso arbitrárias na Venezuela, como a do

100 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. jornalista chileno Braulio Jatar, ocorridas à A Declaração estabelece que a presidência revelia do devido processo legal e em claro do MERCOSUL no corrente semestre não desrespeito a liberdades e garantias passa à Venezuela, mas será exercida por fundamentais. Esse é um desdobramento que meio da coordenação entre Argentina, dificulta ainda mais o diálogo entre governo Brasil, Paraguai e Uruguai, que poderão e oposição, indispensável para a superação definir cursos de ação e adotar as decisões da dramática crise política, econômica, necessárias em matéria econômico- social e humanitária que afeta a Venezuela.” comercial e em outros temas essenciais para o funcionamento do Mercosul. O mesmo José Serra, Ministro das Relações ocorrerá nas negociações comerciais com Exteriores terceiros países ou blocos de países.

Em 1º de dezembro de 2016, a persistir o descumprimento de obrigações, a Venezuela APROVAÇÃO DA "DECLARAÇÃO será suspensa do MERCOSUL. RELATIVA AO FUNCIONAMENTO DO MERCOSUL E AO PROTOCOLO A Declaração foi adotada no espírito de DE ADESÃO DA REPÚBLICA preservação e fortalecimento do Mercosul, BOLIVIANA DA VENEZUELA" de modo a assegurar que não haja solução de 13/09/2016 continuidade no funcionamento dos órgãos e Os Chanceleres dos quatro países mecanismos de integração, cooperação e coordenação do bloco. fundadores do MERCOSUL – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – aprovaram, José Serra neste 13 de setembro de 2016, "Declaração Ministro das Relações Exteriores Relativa ao Funcionamento do MERCOSUL e ao Protocolo de Adesão da República Bolivariana da Venezuela". FALECIMENTO DO PROFESSOR A Declaração foi adotada em razão do ANTONIO PAULO CACHAPUZ DE descumprimento, pela Venezuela, dos MEDEIROS 16/09/2016 compromissos assumidos no Protocolo de Adesão ao Mercosul, assinado em Caracas "Tomei conhecimento com pesar do em 2006, especificamente no que se refere à falecimento, no dia de hoje, do Professor incorporação ao ordenamento jurídico Antonio Paulo Cachapuz de Medeiros, que venezuelano de normas e acordos vigentes ocupou o cargo de Consultor Jurídico do no Mercosul. Ministério das Relações Exteriores entre 1998 e 2015. Ao longo desses quase vinte O prazo para que a Venezuela cumprisse anos, o Professor Cachapuz prestou com essa obrigação encerrou-se em 12 de inestimável colaboração ao Itamaraty, agosto de 2016 e entre os importantes contribuindo para ação diplomática do Brasil acordos e normas que não foram com sua dedicação, capacidade de trabalho e incorporados ao ordenamento jurídico notável saber jurídico. venezuelano estão o Acordo de Complementação Econômica nº 18 (1991), o Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais Protocolo de Assunção sobre Compromisso pela Pontifícia Universidade Católica do Rio com a Promoção e Proteção dos Direitos Grande do Sul, o Professor Cachapuz foi Humanos do Mercosul (2005) e o Acordo membro da Corte Permanente de Arbitragem sobre Residência para Nacionais dos Estados da Haia, membro honorário do Conselho de Partes do Mercosul (2002). Administração do UNIDROIT (Roma),

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 101 presidente do Tribunal Administrativo- do Acordo de Associação Birregional Trabalhista da ALADI e juiz do Tribunal MERCOSUL–União Europeia, pelos Administrativo-Trabalhista do tradicionais laços culturais, comerciais e de MERCOSUL. Exercia, desde janeiro deste investimentos que já unem os dois blocos e ano, o cargo de juiz do Tribunal pelo grande potencial de crescimento dos Internacional do Direito do Mar. fluxos de comércio e investimentos entre eles. Em meu nome pessoal, e em nome do Ministério, expresso à família e aos amigos Nesse sentido, conclamam os países da do Professor Cachapuz solidariedade nessa União Europeia a reforçarem seu hora de tristeza e dor." engajamento no processo de negociação em curso. A próxima etapa será a realização de José Serra nova rodada negociadora, no âmbito da Ministro de Estado das Relações XXVI Sessão do Comitê de Negociações Exteriores Birregionais, em Bruxelas, no período de 10 a 14 de outubro próximo. Os Chanceleres reiteram, por fim, a ATENTADO TERRORISTA NO expectativa de conclusão, o quanto antes, de PAQUISTÃO 18/09/2016 um acordo equilibrado, ambicioso e O governo brasileiro condena o atentado abrangente. terrorista que vitimou mais de vinte pessoas, em 16 de setembro, em Bumtaman, no distrito tribal de Mohmand, zona fronteiriça ATENTADO TERRORISTA A entre o Paquistão e o Afeganistão. INSTALAÇÕES MILITARES Ao manifestar sua solidariedade aos INDIANAS NA CAXEMIRA 20/09/2016 familiares das vítimas, ao povo e ao governo O governo brasileiro repudia o atentado do Paquistão, o Brasil reitera seu repúdio a terrorista a instalações militares indianas no todos os atos de terrorismo, praticados sob vilarejo de Uri, localizado na região da qualquer pretexto. Caxemira administrada pela Índia, que vitimou 18 pessoas e feriu dezenas, em 18 de setembro corrente. DECLARAÇÃO DOS CHANCELERES DO MERCOSUL SOBRE AS Ao mesmo tempo em que transmite seus NEGOCIAÇÕES DO ACORDO DE sentimentos de solidariedade aos familiares ASSOCIAÇÃO MERCOSUL-UNIÃO das vitimas e ao governo e ao povo da Índia, EUROPEIA – NOVA YORK, 18 DE o Brasil reforça sua condenação a qualquer SETEMBRO DE 2016 ato de terrorismo e manifesta sua Os Chanceleres da República Argentina, preocupação com o agravamento das tensões Susana Malcorra, da República Federativa na região da Caxemira. do Brasil, José Serra, da República do Paraguai, Eladio Loizaga, e da República Oriental do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, SITUAÇÃO NA REPÚBLICA reunidos em Nova York, examinaram a DEMOCRÁTICA DO CONGO agenda de negociações comerciais externas 20/09/2016 do bloco. Nessa perspectiva, destacam a importância de impulsionar as negociações

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O governo brasileiro acompanha com Next year I am confident that China will preocupação a situação na República guide us with the same sense of solidarity Democrática do Congo, onde protestos em and cooperation and will host another razão do adiamento do anúncio do próximo successful BRICS Summit. You can count calendário eleitoral resultaram na morte de on ’s support. ao menos 17 pessoas, entre manifestantes e policiais, hoje em Kinshasa. As we move forward in the second cycle of BRICS Summits, our assessment is that we Ao recordar que a República Democrática have managed to carefully balance ambition do Congo tem alcançado avanços and realism. importantes em seu processo de consolidação da paz, o Brasil lamenta The exercises of "outreach" engagement on profundamente os episódios de violência the margins of the BRICS Summits can be ocorridos no país. O governo brasileiro an adequate alternative to maintain and even exorta todas as partes envolvidas a atuarem increase interaction with other countries. em conformidade com a resolução 2277 do As for possible accession to the New Conselho de Segurança e a buscarem, pela Development Bank, it is noteworthy that the via do diálogo inclusivo, solução política bank has its own legal personality and its para suas disputas, com vistas a realizar os constitutive instrument already provides for justos anseios do povo congolês por possible accession of new states. crescente paz, prosperidade e democracia. The BRICS leaders concurred, in the last A Embaixada do Brasil em Kinshasa segue G20 Summit in Hangzhou, that the global monitorando continuamente a situação e economic recovery remains uneven with mantém contato com a comunidade significant downside risks. In this regard, brasileira residente na capital congolesa. they underlined the significance of macroeconomic policy coordination among G20 member countries, in order to avoid INTERVENÇÃO DO MINISTRO DAS negative spillovers and to achieve strong, RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ sustainable and balanced growth. SERRA, NA REUNIÃO DE CHANCELERES DOS BRICS À We congratulate China for emphasizing the MARGEM DA 71ª ASSEMBLEIA subject of economic growth during its GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS – presidency of the G20. The work of the G20 NOVA YORK, 20 DE SETEMBRO DE to support innovation and the digital 2016 [INGLÊS] 20/09/2016 economy validates the relevance of finding new sources of economic dynamism that can I am very glad to attend, for the first time, promote sustainable development at the the meeting of BRICS Foreign Ministers, on national and international levels. the margins of the UN General Assembly. Eight years after the 2008 financial crisis, May I start by congratulating India for the there are signs of recovery of the global organization of the upcoming BRICS economy. At the same time, sustained and Summit in Goa, next October. We expect universal resumption of growth is not some very positive outcomes this year, ensured, as new challenges such as the including the strengthening of our intra- potential impacts of Brexit add uncertainty BRICS cooperation and the deepening of our to the global scenario. economic partnership.

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The BRICS countries have common WHO, in 2014 an estimated 1,7 billion interests on the reform of international people in 185 countries needed mass and/or financial institutions, such as the individual treatment and care for tropical International Monetary Fund, as well as the and neglected diseases. construction of an international financial system capable of providing adequate levels An important area of cooperation is related of funding for long-term sustainable to the financing of joint research and development. development of medicines, vaccines and diagnostic tools, aimed at providing In these and in other topics of the increased access to prevention and treatment international financial agenda, we can and of communicable diseases. I think that our should strengthen our cooperation. The development banks should play a role in cooperation among the BRICS will be more financing public health institutions in our effective the more solid the economic countries. fundamentals of each of its members are. I also think we should examine ways to The BRICS countries shall contribute to provide access to more affordable medicines enhancing international cooperation in the to our populations, in the prevention and health area, including the universal and cure of such serious diseases as Hepatitis C, equitable access to health services. including the possibility of issuing compulsory licenses. This issue, as you may know, is very dear to me, given my background as former There are huge challenges in the area of Minister of Health of Brazil, from 1998 to health. I firmly believe we will all benefit 2002. I have actively campaigned for the from concerted action among ourselves. issuing of compulsory licenses for fundamental medicines and I still believe Thank you. this is an important tool for governments in the fight against high prices and short supply of medicines. COMUNICADO CONJUNTO DA REUNIÃO DE MINISTROS DE That is why I was personally involved in the RELAÇÕES EXTERIORES DO BRICS negotiations of the Doha Declaration on the À MARGEM DA 71ª ASSEMBLEIA TRIPS Agreement and Public Health of GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS – 2001. We were successful in avoiding that NOVA YORK, 20 DE SETEMBRO DE patent rules might restrict access to 2016 [INGLÊS] affordable medicines for populations in developing countries in their efforts to The BRICS Ministers of Foreign Affairs control diseases, such as HIV, tuberculosis held their regular meeting on 20 September and malaria. In Brazil we managed to 2016 on the margins of the 71st session of implement a very successful program of the United Nations General Assembly. public and universal access to AIDS medicines. 2. The Ministers underlined the marked progress achieved since the first Meeting of I believe there is a worrisome mismatch Foreign Ministers on the margins of the 61st between supply and demand of medicines in session of the United Nations General developing countries. Potential demand is Assembly in September 2006, in deepening much higher than the availability of the BRICS strategic partnership based on the medicines. For instance, according to the principles of openness, solidarity, equality

104 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. and mutual understanding, inclusiveness and Development Bank, the Contingent Reserve mutually beneficial cooperation. Arrangement, and called for the implementation of the Strategy for BRICS 3. The Ministers reiterated their intention to Economic Partnership. contribute to safeguarding a fair and equitable international order based on the 8. The Ministers appreciated India’s BRICS purposes and principles of the UN Charter. Chairpersonship for the year 2016 and the They recalled the 2005 World Summit expansion in range of activities organized to Outcome Document. They reaffirmed the date. They expressed their commitment to need for a comprehensive reform of the ensure the success of the forthcoming 8th United Nations, including its Security BRICS Summit in Goa on 15-16 October Council, with a view to making it more 2016. representative and efficient. 9. The Ministers reiterated that BRICS 4. The Ministers reiterated their strong countries will continue with their outreach condemnation of terrorism in all its forms and expand their cooperation with and manifestations. They strongly developing countries and emerging market condemned the recent several attacks, economies in a spirit of solidarity, against some BRICS countries, including inclusiveness, and openness. that in India. They urged concerted efforts to counter terrorism on a firm international 10. The Ministers welcomed China’s legal basis, under the UN auspices, and incoming BRICS Chairpersonship in 2017 expressed their conviction that a and expressed confidence that intra-BRICS comprehensive approach was necessary to cooperation will be further strengthened. ensure effective fight against terrorism. In 11. The Ministers welcomed the fruitful this regard, they called for an early discussion by BRICS Leaders at their conclusion of the negotiations on the Informal Meeting on the margins of the G20 Comprehensive Convention against Hangzhou Summit. Terrorism. 12. The Ministers warmly congratulated 5. The Ministers noted the convening of the China for the successful hosting of the G20 BRICS National Security Advisors Meeting Hangzhou Summit. They acknowledged the as well as the constitution of BRICS significant outcomes of the G20 Summit, Working Group on Counterterrorism and its and called for their full implementation, first meeting in New Delhi. including in the areas of sustainable 6. The Ministers recalled exchanged views development goals, climate change, and on on global and regional issues in the innovation and structural reform as drivers economic and political spheres. They are of future economic growth. determined to continue to contribute 13. The Ministers discussed the current state positively to the maintenance of peace, of the global economy, and recognized that security and stability, including by global economic recovery continues to be upholding multilateralism. They also weak and uneven. They reiterated the need recalled the contribution of BRICS countries to boost world economic growth, in promoting global economic growth. macroeconomic policy coordination, 7. The Ministers recalled the wide range of improving global economic governance, cooperation in BRICS, and noted, with promoting international trade and satisfaction, the progress made by the New investment, addressing income inequality and achieving sustainable

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 105 development. They called for collective provide fertile grounds for terrorist activities action in this regard. and cause refugee and migration waves.

14. As the Ministers recalled the 2030 18. The Ministers expressed concern over Agenda for Sustainable Development, they the situation in the Middle East, and stressed reaffirmed that poverty eradication is the that the international community should greatest global challenge and committed to work together to pave the way for the continue to work towards the full political settlement of conflicts through implementation of the 17 Sustainable dialogue and negotiations. They recognized Development Goals. They called upon the the efforts of BRICS countries, in particular international community, especially the that of the Russian Federation aimed at developed countries, to fulfill their achieving a political solution to the commitments and provide strong support for international crisis in Syria including developing countries. In this regard they Russia-US arrangements agreed upon in recalled the G20 Action Plan on the 2030 Geneva on September 9, 2016. Agenda for Sustainable Development and G20 Initiative on Supporting 19. The Ministers underlined the need to Industrialization in Africa and LDCs. enhance further the efforts to resolve conflicts in Africa led by Africa in 15. The Ministers emphasized the need for collaboration with the UN and the concerted action in addressing global health international community. They reiterated challenges. In particular they recalled the that the African Stand-by Force and the importance of a common and inclusive African Capacity for Immediate Response to approach to development of medicines, Crisis that are being operationalized within research and diagnostic tools to end the framework of the African Peace and epidemics and to facilitate the access to safe, Security Architecture can contribute effective, quality and affordable essential significantly to the maintenance of peace medicines. and stability on the African continent.

16. The Ministers welcomed the adoption of 20. The Ministers discussed the possibilities the Paris Agreement on climate change and for the mutual support of their initiatives at committed to work towards its entry into the 71st session of the UN General force with completion of due domestic Assembly. procedures and its full implementation. They reiterated the principles of UNFCCC including the principle of equity and DEPÓSITO DO INSTRUMENTO DE Common but Differentiated Responsibilities RATIFICAÇÃO DO ACORDO DE and respective capabilities. They PARIS 21/09/2016 emphasized that developed countries shall continue to provide financial, technical and O Presidente da República, Michel Temer, capacity building support to developing depositou hoje (21 de setembro) o countries with respect to both mitigation and instrumento de ratificação do Acordo de adaptation for the implementation of the Paris sob a Convenção-Quadro das Nações Paris Agreement. Unidas sobre Mudança do Clima (Acordo de Paris), em evento promovido pelo 17. The Ministers expressed their concern Secretário-Geral das Nações Unidas, na sede over continued conflicts in several regions da organização, em Nova York. which undermine stability and security and

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O depósito do instrumento conclui o Em 21 de setembro de 2016, Sua Excelência processo de ratificação do Brasil e constitui Dr. Frank-Walter Steinmeier, Ministro importante contribuição para a entrada em Federal do Exterior da Alemanha, convidou vigor do histórico Acordo. os Excelentíssimos Senhores José Serra, Ministro das Relações Exteriores do Brasil, A celeridade do processo doméstico de Fumio Kishida, Ministro dos Negócios ratificação reafirma o compromisso do Estrangeiros do Japão e M. J. Akbar, Brasil no esforço global de combate à Ministro de Estado para Negócios Externos mudança do clima e reflete o consenso na da Índia para uma reunião do G4 em Nova sociedade brasileira sobre a importância e a York. urgência do tema. Os Ministros do G4 ressaltaram seu O Brasil participou ativamente das compromisso inabalável com uma ampla negociações que culminaram no Acordo e reforma do Conselho de Segurança, que buscou sempre ampliar o grau de ambição do precisa levar em conta as realidades Acordo por meio de suas próprias ações no geopolíticas do século 21. Mais de 70 anos plano nacional. após a fundação das Nações Unidas, o Conselho de Segurança também precisa O Acordo de Paris, concluído em dezembro adaptar-se, a fim de lidar com os crescentes de 2015 na Conferência do Clima de Paris (COP-21) e assinado pelo Brasil em 22 de desafios globais. Tendo em vista os abril de 2016, representa um avanço múltiplos conflitos e crises humanitárias, um Conselho mais representativo, legítimo e inequívoco do esforço global de combate à eficaz faz-se, mais do que nunca, mudança do clima. imprescindível para garantir a paz e a O Acordo estabelece marco ambicioso, segurança em todo o mundo. equilibrado e duradouro para orientar as Os ministros saudaram as reuniões do Grupo ações de combate à mudança do clima de todos os países e o apoio internacional a de Amigos sobre a Reforma do Conselho de países em desenvolvimento. Ao fortalecer a Segurança, que reuniu altos representantes Convenção-Quadro da ONU sobre clima, o de Estados Membros de diferentes regiões com o objetivo de fazer avançar a reforma do Acordo representa também a importância do Conselho de Segurança. Nesse aspecto, multilateralismo como ferramenta legítima para a resposta um dos maiores desafios que conclamaram todos os Estados Membros se impõem hoje à humanidade. engajados na reforma a unir esforços para finalmente concretizar uma reforma Para que o Acordo de Paris entre em vigor, é significativa. necessário que 55 países, representando 55% das emissões globais, depositem seus Os Ministros expressaram seu apoio a uma representação regional equitativa, instrumentos de ratificação. sublinhando ser imperativo que a África esteja representada tanto de forma permanente como não permanente, além de REUNIÃO DOS CHANCELERES DOS adequada e contínua representação de países PAÍESE DO G4 – BRASIL, pequenos e médios, incluindo Pequenos ALEMANHA, ÍNDIA E JAPÃO – Estados Insulares em Desenvolvimento, em SOBRE A REFORMA DO CONSELHO um Conselho de Segurança reformado. DE SUGURANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS – DECLARAÇÃO CONJUNTA Os Ministros reiteraram seu propósito de À IMPRENSA 21/09/2016 continuar contribuindo para o cumprimento

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 107 dos objetivos e princípios da Carta da ONU, próximo Secretário-Geral das Nações e enfatizaram que os países do G4 são Unidas a respeito desse assunto. candidatos legítimos para assentos permanentes, e apoiaram mutuamente suas NovaYork 21 de setembro de 2016 aspirações.

Os Ministros agradeceram o presidente da INTERVENÇÃO DO MINISTRO DAS 70ª Assembleia Geral, Mogens Lykketoft, RELAÇÓES EXTERIORES, JOSÉ por seus esforços para a reforma do SERRA, NA REUNIÃO MINISTERIAL Conselho de Segurança (negociações DO G4 – NOVA YORK, 21 DE intergovernamentais – IGN). Felicitaram a SETEMBRO DE 2016 adoção consensual da Decisão 70/559 pela Assembleia Geral da ONU, para continuar a Primeiramente, gostaria de agradecer ao usar o texto apresentado pelo Presidente da Ministro Steinmeier e seus colegas alemães 69ª Assembleia Geral, em carta datada de 31 por organizarem esta reunião. É uma honra de julho de 2015, como base para encontrar todos os chanceleres do G4 à negociações no âmbito do processo das IGN margem da Assembleia Geral da ONU. Esta na Assembleia Geral. Também saudaram as é a primeira vez que tenho o prazer de demonstrações de flexibilidade de diversas participar de uma reunião ministerial G4. delegações durante a última sessão das IGN, que resultaram na identificação de áreas de Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade convergência nas posições dos Estados para reiterar o compromisso do Brasil em membros em todas as questões relacionadas fortalecer nossas relações com a Alemanha, aos cinco blocos temáticos, conforme a Índia e o Japão. Em termos puramente identificados pela Resolução 62/557 da AG geográficos, nossos quatro países parecem sobre a reforma do Conselho de Segurança. estar muito distantes, em três continentes diferentes. No entanto, somos parceiros Os Ministros também concluíram, no naturais em muitas áreas de cooperação na entanto, que o progresso substancial ainda é agenda internacional. limitado e que esforços precisam ser intensificados para a construção de um novo O apoio a mudanças efetivas na antiga impulso para que se chegue a negociações estrutura de governança global é um dos reais, baseadas em textos. nossos objetivos comuns. Quando a atual estrutura do Conselho de Segurança da ONU Comprometeram-se a continuar a trabalhar foi criada, há mais de 70 anos, o mundo era no sentido de uma reforma abrangente do muito diferente do nosso atual: a população Conselho de Segurança, no marco das IGN. mundial era de cerca de 2 bilhões de pessoas, Expressaram seu total apoio ao Presidente da menos de um terço da população de hoje, e 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas, as Nações Unidas só tinham 51 Estados confiando em que ele apoiará progressos Membros, em comparação com os atuais rápidos e substanciais no sentido de uma 193. reforma significativa do Conselho de Segurança. Como podemos congelar por 71 anos uma instituição construída para nos ajudar a Os Ministros também trocaram brevemente enfrentar grandes desafios à paz e à pontos de vista sobre as reformas necessárias segurança mundiais, sabendo que os riscos e para adaptar a ONU ao século XXI e perigos que nos ameaçam mudam discutiram suas expectativas com relação ao aceleradamente a cada dia?

108 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Na cerimônia em que tomei posse como abordagens e perspectivas e contribuir para Ministro das Relações Exteriores do Brasil, reduzir as diferenças entre seus membros quatro meses atrás, anunciei uma série de atuais. orientações para a nova política externa brasileira. Disse, então, que, nas Nações O Brasil defende há muito tempo a expansão Unidas e em todos os fóruns globais e do Conselho de Segurança, nas categorias de regionais, o governo brasileiro agiria em membros permanentes e não-permanentes, e favor da paz e da solução negociada de o presidente Temer mantém seu conflitos, e iria buscar a adaptação das atuais compromisso com esse objetivo. instituições internacionais às novas O Conselho de Segurança vem expandindo realidades e desafios globais. sua agenda continuamente em anos recentes. À margem da Cúpula do G20 em Hangzhou, Originalmente concebido para lidar com o Presidente Temer observou que "as conflitos específicos que ameaçavam a paz e mudanças em curso exigem a a segurança internacionais, atualmente o correspondente atualização das nossas Conselho de Segurança discute uma série de estruturas de governança global". Neste outras questões, como terrorismo, crises em contexto, salientou que "precisamos de saúde, tráfico de drogas e mudança do clima. instâncias decisórias internacionais mais Todos nós reconhecemos que a reforma do representativas e, portanto, mais legítimas e Conselho de Segurança não é uma tarefa eficazes". fácil. Dessa forma, precisamos trabalhar em No campo econômico-financeiro, temos cooperação estreita para fazer avançar esse obtido progresso considerável desde a crise processo. de 2008. O G20 tornou-se o mecanismo Nossos quatro países devem continuar a internacional mais importante para pressionar por negociações genuínas e coordenação macroeconômica e para lidar baseadas em textos. Nós também precisamos com os obstáculos ao crescimento unir forças com outros Estados-Membros econômico e ao emprego. Ao mesmo tempo, que pensem como nós a esse respeito. no FMI e no Banco Mundial, as reformas de Estamos otimistas de que um grupo maior, cotas vêm avançando, embora não tão composto por todos os "amigos da reforma" rapidamente como desejamos. pode trazer dinamismo ao processo.

Por outro lado, no que tange a paz e No ano que vem, as Nações Unidas vão estar segurança, o progresso tem sido muito mais sob nova liderança. Esperamos que o novo lento. Secretário-Geral atribua a mais alta Como disse, o Conselho de Segurança da prioridade a habilitar os Estados Membros a ONU ainda tem um grupo central de reformar o mais importante órgão participantes que reflete o mundo de 1945. encarregado primariamente da manutenção da paz e da segurança internacionais. Um Conselho de Segurança ampliado, com a incorporação de novos membros Está na hora de obtermos resultados permanentes, poderia ser benéfico para concretos. todos. Poderia quebrar o impasse atual que Obrigado. nos impede de resolver muitos dos problemas e das crises que continuam a NAUFRÁGIO NA COSTA DO EGITO ameaçar a paz internacional. Os países do 21/09/2016 G4 poderiam trazer ao Conselho novas

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 109

O governo brasileiro tomou conhecimento, Eslovaca concedeu agrément a Luís Antonio com pesar, do naufrágio de uma embarcação Balduino Carneiro como embaixador com aproximadamente 600 pessoas a bordo extraordinário e plenipotenciário do Brasil nas costas do Egito. Segundo as informações naquele país. De acordo com a Constituição, disponíveis, os passageiros seriam essa designação ainda deverá ser submetida refugiados do Oriente Médio e da África, à apreciação do Senado Federal. que buscavam chegar à Europa. O governo brasileiro transmite às famílias das vítimas Luís Antonio Balduino Carneiro é, desde suas condolências e deseja uma rápida 2015, secretário de Assuntos Internacionais recuperação aos feridos. do Ministério da Fazenda. Ao longo da carreira diplomática, serviu nas embaixadas O Brasil, país enriquecido através de sua em Nova Delhi e Washington e nas história por sucessivas ondas de imigrantes, delegações permanentes do Brasil em conclama todos os governos e organizações Genebra e junto à ALADI. internacionais a trabalharem juntos para evitar a repetição dessa inadmissível tragédia humanitária e buscar soluções CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO duradoras para o drama dos refugiados em EMBAIXADOR DO BRASIL EM SÃO todas as suas dimensões. TOMÉ E PRÍNCIPE 27/09/2016

O governo brasileiro tem a satisfação de CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO informar que o governo da República EMBAIXADOR DO BRASIL NA Democrática de São Tomé e Príncipe GRÉCIA 26/09/2016 concedeu agrément a Vilmar Rogeiro Coutinho Junior como embaixador O governo brasileiro tem a satisfação de extraordinário e plenipotenciário do Brasil informar que o governo da República naquele país. De acordo com a Constituição, Helênica concedeu agrément a Cesário essa designação ainda deverá ser submetida Melantonio Neto como embaixador à apreciação do Senado Federal. extraordinário e plenipotenciário do Brasil naquele país. De acordo com a Constituição, Ao longo da carreira diplomática, Vilmar essa designação ainda deverá ser submetida Rogeiro Coutinho Junior serviu nas à apreciação do Senado Federal. embaixadas em Havana, Pretória, Londres e Argel, e nas delegações brasileiras junto à Atual embaixador do Brasil em Cuba, ALADI e às organizações internacionais Cesário Melantonio Neto já foi embaixador sediadas em Londres. No Brasil, entre outras no Egito, na Turquia e no Irã, além de ter funções, foi assessor para Assuntos servido como cônsul-geral em Frankfurt. No Internacionais do Ministério do Esporte. Brasil, atuou como representante do governo brasileiro para assuntos do Oriente Médio.

MORTE DE SHIMON PERES 28/09/2016 CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA Foi com imenso pesar que recebi na noite de ESLOVÁQUIA 26/09/2016 ontem a notícia da morte de Shimon Peres. Ministro, primeiro-ministro e presidente de O governo brasileiro tem a satisfação de Israel, Peres foi um estadista que, como disse informar que o governo da República quando o recebi em São Paulo, em 2009,

110 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. personificou a história de seu país. Atuante Os chanceleres que assinam abaixo na política desde antes da fundação do manifestam preocupação pela decisão do Estado de Israel, sempre acreditou na Conselho Nacional Eleitoral da República democracia e no diálogo como o caminho Bolivariana da Venezuela, de 21 de para a solução dos problemas nacionais e setembro, que, entre outros aspectos, implica internacionais. Foi a personificação da busca um método determinado para a coleta de pela paz, em Israel e no mundo. assinaturas equivalentes a 20% do registro eleitoral e que tem o efeito de postergar a Defensor incansável do Estado de Israel, o realização do referendo revogatório até presidente Peres nunca desistiu de procurar 2017, afetando, assim, o sentido da consulta. a paz entre seu país e os vizinhos árabes. Ao lado de Yitzhak Rabin, negociou com Yasser Além disso, reiteram seu apoio e disposição Arafat os Acordos de Oslo, que deram aos em contribuir para a realização de um três o Prêmio Nobel da Paz de 1994. Como diálogo entre o governo e os diferentes primeiro-ministro e presidente, sempre atores políticos e sociais venezuelanos, que procurou uma solução para o conflito entre permita, por meio do entendimento mútuo, israelenses e palestinos que assegurasse a promover a estabilidade política, a existência de dois Estados, vivendo lado-a- recuperação econômica e o pleno respeito lado em paz e segurança. aos direitos humanos.

Neste momento de tristeza, transmito a todos Chanceler da Argentina, Susana Malcorra os israelenses meus sentimentos pela morte deste que foi um dos grandes estadistas das Chanceler do Brasil, José Serra últimas décadas. Chanceler do Paraguai, Eladio Loizaga

José Serra Chanceler do México, Claudia Ruiz Massieu Ministro das Relações Exteriores Chanceler do Peru, Ricardo Luna

Chanceler do Chile, Heraldo Muñoz VIAGEM DO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES A ISRAEL – 30 DE SETEMBRO DE 2016 28/09/2016 VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA À ARGENTINA – O ministro das Relações Exteriores viajará BUENOS AIRES, 3 DE OUTUBRO DE na noite de hoje para Israel. 2016 29/09/2016

O ministro José Serra foi designado pelo O presidente da República, Michel Temer, Presidente Michel Temer para representar o realizará visita oficial à Argentina no dia 3 governo brasileiro nas cerimônias fúnebres de outubro, ocasião em que manterá de Shimon Peres, ex-primeiro-ministro e ex- encontro de trabalho com o presidente da presidente de Israel, que se realizarão no dia República Argentina, Mauricio Macri. 30 de setembro de 2016. Os dois presidentes discutirão temas relevantes da agenda bilateral, com destaque para iniciativas voltadas à segurança e ao SITUAÇÃO NA VENEZUELA desenvolvimento da região de fronteira. 29/09/2016 Os presidentes também passarão em revista temas das agendas regional e multilateral,

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 111 em particular o fortalecimento econômico e O Paraguai é um dos principais parceiros comercial do MERCOSUL e as negociações políticos e comerciais do Brasil. As relações externas do bloco. bilaterais são fortalecidas pela presença de importante comunidade brasileira naquele A Argentina é um dos principais parceiros país e têm como símbolo concreto a empresa políticos e comerciais do Brasil. A visita binacional de Itaipu, a maior hidrelétrica do ocorre no âmbito da celebração dos trinta mundo em geração de energia. anos da Ata para a Integração Brasileiro- Argentina, firmada em 29 de julho de 1986, O Brasil é o principal destino das e da Ata de Amizade Brasileiro-Argentina, exportações paraguaias e o principal firmada em 10 de dezembro de 1986, que fornecedor de produtos para o Paraguai. Em contribuíram para a construção da aliança 2015, o intercâmbio bilateral alcançou US$ estratégica entre Brasil e Argentina. 3,3 bilhões. Nos primeiros oito meses de 2016, o intercâmbio bilateral alcançou US$ O Brasil é o principal destino das 2,1 bilhões. exportações argentinas e o principal fornecedor de produtos para o país vizinho. Em 2015, o intercâmbio comercial bilateral somou mais de US$ 23 bilhões. Nos CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO primeiros oito meses de 2016, o intercâmbio EMBAIXADOR DO BRASIL JUNTO À bilateral somou mais de US$ 14 bilhões. A SANTA SÉ 30/09/2016 Argentina é o terceiro maior parceiro O governo brasileiro tem a satisfação de comercial do Brasil. informar que a Secretaria de Estado de Sua Santidade concedeu agrément a Luiz Felipe Mendonça Filho como embaixador VISITA DO PRESIDENTE DA extraordinário e plenipotenciário do Brasil REPÚBLICA AO PARAGUAI – junto à Santa Sé. De acordo com a ASSUNÇÃO, 3 DE OUTUBRO DE 2016 Constituição, essa designação ainda deverá 29/09/2016 ser submetida à apreciação do Senado Federal. O presidente da República, Michel Temer, realizará visita oficial a Assunção no dia 3 Atual embaixador do Brasil na Nicarágua, de outubro, ocasião em que manterá Luiz Felipe Mendonça Filho foi também encontro de trabalho com o presidente da embaixador em El Salvador de 2008 a 2012. República do Paraguai, Horacio Cartes. Ao longo da carreira diplomática, serviu nas embaixadas em Santiago, Buenos Aires e A visita terá como um dos eixos principais o Viena, no Consulado-Geral em Miami e na tratamento de temas ligados ao Missão do Brasil junto à Organização dos desenvolvimento fronteiriço em todas as Estados Americanos. suas dimensões, como infraestrutura, comércio e segurança.

Os presidentes também passarão em revista VISITA DO MINISTRO JOSÉ SERRA A temas das agendas regional e multilateral, ISRAEL 30/09/2016 em particular o fortalecimento econômico e comercial do MERCOSUL e as negociações A pedido do presidente Michel Temer, o externas do bloco. ministro das Relações Exteriores, José Serra, representou o Brasil na cerimônia em memória do presidente Shimon Peres e em

112 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. seu enterro junto aos heróis de seu país, hoje Isso vai além do Oriente Médio; é em Jerusalém. As cerimônias contaram com fundamental para a paz mundial. a participação de importantes lideranças mundiais.

A presença do presidente palestino ELEIÇÃO DO BRASIL PARA O Mahmoud Abbas e do secretário-geral da CONSELHO DA ORGANIZAÇÃO DE OLP (Organização para a Libertação da AVIAÇÃO CIVIL INTERNACIONAL Palestina), Saeb Erekat, é a demonstração da (OACI) 01/10/2016 capacidade agregadora de Shimon Peres na Hoje, 1º de outubro, o Brasil foi eleito, pela busca da paz, bem como do caminho que vigésima-quarta vez seguida, membro do israelenses e palestinos ainda têm de Conselho da Organização de Aviação Civil percorrer. Internacional (OACI), que é a agência O governo brasileiro recorda, neste dia, um especializada das Nações Unidas para a estadista que se dedicou a construir, promoção do desenvolvimento seguro e defender e desenvolver o seu país, ordenado da aviação civil internacional. O empenhando-se, ao mesmo tempo, em novo mandato terá duração de três anos romper as barreiras que as diferenças (2017-2019). culturais e religiosas, e as sucessivas O Brasil recebeu a maior votação entre os guerras, não cessaram de reerguer. países do Grupo I, que reúne os países de Shimon Peres será sempre lembrado por importância sistêmica em matéria de todos por seus exemplos e inspiração para transporte aéreo, com 167 votos de um total iniciativas em benefício da paz. de 170 votos possíveis.

O Ministro José Serra manteve breves O resultado da votação reflete o encontros com autoridades de outros países reconhecimento internacional da no contexto das cerimônias. O primeiro- contribuição do Brasil para os trabalhos da ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, OACI, da qual é membro fundador. recebeu o Ministro José Serra, no final da O Brasil agradece aos países membros da tarde de hoje, em sua casa. OACI o firme apoio recebido e estende seus A ideia é reforçar as relações econômicas, cumprimentos aos demais eleitos. com realce para produtos israelenses de alta tecnologia, segurança e defesa. No que se refere às exportações brasileiras, o RESULTADOS DO PLEBISCITO desempenho deixa a desejar, pois não é SOBRE O ACORDO DE PAZ NA aproveitado, ainda, o potencial do acordo de CÔLOMBIA 03/01/2016 livre-comércio MERCOSUL-Israel. Vender mais depende do Brasil. Tomamos conhecimento do resultado do plebiscito sobre o acordo de paz na O primeiro-ministro Netanyahu e o ministro Colômbia e respeitamos a opção da maioria Serra acertaram, ainda, intensificar os dos eleitores colombianos. Consideramos contatos na área política. O interesse do que não se deve desistir da causa da paz no Brasil é contribuir para a retomada das país. Nesse sentido, encorajamos o governo, negociações entre israelenses e palestinos, as FARC e todas as forças políticas da rumo a um acordo que possa levar à Colômbia a prosseguirem na busca de uma convivência de dois Estados, Israel e solução pacífica para esse conflito de meio Palestina, lado a lado, em paz e segurança. século que tanto sofrimento causou ao povo

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 113 colombiano. Reafirmamos a nossa As Partes deverão promover, ao menos uma disposição de colaborar intensamente com a vez por ano, a participação de artistas de seus Colômbia e seu povo nesse esforço pela paz. respectivos países em programas de residência artística desenvolvidos por Michel Temer instituições representativas da arte Presidente da República contemporânea da outra Parte Contratante.

José Serra ARTIGO III Ministro das Relações Exteriores Música

1. As Partes deverão apoiar o intercâmbio de VISITA DO PRESIDENTE DA experiências na área de música, por meio da REPÚBLICA Á ARGENTINA – realização anual de workshops de músicos BUENOS AIRES, 3 DE OUTUBRO DE brasileiros em universidades argentinas e de 2016 – ATOS ASSINADOS 03/10/2016 músicos argentinos em universidades brasileiras. PROGRAMA EXECUTIVO CULTURAL ENTRE A REPÚBLICA FEDERATIVA 2. As Partes poderão estimular concertos DO BRASIL E A REPÚBLICA conjuntos com músicos de ambas as Partes ARGENTINA PARA O PERÍODO 2016- em terceiros países. 2018 ARTIGO IV A República Federativa do Brasil Cinema e As Partes manifestam seu interesse na a República Argentina organização anual de mostras de filmes de suas respectivas cinematografias, sejam (doravante denominados "Partes"), estes curtas-metragens e/ou longas- metragens (documentários, ficção e animação). No âmbito do Convênio de Integração Cultural entre o Governo da República ARTIGO V Federativa do Brasil e o Governo da Teatro República Argentina, assinado em 10 de novembro de 1997, 1. As Partes deverão apoiar, ao menos uma Convêm: vez por ano, a realização de leituras dramáticas de obras clássicas e ARTIGO I contemporâneas de seus respectivos países em festivais, teatros e centros culturais Disposição Geral situados no território da outra Parte Contratante. As Partes desenvolverão ações de intercâmbio e divulgação cultural mútua nas ARTIGO VI áreas de artes visuais, música, cinema, teatro, literatura e design. Literatura

ARTIGO II 1. As Partes incentivarão o intercâmbio literário, promovendo debates entre dois Artes Visuais escritores brasileiros e dois escritores

114 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. argentinos nas principais Feiras e Bienais do os quais deverão ser acordados por via Livro realizadas nos territórios das duas diplomática. Partes, ao menos uma vez por ano. 4. Qualquer disputa que possa surgir entre as 2. Durante a vigência do presente Programa Partes referente à interpretação e à Executivo, deverão ser traduzidas e implementação deste Programa Executivo publicadas, anualmente, duas obras literárias será solucionada por via diplomática. de cada Parte no território da outra Parte (uma obra literária destinada ao público 5. O presente Programa Executivo entrará adulto e uma obra destinada ao público em vigor na data de sua assinatura e estará infanto-juvenil). vigente até o dia 31 de dezembro de 2018.

ARTIGO VII Firmado em Olivos, no dia 3 de outubro de 2016, em dois originais, em espanhol e Design português, sendo todos os textos igualmente autênticos. As Partes apoiarão e promoverão o intercâmbio de profissionais, professores e estudantes da área de design, por meio da realização de oficinas, cursos, concursos e DECLARAÇÃO CONJUNTA SOBRE palestras em universidades situadas no SIMPLIFICAÇÃO DE território da outra Parte. PROCEDIMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR PARA MICRO E PEQUENAS ARTIGO VIII EMPRESAS

Centros Culturais O Ministro da Produção da República Argentina; o Ministro da Indústria, As Partes darão seguimento à cooperação e Comércio Exterior e Serviços do Brasil; e o à coordenação no apoio ao desenvolvimento Ministro Chefe da Secretaria de Governo da das atividades do Centro Cultural Brasil- Presidência da República do Brasil, por Argentina. ocasião da visita do Presidente da República ARTIGO IX Federativa do Brasil à República Argentina, em 3 de outubro de 2016, Considerações Finais Considerando: 1. As Partes organizarão, periodicamente, A necessidade de ampliar a participação das reuniões de consulta, planejamento e micro e pequenas empresas no comércio monitoramento dos projetos culturais a serem realizados por ambos os países no bilateral; âmbito deste Programa Executivo Cultural. A relevância da simplificação dos procedimentos de comércio exterior para 2. Os projetos e atividades previstos no presente Programa Executivo serão micro e pequenas empresas; implementados, caso a caso, por via A conveniência de cooperar na definição de diplomática, de acordo com as políticas públicas de comércio exterior, disponibilidades financeiras das Partes. específicas para micro e pequenas empresas;

3. O presente Programa Executivo não A relevância de se adotar estratégia de exclui a realização de outras atividades ou facilitação de comércio conjunta, de modo a projetos de cooperação no campo da cultura, incrementar os fluxos comerciais bilaterais;

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 115

A importância de facilitar a inserção de desenvolver projetos específicos para o competitiva das micro e pequenas empresas aumento da eficiência, a redução de custos e nos mercados internacionais; o fomento do comércio bilateral, com o objetivo de lograr a simplificação das A necessidade de estabelecer tratamento operações de comércio exterior com foco diferenciado, simplificado e favorecido nas nas micro e pequenas empresas, a fim de: obrigações que atinjam as micro e pequenas empresas; a) viabilizar, no comércio bilateral, a prestação, por operadores logísticos A complementaridade produtiva do internacionais, de serviços adequados às comércio entre Argentina e Brasil como necessidades das micro e pequenas prioridade para o desenvolvimento de ambos empresas, como serviços porta a porta, os países; mediante o qual o prestador do serviço assume a responsabilidade por todos os A Declaração Conjunta firmada entre o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e trâmites logísticos necessários à entrega da Serviços do Brasil e o Ministério da mercadoria; Produção da Argentina, que orienta as áreas b) intercambiar informações sobre políticas técnicas dos países a dar prosseguimento ao de simplificação de procedimentos e Projeto Piloto do Certificado de Origem requisitos de comércio exterior para micro e Digital (COD), bem como a conclusão pelas pequenas empresas, sem prejuízo de outras áreas técnicas dos termos de referência desse ações de facilitação de comércio em curso Projeto Piloto; e entre as partes;

O Memorando de Entendimento em c) amplamente divulgar o Sistema de Facilitação de Comércio entre o Ministério Pagamentos em Moeda Local, no intuito de da Produção da Argentina e o Ministério da ampliar as operações de micro e pequenas Indústria, Comércio Exterior e Serviços do empresas sob o citado mecanismo; Brasil. d) amplamente divulgar a utilização do Declaram: Certificado de Origem Digital (COD) no 1. A decisão de estabelecer diálogo comércio bilateral, bem como fomentar seu permanente sobre simplificação de uso pelas micro e pequenas empresas; procedimentos de comércio exterior para e) buscar nas administrações aduaneiras de micro e pequenas empresas, no âmbito seus países medidas para o tratamento ágil e bilateral e do MERCOSUL. facilitado para as micro e pequenas empresas, especialmente no âmbito do 2. O interesse comum na definição de comércio bilateral; estratégia conjunta de cooperação para a simplificação dos procedimentos de f) discutir melhorias nos instrumentos comércio exterior para micro e pequenas regionais de crédito e garantias para micro e empresas no comércio bilateral entre pequenas empresas; Argentina e Brasil. Para tanto, reconhecem os distintos critérios nacionalmente g) viabilizar a participação de micro e utilizados para a definição de micro e pequenas empresas nos procedimentos de pequenas empresas. compras públicas no Mercado Comum do Sul (MERCOSUL); e 3. A intenção de realizar intercâmbio de experiências e de conhecimentos técnicos e

116 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. h) intercambiar informações sobre boas fortalecer a relação comercial entre as partes, práticas regulatórias específicas dentro de um marco geral focado no relacionadas às micro e pequenas empresas. desenvolvimento de estratégias para melhorar a competitividade de cada país; 4. O propósito em cooperar na construção e na divulgação de plataformas de apoio A relevância de acordar uma estratégia de comercial às micro e pequenas empresas facilitação de comércio conjunta, para pelas quais os empresários possam expor incrementar os fluxos comerciais bilaterais; seus produtos em mercados externos de maneira gratuita. A complementariedade produtiva do comércio entre a Argentina e o Brasil como Buenos Aires, em 3 de outubro de 2016. prioridade para o desenvolvimento de ambos os países;

A importância da promoção da comunicação DECLARAÇÃO CONJUNTA ENTRE O entre os organismos governamentais, a MINISTÉRIO DE PRODUÇÃO DA respeito dos assuntos comerciais para REPÚBLICA ARGENTINA E O melhorar o fluxo do comércio e os MINISTÉRIO DE INDÚSTRIA, investimentos interacionais; COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS DA REPÚBLICA A importância da cooperação entre as partes FEDERATIVA DO BRASIL RELATIVA e seus organismos governamentais AO DIÁLOGO PARA A FACILITAÇÃO dependentes para o aprofundamento das DO COMÉRCIO E O relações econômicas e comerciais bilaterais, DESENVOLVIMENTO a prosperidade econômica da região, a PRODUTIVO BRASIL – ARGENTINA facilitação do comércio e o aumento da transparência; Por ocasião da visita do Presidente da República Federativa do Brasil à República O trabalho da Comissão Bilateral de Argentina, em 3 de outubro de 2016, o Produção e Comércio Brasil-Argentina, nas Ministério da Indústria, Comércio Exterior e reuniões realizadas nos dias 25 de abril de Serviços da República Federativa do Brasil 2016 e 2 de agosto de 2016, para a e o Ministério de Produção da República construção de uma estratégia conjunta com Argentina emitem a presente Declaração vistas à facilitação do comércio entre ambos Conjunta: os países como mecanismo de integração regional; Considerando: A Declaração Conjunta assinada entre o A celebração pelos Presidentes do Brasil e Ministério da Indústria, Comércio Exterior e da Argentina dos trinta anos da Ata para a Serviços do Brasil e o Ministério de Integração Brasileiro-Argentina, assinada Produção da Argentina, que orienta as áreas em 29 de julho de 1986, dos trinta anos da técnicas dos países a continuar com o Projeto Ata de Amizade Brasileiro-Argentina, Piloto do Certificado de Origem Digital assinada em 10 de dezembro de 1986; (COD), como à conclusão por parte das O Acordo de Complementação Econômica áreas técnicas dos termos de referência desse Nº 14 entre a República Federativa do Brasil Projeto Piloto, e o Memorando de Entendimento em Facilitação de Comércio e a República Argentina; entre o Ministério da Indústria, Comércio O desejo de aprofundar o comércio bilateral Exterior e Serviços do Brasil e o Ministério e os fluxos de investimentos, a fim de de Produção da Argentina,

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As partes declaram: 6. Apoiar e permitir um ambiente favorável para a circulação rápida e 1. A Comissão Bilateral de Produção e segura de bens e a prestação de Comércio Brasil-Argentina deverá, serviços; ao longo do ano próximo, desenvolver um diálogo comercial 7. Discutir a convergência de marcos (“Diálogo para a Facilitação do regulatórios e de procedimentos Comércio e o Desenvolvimento associados para facilitar o Produtivo Brasil-Argentina” ou intercâmbio comercial bilateral e “Diálogo”) sobre atividades que procurar conjuntamente padrões fortaleçam a parceria entre o Brasil competitivos para terceiros e a Argentina, com foco na mercados. eliminação dos obstáculos para o incremento do comércio e promover A Comissão Bilateral de Produção e os investimentos bilaterais. O Comércio realizará o trabalho em curso e se Diálogo ocorrerá com a participação reunirá tantas vezes quanto for necessário, do Ministério das Relações inclusive por meio de videoconferências, Exteriores da República Federativa para desenvolver e implementar um do Brasil e do Ministério das programa de trabalho que demonstre Relações Exteriores e Culto da resultados significativos, com vistas a República Argentina e de outros propor um Plano de Ação para consideração órgãos governamentais. dos Ministros da Produção e Comércio que permita identificar setores estratégicos e 2. O Diálogo deverá, igualmente, atividades pertinentes para cumprir com os resultar em propostas concretas de objetivos estabelecidos na presente troca de experiências e de Declaração. conhecimentos técnicos que promovam um vínculo dinâmico 1. A Comissão Bilateral de Produção e entre os organismos governamentais Comércio propiciará o trabalho do Brasil e da Argentina, com o conjunto dos organismos objetivo de: governamentais indicados no Anexo I para participar nas atividades 3. Promover o comércio e o compreendidas pelo Diálogo, sem investimento como meios para o prejuízo do qual poderão incorporar crescimento econômico; outros, mediante acordo escrito.

4. Melhorar a competitividade através 2. A Comissão Bilateral de Produção e da inovação e do espírito Comércio deverá agir empreendedor; coordenadamente com outros mecanismos bilaterais em curso e, 5. Intercambiar boas práticas, segundo corresponda, com a promover a troca de conhecimentos participação dos organismos e prestar assistência em áreas de governamentais correspondentes de relevância para o comércio e os cada país. investimentos bilaterais, incluindo, mas não limitado a, normas técnicas, 3. Na execução do Diálogo, a propriedade intelectual e Comissão Bilateral de Produção e administração alfandegária, entre Comércio deverá procurar manter outros; intercâmbios em forma periódica

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com os setores privados dos dois países em diversos foros, inclusive por ocasião das conversações entre organismos governamentais, a fim de oferecer às partes interessadas a oportunidade de contribuir com as atividades do Diálogo.

Buenos Aires, em 3 de outubro de 2016

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 119

ANEXO I

Área República Argentina República Federativa do Brasil

“Dirección General de Aduana”

Administração aduaneira Receita Federal

“Administración Nacional de Medicamentos, Alimentos y Tecnología Médica (ANMAT)” ANVISA

“Instituto Nacional de Tecnología Industrial (INTI)” INMETRO

“Organismo Argentino de Convergência normativa Acreditación (OAA)” INMETRO, ANVISA

“Instituto Nacional de la Propiedad Instituto Nacional da Propiedade Propriedade intelectual Industrial (INPI)” Industrial (INPI)

Financiamento BICE BNDES

Agência Brasileira de Promoção “Agencia Argentina de Inversiones de Exportações e Investimentos Investimentos y Comercio Internacional” (APEX-Brasil)

“Secretaría de la Transformación Productiva, Ministerio de Secretaria de Desenvolvimento e Planejamento estratégico Producción” Competitividade Industrial, MDIC

Secretaria do Governo da República Federativa do Brasil, Micro, pequenas e médias “Secretaría de Emprendedores y Secretaria Especial da Micro e empresas PyMEs, Ministerio de Producción” Pequena Empresa

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VISITA DO PRESIDENTE DA Desenvolvimento Fronteiriço (CODEFRO) REPÚBLICA À ARGENTINA – e determinaram a convocação de nova COMUNICADO CONJUNTO reunião do mecanismo. Manifestaram, 03/10/2016 também, sua satisfação com a recente entrada em vigor do Acordo sobre 1. No dia 3 de outubro, o Presidente da Localidades Fronteiriças Vinculadas e República Argentina, Mauricio Macri, saudaram o início das negociações de recebeu a visita do Presidente da República compromissos em matéria de Federativa do Brasil, Michel Temer, em telecomunicações e de assistência em Buenos Aires. situações de emergência, no marco do 2. Na ocasião, os presidentes recordaram o referido Acordo. trigésimo aniversário da Ata para a SEGURANÇA FRONTEIRIÇA Integração Brasileiro-Argentina, de 29 de julho de 1986, e da Ata de Amizade 7. Os presidentes manifestaram sua firme Brasileiro-Argentina, de 10 de dezembro de determinação de trabalhar conjuntamente 1986, marcos do início da estratégica relação para promover a articulação dos países da bilateral, que se converteu no eixo da região na luta contra o narcotráfico, o integração em nível regional. contrabando e o crime organizado transnacional. Nesse sentido, saudaram a 3. Destacaram, igualmente, o compromisso realização da reunião ministerial sobre com a proteção e a promoção dos direitos segurança nas fronteiras no próximo mês de humanos, a plena vigência das instituições novembro, em Brasília, para a qual estão democráticas, o respeito às liberdades sendo estendidos convites aos demais países fundamentais e a prevalência do Direito. do Cone Sul. Determinaram, igualmente, a convocação de reunião da Comissão Mista 4. Os presidentes expressaram seu sobre Drogas, durante o primeiro semestre compromisso com o povo e o governo colombianos na busca de novos caminhos, de 2017. junto com as demais forças políticas desse INTEGRAÇÃO FÍSICA E ENERGÉTICA país, para a construção da paz, ressaltando seus benefícios para a Colômbia e a região. 8. Sublinharam a importância de aprimorar a conectividade entre os países da região, MECANISMO DE COORDENAÇÃO como forma de aprofundar a integração POLÍTICA BRASIL-ARGENTINA regional e dar sustentação ao incremento do 5. Saudaram a criação, em 23 de maio de fluxo de bens e de pessoas. Com esse 2016, do Mecanismo de Coordenação propósito, enfatizaram a necessidade de Política Brasil-Argentina, que contribuirá avançar na implementação da agenda do Grupo de Trabalho sobre o Corredor para a crescente coordenação de posições, Bioceânico Porto Murtinho-Portos do Norte tanto em nível bilateral como nos âmbitos regionais e multilaterais de interesse no Chile. comum. 9. Os presidentes destacaram os trabalhos que vêm sendo realizados para melhorar a INTEGRAÇÃO FRONTEIRIÇA integração física entre os dois países e 6. Reafirmaram o compromisso com o estabeleceram que sejam aprofundados os desenvolvimento e a integração da zona de esforços conjuntos nesse âmbito. fronteira. Nesse sentido, reconheceram a Determinaram, também, a continuidade dos importância da Comissão de Cooperação e trabalhos das comissões binacionais

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 121 encarregadas de dar seguimento aos projetos Trabalho, que prevê o aprofundamento da relativos à construção de novas pontes sobre integração produtiva e o desenvolvimento o rio Uruguai e sobre o rio Peperi-Guaçu. conjunto da cadeia automotiva, orientado ao estabelecimento do livre comércio entre os 10. Ressaltaram a importância da integração países neste setor. energética entre os dois países, com a assinatura, em maio de 2016, do memorando 14. Coincidiram em que as normas técnicas, bilateral para o intercâmbio energético, sanitárias e fitossanitárias não devem vigente até 2018. Reafirmaram, igualmente, constituir travas desnecessárias ao comércio. a prioridade e o compromisso do Brasil e da Com esse propósito, acordaram que se deve Argentina com a conclusão dos estudos de promover a convergência dos marcos viabilidade para a construção das usinas regulatórios e o desenvolvimento de hidrelétricas binacionais de Garabi e normativa para alcançar conjuntamente Panambi e destacaram o amplo espaço para padrões competitivos, com o objetivo de ter a cooperação e a troca de experiências acesso a terceiros mercados. bilaterais em bioenergia, incluindo etanol, biodiesel e biocombustíveis de segunda 15. Reafirmaram a importância de fortalecer geração. a cooperação em áreas como metrologia, avaliação de conformidade e normalização COMÉRCIO BILATERAL de convergência regulatória, com vistas à facilitação do comércio bilateral e à 11. Destacaram a importância de estimular o superação das barreiras técnicas. Nesse aumento das correntes comerciais de forma sentido, a Argentina propôs analisar a diversificada e equilibrada, e manifestaram a viabilidade de constituir uma instância necessidade de que a intensa relação binacional sobre metrologia, o que será bilateral propicie intercâmbios com maior avaliado por ambas as Partes. valor agregado e integrados às cadeias globais de valor em ambos os lados da 16. Os presidentes destacaram as diversas fronteira. Concordaram que, no intuito de iniciativas bilaterais, inclusive no marco contribuir para o aumento quantitativo e regional, visando à facilitação do comércio. qualitativo do comércio, são necessárias Sublinharam, em particular, a relevância do iniciativas conjuntas que fomentem a “Acordo de Facilitação de Comércio” para a competitividade, a melhoria e ampliação da construção de uma estratégia conjunta no infraestrutura, a incorporação de tecnologia tema, de modo a potencializar a integração e a facilitação de trâmites aduaneiros. regional e o fluxo de comércio bilateral, e do “Memorando de Entendimento sobre o uso 12. Saudaram a assinatura da Declaração de Certificados de Origem Digitais”. Conjunta relativa ao “Diálogo para a Facilitação do Comércio e o 17. Ressaltaram o potencial de incremento Desenvolvimento Produtivo Brasil- do comércio por meio da harmonização e Argentina” entre o Ministério da Indústria, simplificação de procedimentos Comércio Exterior e Serviços do Brasil e o administrativos e da interoperabilidade das Ministério da Produção da Argentina. janelas nacionais únicas de comércio exterior. Destacaram a importância das 13. Os presidentes congratularam-se pela micro, pequenas e médias empresas para a aprovação, em junho passado, da extensão, geração de empregos e de renda e saudaram até 2020, do acordo bilateral que regula o a “Declaração Conjunta sobre a comércio automotivo. Destacaram, em Simplificação de Procedimentos de particular, a importância do Plano de

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Comércio Exterior para Micro e Pequenas cooperação. Reafirmaram que a ABACC Empresas”. constitui mecanismo inovador para a aplicação de salvaguardas, cuja eficácia se 18. Salientaram a importância da cooperação reflete na estreita colaboração com a bilateral em agricultura e reconheceram os Agência Internacional de Energia Atômica benefícios mútuos que advêm da (AIEA), materializada nas mais de 2.500 coordenação em matéria de comércio e inspeções em ambos os países. negociações agrícolas internacionais. Saudaram, igualmente, os resultados das 22. No âmbito da cooperação nuclear reuniões ministeriais e dos diálogos bilateral, salientaram a importância da técnicos, que facilitam a convergência de construção do Reator Multipropósito posições, os acordos para garantir acesso dos Brasileiro; este último, junto com o Reator produtos a ambos os lados da fronteira e a RA-10, representam importante avanço para definição de posições em seus o desenvolvimento da infraestrutura relacionamentos com terceiros mercados e tecnológica dos dois países no campo das nas negociações multilaterais. aplicações pacíficas da tecnologia nuclear e permitirão abastecer o mercado regional de 19. Os presidentes manifestaram interesse radioisótopos destinados à medicina nuclear. em melhorar as oportunidades comerciais das companhias aéreas brasileiras e 23. Congratularam-se pela realização, em argentinas e promover a dinamização dos Brasília, em 9 de setembro último, da investimentos e dos fluxos bilaterais de reunião do Comitê Permanente de Política turismo, no marco dos acordos vigentes. Nuclear (CPPN), a qual contribuiu para reforçar e valorizar o diálogo político e a COOPERAÇÃO EM DEFESA cooperação estratégica na área nuclear, tema central para o desenvolvimento sustentável 20. Recordaram a Declaração Conjunta do Brasil e da Argentina. Ministerial de 21 de outubro de 2014, na qual os ministros de Defesa do Brasil e da COOPERAÇÃO ESPACIAL Argentina celebraram a aliança entre as indústrias de defesa dos dois países, que 24. Reiteraram o compromisso dos dois culminou na produção da aeronave KC-390 países com a continuidade do de acordo com os mais altos padrões de desenvolvimento conjunto da missão qualidade. Acordaram avaliar novas satelital SABIA-Mar, enfatizando o caráter alternativas de integração nessa área. Nesse estratégico da cooperação espacial bilateral, contexto, saudaram a intenção da Argentina não apenas por estimular o desenvolvimento de iniciar negociações destinadas a uma conjunto de tecnologias espaciais, como maior integração aeroespacial. também por gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais para as populações das COOPERAÇÃO NUCLEAR duas nações, especialmente no que se refere 21. Destacaram a celebração, neste ano, do à meteorologia e à prevenção de desastres 25º aniversário do Acordo de Guadalajara, naturais. que prevê o uso exclusivamente pacífico de COOPERAÇÃO EM CIÊNCIA E energia nuclear entre os dois países e por TECNOLOGIA meio do qual se criou a Agência Brasileiro- Argentina de Contabilidade e Controle de 25. Manifestaram sua satisfação pelo Materiais Nucleares (ABACC), que permitiu profícuo relacionamento bilateral em superar desconfianças mútuas e lançar as ciência, tecnologia e inovação. Nesse bases de uma relação de transparência e sentido, recordaram o trigésimo aniversário

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 123 do Centro Brasileiro-Argentino de Nações Unidas, de outros organismos Biotecnologia (CBAB/CABBIO). internacionais e de múltiplos atores, incluindo a sociedade civil e o setor privado. 26. Reconhecendo haver ainda grande Nesse contexto, destacaram que as potencial a ser explorado nessa área, Tecnologias de Informação e Comunicação manifestaram especial interesse em que a (TICs) e, em especial, a Internet constituem cooperação bilateral promova a inovação, ferramentas indispensáveis para que sejam mediante a mobilização e o envolvimento alcançados os objetivos que integram a dos respectivos mecanismos de fomento, Agenda 2030 para o Desenvolvimento tendo em conta o papel fundamental, nesse Sustentável. contexto, de criar e apoiar parcerias que envolvam empresas de base tecnológica e COOPERAÇÃO ANTÁRTICA parques tecnológicos de ambos os países, além do Projeto Sirius. 30. A respeito da cooperação antártica, os presidentes reiteraram seu interesse em 27. No marco da importância estratégica da continuar promovendo a colaboração nesse pesquisa científico-tecnológica nas áreas de tema, tanto em matéria de pesquisa científica nanociência e nanotecnologia, os presidentes como de coordenação logística. anunciaram o relançamento do Centro Brasileiro-Argentino de Nanotecnologia COORDENAÇÃO EM JUSTIÇA E (CBAN), que fora estabelecido no ano de DIREITOS HUMANOS 2005, por meio do qual se espera contribuir 31. No tocante à cooperação jurídica, os significativamente para a produção de presidentes acordaram avançar nas conhecimento científico e de I+D nas áreas negociações para a assinatura de novo de fronteira do conhecimento e, de modo acordo bilateral de extradição, que deverá transversal, nos setores de ciências médicas, refletir a evolução do ordenamento jurídico indústria farmacêutica, agroindústria e interno de cada país e propiciar um marco ciência dos materiais, entre outros. jurídico preciso e atual para o esforço de 28. Os presidentes manifestaram o cooperação no combate às atividades compromisso de fomentar a cooperação sul- criminosas e à persecução penal, bem como sul, com o objetivo de ampliar os vínculos de um instrumento bilateral para a entre instituições dos dois países e cooperação jurídica em matéria penal, que aprofundar o intercâmbio de práticas e igualmente tornará mais eficientes as ações políticas públicas em benefício mútuo. de investigação e persecução penal. Nesse sentido, coincidiram em promover a 32. Comprometeram-se a fortalecer a realização da IV Reunião da Comissão Mista cooperação em matéria de Direitos Humanos de Cooperação Técnica, a fim de acordar um nos âmbitos bilateral, regional e multilateral, programa de trabalho integral que reflita os mantendo iniciativas como o Memorando de interesses de ambas as Partes. Entendimento para o Intercâmbio de 29. Sublinharam que seus governos se Documentação para o Esclarecimento de encontram comprometidos com a Graves Violações de Direitos Humanos. O implementação da Agenda 2030 para o Brasil agradeceu, ainda, o apoio manifestado Desenvolvimento Sustentável, a qual pela Argentina à sua candidatura ao reconhece na erradicação da pobreza um dos Conselho de Direitos Humanos das Nações principais desafios em nível global. Unidas. Consideraram que a implementação da COOPERAÇÃO CULTURAL Agenda 2030 requer o apoio do Sistema das

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33. Os presidentes manifestaram seu aduaneira, promoção comercial e pequenas e compromisso em fomentar o intercâmbio médias empresas, entre outras. Valorizaram, cultural e expressaram satisfação em dar igualmente, o intercâmbio de informação continuidade à cooperação por meio do sobre iniciativas que o Brasil e a Argentina Programa Executivo Cultural 2016-2018, desenvolvem com cada um dos países que a que estimulará o desenvolvimento e a integram. integração das economias criativas de ambos os países. 38. Reiteraram o caráter estratégico que atribuem à inserção competitiva do MERCOSUL MERCOSUL nos fluxos internacionais de comércio e nas cadeias globais de valor, 34. Enfatizaram seu compromisso com o objetivo para o qual são prioritários a MERCOSUL, surgido do processo de ampliação e o aprofundamento da rede de redemocratização da América do Sul nas acordos comerciais do bloco. Nesse décadas finais do século passado, e contexto, congratularam-se pelo processo de ratificaram sua transcendental importância coordenação bilateral cada vez mais estreita, para o crescimento e o desenvolvimento dos em particular no tocante às negociações do países da região. Coincidiram sobre o Acordo de Associação entre o MERCOSUL trabalho pendente para aperfeiçoar a zona de e a União Europeia. Reafirmaram, ainda, seu livre comércio e a necessidade de definir a compromisso com a intensificação das agenda para a consolidação da união negociações comerciais com Canadá, EFTA, aduaneira, com o objetivo de potencializar o Coreia do Sul, Índia e SACU, entre outras. desenvolvimento produtivo dos países que a integram. COORDENAÇÃO NO ÂMBITO DA BACIA DO PRATA 35. Comprometeram-se a promover a agenda comercial e econômica do 39. Concordaram sobre a necessidade de MERCOSUL, dando continuidade a fortalecer os aspectos institucionais do iniciativas destinadas a enfrentar medidas Comitê Intergovernamental Coordenador que afetam o fluxo comercial entre os dos Países da Bacia do Prata (CIC) e dos Estados Partes. Concordaram, igualmente, demais organismos que funcionam no quanto à importância de negociar o novo âmbito do Tratado da Bacia do Prata, como Protocolo de Compras Governamentais e um o Comitê Intergovernamental da Hidrovia acordo sobre cooperação e facilitação de Paraguai-Paraná (CIH) e a futura Comissão investimentos. do Aquífero Guarani.

36. Realçaram a importância de projetos 40. Reconheceram a importância de que se financiados pelo Fundo para a Convergência reveste a Hidrovia Paraguai-Paraná como Estrutural do MERCOSUL (FOCEM) e a infraestrutura natural de transporte e eixo de contribuição desse mecanismo para a integração física regional. Comprometeram- redução das assimetrias entre os países da se a aprofundar a coordenação entre si e com região, em particular das economias os demais países signatários do Acordo da menores e das regiões menos desenvolvidas. Hidrovia, com vistas ao desenvolvimento integral de seu potencial como rota de 37. Destacaram o interesse em avançar no promoção do comércio e do diálogo iniciado entre o MERCOSUL e a desenvolvimento, em benefício do conjunto Aliança do Pacífico, com base nas áreas de dos países que a integram. interesse comum acordadas, tais como facilitação do comércio, cooperação

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41. Tendo presente que o Acordo da revitalização da Assembleia Geral e do Hidrovia Paraguai-Paraná expira em 2020, Conselho Econômico e Social. Sublinharam, os presidentes acordaram propor aos demais igualmente, seu compromisso com o Estados Partes uma extensão da vigência do fortalecimento e a efetividade do Conselho Acordo, de modo a permitir sua atualização de Direitos Humanos, principal órgão das conforme a evolução e as necessidades da Nações Unidas para o tratamento navegação fluvial. multilateral dos Direitos Humanos.

COORDENAÇÃO NA ÁREA QUESTÃO DAS ILHAS MALVINAS MULTILATERAL 45. O Presidente da República Federativa do 42. O presidente Michel Temer felicitou a Brasil reiterou o respaldo de seu país aos Argentina pela escolha do país para a legítimos direitos da República Argentina na presidência do G20 em 2018. Os disputa de soberania com o Reino Unido da mandatários destacaram o interesse em Grã-Bretanha e Irlanda do Norte relativa às continuar trabalhando de maneira conjunta Ilhas Malvinas, Geórgias do Sul, Sandwich no Grupo. Os dois países terão a do Sul e os espaços marítimos circundantes. oportunidade de refletir sobre áreas O Presidente Macri agradeceu o permanente prioritárias de interesse mútuo, no âmbito apoio do Brasil à posição argentina na dos próximos trabalhos do G20, por ocasião questão das Ilhas Malvinas, refletido na da reunião bilateral de sherpas, prevista para posição tradicional do Brasil sobre os novembro, em Brasília, que se realiza na acontecimentos de 1833 e nas numerosas esfera do Mecanismo de Coordenação declarações adotadas nos foros regionais e Bilateral para este foro. multilaterais em que a questão foi tratada.

43. Os presidentes reafirmaram seu claro 46. Os presidentes expressaram satisfação compromisso com a luta contra a mudança pela exitosa organização dos Jogos do clima e congratularam-se pela célere Olímpicos e Paralímpicos, no Rio de ratificação do Acordo de Paris em ambos os Janeiro, em 2016, e pela excelente e países, destacando a ativa participação do constante coordenação verificada entre os Brasil e da Argentina na 21ª Conferência das dois governos ao longo dos eventos. Partes (COP 21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima 47. O presidente Temer reiterou seu convite (UNFCCC). Saudaram, nesse contexto, o para que o presidente Macri realize uma início de importantes oportunidades de visita de Estado ao Brasil. O presidente cooperação nessa área. Macri aceitou o convite.

44. Reiteraram o compromisso com o fortalecimento do multilateralismo, com a V REUNIÃO NEGOCIADORA PARA A reforma integral das Nações Unidas e com a AMPLIAÇÃO E O democratização das instâncias decisórias APROFUNDAMENTO DO ACORDO internacionais. Manifestaram a importância DE COMPLEMENTAÇÃO de aprofundar os esforços ECONÔMICA Nº 53 (ACE–53) ENTRE intergovernamentais para promover a BRASIL E MÉXICO 04/10/2016 necessária reforma do Conselho de Segurança, com vistas a transformá-lo em Realizou-se de 27 a 29 de setembro, na um órgão mais representativo, legítimo, Cidade do México, a V Reunião eficiente, democrático e transparente. Nesse Negociadora para a Ampliação e o sentido, consideraram fundamental a Aprofundamento do Acordo de

126 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Complementação Econômica Nº 53 (ACE- Nesse sentido, os ministros ressaltam a 53), da qual participaram representantes dos convocação de todas as forças políticas governos do Brasil e do México. colombianas, anunciada pelo presidente Santos, e seu chamamento pela busca de A delegação brasileira foi chefiada pelo pontos de acordo e unidade e para que se Embaixador Paulo Estivallet de Mesquita, continuem a construir, entre todos os Subsecretário-Geral da América Latina e do colombianos, caminhos para que a paz seja Caribe do Ministério das Relações possível e saia fortalecida. Exteriores, e a mexicana, por Juan Carlos Baker, Subsecretário de Comércio Exterior Finalmente, os chanceleres signatários da Secretaria de Economia do México. expressam o forte e renovado compromisso de seus governos de acompanhar o povo Reuniram-se, na oportunidade, os grupos colombiano nas tarefas de construção dessa negociadores sobre acesso a mercados, paz, que implicarão maior prosperidade e facilitação do comércio, regras de origem, unidade para aquela nação e toda a nossa barreiras técnicas ao comércio, compras região. governamentais, serviços e solução de controvérsias. Chanceler da Argentina, Susana Malcorra

O objetivo das negociações é alcançar uma Chanceler do Brasil, José Serra ampliação significativa do universo tarifário com preferências no âmbito do Acordo, com Chanceler do Chile, Heraldo Muñoz a inclusão de novos produtos agrícolas e Chanceler do México, Claudia Ruiz Massieu industriais. Salinas Em 2015, o comércio entre o Brasil e o Chanceler do Paraguai, Eladio Loizaga México foi de US$ 7,96 bilhões, havendo as exportações brasileiras para o mercado Chanceler do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa mexicano alcançado US$ 3,58 bilhões.

VISITA DO PRESIDENTE DA COMUNICADO SOBRE O REPÚBLICA AO PARAGUAI – PLEBISCITO COLOMBIANO COMUNICADO CONJUNTO ACERCA DOAS ACORDOS DE PAZ 04/10/2016 04/10/2016 1. A convite do Presidente da República do Com relação ao plebiscito de 2 de outubro, Paraguai, Horacio Cartes, e com o objetivo por meio do qual o povo colombiano se de dar continuidade e promover os temas da manifestou sobre os acordos de paz, os ampla agenda comum, em consonância com chanceleres que assinam abaixo expressam os tradicionais laços de amizade e sua convicção de que o resultado não deve cooperação entre Brasil e Paraguai, o significar uma rejeição à paz ou o regresso Presidente da República Federativa do ao conflito. Brasil, Michel Temer, realizou visita de trabalho a Assunção, em 3 de outubro de Felicitam o governo colombiano e as FARC 2016, acompanhado de integrantes da sua por seu compromisso com o cessar-fogo, que equipe de Governo e de parlamentares é essencial, e enfatizam que a paz é um valor brasileiros. que se constrói com esforço e perseverança.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 127

2. Os Presidentes, após reconhecerem o (vii) a determinação política de finalizar os excelente momento das relações entre Brasil trâmites administrativos internos e dar início e Paraguai, engajados na consolidação da às obras para a construção da Segunda Ponte paz, o fortalecimento da democracia e o sobre o Rio Paraná, que contribuirá para desenvolvimento econômico e social da facilitar o fluxo comercial, promover o América do Sul, mantiveram uma reunião de turismo e o desenvolvimento econômico e trabalho sobre temas da agenda bilateral e social dos dois países; regional. (viii) a assinatura em Brasília, em 8 de junho 3. Examinados os temas da agenda bilateral, de 2016, do Acordo para a Construção de constataram, com satisfação: Ponte Rodoviária sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, (i) as oportunidades que oferece o Paraguai fundamental para viabilizar um eixo de como país receptor de investimentos, a partir integração viária bioceânica; do desenvolvimento e da diversificação de sua economia; (ix) a adoção da Declaração de Assunção sobre Corredores Bioceânicos, e os avanços (ii) a dinâmica do comércio e dos do Grupo de Trabalho integrado por investimentos bilaterais, que mantém o Argentina, Brasil, Chile e Paraguai, que foi Brasil na condição de principal parceiro criado no âmbito da mesma, conducentes a comercial do Paraguai e segundo maior uma pronta execução do corredor rodoviário investidor no país; Campo Grande-Porto Murtinho (Brasil)- Carmelo Peralta-Mariscal Estigarribia-Pozo (iii) o expressivo impulso às cadeias de valor mediante o aumento da presença de Hondo (Paraguai)-Misión La Paz-Tartagal- empresas brasileiras no Paraguai, com Jujuy-Salta (Argentina)-Sico-Jama-Porto de Antofagasta e outros portos do norte do investimentos de mais de 80 companhias nos Chile; últimos três anos, em setores diversos como embalagens, plásticos, brinquedos, (x) a importância da recente assinatura do confecções, autopeças, calçados e carnes, Acordo sobre Serviços Aéreos, o qual entre outros; contribuirá para o desenvolvimento da (iv) as negociações bilaterais em curso para aviação civil internacional e o um Acordo Automotivo, com expectativa de estabelecimento e a exploração de novos próxima conclusão; serviços aéreos dentro e fora dos territórios do Brasil e do Paraguai; (v) a reconhecida contribuição das comunidades de imigrantes paraguaios no (xi) a reunião inaugural do Mecanismo 2+2 Brasil e de brasileiros no Paraguai, bem de Ministros das Relações Exteriores e da Defesa, realizada em Assunção, em 4 de como seus descendentes, cujo investimento, abril de 2016, ocasião em que foi prorrogado trabalho e dedicação, no campo e na indústria, representam vínculos perenes o Acordo de Cooperação Militar e assinado entre as duas sociedades; o Memorando de Entendimento relativo à Cooperação para a Preservação da Memória (vi) o interesse recíproco em continuar com da Guerra da Tríplice Aliança; as obras de integração física de ambos os países, como projeto político e econômico (xii) a intensificação da cooperação judicial e policial, que tem permitido combater com essencial ao desenvolvimento sustentável da maior eficácia os delitos transnacionais e a região; delinquência nos dois países;

128 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

(xiii) os resultados da V Reunião da a) Acordo sobre Localidades Fronteiriças Comissão Mista Paraguaia-Brasileira sobre Vinculadas; Drogas e Temas Conexos, realizada em Assunção em 4 e 5 de março de 2015, e sua b) Acordo para a Integração na Área de VI Reunião a ser realizada no primeiro Telecomunicações na Fronteira; trimestre de 2017, em Brasília; c) Constituição de uma ‘Comissão (xiv) a qualidade da cooperação técnica Binacional de Contas’ para a Itaipu bilateral em curso nas áreas de agricultura, Binacional; vigilância sanitária, gestão de recursos d) Acordos para a construção de pontes hídricos e de saúde, com impactos positivos sobre o Rio Apa entre San Lázaro e Porto para o desenvolvimento econômico e social Murtinho e entre San Carlos del Apa e dos dois países, a qual poderá ser avaliada e Caracol; fortalecida no contexto da próxima Reunião do Grupo de Trabalho de Cooperação e) Acordo Automotivo; Técnica Brasil-Paraguai, a ser realizada oportunamente; f) Acordo para evitar a Dupla Tributação;

(xv) o fluxo constante de estudantes que g) Acordo Bilateral de Cooperação Jurídica realizam seus estudos em ambos os países em Matéria Civil; sob o Regime de Convênio Cultural, bem h) Acordo de Cooperação Jurídica em como o interesse em realizar a III Reunião Matéria Penal. da Comissão Mista de Cooperação Educacional e Cultural, com vistas ao 5. Com relação à agenda regional, os fortalecimento das atividades e projetos Presidentes constataram, com satisfação: educacionais e culturais, em prol de novas oportunidades de cooperação, especialmente (i) a convergência de visões sobre o atual em áreas que promovam a inovação e o funcionamento e as perspectivas futuras para desenvolvimento econômico; o MERCOSUL, dando ênfase aos objetivos econômicos e comerciais, originais do (xvi) a transcendência da hidrelétrica Itaipu Tratado de Assunção, cientes de que o Binacional como projeto emblemático da normal funcionamento das instituições integração entre o Brasil e o Paraguai. No democráticas representa um pilar ano de 2015, a empresa reassumiu a fundamental dos Estados Membros; liderança mundial em produção anual de energia elétrica. A partir desta data, registra (ii) o interesse mútuo em dar maior nível de sucessivos recordes em geração de energia, ambição e alcance à agenda externa o que demonstra o nível de excelência comercial do MERCOSUL, de forma a alcançado pela gestão conjunta dos dois aprofundar a integração do bloco à região e países. A Itaipu Binacional é reconhecida à economia global; como paradigma mundial de excelência em (iii) a intenção dos dois países de intensificar matéria de promoção do desenvolvimento o aproveitamento da Hidrovia Paraguai- tecnológico, econômico e social, com Paraná, com o objetivo de alcançar todas as responsabilidade ambiental. facilidades e garantias possíveis, no quadro 4. A fim de estimular ainda mais as relações do Acordo de Santa Cruz de la Sierra, para bilaterais, os Presidentes decidiram permitir a mais ampla liberdade de trânsito impulsionar a negociação dos seguintes fluvial, de transporte de pessoas e bens e a instrumentos: livre navegação num marco previsível;

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 129

(iv) a realização da Reunião Ministerial do e Cone Sul sobre Segurança nas Fronteiras, O Governo da República do Paraguai em Brasília, em 8 de novembro de 2016. (doravante referidos como “Partes”); 6. Ao concluir os trabalhos, foi assinado pelos Ministros das Relações Exteriores do Brasil e do Paraguai o Memorando de Reconhecendo que o fortalecimento das Entendimento para a Implementação do relações de cooperação nas áreas de Projeto ‘Fortalecimento da Conectividade’. interconexão de redes de banda larga vai incentivar o acesso maciço à tecnologia da 7. O Presidente Horacio Cartes parabenizou o Governo do Presidente Michel Temer pela informação e comunicação, gerando bem-sucedida organização e realização dos crescimento sustentável e inclusivo em benefício dos setores mais vulneráveis da Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. população; 8. Ao agradecer a participação do Presidente da República do Paraguai na cerimônia de Levando em conta o Programa de Ação de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o Viena em favor dos países em Presidente Michel Temer estendeu convite desenvolvimento sem litoral para a década ao Presidente Horacio Cartes para que 2014-2024, adotado na Segunda realize visita de Estado ao Brasil. Conferência das Nações Unidas sobre os Países em Desenvolvimento sem Litoral, e 9. Ao final das atividades, o Presidente da que os países em desenvolvimento sem República Federativa do Brasil expressou litoral ainda sofrem de uma lacuna seu agradecimento ao povo e ao Governo da tecnológica em relação a outros países em República do Paraguai pela hospitalidade e desenvolvimento em termos de pelas atenções dispensadas a ele e a sua infraestrutura de telecomunicações, Comitiva Oficial. incluindo o acesso à internet de banda larga;

Reafirmando a importância da integração regional das redes e da troca mais direta e com maior eficiência do tráfego de internet, bem como a necessidade de redundâncias desses links; VISITA DO PRESIDENTE DA

REPÚBLICA AO PARAGUAI – A fim de alcançar uma parceria estratégica ASSUNÇÃO, 3 DE OUTUBRO DE 2016 funcional que permita o desenvolvimento – ATO ASSINADO 04/10/2016 digital inclusivo para a população dos dois MEMORANDO DE ENTENDIMENTO países, compreendendo a massificação do ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA acesso à internet banda larga e o FEDERATIVA DO BRASIL E O desenvolvimento das telecomunicações; GOVERNO DA REPÚBLICA DO PARAGUAI PARA A Acordaram o seguinte: IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO “FORTALECIMENTO DA ARTIGO I CONECTIVIDADE” 1. Este Memorando de Entendimento O Governo da República Federativa do (doravante MOU) tem por objetivo Brasil aprofundar as consultas, com vistas a

130 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. reforçar a conectividade entre a República c) o Ministério de Minas e Energia; Federativa do Brasil e a República do d) à Agência Nacional de Telecomunicações Paraguai por meio de rotas de fibra óptica (ANATEL); para os pontos de interconexão onde se e) a Telecomunicações Brasileiras S.A. encontram os provedores internacionais de (Telebrás); internet e sua conexão com os cabos f) a Itaipu Binacional; submarinos que chegam à costa brasileira. g) a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa.

2. Para este efeito, cria-se um Grupo Técnico 3. Os Ministérios das Relações Exteriores do Misto de Conectividade, doravante Brasil e do Paraguai serão as instituições denominado "Grupo Técnico", com o responsáveis pela coordenação, propósito de analisar e definir os termos e as acompanhamento e avaliação das atividades condições técnicas, jurídicas e financeiras resultantes deste MOU. mais adequadas, tarefa que, doravante, será denominada " O projeto". 4. As partes poderão designar, de comum acordo, outras instituições para integrar o 3. O projeto incluirá os objetivos, as Grupo Técnico. atividades e resultados a serem alcançados no âmbito deste MOU. ARTIGO III

4. O projeto será aprovado e assinado pelas 1. As Instituições referidas no artigo II Partes. realizarão reuniões regulares, acordadas por via diplomática, com a finalidade de elaborar ARTIGO II o projeto, que conterá as condições técnicas, jurídicas e financeiras de acesso aos pontos 1. O Governo da República do Paraguai de interconexão onde se encontram os designa como membros do Grupo Técnico: provedores internacionais de internet e/ou os cabos submarinos que chegam à costa a) o Ministério das Relações Exteriores; brasileira, incluindo a possibilidade de b) o Ministério da Fazenda; utilização da infraestrutura de transmissão c) o Ministério das Obras Públicas e das de energia elétrica existente entre as partes Comunicações; d) a Secretaria Nacional de Tecnologia da 2. O Grupo Técnico apresentará suas Informação e Comunicação (SENATICs); conclusões à consideração das respectivas e) a Comissão Nacional de autoridades nacionais, de acordo com o Telecomunicações (CONATEL); andamento do Projeto. f) a Administração Nacional de Energia Elétrica (ANDE); ARTIGO IV g) Itaipu Binacional; e h) a Secretaria Técnica de Planejamento; Para identificar a melhor forma de implementar o projeto, serão levadas em 2. O Governo da República Federativa do conta os acordos ou projetos existentes entre Brasil designa como membros do Grupo as Partes na matéria. Técnico: ARTIGO V a) o Ministério das Relações Exteriores; b) o Ministério da Ciência, Tecnologia, Na execução das atividades previstas no Inovação e Comunicações; Projeto, as Partes examinarão a

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 131 possibilidade de dispor de recursos de outubro, quando será recebido pelo ministro instituições públicas e privadas, incluindo as das Relações Exteriores, José Serra. Na entidades binacionais, organismos oportunidade, serão examinados temas da internacionais, agências de cooperação agenda regional e do relacionamento entre o técnica, fundos e programas regionais e Brasil e a OEA. internacionais, que deverão estar estabelecidas em outros instrumentos Diplomata e político uruguaio, Luis jurídicos, quando estes permitam. Almagro foi chanceler de seu país entre 2010 e 2015. Em março de 2015, foi eleito para o ARTIGO VI cargo de secretário-geral da OEA, a mais alta posição no secretariado daquele Este MOU não implica qualquer organismo. compromisso prévio de transferência de A OEA é a mais antiga organização regional recursos financeiros ou qualquer outra em funcionamento no mundo. Foi criada em atividade que onere o patrimônio nacional de 1948, em substituição à União ambas as Partes. Panamericana, fundada em 1910.

ARTIGO VII

Este MOU poderá ser modificado por FURACÃO "MATTHEW": consentimento mútuo das Partes, por via ATENDIMENTO A BRASILEIROS diplomática. 05/10/2016

O Governo brasileiro segue atentamente os ARTIGO VIII acontecimentos decorrentes do furacão

"Matthew", que atingiu a América Central e Este MOU terá efeito a partir da data da sua Caribe, em especial Cuba e o Haiti, nos assinatura e vigorará até a conclusão dos últimos dias, e que se encontra, no momento, trabalhos do Grupo Técnico, a menos que a caminho da América do Norte. uma das partes notifique sua decisão de denunciar este MOU. A denúncia surtirá O Brasil solidariza-se com as famílias das efeito três (3) meses após a data de vítimas e manifesta suas mais sinceras recebimento da notificação. condolências aos povos e aos governos de Cuba e do Haiti. Realizado em Assunção, em 3 de outubro de 2016, em dois exemplares originais, em Até este momento, não há registro de português e espanhol, sendo ambos cidadãos brasileiros entre as vítimas. Em igualmente autênticos. caso de emergência, a página de emergências no exterior do Portal Consular do Itamaraty deve ser consultada para informações de contato das Embaixadas e VISITA DO SECRETÁRIO-GERAL DA Consulados do Brasil. O Núcleo de ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS Assistência a Brasileiros da Divisão de AMERICANOS (OEA), LUIS Assistência Consular (NAB/DAC) do ALMAGRO – BRASÍLIA, 6 DE Itamaraty atende pelos telefones (61) 2030- OUTUBRO DE 2016 8804, das 8h às 20h (horário de Brasília), O secretário-geral da Organização dos pelo e-mail [email protected], e, em Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, regime de plantão, das 20h às 8h, pelo realizará visita oficial ao Brasil em 6 de celular (61) 98197-2284.

132 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Recomenda-se a todos os cidadãos Prêmio Nobel da Paz de 2016. Trata-se de brasileiros na América do Norte a leitura do um justo reconhecimento do seu empenho alerta consular sobre a temporada de pelo fim do conflito com a guerrilha e a furacões nos Estados Unidos. plena pacificação da Colômbia.

O governo brasileiro confia em que a homenagem ao Presidente Santos servirá de ESCOLHA DO NOVO SECRETÁRIO- estímulo para que todas as forças políticas e GERAL DA ORGANIZAÇÃO DAS as FARC busquem com determinação a NAÇÕES UNIDAS 05/10/2016 convergência necessária para a construção O governo brasileiro recebeu com grande de uma paz duradoura. O Brasil reitera sua satisfação o anúncio da Presidência do disposição de colaborar com a Colômbia no esforço pela reconciliação nacional. Conselho de Segurança de que o candidato português António Guterres será José Serra recomendado pelo órgão como próximo Ministro das Relações Exteriores secretário-geral das Nações Unidas, sucedendo a Ban Ki-Moon, cujo mandato expira em 31 de dezembro próximo. PASSAGEM DO FURACÃO Ex-primeiro-ministro de Portugal e ex-alto "MATTHEW" PELO HAITI 07/10/2016 representante das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres possui Foi com profundo pesar que o Governo qualificações profissionais e estatura política brasileiro tomou conhecimento das extensas incontestáveis para liderar as Nações Unidas perdas humanas e materiais no Haiti no enfrentamento dos múltiplos desafios provocadas pelo furacão "Matthew". globais, na condução da necessária reforma O Brasil expressa suas condolências e da Organização, inclusive de seu Conselho solidariedade aos familiares das vítimas, ao de Segurança, e nos esforços para a povo e ao Governo do Haiti. promoção da paz, do desenvolvimento sustentável e dos direitos humanos. A Embaixada do Brasil em Porto Príncipe segue monitorando a situação. Até o Ao congratular António Guterres, o povo e o momento, não há registro de brasileiros entre governo português pelo anúncio, o Brasil as vítimas. manifesta desde já sua disposição de cooperar plenamente com os trabalhos do próximo secretário-geral das Nações Unidas. ELEIÇÃO DO BRASIL PARA O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E PARA O CONSELHO DE OPERAÇÕES José Serra POSTAIS DA UNIÃO POSTAL Ministro das Relações Exteriores UNIVERSAL (UPU) 07/10/2016

Em 5 e 6 de outubro, o Brasil foi reeleito PRÊMIO NOBEL DA PAZ AO membro do Conselho de Administração PRESIDENTE DA COLÔMBIA, JUAN (CA) e do Conselho de Operações Postais MANUEL SANTOS 07/10/2016 (COP) da União Postal Universal (UPU), agência especializada das Nações Unidas Manifestamos ao Presidente Juan Manuel para o desenvolvimento e a universalização Santos as mais efusivas felicitações pelo dos serviços postais. O novo mandato, em

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 133 cada Conselho, terá duração de quatro anos ATENTADO NA TURQUIA 10/10/2016 (2017-2020). O governo brasileiro condena o atentado O Brasil recebeu expressiva votação nas terrorista que deixou dezenas de mortos e eleições para ambos os Conselhos, com 125 feridos no sábado, 8 de outubro, nas votos no caso do CA e 121 votos no caso do proximidades da cidade de Semdinli, na COP, de um universo de 154 votos possíveis. Turquia.

O resultado da votação reflete o Ao manifestar condolências e solidariedade reconhecimento internacional da aos familiares das vítimas, ao povo e ao contribuição do Brasil para os trabalhos da governo da Turquia, o Brasil reitera seu UPU, da qual o País é membro desde 1877. veemente repúdio a todo ato de terrorismo, qualquer que seja sua motivação. O Brasil agradece aos países membros da UPU o firme apoio recebido e estende seus cumprimentos aos demais eleitos. VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA AO JAPÃO – TÓQUIO, 18 E 19 DE OUTUBRO DE 2016 11/10/2016 CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DA REPÚBLICA O presidente da República, Michel Temer, SOCIALISTA DO VIETNÃ 10/10/2016 realizará visita oficial de trabalho ao Japão, nos próximos dias 18 e 19. Em Tóquio, o O governo brasileiro tem a satisfação de presidente será recebido pelo Imperador informar que concedeu agrément ao senhor Akihito e manterá reunião com o primeiro- Do Ba Khoa como embaixador ministro Shinzo Abe. Participará, ainda, de extraordinário e plenipotenciário da encontro com lideranças empresariais República Socialista do Vietnã no Brasil. nipônicas e de evento com os setores privados do Brasil e do Japão. O Brasil e o Vietnã estabeleceram relações diplomáticas em 1989. A visita dá seguimento ao recente encontro bilateral, à margem da Cúpula do G-20 (Hangzhou, 5 de setembro), entre o ATENTADO EM JERUSALÉM presidente Temer e o primeiro-ministro Abe, 10/10/2016 e indica a prioridade mútua que o Brasil e o Japão atribuem à intensificação de sua O governo brasileiro repudia o atentado parceria estratégica. terrorista que deixou dois israelenses mortos e seis feridos, ontem em Jerusalém. Nossos países mantêm rica agenda de trabalho conjunta, marcada por tradicionais Ao expressar pêsames aos familiares das laços de cooperação e fortes vínculos vítimas e solidariedade ao povo e ao governo humanos. A visita constituirá oportunidade de Israel, o Brasil reafirma sua condenação para a renovação do interesse do Brasil e do do terrorismo e reitera que nenhum ato dessa Japão na ampliação dos fluxos bilaterais de natureza pode ser justificado. Além do comércio e investimentos, por meio do inaceitável custo em vidas humanas, o aprofundamento da cooperação em ciência, terrorismo torna mais difícil alcançar o tecnologia e inovação, assim como o objetivo comum de paz no Oriente Médio. estabelecimento de parceria em novas frentes dos setores de infraestrutura,

indústria e energias renováveis.

134 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

O Brasil e o Japão participam de projetos concedeu agrément a Maria Laura da Rocha conjuntos em terceiros países, na América como embaixadora extraordinária e Latina e na África, bem como integram o G- plenipotenciária do Brasil naquele país. De 4, ao lado da Índia e da Alemanha, em defesa acordo com a Constituição, essa designação da ampliação do número de membros ainda deverá ser submetida à apreciação do permanentes do Conselho de Segurança da Senado Federal. ONU. Juntos se coordenam em questões de interesse global, tais como desenvolvimento Atual representante do Brasil junto à sustentável, mudança do clima e Organização das Nações Unidas para desarmamento e não proliferação. Alimentação e Agricultura – FAO, Maria Laura da Rocha foi delegada permanente do Em 2015, o intercâmbio comercial entre os Brasil junto à UNESCO entre 2010 e 2013, dois países foi de US$ 9,7 bilhões. Nesse além de ter servido nas embaixadas do Brasil mesmo ano, os investimentos diretos em Paris, Roma e Moscou. No Brasil, foi japoneses no Brasil alcançaram US$ 2,8 chefe de gabinete do Ministro das Relações bilhões. Exteriores e Secretária de Planejamento Diplomático. Atuou, ainda, no Ministério da Ciência e Tecnologia e na Secretaria de Assuntos Estratégicos.

ANÚNCIO DE ACORDO ENTRE O VIII CÚPULA DO BRICS – GOA, ÍNDIA, 15 E 16 DE OUTUBRO DE 2016 GOVERNO COLOMBIANO E O 11/10/2016 EXÉRCITO DE LIBERTAÇÃO NACIONAL 11/10/2016 O Presidente Michel Temer participará, nos dias 15 e 16 de outubro, em Goa, Índia, da O governo brasileiro congratula-se com o VIII Cúpula do BRICS – agrupamento governo colombiano pelo acordo com o Exército de Libertação Nacional (ELN) para formado por Brasil, Rússia, Índia, China e o início da fase pública de negociações, África do Sul. como anunciado em 10 de outubro, em A coordenação do BRICS tem-se pautado Caracas. por um enfoque pragmático que busca Trata-se de um novo e importante identificar áreas de cooperação que tenham potencial de gerar iniciativas conjuntas com desdobramento do processo liderado pelo resultados tangíveis. Com esse propósito, o presidente Juan Manuel Santos para a pacificação da Colômbia, que inclui também BRICS vem consolidando agenda de as tratativas com as FARC/EP, em Havana. cooperação nos seguintes temas: assuntos Como um dos países-garantes do diálogo do financeiros, comércio, agricultura, saúde, ciência e tecnologia, educação, combate ao governo colombiano com o ELN, o Brasil terrorismo, ao tráfico de drogas e à renova sua disposição em contribuir para um rápido e positivo desenlace das negociações. corrupção. Além da Declaração de Goa, entre os

resultados esperados, está prevista a CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" À assinatura de memorandos de entendimento EMBAIXADORAA DO BRASIL NA em cooperação ambiental, pesquisa agrícola, HUNGRIA 11/10/2016 entre autoridades aduaneiras e academias diplomáticas dos países do BRICS. O governo brasileiro tem a satisfação de informar que o governo da Hungria

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 135

Em 2015, os países do BRICS O Arranjo Contingente de Reservas visa a contabilizaram um PIB nominal de 16,92 ajudar países na eventualidade de crises de trilhões de dólares, equivalente a 23,1% do balanço de pagamentos. Complementa, PIB mundial. Desde 2001, o BRICS mais portanto, a rede de proteção financeira que dobrou sua participação na exportação mundial. O mecanismo contará com mundial. Em 2001, o grupo representava montante inicial de US$ 100 bilhões (US$ 8,1% da exportação mundial; em 2015, 18 bilhões por parte do Brasil). contribuiu com 19,1%.

Entre 2006 e 2015, o comércio intrabloco aumentou 163%, de 93 bilhões de dólares VISITA DO PRESIDENTE DA para 244 bilhões de dólares. No mesmo REPÚBLICA À ÍNDIA – GOA, 17 DE período, a exportação brasileira para os OUTUBRO DE 2016 11/10/2016 outros membros do BRICS aumentou 202%, O presidente da República, Michel Temer, de 14,25 bilhões de dólares para 45,05 realizará visita oficial à Índia no dia 17 de bilhões de dólares. As importações outubro, quando manterá reunião de trabalho cresceram 249%, de 10,84 bilhões de dólares com o primeiro-ministro da República da para 37,87 bilhões de dólares. Em 2015, o Índia, Narendra Modi. Brasil registrou um saldo comercial positivo de 5,1 bilhões de dólares no comércio com Os dois mandatários discutirão temas da os demais países do BRICS. agenda bilateral.

Durante a cúpula, estão previstos encontro Haverá, igualmente, sessão dedicada à com o Conselho Empresarial do BRICS e interação empresarial bilateral com a briefing do presidente do Novo Banco de presença dos dois mandatários. Desenvolvimento, o indiano K.V. Kamath. No dia 16, os líderes dos cinco países devem A Índia é um dos principais parceiros se reunir com seus homólogos dos países da comerciais do Brasil na Ásia, além de ser o Iniciativa da Baía de Bengala para único país cofundador e integrante de todos Cooperação Técnica Multissetorial e os agrupamentos extrarregionais globais de Econômica (BIMSTEC) – Bangladesh, que o Brasil participa (BRICS, IBAS, G-4, Butão, Myanmar, Nepal, Sri Lanka e G-20 comercial, G-20 financeiro e BASIC). Tailândia. A visita ocorre no contexto da celebração dos dez anos da Parceria Estratégica indo- A cooperação entre os países do BRICS brasileira, firmada em 2006. alçou novo patamar com o estabelecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) O Brasil é o principal parceiro comercial da e do Arranjo Contingente de Reservas, cujos Índia na América Latina. Em 2015, o respectivos tratados de criação foram intercâmbio comercial bilateral foi de US$ assinados em Fortaleza em 2014. 7,9 bilhões, após atingir volume recorde de US$ 11,42 bilhões em 2014. O NBD visa a responder à necessidade de financiamento de projetos de infraestrutura e de desenvolvimento sustentável. Em abril ATENTADO EM CABUL 12/10/2016 passado, o banco aprovou seus primeiros projetos, todos na área de energia renovável. O Governo brasileiro condena o atentado O Brasil receberá empréstimo de US$ 300 terrorista cometido ontem, 11 de outubro, milhões (via BNDES) para projetos em contra mesquita em Cabul, Afeganistão, em energia eólica.

136 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. mais um episódio da violência sectária que ao povo da Tailândia. O Brasil reitera sua assola o país. tradicional solidariedade com a Tailândia e faz votos de que o exemplo do rei Bhumibol O Governo brasileiro expressa suas inspire as futuras gerações do povo condolências às famílias das vítimas e reitera tailandês. seu apoio ao governo e ao povo afegãos em sua luta contra o terrorismo.

BRASIL ANUNCIA RESPOSTA HUMANITÁRIA AO HAITI 14/10/2016 CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO BRASIL NA Em razão da grave situação no Haiti, NICARÁGUA 12/10/2016 resultado da passagem do furacão “Matthew” que assolou o país na última O governo brasileiro tem a satisfação de semana, o Ministério das Relações informar que o governo da República da Exteriores, por meio da Agência Brasileira Nicarágua concedeu agrément a Luís de Cooperação (ABC), decidiu fazer doação Cláudio Villafañe Gomes Santos como de US$ 250 mil ao Programa Mundial de embaixador extraordinário e Alimentos (PMA), para aquisição e plenipotenciário do Brasil naquele país. De distribuição imediata de alimentos e outros acordo com a Constituição, essa designação itens de primeira necessidade nas regiões ainda deverá ser submetida à apreciação do afetadas. Os recursos doados são Senado Federal. provenientes do orçamento de cooperação Ao longo de sua carreira diplomática, Luís internacional humanitária da ABC. Cláudio Villafañe Gomes Santos serviu nas A contribuição brasileira ao PMA irá somar- embaixadas na Cidade do México, em se ao envio emergencial da aeronave 767 da Washington, Montevidéu e Quito, e na Força Aérea Brasileira (FAB). O avião delegação brasileira junto à CPLP. partiu de Brasília hoje, com 120 barracas, para apoio a famílias desabrigadas. Com

área útil de 25 metros quadrados cada, FALECIMENTO DO REI DA estima-se que mais de 700 pessoas poderão TAILÂNDIA, BHUMIBOL ser acomodadas. O Ministério da Integração ADULYADEJ 13/10/2016 Nacional enviará, para acompanhamento do envio das barracas, dois servidores da O governo brasileiro tomou conhecimento, Secretaria Nacional de Proteção e Defesa com grande pesar, do falecimento de Sua Civil (SEDEC) e do Centro Nacional de Majestade, o rei da Tailândia, Bhumibol Gerenciamento de Riscos e Desastres Adulyadej. (CENAD).

Ao longo dos setenta anos de seu reinado, o O componente militar da MINUSTAH, e em rei Bhumibol, profundamente reverenciado e particular o contingente brasileiro, lidera os admirado pelo povo tailandês, soube esforços de resposta imediata e assistência às conduzir o país em contexto de diversas vítimas, assim como o apoio aos trabalhos de transformações na política e economia desobstrução das ligações rodoviárias entre mundiais, deixando um legado de Porto Príncipe e a península sul, a mais estabilidade e prosperidade. afetada pelo furacão. O Ministério da Defesa enviará a Porto Príncipe, na próxima O governo brasileiro manifesta suas sentidas segunda-feira, dia 17, aeronave da FAB com condolências à Família Real, ao governo e

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 137 cerca de dez toneladas de doações de itens Unidas, o governo brasileiro reafirma sua de primeira necessidade, com o apoio da disposição de continuar contribuindo para os Rede de Solidariedade ao Haiti e do esforços da Organização no enfrentamento Ordinariado Militar do Brasil. dos grandes desafios globais.

A resposta humanitária brasileira é fruto de uma atuação integrada entre o Ministério das Relações Exteriores, o Ministério da Saúde, 10ª RODADA DE NEGOCIAÇÕES o Ministério da Integração Nacional e o MERCOSUL-EU – COMUNICADO Ministério da Defesa, e tem o objetivo de CONJUNTO DOS PAÍSES DO mitigar a situação haitiana, considerada a MERCOSUL E DA UNIÃO EUROPEIA mais dramática desde o terremoto ocorrido – 10 A 14 DE OUTUBRO DE 2016 no ano de 2010. 15/10/2016

No início da próxima semana, as equipes do Ocorreu em Bruxelas, nos últimos dias 10 a Governo Federal voltam a se reunir para 14 de outubro, rodada de negociações entre definir novas ações de apoio, como o envio a União Europeia e o Mercosul. Essa foi a de kits humanitários e medicamentos. primeira rodada plena de negociações desde 2012 e a primeira a ocorrer desde que se A Embaixada do Brasil em Porto Príncipe efetuou a troca de ofertas de acesso a segue monitorando a situação. mercados, em 11 de maio de 2016.

Os negociadores discutiram todos os textos e regras objeto da negociação. Também ACLAMAÇÃO DE ANTÓNIO houve intercâmbio de pontos de vista sobre GUTERRES COMO SECRETÁRIO- como progredir em temas de acesso a GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS mercado. De maneira geral, os 15/10/2016 negociadores-chefes expressaram sua O governo brasileiro saúda a aclamação, satisfação com os resultados de um encontro produtivo e construtivo, que resultou em pela Assembleia Geral das Nações Unidas, progresso numa série ampla de áreas. de António Guterres como Secretário-Geral das Nações Unidas, a partir de 1º de janeiro Ambos os lados se comprometeram a de 2017. Reconhecido por sua experiência e realizar todos os esforços necessários para o capacidade de liderança, Guterres contará progresso das negociações. Para tanto, as com todo o apoio do Brasil para cumprir seu partes decidiram continuar trabalhando, mandato à frente da Organização. entre as sessões de negociação, sobre uma série de questões e realizar a próxima rodada O processo de seleção do substituto do atual de negociações em Buenos Aires, em março Secretário-Geral Ban Ki-moon representou louvável avanço em relação à tradição na de 2017. escolha do ocupante do cargo máximo da Organização. Foi marcado por maior transparência e engajamento da Assembleia ADOÇÃO DA EMENDA SOBRE HFCs Geral. A significativa participação de AO RPOTOCOLO DE MONTREAL candidatas mulheres, inclusive de nossa 15/10/2016 região, também constituiu fato auspicioso. Encerrou-se na madrugada de hoje, em Ao reiterar os votos de pleno sucesso ao Kigali, Ruanda, a 28ª Reunião das Partes do próximo Secretário-Geral das Nações Protocolo de Montreal sobre Substâncias

138 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. que Destroem a Camada de Ozônio. Na – DECLARAÇÃO E PLANO DE AÇÃO reunião, foi aprovada emenda ao Protocolo DE GOA 16/10/2016 que estabelece compromisso de redução do consumo e da produção dos Goa Declaration hidrofluorcarbonos (HFCs) para todos os We, the Leaders of the Federative Republic países. HFCs são gases usados em setores of Brazil, the Russian Federation, the como o de refrigeração e ar-condicionado, Republic of India, the People's Republic of que, embora não prejudiquem a camada de China and the Republic of South Africa, met ozônio, causam efeito estufa e agravam o on 15-16 October 2016 in Goa, India, at the aquecimento global. Eighth BRICS Summit, which was held O compromisso ambicioso adotado em under the theme “Building Responsive, Kigali prevê cronogramas diferenciados de Inclusive and Collective Solutions.” redução do consumo para países 2. Recalling all our previous desenvolvidos, que utilizam os HFCs há declarations, we emphasise the mais tempo, e países em desenvolvimento. importance of further strengthening Sua concretização prevenirá emissões de BRICS solidarity and cooperation gases de efeito estufa à atmosfera, based on our common interests and fortalecerá o combate à mudança do clima e key priorities to further strengthen contribuirá para que se alcancem os our strategic partnership in the spirit objetivos do Acordo de Paris sobre mudança of openness, solidarity, equality, do clima. A implementação dos mutual understanding, inclusiveness compromissos pelos países em and mutually beneficial desenvolvimento será apoiada por recursos cooperation. We agree that do Fundo Multilateral do Protocolo de emerging challenges to global peace Montreal. Isso beneficiará diretamente and security and to sustainable centenas de empresas brasileiras, que development require further poderão contar com apoio financeiro para enhancing of our collective efforts. seus processos de reconversão tecnológica. 3. We agree that BRICS countries O Brasil participou ativa e construtivamente represent an influential voice on the do processo negociador que levou à adoção global stage through our tangible da emenda sobre HFCs ao Protocolo de cooperation, which delivers direct Montreal. Em 2015, o Brasil copresidiu as benefits to our people. In this consultas que levaram ao início formal das context, we note with satisfaction negociações. Ao longo de todo processo, o the operationalisation of the New governo manteve intenso diálogo com a Development Bank (NDB) and of sociedade em geral e com o setor privado em the Contingent Reserve particular. Em Kigali, a delegação brasileira, Arrangement (CRA), which integrada por representantes do Itamaraty e contributes greatly to the global do Ministério do Meio Ambiente, defendeu economy and the strengthening of uma emenda ambiciosa e trabalhou para the international financial construir consensos em torno de propostas architecture. We welcome the report comuns que levaram ao acordo final. presented by NDB President on the work of the Bank during the first year of its operations. We are VIII CÚPULA DO BRICS – GOA, pleased to note the progress in ÍNDIA, 15 E 16 DE OUTUBRO DE 2016 operationalising the Africa Regional

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Centre (ARC) of the NDB and international order based on the pledge our full support in this central role of the United Nations, regard. We look forward to and respect for international law. developing new BRICS initiatives We reaffirm the need for in a wider range of areas in the years strengthening coordination of to come. efforts on global issues and practical cooperation in the spirit of 4. We note with appreciation the solidarity, mutual understanding approval of the first set of loans by and trust. We underline the the New Development Bank (NDB), importance of collective efforts in particularly in the renewable energy solving international problems, and projects in BRICS countries. We for peaceful settlement of disputes express satisfaction with NDB's through political and diplomatic issuance of the first set of green means, and in this regard, we bonds in RMB. We are pleased to reiterate our commitment to the note that the operationalisation of principles of the Charter of the BRICS Contingent Reserve United Nations. Arrangements (CRA) has strengthened the global financial 7. We note the global character of safety net. current security challenges and threats confronting the international 5. In order to reach out and enrich our community. We reiterate our view understanding and engagement with that international efforts to address fellow developing and emerging these challenges, the establishment economies, we will hold an of sustainable peace as well as the Outreach Summit of BRICS transition to a more just, equitable Leaders with the Leaders of and democratic multi-polar BIMSTEC member countries - Bay international order requires a of Bengal Initiative for Multi- comprehensive, concerted and Sectoral Technical and Economic determined approach, based on Cooperation comprising of spirit of solidarity, mutual trust and Bangladesh, Bhutan, India, benefit, equity and cooperation, Myanmar, Nepal, Sri Lanka and strong commitment to international Thailand. The meeting will be an law and the central role of the opportunity to renew our friendship United Nations as the universal with BIMSTEC countries as well as multilateral organisation entrusted to jointly explore possibilities of with the mandate for maintaining expanding trade and commercial international peace and security, ties, and investment cooperation advance global development and to between BRICS and BIMSTEC promote and protect human rights. countries, while advancing our We underline the importance of common goals of peace, further strengthening coordination development, democracy and of our efforts in this context. prosperity. 8. We reaffirm our commitment to 6. We reiterate our common vision of contribute to safeguarding a fair and ongoing profound shifts in the world equitable international order based as it transitions to a more just, on the purposes and principles of the democratic, and multi-polar

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Charter of the United Nations countries so that it can adequately including through consistent and respond to global challenges. China universal respect and adherence to and Russia reiterate the importance the principles and rules of they attach to the status and role of international law in their inter- Brazil, India and South Africa in relation and integrity, compliance international affairs and support by all states with their international their aspiration to play a greater role legal obligations. We express our in the UN. commitment to resolutely reject the continued attempts to misrepresent 11. We welcome the substantive the results of World War II. We measures undertaken by the UN recall further that development and membership to make the process of security are closely interlinked, selecting and appointing the UN mutually reinforcing and key to Secretary-General more transparent attaining sustainable peace. and inclusive.

9. We remain confident that resolving 12. We express our gratitude to UN international problems require Secretary-General Mr. Ban Ki- collective efforts for peaceful moon for his contributions to the settlement of disputes through United Nations in the past ten years. political and diplomatic means. We congratulate Mr. António Implementation of principles of Guterres, on his appointment as the good-faith, sovereign equality of Secretary-General of the United States, non-intervention in the Nations and express our support and internal affairs of States and to work closely with him. cooperation excludes imposition of 13. Cognizant of BRICS countries’ unilateral coercive measures not significant contributions to UN based on international law. We Peacekeeping operations, and condemn unilateral military recognising the important role of interventions and economic UN Peacekeeping operations in sanctions in violation of safeguarding international peace international law and universally and security, we realise the recognised norms of international challenges faced by UN relations. Bearing this in mind, we Peacekeeping and emphasise the emphasise the unique importance of need to further strengthen its role, the indivisible nature of security, capacity, effectiveness, and that no State should strengthen accountability and efficiency, while its security at the expense of the adhering to the basic principles of security of others. peacekeeping. We emphasise that 10. We recall the 2005 World Summit UN Peacekeeping operations should Outcome document. We reaffirm perform the duty of protection of the need for a comprehensive reform civilians in strict accordance with of the UN, including its Security their respective mandates and in Council, with a view to making it respect of the primary responsibility more representative, effective and of the host countries in this regard. efficient, and to increase the 14. We are deeply concerned about the representation of the developing situation in the Middle East and

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North Africa. We support all efforts in terrorist activities in Afghanistan. for finding ways to the settlement of We affirm support to the efforts of the crises in accordance with the Afghan Government to achieve international law and in conformity Afghan-led and Afghan-owned with the principles of independence, national reconciliation and combat territorial integrity and sovereignty terrorism, and readiness for of the countries of the region. On constructive cooperation in order to Syria, we call upon all parties facilitate security in Afghanistan, involved to work for a promote its independent political comprehensive and peaceful and economic course, becoming free resolution of the conflict taking into from terrorism and drug trafficking. account the legitimate aspirations of The Leaders expressed the view that the people of Syria, through capable and effective Afghan inclusive national dialogue and a National Security Forces (ANSF) Syrian-led political process based should be the key to the stabilisation on Geneva Communiqué of 30 June of Afghanistan. In this regard, the 2012 and in pursuance of the UN Leaders emphasised the need for Security Council Resolution 2254 continued commitment of regional and 2268 for their full countries and wider international implementation. While continuing community, including the NATO- the relentless pursuit against led Resolute Support Mission, terrorist groups so designated by the which as the ISAF’s heir has a key UN Security Council including role in the ANSF capacity-building. ISIL, Jabhat al-Nusra and other The Leaders stressed the importance terrorist organisations designated by of multilateral region-led interaction the UN Security Council. on Afghan issues, primarily by those organisations, which consist of 15. We reiterate also the necessity to Afghanistan’s neighbouring implement the two-state solution of countries and other regional states, the Palestinian-Israeli conflict on such as the Shanghai Cooperation the basis of the relevant UNSC Organisation, Collective Security resolutions, the Madrid Principles Treaty Organization, and the Heart and Arab Peace Initiative, and of Asia Conference. previous agreements between the two sides, through negotiations 17. We welcome the African Union’s aimed at creating an independent, (AU) vision, aspirations, goals and viable, territorially contiguous priorities for Africa’s development Palestinian State livingside-by-side enshrined in Agenda 2063, which is in peace with Israel, within secure, complementary with the 2030 mutually agreed and internationally Agenda for Sustainable recognised borders on the basis of Development. We reaffirm our 1967 lines, with East Jerusalem as support for Africa’s implementation its capital, as envisaged in the of its various programmes in pursuit relevant UN Resolutions. of its continental agenda for peace and socio economic development. 16. We express deep concern at the We will continue to engage in joint persisting security challenges in endeavours to advance Africa's Afghanistan and significant increase solidarity, unity and strength

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through support measures for Sustainable Development on 25 regional integration and sustainable September 2015 and the Addis development. We further welcome Ababa Action Agenda at the Third recent elections that have been held International Conference on in the continent and the peaceful Financing for Development. We manner in which they were welcome the people-centred and conducted. holistic approach to sustainable development enshrined in the 2030 18. We support the AU’s efforts to Agenda and its emphasis on resolving conflicts through its peace equality, equity and quality-life to and security architecture, in all. We welcome the reaffirmation collaboration with the United of the guiding principles of the Nations and the continent’s regional implementation of the 2030 Agenda, organisations, and to contribute including the principle of Common towards lasting and sustainable But Differentiated Responsibilities peace and security in Africa. (CBDR).

19. We welcome the decision of the 22. The 2030 Agenda, with its African Union’s Assembly to overarching focus on poverty operationalise its Peace Fund, in eradication, lays an equal and order to contribute to financing of its balanced emphasis on the economic, peace and security operations. We social and environmental support efforts aimed at full dimensions of sustainable operationalisation of the African development. We call upon Standby Force (ASF) and note the developed countries to honour their progress being made in this regard, Official Development Assistance including the contributions by the commitments to achieve 0.7% of African Capacity for Immediate Gross National Income commitment Responses to Crises (ACIRC). for Official Development 20. We express our concern that Assistance to developing countries. Those commitments play a crucial political and security instability role in the implementation of the continues to loom in a number of countries that is exacerbated by SDGs. We further welcome the terrorism and extremism. We call establishment of a Technology upon the international community Facilitation Mechanism within the UN with a mandate to facilitate through the United Nations, African technology for the implementation Union and regional and international partners to continue of the SDGs. their support in addressing these 23. We commit to lead by example in challenges, including post-conflict the implementation of the 2030 reconstruction and development Agenda for Sustainable efforts. Development inline with national circumstances and development 21. We welcome the adoption of context respecting the national landmark 2030 Agenda for Sustainable Development and its policy space. We welcome the G20 Sustainable Development Goals Action Plan on the 2030 Agenda for during the UN Summit on Sustainable Development adopted

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during G20 Hangzhou Summit and systemically important advanced commit to its implementation by economies can have adverse impact taking bold transformative steps on growth prospects of emerging through both collective and economies. individual concrete actions. 26. We recognise that innovation is a 24. We meet at a time when the global key driver for mid and long term economic recovery is progressing, growth and sustainable with improved resilience and development. We stress the emergence of new sources of importance of industrialisation and growth. The growth, though is measures that promote industrial weaker than expected with development as a core pillar of downside risks to the global structural transformation. economy continuing to persist. This gets reflected in a variety of 27. We highlight the need to use tax challenges including commodity policy and public expenditure in a price volatility, weak trade, high more growth-friendly way taking private and public indebtedness, into account fiscal space available, inequality and lack of inclusiveness that promotes inclusiveness, of economic growth. Meanwhile, maintains resilience and ensures the benefits from growth need to be sustainability of debt as a share of shared broadly in an inclusive GDP. manner. Geopolitical conflicts, 28. We note the dynamic integration terrorism, refugee flows, illicit processes across the regions of the financial flows and the outcome of world, particularly in Asia, Africa UK referendum have further added and South America. We affirm our to the uncertainty in the global belief to promote growth in the economy. context of regional integration on 25. We reiterate our determination to the basis of principles of equality, use all policy tools – monetary, openness and inclusiveness. We fiscal, and structural, individually further believe that this will promote and collectively, to achieve the goal economic expansion through of strong, sustainable, balanced and enhanced trade, commercial and inclusive growth. Monetary policy investment linkages. will continue to support economic 29. We highlight the importance of activity and ensure price stability, public and private investments in consistent with central bank’s infrastructure, including mandates. Monetary policy alone, connectivity, to ensure sustained though, cannot lead to balanced and long-term growth. We, in this sustainable growth. We, in this regard, call for approaches to bridge regard, underscore the essential role the financing gap in infrastructure of structural reforms. We emphasise including through enhanced that our fiscal policies are equally involvement of Multilateral important to support our common Development Banks. growth objectives. We also take note that the spill-over effects of 30. We reaffirm our commitment to a certain policy measures in some strong, quota based and adequately

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resourced IMF. Borrowed resources transparent, non-discriminatory and by the IMF should be on a inclusive multilateral trading system temporary basis. We remain with development at the core of its strongly committed to support the agenda. We note the increasing coordinated effort by the emerging number of bilateral, regional, and economies to ensure that the plurilateral trade agreements, and Fifteenth General Review of reiterate that these should be Quotas, including the new quota complementary to the multilateral formula, will be finalised within the trading system and encourage the agreed timelines so as to ensure that parties thereon to align their work in the increased voice of the dynamic consolidating the multilateral emerging and developing trading system under the WTO in economies reflects their relative accordance with the principles of contributions to the world economy, transparency, inclusiveness, and while protecting the voices of least compatibility with the WTO rules. developed countries (LDCs), poor countries and regions. 35. We emphasise the importance of implementing the decisions taken at 31. We welcome the inclusion of the the Bali and Nairobi Ministerial RMB into the Special Drawing Conferences. We stress the need to Rights (SDR) currency basket on advance negotiations on the 1October, 2016. remaining Doha Development Agenda (DDA) issues as a matter of 32. We call for the advanced European priority. We call on all WTO economies to meet their members to work together to ensure commitment to cede two chairs on a strong development oriented the Executive Board of the IMF. The outcome for MC11 and beyond. reform of the IMF should strengthen the voice and representation of the 36. We appreciate the progress in the poorest members of the IMF, implementation of the Strategy for including Sub-Saharan Africa. BRICS Economic Partnership and emphasise the importance of the 33. We share concerns regarding the BRICS Roadmap for Trade, challenges of sovereign debt Economic and Investment restructurings, and note that timely Cooperation until 2020. We believe and successful debt restructuring is that close cooperation between the key for ensuring access to sectoral cooperation mechanisms, international capital markets, and BRICS Contact Group on Economic hence economic growth, for and Trade Issues, the BRICS countries with high debt levels. We Business Council, New welcome the current discussions to Development Bank and the BRICS improve the debt restructuring Interbank cooperation mechanism is process, and on the revised crucial in strengthening the BRICS collective action clauses (CACs). economic partnership. We welcome, in this context, the continued 34. We reiterate our support for the multilateral trading system and the realisation of the major BRICS centrality of the WTO as the economic initiatives such as cornerstone of a rule based, open, enhanced cooperation in e-

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commerce, “single window”, IPR 40. We agreed that MSMEs provide cooperation, trade promotion and major employment opportunities, at micro, small and medium comparatively lower capital cost, enterprises (MSMEs).We recognise and create self-employment non-tariff measures opportunities in rural and (NTMs),services sector, and underdeveloped areas. MSMEs thus standardisation and conformity help assure equitable wealth assessments as possible areas of distribution nationally and globally. future cooperation. We note in this We commend organisation of context the meeting of BRICS Trade BRICS second round-table on Ministers in New Delhi on 13 MSMEs by India with a focus on October 2016 and welcome its technical and business alliances in substantive outcomes. MSMEs Sector. We agree to work for greater integration of MSMEs in 37. In operationalising the Strategy for Regional and Global Value Chains. BRICS Economic Partnership, we encourage measures that support 41. We commend China for the greater participation, value addition successful hosting of the 11th G20 and upward mobility in Global Leaders’ Summit in Hangzhou and Value Chains of our firms including its focus on innovation, structural through the preservation of policy reform and development as drivers space to promote industrial of medium and long term economic development. growth. We recognise the role of G20 as the premier forum for 38. We welcome India's initiative to international and financial host the first BRICS Trade Fair in cooperation and emphasise the New Delhi. This is an important step importance of the implementation of towards the implementation of the outcomes of G20 Hangzhou Strategy for BRICS Economic Summit, that we believe will foster Partnership. We believe this will strong, sustainable, balanced and further consolidate trade and inclusive growth and will contribute commercial partnership among to improved global economic BRICS countries. We welcome the governance and enhance the role of deliberations and outcome of the developing countries. meeting of BRICS Trade Ministers held on 13October 2016 in New 42. We stress the importance to foster Delhi. an innovative, invigorated, interconnected and inclusive world 39. We noted the Annual Report by the economy. We will enhance our BRICS Business Council, including consultations and coordination on the various initiatives undertaken by the G20 agenda, especially on issues its Working Groups. We further of mutual interest to the BRICS direct the Council to accelerate the countries, and promote issues of development and realisation of joint importance for the Emerging projects which, on a mutually Market and Developing Economies beneficial basis, contribute to the (EMDEs). We will continue to work economic objectives of BRICS. closely with all G20 members to strengthen macroeconomic

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cooperation, promote innovation, as in the industrial sector, including well as robust and sustainable trade through the BRICS Industry and investment to propel global Ministers Meetings, in order to growth, improve global economic contribute to the accelerated and governance, enhance the role of sustainable economic growth, the developing countries, strengthen strengthening of comprehensive international financial architecture, industrial ties, the promotion of support for industrialisation in innovation as well as job creation, Africa and least developed countries and improvement of the quality of and enhance cooperation on energy life of people in BRICS countries. access and efficiency. We stress the need for enhanced international 47. We congratulate the United Nations cooperation to address illicit cross- Industrial Development border financial flows, tax evasion Organization (UNIDO) for the 50th and trade mis-invoicing. anniversary of its foundation and recall its unique mandate to promote The role of BRICS and its collaborative and accelerate inclusive and efforts in the field of economic and financial sustainable industrial development co-operation are yielding positive results. and its contribution in promoting We emphasise the importance of our industrialisation in Africa. We note, cooperation in order to help stabilise the in this context, the progress global economy and to resume growth. achieved so far in the establishment of the UNIDO-BRICS Technology 44. We welcome experts exploring the Platform. possibility of setting up an independent BRICS Rating Agency We commend our Customs administrations based on market-oriented principles, on the establishment of the Customs in order to further strengthen the Cooperation Committee of BRICS, and on global governance architecture. exploring means of further enhancing collaboration in the future, including those 45. We welcome the reports of BRICS aimed at creating legal basis for customs Think Tanks Council and BRICS cooperation and facilitating procedures of Academic Forum that have emerged customs control. We note the signing of the as valuable platforms for our experts Regulations on Customs Cooperation to exchange views. They have Committee of the BRICS in line with the submitted their valuable suggestions undertaking in the Strategy for BRICS with regard to promoting market Economic Partnership to strengthen research and analysis in BRICS and interaction among Customs developing countries and exploring Administrations. possibilities of carrying this process forward. We believe that BRICS institution-building is critical to our shared vision of transforming the 49. We recall the Fortaleza Declaration global financial architecture to one wherein we recognised the potential based on the principles of fairness for BRICS insurance and and equity. reinsurance markets to pool capacities and had directed our 46. We emphasise the importance of relevant authorities to explore enhancing intra-BRICS cooperation avenues for cooperation in this

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regard. We would like this work to 53. We support the strengthening of be expedited. international cooperation against corruption, including through the 50. We reaffirm our commitment BRICS Anti-Corruption Working towards a globally fair and modern Group, as well as on matters related tax system and welcome the to asset recovery and persons sought progress made on effective and for corruption. We acknowledge widespread implementation of the that corruption including illicit internationally agreed standards. money and financial flows, and ill- We support the implementation of gotten wealth stashed in foreign the Base Erosion and Profit Shifting jurisdictions is a global challenge Project (BEPS) with due regard to which may impact negatively on the national realities of the economic growth and sustainable countries. We encourage countries development. We will strive to and International Organisations to coordinate our approach in this assist developing economies in regard and encourage a stronger building their tax capacity. global commitment to prevent and combat corruption on the basis of 51. We note that aggressive tax the United Nations Convention planning and tax practices hurt equitable development and against Corruption and other economic growth. Base Erosion and relevant international legal Profit Shifting must be effectively instruments. tackled. We affirm that profit should 54. We recognise that nuclear energy be taxed in the jurisdiction where will play a significant role for some the economic activity is performed of the BRICS countries in meeting and the value is created. We reaffirm their 2015 Paris Climate Change our commitment to support Agreement commitments and for international cooperation in this reducing global greenhouse gas regard, including in the Common emissions in the long term. In this Reporting Standard for Automatic regard, we underline the importance Exchange of Tax Information of predictability in accessing (AEOI). technology and finance for 52. We note the ongoing discussions on expansion of civil nuclear energy international taxation matters. In capacity which would contribute to the sustainable development of this regard, we recall the Addis BRICS countries. Ababa Action Agenda on Financing for Development including its 55. We reiterate that outer space shall be emphasis on inclusive cooperation free for peaceful exploration and use and dialogue among national tax by all States on the basis of equality authorities on international tax in accordance with international matters with increased participation law. Reaffirming that outer space of developing countries and shall remain free from any kind of reflecting adequate, equitable, weapons or any use of force, we geographical distribution, stress that negotiations for the representing different tax systems. conclusion of an international agreement or agreements to prevent

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an arms race in outer space are a justification whatsoever for any acts priority task of the United Nations of terrorism, whether based upon Conference on Disarmament, and ideological, religious, political, support the efforts to start racial, ethnic or any other reasons. substantive work, inter alia, based We agreed to strengthen on the updated draft treaty on the cooperation in combating prevention of the placement of international terrorism both at the weapons in outer space and of the bilateral level and at international threat or use of force against outer fora. space objects submitted by China and Russian Federation. We also 58. To address the threat of chemical note an international initiative for a and biological terrorism, we support political obligation on the no first and emphasise the need for placement of weapons in outer launching multilateral negotiations space. on an international convention for the suppression of acts of chemical 56. Priority should be accorded to and biological terrorism, including ensuring the long-term at the Conference on Disarmament. sustainability of outer space In this context, we welcome India’s activities, as well as ways and means offer to host a Conference in 2018 of preserving outer space for future aimed at strengthening international generations. We note that this is an resolve in facing the challenge of the important objective on the current WMD-Terrorism nexus. agenda of the UN Committee on the Peaceful Uses of Outer Space 59. We call upon all nations to adopt a (UNCOPUOS). In this respect, we comprehensive approach in welcome the recent decision by the combating terrorism, which should UNCOPUOS Scientific and include countering violent Technical Sub-Committee Working extremism as and when conducive Group on Long-term Sustainability to terrorism, radicalisation, of Outer Space Activities to recruitment, movement of terrorists conclude negotiations and achieve including Foreign Terrorist consensus on the full set of Fighters, blocking sources of guidelines for the long term financing terrorism, including sustainability of outer space through organised crime by means activities by 2018to coincide with of money-laundering, drug the commemoration of the 50th trafficking, criminal activities, Anniversary of the first United dismantling terrorist bases, and Nations Conference on the countering misuse of the Internet Exploration and Peaceful Uses of including social media by terror Outer Space (UNISPACE + 50). entities through misuse of the latest Information and Communication 57. We strongly condemn the recent Technologies (ICTs).Successfully several attacks, against some BRICS combating terrorism requires a countries, including that in India. holistic approach. All counter- We strongly condemn terrorism in terrorism measures should uphold all its forms and manifestations and international law and respect human stressed that there can be no rights.

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60. We acknowledge the recent meeting implementation of FATF of the BRICS High Representatives Consolidated Strategy on on National Security and, in this Combating Terrorist Financing, context, welcome the setting up and including effective implementation the first meeting of the BRICS Joint of its operational plan. We seek to Working Group on Counter- intensify our cooperation in FATF Terrorism on 14September 2016 in and FATF-style regional bodies New Delhi. We believe it will (FSRBs). further promote dialogue and understanding among BRICS 63. We welcome the outcome document nations on issues of counter of the Special session of the General terrorism, as well as coordinate Assembly on the world drug efforts to address the scourge of problem, held in New York from 19- terrorism. 21 April 2016. We call for strengthening of international and 61. We acknowledge that international regional cooperation and terrorism, especially the Islamic coordination to counter the global State in Iraq and the Levant (ISIL, threat caused by the illicit also known as Daesh) and affiliated production and trafficking of drugs, terrorist groups and individuals, especially opiates. We note with constitute a global and deep concern the increasing links unprecedented threat to between drug trafficking and international peace and security. terrorism, money laundering and Stressing UN’s central role in organised crime. We commend the coordinating multilateral cooperation between BRICS drug approaches against terrorism, we control agencies and welcome the urge all nations to undertake deliberations in second Anti-Drug effective implementation of relevant Working Group Meeting held in UN Security Council Resolutions, New Delhi on 8 July 2016. and reaffirm our commitment on increasing the effectiveness of the 64. We reaffirm that ICT expansion is a UN counter terrorism framework. key enabler for sustainable We call upon all nations to work development, for international together to expedite the adoption of peace and security and for human the Comprehensive Convention on rights. We agree to strengthen joint International Terrorism (CCIT) in efforts to enhance security in the use the UN General Assembly without of ICTs, combating the use of ICTs any further delay. We recall the for criminal and terrorist purposes responsibility of all States to prevent and improving cooperation between terrorist actions from their our technical, law enforcement, territories. R&D and innovation in the field of ICTs and capacity building 62. We reaffirm our commitment to the institutions. We affirm our FATF International Standards on commitment to bridging digital and Combating Money Laundering and technological divides, in particular the Financing of Terrorism and between developed and developing Proliferation and call for swift, countries. We recognise that our effective and universal approach must be multidimensional

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and inclusive and contains an reaffirm that the Internet is a global evolving understanding of what resource and that States should constitutes access, emphasising the participate on an equal footing in its quality of that access. evolution and functioning, taking into account the need to involve 65. We reiterate that the use and relevant stakeholders in their development of ICTs through respective roles and international and regional responsibilities. cooperation and on the basis of universally accepted norms and 68. We recognise the importance of principles of international law, energy-saving and energy- including the Charter of the UN; in efficiency for ensuring sustainable particular political independence, economic development and territorial integrity and sovereign welcome the Memorandum of equality of States, the settlement of Understanding which was signed in disputes by peaceful means, non- this regard. interference in internal affairs of other States as well as respect for 69. We recognise the challenge of human rights and fundamental scaling-up power generation and its freedoms, including the right to efficient distribution, as well as the privacy; are of paramount need to scale up low carbon fuels importance in order to ensure a and other clean energy solutions. peaceful, secure and open and We further recognise the level of cooperative use of ICTs. investments needed in renewable energy in this regard. We therefore 66. The increasing misuse of ICTs for believe that international terrorist purposes poses a threat to cooperation in this field be focused international peace and security. We on access to clean energy emphasise the need to enhance technology and finance. We further international cooperation against note the significance of clean energy terrorist and criminal misuse of in achieving Sustainable ICTs and reaffirm the general Development Goals. We recognise approach laid in the eThekwini, that sustainable development, Fortaleza and Ufa declarations in energy access, and energy security this regard. We reaffirm the key role are critical to the shared prosperity of the UN in addressing the issues and future of the planet. We related to the security in the use of acknowledge that clean and ICTs. We will continue to work renewable energy needs to be together for the adoption of the affordable to all. rules, norms and principles of responsible behaviour of States 70. We support a wider use of natural including through the process of gas as an economically efficient and UNGGE. We recognise that the clean fuel to promote sustainable states have the leading role to ensure development as well as to reduce the stability and security in the use of greenhouse emissions in accordance ICTs. with the Paris Agreement on climate change. 67. We advocate also for an open, non- fragmented and secure Internet, and

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71. We note that BRICS countries face the Agenda for BRICS Cooperation challenges of communicable on Population Matters for 2015- diseases including HIV and 2020. Tuberculosis. We, in this regard, note the efforts made by BRICS 76. We welcome the outcomes of the Health Ministers to achieve the 90– meetings of BRICS Labour & 90–90 HIV treatment target by Employment Ministers held on 9 2020. We underline the imperative June 2016 in Geneva and on 27-28 to advance cooperation and action September 2016 in New Delhi. We on HIV and TB in the BRICS take note of the possibility of countries, including in the bilateral Social Security production of quality-assured drugs Agreements between BRICS and diagnostics. countries, and of the commitment to take steps to establish a network of 72. We take note of United Nations lead labour research and training High Level Meeting on Ending institutes, so as to encourage AIDS in June 2016 and forthcoming capacity building, information Global Conference on TB under exchange and sharing of best WHO auspices in Moscow in 2017. practices amongst BRICS countries. We recognise quality employment, 73. Recognising global health including a Decent Work Agenda, challenges we emphasise the sustaining social protection and importance of cooperation among enhancing rights at work, are core to BRICS countries in promoting inclusive and sustainable research and development of development. medicines and diagnostic tools to end epidemics and to facilitate 77. We welcome the outcomes of the access to safe, effective, quality and fourth BRICS Education Ministers’ affordable essential medicines. meeting held on 30 September 2016 in New Delhi, including the New 74. We welcome the High Level Delhi Declaration on Education. We meeting on Anti-Microbial stress the importance of education Resistance (AMR) during UNGA- and skills for economic 71, which addresses the serious development, and reaffirm the need threat that AMR poses to public for universal access to high-quality health, growth and global economic education. We are satisfied with the stability. We will seek to identify progress of the BRICS Network possibilities for cooperation among University (BRICSNU) as well as our health and/or regulatory the BRICS University League authorities, with a view to share best (BRICSUL), which will commence practices and discuss challenges, as their programmes in 2017. These well as identifying potential areas two initiatives will facilitate higher for convergence. education collaboration and partnerships across the BRICS 75. We reaffirm our commitment to countries. promote a long-term and balanced demographic development and 78. We appreciate the organisation of continue cooperation on population Young Diplomats’ Forum held on 3- related matters in accordance with 6 September 2016 in Kolkata. We

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also welcome the signing of the held on 23 September 2016, Memorandum of Understanding including the Joint Declaration. We between BRICS Diplomatic emphasise the importance of Academies to encourage exchange ensuring food security, and of knowledge and experiences. addressing malnutrition, eliminating hunger, inequality and poverty 79. We welcome the outcomes of the through increased agricultural fourth BRICS STI Ministerial production, productivity, Meeting held on 8 October 2016, sustainable management of natural wherein they adopted the Jaipur resources and trade in agriculture Declaration and endorsed the among the BRICS countries. As the updated Work Plan (2015-2018) world's leading producers of aimed at strengthening cooperation agriculture products and home to in science, technology and large populations, we emphasise the innovation, especially leveraging importance of BRICS cooperation young scientific talent for in agriculture. We recognize the addressing societal challenges; importance of science-based creating a networking platform for agriculture and of deploying BRICS young scientists; co- information and communication generating new knowledge and technology (ICT). innovative products, services and processes; and addressing common 82. To further intensify cooperation global and regional socio-economic among BRICS countries in challenges utilising shared agricultural research policy, science experiences and complementarities. and technology, innovation and capacity building, including 80. We stress the importance of technologies for small-holder implementation of the BRICS farming in the BRICS countries, we Research and Innovation Initiative. welcome the signing of the MoU for We welcome the hosting of the first Establishment of the BRICS BRICS Young Scientists Conclave Agricultural Research Platform. in India, instituting of BRICS Innovative Idea Prize for Young 83. Considering the dependence of Scientists. We note the progress of agriculture on water, we call upon the first Call for Proposals under the the development of infrastructure BRICS STI Framework for irrigation to assist farmers in Programme, in ten thematic areas, building resilience during times of with funding commitment from the drought and welcome sharing of five BRICS STI Ministries and experiences and expertise in these associated funding bodies. We areas. welcome the establishment of the BRICS Working Group on Research 84. We affirm that the value of sharing Infrastructure, and Mega-Science to expertise and experiences among reinforce the BRICS Global BRICS countries with regard to Research Advanced Infrastructure usage of Information and Network (BRICS-GRAIN). Communication Technology (ICT) in e-governance, financial inclusion, 81. We welcome the outcomes of the and targeted delivery of benefits, e- Agriculture Ministers’ Meeting, commerce, open government,

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digital content and services and the Goa Statement on Environment. bridging the digital divide. We We welcome the decision to share support efforts aimed at capacity technical expertise in the areas of building for effective participation abatement and control of air and in e-commerce trade to ensure water pollution, efficient shared benefits management of waste and sustainable management of bio- 85. We welcome the forthcoming diversity. We recognise the BRICS Telecommunication importance of participation by Ministerial Meeting that will further BRICS countries in environmental strengthen our cooperation, cooperation initiatives, including including on technology trends, developing a platform for sharing standards developments, skill environmentally sound developments, and policy technologies. frameworks. 90. We welcome the outcome of the 86. We believe it is necessary to ensure 17th Conference of Parties to the joint efforts towards diversification Convention on International Trade of the world market of software and in Endangered Species of Wild IT equipment. We call for Fauna and Flora (CITES), held in developing and strengthening the Johannesburg, South Africa, as a ICT cooperation in the framework landmark advancement of the of the BRICS Working Group on regulation of international trade in ICT Cooperation. endangered species from 24 87. We welcome the outcomes of the September - 4 October 2016. meetings of BRICS Ministers 91. We welcome the adoption of the responsible for Disaster Paris Agreement anchored in the Management held on 19-20 April United Nations Framework 2016 in St. Petersburg and on 22 Convention on Climate Change August 2016 in Udaipur. We also (UNFCCC), and its signing by a welcome the Udaipur Declaration large number of countries on 22 adopted at the second meeting and April 2016. We emphasise that the applaud the formation of BRICS comprehensive, balanced and Joint Task Force on Disaster Risk ambitious nature of the Paris Management. Agreement reaffirms the principles 88. We extend our deepest condolences of UNFCCC including the principle to the people of Haiti and the of equity and common but Caribbean on the tragic loss of lives differentiated responsibilities and respective capabilities, in light of following hurricane Matthew. We different national circumstances support the efforts of the UN and humanitarian partners in their (CBDR & RC). response to this tragedy. 92. We welcome the Paris Agreement and its imminent entry into force on 89. We welcome the outcomes of the BRICS Ministerial Meeting on 4 November 2016.We call on the Environment held on 15-16 developed countries to fulfil their responsibility towards providing the September 2016, in Goa, including necessary financial resources,

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technology and capacity building We affirm our engagement in the assistance to support the developing process that will lead to adoption of countries with respect to both a New Urban Agenda by the mitigation and adaptation for the Conference of the United Nations on implementation of the Paris Housing and Sustainable Urban Agreement. Development – Habitat III(Quito, 17-20 October, 2016).We welcome 93. We reiterate the commitments to the BRICS Urbanisation Forum, gender equality and empowerment BRICS Friendship Cities Conclave, of all women and girls as contained held in Visakhapatnam on 14-16 in the 2030 Agenda. We recognise September 2016, and in Mumbai on that women play a vital role as 14-16 April 2016, respectively, agents of development and which contributed to fostering acknowledge that their equal and increased engagements between our inclusive participation and cities and stakeholders. We call for contribution is crucial to making enhanced cooperation with regard to progress across all Sustainable strengthening urban governance, Development Goals and targets. We making our cities safe and inclusive, emphasise the importance of improving urban transport, enhancing accountability for the financing of urban infrastructure implementation of these and building sustainable cities. commitments. 97. We note India’s initiative on the 94. Cognizant of the potential and upcoming BRICS Local Bodies diversity of youth population in our Conference to exchange expertise countries, their needs and and best-practices, including in local aspirations, we welcome the budgeting. outcomes of the BRICS Youth Summit in Guwahati including, 98. Noting the importance of orderly, “Guwahati BRICS Youth Summit safe, regular and responsible 2016 Call to Action” that recognise migration and mobility of people, the importance of education, we welcome the outcomes of first employment, entrepreneurship, and BRICS Migration Ministers skills training for them to be socially Meeting in Sochi, Russian and economically empowered. Federation, on 8 October 2015.

95. We welcome the BRICS 99. We recognise the important role of Convention on Tourism, that was culture in sustainable development organised in Khajuraho, Madhya and in fostering mutual Pradesh on 1-2 September 2016 as understanding and closer an effective means to promote cooperation among our peoples. We tourism cooperation among BRICS encourage expansion of cultural countries. exchanges between people of BRICS countries. In this context we 96. As home to 43% of the world commend the hosting of the first population and among the fastest BRICS Film Festival in New Delhi urbanising societies, we recognise on 2-6 September 2016. the multi-dimensional challenges and opportunities of urbanisation.

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100. We welcome the instituting Annual BRICS forthcoming meeting of the Second Economic Research Award to BRICS Parliamentary Forum in promote advanced research in Geneva on 23 October 2016under economics of relevance to BRICS the theme of ‘BRICS Parliamentary countries. Cooperation on the implementation of the SDGs’. 105. We reiterate our commitment to strengthening our 101. We appreciate the partnerships for common deliberations of the BRICS Women development. To this end, we Parliamentarians’ Forum in Jaipur endorse the Goa Action Plan. on 20-21 August, 2016 and the adoption of Jaipur Declaration, 106. China, South Africa, Brazil centred on SDGs, that inter alia and Russia appreciate India’s emphasises the commitment to BRICS Chairpersonship and the strengthen parliamentary strategic good pace of BRICS cooperation partnerships on all the three agenda. dimensions of sustainable 107. We emphasise the development, fostering gender importance of review and follow up equality and women empowerment. of implementation of outcome 102. We note the deliberations on documents and decisions of the a BRICS Railways Research BRICS Summits. We task our Network aimed at promoting Sherpas to carry this process research and development in this forward. field to further growth in our 108. China, South Africa, Brazil economies in a cost effective and and Russia express their sincere sustainable manner. gratitude to the Government and 103. We congratulate India on people of India for hosting the organising the first BRICS Under- Eighth BRICS Summit in Goa. 17 Football Tournament in Goa on 109. India, South Africa, Brazil 5-15 October 2016. We, in this and Russia convey their regard, note the initiative towards a appreciation to China for its offer to BRICS Sports Council to foster host the Ninth BRICS Summit in exchanges among BRICS countries. 2017 and extend full support to that 104. Recognising the increasing end. trade, business and investment

between BRICS countries and the important role of BRICS Interbank Cooperation Mechanism, we welcome the signing of the Goa Action Plan Memorandum of Understanding

between the BRICS countries National Development Banks and We took note of the following events held the New Development Bank (NDB). under India’s BRICS Chairpersonship We welcome the initiative of the before the Goa Summit. Export-Import Bank of India of

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Meetings of Parliamentarians & Ministers Meetings of Working Groups/Senior Officials/Technical Groups/Experts Group 1. BRICS Women Parliamentarians’ Forum(20-21 August 2016, Jaipur) 13. Meeting of BRICS Working Group on Agriculture (22 September 2016, 2. Meeting of National Security New Delhi) Advisers (15-16 September 2016, New Delhi) 14. Meetings of Experts for BRICS Agriculture Research Platform (27- 3. Meeting of BRICS Agriculture 28 June 2016, New Delhi; 21 Ministers (23 September 2016, New September 2016, New Delhi) Delhi) 15. Meeting of BRICS Senior Officials 4. Meeting of the BRICS Ministers of for Anti-Corruption (16 March 2016 Disaster Management (22-23 on the margins of OECD Anti- August 2016, Udaipur) Bribery Convention in Paris; 8 June 2016 on the margins of 2nd G20 5. Meeting of BRICS Education ACWG meeting in London) Ministers (30 September 2016, New Delhi) 16. Anti-Drug Working Group Meeting (8 July 2016, New Delhi) 6. Meeting of BRICS Environment Ministers (16 September 2016, Goa) 17. Meeting of BRICS Competition 7. Meetings of BRICS Finance Authoritieson the margins of International Legal Forum (19 May Ministers and Central Bank 2016, St. Petersburg, Russia) Governors (14 April 2016, Washington; 14 October 2016, Goa) 18. Meeting of BRICS Contact Group on Economic and Trade Issues 8. Meeting of BRICS Ministers of (CGETI) (12 April 2016, New Foreign Affairs/International Relationson the margins of UNGA Delhi; 29 July 2016, Agra; 12 (20 September 2016, New York) October 2016, New Delhi) 19. Meeting of the Working Group on 9. Luncheon Meeting of BRICS Health Ministers and Heads of Counter Terrorism (14 September Delegation on the margins of 69th 2016, New Delhi) World Health Assembly (24 May 20. Meeting of BRICS Customs 2016, Geneva) Agencieson the margins of 10. Meeting of BRICS Ministers of Conference of the World Customs Organization (11-16 July 2016, Labour& Employment (9 June 2016 Brussels) on the margins of ILO meeting, Geneva; 27-28 September 2016, 21. Meeting of BRICS Heads of Agra) Customs Administrations (15-16 October 2016, Goa) 11. 4th BRICS Science, Technology & InnovationMinisterial Meeting (8 22. Meeting of BRICS Development October 2016, Jaipur) Partnership Administrations (DPAs) and Forum for Indian Development 12. Meeting of BRICS Trade Ministers (13 October 2016, New Delhi)

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Cooperation (FIDC) (6-7 August 35. Working Group Meeting of BRICS 2016, New Delhi) Development Banks(on Innovation Financing)( 14 October 2016, Goa) 23. Meeting of BRICS Senior Officials on Education (29 September 2016, 36. Annual Meeting of BRICS New Delhi) Interbank Cooperation Mechanism (15 October 2016, Goa) 24. 1st Meeting of BRICS Universities League Members (2 April 2016, 37. Meeting of Heads of BRICS Beijing) Development Banks with NDB (15- 16 October 2016, Goa) 25. Meeting of Working Group on Energy Saving and Improvement of 38. 1st Annual Meeting of the Board of Energy Efficiency (4-5 July 2016, Governors of BRICS NDB (20 July Visakhapatnam) 2016, Shanghai)

26. Employment Working 39. BRICS Contingent Reserve GroupMeeting (27-28 July 2016, Arrangement Working Group Hyderabad). Meeting(25 February 2016, Shanghai) 27. Meeting of BRICS Working Group on Environment (15 September 40. 2nd BRICS Contingent Reserve 2016, Goa) Arrangement Standing Committee Meeting (26 February 2016, 28. BRICS Dialogue on Foreign Policy Shanghai) (25-26 July 2016, Patna). 41. 2nd BRICS Contingent Reserve 29. Meeting of Heads of Export Credit Arrangement Governing Council Agencies (ECAs) (13 October 2016, Meeting (6 October 2016, New Delhi) Washington)

30. 6th Informal meeting of BRICS 42. BRICS Working Group on Finance Officials on the margins of Geospatial Technology and FATF(16 February 2016, Paris) Application (2 March 2016, Noida)

31. 7th Informal meeting of BRICS 43. 6th Meeting of Heads of Intellectual Finance Officials on the margins of Property Offices (HIPO) (20-22 FATF (18-24 June 2016, Bussan, June 2016, Moscow) RoK) 44. Meeting of BRICS Network 32. Technical Group Meeting of BRICS University International Governing Development Banks (10-11 March Board (IGB) (27 September 2016, 2016, Udaipur) Mumbai)

33. Working Group Meeting of BRICS 45. BRICS Railway Experts’ Meeting Development Banks (28-29 July (29 April 2016, Lucknow; 14-15 2016, Mumbai) July 2016, Secunderabad)

34. Working Group Meeting of BRICS 46. 6th Meeting of BRICS Senior Development Banks(on Local Officials on Science, Technology & Currency Financing) (14 October Innovation (7 October 2016, Jaipur) 2016, Goa)

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47. Meeting of BRICS Science, 59. Seminar on Challenges in Technology & Innovation Developing the Bond Market in FundingWorking Group (6 October BRICS (27 September 2016, 2016, Jaipur) Mumbai)

48. 2nd Meeting of the BRICS 60. BRICS Economic Forum (13-14 Astronomy Working Group (8 October 2016, Goa) September 2016, Ekaterinburg) 61. BRICS Financial Forum (15 49. 1stPhotonics Conference of October 2016, Goa) BRICSCountries (30-31 May 2016, Moscow) 62. Workshop on Financial Inclusion for BRICS Nations (19 September 50. 2nd Meeting of BRICSOfficials 2016, Mumbai) within specialized session “Prevention and Mitigation of 63. Seminar on Long Term Natural Disasters” (26 August 2016, Infrastructure Financing and PPP Saint-Petersburg) best practices(22 September 2016, New Delhi) 51. BRICS Sherpas and Sous-Sherpas meeting (29-30 April 2016, Jaipur; 64. Workshop on Investment Flows (13 5-6 August 2016, Bhopal; 2-3 October 2016, Mumbai) September 2016, Hangzhou; 8-10 65. BRICS Handicraft Artisans October 2016, New Delhi; 12-13 Exchange Programme(6-15 October 2016, Goa) September 2016, Jaipur)

52. Technical Level Meeting of BRICS 66. Workshop on Access to Medicines National Statistical Agencies (24-26 and Trade Agreements (23 May February 2016, New Delhi) 2016, Geneva)

53. Meeting of Heads of BRICS 67. Workshop on Health Surveillance Supreme Audit Institutions (24 June System (1-2 August 2016, 2016, Beijing) Bengaluru)

Seminars & Workshops 68. 1st General Conference on BRICS 54. BRICS Academic Forum (19-22 Network University (7-8 April September 2016, Goa) 2016, Ekaterinburg, Russia)

55. BRICS Think Tank Council 69. Workshop on Skill Development meeting (23 September 2016, New (25-29 July 2016, Mumbai) Delhi) 70. Workshop on Export Credit (14 56. BRICS Civil Forum (3-4 October October 2016, Goa) 2016, New Delhi) 71. 2nd Round Table on MSMEs and 57. BRICS Digital Conclave (28-29 Seminar on Services (28 July 2016, April 2016, New Delhi) Agra)

58. Workshop on International 72. BRICS Seminars on NTMs and Arbitration Mechanism (27 August Services (11 April 2016, New 2016, New Delhi) Delhi)

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73. BRICS Water Forum (29-30 We further took note of the upcoming events September 2016, Moscow) under India’s BRICS Chairpersonship.

74. BRICS Wellness Forum (10-11 88. BRICS Parliamentary Forum (on September 2016, Bengaluru) the margins of IPU)

75. 3rd Meeting of the BRICS 89. Meeting of BRICS Energy Urbanization Forum (14-16 Ministers September 2016, Visakhapatnam) 90. 6th Meeting of the BRICS Health 76. BRICS Friendship Cities Conclave Ministers (14-16 April 2016, Mumbai) 91. Meeting of BRICS Ministers of 77. BRICS Smart Cities Workshop (17- Telecommunications 19 August 2016, Jaipur) 92. Meeting of BRICS Senior Officials BRICS Business Council& BRICS for Anti-Corruption Business Forum 93. Meeting of Senior Officials of 78. BRICS Business Council (14 Health October 2016, New Delhi; 15 October 2016, Goa) 94. BRICS Consultations of Middle East Envoys 79. BRICS Business Council interaction with BRICS Leaders (16 95. BRICS Sherpas and Sous-Sherpas October 2016, Goa) meetings

80. BRICS Business Forum (13 October 96. Meeting of the BRICS Heads of 2016, New Delhi) National Statistical Agencies

People-to-People & Business Exchanges 97. Meeting of BRICS Heads of Tax Authorities 81. BRICS Trade Fair (12-14 October 2016, New Delhi) 98. Meeting of BRICS Experts on Tax Matters 82. BRICS Film Festival(2-6 September 2016, New Delhi) 99. Meetings of BRICS Working Group on ICT Cooperation 83. BRICS Convention of Tourism (1-2 September 2016, Khajuraho) 100. 2ndTechnical Workshop among BRICS Exports Credit 84. BRICSU-17 Football Tournament Agencies (5-15 October 2016, Delhi-Goa) 101. Exhibition and B2B 85. BRICS Young Diplomats’ Forum Meetings on ICT (3-6 September 2016, Kolkata) 102. BRICS Media Forum 86. BRICS Young Scientists’ Conclave (26-30 Sept 2016, Bengaluru) 103. Workshop on Anti- Microbial Resistance (AMR) 87. BRICS Youth Summit (1-3 July 2016, Guwahati) 104. Workshop on Drugs and Medical Devices

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105. Workshop on Non 9. MoU on Cooperation among BRICS Communicable Diseases Development Banks and the NDB

106. 4th BRICS Seminar on 10. BRICS Women Parliamentarians’ Population matters Forum

107. Workshop on TB/AIDS 11. BRICS Under-17 Football Tournament 108. Foundation Conference of BRICS Centre for Materials Science 12. BRICS Trade Fair and Nanotechnology 13. BRICS Film Festival 109. Conference on Foresight and Science, Technology and 14. BRICS Convention on Tourism Innovation Policy of BRICS 15. BRICS Digital Conclave countries 16. BRICS Wellness Forum 110. BRICS Forum on State Owned Enterprises Reforms and 17. BRICS Friendship Cities Conclave Governance 18. BRICS Smart Cities Workshop 111. Workshop on Sustainable rd Water Development, Conservation 19. 3 BRICS Urbanisation Forum and Efficiency 20. BRICS Local Bodies Conference 112. BRICS Local Bodies' 21. BRICS Handicraft Artisans’ Conference (Focus: Budgeting) Exchange Programme KEY INITIATIVES DURING INDIA’S 22. BRICS Young Scientist Conclave BRICS CHAIRMANSHIP 23. BRICS Innovative Idea Prize for 1. BRICS Agriculture Research Young Scientists Platform 24. BRICS Economic Research Award 2. BRICS Railway Research Network

3. BRICS Sports Council VIII CÚPULA DO BRICS – GOA, ÍNDIA 4. BRICS Rating Agency 15 E 16 DE OUTUBRO DE 2016 – ATOS 5. BRICS Institute for Economic ASSINADOS [INGLÊS] Research and Analysis REGULATION ON THE CUSTOMS 6. MoU on Environmental COOPERATION COMMITTEE OF Cooperation THE BRICS

7. Regulations on BRICS Customs 1. General Provisions Cooperation Committee 1.1. In order to inherit and develop the 8. MoU on Cooperation between BRICS Customs Administrator meeting Diplomatic Academies of BRICS cooperation mechanism developed at the Countries first BRICS Customs Administrator Meeting in South Africa in 2013 and fulfil the

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 161 cooperation outcomes of the meeting, the  Study and preparation of decisions BRICS Member States establish the and recommendations on all issues Customs Cooperation Committee of the concerning customs cooperation; BRICS.  Promote cooperation between 1.2. The Сustoms Сooperation Сommittee of intergovernmental organisations the BRICS (hereinafter –“Committee”) is a and integration associations on the permanent cooperation body of the BRICS issues within its competence. intended for ensuring cooperation of customs services of the BRICS Member  Consultations on customs States in the field of customs policy. All the cooperation, technical assistance, customs matters among the BRICS Member trade facilitation, and mutual States should be discussed and decided by administrative assistance in customs the Committee. matters;

1.3. In its activity the Committee is governed  Exchange of information and by the fundamental documents of the participation in consultations with a BRICS, the international agreements signed view to establishing, where between the countries within the framework possible, common positions in of the BRICS, and this Regulation. international organisations in the field of customs such as the World 2. Main Activities and Functions of the Trade Organization, the World Committee Customs Organization and others;

2.1. The main activities of the Committee  Reviewing the course of are: implementation of the obligations undertaken by customs authorities  Determination of the priority of the BRICS Member States and directions in customs matters of the implementation of BRICS Member States; recommendations according to the Committee decisions;  Facilitation in the approximation of customs legislations of the BRICS  Consideration of other issues within Member States; its competence.

 Coordination of the practical 3. Rights and Obligations of the Committee cooperation of customs and other relevant national authorities of the 3.1. The Committee has the right to: BRICS Member States regarding the main aspects of the customs  Submit proposals for consideration policy; of customs authorities and cooperation among relevant bodies  Contribution to the implementation of the BRICS in accordance with the of the adopted interstate and established procedure; intergovernmental decisions of the BRICS Member States in customs  Make decisions within its matters. competence aimed at developing interaction among the customs 2.2. The Committee has the following basic authorities of the BRICS Member functions: States;

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 Establish permanent or temporary 4.1. Members of the Committee are the Working Groups, which may be Heads of Customs Administrations of the necessary for the consideration of BRICS Member States (the customs matters in the field of customs in administrator/deputy customs administrator accordance with the established or the designated customs senior officer of procedure; the BRICS Member States). Each State shall have one vote in the Committee. Each Head  Engage scientists and specialists for of Customs Administration shall have the the implementation of some right to appoint the representative with the operations in accordance with the appropriate powers to make decisions at the established procedure; Committee meetings.

 Resolve other issues within its 4.2. The Committee shall be headed by the competence. Chairperson who is the Head of Customs 3.2. The member of the Committee shall Administrations of the BRICS Member State have the right to: in charge of the BRICS Forum presidency. 4.3. The Chairperson of the Committee  submit any issues for discussion within the competence of the shall: Committee and receive necessary  hold Committee meetings; information about the matters under discussion and implementation of  sign and send documents to the the decisions made by the Customs Administrations of the Committee; BRICS Member States on behalf of the Committee;  make proposals regarding the place and time of the Committee  represent the Committee in meetings; cooperation bodies of the BRICS in accordance with the established  receive necessary information about procedure; the activity of the Working Groups of the Committee.  maintain and develop contacts with other organisations at the level of 3.3. The member of the Committee shall: their working (executive) authorities and within his  inform the Committee on the policy of its state regarding the customs competence; cooperation matters;  promote the interaction between Customs Administrations of the  inform the relevant bodies of the BRICS about the decisions BRICS Member States; undertaken by the Committee, and  perform other actions connected facilitate their implementation; with a view to ensuring the activity of the Committee.  exercise control over the full and timely implementation of the 4.4. The Committee shall approve its Terms decisions. of Reference.

4. Organisation of Activity of the 4.5. Committee meetings shall be held as Committee required, but at least once in a year.

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4.6. The Customs Administrations of the representative is the Chairperson of the BRICS Member States shall prepare Committee. proposals for the Committee meeting. 5.2. The Committee Secretariat shall:  Proposals shall be submitted in the form of preliminary draft documents  organise and hold the Committee or their concepts. meetings in the order provided by the Regulation;  The final decision to include a specific issue in the agenda shall be  prepare the materials which are taken by the Committee. submitted for consideration at the Committee meetings; 4.7. The Committee meetings shall be valid, if all the Committee Members are  send the preliminary agenda and the participating in them. draft documents submitted for consideration during forthcoming 4.8. Decision making order. Committee meetings to the Customs Administrations of the BRICS  The Committee shall make Member States in accordance with decisions within its competence by the established procedure; following the principle of reaching consensus through consultations.  timely send the decision made by the Committee to Customs  Customs Administrations of the Administrations of the BRICS BRICS Member States within their Member States; competence shall adopt, if necessary, appropriate acts to  according to the decisions of the provide implementation of the Committee organise expert decisions made by the Committee. meetings in order to prepare draft documents for consideration during 4.9. According to the Committee decision, the Committee meetings; representatives of other cooperation bodies of the BRICS, involved states and  keep minutes of the Committee’s international organisations may participate meetings, of the Committee in the Committee meeting as observers. Working Groups’ meetings, Specialists and experts of the involved Committee Expert groups’ cooperation bodies of the BRICS, authorities meetings; of the BRICS Member States and international organisations operating in the  remain custodian of the protocols, customs area may be invited to take part at minutes, decisions, documents and the Committee meetings. other materials from the meetings of the Committee, Working and Expert 5. Administration of the Committee and its Groups; Functions  cooperate with the Customs 5.1. For the Administration of the Administrations of the BRICS Committee there shall be a Committee Member States regarding the timely Secretariat. Functions of the Committee determination of participants of the Secretariat shall be performed by the Committee meeting and discussion Customs Administration of the state which of the matters on the agenda during

164 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

the experts meetings preceding the Customs Administrations of the BRICS next Committee meeting; Member States.

 control the implementation of the 7. Final provisions Committee decisions made together with Customs Administrations of The Committee shall cease its activity upon the BRICS Member States and the consensual decision of the Heads of inform the Chairperson and the Customs Administrations of the BRICS members of the Committee on the Member States. results; Changes can be made to this Regulation by  cooperate within the competence a relevant decision of the Committee. with other cooperation bodies of the Signed at Goa on the 16th Day of October BRICS regarding the coordination 2016, in five originals in the English and preparation of the draft language. documents discussed at the Committee meetings and submitted for consideration. MEMORANDUM OF UNDESTANDING FOR ESTABLISHMENT OF BRICS 5.3. The Secretary of the Committee is AGRICULTURAL RESEARCH assigned by the Chairperson of the PLATFORM Committee for a one year term.

Secretary of the Committee shall: The Ministry of Agriculture, Livestock and  manage the activities of the Food Supply Federative Republic of Brazil; Secretariat of the Committee; the Ministry of Agriculture, the Russian  organize the work of the Committee Federation, the Ministry of Agriculture and between the sessions. Farmers Welfare, Republic of India; the Ministry of Agriculture, People’s Republic 6. Financing of China, and the Department of Agriculture, Forestry and Fisheries, Republic of South Financial provision of the Committee Africa (hereinafter jointly referred to as the meetings, permanent and temporary ‘Participants’, and in the singular Working Groups on the directions of its ‘Participant’) activity is performed at the expense of Customs Administrations of the host BRICS Realising the need to provide a platform Member State. where the Participants’ academicians, scholars, researchers and students can work Expenses on business trips of members and together for the cause of agricultural experts of the Committee are covered by the development to help promote understanding, Customs Administration of the sending peace and security of the people of the country. BRICS Member Countries;

All types of work and joint programs Desirous of establishing a platform that will performed according to the decisions made advance a sense of BRICS community by are financed at the expense of the interested bringing together the current and future generations of BRICS Member Countries in

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 165 a common pursuit of agricultural excellence 2.3 Mandate: ‘To intensify cooperation in and prepare them for the future challenges; the areas of agricultural research, technology, policy, innovations and capacity Recognising the need to intensify building including technologies for cooperation in the areas of agricultural smallholder farming and to research, technology, policy, innovations sustainably increase yields and farmers’ and capacity building including technologies income in the BRICS member countries’. for smallholder farming and to sustainably increase yields and farmers’ 2.4 Objectives: income; a. To enhance understanding of common Realising the need to create and share challenges and opportunities through knowledge and to promote education and exchange of knowledge, collaborative leadership for agricultural development in capacity building, exchange of professionals the Member Countries; and development of collaborative projects;

b. To act as a platform to provide inputs for developing policies, strategies and projects Have reached the following understanding: for sustainability and competitiveness of 1. Establishment of the BRICS Agricultural agricultural sector in the BRICS Member Countries; Research Platform

1.1 The Participants hereby agree to c. To strengthen agricultural research and establish a virtual network to be known as education to accelerate technology development and transfer through the BRICS Agricultural Research Platform establishing networks on agriculture and (hereinafter referred to as the BRICS-ARP), which will be a non-profit, international allied disciplines, among agricultural research platform under management and research, higher education and extension supervision of the Participants for the institutions, professionals, policy planners and other stakeholders; and purposes set forth in this Memorandum and will have full academic flexibility for the d. To facilitate collaborative studies, inter attainment of its objectives. alia, on agricultural marketing and distribution systems, harmonisation of 2. Vision, Mission, Mandate and Objectives agricultural related standards, promotion of 2.1 Vision: ‘BRICS-ARP as the natural agricultural trade, and bio-security, risks and global platform for science-led agriculture- disaster management in agriculture. based sustainable development for addressing the issues of world hunger, 3. Nature of Co-operation under-nutrition, poverty and inequality, The cooperation will focus on agricultural particularly between farmers' and non- research, technology, policy, innovations, farmers' income, and enhancing agricultural extension and technology transfer, training trade, bio-security and climate resilient and capacity building and information agriculture. sharing.

2.2 Mission: ‘To promote sustainable 4. Intellectual Property Rights agricultural development and poverty alleviation through strategic cooperation in 4.1 The Participants will retain their agriculture to provide food security in the respective intellectual property rights and all BRICS member countries’. other patent, plant variety protection,

166 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. reproduction and trademark rights with 7.2 In case a Participant fails to settle the respect to all documents which might be dispute through negotiations it will be disclosed during fulfillment of this referred to a duly constituted Board with one Memorandum, in accordance with the representative each to be nominated by the applicable domestic laws of the BRICS Member Countries. Member Countries. 8. Governance Structure 4.2 Use of such documents, if required, will be agreed between/amongst the Participants 8.1 Each Participant to Identify and fixed under separate agreements, Institution(s)/Individual(s) to act as Focal comprising obligatory provisions regarding Points. protection of confidentiality and intellectual 8.2 BRICS-ARP Coordinating Centre to be property. located in New Delhi, India. The 5. Confidentiality Coordinating Centre will operate under the Department of Agricultural Research and 5.1 Each Participant will treat and will Education (DARE), Government of India. ensure that its employees and partner treat as strictly confidential all information and 8.3 The details of the location and contact documents related to this Memorandum and details of the Focal Points and the the services stipulated herein, of which they Coordinating Centre will be decided and become aware during course of communicated by the respective Participants implementation of this Memorandum. at the earliest.

5.2 Each Participant will ensure that its 9. Mode of Operation employees do not disclose any such 9.1 The BRICS-ARP Coordinating Centre information and documents to third will dialogue and interact with the Focal participants except for a prior written Points, creating conditions for formulation approval of the other BRICS Member of proposals coherent with the vision, Countries. mission and the objectives of the BRICS- 5.3 This obligation will be maintained for a ARP. period of 5 (five) years after expiration or 9.2 Any Participant can initiate discussion termination of this Memorandum. and formulation of proposals that would be 6. Resources discussed with the Coordinating Centre by the respective Focal Point. Co-operation projects and activities/services will be carried out as per the Memorandum 9.3 Analysis and decisions on proposals to amongst Participants in accordance with be implemented would be done by their national laws, taking into account the consensus among the Participants. A restriction of resources on each Participant. communication/facilitation process would be put in place and managed by the 7. Settlement of Disputes Coordinating Centre to ensure transparency and participation in the governance process. 7.1 Any dispute/disagreement between/among the Participants arising out 9.4 Terms of Reference for the Coordinating of the interpretation, application or Centre: implementation of this Memorandum will be settled amicably by the Participants through  To coordinate the activities of consultations/negotiations. common interest in desirable

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 167

member countries through  The focal point and/or any respective focal points delegation visiting the Coordination Centre or any other Member  To develop country level consensus Country in connection with the in BRICS Agricultural Research BRICS-ARP activities will meet Platform activities; their expenses.

 To create and maintain BRICS 10. Amendment Agricultural Portal for data banking, data mining and data analysis; and 10.1 This MoU may be amended by consensus amongst the Participants.  To enable expert interaction between/amongst BRICS Member 10.2 Any Participant proposing Countries and also with every other amendment(s) will notify the other country interested in the Participants Participants through diplomatic channels. activities alike 11. Entry into Force and Termination 9.5 Functions of Focal Points 11.1 This MoU will be effective from the  To liaise with relevant government date of its signature and will remain in force departments/agencies/institutions/ indefinitely. functionaries of their respective BRICS Member Countries to 11.2 Any participant may, at any time, notify identify areas of interest/activity of the others, through diplomatic channels, of common interest within the scope of its intention to terminate this MoU. the Memorandum; 11.3 Termination will be effective six  To facilitate implementation of the months after the date of the notification and activities that would be defined to will not affect the completion of any ongoing achieve the objectives outlined in program or project under this MoU, unless the Memorandum; otherwise, agreed upon by the Participants.

th  To collect relevant information on Signed at Goa on the 16 Day of October, the areas identified from respective 2016 in five originals in the English countries and pass on to language. Coordination Centre; and  To facilitate government clearance MEMORANDUM OF for any technical/administrative UNDERSTANDING ON MUTUAL actions as it would be required for COOPERATION BETWEEN implementation. THE RIO BRANCO INSTITUTE OF 9.6 Funding THE MINISTRY OF FOREIGN AFFAIRS OF THE FEDERATIVE  The Coordinating Centre to be REPUBLIC OF BRAZIL, established in India will be funded THE DIPLOMATIC ACADEMY OF by India, whereas any expenditure THE MINISTRY OF FOREIGN on the Focal Point activities will be AFFAIRS OF THE RUSSIAN borne by the respective Member FEDERATION, Countries. THE FOREIGN SERVICE INSTITUTE OF MINISTRY OF EXTERNAL

168 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

AFFAIRS OF THE REPUBLIC OF develop mutually beneficial relationships INDIA, between members of the BRICS countries THE CHINA FOREIGN AFFAIRS through the exchange of information and the UNIVERSITY AND THE CHINA implementation of joint activities; DIPLOMATIC ACADEMY OF THE MINISTRY OF FOREIGN AFFAIRS OF Have reached the following understanding: THE PEOPLE'S REPUBLIC OF CHINA CLAUSE I AND THE DIPLOMATIC ACADEMY OF 1. The objective of the present Memorandum THE DEPARTMENT OF of Understanding is to create a framework INTERNATIONAL RELATIONS AND for closer cooperation among the COOPERATION OF THE REPUBLIC Participants and to facilitate collaboration OF SOUTH AFRICA among them to the fulfilment of the following objectives:

a) To carry out joint programmes and The Rio Branco Institute of the Ministry of projects that may contribute to improving Foreign Affairs of the Federative Republic the quality of training and retraining, studies of Brazil, and projects serving the agreed common The Diplomatic Academy of the Ministry of objectives, priorities and activities of the Foreign Affairs of the Russian Federation, BRICS countries;

The Foreign Service Institute of Ministry of b) To increase the exchange of knowledge, External Affairs of the Republic of India, experiences and achievements in application of new teaching methods among the BRICS The China Foreign Affairs University and countries; and the China Diplomatic Academy of the Ministry of Foreign Affairs of the People’s c) To ensure and achieve high-quality Republic of China, and education and qualification in diplomatic training. The Diplomatic Academy of the Department of International Relations and Cooperation CLAUSE II of South Africa (hereinafter referred to as the The Participants will cooperate in areas of “Participants”), mutual interests, which inter alia may include exchange of information on structure and content of training programmes, RECOGNISING the spirit of cooperation international trends and advances in training, that exists among their respective countries; training techniques and the use of technology in training, including design and TAKING into consideration the importance content of e-learning; as well as of enhancing cooperation through the identification of experts and joint research in execution of multilateral activities among mutually agreed areas. the Participants; CLAUSE III DESIRING to promote closer collaboration among the Participants; The Participants will exchange experience, information and publications on subjects of And WISHING to further enhance common interest, including training cooperation among the Participants and programmes, curricula of studies, and other

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 169 academic, educational and training activities channels, of its intention to terminate the undertaken by the Participants in the field of present Memorandum of Understanding. diplomacy and other activities of common Termination will be effective ninety (90) interest. days after the date of the notification and will not affect the ongoing projects, unless CLAUSE IV otherwise agreed upon by the Participants.

The Participants will promote the exchange 3. The Memorandum of Understanding may of experts, scholars, lecturers and diplomatic be amended at any time, by mutual consent trainees in fields of mutual interest. of the Participants, through diplomatic CLAUSE V channels. Such revisions or amendments shall enter into force on such date as may be The Participants will encourage coordinated determined by the Participants and shall research, joint studies and seminars on the form an integral part of this Memorandum. subjects of mutual interest. IN WITNESS WHEREOF, the undersigned, CLAUSE VI have signed this Memorandum of Understanding at Goa on the 16thday of The Participants may explore the October 2016, in five originals in the English possibilities of other forms of cooperation language. which can be mutually beneficial and are mutually agreed upon.

CLAUSE VII VISITA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA À ÍNDIA – GOA, 17 DE 1. The Participants will decide the specifics OUTUBRO DE 2016 – COMUNICADO and logistics of every project they jointly CONJUNTO BRASIL-ÍNDIA 17/10/2016 undertake. Comunicado Conjunto Brasil-Índia 2. For this purpose, a protocol laying down the terms and conditions of the proposed 1. O presidente da República Federativa do exchanges will be concluded, if necessary. Brasil, Michel Temer, realizou visita à República da Índia, em 17 de outubro de 3. Any dispute between the Participants 2016, a convite do primeiro-ministro da concerning the interpretation and/or Índia, Narendra Modi. O presidente Temer implementation of this Memorandum shall foi acompanhado pelo ministro das Relações be settled amicably through consultations Exteriores, José Serra, pelo ministro da and negotiations. Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, pelo ministro do CLAUSE VIII Desenvolvimento, Indústria e Comércio 1. This Memorandum will come into effect Exterior, Marcos Pereira, e por extensas on the date of its signature and will continue delegações oficial e empresarial. to have effect for a period of three years, 2. O diálogo entre Brasil e Índia em 17 de thereafter automatically renewed for similar outubro de 2016, em Goa, foi mantido em three year periods at a time, unless atmosfera calorosa, cordial e amistosa. terminated by any of the Participants by Inicialmente, o primeiro-ministro Modi giving a written notice to other Participants. felicitou o Brasil pela organização exitosa 2. Any of the Participants may, at any time, dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O presidente notify the other, through diplomatic Temer cumprimentou o primeiro-ministro

170 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Modi por suas iniciativas e realizações nos saudaram a criação do Grupo de Amigos da últimos dois anos. A Parceria Estratégica Reforma do Conselho de Segurança e bilateral, iniciada há uma década, inaugurou conclamaram os estados membros nova fase nas relações Brasil-Índia, baseada favoráveis à reforma a unir esforços e em uma visão global comum; no finalmente concretizar uma reforma compartilhamento de valores democráticos; significativa. Também enfatizaram que os e no compromisso de promover o dois países são candidatos legítimos a crescimento econômico com inclusão social, assentos permanentes em um Conselho com vistas ao bem-estar dos povos de ambos ampliado e reiteraram o apoio a suas os países. aspirações recíprocas.

3. Os dois líderes mantiveram discussões 6. Os mandatários reconheceram os passos abrangentes sobre temas bilaterais, regionais positivos dados pela Assembleia Geral rumo e multilaterais de interesse mútuo e a um processo mais transparente e inclusivo chegaram a consenso amplo, com o objetivo de seleção do próximo secretário-geral das comum de trabalhar em estreita coordenação Nações Unidas, e admitiram a necessidade pelo fortalecimento da parceria estratégica e de novas medidas nesse sentido. para conferir-lhe renovado impulso. As Expressaram confiança em que António discussões viabilizaram melhor Guterres, recém-eleito secretário-geral, compreensão e apreço dos respectivos conferirá a mais alta prioridade ao interesses e perspectivas e ajudaram a fortalecimento do multilateralismo e estabelecer melhor entendimento no mais assistirá as Nações Unidas na transição para alto nível político. um mundo multipolar.

4. Brasil e Índia mantêm relação muito 7. Os líderes expressaram satisfação pelo próxima e multifacetada no nível bilateral e progresso alcançado na VIII Cúpula do também em foros plurilaterais, como BRICS e concordaram em trabalhar em BRICS, BASIC, G20, G4, IBAS e Aliança estreita articulação pelos acordos alcançados Solar Internacional, bem como nos regimes durante a Cúpula. O Brasil elogiou a hábil multilaterais mais abrangentes, como ONU, presidência pro tempore indiana e expressou OMC, UNESCO e OMPI. Os líderes apreço pela organização de uma Cúpula concordaram em manter estreita cooperação produtiva. Os dois líderes também e coordenação em temais globais. assinalaram a importância do IBAS e decidiram conferir dinamismo e vigor ao 5. Os dois líderes reafirmaram o grupo. compromisso de ampliar a participação de países em desenvolvimento nas instâncias 8. Os líderes reiteraram a necessidade de se decisórias das instituições multilaterais. construir uma relação voltada para o futuro, Assinalaram a necessidade de reforma por meio do aprofundamento do urgente das Nações Unidas para torná-la engajamento bilateral e do impulso às mais consistente com a realidade geopolítica complementaridades existentes entre os dois atual. Enfatizaram que nenhuma reforma das países em áreas-chave de interesse mútuo, Nações Unidas estará completa sem a anteriormente identificadas por ocasião da reforma de seu Conselho de Segurança, Reunião da Comissão Mista Bilateral, em incluindo uma expansão tanto na categoria novembro de 2015, incluindo, entre outras: permanente quanto na categoria não segurança energética; agricultura e permanente de membros do Conselho, com segurança alimentar; saúde, produtos maior participação de países em farmacêuticos e acesso a medicamentos; desenvolvimento em ambas. Nesse contexto, tecnologias da informação e de

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 171 comunicações; segurança cibernética; 12. Os líderes enfatizaram a importância de espaço; defesa; aviação civil; e se elaborar um roteiro para a cooperação em infraestrutura. agricultura. Os dois lados também concordaram em explorar áreas onde há 9. Os dois lados chegaram a entendimento imenso potencial de benefício para ambos os para diversificar a pauta de comércio países, tais como produção de leguminosas bilateral. Expressaram satisfação pelo no Brasil e investimentos brasileiros em progresso alcançado durante a IV Reunião carne de frango na Índia. Saudaram com do Mecanismo de Monitoramento do satisfação, igualmente, o desejo de ambos os Comércio (MMC), realizada em Brasília, no lados de alcançar entendimento sobre dia 30 de setembro de 2016, e durante a III medidas sanitárias e fitossanitárias, Reunião do Comitê de Administração especialmente nos mercados de carne de Conjunta do Acordo de Comércio porco e maçãs. Reconheceram a importância Preferencial (ACP) Mercosul-Índia, do processamento de alimentos e do realizada em Brasília, no dia 29 de setembro agronegócio como áreas-chave para a de 2016, na qual as partes definiram cooperação e concordaram em realizar modalidades e prazos para a expansão do programas de capacitação e de pesquisa Acordo, com vistas a maiores fluxos conjunta, bem como de participar das comerciais e maior acesso ao mercado dos respectivas feiras de produtos alimentícios países. para facilitar a interação direta de empresa a 10. Também expressaram satisfação com a empresa, o fluxo de investimentos e a rubrica do Acordo de Cooperação e transferência de tecnologia. Concordaram em que oportunidades devem ser exploradas Facilitação de Investimentos entre Brasil e para a promoção da cooperação em Índia. A Índia informou o Brasil acerca das políticas de incentivo ao investimento investimentos em processamento de estrangeiro direto e da iniciativa "Make in alimentos, especialmente em "megafoodparks" e infraestrutura de cadeias India", convidando o Brasil a considerar de refrigeração. investimentos adicionais no país. O Brasil, por sua vez, apresentou o "Projeto Crescer", 13. Os dois lados concordaram em explorar que propõe novas regras, aperfeiçoa a a cooperação no campo da energia. A governança e aprova projetos de prioridade experiência do Brasil em etanol foi nacional, o que traz novas oportunidades reconhecida. Os líderes identificaram para investimentos indianos no Brasil. Os potencial para cooperar em pesquisa e dois líderes manifestaram apreço pelas desenvolvimento de energias renováveis, recomendações apresentadas pelos líderes bem como no setor de biocombustíveis de empresariais. Ambos os lados exortaram o segunda geração. Os dois lados também setor privado a envidar esforços para enfatizaram a importância da cooperação no expandir o comércio e o investimento setor de petróleo e gás, e concordaram em bilaterais e fortalecer parcerias de negócios. buscar cooperação adicional nessas áreas. O lado indiano manifestou interesse em novas 11. Os dois líderes concordaram em buscar o estabelecimento de procedimentos aquisições de ativos de petróleo e gás no simplificados para emissão de vistos de Brasil. negócios, com base em reciprocidade, de 14. Brasil e Índia expressaram satisfação modo a facilitar o comércio bilateral e os com a cooperação em curso no setor de investimentos. ciência, tecnologia e inovação. Os líderes manifestaram apreço pelo fato de que a

172 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. reunião da Comissão Mista de Ciência e sua aspiração de tornar-se membro do Grupo Tecnologia, a realizar-se em 2017, sinalizará de Supridores Nucleares (NSG). O lado uma cooperação contínua. Os líderes brasileiro indicou que trabalharia com a avaliaram que os campos da biotecnologia e Índia e outros governos participantes do das ciências médicas são de interesse mútuo NSG nessa direção. e oferecem grande potencial para projetos conjuntos. Nesse contexto, mantêm a 18. O presidente Michel Temer expressou expectativa de intensificar os contatos condolências ao governo indiano e às diretos entre pesquisadores e institutos de famílias das vítimas do ataque em Uri, e ambos os países. declarou que o Brasil condena com firmeza ataques terroristas em todas as formas. 15. Brasil e Índia enfrentam desafios comuns no combate a doenças não-transmissíveis e 19. Os dois líderes reconheceram que o transmissíveis, entre as quais se incluem terrorismo continua a ser uma ameaça HIV, hepatite C e tuberculose. Nesse significativa à paz e à estabilidade no sentido, os dois países enfatizaram seu mundo. Reiteraram seu firme compromisso compromisso prioritário com a ampliação da de combatê-lo em todas as suas formas e cooperação bilateral para o desenvolvimento manifestações e salientaram que não pode conjunto de medicamentos, instrumentos haver justificativa para atos de terror, para diagnóstico e equipamentos médicos a quaisquer que sejam suas motivações. preços acessíveis, de modo a assegurar Conclamaram por ação multilateral acesso universal a um atendimento médico revigorada contra o terrorismo, inclusive por seguro, efetivo e de alta qualidade, meio da finalização e da adoção da especialmente para suas populações mais Convenção Abrangente sobre Terrorismo vulneráveis. Para isso, Brasil e Índia Internacional das Nações Unidas no mais decidiram somar esforços para desenvolver breve prazo. cinco medicamentos químicos e cinco 20. Os líderes receberam positivamente o medicamentos biológicos para o tratamento impulso decorrente da ratificação do Acordo de doenças, incluindo hepatite C, de Paris pelo Brasil e pela Índia, que tuberculose, câncer e HIV. Os dois países contribuiu para sua entrada em vigor, no dia decidiram também intensificar a exitosa 4 de novembro, e servirá de impulso cooperação entre suas agências regulatórias, adicional para os esforços globais de a fim de simplificar procedimentos de combate à mudança do clima. Ambos os registro e comercialização de produtos países enfatizaram que o Acordo deve farmacêuticos e equipamentos médicos. continuar a ser guiado pelos princípios da 16. Os líderes expressaram satisfação com o Convenção-Quadro das Nações Unidas progresso realizado na área espacial. sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em Concordaram em expandir a cooperação especial o princípio das “responsabilidades para além do compartilhamento de dados comuns porém diferenciadas”. Os dois visando a benefícios mútuos e ao países também permanecem comprometidos treinamento em aplicações de tecnologia com a cooperação internacional no combate espacial em aspectos variados. à mudança do clima, como evidenciado pela iniciativa indiana da Aliança Solar 17. Brasil e Índia sublinharam seus Internacional e pela iniciativa brasileira da compromissos compartilhados em prol do Plataforma para o Biofuturo. desarmamento nuclear e da não proliferação e reafirmaram o direito aos usos pacíficos da 21. Os líderes conferiram a mais elevada energia nuclear. O lado indiano transmitiu importância à Agenda 2030 para o

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Desenvolvimento Sustentável e importância de se implementar manifestaram satisfação pelo fato de a tempestivamente as Decisões Ministeriais de Agenda ser baseada em abordagem holística Bali e de Nairóbi e da conclusão da Rodada e integrada para o desenvolvimento de Doha conforme seu mandato para o sustentável, com ênfase equilibrada em desenvolvimento. Os líderes crescimento econômico, desenvolvimento comprometeram-se a trabalhar em estreita social e proteção ao meio ambiente. Ambos colaboração para fortalecer a OMC, que é os países têm a expectativa de que uma um sistema transparente e inclusivo. tempestiva operacionalização do Mecanismo de Facilitação de Tecnologia 24. Os líderes manifestaram apreço pela fará uso do poder da tecnologia para a assinatura de atos nas áreas de agricultura, implementação dos Objetivos de pecuária e regulação de medicamentos. Desenvolvimento Sustentável. Nesse 25. O presidente do Brasil manifestou sua contexto, tomaram nota do apoio ao gratidão ao primeiro-ministro Narendra Mecanismo manifestado pelo G20 e do Modi e ao povo indiano pela recepção potencial de mobilização de sua agenda calorosa e a hospitalidade oferecidas a ele e inovadora para o crescimento, de modo a aos integrantes de sua delegação durante sua facilitar o cumprimento dos Objetivos da visita. O presidente estendeu ao primeiro- Agenda 2030. ministro da Índia convite para visita ao 22. Os dois líderes saudaram os resultados Brasil, que foi aceito com satisfação. da Revisão Abrangente da Implementação dos Resultados da Cúpula Mundial sobre Sociedade da Informação (WSIS+10) e CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO reafirmaram seu compromisso de construir EMBAIXADOR DA REPÚBLICA DO uma sociedade da informação centrada em AZERBAIJÃO 18/10/2016 indivíduos, inclusiva e orientada para o desenvolvimento. Nesse contexto, O governo brasileiro tem a satisfação de destacaram que Tecnologias da Informação informar que concedeu agrément ao senhor e das Comunicações (TIC) e, em particular, Elkhan Polukh oglu Polukhov como a Internet são ferramentas indispensáveis embaixador extraordinário e para se atingir os objetivos da Agenda 2030 plenipotenciário da República do Azerbaijão para o Desenvolvimento Sustentável. no Brasil. Ambos os líderes também afirmaram que o O Brasil e o Azerbaijão estabeleceram fortalecimento da confiança e da segurança relações diplomáticas em 1993. no uso de tecnologias de informação e das comunicações para o desenvolvimento de sociedades de informação e o sucesso de tais tecnologias é um vetor para a inovação DECLARAÇÃO CONJUNTA EMITIDA econômica e social. Observaram que Brasil NA CONCLUSÃO DA 23ª REUNIÃO DE e Índia têm grande interesse em aprofundar MINISTROS DO BASIC SOBRE a cooperação em TIC, segurança cibernética MUDANÇA DO CLIMA – e temas relacionados à economia digital. MARRAKESH, MARROCOS, 17/10/2016 18/10/2016 23. Os líderes reiteraram seu apoio ao sistema de comércio multilateral e saudaram 1. A 23ª Reunião de Ministros do BASIC os resultados da Conferência Ministerial de sobre Mudança do Clima ocorreu no Nairóbi da OMC. Também sublinharam a Marrocos, em 17 de outubro de 2016. Participaram da reunião a Ministra do Meio

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Ambiente da África do Sul, Sra. Edna chave relacionados à implementação do Molewa; o Representante Especial para Acordo; expressaram a confiança de que Mudança do Clima da China, Sr. Xie mais avanços concretos ocorrerão em Zhenhua; o Ministro do Meio Ambiente, relação à ação pré-2020 e à agenda global de Florestas e Mudança do Clima da Índia, Sr. ação. Ademais, os Ministros do BASIC Anil Madhav Dave; e o Subsecretário-Geral reiteraram seu compromisso com o de Meio Ambiente, Energia, Ciência e fortalecimento da unidade do Grupo dos 77 Tecnologia do Ministério das Relações e a China e com a promoção de seus Exteriores do Brasil, Embaixador José interesses comuns. Antonio Marcondes. Em linha com a abordagem "BASIC-plus", o Sr. 4. Os Ministros ressaltaram a importância de Salaheddine Mezouar, Ministro das acelerar a implementação de compromissos Relações Exteriores e de Cooperação do e ações no período pré-2020 e, em particular, Marrocos e futuro Presidente da de ratificar a Emenda Doha ao Protocolo de COP22/CMP12/CMA1, e o Embaixador Quioto, assim como de tratar das lacunas em Wael Abou El Magd, Vice-Ministro das mitigação, adaptação e provisão de meios de Relações Exteriores para Meio Ambiente e implementação. A esse respeito, os Desenvolvimento Sustentável do Egito, Ministros instaram às Partes que são países representando a presidência da Conferência desenvolvidos a rever e aumentar suas metas Ministerial Africana sobre Meio Ambiente de redução de emissões quantificadas e a (AMCEN), também estiverem presentes à intensificar a provisão de meios de reunião. implementação, a fim de permitir que os países em desenvolvimento aumentem seus 2. Os Ministros expressaram seus esforços de mitigação e adaptação, lançando agradecimentos ao governo da África do Sul bases sólidas para o aumento da ambição e por organizar a reunião, assim como seu da implementação pós-2020. apoio à futura presidência marroquina da COP22/CMP12/CMA1. Eles enfatizaram a 5. Os Ministros sugeriram que o Diálogo importância da Conferência sobre Mudança Facilitador em Marrakesh sobre a aceleração do Clima de Marrakesh como uma etapa da implementação pré-2020 seja amplo e significativa no processo de implementação produtivo, com vistas ao desenvolvimento do Acordo de Paris e como um novo marco de recomendações adicionais concretas na aceleração da implementação pré-2020. sobre implementação e ambição pré-2020, Eles reafirmaram que os trabalhos para a inclusive por meio do fortalecimento do implementação do Acordo de Paris e para a desempenho de arranjos institucionais aceleração da implementação pré-2020 existentes sob a Convenção. devem estar plenamente alinhados aos 6 Os Ministros saudaram a iminente entrada princípios da equidade e das em vigor do Acordo de Paris em 4 de responsabilidades comuns, porém novembro de 2016. Eles registraram, em diferenciadas e respectivas capacidades. particular, a rápida ratificação do Acordo de Eles reiteraram a importância de um Paris por muitas Partes, inclusive por processo aberto, transparente, inclusivo e membros do BASIC. Os Ministros conduzido pelas Partes. reconheceram os esforços em curso de 3. Os Ministros renovaram seu compromisso outras Partes na Convenção e as encorajam de trabalhar com todas as Partes de forma a fortemente a ratificar o Acordo assim que que a COP22 resulte em maior entendimento possível. e convergência em relação aos assuntos-

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7. Os Ministros também observaram que, desenvolvimento, voltados à implementação como resultado desse desdobramento, a eficaz e a ações ambiciosas sob o Acordo de primeira reunião da Conferência das Partes Paris por parte destes. Os Ministros servindo como reunião das Partes no Acordo enfatizaram a importância de realizar de Paris (Conference of the Parties serving avanços, em Marrakesh, quanto à as the meeting of the Parties to the Paris identificação de vias concretas e claras para Agreement – CMA) acontecerá em alcançar a meta de USD 100 bilhões anuais Marrakesh, em conjunto com a COP22. Os em financiamento climático até 2020. Tendo Ministros enfatizaram a necessidade de um USD 100 bilhões anuais como ponto de processo inclusivo ao completar o trabalho partida, os países desenvolvidos devem previsto pela Decisão 1/CP.21 em aumentar, progressiva e substancialmente, preparação à implementação do Acordo. seu apoio financeiro no período pós-2020. Nesse sentido, os Ministros solicitaram a Além disso, os Ministros sublinharam a continuação dos mandatos conferidos ao necessidade de que a COP inicie a Grupo de Trabalho Ad Hoc sobre o Acordo consideração, conforme estipulado, de de Paris (Ad Hoc Working Group on the informações a serem fornecidas pelos países Paris Agreement – APA), ao Órgão desenvolvidos quanto a recursos financeiros Subsidiário para Implementação (Subsidiary públicos, como parte de suas Comunicações Body for Implementation – SBI), ao Órgão Bienais de Apoio Indicativo sobre a provisão Subsidiário para Assessoramento Científico de financiamento climático a países em e Tecnológico (Subsidiary Body for desenvolvimento. Os Ministros solicitaram Scientific and Technological – SBSTA) e a maior clareza e metodologias robustas, a outros órgãos constituídos, até 2018, sob a serem desenvolvidas no âmbito da supervisão da COP, a fim de preparar Convenção, para contabilizar e rastrear o minutas de decisões a serem recomendadas financiamento climático prestado por países à CMA. desenvolvidos.

8. Os Ministros observaram que a CMA não 11. Os Ministros sublinharam, ademais, a deve concluir sua primeira sessão necessidade de apoio aos países em juntamente com a COP-22, de maneira a desenvolvimento para a implementação permitir que as Partes tenham tempo de eficaz de suas ações de mitigação e ratificar o Acordo e de avançar no programa adaptação por meio da aceleração dos de trabalho previsto pela Decisão 1/CP.21. trabalhos no âmbito do novo Quadro de Os Ministros solicitaram à CMA que fossem Tecnologia e do Mecanismo de Tecnologia. tomadas as medidas necessárias, durante a Isso inclui a avaliação para disseminação, COP-22, para que se inicie, de forma transferência e emprego de tecnologias, de inclusiva, a consideração de assuntos forma significativa e tangível, de países relevantes, conforme mandato conferido desenvolvidos aos países em pelo Acordo de Paris. desenvolvimento. Eles enfatizaram também o papel da inovação e da cooperação 9. Os Ministros enfatizaram a necessidade de internacional em tecnologias relacionadas à que a COP-22 avance quanto à mudança do clima para o fortalecimento de operacionalização dos dispositivos relativos ações globais. a adaptação no Acordo de Paris. 12. Os Ministros enfatizaram, ainda, a 10. Os Ministros reiteraram que os países importância da capacitação na desenvolvidos devem prover recursos implementação do Acordo de Paris. Eles financeiros, desenvolvimento e transferência expressaram o anseio de que os termos de de tecnologia e capacitação aos países em

176 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. referência para o Comitê de Paris sobre comparados com suas respectivas Capacitação, acordado por todas as Partes na responsabilidades e capacidades. Os sessão de maio 2016 da UNFCCC, em Bonn, Ministros também elogiaram as iniciativas sejam adotados na COP-22. Também de ação climática por membros do BASIC, a destacaram a importância da saber, a Aliança Solar Internacional, liderada operacionalização da Iniciativa de pela Índia, a Plataforma para o Bio-futuro Capacitação para Transparência e instaram liderada pelo Brasil, que será lançada na países desenvolvidos a prover apoio COP-22, e o Fundo de Cooperação Sul-Sul adicional e adequado aos países em sobre Mudança do Clima da China. Os desenvolvimento voltado ao Ministros acordaram reforçar ainda mais a aperfeiçoamento de suas capacidades em cooperação e a solidariedade entre os países matéria de transparência de ação e de apoio do BASIC. recebido. 16. Os Ministros saudaram a oferta da China 13. Os Ministros salientaram a importância de sediar a 24ª reunião Ministerial do vital da avaliação global na consideração do BASIC. progresso coletivo em todos os elementos do Acordo de Paris, assim como no exame do progresso no alcance das metas globais VISITA DO PRESIDENTE DA acordadas, à luz da equidade e do melhor REPÚBLICA AO JAPÃO – TÓQUIO, 18 conhecimento científico disponível. Essa E 19 DE OUTUBRO DE 2016 – ATO avaliação abrangente deverá ter como base a ASSINADO 20/10/2016 experiência passada e lições aprendidas por meio do trabalho pertinente executado no MEMORANDO DE COOPERAÇÃO âmbito da Convenção, incluindo, entre ENTRE A REPÚBLICA FEDERATIVA outros, a Revisão 2013-2015 e o documento DO BRASIL E O JAPÃO PARA A de síntese das NDC emitido pelo PROMOÇÃO DE INVESTIMENTOS E Secretariado, com vistas a permitir que as COOPERAÇÃO ECONÔMICA NO Partes atualizem e aprimorem as ações e o SETOR DE INFRAESTRUTURA apoio, de forma nacionalmente determinada e em conformidade com os dispositivos O Governo da República Federativa do pertinentes do Acordo de Paris. Brasil

14. Os Ministros registraram a adoção da e emenda sobre HFC ao Protocolo de O Governo do Japão Montreal e os resultados da 39ª Assembleia (doravante "Participantes"); Organização da Aviação Civil Internacional. Nesse contexto, as medidas relacionadas a esses resultados devem ser compatíveis com RECONHECENDO a relação de amizade os princípios das responsabilidades comuns, existente entre os dois países; porém diferenciadas e respectivas capacidades. CONSIDERANDO as contribuições valiosas de vários exercícios bilaterais, 15. Os Ministros salientaram os esforços dos como o Comitê Conjunto Brasil-Japão de países do BASIC e de outros países em Promoção do Comércio, Investimentos e desenvolvimento no enfrentamento da Cooperação Industrial; o Comitê Conjunto mudança do clima, tanto pré- quanto pós- Brasil-Japão de Ciência, Tecnologia e 2020, e enfatizaram que estes representam Inovação; Diálogo Brasil-Japão para a esforços bem mais ambiciosos, se Alimentação e Agricultura; Comitê de

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Cooperação Econômica Brasil-Japão desenvolvimento de infraestrutura, (coordenado por CNI e Keidanren); bem incluindo a aplicação de resultados de como o Grupo de Notáveis, e tendo em conta inovação em setores e tecnologias a necessidade de uma colaboração eficaz e relevantes. de evitar a duplicação de esforços com estes exercícios; PARÁGRAFO 2 (Escopo da Cooperação) TENDO EM CONTA as crescentes oportunidades de investimento no Brasil, em Os Participantes irão realizar os esforços diferentes setores e modalidades, inclusive necessários, a fim de fortalecer a cooperação no âmbito do Programa de Parcerias de na promoção de investimentos no setor de Investimentos (PPI), lançado recentemente infraestrutura, incluindo: pelo Brasil, e iniciativas japonesas para (i) transporte e logística; promover investimentos significativos no desenvolvimento de infraestrutura no (ii) tecnologia da informação e de exterior, como a "Parceria Ampliada para comunicações; e Infrastrutura de Qualidade"; (iii) energia. ENFATIZANDO a importância do investimento de qualidade em infraestrutura, PARÁGRAFO 3 que visa a garantir a eficiência econômica (Grupo de Trabalho) em vista do custo de ciclo de vida, A fim de implementar o presente segurança, resistência a desastres naturais, Memorando de Cooperação, as Partes criação de empregos, capacitação e decidem estabelecer um Grupo de Trabalho transferência de conhecimento e "know- sobre Cooperação no setor de infraestrutura, how" em termos e condições mutuamente como previsto no parágrafo anterior. acordados, enquanto aborda impactos sociais e ambientais, em alinhamento com PARÁGRAFO 4 estratégias econômicas e de (Funções do Grupo de Trabalho) desenvolvimento; O Grupo de Trabalho desempenhará, entre CONSIDERANDO que ambos os países outras, as seguintes funções: desejam promover, reciprocamente, agenda bilateral que ainda não foi totalmente (i) servir como principal fórum de debate explorada no desenvolvimento de sobre formas de promover e fortalecer a infraestrutura; e cooperação econômica em infraestrutura entre os Participantes; Em conformidade com a legislação interna de cada um dos Participantes, eles (ii) promover intercâmbio regular de compartilham o seguinte: informações sobre oportunidades de negócios em áreas de interesse mútuo nos PARÁGRAFO 1 respectivos setores de infraestrutura; (Propósito) (iii) apoiar o intercâmbio de pontos de vista, Este Memorando de Cooperação destina-se a fim de incrementar os investimentos a fortalecer a cooperação bilateral na bilaterais em infraestrutura. Estas discussões promoção de oportunidades de investimento incluirão, quando apropriado, representantes entre os Participantes, por meio da do setor privado de ambos os países; e implementação conjunta de ações, a serem decididas pelos Participantes, para o

178 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

(iv) estimular a cooperação entre instituições governamentais participarão, conforme de ambos os Participantes em temas apropriado. relacionados à promoção de investimentos em infraestrutura. 2. Cada Participante, representado pelos Ministérios acima descritos, poderá designar PARÁGRAFO 5 até dois pontos focais para o Grupo de (Frequência das Reuniões) Trabalho e indicar os demais membros do Grupo de Trabalho. 1. O Grupo de Trabalho se reunirá, pessoalmente, pelo menos uma vez por ano, 3. Os Participantes irão informar-se conforme a agenda e o orçamento dos mutuamente, por escrito, por via Participantes, alternadamente, no Japão e no diplomática, sobre a composição do Grupo Brasil, com vistas a implementar, monitorar de Trabalho. e revisar as ações realizadas no âmbito deste Memorando de Cooperação. 4. O Grupo de Trabalho poderá convidar outras instituições governamentais 2. O Grupo de Trabalho pode organizar relevantes e representantes do setor privado reuniões via meios tecnológicos, como para participar de suas reuniões e também teleconferência ou videoconferência, com pode convidar a participação de especialistas vistas a permitir melhor fluxo de trabalho e da academia, da sociedade civil e da a persecução rápida dos objetivos do comunidade empresarial para fazer presente Memorando de Cooperação. apresentações sobre temas específicos, conforme seja apropriado. PARÁGRAFO 6 (Integrantes do Grupo de Trabalho) 5. O Grupo de Trabalho irá coordenar suas ações com as atividades de outros fóruns 1. No lado brasileiro, o Grupo de Trabalho bilaterais e multilaterais, públicos e será coordenado pelo Departamento de privados. Quando apropriado, o Grupo de Promoção Comercial e Investimentos do Trabalho vai envidar esforços para Ministério das Relações Exteriores complementar o trabalho desses fóruns. (DPR/MRE); e pela Secretaria de Assuntos Esses fóruns bilaterais continuarão a Internacionais do Ministério do funcionar de forma independente, e este Planejamento, Desenvolvimento e Gestão Memorando de Cooperação não se destina a (SEAIN/MPDG). No lado japonês, o Grupo impor obrigações ou monitorá-los. de Trabalho será coordenado pelo Departamento de Assuntos de América PARÁGRAFO 7 Latina e Caribe do Ministério dos Negócios (Solução de Controvérsias) Estrangeiros; pelo Departamento de Assuntos Econômicos do Ministério dos Qualquer controvérsia que possa surgir com Negócios Estrangeiros; pelo Departamento relação à interpretação ou à implementação de Políticas do Ministério da Terra, do presente Memorando de Cooperação será Infraestrutura, Transportes e Turismo; pelo resolvida por meio de negociações e Departamento de Estratégia Global de consultas entre os Participantes. Tecnologia da Informação e Comunicações PARÁGRAFO 8 do Ministério do Interior e Comunicações; e (Alterações e Modificações) pelo Departamento de Política Comercial do Ministério da Economia, Comércio e Alterações ou modificações podem ser feitas Indústria. Outros Ministérios e instituições no presente Memorando de Cooperação pelo mútuo consentimento dos Participantes.

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Estas alterações e modificações serão feitas Integrante do grupo de Engenharia Militar por instrumento separado, que será integrado do contingente brasileiro da Missão das ao presente Memorando de Cooperação e Nações Unidas para a Estabilização no Haiti serão aplicadas em conformidade com seu (MINUSTAH), o militar brasileiro morreu Parágrafo 9. enquanto prestava assistência às populações afetadas pelo Furacão Matthew. A PARÁGRAFO 9 Embaixada do Brasil em Porto-Príncipe está (Cláusula Final) trabalhando com a MINUSTAH para facilitar junto às autoridades haitianas as 1. O presente Memorando de Cooperação providências cabíveis de traslado do corpo. entra em vigor na data de sua assinatura.

2. Este Memorando de Cooperação é válido Ao expressar seu profundo pesar, o governo brasileiro reitera seu compromisso de longo por prazo indeterminado. Qualquer um dos prazo com o Haiti e a MINUSTAH. Participantes poderá denunciar o presente Memorando de Cooperação mediante notificação ao outro Participante, por escrito, por via diplomática, com pelo menos COMISSÃO DE VIZINHAÇA E noventa (90) dias de antecedência de sua INTEGRAÇÃO BRASIL-COLÔMBIA intenção de denunciar o presente 22/10/2016 Memorando de Cooperação. A Comissão de Vizinhança e Integração 3. A denúncia do presente Memorando de Brasil–Colômbia reuniu-se em Brasília na Cooperação não afetará a implementação sexta-feira, 21 de outubro, com a presença de nem a duração de projetos e atividades que mais de 50 representantes das esferas estejam em curso no âmbito do presente municipal, estadual e federal dos dois países. Memorando de Cooperação. O encontro tratou dos seguintes temas, entre outros: 4. Este Memorando de Cooperação não cria nem implica obrigações financeiras • Articulação de ações públicas na área de adicionais para os Participantes. saúde; • Cooperação na capacitação de quadros Assinado em Tóquio, em 19 de outubro de técnicos para os municípios de fronteira; 2016, em dois originais, cada um em inglês, • Intercâmbio de experiências no japonês e português. Em caso de divergência desenvolvimento urbano de Tabatinga e ou inconsistências de interpretação entre as Letícia; diversas versões linguísticas, a versão em • Projeto de inclusão financeira de inglês prevalecerá. populações de baixa renda envolvendo a Caixa Econômica Federal e a Banca de

Oportunidades, da Colômbia; e FALECIMENTO DE MILITAR • Cooperação em agricultura familiar na BRASILEIRO EM LES CAYES, HAITI região fronteiriça. 20/10/2016 Este foi o 18º encontro desse mecanismo O governo brasileiro manifesta aos bilateral, que se reúne periodicamente desde familiares e colegas do terceiro-sargento 1994 para examinar temas de interesse para Vicente Medeiros os sentimentos por sua a cooperação fronteiriça entre os dois países. morte no dia 17 de outubro, em Les Cayes Ele reflete o aumento da cooperação (Haiti). bilateral observado nos últimos anos e o

180 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. excelente momento por que passam as Comunicado conjunto de Estados relações entre os dois países. Miembros de la OEA sobre los acontecimientos recientes en la República COMUNICADO CONJUNTO DE Bolivariana de Venezuela ESTADOS MEMBROS DA OEA SOBRE OS ACONTECIMENTOS RECENTES Argentina, Brasil, Canadá, Chile, NA REPÚBLICA BOLIVIANA DA Colombia, Costa Rica, Estados Unidos de VENEZUELA 22/10/2016 América, Guatemala, Honduras, México, Paraguay, Perú y Uruguay Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos da Reafirmando su firme compromiso con los América, Guatemala, Honduras, México, principios y valores democráticos y la Paraguai, Peru e Uruguai defensa de los derechos humanos, los Gobiernos que suscriben el presente Reafirmando seu profundo compromisso comunicado expresan su profunda com os princípios e valores democráticos e preocupación por la decisión adoptada por el com a defesa dos direitos humanos, os Consejo Nacional Electoral de la República governos que subscrevem o presente Bolivariana de Venezuela de postergar el comunicado expressam sua profunda proceso de recolección del 20% del padrón preocupação com a decisão adotada pelo electoral requerido para activar el Conselho Nacional Eleitoral da República referéndum revocatorio. Bolivariana da Venezuela de postergar o processo de coleta dos 20% do registro La paralización del proceso, previsto a eleitoral requeridos para ativar o referendo realizarse entre el 26 y 28 de octubre, y la revogatório. decisión del Poder Judicial de Venezuela de prohibir la salida de territorio venezolano de A paralisação do processo, previsto para los principales líderes de la oposición de ese realizar-se entre os dias 26 e 28 de outubro, e a decisão do Poder Judiciário da Venezuela país, afecta la posibilidad de establecer un de proibir a saída do território venezuelano proceso de diálogo entre el Gobierno y la dos principais líderes da oposição desse país oposición que permita una salida pacífica a la crítica situación que atraviesa esa hermana afetam a possibilidade de estabelecer um nación. processo de diálogo entre o Governo e a oposição que permita uma saída pacífica para a situação crítica que atravessa essa Los Gobiernos que suscriben el presente comunicado reiteran su llamado a todos los nação irmã. actores políticos en ese país para que Os governos que subscrevem o presente concreten a la brevedad y en un clima de paz, comunicado reiteram seu chamado a todos los esfuerzos de diálogo nacional, de manera os atores políticos nesse país para que directa o con apoyo de facilitadores, que concretizem, com brevidade e em um clima permita encontrar soluciones duraderas en de paz, os esforços de diálogo nacional, de favor de la democracia y la estabilidad maneira direta ou com o apoio de social, garantizando el pleno respeto de los facilitadores, que permita encontrar soluções derechos humanos, la separación de poderes duradouras a favor da democracia e da y el fortalecimiento institucional. estabilidade social, garantindo o pleno respeito aos direitos humanos, a separação 21 de octubre de 2016 dos poderes e o fortalecimento institucional.

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CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES democracia no Uruguai, bem como no UNIDAS SOBRE HABITAÇÃO E avanço do processo de integração regional. DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL (HABITAT III) O governo brasileiro manifesta à família de 22/10/2016 Jorge Batlle, ao povo e ao governo do Uruguai os sentimentos pela sua morte. Concluiu-se, em 20 de outubro, em Quito, no Equador, a Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano ATENTADO NO PAQUISTÃO Sustentável (Habitat III). A Habitat III 25/10/2016 aprovou a Nova Agenda Urbana, documento intergovernamental que deverá guiar O governo brasileiro condena o atentado políticas de desenvolvimento urbano nos terrorista cometido ontem, 24 de outubro, próximos 20 anos. contra a Academia de Polícia do Baluchistão, localizada na cidade de Quetta, A delegação brasileira foi chefiada pela sudoeste do Paquistão, que vitimou pelo Secretária Nacional de Habitação do menos 59 policiais e cadetes. Ministério das Cidades, Henriqueta Arantes, e contou com representantes de oito Ao manifestar solidariedade aos familiares ministérios, bem como de governos das vítimas, ao povo e ao governo do estaduais e municipais e da sociedade civil. Paquistão, o Brasil reitera seu veemente repúdio a todo ato de terrorismo, qualquer O Governo brasileiro atribui especial que seja sua motivação. importância à Nova Agenda Urbana, em particular, a temas caros para o país, como habitação, saneamento, urbanização de ACIDENTE FERROVIÁRIO EM favelas, mobilidade, segurança no trânsito e ESEKA, CAMEROUN 25/10/2016 o direito à cidade. O governo brasileiro recebeu, com pesar, a A Nova Agenda Urbana articulará a busca notícia do acidente ocorrido na ferrovia entre do desenvolvimento sustentável em cidades Iaundê e Douala, no Cameroun, no dia 21 de e assentamentos humanos, ajudando a outubro, que resultou na morte de concretizar a Agenda 2030 para o aproximadamente oitenta pessoas e deixou Desenvolvimento Sustentável, aprovada nas centenas de feridos. Nações Unidas em setembro de 2015. O Brasil expressa suas condolências e solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao governo do Cameroun. FALECIMENTO DO EX-PRESIDENTE DO URUGUAI, JORGE BATLLE 25/10/2016

O governo brasileiro tomou conhecimento, com pesar, do falecimento do ex-presidente do Uruguai, Jorge Luis Batlle Ibáñez.

Ao longo de sua extensa trajetória política, o ex-presidente Jorge Batlle desempenhou papel fundamental na consolidação da

182 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

COMUNICADO DOS GOVERNOS DE Los gobiernos de Argentina, Brasil, ARGENTINA, BRASIL, COLÔMBIA, Colombia, Costa Rica, Chile, Guatemala, COSTA RICA, CHILE, GUATEMALA, Honduras, México, Panamá, Paraguay, Perú HONDURAS, MÉXICO, PANAMÁ, y Uruguay: PARAGUAI, PERU E URUGUAI SOBRE A SITUAÇÃO NA Observamos con preocupación la aguda VENEZUELA 27/10/2016 polarización por la que atraviesa Venezuela y reiteran su llamado para que las partes Os governos da Argentina, Brasil, tengan voluntad política y establezcan un Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, diálogo constructivo con soluciones que Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru respeten el estado de derecho y las garantías e Uruguai: constitucionales y permitan a todos los venezolanos ejercer sus derechos Observamos com preocupação a polarização fundamentales. acentuada por que está passando a

Venezuela e reiteramos o apelo para que as partes tenham vontade política e Esperamos que las marchas del día de hoy se estabeleçam um diálogo construtivo com desarrollen en total tranquilidad y se garanticen los derechos de todos los soluções que respeitem o estado de direito e ciudadanos venezolanos a manifestarse as garantias constitucionais e permitam a todos os venezuelanos exercerem seus respetando las prácticas democráticas de direitos fundamentais. nuestras sociedades.

Esperamos que as manifestações de hoje se Damos la más enfática bienvenida al desenvolvam em total tranquilidade e que se acompañamiento por parte del Vaticano de garantam os direitos de todos os cidadãos tal modo a dar una mayor agilidad, con venezuelanos de se expressarem respeitando sentido de urgencia, a las gestiones para as práticas democráticas de nossas buscar, con el gobierno y la oposición, sociedades. soluciones efectivas y duraderas para el pueblo venezolano. Damos as mais enfáticas boas vindas ao acompanhamento pelo Vaticano, de tal modo a dar uma maior agilidade, com Santo Domingo, Octubre 26 de 2016 sentido de urgência, às gestões para buscar, com o governo e com a oposição, soluções eficazes e duradouras para o povo venezuelano. CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXADOR DO REINO UNIDO Santo Domingo, 26 de outubro de 2016 28/10/2016

O governo brasileiro tem a satisfação de informar que concedeu agrément ao senhor Comunicado de los gobiernos de Francis Vijay Narasimhan Rangarajan como Argentina, Brasil, Colombia, Costa Rica, embaixador extraordinário e Chile, Guatemala, Honduras, México, plenipotenciário do Reino Unido da Grã- Panamá, Paraguay, Perú y Uruguay Bretanha e Irlanda do Norte no Brasil. sobre la situación en Venezuela O Brasil e o Reino Unido estabeleceram relações diplomáticas em 1825.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 183

XXV CÚPULA IBERO-AMERICANA – CARTAGENA DAS ÍNDIAS, 28 E 29 DE OUTUBRO DE 2016 28/10/2016 XI CONFERÊNCIA DE CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA O Ministro José Serra representará o Brasil COMUNIDADE DOS PAÍSES DE na XXV Cúpula Ibero-Americana, que será LÍNGUA PORTUGUESA (CPLP) realizada em Cartagena das Índias, 29/10/2016 Colômbia, nos dias 28 e 29 de outubro. O tema da Cúpula de Cartagena é "Juventude, Será realizada, no Palácio Itamaraty, em Empreendedorismo e Educação". Brasília, em 31 de outubro e 1º de novembro, a XI Conferência de Chefes de Estado e de Criada em 1991, a Conferência Ibero- Governo da Comunidade dos Países de Americana é integrada por vinte e dois Língua Portuguesa (CPLP). O encontro será membros (dezenove latino-americanos e três precedido, na manhã do dia 31, pela XXI europeus) e desenvolve mais de 1.200 Reunião Ordinária do Conselho de Ministros projetos por ano, com a participação do da CPLP, composta pelos chanceleres da Brasil como prestador de cooperação em Comunidade. saúde, educação, cultura, turismo, moradia e infraestrutura. A Conferência marcará o 20º aniversário de criação da CPLP. O Brasil assumirá a Também terá continuidade o processo de presidência rotativa pelo biênio 2016-2018, reestruturação da Conferência Ibero- tendo presidido a Comunidade pela primeira Americana, iniciado na Cúpula de Veracruz, vez de 2002 a 2004. no México, em dezembro de 2014. O tema escolhido pelo Brasil para sua presidência é "A CPLP e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável". A ELEIÇÃO DO BRASIL PARA O discussão sobre a implementação dos CONSELHO DE DIREITOS Objetivos de Desenvolvimento Sustentável é HUMANOS DAS NAÇÕES UNIDAS um dos temas centrais da atual agenda 28/10/2016 global.

O Brasil foi eleito hoje, 28 de outubro, para Durante a Cúpula, o Brasil divulgará seu integrar o Conselho de Direitos Humanos plano de trabalho, elaborado com base em das Nações Unidas. Após ter participado do consultas e contribuições de vários Conselho por três períodos desde a sua ministérios. São ações e iniciativas que o criação, em 2006, o Brasil torna a ocupar um Brasil pretende realizar no biênio em que assento no órgão no período 2017-2019. O estará à frente da CPLP. mandato terá início em 1º de janeiro de 2017. Estabelecida em 1996, a CPLP conta hoje A eleição ocorreu em Nova York, durante a com nove Estados membros: Angola, Brasil, 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas. A Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné candidatura brasileira recebeu 137 votos. Equatorial, Moçambique, Portugal, São O governo brasileiro agradece aos membros Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A das Nações Unidas o apoio recebido. Comunidade tem como objetivos a Durante o novo mandato, nosso país se concertação política e diplomática, a cooperação multissetorial e a promoção e empenhará para aumentar a efetividade do difusão da língua portuguesa. Conselho na promoção e proteção dos direitos humanos.

184 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

ONU CONVOCA NEGOCIAÇÕES PARA A PROIBIÇÃO DAS ARMAS NUCLEARES 29/10/2016 Nosotros, las Jefas y los Jefes de Estado y de Gobierno de los veintidós países O governo brasileiro saúda a adoção nas iberoamericanos, reunidos en la ciudad de Nações Unidas da resolução “Levando Cartagena de Indias los días 28 y 29 de adiante negociações multilaterais de octubre para dialogar y contribuir al desarmamento”. Elaborada pelo Brasil e desarrollo de acciones concretas sobre los mais cinco países (África do Sul, Áustria, temas “Juventud, Emprendimiento y Irlanda, México e Nigéria), a resolução Educación”. convoca uma conferência internacional em 2017 para negociar um tratado de proibição Reafirmamos la relevancia del espacio das armas nucleares. Foi aprovada com 123 iberoamericano para la promoción del votos a favor, 38 contra e 16 abstenções. diálogo, la concertación y la cooperación para responder a los desafíos de un mundo A conferência de 2017 poderá marcar um en transformación y promover los vínculos momento histórico para a consecução do históricos, culturales, sociales y económicos objetivo de um mundo livre de armas entre los países iberoamericanos, con pleno nucleares. O Brasil encoraja todos os países respeto de la soberanía de los Estados y del a participarem ativamente do processo derecho internacional, valorando tanto la negociador e convida cidadãos, diversidad de sus pueblos como los valores organizações da sociedade civil e membros y principios que dan sentido a nuestra da comunidade acadêmica a acompanharem Comunidad; as negociações e a contribuírem para seu êxito. Celebramos que esta Cumbre coincide con la O governo brasileiro busca a proibição conmemoración del 25° aniversario de la Conferencia Iberoamericana, reunida por completa das armas nucleares, em primera vez en la ciudad de Guadalajara en conformidade com o compromisso constitucional no país de uso exclusivamente julio de 1991, con el propósito de “convertir pacífico da atividade nuclear. el conjunto de afinidades históricas y culturales que nos enlazan en un instrumento de unidad y desarrollo, basado en el diálogo, la cooperación y la solidaridad”; XXV CÚPULA IBERO-AMERICANA DE CHEFES DE ESTADO E DE Habiendo centrado nuestros trabajos en la GOVERNO – DECLARAÇÃO DE juventud, el emprendimiento y la educación, CARTAGENA DAS ÍNDIAS por considerar que en estos tres ejes se [ESPANHOL] 30/10/2016 encuentran los más grandes desafíos y oportunidades para el futuro de nuestra XXV Cúpula Ibero-Americana de chefes región iberoamericana; de estado e de governo

Convencidos de la necesidad de crear Cartagena das Índias, 28 e 29 de outubro mejores condiciones para garantizar la de 2016 participación plena y universal de los

jóvenes en el acontecer económico, político, Declaração de Cartagena das Índias social y cultural; “Juventud, Emprendimiento y

Educación” Conscientes de los importantes desafíos que

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 185 enfrentan los países iberoamericanos para estratégicos del desarrollo desde un enfoque promover el desarrollo económico y social, de capacidades y de desarrollo humano y y erradicar la pobreza y combatir la como sujetos de derechos que son, el desigualdad, lograr el acceso universal a una potencial de los jóvenes como actores educación de calidad y a todos los niveles, estratégicos del desarrollo; generar oportunidades laborales y fomentar el emprendimiento, especialmente para los Reconocemos asimismo la extraordinaria jóvenes; riqueza de nuestro patrimonio cultural, que articula todas nuestras lenguas, historias, Decididos a trabajar por la generación de diversidades e identidades; oportunidades para los jóvenes y el Reconocemos que la Conferencia afianzamiento de su identidad Iberoamericana constituye un escenario iberoamericana, a través de estrategias privilegiado para promover la cooperación dirigidas al fortalecimiento de capacidades y para el desarrollo de políticas públicas que competencias, a su movilidad, incentivos al permitan afrontar de forma conjunta los emprendimiento y una efectiva articulación desafíos comunes de nuestros países; entre las juventudes, el sector público, la academia y el sector empresarial; Reiteramos nuestro compromiso con el fortalecimiento de la Conferencia Comprometidos con la construcción de Iberoamericana y su proceso de renovación sociedades inclusivas, plurales y diversas iniciado en la Cumbre de Cádiz de 2012, y que avancen en la consecución de los consolidado en las cumbres de Ciudad de Objetivos de Desarrollo Sostenible Panamá (2013) y Veracruz (2014), gracias al contenidos en la Agenda 2030; compromiso y voluntad de los países iberoamericanos, de la Secretaría General Reafirmando la plena vigencia de la Iberoamericana (SEGIB) y de los Declaración y Plataforma de Acción de Organismos Iberoamericanos; Beijing expresamos nuestro compromiso de impulsar acciones para promover la igualdad Saludamos los avances en el cumplimiento de género y el empoderamiento de la mujer, de los mandatos contenidos en la de manera transversal en el espacio Declaración de Veracruz y su Programa de iberoamericano, como elemento esencial Acción, y reiteramos nuestro compromiso para el desarrollo sostenible e incluyente de para seguir impulsando su implementación nuestras sociedades y como condición en beneficio de las sociedades necesaria para alcanzar el pleno disfrute de iberoamericanas. los derechos humanos; Acordamos Convencidos de que la paz y la unidad de Iberoamérica son prerrequisitos 1. Aprobar el Pacto Iberoamericano de fundamentales para alcanzar el desarrollo y Juventud, como acuerdo político- la prosperidad de nuestros pueblos; institucional que permitirá conformar una Reafirmando nuestra voluntad para alianza entre diversos sectores y actores con transformar patrones y pautas culturales el fin de mejorar la articulación intersectorial presentes en nuestras sociedades de tal e intergubernamental, orientar la inversión y manera que se reconozca, desde un enfoque garantizar el desarrollo integral y la de capacidades y de desarrollo humano y protección de los derechos de las personas como sujetos de derechos que son, el jóvenes. potencial de los jóvenes como actores 2. Reconocer el papel del emprendimiento

186 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. como uno de los ejes dinamizadores del particular en lo que se refiere a: promover crecimiento económico, a través de la acciones que favorezcan la inserción laboral incorporación de actividades productivas de los jóvenes mediante el acceso y la basadas en nuevo conocimiento, que calidad de la formación técnica y redunden en sociedades más incluyentes. profesional; adoptar medidas que 3. Valorar la participación de los contribuyan a desarrollar la transición de los emprendedores en su contribución al jóvenes empresarios de la economía desarrollo de las sociedades, a través de su informal a la formal a través del desarrollo capacidad de ejercer una influencia de emprendimientos innovadores; y sustancial en la transformación de los fomentar el desarrollo del Ecosistema sectores y en las actividades económicas en Digital como contribución a la las que operan, creando condiciones para la transformación del modelo productivo generación de empleo y prosperidad. actual hacia economías más competitivas. 4. Reconocer la relevancia de los jóvenes 9. Destacar los logros en la promoción de la emprendedores, en particular en sectores de "Alianza para la Movilidad Académica", de innovación y nuevas tecnologías, para adhesión voluntaria y con la participación de atribuir valor agregado a nuestras economías todos los actores, para impulsar la movilidad y contribuir a la creación de empleo de estudiantes, profesores e investigadores, cualificado. previniendo la ocurrencia y mitigando el 5. Señalar la importancia de la educación a impacto negativo de la fuga de cerebros. lo largo de la vida para la adquisición de 10. Encomendar a la SEGIB, a la OEI y al competencias específicas de desarrollo CUIB que en el ámbito del Espacio emprendedor, personal y profesional, factor Iberoamericano del Conocimiento, vital para aprovechar con éxito las fortalezcan los logros alcanzados y sigan oportunidades ofrecidas por nuestras avanzando en la consolidación de la Alianza sociedades en permanente transformación. para la Movilidad, el Sistema y la Plataforma 6. Aprovechar las oportunidades que ofrece para la Movilidad Académica. Igualmente el espacio iberoamericano y profundizar los instar a la consolidación de mecanismos que vínculos en las tres áreas identificadas como favorezcan esta movilidad. prioritarias – Comercio e Inversión, 11. Apoyar el acuerdo sobre el Servicios y Ciencia y Tecnologia--, reconocimiento de períodos de estudio y de conforme a lo expresado en el Encuentro títulos de educación superior en Empresarial Iberoamericano celebrado en Iberoamérica, que incluye la creación del Buenos Aires, el 25 y 26 de abril del sistema iberoamericano de aseguramiento de corriente año. la calidad de la educación superior, la puesta 7. Promover el diálogo constructivo y las en funcionamiento del registro alianzas, tanto entre entidades públicas, iberoamericano de programas e instituciones como entre entidades públicas y privadas, en de educación superior acreditadas y el particular entre universidades, polos desarrollo de un sistema de información de tecnológicos, empresas y sociedad civil para la educación superior iberoamericana. potenciar el crecimiento económico y la 12. Destacar los avances alcanzados en el integración regional mediante la estudio de viabilidad encomendado a la incorporación de los jóvenes al mercado SEGIB sobre un Convenio Marco laboral. Iberoamericano, de participación voluntaria, 8. Resaltar los compromisos asumidos por el que permita impulsar la movilidad de empresariado iberoamericano en el talentos, conforme lo expresado en el punto Documento de Recomendaciones del XI 5 de la Declaración de Veracruz. Asimismo, Encuentro Empresarial Iberoamericano, en solicitar a la SEGIB ampliar las consultas

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 187 para concluir el referido estudio e impulsar 18. Encomendar a la SEGIB que diseñe un la formulación del eventual Convenio. mecanismo para sistematizar el seguimiento 13. Encomendar a la SEGIB impulsar de los mandatos emanados de las Cumbres iniciativas sobre bilingüismo que de Jefes de Estado y de Gobierno. contribuyan a un mejor conocimiento 19. Reconocer los avances hechos por los reciproco del español y el portugués y que Espacios Iberoamericanos de la Cultura y el promuevan la incorporación y promoción de Conocimiento en la consolidación de sus la enseñanza de las dos lenguas en el espacio estructuras institucionales, e instruir a la iberoamericano, favoreciendo la movilidad SEGIB y a los Organismos Iberoamericanos académica en Iberoamérica y la proyección competentes a culminar este proceso en el internacional de ambas lenguas. Espacio Iberoamericano de Cohesión Social, 14. Reconocer los avances alcanzados por el dotándolo de los mecanismos de gestión y Comité de Dirección Estratégica de los gobernanza adecuados, en seguimiento de Organismos Iberoamericanos (CODEI) y los mandatos de la Cumbre de Veracruz. encomendar a la SEGIB continuar 20. Destacar los avances del proceso de fortaleciendo la coordinación estratégica en renovación de la Cooperación sus tres líneas de acción: planificación Iberoamericana y reconocer el esfuerzo común; aprovechamiento de los recursos realizado para la aprobación del Plan de disponibles; comunicación y visibilidad. Acción Cuatrienal de la Cooperación 15. Saludar los esfuerzos realizados por Iberoamericana 2015-2018 (PACCI), así posicionar el compromiso de la región con la como la reformulación del Manual igualdad de género en foros globales, así Operativo, resultado de un proceso amplio como los avances alcanzados en la estrategia de trabajo conjunto con los países miembros, para la incorporación de la perspectiva de los Organismos Iberoamericanos y los género en el Sistema Iberoamericano, e Programas, Iniciativas y Proyectos instar a la SEGIB, en el marco del CODEI, Adscritos, orientado a fortalecer la gestión y para que, en coordinación con los el impacto de la Cooperación Organismos Iberoamericanos, continúe Iberoamericana. En este sentido, adoptando las medidas necesarias para encomendar a la SEGIB incrementar los ampliarla y profundizarla en todos sus esfuerzos para la consecución de los ámbitos de actuación. objetivos establecidos en el PACCI para 16. Reconocer la consolidación y cada uno de los Espacios de la Cooperación. reestructuración de las Oficinas 21. Reconocer la importancia de la Subregionales de la SEGIB en América Cooperación Sur-Sur y Triangular, en sus Latina que permite la desconcentración diversas formas, en la región institucional, el apoyo a los mandatos iberoamericana, destacando los avances que emanados de la Conferencia y el los países han realizado en el fortalecimiento seguimiento a los programas e iniciativas de de esta cooperación así como su Cooperación Iberoamericana. Agradecer al contribución al cumplimiento de la Agenda Gobierno del Perú por la próxima apertura 2030 y los Objetivos de Desarrollo de la Oficina Subregional en Lima. Sostenible (ODS). Reconocemos el rol 17. Reconocer el apoyo del Gobierno de la estratégico que tienen en este proceso los República de Panamá para la creación, en pilares de trabajo definidos en el ámbito Ciudad de Panamá, de la Casa de iberoamericano, es decir, el Informe de la Iberoamérica, como un esfuerzo de Cooperación Sur-Sur en Iberoamérica y el integración estratégica de los organismos Programa Iberoamericano para el iberoamericanos para compartir un espacio Fortalecimiento de la Cooperación Sur-Sur común. (PIFCSS), entre otros.

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22. Aprobar el Programa de Acción, que complementar las capacidades en forma parte de la presente Declaración. infraestructura, equipamiento y recursos 23. Elaborar e implementar políticas humanos, así como fomentar la transferencia públicas integradas y coordinadas en y circulación de conocimiento. educación, empleo, emprendimiento y 29. Reconocer la realización del tercer formación para el trabajo, que permitan Laboratorio Iberoamericano de Innovación fortalecer las capacidades de los jóvenes Ciudadana “LABICCO” en Cartagena de acorde a las exigencias del mercado laboral Indias del 9 al 23 de octubre de 2016, en el de cada país con el propósito de acceder a que más de 120 ciudadanos de Iberoamérica empleos decentes y favorecer iniciativas de han desarrollado proyectos innovadores emprendimiento. exitosos con el fin de mejorar la inclusión y 24. Impulsar políticas integrales y accesibilidad de las personas en situación de estrategias a través de incentivos y políticas vulnerabilidad en Iberoamérica. activas del empleo que permitan eliminar 30. Aportar contenidos para el Canal de barreras de acceso al mercado laboral formal Televisión Satelital, “Señal que nos une”, así con enfoques diferenciales de género, etnia como contribuir a los mecanismos de y distribución del ingreso, garantizando que participación social en la producción del estas iniciativas no vayan en detrimento de audiovisual en la región y apoyar el las condiciones laborales y los derechos del desarrollo de coproducciones regionales. trabajador y la trabajadora joven y que 31. Reconocer los avances de la Agenda permitan una adecuada cobertura de Digital Cultural para Iberoamérica, seguridad social. impulsada por la SEGIB, la cual contribuye 25. Fomentar la creación de mecanismos de transversalmente a la consolidación del reconocimiento de estudios y formación en Espacio Cultural Iberoamericano, la región para facilitar la movilidad laboral fomentando su inserción en las redes de de los jóvenes, reconocer sus información existentes. cualificaciones, competencias y 32. Reconocer la relevancia de la Carta experiencias laborales. Cultural Iberoamericana en el X aniversario 26. Acoger e impulsar el desarrollo de la II de su adopción por su aporte al desarrollo de Estrategia Iberoamericana de Seguridad y las políticas públicas culturales que han Salud en el Trabajo, dando continuidad a la significado un avance en la materia, creando I Estrategia adoptada por la XIX Cumbre un modelo único, como aporte de Iberooamericana y animar a los Estados a Iberoamérica a otras regiones. En ese marco, que aborden la planificación e encomendar al Espacio Cultural implementación de sus propias estrategias, Iberoamericano (ECI) impulsar la Agenda en las que se promueva la mejora continua Iberoamericana por la diversidad lingüística. de las condiciones de seguridad y salud en el 33. Saludar el XXX Aniversario de la trabajo y en las que se ofrezcan respuestas al Fundación del Nuevo Cine Latinoamericano fenómeno de la siniestralidad laboral y las (FNCL), proyecto impulsado en Cuba por el enfermedades profesionales. escritor colombiano Gabriel García 27. Incrementar significativamente y de Márquez, por su aporte al cine y audiovisual manera sostenida la inversión en Ciencia, regional; en ese marco también, reconocer a Tecnología e Innovación, como un la Escuela Internacional de Cine y compromiso que permita afrontar los Televisión de San Antonio de los Baños, principales retos que tienen nuestros países. Cuba, como un centro de formación y 28. Intensificar la cooperación excelencia al servicio de creadores y Iberoamericana en Ciencia, Tecnología e realizadores vinculados a la industria Innovación con el propósito de cinematográfica y a la Televisión

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Iberoamericana. Gobierno y al pueblo de Colombia y a la 34. Fortalecer las políticas públicas en salud hermosa ciudad de Cartagena de Indias por para el abordaje del consumo nocivo del la cálida acogida con que nos han recibido alcohol y el uso indebido de sustancias con ocasión de esta Cumbre. psicoactivas, la dependencia y la reducción 40. Reconocer y agradecer el apoyo del impacto negativo de las drogas en la otorgado tanto por la Secretaría Pro salud; el impacto de la doble carga Tempore como por la Secretaría General nutricional, y la garantía de los derechos Iberoamericana en el desarrollo de los sexuales y reproductivos de los adolescentes trabajos preparatorios de la Conferencia y jóvenes, de conformidad con la legislación Iberoamericana y en la organización de la y la normativa nacional, con el fin de XXV Cumbre Iberoamericana. contribuir a mejorar su calidad de vida, y a 41. Dar la bienvenida y agradecer al que fortalezcan el intercambio de Gobierno de Guatemala por su ofrecimiento experiencias exitosas y lecciones aprendidas de hospedar la XXVI Cumbre en los países iberoamericanos en torno a Iberoamericana en 2018. estas temáticas. 35. Promover la integración de los jóvenes Aprobamos la presente Declaración de en la administración pública y, en tal sentido, Cartagena de Indias en sus textos originales cualificar la formación mediante alianzas en los idiomas español y portugués. La entre los centros de formación públicos o suscriben en nombre de los países miembros privados, la academia, grupos de jóvenes los de la Conferencia Iberoamericana Juan Gobiernos, los laboratorios de innovación Manuel Santos, Presidente de la República pública o figuras similares, entre otros. de Colombia, en su calidad de Secretario 36. Reafirmar el compromiso con la Pro-Témpore de la Conferencia y Rebeca protección y promoción de los derechos de Grynspan Mayufis, Secretaria General los pueblos indígenas y afrodescendientes, Iberoamericana, en calidad de testigo. así como con su autodesarrollo social, económico y cultural, y encomendar a la Cartagena de Indias, 29 de octubre de 2016 SEGIB fortalecer los esfuerzos para integrar la perspectiva de dichos pueblos en la JUAN MANUEL SANTOS CALDERÓN cooperación iberoamericana. Presidente de la República de Colombia Adicionalmente, apoyar las acciones que se realicen en la región, en el marco del REBECA GRYNSPAN MAYUFIS Decenio Internacional de los Secretaria General Afrodescendientes, proclamado por las Naciones Unidas. 37. Encomendar a la SEGIB la presentación XII CIMEIRA BRASIL- PORTUGAL – de una propuesta de hoja de ruta para renovar BRASÍLIA, 1º DE NOVEMBRO DE 2016 y dinamizar el relacionamiento con los 31/10/2016 Observadores Asociados y Consultivos, especialmente su contribución al O presidente Michel Temer receberá, em fortalecimiento de la Cooperación Brasília, em 1º de novembro, o primeiro- Iberoamericana. ministro de Portugal, António Costa, por 38. Acoger con satisfacción el ingreso de la ocasião da XII Cimeira Brasil-Portugal, República de Corea como Observador mecanismo de diálogo regular entre os Asociado de la Conferencia Iberoamericana. Chefes de Governo dos dois países, que se 39. Expresar nuestro sincero agradecimiento realiza desde 1991. a S.E. el Presidente Juan Manuel Santos, al

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Durante o encontro, serão discutidos temas aéreos entre seus respectivos territórios e da agenda bilateral, com destaque para as além; áreas de comércio e investimentos, ciência, tecnologia e inovação, bem como de Acordam o que se segue: promoção da língua portuguesa. Artigo 1 Os mandatários também passarão em revista Definições temas das agendas regional e multilateral, Para aplicação do presente Acordo, salvo em particular as negociações do Acordo de disposição em contrário, o termo: Associação entre o MERCOSUL e a União Europeia e a recente eleição de António a) “autoridade aeronáutica” significa, no Guterres para o cargo de secretário-geral das caso do Brasil, a autoridade de aviação civil, Nações Unidas. representada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e no caso de Cabo Brasil e Portugal mantêm significativa Verde, pela Agência de Aviação Civil parceria nos campos político e econômico- (AAC), ou em ambos os casos, qualquer comercial. Cerca de 600 empresas outra autoridade ou pessoa autorizada a portuguesas ou de capital português atuam executar as funções exercidas pelas no Brasil. O volume do comércio bilateral autoridades acima mencionadas; alcançou, em 2015, US$ 1,6 bilhão. As exportações brasileiras somaram US$ 822 b) “Acordo” significa este Acordo, qualquer milhões, e as importações, US$ 810 milhões. anexo a ele, e quaisquer emendas decorrentes;

c) “capacidade” significa a quantidade de serviços estabelecidos pelo Acordo, medida ACORDO SOBRE SERVIÇOS AÉREOS normalmente pelo número de voos ENTRE A REPÚBLICA FEDERATIVA (frequências) ou de assentos, ou toneladas de DO BRASIL E A REPÚBLICA DE carga oferecidas em um mercado (par de CABO VERDE 31/10/2016 cidades ou país a país) ou em uma rota, durante um determinado período, tal como A República Federativa do Brasil (“Brasil”) diariamente, semanalmente, por temporada e ou anualmente; A República de Cabo Verde (“Cabo Verde”), d) “Convenção” significa a Convenção sobre (daqui por diante referidos como “Partes”); Aviação Civil Internacional, aberta para assinatura em Chicago no dia 7 de dezembro Sendo Partes da Convenção sobre Aviação de 1944, e inclui os Anexos adotados de Civil Internacional, aberta para assinatura acordo com o Artigo 90 daquela Convenção em Chicago no dia 7 de dezembro de 1944; e qualquer emenda aos Anexos ou à Convenção, de acordo com os Artigos 90 e Desejando estreitar as relações de amizade e 94, desde que esses Anexos e emendas cooperação entre as Partes; tenham entrado em vigor para ambas as Desejando contribuir para o Partes; desenvolvimento da aviação civil e) “empresa aérea designada” significa uma internacional; empresa aérea que tenha sido designada e Desejando concluir um acordo com o autorizada em conformidade com o Artigo 3 (Designação e Autorização) deste Acordo; propósito de estabelecer e explorar serviços

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 191 f) “preço” significa qualquer preço, tarifa ou c) fazer escalas nos pontos das rotas encargo para o transporte de passageiros, especificadas no Quadro de Rotas acordado bagagem e/ou carga, excluindo mala postal, conjuntamente pelas autoridades no transporte aéreo, incluindo qualquer aeronáuticas de ambas as Partes, para outro modal de transporte em conexão com embarcar e desembarcar tráfego aquele, cobrados pelas empresas aéreas, internacional de passageiros, bagagem, incluindo seus agentes, e as condições carga ou mala postal separadamente ou em segundo as quais se aplicam estes preços, combinação; e tarifas e encargos; d) os demais direitos especificados no g) “território”, em relação a um Estado tem presente Acordo. o significado a ele atribuído no Artigo 2 da Convenção; 3. As empresas aéreas de cada Parte que não tenham sido designadas com base no Artigo h) “tarifa aeronáutica” significa o valor 3 (Designação e Autorização) deste Acordo cobrado às empresas aéreas, pelas também gozarão dos direitos especificados autoridades competentes, ou por estas nas letras a) e b) do parágrafo 2 deste Artigo. autorizado a ser cobrado, pelo uso do aeroporto, ou de suas instalações e serviços, 4. Nenhum dispositivo deste Acordo será ou de instalações de navegação aérea, ou de considerado como concessão a uma empresa instalações de segurança da aviação, aérea designada de uma Parte do direito de incluindo as instalações e os serviços embarcar, no território da outra Parte, relacionados, por aeronaves, suas passageiros, bagagem, carga e mala postal, tripulações, passageiros e carga; e mediante remuneração e destinados a outro ponto no território dessa outra Parte. i) “serviço aéreo”, “serviço aéreo internacional”, “empresa aérea” e “escala Artigo 3 para fins não comerciais”, têm os Designação e Autorização significados a eles atribuídos no Artigo 96 da 1. Cada Parte terá o direito de designar por Convenção. escrito à outra Parte uma ou mais empresas Artigo 2 aéreas para operar os serviços acordados e de Concessão de Direitos revogar ou alterar tal designação. Essas notificações serão feitas pela via 1. Cada Parte concede à outra Parte os diplomática. direitos especificados neste Acordo, com a finalidade de operar serviços aéreos 2. Ao receber tal designação e o pedido de internacionais nas rotas especificadas no autorização de operação da empresa aérea Quadro de Rotas especificado no anexo a designada, na forma e no modo prescritos, este Acordo. cada Parte concederá a autorização de operação apropriada com a mínima demora 2. Sujeito às disposições deste Acordo, as de trâmites, desde que: empresas aéreas designadas por cada uma das Partes gozarão dos seguintes direitos: a) a empresa aérea seja estabelecida no território da Parte que a designa; a) sobrevoar o território da outra Parte sem pousar; b) o efetivo controle regulatório da empresa aérea designada seja exercido e mantido pela b) fazer escalas no território da outra Parte, Parte que a designa; para fins não comerciais;

192 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. c) a Parte que designa a empresa aérea serviços de transporte aéreo internacional cumpra as disposições estabelecidas no pela Parte que recebe a designação. Artigo 7 (Segurança Operacional) e no Artigo 8 (Segurança da Aviação); e 2. A menos que a imediata revogação, suspensão ou imposição das condições d) a empresa aérea designada esteja previstas no parágrafo 1 do presente Artigo qualificada para satisfazer as condições seja essencial para impedir novas infrações a prescritas segundo as leis e regulamentos leis e regulamentos, ou às disposições deste normalmente aplicados à operação de Acordo, esse direito somente será exercido serviços de transporte aéreo internacional após a realização de reunião de consulta com pela Parte que recebe a designação. a outra Parte. Tal consulta deverá ocorrer antes de expirar o prazo de trinta (30) dias a 3. Ao receber a autorização de operação partir da data da solicitação por uma Parte, constante do parágrafo 2, uma empresa aérea salvo entendimento diverso entre as Partes. designada pode, a qualquer tempo, começar a operar os serviços acordados para os quais Artigo 5 tenha sido designada, desde que ela cumpra Aplicação de Leis as disposições aplicáveis deste Acordo. 1. As leis e regulamentos de uma Parte que Artigo 4 regem a entrada e saída de seu território de Negação, Revogação e Limitação de aeronaves engajadas em serviços aéreos Autorização internacionais, ou a operação e navegação de tais aeronaves enquanto em seu território, 1. As autoridades aeronáuticas de cada Parte serão aplicados às aeronaves das empresas terão o direito de negar as autorizações aéreas da outra Parte. mencionadas no Artigo 3 (Designação e Autorização) deste Acordo à empresa aérea 2. As leis e regulamentos de uma Parte, designada pela outra Parte e de revogar, relativos à entrada, permanência e saída de suspender ou impor condições a tais seu território, de passageiros, tripulantes e autorizações, temporária ou carga, incluindo mala postal, tais como os permanentemente nos casos em que: relativos à imigração, alfândega, moeda, saúde e quarentena serão aplicados aos a) elas não estejam convencidas de que a passageiros, tripulantes, carga e mala postal empresa aérea seja estabelecida no território transportados por aeronaves das empresas da Parte que a designou; ou aéreas da outra Parte enquanto b) o efetivo controle regulatório da empresa permanecerem no referido território. aérea designada não seja exercido e mantido 3. Nenhuma Parte dará preferência às suas pela Parte que a designa; ou próprias empresas aéreas ou a qualquer outra c) a Parte que designa a empresa aérea não empresa aérea em relação às empresas cumpra as disposições estabelecidas no aéreas da outra Parte engajadas em Artigo 7 (Segurança Operacional) e no transporte aéreo internacional similar, na aplicação de seus regulamentos de Artigo 8 (Segurança da Aviação); ou imigração, alfândega, quarentena e d) a empresa aérea designada não esteja regulamentos similares. qualificada para atender outras condições 4. Passageiros, bagagem, carga e mala postal determinadas segundo as leis e regulamentos em trânsito direto serão sujeitos apenas a um normalmente aplicados à operação de controle simplificado. Bagagem e carga em

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 193 trânsito direto estarão isentas de taxas (trinta) dias após a apresentação da referida alfandegárias e de outros impostos similares. solicitação.

Artigo 6 2. Se, depois de realizadas tais consultas, Reconhecimento de Certificados e Licenças uma Parte chega à conclusão de que a outra não mantém e administra de maneira efetiva 1. Certificados de aeronavegabilidade e de os requisitos de segurança, nos aspectos habilitação e licenças, emitidos ou mencionados no parágrafo 1, que satisfaçam convalidados por uma Parte e ainda em as normas estabelecidas à época em vigor, serão reconhecidos como válidos pela conformidade com a Convenção, a outra outra Parte para o objetivo de operar os Parte será informada de tais conclusões e das serviços acordados, desde que os requisitos medidas que se considerem necessárias para sob os quais tais certificados e licenças cumprir as normas da OACI. A outra Parte foram emitidos ou convalidados sejam deverá, então, tomar as medidas corretivas iguais ou superiores aos requisitos mínimos para o caso, dentro de um prazo acordado. estabelecidos segundo a Convenção. 3. De acordo com o Artigo 16 da Convenção, 2. Se os privilégios ou as condições das fica também acordado que qualquer licenças ou certificados mencionados no aeronave operada por ou em nome de uma parágrafo 1 anterior, emitidos pelas empresa aérea de uma Parte, que preste autoridades aeronáuticas de uma Parte para serviço para ou do território da outra Parte qualquer pessoa ou empresa aérea poderá, quando se encontrar no território designada, ou relativos a uma aeronave desta última, ser objeto de uma inspeção utilizada na operação dos serviços pelos representantes autorizados da outra acordados, permitirem uma diferença dos Parte, desde que isto não cause demoras requisitos mínimos estabelecidos pela desnecessárias à operação da aeronave. Não Convenção, e que tal diferença tenha sido obstante as obrigações mencionadas no notificada à Organização de Aviação Civil Artigo 33 da Convenção, o objetivo desta Internacional (OACI), a outra Parte pode inspeção é verificar a validade da pedir que se realizem consultas entre as documentação pertinente da aeronave, as autoridades aeronáuticas a fim de esclarecer licenças de sua tripulação e se o a prática em questão. equipamento da aeronave e a condição da 3. Cada Parte, todavia, reserva-se o direito mesma estão conformes com as normas de recusar-se a reconhecer, para o objetivo estabelecidas à época em conformidade com a Convenção. de sobrevoo ou pouso em seu próprio território, certificados de habilitação e 4. Quando uma ação urgente for essencial licenças concedidas aos seus próprios para assegurar a segurança da operação de nacionais pela outra Parte. uma empresa aérea, cada Parte reserva-se o direito de suspender ou modificar Artigo 7 Segurança Operacional imediatamente a autorização de operação de uma ou mais empresas aéreas da outra Parte. 1. Cada Parte poderá solicitar a qualquer 5. Qualquer medida tomada por uma Parte momento a realização de consultas sobre as normas de segurança operacional aplicadas de acordo com o parágrafo 4 acima será pela outra Parte nos aspectos relacionados suspensa assim que deixem de existir os com as instalações aeronáuticas, tripulações motivos que levaram à adoção de tal medida. de voo, aeronaves e operações de aeronaves. Tais consultas serão realizadas dentro dos 30

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6. Com referência ao parágrafo 2, se for aeronaves, seus passageiros e tripulações, constatado que uma Parte continua a não aeroportos e instalações de navegação aérea, cumprir as normas da OACI, depois de e qualquer outra ameaça à segurança da transcorrido o prazo acordado, o Secretário aviação civil. Geral da OACI será disto notificado. O Secretário Geral da OACI também será 3. As Partes agirão, em suas relações notificado após a solução satisfatória de tal mútuas, segundo as disposições sobre situação. segurança da aviação estabelecidas pela OACI e designadas como Anexos à Artigo 8 Convenção; exigirão que operadores de Segurança da Aviação aeronaves por elas registradas, ou operadores de aeronaves estabelecidos em 1. Em conformidade com seus direitos e seu território e os operadores de aeroportos obrigações segundo o Direito Internacional, situados em seu território ajam em as Partes reafirmam que sua obrigação conformidade com as referidas disposições mútua de proteger a segurança da aviação sobre a segurança da aviação. Cada Parte civil contra atos de interferência ilícita notificará a outra Parte de toda diferença constitui parte integrante do presente entre seus regulamentos e métodos nacionais Acordo. Sem limitar a validade geral de seus e as normas de segurança da aviação dos direitos e obrigações resultantes do Direito Anexos. Qualquer das Partes poderá solicitar Internacional, as Partes atuarão, em a qualquer momento a imediata realização particular, segundo as disposições da de consultas com a outra Parte sobre tais Convenção sobre Infrações e Certos Outros diferenças. Atos Praticados a Bordo de Aeronaves, assinada em Tóquio em 14 de setembro de 4. Cada Parte concorda que a tais operadores 1963, da Convenção para a Repressão ao de aeronaves pode ser exigido que observem Apoderamento Ilícito de Aeronaves, as disposições sobre a segurança da aviação assinada em Haia em 16 de dezembro de mencionadas no parágrafo 3 deste Artigo e 1970 e da Convenção para a Repressão de exigidas pela outra Parte para a entrada, Atos Ilícitos contra a Segurança da Aviação saída, ou permanência no território da outra Civil, assinada em Montreal em 23 de Parte. Cada Parte assegurará que medidas setembro de 1971, e seu Protocolo adequadas sejam efetivamente aplicadas em Suplementar para Repressão de Atos Ilícitos seu território para proteger as aeronaves e de Violência em Aeroportos Utilizados pela para inspecionar passageiros, tripulações, Aviação Civil Internacional, assinado em bagagens de mão, bagagens, carga e Montreal em 24 de fevereiro de 1988, da provisões de bordo, antes e durante o Convenção para a Marcação de Explosivos embarque ou carregamento. Cada Parte, Plásticos para o Propósito de Detecção, também, considerará de modo favorável assinada em Montreal em 1 de março de toda solicitação da outra Parte, com vistas a 1991, bem como qualquer outra convenção adotar medidas especiais e razoáveis de ou protocolo sobre segurança da aviação segurança para combater uma ameaça civil, aos quais ambas as Partes venham a específica. aderir. 5. Quando ocorrer um incidente, ou ameaça 2. As Partes fornecerão, mediante de incidente de apoderamento ilícito de solicitação, toda a assistência mútua aeronave civil, ou outros atos ilícitos contra necessária para a prevenção contra atos de a segurança de tal aeronave, de seus apoderamento ilícito de aeronaves civis e passageiros e tripulação, de aeroportos ou outros atos ilícitos contra a segurança dessas instalações de navegação aérea, as Partes

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 195 assistir-se-ão mutuamente, facilitando as designadas da outra Parte tarifas comunicações e outras medidas apropriadas, aeronáuticas superiores às cobradas às suas destinadas a pôr termo, de forma rápida e próprias empresas aéreas que operem segura, a tal incidente ou ameaça. serviços aéreos internacionais semelhantes.

6. Cada Parte terá o direito, dentro dos 60 2. Cada Parte encorajará a realização de (sessenta) dias seguintes à notificação, de consultas sobre tarifas aeronáuticas entre que suas autoridades aeronáuticas efetuem suas autoridades competentes e as empresas uma avaliação no território da outra Parte aéreas que utilizem as instalações e os das medidas de segurança sendo ou a serem serviços proporcionados, quando for factível aplicadas, pelos operadores de aeronaves, por meio das organizações representativas com respeito aos voos que chegam de tais empresas aéreas. Propostas de procedentes do território da primeira Parte modificação das tarifas aeronáuticas deverão ou que sigam para o mesmo. Os ser comunicadas a tais usuários com entendimentos administrativos para a razoável antecedência, a fim de permitir-lhes realização de tais avaliações serão feitos expressar seus pontos de vista antes que as entre as autoridades aeronáuticas e alterações sejam feitas. Adicionalmente, implementados sem demora a fim de se cada Parte encorajará suas autoridades assegurar que as avaliações se realizem de competentes e tais usuários a trocarem maneira expedita. Todas as avaliações informações apropriadas relativas às tarifas estarão cobertas por um acordo específico aeronáuticas. sobre a proteção de informação entre as autoridades aeronáuticas das Partes. Artigo 10 Direitos Alfandegários 7. Quando uma Parte tiver motivos razoáveis para acreditar que a outra Parte não cumpre 1. Cada Parte, com base na reciprocidade, as disposições deste Artigo, a primeira Parte isentará uma empresa aérea designada da poderá solicitar a realização de consultas. outra Parte, no maior grau possível em Tais consultas começarão dentro dos 15 conformidade com sua legislação nacional, (quinze) dias seguintes ao recebimento de tal de restrições sobre importações, direitos solicitação de qualquer das Partes. No caso alfandegários, impostos indiretos, taxas de de não se chegar a um acordo satisfatório inspeção e outras taxas e gravames nacionais dentro dos 15 (quinze) dias a partir do que não se baseiem no custo dos serviços começo das consultas, isto constituirá proporcionados na chegada, sobre motivo para negar, revogar, suspender ou aeronaves, combustíveis, lubrificantes, impor condições sobre as autorizações da suprimentos técnicos de consumo, peças empresa aérea ou empresas aéreas sobressalentes incluindo motores, designadas pela outra Parte. Quando equipamento de uso normal dessas justificada por uma emergência ou para aeronaves, provisões de bordo e outros itens, impedir que continue o descumprimento das tais como bilhetes, conhecimentos aéreos, disposições deste Artigo, a primeira Parte qualquer material impresso com o símbolo poderá adotar medidas temporárias a da empresa aérea e material publicitário qualquer momento. comum distribuído gratuitamente pela empresa aérea designada, destinados ou Artigo 9 usados exclusivamente na operação ou Tarifas Aeronáuticas manutenção das aeronaves da empresa aérea designada da Parte que esteja operando os 1. Nenhuma Parte cobrará ou permitirá que serviços acordados. sejam cobradas das empresas aéreas

196 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

2. As isenções previstas neste Artigo serão regularidade dos serviços, ou o tipo ou tipos aplicadas aos produtos referidos no de aeronaves operadas pelas empresas aéreas parágrafo 1: designadas da outra Parte, exceto por exigências de natureza alfandegária, técnica, a) introduzidos no território de uma Parte por operacional ou razões ambientais sob ou sob a responsabilidade da empresa aérea condições uniformes consistentes com o designada pela outra Parte; Artigo 15 da Convenção. b) mantidos a bordo das aeronaves da Artigo 12 empresa aérea designada de uma Parte, na Preços chegada ou na saída do território da outra Parte; ou 1. Os preços cobrados pelos serviços operados com base neste Acordo poderão ser c) levados a bordo das aeronaves da empresa estabelecidos livremente pelas empresas aérea designada de uma Parte ao território da aéreas, sem estar sujeitos a aprovação. outra Parte e com o objetivo de serem usados na operação dos serviços acordados, 2. Cada Parte pode requerer notificação ou registro junto às autoridades, pelas empresas sejam ou não tais produtos utilizados ou aéreas designadas, dos preços do transporte consumidos totalmente dentro do território originados em seu território. da Parte que outorga a isenção, sob a condição de que sua propriedade não seja Artigo 13 transferida no território de tal Parte. Concorrência

3. O equipamento de bordo de uso regular, 1. As Partes deverão informar-se bem como os materiais e suprimentos mutuamente, quando solicitadas, sobre suas normalmente mantidos a bordo das leis, políticas e práticas sobre a concorrência aeronaves de uma empresa aérea designada e/ou modificações das mesmas, bem como de qualquer das Partes, somente poderão ser quaisquer objetivos concretos a elas descarregados no território da outra Parte relacionados, que poderiam afetar a com a autorização das autoridades operação de serviços de transporte aéreo alfandegárias de tal território. Nesse caso, cobertos por este Acordo e deverão tais itens poderão ser colocados sob a identificar as autoridades responsáveis por supervisão das mencionadas autoridades até sua aplicação. que sejam reexportados ou se lhes dê outro destino, conforme os regulamentos 2. As Partes deverão notificar-se alfandegários. mutuamente sempre que considerarem que pode haver incompatibilidade entre a Artigo 11 aplicação de suas leis, políticas e práticas Capacidade sobre a concorrência, e as matérias relacionadas à aplicação deste Acordo. 1. Cada Parte permitirá que cada empresa aérea designada determine a frequência e a 3. Não obstante quaisquer outras disposições capacidade dos serviços de transporte aéreo em contrário, nada do disposto neste Acordo internacional a ser ofertada, baseando-se em deverá (i) requerer ou favorecer a adoção de considerações comerciais próprias do acordos entre empresas, decisões de mercado. associações de empresas ou práticas combinadas que impeçam ou distorçam a 2. Nenhuma Parte limitará unilateralmente o concorrência; (ii) reforçar os efeitos de tais volume de tráfego, frequência ou acordos, decisões ou práticas combinadas;

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 197 ou (iii) delegar a operadores econômicos 2. Cada empresa aérea terá o direito de privados a responsabilidade da tomada de vender serviços de transporte na moeda medidas que impeçam, distorçam ou desse território ou, sujeito às leis e restrinjam a concorrência. regulamentos nacionais, em moedas livremente conversíveis de outros países, e Artigo 14 qualquer pessoa poderá adquirir tais serviços Conversão de Divisas e Remessa de Receitas de transporte em moedas aceitas por essa 1. Cada Parte permitirá às empresas aéreas empresa aérea. da outra Parte converter e remeter para o 3. As empresas aéreas designadas de uma exterior, a pedido, todas as receitas locais Parte poderão, com base em reciprocidade, provenientes da venda de serviços de trazer e manter no território da outra Parte transporte aéreo e de atividades conexas seus representantes e o pessoal comercial, diretamente vinculadas ao transporte aéreo operacional e técnico necessário à operação que excedam as somas localmente dos serviços acordados. desembolsadas, permitindo-se sua rápida conversão e remessa, à taxa de câmbio do dia 4. Essas necessidades de pessoal podem, a do pedido para a conversão e remessa. critério das empresas aéreas designadas de uma Parte, ser satisfeitas com pessoal 2. A conversão e a remessa de tais receitas próprio ou usando os serviços de qualquer serão permitidas em conformidade com as outra organização, companhia ou empresa leis e regulamentos aplicáveis, e não estarão aérea que opere no território da outra Parte, sujeitas a quaisquer encargos autorizadas a prestar esses serviços para administrativos ou cambiais, exceto aqueles outras empresas aéreas. normalmente cobrados pelos bancos para a execução de tais conversão e remessa. 5. Os representantes e os auxiliares estarão sujeitos às leis e regulamentos em vigor da 3. O disposto neste Artigo não desobriga as outra Parte e de acordo com tais leis e empresas aéreas de ambas as Partes do regulamentos: pagamento dos impostos, taxas e contribuições a que estejam sujeitas. a) cada Parte concederá, com base na reciprocidade e com o mínimo de demora, as 4. Caso exista um acordo especial entre as autorizações de emprego, os vistos de Partes para evitar a dupla tributação, ou caso visitantes ou outros documentos similares um acordo especial regule a transferência de necessários para os representantes e os fundos entre as Partes, tais acordos auxiliares mencionados no parágrafo 3 deste prevalecerão. Artigo; e

Artigo 15 b) ambas as Partes facilitarão e acelerarão as Atividades Comerciais autorizações de emprego necessárias ao 1. Cada Parte concederá às empresas aéreas pessoal que desempenhe certos serviços da outra Parte o direito de vender e temporários que não excedam 90 (noventa) dias. comercializar em seu território, serviços aéreos internacionais, diretamente ou por Artigo 16 meio de agentes ou outros intermediários à Flexibilidade Operacional escolha da empresa aérea, incluindo o direito de estabelecer seus próprios escritórios, 1. Cada empresa aérea poderá, nas operações tanto como empresa operadora como não de serviços autorizados por este instrumento, operadora. utilizar aeronaves próprias ou aeronaves

198 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. arrendadas ("dry lease"), subarrendadas, voos à aprovação das autoridades arrendadas por hora ("interchange" ou "lease aeronáuticas da outra Parte, pelo menos 30 for hours"), ou arrendadas com seguro, (trinta) dias antes do início de operação dos tripulação e manutenção ("wet lease"), por serviços acordados. O mesmo procedimento meio de um contrato entre as empresas será aplicado para qualquer modificação dos aéreas de cada Parte ou de terceiros países, horários. observando-se as leis e regulamentos de cada Parte e o Protocolo sobre a Alteração à 2. Para os voos de reforço que a empresa Convenção (artigo 83 bis). As autoridades aérea designada de uma Parte deseje operar aeronáuticas das Partes deverão celebrar um nos serviços acordados, fora do quadro de acordo específico estabelecendo as horários aprovado, essa empresa aérea condições de transferência de solicitará autorização prévia das autoridades responsabilidade para a segurança aeronáuticas da outra Parte. Tais solicitações operacional, conforme prevista pela serão submetidas pelo menos 5 (cinco) dias Organização de Aviação Civil Internacional. úteis antes da operação de tais voos.

2. Em qualquer trecho ou trechos das rotas Artigo 19 do anexo ao Acordo, qualquer empresa aérea Consultas terá o direito de operar transporte aéreo 1. Qualquer das Partes pode, a qualquer internacional, inclusive em regime de código tempo, solicitar a realização de consultas compartilhado com outras empresas aéreas, sobre a interpretação, aplicação, sem qualquer limitação quanto à mudança, implementação ou emenda deste Acordo ou em qualquer ponto ou pontos na rota, do seu satisfatório cumprimento. tipo, tamanho ou quantidade de aeronaves operadas, desde que o transporte além desse 2. Tais consultas, que podem ser feitas ponto seja continuação do transporte a partir mediante reuniões ou por correspondência, do território da Parte Contratante que serão iniciadas dentro de um período de 60 designou a empresa aérea, e que o transporte (sessenta) dias a partir da data do ingressando no território da Parte recebimento da solicitação por escrito pela Contratante que designou a empresa aérea outra Parte, a menos que de outra forma seja continuação do transporte oriundo de acordado entre as Partes. além de tal ponto. Artigo 20 Artigo 17 Solução de Controvérsias Estatísticas 1. No caso de qualquer controvérsia que As autoridades aeronáuticas de cada Parte possa surgir entre as Partes, relativa à proporcionarão ou farão com que suas interpretação ou aplicação deste Acordo, as empresas aéreas designadas proporcionem autoridades aeronáuticas das Partes às autoridades aeronáuticas da outra Parte, a buscarão, em primeiro lugar, resolvê-las por pedido, as estatísticas periódicas ou meio de consultas e negociações. eventuais, que possam ser razoavelmente requeridas. 2. Caso as Partes não cheguem a um acordo por meio de negociação, a controvérsia será Artigo 18 solucionada pela via diplomática. Aprovação de Horários Artigo 21 1. As empresas aéreas designadas de cada Emendas Parte submeterão sua previsão de horários de

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 199

Qualquer emenda deste Acordo, acordada internos necessários para sua entrada em entre as Partes, entrará em vigor em data a vigor foram completados pelas Partes e ser determinada por troca de Notas substituirá o Acordo sobre Serviços Aéreos diplomáticas, indicando que todos os entre o Governo da República Federativa do procedimentos internos necessários para a Brasil e o Governo da Republica de Cabo entrada em vigor da emenda foram Verde assinado em Praia, República de Cabo completados pelas Partes. Verde, em 29 de julho de 2004.

Em testemunho do que os abaixo assinados, Artigo 22 estando devidamente autorizados pelos seus Acordos Multilaterais respectivos Governos, assinaram o presente Acordo. Se um acordo multilateral relativo ao transporte aéreo entrar em vigor em relação a ambas as Partes, o presente Acordo será Feito em Brasília, no dia 31 do mês de emendado para conformar-se às disposições outubro, do ano de 2016, em duplicata, em de tal acordo multilateral. Português.

Artigo 23 Denúncia PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL PELA REPÚBLICA DE CABO Qualquer das Partes pode, a qualquer tempo, VERDE notificar a outra Parte por escrito, por via diplomática, sua decisão de denunciar este ______Acordo. Tal notificação será feita simultaneamente à OACI. Este Acordo ANEXO 1 expirará à meia noite, hora local da Parte QUADRO DE ROTAS notificada, imediatamente antes do primeiro Rotas a serem operadas pela(s) empresa(s) aniversário da data de recebimento da aérea(s) designada(s) pelo Brasil: notificação pela outra Parte, a menos que se retire tal notificação mediante acordo, antes Pontos Aquém Pontos de Origem Pontos de concluído tal prazo. Se a outra Parte não Intermediários Pontos de Destino Pontos acusar recebimento, será considerado que a Além notificação foi recebida 14 (quatorze) dias Quaisquer pontos Quaisquer pontos no depois de seu recebimento pela OACI. Brasil Quaisquer pontos Quaisquer pontos em Cabo Verde Quaisquer pontos Artigo 24 Registro na OACI Rotas a serem operadas pela(s) empresa(s) aérea(s) designada(s) de Cabo Verde: Este Acordo e qualquer emenda a ele, após sua entrada em vigor, serão registrados na Pontos Aquém Pontos de Origem Pontos OACI pela Parte que os tiver ratificado em Intermediários Pontos de Destino Pontos último lugar. Além Quaisquer pontos Quaisquer pontos em Artigo 25 Cabo Verde Quaisquer pontos Quaisquer Entrada em Vigor pontos no Brasil Quaisquer pontos

Este Acordo entrará em vigor na data de NOTAS: recebimento da segunda Nota diplomática indicando que todos os procedimentos

200 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

1. As empresas aéreas designadas de ambas autorize ou permita acordos similares entre as Partes poderão, em qualquer ou em todos as empresas aéreas em serviços desde, para os voos e à sua opção: e através de tal terceiro país, a) efetuar voos em uma ou ambas as desde que todas as empresas aéreas em tais direções; acordos: b) combinar diferentes números de voo na a) tenham os direitos apropriados; operação de uma aeronave; b) cumpram os requisitos normalmente c) servir, nas rotas, pontos intermediários e aplicados a esses acordos, como a proteção e além e pontos nos territórios das Partes, em informação ao passageiro referente à qualquer combinação e em qualquer ordem, responsabilidade, e sem direitos de cabotagem; 2. Todas as empresas aéreas em tais acordos d) omitir escalas em qualquer ponto ou deverão, com relação aos bilhetes vendidos, pontos; deixar claro para o comprador no ponto de venda com o qual ou quais empresas aéreas e) transferir tráfego de quaisquer de suas ele está estabelecendo uma relação aeronaves para quaisquer de suas outras contratual. aeronaves em qualquer ponto das rotas; e 3. As Autoridades de Aviação Civil das sem limitação de direção ou geográfica, e Partes poderão requerer a submissão dos sem perda de qualquer direito de transportar acordos de código compartilhado à tráfego de outra forma permitido sob este autorização prévia à sua implementação. Acordo, desde que o transporte seja parte de um serviço que sirva um ponto no território da Parte que designa a empresa aérea. INCLUSÃO DO BRASIL NO 2. As empresas aéreas designadas de ambas PROGRAMA CANADENSE as Partes poderão, em qualquer ou em todos "ELECTRONIC TRAVEL os voos, exercer direitos de tráfego de quinta AUTHORIZATION" 31/10/2016 liberdade em quaisquer pontos intermediários e/ou além. O governo brasileiro acolheu com satisfação a decisão do Canadá de incluir o Brasil no ANEXO 2 programa "Electronic Travel Authorization" CÓDIGO COMPARTILHADO (eTA). A partir de 1º maio de 2017, os turistas brasileiros que pretendam viajar para 1. Na exploração dos serviços acordados nas o Canadá por via aérea e preencham os rotas especificadas, qualquer empresa aérea requisitos do programa poderão solicitar designada de uma Parte poderá celebrar autorização de viagem àquele país por via acordos comerciais de código compartilhado eletrônica e mediante pagamento de taxa. A com: autorização de viagem emitida pelo eTA a) uma empresa ou empresas aéreas da será válida por cinco anos ou até que o mesma Parte; passaporte expire, o que ocorrer primeiro. b) uma empresa ou empresas aéreas da outra Parte; ELEIÇÃO DO SENHOR MICHEL c) uma empresa ou empresas aéreas de um AOUN À PRESIDÊNCIA DA terceiro país, desde que este terceiro país REPÚBLICA LIBANESA 31/10/2016

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 201

O governo brasileiro congratula o Presidente Governo da CPLP, para os próximos dois Michel Naim Aoun por sua eleição a Chefe anos. de Estado da República Libanesa e posse no cargo, em 31/10/2016. 3. Celebraram os 20 anos de constituição da CPLP, que logrou consolidar-se como foro O Brasil possui históricas e fraternas privilegiado de diálogo e de colaboração relações com o Líbano, pátria ancestral de entre os países de Língua Portuguesa, bem tantos brasileiros e um dos grandes como plataforma para a projeção do idioma contribuintes para a formação da que os une, tendo-se tornado uma nacionalidade brasileira. organização internacional reconhecida pela comunidade internacional. Fazemos votos de que a eleição de Michel Aoun contribua para o fortalecimento da 4. Reafirmaram a plena validade do estabilidade do Líbano. compromisso histórico consagrado na Declaração Constitutiva da CPLP, com a O Brasil, que abriga uma das maiores progressiva afirmação internacional do populações de origem libanesa no mundo, conjunto dos Estados-Membros, que receberá, ao final de novembro, a 1ª constituem um espaço geograficamente Conferência "Energia da Diáspora" para a descontínuo, mas identificado pelo idioma América Latina, em São Paulo. comum e pelos primados da paz, da democracia, do Estado de direito, dos direitos humanos e da justiça social.

XI CONFERÊNCIA DE CHEFES DE 5. Aprovaram as orientações constantes no ESTADO E DE GOVERNO DA relatório sobre a Nova Visão Estratégica da COMUNIDADE DOS PAÍSES DE CPLP (2016-2026) e renovaram a sua LÍNGUA PORTUGUESA – determinação em prosseguir aprofundando a DECLARAÇÃO DE BRASÍLIA concertação político-diplomática, a 01/11/2016 cooperação em todas as áreas e a promoção 1. Os Chefes de Estado e de Governo da e difusão da Língua Portuguesa no mundo, República de Angola, da República de modo a fortalecer a organização e a sua Federativa do Brasil, da República de Cabo presença junto aos cidadãos dos Estados- Verde, da República da Guiné-Bissau, da Membros e junto à comunidade República da Guiné Equatorial, da internacional. República de Moçambique, da República Portuguesa, da República Democrática de 6. Congratularam-se com a escolha do São Tomé e Príncipe e da República Senhor Eng.º António Guterres para o cargo Democrática de Timor-Leste, ou seus de Secretário-Geral das Nações Unidas, o representantes, reuniram-se na XI primeiro cidadão de um Estado-Membro da Conferência de Chefes de Estado e de CPLP a ocupar tão elevada posição. Governo da Comunidade dos Países de Saudaram ainda as Nações Unidas pela Língua Portuguesa (CPLP) em Brasília, nos forma transparente e consensual como foi dias 31 de outubro e 1 de novembro de 2016. conduzido o processo de designação.

2. Elegeram Sua Excelência o Senhor 7. Congratularam-se também com a exitosa Michel Temer, Presidente da República realização dos Jogos Olímpicos e Federativa do Brasil, como Presidente da Paraolímpicos no Rio de Janeiro, em agosto Conferência de Chefes de Estado e de e setembro de 2016, tendo sido a primeira

202 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. vez que as Olimpíadas e as Paraolimpíadas Observador Associado da CPLP à Hungria, foram celebradas em um país de Língua à República Checa, à República Eslovaca e Portuguesa. à República Oriental do Uruguai, cuja adesão à Organização muito a prestigia pela 8. Tomaram nota, com satisfação, das visibilidade política internacional que lhe medidas e atividades levadas a cabo e dos acresce. encontros celebrados desde a X Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, 13. Ressaltaram o relevante papel que os realizada em Díli, a 23 de julho de 2014 Observadores Associados podem (listados em anexo a esta Declaração), para desempenhar nas atividades da CPLP e a concretização dos objetivos da instaram o Secretariado Executivo, em Comunidade. coordenação com os Estados-Membros, a propor estratégias para intensificar o 9. Saudaram a escolha de “A CPLP e a envolvimento dos Observadores Associados Agenda 2030 para o Desenvolvimento com a Organização. Sustentável” como tema da XI Conferência de Chefes de Estado e de Governo e 14. Saudaram a realização da VI sessão da comprometeram-se em promover o diálogo Assembleia Parlamentar da CPLP, em político, a troca de experiências e a Brasília, entre 5 e 7 de abril de 2016, e cooperação com vista a apoiar, no âmbito da assinalaram a importância dos trabalhos da CPLP, a implementação da Agenda 2030 e Assembleia Parlamentar para a Comunidade de seus 17 Objetivos de Desenvolvimento e os seus cidadãos. Sustentável e das 169 metas associadas. 15. Tomaram boa nota do pedido dos 10. Congratularam-se com a proclamação de Procuradores-Gerais da Comunidade dos 2016 como o “Ano da CPLP contra o Países de Língua Portuguesa, de que seus Trabalho Infantil” e assumiram o Encontros, de caráter anual, possam ser compromisso de prosseguir cooperando com integrados na estrutura institucional da vista à prevenção e eliminação da CPLP. exploração do trabalho infantil no âmbito da Comunidade. 16. Reafirmaram a importância do envolvimento da sociedade civil nas 11. Reafirmaram o interesse dos Estados- atividades da CPLP e recomendaram a Membros em estimular o crescimento dos continuidade do processo de crescente fluxos comerciais e de investimento entre os institucionalização da sua participação na integrantes da CPLP, por meio do Comunidade, por meio da articulação com fortalecimento da coordenação entre os os Observadores Consultivos e com outros Estados. Destacaram, nesse sentido, a mecanismos de organização da sociedade realização do Fórum Econômico Global, civil, como o Fórum da Sociedade Civil, numa iniciativa inovadora, que aliando o com vista à construção de um mecanismo esforço governamental às iniciativas integrado de diálogo e colaboração entre a empresariais da Comunidade, busca atrair sociedade civil e a CPLP. investimentos para o desenvolvimento socioeconômico no espaço da Comunidade, Concertação política e diplomática em consentâneo com o objetivo 17 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 17. Destacaram a realização de eleições regulares nos Estados-Membros e a 12. Aprovaram a concessão da categoria de legitimidade democrática que daí decorre,

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 203 elementos essenciais de afirmação dos harmonização legislativa interna, decorrente direitos do homem e do cidadão, e da da moratória à pena de morte em vigor, no preservação de instituições democráticas e sentido de a converter em abolição, em representativas, bem como do reforço do conformidade com os princípios Estado de direito democrático. fundamentais e valores universais comungados por todos os Estados- 18. Saudaram o papel da CPLP e dos seus Membros; Estados-Membros na observação de eleições em São Tomé e Príncipe (outubro de 2014) Reconheceram os esforços empreendidos e em Moçambique (outubro de 2014), bem pela Guiné Equatorial na adoção plena da como no acompanhamento da eleição na Língua Portuguesa, designadamente através Guiné Equatorial (abril de 2016). dos órgãos de comunicação social, com destaque para a Televisão Nacional e Rádio 19. Regozijaram-se pelo importante papel Asonga, bem como a integração da Língua desempenhado pelo fórum P5 – integrado Portuguesa no currículo dos Centros pelas Nações Unidas, União Africana, Educativos; CEDEAO, União Europeia e CPLP – e pela Comissão de Consolidação da Paz das Reiteraram o empenho em apoiar os esforços Nações Unidas, na configuração específica da Guiné Equatorial na sua plena integração para a Guiné-Bissau, no acompanhamento na CPLP, em aspetos que possam vir a ser da situação política guineense e na identificados junto dos órgãos da CPLP; promoção de um diálogo construtivo entre os atores políticos guineenses, bem como na facilitação do diálogo com os parceiros Felicitaram a iniciativa da Guiné Equatorial internacionais, essencial para a em instituir o Prêmio UNESCO/Guiné implementação de um roteiro para a paz, a Equatorial em Ciências da Vida, que em estabilidade e o desenvolvimento econômico 2015 foi atribuído a um cidadão de um e social que o povo guineense tanto almeja; Estado-Membro da CPLP .

21. Tomaram nota dos esforços realizados Mandataram o Secretário Executivo da por Timor-Leste para delimitar CPLP a continuar a acompanhar a situação definitivamente, em harmonia com o Direito política na Guiné-Bissau e a manter um Internacional, as fronteiras marítimas com quadro de concertação e interação com os ambos os vizinhos, a Austrália e a Indonésia, atores políticos guineenses e os parceiros e expressaram solidariedade à causa internacionais e regionais. timorense em assegurar o exercício dos direitos soberanos e de jurisdição sobre o seu 20. Congratularam-se com o anúncio da território marítimo, nos termos da conclusão dos procedimentos internos de Convenção das Nações Unidas sobre o ratificação dos Estatutos da CPLP e com a Direito do Mar, e garantir assim um futuro entrega simbólica da respetiva carta ao melhor para o povo de Timor-Leste; Secretário Executivo da CPLP, que consolida a integração da Guiné Equatorial Saudaram o início das discussões na CPLP e abre caminho à adoção do acervo preparatórias entre Timor-Leste e a comunitário; Indonésia com vista a delimitar as fronteiras marítimas entre os dois países, num espírito Registraram com agrado a solicitação da de amizade e no âmbito do direito Guiné Equatorial de apoio técnico à internacional, e reconheceram a iniciativa de

204 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Timor-Leste em iniciar um processo de aprofundamento da Comunidade e a conciliação obrigatória com a Austrália, um progressiva construção de uma cidadania da mecanismo de resolução de disputas no CPLP, e reconheceram a necessidade de que âmbito da Convenção das Nações Unidas sejam retomadas as discussões sobre o tema, sobre o Direito do Mar, que está a ser posto levando em conta as diferentes realidades de em prática pela primeira vez, com o objetivo cada Estado-Membro. Ao mesmo tempo, de alcançar uma solução justa e aceitável reconheceram que a aplicação dos Acordos para ambas as partes. de Brasília, de forma gradual e diferenciada pelos Estados-Membros, deverá contribuir 22. Registraram, com satisfação, a adoção, para uma maior circulação dos cidadãos no em 6 de julho de 2015, pela 69.ª Assembleia espaço CPLP. Neste sentido, saudaram a Geral das Nações Unidas, da Resolução decisão das Autoridades de São Tomé e 69/311 “Cooperação entre as Nações Unidas Príncipe em isentar de vistos todos os e a Comunidade dos Países de Língua cidadãos dos Estados-Membros para estadas Portuguesa”, e reiteraram a importância de de um período de até 15 dias. estreitar a colaboração entre a CPLP e as Nações Unidas, suas agências, entidades e 25. Reafirmaram o compromisso de reforçar programas, bem como outros organismos o direito humano à alimentação adequada internacionais, regionais e subregionais. nas políticas nacionais e comunitária, reconhecendo o seu papel na erradicação da 23. Reafirmaram a necessidade de avançar fome e da pobreza nos países da na reforma das Nações Unidas, em particular Comunidade, bem como a prioridade dada de seu Conselho de Segurança, com vistas a ao tema da segurança alimentar e nutricional reforçar sua representatividade, legitimidade na agenda da CPLP. Destacaram, nesse e eficácia, por meio da incorporação de sentido, a necessidade de implementar as novos membros permanentes e não ações previstas no plano de atividades da permanentes e do aprimoramento dos Estratégia de Segurança Alimentar e métodos de trabalho do órgão; Nutricional da CPLP (ESAN-CPLP) e de consolidar o Conselho de Segurança Reiteraram seu apoio à aspiração do Brasil Alimentar e Nutricional da CPLP de ocupar assento permanente em um (CONSAN-CPLP). Conselho de Segurança ampliado, recordando os termos do Comunicado Final 26. Reiteraram a importância do tema dos da II Reunião do Conselho de Ministros oceanos para os Estados-Membros da CPLP (Salvador, 1997), da Declaração de São e, nesse sentido, reafirmaram o Tomé e Príncipe (2004), da Declaração de compromisso com a negociação de novo Bissau (2006), da Declaração de Lisboa acordo internacional juridicamente (2008), da Declaração de Luanda (2010), da vinculante, no âmbito da Convenção das Declaração de Maputo (2012) e da Nações Unidas sobre o Direito do Mar Declaração de Díli (2014). Reiteraram, (CNUDM), sobre a conservação e uso igualmente, nesse âmbito, o apoio à sustentável da biodiversidade marinha além pretensão da África de estar representada na das jurisdições nacionais. Reafirmaram, categoria de membro permanente do ainda, o compromisso de, até 2020, gerir de Conselho de Segurança. forma sustentável e proteger os ecossistemas marinhos e costeiros para evitar impactos 24. Assinalaram que a mobilidade e a adversos significativos, fomentando, para circulação no espaço da CPLP constituem tanto, a cooperação entre os países membros um instrumento essencial para o da CPLP. Asseveraram a vontade política

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 205 comum de assegurar a conservação e o uso sustentável dos oceanos e de seus recursos d) Candidatura do Juiz José Luís de Jesus, de pela implementação do direito internacional, Cabo Verde, à reeleição no cargo de Juiz do como refletido na CNUDM, que provê o Tribunal Internacional do Direito do Mar, arcabouço legal para a conservação e para o mandato 2017-2020; utilização sustentável dos oceanos e dos seus recursos. e) Candidaturas do Professor Doutor Aldino Santos de Campos, de Portugal, e do 27. Instaram os Estados que ainda não o Almirante Ribas Marques, do Brasil, à fizeram a assinar e ratificar o Acordo sobre Comissão de Limites da Plataforma Medidas do Estado do Porto para Prevenir, Continental, para o mandato 2017-2022; Impedir e Eliminar a Pesca Ilegal, Não Declarada e Não Regulamentada, negociado f) Candidatura da Professora Doutora no âmbito da Organização das Nações Patrícia Galvão Teles, de Portugal, à Unidas para a Alimentação e a Agricultura Comissão do Direito Internacional, para o (FAO). mandato 2017 a 2021.

28. Sublinharam a vontade política comum 29. Assinalaram a importância do diálogo e de promover a imagem da CPLP através do da colaboração mantidos pelos Grupos endosso de candidaturas dos seus Estados- CPLP nas diversas capitais e cidades-sede de Membros a cargos e funções em organismos internacionais e recomendaram organizações internacionais, manifestando o que as suas atividades sejam estimuladas e endosso da CPLP às seguintes candidaturas, aprofundadas, tendo em conta o seu no âmbito do sistema das Nações Unidas: potencial. a) Candidatura do Embaixador Gilberto Cooperação Vergne Saboia, do Brasil, à reeleição como membro da Comissão de Direito 30. Reiteraram a relevância da cooperação Internacional, para o mandato 2017-2021, para o desenvolvimento sustentável dos nas eleições que ocorrerão durante a 71.ª Estados-Membros e para a consolidação e a Sessão da Assembleia Geral das Nações projeção internacional da Comunidade. Unidas, em novembro de 2016; 31. Destacaram, nesse sentido, o potencial b) Candidatura do Professor Antônio que a cooperação da CPLP oferece, numa Augusto Cançado Trindade, do Brasil, à lógica de cooperação horizontal e triangular, reeleição como Juiz da Corte Internacional para a partilha de conhecimento e de de Justiça, para o mandato 2018-2027, nas experiências entre a cooperação tradicional e eleições que ocorrerão durante a 72.ª Sessão a cooperação Sul-Sul e com outros contextos da Assembleia Geral das Nações Unidas, em e atores internacionais. novembro de 2017; 32. Reafirmaram a necessidade de fortalecer c) Candidatura do Brasil à reeleição como a ação dos Pontos Focais de Cooperação, de membro do Comitê Consultivo sobre acordo com suas atribuições, promovendo Questões Administrativas e Orçamentárias designadamente a sua capacitação e a sua das Nações Unidas, para o mandato 2018- crescente articulação com os pontos focais 2020, nas eleições que ocorrerão durante a setoriais, de modo a consolidar uma 72.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações perspectiva integrada da cooperação na Unidas, em novembro de 2017; CPLP, em alinhamento com os Objetivos de

206 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Desenvolvimento Sustentável, no quadro da junho de 2015, em Cascais, da I Reunião de Agenda 2030; Ministros da Energia da CPLP e da I Conferência Energia para o Reiteraram a relevância e a necessidade de Desenvolvimento da CPLP e em outubro de um amplo compromisso e parceria para a 2016, em Malabo, da I Reunião Técnica da promoção e concretização da Agenda 2030 Energia, que evidenciaram o potencial da para o Desenvolvimento Sustentável nos CPLP enquanto ator global na diplomacia da Estados-Membros, num espírito de energia, lançando as bases para uma solidariedade reforçado e focado nas cooperação que poderá assegurar a necessidades daqueles em maior situação de segurança e sustentabilidade energética e pobreza e vulnerabilidade. garantir o acesso universal à energia, nas suas diversas tipologias, no espaço 33. Ressaltaram a necessidade de comunitário. desenvolver estratégias e mecanismos para o financiamento das atividades de cooperação Ação Cultural, Promoção e Difusão da da CPLP. Língua Portuguesa

34. Registraram a importância de fortalecer 38. Destacaram a importância de a execução técnica e operacional do Plano desenvolver projetos conjuntos com o Indicativo de Cooperação (PIC) e dos planos objetivo de difundir e fortalecer a Língua estratégicos setoriais, estimulando e Portuguesa, incentivando a realização de promovendo a capacitação dos agentes iniciativas comuns e o contato entre as redes responsáveis por sua implementação. de institutos, de centros culturais e de leitorados dos Estados-Membros, no 35. Reafirmaram o seu compromisso com a entendimento de que a realização de ações defesa e promoção dos direitos humanos, conjuntas contribui para marcar o caráter enquanto pilares da dignidade humana e do internacional da Língua Portuguesa e a bem-estar das populações dos Estados- pluralidade cultural que lhe é intrínseca. Membros da CPLP, objetivos centrais de todos os esforços de cooperação 39. Reafirmaram a importância da intracomunitária. Nesse sentido, destacaram circulação e da difusão de bens culturais a importância de aprofundar a discussão entre os Estados-Membros na disseminação sobre a promoção e a proteção dos direitos dos produtos culturais contemporâneos em humanos no âmbito da CPLP, inclusive, mas Língua Portuguesa, reconhecendo que esta não exclusivamente, por meio do permitirá o fortalecimento das intercâmbio de boas práticas em direitos potencialidades econômicas desse setor e humanos e pelo estímulo à educação em representa um importante passo na difusão matéria de direitos humanos. da diversidade cultural em Língua Portuguesa em todo o mundo. 36. Evidenciaram a assinatura, no âmbito da XX Reunião Ordinária do Conselho de 40. Congratularam-se pelos resultados Ministros da CPLP, em Díli, em julho de alcançados até agora pelo Programa CPLP 2015, da Convenção Multilateral de Audiovisual, que tem logrado estimular a Segurança Social da CPLP, instando a que produção e a veiculação da produção todos os Estados-Membros a ratifiquem. audiovisual dos Estados-Membros, através da rede das emissoras de televisão públicas 37. Enalteceram os avanços registados no nestes países. domínio da energia, com a realização, em

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 207

41. Saudaram Timor-Leste por organizar a III Conferência Internacional sobre o Futuro 45. Regozijaram-se com o fato de a da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, comemoração do Dia da Língua Portuguesa em Díli, de 15 a 17 de junho de 2016, que e da Cultura na CPLP se vir afirmando nos marcou o caráter contínuo e regular da Estados-Membros e noutros países, bem reflexão alimentada pelas Conferências, bem como em diferentes comunidades da como ressaltou o escopo global da Língua diáspora, como manifestação de que “a Portuguesa, discutida em conferências na Língua Portuguesa é um meio privilegiado América, na Europa e, agora, na Ásia. de difusão da criação cultural entre os povos Registraram, ainda, de forma positiva, o que falam português e de projeção contributo do IILP para a realização de internacional dos seus valores culturais, Colóquios Preparatórios para a III numa perspectiva aberta e universalista”. Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial (Díli 46. Congratularam-se com a atribuição do e Praia); “Prêmio José Aparecido de Oliveira” em ex aequo ao Dr. Jorge Fernando Branco de Recomendaram que se calendarizem, para o Sampaio, antigo Presidente da República primeiro trimestre de 2017, as reuniões Portuguesa, ao Professor Doutor Carlos necessárias dos segmentos técnico-científico Lopes, ex-Secretário Executivo da Comissão e político-diplomático para a configuração Económica das Nações Unidas para África, final do Plano de Ação de Díli. e ao Embaixador Lauro Barbosa da Silva Moreira, Diplomata de carreira do Brasil e 42. Enfatizaram o papel central do Instituto primeiro Representante Permanente junto da Internacional da Língua Portuguesa (IILP) CPLP, pelo elevado mérito, e pelo extenso na coordenação em temas relativos ao contributo para a difusão dos valores da idioma, em conformidade com diretrizes CPLP e a visibilidade da Comunidade, estabelecidas pela CPLP. Concordam, por demonstrados por estas ilustres isso, na necessidade do fortalecimento do individualidades. IILP, com meios humanos e financeiros de modo a cumprir cabalmente o seu mandato. 47. Elegeram a Dr.ª Maria do Carmo Trovoada Pires de Carvalho Silveira, 43. Congratularam-se com o indicada pela República Democrática de São desenvolvimento dos principais projetos do Tomé e Príncipe, para o cargo de Secretária Instituto Internacional da Língua Portuguesa Executiva da CPLP, para um mandato de (Plataforma Vocabulário Ortográfico dois anos, de 1 de janeiro de 2017 a 31 de Comum e Portal do Professor Língua dezembro de 2018. Estrangeira/Língua Não Materna) e com a criação de novos projetos (Terminologias 48. Concordaram que o(a) Secretário(a) Científicas e Técnicas Comuns da Língua Executivo(a) que sucederá a Dr.ª Maria do Portuguesa e Plano de Leitura CPLP). Carmo Trovoada Pires de Carvalho Silveira será indicado(a) pela República Portuguesa 44. Saudaram a assinatura do Memorando de e exercerá o seu mandato por dois anos, de 1 Cooperação entre a República da Namíbia, de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de País Observador Associado da CPLP, e o 2020. IILP com o objetivo de promover o idioma, com ênfase na formação de professores de 49. Decidiram que os mandatos dos Língua Portuguesa para os diferentes níveis Secretários Executivos passam a ter início do sistema educativo. no dia 1 de janeiro do primeiro ano de

208 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. mandato, e término no dia 31 de dezembro Exercício de 2017; do ano subsequente. xv) O Orçamento de Funcionamento do IILP para o Exercício de 2017. 50. Congratularam-se com a renovação do mandato da Diretora Geral do Secretariado 53. Aprovaram as seguintes declarações: Executivo da CPLP, Dr.ª Georgina Benrós de Mello. i) Declaração sobre “A Nova Visão Estratégica da CPLP (2016-2026)”; 51. Saudaram, com satisfação, a recondução ii) Declaração sobre os 20 anos da CPLP; da Diretora Executiva do IILP, Professora iii) Declaração sobre a CPLP e a Agenda Doutora Marisa Guião de Mendonça, para o 2030 para o Desenvolvimento Sustentável; segundo mandato. iv) Declaração sobre a Situação Política na Guiné-Bissau; 52. Tomaram nota da adoção, pelo Conselho v) Declaração sobre as Disputas das de Ministros, das seguintes resoluções sobre: Fronteiras Marítimas.

54. Aprovaram a Declaração de Apreço ao i) A IV Conferência Global sobre Trabalho Presidente da República Democrática de Infantil; Timor-Leste, Taur Matan Ruak. ii) A Declaração do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP 55. Aprovaram a Declaração de Apreço ao (CONSAN-CPLP); Secretário Executivo da CPLP, Embaixador iii) O Fórum Econômico Global; Murade Isaac Murargy, pela qual expressam iv) A Mobilidade na CPLP; um voto de louvor pela dedicação, elevada v) O Repositório Científico da CPLP; competência e determinação com que serviu vi) A Representatividade dos Estados- a CPLP, durante os seus mandatos. Membros no Secretariado Executivo da CPLP; 56. Prestaram homenagem ao antigo vii) A Alteração do Regulamento dos Presidente da República de Cabo Verde, Observadores Consultivos da CPLP António Mascarenhas Monteiro. (supressão do numerus clausus); viii) A Alteração do Regulamento do Prêmio 57. Prestaram homenagem ao Padre Leão da “José Aparecido de Oliveira”; Costa, da República Democrática de Timor- ix) O Programa de Fomento à Produção e Leste. Teledifusão de Conteúdos Audiovisuais da CPLP – Programa CPLP Audiovisual; 58. Saudaram, com satisfação, a x) A Concessão da Categoria de Observador disponibilidade da República de Cabo Verde Consultivo da CPLP; para acolher a XII Conferência de Chefes de xi) As Terminologias Científicas e Técnicas Estado e de Governo da CPLP, em 2018; Comuns da Língua Portuguesa; xii) O Relatório de Auditoria às Demonstrações Financeiras do Secretariado 59. Felicitaram as autoridades brasileiras Executivo da CPLP no ano de 2014; pela excelente organização e expressaram o xiii) O Relatório de Auditoria às seu agradecimento pelo acolhimento e pela Demonstrações Financeiras do IILP no ano hospitalidade dispensada a todos os de 2014; participantes na XI Conferência de Chefes xiv) O Orçamento de Funcionamento do de Estado e de Governo da Comunidade dos Secretariado Executivo da CPLP para o Países de Língua Portuguesa.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 209

ATOS ASSINADOS POR OCASIÃO DA Feita e assinada em Brasília, a 1 de XII CIMEIRA BRASIL-PORTUGAL – novembro de 2016. BRASÍLIA, 1º DE NOVEMBRO DE 2016 01/11/2016 Pela República de Angola Manuel Domingos Vicente, Vice-Presidente 1. MEMORANDO DE ENTENDIMENTO da República de Angola SOBRE COOPERAÇÃO ANTÁRTICA ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA Pela República Federativa do Brasil FEDERATIVA DO BRASIL E O Michel Temer, Presidente da República GOVERNO DA REPÚBLICA Federativa do Brasil PORTUGUESA 2. MEMORANDO DE ENTENDIMENTO Pela República de Cabo Verde ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA Jorge Carlos Fonseca, Presidente da FEDERATIVA DO BRASIL E O República de Cabo Verde GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA PARA A CRIAÇÃO DE Pela República da Guiné-Bissau UM PRÊMIO DE LITERATURA Baciro Djá, Primeiro-Ministro da República INFANTIL E JUVENIL da Guiné-Bissau 3. MEMORANDO DE ENTENDIMENTO Pela República da Guiné Equatorial ENTRE A AGÊNCIA BRASILEIRA DE Obiang Nguema Mbasogo, Presidente da COOPERAÇÃO E O CAMÕES, República da Guiné Equatorial INSTITUTO DA COOPERAÇÃO E DA LÍNGUA, SOBRE COOPERAÇÃO Pela República de Moçambique TÉCNICA PARA O Oldemiro Júlio Marques Balói, Ministro dos DESENVOLVIMENTO EM BENEFÍCIO Negócios Estrangeiros e Cooperação da DE TERCEIROS PAÍSES República de Moçambique 4. DECLARAÇÃO CONJUNTA ENTRE O Pela República Portuguesa MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E República Portuguesa COMUNICAÇÕES DA REPÚBLICA António Costa, Primeiro-Ministro da FEDERATIVA DO BRASIL E O República Portuguesa MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR Pela República Democrática de São Tomé e DA REPÚBLICA PORTUGUESA PARA Príncipe O REFORÇO DA COOPERAÇÃO NOS Evaristo do Espírito Santo Carvalho, DOMÍNIOS DA INVESTIGAÇÃO Presidente da República Democrática de São CIENTÍFICA E DA TECNOLOGIA Tomé e Príncipe Memorando de Entendimento sobre

cooperação antártica entre o governo da Pela República Democrática de Timor-Leste República Federativa do Brasil e o Taur Matan Ruak, Presidente da República governo da República Portuguesa Democrática de Timor-Leste

O Governo da República Federativa do Brasil

210 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. e Antártico,

O Governo da República Portuguesa Decidem o seguinte: (doravante denominados “Signatários”),

Reiterando seu desejo de fortalecer a CLÁUSULA I cooperação bilateral e os laços de amizade entre ambos os países; 1. Os Signatários envidarão seus melhores Tendo presente os Artigos II e III do Tratado esforços para realizar atividades conjuntas da Antártida e o Artigo VI do Protocolo ao de forma a aproveitar as oportunidades de Tratado da Antártida sobre Proteção ao Meio cooperação previstas nos acordos que Ambiente, bem como as Recomendações, compõem o Sistema do Tratado da Medidas, Decisões e Resoluções das Antártida, e com fim de otimizar o emprego Reuniões Consultivas do Tratado da de recursos humanos e materiais e, Antártida que ressaltam a importância da igualmente, de evitar duplicidades em cooperação internacional nas atividades matérias destinadas a aperfeiçoar o trabalho científicas realizadas na área da Antártida, de pesquisa científica interdisciplinar na região antártica.

Conscientes da crescente importância da 2. Os Signatários revisarão, ao menos uma Antártida para a investigação científica, vez por ano, a execução do presente particularmente no âmbito do meio ambiente Memorando no que diz respeito aos seus global, bem como da necessidade de reduzir benefícios e possibilidades de ao mínimo os impactos das atividades aperfeiçoamento. científicas e humanas no meio ambiente antártico e nos ecossistemas dependentes e CLÁUSULA II associados,

Considerando o marco do Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica entre o Os Signatários se comprometerão, no âmbito Governo da República Portuguesa e o do Sistema do Tratado da Antártida, a Governo da República Federativa do Brasil, cooperar especificamente nas seguintes assinado em Lisboa, em 5 de Maio de 1986, áreas: bem como a Declaração Conjunta assinada pelos Ministros da Ciência e Tecnologia da a) preparação conjunta de projetos República Federativa do Brasil e da científicos e tecnológicos, consoantes com República Portuguesa, no Rio de Janeiro, em os objetivos de suas atividades antárticas 11 de Setembro de 1997, nacionais;

Considerando, ademais, a vontade de ambos b) intercâmbio de informação em campos de os países em fortalecer seus vínculos interesse comum, especialmente sobre as bilaterais de amizade e cooperação na possíveis repercussões das atividades Antártida, particularmente em assuntos realizadas por ambos os países e os efeitos relativos à cooperação científica de outros projetos realizados no âmbito do internacional, à observação científica e à Tratado da Antártida, relacionados com o investigação de processos de importância meio ambiente antártico e seus ecossistemas global e regional ao sul do Círculo Polar dependentes e associados;

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 211

meios de difusão relacionados aos temas c) promoção da educação e da formação antárticos de interesse mútuo que tenham profissional de recursos humanos mediante relação com as respectivas missões ou intercâmbio de especialistas, pessoal objetivos de cada uma das instituições científico, logístico e técnico, bem como envolvidas; realização de cursos de capacitação e atividades acadêmicas nas instituições c) outorgar facilidades para acesso a competentes de ambos os Signatários; materiais didáticos, de audiovisual e/ou bibliográfico e, em geral, a todo meio d) facilitação, na medida de suas tecnológico que se encontre em posse dos capacidades, do transporte, do alojamento, Signatários ou que esses venham a adquirir da expedição e de outras atividades ou desenvolver no futuro, que diga respeito logísticas relacionadas a atividades aos objetivos do Memorando e que sejam nacionais na Antártida, incluindo o compatíveis, quanto a sua difusão ou desenvolvimento de expedições conjuntas e entrega, com os regulamentos que se a utilização compartilhada de meios. estabeleçam na normativa interna de cada instituição;

d) promover o desenvolvimento de CLÁUSULA III atividades científicas conjuntas na Antártida, a fim de mitigar o impacto no meio ambiente Os órgãos designados para coordenar as e reduzir as exigências logísticas vinculadas; atividades de cooperação conforme o presente Memorando são: e) coordenar a cooperação nos demais temas a) O Ministério dos Negócios Estrangeiros indicados na Cláusula II do presente da República Portuguesa e a Fundação para Memorando. a Ciência e a Tecnologia, I.P.; b) O Ministério das Relações Exteriores da CLÁUSULA V República Federativa do Brasil.

Salvo decidido em contrário, cada Signatário custeará os gastos que incorrer na execução CLÁUSULA IV das atividades mencionadas acima. Os gastos incorridos pelas instituições Os órgãos designados envidarão seus governamentais de cada Signatário que melhores esforços para: participem de atividades decorrentes do presente Memorando serão custeados de a) incentivar a elaboração de editais acordo com as leis e os regulamentos dos conjuntos para o desenvolvimento conjunto respectivos Signatários. de planos, programas ou projetos técnico- científicos antárticos, em áreas que serão CLÁUSULA VI acordadas oportunamente pelos Signatários; b) fomentar o desenvolvimento científico e No espírito do Sistema do Tratado da tecnológico mediante a organização Antártida e considerando os programas de conjunta de estudos, reuniões, eventos, cooperação antártica, apoiados pela conferências, exposições, oficinas ou outros

212 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

República Portuguesa e pela República Assinado em Brasília, a 1º de novembro de Federativa do Brasil junto a outros países, os 2016, em dois exemplares originais, em órgãos designados avaliarão conjuntamente língua portuguesa, sendo ambos igualmente a possibilidade de ampliar a cooperação autênticos. bilateral junto a terceiros países, mediante programas plurilaterais. Com esse fim, deverão, quando se julgue necessário, buscar PELO GOVERNO DA REPÚBLICA fontes de financiamento adicionais, sejam FEDERATIVA DO BRASIL PELO públicas ou privadas, com o objetivo de GOVERNO DA REPÚBLICA assegurar os recursos humanos e logísticos PORTUGUESA requeridos. ______

CLÁUSULA VII Memorando de Entendimento entre o Com a necessária antecedência ao início de governo da República Federativa do cada temporada antártica, os órgãos Brasil e o governo da República designados examinarão as condições Portuguesa para a criação de um prêmio existentes de modo a facilitar e otimizar as de literatura infantil e juvenil atividades destinadas a cumprir as metas especificadas nas Cláusulas II e IV do presente Memorando. O Governo da República Federativa do Brasil

CLÁUSULA VIII e

O presente Memorando de Entendimento O Governo da República Portuguesa, poderá ser alterado, a qualquer momento, (doravante denominados "os Signatários"), por acordo mútuo dos Signatários expresso por escrito. Empenhados em intensificar a parceria estabelecida pelo Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre a República CLÁUSULA IX Portuguesa e a República Federativa do O presente Memorando de Entendimento Brasil, assinado em Porto Seguro, em 22 de produzirá efeitos a partir da data da sua abril de 2000; assinatura, por tempo indeterminado. Interessados na integração cada vez maior O presente Memorando de Entendimento dos povos de língua portuguesa e na deixará de produzir efeitos quando qualquer preservação e disseminação da língua dos Signatários manifestar a sua vontade portuguesa e da cultura dos países lusófonos; nesse sentido, notificando o outro por Reconhecendo que a cooperação na área de escrito, com uma antecedência de 60 dias. literatura para crianças e jovens contribui CLÁUSULA X para o fortalecimento do mercado de bens culturais entre os dois países e no âmbito da Comunidade de Países de Língua O previsto no presente Memorando não gera Portuguesa, obrigações no âmbito do Direito Internacional Público. Chegaram ao seguinte entendimento:

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 213

Cláusula 1 GOVERNO DA REPÚBLICA PORTUGUESA Os Signatários viabilizarão meios para a criação de um prêmio para escritores e ______ilustradores de livros infantis e juvenis de língua portuguesa, nos moldes do Prémio Camões. Memorando de Entendimento entre a Agência Brasileira de Cooperação e o Cláusula 2 Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, sobre cooperação técnica para o Um Grupo de Trabalho será constituído para desenvolvimento em benefício de terceiros impulsionar a definição do regulamento do países Prêmio, a ser instituído por meio de Protocolo Adicional ao Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, de 22 de abril de A Agência Brasileira de Cooperação (ABC) 2000. e Cláusula 3 O Camões, Instituto da Cooperação e da O presente Memorando de Entendimento Língua (Camões, IP) pode ser alterado, com o consentimento dos (doravante designados "Signatários"); Signatários, por meio de Troca de Notas, por via diplomática. Considerando que as relações de cooperação Cláusula 4 entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa têm sido fortalecidas Caso qualquer discordância ou controvérsia ocorra no que se refere à execução deste no quadro do Tratado de Amizade, Memorando de Entendimento, a questão Cooperação e Consulta e do Memorando de Entendimento para a criação de mecanismo será resolvida mediante consulta entre os de consultas bilaterais na área da cooperação Signatários. para o desenvolvimento e ao amparo do Cláusula 5 Acordo Básico de Cooperação Técnica entre os Governos do Brasil e de Portugal, 1. Este Memorando de Entendimento assinado em Lisboa, em 07 de setembro de produzirá efeitos a partir da data da sua 1966; assinatura por tempo indeterminado. Considerando que a ABC e o Camões, IP são 2. Qualquer dos Signatários poderá notificar, as Agências Governamentais de Cooperação a qualquer momento, por via diplomática, a para o Desenvolvimento da República sua decisão de interromper o presente Federativa do Brasil e da República Memorando de Entendimento. Portuguesa e que compartilham os compromissos no que se refere aos

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Assinado em Brasília, em 1 de novembro de (ODS), a defesa e a promoção dos direitos 2016, em dois originais, sendo ambos os humanos e ao fortalecimento das instituições textos igualmente válidos democráticas;

Considerando que os Governos de ambos os PELO GOVERNO DA REPÚBLICA Estados partilham um forte interesse em FEDERATIVA DO BRASIL PELO estabelecer uma parceria estratégica de

214 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. cooperação trilateral com ações conjuntas cooperação trilateral, que Brasil e Portugal concretas em terceiros países em podem impulsionar com outros parceiros. desenvolvimento, nomeadamente em países de língua oficial portuguesa da África e Decidem o seguinte: Timor Leste, e outros que acordar I. OBJETO conjuntamente, e em matérias sobre as quais os seus dois Estados partilhem um interesse 1. O presente Memorando de Entendimento comum e que contribuam para a erradicação (doravante designado por MdE) visa a da pobreza e para o desenvolvimento envidar esforços para o estabelecimento das sustentável dos países beneficiários diretrizes para ações conjuntas de (doravante designados como “países cooperação entre os Signatários, sob as quais beneficiários”); poderão desenvolver linhas de trabalho para lidar de forma efetiva com os desafios do Reconhecendo que a coordenação das desenvolvimento, por meio da utilização atividades de cooperação para o coordenada dos respetivos recursos desenvolvimento dos Signatários contribuirá financeiros, técnicos e humanos disponíveis, para alcançar uma maior eficiência e promovendo o desenvolvimento econômico, melhores resultados de desenvolvimento, a social e ambiental dos países beneficiários, fim de tornarem mais efetivos os programas contribuindo para a concretização dos ODS. destinados à melhoria das condições socioeconômicas e ambientais desses países; II. PRINCÍPIOS

Reconhecendo ainda, na perspectiva dos 1. As atividades de parceria para a beneficiários, as vantagens comparativas dos cooperação trilateral para o Signatários em levar a cabo ações conjuntas desenvolvimento a serem desenvolvidas no âmbito da cooperação para o pelos Signatários terão por base os seguintes desenvolvimento; princípios gerais:

Constatando que os esforços desenvolvidos a) Respeito pela apropriação dos países pelo Brasil em matéria de Cooperação Sul- beneficiários ao promover a sua participação Sul e por Portugal no quadro da sua política em atividades conjuntas, baseando as de Cooperação têm trazido grandes intervenções nas necessidades e prioridades benefícios junto aos países em por eles identificadas; desenvolvimento; b) Reconhecimento mútuo de procedimentos Afirmando o estabelecimento de uma nova e complementaridade de recursos dos etapa de cooperação baseada no diálogo Signatários na sua implementação; entre os Signatários que permita definir objetivos de acordo com um novo cenário de c) Reforçar as capacidades dos países desafios em matéria de cooperação para o beneficiários para implementar políticas que desenvolvimento, sendo esta uma nova etapa garantam o respeito, a promoção e a defesa que visa estabelecer uma maior eficiência na dos direitos humanos, a boa governança, o gestão dos recursos disponíveis e que fortalecimento das instituições democráticas estabeleça sinergias com outros países por e proteção do meio ambiente; meio de projetos de cooperação trilateral e d) Promoção da igualdade de gênero na outros mecanismos de cooperação; e elaboração, planejamento, implementação e Reconhecendo as potencialidades no marco monitoramento de todas as atividades e/ou da Cooperação Sul-Sul brasileira e na projetos conjuntos decididos pelos Signatários;

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 215 e) Orientação por resultados; V. DEFINIÇÃO E PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES f) Promoção da eficácia das ações de cooperação para o desenvolvimento; 1. Os Signatários estabelecerão um mecanismo de coordenação de nível g) Ação em resposta às demandas dos países estratégico para discutir os programas e/ou em desenvolvimento, tendo por base as projetos conjuntos, desenvolver planos de experiências e prioridades locais; trabalho para esses programas e/ou projetos, planejar e rever a implementação deste MdE. h) Relações horizontais e com benefícios mútuos; e 2. Deverá ser igualmente estabelecido um Comitê Executivo, doravante denominado i) Importância da apropriação da experiência "Comitê", que dará seguimento às ações do transferida. presente MdE. Este Comitê se reunirá 2. Estas atividades serão desenvolvidas com anualmente e será conformado de maneira base de respeito mútuo, essencial para a paritária por representantes da ABC e do criação de uma relação de confiança. Camões, IP.

3. Fica à responsabilidade de cada Signatário 3. As atribuições do Comitê incluirão: sugerir projetos de cooperação e/ou a) Elaboração de modelo de documento de atividades de coordenação sempre que se projeto e das modalidades de execução do considerar necessário ou apropriado. presente MdE; III. ATIVIDADES DE COOPERAÇÃO b) Definição dos critérios de avaliação e 1. Os Signatários deverão fazer uso das boas acompanhamento das iniciativas; práticas para, conjuntamente, atuarem na cooperação para o desenvolvimento, com o c) Identificação dos setores e países nos quais serão realizadas as atividades objeto da propósito de promover o desenvolvimento parceria; socioeconômico dos países beneficiários.

2. As atividades desenvolvidas no âmbito d) Identificação das atividades de cooperação trilateral a serem desenvolvidas deste MdE poderão englobar iniciativas nos países beneficiários de acordo com as coincidentes com as prioridades geográficas e setoriais dos Governos de Portugal e do prioridades destes últimos; e Brasil, e que se enquadrem nas prioridades e) Análise e revisão dos processos de de desenvolvimento dos países acompanhamento da implementação dos beneficiários. acordos ou dos entendimentos técnicos 3. Serão encorajadas as parcerias público– assinados e, nesse marco, atuar coordenando e monitorando a execução das atividades de privadas como fator multiplicador em todos projeto. os outros setores transversais. 4. Excepcionalmente, poderão ser IV. APLICAÇÃO convidadas para participar das reuniões do 1. O presente MdE é aplicável de acordo Comitê as instituições parceiras executoras e com o quadro legal de cada Signatário e não co-executoras dos projetos, assim como constitui um acordo vinculativo nos termos técnicos e especialistas. do direito internacional nem propõe a 5. Todas as decisões tomadas pelo Comitê criação de obrigações legais vinculativas para qualquer um dos Signatários. deverão ser aprovadas por consenso.

216 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

6. Os Signatários poderão supervisionar, por programas e/ou projetos, sempre mantendo a meio do Comitê, o desenvolvimento das boa comunicação com o outro Signatário. atividades em curso, em todos os aspectos necessários. 2. Os resultados das referidas avaliações deverão ser reportados aos Signatários e 7. Esta planificação será ancorada em meios países beneficiários. Os Signatários poderão de comunicação à distância e sustentada por responder aos resultados das avaliações que reuniões de parceiros, cujo agendamento requerem medidas de seguimento. poderá coincidir com outras reuniões bilaterais, numa lógica de gestão equilibrada VII. FINANCIAMENTO de recursos. 1. Todas as despesas relacionadas à 8. Os Signatários poderão definir execução do presente MdE dependem da mecanismos adequados de consulta e troca disponibilidade orçamentária dos de experiências sobre temas específicos da Signatários e têm de ser efetuadas ao abrigo competência das Agências de Cooperação da das respetivas leis orgânicas, bem como nos República Federativa do Brasil e da termos do direito interno dos seus Estados e República Portuguesa. seus respectivos procedimentos internos.

9. As publicações ou qualquer veículo de VIII. ALTERAÇÕES divulgação das atividades resultantes do 1. O presente MdE poderá ser alterado, a presente MdE serão propriedade comum dos qualquer momento, por acordo mútuo dos Signatários. Qualquer ato de divulgação Signatários expresso por escrito, aplicando- deverá ser previamente aprovado pelo se para a sua produção de efeitos o referido Comitê e deverá incluir as suas respetivas no ponto X deste instrumento. logomarcas. IX. SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS 10. Para qualquer atividade de cooperação identificada pelos Signatários, será 1. Qualquer divergência que possa surgir em necessário elaborar um documento de consequência da interpretação e/ou a projeto, ao abrigo dos respectivos acordos e implementação do presente MdE será normas vigentes, no qual deverão constar as resolvida de comum acordo entre os respectivas responsabilidades na ação, o Signatários. orçamento detalhando a distribuição de custos entre os países participantes. X. PRODUÇÃO E CESSAÇÃO DE EFEITOS VI. INTERCÂMBIO SOBRE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO 1. O presente MdE produzirá efeitos a partir da data da sua assinatura, e terá duração de 2 1. Os Signatários irão intercambiar (dois) anos, renováveis automaticamente, informações e boas práticas para monitorar e por períodos de igual duração. avaliar as atividades de cooperação, de forma a assegurar a prestação de contas e o 2. O presente MdE deixará de produzir bom desempenho das ações através da efeitos quando qualquer dos Signatários verificação dos resultados e vantagens para manifestar a sua vontade nesse sentido, os beneficiários, com missões técnicas notificando o outro por escrito com uma conjuntas ou separadas nos países antecedência de pelo menos 60 dias. beneficiários. Cada Signatário mantém a 3. A cessação da produção de efeitos do prerrogativa de levar a cabo a sua própria presente MdE não afetará as atividades em supervisão e acompanhamento interno dos

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 217 curso ao abrigo do mesmo, salvo decisão em o propósito comum de alcançar objetivos e contrário dos Signatários. metas rumo ao desenvolvimento social, económico e sustentável; Assinado em Brasília, em 1º de novembro de 2016. Considerando o disposto no Acordo de Cooperação Científica e Tecnológica entre a República Portuguesa e a República PELA AGÊNCIA BRASILEIRA DE Federativa do Brasil, assinado em Lisboa, a COOPERAÇÃO 5 de Maio de 1986, e as conclusões relativas DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES à colaboração em Ciência e Tecnologia EXTERIORES incluídas nas várias declarações conjuntas das Cimeiras realizadas até à data entre a ______República Portuguesa e a República Embaixador João Almino Federativa do Brasil; Diretor PELO CAMÕES, INSTITUTO DA COOPERAÇÃO Reconhecendo o elevado nível de E DA LÍNGUA, IP cooperação científica e universitária existente entre ambos os Países e que se

manifesta, entre outras formas, através do ______Convênio entre o Conselho Nacional de Gonçalo Teles Gomes Desenvolvimento Científico e Tecnológico Vice-Presidente (CNPq) e a Fundação para a Ciência e ______Tecnologia (FCT);

Tomando nota das orientações veiculadas na Declaração Conjunta entre o Ministério primeira reunião da Subcomissão de da Ciência, Tecnologia, Inovações e Ciência, Tecnologia e Inovação Portugal- Comunicações da República Federativa Brasil, que decorreu a 30 de junho de 2016, do Brasil e o Ministério da Ciência, para o reforço da colaboração em várias Tecnologia e Ensino Superior da áreas científicas; República Portuguesa para o reforço da Considerando o interesse mútuo em cooperação nos domínios da investigação fortalecer os laços entre ambos os países na científica e da tecnologia área do desenvolvimento sustentável, em especial a partir de ações de âmbito O MINISTRO DA CIÊNCIA, científico e tecnológico de maneira TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E recíproca; COMUNICAÇÕES DA REPÚBLICA Saudando a celebração do 30º aniversário da FEDERATIVA DO BRASIL, , E O MINISTRO DA CIÊNCIA, assinatura do Acordo de Cooperação TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR Científica e Tecnológica entre a República DA REPÚBLICA PORTUGUESA, Portuguesa e a República Federativa do Brasil; MANUEL HEITOR, por ocasião de sua visita ao Brasil: Propõem aprofundar e estreitar as relações Considerando as relações históricas entre a de cooperação no âmbito da ciência e tecnologia entre os dois Países nos seguintes República Portuguesa e a República domínios e ações: Federativa do Brasil, os profundos vínculos culturais e sociais que unem os dois países e

218 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. a) Desenvolvimento e promoção da estratégia internacional ‘Interações e) Fortalecimento da colaboração nas áreas Atlânticas’ para novas agendas de pesquisa de computação científica, ciências e & desenvolvimento e formação avançada tecnologias quânticas e nanociências sobre as interações entre a atmosfera e os mediante a promoção de parcerias entre oceanos, tendo por base o desenvolvimento instituições de Pesquisa e Desenvolvimento em ciências e tecnologias do espaço e de portuguesas e brasileiras nestes domínios. energia, assim como novas formas de gerar Para o efeito, comprometem-se a trabalhar e processar grandes volumes de dados e a sua conjuntamente na cooperação em matéria de utilização em acesso aberto. Para o efeito os Computação científica, Ciências e Signatários comprometem-se a trabalhar Tecnologias Quânticas e Nanociências. conjuntamente na cooperação em pesquisa & desenvolvimento, formação avançada e f) Promoção da colaboração em sistemas reforço de infraestruturas científicas e sustentáveis de energia e mobilidade, tecnológicas centrado no Atlântico com incluindo fontes de combustíveis e energias enfâse nas áreas do Espaço, Observação renováveis, redes inteligentes de energia e Oceânica, Energia e Ciência dos Dados e do formas inovadores de mobilidade urbana de seu impacto no estudo da mudança do clima. baixa emissão de carbono. Para o efeito, comprometem-se a trabalhar conjuntamente b) Aprofundar os trabalhos em curso de na cooperação em Pesquisa & diplomacia científica com vistas a estudar Desenvolvimento e de Formação Avançada estabelecimento de mecanismo multilateral com ênfase em redes de energia e para criação da plataforma de cooperação mobilidade urbana de baixa emissão de internacional, denominada ‘Azores carbono. International Reserach Center’ (AIR- Centro Internacional de Investigação dos Açores), g) Promoção da colaboração em atividades uma nova instituição intergovernamental experimentais de aprendizagem das ciências envolvendo as infraestruturas dos Açores em e tecnologias, envolvendo as comunidades rede com as infraestruturas espaciais e científicas e educativas portuguesas e oceânicas do Brasil, cuja missão deverá ser brasileiras, bem como no desenvolvimento orientada para o desenvolvimento científico, de iniciativas de participação pública de tecnológico e empresarial para fazer face aos ciência e tecnologia, orientadas para a desafios das alterações climáticas. divulgação, melhoria, e promoção deste tipo de atividades nos dois países. Para o efeito, c) Constituir um grupo de trabalho para a comprometem-se a trabalhar conjuntamente coordenação e implementação das na promoção da Cultura Científica e atividades relativas à iniciativa AIR, que Tecnológica. deverá trabalhar em ampla cooperação internacional com todos os outros parceiros h) Alargamento do âmbito da cooperação a envolver no Brasil e em Portugal, assim existente em matéria de acesso aberto e dos como noutros países. repositórios digitais brasileiros e portugueses, à ciência aberta, d) Reforço da colaboração entre as compreendendo as dimensões mais amplas comunidades científicas brasileiras e da partilha do conhecimento nomeadamente portuguesas na área da física de partículas, nos planos da inovação aberta e da ciência Astropartículas e Cosmologia. Para o efeito, cidadã. Para o efeito, comprometem-se a comprometem-se a trabalhar conjuntamente trabalhar conjuntamente na cooperação em na cooperação em matéria de Física Nuclear, matéria de Ciência Aberta. de Partículas, Astropartículas e Cosmologia.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 219 i) Apoiar a colaboração na investigação e PRIMEIRO-MINISTRO DA produção agrícola, agroalimentar e florestal, REPÚBLICA PORTUGUESA POR e na agricultura de precisão em particular, OCASIÃO DA XII CIMEIRA BRASIL- através do estabelecimento de futuras PORTUGAL 01/11/2016 parcerias entre entidades dos dois países. No dia 1º de novembro de 2016, o presidente j) Organizar anualmente uma Semana de da República Federativa do Brasil, Michel Ciência e Tecnologia, intercalada no Brasil e Temer, e o primeiro-ministro de Portugal, em Portugal, a partir de 2017, com o objetivo António Costa, reuniram-se em Brasília, de reforçar a ligação entre as comunidades para a realização da XII Cimeira Bilateral, científicas e tecnológicas de ambos os países ocasião que propiciou uma avaliação das e proporcionar um novo impulso à relações entre os dois países, bem como uma cooperação bilateral direcionada para troca de opiniões sobre os principais temas projetos mobilizadores. da agenda internacional.

Propomo-nos desencadear de imediato 2. Participaram também da Cimeira, do lado contatos regulares com o objetivo de português, os ministros dos Negócios acompanhar o desenvolvimento das ações Estrangeiros, Augusto Santos Silva, da previstas. Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, da Economia, Manuel Assinado em Brasília, em 1° de Novembro Caldeira Cabral, e a secretária de estado dos de 2016, em dois originais em português. Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro, e, do lado brasileiro, os

ministros das Relações Exteriores, José PELO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, Serra, da Educação, Mendonça Filho, da TECNOLOGIA, INOVAÇÕES E Ciência, Tecnologia, Inovações e COMUNICAÇÕES DA REPÚBLICA Comunicações, Gilberto Kassab, da FEDERATIVA DO BRASIL Fazenda, , e o secretário- ______executivo do Programa de Parceria de Gilberto Kassab Investimentos (PPI), . Ministro da Ciência, Tecnologia, 3. Em ambiente de grande cordialidade, os Inovações e Comunicações chefes de governo felicitaram-se pela excelência e dinamismo do relacionamento luso-brasileiro e expressaram satisfação pela PELO MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, retomada dos contatos no mais alto nível TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR entre as autoridades brasileiras e DA REPÚBLICA PORTUGUESA portuguesas. Consideraram constituir esta XII Cimeira uma oportunidade

particularmente relevante para continuar ______conferindo caráter concreto ao sentimento de Manuel Heitor fraternidade existente entre ambos os povos, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino ao dinamizar a cooperação bilateral levada a Superior cabo por atores governamentais e da sociedade civil.

DECLARAÇÃO CONJUNTA DO 4. Neste contexto, os dois mandatários PRESIDENTE DA REPÚBLICA congratularam-se pela realização recente das FEDERATIVA DO BRASIL E DO reuniões da Comissão Permanente Bilateral

220 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. e das subcomissões de Assuntos Consulares fluxos de investimento entre ambos os e Circulação de Pessoas; de Educação, países, tendo igualmente concordado Cultura, Comunicação Social, Juventude e estabelecer contatos de nível técnico, com Desporto; de Reconhecimento de Graus e vistas a uma atualização do referido Títulos Acadêmicos e de matérias relativas enquadramento à luz da evolução recente da ao Acesso a Profissões e seu Exercício; de política fiscal internacional, designadamente Ciência, Tecnologia e Inovação; e de as iniciativas internacionais no âmbito do Assuntos Econômicos, Financeiros e combate à erosão das bases tributárias e à Comerciais. Tais eventos promoveram uma transferência de lucros, e do reforço da oportuna e necessária troca de impressões e cooperação administrativa para prevenir e reflexões sobre temas de interesse mútuo. combater os fenômenos de fraude e evasão fiscais internacionais.

Temas econômicos, financeiros e 8. No domínio do turismo, tendo em comerciais consideração a importância cultural e o impacto econômico dos fluxos turísticos 5. Os chefes de governo saudaram a bilaterais, as partes manifestaram interesse excelência e o dinamismo do relacionamento em reforçar a cooperação bilateral entre os comercial bilateral entre Portugal e o Brasil, dois países. e reafirmaram o seu mútuo empenho no desenvolvimento de iniciativas e ações 9. Manifestaram a sua satisfação com a conjuntas destinadas a aprofundar as trocas implementação do Protocolo sobre controles comerciais e o intercâmbio nos mais sanitários entre o Departamento de Inspeção diversos setores econômicos. de Produtos de Origem Animal- DIPOA/Ministério da Agricultura, Pecuária 6. No plano dos investimentos, constataram, e Abastecimento e a Direção Geral de com satisfação, a instalação, em Portugal, de Alimentação e Veterinária- empresas brasileiras representativas de DGAV/Ministério da Agricultura de setores variados da atividade econômica, Portugal, que tem contribuído para as entre as quais a Embraer é o caso mais exportações portuguesas de carne suína, emblemático. Reafirmaram o interesse em pescado e lácteos ao Brasil. ver ampliados os investimentos brasileiros em Portugal, no seguimento das visitas de 10. Confirmaram o seu empenho nos Altos Dignatários portugueses ao Brasil em processos de abertura de novas habilitações, setembro deste ano, bem como os logo que oportuno para ambas as partes, investimentos portugueses no Brasil. A esse nomeadamente para os setores avícola, do respeito, indicaram o interesse na mel, de carnes de coelho e de bovinos. apresentação, ao empresariado e às autoridades portuguesas, do Programa de 11. Congratularam-se com a publicação da Parceria de Investimentos (PPI) brasileiro. O Instrução Normativa nº 25 do Ministério da Brasil aguarda com interesse proposta Agricultura, Pecuária e Abastecimento portuguesa de instituir-se iniciativa com (MAPA), que estabelece os requisitos vistas a promover o acompanhamento e a fitossanitários para a importação de uvas de intensificação dos fluxos bilaterais de mesa de Portugal. investimentos. 12. Portugal reconheceu a colaboração das 7. Salientaram a importância de um autoridades brasileiras na conclusão da enquadramento fiscal favorável ao Análise de Risco de Pragas para a desenvolvimento das trocas comerciais e dos importação de limão de Portugal e o esforço

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 221 feito na Análise de Risco de Pragas para os 17. Em relação às negociações Mercosul- restantes processos em curso. UE, os dois mandatários coincidiram sobre a necessidade de um capítulo SPS que 13. Ambas as partes manifestaram interesse estabeleça meios para a resolução expedita no alargamento da cooperação no domínio de pendências bilaterais e mecanismos que da segurança alimentar e incentivaram a impeçam a utilização de medidas SPS como convergência de sinergias entre a ASAE obstáculos injustificados ao comércio (Autoridade de Segurança Alimentar e agrícola. Económica de Portugal), a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária 18. Os dois mandatários reafirmaram, ainda, do Brasil) e o DIPOA. a importância de se seguir aprimorando o sistema multilateral de comércio a fim de 14. No plano multilateral, reconheceram a que contribua, crescentemente, para a importância da coordenação bilateral em promoção do desenvolvimento. Nesse agricultura e temas sanitários e sentido, sublinharam a disposição de seus fitossanitários (SPS), com vistas a que as países de envidar esforços para fazer avançar legislações nacionais e comunitárias não as negociações no âmbito da Organização venham a constituir barreiras injustificadas à Mundial do Comércio com vistas à obtenção expansão do comércio agrícola entre o Brasil de resultados na 11ª Conferência Ministerial e a União Europeia. Neste contexto, da OMC e nas conferências seguintes. reafirmaram o seu compromisso no respeito do acordo SPS da Organização Mundial do Comércio, de que ambas as partes são Assuntos Culturais e Promoção da Língua signatárias. Portuguesa

15. Portugal reconheceu o esforço já 19. Os dois mandatários reafirmaram o efetuado pelo Brasil em seus pleitos pela compromisso do Brasil e de Portugal com a autorização das exportações de carne bovina promoção da Língua Portuguesa como de Rondônia, Distrito Federal e Tocantins e veículo de cultura, educação, informação, de carne suína de Santa Catarina para a produção científica e como fonte de União Europeia, assim como pela revogação oportunidades econômicas. Com o objetivo da Decisão 61/2008. Reconhecendo a de ampliar o impacto das atividades importância do papel dos estados membros desenvolvidas, sublinharam a importância para a adoção de medidas SPS pelas de se buscar uma maior proximidade nos instituições comunitárias, Portugal associou- seus esforços de promoção do idioma, em se ao interesse do Brasil na resolução destes especial por meio da realização de projetos dossiês e comprometeu-se a defender dentro conjuntos pela rede Centros Culturais da UE que as decisões tomadas sobre estes Brasileiros e pelas unidades do Camões - temas sejam justas e equilibradas para as Instituto da Cooperação e da Língua, bem partes e focadas na resolução célere de todos como pelas respectivas redes de Leitorados os diferendos técnicos. em universidades estrangeiras.

16. Portugal também manifestou apoio às 20. Congratulam-se com o apoio e demandas do Brasil tendo em vista o fim da mobilização na colaboração no âmbito do escalada tarifária sobre o café e o acesso dos Museu da Língua Portuguesa de São Paulo e produtores brasileiros à Quota de Carne da Biblioteca Digital Luso-Brasileira, bem Bovina de Alta Qualidade criada pelo como outras iniciativas nas várias áreas da Regulamento de Execução 481/2012. ação cultural.

222 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

21. Os governantes concordaram em ressaltaram a importância de promover intensificar esforços com o intuito de parcerias diretas entre as instituições de ampliar a circulação de bens culturais no ensino superior dos dois países, como forma espaço da CPLP. Acolheram, com de aprofundar ainda mais a mobilidade satisfação, a assinatura do Memorando de acadêmica. Entendimento para a criação de um prêmio de literatura infantil e juvenil, que propiciará 26. Assinalaram o compromisso mútuo de maior visibilidade a autores contemporâneos explorar medidas que simplifiquem e que realizam importante obra nesse facilitem o processo de reconhecimento segmento, em língua portuguesa. mútuo de graus e títulos acadêmicos, em Propuseram, ainda, a busca de sinergias na articulação com as respetivas instituições de participação em feiras do livro ensino superior, no sentido de ultrapassar internacionais, a fim de incentivar o obstáculos e de garantir a mobilidade de conhecimento da produção literária em estudantes, investigadores e profissionais de português. todas as áreas. Recordaram que as instituições governamentais competentes 22. O presidente Michel Temer e o primeiro- dos dois países trocaram informações e ministro António Costa ressaltaram o exploraram vias de ação nas reuniões da empenho de seus governos em fortalecer o Subcomissão de Reconhecimento de Graus e Instituto Internacional da Língua Portuguesa Títulos Acadêmicos. como articulador de projetos voltados para a promoção do idioma, em especial o 27. Os chefes de governo comprometeram- Vocabulário Ortográfico Comum e o se a envidar esforços para a valorização da incipiente projeto de harmonização das Língua Portuguesa no acesso ao ensino terminologias técnico-científicas, com superior, nomeadamente em países onde vastos benefícios nos campos econômico, ambos dispõem de uma vasta comunidade cultural e científico. expatriada.

23. Os governantes congratularam-se, ainda, 28. No que respeita ao reconhecimento pela entrada em vigor, em definitivo, do mútuo de registros de diplomas na área da Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa engenharia e arquitetura, os dois Chefes de em ambos os países, bem como em Cabo Governo recordaram o Acordo entre a Verde, e reafirmaram o seu compromisso de Associação Nacional de Dirigentes de trabalhar para que o acordo passe a vigorar Instituições Federais de Ensino Superior do em todo o espaço da CPLP. Brasil (AN-DIFES) e o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) para a Equivalência, Educação e Ensino Superior Reconhecimento e Revalidação de Diplomas 24. Os chefes de governo saudaram o de Graduação nas Áreas de Arquitetura e Engenharias, assinado a 10 de junho de compromisso mútuo relativo à abertura de 2013, e, nesse contexto, os uma Escola Portuguesa em São Paulo. desenvolvimentos até agora ocorridos numa 25. Os dois governantes enfatizaram a matéria que se reveste de mútuo interesse. importância dos tradicionais laços de 29. Saudaram, nesse sentido, o Termo de cooperação acadêmica entre Brasil e Portugal. Recordaram que as instituições de Reciprocidade estabelecido, em 29 de ensino superior portuguesas são um destino setembro de 2015, entre o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia do Brasil de referência para estudantes brasileiros e (CONFE-A) e a Ordem dos Engenheiros de

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Portugal (OEP) para o reconhecimento brasileiros de mobilidade acadêmica mútuo do registo de engenheiros, que já internacional. permite a profissionais de cada país atuar no outro, por meio do reconhecimento automático pela respectiva autoridade Assuntos Consulares e Circulação de profissional do registro concedido pela sua Pessoas congênere. 34. Os chefes de governo manifestaram a 30. De igual modo, registaram com agrado a satisfação com os avanços relevantes celebração, em 14 de julho de 2016, do I resultantes dos trabalhos da Subcomissão de Termo Aditivo ao acordo de cooperação Assuntos Consulares. Registraram o entre o Conselho de Arquitetura e interesse que a Subcomissão se reúna com Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e a Ordem maior regularidade, em razão do vasto dos Arquitetos de Portugal (OA), de 6 conjunto de temas de interesse comum na dezembro de 2013, contribuindo para a esfera consular, migratória e jurídica e de simplificação das regras para a mobilidade políticas para comunidades emigradas. de arquitetos e urbanistas brasileiros e 35. O governo português reiterou sua portugueses, a harmonização das condições preocupação com a aplicação de imposto de inscrição em ambos os países e, para fins linear de 25% a valores remetidos pelo INSS de prestação temporária de serviços, o do Brasil a pensionistas residentes ou reconhecimento automático pela respectiva domiciliados no exterior, grupo que inclui autoridade profissional do registro cerca de oito mil pensionistas, brasileiros e concedido pela sua congênere. portugueses, residentes em Portugal.

31. O entendimento entre estas entidades 36. Manifestou a expectativa de que, constitui um marco no relacionamento conforme acordado na Subcomissão de bilateral, na medida em que estabelece um Assuntos Consulares, seja criado no curto mercado virtual comum para a atuação prazo um grupo de trabalho bilateral para profissional dos engenheiros e arquitetos de permitir a troca de experiências e de boas ambos os países, estimulando a práticas no âmbito da adoção de medidas internacionalização dos seus profissionais e preventivas que visem inibir a subtração de o intercâmbio de experiências entre eles, menores. além de constituir um reconhecimento da excelência na formação e na regulação da 37. Indicaram o compromisso de ambas as profissão de engenharia e arquitetura tanto partes em implementar, tão logo acordados no Brasil quanto em Portugal. os aspectos técnicos, o projeto-piloto de visitas virtuais entre detidos brasileiros em 32. O Governo de Portugal confirmou a Portugal e portugueses no Brasil e suas vontade de reforçar o apoio à criação de famílias no país de origem. O programa programas conjuntos de pós-graduação e de poderá beneficiar uma população carcerária pesquisa e desenvolvimento envolvendo em torno de 300 brasileiros em Portugal e de instituições de ensino superior e científicas 80 portugueses no Brasil. Ambas as partes dos dois países, incluindo a promoção de reconheceram o aspecto humanitário do graus duplos de mestrado e doutoramento projeto, que permite que os presos - entre instituições de Portugal e do Brasil. especialmente aqueles que cumprem longas penas - tenham contato mais próximo com as 33. O Brasil tomou nota do interesse de suas famílias, muitas das quais Portugal em ser considerado como destino economicamente vulneráveis e sem em todas as vertentes dos programas

224 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. condições de deslocamento ao exterior. trabalhos em curso de diplomacia cientifica Ambos os países possuem programas de e, em conjunto, acordaram examinar a visita virtual dentro de seu território, criação de uma plataforma de cooperação podendo haver, dessa maneira, uma internacional sobre este tema, ‘Azores interligação entre os sistemas brasileiro e International Research Center’ – AIR, uma português. nova instituição intergovernamental internacional envolvendo as infraestruturas 38. Acordaram desenvolver metodologias dos Açores em rede com as infraestruturas comuns para o aperfeiçoamento da produção espaciais e oceânicas do Brasil, cuja missão de estatísticas das respectivas comunidades deve ser orientada para o desenvolvimento emigradas pelo mundo. científico, tecnológico e empresarial para 39. À luz da crescente importância e fazer face aos desafios das alterações do clima. potencial das respectivas diásporas, bem 43. Acordaram desenvolver e promover uma como da conveniência de que logrem estratégia internacional visando novas organizar-se nos países de residência em prol de objetivos comuns, acordou-se iniciar agendas de pesquisa e desenvolvimento e um projeto de cooperação na esfera de formação avançada sobre as interações entre a atmosfera e os oceanos, tendo por base o capacitação de lideranças comunitárias, a desenvolvimento em ciências e tecnologias partir de cursos organizados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal. do espaço e de energia, assim como novas formas de gerar e processar grandes volumes de dados e a sua utilização em acesso aberto. Ciência, Tecnologia, Inovação e 44. Os dois governantes acordaram, ainda, Sociedade da Informação na promoção do reforço da cooperação 40. O presidente Michel Temer e o primeiro- científica e tecnológica em estreita ministro António Costa recordaram que, em articulação com o ensino superior e 2016, se completam 30 anos da assinatura do congratulam-se com a assinatura da Acordo de Cooperação Científica e Declaração Conjunta para o Reforço da Tecnológica entre o Brasil e Portugal, Cooperação Científica e Tecnológica entre o manifestando satisfação pelo profícuo e Ministério da Ciência, Tecnologia, crescente relacionamento bilateral em Inovações e Comunicações do Brasil e o ciência, tecnologia e inovação e Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino reconhecendo existir ainda grande potencial Superior de Portugal, orientada em áreas a ser explorado neste domínio. prioritárias para ambos os países.

41. Destacaram, nesse sentido, a Reunião da 45. Congratularam-se com a assinatura do Subcomissão para a Ciência, Tecnologia e memorando de entendimento entre os dois Inovação, durante a qual foram discutidas, governos sobre cooperação antártica, que entre outras, propostas de parceria bilateral reflete a vontade de ambos os países em nas áreas de física de partículas, fortalecer os seus vínculos bilaterais de nanotecnologia, pesquisa oceânica, pesquisa cooperação na Antártica, particularmente em espacial, ciência aberta e parques assuntos relativos à cooperação científica tecnológicos. internacional, à observação científica e à investigação de processos de importância 42. Reafirmaram especial interesse em global e regional ao sul do círculo polar cooperar para uma nova agenda científica e antártico. tecnológica sobre “Interações Atlânticas”. Reiteraram o empenho em aprofundar os

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46. Saudaram a parceria estabelecida entre promoção deste tipo de atividades nos dois instituições de Ciência, Tecnologia e países. Inovação do Brasil com o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia 52. Os mandatários de Brasil e de Portugal (INL) e o envio, nesta década, de um número reconheceram que o acesso à ciência e ao considerável de pesquisadores brasileiros conhecimento é indispensável a uma àquela instituição para capacitação e sociedade mais informada e mais consciente participação em projetos de pesquisa. do mundo que habita, contribuindo para a tornar mais humana, mais justa e mais 47. Os dois mandatários destacaram, democrática e onde o bem-estar seja também, a profícua colaboração, de mais de partilhado por todos, e reafirmaram o vinte anos, entre as comunidades científicas compromisso para o aprofundamento de na área da física de partículas e reafirmaram iniciativas conjuntas para a promoção da o interesse no seu crescimento e ciência aberta, incluindo acesso aberto à alargamento, incluindo ainda as áreas informação científica. científicas de astropartículas e cosmologia. 53. Manifestaram especial interesse na 48. Manifestaram, ainda, interesse no cooperação entre empresas brasileiras e alargamento da colaboração entre os centros portuguesas para promover a inovação e, de investigação portugueses e brasileiros nas tendo em conta o papel fundamental das áreas de computação científica, ciências e empresas de base tecnológica de ambos os tecnologias quânticas e nanociências. países para alcançar esse objetivo, apoiaram a criação e o fortalecimento de parcerias 49. Reconhecendo a urgência na adoção de entre parques tecnológicos dos dois países. padrões de desenvolvimento socioeconômicos sustentáveis, decidiram 54. As partes reconheceram os benefícios intensificar a colaboração em sistemas que a instalação do cabo de fibra ótica UE – sustentáveis de energia, incluindo a Brasil irá possibilitar para o integração de fontes renováveis de energia, desenvolvimento de projetos e iniciativas redes inteligentes de energia, e formas científicas e tecnológicas futuras e decidiram inovadoras de mobilidade urbana de baixa explorar oportunidades de colaboração. emissão de carbono. 55. Reafirmaram o compromisso comum de 50. Os chefes de governo decidiram construir uma Sociedade da Informação promover a colaboração na investigação e voltada para as pessoas, inclusiva e orientada produção agrícola, agroalimentar e florestal, para o desenvolvimento, onde todos possam e na agricultura de precisão em particular, criar, aderir, utilizar e compartilhar através do estabelecimento de futuras informação e conhecimento. Nesse contexto, parcerias entre entidades dos dois países. ressaltaram que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) 51. Manifestaram interesse em colaborar em constituem ferramentas indispensáveis para atividades experimentais de aprendizagem alcançar os objetivos que integram a Agenda das ciências e tecnologias, envolvendo as 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. comunidades científicas e educativas Afirmaram, ainda, que o crescimento portuguesas e brasileiras, bem como no econômico, a produtividade industrial e a desenvolvimento de iniciativas de inovação tecnológica dependem de forma participação pública de ciência e tecnologia, crescente e irreversível da evolução da orientadas para a divulgação, melhoria e economia digital.

226 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

56. Os dois governantes congratularam-se e gás do Brasil, por meio da criação do com a decisão de organizar anualmente uma Instituto do Petróleo e do Gás (ISPG), Semana de Ciência e Tecnologia, intercalada responsável por instituir importante no Brasil e em Portugal, a partir de 2017, programa de bolsas para brasileiros na área com o objetivo de reforçar a ligação entre as de engenharia do petróleo. comunidades científicas e tecnológicas de ambos os países, e proporcionar um novo impulso à cooperação bilateral entre ambos Meio Ambiente e Desenvolvimento os países direcionada para projetos Sustentável mobilizadores. 61. Os dois chefes de governo reconheceram 57. Encorajaram o aprofundamento do que a erradicação da pobreza em todas as relacionamento dos dois países nas áreas dos suas formas e dimensões é o maior desafio sistemas de comunicações governamentais, global e um requisito indispensável para o em particular do Programa Espacial desenvolvimento sustentável. Reafirmaram brasileiro, na perspectiva da criação de a importância de uma abordagem integrada sinergias, através da partilha de para o desenvolvimento sustentável, que conhecimentos técnicos e cooperação no considere de maneira equilibrada as suas três segmento espacial Banda X do satélite dimensões - econômica, social e ambiental. brasileiro. 62. Comprometeram-se, nesse sentido, com Energia a implementação da Agenda 2030 para o 58. Os mandatários de Brasil e Portugal Desenvolvimento Sustentável, e com o destacaram importantes iniciativas de cumprimento dos 17 Objetivos de cooperação entre os dois países no tema da Desenvolvimento Sustentável, adotados na mobilidade elétrica, como o programa Cúpula das Nações Unidas sobre o "Mob-I", desenvolvido em parceria entre o Desenvolvimento Sustentável de 2015. CEIIA, Itaipu Binacional e a Fundação Destacaram, nesse contexto, a importância Parque Tecnológico Itaipu, e a perspectiva da cooperação internacional para a de cooperação entre o CEIIA e a Codemig implementação dos Objetivos de Participações S.A., em torno de programa Desenvolvimento Sustentável. conjunto focado em redes de energia e 63. Como parte desse compromisso, foi, no mobilidade urbana de baixa emissão de decurso desta Cimeira, assinado um carbono. Memorando de Entendimento entre o 59. Ressaltaram a importância dos Camões – Instituto da Cooperação e da investimentos portugueses no setor Língua e a Agência Brasileira de energético brasileiro, com destaque para a Cooperação sobre Cooperação Técnica para atuação de capitais portugueses no campo o Desenvolvimento em Benefício de Países das energias renováveis e no setor de Terceiros, que prevê a realização de projetos petróleo brasileiro, em projetos offshore e tripartidos em países de língua oficial onshore, com destaque para as suas portuguesa de África e Timor Leste e outros operações no pré-sal, na Bacia de Santos. a acordar conjuntamente, em apoio à implementação dos Objetivos de 60. Reconheceram a expressiva contribuição Desenvolvimento Sustentável. do setor privado e de universidades portuguesas à pesquisa e desenvolvimento 64. Os chefes de governo manifestaram a sua na fronteira tecnológica no setor de petróleo satisfação com a rápida entrada em vigor do Acordo de Paris, marco fundamental no

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 227 reforço da ação coletiva em nível global para 68. Assinalaram, nesse sentido, o encontro as alterações do clima, e reafirmam a sua entre os ministros da Defesa de Portugal e do intenção de limitar o aumento da Brasil, em outubro de 2016, à margem da XII temperatura média global a níveis bem Conferência de Ministros da Defesa das abaixo dos 2°C acima dos níveis pré- Américas, bem como a 6.ª Reunião de industriais e de prosseguir esforços para Cooperação Estratégica de Defesa entre os limitar o aumento da temperatura a 1,5°C dois Ministérios da Defesa, realizada em acima dos níveis pré-industriais. abril de 2016, em Portugal, durante a qual foram discutidas, entre outras, a cooperação 65. Manifestaram, ainda, a sua satisfação e segurança marítima no Atlântico Sul, com adoção, em 2015, da resolução da sistemas de comunicações, indústrias de Assembleia Geral das Nações Unidas sobre defesa, ensino militar e o intercâmbio de o combate ao tráfico da vida selvagem e conhecimentos em matéria de igualdade de neste sentido reafirmaram o seu empenho no gênero no âmbito da defesa. combate ao comércio ilegal de espécies da fauna e flora selvagens. 69. Tomaram, ainda, boa nota da presença do N.R.P. “Sagres”, no Rio de Janeiro, 66. Destacaram, também, a temática da água enquanto “Casa de Portugal”, nos Jogos como um desafio incontornável da agenda Olímpicos de 2016. Encorajaram a internacional de ambiente e consolidação e identificação de novas desenvolvimento sustentável. Neste oportunidades de aprofundamento do contexto, abordaram a realização em relacionamento dos dois países nas áreas das Brasília, em 2018, do 8.º Fórum Mundial da indústrias de defesa e dos sistemas de Água, registrando com apreço que este comunicações governamentais. evento internacional se realize pela primeira vez num país de expressão portuguesa, o que configura uma oportunidade para a Segurança Interna e Justiça afirmação dos desafios e necessidades que os países de expressão portuguesa enfrentam 70. Os chefes de governo congratularam-se em matéria de água e saneamento. Neste pelos avanços das relações bilaterais e de contexto, comprometeram-se a atuar cooperação entre as Forças e Serviços de conjuntamente no sentido da mobilização da Segurança de ambos os países, com participação dos países de língua portuguesa particular incidência na área da gestão de neste Fórum. grandes eventos desportivos. De igual forma, destacaram os resultados alcançados em matéria de formação, designadamente Defesa através da ação dos Institutos e Academias de Estudos Superiores em Segurança Interna 67. No domínio da defesa, o presidente e Ciências Policiais de ambas as partes. Michel Temer e o primeiro-ministro António Costa recordaram o Acordo sobre 71. Acordaram, ainda, que deve ser dada Cooperação entre Portugal e o Brasil, continuidade ao aprofundamento da assinado no Porto, em 13 de outubro de cooperação bilateral técnico-policial, com 2005, expressando satisfação pelo destaque para a segurança e ordem públicas, relacionamento entre os Ministérios da cooperação policial e troca de informações, Defesa e as Forças Armadas dos respectivos gestão e desenvolvimento de fronteiras, países, considerando que existe potencial vigilância e patrulhamento marítimo, para reforço e aprofundamento. proteção civil e segurança rodoviária, entre outros domínios considerados relevantes

228 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. para Portugal e para o Brasil. Nesse âmbito, ocorrerão em novembro de 2017, durante a tendo como objetivo o aprofundamento da 72ª Sessão da Assembleia Geral das Nações agilização de circulação de pessoas entre os Unidas. dois países, e no quadro da cooperação entre a Coordenação Geral de Polícia Federal do 75. O governo português agradeceu o apoio Brasil e do Serviço de Estrangeiros e do Brasil à candidatura da Professora Fronteiras de Portugal, incubiram estas Doutora Patrícia Galvão como membro da entidades de examinar a possibilidade de Comissão de Direito Internacional, nas criar um programa comum de passageiros eleições que ocorrerão em novembro frequentes registrados, tendo em vista corrente, em Nova York. permitir a utilização de equipamentos 76. Os chefes de governo receberam com eletrônicos de controle de fronteira grande satisfação a aclamação, pela instalados nos aeroportos internacionais dos Assembleia Geral, do Senhor António dois países, por parte dos respectivos Guterres como o próximo Secretário-Geral nacionais. das Nações Unidas. Consideraram que 72. Manifestaram, igualmente, o António Guterres reúne as qualificações compromisso de continuarem a contribuir pessoais e profissionais para conduzir a para o fortalecimento e afirmação Organização no enfrentamento dos internacional da CPLP, reconhecendo, no múltiplos desafios globais hoje existentes. quadro atual de incerteza e ameaça que Enfatizaram o desejo do Brasil e de Portugal representa o crime organizado transnacional em trabalharem juntos em apoio ao novo ao desenvolvimento dos povos, a relevância Secretário-Geral das Nações Unidas. da criação de uma estrutura de informações policiais que integre todos os países da CPLP Comunidade lusófona. 77. Os mandatários do Brasil e de Portugal 73. Congratularam-se pelo excelente nível saudaram o vigésimo aniversário de criação da cooperação jurídica bilateral, a qual da Comunidade dos Países de Língua repercute positivamente o objetivo comum Portuguesa (CPLP) e reiteraram seu de aprofundar o combate à criminalidade compromisso com os seus objetivos: a organizada transnacional. Reconheceram, concertação político-diplomática, a nesse domínio, a importância dos modernos cooperação em todos os domínios e a instrumentos de cooperação jurídica promoção e difusão da língua portuguesa. O internacional negociados e vigentes. primeiro-ministro português transmitiu votos de sucesso ao lado brasileiro na Candidaturas condução da presidência da CPLP para o biênio de 2016-18. Saudando os resultados 74. O governo brasileiro agradeceu o apoio da cimeira de Brasília, os dois chefes de de Portugal à candidatura do Embaixador governo sublinharam a sua disposição de Gilberto Vergne Saboia à reeleição como trabalhar em prol do contínuo fortalecimento membro da Comissão de Direito e aprofundamento da Comunidade. Internacional, nas eleições que ocorrerão em novembro corrente, em Nova York, bem como à candidatura do Professor Antônio Guiné-Bissau Augusto Cançado Trindade à reeleição como Juiz do Tribunal Internacional de Justiça, 78. Os dois países analisaram a situação na mandato 2018-2027, nas eleições que Guiné-Bissau, congratulando-se com o

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 229 roteiro de seis pontos para a resolução da equilibrado. Relembraram que os profundos crise, concluído a 10 de setembro último sob laços históricos, políticos, econômicos, auspícios da CEDEAO, bem como com as culturais e sociais que unem as duas regiões subsequentes conversações no âmbito justificam plenamente os esforços comuns daquele processo, realizadas em Conacri, em prol de um acordo que se coadune com a entre 11 e 14 de outubro 2016. Estes densidade do relacionamento birregional e consensos representam um passo estreite ainda mais o diálogo político, significativo no sentido de ser ultrapassada a aprofunde a cooperação, dinamize a situação de instabilidade política vivida no estrutura produtiva, nomeadamente através país, pelo que Portugal e o Brasil reiteraram da integração em cadeias de valor global, e o apelo a que todos os atores políticos incremente os fluxos comerciais, de guineenses se empenhem na sua investimentos e de prestadores de serviços concretização, num espírito de diálogo, entre o Mercosul e a União Europeia. confiança e compromisso. Sublinharam, também, a necessidade de nomeação de um 81. Os dois governantes concordaram em novo primeiro-ministro, e formação de um continuar a promover o Acordo, governo inclusivo e politicamente respectivamente no âmbito da União sustentável, nos termos do referido acordo. Europeia e no âmbito do Mercosul, contribuindo para superar as dificuldades 79. Portugal e o Brasil reafirmaram, ainda, o desse processo negociador. seu empenho no desenvolvimento da Guiné- Bissau. Nesse sentido, não deixarão de se empenhar, tanto no plano bilateral como no Negociação de Acordo de Serviços Aéreos multilateral – inclusive no âmbito da entre o Brasil e a União Europeia "Configuração Guiné-Bissau" da Comissão 82. Ambas as partes coincidiram na de Consolidação da Paz das Nações Unidas avaliação da importância das negociações e do Grupo Internacional de Contato -, para em curso entre o Brasil e a União Europeia apoiar os esforços da Guiné-Bissau em prol do Acordo Abrangente de Serviços Aéreos, da consolidação da democracia e do Estado cuja conclusão será fundamental para de Direito, incluindo através do efetivo ampliar a conectividade aérea do Brasil com lançamento de reformas, em benefício de o continente europeu e, consequentemente, todos os guineenses. estimular os fluxos de comércio, investimentos e turismo. Foi notado que a Acordo de Associação Mercosul-União companhia aérea portuguesa TAP é Europeia atualmente a líder no transporte internacional de passageiros no Brasil, mas 80. Congratularam-se pela retomada das que o seu potencial ainda não foi plenamente negociações do Acordo de Associação atingido em função das limitações do quadro Mercosul-União Europeia, desde a troca de de rotas e frequências estabelecidas ao ofertas de acesso aos mercados de bens, abrigo do acordo aéreo bilateral entre Brasil serviços, investimentos e compras e Portugal. Na perspectiva do Brasil, os governamentais, em maio último, e pela entendimentos em curso, no âmbito do realização da XXVI Reunião do Comitê de Acordo Brasil-UE, devem ainda contemplar Negociações Birregionais, em outubro a concessão da liberdade de voos para passado. Renovaram o seu compromisso aeronaves brasileiras partirem do território para que os blocos ingressem na fase final do europeu para outras regiões. Nesse sentido, processo negociador, com vistas à conclusão o Brasil solicitou a Portugal que exercesse de um acordo ambicioso, abrangente e

230 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. influência dentro da União Europeia para permitir o acesso de assistência às levar os trâmites a bom termo. populações civis. Reiteraram, ademais, o seu apoio aos esforços do enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Agenda Comum para a Migração e Síria, Staffan de Mistura, para retomar as Mobilidade conversações intra-sírias em Genebra e 83. Os chefes de governo tomaram boa nota avançar com o plano de transição política da negociação em curso de uma Agenda delineado pela resolução 2254 (2015) do Conselho de Segurança. Condenaram Comum para Migração e Mobilidade firmemente as ações de grupos terroristas, Humana entre a União Europeia e o Brasil, instrumento de cooperação promovido que tornam ainda mais preocupante e através de um consórcio liderado por instável o quadro securitário sírio. Portugal, que permitirá o estabelecimento de Israel-Palestina um diálogo de cooperação e de solidariedade nas áreas migratória, da mobilidade, da 86. Os dois governantes reiteraram o seu promoção e proteção dos direitos humanos apoio à solução de dois estados, convivendo de todos os migrantes e do combate ao dentro de fronteiras mutuamente acordadas e tráfico de pessoas. internacionalmente reconhecidas, para o conflito israelo-palestino. Ao recordarem as recomendações do último relatório do Reforma do CSNU Quarteto, instaram as partes do conflito a retomar as negociações de boa-fé e 84. Os dois governantes reafirmaram a necessidade de avançar na reforma das coincidiram no juízo de que a expansão de Nações Unidas, em particular do seu assentamentos em Território Palestino Ocupado, além de ilegal perante o direito Conselho de Segurança, com vistas a internacional, obstaculiza o processo de paz. reforçar a sua representatividade, legitimidade e eficácia, por meio da Manifestaram, ainda, preocupação acerca incorporação de novos membros dos atos de violência e da situação permanentes e não permanentes e do humanitária. Os chefes de governo sublinharam as disposições portuguesa e aprimoramento dos métodos de trabalho do brasileira em colaborar com os esforços órgão. Nesse contexto, o mandatário português reiterou o firme apoio de Portugal político-diplomáticos internacionais para à candidatura do Brasil a membro relançar o processo de paz. permanente em um Conselho de Segurança Comissão Permanente Bilateral reformado. 87. Os chefes de governo, por fim, recordaram que a Comissão Permanente Síria Bilateral é o principal foro responsável pelo 85. Os dois mandatários defenderam uma acompanhamento da cooperação luso- solução política inclusiva para o conflito brasileira e pela preparação das cimeiras. Nesse contexto, instruíram a Comissão a sírio e manifestaram preocupação com a examinar formas de aprimorar o seu trabalho escalada de violações do acordo de cessação de hostilidades endossado pela Resolução e ajustar as respectivas práticas aos objetivos 2268 (2016) do Conselho de Segurança das e prioridades atuais da parceria. Nações Unidas. Atentos à deterioração da situação humanitária na Síria, instaram as partes do conflito a respeitar o acordo e a

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DECLARAÇÃO DOS CHANCELERES Declaración Cancilleres de Argentina, DE ARGENTINA, BRASIL, CHILE, Brasil, Chile, Colombia, México, COLÔMBIA, MÉXICO, PARAGUAI E Paraguay y Uruguay URUGUAI – TERÇA-FEIRA, 1º DE NOVEMBRO DE 2016 02/11/2016 Iniciado el proceso de diálogo entre los representantes del Gobierno de la República Declaração dos chanceleres de Argentina, Bolivariana de Venezuela y la Mesa de Brasil, Chile, Colômbia, México, Unidad Democrática, los ministros abajo Paraguai e Uruguai firmantes expresan su esperanza de que dicho diálogo alcance resultados concretos Tendo iniciado o processo de diálogo entre en un plazo razonable. representantes do Governo da República Bolivariana da Venezuela e da Mesa da Los ministros que suscriben reiteran su Unidade Democrática, os ministros abaixo apoyo al acompañamiento del Vaticano y de assinados manifestaram a esperança de que los ex Presidentes en representación de este diálogo alcance resultados concretos UNASUR, y exhortan a que estimulen a las dentro de um prazo razoável. partes a concretar avances y gestos de acercamiento a la brevedad posible y a evitar Os ministros que subscrevem esta todo acto de violencia y amenazas al proceso declaração reiteram seu apoio ao en marcha. acompanhamento do Vaticano e dos ex- presidentes, em representação da UNASUL, e exortam que estimulem as partes a realizarem avanços e gestos de aproximação, Susana Malcorra com a brevidade possível, e a evitarem Argentina qualquer ato de violência e ameaças ao José Serra processo em andamento. Brasil

Heraldo Muñoz Susana Malcorra Chile Argentina María Ángela Holguín José Serra Colombia Brasil Claudia Ruiz Massieu Heraldo Muñoz México Chile Eladio Loizaga María Ángela Holguín Paraguay Colômbia Rodolfo Nin Claudia Ruiz Massieu Uruguay México

Eladio Loizaga Paraguai

Rodolfo Nin Uruguai

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ELEIÇÃO DO EMBAIXADOR internacional a concentrar esforços na busca GILBERTO SABOIA PARA A de medidas efetivas para atenuar o drama COMISSÃO DE DIREITO dos refugiados. INTERNACIONAL DAS NAÇÕES UNIDAS 03/11/2016

O embaixador Gilberto Vergne Saboia foi PROCESSO DE SELEÇÃO DO reeleito hoje, 3 de novembro, como membro DIRETOR-GERAL DA OMC (2017- da Comissão de Direito Internacional das 2021) 04/11/2016 Nações Unidas (CDI), para o mandato 2017- O presidente do Conselho-Geral da OMC, 2021. embaixador Harald Neple (Noruega), divulgou carta a respeito do processo de A CDI tem como função contribuir para o seleção do Diretor-Geral (DG) para o desenvolvimento progressivo do direito mandato que se inicia em 1º de setembro de internacional e a sua codificação. Desde seu 2017. Circulou-se, em anexo, carta do atual estabelecimento, em 1949, o Brasil esteve Diretor-Geral, embaixador Roberto presente de forma quase ininterrupta na Azevêdo, em que formaliza sua disposição a composição do órgão. ser reconduzido para um segundo mandato

de quatro anos, se os Membros assim o A eleição do embaixador Gilberto Saboia desejarem. ocorreu em Nova York, durante a 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas. A Em seu atual mandato (2013-2017), o candidatura recebeu 139 votos, o que reflete embaixador Roberto Azevêdo teve papel de o reconhecimento das elevadas qualificações liderança nas negociações que permitiram a do candidato brasileiro e as contribuições do conclusão de acordos relevantes e Brasil ao direito internacional. O governo substantivos nas conferências ministeriais da brasileiro agradece aos Estados-membros OMC em Bali (2013) e Nairóbi (2015). Estes das Nações Unidas o apoio recebido. foram os primeiros entendimentos multilaterais desde a conclusão da Rodada Uruguai em 1994. A atuação do embaixador NAUFRÁGIOS NA COSTA DA LÍBIA Roberto Azevêdo vem contribuindo para o 03/11/2016 fortalecimento do sistema de comércio multilateral em conjuntura internacional O governo brasileiro tomou conhecimento, desafiadora. com pesar, de que centenas de migrantes do Oriente Médio e da África morreram ou O Brasil saúda, assim, com satisfação, a estão desaparecidos em razão de naufrágios decisão do DG-OMC de colocar-se à ocorridos ontem na costa da Líbia. De disposição dos Estados-Membros para acordo com as informações disponíveis, o exercer novo mandato à frente da número de vítimas fatais poderia chegar a Organização e apoia decididamente sua 239, o que elevaria a 4.220 o número de recondução. O Governo brasileiro entende mortos este ano em decorrência de tragédias que o embaixador Roberto Azevêdo reúne as similares no Mediterrâneo. melhores credenciais para continuar a prestar serviços relevantes ao sistema de Ao expressar suas condolências às famílias comércio internacional. das vítimas e sua solidariedade com os governos dos países envolvidos, o Brasil volta a conclamar a comunidade

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COMUNICADO CONJUNTO SOBRE A fin a la difícil situación por la que atraviesa VENEZUELA 05/11/2016 Venezuela.

Os governos da Argentina, do Brasil, do Corresponde al gobierno y a la oposición Chile, da Colômbia, da Guatemala, do encontrar soluciones, de manera urgente, México, do Paraguai e do Uruguai para el pueblo venezolano. Por eso encorajam a manutenção do diálogo com reiteramos nuestro llamado para que se resultados concretos que ponham fim à mantengan en el camino del diálogo y difícil situação que atravessa a Venezuela. manejen con prudencia el lenguaje, logrando así superar la polarización en la que se Cabe ao governo e à oposição encontrar encuentra la sociedad venezolana. Esto soluções, de maneira urgente, para o povo permitirá tomar decisiones que beneficien venezuelano. Por isso, reiteramos nosso integralmente al país. chamamento para que se mantenham no caminho do diálogo e para que utilizem a Valoramos el importante acompañamiento linguagem com prudência, logrando assim del Vaticano y de los ex presidentes y superar a polarização na qual se encontra a manifestamos nuestra disposición a sociedade venezuelana. Isso permitirá tomar colaborar en lo que se requiera. decisões que beneficiem integralmente o país. Reconocemos las señales positivas de los últimos días como la liberación de algunos Valorizamos o importante acompanhamento presos, que esperamos se acelere y aumente do Vaticano e dos ex-presidentes e el número de beneficiarios de esta medida, manifestamos nossa disposição de colaborar así como la suspensión de las marchas por no que seja necessário. parte de la oposición para darle oportunidad al diálogo. Mantener esta voluntad en estos Reconhecemos os sinais positivos dos momentos es decisivo para el país. últimos dias, como a libertação de presos – esperamos que se acelere e que aumente o Solicitamos a la sociedad venezolana dar número de beneficiários desta medida –, tiempo prudencial para que el diálogo dé los assim como a suspensão das marchas por frutos esperados dentro del respeto del parte da oposição para dar oportunidade ao estado de derecho y de la voluntad popular diálogo. Manter esta vontade nestes expresada en el marco constitucional. momentos é decisivo para o país.

Solicitamos à sociedade venezuelana dar tempo prudencial para que o diálogo dê os ATENTADOS EM BAGDÁ E MOSSUL frutos esperados dentro do respeito do estado 06/11/2016 de direito e da vontade popular expressa no O governo brasileiro recebeu, com marco constitucional. consternação, a notícia dos diversos ataques terroristas cometidos, em 5 de novembro, contra civis nas cidades de Bagdá e Mossul, Comunicado conjunto sobre Venezuela no Iraque, que causaram dezenas de mortes.

O governo brasileiro manifesta sua Los Gobiernos de Argentina, Brasil, Chile, solidariedade às famílias das vítimas e ao Colombia, da Guatemala, do México, governo e ao povo iraquianos, e condena nos Paraguay y Uruguay alientan a mantener el mais fortes termos o terrorismo em todas as diálogo con resultados concretos que pongan

234 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. suas formas, qualquer que seja sua O Brasil buscará manter os laços, antigos e motivação. profícuos, com os Estados Unidos, em benefício dos nossos dois povos. Estas duas grandes nações das Américas compartilham semelhanças que valorizam e orientam as CARTA AO PRESIDENTE ELEITO relações bilaterais. Somos sociedades NORTE-AMERICANO 09/11/2016 multiétnicas, inspiradas por valores A Sua Excelência o Senhor democráticos e de respeito aos direitos Donald J. Trump humanos, em busca da prosperidade, da Presidente eleito dos Estados Unidos da liberdade, da justiça e da dignidade para América todos.

Sobre essas bases, em respeito aos compromissos políticos e jurídicos Senhor Presidente eleito, existentes, desejamos reafirmar nossa agenda de cooperação. Estamos prontos a Felicito-o pela eleição para Presidente dos trabalhar em conjunto com o novo governo, Estados Unidos. já a partir de sua posse em janeiro de 2017.

O Brasil e os Estados Unidos são duas Há oportunidades mutuamente proveitosas grandes democracias que compartilham em investimentos, nas áreas de energia, valores e mantêm, historicamente, fortes educação, inovação e tecnologia, combate ao relações nos mais diferentes domínios. Estou crime organizado, transparência e eficiência certo de que trabalharemos, juntos, para regulatória, infraestrutura e promoção dos estreitar ainda mais os laços de amizade e negócios. Oportunidades que devem ser cooperação que unem nossos povos. buscadas entre as instituições e os setores produtivos dos dois países. Desejo-lhe pleno êxito no Governo dos Estados Unidos. Estamos prontos também a incrementar o diálogo e a cooperação com os Estados Unidos sobre as questões globais, tanto bilateralmente quanto nos foros Michel Temer internacionais, tendo presente a Presidente da República Federativa do responsabilidade de ambos os países na Brasil construção de uma ordem mundial estável, justa e pacífica.

ELEIÇÃO NOS EUA 09/11/2016

O governo brasileiro saúda os Estados Unidos pela realização das eleições presidenciais, que resultaram na escolha de Donald Trump.

Vemos positivamente a mensagem de superação das divisões nacionais e busca de relacionamento construtivo com todos os CONTENCIOSOS NA OMC CONTRA países, emitida pelo presidente eleito em seu O BRASIL POR UNIÃO EUROPEIA E discurso de aceitação. JAPÃO SOBRE REGIMES TRIBUTÁRIOS BRASILEIROS (DS427

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E DS497) – CIRCULAÇÃO DO Como sempre, o Brasil continuará a RELATÓRIO PRELIMINAR DO contribuir, na medida de suas possibilidades PAINEL 11/11/2016 e de acordo com o que solicite o governo colombiano, para que a paz chegue A Delegação do Brasil junto à OMC recebeu definitivamente à Colômbia, país vizinho e hoje, em Genebra, o relatório preliminar do amigo ao qual, neste momento histórico, painel que examinou regimes tributários reiteramos nossas felicitações e nossa brasileiros questionados por União Europeia solidariedade. e Japão. Trata-se de documento sigiloso, cujo conteúdo será público apenas após a circulação do relatório final, prevista para 14 de dezembro próximo. REUNIÃO MINISTERIAL DO CONE SUL SOBRE SEGURANÇA NAS O Governo brasileiro analisará o relatório FRONTEIRAS 15/11/2016 preliminar e apresentará os comentários que julgar pertinentes para consideração dos Por iniciativa conjunta do ministro da Justiça membros do painel antes de sua decisão e Cidadania, , do final, que estará sujeita a apelação. ministro da Defesa, Raul Jungman, do ministro-chefe do Gabinete de Segurança O Brasil tem ressaltado que os programas Institucional, Sergio Etchegoyen, e do brasileiros questionados dão importante ministro das Relações Exteriores, José Serra, contribuição ao desenvolvimento será realizada, no dia 16 de novembro, no econômico e tecnológico do País, bem como Palácio Itamaraty, em Brasília, reunião para a sustentabilidade ambiental. ministerial do Cone Sul sobre segurança nas fronteiras, para a qual foram convidados os ministros responsáveis pelo tema na Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e ACORDO DE PAZ ENTRE O Uruguai. GOVERNO COLOMBIANO E AS FARC-EP 12/11/2016 Trata-se de esforço inédito para dotar de maior coerência e efetividade as ações O governo brasileiro recebeu com grande satisfação a notícia de que o governo regionais voltadas para o combate aos colombiano e as FARC-EP chegaram em ilícitos transnacionais, sobretudo o narcotráfico, o tráfico de armas, o Havana a um novo acordo de paz, que contrabando, o tráfico de pessoas e a incorpora ajustes, esclarecimentos e sugestões apresentadas ao longo das últimas lavagem de dinheiro. semanas pelos diversos setores que apoiaram A discussão deverá concentrar-se em ações a opção pelo “não” no referendo do último conjuntas de enfrentamento ao crime dia 2 de outubro. organizado nas fronteiras. O objetivo será a O governo brasileiro expressa sua esperança definição de parâmetros para intensificar o de que o novo texto obtenha o necessário contato direto entre as agências de segurança, aduana e inteligência dos países apoio da cidadania colombiana e que o do Cone Sul. mesmo espírito de boa-vontade e de reconciliação nacional prevaleça durante a A iniciativa integra os esforços do governo implementação do acordo de paz, bem como Temer na área da segurança pública, como nas negociações ainda em curso com o ELN, debatido na reunião sobre o assunto entre os em benefício da Colômbia e de toda a região. presidentes dos poderes da República, realizada em 28 de outubro passado.

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o comércio internacional e a circulação de pessoas e bens entre nossos países, e DECLARAÇÃO DE BRASÍLIA – consequentemente promova o REUNIÃO MINISTERIAL DO CONE desenvolvimento de nossa região. SUL SOBRE A SEGURANÇA NAS FRONTEIRAS – BRASÍLIA, 16 DE 6. Analisamos, de maneira franca e aberta, NOVEMBRO DE 2016 16/11/2016 os desafios para uma ação efetiva orientada para prevenir e combater a criminalidade 1. Nós, os Ministros e Altas Autoridades das organizada transnacional, reafirmando que Relações Exteriores, do Interior, da Defesa, nossas fronteiras são zonas privilegiadas de da Justiça, de Segurança e de Controle de integração, cooperação e intercâmbio Drogas de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, cultural e comercial entre nossos povos. Paraguai e Uruguai, reunimo-nos em 16 de Nesse sentido, compartilhamos o seguinte novembro de 2016, na cidade de Brasília, diagnóstico: para tratar a temática da segurança nas fronteiras e acordar objetivos prioritários e a) Os crimes transnacionais estão no centro diretrizes para o desenvolvimento de ações de muitos dos problemas de segurança em coordenadas. nossa região, têm efeitos nocivos sobre nossas sociedades e afetam negativamente o 2. Reiteramos nosso pleno respeito aos desenvolvimento sustentável. direitos humanos e garantias fundamentais e o compromisso de continuar aplicando a b) O tráfico ilícito de armas de fogo, Convenção das Nações Unidas contra o munições e explosivos e de drogas alimenta Crime Organizado Transnacional (UNTOC) o crime organizado e a violência em nossas e seus Protocolos, bem como os cidades. O contrabando prejudica nossas instrumentos pertinentes acordados na economias e gera desemprego. O aumento região. de atividades relacionadas com a lavagem de dinheiro gera distorções que afetam o 3. Reafirmamos que os acordos e sistema econômico de nossos países e mecanismos de cooperação bilaterais são fomenta a corrupção. O tráfico de pessoas e elementos essenciais para fortalecer a o tráfico ilícito de migrantes violam os segurança cidadã em nossos países. direitos fundamentais de nossos cidadãos, 4. Manifestamos nossa preocupação com o afetando principalmente as mulheres e as aumento da criminalidade organizada crianças. transnacional em nossa região, bem como c) Os controles nas passagens de fronteira com os potenciais impactos decorrentes de habilitadas e a vigilância terrestre, aérea, ameaças globais como o terrorismo marítima, lacustre e fluvial ao longo de internacional e os crimes cibernéticos e, nossas fronteiras devem ser priorizados, nesse sentido, reconhecemos que, no aperfeiçoados e modernizados de modo contexto de segurança atual, os mecanismos permanente, para fazer frente às novas de cooperação são ferramentas centrais para dinâmicas do crime organizado reforçar a ação conjunta dos Estados. transnacional.

5. Sublinhamos nossa convicção de que a d) A forma mais efetiva de enfrentar o crime segurança nas fronteiras requer uma visão transnacional é por meio da cooperação em regional integral, que incorpore as três âmbitos: nacional, bilateral e regional. O dimensões política, social, econômica e fortalecimento simultâneo e integrado normativa, baseada no princípio de desses três níveis é fundamental para uma responsabilidade compartilhada, que facilite

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 237 resposta coerente, ágil, efetiva e dirigida FORTALECER A COOPERAÇÃO para alcançar os objetivos propostos. i. Fortalecer a cooperação operacional e) No âmbito nacional, o fortalecimento da interagências em matéria de segurança, articulação entre as agências competentes, controle e vigilância de fronteiras, de acordo com a participação dos entes subnacionais, com os ordenamentos jurídicos nacionais e quando apropriado, é a base de uma ação as obrigações internacionais. nacional coordenada e efetiva, permitindo identificar e tratar de maneira adequada os ii. Promover encontros frequentes das desafios institucionais, legislativos e autoridades nacionais responsáveis pela financeiros. segurança nas fronteiras, com vistas a, entre outras ações, desenvolver operações f) No âmbito bilateral, os mecanismos de coordenadas e intercambiar experiências cooperação devem ser fortalecidos por meio para combater os crimes transnacionais. de acordos e ajustes, incluindo ações operacionais coordenadas e a facilitação dos iii. Fomentar a formação e capacitação meios necessários para sua execução. conjunta do pessoal de segurança, controle e vigilância de fronteiras. g) No nível regional, é necessário desenvolver uma visão estratégica iv. Reforçar a coordenação e a cooperação compartilhada de segurança nas fronteiras, entre esferas nacionais e subnacionais de com vistas a fortalecer os mecanismos governo, em conformidade com seus existentes e a adequá-los para dar respostas respectivos ordenamentos jurídicos. imediatas e ágeis, a partir de uma v. Identificar desafios institucionais e buscar perspectiva flexível e dinâmica. os meios tecnológicos, financeiros e h) É momento de passar para a ação e materiais e os recursos humanos adequados avançar para políticas públicas para enfrentá-los. transformadoras, baseadas na obtenção e no vi. Incrementar o controle do espaço aéreo intercâmbio de informação precisa, tanto nas fronteiras comuns, mediante o quantitativa como qualitativa, sobre as fortalecimento da cooperação operacional vulnerabilidades, problemas e desafios nas interagências, em conformidade com os áreas fronteiriças. ordenamentos jurídicos nacionais. 7. Diante desse diagnóstico, ressaltamos vii. Promover uma cooperação judicial, nossa determinação de prevenir, processar e policial e de agências de inteligência, para punir os crimes internacionais e de aumentar e agilizar a capacidade de resposta aprofundar o desenvolvimento econômico e frente às diferentes formas e manifestações social das fronteiras, a partir de um critério da criminalidade organizada transnacional. de responsabilidade compartilhada de segurança cidadã. viii. Concentrar os esforços em apoiar o estabelecimento de órgãos mistos de 8. Nossos Governos, no marco de sua investigação em processos, ações ou soberania e seus respectivos ordenamentos investigações judiciais em um ou mais jurídicos, comprometem-se a unir esforços Estados, em conformidade com o artigo 19 na luta contra as organizações criminosas da UNTOC. que atuam na região. ix. Promover a efetiva coordenação dos 9. Para essa finalidade, acordamos os controles de fronteiras, gerando um seguintes objetivos prioritários e diretrizes: intercâmbio de informação sistematizado,

238 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. modernizando progressivamente a baseada nos princípios de justiça e respeito infraestrutura de controle e melhorando as aos direitos humanos. condições de trabalho e segurança dos funcionários. ii. Fortalecer, de modo prioritário, o tratamento do problema do crime x. Utilizar novas tecnologias e aperfeiçoar as transnacional no marco dos acordos existentes, com o propósito de incrementar a existentes e nos foros regionais, em efetividade das ações de combate às particular, no MERCOSUL e na UNASUL. organizações criminosas. iii. Coordenar posições a fim de desenvolver xi. Promover, em conformidade com os sinergias entre os diversos mecanismos de ordenamentos jurídicos nacionais e as cooperação existentes na área de segurança obrigações internacionais, o pública, com vistas à consolidação de um desenvolvimento dos seguintes aspectos marco coerente e sistemático para orientar as prioritários: ações de prevenção e combate aos crimes transnacionais, incluindo a definição de - cooperação entre instituições de prevenção metas, objetivos e indicadores de e combate ao crime transnacional, de acordo acompanhamento. com as prioridades nacionais; CONHECER A FRONTEIRA - fortalecimento dos controles, nacionais e regionais, de precursores químicos, de i. Incentivar as instituições de pesquisa drogas, de marcação e rastreamento de científica e acadêmica para, em coordenação armas de fogo, e de veículos furtados ou com suas contrapartes, desenvolver estudos roubados; sobre os desafios, vulnerabilidades, necessidades e potencialidades nas - prevenção e combate à lavagem de dinheiro fronteiras, da perspectiva da segurança, e ao financiamento do terrorismo; tendo em conta a diversidade política, - prevenção e combate ao tráfico de pessoas econômica, cultural e social nas fronteiras. e ao tráfico ilícito de migrantes; e ii. Definir metodologias compatíveis para os - desenvolvimento de um sistema de estudos sobre as fronteiras, com ênfase na intercâmbio de informação sobre voos segurança pública, para permitir a comparação de resultados e contribuir para a irregulares transfronteiriços. elaboração de políticas públicas. xii. Fomentar, no âmbito do Mercosul e Estados Associados, a análise das iii. Fomentar a celebração de convênios entre os institutos de pesquisa científica e legislações nacionais em matéria de acadêmica para a obtenção, análise, difusão tipificação e sanção dos crimes transnacionais com o objetivo de alinhá-las e intercâmbio de informação, estatísticas, para incrementar a cooperação jurídica estudos já realizados e boas práticas. internacional. 10. Concordamos em estabelecer um mecanismo flexível conformado por uma CONSOLIDAR A COOPERAÇÃO rede de pontos focais, que manterá contatos REGIONAL CONTRA O CRIME frequentes e encontros periódicos quando TRANSNACIONAL necessário, preferencialmente no marco de i. Estabelecer uma visão comum sobre as encontros regionais e multilaterais, para necessidades, vulnerabilidades, desenvolver os objetivos e diretrizes potencialidades e desafios nas fronteiras, acordados, formular recomendações e

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 239 concertar posições nos organismos regionais A íntegra da declaração de lançamento e existentes. informações adicionais está disponível em http://www.biofutureplatform.org/

LANÇAMENTO DA PLATAFORMA PARA O BIOFUTURO – ACIDENTE EM MOÇAMBIQUE MARRAQUEXE, 16 DE NOVEMBRO 18/11/2016 DE 2016 17/11/2016 O governo brasileiro recebeu, com pesar, a À margem da Conferência do Clima notícia de acidente com caminhão-tanque (COP22), em Marraquexe, coalizão de 20 ocorrido na localidade de Caphiridzange, países, interessados nos campos da energia província de Tete, em Moçambique, no dia limpa e bioeconomia, anunciou o 17 de novembro, que resultou na morte de lançamento da Plataforma para o Biofuturo. dezenas de pessoas e em mais de 100 feridos. O Brasil, propositor original da iniciativa, foi escolhido para coordenar inicialmente a O Brasil expressa suas condolências e implementação da Plataforma. solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao governo de Moçambique. A Plataforma para o Biofuturo abrange alguns dos países mais relevantes para mercados e inovação em biocombustíveis VIAGEM DO MINISTRO DAS avançados e biomateriais. A lista dos RELAÇÕES EXTERIORES, JOSÉ participantes inclui Argentina, Brasil, SERRA, À ESPANHA – MADRI, 21 A 23 Canadá, China, Dinamarca, Egito, Estados DE NOVEMBRO DE 2016 18/11/2016 Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Índia, Indonésia, Itália, Marrocos, Moçambique, O ministro José Serra realizará viagem à Países Baixos, Paraguai, Reino Unido, Espanha entre 21 e 23 de novembro. No dia Suécia e Uruguai. 21, manterá encontro com a secretária de estado de Comércio, María Luísa Poncela. O evento foi aberto pelo Ministro do Meio No dia seguinte, será recebido pelo rei Felipe Ambiente, José Sarney Filho, e pelo VI e pelo presidente de governo Mariano Ministro de Agricultura, Pecuária e Rajoy, e terá reunião com o ministro de Abastecimento, Blairo Maggi. Contou com a Assuntos Exteriores e Cooperação, Alfonso presença de autoridades de alto nível dos Dastis. países parceiros da Plataforma e de organizações internacionais (entre elas, FAO Nos encontros com as autoridades e UNCTAD), além de associações do setor espanholas, serão discutidos temas da pauta privado. bilateral, como a cooperação em ciência, tecnologia e inovação, comércio e A Plataforma para o Biofuturo dá investimentos. Também serão revisados seguimento aos compromissos estabelecidos assuntos da agenda regional, entre os quais na Rio+20, nos Objetivos de as negociações de um acordo de livre Desenvolvimento Sustentável (ODS) e no comércio entre o Mercosul e a União Acordo de Paris. A iniciativa representa um Europeia. novo esforço coletivo para acelerar o desenvolvimento e a implantação de No dia 23, o ministro Serra participará de biocombustíveis avançados, nos setores seminário empresarial, juntamente com os mais diversos, como alternativas titulares das pastas de Transportes, Portos e sustentáveis aos combustíveis fósseis. Aviação Civil, Minas e Energia, e do

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Programa de Parceria de Investimentos. O que exige ação intensa, mas não mais evento será coordenado pela Agência representam uma "Emergência de Saúde Brasileira de Promoção das Exportações e Pública de Preocupação Internacional", dos Investimentos (APEX-Brasil) e sua originalmente declarada em fevereiro de homóloga espanhola, a ICEX-España 2016, nos termos do RSI. O Comitê Exportación e Inversiones. No evento, será recomendou, igualmente, que a resposta ao apresentado aos investidores espanhóis o vírus fosse transferida para um programa de "Projeto Crescer", que prevê a licitação de trabalho regular com os recursos necessários 34 projetos na área de infraestrutura no para enfrentar a natureza de longo prazo da Brasil. doença e distúrbios associados.

A Espanha ocupa o terceiro lugar entre os A Diretora-Geral da OMS, Dra. Margareth maiores investidores individuais no Brasil, Chan, acatou a recomendação do Comitê, com um estoque de investimentos em 2014 declarando o fim da "Emergência de Saúde de cerca de 53,8 bilhões de euros. Os Pública de Preocupação Internacional". investimentos brasileiros naquele país, da Afirmou também que a epidemia continuará ordem de 14,7 bilhões de euros, a ser enfrentada no marco dos programas apresentaram expressiva elevação nos regulares da OMS. últimos anos e fizeram do Brasil um dos principais investidores na Espanha, entre os O presidente do Comitê de Emergência, países emergentes. Em 2015, a corrente de David Heyman, e o Diretor-Executivo do comércio entre Brasil e Espanha alcançou Programa de Emergências de Saúde da 5,8 bilhões de euros. OMS, Peter Salama, consideraram apropriada a decisão do governo brasileiro de manter a epidemia de zika como emergência no plano nacional. Foi observado também que as pesquisas de longo prazo em curso no Brasil são importantes para a produção de informações sobre eventuais cofatores causadores dos distúrbios associados ao vírus Zika. NOTA CONJUNTA ENTRE O MINISTÉRIO DA SAÚDE E O MINISTERIO DAS RELAÇÕES ACIDENTE FERROVIÁRIO NA ÍNDIA EXTERIORES – DECLARAÇÃO PELA OMS DO FIM DA "EMERGÊNCIA DE 20/1/2016 SAÚDE PÚBLICA DE PREOCUPAÇÃO O governo brasileiro tomou conhecimento, INTERNACIONAL" ASSOCIADA AO com profundo pesar, do acidente ferroviário VÍRUS ZICA 19/11/2016 ocorrido na madrugada deste domingo, nas Realizou-se, no dia 18 de novembro, em proximidades de Kanpur, no Estado de Uttar Genebra, a 5ª Reunião do Comitê de Pradesh, norte da Índia, que deixou mais de uma centena de mortos e de feridos. Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) da Organização Mundial O Brasil expressa suas condolências e seu da Saúde (OMS) sobre o vírus Zika e casos sentimento de solidariedade às famílias das de microcefalia e outros distúrbios a ele vítimas e ao povo e ao governo da Índia. associados. O Comitê considerou que o vírus Zika e as consequências a ele associadas continuam a ser um desafio de saúde pública

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ELEIÇÕES PRESIDENCIAS E autoridades de ambos os países, que foram LEGISLATIVAS NO HAITI 21/11/2016 realizadas nos últimos cinco meses. O Presidente Michel Temer e o Presidente de O governo brasileiro saúda o governo e o Governo Mariano Rajoy reuniram-se povo haitianos pela realização, em 20 de bilateralmente por ocasião da Cúpula do G- novembro, das eleições presidenciais e 20. Em Brasília, em setembro passado, o legislativas, um passo importante para o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, fortalecimento da democracia no Haiti e para José Serra, e o Secretário de Comércio da a preservação dos avanços institucionais do Espanha, Jaime García-Legaz, fomentaram país. ações relativas à agenda bilateral na área O governo brasileiro felicita as autoridades econômica. haitianas pelos esforços na organização e 2. Estas reuniões demonstram a elevada condução pacífica das votações, que contou prioridade atribuída pela Espanha e pelo com a colaboração da Missão das Nações Brasil à relação bilateral e ao papel que Unidas para a Estabilização do Haiti ambos os países desempenham em suas (MINUSTAH) e da comunidade respectivas estratégias internacionais. internacional. 3. Os Ministros consideram que se afigura Ao exortar todos os atores políticos a um bom momento para aprofundar uma aguardar pacificamente os resultados, o relação já vigorosa, baseada em acervo de governo brasileiro reitera seu apoio ao sólidas raízes econômicas, comerciais, processo eleitoral em curso, bem como seu culturais, educativas e de intensa cooperação compromisso de longo prazo com o em matéria de defesa e de ciência e desenvolvimento do Haiti. tecnologia.

4. Ambos os países compartilham o desejo de reforçar o diálogo político e a concertação COMUNICADO DE IMPRENSA DOS sobre os principais temas da agenda MINISTROS DE ASSUNTOS internacional e regional. EXTERIORES E DE COOPERAÇÃO DO REINO DA ESPANHA E DAS 5. Os Ministros reconhecem também que RELAÇÕES EXTERIORES DA ainda há um grande potencial para o REPÚBLICA FEDERATIVA DO crescimento e diversificação dos BRASIL 23/11/2016 intercâmbios comerciais e de investimento. Os Ministros de Assuntos Exteriores e de Em termos de volume de investimentos, a Cooperação do Reino da Espanha, Alfonso Espanha é o segundo investidor estrangeiro Dastis, e das Relações Exteriores da no Brasil. Entre as principais economias do mundo, considerada a relação entre o PIB e República Federativa do Brasil, José Serra, os investimentos, a Espanha é o país que mantiveram, em 23 de novembro de 2016, em Madri, uma reunião de trabalho. O destina a maior parte de seu PIB para Ministro José Serra também foi recebido, em investimentos no Brasil. O Brasil, por sua vez, encontra-se entre os três principais 22 de novembro, por Sua Majestade o Rei destinos de novos investimentos espanhóis Felipe VI, e pelo Presidente de Governo Mariano Rajoy. no exterior; o fluxo comercial bilateral continua a crescer, apesar de ter passado por 1. Os Ministros Alfonso Dastis e José Serra um ano de retração. O Brasil é atualmente o mantiveram um encontro em Madri como mercado mais importante para a Espanha na seguimento das reuniões de alto nível entre América Latina.

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6. Por esta razão, os Ministros nível, com a participação dos setores público congratularam-se pela realização, em Madri, e privado. com início em 23 de novembro, do evento "Invest in Brazil", sobre oportunidades de investimento em infraestrutura, logística e VISITA DO DIRETOR-GERAL DA energia no Brasil. O evento foi encerrado AIEA, YUKIYA AMANO – SÃO pelos Ministros José Serra e Alfonso Dastis, PAULO, BRASÍLIA E RIO DE e contou com a presença dos Ministros JANEIRO, 23 A 25 DE NOVEMBRO DE Moreira Franco (Programa de Parcerias de 2016 23/1/2016 Investimentos - PPI), Mauricio Quintella (Transportes, Portos e Aviação Civil) e O Diretor-Geral da Agência Internacional de (Minas e Energia), Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, assim como Roberto Jaguaribe, Presidente realiza visita ao Brasil entre os dias 23 e 25 da APEX (Agência Brasileira de Promoção de novembro. de Exportações e Investimentos) e da Secretária de Estado de Comércio da Em São Paulo, o Diretor-Geral da AIEA Espanha, Maria Luisa Poncela. O objetivo visitou o Centro Experimental de Aramar, do evento será apresentar a grandes em Iperó, e conheceu o projeto do Reator empresas e investidores espanhóis os Multipropósito Brasileiro, que permitirá ao projetos e oportunidades em novas obras e país alcançar autonomia em matéria de concessões previstas pelo Governo do radioisótopos destinados à medicina nuclear. Presidente Michel Temer, em particular para No dia 24, em Brasília, Yukiya Amano será a melhora da infraestrutura de transportes e recebido pelo Ministro da Ciência, serviços, tendo em conta a grande vantagem Tecnologia, Inovação e Comunicações, competitiva do setor privado espanhol. Gilberto Kassab; pelo Comandante da 7. Ambas as partes expressaram sua Marinha, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, e satisfação com os recentes progressos nas pelo Ministro, interino, das Relações negociações entre a UE e o MERCOSUL Exteriores, Embaixador Marcos Galvão. para alcançar o acordo de associação O Diretor-Geral da AIEA visitará também a birregional. O Ministro José Serra destacou Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, o papel da Espanha na União Europeia e sua no dia 25, em Angra dos Reis, e manterá, no visão favorável ao acordo com o Rio de Janeiro, reuniões na Agência MERCOSUL. Brasil e Espanha decidiram Brasileiro-Argentina de Contabilidade e continuar a trabalhar em conjunto para o Controle de Materiais Nucleares (ABACC) sucesso das negociações. e na Comissão Nacional de Energia Nuclear 8. O Ministro José Serra apresentou cartas (CNEN). do Presidente Michel Temer por meio das Membro fundador da AIEA, o Brasil quais convidou Sua Majestade o Rei Felipe participa ativamente dos trabalhos no âmbito VI e o Presidente de Governo Mariano Rajoy da Agência, que tem por objetivo garantir o para visitar o Brasil. Nesse sentido, os uso seguro e pacífico da tecnologia nuclear, Ministros deverão examinar a possibilidade contribuindo para a paz e a consecução das de definir agenda de encontros de alto nível metas de desenvolvimento sustentável. em 2017. Ao mesmo tempo, instruíram seus ministérios para organizar o Fórum Brasil- Espanha, no primeiro semestre de 2017, de caráter empresarial, acadêmico e de alto CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO EMBAIXDOR DO IRÃ 24/11/2016

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O governo brasileiro tem a satisfação de FALECIMENTO DE FIDEL CASTRO informar que concedeu agrément ao senhor 26/11/2016 Seyed Ali Saghaeyen como embaixador extraordinário e plenipotenciário da O governo brasileiro tomou conhecimento República Islâmica do Irã no Brasil. com pesar da morte do líder cubano Fidel Castro. O Brasil e o Irã estabeleceram relações diplomáticas em 1903. Como dirigente máximo de seu país por cinco décadas, marcou profundamente a política cubana e o cenário internacional. Entra para a história como uma das NOVO PORTAL COSULAR 24/11/2016 lideranças políticas mais emblemáticas do século XX. Não é possível entender a Está disponível, no endereço http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br, história de nosso continente sem referência a nova versão do Portal Consular, com Fidel, suas ideias e ações à frente da informações úteis para brasileiros que revolução cubana e do governo do seu país. pretendam viajar para outros países ou que Sua trajetória resume os dolorosos conflitos residam no exterior. e contradições de um período histórico O novo Portal Consular traz, em ambiente de conturbado, no qual ideias de desenvolvimento e justiça social nem fácil visualização e consulta, alertas sempre se conciliaram, em nossa região, consulares; perguntas frequentes; informações sobre legalização de com o respeito aos direitos humanos e à documentos, emissão de vistos e democracia. passaportes; descrição das competências das O governo solidariza-se com o povo cubano repartições consulares; e orientações sobre e apresenta a seu governo e à família de Fidel como proceder em caso de emergência no Castro suas sentidas condolências. exterior. Também foi reformulada a seção "Seu Destino", que agora conta com informação pormenorizada a respeito de providências e precauções a tomar antes de José Serra viajar ao exterior. Ministro das Relações Exteriores

O Portal Consular está sendo atualizado constantemente com informações recebidas CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO das unidades do Ministério das Relações EMBAIXADOR DA SUÍÇA 27/11/2016 Exteriores e das repartições consulares brasileiras no exterior. O governo brasileiro tem a satisfação de informar que concedeu agrément ao senhor A reformulação do Portal Consular visa a Andrea Semadeni como embaixador atender a crescente demanda pelos serviços extraordinário e plenipotenciário da consulares do Itamaraty. Aproximadamente Confederação Suíça no Brasil. 8 milhões de brasileiros viajam anualmente ao exterior, ao passo que se estima em 3 O Brasil e a Suíça estabeleceram relações milhões o número de nacionais residentes diplomáticas em 1826. fora do Brasil.

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ACIDENTE AÉREO COM DELEGAÇÃO DA CHAPECOENSE 29/11/2016 NÚCLEO DE APOIO A BRASILEIROS EM MEDELLÍN 30/11/2016 O Ministério das Relações Exteriores manifesta seu profundo pesar pelo trágico O Itamaraty montou um núcleo 24 horas acidente aéreo ocorrido na Colômbia, que para apoio a brasileiros em Medellín, no vitimou jogadores, comissão técnica e terminal executivo do aeroporto Olaya dirigentes da Associação Chapecoense de Herrera, sala VIP 2, telefones +57 4 3656180 Futebol, bem como jornalistas e tripulantes e +57 4 3656181. que acompanhavam a delegação. O O núcleo conta com a presença de médico, Itamaraty soma-se às expressões de pesar psicólogo, funcionários da prefeitura local, aos familiares das vítimas e à população de do Ministério de Relações Exteriores Chapecó e faz votos de pronto colombiano e agentes consulares da restabelecimento aos sobreviventes. Embaixada do Brasil na Colômbia. Além de A Embaixada do Brasil em Bogotá está atender familiares e amigos das vítimas do deslocando funcionários a Medellín, acidente com o avião que transportava a chefiados pelo embaixador Julio Bitelli, com Chapecoense, a equipe do núcleo cuidará o intuito de prestar toda a assistência dos trâmites burocráticos para que os corpos necessária às vítimas e a seus familiares e de possam ser rapidamente transportados para o dar apoio ao traslado dos corpos ao Brasil. Brasil. Funcionários do Itamaraty em Brasília Em Brasília, o núcleo de assistência a também viajarão a Medellín para reforçar a brasileiros do MRE está à disposição para equipe de apoio. informações e esclarecimentos, de segunda a O Núcleo de Assistência a Brasileiros do sexta-feira, das 8h às 20h, pelos telefones Ministério das Relações Exteriores está +55 61 2030 8803 e +55 61 2030 8804, e disponível para prestar informações e pelo e-mail [email protected]. Nos esclarecimentos sobre o acidente nos demais horários, poderá ser contatado o números (61) 2030-8803 e (61) 2030-8804, telefone do plantão consular da e pelo e-mail [email protected]. Subsecretaria-Geral das Comunidades Brasileiras e de Assuntos Consulares e Jurídicos do Itamaraty: +55 61 98197-2284.

HOMENAGEM ÀS VÍTIMAS DO ACIDENTE AÉREO COM DELEGAÇÃO DA CHAPECOENSE MORTE DE FERREIRA GULLAR 29/11/2016 05/12/2016

Os ministros José Serra (Relações "Recebi, com muita tristeza, a notícia da Exteriores) e Roberto Freire (Cultura) morte de Ferreira Gullar, poeta maior, representarão o governo brasileiro na ensaísta, crítico de arte, tradutor e amigo homenagem às vítimas do acidente aéreo querido. envolvendo a delegação da Associação Gullar deixa uma contribuição marcante Chapecoense de Futebol, tripulantes e para a cultura brasileira e, em particular, para demais passageiros, a ser realizada amanhã, nossa língua e literatura. Pioneiro desde os no estádio Atanasio Girardot, em Medellín, anos 1950, renovou, ao longo de mais de às 18:45 (hora local). meio século, a poesia do país com uma obra

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 245 brilhante e inovadora, que lhe valeu a admiração de tantos leitores e inúmeros prêmios – inclusive o Prêmio Camões, o VISITA DO SECRETÁRIO DE mais importante da língua portuguesa. ESTADO DE COMÉRCIO INTERNACIONAL E PRESIDENTE Ele foi um homem de grande integridade, DO CONSELHO DE COMÉRCIO DO que soube combater o bom combate de REINO UNIDO 07/12/2016 ideias movido por seu amor ao Brasil e pela visão de um país democrático e socialmente O ministro das Relações Exteriores, José mais justo. Serra, terá, hoje, 7 de dezembro, encontro com o secretário de Estado de Comércio Nesse momento de dor, em que o Brasil Internacional e presidente do Conselho de sofre perdas tão sentidas, expresso minhas Comércio do Reino Unido, Liam Fox. mais profundas condolências aos familiares de Ferreira Gullar e despeço-me do grande Durante o encontro, serão repassados temas amigo com suas palavras: econômicos, comerciais e financeiros da agenda bilateral. Serão também tratadas Corpo meu corpo corpo questões de governança econômica que tem um nariz assim uma boca internacional e temas da OMC e do G20. dois olhose um certo jeito de sorrir de falarque minha mãe identifica como Entre janeiro e outubro de 2016, a corrente sendo de seu filhoque meu filho identifica de comércio bilateral totalizou US$ 4,4 como sendo de seu pai bilhões, com superávit para o Brasil de US$ 435 milhões. De acordo com os dados mais corpo que se pára de funcionar provoca recentes do Banco Central, o Reino Unido é um grave acontecimento na família: o 4º maior investidor no Brasil, com estoque sem ele não há José Ribamar Ferreira de US$ 36,7 bilhões. não há Ferreira Gullare muitas pequenas coisas acontecidas no planeta estarão esquecidas para sempre" VISITA DA MINISTRA DAS José Serra RELAÇÕES EXTERIORES E CULTO DA REPÚBLICA ARGENTINA, Ministro de Estado das Relações SUSANA MALCORA, AO BRASIL – Exteriores BRASÍLIA, 8 DE DEZEMBRO DE 2016 07/12/2016

A ministra das Relações Exteriores e Culto CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO da República Argentina, Susana Malcorra, EMBAIXADOR DA TUNÍSIA realizará visita de trabalho a Brasília no dia 06/12/2016 8 de dezembro, ocasião em que será recebida pelo presidente Michel Temer e manterá O governo brasileiro tem a satisfação de encontro com o ministro José Serra. informar que concedeu agrément ao senhor Mohamed Hedi Soltani como embaixador Durante a visita, os chanceleres passarão em extraordinário e plenipotenciário da revista os temas da ampla agenda bilateral e República da Túnisia no Brasil. intercambiarão opiniões sobre os contextos O Brasil e a Tunísia estabeleceram relações regional e global. O encontro servirá, diplomáticas em 1956. também, para preparar a visita que o

246 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. presidente da Argentina, Mauricio Macri, favorecer o processo de diálogo no país deverá fazer ao Brasil em 2017. vizinho.

A Argentina é um dos principais parceiros Fazemos votos para que a Venezuela políticos e comerciais do Brasil. Buenos encontre o caminho do entendimento, o que Aires foi o destino das primeiras visitas lhe dará estabilidade para o futuro. bilaterais do presidente Michel Temer, em outubro, e do chanceler José Serra, em maio, Susana Malcorra em sinal da importância da aliança Chanceler da Argentina estratégica com a Argentina para a José Serra consecução dos objetivos da política externa Chanceler do Brasil brasileira. Heraldo Benjamín Muñoz O Brasil é o principal fornecedor de produtos Chanceler do Chile à Argentina e principal destino das exportações do país vizinho. Nos primeiros María Ángela Holguín Cuellar dez meses de 2016, o intercâmbio bilateral Chanceler da Colômbia somou mais de US$ 18 bilhões. Nesse período, a Argentina foi o terceiro maior Carlos Raúl Morales Moscoso parceiro comercial do Brasil. Chanceler da Guatemala

Claudia Ruiz Massieu Chanceler do México DECLARAÇÃO DOS CHANCELERES DE ARGENTINA, BRASIL, CHILE, Eladio Loizaga COLÔMBIA, GUATEMALA, MÉXICO, Chanceler do Paraguai PARAGUAI, PERU E URUGUAI Ricardo Luna 07/12/2016 Chanceler do Peru Os chanceleres dos países abaixo assinados Rodolfo Nin Novoa reiteram seu apelo para que se mantenha Chanceler do Uruguai vigente o diálogo entre o governo e a oposição na Venezuela.

Sublinham, ainda, a importância de um Declaración Cancilleres de Argentina, tratamento mútuo respeitoso e do Brasil, Chile, Colombia, Guatemala, cumprimento estrito dos acordos alcançados México, Paraguay, Perú y Uruguay no âmbito deste diálogo, que são essenciais para gerar a confiança necessária, para assegurar o envolvimento permanente de Los Cancilleres de los países abajo firmantes todas as partes e para avançar na solução das reiteran su llamado para mantener vigente el diferenças, em benefício do povo diálogo en Venezuela entre el gobierno y la venezuelano. oposición. Nossos países continuarão apoiando os Destacan, asimismo, la importancia de un esforços dos ex-presidentes e a contribuição trato respetuoso mutuo y del estricto prudente do Vaticano, que deve ser cumplimiento de los acuerdos alcanzados en altamente apreciada por todas as partes e el marco de dicho diálogo, que son representou uma ajuda desinteressada para esenciales para generar la confianza

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 247 necesaria, asegurar la participación da Pakistan International Airlines, que permanente de todas las partes y avanzar en vitimou 47 pessoas. la solución de las diferencias en beneficio del pueblo venezolano. O governo brasileiro manifesta sua solidariedade e condolências aos familiares Nuestros países seguirán apoyando los das vítimas e ao governo do Paquistão. esfuerzos de los Ex Presidentes y la prudente contribución del Vaticano, que debe ser altamente apreciada por todas las partes y TERREMOTO NA INDONÉSIA representó una ayuda desinteresada para 07/12/2016 favorecer el proceso de diálogo en el hermano país. O governo brasileiro tomou conhecimento, com consternação, do terremoto que atingiu Hacemos votos para que Venezuela a província de Aceh, no norte da Indonésia, encuentre el camino del entendimiento que deixando dezenas de mortos e feridos, além le dará estabilidad hacia el futuro. de significativos danos materiais. Susana Malcorra O governo brasileiro solidariza-se com as Canciller de Argentina famílias das vítimas e manifesta seu sentido José Serra pesar ao governo e ao povo da Indonésia. Canciller de Brasil BRASIL ENVIA MEDICAMENTOS E Heraldo Benjamín Muñoz VACINAS AO HAITI 09/12/2016 Canciller de Chile Em iniciativa integrada dos ministérios da María Ángela Holguín Cuellar Defesa, Saúde e Relações Exteriores, Canciller de Colombia coordenada pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), o governo Carlos Raúl Morales Moscoso brasileiro enviou medicamentos e vacinas Canciller de Guatemala contra cólera para atendimento à população do Haiti. São mais de 18.000 unidades de Claudia Ruiz Massieu medicamentos, testes rápidos para HIV, Canciller de México materiais de uso hospitalar e cerca de 4.000 Eladio Loizaga doses de vacinas contra cólera. Canciller de Paraguay As doações seguiram em avião da Força Aérea Brasileira, que partiu do Rio de Ricardo Luna Canciller de Perú Janeiro em 8 de dezembro, transportando militares para o rodízio do Batalhão Rodolfo Nin Novoa Brasileiro de Infantaria de Força de Paz Canciller de Uruguay (BRABAT) que integra a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH).

ACIDENTE AÉREO NO PAQUISTÃO Os donativos são parte da cooperação 07/12/2016 brasileira com o Haiti em razão da passagem do furacão "Matthew" em outubro passado. O governo brasileiro tomou conhecimento, A nova doação integra a resposta com pesar, do desastre com o voo PK-661, humanitária do governo brasileiro a essa catástrofe socioambiental, que já contou

248 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. com doações financeiras no total de US$ 400 aos familiares das vítimas, ao povo e ao mil ao Programa Mundial de Alimentos governo do Egito, o governo brasileiro (PMA) das Nações Unidas, para atividades reitera, nos mais fortes termos, seu veemente emergenciais de aquisição e distribuição de repúdio a todo ato de terrorismo, alimentos e outros itens de primeira independentemente de sua motivação. necessidade a cerca de 800 mil pessoas, como também para ações de preparação para emergências. REUNIÃO DO CONSELHO DO MERCADO COMUM DO MERCOSUL – BUENOS AIRES, 14 DE DEZEMBRO ATENTADOS NA TURQUIA 11/12/2016 DE 2016 13/12/2016

O governo brasileiro condena os atentados O ministro das Relações Exteriores José terroristas que deixaram dezenas de mortos Serra participará, em Buenos Aires, no dia e centenas de feridos no sábado, 10 de 14 de dezembro, de reunião extraordinária dezembro, nos arredores do estádio de do Conselho do Mercado Comum (CMC) do futebol Besiktas, em Istambul, na Turquia. MERCOSUL, juntamente com ministros de Argentina, Paraguai e Uruguai. Ao manifestar condolências e solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao O encontro permitirá aos estados partes governo turco, o governo brasileiro reitera tratar da efetiva liberalização do comércio seu veemente repúdio a todo ato de intrabloco, da negociação de um protocolo terrorismo, qualquer que seja sua motivação. para a cooperação e facilitação de investimentos no MERCOSUL, da revisão do protocolo de contratações públicas e da dinamização das negociações ACIDENTE FERROVIÁRIO NA extrarregionais. BULGÁRIA 12/12/2016 Na reunião do CMC, a Argentina assumirá a O governo brasileiro lamenta, com grande pesar, o acidente ferroviário em Hitrino, na Presidência Pro Tempore do MERCOSUL Bulgária, que vitimou e feriu dezenas de para o primeiro semestre de 2017, conforme pessoas. o critério da rotatividade por ordem alfabética. No segundo semestre, a O governo brasileiro manifesta sua presidência do bloco caberá ao Brasil. solidariedade e condolências aos familiares das vítimas, ao governo e ao povo da Bulgária. FALECIMENTO DO ARCEBISPO DOM PAULO EVARISTO ARNS ATAQUE À CADETRAL COPTA DO 14/12/2016 CAIRO, EGITO 12/12/2016 Recebi com tristeza a notícia da morte do O governo brasileiro condena o ataque arcebispo emérito de São Paulo, meu amigo terrorista que deixou ao menos 25 mortos e Dom Paulo Evaristo Arns. Neste momento de dor, transmito a seus familiares e a toda a dezenas de feridos na manhã do último população de São Paulo, que ele tanto amou domingo, 11 de dezembro, nas cercanias da Catedral Copta do Cairo, no Egito. e pela qual tanto fez, meus mais profundos sentimentos. Ao manifestar condolências e solidariedade

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 249

Dom Paulo é um exemplo para aqueles que CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" À acreditam na justiça social e na melhoria das EMBAIXADORA DO BRASIL NO condições de vida da população. Dedicou ZIMBÁBUE 15/12/2016 seu sacerdócio à defesa dos direitos humanos, em especial dos mais pobres. O governo brasileiro tem a satisfação de informar que o governo do Zimbábue À frente da Arquidiocese de São Paulo entre concedeu agrément a Ana Maria Pinto 1970 e 1998, trabalhou ativamente para o Morales como embaixadora extraordinária e retorno da democracia em nosso país. Criada plenipotenciária do Brasil naquele país. De por ele, a Comissão Brasileira de Justiça e acordo com a Constituição, essa designação Paz de São Paulo desempenhou papel ainda deverá ser submetida à apreciação do fundamental no combate à tortura durante o Senado Federal. regime militar. Junto com sua irmã Zilda Arns, estabeleceu a Pastoral da Criança, Ana Maria Pinto Morales é, desde 2011, organização que até hoje trabalha embaixadora na Zâmbia. Ao longo de sua incessantemente pelo bem-estar das carreira, serviu na missão do Brasil em Nova crianças, em especial as mais humildes. York e nas embaixadas brasileiras no Panamá, Zimbábue, Estados Unidos, São Paulo e o Brasil perdem um gigante; eu, México e Peru. um amigo e conselheiro. CONDECORAÇÃO DE COLOMBIANOS QUE COOPERARAM COM VÍTIMAS DO ACIDENTE DA José Serra CHAPECOENSE 15/12/2016 Ministro das Relações Exteriores O governo brasileiro condecorará, nesta sexta-feira, 16 de dezembro, cidadãos colombianos em reconhecimento à atuação CONCESSÃO DE "AGRÉMENT" AO no resgate das vítimas do acidente com o EMBAIXADOR DO BRASIL NA avião que transportava a delegação da ESLOVÊNIA 14/12/2016 Associação Chapecoense de Futebol e O governo brasileiro tem a satisfação de jornalistas. Serão concedidas a Ordem do informar que o governo da República da Mérito da Defesa e a Ordem de Rio Branco. Eslovênia concedeu agrément a Renato O presidente Michel Temer e os ministros Mosca de Souza como embaixador Raul Jungmann (Defesa) e José Serra extraordinário e plenipotenciário do Brasil (Relações Exteriores) estarão presentes na naquele país. De acordo com a Constituição, cerimônia. O prefeito de Chapecó, Luciano essa designação ainda deverá ser submetida Buligon, também será condecorado com a à apreciação do Senado Federal. Ordem de Rio Branco, e a cidade de Medellín receberá a insígnia da Ordem do Ao longo de sua carreira diplomática, Cruzeiro do Sul. Renato Mosca de Souza serviu nas embaixadas do Brasil em Washington, na A Ordem do Mérito da Defesa é concedida a Cidade do México e em Caracas e na personalidades civis e militares que Representação Permanente junto à FAO. prestaram relevantes serviços às Forças Armadas. A Ordem de Rio Branco é concedida a brasileiros e estrangeiros em reconhecimento a serviços prestados ao Brasil. A cerimônia acontecerá às 16h00 de

250 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. sexta-feira, 16 de dezembro, no Salão Oeste do Palácio do Planalto. ASSASSINATO DO EMBAIXADOR DA RÚSSIA NA TURQUIA 19/12/2016

ATENTADO NA TURQUIA 18/12/2016 O governo brasileiro expressa sua consternação e condena, nos mais fortes O governo brasileiro condena o atentado termos, o assassinato do embaixador da terrorista que causou a morte de 14 pessoas Rússia na Turquia, Andrey Gennadyevich e feriu dezenas de outras, nos arredores da Karlov. Universidade de Kayseri, na Turquia, em 17 de dezembro. Ao manifestar condolências e solidariedade aos familiares da vítima, ao povo e ao Ao manifestar condolências e solidariedade governo da Federação da Rússia, o governo aos familiares das vítimas, ao povo e ao brasileiro reitera seu veemente repúdio a governo da Turquia, o governo brasileiro todas as formas de terrorismo, qualquer que reitera seu veemente repúdio a todo ato de seja sua motivação. terrorismo, qualquer que seja sua motivação. INCIDENTE TRÁGICO EM BERLIM AUTORIZAÇÃO DA CAMEX PARA 20/12/2016 INÍCIO DE PROCEDIMENTO NA OMC CONTRA O CANADÁ ACERCA O governo brasileiro tomou conhecimento, DE SUBSÍDIOS OFERECIDOS À com profunda consternação, da morte de 13 ONDÚSTRIA AERONÁUTICA pessoas após a investida, desde ontem sob 19/12/2016 investigação, de um caminhão contra frequentadores de tradicional Mercado de O Conselho de Ministros da Câmara de Natal em Berlim, em horário de grande Comércio Exterior (CAMEX) autorizou movimento. abertura de procedimento de solução de controvérsias contra o Canadá na OMC O governo brasileiro manifesta sua acerca de subsídios concedidos à indústria solidariedade e condolências aos familiares aeronáutica, especificamente à companhia das vítimas, ao povo e ao governo da Bombardier. República Federal da Alemanha e expressa seus votos de pronta recuperação aos feridos. Só em 2016, o Governo da província de Quebec injetou US$ 2,5 bilhões na Bombardier. Há indicações de que o governo ATAQUES EM KARAK, NA federal canadense pretende fazer em breve JORDÂNIA 20/12/2016 novo aporte significativo no capital da empresa para assegurar a viabilidade da O governo brasileiro condena os ataques que nova linha aviões C-Series e sua colocação resultaram em dez mortos e mais de trinta no mercado a preços artificialmente feridos na região de Karak, na Jordânia, na reduzidos. tarde do último domingo, 18 de dezembro.

Na avaliação do Brasil, o apoio concedido Ao manifestar condolências e solidariedade pelo governo canadense à Bombardier tem aos familiares das vítimas, ao povo e ao afetado as condições de competitividade no governo da Jordânia, o governo brasileiro mercado, de maneira incompatível com os reitera seu veemente repúdio a todo ato de compromissos assumidos pelo Canadá na terrorismo, qualquer que seja sua motivação. OMC.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 251

provocaram a morte de cerca de 20 civis em Kinshasa no dia de ontem, 20/12, segundo EXPLOSÃO NA CIDADE DE declarações de altos funcionários da ONU. TULTEPEC, MÉXICO 21/12/2016 O governo brasileiro acolhe com satisfação O governo brasileiro manifesta seu profundo a retomada, hoje, do diálogo entre governo e pesar pela explosão ocorrida ontem num oposição mediado pela Conferência mercado de fogos de artifício da cidade de Nacional Episcopal do Congo (CENCO) e Tultepec, no México, que vitimou ao menos conclama as partes envolvidas a agirem com 31 pessoas e deixou dezenas de feridos e moderação e a redobrarem os esforços com desaparecidos. vistas à obtenção de solução, baseada em O governo brasileiro apresenta suas diálogo inclusivo, para a realização das próximas eleições presidenciais no país. condolências às famílias das vítimas e expressa sua solidariedade ao povo e ao A Embaixada do Brasil em Kinshasa governo mexicano. acompanha a situação no país e mantém contato com a comunidade brasileira

residente na capital congolesa, a fim de CONTENCIOSOS NA OMC SOBRE prestar a assistência que se fizer REGIMES TRIBUTÁRIOS eventualmente necessária. BRASILEIROS 21/12/2016

Foi circulado, ontem, dia 20 de dezembro, em Genebra, o relatório definitivo do painel QUEDA DO AVIÃO RUSSO NO MAR que examinou regimes tributários brasileiros NEGRO 26/12/2016 questionados pela União Europeia e pelo O governo brasileiro manifesta seu profundo Japão na OMC. O conteúdo do documento pesar pela morte de 92 pessoas na queda de é de caráter sigiloso e só será divulgado ao avião russo no Mar Negro, ocorrida ontem, público quando estiver disponível nos três dia de Natal. idiomas oficiais da Organização, no primeiro trimestre de 2017. A decisão será O governo brasileiro apresenta suas sentidas objeto de apelação por parte do Brasil. condolências às famílias das vítimas e expressa sua solidariedade ao povo e ao O governo brasileiro buscará, nesse governo russos. processo, preservar o apoio necessário à política industrial e à pesquisa e desenvolvimento e assegurar ambiente regulatório propício à produção e à atração BRASILEIROS DESAPARECIDOS de investimentos no país NAS BAHAMAS 26/12/2016

O governo brasileiro vem atuando no caso do desaparecimento de brasileiros durante SITUAÇÃO NA REPÚBLICA suposta travessia marítima entre as Bahamas DEMOCRÁTICA DO CONGO e os Estados Unidos. A primeira consulta 21/12/2016 sobre o assunto foi recebida em 15 de novembro de 2016. Nessa data, familiares de O governo brasileiro acompanha com brasileiros que viajaram para as Bahamas preocupação a situação na República informaram a Embaixada do Brasil em Democrática do Congo, onde choques entre Nassau de que haviam perdido contato com forças de segurança e manifestantes eles no dia 6 daquele mês.

252 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

O Ministério das Relações Exteriores manifesta solidariedade a suas famílias. O informou imediatamente a Polícia Federal, Consulado-Geral do Brasil em Buenos Aires as autoridades migratórias, policiais e as prestará todo o apoio necessário para a guardas costeiras bahamenses e norte- liberação dos corpos. americanas, e vem trabalhando em conjunto com essas instituições. Até o momento, não O governo brasileiro agradece a assistência obtiveram informações sobre o paradeiro das autoridades na província de Entre Rios. desses cidadãos e tampouco sobre a embarcação que supostamente os levaria para os Estados Unidos. EMBAIXADOR DA GRÉCIA NO BRASIL, KYRIAKOS AMIDIRIDIS Por meio da Embaixada do Brasil em Nassau 30/12/2016 e do Consulado-Geral do Brasil em Miami, o Itamaraty segue engajado na busca de O governo brasileiro lamenta confirmar a informações, em contato permanente com as morte do embaixador extraordinário e autoridades dos EUA e das Bahamas, bem plenipotenciário da República Helênica no como com as famílias dos brasileiros Brasil, Kyriakos Amiridis, e expressa seus desaparecidos que procuraram auxílio. mais profundos sentimentos a seus familiares e amigos, ao povo e ao governo da Em respeito à privacidade dos brasileiros e à Grécia. legislação em vigor, o Itamaraty não fornece detalhes sobre a identidade das pessoas em O embaixador Amiridis servia no Brasil pela questão. segunda vez. À frente da embaixada grega em Brasília desde janeiro deste ano, vinha realizando intenso trabalho para o ACIDENTE DE ÔNIBUS NA aprofundamento das relações entre os dois ARGENTINA 27/12/2016 países.

O governo brasileiro vem prestando desde ontem assistência às vitimas de acidente de ATENTADOS NO IRAQUE 31/12/2016 ônibus brasileiro na província de Entre Rios, Argentina. Funcionários do Consulado- O governo brasileiro condena o duplo Geral do Brasil em Buenos Aires se atentado terrorista cometido hoje, 31 de deslocaram para o local do acidente, e o dezembro, no mercado de al-Sinak em Consulado do Brasil em Paso de los Libres Bagdá, pelo autodenominado “Estado presta apoio na fronteira. O Ministério das Islâmico”, que deixou mais de duas dezenas Relações Exteriores tem mantido contato de mortos e mais de cinquenta feridos. permanente com os familiares dos passageiros, com as autoridades argentinas e O governo brasileiro manifesta aos brasileiras e com as empresas responsáveis familiares das vítimas, ao povo e ao governo pela viagem. do Iraque suas mais sentidas condolências e reitera seu inequívoco repúdio a todo e Na noite de ontem, aproximadamente 40 qualquer ato de terrorismo. passageiros viajaram de volta para o Brasil. Dois cidadãos brasileiros pernoitaram em hospital na cidade de San José, recebendo FALECIMENTO DO DIRETOR- cuidados médicos, acompanhados de EXECUTIVO DA ORGANIZAÇÃO familiares. O Itamaraty lamenta confirmar a morte de dois brasileiros no acidente e

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 253

INTERNACIONAL DO CAFÉ aos esforços em curso. 31/12/2016 O governo brasileiro tem a convicção de que O governo brasileiro recebeu, com pesar, a somente o diálogo inclusivo levará a uma notícia do falecimento, ontem, 30 de solução definitiva para o conflito no país, dezembro de 2016, em Belo Horizonte, do que já dura mais de cinco anos. O Brasil diretor-executivo da Organização reitera seu compromisso com a Internacional do Café (OIC), Robério independência, soberania e integridade Oliveira da Silva, e expressa os mais territorial da Síria e saúda a proposta de sentidos pêsames e solidariedade a sua retomada das negociações entre as partes família e amigos. dentro de um mês, em Astana, no Ao longo de quase três décadas, Robério Cazaquistão. Oliveira da Silva trabalhou pela promoção do café e dos demais produtos agrícolas brasileiros. No setor privado, em cargos de direção no governo e em instituições internacionais, contribuiu, com seu conhecimento, visão e ampla rede de contatos, para a modernização do setor e pela abertura de mercados e oportunidades.

À frente da OIC desde 2011, tendo sido reeleito em setembro de 2016, Robério Oliveira da Silva conduziu revisão estratégica para adequar a organização a novos desafios, implementou medidas de modernização e promoveu a abertura da organização a novos membros exportadores e importadores de café. Por meio de seu trabalho competente, deu conteúdo ao contínuo comprometimento do Brasil com a OIC.

TRÉGUA NA SÍRIA 31/12/2016

O governo brasileiro recebeu, com satisfação, o anúncio de uma trégua nacional na Síria, iniciada em 30 de dezembro. Apelamos a ambas as partes para que se comprometam com a manutenção da trégua e se abstenham de atos que possam escalar os níveis de violência no país.

O governo brasileiro saúda, também, a resolução relativa ao cessar-fogo adotada no dia de hoje pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e o respaldo que ela oferece

254 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

próximo mês de agosto. Todos nós acompanhamos com preocupação os desdobramentos da crise política, econômica e humanitária na Venezuela. O debate sobre

o funcionamento de sua democracia reflete uma realidade de polarização e acirramento retórico de difícil superação. O conflito entre Executivo e Congresso paralisa o país, e a ação do Judiciário é objeto de sério

questionamento.

Evidências de que setores ligados ao governo querem o fechamento da Assembléia Nacional dão a medida da turbulência. Há denúncias de prisões arbitrárias, crescente violência nas ruas e

uma gravíssima crise de desabastecimento ARTIGOS de alimentos e remédios, que vem castigando duramente a população,

sobretudo a mais pobre. O Brasil aposta no VINTE E CINCO ANOS E MUITO POR diálogo entre as principais forças políticas FAZER (O GLOBO) 10/07/2016 venezuelanas para o encaminhamento dos impasses. Mas é forçoso reconhecer que, O Mercosul faz 25 anos, em meio a bons hoje, o cenário é de grande instabilidade e de resultados agregados, ao lado de algum falta de vontade política para levar adiante a ceticismos em relação ao período recente e construção de pontes para uma saída ao futuro próximo. Tem pela frente o grande democrática da crise. desafio da renovação e da adaptação a um cenário internacional cada vez mais Ao Mercosul e a seu funcionamento competitivo e instável. A crise que atingiu a institucional, incluindo o exercício da região nos últimos anos não diminui a Presidência, interessa também o efeito das importância do projeto de integração. Ao indefinições e pendências no processo de contrário, torna urgente recuperar o incorporação de normas pela Venezuela. A dinamismo perdido, com vistas ao nosso entrada do país nesse bloco, em julho de desenvolvimento e projeção externa. É no 2012, deu-se em circunstâncias exóticas que, contexto desses desafios que abordamos a agora, quatro anos depois, cobram sua questão da transmissão da presidência pro fatura. O ingresso de um novo membro exige tempore do Mercosul para a Venezuela. consenso, mas o Paraguai se opunha à entrada da Venezuela, alegando, com razão, A presidência do bloco, atualmente a cargo falta de cumprimento de requisitos prévios. do Uruguai, é exercida semestralmente, em Então, sob pretexto de que a demissão do sequência alfabética. Ocorre que as então chefe de governo paraguaio, Fernando circunstâncias políticas na Venezuela, bem Lugo, embora seguindo normas como o estágio em que se encontra o constitucionais, fôra antidemocrática, os cumprimento por esse país das obrigações demais membros decidiram suspender o que assumiu ao aderir ao Mercosul, levaram Paraguai, artifício que permitiu a adoção o Brasil a sugerir a postergação da próxima precipitada e com base em critérios político- transmissão, que seria em julho, até o

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 255 ideológicos, do protocolo que viria a reger a Ao propor a postergação da transferência da adesão da Venezuela. Presidência, o Brasil age com prudência, abrindo espaço e tempo para avaliar com Esse protocolo, ao contrário do que seria serenidade o melhor caminho a seguir. O correto, autorizou a entrada imediata da Mercosul não se pode deixar paralisar. Ao Venezuela, deixando para quatro anos lado dos demais sócios, estamos depois a obrigação de incorporar o acervo determinados a modernizar o bloco, a legal do MERCOSUL. Esse prazo de derrubar os entraves que ainda impedem o carência vence no próximo dia 12 de agosto. total livre fluxo de comércio dentro do Estamos falando de um conjunto de mais de próprio bloco, a negociar matérias pendentes 1.100 normas e cerca de 50 tratados como investimentos e compras negociados no âmbito do bloco. São regras governamentais, a concluir novos acordos que definem a identidade, a forma e o com parceiros extrarregionais e integrar-nos funcionamento do Mercosul. Não é um tema de maneira cada vez mais competitiva e menor. Antes, é o que confere ao bloco proveitosa com o resto do mundo. conteúdo e identidade. Até o momento, a Venezuela incorporou pouco mais da metade A Venezuela é um parceiro importante nesse dessas normas. processo. As potencialidades do país são imensas. Mas as bases para o nosso Ou seja, falta ainda um expressivo conjunto desenvolvimento conjunto precisam ser incluindo aí documentos essenciais, como o lastreadas em instituições respeitadas, “Protocolo de Assunção sobre o comportamento previsível e regras claras. O Compromisso com a Promoção e Proteção futuro do MERCOSUL depende disso. dos Direitos Humanos no MERCOSUL (2005)”, o “Acordo de Residência do Mercosul (2002)” e o “Acordo de Complementação Econômica n. 18, no José Serra é ministro das Relações âmbito da Associação Latino-Americana de Exteriores Integração (Aladi)”. Esse último, no qual estão refletidas as principais disciplinas comerciais do bloco, constitui a espinha dorsal do Mercosul comercial. A não incorporação dessas normas faz da Venezuela um sócio incompleto, inadimplente em relação a deveres que são fundamentais, como regras de origem, que definem se um produto pode ingressar nos demais parceiros sem pagar imposto de importação, cooperação judicial e regulamentos técnicos sobre meio ambiente, alimentos, direitos do consumidor e requisitos fitossanitários, entre outros. No momento em que os países da região, e o MERCOSUL com eles, voltam a conferir o devido valor à previsibilidade e à segurança jurídica, a expectativa de que a Venezuela cumpra com as obrigações assumidas é exigência lógica e requisito incontornável.

256 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Assis, ou Igrejinha da Pampulha, o antigo cassino (atual Museu de Arte da Pampulha), a Casa do Baile (hoje Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design) e o

Iate Tênis Clube, importantes equipamentos de cultura e lazer para a população.

O projeto conta com jardins de Roberto Burle Marx, pinturas de Candido Portinari, azulejos de Paulo Werneck e esculturas de Alfredo Ceschiatti e José Pedrosa.

Segundo a Unesco, a síntese entre arquitetura, paisagismo e artes plásticas resultou em uma nova linguagem arquitetônica moderna, utilizada posteriormente para reivindicar identidades PAMPULHA, PATRIMÔNIO MINDIAL nacionais em toda a América Latina. – JOSÉ SERRA E MARCELO CALERO (FOLHA DE SÃO PAULO) 19/07/2016 Por um lado, a inscrição da Pampulha na Lista do Patrimônio Mundial representa o Apesar dos momentos delicados de reconhecimento internacional da instabilidade política e securitária pelos genialidade de grandes nomes nacionais. Por quais passou a Turquia, o Comitê do outro, implica ao Estado brasileiro obrigação Patrimônio Mundial da Unesco conseguiu de conservar, promover e valorizar o local concluir sua reunião em Istambul no último para as gerações atuais e futuras. domingo (17). Na ocasião, tomou a decisão histórica de inscrever o Conjunto Moderno Parte dessa responsabilidade demandará da Pampulha, em Belo Horizonte, na Lista uma ação cooperativa dos três níveis de do Patrimônio Mundial. Com a medida, o governo para restaurar elementos do Brasil passa a ter 20 bens protegidos pela complexo, melhorar a qualidade da água da Unesco, 13 culturais e sete naturais, lagoa e garantir o pleno acesso comunitário distribuídos por todo o país. e a ambiência cultural que dão vida a esse patrimônio genuinamente brasileiro. O conjunto foi idealizado no início dos anos 1940 por Juscelino Kubitschek, então Fruto de um esforço conjunto de vários anos, prefeito da capital mineira. Projetadas por o sucesso da candidatura da Pampulha Oscar Niemeyer, as construções de estilo somente foi possível graças ao engajamento modernista em torno da lagoa da Pampulha da sociedade civil e ao trabalho dedicado de tornaram-se referência e influenciaram toda servidores da Prefeitura de Belo Horizonte, a arquitetura brasileira, constituindo a do Governo de Minas Gerais, do Itamaraty - primeira parceria de sucesso entre o por meio do Departamento Cultural em arquiteto carioca e o político mineiro. Brasília e da Delegação do Brasil na Unesco, em Paris- e do Ministério da Cultura, por O entusiasmo e os desafios vivenciados na intermédio do Instituto do Patrimônio concepção da Pampulha serviram de Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que laboratório para a construção de Brasília, em breve completará 80 anos. anos depois. A tensão por que passou a delegação Cartão postal de Belo Horizonte, o conjunto brasileira durante a reunião na Turquia foi é formado pela Igreja de São Francisco de

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 257 mitigada pela atenção constante do Consulado Geral do Brasil em Istambul, que trabalhou em regime de plantão, 24 horas por dia, para atender os brasileiros na região durante todo o fim de semana.

A condução bem-sucedida dessa iniciativa e o processo dela decorrente servirão de exemplo para os nossos pleitos futuros, no trabalho permanente em prol do reconhecimento da diversidade cultural de que se orgulha a sociedade brasileira.

JOSÉ SERRA é ministro das Relações Exteriores. Foi senador (PSDB-SP), ministro da Saúde e do Planejamento e Orçamento (governo FHC), prefeito de São Paulo (2005-2006) e governador do Estado de São Paulo (2007-2010)

MARCELO CALERO é ministro da Cultura. Diplomata, foi secretário municipal de Cultura do Rio de Janeiro (governo )

258 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

cooperação que prevalecem entre os dois países.

Tendo em conta a prioridade que conferimos ao relacionamento bilateral, um dos mais importantes focos de nossas respectivas ações diplomáticas, é natural que atuemos de forma integrada como parceiros nas mais diversas áreas. A receptividade com que esse objetivo é abraçado por ambas as nossas sociedades em muito se deve à decisão de

estreitar a nossa cooperação na área nuclear.

Nos anos 70, diferentes fatores políticos e BRASIL E ARGENTINA, 25 ANOS DE históricos prejudicavam a aproximação e COOPERAÇÃO NUCLEAR – JOSÉ dificultavam as relações entre nossos países. SERRA E SUSANA MALCORRA As divergências sobre a construção das (VALOR ECONÔMICO) 19/07/2016 usinas de Itaipu e de Corpus e as desconfianças geradas pelos respectivos Brasil e Argentina, 25 anos de cooperação programas nucleares nacionais ameaçavam nuclear com o surgimento de uma espiral de insegurança na região. Valor Econômico, 19/07/2016 Felizmente, o processo de redemocratização Comemoramos ontem, 18 de julho, os 25 em ambos os países, a partir dos anos 80, anos da assinatura do Acordo de Guadalajara abriu o caminho para uma transformação para o uso exclusivamente pacífico da radical na forma com que Brasil e Argentina energia nuclear entre Brasil e Argentina. percebiam um ao outro, inaugurando um Entre suas inovações, o Acordo determinou relacionamento amplo, caracterizado pela a criação da Agência Brasileiro-Argentina cooperação e pela integração. Os presidentes de Contabilidade e Controle de Materiais José Sarney e Raul Alfonsín Nucleares (Abacc) para verificar o desempenharam papel fundamental nessa compromisso assumido por Brasil e mudança. Também foi importante a Argentina de perseguir de forma inequívoca continuidade desse processo por seus o uso exclusivamente pacífico da energia sucessores, cujos esforços, acompanhados nuclear e para administrar o recém-criado de um forte compromisso por parte de Sistema Comum de Contabilidade e cientistas e diplomatas de ambos os países, Controle de Materiais Nucleares. culminaram com a criação da Abacc. Poucos meses mais tarde, no ano de 1991, os O processo de cooperação bilateral permite dois países assinavam o Acordo que hoje nos dediquemos sem receios ao Quadripartite com a Abacc e a Agência desenvolvimento da energia nuclear para Internacional de Energia Atômica (AIEA). fins exclusivamente pacíficos, com vistas ao Foi a primeira vez que Brasil e Argentina avanço tecnológico, econômico e social. negociaram como uma delegação junto a um Atualmente, Brasil e Argentina cooperam organismo internacional. Em curto espaço não apenas na verificação recíproca das de tempo, marcos fundamentais da relação atividades nucleares, mas também em uma bilateral estratégica entre Brasil e Argentina série de projetos conjuntos que buscam eram estabelecidos, o que propiciou concretizar o sentido estratégico da nossa atmosfera de paz, confiança recíproca e

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 259 relação. É o caso da construção do Reator nessa vocação pacífica que Brasil e Multipropósito Brasileiro e do Reator RA-10 Argentina continuarão a fortalecer cada vez da Argentina, projetos emblemáticos mais seus laços de amizade e cooperação conduzidos conjuntamente pelos dois países tanto na área nuclear como em todas aquelas e capazes de abastecer todo o mercado que contribuam para o desenvolvimento regional do radioisótopo Molibdênio-99, sustentável de nossos países e o bem-estar de chave para a indústria medicinal. nossas sociedades.

Devemos ter presente que a energia nuclear tem papel essencial a desempenhar para o desenvolvimento sustentável e para a José Serra, ministro das Relações redução da dependência das nossas Exteriores economias em relação aos combustíveis Susana Malcorra, ministra das Relações fósseis. Exteriores e Culto, da Argentina

Por meio da criação da Abacc e do Sistema Comum de Controle de Materiais Nucleares, nossos negociadores conceberam arranjo antes impensável em área tão sensível, por meio do qual as inspeções das instalações nucleares argentinas são realizadas por inspetores brasileiros, e as inspeções das instalações nucleares brasileiras são conduzidas por inspetores argentinos. Desde sua criação, a Abacc, em estreita colaboração com a AIEA, conduziu mais de

2.500 inspeções em ambos os países, cujo resultado são informes anuais publicados em sua página web, e hoje participa na qualidade de observadora das reuniões da Junta de Governadores da AIEA.

A profunda confiança que essa dinâmica requer e o alto grau de reciprocidade que a caracteriza atestam não só a singularidade da relação Brasil-Argentina, mas também sua contribuição para a região e para o mundo, ao tratar-se de um acordo paradigmático em matéria de segurança e não proliferação. Essa rica experiência hoje serve de exemplo como possível modelo para a superação de impasses em outras regiões do globo.

Nossa experiência com a Abacc demonstra que é possível criar novos níveis de confiança por meio da diplomacia e da criação de instituições originais. Em política, é preciso saber ousar em nome de um bem maior: a paz. É com base nessa estratégia e

260 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

estruturação de um espaço regional e mundial de paz, desenvolvimento e respeito à democracia e aos direitos humanos.

A Ata de Amizade entre Argentina e Brasil sublinha que a "independência da política externa se fortalece na democracia". A BRASIL E ARGENTINA, AMIZADE mensagem de que não há integração sem PARA O FUTURO – JOSÉ SERRA E democracia foi o esteio para que Brasil e SUSANA MALCORRA 08/12/2016 Argentina lograssem, nos últimos 30 anos, grandes avanços na consolidação do direito Brasil e Argentina, amizade para o futuro e na promoção da justiça social e dos direitos – José Serra e Susana Malcorra (Folha de humanos. S. Paulo, 8/12/2016) No comércio bilateral, alcançamos, em Celebramos neste 2016 os 30 anos da Ata 2015, intercâmbio de mais de US$ 23 para a Integração Argentino-Brasileira, bilhões, mais de seis vezes superior aos US$ assinada em 29 de julho de 1986, que 3,82 bilhões, em valores corrigidos, das estabeleceu o Programa de Integração e nossas trocas em 1989. Esse comércio tem Cooperação Econômica. Em 10 de impacto em setores fundamentais das duas dezembro do mesmo ano, assinou-se a Ata economias, sobretudo a indústria. Em 2015, de Amizade Brasileiro-Argentina. produtos industrializados representaram 90% da pauta comercial bilateral. Isso Com esses atos, nossas nações consolidaram significa mais empregos e renda. ousado movimento rumo à integração. Ousado porque criou as bases para o Os investimentos recíprocos são outra Mercosul, uma iniciativa inédita entre os demonstração da nossa proximidade. Estão países do Cone Sul, e pôs fim a décadas de presentes em setores tão diversos quanto o rivalidade estéril. siderúrgico, bancário, automotivo, frigorífico, têxtil, calçadista, de mineração, Uma antiga máxima diz que países não têm de máquinas agrícolas, de construção civil e amizades permanentes, apenas interesses. de infraestrutura. Somos exceção à regra: não há interesse mais estratégico para Brasil e Argentina do A estreita cooperação entre Brasil e que uma amizade profunda e duradoura. Argentina pode ser vista, ainda, em campos estratégicos. A Agência Brasileiro- Em 1910, ao saudar o presidente eleito Argentina de Contabilidade e Controle de Roque Sáenz Peña no Rio de Janeiro, o barão Materiais Nucleares (ABACC), cujos 25 do Rio Branco assinalava: "não podemos anos celebramos também em 2016, é razoavelmente entrar em conflito, porque símbolo da cooperação na área nuclear, setor nossos ideais são os mesmos". Foram sensível e essencial para ambos os países. necessárias mais de sete décadas para que Destacam-se ainda relevantes projetos nas essa ideia frutificasse. áreas aeroespacial, de energia, ciência e São muitos os pontos de convergência entre tecnologia e de defesa. nossos países. O destino nos ligou por vastas Isso não significa que estejamos fronteiras. Temos uma história comum, acomodados. Com apoio de Paraguai e proximidade de valores e abundância de Uruguai, estamos decididos a revitalizar o recursos humanos e naturais. Nossos Mercosul, superando barreiras ao comércio interesses de longo prazo compreendem

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 261 e fortalecendo o relacionamento com outros países e regiões. Queremos um bloco fiel às suas origens, com comércio fluido, maior integração estrutural e capacidade de abrir- se ao mundo em condições equilibradas.

Vamos continuar trabalhando na construção de uma cidadania comum, com medidas que facilitem o trânsito, a residência, o trabalho e o estudo entre nossos países.

Queremos trocar experiências nas áreas de saúde, educação e combate à pobreza, pois há 30 anos já reconhecíamos que o crescimento com justiça social é a melhor ferramenta para uma integração profunda entre nossos povos.

Não é possível pensar em um futuro de progresso e desenvolvimento para Brasil e

Argentina sem a união de esforços entre os países. Com a colaboração estreita de nossos governos, temos condições de tornar realidade nossos ideais.

JOSÉ SERRA é ministro das Relações Exteriores. Foi senador (PSDB-SP), ministro da Saúde e do Planejamento e Orçamento (governo FHC), prefeito de São Paulo (2005-2006) e governador do Estado de São Paulo (2007-2010)

SUSANA MALCORRA é ministra das Relações Exteriores da Argentina

262 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

A presença do Brasil no G-20 foi boa, como também foi boa a participação na reunião dos Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e na reunião de

chanceleres que lá estavam. ENTREVISTAS

'VISÃO PESSIMISTA SOBRE O Boa em que sentido? FUTURO NÃO SE JUSTIFICA' (ENTREVISTA DO MINISTRO JOSÉ Foi um primeiro contato com o resto do SERRA AO JORNAL O ESTADO DE mundo. E o presidente passou a impressão SÃO PAULO) 13/09/2016 de seriedade, tranquilidade e determinação. Desafio de Temer é aprovar mudanças Estou falando isso sem nenhum governismo. complexas com uma base heterogênea e Do ponto de vista dos Estados Unidos, o Joe Biden (vice-presidente americano) deu uma oposição atuante, diz ministro excelente declaração. A Argentina deu uma Lu Aiko Otta / Brasília nota formal a partir da assunção do Temer, também positiva. O Chile, que é um governo do partido socialista, disse que quer fortalecer a relação bilateral. A Colômbia foi A estreia do presidente Michel Temer no na mesma direção e chamou o governo de cenário internacional foi positiva, avaliou o constitucional. O Peru foi na mesma direção. ministro das Relações Exteriores, José Serra, A Rússia elogiou a relação com o governo que o acompanhou na visita recente à China Dilma mas, lembrou, também do vice- para a reunião do G-20. A despeito de presidente Temer. O chanceler russo pediu Venezuela, Bolívia e Equador haverem até uma reunião em Nova York comigo. retirado seus embaixadores do País em protesto contra o processo de impeachment de Dilma Rousseff, na avaliação do ministro houve manifestações favoráveis de parceiros Mas, aqui na região, o sucesso não foi tanto. importantes, como os Estados Unidos e a A Unasul inicialmente tinha tido um projeto Rússia, além das Nações Unidas e da de nota. Mas além, naturalmente, do Brasil, Organização dos Estados Americanos (OEA). Porém, os desafios à frente não são Argentina, Colômbia, Chile, Paraguai e Peru fáceis. "Como para todo governo, o mais disseram que não apoiariam o comunicado. difícil é governar", afirmou. Segundo ele, Na reunião da OEA, Argentina, Paraguai, México, Colômbia, Chile, Granada e Temer tem em sua agenda alterações Jamaica tomaram uma posição mais a favor importantes na Constituição, a serem discutidas num Congresso onde a base do governo Temer. Isso é mais significativo, governista ainda é heterogênea e a oposição, porque não é uma nota, é uma orientação de governo. E o secretário da ONU disse atuante. Veja abaixo os principais trechos da confiar que, sob a liderança de Temer, o entrevista. Brasil e as Nações Unidas continuarão sua parceria tradicional. Então, eu diria que nesse front as coisas foram bem, para poucos Como o senhor avalia a estreia do governo dias de governo. Temer no cenário mundial?

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 263

E agora? Não ajuda, mas não é algo que possa atrapalhar. Como para todo governo, o mais difícil é governar. Tem um quadro econômico difícil, uma herança econômica difícil, um processo legislativo complexo que envolve muitas E o MERCOSUL? mexidas na Constituição. Tem uma base MERCOSUL é um outro processo. Não tem ainda heterogênea, mas ao longo do tempo a nada a ver com isso que estamos falando. O esperança é que ela se torne mais importante no MERCOSUL é que temos homogênea, mais integrada. E tem uma reformas a fazer. E, quanto a isso, há total oposição atuante. Que já se move por meio concordância da Argentina, do Paraguai e do dos seus quadros, principalmente centrados Uruguai. no PT. Não vai ser fácil. Vai exigir bastante. Mas não justifica uma visão pessimista sobre o futuro - pelo contrário. Quais serão os próximos passos em relação à China?

O senhor diria que a projeção externa do Vamos criar um grupo China dentro da Apex governo Temer já é uma questão superada? (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). Porque a Eu não diria que é superada. Mas para nós é China é muito grande e é o primeiro parceiro uma questão para lá de neutra. Talvez, do Brasil nas exportações. O que queremos positiva. em relação à China? Por um lado, queremos exportação de capital chinês para infraestrutura no Brasil. É o caso típico da Mas e a Venezuela congelando a relação compra da CPFL. Dou especial valor a isso, com o Brasil, a Bolívia e o Equador porque o fato é que a distribuição de energia chamando os embaixadores? se deteriorou no Brasil na última década, nos governos do PT. E a qualidade da A Venezuela é um país fora de controle. Não distribuição é um fator muito importante é o caso da Bolívia. Nosso embaixador lá já para o desenvolvimento. Com a CPFL e estava no Brasil por causa da morte de um mais uma distribuidora no Rio Grande do familiar. Então, não é que ele foi chamado; Sul, os chineses têm 15% da distribuição no ele apenas não voltou. Brasil. Temos interesse em atrair os chineses e seu capital de longo prazo para outras áreas. Até quando ficaremos assim?

Gradualmente, as coisas vão "O importante E no comércio? no MERCOSUL é que temos reformas a fazer. E, quanto a isso, há total concordância Na parte comercial, temos de caminhar para da Argentina, do Paraguai e do Uruguai." um acordo comercial que permita ao Brasil sendo organizadas. Não vamos esquecer que aumentar as exportações com valor o Equador está em pleno processo eleitoral. adicionado. Por exemplo, a soja. A China faz uma escalada tarifária. Zero para a soja em grão, 5% para o farelo e 9% para o óleo. Ou Essa tensão regional não atrapalha? seja, forçam o Brasil a vender matéria- prima. Essa é uma situação que temos de

264 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. negociar. Coisa parecida é feita em relação ao café. Em grão, é zero. O solúvel é praticamente impossível de ser exportado. E tem o milho. A China se candidata a ser exportadora de frango, usando milho brasileiro. Compram milho no Brasil, alimentam seus frangos, exportam e deslocam nossas exportações de frango.

Mas tem abertura para um diálogo como esse?

Obrigatoriamente.

Qual será a postura em relação aos Estados

Unidos?

A questão são as barreiras não tarifárias, cada vez mais importantes. Uma coisa que queremos, até, é que essas barreiras possam ser crescentemente normatizadas pela Organização Mundial do Comércio, no sentido de ter padrões comuns. Para as barreiras sanitárias, por exemplo, terem uma base científica.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 265

SERRA FALA SOBRE Segundo Serra, o Brasil tem tradição em PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NA receber refugiados e migrantes e conhece o ASSEMBLEIA GERAL DA ONU drama deles através de sua própria história. (ENTREVISTA SO MINISTRO JOSÉ SERRA À RÁDIO ONU) 15/09/2016 Leia a entrevista na íntegra à Monica Grayley, da Rádio ONU em Nova York. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, conversou com a Rádio Rádio ONU: Vamos começar falando sobre ONU poucos dias antes da abertura dos as prioridades do Brasil nestes debates da debates de líderes internacionais na Assembleia Geral para este ano de 2016. Assembleia Geral da ONU. Quais são as prioridades?

O chanceler brasileiro deve acompanhar o Ministro José Serra: Olha, as prioridades presidente Michel Temer, que fará o amplas do Brasil em relação às Nações discurso de abertura do evento na próxima Unidas é o quadro internacional. Se terça-feira, 20 de setembro. Será o primeiro confundem com a própria missão da ONU. discurso de Temer como chefe de Estado e Primeiro, promoção da paz; segundo, os governo do Brasil na ONU. direitos humanos; terceiro, o desenvolvimento sustentável. Este é o tripé Acordo de Paris em relação ao qual se constroi, digamos, a política internacional do Brasil. Nestes Por tradição, o Brasil é o primeiro país a tempos, mais do que nunca. Agora, nesta assumir a tribuna da Assembleia Geral, Assembleia, a questão dos refugiados, que todos os anos, sendo seguido pela nação combina dois destes três objetivos, vai ser anfitriã, Estados Unidos. um tema importantíssimo. Aquele que envolve o tema da paz de um lado, já que os Serra afirmou que a ONU precisa "se adaptar conflitos no Oriente Médio e na África melhor a nossa realidade atual" com uma reforma e modernização. O ministro geram deslocamentos em massa de pessoas, lembrou que o Brasil tem interesse de voltar e o tema da proteção e promoção dos direitos humanos porque os refugiados e migrantes a integrar o Conselho de Direitos Humanos têm direitos inerentes a sua condição de e aposta numa reforma "estrutural" do Conselho de Segurança. populações mais vulneráveis. Agora, é evidente que esta questão da migração acaba Ao falar sobre o Acordo de Paris, que o país sendo influenciada pelo tema do ratificou no último dia 12, José Serra desenvolvimento porque uma das lembrou a liderança brasileira na proteção características mais importantes dos ambiental e disse que o Brasil deve cumprir movimentos migratórios é precisamente a suas metas, ainda que alguns as tenham por pobreza. Desnutrição, pobreza etc. De ambiciosas. "Mas eu acho que a missão na maneira que o tema dos refugiados acaba política é ultrapassar os limites conhecidos sintetizando esses três nossos objetivos que do possível." são amplamente os objetivos da ONU.

Refugiados RO: E o Brasil deve fazer alguma promessa nesse Encontro de Cúpula dos Refugiados, O ministro comentou ainda a participação do de abrigar mais refugiados, uma vez que o país no Encontro de Cúpula sobre país tem uma grande tradição de receber Refugiados e Migrantes, que foi convocado refugiados? pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para a segunda-feira, 19 de setembro.

266 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

JS: Olha, nós recebemos sempre porque o JS: Nós vamos estar mais presentes, temos drama dos refugiados e migrantes não é interesse inclusive de voltar ao Conselho de alheio a nossa história. Nós somos um país Direitos Humanos da ONU. E temos cuja diversidade e riqueza resultou também uma posição reformista, né? A justamente da contribuição que as ONU já completou 70 anos. Eu acho que populações de origem estrangeira deram ao tem que se adaptar melhor a nossa realidade nosso desenvolvimento. Alguns através de atual. E a gente tem defendido uma reforma imigração normal e alguns também através e uma modernização da organização ao de refúgios, de chegar ao país refugiados por longo dos últimos 30 anos e vamos motivos de diferentes naturezas em outros prosseguir nesta posição. A ONU tem que se lugares do mundo. Eu estou convencido de modernizar, tem que se tornar mais flexível, que não é construção de muros, a xenofobia tem que se envolver nas questões globais, e os retrocessos no reconhecimento de sempre de acordo com os interesses do direitos que nós vamos resolver esse desafio. conjunto dos países e de acordo com aqueles princípios de direitos humanos, paz e RO: Agora, vamos falar do Acordo de Paris desenvolvimento sustentável. ainda dentro deste debate da Assembleia Geral. O Brasil acaba de ratificar o tratado. RO: E isso passa por uma reforma no Como vai ser a implementação deste Acordo Conselho de Segurança? agora no Brasil? JS: Eu acho que sim. O Conselho de JS: Olha, no Brasil, estamos já pondo mãos Segurança deve ser reformado. Ele só vai à obra. Estamos no começo. Eu diria no ficar mais eficaz, mais democrático e começo do começo. O mundo também está representativo se passar por uma reforma nesta posição, mas nós estamos mais estrutural. Não vamos esquecer que o adiante. Agora, as metas que fixamos são Conselho de Segurança e a ONU foram ambiciosas. E parecem, para alguns, criados no contexto do pré-início da Guerra impossíveis. Mas eu acho que a missão na Fria. Não por coincidência, os membros do política é ultrapassar os limites conhecidos Conselho de Segurança foram aqueles que do possível. E nós vamos fazer isso, não venceram a Segunda Guerra Mundial pelo tenho dúvida. Se Deus quiser, haveremos de lado soviético e pelo lado ocidental. Agora, cumprir nossas metas. Apesar de que nós o mundo hoje já é diferente. E o Conselho só estamos numa posição hoje atual muito mais vai se tornar mais eficaz, democrático e adiante do que a de outros países. De que a representativo se passar por uma reforma maioria do mundo na verdade, ocidental e que envolva criação de novos assentos, oriental. inclusive assentos permanentes, que tenha, enfim, uma abertura maior. Mas nós RO: O Brasil tem uma sólida parceria com a continuaremos a trabalhar, como temos Organização das Nações Unidas. O próprio feito, com os Estados-membros, secretário-geral, Ban Ki-moon, emitiu uma especialmente com os países do G-4, para nota dizendo esperar que essa cooperação que isso aconteça. "histórica e estreita", como ele definiu, siga com o presidente Temer. Como o sr., como RO: O sr. falou de uma candidatura para o novo ministro das Relações Exteriores, Conselho de Direitos Humanos, que seria pretende introduzir algumas mudanças ou para o próximo período, não é isso? estreitar essa parceria ainda mais. Qual é a sua proposta? JS: Sem dúvida. Esta é uma posição do Governo brasileiro. Temos interesse nisso.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 267

RO: E uma possível candidatura ou retorno para melhorar a qualidade do ensino público, ao Conselho de Segurança com assento do qual depende boa parte, ou a maior parte, rotativo? a totalidade das camadas mais pobres.

JS: Olha, isso tem que se colocar no RO: Ministro, aqui na Rádio ONU nós contexto desta reforma. Sem isso não vai transmitimos para todos os países de língua acontecer porque a rigidez atual é muito portuguesa. Como é que sua gestão pretende grande. Há muitas candidaturas importantes, liderar esta parceria com a África Lusófona, como é o caso da Alemanha, do Japão, da com o Timor-Leste e Portugal? Itália, de forma que isso poderá se dar no contexto desta reforma mais ampla. JS: Bom, o Brasil sempre valorizou muito a integração dos países de língua portuguesa. RO: Ministro, o sr. colaborou com a Cepal E a própria CPLP, a Comunidade dos Países há muitos anos. E a agência vem alertando de Língua Portuguesa, foi criada por uma sobre o risco de perdas de conquistas sociais iniciativa nossa em 1996. Com intensa e econômicas, especialmente para os mais participação brasileira. E nós vamos presidir pobres, por causa das crises nas economias a CPLP a partir de 31 de outubro e 1º de da América Latina e do Caribe, o que inclui novembro na próxima Cúpula dos países que o Brasil . O sr. concorda com esta análise? reúnem os países lusófonos da África, o Como é que o Brasil pode colaborar para Timor-Leste, Portugal e Brasil. Vamos aliviar estes riscos? dinamizar ainda mais essa integração. Quero lembrar que o Brasil mantém Centros JS: Primeiro, trabalhando direito. Botando Culturais em todos os países de língua ordem em casa, detendo o retrocesso em portuguesa. Os estudante locais têm contato casa. Isso supõe mais crescimento mais próximo com a cultura brasileira. Se econômico. Não dá para redistribuir sem habilitam a cursar ensino superior no Brasil. crescer, essa é a verdade. Segundo: tem que Temos professores universitários brasileiros ter políticas sociais bem feitas. Porque às que são chamados leitores por até quatro vezes você faz políticas sociais que, em vez anos nas principais universidades de Cabo de ajudar os mais pobres, na verdade se Verde, Moçambique, São Tomé e focalizam na prática na classe média. Nada Príncipe… Isso possibilita uma grande contra a classe média, evidentemente, mas a difusão da cultura brasileira, uma valiosa preocupação são os pobres, são aqueles que troca de experiências com os demais países estão muito embaixo na escala social. Isso, a lusófonos. gente teria que entrar nos detalhes sobre cada um dos temas, mas evidentemente um RO: A Cplp começou com esse exemplo a esse respeito é a educação, congraçamento de uma cultura comum, de inclusive, que tem que ter uma reforma mais uma língua comum. Mas, na realidade, o profunda. No sentido de fortalecer os setores primeiro pilar da Cplp é o pilar de atuação educacionais voltados aos mais pobres. Ou política e coordenação política entre esses seja, não é só crescendo despesa, é também, países. E ao completar 18 anos, a Cplp fundamentalmente, alocando melhor. reforçou a necessidade de se tornar um Usando os recursos de forma mais eficiente. pouco mais comercial, de promover o No Brasil, por exemplo, a despesa com comércio entre esses países. Esse é o plano educação cresceu muito até 2014. Mas a também do Brasil? melhora da qualidade do ensino não cresceu proporcionalmente porque boa parte do JS: É, é uma preocupação nossa. Inclusive, aumento da despesa foi para atender nota-se o seguinte: antes da questão demandas corporativas no setor e não de fato econômica estritamente, é que estes países

268 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. têm se juntado mais em votações em entidades internacionais, inclusive com apoio ao Brasil, em demandas que tenha tido ou venha ter em representações de organismos internacionais e tudo mais. É um aspecto interessante da Cplp. Por outro lado, eu acho que a questão econômica hoje é inseparável desta questão maior dada pelo idioma. Inclusive internamente, temos muito o que comercializar. Afora, o Brasil sendo o país mais desenvolvido, junto com Portugal, a dar assistência aos países em desenvolvimento. Como disse o (presidente) Fernando Henrique (Cardoso) em algum momento, "a língua portuguesa hoje é um ativo político e nós precisamos estar mais atentos a este fato". Não preciso dizer que a difusão do idioma português no mundo afora é importante, nós temos que turbinar esse tipo de iniciativa. Você veja que no caso da Tailândia já se criou, por incrível que pareça, o primeiro livro de ensino de português para falantes de tailandês.

RO: Mais alguma coisa que o sr. gostaria de acrescentar a essa entrevista?

JS: Só um apêndice ao que eu tinha falado a respeito do idioma português é que nós somos um firme apoiador do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, que coordena entre os países lusófonos as políticas de promoção do idioma. Só para lembrar a existência desse instituto que é uma coisa muito importante.

Nós estamos indo aí para a ONU, muito animados. O Presidente Temer dá a maior prioridade à organização. Temos interesse profundo nos três temas que eu disse que são nossos objetivos de política externa. Paz de um lado, desenvolvimento sustentável do outro, e direitos humanos para fechar o triângulo. Estes são nossos critérios prioritários e por eles vamos continuar batalhando no cotidiano. Como, aliás, temos feito, inclusive em matérias de direitos humanos, aqui na própria América do Sul.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 269

Assunção – 70, 102, 113, 129, 130, 260.

B

INDICE REMISSIVO Biocombutível – 45, 46, 47, 48, 49, 50, 123, 174, 243. A Biodiversidade – 208. África – 18, 28, 43, 48, 80, 85, 89, 93, 96, 99, 108, 111, 136, 207, 211, 217, 230, 236, Bolívia – 55, 74, 75, 239, 240, 267, 268. 270, 272. BRICS – 76, 104, 105, 106, 107, 137, 138, África do Sul – 33, 76, 137, 176, 177, 187, 140, 141, 143, 147, 148, 149, 150, 151, 267. 152, 153, 154, 155, 156, 157, 158, 159, 160, 161, 162, 163, 164, 165, 166, 167, Alemanha – 19, 31, 59, 64, 74, 76, 93, 108, 168, 169, 170, 171, 173, 267. 109, 136, 255, 272. Buenos Aires 59, 60, 66, 74, 112, 114, 115, América do Sul – 126, 129, 273. 118, 120, 122, 140, 189, 250, 252, 256.

Angola – 18, 63, 186, 204, 212. C

Argentina – 48, 55, 56, 60, 61, 69, 70, 76, Caracas – 66, 70, 75, 102, 136, 253. 93, 100, 102, 103, 112, 113, 115, 116, 117, 118, 119, 121, 122, 123, 124, 126, 127, 128, 129, 183, 185, 235, 237, 239, 240, 243, 247, 250, 251, 252 253, 256, 263, 264, Chile – 35, 55, 56, 59, 69, 101, 112, 122, 265, 266, 267, 268. 128, 129, 183, 185, 235, 237, 239, 240, 250, 251, 267. Ásia – 19, 20, 28, 48, 85, 94, 138, 210.

270 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

China – 19, 46, 48, 49, 57, 65, 75, 76, 77, 240, 242, 248, 253, 260, 265, 270, 271, 82, 84, 85, 90, 93, 96, 97, 98, 104, 106, 273. 137, 140, 142, 148, 150, 158, 167, 170, 171, 177, 179, 243, 267, 268, 269. E

Colômbia – 35, 37, 51, 52, 53, 54, 55, 56, Energia – 22, 35, 45, 47, 48, 68, 71, 76, 85, 69, 73, 115, 122, 134, 136, 182, 183, 185, 86, 89, 94, 100, 113, 124, 130, 132, 136, 186, 235, 237, 239, 248, 250, 267. 137, 174, 175, 177, 180, 204, 210, 221, 228, 229, 230, 238, 243, 244, 246, 247, Cooperação Econômica – 74, 78, 179, 180, 263, 265, 268. 265. Equador – 48, 75, 184, 267, 268. CPLP – 38, 39, 40, 63, 138, 186, 204, 205, 206, 207, 208, 209, 210, 211, 212, 225, Espanha – 35, 37, 68, 76, 243, 244, 245, 226, 232, 272, 273. 246.

Cuba – 25, 35, 75, 111, 133, 134, 192, 247, Estados Unidos – 18, 23, 24, 25, 47, 48, 49, 248. 56, 58, 59, 66, 69, 76, 96, 98, 101, 134, 183, 238, 243, 253, 256, 267, 269, 270. D F Democracia – 25, 33, 34, 68, 75, 104, 112, 129, 183, 184, 205, 233, 238, 245, 248, FAO – 17, 19, 29, 92, 136, 208, 243, 253. 253, 259, 265. França – 48, 62, 76, 243.

Desarmamento – 100, 136, 175, 187. Fronteiras – 55, 122, 131, 207, 212, 231, Desenvolvimento – 17, 18, 21, 23, 24, 38, 232, 234, 239, 240, 241, 242, 265. 39, 45, 50, 55, 58, 69, 76, 78, 79, 80, 81, G 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 99, 100, 108, 113, 114, Genebra – 56, 58, 60, 6, 67, 73, 75, 101, 116, 117, 118, 119, 121, 122, 123, 124, 111, 234, 239, 244, 255. 126, 127, 129, 130, 131, 132, 135, 137, 140, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178, Guiné-Bissau – 63, 186, 204, 206, 212, 232, 179, 180, 181, 182, 184, 193, 205, 206, 233. 210, 213, 214, 215, 217, 218, 219, 221, H 222, 224, 225, 226, 227, 228, 229, 232, 233, 236, 239, 240, 241, 242, 243, 245, Haiti – 133, 134, 135, 138, 139, 156, 182, 248, 255, 259, 260, 263, 265, 266, 268, 245, 252. 270, 271, 273. Honduras – 55, 69, 183, 185. Desenvolvimento Sustentável – 21, 22, 25, 38, 39, 76, 78, 88, 89, 90, 91, 93, 99, 100, 124, 125, 129, 134, 136, 137, 175, 176, I 177, 184, 186, 205, 209, 212, 217, 221, 229, 230, 231, 240, 243, 247, 263, 264, IBAS – 138 e 173. 270, 271, 273. Índia – 31, 47, 48, 49, 67, 76, 103, 108, Direitos Humanos – 25, 33, 34, 38, 56, 68, 109, 126, 136, 137, 138, 140, 163, 172, 70, 85, 102, 112, 122, 125, 126, 127, 134, 173, 174, 175, 176, 177, 179, 186, 243, 183, 186, 205, 209, 217, 218, 234, 238, 245, 267.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 271

Investimentos – 17, 18, 25, 28, 29, 39, 49, Nações Unidas – 17, 18, 27, 31, 32, 36, 38, 55, 61, 64, 66, 67, 68, 70, 71, 74, 75, 76, 47, 56, 63, 66, 69, 72, 75, 85, 88, 92, 97, 77, 86, 87, 89, 98, 103, 118, 119, 121,124, 99, 100, 101, 104, 105, 107, 108, 109, 110, 126, 129, 136, 174, 179, 180, 181, 193, 114, 125, 126, 127, 131, 134, 135, 136, 205, 223, 224, 230, 233, 238, 244, 246, 139, 173, 175, 182, 184, 186, 187, 193, 253, 255, 260, 265, 268. 205, 206, 207, 208, 209, 211, 230, 231, 232, 233, 234, 236, 240, 245, 252, 257, Israel – 27, 112, 114, 135, 143, 234. 267, 270, 271.

Irã – 18, 19, 74, 111, 247. Navegação – 127, 131, 194, 196, 197, 198.

Itália – 49, 63, 66, 73, 76, 243, 272. Negócios Estrangeiros – 61, 68, 70, 108, 181, 212, 214, 223, 228. J

Japão – 19, 31, 39, 76, 108, 109, 135, 136, Nigéria – 18, 19, 58, 59, 187. 179, 180, 181, 239, 255, 272. Nuclear – 100, 124, 150, 175, 187, 222, Jogos Olímpicos – 26, 27, 66, 127, 131, 246, 247, 263, 264, 265. 172, 205, 231. O

L OMC – 19, 23, 45, 47, 60, 61, 87, 89, 96, La Paz – 67, 73, 129. 97, 98, 173, 176, 225, 236, 239, 250, 254, 255. Líbano – 204. Oriente Médio – 27, 111, 114, 135, 236, Lima – 190. 270.

M P

Malvinas – 127. Palestina – 114 e 234.

Meio Ambiente – 19, 20, 21, 47, 59, 79, Paraguai – 48, 55, 69, 70, 73, 74, 102, 103, 140, 176, 177, 213, 214, 215, 218, 230, 112, 113, 126, 127, 128, 129, 130, 131, 243, 260. 132, 183, 185, 235, 237, 239, 240, 243, 250, 251, 252, 259, 265, 267, 268. MERCOSUL – 19, 35, 46, 55, 60, 61, 67, 68, 70, 71, 102, 103, 113, 114, 117, 118, Paz – 27, 31, 32, 35, 37, 38, 51, 52, 53, 55, 126, 130, 139, 174, 193, 225, 233, 242, 56, 60, 62, 64, 65, 67, 68, 72, 73, 74, 92, 244, 246, 252, 253, 259, 260, 265, 268. 100, 101, 104, 108, 109, 110, 112, 114, 115, 122, 128, 129, 134, 135, 175, 183, México – 55, 56, 58, 64, 67, 69, 74, 76, 188, 205, 206, 233, 234, 239, 247, 252, 112, 128, 138, 183, 185, 186, 187, 235, 253, 263, 264, 265, 270, 271, 273. 237, 250, 251, 253, 255, 267. Peru – 47, 48, 55, 60, 69, 112, 183, 185, Moçambique – 18, 33, 63, 186, 204, 206, 250, 251, 253, 267. 212, 243, 272. Portugal – 33, 35, 37, 55, 63, 134, 186, 193, Montevidéu – 73 e 138. 209, 213, 217, 218, 219, 221, 222, 223, 224, 225, 226, 227, 228, 229, 230, 231, N 232, 233, 234, 272, 273.

272 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Propriedade Intelectual – 68, 80, 87, 119, 121.

R

Rio+20 – 243

S

Santiago – 59 e 113.

Segurança Alimentar – 17, 90, 91, 173, 208, 211, 224.

Síria – 65, 101, 234, 257.

Somália – 73.

T

Terrorismo – 27, 32, 56, 57, 58, 60, 62, 65, 67, 72, 73, 74, 77, 83, 84, 92, 101, 103,

110, 135, 137, 138, 175, 184, 238, 240, 242, 252, 254, 255, 257.

Timor-Leste – 63, 186, 204, 207, 210, 212, 272.

Turquia – 39, 57, 59, 60, 62, 64, 72, 76, 111, 135, 252, 254, 261.

U

UNASUL – 235, 242, 267.

UNESCO – 62, 136, 173, 207, 261.

União Europeia – 19, 35, 45, 46, 55, 59, 60, 61, 63, 68, 70, 76, 91, 103, 126, 139, 193,

206, 225, 233, 234, 239, 244, 246, 255.

Uruguai – 39, 48, 55, 56, 69, 70, 71, 72, 102, 103, 123, 128, 183, 184, 185, 206, 235, 236, 237, 239, 240, 243, 250, 251, 252, 259, 265, 268.

V

Venezuela – 55, 59, 68, 70, 101, 102, 112, 183, 185, 235, 237, 250, 251, 259, 260,

267, 268.

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 273

274 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.

Mayara Cristina Félix

Revisão

Conselheiro Pedro Frederico de Figueiredo Garcia

Formato

20 x 26 cm

Mancha

15,5 x 21,5 cm

Tipologia

Times New Roman

Papel

Supremo 250 g/m2,

Plastificação fosca (capa)

e 75g/m2 (miolo)

Número de páginas

279

Departamento de

Capa e ProjetoGráfico

Karina Barreira

Vivian Fernandes

Diagramação

Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016. 275

Endereço para correspondência

Arquivo Central do Itamaraty

Ministério das Relações Exteriores,

Anexo II, 1°subsolo, Sala 10

CEP 70170-900, Brasília, DF

Telefones: (61) 2030-9278 / 9273

Fax: (61) 2030-6591 Impresso pela Gráfica do Ministério das Relações Exteriores

Comunicações e Documentação

276 Resenha de Política Exterior do Brasil, nº 119, 2º semestre de 2016.