Take Away Tentar Sobreviver À Pior Das Crises
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Publicidade Correio Publicidade do Minho.pt QUINTA 21 JANEIRO 2021 | Director PAULO MONTEIRO | Ano LXXXII Série VI N.º 11690 DIÁRIO € 1,00 IVA Inc. TAÇA DE LIGA SC BRAGA 2 - BENFICA 1 GUERREIROS DEFRONTAM SPORTING NA FINAL JÁ ESTÁ! Págs. 14 a 17 CARLOS CARVALHAL “Queremos muito ganhar este troféu em ano de centenário” PAULO CUNHA/LUSA ESPECIALISTAS DEBATERAM NA UMINHO MERCADO MUNICIPAL DE BRAGA PÓVOA DE LANHOSO Covid-19: “Todos os dias está Há dias que não entra um tostão Executivo camarário reduz dívida a cair um Airbus em Portugal” no bolso dos comerciantes em cerca de 7 milhões de euros Pág. 5 Pág. 8 Pág. 9 Publicidade RESTAURAÇÃO Leite fresco Pingo Doce O primeiro TAKE AWAY EOMEGRěKĂECkiO TENTAR FGDGMGSěCRCNKMCĚ SOBREVIVER 677€ 0, Unid. À PIOR DAS CRISES Págs. 2 e 3 POUPE BEM VIVA MELHOR correiodominho.pt2 1 de Setembro 2016 21 de Janeiro 2021 correiodominho.pt13 Braga Take way e entregas ao domicílio ajudam restaurante a sobreviver à pior das crises SÃO MUITOS os restaurantes que estão a servir refeições em take away e com entregas ao domicílio. É a única ‘bóia de salvação’ de um sector que procura resistir às inúmeras restrições, mas os empresários assumem que é claramente insuficiente. RESTAURAÇÃO | Paula Maia | “Comecei do zero, trabalhei de dia e de noite. Vou lutar até ao fim”. A voz de Ascensão Quin- tas, gerente e proprietária de um dos mais conceituados restau- rantes dos concelho, o Flor de Sal, espelha o desânimo que se vive no sector, mas também o sentimento de resiliência dos empresários da restauração que desde Março de 2020 enfrentam fortes restrições do desempenho da sua actividade. Se 2020 foi mau, 2021 está a iniciar da pior maneira, prevendo-se se que al- guns negócios não consigam re- sistir a este segundo confina- mento. É através do serviço de take way que uma percentagem DR DR considerável de restaurantes No Flor de Sal as encomendas surgem ao fim-de-semana Do restaurante Palatu sai uma encomenda de marisco para satisfazer mais um pedido procura fazer face à crise, co- brindo algumas despesas e man- Alemanha e na Suíça estão a fa- §nota tendo alguns clientes. É uma es- zer isso”, afirma. pécie de ‘bóia de salvação’ que Há 14 anos a gerir o Palatu, no serve somente para não afundar. coração da cidade, José Pinto Prático e seguro “Estou a fazer take way so- enfrenta um dos piores períodos mente ao fim-se-semana. O da sua vida profissional. É com Entregas em drive-thru para servir clientes e enganar a crise cliente do Flor de Sal não vem à recurso ao take away que procu- É um exemplo de como a criatividade pode semana buscar comida. Não para ra obter algum dinheiro para fa- ajudar a contrariar o impacto negativo de o dia-a-dia. Podem vir é ao fim- zer face às avultadas despesas uma das piores crises que o sector de restau- -de-semana”, diz Ascensão que decorrentes sobretudo da factura ração já conheceu. ‘Gato Drive’ é o serviço fala das dificuldades sentidas da renda e dos ordenados de dez que o restaurante ‘Gato no Rio’ criou, permi- pelos empresários do ramo: “pa- funcionários que integram a sua tindo ao cliente levar a sua refeição sem sair gar renda e funcionários é muito equipa. Além de uma variedade do carro, em regime drive-thru. complicado. Para mim e para to- de pratos da cozinha tradicional, É no parque de estacionamento que o restau- da a gente”, conta a empresária o marisco também entra, desde rante criou um circuito onde à entrada o que conta já com 37 anos no ra- Novembro, na lista de opções cliente faz o seu pedido (que pode também mo da restauração. que o Palatu oferece ao seus reservar por telefone) e que, mais à frente, é Com seis funcionários efecti- clientes. José só espera que as entregue em recipientes adequados para o vos, Ascensão vai tentar manter novas regras não compliquem o efeito. a equipa. “Não sei se vou conse- já pouco negócio que vai fazen- É desta forma que é servido diariamente o guir. O take way ao fim-de-se- do. “É sobretudo à noite que fa- menu executivo (pão, salada e/ou sopa, prato mana é muito pouco para cobrir zemos algum negócio, nomea- (peixe ou carne), sobremesa, bebida e café). “Fizemos um grande investimento em todo o as despesas”, garante a empresá- damente à sexta e ao sábado, DR ria, confessando estar já a viver mas a fechar às 20 horas não tipo de recipientes e na criação do cicuito “de poupanças”, sem saber por dá”, conta o empresário, mos- com todas as condições. O feed-back é muito Em Este S. Pedro há um restaurante que adotou o regime do drive-thru quanto tempo. “Mas vou lutar trando a sua revolta pelo facto positivo. Todos os clientes gostaram da ideia como se tivesse 20 anos. E já te- de serem sempre “os mesmos porque permite-lhes comer uma refeição de qualidade e em segurança”, explica Jorge Oliveira, gerente do Gato no Rio. nho 64”, afiança. sacrificados”. Os pratos são praticamente os mesmos que o restaurante servia e onde se incluem o Arroz de Feijão com Pataniscas ou Baixar o IVA e assumir o paga- “Dá vontade de fechar de vez, o Bacalhau com Broa. mento na integra dos ordenados mas não posso desistir porque Além do regime drive-thru, o restaurante fornece também comida em regime de take away e através de entregas ao dos trabalhadores são as medi- tenho cinco filhos e uma equipa- domicílio feitas pela própria casa ou por empresas de entrega, fazendo chegar até à casa dos clientes os melhores pra- das que a empresária gostaria de funcionários que precisa de tos da cozinha tradicional portuguesa confeccionados por este casa centenária. que o governo tomasse. “Na mim”, desabafa José Pinto. correiodominho.pt12 ??????????? 21 de Janeiro 2021 1 de Setembro 2016 correiodominho.ptBraga 3 “Continuo a trabalhar por respeito aos clientes e para não deixar esquecer o nome” GERENTE do grupo Migaitas decidiu manter um dos três espaços que gere aberto em nome dos clientes e do nome que solidifi- cou ao longo de décadas. Através do take way e das plataformas de entrega faz chegar o melhor da cozinha regional ao domicílio. RESTAURAÇÃO lll | Paula Maia | O Migaitas Salão Champagne é o único Nome conhecido e respeitado na cidade, Fernando Migaitas, ge- espaço em funcionamento rente de três espaços distintos, é um dos resistentes do sector. cos, a Vitela são alguns dos pra- Dos cerca de três dezenas de tos mais icónicos que ainda faz funcionários que integram as chegar à casa dos clientes. “Du- suas equipas, apenas um se man- rante a semana pouco se vende. tém no activo para garantir a O negócio que fazemos é sobre- abertura do único espaço que es- tudo ao fim-de-semana, essen- tá em funcionamento em regime cialmente ao almoço de domin- de take way e vendas para plata- go”, adianta Fernando Migaitas. formas de entrega: o Migaitas A somar às vendas reduzidas Salão Champagne, no Villa Gar- está a “falta de perspectivas” den Hotel. que transforma o futuro num Há vários anos no ramo, o em- mar de incertezas. “Não sabe- presário confessa que desde mos como vai ser. Se nos disses- Março de 2020 que o negócio sem que a partir de Março isto tem sofrido vários reveses, mas melhorava, era uma coisa, mas decidiu não deixar cair o “no- são sabemos se em Junho a si- me” e continuar a servir as me- DR tuação estará da mesma forma. lhores iguarias aos clientes “fi- Na cozinha do Migaitas Salão Champagne prepara-se um dos pratos mais procurados neste espaço: as papas de sarrabulho O que vamos ter este ano para éis” que habituou a apreciar o melhorar os nossos negócios?”, melhor da cozinha regional. “É empresário, adiantando que o 2020. Aliás, a facturação do últi- euros face a 2019”, diz Fernando questiona o empresário, relem- a a pensar neles e nos hóspedes valor auferido é “claramente in- mo ano, comparativamente a Migaitas. brando que a Semana Santa era, do Villa Garden Hotel que deci- suficiente” para fazer face às 2019, diz muito sobre a saúde fi- Papas de Sarrabulho, Cabrito neste primeiro semestre do ano, diu manter o Migaitas Salão despesas do negócio que desceu nanceira do negócio que gere. Assado, Bochechas de Porco uma das datas mais importantes Champagne aberto”, confessa o abruptamente desde Março de “Facturamos menos 1 milhão de Preto, Bacalhau à Abade Pris- para o sector. Director-geral da Assoociação Comercial de Braga Rui Marques: “apoios são insuficientes” também ao programa de Apoio à lll sublinhando que estes prejuízos empresas não conseguirão resis- RESTAURAÇÃO Retoma Progressiva. “O que su- “Somos da opinião, e julgo somam-se aos de 2020. “Nove tir a este novo confinamento, o | Paula Maia | giro é que as empresas avaliem meses depois de termos quebras director-geral assume que resi- qual o apoio que melhor se ade- que este é um movimento avultadas na facturação, as em- liência é a palavra que melhor “Insuficientes”. É desta forma qua ao seu caso concreto”, assu- crescente na sociedade, presas já não têm nenhum fundo define os empresários da restau- que o director-geral da Associa- me o dirigente, adiantando que nas associações empresarias de reserva de tesouraria para su- ração e afirma que o que estão a ção Comercial de Braga (ACB) na maior parte dos casos o lay e confederações, de que portar estas partes dos ordena- passar “é profundamente injus- classifica os apoios delineados off simplificado é o que se apre- o pequeno comércio - dos que não são cobertos pela to”.