Universidade Federal Do Pará Instituto De Ciências Biológicas Embrapa Amazônia Oriental Programa De Pós-Graduação Em Ecologia
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA LUIZ HENRIQUE MEDEIROS BORGES O papel de mamíferos de médio e grande porte como modificadores do habitat na Amazônia ocidental Belém 2019 LUIZ HENRIQUE MEDEIROS BORGES O papel de mamíferos de médio e grande porte como modificadores do habitat na Amazônia ocidental Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia do convênio da Universidade Federal do Pará e Embrapa Amazônia Oriental, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Ecologia. Área de concentração: Ecologia. Linha de pesquisa: Ecologia de Comunidades e Ecossistemas. Orientador(a): Prof. Dr. Carlos Augusto Peres da Silva. Co-orientadora: Profª Drª Ana Cristina Mendes-oliveira Belém 2019 LUIZ HENRIQUE MEDEIROS BORGES O papel de mamíferos terrestres como modificadores do habitat na Amazônia ocidental Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ecologia do convênio da Universidade Federal do Pará e Embrapa Amazônia Oriental, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Ecologia pela Comissão Julgadora composta pelos membros: Drª Maria Aparecida Lopes Universidade Federal do Pará (Presidente) Drª Fernanda Michaslky Universidade Federal do Amapá Drº Arnaud Léonard Jean Dezbiez Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade (ESALQ) Drº Carlos Rodrigo Brocardo Instituto Neotropical: Pesquisa e Conservação Drº Armando Muniz Calouro Universidade Federal do Acre Drº Leonardo Carreira Trevelin Instituto tecnológico Vale Drª Marcela Guimarães Moreira Lima Universidade Federal do Pará Aprovado em: 13 de dezembro de 2019 Local de defesa: SAT 1 do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará. Dedico este trabalho a Maria Francimar e José Martins (meus pais), Rawanna Nascimento (minha esposa), minha base e minha fortaleza, e ao meu avô materno Manoel Rodrigues (Manoel Paca -In memorian), que tanto me incentivou indiretamente pelo seu modo de vida tradicional como seringueiro. AGRADECIMENTO(S) A Deus em primeiro lugar, por permitir dias de luta e vitórias, mas principalmente pelos dias de derrota que me tornaram mais firme ao longo de toda a batalha. Aos meus Pais pois me proporcionaram toda a educação que era necessário para realização da minha carreira científica, e poder ter um filho com doutoramento, embora as circunstâncias fossem contrárias. Por todo esforço e suor derramado, empenho, sacrifício feito, nenhum feito, prêmio ou conquista seriam suficientes para retribuir tudo o que fizeram por min. À minha companheira, amiga, confidente, parceira e amada Rawanna. Que suportou a distância durante as idas e vindas de campo quase ininterruptas, que queimou os dedos me ajudando a construir os modelos de plântulas. Que suportou meus momentos extremos de euforia, raiva e tristeza. Que me deu forças, e principalmente compartilhou os dias difíceis. Ao meu orientador Carlos Augusto Peres, pela oportunidade, convite e orientação, e a Drª Ana Cristina Mendes-Oliveira pela co-orientação, por me receber em seu grupo de discentes, dar suporte com equipamento, apoio durante amostragem, e auxílio na escrita e revisão de todo a tese. Além do sempre estimulo a acreditar que tudo daria certo. À Coordenação de Aperfeiçoamento ao Pessoa Superior CAPES, pela bolsa concedida, mesmo em meio ao momento de instabilidade econômica do país. À coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ecologia, em nome dos coordenadores e secretários, sempre dispostos a sanar dúvidas, efetuar matrículas, dar andamento em todos os processos inerentes a pós-graduação, muitas vezes ignorados. À Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Acre, ao Instituto Chico Mendes da Biodiversidade, por estrutura cedida para realização da logística e dos campos, agradeço através dos Gestores de Unidades de Conservação, Jesus Rodrigues Domingos de Souza, Thiago Jurua Damo Ranzi e Samuel Nienow, por todo suporte dado. Agradeço ao ICMBio pelas licenças de coleta para as três UCs. Agradeço a empresa AMATA, pelo apoio logístico, e suporte dos funcionários em especial Luizinho, Cristian, Manoel, Nilsinho e a queridíssima Maria, por darem suporte nas atividades logísticas, desde autorizações, compartilhamento de dados, ajustes de campo até as refeições feitas com carinho por Maria. À “Phyna Flor” (Gabi, Paula, Juliana, Ana Carolina, Geovana, Fernanda, Lorrane e Larissa) grupo de estudo sobre mamíferos e aves, a vida, o universo, a pós e tudo o mais. Sempre realizando discussões sobre diversos temas, auxiliando na discussão sobre trabalhos, pesquisas, análises, tornando a caminhada ao longo dos quatro anos menos doloridas, e mais alegres. Desde as difíceis horas na fila do R.U, dos almoços na copa, das longas caminhadas para comprar “chop”, do desespero nas disciplinas de estatística. Aos amigos “Belenenses”, Cassia, Fernanda, Léo, Pablo, por fazerem dos dias em Belém mais animados e menos solitários. A Léo e Fernanda por discutirem e trocarem experiências a todos os instantes. Gabi, Léo e Pablo por me receberem sempre de portas abertas nas esporádicas passadas por Belém (grato Gabi por deixar sempre a panela suja de brigadeiro para min). A amiga Thaline, que desde o princípio me auxiliou na chegada e na partida de Belém, me deu todos os nortes necessários para sobreviver em Belém e sempre dando conselhos sobre o doutorado. Aos auxiliares e amigos de campo que fizeram de todos os campos pesados, difíceis e longínquos, momentos divertidos e animados. Obrigado Dimá (Odimar Celestino), Elíneo, Nonato (RESEX Cazumbá Iracema) e Pedro, Francisco Raisson, Elissandro e Leandro (PE Chandless). Em especial ao Dimá, que mesmo morando longe, se dispôs a me acompanhar em campos na FLONA do Jamari em Rondônia, distante mais de 1000 km de sua casa no interior do Acre, um rande amigo do fundo do coração. Aos fiéis barqueiros, amigos e escudeiros Valfredo e Mandim (Cristiano), que estiveram sempre presentes nas idas e vindas pela bacia do rio Purus. Aos amigos André, Richarlly, Rair pela sempre troca de ideias, compartilhamento de diferentes experiências e apoio ao longo de toda a jornada acadêmica. Richarlly e Rair pelo auxílio na identificação dos morcegos registrados. Ao Profº Drº Edson Guilherme pelo auxílio na identificação das aves registradas. Aos alunos Raphael, Marcos Souza e ao Jaime. Que foram firmes e parceiros nas coletas realizadas na FLONA do Jamarí, auxiliando na instalação de armadilhas fotográficas em diversos pontos, percorrendo praticamente 13 km todos os dias, no sol de rachar em meio as clareiras, contando plântulas e plantando canudinhos. Agradeço a Manuela, Bernardo e Ivaldo (Sukita) que compartilharam dos dias em campo em Itapuã-do-Oeste. Das marmitas frias, dos sorvetes e das pizzas, das idas e vindas à UPA 06, da poeira do ramal e de tantas risadas, suavizando todos os percalços. Aos membros da banca de qualificação e defesa desta tese, por contribuírem substancialmente com sugestões de modificação que favoreceram para a construção deste trabalho. Ao meu querido e falecido avô, que por meio de suas histórias e estórias de caça, pesca e dos períodos nos seringais me incentivou indiretamente na escolha da carreira. Responsável pelo estímulo e curiosidade sobre o exímio escavador tatú canastra que “Aaah meu fii Quando cavava uma toca, dava pra sentir do alto da terra firme tremer” (Manoel Rodrigues 2017). O papel dos mamíferos de médio e grande porte como modificadores do habitat na Amazônia ocidental RESUMO Mamíferos terrestres de médio e grande porte apresentam ampla diversidade de formas, história de vida, comportamento, fisiologia e ecologia, o que confere a este táxon uma ampla gama de espécies. As diversas espécies de mamíferos são responsáveis por exercer funções importantes em seus ambientes de ocorrência, atuando em serviços como dispersão e predação de sementes, polinização, controle de populações, ciclagem de nutrientes e engenharia do ecossistema. Engenheiros do ecossistema são espécies que pela sua presença e ou atividade alteram o meio biótico e abiótico, modulando e modificando o habitat para outras espécies. A forma como os organismos podem afetar um ao outro são diversas, e ocorre principalmente por meio das interações ecológicas como predação, competição e comensalismo ou facilitação. Os mamíferos podem desempenhar suas funções na engenharia do ecossistema, modificando habitats para outras espécies, como por exemplo o tatu canastra, ou agirem no controle de plântulas alterando o processo de regeneração, influenciando a distribuição e abundância dos indivíduos em diferentes níveis e escalas. Nesse contexto, a presente tese é dividida em duas sessões nas quais avaliamos como médios e grandes mamíferos podem modificar ambientes. Na primeira avaliamos o papel de Priodontes maximus (tatu canastra) como engenheiro do ecossistema em florestas do sudoeste da Amazônia. Nossos resultados mostraram que uma ampla diversidade de vertebrados terrestres é beneficiada pelas tocas de P. maximus. Além disso, identificamos a finalidade com a qual a maioria dos vertebrados utilizam as tocas, mostrando que a interação estabelecida nas tocas é ampla e fortemente conectada, para os mais diversos fins. Na segunda sessão verificamos como mamíferos de médio e grande porte podem interferir no processo de regeneração de clareiras artificiais formadas pela exploração madeireira de baixo impacto no sudoeste da Amazônia. Mensuramos os danos causados em plântulas de clareiras artificiais e ambientes de sub-bosque fechado. Com base nos resultados