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S . E;. M, A NA' l Jornal Laboratório - UFSC/CCE/COM -,. Florianópolis, 21 a 28_de novembro de 1990.

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pessoas' . _ se _ reorganizam Hitler- . Y elege_ <, .» como seu líder em Florianópolis páginas 3 e central

Acervo: Biblioteca Pública de EDITORIAL Crescendo sobrevive na arte e na em tamanho e Coral apoiado criatividade tecnologia

Dentro de duas semanas esta­ uma e no rá circulando edição do Ze­ Sucesso realização I? ENCOR ro em formato standard. Isto é, do tamanho de O Estado, Jor­ 't. nal de Santa Catarina e A No­ KARIN VÉRAS tícia. Esta variação a tende à ne­ cessidade de proporcionarmos, Foi no final de 1962, quando o então aos alunos de Planejamento reitor da Universidade Federal de SF.11- Gráfico, a oportunidade de dia­ ta Catarina participava da organização grsmsrpeginss diferentes dos do Encontro de Corais do Sul do País, tablóides de sempre. Jornal la­ que alguém lembrou a ele que a própria boretorio, lembram-se? universidade não tinha um coral, Às *** pressas foi convidado o maestro da uni­ A modéstia não nos de impede versidade do Paraná, Mário Grau, e fo­ comentar os oZero elogios que ram reunidas pessoas entre acadêmicos, recebeu durante o Congresso comunidade e coralistas de outros gru­ Nacional dos Jornalistas reali­ pos. No tempo recorde de 13 dias um zado em Natural­ Florianópolis. coral foi formado, ensaiado e se apresen­ o fato da meiorie das es­ mente, tou. Era janeiro de 1963 quando o coral colas de comunicação ter carên­ desta universidade fazia syà primeira cias na área do graves jornalis­ apresentaçào, com maestro emprestado mo contribui a impresso, para e em função de um evento. No dia 5 boa oZero causa. impressão que de novembro deste ano, Dia Nacional Mas o da se­ pioneirismo edição da Cultura, foi a vez deste mesmo.coral . manal - ousadia se impensável responder ao desafio de há 28 anos sendo ror mantido o ritmo de reparti­ ele próprio o anfitrião do primeiro En­ ção pública que contagia algu­ contro de Corais (ENCOR) na UFSC. mas escolas - é suficientemente "Estamos vivos e precisamos conti­ torte para espantar aqueles que nuar" - encerrava o discurso de aber­ . Coral da universidade: 27 anos de existência acham a Universidade não que tura a pró-reitora de assuntos culturais tem muita coisa a fazer por da universidade. Confirmava, assim, Martins também cantou uma Exaltação da igreja acabava escutando o coral co­ se aqueles que querem profissio­ seu compromisso com uma universidade a Santa Catarina: "onde a natureza fez mo os coralistas se preparavam para se nelizsr: e No auditório da rei­ neve, sol e chuva'i.Estes coralistas vie­ ao público da igreja. Era :j: * * pública gratuita. apresentar o nem o ram de onde o uma acabava dando O Laboratório de Jornalismo toria cheio não estava reitor, Tubarão, recebem apoio motivação que obje­ nem os diretores de centro. de uma A Coral tivo à atividade. ao promover um Gráfico colocou em funciona­ pró-reitor, empresa. Associação Hoje, A pró-reitora lembrou que a UFSC em' de Florianópolis trouxe um repertório Encontro de Corais os organizadores mento, esta semana, a impres­ seus 30 anos ainda não seu de música com acompanhamen­ pretendem que ele não seja mais even­ sora laser, completando a esta­ conquistou popular espaço cultural. E desabafou: "Nosso to de at!baque e violão. Sua regente Au­ tual, senão o início de posteriores encon­ ção de trabalho em "desktop pu­ administrativo é um recriar rélia Hackenhaar recebeu um tros devem se com coros , processo destaque que ampliar blishing". Servirá ao ensino, à cultural constante." Sem apoio -econô­ no discurso de abertura como símbolo nacionais e até internacionais. Pois a pesquisa eprestará serviços à co- mico e só a arte e a cria­ da contracultura "onde a mulher se faz meta do ENCOR é dar dentro do administrativo, grande objetivo .... munidade, programa tividade o canto coral Terminaram cantando Tra­ ao canto coral no estado, aprofundando de extensão do Departamento de permitiram que presente". sobrevivesse dentro e fora da univer­ vessia. O coro convidado só sua atividade. Para isto contribui o cen­ Comunicação. último preci­ sidade. O número de corais é quarenta sou atravessar a ponte para participar tro cultural Pró-canto coordenado pelo vezes maior do. que era na década de do encontro e mostrar o que se pode fazer maestro Santana e sediado na Univer­ 60. O movimento coral se horizontalizou quando se pretende descentralizar a cul­ sidade. Ele faz a.transferência'de recur­ e agora precisa ser verticalizado: ga­ tura. Foi a Associação Coral Santa Cruz sostécnicos a grupos interessados: cur­ nhar em qualidade e profundidade - de São José. Quando foi a vez dos anfi­ sos. treinamentos, partituras. O maes­ ZERO afirma o maestro José Acácio Santana triões fazererri as honras da casa, mos­ tro fala da importância de incentivar os catarinenses a saírem de suas que é regente do coral da universidade traram uma apresentação inovadora: corais desde agosto de 63 e coordenador da quer nos gestos que acompanhavam as sedes e irem cantar na rua.Lembra que Fundação Pró-Canto. Afinal, o canto co­ músicas, quer na movimentação cênica nos últimos 2 Natais mais de 6.000 con­ *** ral hoje alimenta muitas comunidades dos coralistas, Uma das músicas mais certo foram feitos ao ar livre. Destaca catarinenses, Faz 'parte do "pão nosso aplaudidas durante o concerto fOI justa­ os objetivos fundamentais da atividade Me/hor cultural de cada dia". mente a última cantada pelo coral da coral. O objetivo artístico cultural que na entrada os coralistas enche­ universidade. Chama-se "Nós somos é o fazer musical. E o sócio-co­ Peça Gráfica Logo objetivo ram o auditório de cor e mais tarde Deuses de um Deus Maior" e é de auto­ munitário que promove a socialização /, /I e 1// Set preencheriam o espaço restante com ria do regente José Acácio Santana: "Vi­ das pessoas. Diz que o povo catarinense Universitário som. Seus familiares e convidados fo­ da é pra viver e se prende ... e coração possui uma "índole musical" provenien­ Maio 88 ram suficientes para lotar o local. Esta­ é feito pra amar. Por isso agora vou falar te das etnias que participaram de sua Setembro 89 vam todos uniformizados e as cores va­ ao coração, e a forma que encontrei foi formação, e que o canto coral foi uma

Setembro 90 riadas destacavam sua procedência. a canção" . No encerramento todas as vo­ resistência cultural destes povos imi­ Azul turquesa com amarelo foi a cor de zes se uniram formando o grande coro grados. Hoje propõe um congraçamento Jornal Laboratório do Departa- cantada feita coral da dos corais e cantaram O destas culturas e a mudança de perfil mento de Comunicação do Centro saudação pelo participantes universidade: "Você é o sorriso de Deus Pescador do Santana: "Pescador dos corais. Sabe o coral do amanhã de Comunicação e Expressão da regente que universidade Federal de Santa Ca­ em nosso meio". O primeiro coro convi­ se vai pro mar, tem esperança de vol­ tem que ser audiovisual para reciclar tarina. Editado sob a responsàbili­ dado foi a Associação Coral Villa-Lobos tar". a si mesmo e ao público.

Laboratório de Jornalismo - dade do de Itajaí. Vestidos de vinho eles canta- a ponte assegura continuidade No verso do programa distribuído ao Gráfico. ram o e o amor: - Não é sem motivos muitas músi- no dia 5 de novembro , tempo "Tempo, diga que público algumas Jornalista Prof. Cesar " Supervisão: a aonde se escondeu .. em cas no encontro têm moti­ do maestro alertavam Valente (Reg. 706/SC) por favor, Logo apresentadas palavras para o mo­ sociedade e a atividade co­ Colaboração: Jornalistas. Profes­ seguida entrou o coral25 de Julho: "Em vação religiosa. Primeiro porque relação entre sores Ricardo Barreto, Luiz A. Scot­ cantamos as canções, e pre­ vimento coral esteve durante muito ral: "Quanto mais uma civilização é do­ to de Almeida e Gilka Girardello. servamos nossas tradições". Cantaram tempo vinculado à Igreja, O que servia, tada de senso social, mais nela se desen­ CCEICOM/UFSC, Cam­ Redação: sua Santa Catarina e o Brasil: na opinião do maestro José Acácio San­ volve o canto coletivo". Os mais de 1.140 - região, pus da Trindade, 88035 Florianó­ "Santa e Bela és en­ como uma entre o fazer cul­ corais catarinenses a - Catarina, tana, agradecem citação polis: SC Brasil. Fone (0482) princesa ponte tre dois o coral João tural e o Pois tanto o e 31-9215 e 31-9490. Fax (0482) príncipes". Depois apreciador. público pedem passagem. 33-4069. Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina ZERO 3

Os fascistas • se reorgamzam em Florianópolis Um grupo de 36 pessoas reúne·se periodicamente na capital para formar um partido .nazista e quer buscar financiamento estrangeiro para isso

Os simpatizantes de Adolf Hitler já têm a oportunidade de ingressar numa agremia­ ção nazista em Florianópolis. Desde março está em atividade um grupo -l-,._ qo !no passado 1 ue-il!)adeptos do nazismo que se reúne pelo menos uma vez por mês, num apartamento no centro da capital. O grupo, que teme per­ seguições, funciona clandestinamente. A idéia de fundar esse grupo partiu de um rapaz de 20 anos, natural do Oeste do Paraná, que veio para Florianópolis no iní­ cio de 1989. Ele decidiu afastar-se da família - os pais são produtores de soja - para poder dedicar-se ao seu maior objetivo polí­ tico: o nazismo. Nos primeiros meses, sus­ tentava-se com traduções de textos alemães para a Universidade Federal de Santa Cata­ rina (UFSC). Ele, que não quer que se publique o seu nome por motivos "de segurança pessoal", começou a interessar-se pela ideologia na­ zista desde os oito anos de idade, quando .. iniciou uma coleção de publicações e recortes de jornais sobre o movimento nazista mun­ dial. Isso veio junto com a decisão de não comer carne (embora admita aceitar carne branca, ao contrário do radical vegetaria­ nismo de Hitler). Na sua biblioteca de mais ou menos 900 publicações, há livros alemães da época do 3? Reich, que herdou do avô, capitão da Werhmacht (exército alemão) Nesta foto anterior à 2� Guerra, um os núcleos nazistas de se preso pelos brasileiros em Montese. Apesar de ter sido prisioneiro num campo não seria raça inferior". creto para que só eles entendam: E esse alfa­ de "desnazificação" americano, o ex-capitão Der Freund estudou em diversos colégios. beto que o líder dos nazistas de Florianópolis (falecido há três anos), ao emigrar para o particulares de Santa Catarina e São Paulo, usa para escrever, em espanholou alemão, Brasil trouxe consigo publicações nazistas, inclusive num internato. Foi um aluno apli­ suas cartas. vieram a ser a leitura seu no que predileta do cado estudo de Filosofia, principalmente O neo-nazismo é um dos assuntos que mais neto na infância e na adolescência. de costuma ler em Nietzche, que lugares si­ interessa esse jovem que lê sobre isso em Além desta Der Freund("o lenciosos como o nos contribuição, cemitério, por exemplo, italiano, francês e inglês. É amigo particular amigo", em alemão)-como prefere ser cha­ finais de semana. De temperamento intro­ de Siegfried E. Castan, autor do polêmico mado o líder dos nazistas de vertido conversava muito com os cole­ Florianópolis pouco livro "Holocausto,· Judeu ou Alemão? Nos - recebeu influência da comunida­ de dedicava o livre à própria gas aula, tempo leitura, Bastidores da Mentira do Século", que aca­ de em que vivia no Paraná, cujos habitantes o que lhe rendeu três prêmios de redação. bou sendo apreendido no último dia 6 de são, na maioria, teuto - brasileiros ainda Nunca foi de ir a danceterias e e praias novembro matéria na nazismo. (veja próxima página) simpatizantes do não simpatiza com o "jeans", que considera Para auxiliar na sua tarefa de conseguir O líder resume sua formação nos seguin­ "produto de uma cultura degradante". Acha seguidores, Der Freund recorre também à tes princípios: "não aceitar propina; não ser que "ajuventude brasileira é corrompida pe­ leitura de e vulgar; aprender com quem sabe; não fazer los EUA. Ela só tem papo banal". psicologia parapsicologia, para ele "ciências ensinam como influenciar o papel de ridículo; não cometer erros; ter que - em Foi assim a dar autenticidade pessoal; enfim, não se envol­ Neo.Nazismo Quando não está pessoas". que chegou pales­ ver com raça fraca". Este último mandamen­ atividade política ou respondendo às cartas tras sobre temas teológicos em igrejas evan­ to segue à risca, principalmente em relação de correspondentes da mesma ideologia em gélicas, pensando no seu futuro político. Pre­ aos negros e mulatos. Prefere os arianos, dezenas de países do mundo, Der Freund tende candidatar-se a vereador em 1992, por mas sua namorada, de 27 anos, é descen­ está lendo as suas revistas nazistas ultra-se­ algum partido de direita. dente dejaponeses. "Os italianos e osjapone­ cretas. Uma delas tem o título no exótico "Povo ignorante não tem o que reclamar",

- ses foram nossos aliados na 2� Guerra Mun­ alfabeto rúnico - dos vikings que os dial, justifica ao ser perguntado se japonês nazistas adaptam para servir de .código se-

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina Os fascistas... que provocaram para seu próprio proveito". dera tais propostas como "infantilidades". � E completa: "os judeus são uma cultura sub­ Ele também critica o Partido Nacional So­ diz ele quando fala dos brasileiros que "não versiva". cialista Brasileiro (PNSB), uma espécie de sabem votar". Despreza os políticos profis­ Na hipotética situação dos nazistas a�u­ partido oficial do nazismo, que tem sede no sionais. Foi por isso, segundo afirma, que mindo o poder no Brasil, como seriam trata­ Rio de Janeiro. Teme que a falta de critérios não aceitou a proposta de ingressar no PFL, dos os arianos? Der Freund acha que tudo para aceitar filiações acabe "queimando o na época em que freqüentava a Assembléia vai estar bem: "as raças não precisam temer, movimento nazi", se se repetirem episódios " Legislativa de Santa Catarina. Paradoxal­ desde que não façam m ... O Plano consiste "ridículos" como o programa de propaganda mente, Der Freund garante' que "eu luto em desenvolver economicamente o país. Os política grtuita concedida ao PNSB: "um pelo povo", conflitos só ocorreriam, num governo nazis­ crioulão nazista dizendo na TV que nego não Judeus - Escolheu morar em Florianó­ houvesse "crioulos na ta, quando vadiagem". presta". , polis, entre outros motivos, para ficar na re­ Tais "problemas" seriam solucionados, 'se­ Der Freund viaja em dezembro do ano giào Sul, onde vivem "raças mais brancas". gundo ele, com a adoção de várias medidas, que vem para a Alemanha, onde pretende Der Freund também militou na União da entre elas a deportação dos "desajustados" manter contatos políticos com os nazistas Juventude Socialista (UJSl, organizada pelo para outros países, "principalmente para a europeus. Ainda este ano reúne-se em Porto Partido Comunista do Brasil (PCdoB). De­ Africa". Alegre com outros nazistas brasileiros, para pois de comparecer a sete reuniões e um Con­ O Partido - Apesar de um governo iniciar a preparação da pauta de sua viagem. gresso, desistiu: "eu não sentia qualquer nazista no país parecer para eles um sonho O principal objetivo, no entanto,já está defi­ atração pelo PCdoB. Só queria aprender co­ ainda muito distante, os 36 nazistas de Flo­ nido- conseguir dinheiro para montar um mo é a, organização de um partido. Também rianópolis se organizam. Entre eles, 25 têm partido nazista no Brasil. A única dúvida queria conhecer o papel ridículo que os co­ de 16 a 19 anos, os onze restantes têm profis­ que ainda parece existir é se será uma sigla munistas representam". sões definidas: há um médico, um advogado, independente ou coligada a algum outro par­ Sua análise sobre a "perestroika" centra­ um dentistas, um comerciante, um militar tido: de direita. se num ponto: a abertura do mercado sovié­ aposentado, por exemplo, E as reuniões não Der Freund não quer que opartido tenha, tico para as empresas multinacionais "semi­ são mais freqüentes ,por falta de um local no nome, a palavra "nazista" ("o nome assus­ tas", como McDonald's e Pepsi, está "entra­ mais amplo. ta", acredita) e justifica dizendo que "o que vando o desenvolvimento da URSS". Ele res­ Mesmo pequeno, o grupo não é homogê­ importa é a ideologia". As dificuldades que ponsabiliza os judeus, a quem chama de neo: os mais jovens querem usar uniforme, encontra para montar o partido são, segundo "criadores do capitalismo" e a quem respon­ fazer a saudação nazista e andar pela cidade ele, "culpa dos judeus", que considera "os sabiliza pelas "crises econômicas do mundo, em bandos. O líder não aceita isso e consi- mestres do poder".

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À esquerda, Plínio Salgado e seus "camisas verdes", à direita, Hitler, no jornal blumenauense de 1935

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina ao Norte, Cláudio Galvão de que A partir daí, ela foi lendo tudo que en­ não esconde sua admiração Castroia Hit er e contrava pela frente sobre nazismo e tor­ Mussolini e o seu repúdio aos "vadios": nou-se uma "expert" em 2� Guerra Mun­ "Os vagabundos devem ser exterminados dial. Após ter contato com as obras de para que possam aproveitar pelo menos S.E. Castan, chegou a vez de "Mein suas seus litros de seus Setenta anos córneas, sangue, Kampf' (Minha Luta, a autobiografia de A história rins trabalhar e não Qara quem quer po­ Hitler): Foi o auge de sua conversão. de". (lstoÉ, 8/11/89). "O nazismo não é um bicho-de-sete-ca­ eles Alemanha Desde a do :r1Ituro de mal contada do depois, queda beças", afirma essa adolescente que não Berlim, velhos fantasmas estão à solta. liga para eventuais "brincadeirinhas" de Ataques a cemitérios judaicos em diver­ insistem seus colegas de escola. Apesar de não sos países europeus em maio, o reapare­ nazismo no Sul manter uma pelos seus compa­ cimento de movimentos anti-semitas, o antipatia A apreensão de 66 livros nazistas da O 3? Reich com a fortalecimento de de nheiros de sala de aula, ela prefere os queria anexar, ajuda Editora Revisão Editorial no último dia partidos tendência mais íntimos, principalmente os de mes­ da população tento-brasileira, o Sul do 6 de em duas livrarias de Porto racista (como a Frente Nacionalista, de novembro, ma Brasil e Os nazistas Le na os ideologia. países fronteiriços? foi feita com base na Lei 8081 Pen, França) e, principalmente, Alegre, tinham de tomar o no movimentos neo-nazistas envenenaram é o caso de seu colega de 17 anos, tam­ condições poder sancionada em setembro pelo presidente os ânimos na em 1990. Na ex-Ale­ bém que ela levou o Brasil? Collor de Mello. Esta lei anti-racismo se­ Europa simpatizante, para manha é foco das de Der Freund, ter recebido O assunto foi objeto de especulações na ria o cumprimento de uma promessa de Oriental, que atenções, grupo após o movimento neo-nazista vem se o dele de um estranho na biblio­ O influente britânico Lon­ Collor a líderes judaicos que o teriam pro­ expan­ endereço época. jornal dindo consideravelmente. "Para os ale­ teca Ao contrário da don Times escreveu em 1937: "A maior curado em Nova Iorque, quando esteve pública. colega, mães orientais a é uma branca mas não ele é descendente dos descendentes de colonos ale­ lá em janeiro, para coibir a crescente lite­ unificação apenas ariana, parte de e car­ ratura neonazista no sul do Brasil. questão melhores apartamentos de teutos do interior de Blumenau. O seu mães no Brasil tem sempre pensado e sen­ ros. Se isso não funcionar como eles espe­ interesse pelo movimento nazista tem tido que é a Alemanha, e não ao Brasil, os se tornar novamen­ Esta preocupação não era à toa. O livro rem, judeus podem origem no familiar. O diário de seu bisa­ que eles devem obediência". A revista te diz Simom Wiesen­ "Holocausto Judeu ou alemão? Os Basti­ bodes-expiatórios", vô, tinha inúmeros elogios a Hitler: "o The Public Opinion Quartely, durante dores da Mentira de Século" um entre thaI. Famoso "caçador de nazista". Folha \ homem que ergueu a Alemanha". a 2� Guerra, divulgou que 85Ck da popula­ diversos editora "Revi­ de SP, 18/03/90. f"'-'os publicados pela Este simpatizante, tal como a colega, ção de um milhão de teutos no Sul do são Editorial", de do Não há estatisticas confiáveis sobre o r propriedade próprio que mantém encontros esporádicos com Brasil seriam simpatizantes do nazismo autor esta­ número de nazistas na Alemanha Orien­ Siegfried Ellwanger Castan, Der Freund discutir se re­ e que ali se encontrava a maior concen­ I mas o diz ter 80 mil para política, I va, no final do ano passado, na 17? edição tal, partido adeptos vela tolerante quanto à questão racial, tração nazista fora da Alemanha. e era -encontrado em bancas de revistas na Alemanha Ocidental, reunindo o se­ I Num estudo a externa maior de mas chama de "calúnias", os ataques a sobre política e através de anúncios de jornais. A polê­ gundo contingente simpatizan­ Hitler foi um dos "maiores do 3? Reich em a América do Sul, mica em torno dessa obra está na defesa tes dessa ideologia no mundo. O primeiro que, para ele, relação nos Estados Unidos a reu­ estadistas de todos os e o mais Hermann Rauschning, afirma em seu li­ da tese de que os judeus e não os nazistas, está que chega tempos de acordo com a Simon vro mit Hitler", o Führer seriam os culpados pela 2? guerra mun­ rur, Fundação injustiçado deles:'. "Gesprãche que mil tinha concretos de anexar o Sul dial. Isso foi o suficiente para que a Edito­ Wiesenthal, 150 militantes. planos A facão do Exército sucessor do Brasil com a da de ra fosse impedida de expor na Bienal do Vermelho, ajuda população do baader da um livro no Rio de Janeiro em agosto de 1989. antigo Meinhof (responsável origem alemã, qual esperava alto Além disso, emjunho, o prefeito de Porto por atentados terroristas nas décadas de grau de fidelidade. 60 e em nome -Alegre, Olívio Dutra (PT), proibiu a ven­ 70), das "forças progres­ No entanto, o historiador holandês sistas do em contra da de suásticas. mundo, luta oCimpe­ Louis de Jong, baseado em documentos entrou em contra a Ale- rialismo", guerra apreendidos durante a guerra, chegou a manha unificada. Em carta aberta à im- Ao mesmo tempo, novas acusações con­ conclusão de que "não há uma única indi­ os A tra nazistas revista Oeste mundial, organização - surgem. prensa � declara: cação de que Hitler, alguma vez, tenha (n" 25, 9) ataca: "No continente sul-a­ A Alemanha Ocidental e a nova elite pg pensado em planos concretos para um onde atuam em atividades co­ de poder da Alemanha Oriental estão per- Os aivos dos mericano, ataque militar à América do Sul, muito mo o tráfico de e armas e no seguindo os mesmos objetivos e planos drogas apoio menos a elaborá-los. Não há em do vez não chegou a grupo ligados a ditaduras imperiais nazi-faxismo. Desta paramilitares uma de haverá milhões de mas milhões . ainda qualquer arquivo alemão, prova como a de Pinochet, no Chile, e de Stress­ mortos, ataques na ou - • que, América do Sul Central, uma ner (a quem Castan elogia no seu livro de pessoas desabrigadas e oprimidas". E conclui: "Nosso na luta minoria alemã tenha um "Holocausto") no Paraguai, os grupos dever de classes preparado golpe sao os de Estado iniciativa ou com neonazistasjulgam encontrar um terreno internacional é não ,permitir que eles rea­ Judeus por própria hzem seus . do Terceiro Reich. Provavelmente bastante fértil para a sua expansão no objetivos (Folha de São Paulo apoio - Trecho do material de dis­ continente, representando, portanto, um 1?/8/90. propaganda Hitler teria incentivado tais tentativas, tribuído em onde os nazis­ verdadeiro perigo não apenas para os ju­ Florianópolis, se tivesse conseguido subjulgar a URSS tas dizem demonstrar "as reais intensões deus,mas toda a democracia latino-ame­ e a Grã-Bretanha". dos citando con­ ricana". judeus", recomendações Com o golpe de Estado Novo de 10 de tidas no livro "Protocolo dos de . Sábios novembro de 1937, por Getúlio Vargas, Armando Zanine do Sião": Júnior, presidente foram dissolvidos os - partidos políticos. Partido Nacional Socialista Brasileiro i Corromper a mocidade pelo ensino entre o nazista. Antes desse - eles, - - partido (PNSB) de hitlerista em en­ subversivo; 2 Destruir a vida de família; ideologia o como mos­ - movimento 3 Dominar as seus decreto, nazi, tre'. ista à revista Isto E/Senhor, em pessoas pelos vícios; - tram os documentos tinham 4 Envilecer as artes e a policiais, 8/9/90, estimava que estavam filiadas à prostituir litera­ 5 - Minar o uma significativa infiltração em clubes, sua legenda 10 mil pessoas. Hoje, os na­ tura; respeito pela religião, desacreditando tanto os escolas, igrejas e das comunidades zistas já calculam somar 15 mil militan­ quanto possível jornais reverendos e alemãs do sul do Brasil. tes. A legenda está organizada em sete Adolescentes, padres, pastores, espalhan­ do contra eles estórias en­ No de "o Punhal Nazista no estados: SP, R,J, SE, BA, DF, RS, e MS. escandalosas, prefácio os militantes corajar a autocrítica, a fim de corroer a Coração do Brasil", livro de 1943 que base das e de cismas as o número de nazistas no Brasil não crianças provocar documenta atividades dos nazistas em e no seio da 6 - o então secretário Pú­ se restringe a essa cifra. Há pelos menos disputas igreja; Propagar SC, de Segurança o luxo desenfreado, as modas fantásticas escreve: outros dez grupos de inspiração nazi, do racismo blica, Antônio Ratton, "A nação e as eliminando principalmente no sul do Brasil. Só os doenças loucas, gradual­ brasileira, para honrar as suas tradições' a - mente faculdade de gozar de coisas sim­ "esotéricos" nazistas que preferem o to­ Um romance, como o "Sétimo em legítima defesa de sua so�erania, no simples - ples e sãs; 7 Distrair a atenção das mas­ tal anonimato e uma discreta admiração Sentido", de Irwing Wallace, uma ficção memorial ato de 10 de novembro, deu um - sas diversões com­ ao Führer têm no mínimo um núcleo - pelas populares, jogos, basta à em que Hitler não estaria morto pode infiltração nazista". de dez nas cidades petições esportivas, etc; enfim, divertir pessoas mais impor­ convencer a entrar o nazis­ Mas não revela números de militates alguém para o de - tantes de todos os estados re­ povo para impedi-lo pensar; 8 Enve­ brasileiros, foi o caso de uma militante de nazistas presos de Ordem mor-Este nenar os com teorias pela Delegacia Der Freund o líder do em espíritos nefastas, vela. grupo 17 anos do de Pública e Social. Analisando inúmeras é dessa tendência apenas grupo simpatizantes arruinar o sistema nervoso com a baru­ Florianópolis, que que o autor de "O Fascismo no Sul do Führer em Florianópolis. Ela, que pre­ lheira incessante e os fontes, nao tem uma organização central. enfraquecer corpos fere não ser identificada "para não preju­ pela inoculação do vírus de várias enfer­ do Brasil", René Gertz, chega à seguinte Os simpatizantes do nazismo podem dicar o seu futuro", começou a se inte­ midades; 9 - Criar o descontentamento conclusão: só haviam, de uma população total de um e no até ser autoridades públicas. É o caso do ressar pelo assunto após a leitura desse universal e provocar o ódio e desconfiança milhão meio de teutos prefeito da cidade paulista de Aparecida romance quando ainda tinha 15 anos. entre as classes sociais. Brasil, no máximo cinco mil nazistas. Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina fi

CICERONE HQ pós-moderna A explosão das histórias em quadri­ de bar, cujas vidas são modificadas nhos no Brasil vem trazendo gratas sur­ aos aficiconados de ou SHOW quando uma jovem e atraente mu­ presas primeira última hom. A minissérie (edi­ • lher (Michelle Pfeiffer) se junta a "Opium" uma - Abril três é Nei Lisboa Dez Anos Show eles, revitalizando suas carreiras. tora Jovem, episódios) destas vem ei!r comemoração aos dez anos de O filme recebeu 4 indicações para surpresas que preencher uma lacuna nas carreira do'músico gaúcho. Nei Lis­ o Oscar 90, e o Globo de de QHs européias, já que A a maioria no é americana. boa gravou quatro discos, marcados melhor atriz para Pfeiffer. partir lançada país pela identidade única, transcritas do dia 15, às 21h30min. Cinema do O desenhista espanhol Daniel Torres é o criador do dá título em suas composições recheadas de CIC. personagem que cotidiano. Dia 20, às 21h, teatro do ao gibi. Nesta minissérie, Torres apenas escreveu o o desenho é de CIC. Ingressos antecipados por Cr$ argumento, Incha e Ramón Marcos e o roteiro de 800,00 e na hora por Cr$ 1.000,00, Pérez do desenhis­ a bilheteria funciona das 12 às 20h, Navarro, discípulos ta. é o anti-herói misto de Man­ de 2? a 6�-feira. Opium se - e dá André Christovam André drake Fu-Manchu que sempre cérebro do trio formado canta músicas do seu novo LP, "A bem, por Vamp e o Touch of Glass", com letras em in­ Gulp, gigante. O melhor de é o desenho da glês. Além de cantar com um ins­ "Opium" tendência claire" de o au­ trumental mais elaborado que em "Ligne Torres, tor mais cultuado deste estilo. A "Mandinga" e maior diversidade no "ligne claire" no final dos anos 70, ins­ • .JYdrtório e arranjos, o novo LP traz surgiu no estilo do os vocais de André mais espontâ­ pirado belga Hergé autor da série "Tintin". As volve a ao "de­ neos. Dia 22 às 21h, teatro do CIC. (1907-1983), história, contrapõem-se caractersticas do desenho são retrõ dos carros e às da Ingressos a Cr$ 800,00. principais sign" roupas os contornos definidos, linhas finas, mas década de 50. O herói, ou quase isso, precisas, a ausência do jogo de luzes e é o teleapresentador e multimídia Ru­ a quase ausência de perspectiva. As pri­ bens Plata que apresenta um "progra­ TEATRO meiras histórias de Opium foram lança­ ma diário líder de audiência e obediên­ das na Espanha em 1982 quando Torres cia da TVK, poderosa rede que emana Suor Sagrado - A nova montagem já era o grande destaque da revista "Cai­ ondas hertzianas onde quer que haja ci­ do grupo Dromedário Loquaz fica ro". vilização". Os milhares de telespecta­ em cartaz no TAC dias 19, 20, 21, Na minissérie, a forma é o grande des­ dores fazem do tubo catódico um guru, 24 e 25, sempre às 21h. taque e o conteúdo é deixado em segun­ incapazes de resolverem seus próprios Texto e projeto cênico de Isnard do plano.eá história não tem uma se­ problemas - os teledependentes. Azevedo, com Fabricio Sbruzzi, qüência e as "gags" não são muito en­ "Opium" foge do lugar-comum: o mal Gerson Kayser, Kika Zumblick e graçadas. Os cenários futuristas de também pode vencer, como na realidade vida e or­ Pio Borges. Ingressos: Cr$ 500,00. Inúmeras manifestações de Mundópolis, a metrópole onde se desen- é tudo uma questão de competência. Teatro Alvaro de Carvalho, Pça. ganização de comunidades e movimen­

Pc eira sin? , fone tos brasileiros foram .... Oliveira, . negros registrados 24-3422. durante 11 anos, na África Ocidental e no Brasil, e fazem parte do filme "Ori". A Bruxinha que não sabia bru­ O filme é dirigido por Raquel Gerber, xar - Peça infantil do Grupo Tua­ que diz que ele é "um panorama poético thaiDAC. Sábados e domingos, às da transmigração da civilização africa­ Semana de cultura na o Brasil. negra 18h, até dia 25. Teatro da UFSC, para no 21 Trinda­ A é cinema do ele de - Santos - Pça. Dumont, s/n�, exibição Sou Negro A Fundação Cultural Pro­ Dia 23 Show de Orocongo e pandeiro de. a 24, sempre às 19h30min. "Ori" faz par­ metheus Libertus promove de 19 a 24 e recital de Cruz e Sousa, no Box 32, te do evento "Sou Negro" (veja ao lado) deste mês o evento em comemoração ao Mercado Público, às 17h30min. Exibi-; ao Dia da Consciência em comemoração Dia Nacional de Consciência Negra ção do filme "Catumbi", cinema do ere, Negra. e CINEMA (20/11) e ao nascimento de Cruz e Sousa às 19 horas. Noite de Jazz, blue MPB (24/11). A programação é a seguinte: com o grupo Voodoo e recital de Cruz e Sousa. Sax Bar, Praia Mole, após às Powaqaatsi (Godfrey Reggio, 87). Dia 19 - "Leitura Plástica é uma expo­ 23 horas. Filme inédito na capital, que reto­ de artista catari­ contemporâneos - sição Dia 24 "Movimento em ma a temática de Negro Koyaanisqatsi", EXPOSiÇÕES' nenses. Museu Cruz e Sousa, Pça XV SC" e recital no Auditório do CIC, às do .oesmo diretor, sob a ótica do de Novembro. Noite de do autógrafos Coletiva de artistas e mundo. Foram seis meses uma Fortaleza e 9 horas negros terceiro Fotogragafe livro "Reencontro Cruz e Sousa" coorde­ - a tarde de de 87 horas de Memória da UFSe Duas exposi­ sobre negritude, autógrafos filmagem, película nado por Uelinton F. Alves na Galeria no Hall da Reito­ do livro "Catumbi", canto e violão cari­ rodada, tratando da continuação do ções fotográficas de Rua D. Jaime Espaço Arte, Câmara, benho. Tudo na Galeria de Arte da o o ria. A mostra as fotos primeiro filme, isto é, que pro­ primeira pre­ 55. no às 12h30min. Às 16 horas pales­ gresso, a indústria, as grandes cida­ miadas e selecionadas concurso, UFSC, 20 - de música ao ar livre tra sobre o filme "Ori"com a diretora des trouxeram de malefício para as de mesmo nome no ano passado, so­ Dia Show Maravilha e Ban­ no Auditório do CIC. Às civilizações primitivas do mundo bre as fortalezas da Ilha de Santa na UFSC com Nenem Raquel Gerber, 12h30 com o Palmars inteiro. Ausência de comentários Catarina. A segunda exposição ser­ da e Carvalhinho e Banda, às 18 horas, capoeira grupo min. de candomblé e do Sul no hall do CIC. do Cacum­ sobre as imagens, acompanhadas ve como uma advertência para que Danças capoeira, Dança o às 18h30 a Universidade não sua me­ e vídeos, às 19h30min bi com grupo Capitão Amaro, apenas pela música minimalista de perca afro, palestras Lord. min também no hall do CIC. Às 23 ho­ Philip Glass. "Powaqqatsi" vern do mória em 27 anos de instituição. na Sociedade Copa - - Dia 21 de fotos do filme noite de seresta, sam­ idioma hoppi e significa um feiti­ Lua Luar Luz no Ar! Estru­ Exposição ras, Baião, forró, o e ba e no Clube Saco dos ceiro maléfico (powaqa) e vida (qat­ turas em metal das artistas pau­ "Ori" retratando negro apresentação pagode Ipiranga, no hall do Limões. si). Cinema do CIC, entre 15 e 18, listas Emília Monteiro e Cremilda do Grupo de Jazz-Afro, CIC, 26 - Fausto e a às 19h30min. Santini e pintura de Sonia de Brida às 18 horas. Dia Édipo, negritude Dia 22 - Painel revivendo Cruz e Sousa no de Alan Parker, SI.! "ie e os Baker Boys (Steve Klo­ Zanette. Galeria de Arte da UFSC, "Coração Satânico", a e recital do no Auditório do Min. no auditório do da às ves, 89). Comédia que conta a histó­ Centro de Convivência, de 6 25 poeta, Min., Educação, ria de dois irmãos, ambos pianistas deste mês. da Educação, 19 horas. 19 horas.

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina ZERO 7

'Carlos Lyra como alternativa de música na ilha

A Bossa Nova. mostra sua cara

MARLI HENICKA E • rou filme com Djavam num dOflrpapéi,.; VLADIMIR BRANDÃO principais. _ A partir de 1964, com a ditadura, o mo­ Show do Carlos Lyra? Quem é esse ca­ vimento se dividiu em duas facções: a ra? "comprometida" e a "alienada". Carlos Talvez muita gente não saiba quem é Lyra ficou na primeira e mareou sua luta Carlos Lyra, tão pouco o que é Bossa No­ política com canções como "Carcará" de va, mas as pessoas que compareceram ao João do Vale, que interpretou ao lado de ginásio do SESC na terça-feira, dia 06, Nara Leão, e além disso o hino da UNE. saíram de lá satisfeitas com o som que Mais tarde ele seafastaria do país, viven­ revolucionou a MPB, na 'voz de um dos do nos Estados Unidos e no México, onde seus principais autores. Por iniciativa do conheceu sua mulher Kate Lyra, retor­ SESC, através do projeto Brasileirinho, nado em definitivo com a abertura. Lyra está percorrendo todo o Brasil, com Atualmente seu parceiro de composições o objetivo de divulgar a Bossa Nova, tema é Paulo César Pinheiro, outro grande no­ do projeto para este ano. medaMPB. Há mais de 30 anos, em plena eferves­ Com relação ao momento político atual, cência do Rock'n'roll, o samba desceu dis­ Lyra usa um único adjetivo para defini-lo: cretamente do morro para ganhar a zona "medíocre", principalmente no que se re­ -sul do Rio de Janeiro. Com um ritmo sim­ laciona à cultura. E completa: o Collor plificado e um sussurro intimista, rechea­ puxou o tapete da Cultura como se tivesse da por dissonantes harmonias jazzísticas comendo cocadinha". nesceu a Bossa Nova, estilo musical con­ raldo Vandré. "A Bossa Nova é uma mú­ período áureo do movimento e durante Comedores de cocadinha à parte, a Bos­ sagrado internacionalmente e que evoca sica típica de classe média, ela tem um esta época ele teve vários parceiros musi­ sa Nova continua aí, pois de "Bim Bom" o Brasil em qualquer parte do mundo. certo refinamento, requer instrução". cais: Bôscoli, Vandré, Gianfrancesco (João Gilberto, 1955) a "Faz Parte do Meu Carlos Lyra, carioca, hoje com 57 anos Mas Lyra a endereça a qualquer um que Guarnieri, Dolores Duran e outros. Mas Show" (Cazuza, 1989) ela encanta a todos. estava lá, 'ao lado de nomes como João tenha bom gosto e se diz realizado com o principal, sem dúvida, foi Vinícius de Prova disso foi o tímido comentário que Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Morais este projeto, pois para ele "o importante Moraes, muito lembrado durante o show, ouviu de uma nova fã depois do espetá­ ativamente do-movimento é ir onde o a melodia" tanto corrio poeta quanto como pessoa. culo: "eu só tenho 18 anos, mas adoro bos­ participando povo está, plantar . e imortalizando canções como "Minha Das canções que compôs com ele, Lyra sa nova", confessou Larissa, que sequer Namorada" que fez em parceria com Viní­ No show, Lyra se limitou a interpretar interpretou as que fazem parte da comé­ havia nascido quando Lyra perguntava "

entre e vi- "se você ser ... cius e "Aruanda", em. parceria com Ge- composições. suas, criadas 58 63, dia musical "Pobre Menina Rica", que quer minha namorada .

MULHERES NEGRAS • servem pra ISSO

NALDO BRASIL JR.

Não havia equívoco nenhum no out­ door em frente ao CIC dias atrás - lia-se "Os Mulheres Negras". Os menos avisa­ dos não sabiam se o erro era gramatical ou racial. A recepcionista do CIC ligou para a bilheteria do teatro afim de saber o preço do ingresso do show, desligou o fone e me disse: "o ingresso custa setes­ centos cruzeiros, mas não são mulheres, são dois homens. Acho que eles são bi­ e chas". A confusão estava formada e é isso André Abujamra Maurício Pereira que a "terceira menor big band do mun­ do" quer. André e Abujamra (guitarra) Maurício Pra Isso", segundo LP que estão lançando tirou o ânimo da dupla que improvisou quem estava assistindo. Pereira (sax) disseram que o nome era com uma turnê pelo país e que incluiu então uma dança para ser dançada senta­ Os indefectíveis chapeuzinhos de palha para chocar e confundir, isto no início da Floripa no roteiro. do. O show foi uma quase-performance e capas de chuva d'Os Mulheres Negras carreira em 85, hoje virou "instituição". . Os dois shows na Ilha foram marcados no melhor estilo Laurie Anderson em ficaram colados na memória, bem como A definição deles quanto a sua música é pelo calor entre banda e público. No bar "Home of the Brave". Da guitarra de An­ o som pós-pop marcado pela ótima incon­ ela é mas que pop, influências como jazz, -Maré Brasil, Lagoa da Conceição, Mau­ dré ouvia-se invariavelmente uma bate­ gruência de ritmos e estilos no melhor sertanejo, samba, lambada e dance mu­ rício misturou-se à platéia que aprovei­ ria eletrônica ou uma sineta telefônica. do pastiche musical. O "microssarnba­ sic todas as comprometem canções. A sa­ tou para gastar uma parte do seus 15 mi­ Maurício apelava para à microfonia pas­ canção Elza" fechou com chave d'or o es­ lada musical sortida do primeiro disco, nutos de fama improvisando um karaokê. sando o sax em frente a caixas de som, petáculo e deixou um gostinho de quero­ "Musica e Ciência", é pouco mais criativa No teatro do CIC todos tiveram que se ou então mexiam os braços num vai-e­ mais. "Elza / me deixa em paz / Quado e tão em original quanto "Música Serve comportar e ficar sentados, mas isso não ve!ll' interminável que cansava mais sair / apaga a luz Ie liga o gás". Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina ZEBO Quanto investe cada município em Educação

MUNIC./PART. % P/EDUCo EM 89 Angelina-PDS 22,72 Anitápolis-PDS/PFL 13,43 Gov. -PMDB/PDS 22,74 São José-PFL 24,36 -PMDB 19,31 Orleans- 17,34 São Ludgero-PDS 22,34 -PTB 21,03 Criciúma-PDT/PFL 16,00 Içara-PDS 20,66 Lauro Müller-PDS 21,78 Nova Veneza-PDS 20,91 Siderópolis-PMDB 20,77 Urusssanga-PMDB 06,84 Apiúna-PFL 24,13 Blumenau-PFUPL 21,41 -PFL 22,85 -PDS 21,42 -PDS/PFL 23,03 São Francisco do Sul-PMDB 18,23 Agronômica-PMDB 19,04 -PDS 24,54

Lontras-PDS/PFL , 22,00 -PMDB 24,19 -PMDB' 'g,10 Witmatsum-PFL ;;�,49 Anita Garibaldi-PFUPDS 18,06 Crianças continuam em segundo plano -PMDB 18,41 Bom Retlro-PMDB 16,25 -PFL 24,62 -PFL 17,73 Curitibanos-PMDB 15,23 a Lages-PFL 20,55 Prefeitos Otacãlo Costa-PFL. 12,64 esquecem Educação Ponte Alta-PFL 24,37 São Joaq�im-PRN 19,13 Mais de 40% dos prefeitos de se Mafra-PL 22,62 não destinaram as verbas Monte Castelo-PFL 17,73 -PMDB 18,17 para as escolas -PMDB 23,88 obrigatórias -PDS 17,32 Ibicaré·PMDB .24,04 verbas estaduais aos municípios, diz que tização no Estado, constatou que, nos últi­ GERALDO HOFFMAN:N - Jaborá-PDS 23,39 "muitos ca­ mos dez anos, de cada mil crianças catari­ prefeitos preferem comprar Joaçaba-PMDB 21,57 Noventa e um dos 217 de San- ne-ises entram na 1 � série do prefeitos minhões e tratores para abrir estradas, que primário lrineópolis-PMDB 17,23 ta Catarina ser se for ao fim No ano podem cassados, que rendem mais votos do que construir 147 chegam do' 2? grau. Ipira-PDSIPFL 19,14 -PMDB seguida à risca a Constituição Federal. escolas". Ele acha também que falta pres­ passado, estavam matriculadas 63,.500 no 12,09 de Chapecó·PMDB 21,41 Eles não 25% da receita de im- são cobrar o pré-escolar, 783.160. no primeiro grau e Água aplicaram popular para cumprimento -PMDB 19,90 de seus em 117.600 no "Certamente postos municípios educação, da Constituição. "Basta uma ação popu­ segundo grau. -PMDB 22,84 em cálculos de e adolescentes 1989:Segundo extra-oficiais, lar para cassar esses prefeitos", sugere. milhares crianças não Modelo-PDS 21,56 ,desviaram outros fins, em valores tiveram acesso às salas de aula por causa -PDS 20,31 para . O Tribunal de Contas do reco-:· -PMDB 24,36 'da época, mais de NCr$ 25 milhões. Estadojá do desvio de recursos", afirma o assessor São Carlos·PMDB 22,33 - a das contas de 96 'Á de Blumenau no mendou rejeição prefei- da Secretaria de não reve­ prefeitura que Educação, que União do Oeste·PMDB maioria desvio de recursos 17,32 ano era adniinistrada turas, a' por começo do passado la o nome para evitar "problemas" com Dionísio Cerqueira-PDS 24,09 da outros setores, e pre- pelo governador el�ito Vilson Kleinübing educação para os prefeitos. Guaraciaba-PFUPDS 23,92 este uma "ins- - tende ainda mês, Romelândia-PDT 24,63 provocou o maior desfalque em núme­ baixar, normativa" ensinando aos Ãs Câmaras de Vereadores, quejulgam IIhota-PFL 20,28 ros absolutos 4 milhões), seguida trução prefei-. (NCr$ vão dizer Penha-PFL tos como os 25%. A deve as contas das prefeituras, agora 23,58 de Criciúma (Cr$ 2,7 milhões) e a aplicar instrução pela as verbas ·PDSiPFL 22,86 se basear numa de manual enco- como os prefeitos vão repor que de Erval Velho (Cr$ 1,4·milhão). A maio­ €spécie Fraiburgo-PDC 20,88 TCE à Secretaria da Edu- deixaram de investir em educação. Pela ria dos prefeitos "mal educados" é da mendado pela -PDS 13,91 e contém uma constituição anterior, poderiam compen­ ·PFL/PMDB 12,99 União por Santa Catarina (51) e 30 são cação que orientação que sal' o "erro" canalizando mais verbas -PDS 19,07 não deixa espaço para fraudes: para do PMDB.. Santa Cecma-PDS � setor este ano, mas a atual constituição 08,95 A fraude foi descoberta por técnicos - Videira-PDS/PDT 21,70 Enquanto houver no Município um veda este artificio. Assessoria de da 24,34 da Municipalizaçâo Se­ cidedêo eneliebeto ou sem cursar o 1.0 Araianguá-PDS/PFUPDC 11,22 cretaria Estadual de Educação, em abril O governo do Estado, segundo o artigo Maracajá-PDS grau completo, enquanto o primeiro grau -PMDB 04,94 deste e nos balancetes 11 da Estadual, inter­ ano, comprovada e o pré-escolar não forem modernos e efi- Constituição pode Timbé do Sul·PMDB 22,24 as ao Tribu­ vir nas 91 que prefeituras entregaram cientes, com duração de 8 horas diárias, prefeituras para regularizar Botuverá-PMDB 15,27 nal de Contas do Estado. só vazou a mas não parece esta a dispo- Guabiruba-PDS 17,45 Mas, há campo para a aplicação dos recursos. situação, manifestada Casil­ São João Batista·PDS 21,85 para a imprensa na semana passada, Nenhum desobedece- sição pelo governador dos prefeitos que 16,12 100 de cidades do Maldaner, na manhã de 5 de novem­ Tijucas-PMDB quando prefeitos pequenas ram a Constituição pode dizer que acabou Faxinai dos Guedes-PFUPDS 15,40 do interior se reuniram na e na abertura do encontro de Capital pro­ coin o analfabetismo. Os dois únicos mu- bro, prefei­ Galvão-PMDB 20,35 a revisão do 212 da Cons­ tos : "Os precisam encontrar -PMDB 17,23 puseram artigo nicípios do Brasil que realizaram essa fa- municípios os a inves­ outras alternativas os 18,05 tituição Federal, que obriga o Ministério da Educa- para aplicar 25%, Vargeão-PDS çanha, segundo Xanxerê·PRN ou construir 16,92 tirem 2501: dos arrecadados . como, por exemplo, pinguelas 'impostos ção, são e Itapiranga. A Secre- -PMDB 19,95 Estado eà União na ma­ facilitar o acesso das crianças à esco­ repassados pelo taria da Educação calcula que existem para Irineópolis-PDS 14,98 e desenvolvimento do ensino. la. É discutir a elasticidade da nutenção em torno de 400 mil analfabetos e mais preciso -PFL 15,48 "Outras ficam disse, insinuando uma trapa­ Três Barras-PFL 22,40 prioridades descobertas",' ou menos 100 crianças em idade escolar legislação", nos mas Jaraguá do Sul-PMDB 22,39 argumentou o prefeito de , Áu­ das Catarina. ça que não aparece balancetes, fora escolas, em-Santa -Pfl, 19,33 reo coordenador do en­ é como denuncia o Sindicato Ramos de Souza, que comum, Imaurí-PDS 24,92 Um de da Re­ dos "Estra­ contro. grupo trabalho Delegacia Trabalhadores em Educação: Laguna-PMDB 20,83 Um assessor do secretário da Educação, gional do MEC, que prepara a implan­ da que passa em frente a uma escola tam­ -PMDB 23,30 Petrolândia-PDS 16,34 Júlio Wiggers, que cuida do repasse de tação do Programa Nacional de Alfabe- bém é recurso aplicado em educação". Campo Alegre-PFL 18,93

Acervo: Biblioteca Pública de Santa Catarina