UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE FARMÁCIA

KATRINE TEIXEIRA

PLANTAS MEDICINAIS QUE PODEM CAUSAR ALTERAÇÃO NA PRESSÃO ARTERIAL E INTERAÇÃO COM ANTI-HIPERTENSIVOS

CRICIÚMA, JUNHO DE 2011 1

KATRINE TEIXEIRA

PLANTAS MEDICINAIS QUE PODEM CAUSAR ALTERAÇÃO NA PRESSÃO ARTERIAL E INTERAÇÃO COM ANTI-HIPERTENSIVOS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de farmacêutica generalista no curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientadora: Profª Dra. Patrícia Aguiar de Amaral.

CRICIÚMA, JUNHO DE 2011

2

Dedico este trabalho as pessoas que contribuem para que em um futuro próximo a terapia através das plantas medicinais venha contribuir para o cuidado na saúde.

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela força e coragem nos momentos difíceis, pela vida e oportunidade de viver cada momento dela em meio a pessoas tão especiais. Aos meus pais Antônio e Maria, pelas demonstrações de amor, confiança e carinho. Devo a vocês tudo aquilo que sou hoje e é por vocês que eu sigo em frente. Meus eternos agradecimentos. Quero agradecer ao Marcos, meu namorado, que esteve ao meu lado durante toda esta trajetória, demonstrando muita paciência. E por todo o amor, carinho e confiança depositados em mim. Em especial a todos os educadores que me deram à oportunidade do aprendizado, que se expande além do profissional. São pessoas que marcaram, pois sei que com cada um aprendi algo, algo que levarei para sempre. A todos meus amigos e colegas que me proporcionaram além do apoio e das opiniões, o carinho e a amizade. Agradeço também a minha professora e orientadora Dra. Patrícia Aguiar de Amaral, pelo apoio e o incentivo do estudo, pela oportunidade de fazer com que eu crescesse profissionalmente aumentando meus conhecimentos na área e principalmente por acreditar em mim. Muito obrigada a todos!

4

PARTE I – Artigo científico desenvolvido na disciplina de TCC II

5

Katrine Teixeira PLANTAS MEDICINAIS QUE PODEM CAUSAR Patrícia de Aguiar Amaral ALTERAÇÃO NA PRESSÃO ARTERIAL E INTERAÇÃO COM ANTI-HIPERTENSIVOS

MEDICINAL PLANTS THAT CAN CAUSE CHANGE IN BLOOD PRESSURE AND INTERACTION WITH ANTIHYPERTENSIVE

RESUMO

OBJETIVO: Fazer um levantamento bibliográfico das plantas medicinais que podem causar alteração na PA e interação com medicamentos anti-hipertensivos.

MÉTODOS: Pesquisa de levantamento bibliográfico realizada em artigos, revistas, periódicos, monografias, dissertações e teses.

RESULTADOS: Foram encontradas nas literaturas 154 plantas medicinais que causam alterações na PA, sendo que 96 (62,3%) são relatos de uso popular e 82 (53,2%) de estudos científicos. Destas, 23 (14,9%) plantas causam interferência na regulação da PA devido à interação com anti-hipertensivos. Laboratório de Plantas Medicinais – LAPLAM. CONCLUSÕES: A maioria das plantas que causam Universidade do Extremo Sul alteração na PA, tanto por relato de uso popular quanto Catarinense. por estudos científicos, tem ação hipotensiva (98 e Criciúma, SC, Brasil 87,8%) sobre a mesma, destacando-se em ambos os Correspondência | Correspondence: casos o Allium sativum (29 e 45,1%), e a interação com Patrícia de Aguiar Amaral anti-hipertensivos ocorre na maioria das vezes Laboratório de Plantas Medicinais – potencializando (74%) o efeito dos fármacos. LAPLAM.

Av. Universitária, 1105 - Bairro Universitário 88806-000 Criciúma, SC, Brasil DESCRITORES: Plantas medicinais. Hipertensão E-mail: [email protected] arterial. Interação planta medicamento.

6

ABSTRACT

OBJETIVE: Review the literature of medicinal plants that can cause blood pressure changes and it’s interaction with antihypertensive medicines.

METHODS: A survey of literature was conducted on articles, journals, periodicals, monographs, dissertations and theses.

RESULTS: We found in the literatures, 154 medicinal plants that cause changes in blood pressure, where 96 (62,3%) are reported as popular use and 82 (53,2%) has scientific studies. Of these, 23 (14,9%) plants cause interference in the regulation of blood pressure due to interaction with antihypertensive medicines.

CONCLUSIONS: Most of the plants that cause changes in blood pressure have a hypotensive effect and it can be observed in plants used popularly and also scientifically (98 e 87,8%, respectively), excelling in both cases the Allium sativum (29 and 45,1%), and the interaction observed is, often, the potencialization of the medicine effects (74%).

DESCRIPTORS: Medicinal plants. Hypertension. Interaction of medicinal plants.

______INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) sustentados da pressão arterial (PA), e é uma condição clínica multifatorial está associada frequentemente a caracterizada por níveis elevados e alterações funcionais e/ou estruturais

3

dos órgãos alvos e a alterações ocasião clínica e em momentos metabólicas, com consequente próximos.16 aumento do risco de eventos cardiovasculares.15 O tratamento para o controle da HAS inclui, além da utilização de O sistema circulatório é provido de um medicamentos, a modificação de mecanismo muito extenso para hábitos de vida,56 sendo que o objetivo controlar a PA, que é determinada principal não é reduzir sintomas, uma aproximadamente pela relação entre o vez que a quase totalidade dos volume do débito sistólico e a pacientes é assintomática, mas distensibilidade total da árvore arterial. prevenir complicações cardio- Qualquer condição da circulação que vasculares.11 As principais classes de afete um desses dois fatores afetará medicamentos disponíveis para o também a pressão arterial.36 tratamento da HAS são diuréticos, simpaticolíticos, vasodilatadores (VD), Inicialmente a HAS é assintomática na bloqueadores dos canais de cálcio quase totalidade dos pacientes, e sua (BCC), inibidores da enzima característica crônica e silenciosa conversora de angiotensina (IECA) e acaba dificultando a percepção dos bloqueadores do receptor de sujeitos portadores do problema,11 angiotensina II (BRA).34 comprometendo a qualidade de vida e trazendo consequências como, Apesar do reconhecimento da HAS internações, procedimentos técnicos como um problema de saúde pública, de alta complexidade, óbitos e seu controle adequado está longe de aposentadorias precoces.67 ser obtido.51 Isso se deve principalmente a falha no seguimento Segundo o Ministério da Saúde, é do tratamento proposto, considerado hipertenso a pessoa que caracterizando falta de adesão, e está tem uma PA sistólica maior ou igual a associado a vários fatores como 140 mmHg e uma PA diastólica maior efeitos indesejáveis e custo,45 levando ou igual a 90 mmHg, tendo sido esses o paciente muitas vezes a procurar ou valores encontrados em pelo menos fazer uso de terapias alternativas, das duas aferições, realizadas na mesma quais podem comprometer ainda mais o controle da PA.

4

Dentre as terapias alternativas os compostos responsáveis por essas encontra-se a fitoterapia, caracterizada interações. pelo uso de plantas medicinais (PM) ou suas partes que contenham as MÉTODOS substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação Este trabalho compreendeu pesquisa terapêutica, após processos de coleta, de levantamento bibliográfico, através estabilização, quando aplicável, e de artigos, revistas, periódicos, secagem, podendo estar na forma monografias, dissertações e teses, íntegra, rasurada, triturada ou publicadas nos últimos 10 anos. Em pulverizada.2 A co-administração e uso algumas situações este tempo foi de PM juntamente com medicamentos estendido em virtude da escassez de pode causar interações inesperadas,22 informações. que ocorrem devido à despreocupação em relação a sua utilização, muitas Para este trabalho o levantamento das vezes inadequada, impulsionada por plantas medicinais que podem causar filosofias de vida, costumes pessoais e alterações na PA foi realizado através culturais. Alguns destes fatores das literaturas listadas na Instrução partilhado por pacientes e também Normativa nº 5 de 20101 e entre outras profissionais de saúde sem disponíveis na Biblioteca Professor especialização nesta área.27 Eurico Back – UNESC, sendo a busca realizada pelos termos hipertensivo, Para tanto, este trabalho teve como hipotensivo, anti-hipertensivo, pressão objetivo fazer um levantamento arterial e suas respectivas traduções bibliográfico das PM que causam no caso de livros em inglês. Quando a alteração na PA, assim como fazer um literatura não continha sumário ou cruzamento das informações contidas índice a busca era realizada folhando em guias terapêuticos oficiais de cada página do livro. Para o possíveis interações decorrentes do levantamento das interações uso concomitante destas plantas com planta/medicamento a pesquisa foi medicamentos anti-hipertensivos, realizada também em sites como procurando compreender e classificar medline, pubmed, sciencedirect, essas interações, bem como identificar google acadêmico e scielo, utilizando neste caso os termos: anti-

5

hipertensivos (antihypertensives), informações não confiáveis, uma vez hipertensão arterial (hypertension) e que uma mesma planta pode possuir interação medicamentosa (drug diversos nomes populares em interactions) associados ao nome diferentes regiões e um mesmo nome científico das plantas citadas neste popular para diferentes espécies. Para trabalho. as PM que tem mais de um nome científico a busca foi realizada por RESULTADOS E DISCUSSÃO todas as sinonímias.

Foram consultadas 56 diferentes Neste trabalho o mecanismo de ação literaturas, e dentre estas 31 (55,3%) da planta sobre a PA foi classificado continham informações sobre plantas como hipotensiva quando causa medicinais versus pressão arterial, redução da PA e hipertensiva quando onde foram encontradas 154 plantas causa elevação da PA. Quando medicinais que causam alterações na somente citava que a planta tinha ação PA, sendo que 96 (62,3%) são relatos sobre a PA não relatando o de uso popular (Tabela 1) e 82 mecanismo de ação sobre ela, foi (53,2%) de estudos científicos descrito nas tabelas as iniciais NC realizados in vitro, in vivo e humanos (não consta), que também foram (Tabela 2). utilizadas na ausência de outras informações. Pelo uso popular foram Estão indicadas com asterisco (*) nas relatadas a ação hipotensiva em 94 tabelas as plantas medicinais que tem (98%) plantas e hipertensiva em 2 efeito sobre a PA, relatadas pelo uso (2%), e por estudos científicos foram popular, e que tiveram resultados em relatadas ação hipotensiva em 72 estudos científicos realizados em (87,8%) plantas e hipertensiva em 10 modelos experimentais. (12,2%).

O levantamento bibliográfico foi realizado pelo nome científico evitando

Tabela 1. Plantas medicinais de uso popular que causam alteração na pressão arterial. Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências

6

Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências *Achillea Mil-em-rama, mil- Flores Hipotensiva b, e, f millefolium L. folhas Achyrocline Macela, marcela Folhas Hipotensiva f satureoides *Allium cepa Cebola Bulbo Hipotensiva m, n *Allium sativum L. Alho Bulbo Hipotensiva b, c, d, f, g, i, k, m, n *Alpinia speciosa Colônia, Folhas Hipotensiva a, c, f, i Alpinia zerumbet cardamomo, jardineira, noz- moscada, pacova, vindicá *Apium Aipo Fruto Hipotensiva b, g graveolens L. Arctium lappa Bardana, pega- NC Hipotensiva b Arctium minus massa Aristolochia Cipó-mil-homens NC Hipotensiva b triangularis *Baccharis trimera Carqueja Partes Hipotensiva b aéreas Bauhinia forficata Mororó, pata-de- NC Hipotensiva b, d vaca Bidens pilosa L. Picão NC Hipotensiva b *Boerhavia diffusa Celidônia, erva- Raiz Hipotensiva j L. tostão, pega-pinto, Boerhavia tangará coccinea Brassica oleracea Couve, repolho NC Hipotensiva f L. Bredemeyere Botica-inteira, pau- NC Hipotensiva j floribunda caixão Britoa Capoteira, sete- NC Hipotensiva f, n guazumaefolia capotes Brunfelsia uniflora Cangambá, Toda planta Hipertensiva h geretaca, manacá, mercúrio-vegetal Cecropia NC NC Hipotensiva d adenatus * Cecropia Árvore-da-preguiça, Folhas Hipotensiva b, f glaziovi embaúba, Cecropia embaúba-branca pachystachya imbaúba, torém Cecropia peltata L. Centaurium NC NC Hipotensiva l erythraea Centella asiática Centelha-asiática NC Hipotensiva e, l Chamomilla Camomila Toda planta Hipotensiva b recutita

7

Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências *Chelidonium Celidônia, erva- Toda planta Hipotensiva f, l majus L. andorinha Chenopodium Erva-de-santa- NC Hipotensiva b ambrosioides maria Chondrodendron Abutua NC Hipotensiva e tomentosum Cinnamomum Canela Casca Hipertensiva e, m ceylanicum Cinnamomum zeilanicum Cissus sicyoides Anil-trepador, cipó- NC Hipotensiva j L. pucá, cortina-de- pobre, puçá *Coleus barbatus Boldo-do-reino, Folhas Hipotensiva c falso-boldo, malva- santa Copaifera Copaíva, copaíba- NC Hipotensiva j officinalis L. verdadeira, pau-de- óleo Costus spicatus Cana-de-macaco NC Hipotensiva b Costus spiralis Cana-do-brejo NC Hipotensiva d Coriandrum Coentro Folhas e Hipotensiva b sativum L. fruto Corynanthe NC NC Hipotensiva l pachyceras *Crataegus Cratego, Flores e Hipotensiva l laevigata espinheiro-alvar, frutos Crataegus espinho-branco, oxyacantha monógina, oxicanto *Cuphea Sete-sangrias, erva- Toda planta Hipotensiva b, c, f, m, n balsamona de-sangue, pé-de- Cuphea pinto carthagenensis Cuphea gutinosa Cymbopogon Capim-santo, Folhas, Hipotensiva b, c, i, m citratus capim-cidreira, raízes e capim-limão, capim- rizomas cidró, erva-cidreira *Cynara scolymus Alcachofra Folhas e Hipotensiva b, f raizes Cyperus rotundus Alho, junca, tiririca, Tubérculos Hipotensiva h L. Digitalis purpúrea NC Folhas Hipotensiva l *Echinodorus Chapéu-de-couro Folhas Hipotensiva b, m macrophyllus *Equisetum Cavalinha NC Hipotensiva b, m arvensis Equisetum hiemale

8

Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências Erythrina falcata Corticeira, NC Hipotensiva f corticeira-da-serra, mulungu, suinã Eugenia chequen NC NC Hipotensiva l *Eugenia uniflora Ginja, ibipitanga, Folhas Hipotensiva f, h, l, n L. pitanga, pitanga- branca, pitangueira Geissospermum Canudo-amargoso, NC Hipotensiva j laeve pau-pereira, pinguaciba Hedychium Gengibre branco, NC Hipotensiva d coronarium lagrima-de-moça, lírio-do-brejo, napoleão, Hibiscus Hibiscus NC Hipotensiva d sabdariffa Jatropha Erva-purgante, Folhas Hipotensiva h gossypiifolia L. jalapa, mamoninha, peão-roxo, pinhão- roxo, raiz-de-tiu Juglans regia L. Nogueira NC Hipotensiva f Lavandula Alfazema NC Hipotensiva b angustifólia Leonurus sibiricus Erva-santos-filhos, Toda planta Hipotensiva f L. erva-de-raposa, rubim *Lippia alba -do-campo, Flores e Hipotensiva d erva-cidreira, salsa, folhas sálvia Lonicera japonica Madressilva, Folhas e Hipotensiva h, n maravilha flores Lycium chinenses NC Casca da Hipotensiva l raiz Maytenus ilicifolia Espinheira-santa NC Hipotensiva b Melissa officinalis Erva-cidreira- Toda planta Hipotensiva b, f, i, l L. verdadeira, Melissa Mikania cordifolia Cipó-cabeludo Folhas Hipotensiva b Mikania glomerata Guaco Folhas Hipotensiva b Moringa oleifera NC NC Hipotensiva l Musa paradisíaca NC NC Hipotensiva l *Ocimum Alfavaca Toda planta Hipotensiva b basilicum Ocimum selloi *Olea europaea L. Oliveira Folhas Hipotensiva f, n Peperomia Erva-jaboti, maria- Toda planta Hipotensiva h pellucida L. mole, ximbuí Peperomia Salva-vidas NC Hipotensiva d rotundifolia *Petroselium Salsa, salsa-da-orta Raiz, folha e Hipotensiva f, g

9

Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências sativum semente Pfaffia paniculata Fáfia, ginseng- Raiz Hipotensiva h brasileiro, paratudo, suma Phyllanthus niruri Erva-pombinha, Flores e Hipotensiva b, d, i, m L. quebra-pedra, frutos saxifraga Pinus elliottii Pinheiro-americano, NC Hipotensiva f pinus Pirus communis L. Pereira NC Hipotensiva f *Plantago major L. Plantagem, sete- Folhas Hipotensiva b nervos, tansagem, transagem Polygonum acre Erva-de-bixo Folhas Hipotensiva b Polygonum punctatum Rhododendron NC NC Hipotensiva l ferrugineum Rhododendron NC NC Hipotensiva l ponticum *Rosmarinus Alecrim, erva-da- Folhas Hipotensiva b officinalis L. graça, rosmarinho Salvia officinalis L. Sálvia Folhas Hipotensiva b Sambucus Sabugueiro Cascas e Hipotensiva b australis flores Scoparia dulcis L. Coreana-branca, Toda planta Hipotensiva d, h tapixaba, vassourinha Scutia buxifolia Canela-de-espinho, NC Hipotensiva c Reiss. coronilha, laranjeiro-do-mato Sedum acre NC Toda planta Hipotensiva l Senecio Planta daninha NC Hipotensiva l nemorensis Sida rhombifolia Guanxuma, relógio, NC Hipotensiva f, n L. vassourinha Smilax japicanga Japecanga, raiz-da- Toda planta Hipotensiva h china, salsa-do- campo, salsaparrilha Sorocea Canxim, cincho NC Hipotensiva f bomplandii *Stevia Capim-doce, erva- Folhas Hipotensiva h, i, l rebaudiana adocicada, erva- doce, estévia Strophanthus NC NC Hipotensiva l gratus Strophanthus NC NC Hipotensiva l kombe

10

Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências Taraxacum Dente-de-leão Folhas Hipotensiva b, e officinalis Teucrium NC NC Hipotensiva l scorodonia Thymus serpillum Serpilho, serpão, Flores e Hipotensiva g serpol folhas Tilia cordata Tília NC Hipotensiva n Urera baccifera L. Cansanção, urtiga, Toda planta Hipotensiva f, h Urtica dióica L. urtigão, urtiga- vermelha. Valeriana Valeriana Raiz e Hipotensiva b officinalis rizoma Vernonia Boldo NC Hipotensiva b condensata Vernonia Assa-peixe NC Hipotensiva b polyanthes L. *Viscum álbum L. Visco, visco Caule e Hipotensiva l europeu ramos com folhas Vitex Tarumã NC Hipotensiva f megapotamica Zanthoxylum NC NC Hipotensiva l americanum NC: Não consta; a: Alice et al5 (1995); b: Almassy6 (2005); c: Castro & Chemale20 (1995); d: Di Stasi & Hiruma-Lima28 (2002); e: Fetrow & Avila29 (2000); f: Franco & Fontana31 (2005); g: Gonsalves35 (2001); h: Lorenzi & Matos40 (2008); i: Martins et al42 (2000); j: Mors et al48 (2000); k: Panizza55 (2000); l: PDR44 (2000); m: Spethmann64 (2004); n: Zatta77 (1996);

Tabela 2. Plantas medicinais que através de estudos científicos demonstraram causar alteração na pressão arterial. Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências Acacia Barbatimão Casca Hipotensiva q adstringens *Achillea NC Flores Hipotensiva b millefolium L. Agrimonia Agrimonia Toda planta Hipertensiva b, f eupatoria L. Agrimonia pilosa *Allium cepa Cebola Bulbo Hipotensiva a, c, o *Allium sativum Alho Bulbo Hipotensiva a, b, c, f, g, h, i, k, L. n, o, p, q, r, s Alpinia nutans NC Folhas Hipotensiva g *Alpinia speciosa Colônia, cardamomo, Folhas Hipotensiva k, l Alpinia zerumbet jardineira, noz- moscada, vindicá, pacova

11

Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências Ammi visnaga Khella NC Hipotensiva h Angelica Angélica pubescente Raiz Hipotensiva q pubescens Apium eupatoria Agrimônia NC Hipotensiva n *Apium Aipo Fruto Hipotensiva b, n graveolens L. Arnica montana Arnica Flores Hipotensiva u L. secas Artemisia NC NC Hipotensiva q scoparia *Baccharis Carqueja NC Hipotensiva e, g trimera *Boerhavia Erva-tostão, pega- Raiz Hipotensiva k diffusa L. pinto, solidônia, tangaracá Cannabis sativa Maconha Sementes Hipotensiva h L. Capsella bursa Bolsa-de-pastor Toda planta Hipotensiva b, h, n pastoris Carthamus Açafrão, açafrão- Flores Hipotensiva u tinctorius L. americano, açafrão secas bastardo Cassia NC NC Hipotensiva g occidentalis Catha edulis Flor-do-paraiso NC Hipertensiva h Caulophyllum Caulophyllum Raiz e Hipertensiva b, h thalictroides rizoma *Cecropia Árvore-da-preguiça, Folhas Hipotensiva e, k, l glaziovi embaúba, embaúba- Cecropia branca imbaúba, pachystachya torém *Chelidonium Celidônia, erva- Folhas e Hipotensiva c majus L. andorinha raizes Chlorella Chlorella NC Hipotensiva i pyrenoidosa Cimicifuga Cimicífuga Raiz e Hipotensiva b, h racemosa rizoma Cinnamomum Canfora NC Hipotensiva o camphora *Coleus barbatus Boldo-do-reino, NC Hipotensiva m falso-boldo, malva- santa Craetagus spp Pilriteiro NC Hipotensiva c, j * Crataegus Cratego, espinheiro- Flores e Hipotensiva a, b, d, h, i, t laevigata alvar, espinho- frutos Crataegus branco, monógina, oxyacantha oxicanto * Cuphea Erva-de-sangue, pé- Toda planta Hipotensiva k, m balsamona de-pinto, sete-

12

Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências Cuphea sangrias, carthagenensis Cuphea gutinosa *Cynara Alcachofra Folhas e Hipotensiva c scolymus raizes Daucus carota Cenoura-silvestre Toda planta Hipotensiva h *Echinodorus Chapéu-de-couro Folhas Hipotensiva c macrophyllus Elettaria Cardamomo NC Hipotensiva i cardamomum Ephedra Ephedra Partes Hipertensiva b, d, h, s nevadensis aéreas Ephedra sínica *Equisetum Cavalinha Brotos Hipotensiva c arvensis verdes Equisetum hiemale *Eugenia uniflora Ginja, ibipitanga, Folhas Hipotensiva q L. pitanga, pitanga- branca, pitangueira Foeniculum Erva-doce, funcho Frutos Hipotensiva u vulgare Mill. maduros Fumaria Fumaria Toda planta Hipotensiva b, h officinalis Gentiana lútea L. NC Raiz e Hipertensiva b rizoma Geum urbanum NC NC Hipotensiva b L. Ginkgo Biloba L. Ginkgo Folhas Hipotensivo d Guaiacum Guaiaco Caule Hipotensiva c officinale Guazuma Embira, guamaca, Casca Hipotensiva k ulmifolia ibixuna, mutambo, periquieira, pojó Harpagophytum Garra-do-diabo Raiz Hipotensiva b, h procumbens Hydrastis Hidraste Raiz e Hipotensiva b, h canadensis rizoma Hyptis Alfavacão, alfavaca- Flores e Hipotensiva k suaveolens L. brava, batônica, folhas cheirosa, celine, erva-cidreira, pataquera Imperara exaltata Sapé NC Hipotensiva f Inula belenium L. NC Raiz e Hipotensiva b rizoma Kalanchae Saião Folhas Hipotensiva c brasiliensis Larix decidua NC NC Hipotensiva o

13

Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências *Lippia alba Alecrim-do-campo, NC Hipotensiva g erva-cidreira, salsa, sálvia Luffa operculata Buchinha-do-norte Caule e Hipotensiva c folhas Myrica cerifera L. NC Casca da Hipertensiva b raiz Myrcia Pedra-ume-caá Folhas e Hipotensiva c sphaerocarpa raiz *Ocimum Alfavaca Toda planta Hipotensiva c basilicum Ocimum selloi Benth. Ocimum Alfavaca-da-india, Folhas Hipotensiva k tenuiflorum L. basilico-sagrado, manjericão-santo, tulási *Olea europaea Oliveira Folhas Hipotensiva a, d, f, i, r L. Panax ginseng Ginseng, ginseng Raiz Hipertensiva b, d, j coreano Parkinsonia Chile, cina-cina, NC Hipotensiva k aculeata L. sensitivo, turco Pausinystalia Casca de ioimba, NC Hipertensiva d, f, h, j yohimbe ioimbé, yohimbe *Petroselinum Salsa Raiz, folha Hipotensiva b, h crispum e semente Phellodendron Amur sobreiro, Cascas Hipotensiva v amurense sobreiro chinês, secas Rupr. sobreiro Phytolacca NC Raiz Hipotensiva b americana L. Phytolacca decandra L. Piper Bitre, nhandi, NC Hipotensiva g marginatum pimenta-do-mato Pimpinella Anis, pimpinelle Frutos Hipotensiva u anisum L. maduros *Plantago major Plantagem, sete- Folhas Hipotensiva b, h, k L. nervos, tansagem, transagem Portulaca pilosa Amor crescido, NC Hipotensiva g alecrim-de-são-jose, beldroega, perrexi Rauwolfia Raiz de rauwolfia, Raiz Hipotensiva d, f, h, j, p, q, s serpentina L. rauvolfia *Rosmarinus Alecrim, erva-da- Folhas Hipotensiva k, o officinalis L. graça, rosmarinho Ruscus Gilbarbeira NC Hipertensiva h

14

Nome Científico Nome Popular Parte usada Ação Referências aculeatus Ruta graveolens Arruda NC Hipotensiva h Sarothamnus NC Flores Hipertensiva b scoparius L. Stachys Betônica NC Hipotensiva h officinalis *Stevia Capim-doce, erva- Folhas Hipotensiva k rebaudiana adocicada, erva- doce, estévia Tribulus terrestris NC Frutas Hipotensiva v L. secas Uncaria Trepadeira de Caule e Hipotensiva b, h, v rhynchophylla gambir, uncaria, ramos com Uncaria sinensis unha de gato espinhos Uncaria tomensosa Urtica dióica L. Urtiga Toda planta Hipotensiva b, h Waltheria Douradinha, malva- Casca dos Hipotensiva k douradinha branca, valva-veludo ramos e folhas Valeriana Valeriana Raiz e Hipotensiva c, f officinalis L. rizoma Veratrum album Heléboro-americano Raiz Hipotensiva a, f, h Veratrum viride *Viscum album L. Visco, visco europeu, Caule e Hipotensiva a, b, c, f, h, p visco da amoreira ramos com branca folhas NC: Não consta; a: Alonso7 (2008); b: Barnes et al10 (2002); c: Batista et al12 (2003); d: Blumenthal & Busse13 (1998); e: Brasil17 (2006); f: Bruneton & Del Fresmo18 (2001); g: Di Stasi & Hiruma-Lima28 (2002); h: Fetrow & Avila29 (2000); i: Kalluf38 (2008); j: Levin & Jonas39 (2001); k: Lorenzi & Matos40 (2008); l: Matos43 (2002); m: Mors et al48 (2000); n: Newall et al52 (2002); o: PDR44 (2000); p: Shulzs et al59 (2002); q: Simões60 (2003); r: Vanaclocha & Folcara70 (2003); s: WHO73 (1999); t: WHO74 (2002); u: WHO75 (2007); v: WHO76 (2009).

A atividade sobre a pressão arterial de ativos, dos quais um ou um grupo algumas plantas medicinais é devido à determinam a ação principal ou presença de metabólitos secundários, atividade farmacológica.66 conhecidos também como princípios ativos. Os princípios ativos são Para discussão do mecanismo de substâncias que a planta sintetiza e ação das plantas sobre a PA foram armazena durante seu crescimento, e consideradas as PM citadas em mais geralmente em uma mesma planta de três referências bibliográficas. De encontram-se vários componentes uso popular destacaram-se: Alpinia

15

zerumbet, Cymbopogon citratus, & Alves21 (2005), não sendo descritos Eugenia uniflora L. (12,9%), Cuphea quais os compostos químicos carthagenensis (16,1%) e Allium responsáveis por estas ações. sativum L. (29%), e de estudos científicos destacaram-se: Ephedra Apesar de a planta Cymbopogon sinica, Pausinystalia yohimbe (12,9%), citratus ter sido relatada causar Olea europaea L. (16,1%), Crataegus alteração na PA somente pelo uso oxyacantha, Viscum álbum L. (19,3%), popular nas literaturas disponíveis na Rauwolfia serpentina (22,5%) e Allium Biblioteca Professor Eurico Back – sativum L. (45,1%). Além destas, UNESC, já existem estudos científicos outras plantas medicinais foram sobre seu efeito hipotensivo. Esta consideradas para discussão quando planta induz hipotensão possivelmente necessário. devido à redução da resistência vascular, que pode ser causada por Em ensaios farmacológicos foi inibição do influxo de cálcio.47 Os demonstrado que a ação anti- compostos responsáveis por estas hipertensiva de Alpinia zerumbet esta ações não foram relatados para esta relacionada a presença de flavonóides planta. e a uma ação vasodilatadora pela liberação de óxido nítrico estimulado A ação vasodilatadora por bloqueio pela bradicinina, através dos dos canais de cálcio também é 25,49 receptores beta2. Este mesmo atribuída ao efeito hipotensivo de efeito vasodilatador também justifica o Panax ginseng,50 cuja vasodilatação efeito hipotensivo atribuído a planta também pode ser mediada por Cuphea carthagenensis.58 liberação de óxido nítrico e ação depressora do sistema nervoso central Para Eugenia uniflora L., um estudo devido aos seus ginsenosídeos. Esta sugere que seu uso empírico como planta exibe um efeito vasoconstritor hipotensor é mediado por uma periférico em baixas doses e atividade vasodilatadora direta e um vasodilatação periférica em doses fraco efeito diurético que poderia estar elevadas. Estes efeitos variam relacionado a um aumento do fluxo provavelmente devido a presença de sanguíneo renal.24 Estas ações são saponinas que se apresentam como comprovadas mais tarde por Cirqueira ingredientes ativos desta erva.3

16

O conjunto de compostos de enxofre, da pressão arterial por interferir na principalmente a alicina, que tem efeito ação de neurotransmissores a nível vasodilatador, seriam os responsáveis central.7,60 Reserpina reduz a pressão pelo efeito hipotensivo do Allium arterial, diminuindo débito cardíaco, sativum, planta mais citada pelas resistência vascular periférica, literaturas com atividade sobre a PA. frequência cardíaca e secreção de No entanto, os frutosanos, mediante renina.32 seu efeito diurético, atuariam como coadjuvantes.7,18,40,60,70 Viscum album L. tem efeito hipotensivo devido à presença de alguns Flavonóides como a procianidina flavonóides com ação diurética e presente em plantas como Crataegus aminas com ação vasodilatadora em laevigata exercem efeito vasodilatador centros vasomotores, como a com consequente redução da pressão histamina, colina e tiramina, presentes arterial.10,41 Crataegus laevigata também em Phytolacca americana L. e também tem sua atividade hipotensora Capsella bursa-pastoris.7,10 O efeito justificada pela presença de aminas vasodilatador de Viscum álbum em suas flores frescas como a também pode ser relacionado com a tiramina.7 inibição dos canais de cálcio.45

A planta Pausinystalia johimbe possui O efeito hipotensivo do extrato aquoso um alcalóide conhecido como ioimbina de Olea europaea L. é demonstrado que tem propriedade antagonista através de estudos por inibir a enzima 29,39,68 sobre alfa2-adrenoreceptor. A conversora de angiotensina, efeito hipertensão induzida pela planta pode atribuído ao metabólito oleacina.70 Já ser o resultado do aumento da seu metabólito oleoeuropeosideo atividade do sistema nervoso demonstrou possuir ação simpático, alterações no fluxo vasodilatadora.7 sanguíneo renal e retenção de sal e água.23 Em relação à ação hipotensiva pouco citada de plantas como Melissa O alcalóide reserpina, entre outros, officinalis e Lippia alba, foi suposto por esta presente na planta Rauwolfia Oliveira & Araujo54 (2007) que a serpentina, que provoca uma redução redução da pressão arterial poderia

17

ocorrer em virtude da ação calmante e Tabela 2), foram encontradas 23 que as ervas apresentam através de (14,9%) plantas medicinais que uma vasodilatação, já que é sabido demonstraram ter interação com que estados de estresse ou medicamentos anti-hipertensivos, nervosismo aumentam a frequência interferindo na eficácia terapêutica do cardíaca e consequentemente o fluxo mesmo e consequentemente na sanguíneo elevando a pressão arterial. regulação da pressão arterial (Tabela 3). Dentre estas, 1 (4,3%) foi relatada Algumas plantas medicinais têm seu pelo uso popular ter efeito sobre a PA, efeito sobre a pressão arterial 5 (21,7%) foram relatadas ter efeito dependendo da parte utilizada e do sobre a PA tanto pelo uso popular modo como são preparadas. Como quanto por estudos científicos e 17 exemplo, podemos citar a planta (74%) foram relatadas ter efeito sobre Foeniculum vulgare, cujo efeito a PA por estudos científicos. hipotensivo só é observado quando seus extratos são submetidos a As interações evidenciadas foram fervura por algum tempo, sugerindo baseadas em resultados de pesquisas que o principio ativo deve ser um e estudos já realizados através de metabólito transformado pelo calor. modelos experimentais e o potencial Outro exemplo é a planta Uncaria de interação foi classificado da sinensis, da qual pesquisadores seguinte maneira: potencializa, quando demonstraram que o cozimento a planta causa aumento do efeito do excessivamente prolongado reduz a medicamento, e antagoniza, quando a sua potência anti-hipertensiva e que planta causa diminuição do efeito do ramos sem espinhos não possuem medicamento. atividade farmacológica.14 Isso demonstra a importância dos Para melhor entendimento das conhecimentos relacionados a planta interações planta/medicamento, os medicinal na hora de usá-la. fármacos anti-hipertensivos seguiram Com base no levantamento uma classificação de acordo com seu bibliográfico das PM que causam mecanismo de ação, disposta por alteração na pressão arterial (Tabela 1 Goodman34 (2006) (Tabela 4).

18

Tabela 3. Possíveis interações entre as plantas medicinais que causam alteração na pressão arterial e medicamentos anti-hipertensivos. Nome Nome Potencial Fármacos que Efeito Referência Científico Popular Interação interage na PA Achillea Mil-folhas Potencializa IECA b millefolium L. Allium Alho Potencializa IECA h, j sativum L. Ammi Khella Potencializa BCC b visnaga Capsella Bolsa-de- Potencializa NC b bursa- pastor pastoris Catha edulis Flor-do- Antagoniza Simpaticolíticos b paraiso Caulophyllum Caulophyllum Antagoniza NC b thalictroides Cimicífuga Cimicifuga Potencializa NC b, f racemosa Crataegus Cratego Potencializa VD e IECA b, f, g, i oxyacantha oxicanto, Crataegus espinheiro- laevigata alvar Cynara Alcachofra Potencializa Diuréticos f scolymus L. Daucus Cenoura- Potencializa NC b carota silvestre Ephedra Ephedra Antagoniza Simpaticolíticos b, i sínica Ephedra nevadensis Fumaria Fumaria Potencializa NC b officinalis Ginkgo Ginkgo Antagoniza Diuréticos a, c, d biloba L. Hydrastis Hidraste Potencializa NC b canadensis Panax Ginseng Potencializa Diuréticos h ginseng Pausinystalia Casca de Antagoniza IECA e b, e, i, j, k iohimbe ioimba, Simpaticolíticos ioimbé Rauwolfia Raiz de Potencializa Simpaticolíticos b, m serpentina rauwolfia, e Diuréticos rauvolfia Ruscus Gilbarbeira Antagoniza Simpaticolíticos b aculeatus Ruta Arruda Potencializa VD b graveolens

19

Nome Nome Potencial Fármacos que Efeito Referência Científico Popular Interação interage na PA Stachys Betônica Potencializa NC b officinalis Taraxacum Dente-de- Potencializa Diuréticos b, l officinale leão Uncaria Uncaria Potencializa NC b tomentosa Viscum Visco, visco Potencializa BCC e b album L. europeu Diuréticos BCC: bloqueadores dos canais de cálcio; IECA: inibidores da enzima conversora de angiotensina; NC: não consta; PA: pressão arterial; VD: vasodilatadores diretos; : causa elevação da pressão arterial; : causa redução potencial da pressão arterial; a: Dias & Salgueiro27 (2009); b: Fetrow & Avila29 (2000); c: Fugh-Berman33 (2000); d: Izzo et al37 (2004); e: Levin & Jonas39 (2001); f: Nicoletti et al53 (2007); g: Rigelski et al57 (2002); h: Simões et al61 (2007); i: Tachjian et al65 (2010); j: Tres68 (2006); k: Valli & Giardina69 (2002); l: Veiga & Pinto71 (2005); m: WHO73 (1999).

Tabela 4. Classificação dos anti-hipertensivos com base no seu mecanismo de ação Classe farmacológica Fármaco Diuréticos Tiazidicos Clortalidona Hidroclorotiazida De alça Bumetamida Furosemida Poupadores de potássio Torsemida Amilorida Triantereno Espironolactona Simpaticolíticos Ação central Metildopa Clonidina Bloqueadores dos neurônios Guanabenzo adrenérgicos Guanfacina Guanadrel Antagonistas beta-adrenérgicos Reserpina Propranolol Antagonistas alfa-adrenérgicos Metoprolol Prazosina Antagonistas adrenérgicos Terazosina mistos Doxazosina Fenoxibenzamina Fentolamina Labetalol Carvediol Vasodilatadores Hidralazina Minoxidil Fenoldopam Nitroprussiato Bloqueadores dos canais de Verapamil

20

Classe farmacológica Fármaco cálcio Diltiazem Anlodipina Felodipina Isradipina Nifedipina Nicardipina Nimodipina Inibidores da enzima Benazepril conversora da angiotensina Captopril Enalapril Fosinopril Lisinopril Quinapril Perindopril Ramipril Trandolapril Antagonistas do receptor de Candesartana angiotensina II Ibersartana Losartana Eprosartana Telmisartana Valsartana Goodman34 (2006).

As interações das plantas medicinais metabólitos secundários. com medicamentos anti-hipertensivos mais evidenciadas neste levantamento Podemos verificar que os anti- foram: Crataegus oxyacantha, Ginkgo hipertensivos podem ter seus efeitos biloba e Pausinystalia iohimbe. Porém antagonizados (26%) quando usados outras plantas medicinais que tem seu com plantas medicinais com atividade efeito sobre a PA evidenciados através hipertensiva, vasoconstritora e de de estudos científicos também podem retenção de líquido, e potencializados interagir com esta classe de (74%) quando utilizados com plantas medicamento, mas há necessidade de com atividade hipotensiva, mais estudos relacionados a este vasodilatadora e diurética. assunto. O potencial de interação planta/medicamento vai depender, Para melhor entendimento destes assim como o efeito da planta sobre a relatos podemos citar como exemplo a pressão arterial, da presença e interação entre os medicamentos anti- mecanismo de ação de alguns

21

hipertensivos e as plantas Allium hipertensivos, e os componentes sativum e Pausinystalia iohimbe. químicos presentes nas plantas medicinais ocorrem, e podem afetar os Para Simões et al62 (2008), a possível processos de absorção, distribuição, interação entre o Allium sativum e metabolismo e excreção do fármaco, medicamento anti-hipertensivo, como resultando em ampliação ou redução inibidores da ECA, poderia ser dos efeitos esperados,4 e os explicada pelo fato de que os mecanismos pelos quais eles ocorrem compostos sulfurados do alho são complexos e algumas vezes mais apresentam atividade in vitro de um envolvido. vasodilatadora mediado pela liberação de óxido nítrico, potencializando o A crença popular de que drogas de efeito hipotensivo do medicamento origem vegetal não provocam efeitos quando utilizado concomitantemente, negativos à saúde precisa ser pois com o aumento da vasodilatação esclarecida junto aos usuários de o débito sanguíneo passa a ter uma medicamentos e há necessidade de melhor circulação vascular, reduzindo ampla divulgação sobre a relação a pressão na parede dos vasos. Este custo versus benefício de seu uso, mesmo mecanismo de interação pode como ocorre com qualquer outro ser atribuído a outras plantas medicamento.53 medicinais com ação vasodilatadora. Cabe então, as autoridades de saúde A planta Pausinystalia johimbe possui do país proverem os meios que um alcalóide conhecido como ioimbina garantam o uso correto de plantas que tem propriedade antagonista medicinais seguras e eficazes através sobre alfa2-adrenoreceptor, por isso de medidas complementares a atual ela causa interação com anti- legislação farmacêutica, como a hipertensivos que agem neste mesmo regulamentação do registro, produção local, antagonizando seus efeitos e e comercialização de fitoterápicos pela aumentando a pressão arterial.29,39,68 indústria, acrescentando-lhes normas aplicadas a seleção das plantas em Contudo, pode-se perceber que as âmbito regional, a seu cultivo, uso interações entre os medicamentos correto e ao desenvolvimento de convencionais, neste caso os anti- técnicas de controle de qualidade.40

22

Os pacientes devem ser lembrados a concomitante de plantas medicinais relatar as medicações que tomam, com medicamentos anti-hipertensivos sejam elas alternativas ou não, pois o por portadores de HAS. A maioria das seu uso pode acarretar em um plantas que causam alteração da PA, problema de saúde pública por levar a tanto por relato de uso popular quanto demora significativa na procura do por estudos científicos, tem ação sistema convencional de assistência hipotensiva (98 e 87,8%) sobre a médica e na prescrição de uma terapia mesma, destacando-se em ambos os mais apropriada e efetiva para sua casos como planta mais relatada pelas afecção.29 literaturas o Allium sativum (29 e 45,1%), e a interação com Para os adeptos a terapia com plantas medicamentos anti-hipertensivos medicinais fica o alerta, e também aos ocorre na maioria das vezes profissionais da área da saúde, como potencializando (74%) os efeitos dos o profissional farmacêutico, que por fármacos. Das plantas medicinais que ser um dos profissionais mais causam alteração da PA relatadas capacitados nessa área deve procurar pelo uso popular, 24 (25%) tem seu se informar e informar os usuários de efeito hipotensivo comprovado por medicamentos quanto ao uso correto estudos científicos, e 5 (20,8%) tem das plantas, principalmente quanto ao interação com medicamento anti- uso não declarado de fitoterápicos, hipertensivos. pois como alguns estudos demonstraram, eles são uma das Baseado nestes resultados é possível possíveis causas da ausência de efeito sugerir a necessidade da realização de dos fármacos. Qualquer sintoma mais estudos com base em relatos de incomum ou suspeita de interação uso popular, sobre as plantas medicamentosa devem ser relatadas medicinais que podem causar as autoridades regulamentadoras, bem alteração na pressão arterial e suas como qualquer suspeita de reação possíveis interações com adversa a medicamentos ou plantas, medicamentos anti-hipertensivos, licenciados ou não.29,52 principalmente em relação ao mecanismo de ação decorrente destas O presente estudo mostrou-se capaz interações. Outro fator importante é a de avaliar os riscos do uso qualificação dos profissionais da área

23

da saúde, de forma a poderem orientar pressão arterial, independente do seu a população sobre esse risco uma vez uso terapêutico, e apesar de poderem que muitos ignoram esses efeitos oferecer, dependendo dos seus quando fazem uso concomitante de constituintes químicos, tratamento medicamentos e plantas medicinais, para doenças cardiovasculares, alertando a população para esse incluindo a HAS, elas também podem problema de saúde pública. ter efeitos inesperados, trazendo É expressivo o número de plantas consequências graves aos usuários medicinais que causam alteração na destes medicamentos.

24

REFERÊNCIA

1. Agência Nacional de Vigilância 10. Barnes J, Anderson LA, Phillipson Sanitária. Instrução normativa nº 5, de JD. Herbal medicines: a guide for 31 de março de 2010. Dispões sobre a healthcare professionals. 2.ed. Lista de referências bibliográficas para London: PhP; 2002. avaliação de segurança e eficácia de medicamentos fitoterápicos. Distrito 11. Barretto ACP, Santello JL. Manual Federal: Ministério da Saúde; 2010. de hipertensão: entre a evidência e a prática clínica. São Paulo: Lemos 2. Agência Nacional de Vigilância Editorial; 2002. Sanitária. Resolução – RDC nº 14, de 31 de março de 2010. Dispões sobre o 12. Batista RS, Corrêa AD, Quintas Registro de medicamentos LEM. Plantas medicinais: do cultivo à fitoterápicos. Distrito Federal: terapêutica. 6.ed. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde; 2010. Vozes; 2003.

3. Agrawal M, Nandini D, Sharma V, 13. Blumenthal M, Busse WR. The Chauhan NS. Herbal Remedies for complete german commission e treatment of hypertension. IJPSR. monographs : therapeutic guide to 2010; 1(5). herbal medicines. Boston: American Botanical Council; 1998. 4. Alexandre RF, Bagatine F, Simões CMO. Interações entre fármacos e 14. Botsaris AS. Fitoterapia chinesa e medicamentos fitoterápicos a base de plantas brasileiras. São Paulo: Ícone ginkgo ou ginseng. Rev Bras Farm. Editora; 1995. 2008; 18 (1): 117-26. 15. Brandão AA. VI Diretrizes 5. Alice CB et al. Plantas medicinais brasileiras de hipertensão: de uso popular: atlas farmacognóstico. Conceituação, epidemiologia e : ULBRA - Universidade prevenção primária. Rev Bras Hiper. Luterana do Brasil; 1995. 205 p. 2010; 17 (1): 7-10.

6. Almassy AA Jr. Folhas de chá: 16. Brasil Ministério da Saúde. plantas medicinais na terapêutica Secretaria de Políticas de Saúde. humana. Viçosa: UFV; 2005. 231 p. Hipertensão arterial sistêmica e Diabetes mellitus Protocolo. Distrito 7. Alonso JR. Fitomedicina: curso para Federal: Ministério da Saúde; 2001. profissionais da área da saúde. São Paulo: Pharmabooks; 2008. 17. Brasil Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e 8. Amaechina FC, Omogbai EK. Insumos Estratégicos. Departamento Hypotensive effect of aqueous extract de Assistência Farmacêutica e of the leaves of Phyllanthus amarus Insumos Estratégicos. A fitoterapia no schum and thonn (euphorbiaceae). SUS e o Programa de Pesquisas de APPDR. 2007; 64 (6): 547-52. Plantas Medicinais da Central de Medicamentos. 1.ed. Distrito Federal: 9. Balbach A, Boarim DSF. Prevenção Ministério da Saúde; 2006. e tratamentos pela medicina natural. São Paulo: Vida Plena; 2007.

25

18. Bruneton J, Del Fresmo AV. 26. Devi PU, Revindra K. Radiographic Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas effect of Phyllanthus niruri in mouse medicinales. 2.ed. Zaragoza: Acribia; chromosomes. Current Science. 2000; 2001. 78: 1245-247.

19. Candido AF. A utilização das 27. Dias MG, Salgueiro L. Interações plantas medicinais na hipertensão entre preparações á base de plantas arterial [monografia]. Criciúma: medicinais e medicamentos. Rev de Universidade do Extremo Sul Fitoterapia. 2009; 9 (1): 5-22. Catarinense; 2008. 28. Di Stasi LC, Hiruma-Lima CA. 20. Castro LO, Chemale VM. Plantas Plantas medicinais na Amazônia e na medicinais condimentares e Mata Atlântica. 2.ed. Rev e ampl. São aromáticas: descrição e cultivo. Paulo: UNESP; 2002. 604 p. Guaiba: Agropecuária; 1995. 29. Fetrow CW, Ávila JR. Manual de 21. Cirqueira RT, Alves MJQF. Efeitos medicina alternativa : para o hipotensivo e diurético dos extratos profissional. Rio de Janeiro: aquosos de pitanga (Eugenia uniflora Guanabara Koogan; 2000. L.) e jambolão (Eugenia jambolana Lam.) em ratos normotensos 30. Flores LM, Mengue SS. Uso de anestesiados. Rev Bras Pl Med. 2005; medicamentos por idosos em região 7 (2): 86-91. do sul do Brasil. Rev de Saúde Pública. 2005; 39 (6): 924-929. 22. Colalto C. Herbal interactions on absorption of drugs: Mechanisms of 31. Franco IJ Pe, Fontana VL. Ervas & action and clinical risk assessment. plantas: a medicina dos simples. Pharmacological Research. 2010; 62: 10.ed. : Vida; 2005. 207 p. 207–227. 32. Frishman WH, Sinatra ST, 23. Coleman JJ, Martin U. Drug- Moizuddin M. The use of herbs for induced systemic hypertension. treating cardiovascular disease. Adverse Drug Reaction Bulletin. 2006; Seminars in Integrative Medicine. (239): 915-918. 2004; 2 (1): 23-35.

24. Consoline AE, Baldini OAN, Amat 33. Fugh-Berman A. Herb-drug AG. Pharmacological basis for the interactions. Lancet. 2000; 355: 134- empirical use of Eugenia uniflora L. 38. (Myrtaceae) as antihypertensive. Journal of Ethnopharmacology. 1999; 34. Goodman LS, Gilman A, Brunton 66: 33-39. LL, Lazo JS, Parker KL. Goodman & Gilman: as bases farmacológicas da 25. Costa AMAC, Morais SM, Dantas terapêutica. 11.ed. Rio de Janeiro: MCBR et al. Flavonóides com McGraw-Hill; 2006. 1821 p. atividade hipotensora de Alpinia zerumet (Pers.) Burtt. et Smith 35. Gonsalves PE. Alimentos que (colônia). Rev Bras Farm. 1998; 70 curam: alimentos-medicamentos. (34): 96-98. 13.ed. São Paulo: IBRASA; 2001. 304 p.

26

36. Guyton AC, Hall JE. Fisiologia Rev Ass Med Bra. 2001; 47 (3): 249- humana e mecanismo das doenças. 6. 254. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1998. 639 p. 46. Mojiminiyi FBO, Owolabi ME, Igbokwe UV, Ajagbonna OP. The 37. Izzo AA, Carloa GD, Borrellia F, vasorelaxant effect of Viscum álbum Ernstb E. Cardiovascular leaf extract is mediated by calcium- pharmacotherapy and herbal dependent mechanisms. Nigerian medicines: the risk of drug interaction. Journal of Physiological Sciences. International Journal of Cardiology. 2008; 23 (1-2): 115-20. 2004; 98: 1-14. 47. Moreira FV, Bastos JFA, Blank AF, 38. Kalluf LJH. Fitoterapia funcional: Alves PB, Santos MRV. Chemical dos princípios ativos à prescrição de composition and cardiovascular effects fitoterápicos. 1.ed. São Paulo: VP; induced by the essential oil of 2008. 304 p. Cymbopogon citratus DC. Stapf, Poaceae, in rats. Brazilian Journal of 39. Levin JS, Jonas WB. Tratado de Pharmacognosy. 2010; 20 (6): 904-9. medicina complementar e alternativa. São Paulo: Manole; 2001. 619 p. 48. Mors WB, Rizzini CT, Pereira NA. Medicinal plants of . Reference 40. Lorenzi H, Matos FJA. Plantas Publications; 2000. v.6. 501 p. medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. São Paulo: Instituto 49. Moura RS et al. Antihypertensive Plantarum; 2008. 544 p. and endothelium-dependent vasodilator effects of Alpinia zerumbet, 41. Magos GA, Mateos JC, Paez E et a medicinal plant. Cardiovasc al. Hypotensive and vasorelaxant Pharmacol. 2005; 46 (3): 288-94. effects of the procyanidin fraction from Guazuma ulmifolia bark in 50. Naseri MK, Arabian M, Badavi M, normotensive and hypertensive rats. Ahangarpour A. Vasorelaxant and 2008; 117 (1): 58-68. hypotensive effects of Allium cepa peel hydroalcoholic extract in rat. Pak J Biol 42. Martins ER et al. Plantas Sci. 2008; 11(12): 1569-75. medicinais. Viçosa: UFV; 2000. 220 p. 51. Neves MF, Gismondi RAOC, 43. Matos FJA. Farmácias vivas: Oigman W. Como diagnosticar e tratar sistema de utilização de plantas a hipertensão arterial sistêmica. Rev medicinais projetado para pequenas Bras Med. 2009; 41-50. comunidades. 4. ed. Rev e Ampl. Fortaleza: UFC; 2002. 267 p. 52. Newall CA, Phillipson JD, Anderson LA. Plantas medicinais: guia 44. Medical EC. PDR for herbal para profissional de Saúde. São Paulo: medicines. 2.ed. Montvale: Medical Premier; 2002. 308 p. Economics Company; 2000. 858 p. 53. Nicoletti MA et al. Uso popular de 45. Mion D Jr et al. Tratamento da medicamentos contendo drogas de hipertensão arterial – respostas de origem vegetal e/ou plantas médicos brasileiros a um inquérito. medicinais: principais interações

27

decorrentes. Rev Saúde. 2007; 3 (1): 62. Simões CMO, Alexandre RF, 25-39. Bagatini F. Potenciais interações entre fármacos e produtos à base de 54. Oliveira CJ, Araujo TL. Plantas valeriana ou alho. Rev Bras Farm. medicinais: usos e crenças de idosos 2008; 18 (3): 455-6. portadores de hipertensão arterial. Rev Eletrônica de Enfermagem. 2007; 9 63. Souza P et al. Hypotensive (1): 93-105. mechanism of the extracts and artemetin isolated from Achillea 55. Panizza S. Plantas que curam: millefolium L. (Asteraceae) in rats. cheiro de mato. 23.ed. São Paulo: Phytomedicine. 2011. IBRASA; 2000. 279 p. DOI:10.1016/j.phymed.2011.02.005

56. Péres DS, Magna JM, Viana LA. 64. Spethmann CN. Medicina Portador da hipertensão arterial: alternativa de A a Z. 7.ed. Uberlândia: atitudes, crenças, percepções, Natureza; 2004. 392 p. pensamentos e práticas. Rev de Saúde Pública. 2003; 37 (5): 635-42. 65. Tachjian A, Viqar M, Jahangir A. Use of herbal products and potential 57. Rigelsky JM, Doce BV. Hawthorn: interactions in patients with pharmacology and therapeutic uses. cardiovascular diseases. J Am Coll Am J Health Syst Pharm. 2002; Cardiol. 2010; 55 (6): 515-25. 59:417-22. 66. Teske M, Trentine AMM. 58. Schuldt EZ, Ckless K, Simas ME, Herbarium: compêndido de fitoterapia. Farias MR, Do Valle MRR. Butanolic 3.ed. Curitiba: Herbarium Laboratório fraction from Cuphea carthagenensis Botânico; 1997. 317 p. Jacq McBride relaxes rat thoracic aorta through endothelium-dependent and 67. Toledo MM, Rodrigues SC, endothelium-independent Chiesa AM. Educação em saúde no mechanisms. J of Cardiovascular enfrentamento da hipertensão arterial: Pharmacology. 2000; 35 (2): 234-9. uma nova ótica para um velho problema. Texto & Contexto. 2007; 16 59. Schulz V, Hansel R, Tyler VE. (2): 233-8. Fitoterapia racional: um guia de fitoterapia para as ciências da saúde. 68. Tres JC. Interacción entre 4.ed. São Paulo: Manole; 2002. 386 p. fármacos y plantas medicinales. Centro de Farmacovigilância de 60. Simões CMO. Farmacognosia: da Navarra. 2006; 29 (2): 233-59. planta ao medicamento. 5.ed. Rev. Ampl. : UFRGS; 2003. 69. Valli G, Giardina EGV. Benefits, 1102 p. adverse effects and drug interactions of herbal therapies with cardiovascular 61. Simões CMO, Alexandre RF, effects. J Am Coll Cardiol. 2002; 39 Bagatine F. Interações entre fármacos (7): 1083-95. e medicamentos fitoterápicos à base de ginkgo ou ginseng. Rev Bras Farm. 70. Vanaclocha BV, Folcará SC. 2007; 18(1): 117-26. Fitoterapia: vademécum de prescripción. 4.ed. Barcelona: Masson; 2003. 1091 p.

28

71. Veiga VF Jr, Pinto AC. Plantas 74. World Health Organization. WHO medicinais: cura segura? Quim Nova. monographs on selected medicinal 2005. 28 (3): 519-28. plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization; 2002. v.2. 72. Vieira RCF. Estudo do uso de plantas medicinais e/ou produtos á 75. World Health Organization. WHO base de plantas medicinais como monographs on selected medicinal tratamento complementar, por plants. Geneva, Switzerland: World pacientes atendidos no centro de Health Organization; 2007. v.3. pesquisas oncológicas – CEPON/SC. [dissertação]. Florianópolis: 76. World Health Organization. WHO Universidade Federal do Rio Grande monographs on selected medicinal do Sul; 2008. plants. Geneva, Switzerland: World Health Organization; 2009. v.4. 73. World Health Organization. WHO monographs on selected medicinal 77. Zatta M. A farmácia da natureza. plants. Geneva, Switzerland: World 3.ed. São Paulo: Edições Paulistas; Health Organization; 1999. v.1. 1996. 143 p.