Gramophone Choice: críticos apontam os melhores CDs do mês Masaaki Suzuki grava integral das cantatas sacras de Bach

CONCERTOGuia mensal de música clássica Janeiro / Fevereiro 2014 RETROSPECTIVA 2013 Os melhores momentos da música clássica no Brasil com depoimentos exclusivos de críticos, músicos e promotores PrêmioCONCERTO 2013

DESTAQUES DA TEMPORADA

e mais ENTREVISTA Flávia Toni VIDAS MUSICAIS Guiomar Novaes Júlio medaglia Carlos Kleiber joão marcos coelho Jeremy Denk JORGE COLI Essência da ópera

r$ 14,90 ISSN 1413-2052 - ANO XIX Nº 202 1413-2052 ISSN

ConcertoRevista @RevistaConcerto

38 PrêmioCONCERTO CONCERTO 2013 Janeiro / Fevereiro de 2014 nº 202 22 DESTAQUES DA TEMPORADA 2 Carta ao Leitor 4 Cartas 8 20 6 Contraponto Notícias do mundo musical 10 Temporadas 2014 Orquestra Sinfônica Heliópolis, Orquestra Sinfônica de Campinas e Orquestra Filarmônica do Espírito Santo 12 Atrás da Pauta Coluna mensal do maestro Júlio Medaglia 14 Em Conversa 14 Entrevista com a professora e pesquisadora Flávia Toni 16 Brasil Musical Escola de Música de São Paulo completa 45 anos 18 Notas Soltas Jorge Coli reflete sobre encenações contemporâneas 63 20 Música Viva João Marcos Coelho escreve sobre o pianista Jeremy Denk 22 Vidas Musicais 24 Guiomar Novaes, por Camila Frésca 28 Roteiro Musical Festivais de Verão 32 Roteiro Musical São Paulo 34 Roteiro Musical Rio de Janeiro 36 Roteiro Musical Outras Cidades 38 Prêmio CONCERTO 2013 Críticos musicais apontam os destaques da temporada 16 44 Retrospectiva 2013 Depoimentos exclusivos de críticos, músicos e promotores 62 Lançamentos de CDs e DVDs Consulte os novos lançamentos e os títulos à venda

Uma seleção exclusiva do melhor 64 Vitrine Musical da revista Gramophone O classificado especial da Revista CONCERTO 70 Outros Eventos 24 Reportagem Masaaki Suzuki e o Bach Collegium Japan gravaram 71 Scherzo a integral das cantatas sacras de Bach, por Lindsay Kemp O espaço de humor da Revista CONCERTO 60 Gramophone Choice 72 GPS Musical Os melhores lançamentos do mês Grande Teatro da Scar, Jaraguá do Sul, SC

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 1

Prezado Leitor, Mais um ano se encerra com a tradicional Retrospectiva, principal matéria desta edição especial bimestral da Revista CONCERTO. A partir da página 44, você rememorará as grandes atrações musicais do ano que passou e poderá ler a opinião de mais de trinta personalidades do meio, entre críticos, músicos e promotores. Este número da Revista CONCERTO também publica os vencedores do Prêmio CONCERTO 2013 – Destaques da temporada, selecionados pelo time de críticos colaboradores de nossa publicação. Conheça a partir da página 38 as fotos divulgação: fabio mechetti (alexandre grandes atrações que chegaram à rodada final e, dentre elas, os vencedores. E já vou rezende), marin alsop (dean alexander), adiantando: o Grande Prêmio CONCERTO 2013 foi para o sensacional ciclo das kent nagano (benjamin ealovega), zubin sinfonias de Beethoven apresentado em São Paulo pela Orquestra de Câmara Alemã mehta (edit hqm), isaac karabtchevsky (vania laranjeira), paul lewis jack liebeck), de Bremen, sob direção de Paavo Järvi, em promoção do Mozarteum Brasileiro. gustavo dudamel (chris christodoulou), nathalie stutzmann, joshua bell (marc Nossa entrevistada do mês é a professora e pesquisadora do Instituto de Estudos holm), paavo järvi, mariss jansons, john Brasileiro (IEB) da USP, Flávia Toni, que conta sobre suas atividades e pesquisas neschling (carlos goldgrub) e yo-yo ma musicológicas (página 14). O IEB acaba de se mudar para o novo Edifício Brasiliana, situado na Cidade Universitária, formando com outros acervos e bibliotecas um dos COLABORARAM NESTA EDIÇÃO mais importantes centros de estudos de nosso país. Camila Frésca, jornalista e pesquisadora Na seção Gramophone desta edição – com conteúdo especial e exclusivo da Guilherme Leite Cunha, professor prestigiosa revista inglesa –, você poderá ler uma interessante reportagem sobre e artista plástico a empreitada da gravação das cantatas sacras de Bach, levada a cabo pelo regente Irineu Franco Perpetuo, jornalista japonês Maasaki Suzuki. O projeto de mais de 18 anos e 55 CDs, acabou por e crítico musical consolidar o maestro e seu grupo Bach Collegium Japan como uma das principais João Marcos Coelho, jornalista referências na interpretação da obra do magistral compositor barroco alemão. E, nas e crítico musical páginas 60 e 61, a seção Gramophone Choice aponta os principais lançamentos de Jorge Coli, professor e crítico musical CDs do mercado internacional, selecionados por uma equipe de críticos tida como Júlio Medaglia, maestro uma das mais destacadas do mundo. Leonardo Martinelli, jornalista Além das notícias sobre o universo musical (página 6), as novas temporadas e compositor traçadas para 2014 (página 10), a programação dos festivais de verão (página 28) e os roteiros musicais de São Paulo, do Rio de Janeiro e de outras cidades (a ACONTECEU EM janeiro/fevereiro partir da página 32), não deixe de ler os artigos de nossos colunistas maestro Júlio Nascimentos Medaglia (sobre Carlos Kleiber, página 12), João Marcos Coelho (sobre a carreira Francis Poulenc, compositor do pianista Jeremy Denk, página 20) e Jorge Coli (refletindo sobre as encenações de 7 de janeiro de 1899 ópera, página 18). E acompanhe também as seções Vidas Musicais, sobre a pianista Radamés Gnattali, compositor Guiomar Novaes (página 22); Brasil Musical, sobre os 45 anos da Escola de Música 27 de janeiro de 1906 de São Paulo (página 16); e GPS Musical, sobre a Sociedade Cultura Artística de Georg Friedrich Händel, compositor Jaraguá do Sul (página 72). 23 de fevereiro de 1685 Desejamos a todos um ótimo 2014. Voltamos em março com todas as atrações Falecimentos da nova temporada. Até lá! Johann Ch. Friedrich Bach, compositor 26 de janeiro de 1795 P.S.: Não deixe de consultar a seção Vitrine Musical, o classificado especial da Franz Anton Hoffmeister, compositor Revista CONCERTO, repleta de informações e serviços para quem gosta de música 9 de fevereiro de 1812 (página 64 e seguintes). Edward (William) Elgar, compositor 23 de fevereiro de 1934 Estreias O cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss 26 de janeiro de 1911 em Dresden Falstaff, de Giuseppe Verdi 9 de fevereiro de 1893 em Milão Fosca, de Carlos Gomes Nelson Rubens Kunze 16 de fevereiro de 1873 em Milão diretor-editor

2 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO

Aconteceu Invencionices Guia mensal de música clássica Ao ler a coluna Aconteceu em Dezembro da Um “concerto” para violino totalmente www.concerto.com.br última edição (CONCERTO nº 201, página 2), vi encoberto pela orquestra, essa é nova! que vocês se esqueceram de meu ídolo e herói, (Mendelssohn, com 16 anos, já sabia da JANEIRO / FEVEREIRO 2014 Ano XIX – Número 202 Ludwig van Beethoven, nascido em dezembro delicadeza do instrumento.) Com um repertório Periodicidade mensal de 1770. Então resolvi dar uma olhada para ver tão rico e variado para violino, inclusive com ISSN 1413-2052 quem mais ficou de fora. Nascimentos: Nino bons compositores brasileiros, a direção Redação e Publicidade Rota, Anton Webern, Hector Berlioz, Zoltán artística da Osesp faz pouco de seus músicos, Rua João Álvares Soares, 1.404 Kodály e Pau Casals; falecimentos: Alban Berg despreza o ótimo Cláudio Cruz e desdenha de 04609-003 São Paulo, SP e Maurice Ravel; estreias (entre outras): Sétima seu público apresentando algo tão medíocre. Tel. (11) 3539-0045 – Fax (11) 3539-0046 sinfonia de Shostakovich. Abraços! Não é tempo de invencionices; isto já se deu e-mail: [email protected] Realização Gabor Aranyi, por e-mail com um “concerto” para violão do mesmo Francis Hime, tendo como solista o ótimo diretor-editor Fabio Zanon. Vamos valorizar o que é bom e Nelson Rubens Kunze (MTb-32719) aproveitar melhor os talentos da casa. Sem editoras executivas Denise de Freitas Cornelia Rosenthal invencionices, por favor! No dia 19 de novembro, a mezzo soprano Mirian Maruyama Croce Denise de Freitas apresentou um concerto Edison Wicher, por e-mail apoio editorial Leonardo Martinelli textos e site Rafael Zanatto memorável no Centro Cultural São Paulo, revisão Thais Rimkus acompanhada ao piano pelo talentoso Rafael O ouro do Reno apoio de produção Andrade. O repertório abrangeu uma amostra Luciana Alfredo Oliveira Barros, qualitativa das canções europeia e brasileira, A propósito do artigo de capa do mês de Priscila Martins, Vanessa Solis da Silva, com composições de Kurt Weill, Britten, De novembro último (CONCERTO nº 200, página Vânia Ferreira Monteiro Falla, além dos brasileiros Osvaldo Lacerda 26), devo observar que o Theatro Municipal de projeto gráfico BVDA Brasil Verde e Ronaldo Miranda. Denise cantou com voz São Paulo cancelou a encenação da ópera editoração e produção gráfica Lume Artes Gráficas / Guilherme Lukesic quente, bem timbrada, totalmente adequada O ouro do Reno e, para “compensar”, ofereceu Datas e programações de concertos são ao repertório lírico-dramático proposto. Uma um desconto para assinaturas futuras. Bem grande cantora, um repertório de gosto fornecidas pelas próprias entidades promotoras, diferente foi o procedimento do Teatro Comunal não nos cabendo responsabilidade por apurado, uma noite inesquecível que nossa de Florença, na Itália, em maio passado. Ao alterações e/ou incorreções de informações. Fricka brasileira nos proporcionou. deixar de encenar, por motivos técnicos, a Inserções de eventos são gratuitas e devem Tarciso Filgueiras, por e-mail, São Paulo ópera Don Carlos, sob regência do maestro ser enviadas à redação até o dia 10 do mês Zubin Mehta, apresentando somente a parte anterior ao da edição, por fax (11) 3539-0046 ou e-mail: [email protected]. cantada, fomos informados, logo na entrada Beethoven do teatro, para nos dirigirmos à bilheteria. Artigos assinados são de respon­sa­bi­li­dade de seus autores e não refletem, neces­sariamente, Ali recebemos um envelope com dinheiro Apreciei muito o artigo de Leonardo Martinelli a opinião da redação. (euros) correspondente à diferença de preço intitulado “Beethoven, uma revolução em nove Todos os direitos reservados. das entradas (pudemos escolher entre assistir sinfonias” (CONCERTO nº 197, página 28). O Proibida a reprodução por qualquer meio ou desistir), e não voucher ou similar para autor elaborou um apurado estudo das sinfonias, sem a prévia autorização. futuras encenações. Aliás, estou esperando o sendo uma imensa satisfação a sua leitura. reembolso das entradas de O ouro do Reno, Celso Vieira de Mello, por e-mail que solicitei ao Theatro Municipal e seu preposto Ingresso Rápido. Todos os textos e fotos publicados na seção Isaac Zingerevitz, por e-mail, São Paulo Gramophone são de propriedade e-mail: [email protected] e copyright de Resposta da Fundação Theatro Municipal Mark Allen Group, Grã-Bretanha Cartas para esta seção devem ser remetidas por de São Paulo: Prezado Sr. Isaac, agradecemos www.gramophone.co.uk e-mail: [email protected], fax (11) 3539-0046 sua mensagem. De fato, nestes casos o Theatro ou correio (Rua João Álvares Soares, 1.404 – CEP Municipal ofereceu a opção de desconto para a 04609-003, São Paulo, SP), com nome e telefone. assinatura da temporada de 2014; porém, para Operação em bancas Escreva para nós e dê sua opinião! quem solicitou, também houve o ressarcimento do assessoria A cada mês, uma correspondência será premiada valor integral do ingresso. Já estamos em contato Edicase – www.edicase.com.br com um CD de música clássica. com o Sr. para dar a correta e melhor solução distribuição exclusiva em bancas (Em razão do espaço disponível, reservamo-nos para este caso. Os canais de contato da Fundação FC Comercial e Distribuidora S.A. o direito de editar as cartas.) Theatro Municipal permanecem à sua disposição. manuseio FG Press – www.fgpress.com.br

atendimento ao assinante Tel. (11) 3539-0048 Site e Revista CONCERTO A boa música mais perto de você

CONCERTO é uma publicação de Atualize e complemente as informações da Revista CONCERTO em nosso site Clássicos Editorial Ltda. www.concerto.com.br Assinantes têm acesso integral* à agenda completa de eventos, notícias, entrevistas, podcasts, seleção de filmes do YouTube, textos exclusivos e muito mais. Confira!

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CTP, impressão e acabamento 4 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO Prol Editora Gráfica Ltda.

Notícias do mundo musical Martinho Lutero é o novo diretor do Coral Paulistano Bruno Facio é confirmado como novo regente titular do Coral Lírico

Fundação Theatro Municipal de São Paulo anunciou o para o Coral Paulistano, como o novo nome do grupo – que A maestro Martinho Lutero Galati como novo regente do Co- passa a se chamar Coral Paulistano Mário de Andrade, em ho- ral Paulistano. Martinho Lutero substituiu Bruno Facio, que foi menagem a seu fundador – e a criação de uma direção artística confirmado como regente titular do Coral Lírico. As nomeações própria, ligada à Direção de Formação da Fundação TMSP. Anu- acabaram sendo antecipadas após a demissão do maestro Mário almente, o grupo deverá realizar vinte programas dedicados à Zaccaro da direção do Coral Lírico, no início de dezembro. música clássica brasileira e fará a encomenda de pelo menos Antes, o Conselho Deliberativo da Fundação Theatro Mu- quatro obras. Ao todo serão quarenta apresentações – dez delas nicipal de São Paulo já tinha aprovado uma série de mudanças na Sala do Conservatório, na Praça das Artes. Martinho Lutero Galati é fundador do Coral Luther King, foi coordenador do setor de Música Coral do Movimento Mário de Andrade, e criou e dirigiu os Concertos Matinais nos teatros de bairro da Prefeitura de São Paulo. De 1978 a 1984, viveu na África trabalhando a serviço da Unesco. Em 1987, fundou a Associazione Culturale Cantosospeso em Milão, na Itália, com a qual realizou por volta de mil concertos em toda a Europa. Atualmente Martinho Lutero Galati é professor do Instituto de Musicologia de Milão, regente da Piccola Orchestra Sinfonica di Milano e diretor da Rede Cultural Luther King. Já o maestro Bruno Facio é bacharel em composição e regência pela Fiam-Faam. Em 2000, tornou-se membro assis­ tente do Collegium Musicum de São Paulo, cuja regência titular assumiu em 2011. Em 2010, foi preparador do coro da Cia. Brasileira de Ópera, projeto lírico do maestro John

g ação Neschling. Desde o início deste ano, Bruno Facio era regente Martinho Lutero

d i vu l titular do Coral Paulistano do Theatro Municipal de São Paulo.

Abertas as inscrições Murray Perahia é destaque da Tucca 2014 A Série Tucca de Concertos para o IV Concurso Murray Perahia Internacionais – que visa à arrecadação de fundos para BNDES de Piano a Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer – Já estão abertas as inscrições para o IV Concurso Internacional BNDES anuncia sua temporada de Piano do Rio de Janeiro. Sob direção de Lilian Barreto, esta edição 2014. Entre as atrações renderá homenagem à pianista Magda Tagliaferro e ao compositor estão grandes espetáculos Heitor Villa-Lobos e consolidará sua posição como a mais prestigiada de jazz, como Al di Meola, competição musical clássica brasileira. No total serão distribuídos R$ 200 Avishai Cohen, Cécile mil em prêmios: para o grande vencedor R$ 80 mil e concertos no Brasil, McLorin, Gregory Porter, Jacky na Europa e nos Estados Unidos na temporada de 2015/16; R$ 55 mil Terrasson e Youn Sun Nah. para o segundo lugar; R$ 35 mil para o terceiro; R$ 15 mil para o melhor Entretanto, a satisfação do

intérprete de música brasileira; R$ 7,5 mil para o prêmio do público, público clássico está garantida / f elix b r ioe d e g ação e o mesmo valor para o prêmio especial do júri. As incrições vão até com o recital que o pianista d i vu l 2 de julho de 2014, e a disputa será travada entre os dias 27 de Murray Perahia fará em 14 novembro e 6 de dezembro. de maio com obras de Chopin, Beethoven, Schumann, entre Neste ano, o concurso reserva duas novidades: serão concedidas outros. Além do pianista, o acordeonista Richard Galliano quatro bolsas de estudos para candidatos brasileiros e um inédito completa a programação erudita com um concerto em 15 de curso técnico para afinadores de piano. Leia mais informações na outubro, no qual tocará As estações de Vivaldi e de Piazzolla. seção Outros Eventos. (Veja informações sobre venda na seção Outros Eventos.)

6 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO GUIA MENSAL DE MÚSICA CLÁSSICA

18 anos divulgando música clássica no Brasil

www.concerto.com.br Tel. (11) 3539-0048 Notícias do mundo musical

Violoncelista mineiro Morre no Rio de Janeiro o maestro Maurilio Costa vence Prelúdio 2013 O maestro Maurilio Costa, um dos mais proeminentes nomes da cena coral carioca, morreu no último dia 8 de Após várias semanas de muita disputa, ansiedade e música, dezembro. O músico era regente titular do Coro do Thea- finalmente revelou-se o grande vencedor da temporada tro Municipal do Rio de Janeiro, cargo que ocupava desde 2013 do Prelúdio, programa de calouros de música clássica 1999. Costa também atuava em projetos junto à Escola de produzido pela TV Cultura de São Paulo. Trata-se do Música da UFRJ e aos coros da Rádio MEC e da Associação violoncelista mineiro Isaac Andrade, que disputou a final de Canto Coral. na Sala São Paulo com as cantoras Camila Titinger e Lilian Giovanini, e o violinista Wellington Rebouças. José Eduardo Martins realiza Com apresentação de Roberta Martinelli e direção do maestro Júlio Medaglia – que também rege a orquestra que recital no Musée Debussy acompanha os candidatos –, o Prelúdio contou com um júri O pianista José Eduardo Martins se apresentará no dia integrado pelos pianistas Gilberto Tinetti e Marcelo Bratke, o 11 de janeiro no Musée Debussy, em Saint-Germain-en- sociólogo José Pastore, a cantora lírica Patrícia Endo e o crítico -Laye, na casa onde nasceu o famoso compositor francês. musical e jornalista Irineu Franco Perpetuo. Na ocasião será celebrado o centenário da peça La boîte à Foi emocionante a final transmitida para todo o Brasil pela joujoux. Martins é intérprete da gravação integral da obra TV Cultura em 8 de dezembro. A primeira a tomar o palco para piano solo de Debussy. Após a apresentação na Fran- foi a soprano Camila Titinger, que fez uma interpretação de ça, o pianista segue para uma série de recitais nas cidades De tempeste, da ópera Júlio Cesar, de Händel. Seguiu-se a portuguesas de Lisboa, Évora e Guimarães. participação de Wellington Rebouças, que tocou o primeiro movimento do concerto de Mendelssohn. O violoncelista Isaac Andrade apresentou a Rapsódia húngara, de David Clóvis Pereira terá obra Popper. A última finalista foi a cantora Lilian Giovanini, que compilada em catálogo interpretou um trecho da opereta Candide, de Bernstein. Na decisão do júri – que destacou o excelente nível dos finalistas –, Nome de destaque da cultura musical pernambucana, o o violoncelista Isaac Andrade acabou levando o prêmio, com compositor Clóvis Pereira, nascido em 1932, é conhecido três votos contra dois recebidos por Camila Titinger. por sua atuação tanto como músico popular como erudito. Natural de Uberlândia (MG), Isaac Andrade iniciou seus Agora, a verdadeira dimensão de sua obra passará a ser estudos com familiares. Aos 9 anos, travou contato com o conhecida a partir de um projeto de catalogação a ser rea­ violoncelo no Conservatório Estadual de Música Cora Pavan lizado pelo jornalista Carlos Eduardo Amaral. O trabalho, Capparelli, em Uberlândia, onde recebeu orientações de que inclui ainda entrevista com o músico e levantamen- Kleper Rezende. Aos 17 anos, já atuava como chefe de naipe to da fortuna crítica sobre sua obra, será publicado pela na Sinfônica de Goiânia e na Orquestra Jovem de Goiás. Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). Atualmente ele é orientado pelo violoncelista Kayami Satomi Farias. Além desta edição do Prelúdio, Isaac Andrade já havia Série Música no Museu premia sido premiado em outros certames, tais como o Concurso Nacional de Cordas Prof. Paulo Bosísio, o BDMG Jovens jovens talentos em concurso Instrumentistas de Minas Gerais e o Concurso Eleazar de O primeiro lugar do Concurso Jovens Músicos ficou com Carvalho. Como prêmio, Isaac Andrade recebeu uma bolsa de o pianista Rodrigo Gomes Oliveira, seguido pelo flautis- estudos na Alemanha. ta Guilherme Nascimento e pelo violinista Ayrton Coelho O Prelúdio contou com patrocínio da CPFL Energia e apoio Pisco. Como prêmio, foi oferecida uma bolsa de estudos cultural do Instituto Goethe e do Sesi/Fiesp. para a James Madison University, nos Estados Unidos.

Isaac Andrade Fevereiro terá ópera e balés ao vivo no cinema A rede Cinemark de cinemas exibe em fevereiro a mon- tagem do Royal Opera House, de Londres, para O quebra- -nozes, de Tchaikovsky. A transmissão acontece nos dias 1º, 2, 4 e 6 de fevereiro. A coreografia é baseada no origi- nal de Lev Ivanov e é assinada por Peter Wright. Já a produção do Metropolitan Opera House de Nova York para a ópera Rusalka, de Dvorák, será transmitida pela rede de cinemas UCI, no dia 8 de fevereiro, às 15h55. Com duração de quatro horas, o título tem direção de Otto Schenk e regência do franco-canadense Yannick Nézet-

gr i -Séguin. O elenco traz Renée Fleming, Emily Magee, Do- lora Zajick, Piotr Beczala e John Relyea. Finalmente nos dias 22 e 23 de fevereiro, o UCI transmite um balé do Teatro Bolshoi, o premiado Joias, criado por ação / j ai r ma g ação George Balanchine. Veja detalhes no Roteiro Musical. d i vu l

8 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO

Orquestra Sinfônica de Campinas terá programação de destaque

ma das mais importantes orquestras do interior paulista, U a Sinfônica de Campinas anuncia sua temporada para o ano que vem. Sob direção artística e regência titular do maestro Orquestra Sinfônica de Campinas Victor Hugo Toro, o grupo realizará ao todo doze programas, Destaques da Temporada 2014 apresentados sempre em duas récitas no palco do Teatro Castro Mendes: uma ao sábado, às 20h, e outra no domingo, às 11h. 29 e 30 de março Para 2014, a Sinfônica de Campinas aposta em um repertó- Victor Hugo Toro, regente Álvaro Siviero, piano rio bastante diversificado, abrangendo obras do século XIX e XX. Scherzo, de Nepomuceno Em meio a grandes nomes da música clássica mundial, nota-se Concerto para piano, de Grieg um cuidado especial em garantir a presença regular de composi- Sinfonia nº 1, de Brahms tores brasileiros, representados por nomes como Alberto Nepo- muceno, Heitor Villa-Lobos, Radamés Gnattali, César Guerra- 9 e 10 agosto -Peixe, Marco Padilha, Ernani Aguiar e Ney Rosauro, além da Josep Vicent, regente estreia mundial de Bosque dos Jequitibás, de Laércio de Freitas. Xavier Inchausti, violino Para realizar esta ambiciosa temporada, além do próprio Pangea, de J. Valent Concerto para violino e Sinfonia nº 7, de Dvorák Victor Hugo Toro, subirão ao pódio do Teatro Castro Mendes maestros como os brasileiros Lanfranco Marceletti e Carlos 18 e 19 de outubro Prazeres, o peruano David de Pino, a cubana Elena Herrera, o Karl Martin, regente espanhol Josep Vicent e o suíço Karl Martin. Thibault Delór, contrabaixo Para 2014, o grupo também convida importantes solistas, “Meandros” para contrabaixo, de Thibault Delór como a soprano Eiko Senda e o tenor Paulo Queiroz, os pianistas Os planetas, de Holst Álvaro Siviero e Midori Maeshiro, o trompista Luiz Gracia, os violoncelistas Antonio Meneses e Fabio Presgrave, os violinistas 13 e 14 de dezembro Victor Hugo Toro, regente Carmelo de los Santos e Xavier Inchausti, o clarinetista Giam- Antonio Meneses, violoncelo pero Sobrino, o contrabaixista Thibault Delór e a percussionista Estancia, de Ginastera, Clarissa Severo de Borba. Concerto para violoncelo, de Marco Padilha Acompanhe a programação da Orquestra Sinfônica de Sinfonia nº 9, de Shostakovich Campinas mensalmente pela Revista CONCERTO. Filarmônica do Espírito Santo lança temporada de concertos 2014

v es Orquestra Filarmônica do Espírito Santo pelo norte-americano Brett Deubner. Mais um A (Ofes) lançou sua temporada de 2014, convidado importante é o regente Marcelo de que conta com 18 programas ao longo do ano, Jesus – maestro adjunto da Amazonas Filarmô- num total de 43 apresentações – boa parte nica e regente titular da Orquestra de Câmara delas no Teatro Carlos Gomes, em Vitória. A do Amazonas. Ele comanda duas datas em abertura acontece já em fevereiro, nos dias 12 julho, em companhia de um time de cantores n a g o çal / k r isti g ação e 13, com regência do maestro adjunto do gru- encabeçado por Lício Bruno e Adriana Clis. Já d i vu l po, Leonardo David, e um repertório dedicado em setembro, a orquestra faz três concertos que a Mozart. lembram os 10 anos de morte de Jaceguay Lins e Um dos pontos altos da temporada será os 150 de nascimento de Alberto Nepomuceno. em março, quando a filarmônica faz quatro O encerramento da série sinfônica acon- concertos com a Nona, de Beethoven. Sob tece em novembro, quando Trefzger rege direção do regente titular Helder Trefzger, o a orquestra em um programa que tem peças programa tem a participação de solistas vocais de Sibelius e Rachmaninov e participação do como Savio Sperandio e Carolina Faria. pianista Aleyson Scopel. Também estão progra- No mês seguinte, em abril, a Ofes tem mados para 2014 uma série de concertos em outro destaque: a estreia mundial do Concerto escolas de Vitória e uma excursão por cidades Helder Trefzger para viola, de Liduíno Pitombeira, interpretado do estado.

10 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO Sinfônica Heliópolis programa importante temporada para 2014

Orquestra Sinfônica Heliópolis, No dia 28 de setembro, Karab- A grupo do Instituto Baccarelli que tchevsky volta ao comando para um tem o maestro Isaac Karabtchevsky concerto em homenagem a Richard como diretor artístico e regente titular, Strauss, que contará com a partici- anuncia sua temporada 2014, que to- pação da soprano argentina Paula talizará seis apresentações na Sala São Almerares na interpretação de As Paulo. Neste ano, a jornada musical se quatro últimas canções e do violinista inicia em 4 de maio, quando a orques- Emmanuele Baldini, que solará a exi- tra, sob direção de seu maestro titular, gente partitura de Vida de herói. interpreta a grandiosa Sinfonia nº 3 , de Os dois últimos concertos da Gustav Mahler. temporada também estão a cargo de Em 15 de junho ocorrerá um Karabtchevsky. Em 8 de novembro se concerto dedicado integralmente a realizará uma grande festa brasileira Tchaikovsky, de quem se ouvirá o dedicada à música de Villa-Lobos a Concerto para piano nº 1, com solos partir da execução de três importan- de Rogério Tutti, e a Sinfonia nº 5, tes peças de seu catálogo: o Choros nº op. 64, também sob regência de Isaac 6, Mandu-Çarará e o Choros nº 10, Karabtchevsky. “Rasga coração”. No encerramento

No dia 20 de julho será a vez do da temporada, em 21 de dezembro, a n ia la r nj ei regente adjunto do grupo Edilson Ven- Mahler volta a ser o foco da Sinfônica

tureli assumir o pódio da orquestra, Heliópolis, desta vez com a Sinfonia / v g ação em programa ainda a ser definido. nº 2, Ressurreição. Isaac Karabtchevsky d i vu l Por Júlio Medaglia

[email protected] O jantar de despedida

Há dez anos, desencarnava o maestro Carlos Kleiber

omo não podia deixar de ser, os regimes totalitários eu- Na década de 1970, consagrou-se internacionalmente, ropeus do século XX tinham verdadeira aversão pela in- atuando nas óperas de Munique, Bayreuth, Dresden, Viena, C teligência, pela renovação, pelo burburinho polêmico da Scala de Milão, Covent Garden e outras. Na época, regeu tam- criatividade, sobretudo nos domínios da intelectualidade. Por bém nos Estados Unidos, na ópera de São Francisco e na Sinfôni- essa razão, ditadores como Stalin, Franco, Hitler ou Mussolini ca de Chicago. Nos anos 1980, brilhou ainda no Metropolitan, afugentavam personalidades provocadoras da cultura de seus com estrelas do primeiro escalão operístico internacional. países. Muitas nações se beneficiaram desse expurgo ao acolher Logo após a morte de Karajan, em 1989, Carlos Kleiber certas figuras, algumas até simbólicas do século. regeu uma série de concertos com a Filarmônica de Berlim, Quando, em 1935, o maestro austríaco Erich Kleiber, quando foi sondado para assumir a direção dessa mais cobiçada um dos mais importantes da história, foi impedido de reger orquestra do mundo. Não aceitou o convite e preferiu perma- a estreia da ópera Lulu, de Alban Berg – obra apontada pelos necer freelancer. nazistas como “arte degenerada” –, ele pediu demissão de De meados da década de 1990 em diante, Carlos Kleiber seu cargo de diretor da ópera de Berlim. E quando Mussolini optou por uma vida reclusa. Apesar de seu enorme prestígio começou a tomar atitudes mais radicais no bojo de seu ideá- internacional – uma enquete da BBC junto a seus ouvintes rio fascista, sobretudo antissemitas, Kleiber rompeu também chegou a apontá-lo como o maior regente de seu tempo –, o contrato que tinha com o Scala de Milão, partindo para especializou-se cada vez mais em um pequeno repertório, a America Latina – inicialmente Cuba e depois Argentina, apresentando-o em um limitado circuito de casas de ópera e onde obteve cidadania. concertos por ele selecionados com muita acuidade. Contava Kleiber tornou-se diretor do Teatro Colón, de Buenos Aires, nessa escolha a oportunidade que lhe era dada de trabalhar a no qual desenvolveu brilhante carreira, estendendo-a depois a seu modo, com muitos ensaios e de maneira pouco conven- outros países do continente. Nos anos 1940, esteve no Rio de cional. Ele rejeitava também certas características da indústria Janeiro por algum tempo e chegou a ser convidado por José cultural, já que optava sobremaneira pela preservação da ideia Siqueira para assumir a OSB. Preferiu, porém, permanecer da originalidade, do objeto único na criação, na interpretação em Buenos Aires, pelo fato de o Colón ter intensa atividade e na performance da obra de arte musical. Apesar de alguns operística. Em sua estada no Rio de Janeiro, regeu um ciclo atritos com gravadoras e mídia eletrônica em geral, Carlos completo das sinfonias de Beethoven, um acontecimento Kleiber nos deixou preciosos exemplares de sua interpretação memorável para aqueles que tiveram a feliz oportunidade de e sua regência. participar ou assistir. Dono de uma gesticulação especial, fruto de concepções O filho de Kleiber, Karl Ludwig, nascido em Berlim em originalíssimas, quando compreendido e entrosado com a or- 1930, tinha apenas 5 anos quando por aqui chegou. O pai o de- questra, obtinha brilho e expressividade fora do comum. Suas sencorajou a estudar música em consequência dos dramas que ideias interpretativas sempre surpreendiam, sem nunca violen- enfrentou para pôr em prática suas ideias na área. Karl Ludwig tar estilos ou tradições. chegou a estudar química, mas, em dado momento, optou pela Carlos Kleiber tinha uma residência em Munique, mas pas- latinização de seu nome – simplesmente Carlos – e pelo estudo sava boa parte do tempo em um sítio perto de Liubliana, capital da desenfreado da música. Erich escreveu, então, a um amigo: “In- Eslovênia, em companhia da bailarina Stanka, por quem era per- felizmente Carlos tem mesmo talento para a música...”. didamente apaixonado e com quem teve dois filhos. Em dezem- Estudando piano e percussão, não desgrudava do pai, nem bro de 2003, ela morreu, seu corpo foi incinerado, e as cinzas, es- mesmo quando este viajava a outros países. Em Montevidéu palhas na pequena propriedade rural. Carlos entrou em profunda (em uma rádio) e em Buenos Aires (no Teatro de La Plata) ele depressão, permanecendo ainda mais distante do convívio social. obteve as primeiras experiências como correpetidor e regente Em um fim de semana de junho de 2004, os emprega- assistente. No início dos anos 1950, tornou-se correpetidor em dos do sítio foram por ele solicitados a preparar uma ceia para Munique (no Teatro Gärtnerplatz). Sua primeira atuação públi- duas pessoas. No domingo à tarde, perceberam que a sala de ca ocorreu em 1954, em Potsdam, onde regeu uma opereta, jantar permanecia fechada, e as luzes, acesas. Suspeitando o tornando-se em seguida diretor da casa. Em 1958, foi diretor pior, dado o recente estado depressivo do maestro, resolveram da ópera de Düsseldorf e, em 1964, da de Zurique. Dos anos chamar os parentes de Stanka e um médico. Arrombaram a 1966 a 1973, foi titular da ópera de Stuttgart, último cargo fixo porta e encontraram a mesa posta e pratos vazios, como se que ocupou. duas pessoas tivessem participado do jantar. Em um dos lados A partir daquele momento, com seu nome já consagrado, da mesa, Carlos sentado, com expressão tranquila e... morto. Carlos se apresentava em um pequeno circuito de casas de con- Foram feitas autópsias e demais investigações e a conclusão foi certos e óperas. Em 1966, em sua primeira apresentação num a de “morte natural”. grande festival fora do universo germânico, o de Edimburgo, Intempestivo na regência, temperamental em suas deci- regeu a ópera Wozzeck, de Alban Berg, como uma espécie de sões, Carlos Kleiber optou por deixar este mundo com sereni- terapia, já que a estreia da obra havia sido conduzida por seu pai dade, na companhia virtual de sua mulher. Também suas cinzas em Berlim, em 1925, e esse compositor “degenerado” fora o foram espalhadas nos jardins do sítio, por seus amigos Riccardo pivô do exílio de Erich, trinta anos antes. Muti e Mirella Freni.

12 Janeiro / Fevereiro 2014

Pluralidade de culturas e expressões

Entrevista com a professora Qual é a importância do IEB especificamente para a cultura musical brasileira? e pesquisadora O instituto foi fundado pelo historiador Sérgio Buarque de Ho- landa, na década de 1960, para congregar as áreas de estudos que compõem as humanidades. Meus colegas e eu pertencemos às áreas de história, geografia, literatura, artes plásticas, socio- logia, antropologia e música, e oferecemos disciplinas optativas Flávia Toni para os cursos de graduação de toda a USP. Todos participamos também, há quatro anos, de um curso de pós-graduação, Cultu- ras e identidades brasileiras, que já diplomou os primeiros ma- Por Leonardo Martinelli triculados. Além disso, orientamos alunos na iniciação científica e estagiários que trabalham em nossas coleções. A Brasiliana do IEB – chamamos assim uma biblioteca especializada em assuntos brasileiros –, além de ser uma coleção de excelência no mundo, é formada pela reunião de acervos notáveis, como os que pertenceram a Yan de Almeida Prado, Guimarães Rosa, de notório conhecimento, aqui e mundo afora, a enorme rique- Graciliano Ramos, Mário de Andrade, Camargo Guarnieri, para za cultural produzida pela multifacetada sociedade brasileira. citar apenas alguns. Essas coleções estão individualizadas, per- É De origens variadas, ela se desenvolveu de forma abundante mitindo o estudo de suas bibliotecas, de forma especializada. A e complexa através dos tempos, refletindo a gigantesca extensão essa rica possibilidade de estudos acrescenta-se a matéria dos territorial de nosso país. Por tudo isso, mostra-se de suma importân- arquivos destes intelectuais – papéis de trabalho como os ma- cia a existência do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), órgão da nuscritos das obras concluídas ou alinhavadas em várias etapas Universidade de São Paulo (USP), que opera em diversas linhas – do processo de criação, correspondência, fotografias – e, para além de promover o ensino e a pesquisa, a instituição abriga arquivos certos autores, obras de arte ou objetos tridimensionais, que e bibliotecas de grandes artistas, pensadores e estudiosos da cultura ampliam o conhecimento e a expressão sobre os trabalhos que brasileira, que a partir de agora estão sediados no novo e moderno desenvolveram, como é o caso da coleção de artes plásticas edi- Edifício Brasiliana, na Cidade Universitária. ficada por Mário de Andrade. Como não poderia deixar de ser, a música se faz muito presente Para a cultura musical brasileira, eu destaco, no patrimônio do no instituto, no qual se destaca a atuação da professora e pesquisa- IEB, alguns acervos com documentos emblemáticos, como o dora Flávia Camargo Toni. Descendente de uma importante família Recitativo e ária, de autor baiano, escrito em 1759 e pertencente do meio clássico paulistano, a pesquisadora realizou sua formação à Coleção Lamego, um dos mais antigos documentos musicais musical na Escola Municipal de Música e na Sinfônica Jovem Muni- brasileiros; os arquivos de criação, documentação burocrática e cipal (ambas criadas por seu pai, o compositor Olivier Toni). Flávia, bibliotecas de Mário de Andrade e de Camargo Guarnieri; além entretanto, realizou sua graduação em biologia. Mas, já na etapa das coleções, mais ou menos completas, de obras e documentos seguinte da carreira acadêmica, voltou à música. que pertenceram a Elias Álvares Lobo, Marcelo Tupinambá e Flávia Toni tornou-se professora titular do IEB-USP, colaboradora Francisco Mignone. da pós-graduação do Departamento de Música da ECA-USP e é hoje uma das maiores referências na obra do compositor Camargo Guar- Como você analisa a transferência do IEB para o novo nieri e do pensamento musical de Mário de Andrade. Leia a seguir a Edifício Brasiliana? Quais são os desafios que os arquivos entrevista que a pesquisadora concedeu à Revista CONCERTO. públicos brasileiros enfrentam? Dentro da história do IEB, a ideia, ou melhor, a premência de uma instalação própria é muito antiga, porque o espaço para cuidar, tratar e preservar acervos é sempre exíguo, tendo em vista que nossas coleções são vivas, consultadas e manipuladas pelo público e, principalmente, porque há sempre um número expressivo de doações importantes para a instituição. Só nos últimos oito anos é que o projeto de construir um espaço parti- lhado entre outras entidades se configurou como tal, uma vez

14 Janeiro / Fevereiro 2014 que no edifício estão outras bibliotecas e organismos voltados ao estudo e divulgação do livro. A administração do IEB já funciona no prédio novo, algumas atividades são desenvolvidas ali, mas a mudança e a instalação plena dos acervos – biblioteca, arqui- vo e coleção de artes plásticas – serão ao longo deste primeiro semestre. No entanto, é possível adiantar algumas coisas: a vi- sibilidade da instituição, dentro da USP e fora dela, aumentará enormemente, porque o prédio, projetado por Eduardo Almeida e Rodrigo Mindlin Loeb, é muito bonito; o local é agradável para o convívio, pois está situado mais próximo dos cursos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas; tem jardins laterais e luz natural, tornando a rotina de trabalho mais bonita. No novo IEB os pesquisadores e as salas de aula ocuparão o mesmo andar estreitando mais os laços entre a orientação e o ensino, o que também é positivo, porém eu estou curiosa por- que as mudanças de casa normalmente trazem alterações em Revista CONCERTO / lydia abud nossas rotinas. Quanto aos desafios, me parece que o maior deles em todas seus inevitáveis elos com a cultura europeia; de outro, as instituições que mantêm acervos, musicais ou não, está no questões como brasilidade, nacionalismo e busca de ressignificar a atividade de pesquisa presencial na vida dos estu- caracterização regional dessas práticas. Como você dantes de forma que eles percebam a importância da consulta analisa esta questão? sobre a fonte primária. Hoje, o registro do som e da imagem A pergunta é boa, mas eu necessitaria de algumas teses para são tão acessíveis que o estudioso pode prover a si mesmo das me dar por satisfeita com uma resposta. Vou tentar simplificar ferramentas necessárias para seu trabalho, ele pode “construir” dizendo, talvez de forma um tanto hermética, que, como leitora seu acervo, e a facilidade aumenta pelo fato de também locali- e estudiosa de Mário de Andrade há tantos anos, não consigo zarmos documentos e sons pela internet, sem sair de casa. Esta mais pensar em uma prática musical específica no Brasil, e ainda forma de pesquisar poderá levar à mumificação dos acervos e bem que nós temos nos esforçado para alimentar a pluralidade a consequências indesejáveis para nossos campos de estudos. de repertórios, o que me parece democrático e bom.

Em sua atuação acadêmica, destacam-se estudos De que forma compositores como Camargo Guarnieri, relacionados ao universo de Mário de Andrade. De que Villa-Lobos ou mesmo alguns mais recentes lidaram com forma sua obra nos ajuda a compreender questões esse impasse? ligadas ao universo da música brasileira hoje? Alertando para o perigo que eu corro de parecer redutora, no Se fosse necessário usar poucas palavras, eu diria que a obra caso de Camargo Guarnieri, a defesa incondicional do Ensaio musicológica de Mário de Andrade nos ajuda a compreender sobre a musica brasileira e, posteriormente, a divulgação da que, a exemplo de outros poucos países, o campo de criação Carta aberta em certa medida engessam sua linguagem, porque da música brasileira é mais amplo porque as práticas artísticas ele mesmo cobrava de si a coerência com aqueles postulados. populares lhe são inalienáveis. A partir do início da Segunda Mas ele era tão bom músico, compunha com tanta fluência que Guerra Mundial, os escritos dele nas várias áreas de interesse às lhe é fácil conjugar a “cultura europeia”, como você diz, com quais se dedicou confirmam esta crença, porque Mário passou a a “brasilidade”. Como analisou certa vez Mário de Andrade, defender a militância do artista junto à sociedade. Ele defendia ele sabia escrever um Allegro sem ser coreográfico, sem que o a arte interessada, voltada para a melhoria da condição de vida movimento acabasse em ou em baião. e da busca pela paz. No breve espaço de sua vida – faleceu aos Hoje, no entanto, vivemos tempos de soluções individuais, o 51 anos de idade –, ele viveu os efeitos de duas guerras, e isso que talvez seja um sintoma ou uma das consequências de a provavelmente contribuiu para que postulasse que o exercício maioria de nossos compositores trabalharem em universidades, da música deve ser partilhado com outras expressões artísticas onde há espaço para a pesquisa e para a experimentação. e, acima de tudo, com a sociedade em que vivemos. Ele também teve oportunidade de refletir sobre isso quando estruturou o Em sua opinião, qual é a missão da história da música Departamento de Cultura de São Paulo – hoje Secretaria Mu- brasileira, tendo em vista o perfil social e artisticamente nicipal de Cultura –, porque ali percebia que a maior parte das rico e heterogêneo das práticas musicais em nosso país? escolhas que fazia eram “gestos políticos”. O discurso preparado Aproveitando que você mesmo fala em “missão”, palavra que para os alunos do Conservatório Dramático e Musical de São traz embutida a imagem de “sacrifício”, acredito que nossa Paulo, em 1935, é comovente ao trazer a confissão de quem história deve continuar a acolher a pluralidade de culturas e reconhece que comprar um piano para o Theatro Municipal expressões, porque assim somos mais eficazes como seres hu- significava, por exemplo, não atender às crianças dos parques manos. Isso, sem dúvida, implica em fazermos certas escolhas, infantis com um copo de leite a mais. porque a pluralidade parece inimiga da especialização ou mes- Porém, entre inúmeras atividades, ele comprou o piano, fez mo da perfeição. Logo, talvez não consigamos alcançar a exce- temporadas líricas com espetáculos especiais para as escolas, lência na execução da música canônica, mas podemos realizá-la franqueou o acesso aos concertos e projetou a Missão de Pes- corretamente e continuar a abrigar outras tendências, amplian- quisas Folclóricas – ele não pensava nas artes de forma binária. do os temas que normalmente participam dos “sumários” das antologias clássicas. Desde o século XIX o Brasil parece encontrar-se numa espécie de impasse: de um lado, a “grande música” e Obrigado pela entrevista.

Janeiro / Fevereiro 2014 15 Escola de Música de São Paulo

Antiga Escola Municipal de Música completa 45 anos como um dos principais centros de formação musical do país

Por Camila Frésca

a década de 1960, quem se interessasse em estudar na rua Vergueiro, onde a Escola Municipal ficou instalada entre música seriamente teria pouquíssimas opções além de 1993 e 2012. Na época, o compositor Antonio Ribeiro, que havia N encontrar um bom professor particular. Se a intenção, sido aluno da casa, foi convidado para dar aulas de harmonia e então, fosse estudar em uma escola pública, a única alternativa contraponto, substituindo Osvaldo Lacerda. Ele relembra que, era o Conservatório de Tatuí, criado uma década antes. Pensan- “do ponto de vista da infraestrutura, as condições eram muito do na educação de jovens talentosos que não tinham onde se ruins, sem nenhum tratamento acústico, térmico, nada”. Com aprimorar, o maestro Oliver Toni, que havia acabado de fundar a mudança para a Praça das Artes, em 2012, houve um inegá- a Orquestra Jovem do Theatro Municipal de São Paulo, conven- vel ganho material. Ribeiro destaca as “salas de aula adequadas, ceu o prefeito Faria Lima a criar, em 1969, a Escola Municipal auditório para apresentações e ensaios de grupos grandes, espaços de Música (EMM). de convivência para alunos e professores, além da possibilidade, Parece incrível que até o final da década de 1960 a cidade ainda não concretizada, de maior diálogo entre os corpos artísti- mais rica da América Latina não tivesse sequer uma escola públi- cos do Theatro Municipal e a produção pedagógica da escola”. ca de música. A necessidade de sua criação, antevista por Toni, Além da mudança física, a Escola Municipal de Música confirmou-se quase imediatamente: pouco tempo após o início passou por uma recente mudança administrativa, pois agora é das atividades, a Escola Municipal de Música já era um centro gerida pela Fundação Theatro Municipal de São Paulo. Com de formação vital, por onde passaram alguns dos mais importan- isso, passou a se chamar Escola de Música de São Paulo. Com tes músicos brasileiros em atividade, como Roberto Minczuk, dezenas de cursos de instrumentos que duram entre seis e nove Alex Klein, Cláudio Cruz e Nicolau de Figueiredo. “No início, anos, a escola também ministra aulas teóricas de harmonia, era uma escola com menos alunos e menos professores, mas a contraponto, história da música e outras disciplinas e mantém qualidade e a exigência sempre foram as mesmas”, recorda a grupos para a prática de seus alunos: a Orquestra Jovem Mu- maestrina Naomi Munakata, que foi aluna da casa; a partir de nicipal, o Grupo de Música Antiga, os coros Infantil e Adulto 1978, docente; e, entre maio de 2011 e julho de 2013, diretora e a Big Band. Para este ano, está prevista a criação do curso de da escola. Outros ex-alunos também lecionaram e ocuparam extensão Oficina de Ópera que, com dois anos de duração, visa à cargos de direção, como as pianistas Maria Elisa Risarto e Sonia formação de cantores voltados para a área. Atualmente, a Escola Albano de Lima. Sonia, atual diretora e coordenadora artística de Música conta com 550 alunos. A disputa por uma vaga, que da escola, conta que, entre 1971 e 1974, quando foi aluna, a Es- sempre foi concorrida, neste ano superou todas as expectativas: cola Municipal era bem pequena, com estrutura precária, “mas foram 2 mil inscrições para as duzentas vagas disponíveis. com um nível de ensino mara- Nacionalmente reconhecida pela excelência de sua forma- vilhoso”. Entre 1975 e 1999, ção, a Escola de Música, na teoria, seria uma preparação para Novo prédio da Escola de Música ela deu aulas de piano e, em um curso universitário. No entanto, não é de hoje que acontece de São Paulo, na Praça das Artes agosto de 2013, foi convidada um caminho curioso: muitos alunos, depois de se formarem na a retornar como diretora. De faculdade, retornam à escola para complementar sua instrução imediato, percebeu que aquela musical. “Tínhamos orgulho de aprovar alunos que prestavam qualidade que notara em seus vestibular para as faculdades do Brasil e do exterior e de receber tempos de estudante havia alunos já universitários para fazer um ‘reforço’ em seus estudos melhorado durante todos es- de música”, relembra Naomi Munakata. Refletindo sobre o pas- ses anos. sado e o presente da escola e também do Conservatório de Tatuí Henrique Autran Doura- (que em 2014 completa 60 anos), Henrique Autran reconhece do, que hoje dirige o Conser- que “houve um salto” de qualidade: “Demos um salto. Ainda vatório de Tatuí, deu aulas de longe do que esperamos, mas um grande salto. Penso que esta- contrabaixo na EMM a partir mos a um passo para um futuro condizente com as necessidades de 1985, quando a escola fica- do ensino da música brasileira”. va numa pequena casa alugada A atual diretora, Sonia Albano, está à frente das comemo- na rua Machado de Assis. A rações dos 45 anos da Escola de Música de São Paulo, que irão partir de 1989, ele assumiu a acontecer durante todo o ano, com pelo menos um evento por direção e teve como primeiro mês. Em janeiro, o destaque fica para o Iº Festival de Verão da desafio comandar a mudança EMSP, entre os dias 20 e 31 (confira detalhes no Roteiro Musi- de endereço, para outro espaço cal). Vale ainda destacar as primeiras edições de um concurso apertado, na rua Lins de Vas- nacional de piano e outro de violino, ambos em setembro. concelos. E, em poucos anos, organizaria uma nova mudan- Agenda ça, dessa vez para um casarão Iº Festival de Verão da EMSP, de 20 a 31 de janeiro divulgação / Sylvia Masini

16 Janeiro / Fevereiro 2014

Por Jorge Coli

[email protected] Veracidade xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx wagneriana

O ouro de Reno de São Paulo motiva reflexões sobre as montagens de óperas

ouro do Reno foi apresentado em novembro passa- vam a distribuição com também excelentes cantores estrangei- do, no Theatro Municipal de São Paulo, sob forma de ros – entre eles o fabuloso Loge de Stefan Margita. E não apenas O concerto. O cancelamento da montagem prevista cau- ele, o conjunto manifestou uma rara e elevada homogeneidade. sou grande decepção na expectativa do público, ainda mais por- Segundo, a convicção dramática com que esses artistas que interrompeu a possibilidade de uma tetralogia completa ao investiram em seus papéis. Raras vezes o dueto entre Wotan final de quatro anos. (Michael Kupfer) e Fricka (Denise de Freitas), o destino ator- Porém, a récita permitiu refletir sobre algumas questões mentado de Alberich (Johmi Steinberg), a angústia dolorosa vinculadas à montagem de óperas. Não se tratou, de fato, de um de Freia (Gabriella Pace), a obstinação dos gigantes (Jens-Erik concerto. Ocorreu aquilo que os italianos chamam de spettaco- Aasbø e Sávio Sperandio) e todas as facetas desses seres feitos lo semiscenico, e os franceses, de mise en espace. Ou seja, um de contradições e complexidades pareceram tão comoventes. espetáculo em que os cantores atuam, muitas vezes com suas A impressão que se tinha é de que aqueles seres mitológicos próprias roupas, e sem cenário. Uma prática pouco desenvolvi- estavam ali, encarnados em nossa frente. Quem deixou de ir da no Brasil, o que é pena – muito mais econômica que as mon- perdeu muito. tagens tradicionais, com cenografia e costumes, ela permitiria O programa não indicava quem fora o diretor da excelente ampliar o leque das óperas representadas. movimentação cênica. Informações não oficiais contaram que o O ouro do Reno aconteceu assim: a orquestra estava no maestro Malheiro decidiu as entradas e saídas do palco e que os palco, deixando no proscênio espaço suficiente para que os can- próprios cantores organizaram os deslocamentos e as inflexões tores evoluíssem. E foi um encantamento. Vestidos com roupas gestuais. pessoais de gala – exceto Loge, o semideus, de terno e gravata Depois de um festival de Bayreuth invadido pela moda das –, os cantores e a orquestra criaram tudo, de modo muito mais teorias do “postdramatisches Theater”, em que tudo é permi- pleno e convincente que em tantas outras montagens ambicio- tido na montagem, menos a fidelidade ao texto, este Ouro do sas. O Reno, o dragão e o sapo, o envelhecimento dos deuses, a Reno de São Paulo – absolutamente inesquecível – ofereceu um parede de ouro, o arco-íris, o Valhala, tudo, tudo estava lá. banho de veracidade wagneriana. Mais ainda, demonstrou que Para que isso acontecesse, foram necessárias duas coisas. ópera é um gênero teatral fundado na qualidade musical e cêni- Primeiro, a alta qualidade musical. A orquestra respondeu com ca dos intérpretes. Lembro-me de um prodigioso Don Giovanni afirmação ao sentido narrativo e dramático que Luiz Fernando no festival de Aix-en-Provence, em 1998, regido em alternância Malheiro soube admiravelmente imprimir à partitura. O elenco por Claudio Abbado e Daniel Hardig e dirigido cenicamente por era de grande nível; excelentes cantores brasileiros compartilha- Peter Brook. Nada no palco, a não ser alguns acessórios trazidos e retirados pelos próprios artistas e a presença dos cantores. Ah, sim, e Mozart, em plenitude interpretativa. Foi uma montagem despojada, rigorosamente “semiscenica” e, ela também, ines- quecível. Significou meses de trabalho com os cantores, até que eles atingissem a verdade humana necessária. Outra recente lição de montagem, em São Paulo, foi o formidável Falstaff, de Verdi, no Theatro São Pedro. Stefano Vizioli é um diretor conhecido, presente nas cenas internacio- nais com ótimos espetáculos (vários deles disponíveis em DVD). Os cenários de Nicolás Boni, os figurinos de Elena Toscano e a iluminação de Wagner Freire eram excelentes. Mas o essen- cial, de novo, esteve no trabalho minucioso com os atores, que resultou num mecanismo tão preciso como o de um relógio. É verdade que, musicalmente, a barra também estava alta, a começar pela direção de Emiliano Patarra, tão endiabrada quan- to a partitura, e pelos dois belos elencos. Nada de “conceitos”, de projeções pseudofilosóficas sobre a obra, mas a vontade de deixá-la existir, sem nada de postiço nem de colado sobre ela. A atualização da história articulou-se finamente com a comédia e com a música. Resultado: ganharam todos – o público, os intér- Stefan Margita Johmi Steinberg pretes e, sobretudo, o compositor. divulgação / Jakub Ludvik divulgação

18 Janeiro / Fevereiro 2014

Amigos complicados

O pianista Jeremy Denk e os desafios de interpretar (e pensar) música

Por João Marcos Coelho

ão ter piedade com outras pessoas é fácil. O difícil é as performances provocam o renascimento das obras musicais, praticar o esporte preferido dos seres humanos consigo mas às vezes, em vez disso, elas (eu, nós) as matam. Os intér- N mesmo. O único músico, que eu saiba, a praticar este pretes (e isso parece óbvio, inevitável, somos humanos, somos comportamento saudável com rigor é o pianista norte-america- todos culpados) às vezes são cúmplices na morte da música clás- no Jeremy Denk, de 43 anos. Ele vai tocar com a Osesp no dia sica. Apertem os cintos, meus pensamentos agora ficam ainda 30 de abril deste ano o Concerto nº 21, o “Elvira Madigan”, de mais sombrios: se o concerto às vezes é um ‘assassinato’ do que Mozart, e (oba!) também terá espaço para mostrar-se de corpo deveria ser uma obra viva, as notas de programa são o clorofór- inteiro no dia 1º de maio, em um recital que inclui a monumen- mio que usamos para entorpecer a vítima antes de arrastá-la à tal e quase nunca tocada Sonata Concord, de Charles Ives. cena do crime”. Só pelo Ives já valeria a pena conhecê-lo melhor. Mas tem A lista dos pecados capitais inclui praticamente tudo que muito mais: ele é de uma tribo em acelerado processo de extin- lemos antes dos concertos, de folhetos a ricas publicações: 1) ção, a dos pianistas que pensam. Tudo que grava tem uma lógi- historicização; 2) generalidades; 3) “Insider’s club”; e 4) domes- ca precisa. Sua penúltima gravação para o selo Nonesuch, por ticação (as obras viram nossos animaizinhos de estimação). Aliás, exemplo, emoldurou a Sonata opus 111 de Beethoven com os quando acabei de ler o artigo, lamentei ter cometido muitas ve- estudos de Ligeti (seis antes da 111, sete depois). Ligeti ilumina zes todos estes pecados capitais. Mas me consolei. Denk não Beethoven, que ilumina Ligeti – e ambos, revividos por Denk, gosta nem dos textos dele nos CDs (“odeio meus textos”). Por nos iluminam de modo revolucionário. isso, no CD que lançou em dezembro passado com as Variações Seu blog é leitura obrigatória para todos os que lidam pro- Goldberg de Bach, incluiu um DVD no qual conversa com o fissionalmente com música (http://jeremydenk.net/blog). As espectador sobre a obra como se estivesse em nossa casa. É no- intervenções são sempre consistentes, parrudas. E com um sen- tável, por exemplo, sua explicação da famosa Variação 25, a so crítico e de autocrítica, igualmente em acelerado processo chamada “pérola negra”, em que Bach explora o cromatismo e de extinção entre músicos e dirigentes de entidades musicais. as notas de passagem do tema. CD e DVD tornam-se imprescin- Um exemplo matador, que modificou meu modo de enca- díveis. Ouvi-lo tocar já é experiência rara; compartilhar o modo rar a tela do computador toda vez que começo a escrever um como ele faz renascer a obra em toda sua grandeza, hoje, no artigo ou uma crítica, está no artigo “Jetlagged Manifesto”, de século XXI, é algo que o DVD possibilitou. 25 de maio de 2010. Ele aborda os pecados capitais das notas Uma das dezenas de respostas ao artigo pergunta por que de programa dos concertos. A cena é a seguinte: Denk, na ma- ele não escreve as notas de programa do mesmo jeito que escre- drugada insone, flerta com pensamentos perversos: “Às vezes, ve no blog, ou seja, uma escrita “visceral, pessoal”. Uma mulher diz que seu marido não lê notas de programa porque seria como ler a resenha de um filme que conta a trama toda, inclusive o O pianista Jeremy Denk desfecho. O pianista dá uma pista do modo como conjuga o tocar e o escrever em uma entrevista recente: “Espero que não soe ingê- nuo dizer que, para mim, há uma ligação entre a tarefa de tocar piano, tentando encontrar a combinação indescritível de nuan- ças que tornam viva a frase, e a busca da combinação perfeita de palavras”. Surpresa é a palavra-chave. Outra é imprevisibilida- de. O pior texto é o previsível, que dá tédio, você larga no meio. Texto bom é expresso de forma imaginativa, com uma pitada de inesperado. Como numa interpretação musical – se ela não nos apresentar surpresas, para que então tocar de novo as Goldberg? “Não acho que o pensamento e a música sejam inimigos, ob- viamente”, conclui Denk, “mas eles são amigos complicados”. Só podemos manter as obras musicais vivas “tocando-as, pen- sando, falando e escrevendo sobre elas. Mas, em certo sentido, também podemos enterrá-las sob nossas interpretações, por isso temos de continuar a escavá-las novamente. Sem parar”. Uma das colocações dos textos de Denk me sensibilizou e talvez seja a que contém algo que ajuda a nortear um bom texto de programa: uma das mais poderosas maneiras de descobrir a grandeza de uma obra musical é quando alguém apaixonado por ela compartilha conosco os motivos pelos quais a ama. divulgação / Samantha West

20 Janeiro / Fevereiro 2014

Guiomar Novaes (1894-1979) Guiomar Novaes foi uma das primeiras pianistas brasileiras a alcançar fama e reputação mundiais. O mês de fevereiro marca os 120 anos de nascimento dessa que foi uma das maiores pianistas do século XX

Por Camila Frésca

o início do século XX, Mário de Andrade classificou bém professor de Antonieta Rudge, Francisco Mignone e Souza de “pianolatria” a febre pelo piano, que tomava con- Lima, além de um dos fundadores do Conservatório Dramático N ta do Brasil havia mais de meio século. Valorizado na e Musical de São Paulo. Logo Guiomar passou a apresentar-se Europa, onde era, ao lado do violino, o preferido dos músicos também em São Paulo e, em 1908, fez sua estreia profissional desde o Romantismo, o piano funcionava aqui como símbolo de no Rio de Janeiro, tocando a Fantasia triunfal sobre o Hino ascensão social das famílias burguesas. Além de adornar a sala, o Nacional Brasileiro, de Gottschalk, obra que se tornaria uma que se fazia com ele? Era utilizado como parte da educação das de suas marcas registradas. Vale contar uma curiosidade: pare- moças, para que estas fossem ainda mais “prendadas”. Embora, ce que foi Guiomar Novaes quem inspirou o escritor Monteiro em princípio, a educação musical nada tivesse a ver com uma Lobato para a personagem Narizinho, a menina do nariz arrebi- carreira profissional na área, foi esse hábito cultural que fez que tado do Sítio do Pica-pau Amarelo. muitos dos “primeiros gênios de nosso virtuosismo musical”, Em 1909, com bolsa do governo do estado de São Paulo, a nas palavras de Mário de Andrade, fossem mulheres. Foi graças jovem Guiomar Novaes partiu para Paris para tentar uma vaga a essa tradição cultural que surgiu uma das primeiras pianistas no tradicional conservatório. Chiaffarelli a recomendou para brasileiras que alcançou reconhecimento internacional: Guio- Isidor Philip, professor da casa. Guiomar concorreu com mais mar Novaes. de trezentos candidatos a uma das onze vagas, das quais apenas duas eram para estrangeiros. Foi aprovada em primeiro lugar, Uma brasileira em Paris por unanimidade, pelo júri formado por Debussy, Fauré e Mo- Guiomar nasceu na cidade de São João da Boa Vista, no ritz Moszkowski. Debussy ficou tão impressionado com a jovem estado de São Paulo, em 28 de fevereiro de 1894. Ela foi a 17ª brasileira que, na prova final, quebrando o protocolo, pediu que dos 19 filhos do casal Anna de Carvalho Menezes e José da Cruz ela repetisse sua interpretação da Balada nº 3 de Chopin. “Eu es- Novaes. Como acontece com muitos prodígios, começou a to- tava voltado para o aperfeiçoamento da raça pianística na Fran- car sozinha aos 4 anos de idade, no piano de sua casa, utilizado ça...; a ironia habitual do destino quis que o candidato artistica- para as aulas das irmãs mais velhas. Aos 6 anos, teve seu primei- mente mais dotado fosse uma jovem brasileira de 13 anos. Ela ro professor no instrumento, Eugenio Nogueira. Na época, no não é bela, mas tem os olhos ‘ébrios da música’ e aquele poder jardim de infância, acompanhava ao piano as canções dos cole- de isolar-se de tudo que a cerca – faculdade raríssima –, que é a guinhas; aprendeu a ler as notas, fazia frequentes apresentações marca do artista”, escreveu Debussy em carta a André Caplet. na escola e chegou a compor uma valsinha, Jardim de infância. Em 1902, a família mudou-se para São Paulo e a menina Consagração internacional Guiomar passou a ter aulas com Luigi Chiaffarelli (1856-1923), Durante dois anos, Guiomar estudou no Conservatório de um dos grandes responsáveis por seu desenvolvimento artístico. Paris sob tutela de Isidor Philip. Formou-se em 1911, conquis- O maestro e professor italiano teve papel fundamental na forma- tando o primeiro prêmio do recital final, o que lhe rendeu 1.200 ção de músicos e grandes pianistas brasileiros, tendo sido tam- francos e um piano de cauda. No ano seguinte, fez sua primeira

Guiomar em 1914 Capa e programa do concerto de despedida, realizado em São Paulo, antes de embarcar para Paris Vencendo mais de trezentos candidatos, é aceita em primeiro Aos 4 anos de idade, Estreia profissionalmente no Rio lugar e por unanimidade começa a tocar piano de Janeiro, tocando a Fantasia no Conservatório de Paris, sozinha, após observar as triunfal sobre o Hino Nacional despertando a admiração de aulas das irmãs mais velhas Brasileiro, de Gottschalk Debussy, que estava no júri 1898 1908 1909

1894 1902 1911 Nasce em São João da Muda-se para São Paulo com Forma-se no conservatório Boa Vista, São Paulo a família, passando a ter aulas conquistando o primeiro prêmio no com Luigi Chiaffarelli recital final. Apresenta-se em Paris e outras grandes cidades da Europa

22 Janeiro / Fevereiro 2014 de Villa-Lobos em seus recitais, tornando-se importante divul- gadora de suas composições nos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, ela se casou com o arquiteto e compositor Octávio Pinto, um antigo admirador, que seria seu empresário e entusiasta de sua carreira até sua morte. Da união nasceram dois filhos, Anna Maria e Luís Octávio. A partir de sua estreia nos Estados Unidos, Guiomar Novaes desenvolveu uma sólida carreira no país, retornando praticamente todos os anos até 1972. Também se apresenta- va com regularidade na Europa, tendo sido condecorada com a Legião de Honra do Governo Francês em 1939. Prêmios e distinções, aliás, foram frequentes numa carreira de altíssimo prestígio – em 1963, ela foi convidada a representar a América Latina na ONU, na comemoração do 15º aniversário da Declara- ção dos Direitos do Homem; em 1967, depois de décadas sem se apresentar em Londres, foi ovacionada por cerca de 15 minutos no recital de inauguração do Queen Elizabeth Hall. Na década de 1970, já com idade avançada e uma carreira absolutamente bem-sucedida, suas apresentações começaram a rarear. Em 1977, sua cidade natal, São João da Boa Vista, ho- menageou-a criando a “Semana Guiomar Novaes”, dedicada a apresentações musicais e artísticas – o evento é realizado até hoje, em uma parceria entre a prefeitura local e o governo do estado. No início de 1979, Guiomar Novaes sofreu um derrame cerebral que a levaria a morte, no dia 7 de março, com 85 anos. A artista foi velada na Academia Paulista de Letras e enterrada no Cemitério da Consolação, em São Paulo.

Orfeu e Eurídice Guiomar era reconhecida por sua personalidade pianística original, com uma sonoridade característica e um fraseado sofis- ticado. Na década de 1950, o jornal The New York Times escre- apresentação oficial em Paris, tocando também em Londres, veu que “Novaes é a mais pessoal das pianistas. Faz coisas a seu Genebra, Milão e Berlim, entre outras cidades. Em 1913, retor- próprio modo. Cria suas próprias normas. Frequentemente tem nou ao Brasil para apresentações nos teatros municipais do Rio ideias singulares. Mas tem autoridade e intuição musical para de Janeiro e de São Paulo. Com a eclosão da Primeira Guerra ser sempre absolutamente convincente”. Além de Villa-Lobos, Mundial, no ano seguinte, Guiomar se viu impossibilitada de eram admiradas suas interpretações da obra de Schumann e desenvolver sua carreira na Europa e voltou-se para os Estados Chopin, que contribuíram para garantir-lhe o posto de uma das Unidos. Em 1915, estreou em Nova York com grande sucesso maiores pianistas do século XX. Nelson Freire tem por ela verda- – uma das presenças ilustres da plateia foi Santos Dumont –, deira adoração. Aliás, quem não se lembra do músico emociona- seguindo para Boston, Chicago e diversas outras cidades norte- do ouvindo Guiomar Novaes tocar a Melodia (da ópera Orfeu e -americanas. Eurídice), de Gluck, no documentário de João Moreira Salles? A Guiomar Novaes também participou da Semana de Arte peça, uma das preferidas de Guiomar, virou marca registrada do Moderna em 1922 e, a partir de então, passou a incluir obras próprio Nelson Freire, que muitas vezes a executa como bis.

Foto da artista em 1918

A artista é homenageada Participa da Semana de Arte Capa do programa de inauguração em São Paulo Moderna interpretando do Queen Elizabeth Hall Villa-Lobos; a partir daí, torna-se importante É ovacionada no recital Estreia em Nova York divulgadora de suas obras. de inauguração do com grande sucesso Casa-se com Octávio Pinto Queen Elizabeth Hall 1915 1922 1967

1913 1939 1979 Retorna ao Brasil, apresentando- É condecorada com a Legião de Morre em São Paulo, em se nos teatros municipais do Rio Honra do Governo Francês decorrência de um derrame e de São Paulo cerebral, no dia 7 de março Ao piano com a filha Anna Maria

IMAGENS: reproduções

Janeiro / Fevereiro 2014 23 “Esse ciclo é sua comunhão pessoal com Deus”

Masaaki Suzuki finalmente completou seu projeto de gravar a integral das cantatas sacras de J. S. Bach. Mas o que levou esse japonês tranquilo a enfrentar uma das maiores realizações da música ocidental? Lindsay Kemp viajou a Kobe para descobrir

ouca gente discordaria de que o ciclo completo das cantatas seguir adiante com essa música. As pessoas precisam redescobri-la sacras de Bach é um dos mais ambiciosos projetos de gravação como parte de sua vida cotidiana e como motivo de adoração”. que alguém poderia realizar. Masaaki Suzuki, diretor do Bach Suzuki jamais escondeu que sua tranquila fé cristã fornece a base P Collegium Japan e o mais recente empreendedor dessa tarefa sólida de sua vida artística, e talvez em nenhum outro lugar a crença monumental, parece extremamente tranquilo ao falar comigo, na seja de tamanha ajuda para o entendimento como nessas cantatas – manhã em que soaram as derradeiras notas. Talvez isso se deva ao fato escritas para os serviços luteranos dominicais e ligadas aos marcos do ano de o projeto ter sido feito de maneira quase furtiva. “No começo, não litúrgico. Como nota, o fundador e proprietário da BIS, Robert von Bahr, pensamos em fazer as cantatas completas”, diz. “Venho interpretando- diz: “Essas cantatas expressam a crença de Bach em Deus, e jamais ouvi as desde que regressei de meus estudos na Holanda, em 1983. Elas alguém exprimi-la como Masaaki. Esse ciclo é sua comunhão pessoal já faziam parte de minha vida, e minha única ideia, em 1995, era com Deus”. Ao longo dos anos, Suzuki desenvolveu, nos ensaios, o registrar de alguma forma nossas atividades. Porém, desde o começo, a hábito de explicar a todos seus músicos – cantores e instrumentistas – o BIS lançou os CDs com números de volume. Eu não sabia quão longe significado do texto e algo de seu contexto litúrgico. “Fica mais fácil para iríamos e certamente não tinha como contar quantos anos ou quantos eles entrarem no clima. Para nós, no Japão, nem sempre é fácil entender CDs levaria!” por que certa parábola está associada a um domingo, e não ao seguinte. Agora podemos confirmar que levou 18 anos e 55 CDs – menos tempo que Harnoncourt e Leonhardt levaram em seu ciclo pioneiro “Eu realmente quero seguir adiante com essa (21 anos), porém mais que Koopman (dez anos) e Gardiner (que gravou sua Peregrinação Bach em 2000, porém só lançou todas as música. As pessoas precisam redescobri-la cantatas, por fim, no começo deste ano). Ainda por cima, Suzuki como parte de sua vida cotidiana” parece ter concluído a integral sem os evidentes sinais de trauma emocional e financeiro pelos quais passaram alguns desses outros ciclos. Sem dúvida, isso tem a ver com a personalidade do artista. Por exemplo, para os japoneses, o significado do Natal é bem claro: é Gentil, de expressão bondosa e sorriso amigável, ele parece não quando fazemos festa, então é legal! Porém, logo depois disso, em 26 de ser afetado pelo ego e ter clareza do que quer e do que a música dezembro, todas as lojas e os shoppings mudam a decoração para o Ano- significa para ele. Nas sessões, Suzuki trabalha com rapidez e Novo, que, para os japoneses, é uma festa muito mais importante. Então, paciência, em uma atmosfera de colaboração eficiente (ele sustenta toda vez que fazemos as cantatas natalinas, ou o Oratório de Natal, que, “basicamente, estamos fazendo música de câmara”). Quando tenho de explicar a eles que na, verdade, trata-se do começo do período a voz do produtor declara que a última tomada da Cantata nº 191 litúrgico que vai até a Paixão e a Páscoa. Em concerto, normalmente orggreve foi um sucesso e os músicos educadamente aplaudem, eles parecem tento colocar juntas a música do Natal e da Paixão (ou Páscoa).” celebrar tanto a música de Bach quanto seu próprio feito. “É muito Suzuki me conta essas coisas em uma sala de conferências, em bom termos completado o ciclo”, diz Suzuki, “mas é uma pena se um canto sossegado da Universidade Feminina Shoin, em sua cidade

as pessoas agora pensarem que é o fim de tudo. Eu realmente quero natal, Kobe, onde ele ensinou e em cuja capela todas as gravações de b m arco fotografia:

24 DezembroJaneiro / Fevereiro 2013 2014 reportagem

Masaaki Suzuki gravou sua primeira cantata em CD para a BIS em 1995; aqui ele é retratado em Dresden, em novembro de 2008

Janeiro / Fevereiro 2014 25 Bach foram feitas. Musicalmente, Suzuki tem certeza de que (tirando pequenos detalhes) sua abordagem da interpretação mudou pouco desde o começo. Talvez o desenvolvimento mais notável tenha sido que, enquanto nos primeiros discos a maioria dos solistas era japonesa, depois passou a ser de artistas da Europa. Verdade que o baixo Peter Kooij esteve lá desde o começo, e o tenor Gerd Türk, no volume 2; porém, bons cantores como Midori Suzuki, Yoshikazu Mera e Makoto Sakurada gradualmente deram lugar a nomes como Carolyn Sampson, Joanne Lunn, Robin Blaze, Kai Wessel e Roderick Williams. “Tínhamos esses três ou quatro cantores japoneses realmente muito bons”, diz Suzuki, “mas, em geral, esse tipo de repertório não é tão familiar para os japoneses como, digamos, a ópera, já que, evidentemente, aqui não há tradição de música sacra cristã”. Kooij e Türk, que estão ambos Em sentido horário, nessa última gravação, tornaram-se bons amigos, e Suzuki também de cima para baixo: Hana Blazíková, confessa que normalmente se dá melhor com cantores europeus e soprano; Robin americanos. “De alguma forma, acho mais fácil me comunicar com Blaze, contratenor; gente mais aberta que os japoneses habitualmente são!” Kiyomi Suga Desde o começo, Suzuki contou, nas gravações, com a participação (esquerda) e Liliko de membros de sua família. Sua mulher, Tamaki, é contralto do coro Maeda (direita), (e também está envolvida na gestão do grupo); seu irmão, Hidemi, é traversos barrocos; o violoncelista do contínuo; e, mais recentemente, seu filho, Masato, Seiji Nishizawa, entrou como cravista. “Trabalhar com seu irmão e seu filho nem sempre violone; Ryo Terakado, violino é fácil”, diz Suzuki, com um sorriso. “Tivemos algumas discussões, porém, se às vezes temos opiniões bem diferentes, assim como a forma de exprimi-las, nossas ideias são basicamente similares. O interessante é que Masato, de muitas outras maneiras, está bem diferente. Ele cresceu na atmosfera do cravo e do contínuo, mas também tem interesse em composição, vem trabalhando como diretor cênico e gosta de fazer DVDs. É de uma geração completamente diferente. E eu não acho que sua geração poderia fazer Bach como nós; eles têm uma percepção completamente diversa de como apreciar o projeto. Alguns sentem por Bach o mesmo que sentem pelo rock, pela música nova etc. Para essa geração, é tudo a mesma coisa, e isso é fascinante.” Outra presença importante, evidentemente, foi von Bahr, que produziu os primeiros volumes. Ele também está em Kobe para testemunhar a última etapa do projeto que idealizou. Com um arrepio, partitura, há uma nota que não está clara; pode ser um fá natural ou recorda a atmosfera “misteriosa” que encontrou na primeira gravação, um fá sustenido, e isso levou a uma longa ‘discussão’ sobre todo tipo de ocorrida em 1995, poucas semanas depois de Kobe ser atingida por coisa! Mas foi bom esclarecer esses pontos logo no início, pois permitiu um terremoto que levou mais de 4 mil vidas, devastando boa parte que nos aproximássemos. Hoje ‘fá natural ou fá sustenido?’ virou uma da região baixa da cidade. Entretanto, em uma coletiva de imprensa, expressão simbólica de tudo isso!” na véspera de nossa entrevista, ele e Suzuki fizeram graça com as Von Bahr com certeza teve papel preponderante para firmar a longas “discussões” (suspeita-se que isso seja um eufemismo para reputação global do Bach Collegium como intérprete de Bach. Ele “brigas”) que tiveram a respeito de como algumas coisas deveriam me explica, porém, que, da primeira vez em que Suzuki lhe enviou ser feitas. “No volume 1, a Sinfonia da Cantata nº 196 tem apenas um cassete do grupo para avaliação, ele não continha Bach. “Na dois minutos, mas levamos duas horas para gravar!”, ri Suzuki. “Na verdade, o que mais gostei foi do sujeito que tocava corneto! Daí eles me convidaram para vir ao Japão, ouvi-los em Bach. Tive a mesma suspeita de todo mundo – artistas japoneses interpretando Bach? Mas fiquei impressionado na hora e tive a ideia de gravar as cantatas. Foi um grande esforço para convencer as pessoas, e precisei rodar o mundo duas vezes para promover o trabalho. Nenhum outro projeto significou tanto para mim.” Se ouvir japoneses executando Bach com tamanha compreensão e entendimento foi uma surpresa para muita gente, é justo dizer que também é extraordinariamente comovente. Suzuki estudou na Europa (cravo com Ton Koopman, órgão com Piet Kee), assim como muitos outros membros do grupo, incluindo seu irmão e o líder, Ryo Terakado; Suzuki não tem dúvidas de que o que funcionou aqui foi um frutífero encontro de culturas. “A mentalidade japonesa compreende os méritos da homogeneidade. No Bach Collegium, temos três ou quatro cantores por parte, e é fácil conseguir um som homogêneo, pois eles sempre estão pensando em trabalhar juntos por um mesmo fim. Também na orquestra, onde os músicos mais velhos, que estudaram na Europa, sabem o tipo Masaaki Suzuki com a mulher, Tamaki, e o filho, Masato de som que querem produzir, os mais jovens podem se adaptar para

26 Janeiro / Fevereiro 2014 fotografia: Bis records ab, jens u braun/take5 music production que RifkinfezaMissaemsimenor comumavozpor parte;para me importamuito quantoscantoresestãolá.Sónão entendopor verdade, prefironãomecomprometer comesseargumento.Não bons, eamúsicaadequada.Então, vocêdeveserflexívele,na vezes, emconcerto.Sóquevocê precisa tercantoresmuito,muito muito bemcomumapessoaporparte, ejáasfizdessemodoalgumas músicos. Háalgumascantatasde Bach quecomcertezafuncionam que vocêusadevedependerdesua personalidade,bemcomodados Suzuki. “Acho,porém,queonúmerodecantoreseinstrumentistas interessante –suapesquisaébemprecisaemuitocuidadosa”,diz pergunto comoelesesenteaesserespeito.“OqueRifkindizémuito de quatrovozesporparte,tamanhoaoqualseatevedesdeentão;daí comum hojequequandoSuzukicomeçouociclo,usandoumcoro quanto osnúmeros“corais”.Umavozporparteéumapráticamais com apenasumavozporparte,essaquecantavatantoossolos Thomaskirche, emLeipzig,suascantatasteriamsidointerpretadas teoria deque,considerandoosrecursosqueBachdispunhana voz porparte”?Hámaisdetrintaanos,JoshuaRifkinapresentousua (sem dúvida,comenfado)é:Oquevocêachadaquestãodo“uma Ela nãoéensinadanasescolas;oquesempretem‘disciplina’!” E, defato,vocêsabiaqueapalavra‘espontâneo’nãoexisteemjaponês? enquanto, emoutras,tenhodeforçarosmúsicosaserespontâneos. achar umbomequilíbrio.Algumasvezesmeinclinopelahomogeneidade homogeneidade, perdealgodadramaticidade.Minhatarefa,então,é por excessodepassividade,eéverdadeque,sevocêbuscademaisa europeus ouamericanos.Poroutrolado,àsvezessomoscriticados soar dessaforma.Achodifícilconseguirissotrabalhandocomgrupos 16 de setembro de 2008 no Suntory Hall, em Tóquio, Ensaiando o BachCollegium Japan Uma perguntaquequalquerregentedascantatasdeBachespera

“Você sabiaqueapalavra‘espontâneo’nãoexiste em japonês?Pelomenoselanãoéensinadanas [Tradução: IrineuFrancoPerpetuo] imediatamente. “Vejamos, nº1,2,3,4…” Que cantatasaindaosurpreendem?“Oh,sãotantas”,replicaele, que sempretenhoparaquemcompletaumciclograndecomoesse: executado aMissaemsimenor. ” e, dequalquermodo,nãoháindíciosqueBachtenhaalgumavez mim, éumapena,porquenãofuncionadopontodevistamusical; quatro gra conforme asérieavança. solistas vocais vãomelhorando Suzuki nãoesmorece jamais, eseus excelência inigualável. Adireção de Aqui, asinterpretações sãode que nosaproximamos do final. Um ponto alto dasérie, àmedida (10/10) Quando chegaahoradeterminarentrevista,façopergunta escolas; oquesempretemé‘disciplina’!” BIS FS- Solistas; BCJ /Suzuki 143, 152, 155&161 Cantatas, Vol 5–Nos18, BIS FÍS-S Solistas; BCJ /Suzuki Nos 17, 19, 45&102 Cantatas, Vol 46– v ações para explorar CD841 (1/98) ACD1851

consistente performance. culminando outra belae cantada porHanaBlazíková, “Heil undSegen”élindamente (8/11) impecável desuaessência única. Suzuki, com alegria eentendimento tardio,Bach revelado a nóspor Janeiro / F BIS FÍS-S Solistas; BCJ /Suzuki Nos 34, 98, 117&120 Cantatas, Vol 48– BIS FÍS1991(8/13) Solistas; BCJ /Suzuki Nos 9, 97&177 Cantatas, Vol 53– reportagem evereiro 2014 ACD1881

27 Roteiro Musical Festivais de Verão Verão traz grande programação com festivais

Nos meses de janeiro e fevereiro, quando a maioria das orquestras se Alex Klein Jean Reis encontra em férias, a atividade musical se transfere para os tradicionais festivais de verão, que promovem intensas programações de música clás- sica em diversas partes do país. Confira a programação de cinco dos mais destacados eventos que ocorrem neste início de ano. divulgação / leko machado / leko divulgação Entre os dias 5 e 18 de janeiro, a cidade de Poços de Caldas, em Mi- nas Gerais, recebe a 15ª edição do Festival Música nas Montanhas. As grandes atrações são os concertos noturnos, que ocorrem todos os dias no Teatro da Urca, às 20h30. Entre os destaques estão as apresen- tações do Quinteto Versatilis, no dia 8; do Trio Brasileiro, no dia 12; do Quarteto Camargo Guarnieri, no dia 13; e do Ensemble São Paulo, no dia 15. A Orquestra Sinfônica do Festival faz quatro concertos. No dia 10, o grupo atua sob a batuta do norte-americano Leon Burke e recebe o violinista argentino Alejandro Drago. No dia seguinte, a orquestra toca sob direção de Jean Reis, diretor artístico do festival; como convidado, o pianista franco-georgiano Guigla Katsarava. No dia 17, a sinfônica se apresenta com o maestro mexicano Jorge Perez-Gomez. O último con- divulgação divulgação certo da Sinfônica do Festival é no encerramento do Música nas Monta- nhas. Novamente sob comando de Jean Reis, o grupo toca peças de Elgar, Rachmaninov e Liszt. O programa tem como convidados o Ensemble táculos – isso sem contar os 44 destacados professores que ministrarão São Paulo, o pianista Flavio Augusto e o Coro Sinfônico do Festival. oficinas a mais de trezentos alunos de toda a América Latina. O concerto Um dos principais festivais do país, a Oficina de Música de Curi- de abertura acontece no Theatro Guarany (teatro-sede do festival), no tiba chega à 32ª edição. O evento se inicia no dia 5 de janeiro, e a dia 19, com a Orquestra de Metais Lyra, de Tatuí (São Paulo). No dia programação clássica vai até o dia 14 – o festival ainda segue até o dia seguinte é a vez do Quarteto Camargo Guarnieri. Já no dia 21 acontece 26, com eventos voltados à música popular. Com direção artística geral uma montagem da ópera A flauta mágica, de Mozart, com a Orquestra de Janete Andrade, a oficina tem o maestro português Osvaldo Ferreira Unisinos Anchieta, sob regência de Matté. O encerramento se dá no dia como diretor da área de música clássica. A abertura acontece no dia 5, 31, com diversas apresentações. Quem fecha o evento é a Orquestra com um concerto da Camerata Antiqua de Curitiba, que celebra seus 40 Acadêmica do Festival, sob direção de Evandro Matté. Com participação anos de atividade. Com regência de Rodolfo Richter, a Camerata recebe do Coro do Festival e de solistas vocais selecionados nas aulas de canto, a ainda a soprano argentina-suíça Maria Cristina Kiehr e o tenor chileno orquestra interpreta peças de Shostakovich, Rimsky-Korsakov e Ronaldo Rodrigo del Pozo, que interpretam peças de Bach. Entre palestras, ofi- Miranda, além da ópera Carmen, de Bizet, em forma de concerto. cinas e concertos, o festival conta com nomes e programas de primeira Já em Itu, São Paulo, o Festival Eleazar de Carvalho realiza sua linha. O encerramento ocorre no dia 14, com a Orquestra Sinfônica e o segunda edição com uma ampla programação pedagógica e artística, que Coro da 32ª Oficina de Música. Quem comanda o espetáculo é Osvaldo vai de 5 a 19 de janeiro. As atividades se espalham pela cidade – recebem Ferreira, e ainda há a participação do violinista Nathaniel Vallois, da apresentações o Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho, a Igreja violista Harriet Carr e do violoncelista Alexander Baillie. No repertório, Nossa Senhora da Candelária, o auditório do Paço Municipal e a Igreja composições de Mahler, Elgar e Villa-Lobos. São Luiz Gonzaga. A direção artística é de Sonia Muniz. O encerramento Entre os dias 19 de janeiro e 1º de fevereiro, a pequena cidade de acontece no dia 19 de janeiro, no Paço Municipal, quando a Orquestra Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, recebe o importante Festival de e o Coro do Festival tocam sob regência de Sergei Eleazar de Carvalho e Música de Santa Catarina (Femusc). Consolidado no circuito de verão Emílio de Cesar (preparador). da música clássica, o festival, que está em sua 9ª edição, tem direção artística de Alex Klein e é sediado no Centro Cultural da Sociedade Cul- Escola de Música de São Paulo também faz Festival tura Artística da cidade (leia mais sobre o local na seção GPS Musical, A Escola de Música de São Paulo (antiga Escola Municipal de Músi- na página 72). No dia 19 acontece a abertura, com formações pouco ca) realiza, entre os dias 20 e 31 de janeiro, seu 1º Festival de Verão. O usuais: duo de harpa e orquestra de pianos – além de um recital de piano evento foi criado para comemorar os 45 anos da Escola de Música, que solo. O repertório também evita o lugar-comum, com peças de Piazzolla, foi fundada em 1969 (leia mais na página 16). Com palestras, oficinas, Darius Milhaud e Franz Schubert. No dia 20, quem toca é a orquestra exposições e recitais, o festival acontece na própria sede da escola – as residente do Femusc, a Sinfônica Juvenil da . Com regência de Ri- inscrições para as atividades devem ser feitas até o dia 12 de janeiro, no cardo Castro, o grupo interpreta composições de Bernstein, Villa-Lobos, site do Theatro Municipal de São Paulo (www.theatromunicipal.sp.gov. Tchaikovsky e Stravinsky. Um dos maiores momentos do festival será, br); há vagas tanto para quem deseja participar da programação quanto com certeza, o concerto do dia 27, que conta com a participação do para ouvintes. renomado pianista francês Jean-Yves Thibaudet. Ele toca o Concerto de A abertura oficial acontece às 10h do dia 20. No mesmo dia, às 14h, Ravel, acompanhado pela Sinfônica Juvenil da Bahia, novamente com os professores Antonio Ribeiro e Leonardo Martinelli promovem a pales- Ricardo Castro na regência. O programa ainda traz peças de câmara, tra O que é música. Às 16h, acontece um recital dos alunos. interpretadas por professores do festival. O festival se encerra no dia 1º O encerramento ocorre no dia 31, com uma apresentação da Big de fevereiro, com a Orquestra Sinfônica do Femusc, sob direção de Alex Band & Soundscape, com os professores Daniel d’Alcantara, Maurício Klein. No programa, peças de Strauss II e Stravinsky. de Souza e Samuel Pompeo. Outro importante evento é o jovem Festival Internacional Sesc O festival tem coordenação artística da diretora da Escola de Música de Música, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Em sua quarta edição, o de São Paulo, Sonia Albano, e conta com participação de nomes impor- festival conta novamente com direção artística de Evandro Matté. São tantes da cena clássica da cidade e do país, como Dana Radu, Marcos treze dias de duração (de 19 a 31 de janeiro), quando ocorrem 48 espe- Brucolli, Fernando Tomimura, Edna d’Oliveira e Paulo Porto Alegre.

28 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO Brasília, DF 07/18h30: Olga Kiun e Clenice 09/19h45: Palestra com Marco instrumental; Toquinho – Caderno; Ortigara – pianos, Winston Ramalho Aurélio Koentopp. Às 20h30: Antonio Adolfo/Tibério Gaspar – Sá 36º CIVEBRA – violino e Mariam Adam – clarine- Concerto dos professores de Marina; Banchieri – Contrappunto Curso Internacional de Verão te. Programa: Franck – Sonata para música antiga: Maria Cristina Kiehr bestiale alla mente; Edu Lobo/ da Escola de Música de Brasília violino e piano; Paquito de Rivera – – soprano, Rodrigo del Pozo – Chico Buarque – Ciranda da bai- Lecuoñeras; Brahms – Sonata nº 1 tenor, Malgorzata Wojciechowska – larina e Na carreira; Paulo Tatit e De 14 a 25 de janeiro para clarinete e piano. flauta, Diego Nadra – oboé, Sandra Peres – Fome-Come; José Informações: Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 30. Tomasz Wesolowski – fagote, Augusto Cougil – Querer é poder. www.emb.se.df.gov.br Robert Farley – trompete, Rodolfo Capela Santa Maria – Espaço Cultural. 07/19h45: Palestra com Marco Richter e Nicholas Robinson – Entrada franca. Aurélio Koentopp. Às 20h30: Kuss violinos, Claire Fahy – viola, Juan Curitiba, PR Quartet. Programa: Mozart – Quarteto Manuel Quintana – viola da gamba, 11/15h00: Palestra com Arthur nº 21 K 575; Lutoslawski – Quarteto; e Phoebe Carrai – violoncelo, Paolo Nestrovski. Mendelssohn – Quarteto nº 6 op. 80. Paço da Liberdade – Sesc Paraná. R$ 6. 32ª OFICINA DE MÚSICA Zuccheri – violoncelo, William Canal da Música – Tel. (41) 3331-7500. R$ 30. Carter – teorba e guitarra barroca DE CURITIBA 11/18h30: Elizabeth Fadel – cravo e Luca Guglielmi – cravo. Programa: e convidados. Programa: obras de De 5 a 14 de janeiro 08/12h30: Rodrigo del Pozo – tenor obras de Marco Uccellini, Antonio Monteverdi, Bach, Mozart e Stravinsky, Música erudita e música antiga e William Carter – teorba e guitarra Bertali, Biagio Marini, Francesco entre outros. barroca. Programa: música antiga. Turini, Tarquínio Merula, Vivaldi, De 11 a 20 de janeiro Teatro do Paiol. R$ 30 e R$ 15 Igreja Comunidade Luterana do Redentor – Torelli e Händel. Música popular brasileira Tel. (41) 3223-4745. Entrada franca. Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 30. 11/19h00: Arthur Nestrovski – violão Direção artística: 08/18h30: Winston Ramalho – violi- e Livia Nestrovski – canto. 10/09h30: Palestra Aprender tocar Jeanette Andrade no, Alexandre Razera – viola, Bonita Paço da Liberdade – Sesc Paraná. R$ 12. e criar ao piano, com Abigail Silva. Informações: Boyd – flauta, Luca Benucci – trompa Capela Santa Maria – Espaço Cultural. 11/20h30: Orquestra Clássica da www.oficinademusica.org.br e Olga Kiun – piano. Programa: Villa- Entrada franca. Lobos – Duo para violino e viola; 32ª Oficina de Música de Curitiba. 05/20h30: Concerto de abertu- Händel/Halvorsen – Passacaglia para 10/12h30: Malgorzata Cláudio Cruz – regente, David ra. Camerata Antiqua de Curitiba. violino e viola; Poulenc – Sonata para Wojciechowska – flauta, Diego Lefevre – violino, Artem Chirkov – Rodolfo Richter – regente, Maria flauta e piano FP 164; Brahms – Trio Nadra – oboé, Tomasz Wesolowski contrabaixo e Tim Hugh – violoncelo. Cristina Kiehr (Argentina/Suíça) – op. 40. – fagote, Rodolfo Richter e Nicholas Programa – Guerra-Peixe – Mourão; soprano e Rodrigo del Pozo (Chile) Teatro do Paiol. R$ 30. Robinson – violinos, Phoebe Carrai Botesini – Gran Duo Concertante; – tenor. Programa: Bach – Cantata – violoncelo, William Carter – teorba Prokofiev – Sinfonia nº 1, Clássica; 08/19h45: Palestra com Marco Gloria in excelsis Deo BWV 191, e guitarra barroca e Luca Guglielmi – e Tchaikovsky – Variações sobre Aurélio Koentopp. Às 20h30: Fabio Cantata Ich bin vergnügt mit meinem cravo. Programa: obras de Vivaldi, um tema rococó op. 33. Zanon – violão, Bonita Boyd – flauta, Glücke BWV 84 e Cantata Nun ist das D. Scarlatti e Jan Dismas Zelenka. Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto – Alexandre Razera – viola, Rui Sul Guairão. R$ 30. Heil und die Kraft BWV 50; e Ronaldo Igreja Comunidade Luterana do Redentor. Miranda – Frutares sobre um poema Gomes, Nuno Aroso e Marcio Szulak – Entrada franca. de Hamilton Faria (estreia). percussão. Programa – Roberto Sierra 12/17h15: Palestra com Marco Guairão – Auditório Bento Munhoz da Rocha – Primeira crônica do descobrimento; 10/18h30: Duo Talea et Alia: Aurélio Koentopp. Às 18h00: Netto – Tel. (41) 3304-7914. R$ 30. Paganini – Caprichos nº 17, nº 21 e nº Rui Sul Gomes e Nuno Aroso. Quinteto de Birmingham: Nathaniel 24 para flauta; Harry Crowl – Música Programa: obras inéditas de Vallois – violino, Harriet Carr – viola, 06/18h30: Portuguese Brass Concertante para violão e percussão Dimitris Andrikopoulos, Pedro Alexander Baillie – violoncelo, David Quintet. Programa: Rossini – e Que sejam luminárias, no céu fogo Junqueira Maia, Nuno Peixoto Mcllfatrick – contrabaixo e Robert Finale, de William Tell Overture; água; e Brouwer – Paisagens, Retratos de Pinho, Ana Seara e João Markham – piano. Programa: Schubert Malcolm Arnold – Quinteto op. 73; e Mulheres. Pedro Oliveira. – Quinteto A Truta. Prokofiev – Marcha, de O amor das Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 30. Teatro do Paiol. R$ 30. Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 30. três laranjas op. 33; Horovitz – Music Hall Suíte; Eric Ewazen – Western 09/12h30: Bruno Theiss, André 10/19h45: Palestra com Marco 12/18h30: Terra Sonora: Liane Fanfare; Richard Roblee – American Bertoncini, Renato Silva e Leonardo Aurélio Koentopp. Às 20h30: Guariente – voz, Carla Zago – violino Images; e Bernstein – Suíte de West Cadorim – pianos. Programa: obras Christian Wetzel – oboé, Volker e rabeca, Gabriela Bruel – percussão, Side Story. de Chopin, Rachmaninov, Prokofiev Tessmann – fagote, Fabio Zanon – Adriano Mottin – concertina, flautas Teatro do Paiol – Tel. (41) 3213-1340. R$ 30. e Marlos Nobre. violão e Magdalena Lisak – piano. doces, metalofone e percussão, Paço da Liberdade – Sesc Paraná. Entrada Programa: Alessandro Besozzi – Giampiero Pilatti – flauta transver- franca. sal, Rogério Gulin – viola caipira e 06/19h45: Palestra com Marco Dueto para oboé e fagote; Ferdinand Rebay – Sonata nº 1 cabacítara, Plinio Silva – harmônio, Aurélio Koentopp. Às 20h30: 09/18h30: Duo Palheta ao Piano: para oboé e violão; Dutilleux – flauta doce, krumhorn, sheng e Magdalena Lisak (Polônia) – piano. Jairo Wilkens – clarinete e Clenice Sarabande et Cortege para fagote metalofone. Programa: obras do CD Programa: Beethoven – Sonatas Ortigara – piano. Programa: Poulenc e piano; Poulenc – Trio FP. 43. “Distâncias”. op. 14 nº 1 e op. 14 nº 2; Górecki – Sonata FP. 184; Liduíno Pitombeira Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 30. Teatro do Paiol. R$ 30. – Quatro prelúdios op. 1; e Chopin – – The Magic Square op. 34; Martinu – Sonata nº 3 op. 58. Sonatina; Harry Crowl – 25 Esboços; 11/12h30: Recital de violão com 12/20h00: Brass Ensemble da Capela Santa Maria – Espaço Cultural – e Marlos Nobre – Desafio op. 31 Tel. (41) 3321-2840. R$ 30. alunos de Fabio Zanon. 32ª Oficina de Música de Curitiba. nº 11 e nº 11a. Paço da Liberdade – Sesc Paraná. Entrada Participação: Portuguese Brass Teatro do Paiol. R$ 30. franca. 07/12h30: Fernando Cordella – cravo. Ensemble, Luca Benucci – trompa e Programa: obras de Ercole Pasquini, 09/19h00: DuoNovo: Audryn Rui Gomes e Nuno Aroso – percus- 11/15h00: Programa infantil. Frescobaldi, Zípoli e D. Scarlatti. Souza – trompete e Francisco Luz são. Programa – R. Strauss – Wiener Espetáculo Diário de uma bailarina. Às 18h30: Ópera no Café. Programa: – violão. Programa – Audryn Souza Fanfare; Gabrieli – Canzon Duodecimi Camerata Antiqua de Curitiba. trechos importantes da história da – Marumbeando; e Villa-Lobos – Toni; Wagner – Prelúdio de Os mestres Maria Antonia Jimenez – direção música ocidental. Reapresentação Modinha e Bachianas brasileiras nº 5. cantores de Nurembergue; Prokofiev musical e regente e Maurício dia 9 às 18h30. Centro Cultural Sesi Heitor Stockler de França – Marcha, de O amor das laranjas Paço da Liberdade – Sesc Paraná – Tel. (41) – Av. Marechal Floriano Peixoto, 458. Entrada Vogue – direção cênica. Programa: op. 33; Rodrigo – Con Amor; Jimmy 3234-4201. Entrada franca. franca. Marco Aurélio Koentopp – Abertura Webb – Mac Arthur Park; Lecuona –

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 29 Roteiro Musical Festivais de Verão

Malaguena; John Williams – Temas 07/20h30: João Luiz Rezende – violão. Jaraguá do Sul, SC 25/01 às 20h30: Orquestra de de Guerra nas estrelas; Zequinha de Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – Professores do Femusc. Catherine Abreu – Tico-tico no fubá. Tel. (11) 4022-0206. FEMUSC – 9º Festival de Música Larsen-Maguire – regente e Alexandre Catedral Basílica Menor Nossa Senhora de Santa Catarina Dossin – piano. Programa: Prokofiev da Luz dos Pinhais – Tel. (41) 3324-5136. 08/20h30: Recital de música – Concerto para piano nº 3; e Entrada franca. de câmara. De 19 de janeiro a 1º de fevereiro Rachmaninov – Danças sinfônicas. Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – 13/18h15: Palestra com Marco Tel. (11) 4022-0206. Direção artística: Alex Klein 26/01 às 20h30: Banda Sinfônica do Aurélio Koentopp. Às 19h00: Concerto Informações: Femusc. Dietmar Wiedmann – regente. final de música antiga. Orquestra 09/20h30: Recital de música www.femusc.com.br Programa: Deleruyelle – Emperor; Jorg e Coro Barroco da Oficina. Jeffrey de câmara. Duda – Concerto n° 2; Nigel Hess – East Skidmore – regente, Diego Nadra e Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – Coast Pictures; James Hosay – Abertura Tel. (11) 4022-0206. Centro Cultural SCAR – Grande Teatro – María Ximena Camelo Ortiz – oboés, Tel. (47) 3275-2477. de Persis; e Oscar Navarro – A arca Tomasz Wesolowski – fagote, Robert 10/20h30: Marcelo Okay – tenor de Noé. Farley – trompete, Rodolfo Richter e 19/01 às 20h30: Concerto de e Sonia Muniz – piano. Max Barros – Nicholas Robinson – violinos, Phoebe Abertura. Fany Solter – piano. 27/01 às 20h30: Jean-Yves Thibaudet piano. Carrai – violoncelo. Programa: obras Programa: Chopin – Barcarolle op. – piano e Arianna String Quartet: Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – 60. Marcela Mendez e Rita Costanzi John Mcgrosso e Julia Sakharova – de Vivaldi, Veracini e Telemann. Tel. (11) 4022-0206. Capela Santa Maria – Espaço Cultural. R$ 30. – harpas. Programa: Piazzolla – violinos, Joanna Mendoza – viola e Kurt Baldwin – violoncelo. Programa: 11/20h30: Concerto de premiação dos Buenos Aires hora zero, Chiquilín de Duttileux – Ainsi la nuit. Curt Schroeter 13/20h30: Concerto de encer- vencedores do Concurso Jovens Solistas Bachín; e Juan José Ramos – Milonga. – flauta, Luís Carlos Justi – oboé, Dilson ramento da Banda Sinfônica da e Regentes 2012. Orquestra do Festival. Orquestra de Pianos do Femusc. Florêncio – saxofone, Mário Ulloa – vio- 32ª Oficina de Música de Curitiba. Rafael Luz – regente. Vencedores: João Programa: Milhaud – Scaramouche, lão, Marcela Mendez – harpa e Gabriel Edivaldo Chiquini – regente e Davi Carlos Rocha – regente e Thiago Dias e da Suíte Brasileira; e Schubert – Casara – piano. Programa: Villa-Lobos – Sartori – piano. Programa: Stravinsky Mattheus Souza – violinos. Programa: Marcha Militar. Sexteto Místico. Membros da Orquestra – Concerto para piano e sopros; obras de Haydn, Bach, Bizet e Mozart. 20/01 às 20h30: Orquestra Sinfônica Sinfônica de Ribeirão Preto. Gordon entre outros. Auditório do Paço Municipal – Av. Itu 400 Juvenil da Bahia. Ricardo Castro – re- Hunt – regente. Programa: Debussy Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto – anos, nº 111 – Novo Centro. gente. Programa: Bernstein – Abertura Guairão. R$ 30. – Prelúdio À l’aprés midi d’un faune. Candide; Villa-Lobos – Bachianas bra­ Orquestra Sinfônica Juvenil da Bahia. 12/11h00: Coral do Festival. Emílio de sileiras nº 4; Tchaikovsky – Abertura 14/18h00: Concerto final de regência Ricardo Castro – regente e Jean-Yves César – regente e Leila Carvalho – piano. de Romeu e Julieta; e Stravinsky – e canto coral. Thibaudet – piano. Programa: Ravel – Igreja Nossa Senhora da Candelária – Tel. (11) O pássaro de fogo. Capela Santa Maria – Espaço Cultural. 4023-0638. Concerto para piano. Entrada franca 21/01 às 20h30: Concerto das 28/01 às 20h30: Alex Klein – oboé, 13/20h30: Recital de alunos. Nações. Programa: obras típicas e 14/18h30: Concerto final de alunos Ovanir Buosi – clarinete e tenor, Cristiano de música antiga. Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – populares dos países participantes. Tel. (11) 4022-0206. Alves – clarinete, Catalina Guevara Teatro do Paiol. Entrada franca. 22/01 às 20h30: Dennis Parker Klein – contrafagote, Rob Weir – fagote e 14/20h30: Recital de alunos. – violoncelo e Lina Morita – pia- Luiz Garcia – trompa. Programa: Mozart 14/20h30: Concerto de encerramen- Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – no. Programa: Burle Marx – – Gran Partita. Alberto Almarza – flauta to. Orquestra Sinfônica e Coro da 32ª Tel. (11) 4022-0206. Sambatango. Paul Merkelo e Flávio e Arianna String Quartet: John Mcgrosso Oficina de Música de Curitiba. Osvaldo Gabriel da Silva – trompetes, Luiz e Julia Sakharova – violinos, Joanna Ferreira – regente. Mara Campos – 15/20h30: Recital de alunos. Garcia – trompa e Pablo Fenoglio Mendoza – viola e Kurt Baldwin – vio- regente do coro, Nathaniel Vallois – Igreja São Luiz Gonzaga – Praça Duque de – . Programa: Jorg Duda – loncelo. Programa: Pitombeira – Quinteto Caxias – Largo do Quartel – Centro. violino, Harriet Carr – viola e Alexander Quinteto para metais nº 3. Alberto para flauta e cordas. Cristiano Alves – Baillie – violoncelo. Programa: Trilhas clarinete, Richard Beene – fagote, Luiz 16/20h30: Concerto de premiação dos Almarza – flauta e Eduardo Isaac sonoras de filmes; Elgar – Introdução e Garcia – trompa, Charles Stegeman vencedores do Concurso Jovens Solistas – violão. Programa: Frederic Hand allegro op. 47; Mahler – Canções de um – violino, Craig Mumm – viola, Cláudio e Regentes 2013. Orquestra Sinfônica – Quatro excursões. Gordon Hunt – viajante; e Villa-Lobos – Choros nº 10 e Jaffe – violoncelo e Catalin Rotaru de Sorocaba. Eduardo Ostergren – re- oboé, Shari Mason López – violino, Rasga o coração. – contrabaixo. Programa: Beethoven – gente. Vencedores: Edson Piza e Luís Craig Mumm – viola e Juan de Dios Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto – Rivas – violoncelo. Programa: Mozart Septeto. Guairão. R$ 30. Fidelis Oliveira – regentes e César – Quarteto. Augusto Bonfim e Rodolfo Guilherme 29/01 às 20h30: Orquestra de Harpas da Silva – violinos. ITU, SP 23/01 às 20h30: Eduardo Isaac do Femusc. Enaldo Oliveira e Daniel Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – – violão e Rita Costanzi – harpa. Guedes – regentes. Programa: Saint- Tel. (11) 4022-0206. Programa: Montsalvatge – Fantasia. Saëns – O carnaval dos animais; e II Festival Eleazar de Carvalho Ricardo Castro – piano e Arianna Villa-Lobos – Bachianas brasileira nº 9. 17/20h30: Dennis Parker – violoncelo String Quartet: John Mcgrosso e De 5 a 19 de janeiro e Lina Morita – piano. Programa: Julia Sakharova – violinos, Joanna 30/01 às 20h30: Orquestra de obras de Rochberg, Debussy, Sokolov Direção artística: Mendoza – viola e Kurt Baldwin Violões do Femusc. Eduardo Isaac e Burle Marx. Sonia Muniz de Carvalho – violoncelo. Programa: Dvorák – regente. Programa: Brouwer – Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – Canções Remotas. Grupo de Música Entrada franca Tel. (11) 4022-0206. – Quinteto para piano e cordas. Membros da Orquestra Sinfônica Contemporânea do Femusc. Dietmar Wiedmann – regente e Ole Bohn Informações: 18/20h30: Recital de música de de Ribeirão Preto. Programa: – violino. Programa: Kurt Weill – www.eleazarfundec.org.br câmara. Debussy – Petit Suite; e Simon Concerto para violino. Grupo de Metais Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – Bernardini – Líder. 05/18h00: Concerto de Abertura. Tel. (11) 4022-0206. do Femusc. Luiz Lenzi – regente. Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – 24/01 às 20h30: Orquestra Sem Programa: Chaminade – Concertino Tel. (11) 4022-0206. 19/20h30: Concerto de Encerramento. Maestro. Leon Spierer – direção. para flauta e banda; Thomas Doss Orquestra e Coro do Festival. Sergei Programa: Schubert – Sinfonia nº 8, – Prima la musica; Eric Ewazen 06/20h30: Recital de música Eleazar de Carvalho e Emílio de César Inacabada. Orquestra Sinfônica do – Fanfarria Castellana; Paul Hart – de câmara. – regentes. Femusc. Pedro Carneiro – regente. Cartoon; Kamen- Robin Hood; Alfred Teatro Escola de Música Eleazar de Carvalho – Auditório do Paço Municipal – Av. Itu 400 Programa: Revueltas – Sensemayá; Reed – Sinfonia para metais e percus- Tel. (11) 4022-0206. anos, nº 111 – Novo Centro. e Villa-Lobos – Choros nº 6. são; e Otto Schwarz – Nostradamus.

30 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO 31/01 às 20h30: Mega Orquestra 28/20h30: Grupos do Festival. Núcleo 28/11h00: Festival na Comunidade. 15/20h30: Ensemble São Paulo. do Femusc. Alex Klein – regente. de percussão e metais. Quinteto de Metais Residente. 16/20h30: Coro Sinfônico, classe Programa: R. Strauss – Assim falou Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. Paróquia Nossa Senhora da Luz – Tel. (53) Zarathustra; Villa-Lobos – O trenzi- 3225-4786. de canto e Banda Sinfônica do nho do caipira; Rimsky- Korsakov 29/20h30: Grupos do Festival. Núcleo Festival. Regina Kinjo – preparadora – Abertura de A grande páscoa de cordas e madeiras. 29/11h00: Festival na Comunidade. do coro, Francisco Canpos – prepa- russa; Arturo Marquez – Dança nº Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. Quinteto de Sopros Residente. rador dos solistas e Mônica Giardini 2; Stravinsky – Petroushka; Albert Museu da Baronesa – Tel. (53) 3228-4606. – regente. 30/14h30: Ensaio aberto. Banda Ketelbey – O relógio e As figuras de 17/20h30: Orquestra Sinfônica Sinfônica Acadêmica. Às 20h30: 29/14h00: Quinteto de Cordas Dresden; Ravel – Bolero; Tchaikovsky do Festival. Jorge Perez-Gomez – Apresentação da Banda Sinfônica Residente. – Sinfonia nº 4, Final; e Zequinha de regente. Programa: Prokofiev – Acadêmica. Gustavo Fontana Comunidade São Lucas – Tel. (53) 3223-0053. Abreu – Tico-tico no fubá. Abertura sobre temas hebraicos (Argentina) – regente. op. 34. 01/02 às 20h30: Concerto de Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. 31/21h00: Concerto de Encerramento. Orquestra Acadêmica do Festival e Encerramento. Orquestra Sem Maestro. 18/20h30: Concerto de Coral do Festival. Evandro Matté – re- Leon Spierer – direção. Programa: 21/19h00: Grupo de Música Encerramento. Orquestra Sinfõnica gente e solistas da classe de canto. J. Strauss – Danúbio azul. Orquestra Contemporânea da UFPEL. do Festival. Jean Reis – regente. Programa: Shostakovich – Festival Sinfônica do Femusc. Catherine Participação: Ensemble São Paulo, 22/19h00: Música de Câmara. Overture; Rimsky-Korsakov – Capricho Larsen-Maguire – regente. Programa: Flávio Augusto – piano e Coro Espanhol; Ronaldo Miranda – Celebrare; Stravinsky – Petroushka. 23/13h00: Recital de alunos. Sinfônico do Festival. Programa: e Bizet – Ópera Carmen em forma de Às 19h00: Música de Câmara. Elgar – Introdução e Allegro para concerto. Pelotas, RS 24/13h00: Recital de alunos. quarteto de cordas e orquestra Às 19h00: Música de Câmara. Parque Dom Antônio Zattera – Av. Bento Gonçalves, s/nº. de cordas op. 47; Rachmaninov – IV FESTIVAL INTERNACIONAL 25/13h00: Recital de alunos. Concerto para piano nº 2; Liszt – Les SESC DE MÚSICA Prelúdes, poema sinfônica nº 3 S. 97; 26/18h00: Recital da classe Poços de Caldas, MG e Mascagni – Trechos de Cavalleria de canto. De 19 a 31 de janeiro Rusticana. 27/13h00: Recital de alunos. Direção artística: Evandro Matté 15º FESTIVAL MÚSICA Às 19h00: Música de Câmara. NAS MONTANHAS SÃO PAULO, SP Informações: 28/13h00: Recital de alunos. www.sesc-rs.com.br/festival Às 19h00: Música de Câmara. De 5 a 18 de janeiro Iº FESTIVAL DE VERÃO DA ESCOLA 29/13h00: Recital de alunos. Direção artística: Jean Reis 19/20h00: Concerto de abertura. DE MÚSICA DE SÃO PAULO Orquestra de Metais Lyra (Tatuí). Às 19h00: Música de Câmara. Informações: Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. De 20 a 31 de janeiro 30/13h00: Recital de alunos. www.festivalmusicanasmontanhas.com.br Às 19h00: Música de Câmara. 20/20h30: Quarteto Camargo Direção artística: Guarnieri: Elisa Fukuda e Ricardo 31/13h00: Recital de alunos. Série Concertos Noturnos Sonia Regina Albano de Lima Takahashi – violinos, Silvio Catto – vio- Às 19h00: Música de Câmara. Teatro da Urca – Tel. (35) 3713-9901. Biblioteca Pública – Tel. (53) 3222 3856. Informações: la e Joel de Souza – violoncelo. 06/20h30: Flautas EnCanto a 4. www.theatromunicipal.sp.gov.br Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. 22/11h00: Festival na Comunidade. 07/20h30: Sion & Heraldo do Monte EMSP – Av. São João, 281 – Tel. (11) 3209-6580 21/10h00: Ensaio aberto. Ópera A Quinteto de Sopros Residente. Quarteto. Raízes do instrumental flauta mágica, de Mozart. Às 20h30: Lar de Idosos Filadélfia – Tel. (53) 3227-8984. brasileiro. 20/10h00: Abertura oficial. Às Apresentação de A flauta mágica, de 14h00: Palestra: O que é música, com Mozart. Orquestra Unisinos Anchieta. 22/14h00: Festival na Comunidade. 08/20h30: Quinteto Versatilis: Leonardo Martinelli e Antonio Ribeiro. Evandro Matté – regente. Quinteto de Cordas Residente. Cármelo de los Santos e Jean Reis – Às 16h00: Recital de abertura com Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. Paróquia São José – Tel. (53) 3221-1201. violinos, Renato Bandel – viola, Viktor alunos. Uzur – violoncelo, Marcos Machado 22/20h30: Polyphonia Khoros. 23/11h00: Festival na Comunidade. – contrabaixo. Ney Fialkow – piano. 21/10h00: Recital com Everton Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. Quinteto de Sopros Residente. Programa: Amaral Vieira – Fronteiras Gloeden – violão. Às 11h00: Recital Expresso Embaixador – Tel. (53) 3278-7000. op. 297; e Dvorák – Quinteto de cordas com Diogo Carvalho – violão. 23/20h30: Clássicos do Jazz. nº 2 op. 77. 22/14h00: Palestra: A trajetória do Orquestra Unisinos Anchieta. 24/11h00: Festival na Comunidade. 09/20h30: Sujeito a Guincho. saxofone no jazz, com Maurício de Evandro Matté – regente, Ana Kruger Quinteto de Sopros Residente. Souza. – canto, Rafael Lima – saxofone, José UFPEL – Campus Anglo – Tel. (53) 3921-1401. 10/20h30: Orquestra Sinfônica Milton – trombone, Marcelo Piraino – do Festival. Leon Burke – regente. 23/10h00: Palestra: Os grandes 24/20h30: Orquestra e Coral da clarinete e clarone, Luís Mauro Filho Alejandro Drago – violino. Programa: regentes das últimas décadas, com Sociedade Pelotense Música pela – piano, Douglas Gutjahrd – vibrafone, Alejandro Drago – Mistérios de Buenos Érika Hindrikson. Tiago Linck – trompete e Jorge Matte Música. Sérgio Sisto – regente. Aires para violino e orquestra; e Villa- – bateria. Catedral de Pelotas – Tel. (53) 3222-2096. Lobos – Bachianas brasileiras nº 2. 24/14h00: Recital com Délcia Pereira Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. Coelho – harpa. 25/11h00: Festival na Comunidade. 11/20h30: Orquestra Sinfônica 26/20h30: Orquestra Acadêmica Grupo de Metais do Festival e do Festival. Jean Reis – regente. 27/14h00: Recital de alunos de do Festival. Antonio Saiote (Portugal) Quinteto de Metais Residente. Guigla Katsarava – piano. Programa: clarinete. Às 14h00: Recital com Joel – regente. Programa: Mahler – Chafariz – Rua Félix da Cunha, 765 – Centro. Tchaikovsky – Concerto para piano nº 1 Gisinger – oboé e Dana Radu – piano. op. 23 e Capricho Italiano op. 45. Sinfonia nº 1. 28/10h00: Recital com Gabriel Gorum Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. 25/14h00: Ensaio Aberto. – violino e Dana Radu – piano. Banda Sinfônica Acadêmica. Às 12/20h30: Trio Brasileiro. 27/20h30: Orquestra Residente 21h00: Apresentação da Banda 13/20h30: Quarteto Camargo 29/14h00: Recital de alunos do curso do Festival. Jorge Lehz (Argentina) – Sinfônica Acadêmica. Gustavo Guarnieri. de Música de câmara. regente, Christoph Hartmann – oboé Fontana – regente. e Bridget Kibbey – harpa. Largo da Prefeitura – Mercado Público – 14/20h30: Concerto dos professores 30/10h00: Palestra: A família das Teatro Guarany – Tel. (53) 3225-7636. Centro. do festival. flautas doces, com Hélcio Müller.

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 31 Roteiro Musical São Paulo

Sala São Paulo 15h30 Lucas Gonçalves – piano Janeiro Música no MuBE. Programa: Haydn Osesp faz dois programas com – Sonata Hob XVI:20; Debussy – Children’s Corner; Granados – Quejas Villa-Lobos em fevereiro 12 DOMINGO o La maja y el ruiseñor; e Chopin – Barcarolle op. 60. Antes da abertura oficial de Marin Alsop 15h30 Richard Kogima – piano Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 – Jd. sua temporada 2014 – que cele- Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). R$ 20. Música no MuBE. Programa: Kogima bra o aniversário de 60 anos da – Verni Domine Jesu!, homenagem, a orquestra –, a Osesp apresenta Shostakovich; Bach – Ária Variata a la 25 SÁBADO dois programas em fevereiro, Maniera Italiana; e Prokofiev – Sonata na Sala São Paulo. Ambos são nº 7, Stalingrad. 11h00 Banda Sinfônica do Estado marcados por peças de Heitor Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 – Jd. de São Paulo Villa-Lobos, compositor em Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). R$ 20. Marcos Sadao Shirakawa – regen- foco na temporada, que ao te. Marisa Takano Lui – clarinete. longo do ano terá ciclos dedi- 18 SÁBADO Programa: John Williams – Temas dos filmes Super Homem, A lista de cados a suas obras. O primeiro Schindler e entre outros. programa tem duas datas, dias 18h30 Horácio Gouveia – piano Série Concertos. Instantes Paulistanos. Theatro São Pedro – Sala principal – Rua 14 e 15, e conta com regência Programa: Guarnieri – Sonatina nº 3; Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. o n da diretora musical e maestrina (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro Willy Corrêa de Oliveira – Instantes nº 2; (636 lugares). Entrada franca. titular do grupo, Marin Alsop. Gilberto Mendes – Três contos de Cortazar Com um repertório brasileiro, o ou Destino das explicações; Silvio Ferraz 12h00 Coro Brasileiro de concerto se inicia com trechos – Cortazar ou Quarto com caixa vazia; e repertório Almeida Prado – Cartas celestes vol. 1. Homenagem aos 460 anos da cida- divulgação / Gr a nt L eigh t divulgação das Bachianas brasileiras nº 4, e as Bachianas nº 5; completam o Sesc Vila Mariana – Auditório – Rua Pelotas, de de São Paulo. José Roberto de 141 – Vila Mariana – 1º andar – Tel. (11) 5080- Paulo – regente. Programa: obras do repertório obras como o Ponteio e o Frevo de Claudio Santoro, a Dança 3147 (128 lugares). Entrada franca. Retirar erudito brasileiro original para coro. brasileira de Camargo Guarnieri e o Batuque de Lorenzo Fernández, ingressos uma hora antes. Realização: Sesc Carmo. além de composições populares de nomes como Tom Jobim, Pixingui- 20h00 Helena Marcondes Igreja Nossa Senhora da Boa Morte – nha e Zequinha de Abreu. Machado – piano Rua do Carmo, 202 – Sé – Tel. (11) 3101-6889 (100 lugares). Entrada franca. Villa-Lobos volta à pauta da Osesp no dia 28 de fevereiro, quando a Recitais Eubiose. Participação: Lawrence orquestra, sob regência de Isaac Karabtchevsky, interpreta as Sinfonias Longhi – piano. Programa: A. Levy – 17h00 Jazz Sinfônica do Estado nº 1, O imprevisto e nº 12 e o poema sinfônico Uirapuru. O programa, Allegro Apassionato op. 14; Mozart de São Paulo que se repete no dia 1º de março, faz parte da série de gravações que a – Variações sobre o tema “Ah! Vous João Maurício Galindo – regente. Osesp registra com Karabtchevsky para o selo Naxos, da integral das dirai-je, Maman”; Schubert – Momento Theatro São Pedro – Sala principal – Rua sinfonias de Villa-Lobos. (Em fevereiro de 2013 foi gravada a Sinfonia musical op. 94 nº 3 e Improviso op. Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. 90 nº 2; Maria Apparecida Macedo (11) 3667-0499 – Metrô Marechal Deodoro nº 10, Ameríndia , que terá lançamento neste ano.) – Marília; Lacerda – Berceuse de um (636 lugares). Entrada franca. Somente na segunda semana de março é que a Osesp inicia oficial- gato que morreu; F.E. Gonzaga – Lua mente sua temporada, com Alsop na regência e participação do norte- branca; J.M. Abreu – Levanta poeira; 18h30 gilson Antunes – violão -americano Garrick Ohlsson (piano), do brasileiro Paulo Mestre (con- Nazareth – Coração que sente e Fon- Série Concertos. Programa: Guarnieri tratenor) e do Coro da Osesp. Acompanhe a temporada da Osesp nas fon; Schumann – Träumerei op. 15 nº – Ponteio e valsa-choro; Mignone próximas edições da Revista CONCERTO. 7; Durand – Première valse op. 83; – Valsas nº 1 e nº 8; Almeida Prado – Debussy – Rêverie; Albéniz – Sevilha; Sonata nº 1; Bonis – Pendular; Cardim – Granados – Zapateado nº 6; e Liszt – Im Temperamentos; Salles – Delicatessen; Canhoto – Marcha triunfal brasileira, Dia 25 de janeiro, Theatro São Pedro Traum e Polonaise nº 2. Sociedade Brasileira de Eubiose – Av. Lacerda Abismo de rosas, Olhos feiticeiros, Franco, 1059 – Aclimação – Tel. (11) 3208-9914 Quando os corações se querem e Theatro São Pedro homenageia e 3208-6699 (201 lugares). R$ 20. Marcha dos marinheiros; e Giacomino São Paulo com árias de óperas – Festa na fazenda. 19 DOMINGO Sesc Vila Mariana – Auditório – Rua Pelotas, Como de costume, o Theatro São Pedro homenageia o aniversário 141 – Vila Mariana – 1º andar – Tel. (11) 5080- 3147 (128 lugares). Entrada franca. Retirar de São Paulo, no dia 25 de janeiro, com uma maratona de apresentações. 14h00 Grupo de Poetas, Cantores ingressos uma hora antes. O primeiro deles ocorre às 11h e conta com a Banda Sinfônica. Sob e Declamadores de São Paulo direção de Marcos Sadao Shirakawa, o grupo toca peças de John Williams, Direção musical: Yara Lopes. Direção 20h00 Orquestra do Theatro conhecidas pelo grande público como trilha sonora de filmes de sucesso. artística: Terezinha Dias Rocha. Diana São Pedro e Academia de Ópera Já às 17h é a vez da Jazz Sinfônica, que atua sob a batuta de seu titular, Victoria e Susana Miranda – sopranos; Theatro São Pedro Antonio Failde, Luigi Venutti, Luiz João Maurício Galindo. Carlos Morejano – regente. Camila Sartorelli e Mario Sartorelli – tenores; A Orquestra do Theatro São Pedro encerra a festividade no horário Titinger, Chiara Santoro, Elisabete Margarete Sa, Teresa Cristina, Gilberto de Almeida, Mayra Terzian, de gala das 20h. A orquestra é dirigida pelo regente adjunto, o maestro Apra, Walter Sardinha, Angela Conte, Roseane Soares e Sheila Minatti – Carlos Morejano, e recebe um time de solistas vocais formado por Cami- Hugo Sergio, Lourdes de Olivieira, Rosa sopranos; Caroline Jadach e Joyce la Titinger, Chiara Santoro, Elisabete de Almeida, Mayra Terzian, Rosea­ Maria Failde, Eni Lara, João Marques, de Souza – mezzo sopranos; Anibal ne Soares, Sheila Minatti (sopranos); Caroline Jadach, Joyce de Souza Marlene Caprino e Richard Coracciolli Mancini e Fábio Siniscarchio – te- (mezzos); Anibal Mancini, Fábio Siniscarchio (tenores); André Rabello, – cantores; Sandra Stiphan – teclado e nores; André Rabello e Johnny Johnny França (barítonos); Francisco Bois e Gustavo Lassen (baixos). João Gimenes – bateria. França – barítonos; e Francisco – Av. O repertório traz trechos de grandes óperas, como As bodas de Fígaro, Biblioteca de São Paulo – Auditório Bois e Gustavo Lassen – baixos. Cruzeiro do Sul, 2630 – Santana – Tel. (11) Programa: Trechos de Mozart – As de Mozart, O barbeiro de Sevilha, de Rossini, Carmen, de Bizet, e Rigo- 2089-0800 (89 lugares). Reapresentação dia 31 bodas de Fígaro K 492; Rossini – O letto, de Verdi, entre outras. às 14h na Biblioteca Municipal Nuto Sant’Anna. Entrada franca. barbeiro de Sevilha, A Cinderela e

32 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO l’italiana in Algeri; Bizet – Carmen; Bach – Sonatas para flauta e teclado Theatro Municipal Delibes – Lakmé; Donizetti – Lucia BWV 1033, BWV 1031 e DBW 1032. Di Lammermoor; e Verdi – Rigoletto. Espaço Cachuera! – Rua Monte Alegre, 1094 – OSM toca espetáculo produzido Leia mais ao lado. Perdizes – Tel. (11) 3872-8113 e 3872-5563 (60 lugares). R$ 30. Theatro São Pedro – Sala principal – Rua pelo grupo La Fura dels Baus Albuquerque Lins, 207 – Barra Funda – Tel. (11) 3667-0499 (636 lugares). Entrada franca. 31 SEXTA-FEIRA O Theatro Municipal de São Paulo é palco de um espetáculo especial nos dias 15 e 16 de fevereiro. Com a Orquestra Sinfônica Municipal sob 20h00 Balé da Cidade de são Paulo a batuta de John Neschling, a casa apresenta a chamada Trilogia romana, Iracity Cardoso – direção artística. 14h00 Grupo de Poetas, Cantores de Ottorino Respighi, em uma produção da prestigiada companhia de te- Programa: Oscar Araiz – Cantares; Alex e Declamadores de São Paulo Soares – Abrupto e Mauro Bigonzetti – Direção musical: Yara Lopes. Direção atro catalã La Fura dels Baus. Fundado em 1979, em Barcelona, o grupo Cantata. Leia mais ao lado. artística: Terezinha Dias Rocha. Veja é conhecido por fazer um teatro criativo e vanguardista, que mescla a Theatro Municipal de São Paulo – Praça detalhes dia 19 às 14h. expressão corporal com recursos tecnológicos. Ramos de Azevedo – Centro – Tel. (11) 3397- Biblioteca Municipal Nuto Sant’Anna – Pça. No Municipal paulista, La Fura dels Baus apresenta um espetáculo 0327. Ingressos: tel. (11) 4003-2050 e Tenório Aguiar, 32 – Santana – Tel 6973-0072. www.ingressorapido.com.br (1530 lugares). Entrada franca. que une música e vídeo. A orquestra toca sobre o palco, e uma grande R$ 20 a R$ 60. Reapresentação dia 26 às 18h tela transmite projeções de luz, sombras e videocriações do fotógrafo e dias 27, 28 e 29 às 20h. francês Emmanuel Carlier, que interagem com os temas tratados por Fevereiro Respighi em seus poemas sinfônicos. Fontes de Roma, Pinheiros de 26 DOMINGO Roma e Festivais romanos são ilustrados na correspondência criada en- tre os homens e elementos naturais que compõem os poemas: a água, a 15h30 Vagner Ferreira – piano 1 SÁBADO pedra e o pinho. Música no MuBE. Programa: Bach – Antes, em janeiro, o Theatro Municipal sedia cinco apresentações Prelúdio e fuga BWV 870 e Concerto 11h00 Balé O Quebra-Nozes, de italiano BWV 971; Chopin – Noturno op. do Balé da Cidade de São Paulo, entre os dias 25 e 29. São apresentadas Tchaikovsky três coreografias: Cantares, de Oscar Araiz, Abrupto, de Alex Soares, e 9 nº 1, Noturno op. Póstumo e Balada Royal Opera House. The Royal Ballet op. 52 nº 4; e Bartók – Suíte op. 14. e Royal Orchestra Opera House. a Cantata, de Mauro Bigonzetti. As danças têm música de Ravel, Arvo Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 – Laura Morera – fada açucarada e Pärt e canções populares do sul da Itália, respectivamente. Jd. Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). R$ 20. Federico Bonelli – príncipe. Coreografia: Peter Wright baseado no original de 18h00 Balé da Cidade de são Paulo Lev Ivanov. Veja detalhes dia 25 às 20h. Cinemark. Veja cinemas participantes em www.cinemark.com.br/royal-opera-house. Theatro Municipal de São Paulo – Praça QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA Reapresentação dias 2, 4 e 6. Favor confirmar 6 14 Ramos de Azevedo – Centro – Tel. (11) 3397- horário. 0327. Ingressos: tel. (11) 4003-2050 e www. ingressorapido.com.br (1530 lugares). R$ 20 a 11h00 O Quebra-Nozes, de 19h30 Orquestra Sinfônica do R$ 60. Reapresentação dias 27, 28 e 29 às 20h. DOMINGO Tchaikovsky Estado de São Paulo 2 Royal Opera House. The Royal Ballet Concertos a preço popular. Marin e Royal Orchestra Opera House. Alsop – regente. Programa: Villa-Lobos SEGUNDA-FEIRA 27 11h00 Balé O Quebra-Nozes, de Laura Morera – fada açucarada e – Bachianas brasileiras nº 4 e nº 5; Edu Tchaikovsky Federico Bonelli – príncipe. Coreografia: Lobo – Suíte popular brasileira; Clarice 20h00 Balé da Cidade de são Paulo Royal Opera House. The Royal Ballet Peter Wright baseado no original de Assad – Saravá – Homenagem a Vinícius Veja detalhes dia 25 às 20h. e Royal Orchestra Opera House. Lev Ivanov. de Moraes; Fernández – Reisado do Theatro Municipal de São Paulo – Praça Laura Morera – fada açucarada e Cinemark. Veja cinemas participantes em Pastoreio: Batuque; Santoro – Ponteio Ramos de Azevedo – Centro – Tel. (11) 3397- Federico Bonelli – príncipe. Coreografia: www.cinemark.com.br/royal-opera-house. e Frevo; Mignone – Congada; Guarnieri 0327. Ingressos: tel. (11) 4003-2050 e www. Peter Wright baseado no original de Favor confirmar horário. ingressorapido.com.br (1530 lugares). R$ 20 – Três danças para orquestra: nº 3 a R$ 60. Reapresentação dias 28 e 29 às 20h. Lev Ivanov. Dança negra e nº 1 Dança brasileira; Cinemark. Veja cinemas participantes em SÁBADO Tom Jobim – A chegada dos candangos; www.cinemark.com.br/royal-opera-house. 8 28 TERÇA-FEIRA Reapresentação dias 4 e 6. Favor confirmar Carlos Gomes – Lo Schiavo, Alvorada; horário. 15h55 Ópera Rusalka, de Dvorák Zequinha Abreu – Tico-tico no fubá; e Pixinguinha /Jacó do Bandolim – 20h00 Balé da Cidade de são Paulo Transmissão ao vivo. The 15h30 pedro Henrique Girotti Medley: choros. Leia mais ao lado. Veja detalhes dia 25 às 20h. Metropolitan Opera de Nova York. Sperandio – piano Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos Theatro Municipal de São Paulo – Praça Yannick Nézet-Séguin – regente. Otto Música no MuBE. Programa: Elísios – Tel. (11) 3223-3966. Ingressos: tel. (11) Ramos de Azevedo – Centro – Tel. (11) 3397- Schenk – produção. Günther Schneider- Beethoven – Sonata nº 27 op. 90; 4003-1212 e www.ingressorapido.com.br. Pessoas 0327. Ingressos: tel. (11) 4003-2050 e Siemssen – cenografia. Renée Fleming acima de 60 anos e estudantes pagam meia www.ingressorapido.com.br (1530 lugares). Schubert – Quatro improvisos op. 90; – Rusalka, Emily Magee – Foreign entrada (na bilheteria). Estacionamento: R$ 18 R$ 20 a R$ 60. Reapresentação dia 29 às 20h. e Rachmaninov – Sonata nº 2 op. 36. Princess, Dolora Zajick – Ježibaba, Piotr (1388 lugares). Reapresentação dia 15 às 19h30. Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 – Jd. Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). R$ 20. Beczala – Prince, John Relyea – Water 29 QUARTA-FEIRA Sprite. 15 SÁBADO UCI Salas de Cinema – Jardim Sul, Anália 4 TERÇA-FEIRA Franco e Santana Parque e Kinoplex Vila 20h00 Balé da Cidade de são Paulo Olímpia 5. R$ 60. 19h30 Orquestra Sinfônica do Veja detalhes dia 25 às 20h. 11h00 Balé O Quebra-Nozes, de Estado de São Paulo Theatro Municipal de São Paulo – Praça Ramos Tchaikovsky Concertos a preço popular. Marin de Azevedo – Centro – Tel. (11) 3397-0327. DOMINGO Alsop – regente. Programa: Villa- R$ 20 a R$ 60. Ingressos: tel. (11) 4003-2050 Royal Opera House. The Royal Ballet 9 e www.ingressorapido.com.br (1530 lugares). e Royal Orchestra Opera House. Lobos – Bachianas brasileiras nº 4 e nº Laura Morera – fada açucarada e 15h30 Juliana d’Agostini – piano 5; Edu Lobo – Suíte popular brasileira; Música no MuBE. Programa: Chopin Clarice Assad – Saravá – Homenagem 30 QUINTA-FEIRA Federico Bonelli – príncipe. Coreografia: Peter Wright baseado no original de – Noturno op. 9 nº 1; Liszt – Venezia a Vinícius de Moraes; Fernández Lev Ivanov. e Napoli; e Rachmaninov – Étude – Reisado do Pastoreio: Batuque; 21h00 Duo Aquarius Cinemark. Veja cinemas participantes em Tableaux op. 33 nº 3 e nº 9. Santoro – Ponteio e Frevo; Mignone – Bach: Tema & Contratema. Shen Ribeiro www.cinemark.com.br/royal-opera-house. Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 – Jd. Congada; Guarnieri – Três danças para – flauta e Paulo Dias – piano. Programa: Reapresentação dia 6. Favor confirmar horário. Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). R$ 20. orquestra: nº 3 Dança negra e nº 1

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 33 Roteiro Musical São Paulo

Dança brasileira; Tom Jobim – A chega- Apra, Walter Sardinha, Angela Conte, e Tchaikovsky – Diamonds. Programa: Bach – Sonatas para flauta da dos candangos; Carlos Gomes – Lo Hugo Sergio, Lourdes de Olivieira, Rosa Coreografia: George Balanchine. e teclado BWV 1020, BWV 1034 e Schiavo, Alvorada; Zequinha Abreu – Maria Failde, Eni Lara, João Marques, UCI Salas de Cinema – Jardim Sul, BWV 1030. Tico-tico no fubá; e Pixinguinha /Jacó Marlene Caprino e Richard Coracciolli – Anália Franco e Santana Parque. R$ 60. Espaço Cachuera! – Rua Monte Alegre, 1094 – do Bandolim – Medley: choros. cantores; Sandra Stiphan – teclado. Reapresentação dia 23 às 14h. Perdizes – Tel. (11) 3872-8113 e 3872-5563 (60 lugares). R$ 30. Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos Biblioteca de São Paulo – Auditório – Av. Elísios – Tel. (11) 3223-3966. Ingressos: tel. Cruzeiro do Sul, 2630 – Santana – Tel. (11) (11) 4003-1212 e www.ingressorapido.com.br. 2089-0800 (89 lugares). Reapresentação dia 23 DOMINGO Pessoas acima de 60 anos e estudantes pagam 28 às 14h na Biblioteca Municipal Nuto 28 SEXTA-FEIRA meia entrada (na bilheteria). Estacionamento: Sant’Anna. Entrada franca. 14h00 Balé Bolshoi R$ 18 (1388 lugares). Espetáculo Joias. Músicas: Fauré – 14h00 Grupo de Poetas, 15h30 Lucas Thomazinho – piano Esmeraldas; Stravinsky – Rubies; e Cantores e Declamadores 20h00 Orquestra Sinfônica Música no MuBE. Programa: Liszt – Tchaikovsky – Diamonds. Coreografia: de São Paulo Municipal e Cia. La Fura dels Baus Anos de peregrinação, Itália; e Chopin George Balanchine. Direção musical: Yara Lopes. Direção John Neschling – regente. Programa: – Andante Spianato e Grande polonai- UCI Salas de Cinema – Jardim Sul, Anália artística: Terezinha Dias Rocha. Respighi – Trilogia romana. Leia mais se op. 22. Franco e Santana Parque. R$ 60. Veja detalhes dia 16 às 14h. na pág. 32. Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 – Jd. Biblioteca Municipal Nuto Sant’Anna – Pça. Theatro Municipal de São Paulo – Praça Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). R$ 20. 15h30 Liliane Kans – fortepiano Tenório Aguiar, 32 – Santana – Tel 6973-0072. Ramos de Azevedo – Centro – Tel. (11) 3397- e Fabio Chamma – violino Entrada franca. 0327. Ingressos: tel. (11) 4003-2050 e 18h00 Orquestra Sinfônica Música no MuBE. Programa: www.ingressorapido.com.br (1530 lugares). Municipal e Cia. La Fura dels Baus R$ 20 a R$ 60. Reapresentação dia 16 às 18h. Beethoven – Sonata nº 5 op. 24, 19h30 Orquestra Sinfônica do John Neschling – regente. Programa: Primavera; e Grieg – Sonata nº 2 Estado de São Paulo Respighi – Trilogia romana. op. 13. Concertos a preço popular. Isaac 16 DOMINGO Theatro Municipal de São Paulo – Praça Ramos de Karabtchevsky – regente. Azevedo – Centro – Tel. (11) 3397-0327. Ingressos: Teatro MuBE Nova Cultural – Av. Europa, 218 – Jd. Europa – Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). Programa: Villa-Lobos – Sinfonia 14h00 Grupo de Poetas, Cantores tel. (11) 4003-2050 e www.ingressorapido.com.br (1530 lugares). R$ 20 a R$ 60. R$ 20. nº 1, O imprevisto, Sinfonia nº 12 e Declamadores de São Paulo e Uirapuru. Leia mais na pág. 32. Direção musical: Yara Lopes. Direção Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos artística: Terezinha Dias Rocha. Diana 22 SÁBADO 26 QUARTA-FEIRA Elísios – Tel. (11) 3223-3966. Ingressos: tel. Victoria e Susana Miranda – sopranos; (11) 4003-1212 e www.ingressorapido.com.br. Antonio Failde, Luigi Venutti, Luiz 17h00 Balé Bolshoi 21h00 Duo Aquarius Pessoas acima de 60 anos e estudantes pagam meia entrada (na bilheteria). Estacionamento: Sartorelli e Mario Sartorelli – tenores; Espetáculo Joias. Músicas: Fauré – Bach: Tema & Contratema. Shen R$ 18 (1388 lugares). Reapresentação dia 1º Margarete Sa, Teresa Cristina, Gilberto Esmeraldas; Stravinsky – Rubies; Ribeiro – flauta e Paulo Dias – piano. de março às 19h30.

Roteiro Musical Rio de Janeiro

Música no Museu. Programa: obras Janeiro 8 QUARTA-FEIRA 12 DOMINGO de Telemann, Mozart, Debussy, Beethoven e Guerra-Peixe. 15h00 Camerata Assis Brasil 11h30 Adriana Kellner – piano Museu Nacional de Belas Artes – Av. Rio Música no Museu. João Carlos Música no Museu. Branco, 199 – Centro – Tel. (21) 2240-0068 SEXTA-FEIRA 3 Assis Brasil – piano. Programa: MAM – Museu de Arte Moderna – Av. Infante (100 lugares). Entrada franca. obras de Farkas, Ferenc, Mozart, Dom Henrique, s/nº – Flamengo – Tel. (21) 20h00 Balé O Quebra-Nozes, de 2240-4944 (200 lugares). Entrada franca. Bach, Victor Assis Brasil, Pierné, 17 SEXTA-FEIRA Tchaikovsky Nino Rota, Gardel, Gonzaga e Balé e Orquestra Sinfônica do Guerra-Peixe. TERÇA-FEIRA 14 15h00 Duo Velasco – violão Theatro Municipal. Silvio Viegas Centro Cultural Banco do Brasil – Tenda – Rua Música no Museu. – regente. Sérgio Lobato – direção Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) 3808- 12h30 Anne meyer – soprano 2020 (500 lugares). Entrada franca. Real Gabinete Português de Leitura – Rua Luís artística. Dalal Achcar – coreografia e Erika machado – piano e concepção. Bailarinos: Cláudia Mota de Camões, 30 – Centro – Tel. (21) 2221-3138 Música no Museu. Modinhas imperiais. (100 lugares). Entrada franca. e Filipe Moreira (dia 4) e Márcia Museu da República – Rua do Catete, 153 Jaqueline e Cícero Gomes (dias 3 e 5). 10 SEXTA-FEIRA – Catete – Tel. (21) 3235-2650 (80 lugares). Theatro Municipal do Rio de Janeiro – Praça Entrada franca. 18 SÁBADO Marechal Floriano, s/nº – Centro – Tel. (21) 15h00 Caio Marcio – violão 2332-9191 (2350 lugares). R$ 25 a R$ 84. 11h30 Armildo Uzeda – violão Reapresentação dias 4 às 20h e dia 5 às 17h. Música no Museu. Programa: 15 QUARTA-FEIRA variações em torno da obra de Música no Museu. Programa: obras Guerra-Peixe. de Milano, Bach, Villa-Lobos, Torroba, 4 SÁBADO 15h00 Afonso de Oliveira – flauta Centro Cultural Light – Av. Marechal Floriano, Gnattali, Albéniz e Guerra-Peixe. 168 – Centro – Tel. (21) 2211-7529 (200 e Miriam Grosman – piano Parque das Ruínas – Rua Murtinho Nobre, 20h00 Balé O Quebra-Nozes, de lugares). Entrada franca. Música no Museu. Programa: obras 169 – Santa Teresa – Tel. (21) 2253-8645 Tchaikovsky de Telemann, Mozart, Debussy, (100 lugares). Entrada franca. Veja detalhes dia 3 às 20h. Beethoven e Guerra-Peixe. Theatro Municipal do Rio de Janeiro. SÁBADO Centro Cultural Banco do Brasil – Tenda – DOMINGO 11 Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. 19 DOMINGO (21) 3808-2020 (500 lugares). Entrada franca. 5 11h30 CObra Vocal 11h30 Fernanda Cruz – piano Música no Museu. Programa: QUINTA-FEIRA Música no Museu. Programa: obras de C. 17h00 Balé O Quebra-Nozes, de clássicos brasileiros. 16 Schumann, R. Schumann e Guerra-Peixe. Tchaikovsky Parque das Ruínas – Rua Murtinho Nobre, MAM – Museu de Arte Moderna – Av. Infante Veja detalhes dia 3 às 20h. 169 – Santa Teresa – Tel. (21) 2253-8645 15h00 Afonso de Oliveira – flauta Dom Henrique, s/nº – Flamengo – Tel. (21) Theatro Municipal do Rio de Janeiro. (100 lugares). Entrada franca. e Miriam Grosman – piano 2240-4944 (200 lugares). Entrada franca.

34 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO 21 TERÇA-FEIRA 29 QUARTA-FEIRA 5 QUARTA-FEIRA 14 SEXTA-FEIRA

12h30 Geisa Felipe e Erick Soares 12h30 Orquestra Opus 12h30 Guta menezes – harmônica e 15h00 Guta menezes – harmônica e – flautas Música no Museu. Programa: obras trompete e Flávio Paiva – piano trompete e Flávio Paiva – piano Música no Museu. de Dvorák, Guerra-Peixe, Nepomuceno Música no Museu. Música no Museu. Memorial Getúlio Vargas – Praça Luís de e Bach. Centro Cultural Banco do Brasil – Tenda – Real Gabinete Português de Leitura – Rua Luís Camões – Glória – Tel. (21) 2557-9444 (100 Centro Cultural Banco do Brasil – Tenda – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) de Camões, 30 – Centro – Tel. (21) 2221-3138 lugares). Entrada franca. Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) 3808-2020 (500 lugares). Entrada franca. (100 lugares). Entrada franca. 3808-2020 (500 lugares). Entrada franca. 22 QUARTA-FEIRA 6 QUINTA-FEIRA 16 DOMINGO 30 QUINTA-FEIRA 15h00 Fernanda Canaud – piano 11h00 Balé O Quebra-Nozes, 11h30 Anne Meyer – soprano e Música no Museu. Programa: obras de 12h30 Orquestra Opus de Tchaikovsky RAfael Simonacci – piano Guerra-Peixe, Carlos Cruz, Rossini Perez, Música no Museu. Programa: obras Royal Opera House. Veja detalhes na Música no Museu. Programa: Villa- Antonio Guerreiro e Ernani Aguiar. de Dvorák, Guerra-Peixe, Nepomuceno pág. 36. Lobos – Impressões seresteiras. Centro Cultural Banco do Brasil – Tenda – e Bach. Cinemark. Favor confirmar horário. MAM – Museu de Arte Moderna – Av. Infante Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) Casa de Rui Barbosa – Rua São Clemente, Dom Henrique, s/nº – Flamengo – Tel. (21) 3808-2020 (500 lugares). Entrada franca. 134 – Botafogo – Tel. (21) 3289-4600 (281 12h30 Adriana Kellner, Alda 2240-4944 (200 lugares). Entrada franca. lugares). Entrada franca. Leonor, Fernanda Cruz e Maria 23 QUINTA-FEIRA Helena de Andrade – pianos e 31 SEXTA-FEIRA Ana Luisa Serpa – soprano 18 TERÇA-FEIRA 12h30 vicente Miranda – violão Música no Museu. Maria Helena de Música no Museu. Programa: obras de 12h30 Marcos Brito – violão Andrade – coordenação artística. 12h30 Cristina nascimento – piano Bach, Mauro Giuliani, Tarrega, Torroba, Música no Museu. Programa: obras Alda Leonor – comentários. Programa: Música no Museu. Programa: Gershwin, Albéniz, Augustín Barrios, Guerra-Peixe de Bach, Villa-Lobos, Guerra-Peixe, obras de Guerra-Peixe. Chopin, Brahms e Guerra-Peixe. e Villa-Lobos. Dilermando Reis, Garoto, João Museu Nacional de Belas Artes – Av. Rio Museu da República – Rua do Catete, 153 Branco, 199 – Centro – Tel. (21) 2240-0068 – Catete – Tel. (21) 3235-2650 (80 lugares). Real Gabinete Português de Leitura – Rua Luís Pernambuco e Nonato Luiz. (100 lugares). Entrada franca. Entrada franca. de Camões, 30 – Centro – Tel. (21) 2221-3138 Museu Histórico Nacional – Praça Marechal (100 lugares). Entrada franca. Âncora, s/nº – Centro – Tel. (21) 2550-9220 (200 lugares). Entrada franca. 7 SEXTA-FEIRA 19 QUARTA-FEIRA 24 SEXTA-FEIRA 12h30 Dani Spielman – saxofone e Fevereiro 12h30 Quinteto Brasileiro de 15h00 Pedro BArros – violão Marcelo Gonçalves – violão Música no Museu. Metais Música no Museu. Programa: Bach – Programa: obras de Nazareth, Prelúdio BWV 1006; Guinga – Cheio Centro Cultural Light – Av. Marechal Floriano, 1 SÁBADO 168 – Centro – Tel. (21) 2211-7529 (200 Pixinguinha, Ary Barroso, Tom Jobim e de dedos; Villa-Lobos – Prelúdio nº lugares). Entrada franca. Guerra-Peixe, entre outros. 2; Pixinguinha – Ainda me recordo; Centro Cultural Banco do Brasil – Tenda – Pedro Barros – Afefé; Guerra-Peixe 11h00 Balé O Quebra-Nozes, Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) – Prelúdios nº 4 e nº 5; Guinga – Di de Tchaikovsky 8 SÁBADO 3808-2020 (500 lugares). Entrada franca. menor; e Duke Ellington – In a Royal Opera House. Veja detalhes na Sentimental Mood. pág. 36. 15h55 Ópera Rusalka, de Dvorák Real Gabinete Português de Leitura – Rua Luís Cinemark. Favor confirmar horário. Transmissão ao vivo. Veja detalhes na 20 QUINTA-FEIRA de Camões, 30 – Centro – Tel. (21) 2221-3138 pág. 36. (100 lugares). Entrada franca. 2 DOMINGO UCI Salas de Cinema. R$ 60. 12h30 Carol Panesi – violino Música no Museu. Programa: Garoto, 26 DOMINGO 11h00 Balé O Quebra-Nozes, 9 DOMINGO Villa-Lobos, D. Caymmi e H. Pascoal. de Tchaikovsky Casa de Rui Barbosa – Rua São Clemente, 11h30 Fernanda Canaud – piano Royal Opera House. Veja detalhes na 134 – Botafogo – Tel. (21) 3289-4600 (281 11h30 Fernanda cruz – piano lugares). Entrada franca. e Ulisses Montoni – tenor e Marly pág. 36. Música no Museu. Programa: obras de C. Montono – soprano Cinemark. Favor confirmar horário. Schumann, R. Schumann e Guerra-Peixe. Música no Museu. Programa: obras de MAM – Museu de Arte Moderna – Av. Infante 21 SEXTA-FEIRA Guerra-Peixe. 11h30 Adriana Kellner – piano Dom Henrique, s/nº – Flamengo – Tel. (21) MAM – Museu de Arte Moderna – Av. Infante Música no Museu. 2240-4944 (200 lugares). Entrada franca. Dom Henrique, s/nº – Flamengo – Tel. (21) MAM – Museu de Arte Moderna – Av. Infante 12h30 Aloisio Laurindo Júnior – 2240-4944. Entrada franca. Dom Henrique, s/nº – Flamengo – Tel. (21) violão de 13 cordas 2240-4944 (200 lugares). Entrada franca. 11 TERÇA-FEIRA Música no Museu. Programa: trans- crições e interpretações de Granata, 28 TERÇA-FEIRA Giovanni Battista, Carulli, Ferdinando, TERÇA-FEIRA 12h30 Cristina nascimento – piano 4 Música no Museu. Programa: obras de Pavlistcheff, Tarrafo, Pasquale e 18h00 Quinteto Brasileiro de Gershwin, Brahms e Guerra-Peixe. Guerra-Peixe. Metais 11h00 Balé O Quebra-Nozes, Museu da República – Rua do Catete, 153 Museu Histórico Nacional – Praça Marechal Paulo Mendonça e Luciene Portella – de Tchaikovsky – Catete – Tel. (21) 3235-2650 (80 lugares). Âncora, s/nº – Centro – Tel. (21) 2550-9220 trompetes, Francisco Soares – trompa, Royal Opera House. Veja detalhes na Entrada franca. (200 lugares). Entrada franca. Sérgio de Jesus – trombone e Carlos pág. 36. Vega – . Programa: obras de Cinemark. Favor confirmar horário. SÁBADO Nazareth, Pixinguinha, Ary Barroso, 13 QUINTA-FEIRA 22 Tom Jobim e Guerra-Peixe, entre 20h00 Rildo Hora – gaita e outros. Fernanda Canaud – piano 12h30 CObra Vocal 17h00 Balé Bolshoi Forte de Copacabana – Museu do Exército Música no Museu. Música no Museu. Espetáculo Joias. Veja detalhes na – Praça Coronel Eugênio Franco, 1 – Posto Iate Clube do Rio de Janeiro – Av. Pasteur, Real Gabinete Português de Leitura – Rua Luís pág. 36. 6 – Copacabana – Tel. (21) 2521-1032 (150 333 – Urca – Tel. (21) 3223-7200 (200 lugares). de Camões, 30 – Centro – Tel. (21) 2221-3138 UCI Salas de Cinema. R$ 60. Reapresentação lugares). Entrada franca. Entrada franca. (100 lugares). Entrada franca. dia 23 às 14h.

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 35 Roteiro Musical Outras Cidades

Knoxville: Summer of 1915 op. op. 45 e Abertura 1812 op. 49; e Miguel Janeiro 24, Intermezzo de Vanessa op. 32 Fevereiro Briamonte – Suíte Tom Jovem, estreia e Andromache’s Farewell op. 39; mundial. Gershwin – Abertura e Summertime Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. CONGONHAS, MG de Porgy and Bess; Harold Arlen – Belo Horizonte, MG Somewhere Over the Rainbow; e 19/02 20h00 Amazonas Festival 11/01 11h00 coral Cidade dos Porter – Medley: So in love, I’ve Orchestra, Coral Infantil do 25/02 20h30 Orquestra profetas got you under my Skin, Night and Liceu de Artes e Ofícios Claudio Filarmônica de Minas Gerais Concertos coloniais. Mestres do Day e Begin the Begin. Santoro e Coro feminino do Série Vivace. Marcos Arakaki – Colonial Mineiro. Herculano Amâncio Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. Coral do amazonas regente. Joyce Yang – piano. – regente. Reapresentação dia 26 às 19h. Série Guaraná X. Luiz Fernando Programa: Guerra-Peixe – Museu Basílica de Bom Jesus de Matosinhos – Tel. Malheiro – regente. Adriana Clis da Inconfidência; Mozart – Concerto (31) 3731-1591. Entrada franca. 28/01 20h00 Orquestra de – mezzo soprano. Programa: Mahler – para piano nº 24 K 491; e Tchaikovsky Câmara do Amazonas Sinfonia nº 3. – Sinfonia nº 5 op. 64. Leia mais ao MANAUS, AM Série Guaraná X. Nicolas Rauss – Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. regente. Judith Simon – oboé. lado. Reapresentação dia 20 às 19h. Programa: Blauth – Concertino Palácio das Artes – Grande Teatro – Tel. (31) 15/01 20h00 Orquestra de 3236-7400. R$ 30 a R$ 60. para oboe e cordas; e C.P.E. Bach – SOROCABA, SP Câmara do Amazonas e Madrigal Sinfonias nº 5 H 661 e nº 6 H 662. da Casa de Música Ivete Ibiapina Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. Série Guaraná X. Corais de J. S. Bach. CONGONHAS, MG 13/02 20h00 Orquestra Sinfônica Marcelo de Jesus e Hilo Tiago – re- de Sorocaba gentes. Benjamin Prestes – violão. 30/01 20h00 Amazonas 08/02 11h00 coral Cidade dos Abertura da temporada. Eduardo Programa: César Lima – Concerto Filarmônica e Coro Feminino profetas Ostergren – regente. Programa: para violão e pequena orquestra do Coral do Amazonas Concertos coloniais. Herculano Dvorák – Sinfonia nº 9, Novo (estreia mundial); Bach – Dez corais Série Guaraná X. Música no espaço. Amâncio – regente. Programa: mundo; e obras de compositores e Concerto de Brandemburgo nº 3 Marcelo de Jesus – regente. obras de Lobo de Mesquita. brasileiros. BWV 1048. Programa: R. Strauss – Introdução Basílica de Bom Jesus de Matosinhos – Auditório Fundec - Tel. (15) 3233-2220. R$ 10. Tel. (31) 3731-1591. Entrada franca. Reapresentação dia 16 às 19h. Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. de Assim falava Zaratustra op. 30; Holst – Os planetas op. 32; e John 16/01 20h00 Amazonas Williams – Suíte de Guerra nas MANAUS, AM VITÓRIA, ES Filarmônica estrelas. Série Guaraná X. Carlos Vieu – re- Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. 06/02 20h00 Amazonas 12/02 20h00 Orquestra gente. Programa: Salgán – A fuego Filarmônica do Espírito Santo lento e A Don Agustín Bardi; Piazzolla Filarmônica, Coral do Amazonas e Madrigal da Casa de Música Leonardo David – regente. Erika – Decarísimo, Adiós Nonino, La muerte RECIFE, PE Ribeiro – piano. Programa: Mozart – del ángel, Oblivión e Fuga y mistério; Ivete Ibiapina Série Guaraná X. Otávio Simões – Abertura de Il Re Pastore; Concerto Rogatis – Dança de Huemac; Luis 25/01 21h00 São paulo para piano nº 22; e Sinfonia nº 35. Gianneo – El tarco en flor, poema regente. Rosana Lamosa – soprano Companhia de Dança e Sávio Sperandio – baixo. Teatro Carlos Gomes – Tel. (27) 3132-8396. sinfônico; e Ginastera – Suíte do balé R$ 2. Reapresentação dia 13 às 20h. Festival Internacional de Artes Programa: Shostakovich – Sinfonia Estância op. 8a. Cênicas de Pernambuco. Programa: Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. nº 5 op. 47; e Dvorák – Te Deum 26/02 20h00 Orquestra Jomar Mesquita/Rodrigo de Castro – op. 103. Mamihlapinatapai; William Forsythe Filarmônica do Espírito Santo 23/01 20h00 Amazonas Teatro Amazonas – Tel. (92) 3622-1880. – In The Middle, Somewhat Elevated; Luiz Fernando Malheiro – regente. Filarmônica Nacho Duato – Por vos muero; e Pablo Rossi – piano. Programa: Carlos Série Guaraná X. An American 13/02 20h00 Amazonas Marius Petipa – Grand Pas de Deux Gomes – Abertura de Il Guarany; Tour. Luiz Fernando Malheiro Filarmônica de O cisne negro. Chopin – Concerto para piano nº 1; – regente. Daniella Carvalho – so- Série Guaraná X. Marcelo de Jesus Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona e Franck – Sinfonia em ré menor. prano. Programa: Barber – Abertura Lindu – Tel. (81) 3355-9821. Entrada franca. – regente. Programa: Tchaikovsky – Teatro Carlos Gomes – Tel. (27) 3132-8396. The School for Scandal op. 5, Reapresentação dia 26 às 20h. Marcha eslava op. 31, Capricho italiano R$ 2. Reapresentação dia 27 às 20h.

Ópera e Balé no CInema

UCI SALAS de Cinema Sábado 22 de fevereiro, às 17h Cinemark Transmissão nas cidades de Ingressos: R$ 60 Domingo 23 de fevereiro, às 14h Endereços e horários: Aracaju, SE / Belo Horizonte, MG www.cinemark.com.br/royal-opera-house Endereços: Balé Bolshoi Brasília, DF / Campinas, SP www.ucicinemas.com.br/metopera Campo Grande, MS / Cuiabá, MT Espetáculo Joias. Músicas: Fauré – Sábado 1 de fevereiro Sábado 8 de fevereiro, às 15h55 Curitiba, PR / Florianópolis, SC Esmeraldas; Stravinsky – Rubies; e Domingo 2 de fevereiro Goiânia, GO / Londrina, PR Ópera Rusalka, de Dvorák Tchaikovsky – Diamonds. Coreografia: Terça-feira 4 de fevereiro Niterói, RJ / Porto Alegre, RS Transmissão ao vivo. George Balanchine. Quinta-feira 6 de fevereiro Recife, PE / Ribeirão Preto, SP Rio de Janeiro, RJ / Salvador, BA The Metropolitan Opera de Balé O Quebra-Nozes, de Transmissão nas cidades de Santos, SP / São Caetano do Sul, SP Nova York. Yannick Nézet-Séguin Tchaikovsky – regente. Otto Schenk – produção. Campo Grande, MS / Curitiba, PR São José dos Campos, SP Günther Schneider-Siemssen – Fortaleza, CE / Juiz de Fora, MG Royal Opera House. The Royal Ballet São Paulo, SP / Uberlândia, MG cenografia. Renée Fleming – Recife, PE / Ribeirão Preto, SP e Royal Orchestra Opera House. Vitória, ES Rusalka, Emily Magee – Foreign Rio de Janeiro, RJ / Salvador, BA Laura Morera – fada açucarada e Princess, Dolora Zajick – Ježibaba, São Luís, MA / São Paulo, SP Federico Bonelli – príncipe. Coreografia: Piotr Beczala – Prince, John Relyea – Peter Wright baseado no original de Water Sprite. Lev Ivanov.

36 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO Belo Horizonte, dia 25 de fevereiro Filarmônica de Minas Gerais abre temporada com Joyce Yang A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais inicia sua tempo- Marcos Arakaki rada no dia 25 de fevereiro, sob regência de seu maestro associa- do, Marcos Arakaki, no Palácio das Artes. E para começar o ano, t i n ho / j ulia n a cou divulgação a orquestra recebe a pianista sul- -coreana Joyce Yang. Nascida em 1986, em Seul, Yang iniciou seus estudos aos 4 anos de idade, com sua tia. Aos 10, ingressou no Conservatório Nacional da Coreia e, em 1997, mudou-se para Nova York, onde estudou na prestigiada Juilliard School. Em 2005, chamou aten- ção internacional ao ficar no segundo lugar da Competição Internacional Van Cliburn, aos 19 anos. Desde então, passou a figurar como solista em grandes orquestras, especialmente nos Estados Unidos, onde já atuou com a Filarmônica de Nova York. Com a orquestra mineira, Yang interpreta o Concerto nº 24, de Mozart. A filarmônica completa o repertório com Museu da Inconfidência, de César Guerra-Peixe – cujo centenário é celebrado em 2014 –, e a Sinfonia nº 5, de Tchaikovsky.

Manaus, dias 15, 16, 23, 26, 28 e 30 de janeiro e 6, 13, 19, e 20 de fevereiro Grupos da Amazonas Filarmônica têm intensa agenda Os grupos da Amazonas Filarmônica fazem dez apresentações nos meses de janeiro e fevereiro, todas elas no Teatro Amazonas. Cinco são da própria filarmônica, que faz seu primeiro concerto no dia 16, com regência de Carlos Vieu. O maestro argentino comanda um programa dedicado à música de seu país, com composições de Astor Piazzolla, Horacio Salgán, Pascual de Rogatis, Luis Gianneo e Alberto Ginastera. Luiz Fernando Malheiro, regente titular da Amazonas Filarmônica, é quem rege os dois compromissos seguintes do grupo, nos dias 23 e 26. As apresentações têm o mesmo programa, intitulado “An American Tour”, com obras de Barber, Gershwin, Harold Arlen e Cole Porter. A soprano Daniella Carvalho atua como solista nos concertos. O regente adjunto, Marcelo de Jesus, comanda a orquestra no dia 30 de janeiro, quando o grupo recebe no palco o coro feminino do Coral do Amazonas. No repertório, peças de Strauss, Holst e John Williams. Já em fevereiro, a Amazonas Filarmônica toca no dia 6, com regên- cia de Otávio Simões, obras de Shostakovich e Dvorák. O último concer- to do grupo em fevereiro é no dia 13, com Marcelo de Jesus na regência, e obras de Tchaikovsky e Miguel Briamonte. A Orquestra de Câmara do Amazonas, por sua vez, tem dois concer- tos no início do ano: um no dia 15 de janeiro, com regência de Marcelo de Jesus e Hilo Tiago e participação do Madrigal da Casa de Música e do violonista Benjamin Prestes; e outro no dia 28 de janeiro, sob comando do suíço Nicolas Rauss, com a oboísta Judith Simon como solista. Em preparação para o Festival Amazonas de Ópera, que deve ter início em abril, ainda haverá duas apresentações da Amazonas Festival Orchestra, nos dias 19 e 20 de fevereiro. Com direção de Luiz Fernando Malheiro, a orquestra toca a grandiosa Sinfonia nº 3 de Mahler, com a mezzo Adriana Clis, o Coral Infantil do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro e o coro feminino do Coral do Amazonas. PrêmioCONCERTO 2013

DESTAQUES DA TEMPORADA

Prêmio CONCERTO 2013 Destaques da temporada

Conheça os principais destaques da temporada na opinião dos especialistas e críticos musicais colaboradores da Revista CONCERTO

arece que foi ontem, mas já se passou um ano desde que demos como principal critério o mérito e a excelência dos concorrentes. o ponta-pé inicial no Prêmio CONCERTO – Destaques da Os espetáculos, os artistas e as efemérides foram selecionados tendo P temporada, que agora chega a sua segunda edição. O objetivo como base uma lista elaborada pela Revista CONCERTO com cerca de principal continua sendo a valorização e o fomento da atividade seiscentos eventos. A partir dela, cada jurado indicou três destaques para musical clássica no Brasil. Para isso, o prêmio faz o reconhecimento e a cada categoria, o que resultou na lista final apresentada na reunião do júri, divulgação dos principais eventos e dos protagonistas da cena clássica ou em 14 de dezembro de 2013. Debates e argumentações levaram aos três de grandes acontecimentos que impactaram a temporada. finalistas por categoria (conheça-os na página ao lado). Em seguida, uma Conferido por um júri formado exclusivamente por especialistas e votação do júri decidiu pelos vencedores para cada uma das categorias. críticos musicais – todos colaboradores da Revista CONCERTO –, o Prêmio CONCERTO contempla um grande prêmio e cinco categorias Ouça também o Papo de Música, o podcast da Revista CONCERTO, específicas: Ópera, Música orquestral, Música de câmara/recital/coral, gravado especialmente para o Prêmio CONCERTO 2013. Acesse a página Jovem talento e CD/DVD/livro. Os jurados votam livremente, tendo www.concerto.com.br/podcast.

Jurados

Camila Frésca Irineu Franco Perpetuo João Luiz Sampaio Leonardo Martinelli Nelson Rubens Kunze é jornalista e doutoranda em é jornalista e crítico musical; é jornalista e crítico musical; é compositor, professor, é empreendedor cultural e musicologia pela ECA-USP; colaborador do jornal Folha de repórter do “Caderno 2” do jornalista; e doutorando pelo jornalista; editor da Revista jornalista da Revista CONCERTO S.Paulo; jornalista da Revista jornal O Estado de S.Paulo; IA-Unesp; assistente editorial da CONCERTO e colunista do Site e colunista do Site CONCERTO; CONCERTO e colunista do Site apresentador do Papo de Revista CONCERTO; colunista do CONCERTO; apresentador do coordenadora musical da Rádio CONCERTO; apresentador do Música, podcast da Revista Site CONCERTO; apresentador Papo de Música, podcast da Cultura FM Papo de Música, podcast da CONCERTO do Papo de Música, podcast Revista CONCERTO Revista CONCERTO da Revista CONCERTO

38 Janeiro / Fevereiro 2014 Finalistas Prêmio CONCERTO 2013 Grande Prêmio CONCERTO 2013

AYLTON ESCOBAR, 70 ANOS XX BIENAL DE CICLO BEETHOVEN Compositor, maestro e MÚSICA BRASILEIRA COM A DEUTSCHE educador, Aylton Escobar CONTEMPORÂNEA KAMMERPHILHARMONIE completou 70 anos em plena Em sua 20ª edição, a Bienal BREMEN atividade artística. se consolidou como A orquestra alemã, sob a É considerado um dos principal vitrine da música regência de Paavo Järvi, mais importantes criadores contemporânea do país, propôs um novo olhar sobre brasileiros da atualidade. com encomenda, as sinfonias de Beethoven. premiação e estreia de [Promoção Mozarteum dezenas de novas obras. Brasileiro] Prêmio CONCERTO 2013 Ópera THE TURN OF THE SCREW, LA BOHÈME, O NAVIO FANTASMA, DE BENJAMIN BRITTEN DE GIACOMO PUCCINI DE RICHARD WAGNER Steven Mercurio – direção John Neschling – direção Miguel Campos Neto – musical; Livia Sabag – musical; Arnaud Bernard – direção musical; Caetano direção cênica direção cênica Vilela – direção cênica [Produção do Theatro São [Produção do Theatro [Produção do Festival de Pedro, São Paulo] Municipal de São Paulo] Ópera do Theatro da Paz, Belém]

Prêmio CONCERTO 2013 Música orquestral ORQUESTRA REAL DO ORQUESTRA SINFÔNICA OSESP, ELIZABETH DEL CONCERTGEBOUW, DE SIMÓN BOLÍVAR e GUSTAVO GRANDE – tímpanos e AMSTERDÃ, e MARISS DUDAMEL – regente MARIN ALSOP – regente JANSONS – regente A sagração da primavera, A lua do meio-dia, de Com participação do pianista de Stravinsky e Sinfonia Eduardo Guimarães Álvares, Denis Matsuev [Temporada nº 5, de Beethoven Amériques, de Varèse e Sociedade de Cultura [Temporada Sociedade de A sagração da primavera, Artística e Dell’Arte] Cultura Artística] de Stravinsky [Temporada Osesp] Prêmio CONCERTO 2013 Música de câmara / Recital / Coral DANIIL TRIFONOV – piano NATHALIE STUTZMANN DUO PAULO ÁLVARES E Obras de Stravinsky, – contralto e INGER OLGA KOPYLOVA – pianos Debussy, Ravel e Schumann SÖDERGREN – piano Obras de Lutoslawski, [Recitais Osesp] Obras de Schubert, Debussy e Stravinsky Wagner, Gounod e Debussy [Recitais Osesp] [Recitais Osesp]

Prêmio CONCERTO 2013 Jovem talento CRISTIAN BUDU II BIENAL MÚSICA HOJE ORQUESTRA JOVEM DO piano DE CURITIBA ESTADO DE SÃO PAULO Ensemble Cláudio Cruz – diretor entreCompositores artístico e regente titular Temporada 2013

Prêmio CONCERTO 2013 CD / DVD / Livros FILARMÔNICA DE MINAS S’IO ESCA VIVO THE WIGMORE HALL GERAIS E FABIO MECHETTI – Karin Fernandes – RECITAL regente piano Maria João Pires – piano Sinfonia nº 9, A grande, Obras de Edson e Antonio Meneses – de Schubert Zampronha violoncelo [Independente] [Independente] [Deutsche Grammophon]

Janeiro / Fevereiro 2014 39 PrêmioCONCERTO 2013

DESTAQUES DA TEMPORADA çã o / julia baier divulga

Grande Prêmio CONCERTO 2013 Ciclo das sinfonias de Beethoven com a Deutsche Kammerphilharmonie sob direção de Paavo Järvi Com regência de Paavo Järvi, a orquestra alemã propôs um novo olhar sobre as nove sinfonias de Beethoven em quatro concertos promovidos pelo Mozarteum Brasileiro

emporadas de concertos veem e vão e, sucedendo-se umas Theatro Municipal de São Paulo e da Sala São Paulo –, Järvi e às outras, ao longo do tempo criam uma rotina de conforto seus instrumentistas superaram diversos obstáculos e brindaram T e estabilidade. Entretanto, a quebra da previsibilidade é a audiência com interpretações instigantes, desde o resgate da sempre salutar em um contexto artístico. E, quando no final de sonoridade tipicamente camerística inerente à Sinfonia nº 1 2012 o Mozarteum Brasileiro anunciou para o ano seguinte a até os ecos premonitórios do Romantismo que se projetam da vinda da Deutsche Kammerphilharmonie Bremen (ou Filarmônica famosa Nona sinfonia. de Câmara Alemã de Bremen) para a interpretação das sinfonias Ao longo dessas horas de intensa música, foi possível se de Beethoven, já era possível vislumbrar que a atração seria um defrontar em vários momentos com alguma novidade proporcionada ponto fora da curva. Em agosto passado, as expectativas não foram pela peculiar leitura realizada por este fabuloso conjunto. De tão apenas cumpridas, mas superadas, e os concertos da orquestra se peculiar e instigante, a interpretação do ciclo chegou a causar destacaram em meio à cena clássica brasileira como um todo. estranhamento em alguns, o que, por sua vez, desencadeou um Sob direção do regente estoniano Paavo Järvi – que desde 2004 verdadeiro debate no meio musical. Quem diria que, passados é diretor artístico do grupo –, os músicos de Bremen apresentaram 186 anos desde sua morte, Beethoven seria o epicentro de uma em São Paulo as nove sinfonias de Ludwig van Beethoven, projeto verdadeira polêmica, tal como a instaurada com a passagem de anteriormente apresentado (e aclamado) em Nova York, Paris e Järvi e os músicos de Bremen pela Pauliceia Desvairada? Bonn e que já contava com um precioso registro em DVD. A combinação entre tradição e ousadia fez do Ciclo A empreitada é ousada. Apesar de “clássico” e presença Beethoven da Deutsche Kammerphilharmonie Bremen um obrigatória no repertório de qualquer orquestra, o legado sinfônico momento singular da temporada clássica brasileira do ano passado, de Beethoven está longe de ser trivial. Por serem obras muito e por isso mesmo ele foi eleito pelo júri para receber o Grande conhecidas, fica ainda mais difícil realizar uma interpretação que Prêmio CONCERTO 2013. proponha ao público uma nova maneira de escutá-las e compreendê- -las e, assim, justificar a própria existência do projeto. Deutsche Kammerphilharmonie Bremen e Paavo Järvi, regente Em quatro noites consecutivas – verdadeira maratona para Ciclo integral das sinfonias de Beethoven o público e para os músicos, que se dividiram entre os palcos do [Promoção Mozarteum Brasileiro]

40 Janeiro / Fevereiro 2014 Prêmio CONCERTO 2013 Ópera La bohème, de Puccini, no Theatro Municipal SP

o ano passado, na primeira edição do Prêmio CONCERTO, o N Theatro Municipal de São Paulo conquistou o Grande Prêmio pelo conjunto de sua temporada lírica, marcada pelo arrojo da maioria das montagens levadas à cena. Desde então, muita coisa mudou no principal palco lírico paulistano, pois a troca de governo na prefeitura desencadeou uma série de mudanças na pasta da cultura, que por sua vez culminou na nomeação do maestro John Neschling para o coman- do artístico da casa. Sob nova direção, o Municipal paulistano voltou-se para montagens mais tradicionais de grandes títulos, mas com o desafio de finalmente dotar a casa de uma moderna estrutura funcional. A temporada contou com uma grande Aida, uma produção chilena de Don Giovanni (que transformou o conquistador no Conde Drácula), a cenicamente bem rea- lizada dobradinha de Jupyra e Cavalleria Rusticana e um O ouro do Reno em versão de concerto. O encerramento da temporada ocorreu com um dos mais aclamados títulos do universo lírico, La bohème, de Puccini. E foi justamente La bohème a vencedora da categoria Ópera do Prêmio CONCERTO 2013. A encenação, originalmente montada em São Petersburgo, em 2011, tem uma linguagem contemporânea, limpa e despojada, com direção cênica, cenografia e desenho de luz de Arnaud Bernard e figurinos de Carla Ricotti. Sob direção musical de John Neschling, a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Lírico tiveram um desempenho muito bom, o que resultou em um espetáculo perfeitamente equilibrado. Chamou a atenção a qualidade do elenco vocal escalado, que contou com nomes como Alexia Voulgaridou e Susanne Braunsteffer (Mimì), Atalla Ayan, Fernando Portari e Jean-François Borras (Rodolfo), Simone Piazzola e Leonardo Neiva (Marcello), Mihaela Marcu e Claudia Azevedo (Musetta), Mattia Olivieri e Guilherme Rosa (Schaunard) e Felipe Bou e Giovanni Battista Parodi (Colline), além da participação de Saulo Javan, Carlos Eduardo Marcos e Jean Nardoto. No cômputo geral, o Municipal paulistano encerrou sua tempo- rada com uma ótima produção, o que alimenta grandes expectativas quanto à consolidação de um moderno teatro de ópera no Brasil.

La bohème, de Giacomo Puccini. John Neschling, direção musical e regência; Arnaud Bernard, direção cênica, cenografia e desenho de luz. [Produção da Fundação Theatro Municipal de São Paulo]

PrêmioCONCERTO 2013

DESTAQUES DA TEMPORADA çã o divulga PrêmioCONCERTO 2013 Prêmio CONCERTO 2013

DESTAQUES DA TEMPORADA Música de Câmara / Recital / Coral Álvares e Kopylova em dois pianos

alvez seja um sintoma, mas pela segunda vez o piano é o grande T contemplado nesta categoria do Prêmio CONCERTO. E desta vez em dose dupla! O brasileiro Paulo Álvares (que, radicado na Alemanha, é um dos grandes nomes do piano contemporâneo mundial) e a russa Olga Kopylova (que atua como pianista da Osesp) se reuniram no çã o / A nne D okter final do mês de maio para realizar o recital Sagração 100, dentro da temporada de música de câmara da Osesp. O título se refere à divulga celebração do centenário da composição de A sagração da primavera, obra máxima de Igor Stravinsky, que no recital foi interpretada por Prêmio CONCERTO 2013 Álvares e Kopylova na versão para dois pianos. Conhecida por sua Música Orquestral extrema dificuldade rítmica, a versão pianística não ameniza em nada o trabalho dos músicos. Ao contrário, esse e outros desafios se acentuam, dada a sonoridade cristalina que se estabelece a partir do Orquestra Real do diálogo entre os instrumentos de tecla. Não bastasse a competência com a qual perpassou a complexa teia rítmica stravinskiana, o duo realizou um notável trabalho de Concertgebouw cores, o que não é pouco frente ao verdadeiro arco-íris de timbres que temos como referência a partir da partitura orquestral da Sagração. mês de junho de 2013 entrou para história do Brasil como período Não menos impressionante foi a interpretação das obras que abriram O de grande mobilização social, quando milhares de pessoas toma- este recital – para começar, a delicadeza do jogo de luz e sombras ram as ruas e avenidas pela esperança de um país melhor e mais justo. sonoras da obra En blanc et noir, de Debussy, à qual se seguiu uma Para os amantes da música, porém, o mês também ficará gravado na soberba leitura da enérgica Variações sobre um tema de Paganini, memória pela turnê da Orquestra Real do Concertgebouw, de Amsterdã, de Witold Lutoslawsky. em nosso país. A eleição da apresentação do duo Álvares-Kopylova se deu Considerada pela crítica especializada “a melhor orquestra do em um acirrado debate entre o júri, que considerou também o mundo” – como apontado pela enquete promovida em 2008 pela inesquecível recital que a contralto Nathalie Stutzmann realizou, revista inglesa Gramophone – a Concertgebouw realizou quatro acompanhada pela pianista Inger Södergren, e a catártica e apresentações: uma no Municipal carioca (como parte da temporada sensacional apresentação do jovem pianista russo Daniil Trifonov. da Dell’Arte), duas na Sala São Paulo e outra, ao ar livre, no Parque Ibirapuera (temporada da Sociedade de Cultura Artística). Paulo Álvares e Olga Kopylova, pianos Sob regência de seu diretor artístico e regente titular, o maestro Sagração 100 [Promoção Fundação Osesp] letão Mariss Jansons, os músicos do Concertgebouw provaram por que continuam merecedores deste título tão prestigiado. Interpretando PrêmioCONCERTO programas que incluíram obras de Mahler, Tchaikovsky e Wagenaar – 2013 além de um Rachmaninov com solos do incrível pianista russo Denis DESTAQUES DA TEMPORADA Matsuev –, a orquestra deslumbrou a audiência brasileira. O equilíbrio entre os naipes é impecável, e por sua vez cada naipe é detentor de uma sonoridade robusta e coesa. De tão entrosados, a sincronia entre esses músicos até parece algo fácil, quando na verdade é o ponto nevrálgico de qualquer trabalho orquestral. Não bastassem tantos superlativos de ordem técnica, Jansons e os músicos da Concertgebouw fazem da interpretação musical um mo- mento de verdadeira transcendência artística: durante a escuta deste colosso, sublima-se qualquer coisa que não seja a música em seu estado mais puro e elevado. Momentos assim são raríssimos e merecem ser reconhecidos. A Concertgebouw exibiu excelência em um patamar só alcançado por poucas orquestras do mundo.

Orquestra Real do Concertgebouw, de Amsterdã, e Mariss Jansons, regente. Com Denis Matsuev, piano. massoti çã o / roberto Mahler, Tchaikovsky, Rachmaninov e Wagenaar. [Promoção Dell’Arte e Sociedade de Cultura Artística] divulga

42 Janeiro / Fevereiro 2014 PrêmioCONCERTO 2013 Prêmio CONCERTO 2013

DESTAQUES DA TEMPORADA CD / DVD / Livro The Wigmore Hall Recital

categoria mais abrangente do Prêmio CONCERTO teve apenas A CDs como finalistas. O que é um sinal duplo – se, por um lado, a produção de DVDs e livros sobre música clássica no Brasil sofre de certa carência, a de CDs demonstra vitalidade e, como veremos, variedade. A disputa final ficou entre uma gravação de música contemporânea, uma de música orquestral e outra de câmara. A prolífica pianista Karin Fernandes concorreu com S’io esca vivo, que é dedicado inteiramente a peças do compositor Edson Zampronha; já a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais emplacou seu primeiro

çã o lançamento comercial, a gravação da Sinfonia nº 9, A grande, de Schubert, sob regência de seu titular, Fabio Mechetti. O vencedor,

divulga porém, foi o recém-lançado The Wigmore Hall Recital, de Antonio Meneses e Maria João Pires. Publicado pelo prestigiado selo Deutsche Prêmio CONCERTO 2013 Grammophon, o disco marca o retorno do violoncelista brasileiro à gravadora alemã e é o primeiro registro fonográfico desse que é um Jovem Talento dos grandes duos em atividade no mundo. Até 2010, Maria João Pires e Antonio Meneses nunca haviam tocado juntos. Foi durante o 41º Festival Internacional de Campos Cristian Budu, pianista do Jordão que a dupla se apresentou pela primeira vez, e o sucesso foi imediato. Depois do recital no festival, Meneses e Pires seguiram pesar da boa concorrência, em setembro de 2013 o Prêmio para a Sala São Paulo, onde reconfirmaram a química da parceria em CONCERTO Jovem Talento já tinha praticamente garantido A uma das noites que entraram para a história da casa de concertos seu primeiro lugar. Foi quando o pianista Cristian Budu ganhou a 50ª paulistana. edição do Concurso Internacional de Piano Clara Haskil, na Suíça, uma A pianista de origem portuguesa (hoje cidadã brasileira), das principais competições do mundo. Paulistano filho de romenos, consagrada especialmente por sua sensibilidade, encontrou em Budu tem 25 anos e é mais um pupilo do grande professor e pianista Meneses uma cumplicidade musical difícil de alcançar. Com um Eduardo Monteiro. repertório voltado especialmente à música romântica alemã (com Seu triunfo em Vevey – cidade em que viveu e morreu a pianista composições de Schubert, Mendelssohn e Brahms, além de um Clara Haskil (também ela de origem romena) e onde é sediado bis de Bach), o duo trabalha com tamanha familiaridade que, em bienalmente o concurso em sua memória – não foi o primeiro. Ele certos momentos, é difícil não classificar a música que fazem como já havia ganho o Prelúdio, da TV Cultura, em 2007, e o Concurso absolutamente perfeita. Nelson Freire, em 2010. Mas faltava reconhecimento internacional. O CD foi gravado em 2012 no famoso Wigmore Hall, de Quem fez o diagnóstico foi o próprio Nelson Freire, no início de Londres, uma das principais casas do circuito internacional de música 2013. Depois de vê-lo tocar a Kreisleriana, de Schumann, Freire de câmara. Tendência no mercado fonográfico, a gravação ao vivo recomendou a Budu que fizesse um concurso internacional. A traduz mais fielmente a conexão entre Pires e Meneses e leva ao proposta teve eco na coreana Wha-Kyung Byun, professora de Budu grande público o que apenas quem esteve lá pode ouvir. (Leia também no Conservatório de Música da Nova Inglaterra, de Boston. Byun a resenha da revista Gramophone na página 65.) e Monteiro prepararam o jovem pianista, que chegou à Suíça em sintonia com a filosofia de Haskil, vendo a música como uma forma de comunicação humana. The Wigmore Hall Recital Essa postura sensível já o colocou como um dos favoritos desde o Antonio Meneses, violoncelo e Maria João Pires, piano [Selo Deutsche Grammophon] início. “O fato de o júri não gostar de técnica muito pesada acabou me ajudando”, disse. Diferentemente da final do Prelúdio, quando tocou PrêmioCONCERTO o Concerto nº 2 de Rachmaninov, Budu escolheu algo mais delicado 2013 – na finalíssima em Vevey, acompanhado pela Orquestra de la Suisse Romande sob direção de Frédéric Chaslin, o jovem artista encantou DESTAQUES DA TEMPORADA o público e o júri com o Concerto em lá menor de Schumann (as eliminatórias e a final estão disponíveis no YouTube). A façanha de Cristian Budu se junta a de outros grandes pianistas brasileiros, também aclamados em concursos internacionais, como Cristina Ortiz, Arnaldo Cohen, Ricardo Castro e o próprio Nelson Freire. Uma ótima notícia que afirma mais uma vez a tradição pianística brasileira e garante ao público outro artista de primeira.

Cristian Budu, pianista

Janeiro / Fevereiro 2014 43 Yo-Yo Ma

divulgação / elza lima Ópera O navio fantasma

divulgação / chris christodoulou

divulgação / mat hennek

Gustavo Dudamel

Helénè Grimaud Daniil Trifonov

inda que 2013 tenha registrado uma quantidade menor de eventos que anos anteriores “A (ouço produtores reclamarem de mais dificuldade para captar recursos via leis de incentivo), destacados concertos e recitais movimentaram a agenda clássica brasileira. Dos internacionais, basta citar a Orquestra do Concertgebouw, de Amsterdã, com Mariss Jansons, o violoncelista Yo-Yo Ma, o pianistas Daniil Trifonov ou a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar com Gustavo Dudamel para se certificar da excelência de nossa agenda musical. E entre os brasileiros, tivemos novamente grandes temporadas de nossos principais teatros e sinfônicas – com uma espetacular turnê europeia da Osesp –, festivais de ópera e uma intensificação das programações em centros mais distantes do triângulo Rio-Minas Gerais-São Paulo – vide Espírito Santo, Sergipe, Bahia, Amazonas, Goiás... Um bom ano, portanto. Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Cultura finalmente colocou no topo de suas prioridades a implantação da nova estrutura do Theatro Municipal. Liderada pelo maestro John Neschling e pelo diretor José Luiz Herencia, a nova equipe do Theatro ousou questionar modelos e procedimentos antiquados, propondo novos horizontes para atuação da casa. Claro que mudanças estruturais são polêmicas e sensíveis, e é natural que gerem resistências. Mas creio que, sem abrir mão do propósito da transformação, a direção do Theatro Municipal e a Secretaria de Cultura souberam dar espaço para a opinião contraditória, como ficou claro na solução do impasse do Coral Paulistano. Assim, julgo que o Theatro Municipal atravesse uma fase auspiciosa. Estamos no caminho certo, e trabalhoso, para dotar a cidade de um polo cultural lírico que atenda às demandas contemporâneas de uma das principais metrópoles do mundo. Nas próximas páginas, você tem a grande Retrospectiva 2013 da Revista CONCERTO, com lembranças e opiniões de dezenas de profissionais do meio clássico brasileiro. São destacados artistas, promotores e jornalistas, que viveram de perto o dia a dia da atividade musical de nosso país. Esperamos que este painel, além de trazer de volta à memória emocionantes momentos da temporada que passou, contribua para o fortalecimento e o fomento da boa música.” Nelson Rubens Kunze, editor da Revista CONCERTO

44 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO Marin Alsop Rinaldo Alessandrini Heinz Holliger

2013­ salvo outra menção, as fotos são de divulgação. Ópera Aida divulgação / Sylvia masini

Alex Klein 55 João Batista Natali 46 Arthur Nestrovski 55 João Carlos Martins 49 Camila Frésca 53 João Guilherme Ripper 59 Carlos Eduardo Amaral 57 João Luiz Sampaio 58 Cláudio Cohen 52 João Marcos Coelho 52 Edmilson Ventureli 48 John Neschling 48 Eduardo Fradkin 55 Leonardo Martinelli 56 Fabio Mechetti 53 Luís Otávio Santos 54 Fabio Zanon 58 Marcelo Jaffé 52 Flavio Silva 53 Marlos Nobre 57 Frederico Lohmann 59 Myrian Dauelsberg 48 Gilberto Chaves 58 Paulo Zuben 46 Guilherme Mannis 50 Ricardo Castro 50 Helder Trefzger 54 Roberto Minczuk 54 Irineu Franco Perpetuo 49 Sabine Lovatelli 56 Isaac Karabtchevsky 46 Sérgio da Costa e Silva 56 Jamil Maluf 50 Sidney Molina 57 Jean Reis 59 Turibio Santos 49

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 45 Maria João Pires o s g ldg r u b / c a r l a concerto t ga re vis v e o al

Fabio Zanon Kent Nagano d e o / F e liz B roe divulgaçã o / benj ami n e divulgaçã

ducar é impregnar de sentido grande destaque da programação de música de 2013 “E o que fazemos a cada instante. “O programação de 2013 “A foi bem mais que uma sucessão Essas palavras do grande educador Paulo foi a vinda ao Brasil da Orquestra de pontos fortes. Isso porque a força Freire trazem uma conotação muito Concertgebouw de Amsterdã, regida veio de projetos capazes de revitalizar afetiva para mim. É através da transmis- por Mariss Jansons. Não é sempre que antigas instituições. Como, por exemplo, são de conhecimento que ensinamos temos uma orquestra de primeiro nível o Theatro Municipal de São Paulo, que nossos jovens a ler o mundo e, portanto, tocando aqui. E isso contribui para todo se tornou mais ambicioso nessa primeira a entendê-lo e a querer melhorá-lo. Por o meio musical perceber e reconhecer temporada com a direção artística de meio de dois cursos anuais de regência quais são os pontos de referência para a John Neschling. Aida, comemorando que tenho ministrado em Riva del Garda, realização de um trabalho de excelência o bicentenário de nascimento de na Itália, e na Mimo, em Olinda, posso em uma orquestra profissional. Outra Verdi, foi uma excelente produção; ver o envolvimento da juventude nessa grande atração, também trazida pela no entanto, O ouro do Reno, para o busca de conhecimento. Já existem mani- Sociedade de Cultura Artística, foi a bicentenário de Wagner, com magnífico festações sólidas em todo o Brasil visando Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, elenco, frustrou por ter sido em versão a este objetivo maior. Entre outros, cito com Gustavo Dudamel, que fez a de concerto. Também revitalizada, a os magníficos exemplos do Neojiba, em melhor interpretação do ano em São Orquestra Jovem do Estado, sob direção Salvador, da Orquestra Sinfônica de Barra Paulo da Sagração da primavera e de Cláudio Cruz, está com padrão Mansa, da Academia Juvenil da Petrobras ainda nos brindou com uma leitura técnico invejável e se tornou bem mais Sinfônica e da Orquestra Jovem de Cam- interessantíssima da Quinta Sinfonia que a extensão do ensino da música pos de Goytacazes. Minha experiência à de Beethoven e uma Morte de amor, para a formação da prática sinfônica. frente da Sinfônica Heliópolis traz, aliada de Wagner, inesquecível. A Orquestra O Theatro São Pedro superou mais a essas tendências, o aspecto da inclusão Jovem do Estado de São Paulo teve uma uma de suas crises, está com uma boa social por meio da música e faz que mi- temporada excelente, que culminou orquestra e foi o responsável por quatro nha vida de educador se complete. Nossa com sua participação no festival Young produções líricas, trazendo Britten e orquestra foi convidada pela Osesp para Euro Classic (YEC), em Berlim, no Ronaldo Miranda. Tivemos também, e atuar na Sala São Paulo quando estavam início de agosto, com Cláudio Cruz novamente, um excelente ano para a em turnê na Europa, um privilégio e uma mostrando mais uma vez por que é Osesp, com uma nova turnê europeia, honra que evidenciam a qualidade do um dos melhores regentes do Brasil com a comemoração do centenário trabalho de toda a equipe. Em 2013 tive na atualidade. O festival YEC reúne da Sagração da primavera e, por meio também outras alegrias. A possibilidade anualmente as melhores orquestras de Stravinsky, novas aberturas para de continuar o projeto de gravação da jovens do mundo e o convite recebido os repertórios dos séculos XX e XXI. integral das sinfonias de Villa-Lobos com pela Orquestra Jovem do Estado de Bravíssima, também, a participação de a Osesp. No Rio de Janeiro, a temporada São Paulo foi um reconhecimento pelo alguns solistas convidados, como os da Petrobras Sinfônica (Opes) foi bastante excelente trabalho de seus noventa pianistas Hélène Grimaud e Paul Lewis. sólida e atrativa. Celebramos os 200 anos bolsistas. Finalmente, o destaque Por fim, pontos mais que positivos para de Wagner e de Verdi. No Theatro Muni- na música contemporânea foi o as sociedades não públicas de concertos. cipal, conseguimos realizar uma tempo- lançamento do CD solo do trombonista O Mozarteum Brasileiro ousou e marcou rada dentro dos padrões quantitativos da Carlos Freitas. As interpretações que importante tento com a integral das casa. Fechamos o ano com uma belíssima ele faz das obras encomendadas a sinfonias de Beethoven e a Orquestra de e elogiada produção da ópera Billy Budd, compositores brasileiros são virtuosas Câmara Alemã, de Bremen, regida por em primeira audição nacional. Nosso e precisas. O CD é um incentivo para Paavo Järvi. Quanto à Cultura Artística, Corpo de Baile se esmerou numa vigoro- que jovens instrumentistas deixem os foram antológicas as récitas da Sinfônica sa produção da Sagração da primavera, projetos óbvios de lado e mergulhem de Montreal, regida por Kent Nagano, e de Stravinsky.” no universo criativo e de invenção da do Concertgebouw de Amsterdã, com o música de nosso tempo.” maestro Mariss Jansons.” Isaac Karabtchevsky, diretor artístico do TMRJ e diretor artístico e regente titular Paulo Zuben, diretor artístico-pedagógico João Batista Natali, jornalista, da Opes e da Sinfônica Heliópolis da Santa Marcelina Cultura colaborador da Folha de S.Paulo

46 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO

m 2013, nós da Dell’Arte tive- m 2013, a Orquestra Sinfônica into que inauguramos uma nova “E mos um ano altamente positivo: “E Heliópolis realizou uma tem- “S fase na história recente do Thea- concertos lotados e novos projetos em porada impecável, com nove datas na tro Municipal de São Paulo. Assumimos andamento. Nossa política ao longo des- Sala São Paulo, superando-se a cada em janeiro de 2013 e, em menos de três tas décadas tem sido sempre a de apre- concerto! Pelo terceiro ano consecutivo meses, lançamos a programação e realiza- sentar, paralelamente aos nomes consa- sob direção artística e regência de Isaac mos uma temporada com grandes elen- grados, artistas que estão se firmando. Karabtchevsky, os jovens músicos do cos, encenadores e intérpretes de qualida- Neste ano, a Série O Globo/Dell’Arte Instituto Baccarelli se apresentaram ao de, brasileiros e estrangeiros. Quebramos apresentou, entre outros, artistas consa- lado de grandes nomes da música sinfô- todos os recordes de arrecadação, com grados como Yo-Yo Ma, Joshua Bell, os nica internacional, tais como Berenika um público que superou 100 mil pessoas excelentes King’s Singers e a Orquestra Glixman, Julian Rachlin, Eiko Senda, – só na ópera La bohème tivemos mais Sinfônica Finlandesa de Lathi. Um dos Antonio Meneses e Tomer Lev. Houve de 12 mil ingressos vendidos. Iniciamos pontos altos foi, sem dúvida, o conjunto também, como já é tradicional, um o serviço de assinaturas e já começamos do Concertgebouw, de Amsterdã, com concerto dedicado aos jovens solistas da a vender os pacotes para a programação Mariss Jansons como regente e Denis casa, alunos selecionados em teste inter- de 2014, que reforça a vocação lírica da Matsuev como solista. A Série Jazz All no: Filipe Dost (violino), Thiago Araújo casa e a firme intenção de transformá-la Nights teve seu ponto culminante com os (trompete), Franklin Santos (violino) e numa das casas de ópera mais importan- concertos de Paco de Lucía, que lotaram Luiz Fernando Venturelli (violoncelo). tes de nosso hemisfério, sem abandonar o o Theatro Municipal do Rio. Dentro do O ano, que começou com o grande caráter multifacetado de nossa produção programa de intercâmbio artístico inter- desafio de substituir a Osesp em três cultural, que abrange, além das óperas, nacional, vale ressaltar a vinda da Ópera datas de sua temporada, acabou com balés, concertos sinfônicos, de câmara, de Beijing, concretizada a partir de uma um gosto bom de missão cumprida! Em de música instrumental brasileira, música parceria com a Cidade das Artes e com crítica a um desses concertos, na Folha coral, bienais de arquitetura, festivais de o Sesc. Em outra frente, intensificamos a de S.Paulo, Sidney Molina afirmou que cinema, moda e tantas outras linguagens organização de turnês de artistas brasilei- ‘já se escuta o grupo sem se dar conta de estéticas e artísticas. Difícil não é pro- ros ao exterior, abrindo assim mercados sua origem como projeto social, o que duzir ópera, mas produzir bem ópera e para músicos da nova geração. Os Festi- não é pouco’. Não é pouco, mas tem outros espetáculos. E não uma, mas uma vais de Inverno de Friburgo e Petrópolis muito mais! A Orquestra Sinfônica He- série, uma temporada, várias temporadas chegaram à 13ª edição, registrando um liópolis é apenas a ponta de um iceberg seguidas. Para isso, agradeço à equipe público crescente. Como resultado do chamado Instituto Baccarelli, onde ape- comprometida do teatro e ao apoio que sucesso que a Dell’Arte vem obtendo, nas em 2013 mais de 1.300 crianças, temos recebido do governo municipal, estabelecemos para 2014 a meta de adolescentes e jovens – prioritariamente do prefeito e de seu secretário da cultura, intensificar nossa programação de da comunidade Heliópolis – tiveram a que não têm medido esforços para ofe- música clássica no Teatro Bradesco. oportunidade de se desenvolver como recer a infraestrutura necessária a nosso Pretendemos também aumentar nosso cidadãos por meio da música e de so- trabalho. Vale noticiar que recentemente apoio aos projetos de inclusão social nhar com um futuro brilhante nos pal- assinamos uma parceria com o MinC através de música e balé. Ainda para o cos! Alguns conseguirão. Alguns já estão para a reforma estrutural de nossa central próximo ano promoveremos o musical conseguindo. Mas todos os que sonha- técnica de produção; lançamos a licitação Brasil brasileiro, com estreia marcada ram já quebraram um paradigma, já não para as obras que concluirão o módulo para julho, em Londres. Deveremos acreditam mais em quem ou o que lhes dois da Praça das Artes; e teremos a estabelecer também uma parceria entre diga que isso não foi feito para eles. Já honra de sediar o encontro 2014 da OLA o Festival de Inverno de Petrópolis e o não se contentam com pouco e já sabem – Ópera Latinoamérica. O Municipal não Festival Internacional de Sintra, em Por- que, como nos corais e nas orquestras para. A usina de cultura está em pleno tugal, estreitando um intercâmbio entre do Instituto, o melhor de cada um é o funcionamento neste que é ‘o palco de essas duas cidades irmãs.” melhor para todos.” São Paulo’.” Myrian Dauelsberg, presidente da Edmilson Ventureli, diretor de relações John Neschling, diretor artístico do Dell’Arte institucionais do Instituto Baccarelli Theatro Municipal de São Paulo

Celso Antunes Gabriela Montero

48 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO Michail Jurowski k c k li ebec o s g ldg r u b o / j a divulgaçã / c a r l a concerto t re vis

Paul Lewis John Neschling

m 2013, pude observar todo odos os anos, lendo os ste 2013 foi um ano de infinita “E o terreno que foi conquistado “T depoimentos de colegas que “E tristeza, devido à irreparável pela música sinfônica em nosso país. respeito e admiro, fico com a impressão, perda do compositor Eduardo Guima- As orquestras têm dialogado inten- pelo entusiasmo que demonstram, que rães Álvares – uma mente criativa, samente com a cultura brasileira em estamos com dezenas de orquestras original e brilhante, que está fazendo pontos tangenciais, como a composição com o nível da Filarmônica de Berlim. uma falta danada. O ano teve uma ex- contemporânea, a bienal produzida Na verdade, temos um longo caminho a cepcional Sagração da primavera com pela Funarte, as participações nos mais percorrer. Com humildade e dedicação, a Orquestra Sinfônica Simón Bolívar, da variados festivais e cursos. No Festival a Bachiana Filarmônica Sesi-SP, pouco a Venezuela, regida por Gustavo Duda- do Vale do Café, a Orquestra Sinfônica pouco, vai ganhando uma personalidade mel; o estimulante Ciclo Beethoven da de Barra Mansa foi a ilustração perfeita e construindo sua sonoridade. Um dia Orquestra Filarmônica de Câmara de de tudo que acabo de mencionar. Sob chegaremos lá! Se Deus quiser, 2014 Bremen; e atrações internacionais do a batuta de Vantoil de Souza, ela circu- será melhor que 2013, e 2015 será porte de Yo-Yo Ma, Joshua Bell e a Con- lou e abriu espaços em toda a região, melhor que 2014. Continuaremos com certgebouw de Amsterdã – para ficar levando música clássica a quem nunca a política de encomendar, no mínimo, apenas nas mais chamativas. No Theatro tinha assistido a um concerto. Outro cinco obras a jovens compositores Municipal de São Paulo, John Neschling belo exemplo de versatilidade aliada brasileiros muito talentosos, alguns vem levando a cabo um excepcional à pesquisa e a busca musical foi dado radicados no exterior. Estas obras serão trabalho de reestruturação; a subida de pelo Festival Villa-Lobos, sob a inspirada apresentadas em primeiras audições nível dos elencos das óperas, bem como direção de Marcelo Rodolfo e da Sarau mundiais. A temporada na Sala São o novo paradigma de excelência da Produções Artísticas. No Espaço Tom Paulo continuará inspirada no Mostly Orquestra Sinfônica Municipal, é evi- Jobim, a Orquestra Sinfônica Brasileira, Mozart Festival, do Lincoln Center de dente demais para não ser reconhecida. regida por Marcos Arakaki e colocada New York, com solistas internacionais A Osesp continua trazendo convidados estrategicamente num formato de arena, que respeito muito, como Robert Levin, de excelente nível, como Paul Lewis, permitiu uma intimidade com o público dos Estados Unidos, Ling-Ju Lai, da Nathalie Stutzmann e Daniil Trifonov; raríssima em eventos clássicos. Ela fez China, e Andreas Woyke, da Alemanha, à distância, preocupa ver que, na turnê uma homenagem a Edino Krieger, Mario além de solistas brasileiros, como Jean- europeia, a divulgação pessoal da regen- Tavares e a mim mesmo, que toquei Louis Steuerman e Pablo Rossi, entre te titular, Marin Alsop, parece ter sido o Concerto para violão e orquestra e outros. Cláudio Cruz será o regente priorizada em detrimento da imagem da algumas das cadências da Introdução convidado para o último concerto. própria orquestra – que deveria ter sido aos choros, de Heitor Villa-Lobos. A Nossa luta continua e está aliada à protagonista. Por fim, duas alegrias: a vi- atividade intensa da Escola de Música responsabilidade social. Encerramos tória do excelente pianista Cristian Budu da UFRJ anuncia novos tempos para a 2013 com as primeiras trinta orquestras no importantíssimo Concurso Clara instituição. A brilhante direção de André jovens de cordas, que darão início a Haskil, na Suíça, que, espero, abrirá por- Cardoso tem muito a ver com isso. E o nosso sonho de formar, em dez anos, mil tas para ele não apenas no exterior, mas debate sobre a Rádio MEC-FM instalou- destas orquestras em nosso país.” também por aqui; e a volta de Prelúdio, -se com ímpeto no meio musical. Vozes o vibrante show de calouros de música João Carlos Martins, pianista e maestro, em defesa da programação clássica se fundador da Bachiana Filarmônica Sesi-SP clássica da TV Cultura, idealizado e elevaram mostrando que essa é uma par- comandado pelo maestro Júlio Medaglia, te imprescindível de nossa sensibilidade que revelou não apenas Budu (vencedor e nossa educação. Esse debate aparece da edição 2007), como muitos jovens ao lado de outro tão importante quanto: músicos que hoje integram as fileiras a educação musical. Para 2014, espero de algumas das principais orquestras do que todas essas bandeiras tremulem jun- Brasil.” to com a Copa. Boa sorte a todos nós.” Irineu Franco Perpetuo, jornalista e Turibio Santos, violonista e presidente da crítico musical, colaborador da Folha de Academia Brasileira de Música S.Paulo e da Revista CONCERTO

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 49 Paavo Järvi Ópera Billy Budd o / sh e ila guima r ã s divulgaçã

Orquestra Experimental de inha nomeação como ste 2013 foi um ano de conquis- “A Repertório definiu três principais “M membro honorário da Royal “E tas. A Sinfônica de Sergipe esta- objetivos, que são o foco de suas Philharmonic Society, de Londres, levou- belece-se, ano a ano, como um importan- atividades desde sua fundação, em 1990. -me mais uma vez a seguir os passos do te centro sinfônico nacional, com uma O primeiro diz respeito à formação de querido maestro José Antonio Abreu e temporada repleta de concertos memorá- profissionais de orquestra da mais alta foi um estímulo decisivo para continuar veis, com programas compostos por peças qualidade, treinados para dominar um com perseverança na via que iniciei como o Réquiem de Mozart, a Petrushka amplo repertório. O segundo coloca em 2007, ao liderar a implantação do de Stravinsky, a Sinfonia nº 4 de Mahler, em destaque a difusão da cultura Neojiba. Em 2013, com apenas seis a Gala Verdi, a homenagem a Wagner, o musical, formando e incentivando seu anos de existência, alcançamos uma concerto dedicado a Leo Brouwer com o público a ‘abrir os ouvidos’ para novas e sólida reputação internacional, criamos Quaternaglia, entre outros importantes inusitadas possibilidades sonoras. E, por uma Rede de Projetos Orquestrais da projetos. Sergipe parece ainda despertar fim, o terceiro está ligada ao processo Bahia e temos como meta para 2014 para a educação musical, com o renasci- de criação, incentivando compositores continuar crescendo e demonstrando que mento de seu Conservatório Estadual de a propor obras que sejam reflexo da em todos os cantos deste país existem Música e o desenvolvimento de projetos máxima liberdade criativa. A Orquestra jovens e crianças que aspiram ter acesso de orquestra jovem. A triste notícia é o Experimental de Repertório, em 2013, a ferramentas ricas e variadas para se falecimento prematuro, aos 53 anos, do continuou a rezar pela mesma cartilha expressar e desenvolver integralmente. governador Marcelo Déda, grande expo- que vem norteando seu horizonte, Pude também presenciar com entusiasmo ente da política nacional e companheiro sempre com renovadas perspectivas. o inédito interesse do atual governo da cena musical local. Vai-se nosso maior Seus instrumentistas passearam pela federal pela experiência do El Sistema, o incentivador, mas fica a esperança de que amplitude de um Bruckner, em sua que já acontece com sucesso desde 2007 um bom futuro, com maior valorização Sinfonia nº 6, por um surpreendente em muitos países, inclusive em vários de nossos músicos, chegue em 2014. Co- Shostakovich, na Sinfonia nº 9, do hemisfério Norte, que se inspiram laborando com outras orquestras, destaco percorrendo um longo caminho nesse hoje na experiência venezuelana para alguns lindos concertos realizados no gênero que veio dar na Sinfonia renovar seus métodos de ensino. Só México, na Itália, em Manaus e em São dos orixás, na qual Almeida Prado espero que ações rápidas e concretas Paulo. Momentos inesquecíveis, sobre- mostra um sentimento nacional vivo, sejam empreendidas. Fico também tudo, foram as apresentações realizadas contemporâneo. A sempre aguardada feliz em ver florescer mais projetos com a Orquestra do Theatro São Pedro e série Cinema em Concerto, com o tema de desenvolvimento social por meio Fabio Zanon e com a Orquestra Experi- ‘Amor em tempos de guerra’, colocou da música e lembro que a excelência mental de Repertório, junto à temporada o cinema no centro de algumas das artística deve ser condição sine qua do Theatro Municipal de São Paulo. Na melhores criações sinfônicas para a tela. non para que seja válido despertar em ocasião, em concerto inteiramente dedi- Houve homenagens a Benjamin Britten, jovens e crianças a confiança em nossa cado ao repertório contemporâneo brasi- ao Dia das Crianças, e, na ópera, a capacidade de lhes oferecer possibilidades leiro, estreamos a peça laçoentrelaço, de OER continuou a garimpar por mares reais de crescimento. Também em Flo Menezes, revivemos o Concerto para nunca dantes navegados com a primeira 2013 gravei meu primeiro CD/DVD piano de Willy Correa, uma linda obra produção, no Municipal, de The Rake’s comercial com a Orquestra Juvenil da com raras execuções, e também home- Progress, de Stravinsky. Por fim, Flo Bahia, realizado no Teatro Castro Alves e nageamos os 70 anos de Almeida Prado Menezes fez a primeira audição mundial tendo como convidados especiais César com a execução completa de sua Sinfo- de sua obra, laçoentrelaço, conosco, Camargo Mariano, Markus Däunert, nia dos orixás, em meu entender a mais enriquecendo o acervo de estreias da Yuri Azevedo e a Orkestra Rumpilezz. stravinskiana das sinfonias brasileiras. Um OER, que também resgatou o precioso O trabalho, intitulado Bahia Orquestral, enorme aplauso e agradecimento a todos Concerto para piano e orquestra, de será lançado internacionalmente em os que trabalham e lutam, diariamente, Willy Correa de Oliveira.” março de 2014.” nestes projetos.” Jamil Maluf, regente titular da Orquestra Ricardo Castro, pianista, regente e Guilherme Mannis, diretor artístico e regente Experimental de Repertório diretor-fundador do Neojiba titular da Orquestra Sinfônica de Sergipe

50 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO

Luiz Fernando Malheiro Joshua Bell tr iz ma o / a rte divulgaçã h o lm o / ma rc divulgaçã

m 2013, a vida musical – ao último ano foi especial para o Orquestra Sinfônica do Teatro “E menos nas instituições de maior “O Quarteto de Cordas da Cidade “A Nacional Claudio Santoro porte, em São Paulo – deu mais um passo de São Paulo. Apresentamos a primeira teve um ano de atividades intensas em direção a um populismo condenável. temporada em nossa ‘casa’, a belíssima em 2013. Tivemos parcerias com Na Praça Júlio Prestes aprofundou-se o Sala do Conservatório. Ter uma sede já é nove representações diplomáticas viés neobossanovista, ‘vendendo’ ao dis- fantástico, mas os vários significados da sediadas em Brasília, que contribuíram tinto público arranjos de música popular relação Sala/Quarteto tornam esse fato com solistas e regentes convidados. como obras de música contemporânea e, ainda mais marcante. Nossos ídolos do O 3º Festival de Óperas de Brasília no plano internacional, coencomendando Quarteto Haydn (mais tarde chamado teve como homenageado o produtor com orquestras tradicionalíssimas obras a de Quarteto Municipal) tocaram muitas Fernando Bicudo e seguiu crescendo. compositores russos ou norte-americanos. vezes nesse espaço, com a presença Destaques para as atuações de Martin Na Praça Ramos, a ordem é abarrotar de de muita gente ilustre, como Camargo Muehle, Luisa Francesconi, Martha público o Theatro Municipal em 2014, Guarnieri, Francisco Mignone, Osvaldo Herr e Vedrana Simic. Destaco também com óperas italianas (e uma alemã de Lacerda, só para citar alguns. A acústica o competente trabalho do cenógrafo sucesso garantido). Calma. Houve vida é perfeita para um quarteto de cordas, William Pereira. A boa notícia foi a inteligente. No topo, os dois eventos mais gradações de dinâmica de tirar o fôlego. assinatura, pelo governador Agnelo impactantes do ano: 1) abril – o oboísta, Retribuir toda essa qualidade aos Queiroz, do decreto que criou o projeto compositor e regente suíço Heinz Holli- paulistanos era uma obrigação, e nada Música nas Escolas, para levar o ensino ger tocou na Gran partita de Mozart, nos pareceu mais apropriado que um de música para toda a rede pública do mostrou seus Gesänge der Frühe, ou repertório de primeiríssima linha, um Distrito Federal. A assinatura do decreto Cânticos da manhã, para coro, orquestra verdadeiro projeto de vida – a integral contou com a presença do maestro José e fita pré-gravada, e regeu obras de seu dos quartetos de Beethoven. Foram oito Antonio Abreu, da Fundação Simón ídolo Schumann (Sinfonia nº1 e Concerto concertos ao longo do ano, para nós, Bolívar, e terá como consultor o maestro para violino, com Thomas Zehetmair); 2) momentos mágicos. Depois de mais de Vantoil de Souza, do projeto Música nas setembro – a integral de Beethoven pela trinta anos, essa integral era novamente Escolas de Barra Mansa. A Sinfônica Filarmônica de Câmara de Bremen, com ouvida em São Paulo. Mas não paramos de Brasília teve seu plano de carreira Paavo Järvi. Tem mais: em junho, além por aí; além desta série, outra, com modificado e um aumento médio salarial de uma Primeira de Mahler sensacional repertório variado e convidados. Para de 76%, o que a tornará em 2014 a com a Concertgebouw, o Primeiro de 2014, muita música boa. Uma série orquestra mais bem paga do Brasil – Brahms com Paul Lewis e seu recital dedicada ao repertório para quarteto um atrativo muito importante para o com as três últimas sonatas de Schubert; de cordas por compositores brasileiros, concurso público que será realizado para a Sinfonia nº 4 de Sibelius com Frank alternado com concertos de repertório a contratação de novos músicos. Em Shipway; em agosto, o Arquiduque internacional e convidados. Seguindo dezembro, o Teatro Nacional Cláudio inesquecível de Pinchas Zukerman no as palavras do nosso patrono Mário de Santoro fechará suas portas para uma Cultura Artística Itaim; em outubro, Andrade: ‘possibilidades musicais’.” reforma total. Com tudo isso, tenho a o Concerto de Britten com o pianista certeza de que, em breve, o cenário Marcelo Jaffé, violista do Quarteto de Conrad Tao, Filarmônica de Minas Gerais Cordas da Cidade de São Paulo musical no Distrito Federal estará e Fábio Mechetti; e em novembro, o completamente reformulado. 2013 foi Vivaldi eletrizante de Nathalie Stutzmann um ano muito feliz para mim, pois tive na Sala São Paulo. Troféu-surpresa: no uma agenda internacional superintensa, centenário da Sagração da primavera, com concertos em Portugal, no Chile, de Stravinsky, a melhor execução foi na Áustria, na Itália e no México, e da versão a dois pianos por Paulo Álvares em 2014 parece que vai haver um e Olga Kopylova, em maio.” incremento ainda maior nesta atividade.” João Marcos Coelho, jornalista e crítico Cláudio Cohen, regente titular e diretor musical, colaborador do jornal O Estado de artístico da Orquestra Sinfônica do Teatro S.Paulo e colunista da Revista CONCERTO Nacional Claudio Santoro de Brasília

52 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO ara a Funarte, a música erudita m São Paulo, 2013 foi uma conti- último ano foi excepcional para “P em 2013 foi balizada pela 20ª “E nuidade do que vem sendo obser- “O a Orquestra Filarmônica de Bienal de Música Brasileira Contempo- vado nos últimos anos: uma vida musical Minas Gerais. Três marcos importantes rânea, com as estreias mundiais das 71 intensa e diversificada. A Osesp conti- definiram as atividades da orquestra. obras encomendadas ou vencedoras do nuou oferecendo uma temporada ímpar, Um deles foi o lançamento de nosso concurso que organizamos em 2012 com solistas e maestros do porte de primeiro CD comercial, com a Nona (a filmagem dessas obras pode ser aces- Nathalie Stutzmann, Fabio Zanon, Paul sinfonia de Schubert, seguido de duas sada no site www.funarte.gov.br/bienal- Lewis e Heinz Holliger. No Theatro Mu- gravações para o selo Naxos de obras demusica). Recapitulando: até 2009, as nicipal, além de uma importante tempo- de Villa-Lobos. A primeira saiu recente- bienais apresentavam obras concursadas rada de ópera, temos acompanhado uma mente, apresentando o Concerto para e selecionadas nos anos ímpares, quando reorganização administrativa e mudanças violão, com a participação do violonista também ocorriam os concertos e eram que envolvem o Coral Paulistano e a italiano Andrea Bissoli, e a segunda será efetuados os pagamentos devidos; os Orquestra Experimental de Repertório. lançada no início do ano de 2014, com a compositores não eram pagos. A partir É fundamental que a nova direção con- Introdução aos choros, os Choros nº 6 de 2010, passamos a fazer o concurso sidere o papel único do Municipal, que e o Papagaio do moleque. É um orgulho nos anos pares, criamos uma política de não se resume a um teatro de ópera, mas para essa jovem orquestra desenvolver encomendas e inventamos uma nova é uma complexa instituição envolvendo uma parceria com um dos selos mais despesa: as criações dos compositores orquestras, coros, corpo de baile, escolas influentes da discografia internacional. das obras encomendadas e concursadas e um quarteto de cordas que é um or- O segundo momento relevante foi nossa passaram a ser pagas no próprio ano par, gulho para a cidade. Outros promotores participação como orquestra convidada o que praticamente duplicou os recursos trouxeram atrações de primeira grandeza, da Osesp, para substituí-la na série de destinados às bienais. Essa sistemática como a Orquestra do Concertgebouw assinaturas durante sua turnê internacio- está mantida para a 21ª Bienal: realiza- com Mariss Jansons e a Sinfônica Simón nal. Foi uma semana que deu a nossos remos o concurso e as encomendas no Bolívar com Gustavo Dudamel. Yo-Yo músicos oportunidade de trabalhar início deste ano de 2014, ao término do Ma, Joshua Bell e Trio Wanderer também numa grande sala de concertos, viven- qual serão entregues e pagas as obras se destacaram num ano em que o ciclo ciar uma rotina de ensaiar e se apresen- para estreia mundial em 2015. O con- das sinfonias de Beethoven pela Filarmô- tar em um mesmo local, projetando uma curso de 2010 teve 384 obras partici- nica de Bremen arrebatou os corações. realidade que aos poucos se vislumbra pantes, e o de 2012, 534. A sistemática Projetos de educação musical, como a em Belo Horizonte. Talvez o marco mais desses concursos não traz problema Orquestra Jovem do Estado de São Paulo importante do ano, entretanto, tenha maior − a comissão de seleção só recebe e a Sinfônica Heliópolis, se aprimoram sido o início da construção da Sala Mi- obras identificadas por números. Para ano após ano. Em outras praças, vale nas Gerais, futura sede da Filarmônica. as encomendas de 2010, selecionamos destacar o trabalho de excelência da Ela está sendo projetada detalhadamente compositores que participaram de 14 ou Filarmônica de Minas Gerais, que lançou para que se transforme numa das salas mais bienais; para as de 2012, organiza- seu primeiro CD comercial e está prestes de concertos mais importantes da Amé- mos uma eleição em que 67 composito- a conquistar sua sede em Belo Horizonte; rica Latina e contará com o maior órgão res e regentes indicaram, cada um, dez e, no Rio de Janeiro, a realização da 20ª sinfônico do Brasil. A Sala Minas Gerais nomes – os 670 votos recebidos defini- Bienal de Música Brasileira Contemporâ- estará pronta no segundo semestre de ram os compositores beneficiados com nea. Nunca é demais chamar a atenção, 2014, permitindo à Filarmônica reali- encomenda de obra. O colégio eleitoral no entanto, para a fragilidade de nossas zar testes e ensaios acústicos, afim de para as próximas encomendas será am- instituições que, dependendo majoritaria- aprimoramos todas as condições para pliado e diversificado. Mudando de as- mente de verbas públicas, ficam à mercê iniciarmos um novo capítulo em nossa sunto: em 2014, também reeditaremos de trocas de governo e mudanças motiva- história a partir da temporada inaugural o tomo VI do Boletim Latino-Americano das por interesses escusos.” em 2015.” de Música e a revista Música Viva.” Camila Frésca, jornalista e pesquisadora, Fabio Mechetti, diretor artístico e Flavio Silva, coordenador de música colaboradora da Revista CONCERTO e regente titular da Orquestra Filarmônica erudita da Funarte coordenadora musical da Rádio Cultura FM de Minas Gerais e s va gg re v e o / ga br i e l no divulgaçã bor o / ma rco divulgaçã

Ópera Don Giovanni Trio Wanderer

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 53 Ópera La bohème João Carlos Martins i cc o / fern a n d mu divulgaçã

ue temporada! Começamos ste ano rendeu ótimos frutos ano de 2013 foi importantíssimo “Q o ano com um novo plano “E para a música antiga, a começar “O pra nós, da Orquestra Sinfônica de cargos e salários para os músicos pelo 24º Festival Internacional de Música Brasileira. Principalmente pela consoli- da Ofes – Orquestra Filarmônica Colonial Brasileira e Música Antiga de dação da parceria com a prefeitura do do Espírito Santo – e conseguimos Juiz de Fora, promovido pela UFJF. Além Rio de Janeiro e a decisão da ida da OSB cumprir a meta estabelecida, dos renomados especialistas na área e de para a Cidade das Artes, será nossa sede a realizando 28 concertos no Teatro uma programação de concertos consisten- partir de 2014. É fundamental o apoio da Carlos Gomes, com 17 programas te, realizamos um feito histórico: a pri- prefeitura como mantenedora, junto com diferentes, incluindo aí desafios como meira gravação brasileira do Réquiem de o BNDES, a Vale e todos nossos outros a Quinta sinfonia, de Mahler, o Mozart com instrumentos de época. Um patrocinadores. A orquestra teve exce- Réquiem, de Verdi, e a suíte A floresta novo patamar de qualidade para a mú- lentes temporadas no Theatro Municipal do Amazonas, de Villa-Lobos. Nos sica historicamente informada made in do Rio de Janeiro e também na Sala São apresentamos em escolas públicas, ! O projeto pedagógico do festival Paulo, com muito sucesso de crítica e de visitamos outros municípios do estado, continua, assim, irradiando sua influência público. Sem contar nossa nova parceria divulgando a música clássica e levando aos quatro cantos do país, com cada vez com a TV Cultura, que tem gravado e cidadania às pessoas, descentralizando mais louváveis iniciativas deste gênero: transmitido todos os nossos concertos em e democratizando o acesso à cultura. a Semana do Cravo da UFRJ, a Semana São Paulo. Realizamos também, no final Obrigado a todos os músicos da de Música Antiga da UFMG, o Encontro de 2013, o concurso para admissão de Ofes, a toda a equipe administrativa, de Performance Histórica de Tatuí... E músicos para a OSB. A abertura de novas maestros, solistas, à Secretaria de diversos outros nascem a cada momento, vagas é importante para a continuidade Estado da Cultura, por todo o suporte se juntando ao Festival de Juiz de Fora e do projeto de qualidade da orquestra. e apoio, e à Rede Gazeta pela parceria seu evento gêmeo, a Oficina de Música Estamos, portanto, ansiosos para 2014, inestimável. No plano pessoal, tive o de Curitiba. Em São Paulo, o Núcleo quando teremos a primeira temporada de prazer de trabalhar mais uma vez com de Música Antiga da Emesp promoveu concertos em nossa nova casa, a Cidade a Sinfônica de Minas Gerais e com a o 2º Encontro Internacional de Música das Artes. Além disso, esse foi um ano Sinfônica de Campinas, importantes Antiga, com um resultado surpreendente: muito produtivo para mim. Comecei orquestras pelas quais tenho muito a maior orquestra barroca de alunos já 2013 regendo em Nova York. As apre- carinho, além de ter tido a possibilidade formada no país, regida pelo maestro sentações foram um grande sucesso e de levar a música brasileira além das belga Peter van Heyghen. Fico contente renderam uma excelente crítica no New fronteiras nacionais e dirigir concertos também por trazer ao Brasil meu mais York Times – o que resultou em novos em países como Polônia, Itália e Chile recente disco gravado na Europa, com convites. E também estive à frente da – experiências maravilhosas. Em 2014, os concertos de J. M. Leclair, ao lado da Orquestra BBC do País de Gales e da faremos 82 apresentações, sendo 43 orquestra belga Les Muffatti. Divido com Orquestra Nacional de Lille, da França. delas no Teatro Carlos Gomes, com o público brasileiro e meus indômitos E outros muitos concertos com minha 17 programas diferentes. Visitaremos colegas mais uma premiação pela revista orquestra, a Filarmônica de Calgary, sete municípios e realizaremos trinta francesa Diapason, como também pela do Canadá. Tive o prazer também de apresentações em escolas públicas revista alemã Alte Musik! Todos esses reger excelentes orquestras brasileiras: localizadas nas regiões atendidas pelo ventos vitoriosos vindos de 2013 pres- retornei à Filarmônica de Minas Gerais, Programa Estado Presente, do governo sagiam um 2014 ainda mais belo para atuei com a Bachiana Filarmônica e pude do estado, que visa a reduzir os a música antiga no Brasil. O Festival reger pela primeira vez a Amazonas indicadores criminais por meio de uma de Juiz de Fora celebrará suas bodas de Filarmônica. Fico feliz, pois presenciei política pública comprometida com a prata: 25 anos de trajetória, marcada pelo e atestei trabalhos que promovem um promoção de uma vida melhor. 2014 idealismo e a convicção de um projeto grande desenvolvimento da música sinfô- será um grande ano! Sucesso a todos!” duradouro. Aguardem!” nica no Brasil.” Helder Trefzger, diretor artístico e Luís Otávio Santos, violinista e diretor Roberto Minczuk, regente titular da OSB regente titular da Orquestra musical do Festival de Música Colonial e diretor artístico e regente titular da Filarmônica do Espírito Santo Brasileira e Música Antiga de Juiz de Fora Filarmônica de Calgary (Canadá)

54 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO Mariss Jansons gg re v e

Jean-Louis Steuerman bor o / ma rco divulgaçã

ano de 2013 foi um ano memo- m 2013, um fato importante eixei a Orquestra Sinfônica de “O rável para a Osesp. A começar “E para os amantes de música “D Chicago há exatos dez anos, pela turnê europeia, que nos levou – com clássica do Rio de Janeiro foi a devido à ação da distonia focal, que Marin Alsop à frente – a treze cidades de inauguração de dois novos palcos. afetou dois dedos de minha mão esquer- seis países e incluiu apresentações, pela Curiosamente, ambos ficam na Barra da. Voltando ao Brasil, após 25 anos nos primeira vez, em teatros como a Salle da Tijuca, e nisso há um lado positivo Estados Unidos, minha percepção foi Pleyel (Paris), a Philharmonie (Berlim) e e outro negativo. Para quem mora nas dupla. Vejo algumas tentativas honestas o Royal Festival Hall (Londres). Pode-se zonas Norte e Sul, o acesso à Barra de direcionar o país a um patamar de dizer que a turnê não apenas consolidou, em dias úteis é muito complicado, paridade com os grandes centros, mas mas elevou o patamar de reconhecimen- levando-se em conta que o trânsito vejo também grande falta de informação to internacional da Osesp. Dando conti- carioca já não deve nada ao paulistano, sobre o que é este patamar. Em vez de nuidade aos ciclos das sinfonias de Proko- e isso desestimula muita gente a ver adaptar-me ao establishment, preferi fiev e Villa-Lobos (para o Selo Naxos), concertos lá (até porque chegar a tempo criar novas avenidas de melhoramentos lançamos a Sinfonia nº 4 do compositor pode ser uma missão para Tom Cruise). – mais rápidas – e entusiasmar insti- russo, regida por Marin; e as Sinfonias Por outro lado, aquela região (a zona tuições já estabelecidas a se juntarem nº 3 e 4 de Villa-Lobos, regidas por Isaac Oeste), tão rica em shoppings e tão à nova visão de um país de primeiro Karabtchevsky. Lançamos também o Selo carente de palcos de concerto, merecia mundo. Em Santa Catarina, o Femusc Digital Osesp, disponibilizando gratui- investimento nesse segmento cultural. agora segue para sua nona edição como tamente obras de compositores e intér- O Teatro Bradesco, administrado pela um evento indispensável, criando intera- pretes brasileiros: Aylton Escobar (Coro Dell’Arte e pela Opus Promoções, e a ção entre novecentos músicos de quatro da Osesp), Gilberto Mendes, Almeida Cidade das Artes, que recebeu neste continentes. Inevitavelmente, uma ofer- Prado, Brenno Blauth e uma coletânea do ano a Osesp (até então assídua do ta de alteração de curso no mercado traz trompetista da Osesp Gilberto Siqueira. A Theatro Municipal do Rio em suas consigo uma diversidade de empecilhos. temporada na Sala São Paulo apresentou, vindas à cidade), são casas modernas e Na Paraíba, apesar de intensa oposição como de hábito, muitos regentes e solis- que deverão ter vida longa. Quem sabe do establishment, o Prima começará tas de primeira linha, tais como Nathalie até formarão um novo público ouvinte o ano letivo de 2014 com mais de mil Stutzmann, Jean-Yves Thibaudet, Paul de música clássica naquela região. No crianças carentes formando orquestras Lewis, Rafael Frühbeck de Burgos, Osmo ano que vem, a Orquestra Sinfônica sinfônicas completas em 21 polos de Vänskä e Daniil Trifonov. A Fundação Brasileira passará a ensaiar lá. Muitos ensino. Desde 2013, este caminho co- Osesp realizou, pelo segundo ano conse- músicos reclamam – em seus círculos meçou a ser demonstrado à família da cutivo, o Festival de Inverno de Campos de amigos – da distância, mas é bom Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, do Jordão, reunindo 145 alunos e mais que a orquestra tenha finalmente um na qual desenvolvemos uma adminis- de cinquenta professores. Nossas ativi- lugar com acústica adequada para seus tração participativa entre maestro e dades educativas atraíram nada menos ensaios, algo que a Cidade das Artes músicos para criar a temporada 2014, que 120 mil crianças e jovens e mais de parece oferecer. Portanto, a perspectiva na antítese da tradição centralizadora novecentos professores da rede pública para 2014, para muitos melômanos da regência orquestral vigente no Brasil. de ensino. Fizemos a estreia de obras cariocas, é passar horas no trânsito a Este país sofre muito com a exclusão encomendadas a compositores como fim de ver grandes concertos.” social e a desigualdade, não só no que- Marlos Nobre e João Guilherme Ripper e sito pobreza-riqueza, mas também nas Eduardo Fradkin, jornalista, crítico de recebemos a compositora Lera Auerbach. O Globo oportunidades centralizadas em poucos, Enfim, foi um ano intenso e de extra- à custa de muitos. Precisamos virar este ordinários resultados. E é nesse mesmo jogo, constantemente cobrando resul- espírito que chegamos a 2014, para a tados e inovações do establishment, temporada em que vamos comemorar o dando espaço a novas ideias e novos aniversário de 60 anos da Osesp.” talentos.” Arthur Nestrovski, diretor artístico da Alex Klein, diretor artístico do Femusc e Fundação Osesp diretor pedagógico do Prima

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 55 Emmanuel Pahud Roberto Minczuk d r igu e s ro o / c i cero divulgaçã

ano de 2013 para o Mozarteum ode não parecer, mas, parale- úsica no Museu registra 2013 “O Brasileiro foi marcado pelo “P lamente ao tradicionalismo do “M como um ano muito produti- ineditismo e por um profundo sucesso de mainstream da música clássica brasileira, vo. Foram mais de 450 concertos reali- público e crítica. Pela primeira vez, uma há vários músicos comprometidos com a zados, sendo 150 no 8º RioHarpFestival orquestra estrangeira – a Filarmônica de música de invenção, que têm realizado e trinta no Festival Internacional de Câmara de Bremen – executou as nove interessantes e criativos projetos a des- Sopros, além do 6º Concurso Jovens sinfonias de Beethoven em quatro noites peito da esnobada recebida por nossas Músicos e de uma intensa agenda inter- seguidas, com plateia lotada e rara ova- principais orquestras, teatros e festivais. nacional. Destaque para o lançamento ção. Outro ponto alto foi a passagem da Em 2013, a Orquestra Bachiana Sesi-SP do livro Música no Museu, 15 anos Sinfônica NDR de Hamburgo, que, além encampou um inédito projeto de enco- depois. Ocupando há 16 anos espaços de se apresentar na Sala São Paulo, fez mendas a compositores efetivamente nobres para integrar as artes gratuita- dois espetáculos gratuitos: uma matinê ligados à música de invenção (além de mente e, ainda, formar novas plateias para crianças com Pedro e o Lobo, e um mim, participaram Valéria Bonafé, através de convites a escolas e iniciativas concerto ao ar livre, ambos no Parque Matheus Bitondi e Marcílio Onofre), que, sociais, Música no Museu possui um Ibirapuera. A nossos queridos assinantes ainda bem, continuará no ano que vem acervo rico de pesquisas, apresentações, e espectadores também apresentamos a com mais nomes e novas obras. Por sua experiências e êxitos. Inaugurado em mezzo búlgara Vesselina Kasarova com a vez, o Sesc-SP viabilizou lindos projetos, dezembro de 1997, no Museu Nacio- Camerata Bern; a Sinfônica Nacional da tais como Ligeti+, do maestro Ricardo nal de Belas Artes, no Rio de Janeiro, Lituânia (debutando no Brasil); o Curtis Bologna, Contraluz, do compositor Música no Museu conta hoje, ainda on Tour; o Menuhin Trio; a soprano Marcus Siqueira, e Piano Presente, de que alternada ou esporadicamente, Caroline Stein com o Arte Ensemble; e, Joana Holanda. Muitas empreitadas in- com 42 dos melhores museus e centros fechando o ano em alto estilo, a Sinfônica dependentes também se destacaram, tais culturais, além de igrejas e até clubes de Bucareste, regida por Benoit Froman- como Trombone Contemporâneo Brasi- cariocas. Ampliando-se ano a ano, além ger. Esse sucesso também se traduziu nas leiro, de Carlos Freitas, S’io esca vivo, de de integrar atualmente o Brasil de norte atividades do Projeto Mozarteum. Vinte Karin Fernandes, e Bass XXI, de Alexan- a sul, também já se apresentou e se apre- e um bolsistas participaram de academias dre Rosa. É irônico que eventos tradicio- senta em países de todos os continentes, de verão na Europa. Três foram contem- nais do calendário contemporâneo (por sempre com êxito. Seu objetivo é formar plados com bolsas de estudo completas – exemplo o Festival Música Nova e a Bie- novas plateias, facilitando a presença de um na Academia da Orquestra Sinfônica nal de Música Brasileira Contemporânea) crianças e jovens nos concertos; incen- Alemã de Berlim, outro na Academia da tenham se acomodado no tradicionalismo tivar a visita de seus frequentadores aos Filarmônica de Berlim, e o terceiro deles em seus respectivos modelos curatoriais museus onde acontecem os espetáculos concluiu seus estudos em composição e de espetáculos. Em contrapartida, o da série; manter um evento de difusão na Academia de Música da Cracóvia. E, Música Estranha – Encontro Internacio- cultural que atinja públicos distintos, não menos importantes, iniciativas no nal de Música Exploratória – chega com com boa visibilidade na mídia, e que Brasil, como o Clube do Ouvinte e as propostas bem mais instigantes e amplas, atraia amantes da música; quebrar as master classes, atraíram cada vez mais como ocorrido na II Bienal Música Hoje. barreiras entre eventos de música clás- participantes. Para 2014, nosso compro- Penso que a ousadia e a modernidade sica e de outros gêneros quanto ao inte- misso de propagar o melhor da música devam ser a guia de qualquer instituição resse do público em geral e aos locais de é refletido na programação ousada e cultural, inclusive as de música ‘clássica’. apresentações; instigar jovens músicos, de altíssimo nível e reforçado com o 3º Este compromisso artístico pressupõe dando-lhes a oportunidade de se apre- Festival Música em Trancoso, agora com riscos legítimos de ordem estética, mas sentar em locais de prestígio para uma um teatro novo, que une o erudito com no Brasil eles são sufocados pela inércia plateia interessada e conhecedora; e na o popular, o clássico com o jazz, levando decorrente da cultura tradicionalista e por versão internacional, levar a música e o desenvolvimento e cultura para o Nor- interesses políticos e comerciais.” músico brasileiro para todos os cantos deste do Brasil.” do mundo.” Leonardo Martinelli, compositor, Sabine Lovatelli, presidente professor, jornalista e assistente editorial Sérgio da Costa e Silva, diretor de do Mozarteum Brasileiro da Revista CONCERTO Música no Museu

56 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO enhuma notícia foi mais rele- m 2013, o Mozarteum trouxe a o começar o ano de 2013, “N vante para a música clássica “E São Paulo o Projeto Beethoven, “A dedicava toda minha energia a recifense em 2013 que o anúncio de que apresentou as nove sinfonias em minha carreira de compositor. Destaco Marlos Nobre como diretor artístico e quatro dias (com Paavo Järvi e a Or- apenas alguns tópicos: estreia mundial regente titular da Sinfônica do Recife, questra Alemã de Bremen), enquanto a de minha nova obra Sacre du sacre, o que resultou, após um semestre de Cultura Artística programou a Sinfônica encomendada pela Osesp; apresentação trabalho, na volta do projeto do plano de de Montreal (com Kent Nagano), a de minha obra Kabbalah pela Filarmônica carreiras da orquestra à pauta da Câma- Concertgebouw, de Amsterdam (com de Minas Gerais em Belo Horizonte e ra Municipal, na gratificação provisória Mariss Jansons), e a Sinfônica Finlandesa pela Sinfônica Simón Bolívar em Caracas; obtida da prefeitura até a aprovação da de Lahti (com Okko Kamu), que tocou participação da inauguração do Projeto lei, na inclusão comprometida de peças magistralmente a Quinta de Sibelius. No Ibermúsicas, no Teatro Colón, de Buenos nacionais no repertório e nos preparati- ano dedicado ao centenário da Sagração Aires; solista de meu Divertimento na vos para a aquisição de um novo aparato da primavera, a Osesp brilhou diante Sala São Paulo, com a Bachiana Filarmô- instrumental, sem falar na reabilitação de desafios envolvendo a música dos nica; e a estreia mundial de meu Nonetto, da autoestima dos músicos e do prestígio séculos XX e XXI, como a Sinfonia nº obra encomendada pela 11ª Bienal de do público. Por sua vez, a Orquestra 5 de Carl Nielsen (com Osmo Vänskä), Música Contemporânea. Paralelamente Sinfônica Jovem do Conservatório Per- o Concerto para oboé de Bernd Alois estava trabalhando em três encomendas. nambucano de Música, mesmo com as Zimmermann (com David Atherton) e a Em junho, então, ocorreu uma verdadei- dificuldades de patrocínio enfrentadas Sinfonia de Luciano Berio (com a titular ra reviravolta em minha atividade, quan- no ano, brilhou na última edição da Marin Alsop), mas não se pode apagar do aceitei o inesperado convite da prefei- Mimo ao tocar, após uma execução da da memória, igualmente, o Réquiem de tura do Recife e da Secretaria de Cultura Eroica, quatro obras de compositores Mozart dirigido por Nathalie Stutzmann. para assumir a Orquestra Sinfônica do nordestinos (Paulo Arruda, Sergio Fer- Com a chegada de John Neschling, o ano Recife, como novo regente titular, diretor raz, Sivuca e Clóvis Pereira). Quanto foi de reformulação no Theatro Munici- musical e gestor. Aceitei por diversos à ópera, pela primeira vez desde 2009 pal, que retomou a programação regular motivos: 1) a necessidade de dar minha aconteceram duas montagens em um de óperas apenas no segundo semestre. contribuição a esta orquestra que comple- mesmo ano na capital pernambucana, O destaque foi uma ótima Aida, que tou 82 anos, sendo a mais antiga do país; e com elenco totalmente local: Gianni permite ter boas expectativas para 2014. 2) incluir imediatamente vinte excelentes Schicchi, pelo Departamento de Música O Theatro São Pedro fez uma temporada músicos jovens do Recife, injetando san- da UFPE, e Don Giovanni, pela Core muito eficiente, e o “ano Verdi” rendeu gue novo no conjunto; 3) implantar uma (Companhia de Ópera do Recife), com bons frutos também em Belém e Belo programação na qual, em cada concerto, três e oito récitas, respectivamente. No Horizonte. Entre os solistas que por aqui esteja programada uma obra recente mais, sem esquecer os seis festivais da passaram, o jovem pianista russo Daniil de um jovem compositor brasileiro; 4) ‘grife’ Virtuosi e a Mimo (que, em sua Trifonov fez um dos melhores recitais dos levantar o nível profissional e salarial décima edição, chegou a Paraty e já últimos tempos, com obras de Stravinsky, da orquestra; 5) criar uma programação flerta com Colônia do Sacramento, no Debussy, Ravel e Schumann. Além do in- na qual grandes obras sinfônicas fossem Uruguai), uma boa nova na qual me tenso trabalho como crítico, tive um 2013 exaustivamente ensaiadas. E muitos incluo: a produção do primeiro catálogo especial como professor e violonista – vale planos seguirão, como encomendas, um de obras de um compositor pernambuca- lembrar a master class ministrada na Yale festival de música contemporânea latino- no, Clóvis Pereira, sob minha organiza- University e, como membro do Quaterna- -americana, gravação de CDs, uma escola ção. O lançamento do livro está previsto glia, a oportunidade de tocar em Lisboa, de formação de jovens instrumentistas para o segundo semestre de 2014 pela no Porto, em Chicago e em Havana, além e muito mais. Estou profundamente Cepe (a imprensa oficial do estado), com da atuação nos festivais de Belém, Campi- empenhado e entusiasmado neste novo e a expectativa de incentivar esse nicho na Grande, Juiz de Fora e Londrina.” espetacular projeto.” editorial no Nordeste.” Sidney Molina, violonista do Quaternaglia, Marlos Nobre, compositor, regente titular Carlos Eduardo Amaral, jornalista e professor e crítico de música da e diretor artístico da Orquestra Sinfônica pesquisador Folha de S.Paulo do Recife

Antonio Meneses Nelson Freire Nathalie Stutzmann n o / er i c daha divulgaçã

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 57 Festival de Ópera do Theatro ste 2013 foi um ano de muito o ano do bicentenário de Verdi “O da Paz, de ano para ano, “E trabalho, o que deixou menos “N e Wagner, foi Benjamin Britten tem como meta a superação. Temos tempo para acompanhar a programação quem, com seu The Turn of the Screw, a confiança de que realizamos musical da maneira que gosto. Fiz duas no Theatro São Pedro, ganhou uma um trabalho sério e amoroso em gravações, de Albéniz e Granados, para das mais bem realizadas montagens do relação ao bicentenário de Verdi e a Revista CONCERTO, e o Concierto ano. Mas, claro, não foram ignorados Wagner. Sem abandonar a mistura de Aranjuez com a Osesp, além de mais os dois grandes autores líricos do século do tradicional com o novo, sempre dois programas que gravarei em breve, XIX. E, das produções dedicadas a eles, na procura de um arejamento sadio, que exigiram muita dedicação. Junto sobressaíram-se Aida (Municipal de jamais enveredamos pelo caminho de ao calendário normal de concertos, que São Paulo) e, em Belém, Il trovatore e vilipendiar as grandes obras, apelando incluiu a estreia do Concerto para violão O navio fantasma. Se o assunto é a ópera, para as ‘pseudocenografias’ modernosas, e percussão de Harry Crowl, no Inhotim, difícil escapar, no balanço do ano, dos adotadas por vários teatros europeus. e a celebração do centenário de Britten, recentes acontecimentos no Theatro Nossos Il trovatore e O navio fantasma em Londres, neste ano trabalhei como Municipal de São Paulo. De um lado, nos deixaram felizes por revelar para o coordenador artístico e pedagógico do boas montagens, um aumento no número público, disso temos certeza, a pulsação Festival de Campos do Jordão, o que de récitas – e de público – e a promessa real dos maiores gênios da ópera do me deu muita satisfação. Apesar do de criação de um programa de educação século XIX. Para alternar com essas duas volume de trabalho que isso pressupõe, musical; de outro, polêmicas em torno tragédias, encenamos o Elixir do amor, é prazeroso ver o festival tomar forma de medidas como o cancelamento do que nos permitiu ver um sorriso em com a tentativa de trazer o que há de projeto do Anel, a reformulação do Coral cada espectador do Theatro da Paz. Isso melhor para o público e para os alunos. Paulistano e a proposta de reatribuição nos recompensa. Nessa aventura lírica, Entre muitos momentos mágicos, eu de funções da Orquestra Experimental de aqui estiveram, entre outros, Eliane destacaria os concertos do Quarteto Repertório. No debate gerado, com raras Coelho, Rodolfo Giugliani, Denise Enso, dos Swingle Singers e do Coro da exceções, surgiram vilões, mocinhos, de Freitas, Saulo Sperandio, Carmen Osesp com obras de Aylton Escobar como histórias e conspirações que criaram Monarcha, Atalla Ayan, Homero Velho, pontos altos do festival, além da orquestra um ambiente de animosidade no qual Saulo Javan, Denis Sedov, Tati Helene, de bolsistas tocando Kalevi Aho sob algo que me parece óbvio ficou de lado: Rodrigo Esteves, Ricardo Tamura, regência de Celso Antunes. Fora de meu mudanças são prerrogativas de uma nova Richard Bauer, Laura de Souza, Adriane âmbito de atuação, acho que os eventos gestão, assim como é direito da sociedade Queiroz, Miguel Campos Neto, Silvio marcantes de 2013 foram o primeiro discutir novos projetos de caráter Viegas, Emiliano Patarra, Mauro Wrona ano da administração Neschling no público. Qualquer processo de mudança e Caetano Vilela. A eles e aos que não Municipal de São Paulo, que, como era gera traumas – em especial em uma citamos (por falta de espaço), nosso de se esperar, repaginou a face pública do estrutura arcaica como a do Municipal. muito obrigado! A Orquestra Sinfônica teatro; a consolidação do Prima, projeto Nesse contexto, a lição que fica é a de do Theatro da Paz continua ascendente: social em áreas carentes da Paraíba, que é preciso duvidar dos interesses de dos escolhos da Salomé, no ano comandado por Alex Klein; e o ciclo quem defende que tudo estava muito passado, enfrentou, em 2013, desafios Beethoven de Järvi com a Filarmônica de bem antes, e que, da mesma forma, é como Navio e Sagração da primavera. Câmara de Bremen, uma prova de que é ingênuo acreditar que a mudança pela Vemos com alegria o crescimento preciso investir periodicamente na base mudança significa necessariamente uma lírico de norte a sul do Brasil. São do repertório, de forma arrojada. No lado melhoria. Cabe à nova gestão provar Paulo começa a fazer mais, e isso é negativo, destaco o fechamento da revista que seu projeto pode de fato significar fundamental para a ópera brasileira. Bravo!, pois era uma publicação que uma transformação de paradigma, e não A Secretaria de Cultura do Pará e o promovia a inserção da música clássica apenas a troca de velhos por novos vícios. Theatro da Paz desejam, a todos que na agenda cultural.” E, ao meio musical, fiscalizar o que é feito fazem ópera no país, um grande 2014!” – com maturidade e honestidade. Fabio Zanon, violonista e professor, Gilberto Chaves, coordenador geral do coordenador artístico e pedagógico do João Luiz Sampaio, jornalista e crítico Festival de Ópera do Theatro da Paz Festival Internacional de Campos do Jordão musical de O Estado de S.Paulo

Zubin Mehta Ópera The Turn of the Screw o / h q m divulgaçã

58 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO Fabio Mechetti Alondra de la Parra o / al e xa n d re z en divulgaçã

Orquestra Sinfônica de Montreal,­ oi um privilégio trabalhar ano foi marcado pela fase final “A dirigida por Kent Nagano, abriu “F com ótimos profissionais na “O da reforma da Sala Cecília em grande estilo a temporada de 2013 formação de jovens músicos. Foram Meireles e por apresentações de novas da Cultura Artística. Dentre as nove seis festivais de música nos estados de obras. Concertante, encomenda da OSB excepcionais atrações que se seguiram, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Santa em homenagem a Jean-Louis Steuer- gostaria de destacar a turnê da Orquestra Catarina e Rio Grande do Sul, nos meses man, foi estreada em abril pelo pianista, Real do Concertgebouw com regência de janeiro, julho e setembro. Pude em concerto dirigido por Roberto Min- de Mariss Jansons. Os três concertos na testemunhar a atividade pedagógica czuk no Theatro Municipal do Rio de Sala São Paulo, dois para o público e um de professores cada vez mais bem Janeiro. Cinco poemas de Vinicius de ensaio aberto para estudantes, foram capacitados no Brasil, produzindo uma Moraes, para soprano e orquestra, foi inesquecíveis. Além disso, mais de 8 mil geração de excelentes profissionais. apresentada em três concertos na Sala pessoas assistiram à apresentação gratuita Muitos talentosos estudantes São Paulo, em maio-junho, com Carmen dos holandeses no Parque Ibirapuera, que aperfeiçoam-se em centros acadêmicos Monarcha como solista da Osesp dirigi- graças à parceria com a Fundação Padre fora do país. Porém, nosso mercado da pela mexicana Alondra de La Parra. Anchieta pôde ser transmitida ao vivo de trabalho não cresce na proporção A obra foi encomendada pela orquestra para 2 mil pessoas em Amsterdã, pela necessária para absorver estes novos paulista e acabou sendo tema do progra- rádio e TV Cultura. Também não posso artistas. Precisamos buscar formas de ma Sarau, da Globonews, em homena- deixar de citar a Série Cultura Artística acolher os estudantes que educamos. gem ao centenário do poeta. Conduzi a de Música de Câmara, desenvolvida em A formação de novas orquestras, Camerata Antiqua de Curitiba em dois parceria com a Interarte, que contou com bandas, posições acadêmicas em novos concertos da Bienal Música Hoje, na uma excelente programação. Do lado centros educacionais e outras soluções Capela Santa Maria, em agosto. O pro- educativo, tivemos ensaios abertos em criativas são necessidades conhecidas grama incluiu obras minhas, de Mauri- algumas apresentações, além de master por todos. A formação da Orquestra cio Dottori, Marcio Steuernagel e Mar- classes desenvolvidas para estudantes de Câmara Presidente Prudente é cos Balter. No mês seguinte, participei de música do Instituto Baccarelli e da um gratificante desafio que busca a como compositor residente do Festival Emesp. Em parceria com a RVA Cultural descentralização, oferecendo arte da Brasileiro na University of North Texas. e FDE – Fundação para o Desenvolvi- melhor qualidade possível a um público Em outubro, estreou Lux Aeterna, uma mento da Educação, foram realizadas 16 sensível merecedor de nossa atenção. das 73 obras encomendadas pela Funar- apresentações do projeto sociocultural Atuar como maestro convidado no te para a 20ª Bienal de Música Brasileira Ouvir para Crescer. Permanecemos tam- exterior mantém intensamente clara a Contemporânea, coordenada por Flavio bém entusiasmados com as perspectivas necessidade de fazermos diferença aqui! Silva. A mezzo Carolina Faria foi acom- para 2014. Na temporada de concertos, O grande prazer tem sido encontrar panhada pelo oboísta Victor Astorga e teremos excelentes solistas e um número ressonância na companhia de pessoas pelo Quarteto Radamés Gnattali. Gravei excepcional de orquestras, incluindo a comprometidas nesta tarefa idealista. Portinari e outras telas sonoras em de- Orquestra Sinfônica da Rádio da Baviera, Não tem preço. A música agradece a zembro. O CD contou com as participa- que se apresentará com a excepcional esses artistas, administradores, amigos... ções especialíssimas da soprano Gabriela pianista Mitsuko Uchida. Outra novidade e à família de cada um de nós!” Pace, da mezzo Luisa Francesconi e da é o setor cinco de assinaturas, na parte pianista Priscila Bomfim. O próximo ano Jean Reis, maestro, e diretor artístico do superior da Sala São Paulo, com valores Festival Música nas Montanhas trará finalmente a Sala Cecília Meireles equivalentes à metade do setor quatro. de volta ao circuito na música do Rio Continuaremos, portanto, focados na de Janeiro. Uma intensa programação missão de promover espetáculos de está sendo elaborada, incluindo o novo qualidade, democratização do acesso e Espaço Guiomar Novaes, projetado para educação.” receber diversos tipos de manifestações artísticas.” Frederico Lohmann, superintendente administrativo da Sociedade de João Guilherme Ripper, compositor e Cultura Artística diretor da Sala Cecília Meireles

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 59 Edição de dezembro de 2013 Todos os textos e fotos publicados na seção Gramophone são de propriedade e copyright de Mark Allen Group, Grã-Bretanha. www.gramophone.co.uk

Com base no nosso inigualável time de críticos, escolhemos as 12 gravações obrigatórias do mês

Gravação do mês

BEETHOVEN ‘The Symphonies and Reflections’ Christiane Karg, Mihoko Fujimura, Michael Schade, Michael Volle, Bavarian Radio Symphony Chorus and Orchestra Mariss Jansons BR-Klassik 900119 “Trata-se de uma daquelas raras ocasiões em que você fica com a sensação de ter estado na presença da coisa em si.”

Beethoven Chopin Mozart Diabelli Variations, etc Polonaises ‘Piano Sonatas, Vol 1’ András Schiff pns Rafal Blechacz n Christian Blackshaw ECM New Series DG 479 0928GH pn 481 1446 Wigmore Hall Live WHLIVE0061/2

“Schiff tem sua própria agenda (e por que “Além de captar muito bem a nobreza “O virtuosismo cuidadoso, porém não?), porém, ao longo dela, delicia-nos com e imperiosidade das obras, Blechaz também espontâneo, de Blackshaw, ao lado de um sua perspicácia e um banquete de um belo encontra o fraseado de um grande cantor e senso preciso de caráter e um fazer musical jeito de tocar, gravado de modo excelente; e os momentos de pesar dilacerante.” completamente vivo, desarmaram meu seu foco na música jamais vacila.” ceticismo.”

Paganini Schumann JS BACH 24 Caprices, Op 1 Piano Sonata No 2, etc ‘Cantatas, Vol 55’ Ilya Gringolts vn Mitsuko Uchida pn Solistas; Bach Orchid ORC100039 Decca 478 5393DH Collegium Japan / Masaaki Suzuki BIS BIS2031

“Onde antes ficávamos contentes “A sonata tem uma intensidade extrema “Esse volume, o último, ressalta o simplesmente ao nos maravilhar com a – exatamente como quando ela a toca ao amadurecimento do Bach Collegium Japan, pirotécnica, agora, devido ao agudo senso vivo; porém, o que faz essa performance ser sua crescente estatura, e a confiança para de oportunidade e grande atenção às tão cativante, é o contraste entre a escrita se livrar de convenções interpretativas dinâmicas, Gringolts nos faz ouvir a música.” maníaca e a introspecção.” genéricas.” (Leia mais na página 24.)

60 Janeiro / Fevereiro 2014 Janeiro / Fevereiro 2014 61 Lassus MAHLER Lagrime di San Pietro Das Lied von der Erde Visite o Gramophone Gallicantus Sarah Connolly mez Player em www. Gabriel Crouch Toby Spence ten gramophone.co.uk. Signum SIGCD339 London Philharmonic Orchestra Ali você pode ouvir Yannick Nézet-Séguin – em streaming de LPO LPO0073 áudio de alta qualidade – trechos de todos os CDs selecionados como “Gramophone Choice”, inclusive a “Gravação do Mês”. “Os detalhes têm pausas tocantes e “O que ainda há para ser dito sobre No Gramophone Player também é as repetições merecem a devida ênfase, Sarah Connolly, cujas performances de hoje possível ler, em inglês, as resenhas realizando de modo sensível a iluminação em dia estão acima de qualquer elogio?” completas dos álbuns do “Gramophone de um drama interior feita pela partitura.” Choice” apresentados nesta seção.

www.gramophone.co.uk

victoria DVD/Blu-ray Relançamento/ Tenebrae Responsories tchaikovsky Arquivo Tenebrae Eugene Onegin ‘Fernando Germani Nigel Short Solistas; Chorus at Selby Abbey’ Signum SIGCD344 and Orchestra of the Organ Works Royal Opera House Fernando Germani org Robin Ticciati; Selby Abbey Organ Kasper Holten dir Appeal SAOA001 Opus Arte ◊ OA1120D; OABD7132D

“Nigel Short e o Tenebrae produziram “Por vezes, seus tempos são uma gravação que limpa todos os excessos “Altamente recomendada – ignore extremamente rápidos; combinados musicais, expondo o cerne dessas obras- as críticas descompassadas da imprensa com o brilho rico do órgão Hill, isso primas penitenciais.” britânica.” resulta em uma escuta empolgante.”

crítica O concerto de Pires e Meneses no Wigmore Hall, em janeiro de 2012

‘The Wigmore Hall Recital’ Schubert Arpeggione Sonata, D821 Brahms Three Intermezzi, Op 117 Mendelssohn Song Without Words, Op 109 Brahms Cello Sonata No 1, Op 38 J.S. Bach Pastorale BWV 590 – Aria Antonio Meneses vc Maria Joao Pires pn DG F 479 0965GH (77’ • DDD) Gravado ao vivo em janeiro de 2012.

É difícil não ficar um pouco triste pelo selo Wigmore Hall medida que chegava aos estágios finais de sua doença, ao mesmo Live, por ele não ter ficado com esse disco para si, assim como tempo que traz uma pungência menos anunciada em gravações não surpreende que a Deutsche Grammophon o tenha querido, mais morosas (mesmo que mais rápidas, particularmente mesmo tendo levado quase dois anos para lançá-lo – seria difícil no Adagio) da mesma obra. De fato, a gravação traz muitos alcançar tamanha perfeição técnica no estúdio, dia após dia e andamentos inesperados, que só fazem aumentar a intensidade tomada após tomada, manter ao mesmo tempo a intimidade de da relação entre violoncelo e piano – um equilíbrio que funciona uma performance ao vivo e transmiti-la para o disco. A intimidade particularmente bem na sonata de Brahms, na qual o violoncelo não decorre apenas de você saber que está ouvindo um disco de não é engolido pelo piano nem assume o papel de líder. Trata- uma única tomada, ao lado dos sortudos que estiveram na sala, se de um programa perfeitamente estruturado para uma solista em janeiro de 2012, mas também do jeito com que Meneses como Pires no papel de acompanhante, e seu ponto alto são os e Pires tocam juntos – a reciprocidade entre eles soa intuitiva e Intermezzos op. 117, de Brahms, que ela apresenta como canções baseada em familiaridade. de ninar de proporções absolutamente perfeitas. A Sonata Arpeggione, embora tocada de modo relativamente lento, dá uma impressão alegre de Schubert tentando se animar à Caroline Gill

60 Janeiro / Fevereiro 2014 Janeiro / Fevereiro 2014 61 Compre pelo telefone (11) 3539-0048 ou www.lojaclassicos.com.br

NINO ROTA JOHANN JOACHIM QUANTZ CHORUSES FOR MALE VOICES DOMENICO CIMAROSA Música de Câmara Flute Concertos AND ORCHESTRA Overtures Vol. 3 Lançamento Naxos. Importado. Miklós Spányi – regente Alberto Hold-Garrido – Patrick Gallois – regente R$ 35,30 Concerto Armonico regente Sinfonia Finlandia Jyväskylä A invenção do cinema também Lançamento Naxos. Importado. Lund Student Singers Lançamento Naxos. Importado. transformou a forma como R$ 35,30 Malmö Opera Orchestra R$ 35,30 escutamos música. Desde o A sonoridade delicada e lírica da Lançamento Naxos. Importado. Se a história fosse uma deusa, ela advento do “cinema falado”, flauta arrebata fãs ao redor do R$ 35,30 seria conhecida por seus caprichos vários compositores clássicos mundo. Mas se você só a ouviu Se tomarmos o canto gregoriano e um senso de humor para lá dedicaram parte de sua produção em sua versão moderna, precisa como ponto de partida para a de duvidoso. Não que alguém à sétima arte. Entretanto, muitos escutar sua mágica sonoridade rica tradição que constitui a questione o talento de nomes deles se notabilizaram apenas nas quando construída nos moldes história da música ocidental, como Bach, Haydn, Mozart e salas de cinema, apesar de muitas em que ela foi utilizada no século constatamos que o repertório Beethoven. Mas o que explica vezes terem uma interessante XVIII. Instrumento tão belo para coro masculino é mais antigo casos como o do compositor produção de música de concerto. quanto ingrato para o músico do que imaginamos. Esta prática Domenico Cimarosa? Nascido É justamente o caso do italiano (pois ele é muito mais difícil de se transformou e, ao chegar ao em Nápoles na segunda metade Nino Rota, conhecido pelas controlar), a flauta transversal século XIX, atingiu seu âpice, do século XVIII, ao longo de trilhas que fez para filmes de barroca tem na jovem Mary com obras de intenso vigor sua carreira ele experimentou Fellini, Francis Ford Coppola e Oleskiewicz uma brilhante dramático e cativante lirismo, imenso sucesso e projeção social, Zeffirelli, tais como O poderoso intérprete. Dotada de um lindo muitas delas contando ainda em especial, por suas mais de chefão, La dolce vita e Romeu e senso de musicalidade, ela realiza com o acompanhamento de um sessenta óperas (!) que escreveu Julieta, entre outros. Entretanto, com virtuosismo o equilíbrio efetivo orquestral. É justamente no intervalo de três décadas. Sua Rota é o autor de muita música sonoro e tímbrico, tal como a este repertório que se dedicam música é elegante e sedutora, tal de concerto, incluindo várias podemos ouvir neste álbum os excelentes cantores do Lund como pode ser conferido neste peças de câmara, reunidas neste integralmente dedicado aos Student Singers, coral masculino terceiro volume da série em que precioso álbum. Destaca-se o Concertos para flauta e orquestra sueco que é um dos mais antigos a competente Sinfonia Finlandia clarinetista Goran Gojevic, que de Johann Joachim Quantz, um daquele país, tendo sido fundado Jyväskylä toca as aberturas de sola a bela Sonata em ré maior, dos compositores fundamentais em 1831. O grupo é regido pelo suas óperas, sempre sob regência acompanhado pela pianista Mary no processo de consolidação do jovem maestro espanhol Alberto de Patrick Gallois. Este CD traz Kenedi (que atua solo numa Classicismo em música. O CD traz Hold-Garrido, que também as duas aberturas associadas à impressionante interpretação da os concertos QV 5:238, 5:165, comanda a excelente Orquestra ópera Le astuzie femminili, além Fantasia em sol maior), e o Trio 5:38 e 5:81, todos em primeira da Ópera de Malmö. No de Artemisia regina di Caria, Il para clarinete, violoncelo e piano, gravação mundial. Sob regência repertório, lindas composições de mercato di Malmantile, Cajo ao qual se une a violoncelista de Miklós Spányi, a flautista Sibelius (Vapautettu kuningatar), Mario, I due baroni di Roccazzura, Winona Zelenka. Kenedi é acompanhada pelos virtuoses Bruckner (Helgoland), Wagner Le stravaganze d’amore, L’eroe acompanha também a violinista do Concerto Armonico, grupo (Das Libesmahl der Apostel) e cinese e I nemici generosi, esta Lynn Kuo no Improviso em ré que, como ela, também toca em Schubert (Gesang der Geister última com um longo e bonito solo menor e o fagotista Michael instrumentos de época. Trata-se über den Wassern). Invocation, de clarinete a cargo de Denitsa Sweeney na Toccata para fagote de um álbum revelador, tanto pela de Debussy, e Landkjenning, de Laffchieva. Gallois e sua orquestra e piano. Trata-se de uma gravação consistência da sonoridade obtida Grieg, contam ainda com solos sabem dosar muito bem os fundamental para conhecer por seus músicos como pela beleza do tenor Mikael Stenbaek e do contrastes de sonoridade típicos melhor a música de Nino Rota. das obras de Quantz. barítono Daniel Hellström. da bonita escritura de Cimarosa.

FRÉDÉRIC CHOPIN – Études sua reputação no disputado terreno do repertório romântico, Jan Lisiecki – piano mais especificamente de Frédéric Chopin. Após gravar seus Lançamento Deutsche Grammophon. Importado. R$ 62,40 Concertos para piano, o jovem músico agora se debruça Quando o pianista Jan Lisiecki despontou na cena pelos dois ciclos de Estudos, os opus 10 e 25. Cada um dos clássica do Canadá (país onde nasceu), foram inevitáveis estudos propõe um grande desafio técnico ao intérprete. as comparações com o também pianista canadense Glenn Com naturalidade, Lisiecki abstrai essas dificuldades em sua Gould. Entretanto, apesar da juventude “extrema” – interpretação, para deixar espaço apenas para a musicalidade Lisiecki nasceu em 1995 –, o músico logo demonstrou e o lirismo escondidos atrás de trilos, escalas e arpejos tocados enorme personalidade nas suas interpretações, associada em velocidade insana. Ao abrir os olhos depois de ouvir essa a uma técnica brilhante e um virtuosismo espantoso. interpretação, lembre-se de que escutou um jovem de 17 anos Porém, ao contrário de seu conterrâneo, Lisiecki firma de idade. E maravilhe-se novamente.

62 Janeiro / Fevereiro 2014 DVD GIUSEPPE VERDI – Requiem de seu diretor, o pianista e maestro Daniel Barenboim, este Daniel Barenboim – regente álbum conta com um elenco estrelar de solistas vocais, tais Coro e orquestra do Teatro alla Scala de Milão como a soprano Anja Harteros, a mezzo soprano Elina Lançamento Decca. Importado. DVD todas as regiões. Garança, o tenor Jonas Kaufmann e o baixo René Pape, 88 minutos. Legendas em inglês, francês e alemão. R$ 91,50. acompanhados pela sonoridade precisa dos músicos do Coro Versão em CD duplo. R$ 36,40. e Orquestra do Scalla de Milão. Há muito tempo que esta O famoso Teatro alla Scala de Milão comemorou o obra-prima de Verdi não ganhava registro fonográfico com um bicentenário de Giuseppe Verdi de forma diferente e, elenco à altura de sua força dramática e sua expressividade. por que não dizer, surpreendente, ao produzir um novo Barenboim entende como poucos a natureza ambígua da peça, registro de sua Messa da Requiem. Neste DVD, a obra que, apesar de seu inevitável apelo operístico, mantém firme ganha linda ambientação visual a partir da gravação ao laços com o sacro e o divino. O resultado é nada menos que vivo, realizada no ano passado no teatro. Sob regência arrebatador. A gravação também está disponível em CD.

ALEXANDER ZEMLINSKY CLAUDE DEBUSSY ORQUESTRA BARROCA TURMALINA String Quartets Vol. 1 Four-Hand Piano Music Luís Otávio Santos – regente Grupo Aum Escher String Quartet Jean-Pierre Armengaud Lançamento independente. Nacional. Lançamento independente. Nacional. Lançamento Naxos. Importado. Olivier Chauzu – piano Vendas: www.promusica.org.br R$ 25,80 R$ 35,30 Lançamento Naxos. Importado. O Festival Internacional de Música Com mais de uma década e Compositor extremamente R$ 35,30 Colonial Brasileira e Música Antiga, meia de atividades, o Grupo interessante, Alexander Zemlinsky Numa época em que para ouvir que ocorre todos os anos em Aum destaca-se na cena clássica teve uma vida musical bastante música era imprescindível ter um Juiz de Fora, é o principal evento brasileira pelo trabalho sério e ativa e rica. Zemlinsky viveu em músico ao lado – e não apenas um brasileiro dedicado à música his- comprometido de interpretar e Viena na virada entre os séculos aparelho eletrônico –, floresceu toricamente orientada. Há anos, o registrar obras de compositores XIX e XX, e por isso sua música um imenso repertório que visava trabalho realizado com os músicos contemporâneos brasileiros. tem uma série de traços que muito justamente à realização musical que acorrem para o interior de O termo deve ser aqui entendido o aproximam de compositores em âmbito doméstico. No século Minas Gerais é registrado em um no sentido cronológico, já que como Richard Strauss, Mahler e XIX, o piano ocupava o centro precioso álbum. E na edição deste estilisticamente o repertório do a fase romântica de Schönberg das atenções da vida familiar, ano não poderia ser diferente. grupo mostra uma música lírica (vale a pena lembrar que ambos e foi para este instrumento que Na verdade, não se trata de “mais e tonal, com fortes raízes na eram amigos e cunhados e que muito do repertório de câmara de um” CD da série, mas de um identidade musical popular do Zemlinsky foi o único professor então foi escrito. Neste contexto, volume que se destaca entre seus país, vista pelo prisma da música de música formal que Schönberg vale a pena ressaltar outro tipo predecessores: é a primeira vez de câmara. Seu novo álbum abre teve). Em meio a sua fascinante de música, a para piano a quatro que a famosa Missa de réquiem com as Paisagens brasileiras produção, destaca-se a música mãos, no qual duas pessoas K 626 de W.A. Mozart é gravada n° 9, Noite enluarada, de de câmara e, nela, a série de dividem o mesmo teclado. Vários no país com instrumentos de Rodrigo Vitta, e segue com dois quartetos de cordas, aqui na compositores dedicaram obras época. A empreitada é, como de arranjos de Celso Marques, um leitura dos excelentes músicos a esta formação tão peculiar, tal hábito, comandada pelo violinista para Mulher rendeira e outro que integram o Escher String como o francês Claude Debussy. e regente Luís Otávio Santos, para Lampião de gás e Tristeza Quartet. O primeiro volume desta Nesta gravação, os pianistas Jean- que, além da Orquestra Barroca do Jeca. Marques apresenta verdadeira saga sonora começa Pierre Armengaud e Olivier do festival, rege também o Coro ainda uma criação original, Jogo com o Quarteto n° 3 op. 19 e o Chauzu nos brindam verdadeiras Calíope. O álbum traz ainda uma de espelhos. O jovem Tiago Quarteto n° 4 op. 25, Suite, joias musicais, como os quatro bela interpretação do moteto Ave, Litieri integra o álbum com a assim batizado por estar movimentos que integram a verum corpus K 618, de Mozart Incelênça a um nobre tropeiro, estruturado à moda do gênero Petite suite, a primeira versão de e duas peças de José Maurício lado a lado com o veterano barroco. Como bônus, o Marche écossaise sur un thème Nunes Garcia – pioneiro na Edmundo Villani-Côrtes, de álbum traz ainda Zwei Sätze populaire, Six épigraphes antiques difusão da obra do compositor quem se ouve Baião. Do maestro (Dois movimentos). O Escher e a transcrição da Première suite austríaco no Brasil: Dies Sanctifi- e compositor Paulo Maron String Quartet confere uma d’orchestre. Apesar da sonoridade catus e Gradual de São Sebastião. podemos ouvir a suíte Olimpus, interpretação de excelência a estas naturalmente mais encorpada As ótimas vozes solistas são a com referências à Grécia Antiga. lindas peças, nas quais ressalta-se desta combinação, Debussy ainda soprano Marília Vargas, a mezzo O tom popular é completado com a dramaticidade e a complexa trabalha de forma virtuosística uma Lorena Espina, o tenor Pedro o arranjo de Alexandre Daloia escritura deste compositor que incrível gama de sutilezas sonoras, Couri Neto e o barítono Marcelo Toca Adoniram!, e com a peça merece ser mais ouvido. fato que lhe é tão característico. Coutinho. Mantiqueira, de Nelson Ayres.

Janeiro / Fevereiro 2014 63 MÚSICOS e conjuntos / CDs 64

Janeiro /Fevereiro 2014 Músicos e conjuntos / CDs Trio Images Orquestra Sinfônica deBarra Mansa Luiza Sawaya Sérgio Bittencourt-Sampaio Livro “Música:velhos temas, novas leituras“, Laetare Orquestra deCordas Eudóxia deBarros CoralUSP CD “Turmalina”, GrupoAUM CD “Por toda minhavida”,AnaValeria Poles interpreta Ronaldo Miranda CD “Obras para piano“,Patricia Bretas Carol Murta Ribeiro Vitrine Musical 2014 CONCERTO O classificado especial daRevista CONCERTO 66 66 64 65 64 67 65 65 64 66 66

ENSINO livrarias / Luteria / outros Viagens Musicais Luthier JosuédeMesquita Livraria Musimed Livraria AlemãBücherstube Brooklin Festival 2014 Callas Estúdio dosLagos Augôsto Augusta Cultural Atelier Musikantiga Arlequim Música Projeto MúsicanasEscolas deBarra Mansa Conservatório deTatuí 68 67 69 68 67 68 69 68 68 69 69

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Músicos e conjuntos / CDs MÚSICOS e conjuntos / CDs 66 Janeiro /Fevereiro 2014 CONCERTO

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raça eperfeição”...) magia doTrio virtuoso”...),Argentina(...“músicosde Cultura”), Geórgia (“MedalhadeTbilissi”),Rússia(...“a sucesso:relevante Armênia(“MedalhadeOuroda Inúmeros concertosnoBrasileexteriorcom Várias obrasdedicadas(MarlosNobre,Villani-Côrtes) “Ordem doMéritoCulturalCarlosGomes” Prêmio APCA2006e2008(“GrandedaCrítica”) Trio Images www.trioimages.com.br [email protected].: (11)3288-3761

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68 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO

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ENSINO livrarias / Luteria / outros SÃO PAULO MOZARTEUM BRASILEIRO. Assinaturas 2014. Estados Unidos. Inscrições até 2 de julho. Direção Série de sete concertos na Sala São Paulo. artística: Lilian Barretto. Informações e inscrições: 12º CONCURSO DE CANTO BRASILEIRO MARIA Informações e assinaturas: tel. (11) 3815-6377 – tel. (21) 2225-7492 – www.concursopianorio.com. CALLAS. De 30 de março a 6 de abril. Para cantores www.mozarteum.org.br. líricos brasileiros e latino americanos até 40 anos ORQUESTRA PETROBRAS SINFÔNICA. Assinaturas Iª OFICINA DE PIANO DA USP. De 10 a 14 de de idade. Provas Eliminatória, Semifinal e Final 2014. Séries Djanira e Portinari no Theatro Municipal. fevereiro. Aulas individuais, master classes, no Theatro São Pedro de São Paulo e na Câmara Renovação: encerrada. Novas assinaturas: concertos e palestras para alunos e professores Municipal de Jacareí. Inscrições até 10 de março. até 8 de março. Informações e assinaturas: de piano, além do público em geral. Aulas Prêmios em dinheiro e concertos. Direção geral e www.petrobrasinfonica.com.br – Tel. (21) 2568- com Eduardo Monteiro e Luciana Sayure, das artística: Paulo Abrão Esper. Coordenação: Alberto 8742 e 2568-7005. 14h às 18h; palestras e oficina com Amilcar Marcondes. Informações e inscrições: tel. (11) Zani, Gabriella Affonso e Helder Capuzzo SÉRIE O GLOBO / DELL´ARTE. Assinaturas 2014. 3467-0815 – [email protected]. às 18h30; concertos a partir das 18h30. Local: Informações e vendas: tel. (21) 4002-0019 – www. Iº CONCURSO NACIONAL DE PIANO DA ESCOLA DE Departamento de Música da ECA-USP – Auditório dellarte.com.br/concertos. MÚSICA DE SÃO PAULO. Dois turnos: para candidatos Olivier Toni – Rua da Reitoria 215 – Conjunto Arquitetônica das Artes – Prédio 6 – Travessa da Av. até 16 anos e para candidatos entre 17 a 25 anos. OUTRAS CIDADES Prêmios em dinheiro e recitais. Inscrições: de 20 de Professor Luciano Gualberto – Cidade Universitária. janeiro até 30 de março. Informações e inscrições: Coordenação: Eduardo Monteiro e Luciana Sayure. EMSP – Av. São João, 281 – Tel. (11) 3209-6580 – Inscrições até 5 de fevereiro em: cmu.eca@usp. Belo Horizonte, MG / CONCURSO NACIONAL DE www.teatromunicipal.sp.gov.br. br. Informações: tel. (11) 3091-4137, com Sueli COMPOSIÇÃO GUERRA-PEIXE: 100 ANOS. Obras Monteiro – http://oficinadepianousp.blog.com. para orquestra sinfônica entre 13 e 15 minutos. Iº CONCURSO NACIONAL DE VIOLINO DA ESCOLA DE Inscrições abertas até 31 de janeiro. Informações: MÚSICA DE SÃO PAULO. Dois turnos: para candidatos ÓRGÃO TUBULAR. Cursos de férias. Primeiro módulo www.musica.ufmg.br/gp100. até 20 anos e para candidatos entre 21 a 25 anos. em São Paulo: de 27 a 29 de janeiro, com Julio Prêmios em dinheiro e recitais. Inscrições: de 20 de Amstalden e Elisa Freixo. Segundo módulo em Belo Horizonte, MG / ORQUESTRA FILARMÔNICA janeiro até 30 de março. Informações e inscrições: Minas Gerais: de 30 de janeiro a 2 de fevereiro, DE MINAS GERAIS. Assinaturas 2014. Renovação: EMSP – Av. São João, 281 – Tel. (11) 3209-6580 – com Josinéia Godinho e Elisa Freixo. Inscrições encerrada. Assinaturas novas: até 31 de janeiro. www.teatromunicipal.sp.gov.br. abertas para alunos iniciantes e avançados. Informações e vendas: www.filarmonica.art.br. Valores: um módulo: R$ 180, dois módulos: R$ 250, desconto de 10% para pagamento até CORAL EXSULTATE. Coro especializado em música Belo Horizonte, MG / ORQUESTRA FILARMÔNICA DE 15 de janeiro. Informações com Elisa Freixo: sacra de todos os períodos, sob regência de Hermes MINAS GERAIS. Audições para Trompete, principal [email protected]. Coelho. Inscrições abertas. Ensaios sábados das associado; Trombone, Principal Associado; Violoncelo, 9h30 às 13h na Igreja Imaculada Conceição – Principal/Seção; Violino, Seção; e Viola, Seção. Ins- OSESP – ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO Av. Brigadeiro Luis Antônio, 2071 – Bela Vista. crições de 3 de fevereiro a 7 de março. Audições: PAULO. Assinaturas 2014. Renovação: encerrada. Agendamento de testes: [email protected] dias 14, 15 e 16 de março. Edital, repertório e inscri- Troca para assinantes: encerrada. Assinaturas – Tel. (19) 3386-9751. ções: www.filarmonica.art.br. Informações: tel. (31) novas: até 17 de janeiro. O processo de assinaturas 3245-0675 – [email protected]. CORALUSP. Inscrições de 6 de janeiro até 31 será realizado exclusivamente pela internet: de março para novos integrantes. Para alunos e www.osesp.art.br/saladoassinante ou pelo telefone (11) 4003-2052, de segunda a sexta-feira, das 9h Engenheiro Coelho, SP/ 20º ENCONTRO DE MÚSICOS. funcionários da USP e interessados em geral, com De 14 a 18 de janeiro. Palestras, cursos, oficinas, ou sem experiência musical. Não é necessário ter às 18h, exceto feriados. Não haverá atendimento na Sala São Paulo. ensaios, concertos, lançamentos. Para professores vínculo com a USP. Várias opções de horários de de música, cantores, instrumentistas, regentes, ensaios e aulas de técnica vocal e estruturação SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA. Assinaturas estudantes e apreciadores de música. Período integral. musical. Participação gratuita. Informações e 2014. Série de seis programas no Teatro Sérgio Local: Unasp-EC (Centro Universitário Adventista de inscrições: tels. (11) 3091-3930 e 3091-5071 – Cardoso. Renovação: encerrada. Troca para São Paulo). Informações e inscrições: tel. (19) 3858- www.usp.br/coralusp. assinantes: encerrada. Assinaturas novas: até 11 9046 – www.unasp-ec.edu.br/musicos. de maio. Informações e vendas: IngressoRápido: CURSO DE FORMAÇÃO EM MÚSICA PARA www.ingressorapido.com.br/assinaturas/spcd ou Engenheiro Coelho, SP/ PÓS-GRADUAÇÃO: Ensino PROFESSORES. Com Olga Molina, Cristiane Serpa pelo telefone (11) 3224-1383. e Práticas Musicais com Ênfase em Educação e Ana Beatriz Zaghi. 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(11) 3256-0223 – Engenheiro Coelho, SP/ PÓS-GRADUAÇÃO: Estudos de óperas completas em DVD, com comentários. www.culturaartistica.com.br. Sextas-feiras às 14h. Dias 14 e 21 de fevereiro: Culturais: Arte, Música e Sociedade. Fórum interdisciplinar para a discussão destes temas, L´italiana in Algeri, de Rossini. Local: MuBE – Rua THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Assinaturas seus métodos e pressupostos. Três eixos de Alemanha, 221 – Jardim Europa. Inscrições e 2014. Dez séries de assinaturas para seis programas. manifestações artísticas: literatura, artes visuais informações: tel. (11) 3887-1243 e 99973-4079 – Renovação: encerrada. Troca para assinantes: e música. Curso em três módulos: janeiro 2014 e [email protected]. encerrada. Assinaturas novas para assinantes: de 2015 no Brasil e junho/julho 2014 na Itália. Carga 6 a 15 de janeiro. Assinaturas novas: de 17 de horária de 360 horas presenciais, 120 de Estudos FACULDADE CANTAREIRA – Curso Superior de janeiro a 12 de fevereiro. Assinaturas na Bilheteria independentes e atividades complementares e Música. Inscrições abertas para o Vestibular de do Theatro ou www.theatromunicipal.sp.gov.br. música 2014 e para outras carreiras. Corpo docente 120 de elaboração e apresentação do Trabalho de reconhecido internacionalmente. Estrutura completa Conclusão de Curso. Corpo docente de professores e moderno estúdio de gravação. Provas agendadas RIO DE JANEIRO doutores. Local, informações e inscrições: Unasp-EC por internet, telefone ou pessoalmente. Processo (Centro Universitário Adventista de São Paulo) – Tel. seletivo contínuo até preenchimento das vagas. IV CONCURSO INTERNACIONAL BNDES DE PIANO (19) 3858-9311 – www.unasp-ec.edu.br. Programas de bolsas de estudo e descontos. Local, DO RIO DE JANEIRO. Tributo a Magda Tagliaferro e informações e inscrições: Faculdade Cantareira – Villa-Lobos. De 27 de novembro a 6 de dezembro. 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70 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO até 31 de janeiro, em www.uel.br/eventos/ Pelotas, RS / IV FESTIVAL INTERNACIONAL SESC Resende e Hélcio Latorre. Oficina: Atualizações encom/pages/chamada-de-obras-artisticas.php. DE MÚSICA. Para alunos do Mercosul. De 19 a da técnica de trombone, com Donizete Fonseca. Chamada de artigos científicos para comunicação 31 de janeiro. Cursos de instrumentos para Segunda-feira 27 de janeiro: Oficina de oral e publicação em Anais, até 31 de março em estudantes de música dos níveis intermediário cordas para crianças, com Cristina Rapp. Oficina www.uel.br/eventos/encom/pages/chamada-de- e avançado/profissional. Cursos e oficinas de de violino com Ricardo Takahashi. Oficina artigos-cientificos.php. Informações: www.uel.br/ cordas, madeiras, metais, piano, regência de de música de câmara para clarinetistas, com eventos/encom/. banda sinfônica, canto coral, inclusão cultural, Daniel Cornejo. Terça-feira 28 de janeiro: música antiga, choro, música instrumental Curso de interpretação musical para pianistas, brasileira e jazz. Direção artística: Evandro com Scheilla Glaser. Oficina de contrabaixo, FESTIVAIS Matté. Veja programação de concertos no Roteiro com Marcos Brucolli e Max Ebert Filho. Oficina Musical. Informações e programação completa: de saxofone, com Samuel Pompeo. Oficina de Brasília, DF / 36º CIVEBRA – Curso Internacional www.sesc-rs.com.br/festival. trompete com Carlos Sulpício. Quarta-feira de Verão da Escola de Música de Brasília. De 14 29 de janeiro: Oficina: Piano brasileiro, com a 25 de janeiro. Concertos e cursos. Informações e Poços de Caldas, MG / 15º FESTIVAL MÚSICA NAS Renato Figueiredo. Curso: Noções iniciais para MONTANHAS. De 5 a 18 de janeiro. Concertos, programação: www.emb.se.df.gov.br. canto, com Edna de Oliveira. Oficina de viola, oficinas de música nas áreas instrumental e vocal, com Alejandro de Leon. Oficina de música de professores de reconhecimento internacional. Curitiba, PR / 32ª OFICINA DE MÚSICA DE câmara para instrumental de metal, com Luiz Inscrições encerradas. Direção artística: Jean Reis. CURITIBA. De 5 a 14 de janeiro: Música erudita Serralheiro. Quinta-feira 30 de janeiro: Curso: Veja programação de concertos no Roteiro Musical. e Música antiga; de 11 a 20 de janeiro: Música Formas de estudo de técnicas de violino, com Informações e programação completa: tel. (11) 99642- popular brasileira. Direção artística: Jeanette Cristina Rapp. Oficina de violino, com Márcia 2121 – www.festivalmusicanasmontanhas.com.br. Andrade. Inscrições encerradas. Veja programação Fukuda. Curso de técnica vocal para afinação de de concertos no Roteiro Musical. Informações e São Paulo, SP / Iº FESTIVAL DE VERÃO DA EMSP – intervalos, com Marcos Thadeu. Oficina de canto, programação completa: tel. (41) 3213-7528 – www. Escola de Música de São Paulo. Comemorações com Laura de Souza. Oficina de violão, com oficinademusica.org.br. do 45º aniversário. De 20 a 31 de janeiro. Paulo Porto Alegre. Oficina de piano, com Alex Cursos e oficinas: Terça-feira 21 de janeiro: Sandra Grossi e Margarida Fukuda. Oficina de Itu, SP / II FESTIVAL ELEAZAR DE CARVALHO. De Curso de leitura à primeira vista, com Maria violoncelo, com André Micheletti. Curso: Estudo 5 a 19 de janeiro. Inscrições encerradas. Concertos, Elisa Risarto. Oficina: Aspectos da técnica de diário do piano, com Daniel Matos e Fernando aulas e master classes. Direção artística: Sonia execução para violino e viola, com Cecilia Tomimura. Curso: Repertório orquestral e Muniz de Carvalho. Veja programação de concertos Guida. Oficina de flauta, com José Ananias solista para euphonium e tuba, com Luiz no Roteiro Musical. Informações e programação e Rogério Wolf. Quarta-feira 22 de janeiro: Serralheiro. Sexta-feira 31 de janeiro: Big Band completa: www.eleazarfundec.org.br. Curso de alemão para cantores, com Andrea & Soundscape, com Daniel D´Alcantara, Maurício Kaiser. Quinta-feira 23 de janeiro: Estudo de de Souza e Samuel Pompeo. Direção artística: Jaraguá do Sul, SC / FEMUSC – 9º Festival de violino, com Cristina Rapp. Oficina de trompete Sonia Albano de Lima. Inscrições até 15 Música de Santa Catarina. De 19 de janeiro a 1º direcionado para a música popular, com Daniel de janeiro em: www.theatromunicipal.sp.gov. de fevereiro. Concertos, cursos e oficinas. Direção D´Alcantara. Oficina de teoria musical, com br. Veja programação de concertos no Roteiro artística: Alex Klein. Veja programação de concertos Alcione Ribeiro. Oficina: O estudo do fagote, com Musical. Informações, programação completa e no Roteiro Musical. Informações e programação Alexandre Silveiro. Sexta-feira 24 de janeiro: local: EMSP – Av. São João, 281 – Tel. (11) 3209- completa: www.femusc.com.br. Curso de formações camerísticas, com Wilson 6580 – www.teatromunicipal.sp.gov.br.

Por Guilherme Leite Cunha

CONCERTO Janeiro / Fevereiro 2014 71 26º 28‘ 23,7597“ S 49º 5‘ 13,6459“ W

Grande Teatro do Centro Cultural da Scar Jaraguá do Sul, Santa Catarina

om pouco mais de 150 mil habitantes, Jaraguá do Sul é uma próspera cidade do norte C catarinense. As indústrias de malharia e metal lhe garantem a quinta economia do estado. Mas, além da pujança econômica, Jaraguá do Sul pode se orgulhar de possuir uma entidade dedicada à arte e à cultura, a Scar – Sociedade Cultura Artística. Entidade sem fins lucrativos, a Sociedade Cultura Artística surgiu em 1956, por iniciativa do casal Francisco e Adélia Fischer. Criada inicialmente para abrigar uma orquestra de músicos amadores, logo a Scar passou a reunir grupos de música, teatro, canto coral e balé. O sonho de uma sede própria começou a se materializar a partir da década de 1980, quando comunidade e empresários passaram a doar recursos para esse fim. Finalmente, em 2003 foi inaugurado o Centro Cultural da Scar, oferecendo um dos mais completos espaços do gênero na região Sul do Brasil. O centro cultural tem cerca de 10 mil m2 de área construída, distribuídos em seis andares. Além de diversas salas multiuso, o espaço conta com dois palcos para apresentações. Um deles é o Grande Teatro, com capacidade para 943 pessoas e toda a infraestrutura @revistaconcerto necessária para grandes espetáculos: cabine de luz e som, quatro camarins, sala de figurinos, sistema de cordas de urdimento para cenários e fosso de orquestra com elevador hidráulico. O palco tem boca de cena de 5,7 por 12 metros. É no Grande Teatro que se desenvolvem as principais apresentações de um dos mais importantes festivais de música do país, o Femusc (Festival de Música de Santa Catarina). Criado e dirigido por Alex Klein, o evento acontece anualmente no verão. Em 2014, as atividades acontecem entre 19 de janeiro e 1º de fevereiro. Nesse período, o Femusc promove a troca de experiências entre professores e centenas de alunos de mais de 18 países, por meio de aulas, master classes e cerca de duzentas apresentações abertas ao público. [Camila Frésca]

Agenda Femusc 2014 – Festival de Música de Santa Catarina Jaraguá do Sul, de 19 de janeiro a 1º de fevereiro

72 Janeiro / Fevereiro 2014 CONCERTO