MIDIATIZAÇÃO E REDES DIGITAIS: OS USOS E AS APROPRIAÇÕES ENTRE A DÁDIVA E OS MERCADOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Reitor Paulo Afonso Burmann Vice-reitor Paulo Bayard Dias Gonçalves Diretor do CCSH Mauri Leodir Lebner Chefe do Departamento de Viviane Borelli Ciências da Comunicação

Título Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados Organizadores Serge Proulx Jairo Ferreira Ana Paula da Rosa Tradutoras Stephane Gutfreund Vanise Dresch Revisores Marcos Matos Luís Marcos Sander Diagramação Casa Leiria Capa Luana Cristina Petry Marcelo Salcedo Gomes Raquel Salcedo Gomes

FACOS-UFSM

Comissão Editorial Ada Cristina Machado da Silveira (UFSM) Eugênia Maria Mariano da Rocha Barichello (UFSM) Flavi Ferreira Lisbôa Filho (UFSM) Maria Ivete Trevisan Fossá (UFSM) Sonia Rosa Tedeschi (UNL) Susana Bleil de Souza (UFRGS) Valentina Ayrolo (UNMDP) Veneza Mayora Ronsini (UFSM) Paulo César Castro (UFRJ) Monica Maronna (UDELAR) Marina Poggi (UNQ) Gisela Cramer (UNAL) Eduardo Andrés Vizer (UNILA) Conselho Técnico Aline Roes Dalmolin (UFSM) Administrativo Leandro Stevens (UFSM) Liliane Dutra Brignol (UFSM) Sandra Depexe (UFSM) Serge Proulx Jairo Ferreira Ana Paula da Rosa (Organizadores)

MIDIATIZAÇÃO E REDES DIGITAIS: OS USOS E AS APROPRIAÇÕES ENTRE A DÁDIVA E OS MERCADOS

FACOS-UFSM SANTA MARIA-RS 2016 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecária: Carla Inês Costa dos Santos – CRB 10/973)

Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 7 AS MASHUPS ENTRE MEIOS E OS USOS: SUMÁRIO PRIMEIRA PARTE DOS USOS ÀS APROPRIAÇÕES DOS USOS ÀS COMO APROPRIAÇÕES DA IMAGEM JORNALÍSTICA EM JORNALÍSTICA IMAGEM DA APROPRIAÇÕES COMO DIFERIDOS E TEMPOS ESPAÇOS da Rosa Paula Ana PARADIGMAS PARA PENSAR OS USOS DOS OBJETOS OBJETOS OS USOS DOS PENSAR PARA PARADIGMAS COMUNICACIONAIS Proulx Serge E QUESTÕES DISPOSITIVOS: DOS MEIOS AOS PROPOSIÇÕES Ferreira Jairo OS E O VAZIO: TENSÕES ENTRE A CRIAÇÃO ESTUDOS DE RECEPÇÃO EM CONTEXTO DE MUTAÇÃO DE MUTAÇÃO EM CONTEXTO DE RECEPÇÃO ESTUDOS GERAÇÃO? A UMA QUARTA RUMO COMUNICAÇÃO: DA Proulx Serge DÁDIVAS E OS MERCADOS DÁDIVAS Ferreira Jairo da Rosa Paula Ana 59 71 41 17 11 – OS APRESENTAÇÃO 8 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 145 123 101 273 251 233 213 189 175 Moisés Sbardelotto FLUXOS DECIRCULAÇÃO COMUNICACIONAL SOCIORRELIGIOSA DAS REDESDIGITAIS EMNOVOS O “CATÓLICO” EMRECONEXÃO: AAPROPRIAÇÃO Alexandre Dresch Bandeira DÍZIMO DIGITAL Serge Proulx CONTRIBUIÇÃO PERSPECTIVAS PARA PENSAR ACULTURA DA AUTORES Élida Lima CONTRIBUIÇÃO’ BOOKING.COM PERSPECTIVA SOBA DA ‘CULTURA DA Manoella Neves MIDIATIZAÇÃO, DEMOCRACIA EPARTICIPAÇÃO CIDADANIA CONECTADO: EMUMMUNDO Thayane Cazallas doNascimento Dulce Mazer DISSIDENTES NOCENÁRIO POLÍTICO CENTRO DEMÍDIAINDEPENDENTE: AÇÕES DIGITAIS Marcelo Salcedo Gomes ESPERANÇA EMMICRORREVOLUÇÕES MIDIATIZADAS O INTEMPESTIVO DE2013,FIAPOS JUNHO DE Edu Jacques OBJETO DEINTERVENÇÃO POLÍTICA A NARRATIVA FICCIONAL DEHARRY POTTER COMO OS MEIOS,ADÁDIVA EOMERCADO SEGUNDA PARTE ONLINE SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 11 - Mutação da

Os meios e os usos: Os meios e , numa iniciativa do Grupo de Pesquisa em Pesquisa de Grupo do , numa iniciativa - reali do seminário é um dos resultados livro Este Os seus fundamentos são as proposições de Serge de Serge são as proposições Os seus fundamentos entre as dádivas e os mercados e as dádivas entre zado com Serge Proulx, no Programa de Pós-Graduação em de Pós-Graduação no Programa Proulx, zado com Serge da Ciências da Comunicação Unisinos, intitulado Comunicação: Emergência de uma Cultura da Contribuição da Contribuição de uma Cultura Emergência Comunicação: Digital Era na cinco encon- Dos Sociais e Epistecom. Midiatização e Processos este para escolhidos, foram Proulx, com Serge realizados tros - de capítulos: a recep no formato apresentados eixos, três livro, ção; a sobre reflexão os usos, práticas e apropriações das - técni - rea se O seminário da participação. a cultura cas e tecnologias; Digitais/ Midiatização e Tecnologias do projeto lizou no âmbito também com a par- Estudos/CAPES, que contou Escola de Altos é um dos livro Este Flichy. Miège e Patrice Bernard ticipação de projeto. condensa este que compõem a série que três a multiplicação de contribui- da Web, de que, no universo Proulx à constituição de ou amadores profanos por utilizadores ções sociais, sítios co- de redes digitais (sítios corpus de conteúdos utiliza Vários um paradoxo. emergir faz blogues, etc.) merciais, contribuir para aceitam, assim, maciça e voluntariamente dores proprietárias que as empresas mesmo a construção de corpora, não bem-intencionadas estas contribuições dos sítios captem somente para os fins da constituição do corpus que controlam, geradoras são comuns contribuições estas mas também porque do capitalismo do imaterial. regime no novo econômico de valor 12 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados os acessos, os usos, as utilizações,práticas eapropriações, in- ção. Antes, porém, diferenciaas epistemologias eaportes sobre de articular asduaslinhagensde pesquisa, na área dacomunica- mesmo que,neste artigo,comonoanterior, sugiranecessidade a tematizador, esse eixo sediferencia dos estudos de recepção, práticase apropriações da técnica edatecnologia. Tambémsis forma sistemática, entre pares. pedagógico emdizer formauma defazer avançarpesquisa, de a quisadores. Este talvezvalor oduplo deste é também capítulo: no contexto dapesquisaempíricaeagonísticaentre ospes- fascinanteÉ verlinhagem depesquisasedesenvolvendo uma sucedendo, mantendo proposições, renovando outras, inovando. bertas metodológicas e casos investigados, as gerações vão se te movimento entre inferências teórico-epistemológicas, desco estudo sobre arecepçãopesquisa empírica.Numpermanen- éa investigador. temporânea daspesquisas em recepção que acompanhoucomo 1 do Seu artigoestánesteno Sul. livro, mesmo já tendo sido publica ter vindoantes, parater contato comaspesquisas desenvolvidas não lamentava que afirmou Proulx momento, determinado em perspectiva daspesquisas realizadas noNorte. No seminário, e processos sociais. boas interfaces para aspesquisasemcursosobre midiatização artigos dosautoresparticipantes. Essestemasoferecem nos social naperspectiva midiática–sãotambémabordados nos crítica docapitalismocontemporâneo eaanálisedoativismo Entretanto,outrosos temasdois realizadoseminário do a– oferecem àspesquisasemmidiatização eprocessos sociais. central destaescolhasedeve aopotencial epistemológico que ções dastécnicas etecnologias; acultura daparticipação.O apropria- e práticas usos, os sobre reflexão a recepção; a los: para este livro, três eixos, apresentados noformato decapítu- 1 , por apresentar uma sistematização eproblematização con- Revista Questões Epistemológicas, v. 1,n. 2, p.83-91,jul.-dez.2013. O segundo eixoO érelativo aosacessos, usos, utilizações, de gerações como situa autor o que do condutor fio O O primeiro eixo se refere aosestudos de recepção na Dos cincoencontros realizados,foram escolhidos, - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 13 O terceiro eixo é sobre a cultura da contribuição, no da contribuição, a cultura é sobre eixo O terceiro desta coletânea – pesquisadores, Os participantes um e realizar Com esta coletânea, buscamos registrar aqui e recém-doutores, Os capítulos de doutorandos O processo editorial foi configurado conforme lógicas contexto de uma sociedade mercantil, em suas relações com a em suas relações mercantil, de uma sociedade contexto - enfren Proulx Serge perspectiva, essa inserir Ao dom. lógica do a crítica do que herda com a perspectiva ta-se audaciosamente ambas num jogo de tensões, capitalismo, mas contextualizando subsidiar de no sentido inclusive superações, e contradições estágio do capi- atual como de um novo análises da conjuntura talismo Esta – a economia da contribuição. contribuição original do dom. Ao antropológicas as discussões como referência tem coloca se autor o interações, das eixo como a gratuidade colocar da ci- lógicas acentuadas pelas epistemologias entre no debate política lógicas destacadas pela e comu- economia da bercultura nicação. Enfim, o que a movimenta comunicação não é apenas a da participa- a cultura mas estratégias, e suas indústria cultural econômica. forma nova uma de se gerar ção, a ponto doutorandos e doutores, e não vinculados aos gru- vinculados – Sociais da Linha Midiatização e Processos pesquisa pos de - epistemo perspectivas a partir de cinco eixos com os dialogam e lógicas vinculadas a em tensões essa linhagem de pesquisa, casos, em muitos acima, procurando, articulações com os eixos a - construção de casos de in essas articulações para desenvolver empíricos. vestigação acadêmica de cooperação projeto deste centrais objetivos dos da co- da área as epistemologias para contribuir internacional: - e tec ângulos de dois – técnicas municação o cruzamento com e comunicação, de um lado, e processos nologias de informação midiáticos e midiatização, de outro. sub- artigos de um conjunto de escolhidos foram apresentados, - referên a partir de alguns critérios: metidos aos organizadores, - pro dos agonística com questões realizado; cias ao Seminário as para produtivas inferências midiáticos e midiatização; cessos pesquisas em curso. às redes relativos adicionais, e-book, com alguns de elementos dicando um quadro de autores que subsidiam as especificidades especificidades as subsidiam que autores de quadro um dicando de pesquisa. linhagem desta outra 14 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados Terceiro, oacessoélivre. ser folheado oubaixado emarquivo PDF único, para consulta. dos artigos e do livro em seu conjunto. Segundo,olivro pode e inglês). Com esse formato,proposta a éfacilitarindexaçãoa revistaresumo online(título, epalavras-chave emportuguês digitais. Primeiro, os artigos são apresentados no formato de Professores pesquisadores doPPGCC – Unisinos Jairo Ferreira eAna Paula daRosa PRIMEIRA PARTE DOS USOS ÀS APROPRIAÇÕES

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 17 2 - - Revisão da Revisão , realizado em , realizado Serge Proulx Serge , epistemologia, , epistemologia, 1 “Mutação da comunicação: “Mutação da comunicação: . E vou concluir com um debate sobre o sobre concluir com um debate . E vou quarta geração? recepção, prospecção, internet prospecção, recepção,

Neste Neste artigo, sobre reflito os estudos de recepção que Dresch. e Vanise ne Gutfreund Stepha por ido traduz artigo foi Este tradução: tradução: Jairo Ferreira. Atualiza reflexões desenvolvidas por Serge Proulx no Estudos intitulado da Escola seminário de Altos digital” na era da contribuição de uma cultura Emergência abril de 2013. Professor Emérito, École des Médias, Université du Québec à Montréal (Canadá). du Québec à Montréal Université Médias, des École Emérito, Professor (França). ParisTech associado, Télécom Professor Estudos de recepção em contexto de contexto em recepção Estudos de Studies on reception in a context of changing in a context Studies on reception communication: Toward a fourth generation? Toward communication: mutação da comunicação: rumo a uma comunicação: mutação da 1 Resumo: Resumo: a mi- comentário sobre começar com um breve Vou desenvolvo. Em à recepção. é relacionada com a pesquisa, que nha história traba de gerações primeiras três apresentar lhes vou seguida lhos sobre a recepção, para, no fim, pensar de forma prospecti à que estaria ligada de pesquisa, uma quarta geração sobre va da internet emergência busco reflexivo, processo Nesse recepção. da estudos dos futuro em jogo. e metodológicos epistemológicos os recortes Palavras-chave: metodologia. metodologia. 2 18 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados methodology. Keywords: reception, prospection,epistemology, internet, sues atstake. cess I try to identify the epistemological andmethodological is proreflection- this In studies. reception of future the on debate connected to the emergence andconcludewitha of the internet, prospectiveduce ina wayfourth a research generation,which is three first generations of works on reception. Afterwards I intro- search history, which isrelated to reception.then discuss I the I have beendeveloping. Istartwithabrief comment onmy re- Abstract: 3 Articulações epistemológicas: entre arecepção e é a grandeé a heterogeneidade de formas derecebertelevisão. a Ou etnográficaobservação primeira nesta surpreendeu me e sante interes é que O comunicação. de estudo de matéria em grafia mim eraforma uma de me aproximar destarealidade daetno- uma observação de uma noite de televisão e 25 famílias. Para fazendo etnográfica, observação uma estudantes, de grupo um do trabalhei mais precisamente sobre a recepção, foi, junto com flexões atuais). perspectivado problemacontribuição (temada deminhasre- o sobre questões específico em digital, meio teressando-me particularmente poressaquestãodaculturano últimos anos,voltei aestaquestãodos usos, da participação,in- menos a partir dos anos 2000 até agora, àtelevisão global.Nos mais de formatidiana, prospectiva. Na décadade90,dediquei-me, dediquei-me a investigar usos da microinformática eavidaco- do os usos

ponto devistadapesquisaemrecepção. Entre 1980 e1990, especificamente, à recepção da televisão local. E, mais ou mais E, local. televisão da recepção à especificamente, nhas reflexões comtudoqueaquifoi feito naesfera dosestudos derecepção. Certament da recepção no“Norte”. Nãoconsideram aspesquisas desenvolvidas no Sul. metodológicas e teóricas perspectivas as referência como têm reflexões Essas A primeira experiência que desenvolvi, em1990, quan- Começo falando sobre meu itinerário de pesquisador, In this article I reflect on the studies on reception that 3 e, setivesse vindo aoBrasilhá 20 anos,teria enriquecido muito mi- software livre, na - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 19 - - - - - es televisão estava ligada na sala, na ligada estava televisão Em seguida, nossa segunda etapa de pesquisa foi um segunda etapa Em seguida, nossa de pesquisa foi supervisiona uma pesquisa para passar depois, Tentei, seja, seja, finalmente a imagem clássica de uma família sentada no Observamos, minoritária. absolutamente era a TV olhando sofá casa, que a em uma exemplo, por mas não havia ninguém na sala. As pessoas estavam em outras outras em ninguém na sala. estavam As pessoas havia mas não A casa tinha uma na etc.). cozinha, peças da casa quartos, (nos à as e, quando chegavam pessoas pessoas, de circulação grande sala (com a televisão ligada), elas davam uma olhada, ficavam que elas e, em seguida, saíam. E observamos alguns minutos tavam falando sobre o que tinham visto na televisão, mas dis na televisão, o que tinham visto sobre falando tavam mim uma para Então cômodos. foi isso cutiam nos outros isso de consumir a diferente uma forma que havia ver revelação: televisão. etapa. dessa primeira críticas acerca em que eu recebi momento Disseram que parecia um pouco superficial ficar somente uma três em a observação fazer uma em eu tentei Assim, casa. noite uma família, até foi Uma pesquisadora (1991). dias seguidos ficou três dias, chegando pela manhã e ficando até a noite. Ela a e da importância família dessa o cotidiano observar tentava foi que observei coisa a primeira nela. Evidentemente, televisão não ho mulher, mandar uma necessário observadora que era saía da casa homem o momento, um determinado em mem, pois, e então sua esposa e os filhos ficavam sozinhos com a - observa uma que um melhor mulher do que seria Então pensamos dora. uma era Isso família. com a dias três esses passar para homem de uma anedota, em falar situação um pouco delicada. Só para quarto ao seu ir a mulher decidiu momento, um determinado Ela fazer. que o sabia não observadora minha a e filhos, seus com o mostrar para isso Acentuo da porta e observou. perto sentou trabalho do importantes limites os situação, dessa artificial lado de observação. mes Essa pesquisa combinou, ao anos (1992-1995). da em três – e recolhimento de 600 famílias sondagem – cerca mo tempo, introduzir tentei momento, Nesse práticas. de depoimentos de às minhas em relação no plano metodológico, novo um elemento abordagens de observação etnográficas, tentando me situar na vida. Esse tipo de de comentários dos depoimentos, dos tradição tentar para na sociologia, por exemplo, desenvolvido estudo foi 20 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados entrevistas individuais profundas e encontros degruposfocais. de metodológica destapesquisa foi a possibilidade de combinar consumir a televisão e o seu modo de intervenção. Aoriginalida de modo seu o sobre refletir tentar para deles privada vida na consumir as mídias desses militantes.seja, tentamos Ou entrar das mídias.Desejávamosquestão observarera qual o modode tes que,emsuas práticasmilitantes, estavamenvolvidos coma recepção. Trabalhamoscom umgrupode cerca de 20 militan interface entre atradiçãoe estudos dosestudos de de política sante um programa imaginar de pesquisa que estivesse numa especialista emestudos políticos. Pensamos que seria interes o meu programa de pesquisa sobre a recepção com um colega, pessoas que falaram pesquisa usando o modo “grupo focal”, reunindo cerca de 10 nos, portugueses que seestabeleceram emMontreal.Fiz uma “comunidades etnoculturais”, os vietnamitas, haitianos,italia material comoqueríamos. esse exploramos Não etc. avós, filhos, famílias, nas todos mos relaçãotelevisãocom a quatro em gerações, poisentrevistáva - deste material.Tínhamos ummaterial quenospermitiufalarda me permitiucontinuar.lamentoeu Então porcausa paratudo isso, mas tivecoletar problema um técnico quenão mas nãoescrevi um livro quedeveria ter escrito. Levei três anos a recolher um material muito rico. Eu escreviaartigos, alguns visão?” e,apartirdisso, começávamos aentrevista. Começamos perguntandomaior lembrançasua é a “Qual sobre ousodatele- abordadaprimeira na entrevista, começávamossegunda já na questões sobre atelevisão. Ese por acaso atelevisão nãoera soa nos falar dasuafamília eesperávamos queaparecessem as mília”. Nósnãofalávamos datelevisão, masdeixávamos apes- A palavra-chave noprimeiro encontro era “Fale-nos desuafa- que entrevistamos.duravam Elas entre duasetrês horas cada. dirigidas. bastante livres,de entrevistasquantidade semoucompouca do recolhimento dedepoimentos depráticas,com entrevistas quisa, tentei me concentrar noquepodemos entender a partir entender como acontece uma vida específica. No caso desta pes- A minhapesquisa seguinte (1995-1996) foi sobre as entrevistasresumo,duas Em pessoa fizemos cada com sobre seu consumotelevisivo. Continuei da riqueza da - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 21 - - e,

social, web mais o campo do

digitalização e mun- digitalização e emergência de um novo “sujeito comu- “sujeito um novo de emergência Vou abordar agora o lugar dos estudos de recepção na estudos de recepção dos o lugar agora abordar Vou Procuramos, de um ponto de vista epistemológico, vista epistemológico, de um ponto de Procuramos, Encerrei meu programa sobre os estudos de recepção os estudos de recepção sobre meu programa Encerrei história das pesquisas em comunicação. Até os anos 40, no ní- anos 40, os em comunicação. Até das pesquisas história uma visão unidimen em comunicação temos pesquisas das vel sional do público como uma como massa, massa homogênea, sobre diretos efeitos teriam imagina-se que as mídias portanto, Contexto teórico Contexto simbólico. E na segunda tradição (usos), estamos mais ligados à estamos mais ligados (usos), simbólico. E na segunda tradição Então, há uma dupla articulação técnico. do objeto apropriação o simbólico e o material. entre imagens das expectativas as uma criar imagem especular entre técnico. objeto do da apropriação sentido e o espectadores dos com o a que ia acontecer É como se prefigurássemos - que anos, reali de três com uma mais epistemológica, pesquisa abordar algo que vou explorar Tentamos colega. com outro zei chama, na lingua se artigo, que neste adiante mais um pouco - entrevista pessoas, mesmas que as foi O nós descobrimos que - fo que não novas diziam coisas focais, grupos dos das no âmbito interessante muito Foi individual. na entrevista abordadas ram essa pesquisa. gem das mídias, de dupla articulação. Em outras palavras, nossa palavras, dupla de articulação. gem das mídias, outras Em sobre estudos de pelas tradições está contextualizada pesquisa - enten quando busca a recepção, Sobre usos. os sobre e recepção os usos, das mensagens. E sobre estudos as interpretações der - Na pri técnico. do objeto a apropriação perceber que tentam interessa-nos a recepção, sobre tradição, meira que ainda não tinha surgido. Publicamos alguns artigos sobre o Publicamos alguns sobre artigos que ainda não tinha surgido. comunicantes. sujeitos de novos que chamamos de emergência programa no meu próprio assunto, a este voltar gostaria de Eu de pesquisa atualmente, se de tivesse refletir sobre uma - episte aqui mi- atual. Termino mologia da comunicação no momento derivada central a hipótese explicitando trajetória nha própria há uma percurso: desse entre da convergência contexto no nicante” dialização. Voltarei a esse ponto. dialização. Voltarei 22 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados o marco sãoostrabalhosda EscoladeFrankfurt, quepropõem crítica. Podemos afirmar que foi tradiçãona positivistade daescola importante observar queos estudos de recepção surgiram tanto ções privadas). Gabriel Tarde: amídiaoferece um cardápio para asconversa- ajudá-los ainterpretar asmensagens(sugerindoumretorno a e quevão buscardentro dasuacomunidademateriais para divíduos queseconstituemcomocomunidadeinterpretativa sar maispelainterpretação dosconteúdos porparte dosin- midiática. faziamse estavamídias, não com as caixa-pretaabrindo a ainda pessoas as que pelo interessando-se Mesmo superfície. na cia permane e limitada muito era gratificações e usos de corrente tras correntesde estudos, porque, digamos, sepercebeuque a 2006), falodessa corrente. Apartirdessa corrente surgiramou- Na minhaobra SociologiadaComunicação (BRETON; PROULX , com asmídias”,que asmídias fazem enão“pelo para aspessoas”. talvez devessem se interessar mais “pelo que as pessoas fazem dando-se conta dequetalvez fossem autocrítica, uma fizeram e feito tinham já eles que o sobre ram debruça- se Columbia de pesquisadores Os gratificações. e usos o Twitter. antigo, pode ser retomado nas reflexões sobre as mídias e sobre duzir os “seguidores”. Éinteressante queeste modelo,jámuito gens provenientes damídia,eestes líderes podem,assim,con- duas etapas, em que há líderes de opinião que filtram as mensa- delo teórico de “duas etapas”, onde a comunicaçãose daria em Columbia. co queexistem três cristalizações teóricas acerca daescolade diante dasmensagensdamídia. autonomiauma sição, postula relativa do indivíduo, doreceptor sob este público.Foi nos anos 40quesurgiu aescolade Columbia, a liderança de PaulLazarsfeld. escola seinsere Esta emopo- Aqui éimportante falarda tradição mais crítica,pois é Com osestudosderecepção, passamosanosinteres- A segunda cristalizaçãoteórica foram ascorrentes de A primeira cristalização teórica se deu em torno do mo- Escrevionde expli umartigocomdemeusalunos principalmente nacrítica. Aqui,

Columbia, quantoColumbia, na tradição

muito “mídia-centrados” e - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 23 ------por aprofundar

estudos de con- de estudos

a partir de Birmingham, essa a partir de Birmingham, se concentrar mais na decodificação, como se o

Até os anos 70, as análises críticas se voltaram muito muito voltaram se críticas as análises 70, anos os Até Paralelamente, nos anos 60 surgiram os centros de es de centros os surgiram nos anos 60 Paralelamente, Houve uma concentração na questão da decodifica teúdo dos produtos de mídia, sendo deixado de lado o polo da de mídia, sendo deixado dos produtos teúdo de um modelo 1973, então, em Stuart propôs, Hall nos recepção. diz nos Ele mídias. das análise a para decodificação e codificação pensar a função ideológica das mí- realmente, quisermos, que se ponto no codificação de processos os descrever precisamos dias, tam pensar, em que devemos ao mesmo tempo de produção, mais para o polo dos emissores. Fala-se, então, de concentração então, de concentração Fala-se, o polo dos emissores. mais para cul indústrias das da dominação Fala-se mídias. das econômica uma crítica da cultura de massa. A cultura de massa é vista como massa. A de cultura uma crítica da cultura capitalismo. do ideológica, própria de alienação mecanismo turais, análises ideológicas do discurso midiático. Porém, o polo o Porém, midiático. discurso do ideológicas análises turais, que É claro ignorado. relativamente permanecer vai da recepção Se nos aí uma visão um pouco caricaturada. temos relacionadas tinha preocupações que Adorno ver mos, vamos tempo mas ele nunca teve telespectador, do com uma história isso. realmente desenvolver para 1973 mas só entre na Inglaterra, de Birmingham tudos culturais iria Birmingham, de tradição Stuart dessa Hall, e 1975 o líder a análise da que, na verdade, dizendo crítica abalar essa tradição também, das mídias passa, função ideológica por uma conside então, a questão até porque, Isso recepção. de das práticas ração as sobre por estudos ora da função ideológica tinha sido tratada por jornalistas, ora os sobre redação, salas de bém, os processos de decodificação na recepção. Destaco que, é que, que aconteceu o na verdade, iria perspectiva completa levado sido de Stuart Hall não tivesse modelo teórico em consideração. mente que, em 1978, britânico, um sociólogo Morley, David foi ção, e proposta a recepção sobre pesquisa de a realização iniciou segundo aqui o que chamei de Stuart Hall. encerrar Gostaria de da conjunto no recepção de estudos dos o lugar capítulo, sobre de uma que falei dos estudos de comunicação, dizendo história tensões que existem Veremos de perspectivas. convergência mas a Escola de Columbia e a Escola ideológicas e contradições, - fas É bastante estão no mesmo terreno. de Estudos Culturais 24 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados há, aí,umamatéria deconvergência comocampodaliteratura. gar aUmberto Eco. Mas érealmente interessante observar que estéticada recepção. Eudiriaque isso pode seconectaraté che vamostambém ver o desenvolvimento de toda uma corrente da crítica literária, àcultura literária, àestética. Com essa corrente nheço muito poucoestaterceiracorrente: que diz arespeito à menos umartigo. corpuspor pesquisadores opostos; talvezlivro,um não pelo mas livro para escrever sobre o tratamento diferenciado do mesmo um Teríamos fascinante. É Dallas. televisiva série da dificação pesquisadores, nas duasescolas, quetrabalhamsobre adeco epistemológicadizendo acabam a mesmacoisa.Encontramos cinante observar queduasescolas em situaçãode contradição As três gerações depesquisa emrecepção oeo atno e rs eais pseoóio qe foram que epistemológicos desafios três de partindo modelo este Apresento mensagens. das interpretação da e codificação pesquisas queabraçariam aquestãodarecepção? seja: serágeraçãoquarta poderíamos uma que não imaginar de ou atuais, reflexões minhas de diretriz linha da falarei capítulo através dasquaissepensou,atéa recepção. então, Enoquarto mais epistemológica.diria. Ou Epõeemxeque certascategorias construtivista,eu terceiramais a é geraçãoE etnográfica.forma é muito importante, eé também contexto o mas decodifica, se como Tenta-seentender cotidiana. Essa segundageração écrítica em relação àprimeira. tenta entender os usos das mídias nos seus contextos da vida a daqui pouco apresentar Vou decodificação. em competência uma recepção. comunicação. Descreverei as três gerações de trabalhos sobre a e informação da ciências das campo no especificamente mais e vidos tanto noterreno das ciências humanas quanto das pelo menos,dos esta primeira geração.geração Asegunda que é aquela Gostaria deacrescentar aquique,pessoalmente, co- A primeira geração se debruça asobre aquestãodade primeiraA os telespectadoresque postula delas têm Vou passaragorafalara da sociologiarecepção ou,

estudos de recepçãocomo foram tal desenvol- preciso descrever o contexto deuma sociais, - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 25 - - - do - das teleno

analisaraquilo ela respondeu negativamente. negativamente. ela respondeu um exemplo de enredos de um exemplo

O primeiro desafio epistemológico é distinguir entre o O segundo desafio é em perceber, toda a sua - comple - prag uma com recepção a articular é desafio terceiro O que as mensagens recebidas induzem na vida cotidiana das pes- cotidiana das na vida induzem recebidas que as mensagens não somente Entender, interessante. muito ser parece Isso soas. mas também que ela o que ela vê, o interpreta pessoa uma como com a telenovela na sua vida cotidiana. O que ela faz isto com faz moral certa implica, que isso envolve na sua vida cotidiana? Será em cer contidos morais princípios na vida cotidiana? Existem que as pessoas dizem e aquilo que elas fazem, distinguir as de distinguir fazem, e aquilo que elas dizem que as pessoas definidos definidos por Sonia uma Livingston, britânica pesquisadora im- nessa perspectiva. portante clarações das práticas. Lembro-me de que, por ocasião de uma de que, por Lembro-me das práticas. clarações - fas estava uma pesquisas, das minhas observadoras das minhas o entrevistado entrevista, uma longa durante cinada pelo que, - telerro em Quebec de que chamamos do respeito a dito havia a Perguntou-se chamam de telenovelas. vocês mances, que aqui respon a pessoa E aos telerromances? assiste Você esta pessoa: legitimidade. A pes- então, uma questão de deu que não. Havia, soa dizia a si mesma: “Não é bom que eu assista a telenovelas”. dela, e então na mente estava Isso de de informação, mais sérios Ela a que assistia programas disse interesse público, enfim. Como a entrevista foi muito longa, em ou- de no momento espontaneamente, a pessoa, momento dado acabou dando pergunta, tra nestas acontecendo a que estava par do muito Ela estava velas. a declaração entre um hiato que havia Observa-se telenovelas. nos epistemológica uma preocupação Há realmente e a prática. - as prá descrever em distinguir e conseguir recepção de estudos de um desafio. realmente ticas. Trata-se no fundo texto Este leitor. e o o texto entre xidade, a relação nessa principalmente recepção, de estudos os que significa texto a mensagem, entre postulam uma interação geração, primeira - e o telespecta como texto, que é considerado aquilo que se vê, uma contribuição dos Esta foi o leitor. que é considerado dor, de termos em polos dois os definir tentar para Culturais Estudos e leitor. texto senti- no mas filosófico, sentido no necessariamente não mática, É saber da comunicação. de uma pragmática do 26 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados não compartilha absolutamentenão compartilha desse código. Um exemplo,evi - pretante opõe o seu próprio código à codificação dominante. Ele negociação. função dassuasconvicções, vê outra coisa. Há realmente aíuma uma negociação;elecompreende a mensagem, mas,talvez em coisas assim e achaque os patrões precisam ainda avançar. Há ma. E,noponto de recepção, o sujeito interpretante não vê as de queospatrões conseguiramse esforçar eresolver oproble- trões e sindicatos, e há algoimplícito na mensagem,queé o fato pa- entre conflito um apresenta nos televisão de programa Um Decodificação einterpretação demensagens– tos enredos de pertencimento edebiografias específicas. ção das interpretações e das significações em relação aos grupos seus filhos? O último desafio é explicar a diversidade e distribui- exemplo, sobretudo nasconversas a adapta e dominante codificação à relação em desvios negocia pretante de umponto devistadateoria dacomunicação. há umaconformidade. Poderíamos dizer que hácompreensão que éenviada,é eela ponto daemissão,intençãohá uma eseconstróimensagem uma e ingleses chamam de Estamos aí numa figura de leitura prescrita, o que os americanos jeito interpretante se conforma com a decodificação dominante. de oposição. Noprimeiro caso, na práticade conformidade, o su- formidade, outraem termos de negociaçãoeoutraem termos con- de termos em decodificação uma Há mensagem. da ficação entredistinção queeleestabelece é a Hall três tiposde decodi tando omodelodeStuartHalleostrabalhos deDavid Morley. realizadosbalhos pelospesquisadores deBirmingham, apresen primeira geração

No último caso, napráticaNo último de oposição, o sujeito inter A segunda prática é a danegociação.Osujeito inter O interessante noquediz respeito aomodelodeStuart Eu gostariaagora de aprofundar um pouco mais os tra- à sua significação. Vejamos um exemplo de emissão: de exemplo um Vejamos significação. sua à

das telenovelas que vão ter uma repercussão? Por a mesmamensagemqueérecebida. Então preferred reading. Emoutras palavras, no

que estapessoa pode ter com - - - -

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 27 que estão na - rea preferred ao trabalho de David Morley: Morley: de David ao trabalho

ao fato de que até mesmo os ricos têm têm ricos mesmo os de que até ao fato tenta observar do que se trata. do que se trata. observar tenta de temas que trata . É um programa É interessante observar que desde o início, em 1978, a em 1978, o início, que desde observar É interessante da equipe etapa, a metodologia à primeira Quanto Agora, nos direcionamos Agora, - da tele entretenimento de pública, uma forma mas de - à cate em relação uma preocupação tem Birmingham equipe de - o progra o que diz perguntar se de Em vez da hegemonia. goria - aquilo que o progra sobre perguntam se pesquisadores ma, os a ideia como óbvio; aquilo que é tomado dizer, ma não precisa é uma ideia fundamental para como evidente de algo tomado a hegemonia. entender e esta do que se trata, entender em tentar consiste de Morley é a chave com a qual eles vão poder definir o dentemente radical: estamos no Afeganistão numa barraca, há numa barraca, no Afeganistão estamos radical: dentemente - Dallas série e é a na está passando que te ligada, uma televisão “Bom, E diz: aí programa. talibã E o a este está assistindo levisão. - pro neste apresenta que se americana burguesia está a grande ocidental”. a civilização abater devemos É que por isso grama. - pro mensagem do que a ao passo código, é outro que Observem ligada Dallas era grama problemas. problemas. Mas a decodificação, neste caso, é totalmente feita a registro. código, a partir de outro partir de outro ding. Se refletirmos a partir daí, vemos um paradoxo. Porque, pode dizer que a equipe de Morley no fundo, com que direito há a possibilida- ? Sempre reading ou aquilo é o preferred isto o pesquisador é palavras, Em outras leitura. outra de de ver aí uma questão Então, temos interpretante. também um sujeito epistemológica. agenda orçamento especial do um programa privilegiar BBC. E vai visão britânico. A pesquisa vai tratar do programa especificamente. de que a inscrição social, em termos a hipótese Ele considera - telespectado dos emprego tipo de de escolaridade, de nível de res explica o seu modo de construção dos significados. Eles vão fun- em falei, quais dos decodificação de tipos os então, escolher, de vista De um dele. ponto ção da sua Esta origem. é a hipótese semiótica a organização sobre trabalhar ele vai metodológico, da mensagem. Ele ele realiza o programa de pesquisa proposto por Stuart por Hall pesquisa proposto de o programa ele realiza chamado entretenimento de um programa sobre e trabalha Nationwide 28 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados provenientes declassesoperárias produzem tanto práticasde zem leituras emtermos de negociação e queostelespectadores diz que ostelespectadores queprovêm daclassemédia produ- de Morley do que ele próprio confirmou. A título de exemplo, ele hipóteses as mais portanto, confirmando, coerência, maior trar revistablicado na Cultural trabalhoque foiestatístico apresentadopu- está que artigo num reconstruí-los em termos de categorias fezestatísticas. Ele um Morley e desconstruiu completamente todos os materiais para as estatísticasdecidiu realizar uma releitura dos estudos de das hipóteses. volverleiturasconfirmação diferentes.não uma temosaí Então, que indivíduos de um mesmo gruposocioeconômico vão desen mente, forma de uma simples, a posturas socioeconômicas por realcorresponder- podem não decodificação de práticas as que discurso. no discurso; eles não conseguiram e ficaram indiferentes a este dantes negros, donível pré-universitário, nãosereconheceu estu- por formado grupo último um fim, por E, negociação. de dos sindicatos vai produzir leituras emtermos deoposiçãoou truir práticas emtermos denegociação.Jáogrupoproveniente tudantes daárea daeducaçãoouestudantes deartes, vai cons- de práticas deconformidade. Outro grupo,constituídopor es- executivospor mado de empresas constrói leituras em termos negociação ouoposição. desenvolvem práticas diferentes em termos de conformidade, destestalhes grupos. determinados grupos. Vou apresentar,de pouco, alguns daquia tes, depessoasqueelesconhecemnossindicatos econstituem suas rotinas depesquisas, vão buscarisso do ladodos estudan- que éfeita aostrabalhos de Morley: não émuito sistemático. Em tuídos nessa definição é um pouco fantasioso. Esta é uma crítica mostrá-laa estes modo grupos.Ocomoestes grupossãoconsti- passa-se a imagemdiferentessegunda etapa, grupos, euvou primeiraeu tento etapa entendermensagem. Na o queestána Em 2004,Em umsociólogo particularmente voltadopara As conclusões de Morley em 1980 o levaram adizer O queconstatamos,porexemplo, équeumgrupofor- Em suma,para retomar ametodologia de Morley, numa

Ele tentaEle saber seestes diferentes grupos

Studies de2004. Conseguiu encon- - - -

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 29 - - - os norte-americanos da os norte-americanos - resu tipo de . E o terceiro uma leitura maior em termos de termos maior em uma leitura , 1993) foi a seguinte: constituíram pe- constituíram a seguinte: foi , 1993) KATZ - meto a estratégia Columbia, Columbia. Na linha de

Passo agora aos trabalhos realizados mais na linha da mais realizados trabalhos aos agora Passo uma de resumir: maneiras destacam três Os resultados Dentro desta primeira geração de pesquisa vou abor- de pesquisa vou geração primeira desta Dentro não faz deles é que o sentido de um texto O primeiro os produtores desejaram apresentar. No grupo de árabes e árabes grupo de No apresentar. desejaram produtores os dológica (LIEBES; dológica Escola de e por um casal, e mulher, ou marido formados quenos grupos casais. a casa destes ia até O observador amigos. um casal de mais o observador. casais dois os cinco pessoas: Então havia ao programa videocassete, de através Eles assistiam à televisão com as entrevista uma longa fazia o observador Dallas, e depois o que tinham elas resumiam saber como para pessoas quatro de divididos que foram a grupos pertenciam Estas famílias visto. os observar mas é interessante um pouco fantasiosa, uma forma resultados. - temá uma maneira segmentada e uma maneira linear, maneira de confor na prática linear nos insere de forma tica. Resumir conformidade quanto práticas de oposição. Observem, então, então, o Observem, de oposição. práticas quanto conformidade desvio. midade: vamos buscar os estereótipos que são propostos, e se que são propostos, estereótipos buscar os vamos midade: àquela semelhante bastante de uma forma o episódio resume que marroquinos identificamos esse modo. O segundo modo de - re familia mais pessoas por usado foi segmentado, o modo sumir, então, personagens, que resumem, os com a com rizadas série, até chegando personagens, em determinadas concentrando-se casar que pensam que um vai dizendo a narrativa a antecipar são assim. Esses coisas com o outro, em kibutzim e residentes Califórnia nos apresenta mo, o temático, da mais aproxima que esta se aqui eu diria e ideológica, crítica são os russos. Esses opositora. prática é Nessa, conhecida como texto-leitor. a perspectiva dar agora uma que fez de Daniel Dayan, trabalhos os abordar interessante Ele anun do que chamamos de modelo texto-leitor. explicitação modelo neste cia alguns que estariam presentes postulados texto-leitor. in- Seria da semiótica. Isso diverge do texto. integrante parte se a vermos então, estabelecer um diálogo para teressante, 30 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados recepção. cia damídia, devemos tambémlevar em conta oprocesso de za quanto à influência. Se quisermos trabalhar sobre a influên- conteúdos damensagem, nãopodemosdaíinduzirumacerte - concertarmos nos se que significa das mídias.Aísetrata dequestões epistemológicas, poisisso influência a sobre reflete se quando consideração em levado o trabalho deinterpretação damensagemquevai ter deser atribuídos àtelevisão. cadeias causaisqueconduzemaosdiferentes tiposdeefeitos tenções dosautores, queservem depontos departidapara as in- as menos muito e si, em texto o não e significações, estas ções dotexto seconstituem pelosmembros deumpúblico;são significa - as que em momento um como recepção à refere se possamos desenvolver umainterpretação. Osexto postulado nos fornecem apoioscognitivos quenosdãosuportes para que res comoutras pessoas,comasquais está ligada aofato decompartilharvisõesmundoevalo- comunidades interpretativas. Umacomunidadeinterpretativa constrói numcontexto queécaracterizado pelaexistência de tei anteriormente. Oquinto postuladoéodequearecepção se propostos significados pelo texto. Ésimplesmente umaconsequênciadoqueapresen- os subvertendo ou rejeitando texto, mas elepodeaindaresistir àpressão ideológicaexercida pelo só retirar dotexto interpretações inesperadas para oanalista, não pode espectador o postulado: Quarto codificada. foi como modo do decodificada automaticamente seja mensagem uma terceiroO há maisrazãonão postulado éodeque para que um leitor, eédestaforma quepodemosfalar deinterpretação. podem seatualizarnosleitores. Então,otexto éativado por as estruturas dotexto sãoapenasvirtuais,nosentidode que de interpretação quesejaprivilegiado peloanalista.Portanto, textual quepassapeloabandonodetodo equalquermodelo segundo postuladoéarecusa deumaanáliseexclusivamente o sentidodeumtexto nãofaz parte integrante deumtexto. O externostexto.ao recepção,de estudos Nos considera-se que te integrante dotexto ouseháfragmentos desentidoquesão semiologia considera queosentidodotexto é Resumindo estafase, umtanto longa, eudiriaqueé em fazer umaanálisedos nos identificamos, e que e identificamos, nos realmente par- Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 31 - dos assistiam a Michel de Certeau foi um precursor destes estudos. destes um precursor foi Michel de Certeau de uma manei- inventam, Como, então, os praticantes A segunda geração de trabalhos sobre a recepção, a que a recepção, sobre de trabalhos A segunda geração um videocassete; então observamos aí um lado artificial, pois é A par- da recepção. reais das condições afastado um dispositivo - que inicia pesquisadores os limites, tir da constatação destes - ao contrá preciso, que era pensaram geração esta segunda ram rio, fazer um trabalho de descrição minuciosa, etnográfica, de recepção. reais processos pesquisa os para uma referência rapidamente, Ele tornou, se de pesquisa, em termos esta geração que desenvolveram dores pessoas de criatividade pela interessou se porque etnografia, de usuários de os usuários. Ele chama estes comuns, reconheceu praticantes. é um E Michel de Certeau astúcias, improvisações? próxima, ra e se in- psicanalista, teólogo, um historiador, pensador, imenso ele, secundária para pela comunicação de uma forma teressou mas para nós isso é o principal. Ele refletiu, escreveu algumas consu- que o o pergunta em que se a televisão, páginas sobre que é simbólico material esse com todo fabrica cultural midor ele, é um que modo, para pelas mídias. Observamos fornecido comuns desenvolvem de que os usuários o fato de evidenciar que o usuá- Ele reconhece cultural. criatividade uma verdadeira o Não é simplesmente cultural. um criador ser comum pode rio um midiática ou de uma metralhadora de passivo receptáculo tática e a distinção entre midiático. Ele introduz bombardeio - nos tra Mas não é a distinção habitual encontrada estratégia. um subconjunto a tática onde é simplesmente tados militares, diz respeito às abordagens etnográficas, está relacionada ao fato fato ao relacionada está etnográficas, abordagens às respeito diz da que os trabalhos perceberam de que alguns pesquisadores anteriormente Descrevi limites. tinham seus geração primeira com que as fazia o modo como de Morley, o modo de trabalhar os grupos de Ele convocava programa. a um assistissem pessoas de manhã. no sábado na universidade e o fazia telespectadores, manhã para de no sábado Então, à universidade iam as pessoas Já com Katz, elas audiovisuais. a assistir documentos etnográficas – abordagens Segunda geração 32 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados Nestes trabalhos foram feitas descrições minuciosas do contex gráficas está nos trabalhos sobre os usos familiares da televisão. argumentos eprodução deopiniãopúblicalocal. sociedade. Podemosna observaraumentoum quehá globalde Mas depois se começa a refletir sobre o lugar que a beleza ocupa realmenteútil? isso é é: perguntarealidade, a na e, nariz, o ficar do fato de desejouque alguém umacirurgiapara plástica modi do lugar dabelezanasociedade. Agente vê, então,quese sobreprograma, o conversae, aospoucos,nesta surgequestão a cirurgia E,noinício, começamconversas, plástica. inofensivas, véspera.na Todas estão conversando de manhã sobre oprogramaa queassistiram exemplo:Um local. pública estamos noescritório pessoas eas nos apresenta umcasoemquefalada produção opinião deuma entre aspessoas, que se desenvolvem emlocaisdiferentes. Ele (2004),Boullier éofato dequeele tão maisnoseusítiooriginárioderecepção damensagem. de interpretação damensagematravés de conversas que nãoes recepçãouma secundária. Estamos aídianteatividade de uma gramade televisão véspera.que euassistina a temosaí Então no ônibus,restaurante, eoobjeto daminhaconversa éopro- com a“telinha”, masestou noescritório, na frente dacafeteria, ração diretacom afonte midiática.Eu nãoestou eminteração de recepçãosituação Essa éuma estamos emintenão qual na - gráficas e à descrição do que chamamos de recepção secundária. nográficas narecepção. fonte teórica para aquelesquetrabalhamcom as abordagens et- culturalque noséproposta de Certeau porMichel vai ser uma controlamas mídias.Observamos quetoda essaantropologia às estratégias dos grandes atores industriais. Essas estratégias lizar, vão adotar, para tentarem manter certo poder em relação ção ede astúciassão,todastáticas elas, comuns, aosconsumidores.de desvio, Astáticas deimprovisa- Certeau,se opõe atática à estratégia, diz respeito aos usuários que ilustram,que fazem estratégia. funcionara Para de Michel da estratégiatem –alguém estratégia uma edesenvolve táticas Um último elementoúltimo Um que ilustraas abordagens etno- que émuitoO interessante, noartigodeDominique Passemos agoracorrenteesta a dasabordagens etno-

assistiram aoprogramana véspera sobre a se interessa pelas conversas

que ospequenos vão rea-

partiu - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 33 - - - relações. Há relações.

ligados à relação à relação ligados . Aqui eu termino a eu termino . Aqui zapping nenhum programa idêntico ao outro. Cada um, Cada ao outro. idêntico nenhum programa Um terceiro ponto diz respeito aos trabalhos que foram que foram aos trabalhos respeito diz ponto Um terceiro Vou continuar, então, com a terceira geração de traba geração então, com a terceira continuar, Vou Desse (1990). Dayan de pesquisa: a um colega Remeto famílias que desligam a televisão para reservar um espaço para para um espaço reservar para a televisão que desligam famílias pela televisão são invadidas famílias e outras o ritual da refeição, de diversidade então, uma grande Vemos, as refeições. durante doméstico. no espaço de recepção práticas imaginar a televisão . Não podemos o zapping sobre realizados de modo a um nos remete que o zapping diria Eu sem zapear. programas para que não está mais orientado a televisão receber específicos. É simplesmente a ideia de estar conectado ao fluxo das imagens. Eu me conecto ao fluxo das imagens passando de de que há a recepção dizer poderíamos e, a rigor, uma a outra, da televisão à frente Uma noite global. uma de programa espécie outro. a depois programa, primeiro um a assisti eu significa: não televisivo de um programa é telespectador Hoje o telespectador há Não global. a partir das suas global o seu programa constrói cada indivíduo, seleção e de de escolha, de práticas de trabalhos. geração da segunda apresentação lhos sobre recepção, que chamo de orientações construtivistas. construtivistas. orientações que chamo de recepção, sobre lhos poderíamos falar de Os Também orientações pesqui reflexivas. - pro recepção sobre trabalhos que já tinham realizado sadores cedem, a partir dos anos 90, a uma sobre reflexão as categorias que Uma das categorias a recepção. com as quais eles pensaram público. O que é um de é a categoria e criticada é apresentada público, então? públi do figura à quanto que, assinalar de apenas gostaria texto, – enfoques construtivistas geração Terceira to familiar e doméstico a partir de observações e entrevistas, e entrevistas, e observações de a partir e doméstico familiar to - de recep situações destas familiar contexto que o observamos da vida são da ordem atividades Certas complexo. ção é bastante estão elementos Outros comum. doméstica com os vizinhos, rituais são adotados na família. Muitas vezes, Muitas vezes, na rituais são adotados com os vizinhos, família. a refeição é um ritual, e toda uma reflexão foi realizada sobre a nessas da televisão ritual como e o lugar refeição 34 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados completeiquadro meu anteriormentenoção deprograma coma parainterpretar outros programas ououtras Uma determinada emissão ou programa se torna umreferencial ser atribuída a da importância é a co nomundodostelespectadores. lespectadores. E podemos nos perguntaro queconstituipúbli palavras,estamos noâmbito eudiriaqueaqui domundo dete- outras Em audiência. da membros dos intersubjetiva tificação tem, apriori. numa reflexão que postula que os públicos de televisão não exis- Studiescom osPublic Temos,. orientações construtivistas então, Public Studies. Seria interessante articularos existenova uma corrente de queestáinstituindoosechama tudos de produção, mas eume dei conta de anos, que, háalguns lativos asalasde redação de jornalistas, vieram antes desses es estudos de produção originariamente, todos aqueles estudos re- principalmentecom osestudosdeprodução. articulando-as Os ramas problemáticasnecessidade de ampliar pela recepção,da tamos lidandocomilusõesdeumpúblico? esta questãosobrede televisão. oqueéumpúblico Será quees de televisão.público este É osentidodotextoDayan, deDaniel uma ficção estatística. Há toda uma reflexão sobre o que seja um demos falar, realmente,Podemos depúblico. falar,de sim,então, televisão, mas nãosabemosmaisdo que isso. Por isso, nãopo - milharesque hátantas, constata depessoas que ligaramsua a retratoum num momento instantâneo determinado em quese que vemosO que emQuebecchamamosdecódigo de escuta. é cas. Eu usoapalavra audiênciaquando faloem mensuração do com a expressão de Daniel Dayan, ao mundo de ficções estatísti- os outros nãoriem,ouvice-versa. a lado,reagemtadas lado juntas,epercebemos que nós rimos e de teatro.público de um é a blico Aspessoasnoteatro estãosen- Evidentemente,de umpúblico. aimagem um público. Há uma consciência reflexiva de parte dos membros dos membrosco, cadaum dele A última reflexão sobre as orientações construtivistas orientações as sobre reflexão última A Portanto, ointeressante ébuscaros processos de iden orientações Estas construtivistasse interessa também Ao contrário, a audiênciacorresponde mais, de acordo tem consciênciadefazer parte de à noção deintertextualidade.à que mevempú- deum emissões. Quando Reception Studies - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 35 ------introduz o mundo públi introduz ? Parece que a maioria – vi que a maioria blogs? Parece social e em tempos de um crescimento da comu- de um crescimento social e em tempos - social. E, nesta eu queria aprofun oportunidade, Assistimos, então, a uma transformação da escuta da então, Assistimos, a uma transformação Abordo agora a questão: será que estamos diante da que estamos diante a questão: será agora Abordo no jor isso um artigo sobre escreveu Manuel Castells . Qualo público dos blogs é Le Monde. Ele afirma que as mídias sociais dão a oportuni- alguns estudos sobre isso – tem como público o próprio bloguei público como o próprio – tem isso alguns sobre estudos dade de vermos surgir um novo tipo de mídia, que ele chama tipo de mídia, que um novo surgir dade de vermos casa, ou de massa. A partir comunicação de de mídia pessoal de emitir a partir de um smartphone, nós podemos simplesmente um novo Há todo global. uma difusão ter vão que mensagens para refletirmos contexto sobre o poder da comunicação. Como de público as noções e audiên- contexto, neste se transformam, que podería será de usuários, que são comunidades cia? Será nal mos falar de público em rede? Há uma sobre reflexão o público dos mas a maioria populares, blogs muito existem Evidentemente ro. interes muito um público. Há trabalhos encontrar não consegue o público dos blogs. sobre realizados a serem santes vida pri- entre das fronteiras a um desmantelamento televisão, de 2012, no mês de outubro convidado, e vida pública. Fui vada uma mutantes, crianças de acerca um seminário a participar de reflexão sobre como o mundo das crianças se transforma de web tempos em britâni- pesquisadores por apresentada foi que reflexão uma dar que a internet de da ideia a respeito cos - recep sobre trabalhos de de uma quarta geração emergência em de recepção estudos os ção? Ou estão se tornando seja, o que de web tempos de massa? da comunicação em detrimento pares nicação entre Rumo à quarta geração? Rumo televisivo global, temos essa ideia de que hoje estamos assis estamos que hoje de ideia essa temos global, televisivo tindo menos a programas específicos e mais a superprogramas globais. Estamos, então, conectados com um fluxo visual, e as codificações intertextuais parecem ser importantes neste con- desempenham intertextualidade de em que os processos texto um papel primordial na ideia de conexão com o fluxo global de imagem. 36 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados objetos legítimos epertinentes de pesquisa,neste contexto de modelo teórico dacomunicação. necessidade haja de superar epistemologicamente essa visãodo mos sobre recepção, éporqueestes postulamos polos. Talvez fala se definição, receptor.Por e mensagem emissor, com cos, modelos teóricos da comunicaçãoqueforam modelos canôni- que dizrespeitofato ao detalvez serem muito dependentes de clássicos recepção de estudos dos limite outro Há etnografia. a sobre seja decodificação, a sobre trabalhos aos relação em seja gotamento dos estudos de recepção em sua forma convencional, recepção têm futuro? Estamosassistindo espécie dees a uma parte quantitativa eaparte qualitativa dessesestudos. Norte. Trata-se de se desenvolver metodologias que combinem a gia mistaéumanoçãoqueestásendo retomada naAmérica do tégias mistas,audaciosaseinovadoras. Anoçãode metodolo solicita aospesquisadores em comunicaçãoqueelaborem estra- da indústria por novas perspectivas de pesquisa; a indústria têmicas e comunidades de amadores. deman- uma E hátambém interesse que reúnem coletivos de usuários, comunidades epis nossos modosdedifusão,distribuiçãoecomunicação. o queestáacontecendo. Estamos diantehibridação dos deuma postas nastelas diversas e, aomesmo tempo, em interação com televisão estáemtodas asnossas atividades diárias, agora trans- vez mais presente: dotelefoneao computador. celular Atelada dora.Vemos, das telas.multiplicação uma então, A tela cada está mitem remixar antigas mídias comelementos de criação inova- mídias eosnovos dispositivos interativos digitais,quenosper convergêncianuma comunicação, entre oconteúdo dasantigas sobre oqueépublicidade,informação oqueé pública, de fontesmultiplicidade de telasconfusão de numa gêneros entre vidaprivadaNós nos vemose vidapública. diante deuma da criança.Entãopercebemos como se desmantela afronteira quarto das crianças, o mundoexterno vai penetrar nouniverso doméstico. E agora, com a internet cia sempre foi descrita como tendo sido circunscrita aoespaço co nomundodascrianças.Historicamente, acriançaouinfân - seiiaet, adêca a eeço ã ainda são recepção a e audiência a Especificamente, de estudos os pergunta: a com finalizo sentido, Nesse Passamos das audiênciasde massaàscomunidades de , queestápresente dentro do - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 37 . - - nos nos mas que - persegui , e isso sites - de criação e interpre social situa as atividades . Estou pensando aqui em categorias como seleção, como seleção, pensando aqui em categorias . Estou - reconsi acho que precisamos lugar, a) Em primeiro Estamos diante de “interatores”, não mais usuários não mais usuários de “interatores”, Estamos diante a questão de pesquisa em que trabalho, No programa leva a superar a simples interação internauta e página web internauta a simples interação a superar leva internauta-página, ir além disso, interação Ou seja, devemos a qual falei. sobre pragmática à ideia de em direção avançando pelo modo como simplesmente Não podemos nos interessar mas também o que com os conteúdos, interagem os indivíduos das se quisermos tentar refletir sobre os estudos de recepção: sobre refletir das se quisermos tentar de in- das práticas a observação o modelo texto-leitor, derar com as páginas dos dos internautas teração transformação dos usos e dos públicos? Se tomarmos mais a mais a públicos? Se tomarmos e dos usos dos transformação - práti e de usos a emergência observamos positivista, vertente mas de remixagens, de fãs, as práticas todas cas improváveis, ao mesmo tempo nos deparamos com extrema dificuldade - prá dos as práticas adequadamente e absorver descrever tica para , espontâneas, inesperadas são efêmeras, internautas; deixam rastros. Deparamo-nos com problemáticas de hipertex com problemáticas Deparamo-nos rastros. deixam Uma problemá tualidade, multimodalidade, intertextualidade. e o polo o polo da produção uma fusão entre tica que temos em da recepção, onde há a figura do que, usuário muitas produtor, conteúdo. seu próprio produz vezes, e sim usuários recebem, que selecionam, orientam, passivos, mensagens. Estas criam, transmitem remixam, interpretam, tecnologias definem interativas a atividade de criação de con- am- de um novo central pelos usuários como elemento teúdos diria Eu que se informacional. fizermos um biente balanço dos estudos de recepção, verificaremos que há certas categorias para nesses estudos e que são pertinentes utilizadas que foram de pesquisas modelos metodológicos novos desenvolvermos a web sobre - intertextua negociação, desvio, prescrita, leitura preferência, de práticas mesmo a falar até chegando lidade, interatividade, A web de fãs. - e dos usuários; mais do que nun das práticas tação no centro cultura sua própria orientam e constroem ca, os “interatores” midiática. particu- é o que me interessa, da contribuição no mundo digital a serem que há ideias interessantes Penso larmente. 38 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados entranhas daweb precisamos deequipesinterdisciplinares para trabalhar nas formática e,arigor, aparticipaçãodematemáticos. Acho que comunicação, mastambémdeespecialistasdomundodain- quer acolaboração nãosódesociólogoseespecialistasem informáticos, ossoftwares. Acho queéumtrabalho quere- interfaces, aprofundar, ir buscarosalgoritmos, oscódigos que constituiasinterfaces; ouseja,entrar nasentranhas das inteirorealizadoa ser paratentarmos aquilo desconstruir tratégias deinterpretação dosinternautas. Há umtrabalho trições postaspelasinterfaces quelimitameorientam ases- vida pública. eles fazem comestes conteúdos nasuavidacotidianaou lação eagovernança deumnovo ambiente midiáticoglobal. análises políticas dadifusãoecomcontrovérsias sobre aregu- balhos nessesentidopara relacionar estudosderecepção com ná-los comestudosdepolítica. Umexemplo: eujárealizei tra- recepção eestudosdeuso; achoquetambémpodemoscombi- de várias tradições deestudos. Falei emcombinarestudos de abordagens híbridas quetomam deempréstimo proposições Caminhos interessantes podemser buscadosnaconstrução de tegorias apartirdasquaispensamosquestão darecepção. pensamos a figura do público, mas também desconstruir as ca- o trabalho dedesconstruçãodas categorias apartir dasquais recepção nofuturo. interessante para desenvolvermos novos modosdeestudar a cular omaterial eosimbólico.Eachoque este éumcaminho universo simbólico.Acho queprecisamos trabalhar para arti- do questão a portanto significação, de produção da e pretação aos estudosderecepção, nósvalorizamos aquestãodainter mais doladocaráter material doobjeto técnico. Quanto muito emtermos deapropriação doobjeto técnico, estamos recepção.refletimosde uso, estudos de de Quantoestudos aos estudos deusoemodelosanálisequeprovêm datradição cessária entre modelosdeanálisequeprovêm datradição dos b) Asegundaideiasãotodas asimposições,res- d) Considero quedevemos, também,continuarcom c) Outra ideiaésobre aduplaarticulação,junçãone- social. - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 39 - , v. 18, n. 18, , v. Réseaux , La Découverte, v. 4, n. v. , La Découverte, La communication po- La communication : état des savoirs, enjeux et perspectives. Québec: enjeux et perspectives. : état des savoirs, 126, p. 58-87, 2004. 126, p. 58-87, Ed. 2. ed. São Paulo: Castellani. Ana Paula Tradução 2006. Loyola, 2000. 100, p. 427-456, of University of Dallas. Pittsburgh: Readings Cultural Communication, School for Annenberg Pennsylvania, ASC). Papers, 1990. (Departmental Studies. In: Reception Audience for Prospects Audiences: J. (ed.). Media, Ritual and Identity: CURRAN, LIEBES, T.; of Elihu Katz. UK: Routledge, in Honor London, Essays 1998. p. 237-255. les conversations télé. Réseaux télé. les conversations sages. In: GINGRAS, A.-M. (ed.). In: GINGRAS, sages. litique p. 215-255. 2003. PUQ, BRETON, Philippe; PROULX, Serge. Sociologia. Serge. da Comunicação PROULX, Philippe; BRETON, le presque-public. Daniel. Télévision: DAYAN, The Export of : Cross- Meaning Elihu; LIEBES, Tamar. KATZ, Media and between Sonia. Relationships LIVINGSTONE, mes des BELANGER, Danielle. La réception Serge; PROULX, BOULLIER, Dominique. La fabrique de l’opinion publique dans BOULLIER, La fabrique Dominique. Referências

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 41 2 - Revisão da Revisão , realizado em , realizado

Serge Proulx Serge 1 “Mutação da comunicação: “Mutação da comunicação: técnica, tecnologia, objetos comunicacionais, comunicacionais, objetos tecnologia, técnica,

communicational objects communicational Paradigms to think the use of think the to Paradigms objetos comunicacionais objetos Dresch. e Vanise Gutfreund Stephane por traduzido artigo foi Este tradução: tradução: Jairo Ferreira. Atualiza reflexões desenvolvidas por Serge Proulx no Estudos intitulado da Escola seminário de Altos digital” na era da contribuição de uma cultura Emergência abril de 2013. Professor Emérito, École des Médias, Université du Québec à Montréal (Canadá). du Québec à Montréal Université Médias, des École Emérito, Professor (França). ParisTech associado, Télécom Professor Paradigmas para pensar os usos dos para Paradigmas 1 tudos de comunicação. Finalizamos apresentando os principais principais os apresentando comunicação. Finalizamos de tudos desafios da pesquisa atualmente. Palavras-chave: Neste capítulo, apresentamos os conceitos de objetos de objetos conceitos os capítulo, apresentamos Neste Resumo: comunicacionais em diversas perspectivas que complexificam articulamos Posteriormente, e tecnologia. de técnica o conceito esses conceitos com as teóricas reflexões sobre o acesso, o uso, perspectivas destas cruzamento No apropriações. e as práticas paradigmáticas, encontramos questões e proposições de - refle es nos da tecnologia e da técnica a problemática situar para xão the concepts of commu- present we In this chapter Abstract: the that complexify perspectives nicational objects in diverse usos, práticas, apropriações. usos, práticas, 2 42 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados social appropriation oftechnology. Keywords: technique,objects, uses, practices,communicational research today. paper by presenting themainchallengesof the communication Weour studies. finish communication of field the in technology and technique of problem the situate to propositions reflexive of theseparadigmaticperspectives, we propose questions and practices andappropriation of technology. At theintersection use, access, on reflections theoretical with concepts these late concept oftechnique andtechnology. Subsequently, we articu- 1 Introdução essa noçãode apoiocognitivo, ouseja, a ideia de quese busca ções entre oser humano eocomputador. Foi elequeapresentou Computer Interactionele trabalha, ouseja, no campodasintera - o seucampo,então,é que chamamos,eminglês, de Human- formação empsicologiaesetornou um cognitivo éimportante porque oseuautor, DonaldNorman, tem putador éumobjetonoção deapoio pensamos. Esta comoqual que eleéumobjeto dizendo pensamos. Digamos comoqual queumcom- definição essa concentrar Poderíamos comunicação. pode desempenhardeapoiocognitivoo papel emsituações de tecido dasrelações humanas. questão do dispositivo técnico,que seinsere masqueéalgo no a valoriza-se definição, Nessa humanas. relações das tecido do reorganização uma de participar e específicas sociais terações nico, geralmente conectado a umarede, que pode induzir in- delas éade que oobjeto comunicacionaléumdispositivo téc- rem,a tradições cadauma, diferentes de pesquisa. Aprimeira suporte para aspráticas decomunicação. definição, breve, é a de que ele é um objeto técnico que age como objeto comunicacional,por exemplo, é o telefone. Uma segunda dor não humanoquepodegerar interações entre humanos.Um nição desse objetomedia- é dequeeleseria um comunicacional A segunda definição é a de um artefato cognitivo, que cognitivo, artefato um de a é definição segunda A recor que definições quatro de série uma também Há O que é um objeto comunicacional? Uma primeira defi designer de interfaces; - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 43 - - - - A terceira definição concebe o objeto comunicacional A quarta definição é a de de nor um agente prescritivo do, dentro de uma rede de seres humanos e artefatos cognitivos. cognitivos. humanos e artefatos de seres uma rede de do, dentro psica- um revestimento simbólico, capaz de ser como um objeto referindo estamos nos do usuário. Aqui nalítico e social parte da a maior parte que atuou durante Turkle, Sherry de aos trabalhos de um aí a ideia Existe nos Estados Unidos. de sua no MIT, vida que simples- mais do o objeto que considera simbólico, objeto mente algo utilitário. Para exemplificar de forma mais fácil, um o au- válido: do campo da comunicação, mas muito fora exemplo de deslocar nos permite que nos técnico, é um objeto tomóvel uma carga toda sabe, existe se mas, como outro; o para um lugar O automó que escolhemos. automóvel nesse simbólica investida até define que define, nos que vez uma simbólico, objeto um é vel na sociedade. mesmo um status no objeto técnico um apoio para termos uma visão cognitiva da uma cognitiva visão termos um para apoio técnico no objeto uma em estação de num pensar teleguichê situação. Poderíamos e um bilhete comprar para eletrônico guichê a este vamos trem: qual nos ajuda bilhete a escolher dispositivo que o observamos de apoio cog- que falamos sentido é neste e comprar, queremos no objeto que está contida conhecimento do uma parte Há nitivo. pesquisa de a tradições Essa é uma que não é humano. referência distribuída. O conhecimento o que chamamos de cognição sobre distribuí é um de decisão conhecimento numa tomada envolvido mas ligadas aos comportamentos de comunicação. Em outras pa- Em outras de comunicação. aos comportamentos mas ligadas de modos comunicacional prescreve o uso de um objeto lavras, por exemplo, recebo, Eu de comunicar. modos comportamento, este responder de que devo um e-mail; há uma norma prescrita não o responder, simplesmente ou se demais, e-mail. Se demorar pensar: que vai pelo meu interlocutor, interpretado ser vai isso Está que está acontecendo? o respondendo, “Ele me está não havendo algum incômodo, etc.?” Formulamos uma reflexão que Bateson por Gregory iniciados os trabalhos em todos se insere ou da comunicação, uma da ideia de pragmática em torno e gira os indivíduos. alguma coisa para algo, faz seja, a comunicação faz às quais devemos normas na situação, prescreve Ela intervém comunicacionais são o smart de objetos Exemplos responder. o computador conectado o videogame, , a televisão, phone, o iPad via internet. 44 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 2 Osusoseautilização seguir essas pessoas na suatrajetória de vidaem relação aolu partir deentrevistaspesquisas a emprofundidade e tentamos usos, ou seja,umarecuperação histórica dos usos. Já realizamos dinâmica douso.Podemos falar, porexemplo,da trajetória de como uso pessoas fazemo queas o objeto, com existetambém mas uma o define se só não uso; do dinâmica uma há que de a é breve, definição, segunda Uma técnicos. dispositivos e jetos guinte: ousoéqueaspessoas fazem, efetivamente, comos ob- se a é uso um é que do concisa muito definição Uma usos. por no-máquina. Hojeexiste comunicaçãomáquina-máquina. nética quedizia quehácomunicaçãohumano-humanoehuma- Existe comunicação máquina-máquina. da ciber tipologia uma outras palavras, nósnosencontramosproblemática numa de do. Podemos fazercoisas comesses muitasequipamentos. Em o objeto,não pagou dispositivo um decontrole vai ser aciona- sores ainformação que captam neste chip –por exemplo, se você esses que têm funções de computação. Por exemplo: podemos colocar de vez mais sofisticadas, principalmente com as RFID, que são esses ambientes inteligentes. As coisas, então, tornam-se cada exemploum É sala. muito simples,quemostracomo funcionam viar informação paraoutro mecanismo,quevaida acenderluz a momento emqueoobjeto técnicoo movimento, capta elevai en- acende porque existem sensores demovimentospartir do e,a acender ou apagar entraluz; alguém a escurasala numa luz e a exemplo disso: existem salasonde não háinterruptores para indivíduos humanos, quese encontram presentes nomeio.Um que existem objetos quesecomunicamentre si,àrevelia dos de “ambientes inteligentes”. Estamos,então,numambiente em Os objetos comunicantes sãodaordem doquepodemos chamar te –objeto comunicante emoposição ao objeto comunicacional. indústria, queéade signação utilizadapela objeto comunican- radio-frequency identification . Hoje existem chips minúsculos, chips emobjetoshá sen- e,quandopassamosporportas, braeo aoa dfnço o u entendemos que do definição a agora Abordaremos Convém estabelecer uma distinção para comoutra de chips - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 45 - - - - - . Publicamos uma quarta comunicação da A explosão Abordaremos Abordaremos agora uma tipologia da definição da uso e utilização. Na utili uma distinção entre Fazemos gar do objeto técnico na vida delas e como se apropriaram des na apropriaram como se delas e vida técnico do objeto gar ses objetos em sua existência. Quando crianças foram iniciadas iniciadas Quando foram crianças sua existência. em objetos ses en- e, depois, comunicacional no mundo com os videogames na escola por exemplo, com o computador, em contato traram de uma trajetória de então, falar em casa. E podemos, e depois me- de as relações sobre hipóteses fazer podemos apropriação; em que medida observar e tentar com a ninos e meninas técnica meninos e meninas podem entre diferenciadas essas relações dos da apropriação natureza à quanto depois, repercussões ter a vida toda. durante técnicos objetos Philippe Breton de à obra a partir da referência noção de uso intitulada Nela há um 2012. em julho de em francês, obra, dessa edição um traçar a questão dos usos. Podemos sobre capítulo inteiro do consumo até da contínuo que noção de uso, de definições vai pela passando pelos usos, utilização. Em outras a apropriação, apenas ao con- referimos em uso e nos quandofalamos palavras, de que um deter com o fato sumo, estamos nos contentando de gesto E é este um ou não objeto. comprou minado indivíduo consumo que está na das estatísticas de difusão. Dizemos, base tan comprados país, foram que, em determinado por exemplo, países da Europa, Sabemos que, em vários móveis. telefones tos que Observamos que pessoas. móveis mais telefones existem aí uma situa- estatísticas, mas temos ajuda a produzir nos isso do natureza a própria sobre a informação ção em que não se tem há que disse um professor, um colega, lembrar uso. Isso nos faz ele não tinha com- passar à informática”; vou alguns anos: “Eu putador e nos confirmou que depois comprou um computador. me- Dois moderno. sendo que ele estava dizer foi reação Nossa “Como e perguntamos: a encontrá-lo voltamos mais tarde, ses E ele computador?”. do apropriação de processo seu então, o vai, um é Este está ali e eu ainda não a abri”. caixa “A respondeu: e comprar que podemos mostrar bobo, apenas para exemplo é contabilizado em uma esta- de compra O gesto nosso não usar. objeto. nada com esse tística, mas podemos não fazer mais funcional, uma problemá uma problemática zação, temos - te Então, técnico. objeto o e indivíduo o entre a face face tica de 46 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados até agora foiexclusivamente atribuída aosengenheiros.seja, Ou portância atribuída ao atribuída portância de telecomunicações, estamos assistindo atualmente aumaim- maneiras,quarta a grandesnas medida emque, na operadoras vermos surgir novos objetos. Podemos refletir sobre a terceira e tecipação dos usos, explorando osimaginários dos usuários para maneiraquarta prospectiva:é a desenvolvem-se cenários dean- seremdos usuárioseosideaisa protótipo.pelo alcançados A percepções essas com acordo de modificados eventualmente, vez, utilizam-nos, desenvolvem ideias. E os projetos serão, então, tótipos nasmãosdepequenosgruposusuários, que,porsua novos objetos comunicacionais e os colocam soba forma de pro- de pesquisaedesenvolvimento, ondeengenheiros desenvolvem A terceira são os experimentos com protótipos, nos laboratórios zimos eusosquesãomuitoestatísticas úteis parao marketing inovações – referimo-nos, anteriormente, ao fato de que produ- gunda sãoasabordagens quantitativas da difusão dos objetos e metodologiasusos eutilizamos dimensões. Ase demúltiplas dos detalhadas descrições fazemos que em descritivas,gráficas uso, nosdias de hoje. A primeira delasestánasabordagens etno- mais ligada àsociologiadaapropriação. está maisligada àergonomia dasinterfaces, eaapropriação está do marketingdo aocampo reinvençãouma a prática. da Diríamos ligaque oconsumoestá - instância, esse gestoúltima criativo do uso leva, possivelmente, tica, nãohá,nanossa opinião, umaverdadeira apropriação. Em domés pessoal, profissional, vida sua à integrá-lo sem técnico com a vidacotidiana.Ouseja, se você apenas domina o objeto o domínio técnico do objeto;um gesto hátambém de integração tivo; seusaoobjeto deacordo comasinstruçõesounão. funcionalmente oobjeto. Perguntamo-nos se ele atingeseuobje- um utilizador, éporque estamosatentos aoseumodo de utilizar queremos reduzir a questãodautilização,mas,se falamos de sociações de ergônomos e elesnos disseram “Cuidado!!!”. Então, dimensão da utilização. Já fizemos várias apresentações para as- Poderíamosaquilo. dizer que aergonomia levaesta emconta problemáticamos uma de conformidade com omododeutilizar Podemos agoradestacar cincomaneiras deestudar o falamosQuando em apropriação, nãohásimplesmente marketing , dos estudos de difusão. A utilização dos estudosdedifusão.A , , em relação, que importância à - - . Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 47

- - - marketing Democratizing Democratizing - das inova é a da difusão tradição grande A primeira ções. Uma tradição são os trabalhos realizados por Rogers, a por Rogers, realizados são os trabalhos Uma tradição ções. de cinco anos. há cerca que faleceu autor partir dos anos 1960, de difu que o processo mostrar tipologias para Ele desenvolveu que funciona por etapas. Num é um processo são das inovações ime- que se apropriam são os vanguardistas momento, primeiro em prazer que sentem técnicos, objetos novos dos diatamente 3 Dos usos à inovação na indústria, atualmente, precisamos às vezes proceder sem sem proceder às vezes precisamos atualmente, na indústria, sondar apenas tentar podemos protótipos; desenvolver mesmo e novos usos como novos imaginar poderiam usuários o que os pedir a cineastas que façam vamos e, posteriormente, objetos comunicação; de desejos esses expressar para vídeos de trechos depois voltamos aos usuários projetando esses filmezinhos e, de os usuários, vamos com de interações aos poucos, por meio E comunicacionais. aí objetos limitar de novos as possibilidades aos usuários. voltar e, depois, construí-los em laboratório vamos usuários, dos ao imaginário apelodireto há um real visto, Como com a quin- relacioná-lo Isso nos faz feito. não era que antes de um da MIT, economista a partir de um trabalho ta maneira, intitulado um livro que escreveu Hippel, von Eric usuá- de que os no fato está centrado trabalho . Este Innovation quais os com técnicos objetos os modificando estão sempre rios os usuários em seguir consiste perspectiva E esta trabalham. - ten para comunicacionais objetos dos cotidianos seus usos nos eles modificam Daí de esses que a objetos. maneira ideia tar ver à indústria há um retorno em que ascendente, um processo de comunicacionais. Se objetos os e modifique que ela retome para - tra de vista das grandes um de ponto nos situamos mais perto em ciên- em sociais quanto ciências de pesquisa, tanto dições e da comunicação, cias humanas e em ciências da informação de tradições pelo menos, cinco grandes que existem, diríamos de análise, orien categorias materiais, pesquisa que fornecem descrevê-las pensar os usos. Vamos para tações epistemológicas rapidamente. para fazer prospectiva a partir dos departamentos de departamentos dos a partir prospectiva fazer para 48 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados nicos. O olhar é uma orientação epistemológicanicos. Oolhar éuma muito importan - prestandotuações, atençãoquestão dos usos dos na objetos téc- que consiste emproduzir descrições muito minuciosas das si uma corrente queos americanos chamam de autônoma. Temos, por exemplo, aanálisede conversação. Existe etnometodologiapela ladas esedesenvolveramforma deuma certoHá um do social. número decorrentesforam que interpo estudo do refinada muito abordagem uma É situação. a crever preocupação emsabercomoesses indivíduosuma falampara des situação, sua a definem indivíduos os como modo o com vindas daetnometodologia, queencerrariapreocupação uma das representações dosusuários. significações tira analista o que em analista, do categoria uma ção. Os sociólogos franceses consideram que as significações são do processo. E há uma distinção entre representação e significa- mais chancesdequeodominemos. A representação faz parte objetonós mesmos um técnico comosendo fácilde dominar, há apropriação doobjeto técnico. Por exemplo: seapresentamos a jeto técnico, eessasrepresentações fazem parte doprocesso de representações. Osusuáriostêm,representações então, do ob- sentido para determinado indivíduo. O sociólogo recorre, coleta com a significação dos usos – por que determinado uso constitui francesa clássicados usos”.escola francesa Esta sepreocupa antecipador. ta umobjeto é,aomesmotempo,também umsociólogo e um que promove asuainovação. Ouseja,oengenheiro queinven - jeto técnico. Esseobjeto éenvolvido porumdiscurso social, o quanto umainovação técnica nãoésimplesmente umob- debruçaram sobre aprópria invenção dainovação emostram Bruno Latour, MichelCalloneCécile Méadel.Estes autores se de Paris,da EscoladeMinas, encontravam,onde se na época, lhos queforam iniciadosnoCentro deSociologiadaInovação com outra expressão, “teoria doator rede”. Trata-se detraba- “modelo datradução”do quechamamosde ouainda,deacordo maiores. utilizá-los; aospoucos,essas inovações vão seestender a grupos Na quartatradição, temos um conjunto de correntes A terceira tradição éoquechamamosde “sociologia A segundagrande tradição sedesenvolveu emtorno Work Place Studies, - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 49 - - - - - histó contexto o usos, dos da apropriação A respeito A última corrente é mais ligada à pode sociopolítica: é mais ligada A última corrente Uma problemática metodológica que se impõe é: como metodológica Uma problemática lógica que alguns pesquisadores quiseram dar. Isso ocorreu na ocorreu Isso dar. quiseram lógica que alguns pesquisadores cons tornaram se pesquisadores Certos 1970. nos anos França, os usos em ní- estudar não somente de que precisavam cientes mas também dimensão os usos na sua técnicos, objetos dos vel - sociopolítica, na conceitual nas re sua dimensão e de inscrição de que os consciência E, então, temos de poder. lações sociais outras em luta, apropriação; de de espaços ser podem objetos da comunicação, nós a sociologia inventamos quando palavras, em que Nas décadas seguintes, sociopolíticos. bastante éramos que o cen- diríamos estendeu, se usos dos o campo da sociologia bastante. se dissolveu político da sociologia de apropriação tro rico sobre os trabalhos de apropriação é uma orientação ideo de apropriação os trabalhos rico sobre 4 Dos usos às apropriações te. Nesse caso, busca-se fazer uma descrição para observar se, observar para uma descrição fazer busca-se caso, Nesse te. importância. adquire o objeto de fato, mos falar aqui em sociologia crítica dos usos. Buscamos, nesse usos. Buscamos, dos crítica aqui em sociologia mos falar em relações inserem se usos os que modo de caso, entender Um sociais de dominação. relações sociais, como, exemplo, por - a in de que maneira tipo de pesquisa é observar deste exemplo as modificar vai empresa numa informático sistema de trodução ser vão hierárquicas como as relações nesta empresa, relações empresa. modificadas nesta interpretativos trabalhos os descrever como usos, os observar a ela. responder tentar algumas pistas para Temos usuários. dos de usos a estudos par- primeiros nossos fazíamos exemplo: Por informações coletar de técnica nós, essa para tir de entrevistas; analisar de o risco sempre existe Mas pertinente. ainda é muito das práticas. o observador afastar de o perigo as declarações, de usos das práticas traços observar Então, a questão é tentar os usos, as análises.descrever É necessário para servir que vão o uso e a situação de distinguir entre trata-se e, evidentemente, metodolo de uma série de uso. Estamos diante deste que surge gias inovadoras. 50 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados temimpacto um prática. na Demo-nos de quepodíamos, conta impacto no modo de escrever. Temos aí umcaso em que o uso 1980, um editor detexto,de queisso demo-nostinha um conta uso deeditor de texto.utilizar, começamosa Quando nos anos prática.vidades, na Por exemplo:entre prática a da escrita eo possibilidade de criação, ouseja,sãoatividades que geramno- senão nãoháapropriação. vida cotidiana;épreciso terpara algo fazer com oobjeto técnico, falamintegraçãoportuguês. Asegundacondiçãoé a do usona termosnunca possibilidade deconversar a com pessoas que disposição. como sedecidíssemosÉ aprender português sem tador, masvoltavam para casaenãotinhamumcomputadorà se empenhavamem compreender o funcionamento docompu- estepessoas vinhama as de que centro deeducaçãopopular, em meios popularescapacitação deMontreal,demo-nos conta bem noinício damicroinformática. Observando essas de aulas realizávamos trabalhosde observação de informática, deaulas quando ocorreu nos condição desta formulação A significativa. uso napráticacotidiana doator. Diríamos integraçãoque éuma o artefato. do objeto técnico? Devemos dominar,técnica ecognitivamente, acesso, poderíamos nosperguntar:é aapropriação, qual neles, acesso aos objetos técnicos. Mesmoqueesses países tivessem escala mundial,para mostrar que determinados países nãotêm da questãoapropriação. Produzem-se, então, estatísticas,em torno da exclusão digitaltrataram daquestãodo acesso e não há apropriação. Maspodemosquemuitos apontar trabalhosem dispositivo técnico.precondição. É uma Se nãotemos acesso, não meiro tempo,precondição, uma que seria a daacessibilidade ao em quemedida háapropriação. Estenum pri- modelo anuncia, do objeto técnico.deste Com o auxílio modelo,perguntamo-nos essas condições nos permite avaliar situações em que hajao uso trar todas essascondições realidade.na fato O deenunciartodas apropriação resultade certascondições, mas nãovamos encon- padrão, masque nãovai ser encontrado na realidadeA comotal. de apropriação. Diríamos que, neste modelo, definimos um ideal A terceira condição é adainovação. Umusoabre a A segundacondição: deve haver uma integração do Desenvolvemos, durantedécadas, ummodelo algumas Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 51 - - Outra a condição é da mediação por uma comunidade Outra - política orga A última condição é a da representação Referimo-nos, neste momento, a dois elementos das a dois elementos momento, neste Referimo-nos, de prática. Uma comunidade de práticas é um conjunto de in- é um conjunto práticas Uma comunidade de de prática. que e uma mesma prática de em torno que se reúnem divíduos Há uma dimensão de aprendizado aprender. para ideias trocam Na internet, práticas. de nessa comunidade importante muito se alguém e, tem comunidades de prática de milhares existem para no Google basta digitar algumas palavras algum problema, podendo problema, o mesmo que tenham usuários encontrar a essa comunidade de práticas. buscar soluções junto do usuário no âmbi- nizacional do usuário – uma representação industrial da da produção de políticas públicas ou no âmbito to representado ser o usuário deve palavras, Em outras inovação. exemplo: políticas que pensam. Por em instâncias usuário como Muitas políticas foram usos na França. dos o desenvolvimento o di da informática, o desenvolvimento favorecer para criadas até até o último minuto, modificar o texto em qualquer parte dele. ins- Isso tinha um impacto etc. a introdução, refazer Podíamos tantâneo: o se texto Se modificava. nos tomarmos como o usuá- como nos pareceu que o texto diríamos nos “interrogando”, rio, No textos. de como um e nos sentimos escultor uma escultura po- uma revista, para o texto de entregar antes último minuto, alguma coisa, polir o texto. díamos mudar alguma tirar coisinha, da objeto nós, foi para texto, de editor que o uso do Observem da escrita. prática da transformação gital. O usuário deve ter porta-vozes na elaboração dessas polí- dessas na elaboração porta-vozes ter gital. O usuário deve de no processo porta-vozes ter ticas, assim como também deve comunicacionais. industrial de objetos produção A pri- aprofundar. interessante parece que nos problemáticas dispositivos. dos a questão da invisibilidade contempla meira de dispositivos uma oferta ver de Estamos acostumados ao fato em oferta dessa de comunicação; há um crescimento técnicos que os ambientes Mas não percebemos e variedade. número mais, cada vez constituídos, são paralelamente informacionais – comunicação máquina-máquina, RFID, invisíveis sensores por - exem Por problemáticas. essas todas inteligentes, ambientes es que citamos anteriormente, Norman, o designer plo: Donald . Há cada vez Computer chamado The Invisible um texto creveu 52 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados barco transporta acontece em umbarco queseencontra noOceanoÍndico,eeste estavam sendo desenvolvidos e demonstraram o seguinte: isso ratório no suldaFrança,e nosapresentaram usos que alguns as famosas tags RFID. Fomos convidados para visitar um labo mais, emnossos ambientes, dispositivos invisíveis. Por exemplo, ao máximo ao máximo as interfaces, para queo usuário faça o mínimo esfor simplificar necessário é que diz dos proprietários , de software dessas tecnologias. Do outro lado, aindústria, em particular a divíduo inteligente, queprecisa se esforçar para apropriar-se apropriar-se dos objetos técnicos. Consideram o usuário um in- Eles dizem queousuário deve fazer um esforço cognitivo para rio competente; essa é a postura dos militantes do cos? Temosque pensasobreé aquela duaslinhas.Uma umusuá- uma pessoa completamente submissa aos ambientes informáti - como ou competência certa tendo como definir que temos que alguém É público? grande o entre localizado usuário o definir rio situado entre o grandePerguntamos: público. como devemos das tecnologias invisíveis. os humanosestãosendo ultrapassados pelodesenvolvimento e isso é muito preocupante paranós. Temos impressão a deque texto?São questões para abertas, temosas quaisnão respostas, com ousuário?Como podemos falar,con- ainda,de uso emtal mínio progressivo desses dispositivos invisíveis? O queacontece Como podemos permanecer sujeitos autônomos, frente aodo problemáticada apropriação dastecnologias,contexto? emtal positivos. Diante disso, nossasperguntas são: comorepensar a circular emambientes cada vez mais povoados por esses dis é umexemplo,os maspodemosexemplos. multiplicar Vamos dispositivos invisíveis vai permitir este controle nobarco. Esse lite (GPS). Com isso, podemos observar quetodo o ambiente de foi arrombado. Essedispositivo temcomunicação via saté uma - Estados Unidos, einformam que umdos nos fica que controle, de central da mensagem telefonema,uma nário era oseguinte: você é ocapitãodeste barco erecebe um objeto de cada container poderia possuir também essa clandestinamente.do aberta podemos Então,imaginarquecada tem tags RFID quepermitemsen- das portasestá saberseuma A segunda problemática aborda as figuras de um usuá- containersde cada porta cada mas , containers noseu barco software livre. container tag . Oce- - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 53 - - - online. de uma conta no Twitter, uma conta no Twitter, de followers Abordaremos agora o que chamaríamos de tendências, tendências, de que chamaríamos o agora Abordaremos Outro elemento prospectivo é observar a multiplica é observar prospectivo elemento Outro hoje o fato é que vemos de prospectiva elemento Outro , as pessoas assinantes de uma mesma plataforma plataforma uma mesma de assinantes pessoas a priori, as - uso das tecnolo de das condições as tendências descrevendo diante que estamos diríamos digital. Inicialmente, gias na era de usuários de agregados de uma importância crescente Pensamos, por exemplo, nos nos exemplo, por Pensamos, como o Facebook. sociais, de redes de sites os assinantes todos em é a seguinte: levantar A questão podemos que sociológica co- formar podem usuários de agregados esses que condições pontos que compartilham certos munidades? Ou seja, conjuntos postular interessante realmente Consideramos comuns, valores. que, uma comunidade; são, antes, não constituem, necessariamente, em que con- E a sociológica é a seguinte: questão um agregado. em comunidade? pode se transformar agregado dições este tanto das empresas, dentro de práticas ção das comunidades também a multiplicação Observar global. em escala local como organizações. das grupo dentro comunicação de de formas das colaborativas, plataformas pensar aqui em intranets, Podemos em- em determinadas disso: instantâneos. Um exemplo correios de expres que são espaços blogs de empresas, existem presas, são do sofrimento no trabalho. Alguns empregados confiam no dispositivo, considerando que é confidencial; são dispositivos das empresas. internos entrelaça práticas de esferas a três pertencem usos que os de 5 Questões e prospecções 5 Questões ço. Isso é um problema, diríamos, sobre o qual podemos tentar o qual tentar podemos sobre diríamos, é um ço. Isso problema, É um duas proposições. essas via, entre uma pensar em terceira abordagem possível Uma técnica. democratização a para desafio que usuários como mas inteligentes, os usuários é considerar máquinas. das aprendizado neste muito investir não querem isso, para respostas Não temos de um problema. diante Estamos que estará o futuro, para é uma mas sentimos que problemática ao que estamos indo em direção pois achamos em jogo no futuro, da técnica. dependentes mais estar cada vez mundo onde vamos 54 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados usuário “sevira” bemcomainterface imaginadapelo conceptor. denação entre ousuárioe conceptor vai estarem saberseo mente umarepresentação doutilizar. Etoda aquestãodacoor conceptor vai desenhar a interface do objeto técnico tendo em te, entrerepresentação uma do usuárioque oconceptor tem. O especificamen- conceptor,mais o ou, e usuário o entre denação centradas noconceptor”. estuda asproblemáticas Ele de coor âmbito. Interaction, eos ergonomistas foram muito importantes nesse se interessou poressasabordagens sechama tree odispositivo outilizar técnico. Atradiçãoque depesquisa da para ousuário. Temos aí umaproblemáticade interação en- para pensarosusos. Queremos indicarcinconíveisque podemserusados deanálise usos dastecnologias dacomunicação”,acessível francês.em tese desenvolvemosobra emuma “Problemáticaschamada e anos 1990, surgiusegunda tópicauma parapensar osusos. Essa de pensarosusos dominantes até osanos1990, e, apartirdos lhos pertencentes a umaprimeira tópica, ouseja,aum modo usos, tudo quefoi abordado até agora estábaseadoemtraba bilidades pessoaiseprofissionais. Diríamos que estamosdentrointerpenetração deuma desocia pacto psicológico e um impactosobre também os laços sociais. mensão destapresençadistância, conectada,quetem a im- um todahá podemosEntão, e que noscomunicarcomele. di uma mente eminteração, sabemos que ooutro estávirtualmente ali permanentemente conectados. E, mesmo não estandodireta- de práticas. ocorre esse entrelaçamento dos usos através dessas três zonas tipo de interação. Éinteressante observar de que modo, como vida privada,particular, corre orisco de serrompida poresse exemplo,pede paraum ver do outro,o celular toda então uma de uma zona pessoal de comunicação. No caso de por um casal, fera pessoal.Ossmartphones possibilitamodesenvolvimento es uma e profissional esfera uma doméstica, esfera Uma das. Um segundo nívelUm abordagenspode serchamado“as O primeiro denívelabordagem éuma deanálise volta Quanto àsegundatópicapara conceitual pensaros Podemos falarpresençada estamos seja, ou conectada, Human-Computer ------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 55 - - - , le- que imagina um O último nível é o da ancoragem coletiva e histórica dos e histórica coletiva o da ancoragem é O último nível O quarto nível é o do objeto prescritor de normas. No de normas. No prescritor o do objeto é nível O quarto - tra de meio Por situado. uso do é o nível O terceiro de discussão, um exemplo simples; nesse fórum, fórum, nesse simples; um exemplo discussão, online de tituem o que poderíamos designar como formas sócio-históricas sócio-históricas como formas designar tituem o que poderíamos situa numa sequência se técnico um objeto de O uso usos. dos Quando seguiram. usos e outros precederam Usos temporal. uma mídia como as a internet, se era surgiu perguntamo-nos a internet. aí entra e TV, cinema, rádio, o tivemos Antes, outras. é mais uma mídia como que a internet Questionamo-nos: será que a é dizer O que podemos diferente? que é será as outras, comunicação; é uma não apenas de técnico, é um objeto internet E cada um o desenvolvimento. para técnica espécie de alavanca da impactado pelo advento da economia foi setores dos grandes a internet. ser em de feita do torno Há surgimento uma reflexão uma continui- de uso e sobre os modos sobre técnico, um objeto histórica. dade ou ruptura usos em séries e sequências históricas ou estruturais, que cons ou estruturais, históricas e sequências em séries usos não se permite uma intervenção direta por parte dos usuários. dos por parte direta uma intervenção não se permite um mo- por aprovada ser vai mas a intervenção intervir, Pode-se aí uma polí- dimensão que existe Observem do fórum. derador de grupo, que é da conversação do controle tica, há certa parte que em outro enquanto de controle, posta nas mãos de agentes mais livre. circula a palavra moderador, sem fórum, de modelo normas. está prescrevendo técnico Assim, o objeto fórum fórum crever o uso no seu contexto prático. E, então, tocamos no que E, então, tocamos prático. no seu contexto o uso crever um uso faço Eu usuário”. do “experiência de chamar poderíamos uso. algo neste vivencio Eu experiência. é uma mim, isso e, para do obje- a questão do investimento em toda pensar Poderíamos que Se dizemos de modernização. um como elemento técnico to smartphone, se dize computador, um novo comprar precisamos faltar vai isso sem porque da última versão precisamos que mos objeto. quase psicanalítico no algo, há um investimento então simbólico. objeto sobre àquilo que falamos Isso remete técnicas; que características há mais do técnico, objeto do design do designer trás A indústria, que está por escolhas. existem o designer exemplo: escolhas. Por a fazer va-o balhos etnográficos, principalmente os que se baseiam em - en des de trata-se aos usuários, junto em profundidade trevistas 56 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados servar oqueaspessoas fazem.se interessam E emter resultados teressam muito emencomendar pesquisassobre usos, paraob- no Brasil, mas,naFrança,por exemplo, vários ministérios se in- pelos atores políticos industriais. Não sabemos é a situação qual Temosproblemática aíuma de reapropriação orientada dos usos tem pelocontrole lutas difusão epela dos saberes sobre os usos. reflete. que usuário um como conceptor o seja, reflexivo”,ou “usuário o usadedeterminada maneira. Isso é oqueBardini chama de pensando que eledesenvolve um objeto, mas queo faz porque prios, os usuários. Há, então, um trabalho reflexivo do conceptor, tador epercebeu queos primeiros conceptores eram, elespró- Montreal,investigou oprocesso de invenção domicrocompu- exemplo, oprofessor dainternet, Thierry Bardini, umcolega de do usuário. conceber a interface tendo em mente uma determinada imagem cebido pressupõe aimagemde um determinado usuário. Vamos logia cognitiva. Umaquestãode percepção. Omodo como é con- o modo como o percebemos. Uma noçãoqueprovém dapsico de interaçãoentre omodocomo objeto técnico édesenhado e essa dedução apenas aoobjeto técnico. Também éumaquestão preciso empurrar oupuxar aporta.Masnãopodemos atribuir for Se umamaçaneta bemdesenhada, vai-se olharever queé pouco complicada.Damosumexemplo:de porta. maçaneta uma usuário quesejasensívelde “convite”.esse tipo a ideia um uma É Devemos,levar também, o fato emconta dequeissorequer um convite aomanejodeste objeto de uma determinada maneira. rio está virtualmente presente, mas no próprio objeto há um partir dasuaobservação. mas, eventualmente,tuação, nanarrativa queelevai produzir a trabalhodo observador, nãosomentesua presença pela na si uma narrativa para descrever a situaçãoqueobservou. Háum ao mesmo tempo, até certo ponto, umescritor.vai Ele enunciar é participante.estrutura Ele observada.situação a é, analista O vação dos usos, anossaprimeira ideia é de que oobservador Como desafio, é preciso tomar consciência de que exis- A terceira ideia éadeque,doâmbito dainvenção, por A segundaideia é a davirtualidadedo usuário. O usuá- Sobre as problemáticas e desafios que temos na obser - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 57 - - - - Value in Informational in Informational Value . Há cada vez mais uma força do uma força mais vez . Há cada , n. 229, p. 01-06, 2011. marketing Mensuel em relação aos estudos de uso. Podemos dizer, tam dizer, uso. Podemos de aos estudos em relação Gostaríamos de apresentar três desafios para o futuro O segundo desafio está no fato de precisarmos articu- abor- desenvolver de necessidade a é desafio terceiro O Capitalism and on the Internet. The Information 28, n. 3, p. 135-150, Society: Journal, v. An International 2012. riques. GRANJON, Fabien. Le web fait-il les révolutions? Nos vies numé- vies Nos les révolutions? fait-il web Le Fabien. GRANJON, Elanor. COLLEONI, Adam; ARVIDSSON, Referências de pesquisas retidos durante um determinado tempo, antes de antes tempo, um determinado durante retidos pesquisas de so de estudos de sobreposição numa publicá-los. estamos Hoje, ciólogos e estudos de de e estudos ciólogos marketing gru- pesquisa, temos de centros nos nas universidades, bém, que - epistemoló orientações desenvolvem que pesquisadores pos de abordagens e podem ter ideologias divergentes gicas diferentes, orientações. em função das suas variando usos, dos diferentes pelos de uso são construídas estudos dos As problemáticas Há estudos. os que encomendam aqueles e por pesquisadores e os que encomendam assimétrica, os de forças aí uma relação metodológico e teórico desafio Um palavra. última a têm estudos do registro o juntos pensar como está em pesquisadores os para e do macrossociológico. micro e toda evitar deles é os usos. O primeiro das pesquisas sobre que os comunicacionais objetos dos qualquer problematização Os objetos técnicos. simples dispositivos de ao status reduziria técnicos. dispositivos simplesmente não são comunicacionais dimensões. numerosas Eles têm em de pesquisa os usos com as tradições sobre lar os trabalhos os a estabelecer entre Há uma interface tecnologia. de estudos e da comunicação e o domí campos das ciências da informação nio das ciências que estudam a tecnologia. e micro em nível usos pensar os para dagens interdisciplinares discipli em várias E buscar elementos tempo. ao mesmo macro, os usos. se conseguir pensar nas para 58 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados HEIN, Fabre. Lefan comme travailleur: lesactivités méconnues HADDON, Leslie.DomesticationAnalysis,of Study, Objects and v. 1,p.37-51,2011. d’un coproducteur dévoué.du Travail, Sociologie Journal ofCommunication the Centralityof Technologies in Everyday Life. Canadian , v. 36,p.311-323,2011. v. 53, Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 59 1 circuitos, circuitos, Jairo Ferreira Jairo

From means to dispositifs: means to From Questions and propositions Questions and questões e proposições questões Dos meios aos dispositivos: aos dispositivos: Dos meios Professor Titular do PPGCC – Unisinos. E-mail: [email protected]. CV: http:// CV: – Unisinos. E-mail: [email protected]. Titular do PPGCC Professor lattes.cnpq.br/8243334414084240.

1 ambientes e ambiências que transcendem as lógicas dos meios, as lógicas dos e ambiências que transcendem ambientes e apropriações. dos usos, práticas - apropria práticas, usos, dispositivos, meios, : Palavras-chave circulação. ções, circuitos, O objetivo deste capítulo é sugerir relações entre entre capítulo relações é sugerir deste O objetivo Resumo: a uma aberto meios, de conceito o pensar para epistemologias técnica, da matriz triádica (signo, exponencial complexidade no cruzamento situando-os e o sociossimbólico), tecnologia dos e apropriações práticas usos, acessos, de perspectivas das em emergentes pelos processos ultrapassadas porém meios, e questões que fundam novas ambiências ambientes, circuitos, em é desenvolvida proposição Essa investigação. de problemas do meio como das relações a) da recuperação argumentos: três signo, do as dimensões reunindo matricial, triádico, um conceito b) da localização das e do sociossimbólico; da tecnotecnologia - contemporâ meios pelos mercados dos históricas apropriações nesta desconstruindo-se, e cultural), político (econômico, neos pelo comunitário, de apropriação as possibilidades apropriação, como c) da circulação sociais; com os usos e práticas em tensão constituem jogo social, em que instituições e atores 60 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados circuits, circulation. Keywords: appropriations. transcendambiences that thelogicofmeans,uses,practices and institutions andactors constitute circuits, environments and and practices; c) on thecirculationas asocialgame, inwhich of appropriation bycommunity,the tensionin uses social with markets, deconstructing,inthisappropriation, thepossibilities the meansby contemporaryand cultural) (economic, political socio-symbolic; b)onthelocationofhistorical appropriations of together the dimensions of thesign,techno-technology andthe relationstriadic, matrix-likeof themeansasa bringing concept, sition is developed inthree arguments: a)ontherecovery of the foundquestions andproblems new of investigation. This propo - processes emergingin circuits, environments, ambiencesthat tices andappropriationssurpassed by ofthe means,but the them intheintersection of perspectives ofaccesses, uses, prac- (sign, technique, technology andthesocio-symbolic), situating means, opentoexponential an complexity of thetriadicmatrix between epistemologies in order tothe conceptof about think Abstract: The purpose of this chapter is to suggestrelationships 1 Introdução (2013) sugere superar essaseparação entre asduaslinhagens: rial). Asapropriações se referemEntretanto, àlinguagem. Proulx práticase apropriações se referem aoobjeto técnico (oumate- gens de pesquisa diferenciadas. Oacesso, os usos, utilizações, Essas quatro categorias conceituais estãorelacionadas alinha- tanto na discussão da recepção como sobre os meios técnicos). nais; c)aspráticas; d)asapropriações (essa categoria aparece nologias, que articula com a reflexão sobre objetos comunicacio- sociais: a) o acesso; b) os usos e utilizações da técnica edas tec - pelos meios, quando inserida social em processosluta pensar a que nosoferece nomínimo quatro categorias conceituais para Nestenosso capítulo, ponto de partida é Serge Proulx, means, dispositfs, uses, practices, appropriations, tualizada pelas tradiçõestualizada de estudos de recepção e outrasEm palavras, contexnossa pesquisa está - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 61 - - Quanto Quanto aos estudos de uso, refletimos muito em estamos técnico, objeto do apropriação de termos técnico. objeto do material caráter lado do do mais nós valorizamos recepção, de aos estudos Quanto de signi- e da produção a questão da interpretação simbólico. a questão ficação, do portanto universo articular o para trabalhar que precisamos Acho e o simbólico (ibid., p. 91). material sobre os usos. Sobre a recepção, o enfoque está no o enfoque recepção, a usos. Sobre os sobre - as interpre entender ela busca que em momento sobre aos estudos mensagens. E quanto tações das - que ten em no momento centramo-nos os usos, Na técnico. objeto do a apropriação tam perceber interessa-nos a recepção, sobre tradição, primeira - mais o campo E, do simbólico. na segunda tradi à apropriação ligados mais estamos usos, ção, dos Então, há uma dupla articulação técnico. objeto do p. 2013, (PROULX, material o e simbólico o entre 84). Na perspectiva de fazer esse trabalho sugerido – ar- sugerido trabalho esse fazer de Na perspectiva No final deste mesmo artigo, retoma a proposição: a proposição: retoma mesmo artigo, No final deste O conceito de meio usual está, em geral, contaminado de meio usual está, em geral, O conceito ramente, deslocar o conceito de meio, agregando, porém, a im- porém, agregando, meio, de o conceito deslocar ramente, portância das figuras – metáforas, analogias, ícones, diagramas meio. – como o primeiro ticular o material e o simbólico –, nossa proposição é, primei e o simbólico –, nossa proposição ticular o material guras são, antes, imateriais. Uma inferência. Caso contrário, os contrário, Caso Uma inferência. imateriais. são, antes, guras funda- ou símbolos sem materiais são ideologias-cópias meios pela ideologia da técnica e da tecnologia. O meio é a tecnologia. O meio é a tecnologia. e da tecnologia. pela da técnica ideologia à tecnologia restringe não se meio que o de é proposição Nossa suas dimensões em signo, o é meio tudo, o de Antes à técnica. e tudo, uma parêmia. de é, antes O meio e materiais. imateriais Não sem há as narrativa figuras (de Barthes) metafóricas. As fi ou aforismo parêmia – uma figura primeiro, 2.1 O meio é, 2 Quatro polos de funcionamento dos meios polos de funcionamento 2 Quatro 62 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados circulação ( de, nem sempre realizada, de imagens-totens nos processos de novas possibilidades sociossimbólicas, incluindoapossibilida- semiocognições que proliferam,se digladiam, em disrupções e tência esituarnovas bases,éapenasponto de partida de novas transformadora porexaurir basesmateriais anteriores daexis- -filosóficos, a interposição social de novos objetos materiais, se é metáforassímbolos sociaisreinstalados.aos termosEm teórico como operaçõesse instala jusante, sociaisdesentido,a indodas sobretécnica),ideologia da a o sabersemiodiscursivo mas que tejusantea e (teoria socioantropológicade Habermas-Gehlen saber técnico-funcional queéconstruído socialmente amontan historicidade dos perspectivameios, na não éo comunicacional, transformação histórica. Nesse processo, questãocentrala da apenas umde muitos outros que convergem em produzir essa de pedraas tábuas dos mandamentos.certamente, Mas, esse é processo sócio-histórico. Referimo-nos, ilustrativamente,um: a 2.2 Historicidade dastécnicas etecnologias que ofluxo seencerre emseuenunciado. e materializadas, jáexpressam umato ajusante (Braga), mesmo mento nas poéticas em interação. Se inferidas as figuras em jogo, teóricos são concorrentes eparceiros daneutralidade datécnica como sociedade unidimensional (Marcuse). Esses dois sistemas o amontante serealizasse a jusante de forma perfeita, ajustada, taminada); b)omeiocomo afetaçãoideológica emsi,comose queestáforacer algo comunicativadele (aação pura, descon (Habermas), funcional onde aideologiaestaria emnãoreconhe a) omeio como afetação apenastécnica etecnológica, portanto, de inteligibilidadepitais fornecidos por sistemas teóricos fortes: municação. Este primeiro nível ideológico sobrevive comos ca- representantetodo,do complexo, co- configurade que meio um gia àcríticade Habermas) que vê atécnica etecnologia como e a técnica e o sociossimbólico resulta daideologia (por analo 2.3 Aideologiadosmeiostécnicos etecnológicos A transformação do signo emtecnologia etécnica éum Nesse sentido, a separação entre osigno,atecnologia ROSA , 2014). - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 63 - - - - - As questões levantadas sobre o acesso, o uso, a utili o acesso, sobre levantadas As questões Lembro-me aqui de um museu antropológico em de um aqui museu antropológico Lembro-me Nesta perspectiva, a discussão sobre o acesso, o uso, a acesso, o uso, a o a sobre discussão Nesta perspectiva, finem o uso, portanto. Há um lugar de representação icônico quais os e tecnológico, seu uso técnico -simbólica, que antecipa dos as materialidades de objeto-signo, compõem, com seu lugar meios. a portanto, referir, se devem e as apropriações zação, a prática - e a técni a tecnologia signo; (o designados meios cada um dos mas também ca; o sociossimbólico), aos seus desdobramentos acoplada ou de forma matriciais, em que um agencia o outro, que produzem suas camadas sobrepostas, de deslizamentos em - tradu possível quando é acoplamento Há inesperados. sentidos o algoritmo e a imagem. Mas entre lógicas. Há acoplamentos zir - re dois a música e a imagem. Esses entre não há acoplamento Genebra. Uma foto em que “índios” de uma em que “índios” tribo utilizam o pen- Uma foto Genebra. como adorno, de um lado, e um pendurado pequeno espelho, te que de e a tecnologia Não são a técnica aos cabelos, do outro. 3 Dos usos às apropriações: questões 3 Dos usos às apropriações: utilização, a prática e as apropriações deve se referir não, pri- referir se deve e as apropriações utilização, a prática disso, Há, antes e tecnológico. técnico aos meios meiramente, conforme aos meios uma disposição meios, com os no contato que o meio ocupa. icônico-simbólica de representação o lugar é com o usuário com o meio um de contato Ou seja, o primeiro icôni valor (seu ocupa algo de este que representação de lugar e da tecnologia, que criticam. A decorrência básica básica o uso é que A decorrência criticam. que tecnologia, e da icônico dimensões das meios não dos é infraestrutura material sociais dos meios 2.4 Acionamentos -simbólicas em jogo. -simbólicas - percepti aciona (intuitiva, e só secundariamente co-simbólico), e funcional (técnico o seu valor e cognitivamente) sensorial va, de é indício imaginário do A proliferação material). tecnológico, - à técni ligados funcionais sentidos os ultrapassa que a semiose base material sejam que estes mesmo e a jusante, ca, a montante desta proliferação. 64 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados cenário social, várias questões se interpõem em termos de pa- acionando-se, processualmente, novas construções sociais. necessidade de novas figuras, superação das figuras ideológicas, demandas semióticas de diversoslam níveis –emparticular, a tuição de novos objetos reconhecidos socialmente, quereinsta - consti - a há porque especialmente codificados, estão Não cial. das tensões entre proposições equestões. geridas. Seguimos,agora,paramáxima esta avançar em torno su- reflexões das norteadoras questões de balaio o é empíricas camente um conceito quando este está aserviço das pesquisas 3.1 Ojogo dos meiosemconstante mutação. ções sociais, dos usos, das práticas e das apropriações tentativas constantemente sendoreestruturadasdas interagenética pela - ela institui,fazendo com queasestruturas estruturadas estejam diferenteconstantes, sãoasmutações bases que as quesolapam sugere oestruturalismoconstrutivista de Bourdieu. fazque a O de estruturatica estruturante. reprodução,aí há não Mas como estruturapor uma estruturada que seencontra dialé- em uma ferente nosentidodossistemas simbólicosemBourdieu. outro quenãoelaprópria,porque mastambém étotem autorre - constituem emreferência difusa não só porque se refere aum raivosas ousublimes,cinza-escuras oubrancas suaves, quese Os meios,nessesentido,sãocondensados, nuvens turbulentas, relativi - infinita, zando todas as unidimensionalidades pretendidas e propostas. adaptativa força uma com lógica, sua à tudo se também quer unidimensional. Masasemiose assimila isso tecnologianais: a técnica; ea odinheiro. Opoder descendente quem sabe,deslizarem umsobre outro, emnovas sinfonias. do ritmo,daharmoniaemelodia,para serem justapostos e, gistros sãointraduzíveis.por isso, Demandam,amusicalidade, - Questões: Sempre queumnovo meio é oferecido no - Proposição: Os usos são zonade experimentação so a) Dosusos A formamais produtiva para pensarmos epistemologi - Nessa linha de formulação, amidiatização é nucleada verdadeÉ que podesefalarem meiosunidimensio - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 65 ------habitus midiático começaria, habitus. O b) Das práticas b) Das práticas so estabilizados usos são práticas As - As proposições: clássi- aqui, são as questões As melhores, - As questões: rêmias e aforismos. Que palavras posso usar no Face? Imagens? Face? usar no posso Que palavras e aforismos. rêmias publicamente sexo” de “falar Posso como? me mostrar Posso - o usuá tempo, mesmo Injúrias? Ao fofoca? Fazer ou só inbox? está o Face Como regulado? sendo estou Como rio se pergunta: me condicio Os algoritmos? Os formulários me direcionando? nam? Finalmente, tanto em termos de parêmias como de má- de como parêmias de em termos tanto nam? Finalmente, comunicação de Os meios pergunta-se: ximas epistemológicas, per Um pai se meios? os conforme transformam se simbólicos com intersecção está em da rede a experimentação gunta: Como do pai, conforme – a versão de pai? a Como perversão meu lugar - à expe vinculadas questões Essas xeque? colocada em Lacan – é e máximas sobre de parêmias dissociadas rimentação não estão o com exemplo, por relação, tudo tem isso Como o ambiente: Brasil? Como as sociedades específicas usam os meios, os - expe além disso: Claro, a Escola, etc.)? Exército, o rimentam (a Igreja, meios? os difusos experimentam como atores cialmente. Algumas práticas são hipercodificadas em algumas codificadas de Outras, por sociedades exemplo). (andar vestido, (que tipo concorrente forma de usar). roupa sem Outras, codifi codi experimentação, em usos, falar permite o que nos cações, ficações tentativas, como fala Braga (2010). Nesta perspectiva, afirmamos que as práticas se constituem em estabilização dos - e funcionais. O pro deontológicos normativos, usos em termos resultan é prática da esfera A codificado. socialmente está cesso também Mas as práticas socialmente. reconhecidos de usos te essa Porém, político e cultural. econômico, de poder são relações do da oferta, transformação constante na estabilização se esvai com o livro, consumo e nos usos. Não se estabiliza como ocorreu camadas, várias tem Porém, e a televisão. o rádio a imprensa, o uso a leitura, estabilizadas que estão (a escritura, sobrepostas, etc.). a fotografia, de redes, - sua teo entretanto, sem, Bourdieu, de cas da socioantropologia - que a ação é infraes ou seja, de das práticas, ria infraestrutural estrutu- ação, da filosofia de mistura (uma linguagem da trutura da Trata-se antropológico). linguístico e estruturalismo ralismo o identifica que analítica 66 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados ciências sociais clássicas). pelas identificados e conhecidos já sociais dilemas e impasses operações (criaçãodenovos impasses) e transformações (dos sociais, de forma endógena (como representação de dilemas), apropriações das práticas edos usos intervém nassimbólicas nizacional-midiáticos. A questão,aqui,essencial é de como tais orga- projetos os também mas artificial, inteligência a cialistas, dos quais destacamos oprojeto cibernético, os sistemas espe grandesSão projetoseconômicos e culturais,estatais, políticos, las realizadas pelos capitais–econômicos, políticos eculturais. mais permeáveis àsapropriações descendentes,aque- ouseja, São ascendentes. apropriações às assim flexíveis são não gicos é a parte boa dahistória. É fato que os meios técnicos e tecnoló- pria existência daapropriação dos meios. pareceMas queesta -semio-culturais ascendentes, percebidos como centrais àpró- conhecimento –, queháumaapropriação dos processos sócio -retóricos às narrativas; daargumentaçãointerlocuçãoà dere- espaço há umjogo de hegemonias e concessão – dos discursos ao lugar do entre os meios eacultura. Entendemos que neste conjuntoum dequestõesapropriaçõesas limitar ao dos meios vos quandoháapropriações. dos mercadoseconômicos, políticos eculturais.dispositi Só há pectiva, édesapropriação do comum,realizada conforme lógicas de produção de sentido, consolidado em práticas. Nessa pers etc.). Apropriação ésempre desapropriação dotrabalhosocial gens edosobjetos sociossimbólicos (religião,amor,política, dos meiostecnológicos edastécnicas,de lingua também mas analisar oqueéusoeprática. das práticas requer a competência doarqueólogo, para saber interface com as instituições sociais exógenas. Por isso, o estudo ma medida, essas dimensões, simbólicas,daspráticas estãoem singulares, queregulariamesses espaços de práticas. Emalgu nico e tecnológico, comsuaarqueologia; eos vo; mas investigá-lo também pede a identificação do do identificação pela então, - Asquestões: A teoria das mediações (Barbero) situou - Proposição – Apropriação:apropriação Nãoéapenas c) Dasapropriações habitus semio-linguageiro-discursi habitus simbólicos, habitus téc ------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 67 - - Nas pesquisas sobre midiatização, temos falado, em falado, midiatização, temos sobre Nas pesquisas a lógica da comunidade – espaço da Nesta perspectiva, Ao contrário do que supõe uma visão interacionista supõe uma do que visão interacionista contrário Ao truturantes. Perante essas camadas, o ator não responde apenas não responde essas camadas, o ator Perante truturantes. mediato, está assujeitado ao contexto mas imediato, ao contexto indi lado, esse outro Por e social, que está em inserido. histórico por com meios que são apropriados está interagindo víduo-ator espaço mais ainda seu que reduz o e instituições, organizações estão permanentemente meios os como Porém, liberdade. de às quais não há relação camadas, em novas de investidos sendo - prá usos, de um processo emerge práticas, e códigos contratos, incertas. e apropriações ticas tentativas o Questiona-se midiáticas e midiatizadas. em instituições geral, (organizações). em tensão outro, instituições. Sugere-se termo Instituições midiáticas se refere a organizações cujos fins são um campo no à comunicação midiática. Formam direcionados sentido de posições (jornais, sites, redes pe- é sobreposto que midiático um habitus e desenvolvem etc.) digitais específicas, midiatiza- Já instituições acima. proposições conforme los usos, que a campos dos específicos são fins cujos organizações são das Ambas, etc.). policial, econômico, jurídico, (escolar, pertencem definidos pelos mercados, grandes são atravessadas entretanto, ca- de etc. acumulação,circulação, de distribuição, pelas formas pitais – econômicos, políticos e culturais. do dom, na forma da generosidade, participação, da gratuidade, - e apropria práticas pelos usos, inaugurado ingênua, o contato trata não se porque iguais. Primeiro, não meios é entre ções dos vários por é proposto como conectados, indivíduos apenas de mui- ator, O termo indivíduos. há, aqui, exatamente, Não autores. seus também midiatização, tem pesquisas sobre utilizado nas to que o alcunhou. Se há, interacionismo do mesmos os – débitos que nos usos semio-técnico-discursivos, aos meios em relação in- a serem práticas, de há camadas em atores, falar permitem geologicamente, sobrepostas empírica, na pesquisa vestigadas que são es estruturadas estruturas de falar o que nos demanda se configura? ambiente Que interage? 4 Quem 68 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados de presente, de hospitalidade, de prestar serviços 2 BRAGA, José Luiz. Nem rara, nemausente –tentativa. Matrizes Referências 5 Para alémdaapropriação FERREIRA, Jairo.FERREIRA, Aconstruçãodecasossobremidiatização a política entre comunidadeemercado. regulação de lugar seu definir-se a jogo, em símbolos os densar ções e resistência tem aindaoEstado,lugar quedeveria con- economia daparticipação. da configuração na central livro, neste apresentada Proulx de rentabilidadeeconômica, cultural É, conformeou política. atese tencimento, emtensão comaslógicasmercantisonde vigora a der,resistência, carência devalores, normasecrenças deper que sesituamalémdospercursos observáveis eseusrastros. energéticos fluxos aos remete ambiência a visíveis, são objetos ambiente se refere aoprocesso sócio-semio-técnico em queos pesquisa, remetendo ao conceito deambiente eambiência.Seo tos, permeáveis à disrupção. temEsta sido nossa perspectiva de tos ambientesinstáveis,constituídos são indeterminados, incer apropriações. Podemos, nesse sentido, especularqueoscircui- estejam atravessadas pelo campo deforças designado pelas práticas essas e que mesmo interações, pelas configurados são práticas eapropriações, só existem adhoc,e,nesse sentido, terações entre atores einstituições,conforme lógicasdeusos, em: . O quefaz mover as redes sociais?das normasedos Disponívellaços. Umaanálise view/24292>. . ESSACHESS 9, p. 197-212, 2016. da a comunicação: rumo uma quarta geração? Transversais: Questões In: ARAÚJO midiáticas de rupturas. vas (org.). Malena Segura CONTRERA, rio FERREIRA, Jairo. Adaptação, disrupção e regulação em disposi e regulação disrupção Adaptação, FERREIRA, Jairo. GOMES, P. G. a Mediatization: concept, multiple voices. GOMES, P. PROULX, Serge. Estudos de recepção em contexto de mutação em contexto recepção de Estudos Serge. PROULX, x em permanência tentati da. Imagens-totens Ana Paula ROSA,

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 71 1 - - Ana Paula da Rosa Paula Ana são criações partilhadas ou o es partilhadas ou o são criações diferidos mashups como apropriações da imagem apropriações como in deferred spaces and times spaces in deferred O contexto da cultura digital tem imposto mudanças imposto digital tem da cultura O contexto Docente e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação da em Ciências de Pós-Graduação Programa do e pesquisadora Docente Sociais. Comunicação na na Unisinos, linha de Midiatização e Processos do do Vale pela da Comunicação em Ciências Universidade Jornalista, doutora E-mail: Epistecom. do Grupo de Pesquisa Sinos (UNISINOS). É Rio dos vice-líder http://lattes.cnpq.br/2166615059295438. CV: [email protected]. jornalística em espaços e tempos e tempos em espaços jornalística Tensions between creation and emptiness: creation between Tensions Tensões entre a criação e o vazio: os a criação e o vazio: entre Tensões mashups Mashups as appropriations of journalistic images of journalistic Mashups as appropriations vaziamento dos contextos informacionais? Parte-se da ideia de Parte-se informacionais? contextos dos vaziamento e espaços diferi em tempos de interações possibilidades novas no ciberespaço. fotojornalismo do a partir da apropriação dos 1 no processo comunicacional, midiáticas assim como as lógicas no processo parti- mais usuários vez Cada sociais. as práticas atravessaram de valendo-se significantes materiais produzir de jogo do cipam a par- feitos videoclipes vídeos, imagens jornalísticas: surgem artigo discute este o exposto, Ante já circulado. tir de material na de imagens na circulação a noção de usos e apropriações e questiona: os web Resumo: Resumo: 72 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados actors. Keywords: and DominiqueCardon. authors, specialattention isgiven to conceptsofSerge Proulx by Chico Buarque. Astheoreticalcontributions, besides media of aprotest occurred inJune2013, under the track Cálice” of “O Thirty Seconds to Marsband’svideoThis Is Warclip video anda appropriation of photojournalism. The corpus is formed by the of interactions indeferred times and spacesonthebasisof the formationalcontexts? starts fromIt theideaofnewpossibilities and asks: are mashupsshared creations or the emptyingof in- uses and appropriations in thecirculationof images ontheweb material. Inviewof the above, this article discusses the notionof ages: videos appear,arevideo clips madefrom already circulated producingmaterials meaningful use ofjournalistic im- making social practices. More andmore users take partinthegame of process,the communicational and themedia logics have crossed Abstract: gem, atores sociais. Palavras-chave: para osconceitos deSerge Proulx eDominiqueCardon. teóricos, deautoresalém especial olhar um midiatização, há da 2013, sob atrilhade Cálice” de “O Chico Buarque. Como aportes Seconds tovídeo Marseum doprotesto ocorrido em junhode O 1 Entre acircularidade eos ção demateriais significantes. web,na onde consumidores e produtores serevezamprodu na - comunicação realizada na contemporaneidade, principalmente positivos. Estasdimensões são fundamentais para entender a tuamente: processos comunicacionais, contextos sociais e dis cados discursivospartir detrês a dimensões que seafetammu- (FERREIRA corpus éformado pelo videoclipeThis IsWar dabandaThirty Este artigoadotaaperspectiva damidiatização The contextcultureof digital hasimposed changes on , 2006) como a unificação e diferenciação dos mer dos diferenciação e unificação a como 2006) , journalism, media,appropriation, image,social jornalismo,midiatização,apropriações, ima- mashups : háonovo? - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 73 A midiatização é um novo modo de ser no mun- ser de modo novo A midiatização é um categoria a mediação como a superar tende-se do, mais do hoje, mesmo sendo os meios pensar para entre a ligação faz que elemento que um terceiro Esse conceito via mídia. o indivíduo e a realidade relaciona se o receptor como a forma contempla com a mídia e o modo como ele justifica e - tema como um isso estrutura-se Por tiza essa relação. no seu que traz complexo social mais processo social sentido de produção de mecanismos bojo os (GOMES, 2013, p. 136). - atra é, compartilhar produzidos os sentidos . Isto 2 Deste modo, a midiatização é um processo mais amplo, mais amplo, a midiatização é um processo modo, Deste Assim, neste trabalho parte-se da ideia inicial de que a de ideia inicial da parte-se trabalho neste Assim, Esta definição aparece no texto de Jairo Ferreira “As instituições e os indivíduos indivíduos os e instituições “As Ferreira Jairo de texto no aparece definição Esta de 2012. emergentes”, das circulações no ambiente - que é fortemen de uma visão da sociedade que trata sistêmico, sua não apenas em midiáticos, pelos dispositivos impactada te figura técnica e tecnológica, mas em seu também. É caráter certo afirmar semiológico que a mídia não atua como um mero como processos, dos e tampoucoocupa a centralidade suporte, acontecia na chamada sociedade dos meios, mas se como afirma Sodré configura ambiência, num “bios midiático”, numa nova as ló- que dizer implica social. Isto que perpassa o fazer (2006), da comunicação como ao campo restritas eram gicas que antes no cotidiano do cidadão imiscuindo se vão gradativamente, fazer, - tome em lógicas comunicativas; comum que também se insere para de textos a a redação edição de vídeos, -se como exemplo comunicação é uma forma de construir “zonas compartilhadas compartilhadas “zonas construir de é uma forma comunicação de sentido” 2 vés das estratégias empregadas e pelas lutas travadas entre os entre e pelas lutas travadas empregadas das estratégias vés comunicação, o que inclui na própria envolvidos campos sociais da os usuários midiatizados, sociais rede em especial atores os emitir para espaço que disputam mundial computadores de com as ideias circular fazer ou para suas ideias discursos, seus quais concordam em um sistema de amplificação. Vive-se hoje por lógicas são atravessadas sociais um cenário onde as relações a vida social. Para de organizar o modo da mídia, o que altera Gomes (2013), Gilberto Pedro 74 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados Proulx, dispositivos, ondetodos são, emcertamedida,emissores. Para repensadosdo contexto em função de telas damultiplicidade e dos sobre arecepção ousobredo receptor opapel precisam ser que osprópriosdestaca internet, no espaço da municação estu- jornalístico. instituição ouorganização,uma principalmente dodomínio do informação e comunicação,comunicar deixou de estar restrito a nas peloseuuso.Ante amidiatização easnovas tecnologias da como ferramentae técnica aindanãosejaplenamente garantida eficácia ape- a que mesmo generalizou, se e sociais relações se inscreveuMiège (2009),comunicação a profundamente nas socialização emecanismos devisibilidade.Conformea Bernard para alémdotrabalho jornalístico, porexemplo. Ospróprios Assim, háuma autonomização dosprocessos comunicacionais to depassivos comonosesquemascanônicosdacomunicação. tornam, na expressão deProulx, “interatores”, deixando opos- fundamente notecido social,sendoqueosreceptores agora se Serge Proulx(2013), ao sereferir aos estudos da co- Isto implicadizer queamidiatizaçãoseinstaurou pro- (PROULX, 2013,p.90). dades epistêmicas e comunidades de amadores resse que reúnem coletivos de usuários,comuni- das audiências de massa àscomunidades de inte- Passamosdifusão, distribuição edecomunicação. diantehibridação dosnossos modos deuma de interação comoqueestáacontecendo. Estamos telaspostas nas diversas mesmo tempo, e,ao em em todas asnossas atividades diárias, agora trans - ao computador.ne celular Atelada televisão está telas. Atela estácadavez mais presente: do telefo- inovadora.Vemos, das multiplicação uma então, mixar antigas mídiascomelementos de criação sitivos interativos digitais,quenospermitem re- o conteúdo das antigas mídias e os novos dispo o que é comunicação, numaconvergência entre o queéinformaçãoo queépublicidade, pública, fontes detelasconfusão degênerosnuma sobre Nós nos vemos diantede deumamultiplicidade - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 75 - - transforma diversas produz Esse duplo processo midiáticos, ções nas disposições e dispositivos com as instituições e indivíduos em suas relações que os disputam, mobilizam e os desenvolvem. - diver midiáticos somam, portanto, Os processos emissão/ – emissão/recepção, sas circulações - e recepção/emissão/recep recepção/emissão - pela midiatização das insti ção – transformadas tuições (portais, novas configurações tipo Igreja indivíduos de Deus) e dos do Reino Universal - e re emissores MSN). Todos, (blogs, Facebook, de produção estão inclusos no processo ceptores, 2011, p. 03). (FERREIRA; ROSA, E é exatamente dentro da problemática da midiatiza- da problemática dentro E é exatamente ção, na esfera do digital, que este artigo se insere, uma vez que uma vez artigo se insere, do digital, que este ção, na esfera que muitas imagens jornalísticas são de pressuposto do parte-se midia- na própria e reinscritas da web por usuários apropriadas tização. Isto ocorre de tal modo que a memória iconográfica in- partir da manu a substituída ou preservada sendo vai dividual atores sociais midiatizados, conforme Proulx (2013, p. 91), p. 91), (2013, Proulx conforme midiatizados, sociais atores criam, remixam, interpretam, orientam, recebem, “selecionam, transmitem mensagens. Estas tecnologias definem interativas ele- usuários como pelos conteúdos de criação de a atividade - No entan informacional”. ambiente um novo de central mento o processo, potencializa que a tecnologia destacar é válido to, se dá apenas social e não é essencialmente mas a mudança Neto do que Fausto além dela. Trata-se pois vai pela tecnologia, é assumida ou que de mídia que uma cultura (2008) chama de Proulx longo dos anos. Nesse mesmo sentido, ao é introjetada - a constru social potencializa que a web (2013, p. 91) destaca Mas dos interatores. parte midiática por ção de uma cultura se constrói que uma cultura é essa? Certamente, que cultura passado e talvez e articulando presente tempo, em um outro antevendo o futuro, o que significa que há uma dilatação tempos. de tenção em circulação destas imagens, numa espécie de memória de imagens, numa espécie destas em circulação tenção ” ou peças pieces “spare (2011), Anders afirma como ou, proteica sobressalentes. 76 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 4 3 2 Dacirculação àapropriação apropriações. ciso entender do que estamos falando quandonos referimos às atores sociaismidiatizados. Contudo, antesé pre demaisnada, - de força simbólica,sendo trabalhoque tal é desenvolvido pelos do discurso jornalístico jáchancelado,reinvestindo tais imagens ção denovas interações diferidas no espaçoetempopartir a pressupostoriqueza destasapropriações deque a cria- na está visto?do já adaptações ções, cocriações apenas ou Parte-se do de imagens jornalísticas? Os mashups de imagensjornalísticas? ral,que lógicasdamidiatizaçãosãoperceptíveis na apropriação go, quepodem ser formuladas do seguinte modo: de maneira ge- que muda conforme o tipo de produção significante objetivada.significante produção de tipo o conforme muda que (2004), “defasagemé a entre osdois”,defasagemuma desvioou tema produtivo do sentido; já acirculação,na visadade Verón nível” YouTube, nestaemissão que chamamosaquicomode “segundo rios criam possibilidades outras de circularidade emblogs,no que nãosãojornalísticos. As apropriações feitas pelosusuá- em quesãodistribuídas de modo reverberador em dispositivos condição de sobrevidauma web distintana apartirdomomento ganham jornalísticas fotografias As diversos.dispositivos entre dos sentidos em funçãodacirculaçãointermidiática, ouseja, Ferreirae Rosa, observa-se acentuação/alteraçãouma quehá 3 gem, asobreposição, orecorte. webmúsica e na na partir daideia doremix. a Derivamde técnicas cola- comoa reorganizações partirdeummesmo trabalhoa ou devários pontos. Empregados (2001), e secaracterizamestética poruma do fragmento. combinações e São Osmashupssãoderivados dacultura dohibridismo, como sustentaSantaella produção jornalística,masdeatores ouinstituições. ser diversos e complexos, em queaprópria imagem jornalísticanãoadvenha da para outros dispositivos. No entanto, observa-se que estes movimentos podem ticos com fins de ancoragem ou complementaridade da notícia e depois migram por um mashup,por exemplo, inicialmente são publicadas em espaços jornalís- Segundonível aoconsiderar queasimagensjornalísticasutilizadaspara com- , engendrando novas circulações. Este cenário traztona à asquestões de basedeste arti- Produção ereconhecimento sãoosdois polos dosis Avançandopouco maisnoesquemapropostoum por 4 seconstituememcria- - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 77 - - - - mashup, da recria - da análise de ambos os pro resulta , a circulação 5 Desta forma, o foco da circulação adotado neste artigo neste adotado da circulação o foco Desta forma, Teoria da Teoria Comunicação criada no final dos anos 60 e início da década de 70 e pau- de a capacidade têm comunicação massivos de meios que os que defende tar a agenda dos cidadãos e de definir temas de pertinência. Em 2008, Maxwell também que, do mesmo modo, a rede e considerou McCombs analisou a internet de agendamento. movimentos realiza 5 Esta formulação inicial, já revista pelo próprio Verón, que apon - que Verón, próprio pelo já revista inicial, formulação Esta circulação a que indica (2013), processo do complexificação a ta melhor ser que precisa papel um comunicativo esquema no tem - infe e produção de modo o que olhar mais do Assim, entendido. os efeitos deu, ou quais foram se produção como essa sobre rir a partir do fazia se como reconhecimento, de em termos gerados agenda-setting cessos, uma vez que ela é o que os liga. A circulação surge onde surge A circulação liga. que os o é que ela uma vez cessos, e produção onde um valor, de é, reconhecimento isto há troca, - que, diferente dizer implica Isto “de acordo”. dizem se recepção circula a iniciais, estudos seus em Verón afirmava que do mente ção não é a defasagem, pois esta representa um hiato no tempo, no tempo, um hiato esta representa pois ção não é a defasagem, - e re de igualdade onde produção de um processo mas trata-se conforme um opere ainda que cada equivalem, se conhecimento - em que o sen um processo é, portanto, A circulação suas regras. a lógica que, dos meios ao conforme muda, altera-se tido circula, (imagéticos ou não), de discursos na forma fatos sintetizarem de vínculos. formas outras gerando reinterpretam, em si, e suas a produção entre no caminho está no que ocorre a exemplo, por – como, na recepção gerado efeito o e regras, reinscrição destes materiais significantes –, isto é, está no - pro múltiplos e pode ter entrelugar neste que cesso se desenvolve da cir que as condições em mente Há que se ter afetamentos. – de dispositi o tipo – ou tipos conforme culação são variáveis que se midiático e também a segundo “dimensão temporal vo é a circulação compreender Portanto, em consideração”. leva sentido do construção de dá o trabalho se como compreender hipótese a Para ao longo do tempo. se transforma este e como é crucial, uma vez a noção de tempo trabalho, neste formulada suspen- parece transcorrido a sensação de tempo que na web der-se. Se o tempo da fotografia já foi tão discutido - mas apreen nunca retomado, capaz de ser retido, difuso tempo como um do o tempo alguma captado de forma, dido, 78 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados nossa visada, éestritamente midiatizada forma deexercício de apropriaçãouma de lógica,que,em uma ratos tecnológicos. Istodizer implica que oaparato éapenasa compor oindivíduo,que passama sendo externadas emapa envolve ainteriorização de competências técnicas ecognitivas, reprodução da economia capitalista”. Anoção de apropriação priação dastecnologias noseio das relações deprodução ede usos, chamando a atenção para a dimensão conflituosa da apro- e franceses passaram a“desenvolver sociopolítica dos uma começa a ser investigada nos anos 70, quando quebequenses que nãoera comum. mas emcontrapartidacaminho paraabriu o estudodos usos,o aos aspectos psicológicos e àssubjetividades dos receptores, e Gratificações está no fato de que esta reduziu as investigações meira vez, o usuário da comunicação.Acrítica àteoria de Usos A mudançadepercepçãoblico. pri colocouemdestaque,pela comunicação de massa, isto é,noqueos meios fazem comopú- anos de pesquisascentradasdo emissor nopapel e noefeito da residia no queo público fazia com os meios, depois de muitos investigações das foco o onde Gratificações, e Usos de estudos da. Anoçãode uso,segundoCardon (2005), surgiu apartirdos cussão dos usos edasapropriações que precisa ser recupera- e Dominique Cardon veem nesse processo, exatamente,dis a esta recombinaçãoou apropriação émotivo detensão. Proulx No entanto,mana. quandonos referimos à imagemjornalística, o autor,recombinações tais sãoprovas daprópria evoluçãohu- campo dacultura, pois ela por só si já é híbrida. Além disso, para apropriar-se, mesclar elementos já nãoé nenhuma novidade no as referências. narrativas outras, hibridizando asinterações e,especialmente, do dejornalismo,querdizer que oscontextosa sãoacoplados A formulaçãopode parecer se tratané. Em mas não simplista, unir, diluir, hibridizar, fundir notempo-espacialdo ciberespaço. compreendidos na mesmalinhatempo-espacial realpodem se e tempos diferidos, também o que implicadizer que tempos não supressãouma do tempointeração ouuma diferida de espaços ção deumvídeovistas supõe apartirdeimagens jornalísticasjá Já aapropriação, aindapara Cardon (2005, p. 03), André Lemos (2009) destaca querecombinar, copiar, . - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 79 - - - realizado na Unisinos, o na Unisinos, realizado 6 a) O domínio técnico e cognitivo do artefato, b) a do artefato, e cognitivo técnico a) O domínio integração significativa do objeto técnico na - prá des tica cotidiana do usuário, c) o uso repetido de criação possibilidades que abre sa tecnologia social), d) na prática novidades que gerem (ações finalmente, em nível mais propriamente coletivo, Proulx (2013) faz uma distinção importante e pontual pontual e importante uma distinção faz (2013) Proulx Conforme Proulx (2013, p. 05), a apropriação deman- (2013, p. 05), a apropriação Proulx Conforme zado em abril de 2013. Transcrição do II Seminário da Escola de Altos Estudos/Capes – “Mutação da Estudos/Capes Altos da Escola de II Seminário do Transcrição digital” reali da contribuição na era uma cultura de comunicação: Emergência de usos e apropriações. Em seminário Em e apropriações. usos de 6 autor autor afirma que “o uso é o que as pessoas fazem, efetivamente, na definição, Avançando técnicos”. e dispositivos objetos com os o autor complementa: “Uma segunda definição breve é de que há uma dinâmica do uso, não só se define o uso como o que as uma dinâmi- mas também existe com o objeto, pessoas fazem ao uso refere se dinâmica Tal p. 03). 2013, (PROULX, uso” ca do - exem Como a noção de apropriação. consumo até partindo do não significa cita a aquisição de um computador; isto plo Proulx a meses por na pode permanecer caixa seu uso, pois o mesmo fio. O uso é determinado pela relação que se tem com o objeto. a é artigo neste que interessa o uso, o que do mais entanto, No de imagens na web a reinscrição que, para uma vez apropriação, já estabele com o objeto uma relação ter jornalísticas, é preciso os usuários dominam é que cida e ir além dela. O que se observa é permitido aquilo que lhes respeitando técnicos, dispositivos os em ati- mas inserindo-se (2002), como já Flusser diria dominar, vidades de apropriação. que seja pos- para do objeto do domínio técnico da a superação apenas com a vida cotidiana. “Se você deste a integração sível domina o objeto técnico sem integrá-lo na sua vida - profissio - nal, pessoal, doméstica, não há, em minha opinião, uma verda do criativo Em última instância, esse gesto apropriação. deira O autor da prática”. a uma reinvenção possivelmente, uso leva, - a inves em seus estudos um modelo para desenvolvendo vem em conta quatro levar que precisa das apropriações tigação condições: 80 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados ser visto, pautado, agendado. tentativa de ser ou manter-se como o chancelador do que vale duzido por atores sociais midiatizados; no segundo,fecha-se na No primeiro caso,abre-se parareceber, acolher conteúdo pro- o movimento de trocas, se fechando. abrindo-se, mas também partir de postagens de fãs. Eo jornalismo? Este cada vez mais faz o recente videoclipe da banda Seconds to Marsseinserebanda Thirty assim como nestalógica, está tensionando o fazer da indústria,tanto queovideoclipe da te. Aquartacondição é maispolêmica,masofazer dos usuários de um material significante já posto em circulação anteriormen outracia, háuma práticasendo social criada, aindaqueapartir das e inseridas em vídeos em tempos outros que nãoodanotí- vezpois, uma artigo, queasimagensjornalísticassãoapropria afetando oprópriode fundodestequestão jornalismo, queéa às vezescia, até diariamente, transformandoprática a social e vídeos usuários postam ou abastecemcom frequên seuscanais - condição, o usorepetido da tecnologia, observa-se quemuitos muitas vezes outras telas, como a televisão. Quanto àterceira tais espaços estão integrados na vida do cidadão, substituindo falamos emdispositivos online como o tece ante odomínio técnico,vez cada maisperceptível quando Taisapropriaçãoque a condições implicam sóacon- (PROULX, apudCARDON, 2005,p.03). (produção industrial edistribuição comercial) dos em consideraçãonos processos de inovação toe, aomesmotempo,públicas depolíticas leva - adequadamente representados noestabelecimen- apropriaçãoa supõe queosusuáriossejam social les entreprises propriétaires des plateformes de contenus médiatiques signales l’éventualité pour presence de ces nouveax modes de circulationde l’enrichissement des relations existentes. […]La gence denouvellesrelations interpersonnelles et médiatiques propres.favoriseraient Ils l’émer- per de manière activeproduction àla de contenus sites) confèrentpossibilité la àl’usagerde partici- Les réseauxsocionumériques (social networking Maroon Five quefoi produzido a Facebook ouYouTube; - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 81 ------7 tirer tirer profit des contributions déposées p. 105). 2011, CHOON, (PROULX; sites sur les Se, por um lado, há uma evidente reconfiguração so - mais frequen é cada vez ou colaboração A contribuição As redes socionuméricas (sites de redes sociais) conferem ao usuário a possi usuário ao conferem sociais) de redes (sites socionuméricas As redes os próprios para de conteúdos da produção bilidade de participar ativamente e interpessoais relacionamentos de novos estimula o aparecimento Isto meios. novos destes [...] A presença existentes. de relacionamentos o enriquecimento os midiáticos indica a possibilidade para de conteúdos circulação de modos das contribuições proveito de tirar de negócios de plataformas proprietários depositadas nos sites. dem da internet seja compartilhar, um vídeo que carrega peda- carrega que um vídeo compartilhar, seja internet da dem num pedaços, em informações novas produz informações de ços de montar do ponto de é fácil que nem sempre quebra-cabeças manifestações das caso o exemplo como Tome-se reflexivo. vista potencializadora. a grande foi em que a de junho de 2013, web , De um (Facebook lado, sociais mobilizador via mídias seu poder cons o vídeo como derivados, os produtos ) e, de outro, Twitter truído a partir de jornalísticas fotografias já veiculadas em dias da di por fotos permeadas as manifestações sobre anteriores no Cálice, disponibilizado com a música e sonorizado tadura instantânea, mas os repercussão ganhou . A criação YouTube da contextos e a) as imagens entre diferidos tempos e espaços em São das manifestações e contextos e b) as imagens ditadura em junho aco- de 2013, e nas capitais demais brasileiras, Paulo é, imagens unidas, Isto produto. um terceiro gerando plaram-se, - ou re memória, sem tornaram que se memória de carregadas que a maioria póstuma, uma vez de uma memória presentantes no nascido havia sequer manifestações das participantes dos chanceladas foram escolhidas as fotos Todas auge da ditadura. documento. pelo discurso jornalístico que as torna percebe-se pela outro midiatização, por fomentada ciocultural me- têm as formigas que “até já Andersen alertava: o que Chris na rede de que todos ao fato alusiva numa brincadeira gafones”, A questão está no quê se partilha. a partilhar. estão dispostos possibi de um lócus como surgiu da web espaço que o É certo lidades, uma “alquimia das como multidões”, afirmam Pisani e da preestabelecidos padrões dos a quebra para (2010), Piotet te, porém é importante pensar que, ainda que a palavra de or ainda que a palavra pensar que, é importante porém te, 7 82 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 3.1 Videoclipe foram relacionados entre sipara seproceder àsinferências. efeito, entre outras, sendo segunda instância,estesque, emuma dos de mododissociado quanto àscategoriasedição, de imagem, gens jornalísticasdetempos diferidos. Os vídeos foramanalisa mericana ocorridas em junho de 2013 eum videoclipe norte-ada banda - ser investigadas indoaosmateriais empíricos. guraespaço plenodonovo?como um Tais perguntassó poderão confi se apropriação a essência, por fragmentária é esta que já não sejammaisprioritários, nem mesmo o valor dainformação, ção do videoclipe, ou do vídeo para YouTube, os valores-notícia credibilidade daimagemfotojornalística?produMesmo quena - para aproveitar o aspecto confiável do discurso jornalístico, a tal jornalismo clássico ou háapenasumprocesso de apropriação do da roupagem, descolado do contexto? Hácriação em cimado foique já lo inserido mídia tradicional,na mas agora desprovi - os conteúdos são cocriações ou mixagens, remodelagens daqui- convém questionar:porque,seháliberdadede produção, plena mídia tradicional,fechada, restritora daliberdade. No entanto, 8 3 Análisedo nas no canal Vevo,nas nocanal 56 mil vezes indica a popularidadedabanda -se dois por analisar vídeos apropriação,optou- à vistas com web na significantesmateriais sito decompreender como sedãoasinscrições/reinscrições de cessíveis em dispositivos tidos como tradicionais. Com o propó- uma vez que é possível acessar materiais tempojá háalgum ina- dados; observa-se que afunçãomemória nesteé ampliada meio, sendo o estudante responsáveldecupagem dos pela vídeos e pesquisa de fontes. FederalParanácientífica, projetodo Siqueira,iniciação em Michael de (UTFPR) curso deTecnologiaUniversidadeda em Comunicação Institucional Tecnológica Asanálisesforamrealizadas importante coma contribuiçãodoacadêmico O videoclipe disponívelO no YouTube assistido, ape - ejá de armazenamento de infinito espaço um é internet A http://www.youtube.com/watch?v=Zcps2fJKuAI ,tendoThirty em comumousode - ima This IsWar Seconds to Mars –Thirty corpus 8 , umdeles sobre asmanifestações

- - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 83 - - - clo , com as imagens vestindo o unifor vestindo com ampla profundidade com ampla profundidade . A imagem seguinte, ante a ante . A imagem seguinte, refere-se refere-se a segundos de uma filmagem aparece a imagem de um M4 Sherman com al com um M4 Sherman a imagem de aparece , Civilian O vídeo inicia com a banda Thirtya banda com inicia O vídeo Mars to Seconds O refrão se inicia com Moment truth se O refrão - com cenas estáticas sobre imagens contrastam Tais . O videoclipe é uma produção envolvendo a - ambiên envolvendo mashup. O é uma videoclipe produção dos integrantes da banda e takes integrantes dos “congelado” no tempo é de uma família de vietnamitas. é de uma família no tempo “congelado” frame em um campo de guerra no Oriente Médio. Eles estão em um Médio. Eles no Oriente guerra em um campo de utilizado em ampla leve , que é um modelo de combate Humvee As arenosos. em campos norte-americano escala pelo Exército vídeo, o para especialmente feitas são imagens primeiras W. com George e Moment lie Kennedy F. jornalísticas de John a seguir. Bush na tribuna que podem ser vistas 3.1.1 Quanto às imagens às imagens 3.1.1 Quanto cia da guerra e questionando ações norte-americanas. ações e questionando cia da guerra que esteve no e discute questões políticas a partir de a partir políticas questões discute e In Rio no Rock esteve que um ses soldados aos um contra-ataque em americanos guns soldados à japoneses nas Ilhas Salomão, imagem que pertence em 1944, Collection Photograph Corps Signal GC em palavra extraída, provavelmente, da época entre o final dos anos 50 e Victims, menciona a expressão anos 60. Já quando dos começo o em close aparece Letto Jared Quando o cantor quem? para americano, ele aponta a arma me do exército de campo, o que leva a dimensionar a extensão do espaço, bem do espaço, a a extensão dimensionar leva de campo, o que com a imagem de plásticas, belezas principalmente as como do pôr do sol. contraluz a letra cobrem é, que isto a narrativa, postas que entrecortam a (GC) caracteres de gerador do meio por inserir da música. Ao Soldier, palavra 84 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados do Exército americano,intercaladasvocalistapelo falanda banda pacto àcena. do efeitoutilização com a de“câmeralenta” para dar maior im- guerra, este aparece atirando comumfuzilM16 e umapistola vade inserir o vocalistado crime”,“cena na da banda própriana disponibilizados pelo YouTubeprópria oupela Força. Natentati prio Exército. Tais vídeos são encontrados na própria internet, meras fotográficas compactas ou de captação/segurança do pró- feitos, normalmente, com câmeras amadoras como celulares, câ- de vídeos desoldados “verdadeiros” emzonadeguerra que são To fight Figura 1–ImagemdeJFKusadacomosímbolodobemnoclipe Figura 2–Imagemdediscurso deBushcomooenganador Depois série há uma de transições com ações do . Estasimagens,aoquetudoindica,sãoreais etrechos - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 85 - colocando Moment to Moment to , . Resist de Kim Jong-il, Fidel Castro e Saddam e Castro Kim Jong-il, Fidel de frames ou aqueles que não servem ao seu povo ou ao seu povo ou aqueles que não servem Pariah - a pro Na sequência, as imagens são atualizadas para Novamente os membros da banda aparecem em ima- em da banda aparecem os membros Novamente - da mú à letra força atribuir de sentido no mesmo Ainda Leader e , representando um foguete indo para o espaço, e Moment para indo um foguete , representando Figura 3 – Os traidores como Kim Jong-il em imagem jornalística como Kim Jong-il em 3 – Os traidores Figura live por um grupo terrorista capturado um preso die, aparecendo to último, a lado, e por lado mortos, soldados de caixões e depois nesta cena, a expressão e equi- militares dução da banda de veículos em que uma série ameaças. A montagem grandes como voando surgem pamentos de imagem jornalística, como uma imagem jornalística, de frame King, em Martin Luther a população afrodes ajudava e a verdade dizia boa que pessoa a citação aparece disso, Depois nos EUA. cendente gens em movimento atualizadas, captadas no tempo e espaço atualizadas, captadas no tempo gens em movimento Após a inserção o que está ocorrendo. entender atual, tentando é citado Moment truth novamente cortes, de vários , aparece Richard Richard , aparece Liar citado é quando com palavras-chave, sica de Mahatma a imagem em Gandhi surge Honest e como Nixon do a representação observa-se transição, Em outra seu leito. pública e soldados uma marcha fazendo norte-coreano Exército de batalha. - Na continuida Mundial front no Guerra da Segunda de da construção do videoclipe, há uma fotografia de Roosevelt como Hussein como como Hussein são os traidores. 86 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados que essencialmente assequências seriamdeagilidade, ação. nada conotação, principalmente emmomentos dedisparos, em determi- gerar de fim a tempo do redução da ou lenta câmera Recorre-se, emmomentos pontuais,aorecurso deediçãoda e emmovimento, gerando umefeito deativação damemória. contemporâneo. Observa-se aalternância deimagensestáticas cinema do típicas fílmicas sequências requintadas mais às gas diversos movimentos dosfade-outsefade-insdeimagensanti- de arquivo. Aediçãosebaseianoefeito dastransições ereúne ou seja,amúsicaéoroteiro queécoberto porimagensatuaise 3.1.2 Quanto àedição, efeitos etrilhas “icônico-indicial”, doter estado lá. técnica,ausência dequalidade ber a masodestaqueaocaráter feitas por soldados de dentro do produções em disponibilizadas web, da atuais imagens d) fim, presidentedo desfiles, Reagan,de por caso e, o parados,é como recortados de discursos políticos, transformados em quadros ricos e simbólicos; c) imagensantigas emmovimento deframes em arquivos, retratando momentos que se tornaram fatos histó- quivo, geralmente fotojornalísticas,partir dawebobtidas a ou incluindo-os na narrativaletra; construída pela b)antigas, de ar- com grande qualidade,com apresença dos membros da banda, das sãodequatroproduzidasatuais, maioria: a) sua tiposem ressa, aqui, observar, imediatamente, queasimagensemprega- podem serfeitas.Independentemente dosentidogerado, inte- e àsescolhasque ao nomedabanda alusão das pessoas,numa ocorridos ao redor do mundo, formando uma pirâmide acima consigo imagens de manifestantes, de líderes, de confrontos tragadasforça poruma e, nessadestruição,carregamde “paz” eantigas,estáticas, atuais revelaoutra leitura: asmáquinassão parasurpresa de todos, o conjunto deimagensemmovimento e de guerra, sendopor objetosatacada e máquinas.No entanto, são novamentemax empregadasno campo imagensdabanda orgulhoe opatriotismoeram apalavra deordem. Para oclí- o onde 50, de década da militares desfiles de cenas com segue O videoclipe é construído como um grandeum como construído é videoclipe O front emqueé possível perce- mashup, Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 87 - - - . Há uma apro O vídeo escolhido traz a música Cálice, de Chico Buarque, Buarque, a de Chico música Cálice, O vídeo escolhido traz O videoclipe foi lançado em 2011, integrando o álbum integrando lançado 2011, em foi O videoclipe Quanto à edição e aos efeitos empregados, observa-se observa-se empregados, efeitos e aos à edição Quanto ” e pelos pela música “ A trilha é marcada http://www.youtube.com/watch?v=JBW1jx28mig http://www.youtube.com/watch?v=JBW1jx28mig como tema. Possui apenas 1.170 visualizações, é de autoria de apenas 1.170 visualizações, é de autoria Possui como tema. em junho de 2013. ocorridas as manifestações Jose e aborda Jardel música, porém com a mesma vídeo, chamado “Cale-se”, outro Há A es- Vieira. de Darlan de autoria Pitty, pela cantora interpretada com a ditadura explícita à relação vídeo se deve colha do primeiro seme- original da música. Ambos os vídeos são de grande e versão visual e plástico. ao conteúdo lhança quanto 3.2 Análise do vídeo Cálice - informa mero do diferente um propósito com priação explícita ali “acoplados”, acontecimentos dos que muitos cional, uma vez acesso público do que tem conhecimento não são de inseridos, ao vídeo hoje. - do pró , pseudônimo Cubbins por Bartholomew dirigido de 2009 está dis às imagens, a maioria Quanto Letto. Jared vocalista prio ponível na web ou já integra o repertório iconográfico coletivo, como ende de fontes, créditos nenhuma em aparecem porém reços de sites, redes de créditos TV, de fotografia, nem mesmo autorais na ilha japonesa, cujos direitos soldados a imagem dos Collection Photograph Corps à Signal pertencem 3.1.3 Quanto aos créditos 3.1.3 Quanto que a locação do clipe remete ao ambiente de guerra, bem como guerra, de ao ambiente que a locação do clipe remete a banda para contudo, utilizado; não há uma guerra o veículo jogo construída pelo é de imagens, exposta e a guerra participar, - imagens atuais de e de arqui trocas e pelas sucessivas de edição que se complementam. vo de áudios e “vazamentos” de sons como balas, disparos efeitos com- elementos Tais momentos. em determinados originais colagens, pon- de esquema fragmentado põem um imbricado efeitos pelos e GC no pelas palavras-chave tuado pela música, atuais. especiais das cenas 88 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados representa atodos nós,noeixo esquerdo. leitura,a políciaestánoeixo noqual direito que e apopulação, lação em uma imagem que reproduzimagem uma em lação oeixo direita-esquerda esse cálice”,observa-se de choqueindocontra opelotão popu- a de forçaempregado. Enquantoletra a “Pai,clama afasta de mim da tosagredidos já abusivaação pela repórtercomo a polícia, da fo - em e pacíficas ações em aparecem manifestantes os que em marcadasescolha decenasjornalísticas violência.Háuma pela festações ocorridas em SãoPaulo,Rio de Janeiro ePorto Alegre, 3.2.1 Quanto àsimagens 9 fato issonãotenha seconcretizado. enquanto astropas pisoteiam, usamsuaforça,mesmo quede como inferior àpolícia,emposição de agachamento oudeitada, terior.é mostrada Nota-se que nasduasimagens apopulação supostamentetropapela atacado de choquenomesmoeixo an- asfalto, encenandoaprópria morte, ocansaçodo país, sendo Folha deS.Paulo Guimarães (2006), queconsidera estaumaestratégia daimagem. Aabordagem dos eixos esquerda-direitae direita-esquerda éfeita porLuciano O vídeotransiçãoO iniciacomuma deimagensdasmani- Na sequência posterior, tem-se um jovem deitado no Figura 4–Eixo direita-esquerda éfundamental como elemento interpretativo , quese tornou um dos símbolos do excesso 9 de Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 89 - - ”, ainda que o protesto tenha sur tenha ainda que o protesto ”, Facebook midiatização do protesto para as mídias para midiatização do protesto Figura 5 – Jovem em encenação para as câmeras: as câmeras: para em encenação – Jovem 5 Figura - da pró extraídas fotos por várias é permeado O vídeo numa mesma mon- encontram se e presente Passado Até uma charge é empregada para reforçar essa ideia essa reforçar para é empregada uma charge Até ra referência aos porões do DOI-CODI. aos porões referência ra publicações, o como jornais, e menciona e de outras pria web como a conhecida Revolta se tornado ter da manifestação fato lacrimogênio. o gás contra numa alusão à proteção Vinagre, do empunhados cartazes de presença a fotos em várias Percebe-se que jovens em sua maioria pelos manifestantes, bandeiras como “Saímos do bradam mí- da própria um evento como desdobrado e se crescido gido, dia social, numa demonstração do que afirma a letra de Chico calado”. “Como é difícil acordar Buarque: em preto da ditadura O passado sobrepostas. tagem de imagens própria pela figurativizado democracia da presente o e branco e No popular. uma manifestação às ruas para sair de possibilidade de menosprezo, discrepância de poder. Nela vê-se o cidadão o Nela vê-se de poder. discrepância de menosprezo, e o prefeito já o governador pequeno, maltrapilho, como um ser - que o pró maiores da Polícia, uniformes vestindo de São Paulo, público. transporte do policial, arma a catraca prio usa como que em que à ditadura, consigo a referência traz A imagem de sátira e a música ecoa pelo “cale-se”, responsável político era o poder numa cla sangue”, de tinto vinho cálice, mim este de afasta “Pai, 90 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados porta éosentidogerado ouafotografia emsi? tem aforça simbólica,masnãoareferência. vido no Brasil, masnãoéovivido neste país;ouseja,aimagem um roupa dos soldados e pelocenário de fundo. Isto é,trata-se de caracteresditaduraseja pela emespanhol, representadaali pela pas. Observa-se queestasimagensnãosãobrasileiras, sejapelos de poder,abuso tropelas é atingida combalida, já população, e a - democracia,da vezuma o Exército que éretratadoviés do pelo entanto, háumtom de questionamento emrelação àplenitude à paralisação dacidade, jogos de imagens em queapopulação da músicacom cenasdasmanifestações; quantosão ameaças mashup queindicaummomento histórico semelhante ao vi- Figura 6–Ditadura mencionada nãoéabrasileira; Há um enfileiramento de imagens que cobrem o áudio o cobrem que imagens de enfileiramento um Há observe agrafia eoescudodapolícia Contudo, oqueim- Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 91 - - em transição. em transição. No entanto, observa-se que a produção dos atores tem tem atores dos que a produção observa-se No entanto, A participação dos atores sociais midiatizados, como midiatizados, sociais atores A participação dos O vídeo é, na verdade, um grande slide um grande é, na O verdade, vídeo As imagens não são mencionadas em nenhum mencionadas As imagens não são momen- reapropriação e autoria reapropriação ma diluída, seja para o entretenimento que se funde ao caráter ao caráter funde que se entretenimento o ma diluída, seja para da notícia, em um como videoclipe, seja em uma informacional derivados audiovisuais em produtos que resulta manifestação de mobilização. motivadores como agentes - de vista imagético; há uma pre do ponto algumas características , ou seja, apropriações chamados mashups dos sença marcante emissores de um segundo nível, que reelaboram discursos a par- discursos que reelaboram nível, um segundo de emissores é um sintoma ou não), (imagéticos textos de tir da apropriação - perceptí torna de circulação da O midiatização. processo claro ou a etapa que não basta da recepção estudar mais apenas vel afetamentos os fato de compreender mas é preciso da emissão, mais de for cada vez estas instâncias que ocorrem mútuos entre 4 Inferências sobre midiatização, apropriação, apropriação, midiatização, sobre 4 Inferências 3.2.2 Quanto à edição, efeitos e trilhas efeitos à edição, 3.2.2 Quanto - foto tomadas um como palhaço, até e detalhes prisões de se vê em transformam se fotógrafos em que os próprios jornalísticas com O encerra vídeo e, público consequência, o por leitor. alvos com mescladas cartazes e faixas, empunhando de jovens fotos do país. na modificação de quem acredita sorrisos to no que tange à autoria; muitas delas, se não todas são imagens não todas muitas delas, se no que tange à autoria; to pela colagem suprimidos que foram jornalísticas, com créditos do mashup. do autor Não há nem mesmo créditos finais com a Jardel. da música ou do próprio menção do autor 3.2.3 Quanto aos créditos aos créditos 3.2.3 Quanto São várias fotografias São editadas várias fotografias para serem exibidas em sequên - de fade out ou fade in, pro sem efeitos cia como uma transição como o Movie amadores editadas em programas vavelmente data de 1973. cobrir a trilha pesquisada, que . A ideia foi Maker 92 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados lico dodiscurso anterior. tentativa de empoderar odiscurso de agora com o “peso” simbó - acionamentoe um mação dosíconescomomerasbandeiras na ou doCale-seem1973? Há umevidente esvaziamento da infor Facebook efoi àsruas.Entretanto, quaisos motivos do “Cálice” chanceladas asconstruções de que ojovem politizou-se, saiudo das anteriormente com grande repercussão etotemizadas, são opressor. Ao utilizar o discurso jornalístico e imagens já veicula- de opressãoem ângulos lação como o polícia/poder público ea efeito, mobilizaos eixos da leitura imagéticacolocandoapopu- lo aos “brios” do país, feito comcartazes em punhoefrases de rativizada por imagensargentinas outalvez espanholas. O ape- figu- é que ditadura mesma a brasileira, ditadura emblemática 2013, a músicaCálice éescolhida nareferência aoCale-seeà que direcionam ainterpretação. de seus contextos, sendo outros agregados apenas pelostextos conhecidas, astotêmicas,já quesãoconvocadas edesprovidas termas experiencia estadolá, guerraa imagens de imagens.São guerra americanos. O espectador é colocado no front sem jamais de simulação numa cenas dabanda cas, vídeos jornalísticoseatores sociais que seintercalamàs perguntatônicaé a doemaranhado deimagensfotojornalísti- que lado está aguerra e,consequentemente, estamos nós? Tal da-direitaleitura,de de gera afinal, que o mental: confusão uma Seconds to quebrauma há Mars Thirty proposital do eixo esquer que integramo corpus deste artigoéquenovideoclipeda banda crença, tema jádiscutidoemRosa (2012). seja porvalores-notícia, masgeralmente porvalores sociais, de fatos, dos tempo do além para figurar de direito o recebeu tica, inscrições/reinscrições, quase semprejornalís- chancela coma imagem tornada totemque, por é aquela diversos processos de imagem játotemizada, por isto eleita para ser reinscrita. Esta tória, sãoderivativas seu papel oucorreferenciadas na própria plicações sobre ele,sendo que asleituras feitas sobre suahis modo, mesmo quesetratenão háexLuther King, deMartin iniciais, aindaquemantenham suasindicialidades. Dito deoutro de textos que sãorearticulados, desprovidos de seus contextos Já novídeo amador sobre os protestos de junho de O queéimportante observar apartirdos materiais embeddingemcamposde - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 93 - - - frente a isso? É impos frente O que dizer, então, dos mashups O dizer, que Em oposição a esta visão, tem-se o fato de que o mashup de o fato tem-se esta visão, a Em oposição - refe ter pudessem 90 de década na nascidos que jovens sível que jovens são estes tão antigos, mas fatos de concretas rências - téc uso dos objetos fazendo de apropriação, acionam processos identi- para sociais, suas práticas em inscrevendo-os mas nicos, ficar imagens e produzir novos sentidos. Assim, como dito an- do produção de trabalho do dá conta a circulação teriormente, inferir é possível Nesta perspectiva, do tempo. sentido ao longo em espaços e tempos de interações que o mashup é produção comunicacio- sociais, relações novas que permite pois diferidos, - recupe midiáticos dispositivos a partir dos criadas nais sejam e articulando-os históricos fatos de de arquivo imagens rando um mobilizações suspendem pe- Tais presentes. com narrativas não período, nesse interações mas produzem de tempo, ríodo dialógicas interações produzindo contrário, ao vazios, gerando o imaginário, que ainda colonizam fatos acessíveis que tornam - e expe acessíveis o status de imediatamente mas que perderam é o caso da dita- como mais novas, as gerações para rienciáveis e do Vietnã, Golfo do da Guerra DOI-CODI, do porões dos dura, fatos. outros entre já apropriação toda e uma apropriação, derivada, uma criação é - de ser uma interpre essencial, o fato consigo um desvio carrega revela contextos dos descolar que o implica tação segunda. Isto a sem cocriado, sido algo ter a partir de que já pode recriação - da referên com a perda e essencialmente atribuição de créditos jornalístico, mas preser em especial o discurso cia primeira, Mesmo discurso. desse de “verdade” legitimador, o tom vando de conhe público não ser podem domínio imagens que são de valores aos contexto, ao fatos, públicono que tange aos cimento há uma que sem contextos acoplados, sendo histórico-culturais hibridização do vazio. Compra-se a ideia, o de Flusser o pensamento Retoma-se a informação. que se leve que não significa esta nu- no sentido de uma entanto, nulo-dimensão. No (2007) lo-dimensão não é uma oca, ao menos não dimensão na visão de feitas novas de construções ela é repleta contrário, Ao Proulx. com a técnica. pela relação propiciado a partir do já existente, Neste sentido, é importante retomar a afirmação de Proulx de de criativa uma integração se for acontece só que a apropriação 94 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados FERREIRA, Jairo. Umcaso sobre a midiatização: caminhos, con- Jairo.FERREIRA, Umaabordagem triádicados dispositivos mi- Jairo.FERREIRA, Midiatização: FAUSTO NETO, Antônio. Fragmentos“analítica” deuma da mi- CARDON, D. Ainovaçãopelo uso.In:AMBROSI, A.; PEUGEOT, V.; BRAGA, José Luiz; FERREIRA, Jairo; FAUSTO NETO, Antônio; BRAGA, José Luiz. Asociedadeenfrenta suamídia: ANDERS, Günther. Laobsolescencia delhombre (Vol. I).Trad. Referências universo doator socialepossam sermidiatizadas. seus próprios sentidos, desde queestasimagenspertençamao imagens (fotos, de múltiplas -se também vídeos) para construir culturaque secentra em formas deexpressãovalendo múltipla, - resultana produção e circulaçãodo simbólico. Trata-se de uma que e usuário do vida na cultura dessa significativoselementos GOMES, PedroGOMES, Gilberto, BRAGA,José Luiz; FERREIRA, tágios earmações da notícia.In:FAUSTO NETO, Antonio; cia.org/index.php/libero/article/viewArticle/6112>. 2006. Disponível em: . Acesso em: 2008. Disponívelem: . Acesso France: C & F Éditions, 2005. p. 1-11. Disponível em: multiculturais sobre associedades da informação. Caen- PIMIENTA, D. (orgs.). Leopoldo: Ed. Unisinos,2013. produçãode conhecimento emcomunicação PedroGOMES, Gilberto (orgs.). Dez perguntas para a vos sociaisdecríticamidiática.SãoPaulo: Paulus, 2006. Josep Monter Pérez. Valencia: Pre-Textos, 2011. Revista Líbero, anoIX,n.17, p. 137-145, jun. RevistaMatrizes Desafios dispositivos, processos sociais , v.89-105, 1,n.2,p. abr. de palavras: enfoques dispositi . São - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 95 . - - - téc . Salvador: UFBA, UFBA, . Salvador: : por uma filosofia do de ensaios para uma uma para ensaios preta: caixa - e da comuni da cultura Faces . São Caetano do Sul/SP: Editora Sul/SP: . São Caetano do Editora da codificado . São Paulo: Paulus, 2008. p. 51-65. Paulus, . São Paulo: . Goiânia: FACOMB/FUNAPE, 2011. FACOMB/FUNAPE, . Goiânia: Midiatização e processos sociais na Midiatização e processos mundo O Comunicação e mobilidade e Comunicação : ensaios de comunicação, cultura e mídia. São cultura de comunicação, : ensaios (orgs.). Jairo América Latina América construção de imagens na circulação intermidiática. In: intermidiática. circulação de imagens na construção Mídia, cida (org.). 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Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 97 - - , Lima: Felafac, n. 48, p. 09-17, 1997. , Lima: Felafac, . Porto Alegre: Alegre: mídia Sociedade, . Porto e violência : ideas, momentos, inter La semiosis social 2: ideas, momentos, pretantes. Buenos Aires: Paidós, 2013. Paidós, Buenos Aires: pretantes. nora, visual, verbal. São Paulo: Iluminuras, 2001. Iluminuras, São Paulo: verbal. visual, nora, 2002. Edipucrs, 2006. Vozes, Petrópolis: e em rede. municação linear 2009. Itaú Cultural, Paulo: Diálogos Unisinos, 2004. Editora Unisinos, São Leopoldo, 2012. Disponível . SODRÉ, Muniz. - da co uma teoria do espelho: SODRÉ, Muniz. Antropológica . São e seu espelho Cibercultura (org.). Eugenio TRIVINHO, el análisis de la mediatización. Eliseo. Esquema para VERÓN, . São Leopoldo: de um tecido Eliseo. Fragmentos VERÓN, Eliseo. VERÓN, : so Lúcia. Matrizes da linguagem e pensamento SANTAELLA,

SEGUNDA PARTE OS MEIOS, A DÁDIVA E O MERCADO

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 101 1 - - - Serge Proulx Serge online of online contribution cultura, participação, mercados, algoritmo, participação, mercados, cultura, contribuição contribuição Perspectives to think about the culture about the culture think to Perspectives Professor Emérito, École des Médias, Université du Québec à Montréal (Canadá). du Québec à Montréal Université Médias, des École Emérito, Professor (França). ParisTech associado, Télécom Professor Perspectivas para pensar a cultura da a cultura pensar para Perspectivas 1 Neste capítulo, abordamos a cultura da contribuição a cultura capítulo, abordamos Neste Resumo: em de contexto uma sociedade mercantil. Refletimos sobre isso com a lógica em suas relações a lógica mercantil considerando e ques proposições formulamos desta tensão, A partir do dom. tões sobre a cultura da participação, especificando usos e - práti formas situamos variadas onde em curso, redes das cas sociais do o domínio das ferramentas, em jogo (o domínio domínio de de resistência. formas capital, e as novas dos códigos) o domínio sugerimos que o capitalismo estaria Em nossa argumentação, produtivis a primeira, (sucedendo fase numa terceira entrando ta, e a segunda, consumista): a de uma economia da contribui- o traba remunerar ção. Nessa, coloca-se a vamos questão: como lho contributivo? Palavras-chave: resistência. 102 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados Keywords: culture, participation,markets, algorithm,resistance. question is:how are we goingto pay for contributory work? sumerist of phase): an economythat of contribution. Inthis,the con- second, the and phase, productivist first, the (succeeding weargument, is enteringcapitalism suggestthat third a phase the domain ofcodes) and the new forms of resistance. Inour of domain atstake (the domain of tools, the domain of capital, social practices of networks, where we situate various forms the cultureabout of participation, specifying ongoing uses and Based onthistension, we formulate propositions and questions sidering the mercantilelogic initsrelations withthelogicofgift. con- society.bymercantile this a Weon of context reflect the in Abstract:this chapterIn we discuss culturethe ofcontribution 1 lógica dadoação. Vamos ver, então,oladoda transação mercan- outro, podemos definir a contribuição como proveniente de uma contribuição a finir a sobre Diríamos contribuição comotal. que, por um lado, podemos de refletir e generalidade de nível outro a passar tentar online; coisasassim. ganizar umconjunto de documentos; fazer remixagens; publicar online; redigir eorganizar umtexto online;criarhyperlinks; or restauração deumlivro; compartilhar econtribuircomumtexto nível maistipológico, podemos ter: o ato de recomendar uma cidadão transmitir informações no Twitter;de jornalismo participar dios no YouTube ouMyspace; contribuir com aWikipédia;re- Facebook; trocar arquivos digitais; postar fotos, vídeos ou áu- contribuição “a forma socialdacontribuição”. contribuição”,forma “a de chamaremos que o sobrerefletir a rá do tempopolos: opolo eodatransaçãomercantil. Isso nosleva - contribuição. Para tanto, vamos situar acontribuiçãoentre dois Introdução . Se continuarmos online. Secontinuarmos listando exemplos, masnum Diante desse conjunto de exemplos, gostaríamos de Vamos começar com exemplos do que entendemos por Gostaríamos de tentar repensar o queentendemos por . Frequentaronline. como uma transaçãoonline comouma mercantil e, por sites deredes sociais, comoo - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 103 - - de redes de redes site , ele está produzindo conteúdo, mas, conteúdo, produzindo blog, ele está Por outro lado, sobre a não que contribuição, diríamos lado, sobre outro Por sociais, o próprio laço social se torna fonte de valor econômico econômico valor de fonte torna se laço social o próprio sociais, então, de monetarização, que falando, Estamos a empresa. para e da- conteúdos desses a transformação na verdade, quer dizer, dos sociais em moeda. A contribuição é tida pelos usuários. estamos mais no lado dos uma de lógica da proveniente como contribuidores próprios ou livro, restaurante um determinado eu recomendo doação: mas, na verdade, não quero retribuição financeira pelo gesto. então, não estamos mais numa lógica gratuitamente; isso Faço de trocas sem retribuição financeira, mas recorremos mensa- e suas recomendações Se alguém deixa reciprocidade. a uma comentários. seus também deixassem gens, gostaria que outros em que numa Então, lógica de compartilhamento, inserimo-nos - re e mais a questão da simbólico reconhecimento a questão do ao mesmo tempo, traços, vestígios, rastros são deixados; e é nes- são deixados; rastros vestígios, traços, tempo, ao mesmo não você Portanto, dados. se tornam rastros se sentido que esses de dados. é também fornecedor conteúdo, de é apenas produtor digital um vínculo no universo deixa você palavras: Em outras realiza, que você gestos IP e determinados o seu endereço entre indicar online; um blog; comprar comentar exemplo: por como, captadas são informações essas curtiu. Todas que gosta ou que por O Facebook, da plataforma. proprietárias pelas empresas - pro esse E é usuários. dos as contribuições capta todas exemplo, do de captaçãocesso que dos dados está na base da produção Estamos, dados. dos dessa agregação em torno econômico, valor a econômico, valor do produção de então, numa problemática dados, que se originam a de partir dos partir de uma agregação E pelos usuários. digital. Deixados universo no deixados rastros capitalismo de informacio falar que podemos sentido é nesse til. O contribuidor deposita um conteúdo no universo digital e no universo til. O deposita contribuidor um conteúdo tira uma satisfação, uma utilidade disso. Isso já é uma definição - ob O que precisamos mercantil. da transação que se aproxima de produtor é, ao o contribuidor é que mesmo tempo, servar quando que, dizer Queremos dados. de e fornecedor conteúdo alguém comenta num nal. Os usuários geram, então, permanentemente, dados que es dados então, permanentemente, nal. Os usuários geram, e, dados dos conteúdos, de uma dos monetarização tão na fonte quando se está num mesmo, do laço social. Pois até 104 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados ríamos, de uma forma um pouco irônica, sobre a figura do dimensão coletiva dosvalores compartilhados. tido de que os sujeitos não secolocamàfrente; eles destacama de se tratar de práticas individuais modestas. Modestas no sen - comunidade edefidelidade. qual ele se identifica, e, nesse caso, estamos numa lógica mais de determinado a fiel é ao mesmo site. Aoda comunidade,ousuário lógica passoque,na trar emum “surfa”,se situa, vai ser conduzido pelos seusclicksdecide en - , uma lógicade comunidade. Uma lógicade rede é onde o usuário muitos, quemostramdistinção entre uma lógica de rede uma e pertencertrabalhos,comunidade. Destacamosquehá uma a não mundo devaloressentimento compartilhados, emqueháum de valor socialdacontribuição. pectativas emrelação aosoutros membros que apreciam este sem seu desejo de doação e de compartilhar. Temos, então, ex da doação,espera-se que todos se expressem, que todos expres vo, de uma forma compartilhada.Quando estamos nessa lógica o fato deestarmos numa problemáticarelacionada ao normati- interessante. posição deestrelanuma é admirada.e Temos distinção uma não precisala reconhecer um desse cada grupo defãs;está ela a estrelae seusfãs relação estãonuma de admiração. Aestre- zontais eaadmiração, queseria em termos verticais. Ou seja: opor (ou talvez distinguir) o reconhecimento emtermos hori exige relações horizontais, então,aesse sentido poderíamos que oreconhecimentoExplicamos contribuição socialdeuma troca. de horizontais relações por definida ser pode ela que zer tribuição, emsi, a forma socialdacontribuição.Poderíamos di- te, desenvolver boareputação junto aosseuspares. indivíduos que desejam, formade uma maisoumenos conscien samos serdaordemda doação.Estamosdiante lógica deuma de têmputação umdeterminado nesse ambientepapel –quepen- Para concluir, emrelação àforma da contribuição, di Outra característica da forma decontribuiçãoéofato Com a forma contribuição,inserimo-nos, então, num característicasegundaUma daforma decontribuiçãoé con- da forma a sobre agora refletir de Gostaríamos sitee contribuir. assim etalvezContinua volte nunca site eacessaesse determinadosite como homo - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 105 - - é uma figura figura uma é homo oeconomicus pressupõe que o indivíduo que o indivíduo homo doador pressupõe nem o nem , não que oeconomicus o homo nem seria Falemos agora da cultura da contribuição no mundo da contribuição da cultura agora Falemos Podemos refletir refletir sobre isso Podemos e também ao voltar assun- ro lugar, os usuários são considerados como estando no centro como estando no centro os usuários são considerados lugar, ro por a web, compararmos que, se dizer Queremos dispositivo. do estão usuários nas quais os tradicionais, com as mídias exemplo, mais do lado do público, eles se situam no final do processo. As máquinas industriais pelas grandes mensagens são produzidas da internet. é o mundo O mundo da internet,qual do falamos, indus- no mundo que designamos, social, que é a web da web participati- em web Alguns2.0. analistas falam trial, como web social, web de isso Chamamos colaborativa. em web e outros va pois assim podemos evitar qualificar a web como participativa, as contribui- aberta a todas nós, é uma web para colaborativa; então, a uma voltar, Vamos possíveis. os usuários de todos ções, definição dessa web social. Algumas em características: primei 2 A contribuição no espaço das redes no espaço 2 A contribuição - mas, ao tem mesmo ; não homo doador seria nem um nem outro, po, ambos. do figura a mas adiante, mais to contribuidor - que um indiví comum ao E dos economistas. mundo pressupõe calculados.Do interesses por em suas ações, duo seja motivado, do figura a oposto, lado lógica em fala E, quando se uma por “lógica dom”. do seja regido Mauss, principalmen de Marcel a partir dos trabalhos de doar, um ou seja, um saber dar, uma tripla de obrigação, falamos te, elemen- três Esses e também um saber restituir. saber receber em que estejamos para no tempo, presentes estar precisam tos Mauss chama de dom, doação. Alguns do que Marcel presença afirmam que antropólogos o doador nunca está completamente habita, o doador palavras: dado. Em outras do objeto separado alguma e isto coisa recebe você doado; objeto o ponto, certo até - provavelmen por aquela pessoa que lhe dá. Vocês, está marcado - cotidianas. Às ve em situações isso vivenciado ter já devem te, mas se algo que ganharam, colocar no lixo querem vocês zes, ficar contente. não vai alguém que lhes deu aquilo souber, 106 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados vações dainternet. um usuário. Isso aconteceu aolongodetoda ahistória das ino- usuários. Por exemplo: ocorreio eletrônico foi desenvolvido por inovações importantesforam dela suscitadas pelospróprios tribuição. Oshistoriadores da internet observaram quevárias jáseviviaque, desde a criação dainternet, cultura numa dacon - enviados, sistematicamente, atodos. Então, podemos observar questscomments for todos. E oscomentários solicitados eram problema,questão ou enviavam todosa os seuspares esses mento emqueosdesenvolvedores deprogramatinham alguma os agentes de desenvolvimento deprogramas.partir domo- A foidos primeiros um modos deusarocorreio eletrônico entre request forcomments , ouseja, umasolicitaçãode comentários, cio. Jáquandoainternet foi inventada,um dispositivo chamado buição marcou o desenvolvimento da internet desde o seu iní- diríamos que, historicamente,na internet, acultura dacontri ca dogrande número. Portanto, essa produção do valor econômico recorre aumalógi- agregaçãonúmerode um gigantesco de contribuições mínimas. micos, dos quais falamosanteriormente, quesãobaseadosna te, damesmacoisa,comovocês podemperceber. com 50 milhõesdeusuários.Não falamos mais, necessariamen- de pequenas aldeias,masaquiestamos falando de Facebook, que usávamos (emtermos da sociologia)esse termo parafalar que anoçãodecomunidade étotalmente desnaturalizada,por se apoiam emgrandes coletivos de usuários termos deacessoeapropriação dasferramentas. falarda fratura paradigital descrever essasdesigualdadesem sejam fáceis de utilizar, existem desigualdades. Por isso, vamos duram grandes desigualdades – mesmo que essas plataformas técnico, mas nãodevemos fechar os olhos para ofato de queper uso dessas plataformas requer omínimodeesforço cognitivo e pelos usuáriossão,relativamente,utilizadas mas de fácil uso. O webno centroos usuáriosestão social, doprocesso. As platafor usuários se encontram no final desse processo. Ao passo que, na das mídiasesão,eventualmente, difundidas e distribuídas, e os Continuando a descrição Continuando a da culturada contribuição Outracaracterística, são osmodeloseconô então, característicasegunda Uma éofato dequeesses usos online; é por isso res ------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 107 ------, que , é outro modo de ex de modo , é outro , na invenção da Wiki , na invenção Wiki Way Outro exemplo é o é exemplo Outro é uma ilusão de isso se perguntar nos Mas podemos a sobre de completar essa segunda parte Gostaríamos da capacidade questão: qual é a natureza A primeira neces A segunda questão é: quais são as competências Outro elemento que mostra a penetração de uma cultu a penetração que mostra elemento Outro livre, estamos numa lógica em que o desenvolvedor estamos numa lógica em que o desenvolvedor software livre, ra da contribuição no mundo da internet é, evidentemente, tudo é, evidentemente, da da internet no mundo contribuição ra do software livre A questão ao software livre. respeito o que diz aspecto. este por rapidamente passar então vamos conhecida, é apenas estamos numa que, quando de dizer lógica Gostaríamos de desen outros para fonte o código põe à disposição do programa volvedores e, assim, vai tornar disponíveis as modificações. Aí de contribuição. realmente estamos numa problemática permitir que qualquer em possa criar páginas usuário consiste que está é a Wikipédia. A lógica técnica A Wiki mais famosa web. da Wiki da Wikipédia é a lógica trás por da contribuição. Alguns analistas, Henry como a cultura pressar para participativas culturas de a falar mesmo chegaram Jenkins, as entre da convergência mundo, oriundo este todo descrever mí- pelas antigas difundidos os conteúdos entre mídias, antigas digitais e interativos. dispositivos dias e os novos es participação: o que é participar? Esta questão, na verdade, anos os desde político, porque, ao campo mesmo até tende-se - em democra pelo menos, falou-se na América do Norte, 1960, participativa? O que é, então, uma democracia cia participativa. incentivar podem interativos digitais dispositivos que esses Será participativa? a democracia de questões três da contribuição elencando e a cultura internet por desenvolvidas que elas fossem pesquisa. Seria interessante - de dou ou suas as teses suas dissertações aqueles que preparam tais questões. com em trabalhar interesse – caso tenham torado distinguir vamos de agir ou a de ação capacidade (mais adiante, podem a capacidade de ação de agir) que os sujeitos e o poder social? da web das ferramentas do domínio por meio adquirir Existe toda uma reflexão sobre a capacidade de agir que pode mos examinar. da web ferramentas essas dominar possam que se para sárias comu- cognitivas, técnicas, em competências social? Pensamos 108 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados opõem esses jovens aosmais velhos, dizendo que elestêm uma do ouniverso já estavadigital presente), que analistas há alguns jovens de 25 anos ou menos são os jovens que jánasceram quan os jovensseja, ou (isso pode abranger25 anos;os idade de18a a em francês,crianças nascidasdodigital”, “as domundodigital, que se falou muito nas mídias dos ponto de vista dapesquisa.Podemos nos questionar: vezuma em termos de faixas etárias,embora isso não sejaconclusivo, do trabalhosalguns e também de educação, falam em disparidades termos de disparidades, de desigualdades econômicas, de nível fazer,em a reflexão uma temos Assim, não. que outras e rezas cias para usaraweb quasecomosendo de suaspróprias natu uma disparidade entre pessoas que desenvolveram competên- quantohabilidade para à o usodasferramentas numéricas; há doFacebook), participam existem disparidades entre indivíduos mas como o Facebook (hámuitascrianças de 12 ou 13 anos que sar dafacilidade relativapodemos usar asplataforqual com a vagens degerações. Como dissemos antes, pensamosque, ape- uma maneira secundária,falaríamosda questãodascli- também tudo issoquandorefletimos sobre aquestãodascompetências. mais organizacionais, maiscoordenativas.Podemos pensar em que outros, apoiam-se em outros, que podem ter competências militantes que,tendo competências técnicas maisdesenvolvidas essas de resistêncialutas podem se basear eminterações entre plementaridade de competências. Ou seja,podemos pensar que Pensamos que precisamos introduzir a ideia de com- aí também das revoluções árabes, emtorno dos movimentos comooOccupy. quando asituamosnoâmbitode resistência daslutas emtorno ce importante; aquestãodascompetências aserem adquiridas, terário, filosófico, das ciências humanas? Essa questão nos pare- cultura técnica, mesmo que, apriori,nossintamosnomundoli - à abrir nos devemos não P.que Snow.C. Será britânico filósofo entre cultura técnica e cultura literária, quefoi produzido pelo norar essa questão dacultura técnica. Este éogrande debate, dessas ferramentas.Pensamos quenãopodemos dispensar eig- a questãodascompetências aserem adquiridas para odomínio rece necessária, quando pensamos, ou quando refletimos, sobre nicacionais. Pensamos queaaberturaculturauma a técnica pa- A última grande A última da fratura questãoéa de E, digital. digital natives, como diríamos, - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 109 - em- . E en- empowerment Falemos, então, sobre a questão da força de agir numa de a questão da força então, sobre Falemos, Dito isso, vamos falar sobre a questão do domínio das sobre falar isso, vamos Dito cultura da contribuição, em que medida esta cultura da contri- da contribuição, em esta que medida cultura cultura com aquilo os americanos chamam que de buição pode ressoar justamente, . Perguntamo-nos, de empowerment uma vontade a expressão para tradução encontrar como contramos na literatura sociológica a distinção entre capacidade sociológica a distinção entre na literatura contramos de traduzir modos dois Então, temos de agir. de agir e força . Quando falamos sobre capacidade de agir, estamos capacidade de agir, sobre . Quando falamos powerment mais numa linha da sociologia da dominação, mais na linha de - Quandodominação. fa de a práticas de resistência uma prática à de resistir da capacidade falamos lamos de capacidade de agir, estamos mais de agir, de força passo que, ao falar dominação. Ao a Spinoza – Baruch que se refere numa linha de pensamento é pensado Spinoza. Estamos numa situação que o indivíduo em desenvolvida. ser que pode ser, de sua força em sua potência, em quan- Gilles Deleuze, entre estabelecer uma conexão Preferimos do define o e “plano Antonio de Negri, imanência”, quando esse singu- nas próprias autocriação de que há uma capacidade fala chama laridades, naquilo de multitude, que Negri sendo como palavras, Em outras agir. de de uma força espaço de emergência situa de agir se no capacidade de agir e força a entre distinção Quando estamos numa capacidade de do agir. enquadramento o daquilo em que termos nos a resistir obrigados somos agir, não há esse de agir, passo que, na força nos situou. Ao dominante a que se expressa uma potência ela é uma força, enquadramento, partir da singularidade. ferramentas da web. Para ficar em harmonia com a nossa dis nos vão da web ferramentas que essas dizer tinção, poderíamos que são capazes de pessoas sujeitos, Como sujeitos. apoiar como mais profunda, um de emancipação. desejo De forma expressar 3 A força de agir em redes de agir em 3 A força espécie de facilidade natural para usar as mídias digitais. Mas Mas digitais. mídias usar as para natural de facilidade espécie a relação em conclusivos são não que conhecemos trabalhos os isso. Nesse ponto, temos um assunto de reflexão em termos de digitais. digital, de desigualdades fratura 110 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados mundo árabe, naTunísia, onde reportagens eram transmitidas tais, combinadas comasmídias tradicionais, como nocasodo deixarsala, televisão a eirparaSerárua? a que asmídias digi deixara a passemos que com faz que O reflexãodisso. torno em mensagem quepoderia nos levar anosindignar. Ehátoda uma dessa diantetelevisão, frente da na sentados ficamos assim, mo mostra todasituação quenosconvida uma anos indignar, mes dias tradicionais, como a TV. Quandovemos um programa que desenvolverrelação, uma experiênciauma midiáticacomasmí- certa maneiraa habituados Estamos política? participação de be: emquemedida a participaçãomidiáticapode levar auma ára- mundo revoluçõesdo às relação em fizemos nos que gunta digitais, pensamos que umaquestãointeressante foiper uma amigos, eassimpordiante, infinitamente. se os nossos amigos vão transmitir a nossa palavra para outros Facebook, masos amigos têmamigos e também nunca sabemos no amigos com comunicando nos estamos Enfim, semipúblicas. sensibilidade de perceber aexistência detodas essas palavras ser descobertos por um usuário futuro. Observem queháuma pessoas. Sempre podemos pensar que hárastros que poderão Tudo quesediz a nãosesabequem,quantas no computador, quetudodizemos sei quem. dizemos não a que seexpressam noFacebook, dizem que devemos escrever dado momento, certos pensando nos analistas, adolescentes bemos exatamente comquemestamos falando. E,por isso, em tempo. palavrauma É ou parapública;semipública sa- nunca é umapalavra,públicas diríamos, privadaao mesmo epública, riamentepalavra a pública; que seexpressa nessasmicroesferas esferaspalavraou emquemedidaa sãopúblicas é necessa não O queéumaesfera Emquemedida essas pública? pequenas pública. esfera da questão a sobre refletir a leva nos Isso neas. croesferasMicroesferas públicas. plurais públicas eheterogê- um novo espaçodeliberdade. novo espaço digital foi definido por certos analistas como sendo que têmdizer a sobre algo asdecisões da cidade.Portanto, esse podem nos ajudar anos expressar como cidadãos, como pessoas poderíamos pensar emquemedida essas também ferramentas Pararetomar com osmeios do agirpolítico, questão a Com a web social,temos uma multiplicidadede mi- - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 111 - - provocaram uma faísca? faísca? uma blogs, provocaram Para completar nossas questões sobre a força de agir, de agir, a força sobre completar nossas questões Para ao mesmo tempo, falar, vamos agora Como exemplo, Lemos descrições de uma jovem tunisiana tunisiana - que conta uma de jovem descrições Lemos o cres vinculado a é sobre essa questão O último ponto cimento de visibilidade dos movimentos sociais, o crescimento o crescimento sociais, visibilidade dos movimentos de cimento com que O que faz grupos de intervenção. de visibilidade dos que dê mais poder a essa visibilidade grupos? Pensamos esses organizações essas numa revista, lemos no Brasil, aqui mesmo, militantes, finalmente, se tornam visíveis. Mesmo estando mais pelas grandes às margens reduzidos sempre estamos visíveis, descobriu brasileiro, grupo, que pensamos ser E um mídias. organizar de ação, por exemplo, forma outra como desenvolver - fa essas exposições, e, durante em bairros de fotos exposições festas organizar exemplo: Outro jovens. com os animações zer - chega nossa já participamos, desde que, inclusive, de populares, das festas bons na organização são muitos da. Nós vimos, vocês organizar decidiram grupos militantes Então, esses populares. de festas, por meio as pessoas e reencontrar populares festas mídias. nas grandes aparecer para e dinheiro usando tempo por abertos de caminhos número certo gostaríamos de mostrar pos- exista que talvez mostrar para experiências, dessas meio de criação ou de resistência práticas sibilidade de desenvolver aqui que colocamos Claro digitais, sociais. utilizando as mídias - provenien são mais iniciativas que dois sendo exemplos, quatro resistência. da criação e dois são mais de tes usar a podemos Nós intervir. da Wikipédia, na qual podemos como um simples usuário ou como Wikipédia, simplesmente, Participar completar corrigir. e intervir, a que procura pessoa na construção dessa enciclopédia. E, pessoal- criativa de forma anos há três pesquisa, trabalhamos com nossa equipe de mente, , de uma forma totalmente neutra, por neutra, totalmente uma forma , de um site em que entrou va - re assuntos sobre conversando ficou e revolução a fazer querer Uma algo aconteceu. momento, e, em dado privados lativamente que ao passo cidadã, uma forma que tomou uma conversa troca, um engajamento e, a partir daí, houve privada, uma conversa era de a rua e participou organizações de para Ela foi dessa jovem. a rua? para da tela com que haja um deslocamento luta. O que faz pela Al Jazeera, mas também havia provocação nas mídias so mídias nas provocação tambémmas havia pela Jazeera, Al ciais, como Facebook, Facebook, ciais, como 112 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados sistência aocontrole dasociedadee vigilânciageneralizada. mesmo aoque oWikiLeaks expôs.prática Estamos numa de re - até foisuperior respeitoparaísosfiscais informaçãoa dos a que foiexperiênciapela plantada WikiLeaks. Vimos, recentemente, generalizada.de digital Achamos semente queisso é uma que formaé uma de práticada resistência aocontrole da socieda lizado, informaçãosecreta, de forma mexer a opinião pública, na colocar à disposição, de oferecer, sobretudo jornalismo especia e tentamparar eprenderideia de nós achamosquea Mas Julian. nou-se muito importante. As autoridades americanas procuram guerra dainformação. Epodemos ver que, efetivamente, tor eles desenvolveramAssange. Então, Julian tudo verdadeirauma vera partir dos uma luta contribuidores do WikiLeaks, sobre - disposição, de oferecer informações secretas eentãodesenvol- usadas porhackers ecriminosos,agora estãosendodifundidas. que existe umamistura emqueessas que eramtáticas, apriori seu. Sãousadasportáticas cibercriminosos, mas podemos ver paraoutromensagem utilizando uma mandar o não nomeque é, porexemplo,dessas Uma táticas sas táticas. usar dispositivos ro de pessoas, com cada vez mais usuários profanos usando es o código informático, ehoje são utilizadasporumgrande núme- hackerspor pessoas , particularmente competentes emdominar deversãoessas táticas eram,até agora,somenteutilizadas por de táticas versão, no mundodigital.Esse artigo mostrava que artigo, recentemente,revista na FirstMonday quemostravaas novos saberes embotânica. onde, aomesmo tempo, amadores eespecialistasdesenvolvem dores.com aTela Então, comunidade estamos numa Botânica, dos “profanos”,coisa dos especialistas, mastambém a dos ama traços edaTela daWikipédia A perícia não ésomenteBotânica. é original; esta é uma característica que, aomesmo tempo, tem gratuitamente, detodos aqueles quequiserem seinscrever.Isto perícia em botânica,queécolocaroconhecimento àdisposição, França, na localizada periência situada, e quedesenvolveu uma numa experiência quese chama TelaIsso Botânica.éumaex O segundo exemplo éoWikiLeaks, comaideia de pôr à Sobre aspráticas de resistências, estávamos lendo um ------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 113 ------de automóveis, mas podemos mas de automóveis, é a conexão de todos esses polos esses todos de é a conexão pós-fordismo - de pro digitalização modos dessa dimensão dos Outra - delas: uma pro de digitalização modos dos A primeira O contexto de tudo isso é um contexto de capitalismo de é um contexto tudo isso de O contexto , os encarregados dos pontos de venda; tudo isso de venda; pontos dos , os encarregados marketing - produ dos espaços para é a redução por exemplo, quência disso, quais mais exatamente, cada vez sabemos, Porque materiais. tos - de pro Numa problemática vender. que vamos são os objetos sabemos que há uma dos personalização dução de automóveis, - profun Não conhecemos comprar. permite nos e isso produtos a marketing questão do damente - tec essa com E agora, carro. mesmo um de modelos 60 comprar pôr à os 60 modelos; disposição nologia digital, não precisamos consumidores aos aqueles que são propostos produzir podemos alguns dias depois. o produto receber – que vão a questão da do traba deslocalização a toda dução diz respeito de cal do setor empresas os países, determinadas lho; em todos ins- se delas decidiram proprietários os porque fecharam çados os trabalhadores na China, o que obriga regiões, talar em outras a para embora a irem trabalho, continuar a ter para brasileiros, graças às tecnologias da comunicação e informação. A conse da comunicação e informação. às tecnologias graças que chamamos de nal. Mas existem muitas outras designações para ela. Vamos in- ela. Vamos para designações muitas outras nal. existem Mas características. sistir aqui em quatro que determi numa problemática estamos, portanto, dução. Nós porque justamente pós-fordista, nados analistas denominaram ou de produção, nos modos penetrou tipo de tecnologia esse da a tecnologia ou informacional, informática seja, a tecnologia es que permitem são tecnologias informação comunicação e da - gran os polos da produção, grandes os entre tabelecer conexões os conceptores, Então, temos de produção. des polos do aparelho pela os responsáveis os gestores, temos aqueles que executam, responsáveis pela publicidade, os encarregados os distribuição, pelo informacional, como diríamos. Portanto, um contexto no qual no contexto um Portanto, diríamos. como informacional, de uma mutação do capitalismo. Uma questão diante nos vemos chamar Propomos mutação. essa qualificar tentar é interessante essa mutação de uma mutação rumo ao capitalismo informacio 4 O capitalismo informacional capitalismo 4 O 114 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados pode causar todo tipo de transtorno, mas,no nívelestritamente Isso financeiras. decisões de ampliação na segundos de frações a partirdoslevam algoritmos.Ascoisas, que funciona então, ma siste- um de diante estamos bolsa na também mas financeiras, ro. Hojenãoestamossomentedigitalização deoperações numa ríamos que esses algoritmos se difundiram no mercado financei- sempre. Issonosleva asituaçõesrealmente absurdas. zerotar vaihumano, pessoa, um euma nosresponder, masnem digi propõe nos ele final no bom, é robô o Quando problema. opção resolvede quenenhuma desse e sedãoconta tipo oseu em queseveemsituação mentado uma diante deumalgoritmo o seuproblemapode serresolvido, masvocês devem ter experi- assim, vocês vão passandoaoutra alternativa, e,tecnicamente, E orobô pede quevocês façamalternativa aescolhade uma e, grande empresa e,quandotelefonam,robôé um queresponde. exemplo, asmensagenstelefônicas; vocês telefonam para uma enquadrammitam, nosso comportamento web. na Como, por formas funcionam. Esses algoritmos nos restringem ou nosli- do poder da sociedade da informação. É com ele queas plata como dizemos, Um algoritmo, tornou-sealgoritmo. gramática a digitarmos basta a palavra eo exemplo, de osoftware dicionário que vai procurar apalavra; E, eventualmente, vamos reintroduzi-la numprograma– por é oalgoritmo.Essafórmula vai traduzir a sequência operatória. ções, vamos encontrarfórmula uma matemática para isto, eisso ções. E,eventualmente, vamos matematizarsérie esta de opera- camente dividir essaoperaçãosérie numa de pequenasopera- precisamos encontrarpalavra uma dicionário, num vamos logi- questão oude umproblema.dizemos, Quando por exemplo,que baseado, primeiramente,algo numrecorte sequencialdeuma do triunfoblemática É algoritmo? que éum O dos algoritmos. tização do mundo acontece, umavez que estamosnumapro- matemafinanceiro.- A capitalismo do levadominação nos à que é oquechamaríamosdematematizaçãomacional domundo, técnicas dacomunicaçãoeinformação. gadaglobalização.à subjacenteo queestá Mas éousodessas China. Vemos que essa problemáticada deslocalizaçãoestáli- Para voltar àquestãodamatematização do mundo, di A segundagrande característica infordo capitalismo software dáapalavra. Aítemos o - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 115 - - - - - O que entendemos por economia da contribuição é economia da por O que entendemos A terceira característica é aquela da propriedade do có- do aquela é da propriedade característica A terceira capitalismo informacional do E a última característica uma produtivista; que foi fase, uma primeira Haveria uma economia baseada, justamente, nesse trabalho contributi trabalho nesse uma economia baseada, justamente, imaterial, que é mais um trabalho portanto, num trabalho, vo, do processa simbólicas, no nível das trocas que se dá no nível uma questão que não levanta E isso bens simbólicos. dos mento nos preo tipo de questão vai e achamos que este está resolvida, o trabalho remunerar vamos mais, ou seja: como cupar cada vez 5 O que é uma economia da contribuição? da contribuição? 5 O que é uma economia funcional, funcional, essa matematização do mundo financeiro provocou um inchaço da economia financeira. Ela que alguns do de economia chamam desconectada economistas está completamente que e confessamos a aberrações, nos leva Isso produção. de real so desenvolvimento; esse para feliz final um vislumbramos não mos bastante pessimistas quanto às disfunções provocadas por provocadas disfunções às quanto pessimistas mos bastante esse inchaço. vimos. como econômico, valor do fonte como informático digo - ve farmacêuticas; nas indústrias exemplo, por pensar, Podemos com base no código, com funcionam indústrias que essas mos que vamos O medicamento códigos. de base numa efetividade entre e as trocas inicialmente, por códigos produzido foi focar capitalis que, neste Vemos nível. neste se dão os farmacêuticos se informático baseadas no código indústrias mo informacional, importantes. tornam de uma economia da contribuição. a emergência é, justamente, da contribuição da contribuição, da cultura falamos agora Até da con- também economia a noção de introduzir e poderíamos por vez, pela primeira formulada, foi tribuição. Essa expressão Bernard, em 2009. E ele definiu, do historicamente, desenvolvimento do fase a terceira da contribuição como a economia capitalismo. na fase E ainda estaríamos consumista. que foi segunda fase, consumismo que esse de consumista, mas com uma tendência uma economia da contribuição. de em proveito se desagregue, 116 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados da ganância, ofato desomente haver ariquezaeo dinheiro das riquezas. Oseconomistasamericanos mostram otriunfo lores), estamosfrente aumdesejoimoderado deacumulação observamos que,nacrise(pensamos doponto devistadosva- Mas sempre háumpequeno1%queocupatoda ariqueza.E lugares, asdesigualdadesestão crescendo emescalaglobal. mundial. Sabemosquea desigualdadeprogride emtodos os valores compartilhados. mas gostaríamosdeinsistir sobretica, crise adosvalores –os crise, aomesmo uma tempo, daecologia,economia, dapolí- uma cultura dacontribuição. Acrise moralé multidirecional; é ral,isto é,observações sobre asquestões de éticas depolítica novo trabalhador. teremos de nosperguntarcomo remunerar, deformaeste justa, novoum de trabalhador, tipo o trabalhador do imaterial, mas mentefase numa de transformação da economia, que faz surgir da robótica, daprodução automobilística, de que estamos real- grandeque háuma tendência, quepodeser observada nonível o processamento daquilo quecompramos. Observem, então, cada vez mais, sãoimplantadosdispositivos automáticos para um caixa, trabalhando alguém no caixa, masobservamos que, atéda alimentação, agora, tínhamos,por exemplo, nobalcão Fazemos transações automáticas,cada vez mais. No mercado Hoje é raro termosinteração uma pessoa nobanco. comuma máquinas. Pensemos, por exemplo, nos terminais bancários. foi realizado pelos trabalhadores humanos será realizado por fornecer trabalhohumano, masmuito do trabalhoque até agora rio. Haverá pequenascamadasde indivíduos que continuarão a lho humanotem tendência a se tornar cada vez menos necessá balho, até agora gratuito entre aspas. tarde, teremos quenosquestionarsobreretribuição a desse tra- os gigantes achamosque,maiscedo ou mais Mas dainternet. retomado e seja fonte de valor econômico para os grandes, para Pelo menospara os usuários, mesmo que sejaumtrabalho queé gratuito, como sendo um trabalhosituado numalógicado dom. contributivo? Nós o descrevemos até como sendo um trabalho Estamos emvolta deumafratura socialemescala de abordarGostaríamos ainda ideia decrise mo- uma Tendo em vistaaautomatização, arobotização, otraba - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 117 - - - - Vamos agora abordar o que chamamos de “as questões o que chamamos de “as questões abordar agora Vamos Estamos numa dupla assimetria nas relações de poder. poder. de numa Estamos dupla nas relações assimetria Pensamos que, evidentemente, há talvez uma dimen talvez há que, evidentemente, Pensamos o que podería a explanar voltar pudéssemos Talvez de perspectivas éticas”. Então, vamos identificar algumas dessas questões éticas. questões dessas algumas identificar vamos Então, éticas”. 6 A ética e economia da contribuição: em busca da contribuição: 6 A ética e economia Estamos numa sociedade de dominação, mas estamos numa mas estamos dominação, de as- numaEstamos sociedade - orga as todas conhecimento: de relações de em termos simetria os sobre acumulando estão conhecimentos empresas, nizações, necessariamente, que estejamos, sem comportamentos, nossos e, ao mes privada vida na nossa intrusões dessas disso, cientes como o valor de progresso para esses indivíduos que estão por por estão que indivíduos esses para de progresso o valor como 2008. dessa crise de trás mo tempo, em nossas relações de consumo. Então, podemos nos de consumo. Então, podemos relações nossas em mo tempo, um ger conter da contribuição pode cultura essa se perguntar dessa crise moral. me da resolução man- mas, apesar disso, questionamento, no nosso são utópica achar uma importante pois parece questionamento, esse temos inseridos, na qual situação estamos essa ultrapassar de maneira países. Nessa situação, uma dos uma minoria, pe- na maior parte essa riqueza do mundo. toda pega dos indivíduos, quena fração mos conflitual. chamar conflitual, de Na cooperação cooperação a gente coopera, mas, ao mesmo tempo, estamos em a lógica da internet: o mundo duas lógicas que atravessam entre conflito, que é a e a lógica ativista, agora) até que falamos (de mercantil - coopera A noção de resistência. de lógica que anima as práticas - apare que práticas existem que afirmar em reside conflitual ção cujos trabalhos Uma estudante cem no meio da lógica comercial. também os e YouTube o estudou Portugal acompanhamos em ter que pode um fato conotação política. Ela com mostrou vídeos um polí- que talvez ver nas quais podemos mudanças irônicas, vídeo, e o em aparece essa declaração uma declaração, tico faça algo era que, no início, vídeo, E esse no YouTube. aparece vídeo de trabalhar para um material se tornar vai grau, de primeiro aqui uma lógica de ativista. Encontramos irônica. forma 118 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados espaço do Facebook nãoera umespaçoenquantopúblico, que vimos uma decisão da justiça,na França,considerando queo como se desloca a responsabilidade. No jornal de dois dias atrás, devemosque então, precisamente analisar caso, para cada ver plataformas?pelas os grandesSão operadores deredes? Vemos, vem assumi-la? Será que são as firmas responsáveis pelos São apenasos autores, oscriadores dos bens culturais quede atoresdifundida. Que devem assumiressaresponsabilidade? lidades jurídicas e morais em relação ànatureza da informação fontes, o que nos traz a questão da identificação das responsabi- das veracidade e identificação a quais as entre ponsabilidades, do desenvolvimento deumaespecialidade. as coisassãomaiscomplicadas.Osamadores podemparticipar percebemosE especialistas. de pecialistas, é assim,que quenão tro. Osamadores desenvolviamde amadores umpapel eos es havia osamadores mas havia deumlado, osespecialistasdeou- amadores. Antes dessa pesquisa, costumávamos dizer que sim, especialistas; pode haver uma especialidade desenvolvida por Podemos perceber queapalavra expert nãoémaisexclusiva dos da especialidade,devedifundida. então, O papel setransformar. de criaçãoevalidaçãoespecialistas noseupapel da informação cas, então,levantama questãodos número de indivíduos para solucionar problemas. Essaspráti - de materiaistrução o recurso utilizando grande de chamar um mos de “deslocamento dasespecialidades”, aspráticasde cons cada vez maisalterado poressejornalismocidadão. o futuro do jornalismo, o jornalismo profissional, que está sendo ção queproduzem é umaproblemáticamuito interessante para utilizados pelosamadores? Aquestãodaqualidadeinforma- veríamos desenvolver mecanismos de autocontrole, queseriam ção produzidapelos amadores? ao contrário, Ou, será quede informa - da qualidade da controle o profissionais a confiar mos uma questãomaior. Aproblemáticaé a seguinte: será quedeve- sante. Essaquestãosobregarantia a das fontes estásetornando interesinformação algo da controleé qualidade o da fissionais, fontes. Com a participaçãomassiva de amadores e de não pro- A terceira questão ética é sobre a identificação das res giraA segunda questãoética em torno doquechama- A primeira questãogira emtorno da credibilidade das status edaautoridade dos sitese ------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 119 - - - em uma arqui feedback privado, já é uma escolha. E o que software privado, - técni às escolhas respeito A quarta questão ética diz Encerramos esse enfoque das problemáticas/questões das problemáticas/questões enfoque esse Encerramos de dispositivos técnicos ou também a concepção de có- de ou também a concepção técnicos dispositivos de design cas. O que é uma escolha ética? É o fato de escolher, desenvolver desenvolver escolher, de fato ética? É o uma escolha cas. O que é por Podemos, com uma dada arquitetura. de acordo uma rede, de a possibilidade introduzir exemplo, - ju decisões não lembramos, anos, no ano dois ou há passado, público. Podemos era o espaço do Facebook que diziam diciais de vista jurí- de um ponto consequências, as grandes perceber dico, nessas diferentes definições. Vemos que muitas questões diante se apresentam que as causas e, à medida são levantadas as definir melhor a obrigados ser vamos justiça, de tribunais dos jurídicas nesses assuntos. responsabilidades tetura de rede ou não. Por escolha técnica designamos também também designamos técnica escolha não. Por ou rede de tetura o o software que, se escolhemos Observamos digos informáticos. de um em vez livre na que está enraizada mensão ética. uma Há dimensão de valor interativa: de rede exemplo nosso Retomando técnica. decisão numa conversa a de intervir possibilidade introduzir de o fato in- (podemos fortes coloca questões num fórum que aparece que todas Observamos ou não, moderação?). haver, Vai tervir? de valores. termos comportam escolhas, em essas dimensões que estru- moral inconsciente esse então, desvelar Precisamos, técnica. aparentemente escolhas de natureza tura éticas propondo algumas reflexões sobre as questões políticas questão em essa contribuição. Abordamos da uma cultura de nos per podemos e, de fato, participativa de democracia termos de num modo a reciprocidade entre guntar se há uma conexão participa- e a ideia de uma democracia comunicação interativo em um momento vivendo estejamos que talvez Pensamos tiva. que devemos desenvolver uma reflexão crítica, porque a ideia de pelas ferramentas favorecida participativa de democracia na por exemplo, que surgiu, comunicação é uma problemática um grande Em Quebec, 1960. nos anos houve América do Norte, comuni- televisões do que denominamos em torno movimento ser posta simplesmente poderia tárias, a de que a ideia televisão das exemplo, por mercados, cidadã. Nos da expressão a serviço - escolha técni de vista ético, é que a ponto do dizer, queremos uma di comporta técnica Uma escolha técnica. apenas ca não é 120 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados timentoque foi deculpa interiorizado a partirdesse diagnóstico pais, então,conversam neste fórum e percebem queháum sen- poderiaexplicarque ça, o comportamento Os da criança. autista problemarelaçãona vezesdos pais,muitas crian- coma da mãe que lhesindicam quehaveria, segundo esses um psicanalistas, Eles perceberam queestãotodos cercados por psicanalistas, cionaram-se paradessas crianças. o diagnósticopsicanalítico E, aospoucos, asconversas entre esses pais, emresumo, dire- surgir na vida cotidiana dessas pessoas com seus filhos autistas. e, assim,buscar maneiras de solucionarproblemas podem que interessante, acharam poder descrever então, em quevivemsituação a E autistas. filhos seus com vidas suas das cotidianas fórum,um sóparana internet, conversar sobre ascondições pais de que moravamcrianças autistas emParis decidiram criar Isso aconteceuças autistas. noiníciodos anos 2000, quando um estudo de caso que foi realizado numfórum de pais de crian- até entãonãoparecer Vamospolíticas. ilustrar essaideiacom as questõeslíticas quepodiamatépoderiam sê-lo. Ou não então ticos queavançamrumo aumapolitização,ouseja,tornando po- de tomada dapalavrapor coletivos quepodemgerar gestos polí- partir dousodasmídiassociais. Nós a nos vemos ante espaços queremos mostrarque sedão questão dasaçõesde politização a os sites. de formatação dos espaços de interação érestringida por escolhas a instância, última em que, afirmamos algoritmos, dos questão de redes sociais, Twitter –nãosãoneutros. Voltandoa falar da dade, pensamos que os espaços das mídias sociais – blogs, vasuscitada pelo usodessas municipal, mídias sociais). Naver das coisas, noquediz respeitoatual àdemocracia participati- pensamos que estudos estão sendo realizados sobre o estado tecnologias audiovisuais, tecnologiada épocatelevisão, mas tida pelousodessas tecnologias (claro queestamosfalandode sar que ademocracia participativa nãoestáplenamente garan- çaram acontrolar cadavez mais esse dispositivo. Podemos pen- Observamosmunicipal. que,comotempo, asautoridades come to dapalavra do cidadão, que começava aintervir na expressão prefeituras, utilizou-se a televisão, que se tornaria prolongamen- software, dedesign, deinterface, pelomodo de administrar Concluindo essa questãodas problemáticas políticas, sites - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 121 - - Concluímos, então, abordando a questão da forma de a questão da forma então, abordando Concluímos, contribuição. Será ela uma nova forma de laço social ou será sim de laço será social ou forma ela uma nova contribuição. Será psicanalítico e, aos poucos, percebem que são os psicanalistas os psicanalistas que são psicanalítico percebem aos poucos, e, das diagnóstico espaço do no o poder têm certa forma, que, de há Norte, do América que, na autistas. percebem E eles crianças que mais clássicos, mais comportamentais, diagnósticos, outros menos da culpa, dos no caso menos culpa, falam que introduzem o diag- contra ou aqui partido a favor tomar queremos pais. Não que, do ponto nóstico psicanalítico do autismo, mas sim mostrar aí o que surgiu fóruns, dos usos dos uma sociologia vista de de para uma associação criar pais de destes o desejo fato, de foi, - pró seu além do e no espaço público, mais cidadão poder gerar frente fórum, deste então, fora encontraram, Elesse fórum. prio a frente, em um espaço físico, uma e associação desenvolveram o ano até associações, com outras conectou-se sua vez, que, por uma mudança escala em nacio- houve passado. E ano passado à questão do psicanalistas quanto dos poder ao nal em relação caso como um exemplo esse observar autismo. É interessante politização de uma ação de que suscitou na internet fórum de questão política. uma não era uma questão que, inicialmente, uma questão política. ser Ou, pelo menos, não parecia plesmente uma recuperação mercantil, uma nova forma para o para forma uma nova mercantil, uma recuperação plesmente - Quando fa social uma mercadoria? a relação capitalismo tornar a hipótese considerar contribuição, tentamos de lamos de forma de práticas dessa diversidade uma unidade por detrás de haver pode ser E que essa diversidade heterogêneas. aparentemente o que remete contribuição”, uma sendo como “forma expressa como social em Simmel, forma social, que encontramos a forma - por meio das quais os indiví maneiras de se associar, maneiras um pouco anteriormente, si. Elaboramos, entre interagem duos - contribuição e concluímos fazen como forma o que entendemos da emergência diante que estamos será pergunta: a seguinte do consequência como laço social, que teria de forma uma nova de a necessidade de refletir sobre a dimensão moral e ética dessa que tudo laço social? Ou será de forma uma nova de emergência avanço é apenas uma apenas no novo ilusão e estaríamos isto em que o capitalismo infor mercantilização, de um processo de colocá-lo da a serviço do laço social para macional se apropria econômico? do valor produção 122 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados PROULX,Serge. Lapuissanced’agird’uneculturecontri- dela PROULX,Serge. Lapuissanced’agird’uneculturecontri- dela LECOMTE, Romain Internet et la reconfiguration de l’espace pu- BEUSCART,Jean-Samuel; DAGIRAL, Éric;PARASIE,Sylvain. David.BEER, Power through thealgorithm?Participatory web Referências naldumauss.net/./? La-puissance-d-agir-d-une-culture>.naldumauss.net/./? 29 juin 2011 [online]. Disponível em:. Acesso em:28dez.2016. v. 3, n. 1-2, 2009. Disponível em: . RevueMAUSS du permanente , tic&société[online], New Media Terrains Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 123 1 Alexandre Dresch Bandeira Dresch Alexandre Digital tithe Dízimo digital mídia e religião, valor simbólico, doação, troca, troca, simbólico, doação, valor religião, e mídia The objective of this article is: to understand how how understand to this article is: of objective The Este Este artigo tem por finalidade: entender como se dão Doutorando em Ciências da Comunicação (Unisinos), Mestre em Ciências da Ciências em Mestre (Unisinos), da Comunicação Ciências em Doutorando Social – Habilitação Comunicação em em Bacharel (Unisinos), Comunicação E-mail: alexandre.dresch.bandeira@ (Unisinos). Publicidade e Propaganda http://lattes.cnpq.br/2900867011772624. gmail.com. CV: 1 modern financial exchanges develop their symbolic and meaning their production of significance; to discuss the role of the Abstract: Abstract: dádiva. as trocas financeiras modernas, seus significados o papel discutir digital de sentidos; do dízimo na e produção simbólicos é a contribuição, vista em Proulx, atualidade; e de que maneira capitais. de do mercado espontânea ou se é uma manifestação Além das trocas financeiras, existem as gratuitas, as doações de - se trans como tudo isso saber e procuramos e a dádiva, tempo - comunicacionais no cená por processos em motivações forma os primórdios, que, desde contestar Não podemos religioso. rio - Ambas surgi dadas. mãos a comunicação andam de e a religião - não te humana de uma do contrário, necessidade e social; ram nossos os religião fazer para que afirmar Pode-se evoluído. riam se comunicar com o divino. careciam antecedentes Palavras-chave: Resumo: Resumo: 124 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados change, gift. change, gift. Keywords: mediaandreligion, symbolic value,donation, ex ancestors neededcommunicationwiththedivine. have evolved. It is possible to concerning religion, state that, our came fromand social ahumanneed; otherwise they would not ginning oftimereligion andcommunicationare connected. Both processes in thereligious context.We knowsincethe be- that derstand howmotivationthis becomesa for communicational and voluntary donationoftimeandgifts,we wantto un- market.capital Besides the financial exchanges, there is the free in Proulx,is spontaneous or whether it isamanifestation ofthe in thepresent;tithe digital how and seen as this contribution, Introdução mesmo sociológicos. O quenos interessa é conferir estes campos ou financeiros econômicos, teológicos, investigarassuntos pete de recompensa ouretribuição? Cabeavisar que nãonos com - gada aofator culturalou àprópria religião? Promete tipo algum formaguma diretamentedoação está decompensação?Esta li- intenção deretorno?totalmente Éalgo desinteressado, ou háal que pertence.será Mas quetodanão possui nenhuma essaajuda a instituição à si de melhor raro profissão,conformedando sua de obreira(o),status faxinarigreja, a organizar eventos, assesso Fora isso, o trabalhopode ir mais longee a pessoa ganhar um mesmo deobrasgélico ou deconstruçãotemplos temáticos. coadjuvante e se tornar até patrocinadora de um programa evan - rir o estímuloquelevaqual pessoa a participarcomoator uma consumidora.ta, Assim, diante destaperspectiva, pode-se infe - Referimo-nos que éasociedade ao cenário atual, pós-capitalis social emqueestamos vivendo?ção combinacomaatualidade o doar-se jas, gratuitamente éogrande motivador.doa- esta Mas dos impostosO quesepercebeu écompleta. é que,nessas igre - bancos epúlpito, ésó a manutenção. Como sabemos, aisenção guel, repassado para os fiéis. Depois da igreja montada com seus alu o é ainda custo maior o neopentecostais, igrejas Nas fimo. organizações religiosas percebe queseucusto operacionalé ín- Quem participou ou,decertaforma,Quem visitou já várias - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 125 - - - - Qualquer que seja a importância do culto negativo e negativo Qualquer que seja a importância do culto positivos, efeitos indiretamente ainda que produza ele de ser; introduz em si mesmo sua razão não tem mas a supõe mais do que a consti- à vida religiosa, tui. Se prescreve ao fiel fugir ao mundo profano, é Jamais o ho do mundo sagrado. aproximá-lo para Durkheim (2008) chama isto de culto positivo sobre os sobre positivo de culto chama isto (2008) Durkheim elementos do sacrifício: elementos Perspectiva socioantropológica Perspectiva para trazer uma compreensão comunicacional, comunicacional, nestas buscando uma compreensão trazer para o comunicacional o simbólico e modo de pensar um interfaces Altos Escola de no seminário abordados alguns de temas diante “Mutação - da comuni o tema com por Proulx, realizado Estudos digi na da contribuição era de uma cultura cação: Emergência tal”. Como o tópico doação e gratuidade foi proposto por Proulx, Proulx, por proposto foi e gratuidade doação tópico o Como tal”. se aplica como isso na prática de entender a necessidade vemos comunicacional, o simbólico, o senti- e mesmo e o que envolve colaborativo o trabalho Proulx, Conforme produz. que isso do ele pode ser remunerado, Questionado se o mesmo é gratuito. - pós-mercan a utopia sobre ainda um comentário acrescentou do normas pelas regidas não estão sociais til, as relações onde na pergunta: uma outra devolvemos nós sendo, Assim mercado. não esta- neopentecostais das igrejas atualidade, o crescimento uma relação de com o acirramento o oposto, ria acenando para ser dos nas ofertas mais monetizada e mercantilista cada vez impérios os diariamente observar Podem-se religiosos? viços midiáticas, nos escândalos sobre nas tais igrejas que se formam de vertiginoso no crescimento e mandatários seus de fortunas Muitos contribuir? a fiéis os forçando igrejas tais as Estariam las. adjeti- outros tantos além de cerebral”, “lavagem uma sugerem estar pode doação de motivação esta Toda confiáveis. menos vos de sentido. Esta diferente ser pode vinculada a uma produção - a uma instituição religio que, ao pertencer cada indivíduo, para quem de aos olhos que, pensar, de modo o seu sa, transformaria então, que especular, Pode-se um absurdo. parece está de fora, contribuir. o fiel para motivações há diversas 126 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados de continuum: a realimentar osimbolismo; isto éoqueDurand (1997) chama débitoum quedeveráser honrado, e,assim,oimagináriovolta pois Deushora estáaoseuladona davitória.vitória Esta vira ao mesmotempo, combate evencesozinho, jamais asbatalhas, fiel acredita, teme e luta contra o mal personificado no demônio; enriquecendo oseuimaginário.Destaforma,e alimentando o das com suassuperstições, seus medos e necessidades terrenas, sua culturacom a e vivência . do de narrativas conhecidas eoutras apreendidas de acordo adesão simbólica ao imaginário, o fiel se relaciona com um mun- quantolismo imaginário parasustentar poder um simbólico.Na te. Eleserve tanto para preencher a necessidade de um simbo - simbólica? Osimbóliconos ao qual referimos aqui é ambivalen ofertante para ajudarumacausaemqueacredita. sita verbasda igreja, naconta oumesmo se torna umdizimista e tamente,temos ainda grande uma parcelade adeptos quedepo Qual seria ogatilhoQual adesão pessoa à uma que incita Além do trabalhodoado edo tempo despendido gratui ção regular eorganizar (DURKHEIM,1989,p.393). rais queumconjunto depráticas rituaistem porfun- que mantinhacomelasrelações positivas ebilate- de comércio;qualquer sempre considerou, aoinvés, religiosas pudessemsereduzir simples abstençãoà mem concebeuqueseusdeveres paracom asforças ca primitivaca suas qualidades pelas que, e sumária físi uma de elementos os são tanto fabulação, à meteoros e dos astros que servem de indutores são asgrandesqual sequências dasestações, dos ordemuma demotivaçãocosmológica eastral, na classificativa norma como escolhem Tanto rária. lite- imaginação da ou profundas mais sificações devaneios imaginários. Tais são, de fato, as clas- tos perceptivos nãopassamde pretextos para os assimiladorasatitudes nasquaisosacontecimen tivo, mas ainda completamente impregnado de interesse de um pensamento, certamente percep- partir ossímbolossegundo grandes centros de Parecem-nos mais sérias as tentativas para re- Estede mãosda- simbolismoanda - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 127 - - - viço dos diferentes agentes religiosos (BOURDIEU, (BOURDIEU, religiosos agentes diferentes dos viço 1992, p. 82). As interações simbólicas que se instauram no cam- simbólicas que se instauram As interações po religioso devem sua forma específica à - nature encontram que aí se interesses particular dos za das especificidade à termos, outros em ou, jogo em um lado, de pela ação religiosa, cumpridas funções as para mais precisamente, (e, leigos dos a serviço a ser e, de outro, de leigos) categorias diferentes - conti no de força campos os polarizam sensoriais, nuum homogêneo do imaginário; tanto, enfim, se - do micro suspeita sociológicos que são os dados grupo ou de grupos que se estendem aos confins pri quadros linguístico do grupo que fornecem mordiais para os símbolos (DURAND, p. 1997, 33). os símbolos (DURAND, para mordiais Todos os envolvidos na cerimônia e na igreja estão na cerimônia e na igreja os envolvidos Todos Quando o fiel vence a guerra contra os agentes do alimentando um simbolismo que gera frutos imperceptíveis e imperceptíveis frutos alimentando um simbolismo que gera às vezes não quantificados, mas sustenta uma estrutura que é apoiada por inúmeras operações simbólicas. Mesmo que o fiel não contribua com uma moeda, o fato da presença física presen os a mais entre um número que representa no templo, dele – vez pela primeira quem está chegando impressionar vai tes, da obra pelo fato quem já é convertido e reforça impressiona algumas igrejas observarmos Se estar crescendo. que patrocina neopentecostais, no caso específico a Igreja Universal do Reino pela quan- que ela também impressiona (IURD), vemos Deus de de – o número é, poder isto tidade e tamanho das suas igrejas, mal, ele reverencia a instituição e a autoridade que lhe ajudou. que lhe ajudou. a instituição e a autoridade mal, ele reverencia a quem pertence. divulga e fatos os propaga gesto, deste Através que lhe numa promessa Ele, apostou pois com isto? Quem ganha de con- numa reserva que colhe e investe e a igreja, vendida, foi monetária. Assim, tangível e também na parte intangíveis ceitos o fiel mantém o poder simbólico da igreja, tudo isso num jogo Bourdieu simbólicas. estabelecenas trocas que se interesses de este como ocorre e explica no assunto se aprofundou (1992) processo: 128 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados mentação depoder, comoafirmaBourdieu: formauma simbiosepoder simbólica, simbólico, éuma deali (BOURDIEU sentido imediato do mundo (e,emparticular, do mundo social) realidade quetende a estabelecer uma ordem gnosiológica: o da construção de poder um é simbólico poder O poder. é fiéis o dinheiro, que é mais penoso para se ganhar. As divindades não po nãofaz parte datroca; oquefaz parte da troca atualmente é cor O esfolados.ficarem até joelhos de caminhar de costas, nas Poder de Deus nãoémaisaquelede carregar umaenorme cruz do Mundial Igreja na sacrifício o Mas milagres. e pactos messas, homem e as autoridades celestiais, movimentando dívidas, pro- Os interesses gerarampontuais economia religiosauma entre o e negociações comodivino,espécie de “toma numa dá cá”.lá, agradecimentoforma uma de levar vantagens,de fazer pactos dos tempos edasnecessidades, os homens foramfazendo do nagem humano,Jesus, como cordeiro imolado.Com a evolução levada tão asério ao ponto de o cristianismo oferecer um perso sacrifício, chamada palavra numa resultou isso Tudo rebanho. do ovelha melhor sacrificavama que pastores,povos aos aplica novidade, sempre ocorreu emtodas ascivilizações; o mesmo se deuses como forma deagradecimentoé colheitas não boas pelas ocorrendoestá sempreatualidade na foi realizada.ofertaA aos Não devemoscoisa que esquecer que muita também , 1998, p. 9). Esta cumplicidade amplia e mantém, 1998, cumplicidade amplia p. 9).Esta o cem (BOURDIEU, 1998,p.7-8). ber que lheestãosujeitos ou mesmo que o exer com acumplicidadedaquelesquenãoquerem sa- esse poder invisívelsó podeser oqual exercido to, reconhecido: o poder simbólico é,comefeito, onde eleémaiscompletamente ignorado, portan- rio saber descobri-lo onde elesedeixaver menos, está emtoda parte eemparte alguma” –énecessá de odissolver,espécie de “círculo uma cujo centro fazerque –sem nunca outra dele, numa maneira entravapelos olhosadentro lembraré inútil não se queriareconhecê-lo nassituaçõesemqueele poder por toda parte, como em outros tempos não No entanto, numestado do campo emquese vê o - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 129 - - - - - Por outro lado, o indivíduo deseja ser bem-suce- lado, o indivíduo outro Por as ou adquirir empreendimentos nos seus dido os infor evitar o êxito, lhe permitirão que virtudes ou o castigo que a sua falta túnios que o espreitam cidade ou tribo sociedade, da O conjunto mereceu. a guerra, na se faz mesma situação: encontra-se a pros Se frui derrota. a e teme anseia pela vitória modo e, de sempre conservá-la deseja peridade, que jul a ruína de em evitar preocupa-se inverso, que o São tantas graças o presságio. aperceber ga das dos deuses, de obter ou o Estado têm indivíduo ou de que se julga pessoais impessoais potências mundo. O suplican do a ordem estar dependente aquelas constranger não imagina então, para te que melhor nada graças, essas a concederem-lhe uma fazendo-lhes a dianteira ele próprio tomar - intro um sacrifício, ou seja, consagrando, dádiva, algo à sua custa do sagrado no domínio duzindo e que ele abandona, ou que se que lhe pertence ao qual e em relação à sua disposição encontrava - as potên Assim a qualquer direito. ele renuncia esta oferta recusar que não podem cias sagradas, usurária, tornam-se devedoras do donatário, fi- não conti- e, para pelo que receberam cam ligadas o que se lhes conceder devem em dívida, nuarem pede: benefício material, virtude ou remissão de então mundo encontra-se do uma pena. A ordem restabelecida. Pelo sacrifício, o fiel passou a - que ele vene que as potestades ser espera e credor ele com para que contraíram a dívida liquidem ra desta sorte, as suas súplicas. Agindo satisfazendo por qualquer exigida a contrapartida elas trazem o equilíbrio que e restabelecem unilateral gesto estão estão querendo a judiação, a ralação, mas um fiel bem nutrido restaurado. evangélico, no jargão dizem eles mesmos e, como - neopente as igrejas por tudo, em que pagamos Numa época menos e se por a Mundial, não deixaram costais, especialmente adaptaram ao mercado religioso, onde o sacrifício está - repre e o ofertas as depositar para que serve num envelope sentado dízimo. do Caillois na sacrifício se natureza explican aprofunda do sua construção: 130 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados Questão comunicacional que propõe aseguinte interpretação detaisnecessidades: lidade emquenosmetemos?Novamente recorremosFromm, a nova ofertade alívio simbólica social deindividua dasituação - voluntariedadeatual que a uma queestáemmoda?Seriaela perda desuaindividualidade (FROMM, 1983,p.150-151). sozinha O preçonem angustiada. que elapaga, porém, éalto: é a de outros autômatos emtornomais precisanão dela, sesentir seu egoindividual ese converte emautômato, idênticaamilhões Fromm (1983) chama de“autômato”. Apessoa que desiste de sejam elasreligiosas ou políticas.Acausase deve aoque Erich cia desentidos podeexplicar oporquê daadesãoàsideologias, fomentapiritual diversas propostas paraarrecadar. carênEsta - motivadoraação é diferente igreja, numa autoridadeonde a es dem estudar vários motivos que os feito.impulsionam atal A carteirinha”. Quanto desses atitude apoiadores, à sepo- também zante,mesmo opartidárioideológico, ousua “contribuir coma presidenciais no anode 2002, era umato voluntário osimpati- plo oPartido dos Trabalhadores. Antes de ele ganhar aseleições aqui, para outros tiposdepatrocinadores, citando comoexem- forma de uma se multiplicam inconsciente? Abrimos um espaço, reas do dinheiro, de interesses mesquinhos, ou asmotivações Quem sabeestacarência direta comunicacional expli Será queemnossa sociedade agimos porquestões fér (CAILLOIS, 1979,p.27-28). generosidadeuma interessada rompeuseu favor a uotmne em infcd e re à vida à ordem e significado deem supostamente e ofereçaestruturauma e símbolos que política chefe,e qualquer gia desde que prometaagitação prestezaa humana: paraideolo qualquer aceitar nossa culturao perigo que ameaça emsuabase automatizada,mum conseguiremosnão então ver virmos o sofrimento inconsciente dapessoaco- micas, noquetoca àspessoas “normais”, senão Se considerarmosas necessidades apenas econô - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 131 - - - do indivíduo. O desespero do autômato humano é humano do autômato O desespero do indivíduo. (FROMM, fascismo do políticos fins para fértil solo 1983, p. 203). Cai por terra, assim, a primeira hipótese, ou seja, a hipótese, assim, a primeira Cai por terra, - ou va a riqueza para de que “não há lugar hipótese ago- Que dizer podemos nativas”. lor nas sociedades que “não há ou seja, a de hipótese, a outra sobre ra são capazes, que todos visto de trocas, necessidade tudo aquilo que, produzir de perícia, diligência e com sua qualidadepor ou quantidade, possa representar pela compreensão é refutada Essa hipótese valor”? e da costumes fundamentais dos fatos um dos de em si o amor ao “dar e receber” psicologia nativa: de sua através da riqueza o gozo da posse próprios; 1978, p. 136). doação (MALINOWSKI, Também Também é difícil estabelecer um valor. Sabemos que Questionamos Questionamos também o valor que este fiel dá em di os fiéis não questionam o preço que os líderes deliberam para sobre divino seu discurso projetam como a forma mesmos, si por um cobrar o pastor pensam que é natural Todos os demais. Essa méritos. dos independentemente dedica, ao qual se serviço al oferece o pastor mercantil: de ser uma transação não deixa guma coisa e tira disso. proveito Simplificando, o fiel frequenta religioso ideológico conteúdo seu cuida dela, consome a igreja, também de uma relação trata-se portanto, um mercado; e gera o entre a ponte em jogo que faz monetizada. Há um interesse se dá graças Isso e recepção. ou produção e o receptor, ofertante nheiro em prol daquilo em que acredita. Será que está atrelado está atrelado que Será acredita. daquilo em que em prol nheiro a quantia, e sim ele não interessa para ou simplesmente ao preço falar convém momento, Neste simbólico que o preenche? o ato é o interessa nós o que Para valor. e receber dar trocar, mos de valor simbólico e o que tal valor significa na vida Os do doador. inúmeros de exemplos de estão repletos antropológicos estudos - motiva divindades, si e com as entre valores que trocam povos hoje simbólicos. A moeda de apelos e altamente dos por crenças da Nova nativos dos ao inhame equiparar-se poderia valor como por Malinowski: Guiné observados 132 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados fazê-los nascer(p.137). viços mútuos queresultamatividadede tal seriam incapazes de existissem emnós,comosupõeoteologismo, certamente osser trocas. Como afirma Verón (1980), se os pendores altruístas não a umaforça que favorece chamadaaltruísmo, este carrossel de lidade para comDeus ao pagar odízimo, pois o dízimo nãoé fide sua da também lembrados são fiéis os neopentecostais jas da comunidade.Atualmente,delidade é amaior lógica nasigre- comunidade. ção. Este ato decontribuir éosentimento depertenceruma a esperamos que todos compartilhem com formas de contribui - que daigreja arrecadadora emparticular: do fiel Weberdo envolviariqueza Max que a de mais capitalista que enriquece aolhos vistos, diferentemente daquele espírito condicionando-o pelo querecebeu. Masneste cenário é aigreja prosperidade, endivida-oresto pelo vida comodizimista, desua e otransformatima emempreendedor. Depois, estando elena autoes sua trabalha fiel, cliente o busca ele Primeiro lógica. tra Diante desta afirmativa, ele acrescenta ainda que a fi a que ainda acrescenta ele afirmativa, desta Diante Segundo Proulx,quando estamos nalógicadadoação, Na atualidade, odiscurso Na atualidade, religioso converteu-se emou- (WEBER, 1986,p.122). cimento, mas contra o uso irracional dariqueza enrique o contra campanha uma não – afirmava do quaquerismo apologista Barclay textualmente erao grandee também ospuritanos como, aliás, – dependênciações dacarneeadosbensmateriais tamente desejadacontra porDeus. A luta astenta a considerou (nosentido aqui exposto) como dire- legalizou,a apenas com oquenão como também dicional, rompendo osgrilhõesdelucro, daânsia te aaquisiçãodebensdasinibições da éticatra- luxo.libertava Emcompensação, psicologicamen- o consumo,especialmentetringia oconsumodo mente,usufruir aoespontâneo dasriquezas, e res dissemos até agora –opunha-se,assim, poderosa- essa denominação équepodemos resumir o que Este ascetismoseculardoprotestantismo –por

------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 133 - - - te e o futuro. Com relação ao passado, estabelece ao passado, relação Com e o futuro. te os que é compartilhada por todos uma “memória” - Em rela na coletividade. socializados indivíduos - referên de estabelece um quadro ção ao futuro, individuais. das ações a projeção cia comum para com homens os simbólico liga o universo Assim, - numa tota e seus sucessores seus predecessores - transcen para servindo sentido, lidade dotada de conferindo e individual existência da finitude a der os um mem- significado à morte Todos individual. conceber-se agora podem uma de sociedade bros que possui um a um universo como pertencendo e con- nascido de terem antes que existia sentido, A comunida- de morrerem. depois a existir tinuará O universo simbólico também ordena a história. a história. também simbólico ordena O universo numa coletivos acontecimentos os Localiza todos que inclui o passado, o presen unidade coerente, uma doação, e sim uma obrigação de devolver o que é de Deus; Deus; que é de o devolver de uma sim uma e doação, obrigação o crente fica como um depositário fiel de tudo aquilo está portanto, os 10%. O dinheiro, à igreja repassar que nha e deve - ga presente porque é uma forma atual de Esta dar. afirmativa não povos os entre refere Mauss (2013) que Marcel da dádiva difere mostrando da Melanésia do Norte, da América e os indígenas aspectos de outros são indissociáveis econômicos que fatores elas quais sejam que as trocas, da vida social. Mauss esclarece e derivam no seu conjunto à sociedade respeito dizem forem, social, valor tem sempre A dádiva dar. de da obrigação todas econômicas, religiosas, questões tempo ao mesmo reunindo contracapa). 2013, (MAUSS, e jurídicas políticas, matrimoniais tam acrescentemos às Dando continuidade observações, suas bém a questão comunicacional e simbólica, pois a comunicação imprescin sendo contexto, neste despercebida passar não pode para dível a significação completa. Podemos inferir que há uma simbó- trocas regendo extensa gestão simbólica comunicacional - e favo que constroem de signos e símbolos licas, uma riqueza o mundo imaginado e o material. entre um intercâmbio recem simbólico ajuda comunicacional na construção de complexo Tal e Luckmann - chamam de uni uma e é o que Berger sociabilidade, simbólico: verso 134 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados como relata Mauss: forqual sua época; este dar e receber implica valor simbólico, em comunicaçãocomo forma de pertença numasociedade, seja inseridasestão as trocas ber também Falamos, simbólicas. aqui, da comunicação: afirmativasemprenossa e seráé homem produtoo um que de na trama social.Hanno BetheHarryPross (1990)sustentam comunicacionais numasociedadeinterferem naconstituição, (MAUSS,abundância da e Portanto,77). p. 2013, osprocessos penhor deriqueza,princípiomágicoereligioso dahierarquia produtora. Elanãoéapenassignoepenhor;também dessas coisaspreciosas tem dentro desi,aliás,umavirtude que éimprescindível para asobrevivência dogrupo. Cada uma elo entre todos, ocimento; assim,elecriaealimenta-sedela, trocasnas ou ritual no gestual, no seja grandeo é simbólicas, forma deharmonizaçãonomundoterreno. Acomunicação, te, sendousadanamediaçãocomomundoespiritualoucomo Pode-se inferir que noâmbito religioso dodarerece- Portanto, acomunicação socialsempre foi importan- LUCKMANN, 1978,p.140-141). vicissitudes da existência individual(BERGER; e tornadamajestaticamente independente das de empíricaétranspostapara cósmico um plano personalidade e aspersonalidades são, de certo Tudo se conserva, se confunde; as coisas têm uma PROSS, 1990,p.8). breproducto esun comunicación (BETH; dela subjetivamente perceptible,“objetivada”. hom El productoEl se comunica. escomunicacióninter hombre,el entendidocomparte, comoser social, un enunciadoquecubredisciplina: elcampode la creemospesar detodo,a que, puedeformularse determinadas oprocesos aislados. Sinembargo, otras ciencias sociales queanalizaninstituciones rece mucho más amenazadaensuexpresión que con losprocesos y creaciones más cotidianos, pa- estar relacionada comunicación,al La cienciadela - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 135 - - - - - , onde percebemos um percebemos , onde 2 ção do indivíduo, a arte ou seus vários ramos ou ramos vários ou seus a arte indivíduo, ção do - va do que o desenvolvimento veremos tipos, etc. lor não é de nenhum modo algo contínuo. Uma vez esfera, estágio numa ou noutra atingido um certo social em da estrutura – dependendo pode ocorrer tal estágio – que na época seguinte seu conjunto de defor um processo iniciar-se para seja perdido, essenciali importância ou de de perda mação, de dade (HELLER, 1989, p. 9). Analisando a moral, a liberdade social, a explicita a liberdade Analisando a moral, modo, coisas permanentes no clã. talis Títulos, permanentes coisas modo, mãs, cobres e espíritos dos chefes são homônimos homônimos são chefes dos e espíritos mãs, cobres - mesma fun e de mesma natureza de e sinônimos, - ho a dos bens acompanha dos ção. A circulação dos festins, dos e das crianças, mulheres mens, das a dos mesmo danças, e das cerimônias das ritos, Se ela é a mesma. fundo, injúrias. No e das gracejos e se se dão porque é são dadas e retribuídas, coisas igualmen dizer – podemos “respeitos” retribuem as pessoas Mas é também porque “cortesias”. te se é porque dão, se as pessoas e, se dão ao dar, se (MAUSS, outros aos bens – seus – elas e “devem” 2013, p. 80). Não podemos deixar de apresentar um exemplo típico um exemplo de apresentar deixar Não podemos Portanto, o valor depende da cultura, da época e do que época e do da da cultura, depende o valor Portanto, - a visita a to prevista estava doutorado, de da minha tese da metodologia Dentro artigo Este Alegre. Porto de Religioso do Parque Neopentecostais das as Igrejas surgiu de uma transcrição do final do culto do meio-dia na Igreja Internacional de Júlio de Castilhos, 492, centro na Av. de Deus no dia 05/03/2014, da Graça - os obrei que incentivava Bayer, Alcides Ademar pelo missionário Alegre, Porto ofertas. e fazer o dízimo pagar para a máquina de cartão de crédito a usarem ros em registrei de gravação, é aberta a cerimônia e pública,Como sem restrições os detalhes das falas. todos poder obter áudio para que ocorreu numa das visitas ao campo que ocorreu esta valia representa num determinado momento. Ele é um não momento. num determinado representa esta valia mas apenas se adapta. Agnes Heller contexto, do fora resultado afirmando o seguinte: esse aspecto (1989) caracteriza 2 Algumas inferências sobre o empírico o sobre Algumas inferências 136 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados moedas eram outras: pelo contrário, muitoépoca primitiva antigo,só que naquela as natural.istoMauss, como elucida Mas, fenômenoé um não novo, se chocando, nãoaderindo à prática; para outros, é a coisamais é tarefa fácil.Muitos chegamprimeira pela vez àigreja eacabam do lação dinheiro com a religião noseu devido afastamento não parausada pedagogia de tipo cobrançaa Observaronline. re a - reunião. Prestemos atenção nasuafala, transcrita abaixo: hora do dízimo e da oferta, um momento que antecede o final da ministrouo culto foi omissionáriochamada Alcides. Essaéa ângulos; acarga de observação émuito maior. Nesse dia, quem das reuniões, misturar-me nomeiodetodos paraver deoutros acompanhar osgestoscerimônia. Tenho ea porhábito participar liberarparame de transcrição,além na fidelidade e detalhes de digital. Adotei este procedimento de registro pela suacaptação tes commissionários e pastores alternados, todos com gravação participante, acompanheidiversos cultos emhorários diferen- Av. Júliode Castilhos, 492, Centro de Porto Alegre. Como ouvinte duranteIgrejaa semana uma Internacional da Graça de Deus,na te da minhametodologia de tese de doutorado, estava visitando arrecadação, oudoação,em um ambiente religioso. Como par- Relatamosformasdas mais atualizadas aqui uma de da pesadaereconhecida (MAUSS, 2013,p.81). e, sobretudo,noção depreço à em moe- calculado onde circulao dinheiro, àvenda propriamente dita chegaram aocontrato individual puro, aomercado edefamíliaa clã clã a família), masqueaindanão que ultrapassaram afase da“prestação total”(de de troca-dádivadeve ter sidoodassociedades Eles nos permitem conceber que esse princípio abençoar, não quero atrasar muito areunião, pois bém, peguetudo nasuamãozinhaqueeu quero mão queeuvou abençoar, pegueoseudízimo tam obraé uma sua ofertade Deus,peguea sua coma agora,se você se você ama, entende queestaobra mente eamaeste ministério? dê Então a suaoferta obraesta équeama Quem - de Deusverdadeira - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 137 - - sei que a reunião do meio-dia tem muita gente que que muita gente tem meio-dia do que a reunião sei (risos). atrasado chegar e não pode trabalho sai do no trabalho. uma advertência levar que pode Até do feriado chegando muita gente tem Se bem que de manhã, meio parado estava Alegre, em Porto o a sua oferta, Levante de férias. muita gente tem Missionário, que seja uma moeda. nem dízimo, seu importância, é uma moeda, não tem o que eu tenho e aceitar vai né, que Deus pobre, da viúva é a oferta eu em nome de Jesus abençoo, Pai, abençoar. te vai Se essa obra, pessoas. essas a vida de todas Pai, é Evangelho, aqui o pregando estamos nós se Pai, para esse fiel, Pai, pessoas que demonstram res peito e amor pela tua palavra, e que contribuem pela tua e amor palavra, peito o Senhor vai Pai, estas pessoas, a tua obra, para Talvez Jesus. e abençoar em nome de prosperar mas Deus, eu não hoje estas pessoas tenham, que na elas, eu creio abençoo da mesma forma e de de amor sua oferta ela trará reunião próxima amém. Jesus, Em nome do Senhor a ti, Pai. gratidão vão colocar na sacola, os obreiros Amém? Podem talvez o seu dízimo, dar precisa você passando, se aí fechado, passou no banco e o banco estava você dá aí, e aí você a maquininha aí, com a obreira tem a aí, faz põe o valor tranquilamente, dízimo o seu aquele canhotinho ali, pega e depois transferência, - entre desta forma aí, pode-se É o dízimo certo? não precisa Daí Jesus. de nome em na igreja, gá-lo - corren ir ao banco, estar assim se expondo, você a maquininha para tem aqui na do o risco, igreja bastante e facilita o dízimo, pagar a oferta, fazer hoje a dia. Sabe que poucas pessoas dia o nosso num restaurante, agora Passei dinheiro. carregam aceita, de gasolina, passei o cartão, passei no posto - maquini taxista já tem na loja, aceita, até né? Vai táxi peguei um dias ali, daí eu cartão. Estes nha de Oh, rapaz, vi ele com a maquininha, daí eu disse: não cor né? Vocês trabalhar, tá bom para agora de ser assaltado, - o risco daí ele Eu me disse: rem não Ora, Daí eu perguntei: não gostei. não gostei, por eu trabalho pois gostei quê? Não por gostou ou seja, com a maquininha eu não posso comissão, 138 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados de uma motivaçãouma de religiosa. produzmaquininha essa disso, Além de verdade,ultimada numatransação mercantilresultado deum acontece que online, contribuição da a e financeiras as também porciona.as trocas,dão se Assim somentenão mas simbólicas, as tar na“maquininha”, falando somente dasvantagens queelapro- monstrando ousododispositivo econvencendo aspessoasadigi- quila. Através deparábolas atuais, opastor missionáriovai de- para inserir este novo meioemoutro, deumaforma muito tran- namentos –odízimo,cartão decrédito eométodo pedagógico fugir dotema, diante deumasituação quenosprovocou questio - e maisperigosonãointercambiar (MAUSS, 2013,p.31). dos bens do mundo. Com eles era maisnecessário intercambiar efeito, sãoosdeuses os verdadeiros proprietários das coisase Com mortos. dos mundo o e fiéis os interessados, seus com ção religiãodiação, a apropriou-separa dela comunica- a continuar não sealteraram asintenções, eonde surgiuforma uma de me- religioso, que,independentemente dos meios ditos modernos, ambiente no trocas houve sempre que afirmar ainda Podemos seja entre seus pares ou mesmo em relação aos seus deuses. comunicação, de necessidade a possui homem o que afirmando continuamente mas financeiras, até e materiais trocas suas do, mos proveito doinvento. Éclaro queoespaçoécurto para continuar- soas que, de certa forma, reagem naturalmente aonovo, tirando der a forma de interpretação e apropriação realizada pelaspes- doações através das chamadasnovas tecnologias etentar enten- com o ato de doar. Nosso se artigo também propõe estas analisar

descrevendo a história da relação do homem com osagra - Como pesquisamosmídiaereligião, nãoconseguimos Diante destanarrativa,insiro tentativa uma de dialogar (Transcrição literal). Jesus. Tároubando o patrão é brabo,e gente?né, misericórdia,amarrado tá (risos), em nomede tôladrão andandocomum aqui,omotorista aqui, tu nãorouba(risos). Aí eupensei, meu Deus, eu roubandotá tu oteu patrão, ecoma maquininha rapaz, é, pensando, fiquei eu E dá. não jeito desse minha comissão queeuganho é 35%, mas nãodá, roubar (risos); só para osenhor entender, coma Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 139 - - - “Mas, Bíblia Como Proulx afirmou, na transação mercantil se depo se mercantil transação na afirmou, Proulx Como - teo indagações polêmico que provoca Esse é um tema sentido, pois é mediadora de uma intenção, que deixa marcas, que marcas, que deixa de uma intenção, sentido, pois é mediadora recebe; quem para dá como quem para tanto dúvidas não deixa do diante que comprova o recibo ela registra de doar, além do ato segu- em um lugar está que o seu valor que é Deus, destinatário, bíblico: 3 do versículo há a quebra Aqui e comprovado. ro quando você der esmola, não saiba a sua mão esquerda o que está a sua mão esquerda esmola, não saiba der quando você a 3, citado conforme cap. 6, vers. (Mateus, a direita” fazendo do o mundo profano entre ). É a máquina mediando e Harpa Cristã substi- Colocar a mão no bolso e doar foi capital e o do sagrado. não mudou de vista das intenções Do ponto tuído pela digitação. afetada. a discrição que foi somente talvez nada; o status continua, contas com de acerto um se algum dia haver Mas com certeza, - do dízimo e a contabilidade “não fe ao pagamento Deus quanto os recibos. basta apresentar char”, O usuário é produtor disso. proveito sita alguma e se tira coisa conteúdo, pois, ao produzir de dados, e fornecedor de conteúdo quan- ocorre captadas. Assim informações com rastros ela deixa – vamos na o cartão magnético “maquininha” do se introduz de sabemos que é uma continuar chamando assim o que leitora ou de dados ao banco, creditando que envia de crédito cartões de moeda que em moeda virtual. É uma forma bitando valores esquecer em papel, deve mas nunca se substitui a nota impressa na conta e este o saldo disponível com é de acordo que o limite tal para e economizamos recebemos quanto do dependerá valor fim. O agente desta operação vai deixando rastros, como infor à administradora ao governo, ao banco, ao fornecedor, mações que será dúvida: uma permanece final, Ao cliente. ao e cartão do golpes de lei- assim? E os clones, tão segura é uma metodologia do parte por controle de que o sistema Será etc.? senhas, de tura lugar? em primeiro não estariam de privacidade, Estado, falta se é que a moeda é virtual. Sua materialidade O que é inegável sen- Aquela como no gasto. no ganho algoritmos, tanto tornou extinguindo. está se no caixa contar o dinheiro pegar, sação de que cobra alguma de empresa seu, e sim mais não é O controle excesso e todo gastar, possui para que você o administrar para caro. muito custará é entender aqui. Nossa intenção lógicas que não discutiremos 140 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados dos mortos. ao lê-lo,preparava-se para enfrentar odesconhecidomundo cados natumbaaoladodomorto, comouma espéciedeguia; relação aosmongescopistas.Tais rolos depapiro eram colo- início domesmoprocedimento quehouve naIdadeMédiaem manual chamadodeLivro EgípciodosMortos. Teríamos alio dezenas deescribascontratados para copiaredesenhar um de. Todo este comércio delivros sobencomendamovimentava sitivo, poderiaconseguirumlivro com maisoumenosqualida- economizar muito para adquiri-lo, e,conforme seupoderaqui- nanceiros. Umapessoaconsiderada declassemédiatinhaque fi- recursos sem classes possívelas erapara não aquisição tal ajuda deste livro superaria suatrajetória pós-morte. Contudo, tos entraves eperigosaté chegar aosCampos Elísios,coma para omundoespiritual.Como láomorto iriaencontrar mui- físico corpo seu levar acreditava que povo daquele crença a conforme mumificado, defunto o ensinar intenção por tinha papiro queera desenhadocomricasilustrações; este texto encomendar desdecedoaosescribasumlivro emforma de mico àfé? Era costumeentre osegípcios,naépocadosfaraós, de cobrança. diáticas; elassomente foram seatualizandoquanto àsformas invenção quechegoucomoadvento daschamadasigrejas mi- Assim, afirmamosquecobrar dentro deumtemplo nãoéuma ticas foram seaprimorando epermaneceram até nossosdias. tume decobrarpelos serviços religiosos jáexistia,tais práe - sado para entendê-lo àluzdahistória. NoEgito antigo,ocos- que tudoiniciouagora,acharmos tentaremos voltarpas- ao também nãoénossaseara. Como seria ingênuodenossaparte nesta perspectiva, deixando deladoocampoeconômico,que o processo diante doseusimbolismonatroca, suaintenção Mas deondesurgiu ainiciativa deatrelar oeconô- mórdios da XVIIIªDinastia(BUDGE, s.d.,p.21). documento, quenãopode ser posterior aos pri- hetep, edadonacasa, Senseneb”; valiosíssimo Amen- selo, do casa da “intendente do filho Nu, papiro,sabemos existir, quehoje foi escrita para a A cópiamaisantigado Livro dos Mortos, feitaem Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 141

- para pronunciar palavras de palavras pronunciar para profissional religioso são desgraçados, mas eis que a escrita de Unas está são desgraçados, e eis que ela não está debaixo selo do grande debaixo na pirâmide encontrado E no texto do pequeno selo.” está sobre Pepi deste “O uraeus I, as palavras: de Pepi a sua cabeça, com uma escrita de cada lado, e ele tem mágico a seus pés; assim equipa- de poder palavras nosso). no céu” (p. 42; grifo entra do, o rei Em tempos muitos remotos, os egípcios convocavam convocavam os egípcios remotos, muitos Em tempos o ou amigo, do parente do cadáver bom augúrio diante que as mesmas palavras, se acreditou e mais tarde com o e enterradas em alguma substância escritas morto, eram eficazes na obtenção, para ele, das boas encontrado coisas da vida de além-túmulo. No texto a algo referência de Unas (1.583) faz-se na pirâmide nas falecido, ao que se supunha pertencer escrito sem escrita - “O osso e a carne palavras: seguintes Comungamos da ideia de que o dinheiro não é mais da ideia de que o dinheiro Comungamos - me de necessidade da prova é uma Mortos dos O Livro - re cujos a compensação, doar; de a motivação que importante cialista religioso, a escrita e o suporte para registrá-lo também registrá-lo para e o suporte a escrita cialista religioso, longínquos os naqueles tempos ou seja, eram completavam, se Antigo Ainda citando o mediatizada. uma religião de primórdios afirmação: a seguinte encontrar vamos dos Mortos, Livro diação no âmbito religioso entre mundos, ou seja, o dos vivos e e vivos dos ou seja, o mundos, entre religioso âmbito diação no inferir podemos históricas, de narrativas Diante mortos. o dos e tais desenhos entre mediação de esforço também um grande daquelas - pes alimentando religioso o imaginário hieróglifos, não se mediação de também que a necessidade Percebe-se soas. e vivos entre mas principalmente os vivos, entre somente dava uma surge necessidade Dessa e também no pós-morte. mortos ritualísticas e, con- as técnicas que aprimora religiosa tradição profissionais e consumo para aparatos surgem comitantemente, o sagrado, um assunto que dominam especialistas da religião, além do espe Entretanto, especiais”. “mais pessoas torna que os finais Considerações 142 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados trocas, intermedeia entre oprofano eosagrado. de Deusetodas asdemaisneopentecostais,mediador, éum faz nheiro, aonosso ver, emrelação comaIgrejado Poder Mundial apresenta-senal muitointerfaces.simulado nas sutil, Ora,o di pena de as trocas nãoocorrerem. Por essa razão, ocomunicacio - é impossível retirar das interações sociais o comunicacional sob das, propositadamente,assunto porser um delicado.Doravante, se doar.a o textoNão blindamos fecha comsituaçõespontuais - por conteúdo simbólico que aspessoas são motivadas atrocar e meios, o comunicacional está por trás das relações sociais. E é respostas. sabe numpróximo momento nosaventuremosprocurar a tais mas nãodeixasultados, de ser umassunto instigante, equem de campo,entrevistas eumametodologia para sechegar aosre- Entendemos que isso é assunto para muitaspáginasepesquisas hoje. de dias nos comércio de tipo algum ou financeira buição Tambémpodemos perguntar sehaveriaigreja uma semcontri- agir.a fiel o levar e trocas tais fomentar para usando estão nais profissio religiosos os que competências as quais e igrejas nas pertencimento social;oquedefato estamosconsumindo hoje o fez. Poderíamos indagar atéao onde a doaçãoestávinculada de é correta. Senofuturo elevier a contestar, jáétarde, pois já atitu tal que acredita porque doa fiel O missão. sua na igreja a o dízimo easofertas, porque este patrocínio éoquemantinha os participantes contribuíam, as justificativas sempre tutelavam todas asdemaisconjecturas. Sempre queperguntamos porque sultados nãotemos aqui, leva-nos ainferir que sedestacasobre BÍBLIA EHARPA CRISTÃ. Contendo o Velho e o Novo Testamento. BETH, Anno;PROSS,Harry. Introduccióncociencia dela la a - BERGER,Peter L.;LUCKMANN,Thomas. Aconstrução da social Referências Barueri: Sociedade BíblicadoBrasil, 1992. municación. Barcelona: Editorial delHombre, 1990. realidade Concluímos que, independentemente das formas e dos . 4.ed.Petrópolis: Editora Vozes, 1978. - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 143 . São . São Ocidental: 3. ed. São Paulo: São Paulo: 3. ed. São Paulo: Martins . São Paulo: Pacífico Lisboa: Edições 70, Edições . Lisboa: . 3. ed. São Paulo: Paz Paz São Paulo: . 3. ed. do . São Paulo: . São Paulo: Egípcio dos Mortos O Livro As formas elementares de vida religiosa de vida religiosa As formas elementares . 14. ed. Rio de Janeiro: Janeiro: de Rio ed. . 14. O medo à liberdade : forma e razão da troca da troca e razão : forma a dádiva Ensaio sobre capitalismo. do o espírito e A ética protestante introdução à arquetipologia geral à arquetipologia introdução : Paulus, 2008. Paulus, 1983. Zahar Editores, 1989. e Terra, nativos dos da aventura e empreendimento do um relato Guiné Melanésia. São Paulo: da Nova arquipélagos nos 1978. Cultural, Abril 2013. Cosaic Naify, São Paulo: nas sociedades arcaicas. Sociais, de Ciências Pioneira Biblioteca 11. ed. São Paulo: 1996. Editora Pensamento, s. d. Pensamento, Editora Paulo: Editora Perspectiva, 1992. Perspectiva, Editora Paulo: 1998. Editoras, União de 1979. rio na Austrália). totêmico (o sistema Fontes, 1997. Fontes, FROMM, Erich. FROMM, e a história Agnes. 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Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 145 1 - - Moisés Sbardelotto Moisés comunicacional O “católico” em reconexão: a em reconexão: O “católico” Doutor em Comunicação pelo PPGCC-Unisinos, na linha de pesquisa em Comunicação pelo PPGCC-Unisinos, Doutor CV: Sociais. E-mail: [email protected]. Midiatização e Processos http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4438348J9 circulation of communicational flows new The “Catholic” in reconnection: The socio- The “Catholic” in reconnection: religious appropriation of digital networks in of digital networks appropriation religious de circulação fluxos novos digitais em apropriação sociorreligiosa das redes das redes sociorreligiosa apropriação 1 : Nas interações sociais tecnologicamente mediadas, tecnologicamente sociais interações : Nas Resumo da religiosas nas práticas lógicas midiatizadas manifestam-se sociedade. Neste artigo, refletiremos sobre a noção de usos - ou seja, as rela sociodigitais, redes de religiosos apropriações e sim de comunicação e as práticas digitais tecnologias entre ções bólicas de grupos religiosos. Em seguida, analisaremos, em uma Em seguida, analisaremos, religiosos. grupos bólicas de rede social digital específica, o Facebook, a presença da Igreja- “pági três em e coletivos, individuais instituição e de usuários - descreven com o catolicismo, relacionadas nas” explicitamente - Então, examina o catolicismo. a partir e sobre do suas práticas práticas e as novas em rede religiosa a experimentação remos mediante e grupos sociais, indivíduos de de sentido por parte que, nas redes conclusão, indica-se pistas de Como reconexões. 146 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados culation, Facebook, religion. Keywordsnetworks,digital : social uses andappropriations, cir nectial dispositives. which are constituted as suchintheir circulatory action incon- the basisofvariouscirculation, polesofcommunicational manifests“Catholic” itself as a complex socialconstruction on the meanings, of flow communicational unceasing their in and in socio-digitalnetworks is statedconclusion, it tions. In that, byes ofmeaning individuals andsocialgroups, viareconnec- ine the networked religious experimentation andnewpractic- their practices fromexamCatholicism. Then,Iwill andabout - ers in threeexplicitly “pages” related to Catholicism, describing Church of theinstitutional and ofindividualand collective us - presence the –, Facebook – network digital social specific a in the symbolicpractices ofreligious groups.analyze,will Then,I tionship betweentechnologies digital of communication and uses and appropriations of socio-digital networks, i.e.,therela- es of society. In this article, I will reflect on the notion of religious is possibleto perceive mediatized logicsinthereligious practic- Abstractthe technologically: In mediated social interactions,it culação, Facebook, religião. Palavras-chave: redes sociais digitais,usos e apropriações, cir dispositivos conexiais. cional, quese constituem como tais emsuaaçãocirculatória em partir dos mais variadossocial a polosdacirculaçãocomunica- sante, o“católico”se manifesta complexacomo uma construção inces sentidos de comunicacional fluxo seu em e sociodigitais 1 Introdução de vínculos jáexistentes. Nesses ambientes, avida socialencon- o surgimentolitam denovas relações sociais e o enriquecimento de modo abrangente einstantâneo.Tais redes possibi também duzem conteúdos midiáticos de formae os distribuempública os usuários em geral– instituições, grupos eindivíduos –pro- sociodigitais podem ser percebidas comoumambiente emque Na economia comunicacional contemporânea,Na economiacomunicacional as redes - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 147 - - . Formam-se aí novos aí novos . Formam-se 2 ” (grifo nosso). O religioso passa a circular nos meandros da internet da internet meandros nos passa a circular O religioso “As interações midiatizadas constituem, com efeito, midiatizadas constituem, com efeito, interações “As mediadas, tecnologicamente sociais interações Nas Chama a atenção que em uma das principais redes sociodigitais, o Twitter, essa o Twitter, sociodigitais, que em uma das principais redes Chama a atenção a acessar sua conta - pessoal, o usuá . Ao ipsis litteris presente faz-se expressão E o Twitter “O que está acontecendo?”. pergunta: com a seguinte depara rio se também afirma na sua página principal: “Conecte-se com seus amigos e outras e de real, em tempo novidades, últimas Saiba das seguir. quer você que pessoas os ângulos todos 2 - comunica pulsação interações das a partir em constante tra-se que está acontecendo” “o sobre cionais face específica do processo de midiatização digital – a saber, com saber, a – digital midiatização de processo do específica face das mais a apropriação cada vez –, vemos religioso o fenômeno símbo- de crenças, de circulação digitais como ambientes redes di novas para remodelados religiosos, e práticas los, discursos nâmicas comunicacionais. ecle- da “produção” por meio de uma ação não apenas do âmbito uma ação sial-institucional também ou midiática, mas mediante tecnologias, (usuários, agentes inúmeros comunicacional de “receptores” chamados dos a inscrição Ocorre da rede. sentidos) funcionamento o inclusive deslocando produtivos, processos nos dispositivos interacionais da sociedade com a própria sociedade sociedade a própria com da sociedade interacionais dispositivos senti- nos quais digitais, tecnologias mediante 2012), (BRAGA, usuá- próprios pelos em circulação e postos dos são construídos midiáticas. corporações mais apenas pelas rios, e não múltiplas das através não somente dispositivos, desses o pivô mas também da conteúdos, os com utilizadores dos transações um moldando usuários”, os entre sociais redes constituição de as pessoas entre multidirecionais” de relações extensivo “tecido Relações nossa). p. 2, trad. 2010, RUEFF, PROULX; (MILLERAND; articulam, - comple se se sociais sentidos de humanas e relações ambiência. nessa nova mentam e se complexificam estas que envolvem lógicas midiatizadas, lógicas manifestam-se institui- de e as estratégias indivíduos dos também as práticas individuais Instituições e agentes as Igrejas. como sociais ções nesse novo se reposicionando assim, vão do campo religioso, social a complexidade impelidos pela sendo nova cenário e vão modificar suas estruturas comunicacionais e sistemas internos inter Nessa sociedade. em sagrado do significação de externos e 148 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados ceta desse religioso, a saber, ocatolicismo poderíamos chamarde“procepção” (produção-recepção). fazem algo com o“religioso” –emumprocesso que simultâneo em geral,nos mais diversos âmbitos falam sobre da internet, e somente ascorporaçõesa sociedade midiáticas, mastambém FOLQUENING, 2012). as instituiçõeseclesiais,nem Não apenas a desenvolvertambém funções de consumidores (FERREIRA; dos chamados “produtores” eclesiais ou midiáticos, que passam 3 ciais, quedizem o“católico” midiaticamente para asociedade novas práticas desentidoporparte deindivíduos egruposso examinaremosEntão, a experimentação religiosa emrede e as ou seja,aapropriação sociorreligiosa das redes sociais digitais. ticas situadas econtextualizadas apartiresobre ocatolicismo, festadas em seudiscurso parasocial), mastambém assuasprá - paranão apenas que apontam as suascrenças religiosas (mani- Nelas, descreveremos traços emarcas deixados por tais agentes, trêsexplicitamente “páginas” relacionadas comocatolicismo. ça daIgreja-instituiçãoe deusuários individuais ecoletivos, em mos, em uma rede social digital específica, o Facebook, a presen práticas simbólicasde grupos religiosos. Em seguida,analisare- seja, asrelações entre tecnologias digitaisdecomunicaçãoeas ção deusos e apropriações religiosos de redes sociodigitais, ou plataformas tecnológicas, agentes sociaiseconstrutos simbólicos. em queumtrabalho + conexões), masapartirdasações as redes sociaisdigitaisnãonasuarigidezestrutural (nós analisar comunicacionais envolvidos nessaaçãosocial.Assim, podemos mas simcomo ele seformaeconstitui cismo. Contudo, nãonosinteressaque “católico” analisar é esse, seja, construtos simbólicos socialmente relacionados aocatoli - cacionalmente imagens, textos, vídeos, etc. sobre o “católico”, ou comuni- circular fazem e moldam rede em sentido de fluxos os ção em2010.Dados disponíveis em:. os católicos ainda sãoamaioria religiosa do país, com64,6% do totalda popula cante desde (em 1872, o século XIX 99,7%brasileira da população era católica), Católica, especialmente no Brasil. Segundo o IBGE, embora com uma queda mar- Ointeresse pelo“católico” se deve àrelevância sócio-histórico-culturalda Igreja Em nosso caso específico, interessamo-nos por uma fa- Neste artigo, primeiramente, refletiremos sobre a no- a sobre refletiremos primeiramente, artigo, Neste em rede) sedesdobra (network apartir de de conexão queasconstituem, –isto é,osprocessos 3 emrede. Na internet, - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 149 - - - - - de re um contexto A midiatização digital aponta para As redes sociodigitais, como no caso do Facebook, tor como no caso do Facebook, sociodigitais, As redes De um lado, como afirma Braga (2012), percebe-se aí o modelagem da paisagem midiática, que perpassa e é perpassada é perpassada midiática, que perpassa e modelagem da paisagem - religio as práticas como sociais, processos outros diversos por comunicacionais. por práticas são movidas sas, cujas dinâmicas das da interposição também mas não só, ao fato Isso se deve, humanas e sociais, relações da comunicação nas tecnologias situações e novas de interação regimes novos que gera processo contribuem. tecnologias essas de comunicação com cuja geração - institui Não apenas (grupos, sociais as entidades organizações, mas estas últi midiáticas”, as “comunidades estruturam ções) mas também se constituem de maneira relativamente autônoma, autônoma, relativamente maneira constituem de mas também se e moldam, assim, sociotécnicos, impulsionadas por dispositivos MILLERAND, (PROULX; sociais formas novas a constituição de religiosas. 2010) – e também, portanto, tais compreender se para análise relevantes de nam-se objetos assim comunicação e sociedade, de tecnologias entre relações âm- diversos comunicação nos de das práticas a evolução como sociais As relações na religião. exemplo, por como, sociais, bitos aparato do concepção na própria justamente, inscrevem, se hoje a possibilidade consigo trazem digitais mídias As tecnológico. em escala mundial informações de que qualquerdifunda pessoa e acessíveis. baratos com meios relativamente - a partir do surgi tecnológico, de um processo desdobramento à comunicação, cada voltadas tecnológicas de inovações mento social, há um processo alcance. De outro, escala e em maior vez de reflexão contexto 2 Usos e apropriações: em geral, mediante reconexões. Como pistas de conclusão, indi conclusão, de pistas Como reconexões. mediante em geral, ca-se que, nas redes sociodigitais e em seu fluxo comunicacional comunicacional fluxo seu em e sociodigitais redes nas que, ca-se uma como - com manifesta se o “católico” incessante, de sentidos polos da cir mais variados a partir dos construção social plexa e as instituições culação comunicacional, que os indivíduos em mas “recepção”, e “produção” de fixos papéis a mais atêm se não em ação circulatória em sua se constituem como tais justamente conexiais. dispositivos 150 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados introjetados certos “usosprescritos”“usuário virtual” um a “modos defazer” comosaparatos eplataformas. padrões sociais emergentessua relação na com astecnologias, humano” (ibid., p.80, trad. nossa). Ouseja,trata-se dasrotinas e ramenta,de uma maneira relativamente autônoma pelo sujeito empregar, deutilizar oaparelho técnico, o instrumento, afer 24, 2011, p. trad. nossa). Talfato“associada ao noção está de os objetos edispositivos técnicos” (JAURÉGUIBERRY; PROULX, que aspesssoas logia: ouseja,“aquilo fazem efetivamente com individuais esociais dos diversos sujeitos comesobre atecno- ções sociotécnicos. pluralidadeuma heterogênea ecomplexade usoseapropria - de”) edecooperação comunicação, paranovos modelos de participação (“fazer parte gressiva,deixando paratrás modelo dedifusãodos meios um de sociais, portanto, sedesdobramevoluçãoem uma gradual e pro - vas plataformas tecnológicas easnovas necessidades e desejos dade na comunicação(JAURÉGUIBERRY; PROULX, 2011). Asno- instauração de interações à distânciaeumregime de reciproci as funçõesdetransmissãoculam ededifusão,maspermitem a vações tecnológicas, eassimpor diante. novos desdobramentos quepoderão vir adar forma anovas ino- subverte asfunçõesprevistas para taltecnologia. Issodáorigem a geral vai inventando novas funçõesnãopensadaspreviamente ou vice-versa). Com osurgimento detalinovação, asociedadeem existentes nãoresponderiam ataisdesejosounecessidades(ou ciais demandamumainovação tecnológica, poisastecnologias lógicas einvenções sociais:novos desejosounecessidadesso- as práticas religiosas noFacebook. ciais sobre astecnologias epara alémdelas,como,porexemplo, subversivos,mesmo mediante até e – fim esse para cacionais apartir detecnologias nãonecessariamente pensadas comuni- especificamente ações incluindo – experimentais usos projetistas dosaparatos, mastambémosdesdobra emnovos cumpreapenas não sociedade que a em previstos osusos pelos Surge, assim,umainter-relação entre inovações tecno- A inovação tecnológica, emsuaconcepção,já traz Os As tecnologias digitaisdainformação integram earti- usos podem ser entendidos como asexperiências (“operar, agircom”),que seexpressam em invenções so- - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 151 - - - os imaginam usuários e usos determinados, e usos determinados, usuários , os bons usos são, por exemplo, “com- são, por exemplo, , os bons usos 4 configurar configurar Diante dos limites e possibilidades que podem ser e possibilidades limites dos Diante Nessa relação, os usuários vão se modificando sub- Disponível em ; tradução tradução ; em Disponível nossa. 4 (JAURÉGUIBERRY; PROULX, 2011): os designers designers os 2011): PROULX, (JAURÉGUIBERRY; - tecnológi ao objeto dados serão que e usos usuários possíveis co e, assim, tentam taforma técnica, que visa a condicionar o usuário. Como afirma usar as interfaces, “cremos nossa), trad. p. 239, Scolari (2004, modelando”. também elas estão nos mas na realidade também as inferir é possível assim, na tecnologia, retraçados o percebendo virtual”, seu “designer/programador lógicas do do qual ideologias, objetivos) (valores, de produção contexto visa a dis O fabricante/programador tal plataforma. surgiu maus e proibindo bons usos ciplinar a utilização, indicando usos” dos sociais assim, “determinações Promovem-se, usos. co- “Padrões No caso dos 2011). PROULX, (JAURÉGUIBERRY; munitários” do Facebook integrando integrando em seu próprio projeto determinadas predefinições arranjos a certos aos usuários-alvo, de usar, modos aos quanto são disso Exemplo etc. e funcionais, operacionais de elementos que delimi- Facebook, caso, do em nosso básicas, as operações fotos, links, (textos, “postar” usuários: seus aos ações tam certas Assim, um certo “comentar” e “compartilhar”. “curtir”, vídeos), pla própria na inscrito uso encontra-se de e usuário de modelo partilhar experiências” com “propósitos legítimos”, “conectar-se legítimos”, com “propósitos partilhar experiências” que são im- questões sobre “conscientizar com amigos e causas”, os maus respei usos dizem enquanto outros; dentre portantes”, físicos danos de genuíno “risco um envolvam que postagens a to - e vanda como roubos pública”, à segurança ou ameaças diretas e temáticas nudez (como sensíveis” lismo, ou ainda “conteúdos sexuais). jetiva, social e cognitivamente – e, a partir disso, modificando - com a tecno a sua interação – mediante usos seus também os lado, outro desta. Por possibilidades e limites dos logia, dentro e ativos usos a partir dos transforma também se a tecnologia às não se sujeitam passivamente estes usuários: dos criativos configurações dos aparelhos e das plataformas - tecnossimbóli 152 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados como ainterface entre ocatolicismo brasileiro esuarelação específicas, comunicacionais e sociais práticas de constituída já outro lado, os usos vão evoluindo nointerior históriade uma Por religiosas. microculturas caso, nosso em – específicos ciais jetivas, inscrevendo-a emumsistema derelações evalores so sub- significações de específica tecnologia uma investe usuário sociais e devem ser apartirdessa analisados perspectiva. Pois o práticas de específico contexto um em situam se neutros, rem entre aspessoas(JAURÉGUIBERRY; PROULX, 2011). dispositivo de distribuição do poder na gestãodasassociações ideológica, morale político-social, ouseja,se desenvolve como teCada tecnologia, conectada. portanto, possuidimensão uma tõese éticasemergentes políticas sociedade emuma altamen também revelam as significações culturais complexas e as ques mídias tais de usos os cognitivoespecífico, e sócio-histórico nal mo- dado mento histórico. Por sedaremcontexto hojeemum organizacio um em sociais setores de específicos necessidades exemplo, surgem como uma resposta adesejos, interesses ou sociais, porsuavez, sedãoancorados emtécnicas. agentes: as tecnologias nascemancoradas nosocial,eos gestos no tecido organizacionaldas açõeseassociações entre os modo, as esferas técnica esocialestãofortemente entrelaçadas rio”(JAURÉGUIBERRY; PROULX,24, 2011, p. trad. nossa). Desse valoresde portador fontee para sociais significações usuá- de o técnicauso deuma que “o nãoésociologicamente neutro: eleé perceber preciso é isso, Por socioculturais. significações tando crevem, portanto,tecido em um sócio-histórico dado, compor determinadauma trajetória pessoaloucoletiva, seins- também tivamente concretizados sobrepor seinserirem aquelas, em outros querespondam melhoràssuasvontades. técnicas, oulevamde taisaparelhos,ao abandono de em busca recerem elementos para queseus produtores gerem melhorias levam oaparelho tecnossimbólico anovos patamares, aoofe- reações e resistências. Tais ações dos usuários, por sua vez, ou ses ou necessidades, efetuam ações não prescritas e desviantes, cas (como oFacebook),partir deseusdesejos, interesmas, a Os usos easlógicasde uso das tecnologias, por não se As mídias digitais e plataformas como o Facebook, por Tanto astecnologias quanto osusos prescritos ouefe------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 153 - , tanto individual quanto social, quanto individual , tanto apropriação Quando os usos das tecnologias são feitos com modali- são feitos Quando tecnologias os usos das de como um processo se apresenta A apropriação com a comunicação digital em rede. Por práticas, entendemos o entendemos práticas, Por digital a comunicação com em rede. (JAURÉGUIBERRY; social de uma atividade” de exercício “quadro - reli e gestos como as ações nossa), trad. p. 83, 2011, PROULX, giosos compartilhados por uma comunidade específica. Assim, pes- das “práticas analisar usos tambémos no quadro é preciso organizacio tecido que agem no indivíduos dos e sociais soais nal” (ibid., p. 25, trad. nossa), como as práticas religiosas. religiosas. como as práticas nossa), trad. nal” (ibid., p. 25, ou se articulam socioculturais, âmbitos a certos dades próprias ou se em- âmbitos, nesses estabilizadas sociais com práticas bebem em valores simbólicos específicos a tais âmbitos – por mais um fenômeno de diante –, estamos o religioso exemplo, - aprofunda do histórico, prolongamento do Diante complexo. mento cultural e da ressignificação simbólica dos usos técnicos sig- e objetiva de transformação com momentos em “sincronia (PROULX, nificativa” 2008, p. 5, trad. nossa) de práticas sociais falar podemos –, religiosas as como – estabilizadas já específicas de um processo de se A apropriação sociotécnicas. ou plataformas das tecnologias são integrados sociotécnicos usos quando portanto, manifesta, (como as religiosas), consolidadas historicamente em práticas a mediante passam a ser reinventadas ou quando tais práticas - por exem (no Facebook, sua articulação com usos sociotécnicos de signi- plo), ou ainda quando tais usos passam a investidos ser ficações religiosas. do e cognitiva constituição pessoal e social, “uma matriz técnica objeto, integração significativa e criadora do uso na vida coti- participação no de e uso do reinvenção de diana, possibilidades (JAURÉGUIBERRY; sociotécnica” inovação de processo próprio - re nossa). No caso da apropriação p. 25, trad. 2011, PROULX, disponibilizadas operacionais as matrizes ligiosa do Facebook, sociais de práticas por um conjunto são ativadas pela plataforma específicas, integrando a plataforma na execução de gestos - re a plataforma desdobrando de orações), o envio ligiosos (como “cur- quando o (como cognição de modelos novos de a partir ao simbólica espiritual, semelhante carga uma nova tir” recebe por (mediante, sociotécnicas a inovações até chegando “amém”), e o surgimento anteriores o abandonoplataformas de exemplo, 154 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados específicos, como a criação da plataforma evangélica de novas, querespondam aosdesejos e necessidades religiosos 3 OFacebook eo“católico”, entre usossociaise sociorreligiosa emambientes públicosda plataforma Facebook. apropriação interessa-nosa pessoal, perfil seu em usuário cada lacionadas comocatolicismo. Para alémdos usos individuais de vos que criam e se congregamexplicitamente em“páginas” re- marcas daIgreja-instituição edeusuáriosindividuais ecoleti- percebemos qual na Facebook, o específica, digital social rede te deindivíduos egruposreligiosos católicos. Escolhemos uma de comunicação, práticas discursivas eações simbólicas por par- queremos aqui analisar as relações específicas entre tecnologias xos decirculação comunicacional, comoveremos. formas de construção social de sentidos religiosos, em novos flu- e “práticas bricoladoras” (CERTEAU, 2012), paraaponta novas giosa dasredes digitais, mediante experimentações religiosas bramentos sociossimbólicos. Nesse sentido, a apropriação reli- sociais digitais quanto sobre apráticareligiosa emseus desdo geram efeitos tanto sobre opróprio processo de uso dasredes para práticas religiosas faz surgir elementos de novidade que grupos” (PROULX, 2008,p.2,trad. nossa) dades deautonomia edeemancipaçãopara osindivíduos eos processo deapropriação, portanto, manifestam-se “possibili- nicas daprodução sociocultural” oueclesial(ibid.,p.41).No quais usuáriossereapropriam doespaçoorganizado pelas téc- microrresistências sãoconstituídaspelas“milpráticas pelas mento doscampossociaisemgeral –inclusive areligião. Tais sobre oaparato eletrônico, mas,apartirdele,sobre ofunciona- apenas não 40) (ibid., metamorfoses” infinitesimais e ráveis “inume- gerar pode que o estabelecidas, práticas e específicos indivíduosdos plataformasas com usosarticulando digitais, de ‘táticas’articuladas”(CERTEAU, 2012,p.41)narelação apropriações religiosas A partir da reflexão dos conceitos de uso e apropriação, Em nosso caso, aapropriação dasplataformas digitais Assim, aapropriação apontapara uma“multiplicida- Faceglória). - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 155 - - - - - News. , uma , uma 5 A plataforma Facebook oferece uma determinada in- uma determinada oferece Facebook A plataforma News.va Português a páginaé News.va caso O primeiro Disponível em: . Disponível Figura 1 – Detalhe da página News.va Português no Facebook Português 1 – Detalhe da página News.va Figura ), a categoria específica (“instituição religiosa”), os campos de campos os religiosa”), (“instituição específica categoria a ), ), a imagem Português o nome da página (News.va -se mediante de capa a (o do foto Francisco), Papa perfil (o logotipo do va as possibili etc.), “Fotos”, “Sobre”, Tempo”, (“Linha do conteúdo áudios), fotos, vídeos, (publicação de textos, dades de interação des elemento Cada Facebook. pelo definidas todas delimitações da demanda e específicas regularidades suas possui interface sa das suas crenças de “tradução” um processo Igreja-instituição sentido na economia simbólica des que ganhem para e valores a Igreja dessa plataforma, se apropriar digital. Para se ambiente limitações, demarcando, a essas obedecer adaptar e se precisa terface à Igreja, condicionando seus usos tecnológicos: para se para tecnológicos: usos seus condicionando à Igreja, terface fazer presente nesse ambiente, a Igreja Católica precisa definir 5

das presenças oficiais da Santa Sé no Facebook (Fig. 1). A pági em 2012 como criado pelo site dos serviços oferecidos na é um meios de pelos produzidas notícias das principais um agregador Romano, Fides, L’Osservatore (Agência vaticanos comunicação Vaticano, de Informação da Santa Sé, Serviço Sala de Imprensa de Internet e Setor do Vaticano Televisivo Centro Vaticana, Rádio uma maior inserção justamente, buscou, criação da Santa Sé). Sua paralelas sociais online com suas presenças nas redes da Igreja das o compartilhamento facilitando plataformas, em diversas informações. 156 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados as modalidades deconcretização das relações sociais(JAURÉ- giosas, pela simples presença detecnologias quecondicionam certa plataforma oupelapágina. tólica),correspondentes aos protocolos ounão indicadospela ao Facebook, oudos usuários em geralem relação àpágina ca- (sejam elesporparte dapágina realizadosefetivamente usos 3) e fiéis; seus com municacional 2) usos previstos eprescritosIgreja pela nasuainteração co- plataforma; configuraçõesda e limitações Facebook,das dentro sociotécnicos realizados Igrejapela dainterface daplataforma cas queexplicitamtrês níveis diferentes desse processo: 1) usos giosa doFacebook torna-se perceptívelmar- apartirdealgumas -se inscritos no próprio dispositivo. de sanções,etc.sob pena Usuários e usos,portanto, encontram- tilhar conteúdos, inserir comentários dentro decertos padrões, ção e de configuração dos usos possíveis dos usuários-fiéis: par- perceber um certo perfil de usuário e um certo nível de negocia- Obrigado!” nossos). Essas marcas (grifos discursivas permitem do mentários comentários e opiniões sobre asnotíciasdeNews.va. Osco- Diz o texto:da página. “Bem-vindos! vel arqueologia desses usos previstosIgreja pela aosusuários em relação aosseuspossíveis usos. leitores,seus reconfiguramque interfacea plataforma da inicial ra como ambiente “autônomo”,protocolos estabelecealguns aos crouniverso Facebook”. Assim, apágina “microuniversocomo um se constituir religioso”dentro do“ma momento emque,estabilizadae“catolicizada”,passa a apágina da Igrejaganha desdobramentoum decomplexidadepartir do a meno religioso ouàinstituição eclesial. em redeespaço público um nãovinculadodiretamente aofenô- apropria desses elementos, dando-lhes um sentido religioso, em “católica”.se específica, presençaportanto, Igreja,uma A assim, ofensas e faltade respeito; caso contrário tecnicização doato decomunicaçãoedaspráticas reli- Assim, emumprimeiro nível, épossível falar deuma Na página No campo “Sobre”,No campo percebemos pistas parapossí uma Esse processo de apropriação daplataforma porparte devem serreferentes aos assuntos tratados, evitan- News.va Português, aapropriação sociorreli - News.va Português emrelação Partilhe conosco osvossos News.va Português, ago- serão removidos - - . Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 157 - - - tecnológi , visto que os , visto (Fig. 2). 6 Catecismo da Igreja Católica da Igreja Catecismo Em suma: a criatividade social – neste caso manifes social – neste Em suma: a criatividade A Igreja-instituição, apropriando-se das redes digitais, das redes apropriando-se A Igreja-instituição, à acessibilidade e graças Contudo, a sociedade em geral, Disponível em: . em: . Disponível , pois a plataforma molda e estrutura determinadas práticas práticas determinadas molda e estrutura a plataforma , pois 6 GUIBERRY; PROULX, 2011). A plataforma Facebook molda, or- molda, Facebook plataforma 2011). A PROULX, GUIBERRY; seu mais em (inclusive católicas as práticas e estrutura ganiza e elemen- aspectos certos valorizando institucional), nível alto lado, outro Por de outros. detrimento comunicação em da tos - tecno dos usos uma socialização constatar é possível também sociais a e práticas de ações que a multiplicidade lógicos, visto que po- criativas, invenções emergir faz das partir tecnologias - Inova inovações”. de usos ou a “novas a restrições dem levar social, em meio a condicionamentos e invenção ção tecnológica se se articulam e portanto, ordens, de diversas e autonomias complexificam. tada por uma apropriação de uma plataforma tecnológica por tecnológica de uma plataforma tada uma apropriação por me- expressa – se de uma social como a Igreja instituição parte outro e, por tecnologias, determinadas sobre invenções diante social. e contextualmente prática é tecnológica lado, a inovação uma uma hibridação, dupla mediação: Há, portanto, ca social tempo mas também e ao mesmo sociais; a tecnologia moldam e reestruturam usos sociais, por sua vez, 2012b). (SBARDELOTTO, de suas e a socialização publicização a para ambientes novos gera A coevolução,práticas. e discursos crenças, portanto,não é ape o usuário e a plataforma entre – nas interações nas sociotécnica simbólico, median- um âmbito –, mas também envolve Facebook religiosas são embebidas em práticas o qual tais interações te específicas do catolicismo. falar também pode agora de uso de tais plataformas, à facilidade ressignificando, retrabalhando, catolicismo, o sobre publicamente e o seu ima- a sua experiência reconstruindo ressemantizando, ginário religioso. Indivíduos e grupos específicos podem agora públicos sociais e para agentes novos para atualizar suas crenças de sentidos. Esse complexa em uma étrama ainda maiores, o caso da página 158 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados FiguraCatecismoda página 2 –Detalhe da IgrejaCatólica no Facebook 7 “ plataforma Facebook, a sua confirmação, daa sua aderência, o específico seu protocolo um mediante manifestaram, seja, ou entre osleitores dapágina. bates queseinstauram nas inúmeras trocas comunicacionais doutrinal” (oCatecismo) acerca dastemáticas católicas nosde- assumem, simbolicamente, umpapelde “máxima autoridade leigos administradores tais específico, circuito desse cursiva ção desentidoqueocorre nesseambiente. Naeconomiadis- assumindo umpapelde“especialistasreligiosos” naconstru- gina tambémrespondem edebatem com os demaisusuários, ciais dainstituiçãoeclesial.Àsvezes, osresponsáveis pelapá- ofi- circuitos dos fora religioso, sentido de circulação de fluxo ção institucionaldasautoridades eclesiais,gerando umnovo entrecomentários diversosos agentes rede,em a media - sem nos público debate um permitindo Igreja, da oficiais mentos Facebook epublicam,dentre outras coisas,trechos dedocu- cató - institucional oficialidade lica. Nela,osadministradores seapropriam daplataforma da portanto, parte, fazendo não Igreja-instituição, a com explícita oficial vinculação sem comuns, fiéis por seja, 2009”,ou de julho em fundado tolado de técnica daplataforma desencadeiaumprocesso decircula- feedback positivo” importa” (trad. nossa).Disponível em:. tir” é“darumfeedback positivo e conectar-se com coisas com asquaisvocê se “cur- do “Glossário”disponívelsignificadoFacebook, próprioo o Segundo pelo No total, maisde83milpessoas“curtiram” apágina, Trata-se deumapáginacriada em2009por um“apos- 7 àproposta dapágina.Essaprocessualida- Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 159 - - - News.va News.va , de forma pública, nos comen- , de forma Catecismo... Como Como detalhe de não pouco significado, o número de Por outro lado, ao entrar em diálogo com os seus res lado, ao entrar outro Por a manifes é justamente casos nesses O que se percebe “curtidores” dessa página ultrapassa em grande quantidade os quantidade os em grande ultrapassa dessa página “curtidores” “curtidores” da supracitada página oficial da Igreja, a ção comunicacional, pois, ao clicar em “curtir”, uma uma - das funcio ção ao pois, comunicacional, clicar em “curtir”, nalidades do Facebook é a de publicar notificações - automati nova qualquer há quando usuário do pessoal perfil no camente o acesso aos novos facilitando da página “curtida”, atividade conteúdos. E, ao mesmo tempo, tal circula nos “curtida” fluxos - que re “curtidora”, amigos da pessoa dos demais de conteúdos nessa página”; tal curtiu “Fulano que de notificação uma cebem - tor portanto, “curtir”, o próprio do Facebook, processualidade da plataforma. ações circulatórias outras para na-se conteúdo (que soma pouco mais de 18 mil “curtidas”). Assim, (que soma pouco mais de 18 mil “curtidas”). Assim, Português que, na revelam comunicacionais como o “curtir” interações usuá- são os próprios economia comunicacional do Facebook, - e a expe competência a legitimidade, a rios que reconhecem no âmbito administradores riência de tais páginas e de seus de página, específica, na é sua investida proposta Tal religioso. - “autorida mesmo de (ou até um papel social de “especialista” que não lhe este reconhecimento católica, a doutrina de”) sobre foi dado pelas autoridades eclesiais oficiais. Estas continuam detendo o poder de autenticar o que é “oficialmente católico”, ou alternativos paralelos circuitos gerando mas a sociedade vai em que o “oficial” vai perdendo espaço para aquilo que é “le- comunicacionais. processos mediante socialmente, gitimado” da página ponsáveis por sua vez, tários de cada postagem, os usuários explicitam, interacional um pessoal e social de formato uma apropriação específico em relação às ofertas da página, expandindo, com o seu discurso próprio, o ecossistema comunicacional específico. à página por comentários seus publicamente O usuário escreve uma de) na página nela visa a criticar (ou a falta que reconhece lado, outro em questão. Por particular na temática competência a resposta da página ao usuário ratifica e reforça essa - valoriza aos demais usuários. ção simbólica junto “uso chamam de (2010) Millerand & tação daquilo que Proulx participação e de de é, formas na internet, isto contributivo” 160 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados engajamento teopolítico (Fig. 3). IgrejaCatólica se apropriam doFacebookambientecomo um de sidade Católica ligiosa do Facebook, encontramos aindaocasodapáginaDiver aquilo queépercebido como“fato” pelainstituiçãocatólica. dendo transformar discursivamente,ambienteem um público, produzeminfiéis ou microalterações práticasnas religiosas, po- fiéis não fiéis, Assim, civil. sociedade a e religiosa instituição a tradicionaisdas zonas de contato multiplicação – euma entre em contraste com os “profissionais” ou “especialistas” religiosos forma nas mãos aberta e de pública, “amadores” ou“profanos”, ção conectadas ecooperativas, ocorreuma também práticas tais de meio Por específicos. desejos e necessidades a ções técnicas oudos elementos sociossimbólicos para responder no espectro dos usos previstos; ou extensãoadaptação das fun- plataformas mediante diversas ações: deslocamento oudesvio nível social etécnico, portanto, os agentes podem intervir nas ciotécnicos de fácil utilização(PROULX; MILLERAND, 2010). Em a) criar, remixar ecompartilharconteúdos em dispositivos so PROULX; CUDICIO, 2010,p.249,trad. nossa). continuamente conectados e mutuamente acessíveis” (LICOPPE; produçãoe a deconhecimento [religioso] pelosparticipantes de atividades coletivas orientadas aotratamento dainformação cipantesde sentido, naconstruçãosocial mediante a“realização ções sociodigitaissão marcadas contribuição entre pela osparti- contribuição dos usuários no universoseja, asintera Ou digital. - 8 daexpertise religiosa –queagorapassa aestar, também de Disponível em:. Em um nívelum Em mais complexo deapropriação sociorre- Os usuários agora podem (e sãoconvocados também 8 , emque fiéis que formam uma “minoria gay”na “minoria formam uma que fiéis democratiza- - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 161 - na inter por um grupo que trabalha A página é mantida Essa singularidade subjetiva específica (“católico gay”) grupo e dos eventos mantido pelo além do site Para - online busca partilhar “a expe da página, essa presença 9 Disponível em: . em: . Disponível Figura 3 – Detalhe da página Diversidade Católica no Facebook Católica – Detalhe da página Diversidade 3 Figura riência do amor de Deus junto a todos os fiéis que, são frequentemente sexual, de sua identidade e/ou orientação em virtude sendo “um núcleo de vivência eclesial”, da comunidade excluídos de comunicação cristão, e um canal permanente e aprendizado ainda que A página informa e grupos católicos”. grupos gays entre atua “promovendo o diálogo e a reflexão, a oração e a partilha”. o seu vínculo à “fé ressaltam portanto, Seus administradores, - instituciona se distanciando de qualquer embora cristã católica”, “grupo leigo”. lidade, identificando-se como um face entre a fé cristã e a diversidade sexual. Como indica o campo Como sexual. cristã e a diversidade a fé entre face “Sobre” agora pode se afirmar socialmente mediante a Tal sua como comunidade colaborativa. do Facebook, sociorreligiosa apropriação como um “espaço alternativo dessa forma, página se manifesta, então, a um espaço que oferece, sociais inventivos, os atores para mais a palavra” de tomar voz possibilidade às minorias e aos sem lado, tais outro nossa). Por 2011, p. 110, trad. CHOON, (PROULX; de - uma co a emergência favorecem cultural-religiosas práticas mes- até e à vigilância, à ordem em reação munidade alternativa, de vista – pela – do seu ponto mo à violência simbólicas impostas Igreja-instituição. a permite ele, a página do Facebook por organizados presenciais a reconstrução mediante social de suas práticas, exponenciação 9 162 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados movimento LGBT (Fig.4). Menino Jesusnocolo,sobreposta aumabandeira comascores do amor! #LoveWins”. E,logoabaixo, umaimagemdeMaria como e redentora tambémsejuntaaessacelebração doorgulho edo Diversidade Católica publicouaseguinte mensagem:“Nossamãe homossexualem todos os Estados do país. Nesse dia, a página Estados Unidos havia aprovado a legalização do casamento abaixo. biente comunicacionalpara taispráticas, comovemos nocaso a homoafetividade, e,aomesmotempo, doFacebook, comoam- saber,a catolicismo, do específica simbólica interfacecom sua na apropriação uma em partilha), a e oração a reflexão, a diálogo, o res-fazeres tradicionalmente reservados aosclérigos(promover coletiva epública,por parte de“todos, semdistinção”, desabe- Figura 4-Mensagem postadanapágina Diversidade Católica No dia 27 de junho de 2015, a Suprema Corte dos dos Corte Suprema No dia27dejunho2015,a Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 163 - - - - #LoveWins. #LoveWins. hashtag reconstrói símbolos católicos símbolos católicos reconstrói

a página com a publicação da mensagem, a pági- - assim, as funcionalidades tecnológi Inscrevem-se, mar- novos de dentro pelo Facebook cas oferecidas cos de luta teológico-político-eclesial; simbólico: de a partir de uma (como Maria releitura e Jesus) mo- do A bandeira católico. o sagrado sobre gênero na põe-se em contato com seus diversos leitores; leitores; diversos com seus em contato na põe-se e mais o conteúdo, “curtiram” quase 1.100 destes, novas assim gerando compartilharam, o 50 de de circulação circuitos e novos sociais conexões comunicacional; - determina usos a página promove tecnológico: da plataforma técnicas das processualidades dos como elemento de uma prática religiosa específi a inserindo ca, exemplo, por social: Nessas interações, percebemos uma relação triádi- uma relação percebemos interações, Nessas #LoveWins. Assim, a página a página Assim, se #LoveWins. O inclui post a hashtag 3. 2. 1. ma Facebook, desencadeia um fluxo circulatório específico: ao gera a plataforma de uma palavra, “#” antes utilizar o caractere publicações que utilizam as demais a todas um link que remete essa mesma palavra-chave, constituindo um microfluxo espe cífico sobre esse tema no macrofluxo de sentidos que varre o Facebook. e linguagem: tecnologia sociedade, entre ca (FERREIRA, 2006) - tecnológi uma plataforma que envolve ou seja, uma relação a Igreja- (entre sociais de relações um sistema ca (Facebook), de e um sistema seguidores) e seus gay instituição, o coletivo corri Assim, no uso sociotécnico (o “católico”). representações dentro e uma imagem no Facebook, texto de postar um queiro - entre podemos pela plataforma, oferecidas possibilidades das níveis: de três uma apropriação ver soma a todas as demais publicações na plataforma Facebook Facebook as demais publicações na plataforma todas soma a parte por gay casamento do da aprovação ao fato que remetiam de uma pública construção de sen- Trata-se Corte. da Suprema (“o amor vence”), semântica positiva com uma tido social carga da platafor às processualidades graças tempo, que, ao mesmo 164 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 4 Reconexões: aexperimentação religiosa em a instituição religiosainstituição a sociedade. ea No processo de midiatização religiosostas” das zonas decontato multiplicação e uma – entre “especialis- ou “profissionais” os com contraste “profanos”,em bém passa a estar, de formanas mãosde “amadores” pública, ou -se democratizaçãouma daexpertise religiosa –queagora tam católicos, nosfluxos comunicacionais doambiente digital. eclesial, mediante acirculação desentidos e discursos religiosos tir etambémpara alémdaquiloqueéofertado pelainstituição – favoráveis, resistentes, contrárias ousubversivas, etc. –apar para comaIgreja, edasociedadepara comaprópria sociedade sobre ocatolicismo, daIgreja para comasociedade,dasociedade ciais emredes digitaisproduzem novas modalidadesdiscursivas bólico eteológico dainstituição.Dessaforma, asinterações so- desconstruídos nasinterações sociais,para alémdocontrole sim- pos edemaisinstituições,religiosas ounão),sendoconstruídos e taneamente pelosmaisdiversos agentes sociais(indivíduos, gru- por exemplo), massimofertados-recebidos permanente esimul- dos não apenas por um polo fixo de produção (a Igreja-instituição, para asociedadeemgeral. tomar a palavra publicamente e podem comuns fiéis próprios mídia”,os “grande também a mas católico”, “isto nãoé”:apenasainstituiçãoreligiosa, nemsó um ambientetui socialemquepodedizer publicamente “isto é -se dasplataformas digitaispara suaspráticasreligiosas, consti- sobre ofenômeno religioso.rede, Em sociedade, a apropriando produzir palavrauma publicamente edeagirtambém pública o Facebooktais, conferetambém aosagentescapacidade de uma rede Construtos sociaissobre ocatolicismo vão sendooferta - No Facebook,possibilita- como vimosnoscasosacima, Ao conectaros usuários entre si mediante redes digi do publicamente comoapoiopara acausagay. curso católico,em queotranscendente éconvoca- vimento LGBT torna-se pano de fundo desse dis dizer o “católico” midiaticamente - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 165 - sub- , que se caracteriza pelas ma- caracteriza , que se religiosa Fiéis, não fiéis ou infiéis, nas redes digitais, constroem pelos construtos é formado o “católico” sentido, Nesse - as páginas “cató Facebook, do sentido de Na economia em cada Especificamente página, tais bricolagens encon- o reconhecimento de sua credibilidade dentro da esfera social, da esfera dentro credibilidade de sua o reconhecimento em vigor na instituição e práticas buscando mudar os valores no campo como “fato” o que é percebido eclesial e transformar assim, um novo Surge, 2010). MILLERAND, (PROULX; católico Palavra”, da “ouvintes meros como não fiéis, dos posicionamento - que é comu a fé, sobre de uma palavra” mas como “produtores pessoal” “palavra ser de deixando sociodigitais, nicada nas redes para ser uma “palavra ao social”, entrar no fluxo da circulação comunicacional midiática. me- sociais nas redes que circulam o catolicismo sobre sociais - (JAURÉGUI usuários dos “contribuições ascendentes” diante ocor portanto, sociodigitais, Nas redes 2011). PROULX, BERRY; digital, para além da “produção” midiático-eclesial, existe outra outra midiático-eclesial, existe além da “produção” digital, para suas pelas não apenas notar se faz que rede, em ubíqua, “produção” midiaticamente o que já está “produzido” de empregar maneiras nas mas também institucional, ordem da parte por a religião sobre em rede. que circulam próprias, suas produções uma experimentação re em primeiro do catolicismo: objetivas e, ao mesmo tempo, jetivas seu a partir do o catolicismo cada página reconstrói porque lugar, = papa; catolicismo (catolicismo simbólico próprio microuniverso porque Em segundo lugar, = diversidade). = doutrina; catolicismo - ao reconheci publicamente ser exposto só merece o catolicismo nifestações sociais públicas sobre o religioso, delineando uma o religioso, públicassociais sobre nifestações das sociedades em midiatização. específica religiosa prática licas” tornam-se filtros que retomam, transformam ou rejeitam – segundo interfaces e protocolos específicos – as crenças e as É o que em geral. catolicismo e do da Igreja-instituição práticas que de “bricolagens (2011) chamam Choon & Proulx identitárias”, em e grupos pessoal dos indivíduos na exposição se manifestam religioso, No âmbito e na sua demanda de reconhecimento. rede, - buscam o reconhe páginas analisadas, transversalmente, as três cimento público da sua reconstrução específica do “católico” nas sociodigitais.redes tram a sua força na exposição e afirmação de singularidades 166 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 2011, p. 51, trad. nossa). Tais reconstruções nossa). buscam resistir espe- trad. 51, p. 2011, lhes sãofeitas”que (LAULAN, JAURÉGUIBERRY;apud PROULX, dão àsofertasusuários, ospúblicos tecnológicas [esimbólicas] diversa,ção múltipla, criativa esempre ativa queoscidadãos, os campo religioso católico (PROULX, 2012). locamento docurso dareprodução social dasrelações depoderno des- o e desvio o permite Isso Católica). Igreja a (como específico individual esocialdecríticapúblicaefetiva sobre umator social ciais comooDiversidade Católica, porexemplo, emerge umpoder book easpráticas sociorreligiosas desenvolvidas porgruposso- MILLERAND, 2010). (PROULX;comuns leigos fiéis por compartilhadas e criadas sos, de sentido a partir da proliferação de redes de saberes religio - religiosos,tas” formasdando espaçoa cooperativas deprodução forma,ta o exercício da autoridade tradicional dos “especialis- de engajamento eclesial por parte do fiel leigo, rompe-se, de cer 2011). Pois, nessas novas modalidadesdetomada dapalavrae CHOON, (PROULX; institucional controle do eficácia anular,a mo táticas maiselaboradas dedesvio, quepodemcomplicar, oumes- pelas lógicascatólicas dominantes. desnaturalizaçãoa e crenças,de práticas estereótipose veiculados ciodigitais epráticas religiosas desviantes, comoadesconstrução rentes dasinterações emrede, usosemancipatórios dasredes so- versidade da “Catecismo como justamente definem se da plataforma Facebook edopróprio catolicismo (empáginasque marcos condicionantes (masnãonecessariamente determinantes) Mesmo queessasreações aocatolicismo ocorram dentro dos rias. minorias eclesiais ou de crenças e práticas católicas minoritá - visibilização,reconhecimentode publicização, de elegitimação propriamente ação uma é também comuns, fiéis dos zer papa, narelevância dasuadoutrina, nasuadiversa universalidade). é “objetivamente” relevante emdeterminado aspecto (naaçãodo mento socialpelofato deque,para oscriadores detaispáginas,ele o “católico” publicamente, nosambientes digitais,por parte Trata-sede modalidades de resistênciarea, ouseja,“a - Na interação entre aplataforma tecnológica doFace- Tais açõesdosusuáriospodemser vistastambémcomo Nas práticasreligiosas emrede,possibilidade dedi- a Católica surgem,”), mediante invenções sociaisdecor - Igreja Católica ”,- “Di teopolítica - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 167 - civil-reli empowerment ), que se expressa como um como expressa ), que se as estratégias perante usuários dos táticas Essa potência de agir se expressa naquilo que chamamos de agir se expressa Essa potência partir de algo já dado (a dou- permitem As reconexões Assim, as diversas bricolagens sobre o catolicismo na na o catolicismo sobre bricolagens as diversas Assim, - realiza “ultraconexões” “novas”, , ou seja, conexões reconexões do dispositivo comunicacional e eclesial, por meio das quais do dispositivo (cf. indivíduos dos e autônoma a criativa capacidade se revela uma distân- e socialmente criativa Demarcam 2012). CERTEAU, - e da Igreja-ins católico à dominação do discurso saber-resistir um de a organização tituição mediante em um fortemente mundo gioso, somado a um de existir desejo conectado. de do já dado em termos além que vão em rede das pelos agentes e nas quais o religioso, sobre ou simbólicos sociais, tecnológicos - re Tal do “católico”. comunicacional a reconstrução se manifesta construção por ocorre meio de ações de confirmação (reiteração), de (oposição), em processos (negociação) e subversão invenção comunicacional em rede. circulação in + (invenção, a algo novo e chegar por exemplo) trina católica, seja, Ou católicos). construtos (os heterogêneo ), híbrido, venire e mas são construídas “em si mesmas”, não existem as reconexões ação social de comunicação. Elas pela mantidas constantemente como expressam se - “inume mediante ocorrem sócio-tecno-simbólica economia ráveis e infinitesimais metamorfoses” (CERTEAU, pelas quais constituídas pelas “mil práticas 2012, microrresistências 40), pelas técnicas do espaço organizado se reapropriam usuários - (ibid., p. indica Prou 41). Como sociocultural” da produção uma casos, nesses manifesta-se, nossa), p. 1, trad. lx (2012b, d’agir agir” (puissance de “potência - “ideológi clima ao e Igreja da institucionais normas às cificamente espaços não oferece que da instituição, no interior dominante co” minorias das diversas parte por da palavra e de tomada de debate a co- como um todo, como catolicismo que compõem o religiosas digital que economia assujeita contri- o usuário “A munidade LGBT. (PROULX; resistir” meios para paradoxalmente, lhe oferece, buinte assumir pode Essa resistência nossa). 2011, p. 110, trad. CHOON, sociodigi- nas redes presentes militantes” de “práticas a forma quanto individual à vigilância, tanto de resistir tais, como formas coletivamente. 168 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados de circulação comunicacional. demais proceptores das diversas microrredes, em umprocesso vez,e que,porsua dela, afetarão aspotenciais novas açõesdos “compartilhamentos”) quesedarãoprópriana fora ou página outras porparte dos demais usuários (como as“curtidas”ouos desencadeia ações ao postaralgo, página, sentido, emqueuma aos seus leitores, por exemplo, massim de uma coprodução de da CUDICIO, 2010, p.243, trad. nossa).Nãosetratameramente emerge das suas trocas comunicacionais” (LICOPPE; PROULX; ou maisinteragentes “produzem umconhecimento novo eque trica de divisão do trabalhode produção de sentido, pois dois técnica eteopolítica porparte dosagentes conectados. para também que apontam tínuas, resistênciauma moral, socio protocolos existentes, em umprocesso de transformações con- ção, desvio emetamorfose dos sentidos, das interfaces edos varia diferença, subversão dosindivíduos emrede, bricolagem, por controle simbólico,açõesdereconstrução, invenção etambém Por isso,asreconexões existem comorelações depoder, disputas plataformainstituição eclesial. ou mesmopela comunicacional fronteiracia euma emumambiente fornecido de antemão pela 5 Pistasdeconclusão: areconstrução do rios (BRAGA, 2013). abrangênciadisseminaçãoda deconteúdos por parte dos usuá- sociodigitais, por suavez,a aceleração possibilitam eamaior circulaçãoque surgemcomunicacional apartirdos dispositivos 2013; FAUSTO(FERREIRA, NETO, 2013). novosOs circuitos de constituem enquanto tais justamente em sua “açãocirculatória” “recepção”,se e “produção”mas de fixos papéis a mais atêm se comunicacional, emqueindivíduos, grupos e instituições não partir dosconstrução socialamaisvariados polos dacirculação marca asmídias digitais,o“católico”complexaé, assim,uma “católico” emnovos fluxos decirculação transmissão de conteúdo das páginas católicas do Facebook Dessa forma, asreconexõesmodalidade simé sãouma o lx cmnccoa d snio icsat que incessante sentidos de comunicacional fluxo No - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 169 - - “ino- Podemos dizer com Cardon (apud JAURÉGUIBERRY; (apud JAURÉGUIBERRY; Cardon com dizer Podemos - da midiatização contem dos desdobramentos A partir de : de circular é uma ação a circulação sentido, Nesse - a reli portanto, midiatização, em sociedades Em rem no âmbito das redes digitais. O “católico”, nas interações em nas interações digitais. O “católico”, das redes no âmbito rem - e prá crença torna-se individual, do que uma intuição mais rede, a constituição de mediante socialmente, tica discutida e debatida um usuário torna-se sociossimbólicas. Cada e de relações redes elemento constituinte e complexificador da pluralidade católica e públicos acessíveis de meios detentor agora dispersa na rede, “Na internet, sua criativa. capacidade e expandir manifestar para um realiza também mas fé, sua de coconstrutor é apenas não fiel o - tensio como um todo, religião a própria sobre criativo’ ‘trabalho 2012, p. 307). ” (SBARDELOTTO, eclesial’ nando a ‘interface passa uma por em rede que o “católico” 2011) PROULX, não da cúpula eclesial, mas sim , proveniente ascendente” vação por usuários iniciantes, formadas de suas “bases conectadas”, suas que propagam “católico”, do ou reformadores contribuintes me- pessoas amplas mais de a redes “católico” o sobre invenções postos sociais construtos os Assim, de cooperação. gestos diante complexificação uma por passam comunicacional circulação em senti- de circuitos nos e fluxos nos simbólica e tecnológica social, formam que se sociais e as interações a circulação Em rede, dos. que a do importantes mais tornam-se dar-lhe movimento para que são “circulados” bens comunicacionais dos natureza própria 2011). PROULX, (JAURÉGUIBERRY; de um novo modo, a desse emergência percebe-se, porânea, - re da linguagem para comunicacional, que “apropria-se sujeito NETO, o seu socius” (FAUSTO o mundo e referir referir ferir-se, 2010, p. 8), o que explicita dos processos a dimensão “circular” “da emissão à transmissional comunicacionais e não meramente an- 2012). Trata-se, (BRAGA, ou “depois da recepção” recepção” produtiva” de “recepção simultâneo de gestos de um processo tes, (FERREIRA, 2013), como vimos na consumidora” e de “produção católicos. e indivíduos/grupos a Igreja-instituição entre relação uma plurali interpenetrar de articular, de acoplar, de interagir, gião – como campo social – e o catolicismo, na sua especificida - sociais” de práticas e aleatório efêmero “resultado de, são um que ocor nossa), trad. 2011, p. 105, PROULX, (JAURÉGUIBERRY; 170 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados sociavelmente,liberdadepensar a a comoprodutividade, como berdadeautonomia ea “como produção ecomo relação,e, indis controle institucionais eclesiais. A rede nos ajuda a pensar a li- autonomiade ea sociais católicas secontrapõem aopoder e ao dominante.para Issoaponta o fato deque,emrede, aliberda- socioeclesial – mesmo que nemsempre naesfera institucional social eàaquisiçãode poder desses grupos na esferae pública cas de determinados grupos católicos levam aoreconhecimento midiáticasdascrençaspublicização visibilização ea a epráti- participação eoengajamentocializa a político-eclesial,emque 6, trad.2012a, p. midiática ativaparticipação nossa), a e poten - digitais, plurais,blicas heterogêneas, contraditórias” (PROULX, interacional-comunicacionais. xas, emquenenhumdospolosdetém ocontrole dasdinâmicas de intencionalmas sim ecausal, de processualidades comple- cos, os indivíduos – nãosão produtos atividaapenas de uma - instâncias de recepção – sejam estasaIgreja, os grupos católi - interações comunicacionais entre instânciasde produção e ferenças edivergências, etambém que, pormeiodainteração,a comunicaçãoéaquilo di institui e seorganiza.se constituiu E,sendo um processo circulatório, positivos conexiais, portanto,própria a comunicaçãoemrede e regulaçãode sentidos”(FAUSTO NETO, 2010, p. 8).Nos dis ção eque“seoferece como lugar deprodução, funcionamento “ordempor uma queostranscende”,que permite comunica- a das redes digitais constituem-se e encontram-se mobilizados eles gerado eque,porsuavez, osenvolve, demodocomplexo. da dinâmicadassuasações comunicacionais, do ambiente por grupos específicos: mas das lógicas e matrizes que os articulam, Facebook, nemdo “católico”, nemdaIgreja, nemde indivíduos ou interaçãoa entre osagentes emrede. Nãosetratada plataforma comunicacionais quepossibilitamaconexãoe organizam digital um sistema sócio-técnico-simbólico heterogêneo de matrizes naquilo quepodemos chamar de ção, tecnologias, lógicas,dinâmicas,contextos de comunicação, agentesmas também de produção emsituação e/ouderecep- dade diversa deelementos:mensagens esentidos, apenas não Nessa “multiplicidade de microesferas [religiosas] pú- Quer emprodução, queremrecepção, osinteragentes dispositivo conexial, ouseja, se instituiapartirdelas.As - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 171 - . Salvador: EDUFBA, EDUFBA, . Salvador: Mediação e midiatização Portanto, não se trata mais de um processo histórico histórico um processo mais de trata não se Portanto, - a visualiza em suma, permite sociodigital, A circulação 2012. p. 31-52. - de co a produção para perguntas Dez J. L. et al. (orgs.). . São Unisinos, Leopoldo: em comunicação nhecimento 2013. p. 156-171. Florianópolis, n. 5, p. 9-16, 2005. Disponível em . Nilda JACKS, JUNIOR, Jeder; Maria Ângela; JANOTTI (orgs.). dos agentes sociais (PROULX, (PROULX, sociais agentes dos e autonomização subjetivação BRAGA, José Luiz. O que a comunicação transforma? In: BRAGA, In: BRAGA, Luiz. O que a José comunicação transforma? BRAGA, Referências , Travessia Outra O que é um dispositivo? Giorgio. AGAMBEN, Campos Sociais. In: MATTOS, versus Luiz. Circuitos José BRAGA, em que a própria instituição eclesial dominante define - institu expressar se social pode em que o agente o quadro cionalmente consequen suas de e heresias das definição na (como resistir ou - feno ou seja, da totalidade midiático”, do “texto ção da construção das comple- em rede, de comunicação menológica dos processos de agen- conectados, os coletivos indivíduos os entre relações xas discursos e símbolos produzidos os conteúdos, sociais em rede, tes que demandam mais e interfaces, e compartilhados, os protocolos ou computacional das tecnológica do que uma análise meramente dos seus mas também a compreensão sociais”, chamadas “redes - re E a interface pela sociedade. de apropriação modos complexos a análise desses processos. para privilegiado ligiosa é um âmbito capacidade prática de ser afetado e de produzir efeitos” (VIDAL, (VIDAL, efeitos” e de produzir afetado de ser prática capacidade nossa). trad. 2012a, p. 5, apud PROULX, autônoma pública uma de palavra a produção mediante 2012b) sobre o graças “católico”, a práticas de resistência e de afirma- “su- dos “sem parte”, dos “sem voz”, dos parte por ção, inclusive sociais e eclesiais. das “periferias” balternos”, tes penalidades). Mais do que tal processo de individualização individualização de tal que Mais do processo penalidades). tes um processo de diante estar da instituição, cremos parte por de 172 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados MILLERAND, Florence; PROULX, Serge; RUEFF, Julien(orgs.). LICOPPE, Christian; PROULX, Serge; CUDICIO, Renato. JAURÉGUIBERRY, Francis; PROULX, Serge. Usagesetenjeuxdes FOUCAULT, Michel.Microfísica Jairo;FERREIRA, FOLQUENING, Victor.indivíduoO eoator nas Jairo.FERREIRA, Comocirculaçãoa direciona osdispositivos, in- Jairo.FERREIRA, Umaabordagem triádicados dispositivos mi- FAUSTO NETO, Antonio. Comoafetamas linguagens e sãoafeta - FAUSTO NETO, Antonio. Acirculaçãodas bordas.além In: CERTEAU, Michelde.Ainvençãocotidiano do 1: artes defazer. Presses del’Université duQuebec, 2010. Web social l’Université duQuebec, 2010.p.233-252. communication. Québec:Presses dela cial: mutation de Florence; PROULX,Serge; RUEFF,(orgs.).Julien Webso- messageries instantanées enentreprise. In: MILLERAND, coopérationContribution et de l’usage distance via à technologies decoomunication Graal, 1982. 84, p.137-145,jun.2012. juminados. brechas da midiatização: contrabandos emespaços con- municação. SãoLeopoldo:Unisinos,2013.p.140-155. perguntaspara produçãoa conhecimentode coem - divíduos e instituições?In:BRAGA,(orgs.). J.L.etal. Dez Disponível em:. diáticos. nicação. SãoLeopoldo:Unisinos,2013.p.43-64. guntas para aproduçãode conhecimento emcomu circulação?das na In: BRAGA, (orgs.). J.L.etal. Dez per- gl/hN2Ec9>. Rosario: UNR, 2010. p. 2-17. Disponível em. teracciones digitales. Barcelona: Gedisa, 2004. digitales. Barcelona: teracciones pratiques des publics dans les pays du médias Sud: des des publics dans les pays pratiques 2012b, p. 1-17. Agadir, classiques aux TIC, de multiples questionnements. In: MILLERAND, refour so- Web Julien (orgs.). RUEFF, Serge; PROULX, Florence; de cial: mutation de la communication. Québec: Presses du Quebec, 2010. p. 13-32. l’Université du et progressive douce une intériorisation mériques: 59, p. 105-112, 2011. n. social. Hermès, Paris, contrôle sentado no XVIIIe Congrès international sociologues des international no XVIIIe sentado Congrès “Sociologie travail de Groupe (AISLF), languede française 7-11 jul. 2008. Istanbul, de la communication”, - capitalisme d’un l’emprise à information bution face nel: premières réflexions. Christiana. In: CONSTANTOPOULOU, 2012a. p. 1-9. Paris, d’Agadir In: Colloque connecté. fortement SBARDELOTTO, Moisés. Entre o social e a técnica: os processos os processos o social e a técnica: Moisés. Entre SBARDELOTTO, Carlos. SCOLARI, PROULX, Serge; MILLERAND, Florence. Le Web social, au car- Le Web Florence. MILLERAND, Serge; PROULX, socionu des réseaux Mary J. K. L’usage CHOON, Serge; PROULX, bit se fez Moisés. E o Verbo SBARDELOTTO, PROULX, Serge. La puissance d’agir d’une culture de la contri- d’une culture puissance d’agir La Serge. PROULX, un monde dans citoyens d’agir des La puissance Serge. PROULX, La sociologie des usages, et après? La sociologie et après? des usages, Serge. PROULX,

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 175 1 - - Edu Jacques Edu political intervention midiatização, Harry Potter, circulação, ativis circulação, Potter, midiatização, Harry O artigo apresenta uma análise comunicacional da O artigo apresenta Edu Jacques é doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da em Ciências Pós-graduação de pelo Programa é doutorando Jacques Edu [email protected]. CV: Jornalista. Contato: Comunicação da Unisinos. http://lattes.cnpq.br/0884068389959665. como objeto de intervenção política de intervenção objeto como de Harry Potter ficcional A narrativa as an object of fictional narrative Harry Potter’s 1 clusivamente lúdicos. clusivamente Palavras-chave: mo, circuitos. Resumo: Resumo: justaposição discursiva entre a narrativa da série Harry Potter Potter Harry da série a narrativa entre justaposição discursiva político promovidas com intuito casos de manifestações e dois empunham manifestantes exemplo, No primeiro por seus fãs. - com o enre no Brasil de 2013 os protestos cartazes associando de divulgação objeto se tornam suas fotos e logo do da história, com internacional No segundo, uma organização no Facebook. fins filantrópicos, Harry Potter Alliance, apresenta campanhas Ambas bruxo. jovem do da saga base temas como tendo sociais mundo no de intervenção buscam alguma forma as iniciativas baseada diretamente na ficção. Abordamos a conjuntura da recepção, continuidade como da série destaca a circulação que um e a noção de 2012), (BRAGA, comunicacionais em circuitos tratados Os casos 2013b). (PROULX, capitalismo informacional não ex propósitos com fãs ação dos a capacidade de expressam 176 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados circuits. Keywords: mediatization beyond playful purposes. ism (PROULX, 2013b). These cases express fans’ empowerment circuits (BRAGA, 2012), and thenotionof informational capital ries, understoodof reception,continuity as incommunication emphasizes discuss that the circulationthe situation of these We fiction. on directly based world the in intervention of form from thesaga of the young wizard. Bothinitiatives seek some Potterpromotes Alliance, social campaignsbasedonthemes on Facebook. Inthesecond, aninternationalcharity, Harry Brazilof thestory.with theplot Later,their pictures are shared demonstrators holdplacardsthe 2013 protests associating in example, first the In fans. by series Potter Harry the of priation Abstract: 3 2 1 Introdução bilheteria de obtiveramêxito igualmente filmes oito em BrothersWarner estúdio pelo organizadas cinematográficas versões As glófona. como ademaior comercialização nahistória da literatura an- sa, em 450milhõesdeexemplaressa, Estimam-se asvendas,considerando-se apenas inglelíngua a - jovensleitores.seus contexto de ao ficcionais situações adaptar subsequentes demonstrou agrande capacidadedaautora em com talextensão, 50milpalavras (GUNELIUS,2008). de fantasia,ainda maissetratando de umtexto para crianças mercado, queapontavampara declínio nasvendas um deobras da editoraaposta Bloomsburycontrariava asperspectivas de ro livro, Potter Harry Stone,Philosopher’s and the em1997. A autorainiciante. AbritânicaJoanneRowlingseu primei lançou para estreia em2016. Animais Fantásticosganhará eondeHabitam forma versão emuma prevista 2014, houveEm novade uma anúncio envolvendotrilogia oenredosérie. da Ver BBCNEWS,2011,nasreferências. Mas o bom índice devendaso bom Mas e dos inicial dotítulo Harry Potter surgiusérie comouma literária deuma 3 The paperpresentsanalysis an oftwo forms of appro- . , Harry Potter 2 o u qaiiai a série a qualificaria que o , , circulation , activism - - - ,

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 177 - - efetuado online efetuado

marketing chamada Harry Potter Alliance. chamada Harry Potter para tratar de de sua capacidade tratar para internet - considera merece empíricos A incursão em tais objetos está (2013b) Proulx a digitalização de que fala De fato, - profun é ficcional narrativa uma de recente difusão Tal Neste artigo, atentamos para dois objetos que têm esse que têm objetos dois para artigo, atentamos Neste ções sobre a ordem comunicacional que experimentamos. A mi- comunicacional que experimentamos. a ordem sobre ções 1990 anos dos final o desde menos pelo fala se qual da diatização da era a mudança atuais sobre que guia estudos é um panorama tipo desse de massa. Um fenômeno de comunicação meios dos as ações quanto técnica de ordem alterações tanto compreende da sociedade. no interior regime mutações no das mudanças atuais, produz no cerne o que a implica- pensada quanto ser ela precisa e, assim, econômico, A mutação midia- capitalismo, simbiótica com a do futuras. ções das na construção uma mudança tização, alimenta igualmente segundo aqui considerados serão Os personalidades. indivíduos empowerment inglês o termo agir no mundo. damente explorada dentro das redes digitais. Inicialmente, pode Inicialmente, digitais. redes das dentro explorada damente mos destacar dois fatores como relevantes no sucesso de Harry de sucesso no relevantes como fatores dois destacar mos - o desenvolvimen com que cresceu leitores de a geração Potter: e o próprio comercial internet da to 2 Midiatização e capitalismo informacional 2 Midiatização e capitalismo em cima da marca. A despeito da formação de núcleos amado- de núcleos da formação A despeito em cima da marca. que tópico e reescrevê-la, a trama em explorar interessados res sobre debruçamos aqui nos dissertação, nossa em trabalhamos uma Propomos à série. culto mais politizada do uma expressão políticas explorando ações desenvolvem como fãs análise sobre designamos ação política Por inspiração. enquanto Potter Harry crí de social, contexto de um dentro autores seus dos a intenção numa com a constituição do sujeito Em relação tica e reforma. - reve posicionamentos esses veremos, como midiatização, de era campo comunicacional no ainda não discutido lam um fenômeno nossa atenção. e atraíram - postadas por bra – político,sentido ampla em acepção –, as fotos e campanhas de uma de socialização Facebook na rede sileiros baseada na organização 178 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados ramenta,os dispositivosque são empregados. visão de da Além sem seexpressar.não ésomente Mas apartirdoconcreto, dafer 1990 ajudou adisseminar terminais para queindivíduos pudes anos dos partir a intensificada dispositivos dos digitalização A cas demeiosemediações naatualidade? atores individuais nos circuitos, como pensar as questões clássi - de entrada a com atenuadas ficam recepção e produção entre epistemológicos parapesquisa emnossaárea.a Se asfronteiras rios comuns. Ademais, esse cenário detransição traz problemas 2013b), assuntos daordem dodiaemtextos efotos deusuá- pressa, numa mistura de esferacom privada pública (PROULX, de funcionamento das próprias redes de socialização, queex Literatura, porexemplo. Harry Potter noFacebookentre Comunicação eda oscamposda simultaneamente. Poderíamosapropriações situaralgumas de sentidos proferidos participam, portanto,circuitos de múltiplos de campossociais preexistentes.plausível É pensarmosos que rariam emcircuitos comunicacionais formados sobre vetores nuo”.contí- Osdiscursos mobilizados pelos agentes midiáticos ope- “fluxo de modelo num recepção, à seguinte momento o ção, masrecentemente elaveio a secomo estabelecer também lhavam como processo intermediário entre produção e recep- preensão da circulação:distinta antes as interpretações atraba de circuitos comunicacionais. Braga (2012) uma com- acentua parade massa de comunicação análise midiatização éa da a sor para entendermos a transição emcurso da era dos meios indústria. si mesma integra oudescarta asferramentas fornecidas pela tecnologia, poisprecisaríamos pensar emcomo a sociedade por isso, circunscrevê-lanão bastaria ao âmbito deprogresso da sociação entre desenvolvimento técnico einvençãoPor social. (2012) têm tentadocompreender o fenômenoas- uma de luz à ceito aindaemfase deconstrução.Pesquisadores comoBraga 2.1 Midiatização A tecnologia éelemento participantemidiatização. na lógica atravésobservadoda ser pode contínuo fluxo O Um posicionamento quetem sedemonstrado promis novidade,A midiatização,porsua consistecon- emum ------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 179 - - - - siste mudanças no aponta para 2013b) (2013a; Proulx as compreendermos a última Destacamos delas para A “contribuição” de que fala Proulx é, por definição, Outro pesquisador do assunto, Henry Jenkins (2009), Jenkins Henry assunto, do pesquisador Outro 2.2 Mutação do capitalismo 2.2 Mutação in- dos atribuições novas das a partir surgem que ma econômico O o capitalismo desenha pesquisador contemporâneo divíduos. de digitalização modos dos características: com base em quatro in- código do propriedade mundo; do matematização produção; da contribuição. e economia empresas; grandes por formacional um Presenciaríamos Potter. a Harry em relação de fãs ações e outra mercantil uma perspectiva entre de embate momento ativista. Proulx salienta nessa indefinição uma bifurcação entre a e uma corrente, por capitalismo, defendido do estágio um novo - defen mercantis, das relações possibilidade de um mundo fora utópica. dida por outra, como a Wikipédia coletivos Assim são projetos não remunerada. ou as ações que fãs desenvolvem. Não fica claro o que os indi fendida por Braga no sentido de articular tecnologia e invenção e invenção tecnologia articular de sentido no Braga por fendida para aspecto aponta outro (2006) análises,social nas Ferreira ele incluiria também dispositivos: dos o funcionamento explicar pensá-los. para semiodiscursiva a camada víduos buscam nessa forma de trabalho, se aperfeiçoamento, aperfeiçoamento, se trabalho, de buscam nessa forma víduos mas sua reconhecimento, colaboradores, com outros interação os para quanto a sociedade para tanto associação é produtiva eles no por deixados nos rastros que encontram empresários, de digital uma de mapear os interesses possibilidade ambiente 2013a). consumo (PROULX, agremiações. mais pelo dessas simbólico sentido interessa-se representar para participativa” “cultura Ele utiliza a expressão sua inter Embora coletivamente. produzem o que indivíduos entre sobreposições encontra Jenkins fãs, os enfoque pretação popular e da política, no exemplo como da cultura circuitos de imagens de um persona uma colagem amadora oferecido: - gem da Vila Sésamo e de Osama Bin Laden acabou aparecen Médio. no Oriente EUA os contra em protestos em cartazes do da imagem, pelo criador prevista sido não havia Essa amálgama 180 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 2.3 que aostentavam. erae tampouco compreendida nosentido original poraqueles cidade de agir noambiente web circuitos para osindivíduos, Proulxse questionasobre capa a postamente maisdemocráticos. o quehouve foidesses regimessubstituição a porgovernos su- deve sersuperestimado, pois,antessubversão deuma dopoder, queda deregimes autoritários durante aPrimaveraÁrabe não industrial. Também quanto à governança, o episódio recente da essa hegemonia parecetas, lógica com a mais acentuada ainda Microsoft, dentre asmaiores empresas. Nocampodasferramen- sob quemcomandaos algoritmos, situandoFacebook, Google e auto-organização,o domínio dosdiscursos mas se encontra há uma não cendo-se de que,mesmonodomínio da internet, sociologia queexalte excessivamente opoder popular, esque dividual organizado. Proulx (2013b) cita afragilidade de uma através dasplataformas digitaisiràsruas exercitar suavoz. -nos umajuventude queparecia dispostaapermanecer nacrítica tações, mascoletivos organizados. Emcertamedida,surpreende- 2013, nãosãomaisinstituiçõestradicionais apromover manifes- tônomo. Agora, comonogrande protesto brasileiro emjunhode de forma banal,teriam conduzidoaumlevante popular. nifestações populares contra ogoverno tunisiano, que,iniciadas de grandes proporções. Proulx(2013b) cita oexemplo das ma- Istoorganização é,a emredesde desencadear écapaz eventos duo conectado écapazde produzir efeitos além dos circuitos. trabalhaas possibilidades de mudança social.Oagirdo indiví- inspirada emEspinozaebaseadanapotência criativa doser. filosófica, ordem de perspectiva uma a corresponde segunda a a umcontexto sociológico de dominação e resistência, enquanto trabalhadopor eletem duasacepções.Aprimeira diz respeito Empowerment Nesse contexto de colaboração eformação de novos Mas há riscos Mas ao assumiressapotência dopoder in- O “eu”dessageração digitaldefende oanonimato eéau- É emrelaçãoa esse conceito queoprofessor canadense . Oconceito de empowerment - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 181 - - - - mantido por Azkaban é a prisão do mun- Azkaban do mágico mencionada no Potter, de Harry livro terceiro são dementadores enquanto - os personagens que perse e são capazes guem fugitivos as vítimas até de atemorizar que fiquem insanas. O ataque é conheci- dos dementadores do como beijo e assemelha-se a uma sucção. Figura 1 – Fonte: A Varinha 1 – Fonte: Figura • ) de Harry Potter pode servir como alter pode servir Potter ) de Harry No caso dos fãs, a capacidade de agir deve ser reconhe ser deve de agir a capacidade fãs, dos No caso Os protestos brasileiros de 2013 começaram em São em começaram 2013 de brasileiros Os protestos sua expres associar resolveram ativistas Alguns desses cida pelo tipo de comunidade que se forma. Jenkins (2009, p. Jenkins (2009, cida pelo tipo que de comunidade se forma. de histórias elaboração para um circuito como descreve 244) (fanfictions derivadas nativa para o letramento dos participantes. Enquanto o exposto o exposto Enquanto participantes. dos o letramento para nativa à está acepção mais associado sociológica a protestos em relação mais posiciona se último exemplo , este empowerment termo do no segundo sentido. portanto à capacidade criativa, em relação - reti a seguir foram Os exemplos Potter. de Harry são à narrativa um espaço no Facebook da página A Varinha, rados único não seja o esse Embora colecionáveis. artigos uma loja de - a postar conteú especialmente da página, dedicada ela é objeto do sobre a ficção do bruxo. uma jovem Oferecemos contextuali uma maior compreensão. cartazes para nos zação do texto Paulo, promovidos pelo Movimento Passe Livre. A manifestação A manifestação Livre. Passe pelo Movimento promovidos Paulo, cidades em junho, quando as maiores dimensões grandes tomou o conter inicial era passeatas. A proposta do país registraram temas público, mas logo outros do transporte da tarifa aumento saúde e educação. em pauta, como Copa do Mundo, entraram 3.1 Protestos no Brasil 3.1 Protestos 3 Observação sobre os fãs sobre 3 Observação 182 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados • • doria esenso de justiça. Harry Potterpersonagem éreconhecidoO estuda. sabe- por sua Dumbledore é odiretorde Hogwarts, da escolamágica onde cruxes dovilãoVoldemort para derrotá-lo. livro,No último Harry e seus amigos precisam destruir as hor bruxos.objetos Os para sãofundamentais resoluçãoa trama.da Horcruxes são objetos mágicos capazes de de armazenar a alma Figura 2-Fonte: AVarinha Figura 3-Fonte: AVarinha - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 183 - e membros que se sentem entusiasmados sentem que se e membros 4 com o poder da história para inspirar mudanças mudanças inspirar para da história com o poder enfrentaram amigos e seus Harry Como sociais. as Artes das Trevas no universo ficcional do as horcruxes destruir nós tentamos Rowling, de JK Harry Potter Alliance é uma união de líderes de de Alliance uma é união de líderes Potter Harry fandom Trata-se de uma organização mantida por fãs da série mantida fãs por uma de organização Trata-se As reclamações são diversas. Na figura 1, as - expres que dizer é política. Podemos casos a frustração Nos três - à sé dos ativistas que a associação entender Podemos Fandom é um termo utilizado para descrever o domínio de atuação dos fãs de de atuação o domínio fãs dos descrever utilizado para é um termo Fandom de domínio de fãs. série. É uma contração determinada que se dedica a temas sociais. Na descrição do grupo em sua pá- Na descrição sociais. a temas que se dedica gina oficial consta: 3.2 Harry Potter Alliance 3.2 Harry Potter pressão individual de alguns fãs e põem entre as manifestações as manifestações e põem entre de alguns fãs individual pressão popular. da cultura com narrativa um intertexto dos brasileiros uma apontam para e “dementadores” sugados” sões “sermos po- com a classe descontentamento de possível interpretação na Também exploradora. vista como uma elite lítica brasileira, figura 3, não fica claro o sentido da mensagem, mas o - prova de algum produto, com o preço cifrão uma frustração sugere ou a corrupção do público, de transporte as tarifas velmente país. Somente na figura 2 é tornado explícito o destinatário. Dilma e a coloca no papel de vilã. O texto menciona O cartaz o vilão mágicos que mantinham – objetos que as horcruxes fala – que ela possui estão acabando e logo terminará vivo original seu período no poder. criativa, questionados de maneira estão sendo os representantes esboçado nos protestos. de brincadeira o tom o que revela - envol As criações trazidos. nos exemplos a texto rie é restrita Em da narrativa. e objetos locais a menção a personagens, vem dos li- conhecimento exigem as referências os exemplos, todos do partir a interpretá-las possa leitor o que para filmes ou vros como ex aparentemente Eles funcionam do cartaz. contexto 4 184 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 6 5 fundamentação. atécontam mesmo com relatórios disponíveis parae consulta terística é odetalhamentodas quais algumas dascampanhas, iniciativas quepodem ser produzidasOutradistância. à carac - vés das redes. Doações, assinaturas, compartilhamentos são pareceAlliance muito maisligadaformasa deintervenção atra- luntário para trabalhar naorganização. te);em dinheiro; doandoquantias eapresentando-se como vo- nas redes digitais (Twitter, Facebook eYouTube, respectivamen- três modos de contribuir: seguindo, curtindo e inscrevendo-se que organizou umreferendo sobre otema. panha de casamento entre pessoas do mesmo sexo no Maine, a segunda, EqualityFTW: Vote 2012, angariou fundos para cam- nos EUA,onde foi local sediadaconvenção a da série, Leakycon; participantes de um projeto educativo nacidade de Portland, edição (2013)ta arrecadou livros para doar a criançascarentes Accio Books, naverdadee nes- anual, constitui umacampanha do coletivo. Para citarmos as duasmaisrecentes: a primeira, normas detrabalho. seus próprios chocolates comselodequalidadeerespeito às sinado endereçado aoestúdio.Alémdisso,ogrupoproduziu colates. Osfãs interessados podemsubscrever um abaixo-as- Brothers, aoferecer informações sobre aorigemdeseuscho- tém umacampanhapara mobilizaraempresa, ligada àWarner tora dechocolates comamarca deHarry Potter. AHPA man- A organização questionaatransparência daempresa produ- trabalho infantil nasplantaçõesdecacaunooeste daÁfrica. Tradução livre doautor. Neologismoapartir dotermo inglês "illiteracy". Em comparação comoexemplo anterior, aHarry Potter A HPA fornece, além das campanhas específicas, outros anterioresCampanhas podemserchecadasnoacervo A últimacampanhadogrupoécontra aexploração de violações dosdireitos humanos. mundo-realcomo desigualdade,iletramento 6 5 e Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 185 - - - - - Se, por um lado, as imagens do Brasil são expressão são expressão Brasil um lado, as imagens do Se, por É de fãs. de um circuito a formação processo Há nesse rela trazem apresentados empíricos Os objetos dois a ple- de cartazes não represente Ainda que a confecção São duas as possibilidades de intervenção política política es São de intervenção duas as possibilidades tudadas. Se corremos o risco de ampliar em demasia o conceito o conceito ampliar em demasia de risco o Se corremos tudadas. - apre cada situação de contexto o que entendemos “político”, de brasileiros, protestos concepção. Nos nossa esclarece sentada pública manifestação de factual uma circunstância observamos com a cultu crítica em intertexto transformam em que jovens um programa Alliance vemos Potter a Harry Já com popular. ra suas ações se atuação continuado de embora com base na série, diversificadas. jam por si bastante - elas fo outro por junho, de as manifestações durante individual A Varinha. uma página a partir de coletadas no Facebook, ram momentos: dois apresenta portanto, cartazes, dos A circulação digitais. Essa nas redes segundo, passeatas; e o nas o primeiro, Lá Alliance. Potter Harry na observada ser pode também fluidez nas interessados solicitam a participação dos organizadores os - conteú os circular fazer que possam grupo para do sociais redes dos publicados. e não consolidado, pequeno um circuito de que tratamos claro Ainda, atores. legitimados por outros sentidos mas que produz como uma de entretenimento, cadeia se estrutura circuito esse Contudo, observar. pudemos crítica, como mas ocasionalmente as dentre como exceções expostas as situações tratar devemos por fãs. ações promovidas Não so Proulx. ções com a mutação do capitalismo fala de que mercado, do um objeto de no domínio estamos porque mente da contribuição aparece, da economia o fenômeno mas porque - pro A colaboração com vigor. exemplo, no segundo sobretudo o trabalho que, em princípio, político, sendo duz um resultado de lucro. intenção não tem da HPA aficiona- os fãs, dos , empowerment nitude da capacidadede agir, no e intervenção de organização seu potencial demonstram dos Alliance, o Potter na Harry mais aprofundada maneira mundo de 4 Problematização 186 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados Considerações finais organizações políticasmaiscomplexas. ou coletiva,dual éumelemento relevante para pensarmos em mercialde seus seriados favoritos –, massuaexpressão, indivi- eles estariammaisinclinadosaocontrário, amanter a oferta co- tionar omercantilismoatravés dasaçõesdosfãsverdade,na – segundo caso descrito. Nãochegamos tãolongeaponto de ques- as narrativas deorigem. de fazer associações distanciadas emesmo incompatíveis com risco o correm fãs os não se afins, temas latentes possuir sitam que pretendem servir para umavisãode política mundoneces enredo de Harry Potter. Épreciso dizer, então,que asnarrativas que defendena partir deapropriaçõescidadania a a livres do mas,nolimite,modelo deatuação, pági- não passa deuma ela de alcance internacional daHarry Pottersão umbom Alliance surge etornados fãs amilitância descontraída. Jáos programas consequências de suas ações; possivelmente por isso, o humor exemploorigem. O brasileiro parece menospreocupado comas do-se àqueles queentendemmínimo sobre um narrativa a de lítica dominante. efêmeras, masquestionamdemaneiracriativa os valores dapo- Provavelmente intervenções similares sejam àsqueanalisamos ação àmedida queexperimenta essas formas de expressão. parecevez estarcada maisconscientecapacidade de desua Harry Potternado a ésustentadogeraçãopor uma que digital mesmo respaldo porparte deseusfãs.movimento O relacio- forma derecepção naera dasredes digitais? chegadoexperiência atal comsuasséries. novaSeria essauma fã-clubesculturasão uma haviamdo séculopassado,masnão parece não estarnemdentro, nemfora dalógicado mercado. Os ciosa, ainterpretação darealidade segundomoraluma ficcional sujeito pelo contemporâneo.clássica darecepção Longedaatribuição silen- produzida social crítica e ficção entre conjunção O público dessasO público abordagens é limitado, restringin Provavelmente outras séries a seguir encontrarão o perguntasAlgumas ganham se estudaressa sentido ao - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 187 - >. . Belo >. Acesso em: 10 jul. 2015. >. Acesso – Encontro da XVII Compós. – Encontro . : Palgrave Macmillan, Palgrave . New York: >. Acesso em: 10 jul. 2015. >. Acesso , São Paulo: Faculdade Cásper Libero, n. Libero, Cásper Faculdade , São Paulo: Libero Entre o sensível e a Comunicação o sensível Entre Último acesso: 10 jul. 2015. Último acesso: 10 jul. 2015. em: .

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 189 1 - Marcelo Salcedo Gomes Salcedo Marcelo midiatizadas - midiatização, manifesta em rede, sociedade mediatized microrevolutions O presente ensaio tematiza o papel digi das mídias ensaio tematiza O presente Doutorando do PPG em Ciências da Comunicação da Unisinos, com estudos com da Unisinos, da Comunicação Ciências em PPG do Doutorando pelo mesmo Mestre Audiovisuais. e Processos Mídias pesquisa na linha de Sociais. Bacharel na linha de pesquisa Midiatização e Processos programa, em Jornalismo e http://lattes.cnpq.br/0758076748802398. [email protected]. CV: Fotografia Instrumental. E-mail para contato: E-mail: The untimely June 2013, wisps of hope in June 2013, wisps of hope The untimely de esperança em microrrevoluções em microrrevoluções de esperança 2013, fiapos junho de O intempestivo 1 tais nas manifestações que ocorreram no mês de junho de 2013 que ocorreram tais nas manifestações da informação uma crítica das tecnologias A partir de no Brasil. capitalismo das mutações do con- e comunicação sob o prisma buscamos entender (2012), Proulx por proposta temporâneo, como TIC das e apropriações usos dos algumas características - bra política do movimento resistência da de construção meios midiatizadas” é que “microrrevoluções proposição Nossa sileiro. - e poten afetado do mundo têm lugares em curso nos diversos que buscam sanar suas brasileiros, cializado a indignação dos insa- de sentimento um com confluência em demandas próprias - susten sociais e injustiças com as contradições global tisfação nas formas tadas pelo modelo capitalista de consumo e forjadas políticas do século XX. Palavras-chave: Resumo: Resumo: ções no Brasil. ções no Brasil. 190 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados Brazil. Keywords: networksociety, mediatization,demonstrations in sumption andforged inthepoliticalforms ofthe20 and social injustices sustained bymodel of thecapitalist con- sense of globala with dissatisfaction the contradictionswith Braziliansremedyseeking for theirowndemands inconfluence of theworld have affected andpotentiatedof theindignation “mediatized microrevolutions”in variousplace taking parts cal strength intheBrazilian movement. Ourproposition is that the useandappropriationmeans ofbuildingpoliti - of ICT asa Proulx(2012),we seekto understandsomecharacteristics of the light of changes in contemporaryproposed capitalism, by a review of the information andcommunicationtechnologies in demonstrationstook that in June2013 placeinBrazil. Basedon Abstract: 2 1 Olevante daindignaçãonoBrasil ou aassociaçõesinstitucionalizadas). ranças instituídas, com renúncia a filiações partidárias, sindicais na internet) e comaperformance dos atores sociais (sem lide- e apropriações dasTICparaformaçãoa deredes de resistência esteve relacionada comaforma de organização (apartir do uso a realidade socialdo país. Anovidade desta grande mobilização formade noticiarosacontecimentos monolítica eversar sobre foramção, surpreendidos críticas dosmanifestantespelas sua à chamada “mídiacorporativa”e dominamomercado dainforma- tórica. Até mesmoos conglomerados midiáticos,queformam a à passividadediante da maioriapopulação dacorrupção his pessoas tomouque públicos mobilizando milhõesde asruasdopaís, do Brasil.nal onda demanifestaçõesA pormelhores serviços co nahistória sociale,por política, que nãodizer, comunicacio- ago. 2013. brasileiros-participaram-de-manifestacoes-em-438-cidades>. Acesso em: 14

paraefetivas?ações políticas Essassãoperguntasimpor Paraempreendimento, tal analisamos acirculaçãode Resta-nos saber como estaexpansãoda comunicação - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 193 - - - - Isto Isto não significa que haja, automaticamente, uma - re em se organizou do Brasil nos protestos A resistência Nossa proposição central que, na é em que medida central proposição Nossa pectiva que adotamos aqui, começam a produzir comunica - a produzir aqui, começam que adotamos pectiva 2010; NETO, (FAUSTO as lógicas de mídia ção apreendendo política e o FERREIRA, a 2011), da representação legitimidade - se enfra midiáticas das instituições informacional monopólio - ten existentes, modelos obsolescência dos quecem pela própria pessoas as de a possibilidade Criou-se pelo ambiente. sionados de comuni- dos meios independentemente informação obterem sem a necessidade de se auto-organizarem cação tradicionais, sem a - ne nos espaços urbanos de se mobilizarem de lideranças, ou políticos ou sindicatos, partidos de convocação da cessidade o papel das instituições mediadoras. seja, diminuiu-se sistência organizada e eficiente por parte que a web, de tecnodeterminista na ideia problemas Há muitos dos atores sociais. já colocados problemas grandes Um dos a revolução. por si, fará chama do que o autor é o desenvolvimento (2012) por Proulx in- causada pela alienação próprios dos de “pseudodemocracia”, populistas” que reduzem em “desvios perdem que se ternautas do entretenimento do agir político a um universo a percepção - re de redes fãs, de a cultura como fenômenos acentuado por (que não são ruins em si, mas que se etc. games, lacionamento, cidadania de referência quando passam a ser problemas tornam é a pola na web surgido problema Ou, ainda, outro na internet). na antagônicos qual só fazem os discursos radicais, dos rização sem nenhuma cristalizadas possibilidade de crenças reforçar comuns. de objetivos negociação em prol - fei uma sócio-operacional, foram: quais principais, duas frentes - às ruas, e uma sociotéc que saíram pessoas de ta pelos milhares um da internet. Por nica, que consistiu na através mobilização ocupando corpos, com seus protestaram sociais atores lado, os portando cartazes com múltiplas reivindica o espaço urbano, policial à repressão resistindo ordem, de gritando palavras ções, quais o Black blocos, dos em Bloc é a ex da organização através da internet usuários de milhões outro, Por mais radical. pressão informações trocaram relacionamento, de nas redes interagiram - de divulga materiais produziram do protesto, os motivos sobre os atores tomam consciência da midiatização, ou seja, na pers seja, na ou midiatização, da consciência tomam atores os 194 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados manifestantes, a maioria “nativos digitais” receu deformamuito expressivanas manifestações Os derua. que se tornou símbolodo Anonymous em todo o mundoe apa 2008), Vingança, de V filme e HQ (do FawkesGuy personagem Bloc (proibidosBlack máscara estados), seja pela em alguns do máscaras degásadotados pelosativistas epassa-montanhas através da resistência anônima,sejanorosto coberto por lenços, contemporâneo (PROULX, 2012). este código estaria nocentro datransformação do capitalismo valecimento econômico das organizaçõesvisto capitalistas, que gos informáticos, poderia resistir, de forma efetiva, contra opro- esperança na figura do hacker, que, pelo conhecimento dos códi “Diretas Já” dos movimentospopular históricos de luta do Brasil como o neamente,característica sendoprincipal a comum(quedifere que fomentaram aindamaisomovimento. das ruasedivulgando informações sigilosas sobre ogoverno, nicação, postandomensagensdeconvergência comosprotestos são dewebsites governamentais edegrandes gruposdecomu- grupos dehackers, em especialoAnonymous, atuaraminva na - criaram mídias alternativas para noticiar os acontecimentos, e ção dasideiaseplataformas emblogs de compartilhamento, 6 5 4 ram seadaptardouso dopapelpara ousodatela. em 1995. cial Faz adistinçãoemrelação aos“imigrantes digitais”que precisa- parte davivência doindivíduo, notadamente após o advento da internet comer aqueles quenasceramambienteem um as tecnologias noqual digitaisfazem SegundoPalfrey (2011), o termo foi cunhadoporMarc Prensky paradenominar ago. 2013). . Acesso em: 10 presidente.”(GASPARETO JUNIOR, Antonio. ForaCollor, 2013. Disponívelem: ram àsruas [em 1992] com as caras pintadaspara protestar contra o corrupto em seu governo,‘Fora a campanha Collor’mobilizoumuitos estudantes quesaí- presidente Fernando Collor de Melo. Acusado de corrupção e esquemas ilegais tomoupopular campanha uma ruas para as pedir oafastamento docargodo “Após muitos anos de ditadura militareeleições indiretas para presidente, ja/>. Acesso em:10ago.2013). Diretas2013. já, Disponível em:. Acesso em:10ago.2013. Ver maisnowebsite doAdbuster.Disponível em: . Acesso em:10ago.2013. Ver maisnowebsiteDisponível doCommunatique. em: . Acesso em:11ago.2013. Vídeo gigante “O publicitário acordou”. Disponível em: . Acesso em:11ago.2013. Vídeo “Vempublicitário pra rua”. Disponível em: . mais Ver no perfil do Mídia Ninja no Disponível em: Twitter. .

da no surgimento do coletivo Mídia Ninja coletivo do da no surgimento do negócio de comunicação do país a trazer à luz estes fatos. Até Até fatos. à luz estes país a trazer do comunicação de negócio do como da imprensa busca pelo reconhecimento a porque mesmo uma ainda é meta, o pois funciona como instância mediadora jornalístico que, da balança negócio” no “modelo de contrapeso com a empresariais costuma dosar interesses historicamente, de informação”. de “produtos oferta ser evidencia poderia (2012), Proulx político, tal propõe como jornalistas/ativistas que trabalhou nos protestos do Brasil em Brasil do nos protestos que trabalhou jornalistas/ativistas real, em tempo das manifestações vídeos transmitindo 2013 da internet, usando de compartilhamento pelas plataformas e unidades de como smartphones amadores equipamentos - de supermerca montadas em carrinhos precárias transmissão Jornalismo Independentes, Narrativas para do. Ninja é a sigla uma cobertura de a ideia defendiam integrantes e seus e Ação, às imagens das principalmente à mídia corporativa, alternativa Rede das quais a gigante do Brasil, de televisão redes grandes máxima, de suas concorrentes seguida Globo seria a expressão segun- serviço, deste A vantagem e outras. Band TV SBT, Record, mostrados eram acontecimentos é que os seus idealizadores, do 13 12 discussões mais controversas esteve relacionada aos casos de de casos aos relacionada esteve controversas mais discussões em um primeiro que, manifestantes, os policial violência contra - empre das grandes as matérias pauta para não fora momento, corporativa da mídia narrativas primeiras As jornalísticas. sas das manifes a legitimidade em dúvida pôr de sentido no foram tações, dando ênfase às ações de destruição de prédios públicos prédios de destruição ações de às ênfase tações, dando à medida pelo Black Bloc. Entretanto, privadas empresas de e que os próprios atores sociais produziram relatos, e fotografias e jorna- tipo de manifestantes a todo as agressões sobre vídeos - os veícu dos protestos, a cobertura fazendo listas estavam que que relata matérias produziram internacional los de imprensa a truculência da polícia vam 200 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados mente antagônicas, improvável congruênciaentre duasdasrevistas maisideologica - se autodenominavamos membros docoletivo). Até mesmouma de coberturacríticas aotipo publicar feita pelos Ninjas(como do Brasil,mobilizaram deseusmelhoresalguns para jornalistas compartilhamento de vídeos ao vivo TwitCasting que permite internet, direta,visualização a plataformapela de técnicas do material etudoera transmitido gratuitamente pela comum, vivenciando a experiência Não haviano local. edições ao vivo, semcortesmanifestantede visãoum edoângulo 18 17 16 15 14 e aforma definanciamento docoletivo MídiaNinja. (pois não consideraria opiniões divergentes dos manifestantes) técnicaa qualidade atacar do trabalho,a parcialidade política ao PT),foi possível naelaboração de críticas com oobjetivo de PT) e Carta Capital da presidente DilmaRousseff e do Partido dos Trabalhadores, Ninja. OsjornaisFolhaPaulo deS. raram textos com oobjetivo de desmoralizar otrabalhodo Mídia dos setores da indústria do jornalismo. Empoucotempo, prolife- grantes do grupo de“midiativismo”, obtevesevera uma reação este novo modo de cobertura, denominado pelos próprios inte- importância nocenário da comunicaçãosocialnoBrasil foi que mando emseusaparelhos. fil- estavam Ninja Mídia do transmissor ao ligados ativistas os

2013. cartacapital.com.br/sociedade/fora-do-eixo-6321.html>. Acesso em: 20ago. Crítica darevista Carta Capital outro-dentro-do-governo/>. 2013. Acesso em:05set. -capile-o-lider-da-midia-ninja-vive-entre-dois-mundos-um-pe-fora-do-eixo-o- Disponível em:. Acesso em:12ago.2013. Disponívelem: . Acesso em: Disponível em: . Acesso em: 12ago. do CanalMídiaNinjanaplataforma de compartilhamento de vídeo Twitcasting. O indício maisevidenteO ganhouNinja dequeoMídia 18 (quesempre assumiuumapostura de apoio Veja aoprodutor culturalPablo ligadoCapillé, àMídiaNinja. 17 (quefaz oposição ao governo federal aoMídiaNinja.Disponívelem:

21 , exibido ao vivo dia 05 de agosto de 2013 de 2013 agosto de dia 05 ao vivo , exibido 19 O mais emblemático episódio destas críticas se desen se críticas destas episódio emblemático O mais - o mais rele ainda que pertinentes, à parte, Polêmicas Entrevista dos integrantes do Mídia Ninja ao programa Roda Viva, dia Viva, Roda Mídia Ninja ao programa do integrantes dos Entrevista em: . Acesso . em: Disponível Eixo. do Fora Coletivo do Website em: 12 ago. 2013. Acesso publicada 28/07/2013. dia governo, do a avaliação IBOPE sobre do Pesquisa em: . 2013.

volveu em uma entrevista de representantes do Mídia Ninja ao Mídia Ninja do representantes de em uma entrevista volveu Viva Roda programa na TV pública (TVE). Entre os Ninjas, estavam o jornalista Bruno Ninjas, estavam os pública Entre na TV (TVE). das ruas, e pelas transmissões responsáveis dos um Torturra, do Eixo Fora do Circuito Capillé, gestores um dos Pablo cie de rede de coletivos culturais que é o financiador do Mídia - jornalistas (das gran da entrevista, parte a maior Ninja. Durante des redes de comunicação), pesquisadores e profissionais comunicação de experientes fizeram perguntas sobre a forma de financiamento das operações do Mídia Ninja, sua possível - liga as ações do Black Bloc, deixando sobre ção ao PT e sua opinião que propuseram a inovação sobre discussões pouco espaço para feita foi das perguntas A maioria fatos. os noticiar de na forma a partir da tese de que o Mídia Ninja – financiado pelo Fora do de advindo por dinheiro sustentado seria (que em parte Eixo edi mediante de cultura projetos para disponibilizadas verbas argumento PT, do aos interesses tais públicos) – estaria ligado como tiveram que as manifestações se pensarmos controverso queda da popularidade da presidente a efeito 19 20 21 que caiu 27% após os protestos de junho. que caiu 27% após os protestos de que no fato reside trabalho nossa análise neste para vante jornalístico, ou pós- do trabalho de organização forma uma nova das formas como modelo de transformação -jornalístico, surgiu uma mudança proposta que foi capitalista, uma vez de produção no fluxo das informações a partir das (re)apropriações das - tec o sobre da corporação poder nologias digitais, o que diminuiu o na subjeti- concentrar-se o valor visto indivíduos, dos trabalho industrial que sustenta jornalistas e não no parque dos vidade se que o fenômeno dizer poderíamos sentido, Neste a empresa. 202 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados Democrático Brasileiro (PMDB)para postarfotos dosprotestos. o Anonymous hackeou o website oficial do Partido do Movimento atos deviolênciapolicialcontra osmanifestantes. Nodia18junho, 17 dejunhopara apublicaçãodediversos vídeosqueregistravam Cuiabáfoiinvadidade Cidade na Mundo dia do no Copa da oficial Secretaria deEducação deSãoPaulo nodia13dejunho.Apágina as passeatasnasruas.Oprimeiro foi ainvasão dapágina foram realizados durante todo operíodo emqueaconteciam vou oiníciodasgrandes manifestações. aumentoo tarifasjustificar das transportede moti- urbano,que bre afaltade transparência dos governos e das empresas para sas informações sobre os motivosmúltiplos dos protestos e so brasileiro,destinadas ao público oAnonymous divulgoudiver nas redes sociais e de plataformas de compartilhamento daweb amplamente dosprotestos. Através deseuwebsite, depáginas hackers, principalmente do Anonymous Brasil,que participou foiTIC zada pelas em prática colocada dos gruposde ação pela posto porNegri(1996),aindaqueprecário. aproximariacognitivo” deummodelo“capitalismo como pro - 23 22 Dilma Rousseff noInstagram VAIBRASIL”.CIMA PRA Neste presidenteda conta a dia, mesmo xouum dar #OGiganteAcordouhoje! vaie impossívelser parar irão noscalar!#BRASIL” e“A TODOS osestados do#Brasil, vamos #LUTAR JUNTOS! @AnonManifest”; “Nemapolíciaenem aMídia telejornal fascista deladoevenham para asruas hoje,Vamos #rEvolução”; “Aos maisvelhos: DesliguemsuasTVs, deixem o de vocês. A#LUTA CONTINUA #Brasil #OGiganteAcordou #Brasil publicaram quatro twits:“Jornalismo fascista nósnão precisamos cou contra osprotestos. Jácomacontahackeada, osAnonymous de junho,emrepúdio àsmatérias tendenciosas quearevista publi- no-instagram-hackeada-8724516> Acesso em:12ago.2013. no Instagram. Disponível em:. Acesso em:12ago.2013. em:

24 Acesso em:12ago.2013. que-minoria-fascista-dominou-as-manifestacoes-de-rua-4177563.html>. . Acesso em:06jul.2016. corrupção queenvolvecompanhia” a (Caso Lava Jato). Disponívelem: . Disponível em: . Acesso em:14ago.2013. velem:

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 213 1 2 - - - Dulce Mazer Dulce Thayane Cazallas do Nascimento Cazallas Thayane actions in the political arena actions in the Este Este artigo apresenta uma reflexão teórica sobre as Doutoranda em Comunicação e Informação – Universidade Federal do Rio Federal – Universidade em Comunicação e Informação Doutoranda – em Comunicação Bolsista CAPES. Jornalista e Mestre do Sul (UFRGS), Grande (UEL). E-mail: [email protected]. Estadual Londrina de Universidade http://lattes.cnpq.br/7176122680882538. CV: Social, . Cientista bolsista CNPq 7, CAPES na Unisinos, Educação em Doutoranda em políticas e práticas com ênfase Sociais, em Ciências Pública e Mestre Gestora Estudou o Centro (Unisinos). Sinos dos Rio do Vale do pela Universidade sociais, E-mail: sociais contemporâneos. (CMI) e os movimentos de Mídia Independente http://lattes.cnpq.br/6635924907933150. CV: [email protected]. Independent Media Center: Dissident digital Dissident Media Center: Independent Centro de Mídia Independente: ações ações Independente: de Mídia Centro digitais dissidentes no cenário político no cenário digitais dissidentes 1 2 Resumo: Resumo: da Contribuição mutações da comunicação em uma Cultura empírica à experiência conceitos Relaciona 2012a). (PROULX, um cole- (CMI Brasil), Brasil Mídia Independente de Centro do de tivo mídia com posicionamento político definido e a propos que e crítica, alternativa ao público informação ta oferecer de e iguali livre uma sociedade a construção de contribua para - apro CMI permitem de comunicação do tária. As ferramentas a partir das da ação digital desenvolvida fundar a compreensão as Social, e Comunicação enfatizando da Informação Tecnologias digitais na socieda mídias de de produção mudanças possíveis 214 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados ture ofcontribution,independentmedia. Keywords: priation itsmembersuseto make informational contributions. in theface ofcontemporaryand theforms capitalism of appro- strategies,communication IMC’s itsparadoxicalempowerment Cultureences ina For ofContribution. presentspurpose, it that information,of journalistic lation based ontheCenter’s experi- ing current issues related to theproduction, reception andcircu - givecontributions to new highlight thefieldofcommunication, - of media digital incontemporary society. The article seeks to Technologies, emphasizing potentialchanges intheproduction tion developed on thebasisof Information and Communication munication tools allow adeeper ac- understanding of the digital utes to ofafree thebuilding society. andequal com- The IMC alternativeinformation andcritical to contrib- that public the offer to proposal a and position political defined clearly a with of theIndependentMediaCenter (CMIBrasil), amediacollective 2012a). discussesIt concepts basedonthe empiricalexperience munication mutationswithinaCulture of Contribution (PROULX, Abstract: tura dacontribuição,mídiaindependente. Palavras-chave: informacional. e asformas de apropriação deseususuáriosparacontribuição a radoxalempoderamento frentecontemporâneo aocapitalismo tanto, apresenta asestratégias de comunicação do CMI, seu pa- nas experiências do CMI emuma Cultura daContribuição. Para recepção ecirculaçãode informações jornalísticas, combase questõespo dacomunicação,pontuando na produção, atuais de contemporânea. Oartigobuscatrazer novos aportes aocam- 1 Introdução 2012b). Impulsionados por2012b). Impulsionados indivíduos ougrupos,os“sem voz” os movimentos(PROULX, mundiaisdeindignação política dial. Consequentemente, nos últimos anos,cresceram também Observa-se o agravamento da crise econômica mun- This article presents a theoretical reflection on com- on reflection theoretical a presents article This information andcommunicationtechnologies, cul tecnologias da informação e comunicação, cul - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 215 ------brasilei estudos nos conhecida é como 2.0, , ou web Partindo-se do viés da midiatização, considerando a da midiatização, considerando viés do Partindo-se Assim, da perspectiva de uma uma de matriz social-sociológi da perspectiva Assim, capitalista, ética, mercado na lógica de Incompatíveis no de uma crise vive-se econômica, Além de uma crise web social web mídia como agente de mudança cultural e social, observa-se que e social, observa-se de mudança cultural mídia como agente a concentram-se em coletivos que foram relegados pela pela mídia relegados foram que em coletivos concentram-se públicos, espaços dos fazem e agora à invisibilidade tradicional de comunicação meios ruas e como as espaços digitais, os novos política, a participação retomar de na tentativa e organização, suas articulações com da comunicação para “o foco alternando 2013, (SANTI, processualidades” e suas tecnologias as (novas) p. 84). ros, inaugura a fase de plataformas de mínimo esforço cognitivo, cognitivo, esforço mínimo de plataformas de a fase inaugura ros, baseados econômicos online, em modelos de uso com coletivos e seus conteúdos intervenções Essas na lógica de colaboração. Ao ou leigos. amadores usuários de frequentemente partem a in- na web massivos, com os meios do que ocorre contrário formação flui de maneira mais horizontal (PROULX, 2012a) e possibilita a Consequentemente, diversificação descentralizada. e crí alternativas público, informações interesse de de assuntos e igualitária. a mais livre construção de uma sociedade ticas para à socioantropológica, dimensão ca da midiatização, relacionada uma dis ocorre campos sociais, a constituição de abarca pois - frag aos que interessam informações de tribuição mais direta emissão/ de mecanismo novo Esse mentados grupos sociais. são assuntos os como na forma diretamente interfere recepção agendados socialmente. acabam, nos dias atuais, por des e valores-notícia objetividade um de jornalismo e credibilidade truir a base sustentação de mais sensacionalista e escopofílico. cada vez do em torno radical uma ruptura sociocultural, senvolvimento acumulação, de ou o imoderado um desejo e “dinheiro” valor sentido, a Nesse cultura 2010). (STIGLITZ, da ganância" "triunfo contemporânea como a emergência “se manifesta tecnológica humana”, social da existência construção de formas novas de deste midiatização social. A partir de nos processos expressa do tecido “parte pela dualidade de ser a mídia é marcada viés, se que e uma instituição independente e da cultura da sociedade 216 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados www da aolongohistória da imprensa, edaaçãocidadãnarede das própriasimprensa da alternativa,e desconstruíconstituída - dia independente. Elesse entresituam asatividades considera- editoriaisda web, às linguagens surgem espaçosvirtuaisdemí- culos tradicionais, queemmuitos seus casos processosadaptam desta forma, asrelações entre aspessoas”(2012,p.54-55). são usadosepercebidos pelosemissores e receptores, afetando, como os meios de comunicação, emdeterminadas situações, estrutural umasérie da mídia “estabelece de pré-requisitos de informação eaté entretenimento. ParaHjarvard, dualidade a dades da rotina deprodução, circulaçãoe recepção denotícias, como gatekeeperdo jornalista questionar opapel eoutras ativi- sua interação mútua” (HJARVARD, 2012,p.54). interpõe entre outras instituições culturais esociais e coordena 3 2 OCentro deMídiaIndependente Brasil dem surgir novas formas deorganização civil eaçõescoletivas. oportunidades de agir nosespaçosvirtuaisesociais, de ondepo - sobre tecnologiasinformação da sobree meiosdecomunicação, redede uma social decoletivos, espaçofértil para asdiscussões pendente emseucontexto sociológico. O Centropor meio atua inde comunicacional fluxo o sobre reflexões possibilita (CMI) 2009) ecolaboração (PROULX, 2012a). também conhecida comonanicatambém e clandestina (BAHIA, 2010). ge paralelamente aosprimeiros jornaistradicionais nopaís.É mação alternativa ecrítica dequalidade(NASCIMENTO, 2013). ras independentesoferecer demídiaquebusca inforpúblico ao dente denotícias,oCMIéumcoletivo de produtores e produto- 3 webfoundation.org/about/vision/history-of-the-web/>. primeira conexão Fonte: estabelecida; hoje é conhecida como Internet.

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 219 ------em 5 ), construir seu próprio próprio seu ), construir No CMI, o sistema de “circulação interacional” é defi circula é como a informação Ou seja, o que importa Os novos paradigmas de produção e circulação no- de e circulação produção de paradigmas Os novos A circulação é concebida como lugar no qual produtores e receptores se encon- se e receptores no qual produtores como lugar é concebida A circulação no qual se realiza e de reconhecimento, de oferta em “jogos complexos” tram e não por linea- por divergências regidos de sentidos, negociação e apropriação 2010). NETO, ridades (FAUSTO 5 independente CMI proporcionar a construção deste veículo de veículo a deste construção CMI proporcionar independente que mos voluntários de da colaboração meio por comunicação trem interesse em participar da divulgação de informações na de informações da divulgação em participar interesse trem ba profissional, ocupação sua de independentemente CMI, rede seando-se apenas no grau de identificação com a política - edito rial do CMI. estímulos e dos sentidos social dos nido como “movimentação p. 2006, uma 28), (BRAGA, pela mídia” inicialmente produzidos é a onde circulação e recepção, do modelo produção superação envolvendo de recepção, ao instante subsequente pensada como e socialização da informação. de “reedição” processos sociedade, “desde sua produção até seus usos, incluindo não só a só incluindo não usos, seus até sua produção “desde sociedade, mas também de sua presença imediata do ‘receptor’, perspectiva Tradicionalmente, p. 76). 2006, (BRAGA, cultural” objeto como a conexão e pesquisas em comunicação descrevem as teorias os das mídias, enquanto através e receptores emissores entre um Assim, sociedade. e meios relacionam midiáticos processos midiática pode ser entendido da processualidade componente - ou, mais sinte a mídia” social sobre de interação como “sistema social-midiáti- interação social”, resposta de “sistema ticamente, 2006). ca (BRAGA, a comunicação, enquanto de canônico o modelo tícias arrasam popular e da expressão através criadora , produção autopoiese construção coletiva, resolve o primeiro paradoxo da - reconfigu mas dá origem a populares, dos meios pelos movimentos ração CMI, concor do Múltiploscomo os voluntários usuários, outro. - de informa a construção de uma rede dam em contribuir para a utilizar modo de as TICs, domine coletivo esse Embora ções. journalism (open source livres softwares es as informações, livremente circular alimentá-lo e fazer site, tas e são ações também econômicos aos domínios submetidas for que de empresas dependentes enquanto políticos da web, 220 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados entre o identificador IP identificador o entre vínculo um como criado consumidor perfil um de formação a produtor de conteúdo eumfornecedor de dados, rastros para mercantil.sação o contribuinteMas é,concomitantemente, um e tiratal daíumasatisfação, oquejáseaproximatrande uma - “contribuinte”O cantil. conteúdoum deposita nouniverso digi a Contribuiçãona qual se situa entre adoação e atransação mer vê aemergência deuma 2012a). como também combustível daprodução(PROULX, capitalista formacontribuição comouma de expressão dos sujeitos, mas res deprodutos eserviços e comocontribuidores, entendendo tudados, aponta-seaperspectiva de consumo edifusãodeinformação. um ambiente favorável para odesenvolvimento deconteúdos, tural,que encontra nainternet enosequipamentos multimídia de o usuárioapartirdasfunções de produtor e consumidor cul sumer teúdo, denominado prossumidor. Em geral, as definições de con- produz também que receptor um de perfil no resultando como processos queenvolveminteratividade,e a participação a 2009), o consumo, aprodução eacirculaçãosão entendidos do capitalismoimaterial (PROULX, 2012a). contribuições regulares geramvalor econômico nonovo regime formação do serviço que controlam,porque mastambém essas Facebook,contribuições quecaptam voluntárias nãosópara a outros. Além disso, fazem grande uso das redes sociais, como o necem equipamentos, hospedagem, servidores de rede, entre 7 6 digitais. outras, constituindoum sistema deredes interligadas ouinter-redes. máquina aoutras, permitindo o acesso em rede, que por sua vez é conectada a refere aoendereçamento quetem por objetivotroca a dedados.Conecta uma Doinglês InternetProtocol que consideramaspectos antropológicos doconsumo, comooconsumocultural. das perspectivassocioculturais deconsumo,comoNéstor GarcíaCanclini, inglês) cocriando produtos eserviços,do simplesato além deconsumir. Difere Este entendimento estárelacionado aos clientes que se tornam “prosumers” (do partem do conceito de Tofflerconceitode partemdo entense - qual pelo (1980), Para Proulx(2012b), da comunicação ante a mutação - Para dar uma maior complexidade aosprocessos es Nacultura daconvergência e participação (JENKINS, 7 deseuequipamento easplataformas Cultura daContribuição naera digital, , o acrônimo IP significa Protocolo de Internet e se e Internet de Protocolo significa IP acrônimo o , prosumers 6 como cocriado pro ------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 221

------Homo ). crowdsourcing , nem exclusivamente de um, , nem exclusivamente Donator

As ações de contribuição flutuam entre ações do ações entre flutuam contribuição de ações As Os dados originados a partir dessas informações informações a dessas partir originados Os dados A contribuição, por outro lado, é considerada pelos lado, é considerada A contribuição, por outro são os blogs e portais relação dessa exemplos Outros se agregam economicamente, constituindo o Capitalismo o Capitalismo constituindo economicamente, se agregam e dados da de conteúdos monetização Trata-se Informacional. capta e produz as contribuições Assim, uma plataforma sociais. quanti de uma enorme a da agregação partir econômico valor dade de pequenas contribuições ( pequenas contribuições dade de e do Homo Oeconomicus pois da admiração, distingue se reconhecimento O nhecimento. uma e celebridade como entre vertical, uma esta seria relação pares entre trocas gerar podem horizontais Já as ações seu fã. causa identitário de sensação e pessoas cujo reconhecimento e comunidade. pertencimento - como uma lógica de doação por reci contribuintes próprios procidade. O perfil do contribuinte é definido de acordo com a reco o que culmina em certo suas contribuições, de reputação da doação. Essa ação da ordem simbólico, próprio nhecimento esse . No caso do CMI-Brasil, de reputação em um capital resulta de alguns coletivos dos na valorização ser percebido pode efeito per uma ruptura, sem que exista de outros, e no fechamento - e forma concepções novas surjam, ideias mitindo que novas ções circulem. Nesse fluxo, destacam-se a Mídia Ninja, Coletivo co- de antigos pontos de a ativação mesmo e até (RS) Catarse circuitos Estes CMI na cidade de São Paulo. do próprio letivos de uma e marcas as oscilações são conectados e contemplam sociedade, por isso, também denotam flexibilidade própria de tam mídia de coletivos dos as estruturas internet, mantendo bém fluidas. - impren de observatórios os mesmo crítica midiática, ou até de sa, nos quais usuários (geralmente ligados à profissionalmente vista crí de pontos defendem verdade!) comunicação social, é so midiáticos e seus impactos aos produtos ticos em relação leitores os com em linha direta estão contribuintes Esses ciais. tais discussões. para básicos conteúdos os e com tais espaços de Os blogs têm duas principais finalidades: “fiscalizar os - veícu nem de outro, porém de ambos (PROULX, 2012a). Essa forma Essa 2012a). forma de ambos (PROULX, porém nem de outro, de agir é definida por relações horizontais de troca, de reco 222 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados participação (JENKINS, 2009), os novosparticipação (JENKINS, modelos de produção e indústrias culturais (PROULX,2012b). Rumo culturauma a da anônimo, entre outras alternativas aosmodelos dominantes de los modosdeempreenderativismo o jornalismocidadãoe pelo plificada pelas plataformas colaborativas Linux e Wikipédia, pe- didas ações lógica emancipatóriade uma ativista, como exem- keting epublicidadeéacaptura decapital. mar- de plataformas empresas, das final objetivo o ciclo, Nesse tecnologias, quepossibilitamnovas formas desociabilidade. construídos por cada usuário.Dessas empresas derivam novas novas ferramentasa partirdaexpropriação dos laços sociais para subsídios construindo institucionais, imagens de fixação e em trocaproliferação deuma consumo de estímulossociais ao ferem certos direitos deutilizaçãoecontribuiçãoaosusuários, micamente asociabilidade,comooFacebook eoYouTube,con- gica de mercado, tais como as empresas que exploram econo mercantil,lógica mesmo emuma ao passoqueexpoentes deló- práticasde cooperação, podem surgir ideias emancipatórias, de partir a pois, conflituosa, ser pode cooperação a que revela as contradiçõesmantidas geopolítico. Nesse de alcance sentido, informacional ecognitivo cadavez mais consolidado, aindaque culturadiantecontribuição da dominação deum da elementos deumalógicahorizontalreconhecimento. seguem um artigoemsites como o OI,podem ser encontrados em determinadas situações, como nos fóruns de discussão que do contribuidor, comcertaposição de admirador. No entanto, onde a validação dainformação aindadepende da reputação prevalecetal, nesses espaços o modelo informacional vertical, Observatório da ImprensaApesar daligação (OI). horizon (CHRISTOFOLETTI; MOTTA, 2008,p.12). público” o midiaticamente alfabetizar e profissionais seus e los 8 que oindivíduo épensado apartirdoseupoderdeser/desenvolver (Deleuze). o termoresistênciaà capacidade estáaliado daaudiência;epoder, situaçãoem de empoderamento apartirdeduas vertentes: a sociologiada dominação,onde professor o termousa Lapuissanceexplica d’agir.Ele origem dessa condiçãoa Essetermo podeser ainda compreendido como acapacidadede agir, poiso No mesmotemposão empreen eespaçodemutação, - Proulx(2012b) observa o “poderdeagir” Exemplo consolidado dessa práticaé oportal capitalismo 8 emuma - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 223 - - No contexto do desenvolvimento de novas aplicações aplicações novas de desenvolvimento do contexto No não humano é um mediador comunicacional Um objeto de forma se estabelece tanto No CMI, o voluntariado de encontros seguem uma periodicidade Os coletivos e novos serviços, os usuários coletivos formam comunidades comunidades formam os usuários coletivos serviços, e novos importância (PROULX, uma grande a ter e tendem de usuários - enga são os usuários da Contribuição, Em uma Cultura 2008). compartilha comumente normativa em uma “expectativa jados e lógica partilhados ou 2012a, p. 2), com valores (PROULX, da” - inte expressão, de liberdade como entendidos, supostamente A outros. humanos, entre direitos dos políticos, defesa resses partir da identificação dessas comunidades, Proulx (2008) - pro - obje dos e técnico, material uma dupla uso, põe articulação: o com uma análise simbólica e e a recepção, comunicacionais; tos interpretativa. humanos, um aparato seres entre que pode estimular interações das comunicação, na maioria de às práticas apoio como técnico - à participação/intera induzir podendo a uma rede, ligado vezes ção social específica. Um artefato de cognitivo apoio, um objeto parte por psicanalítica psicossocialmente, e investido simbólico, do usuário. Por fim, um agente dos transgressor comportamen- 2008). de comunicação (PROULX, tos em pois são dinâmicos, coletivos Os individual. como coletiva a podem estar ligados Brasil, um único país, como no caso do além da participa- um projeto, de a mais ou paralelos, projetos de jor locais, à produção a rádios no CMI: ligados ção presencial que permeiam cada interesses outros tantos e nais (impressos) das suas regiões através que se diferenciam coletivos, um destes locais. e realidades que mos- um grupo de pessoas tornam-se objetiva, e, de forma ao CMI, junto presencial em atuar de uma forma interesse tra no que pode ser aponta- do que encontramos diferentemente passa . O indivíduo individual do como um usuário-voluntário 3 O uso dos objetos comunicacionais comunicacionais dos objetos 3 O uso distribuição distribuição de conteúdo livre têm em si a principal finalidade os usuários. de capacitar 224 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados jam feitas por esses voluntários, independentemente de suas consegue garantir diariamentee notícias se que publicações tro da rede CMI peladescentralização organizacional, aqual truída pelovoluntariado) edinâmico. de seuespaço virtual deinteresseespontâneo (cons público, notícias, aportatemas político-sociais e culturais naconstrução nicacionais (PROULX, 2008). de Como aberta uma publicação to/meio/artefato cognitivo transgressor dos processos comu - e SãoPaulo. feiras de livros anarquistas, como as realizadas emPorto Alegre o exemploHá também defeiras detroca (escambo),reuniões e culturais. eventos como específicos, eventos de comunicações cimentos sociais – reivindicações, protestos –,mastambém as açõesdiretas,de notícias,estão as quaisenvolvem aconte- mídia. Entrenopólio da osobjetivos deproduçãoalém doCMI, posições diante do poder do Estado edo que consideram mo- propostaem uma deprodução dematérias quesustente suas adquiridas (PROULX, 2008). de maneiraautônoma, partir dasdisposições a e competências relativo dedispositivos técnicos,o maisimportante, mas, age domínio um tem só não específicas: habilidades com investido usuário, odispositivo nãoémaisvisto comocentral.O usuárioé desloca 2009)é quaseinexistente, ainda se participação (JENKINS, ea fazer a mídia. a é que do diversificada conotação uma traz possíveis. configurações inúmeras com voluntários, seus a flexibilidade mica seguidapara amanutenção denotíciasdarede oferece passos contidosnasexplicações cedidasnarede CMI. Adinâ- um conhecimento profundo de“comofazê-lo”, podeseguiros comentar edivulgar material deseuinteresse. Caso nãotenha voluntário,O tendo oconhecimento destarede,pode publicar, advindos dointeresse emdivulgar notícias,imagensevídeos. por umprocesso doqualdependemalgunsfatores técnicos em direção Tal dinâmica e flexibilidade se tornam possíveis den - possíveis tornam se flexibilidade e dinâmica Tal obje- um configuracomo se CMI portal o forma, Desta Os novos atores demídiaindependente trabalham no sistemapopular A atuação dousuáriocontribuidor Nos próprios meios tradicionais,transmediação a ao receptor de notícias. Nacondição do novo mídia e doqueé - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 225 - - - , a da permanência notícia e 10 mídia-internet mídia-internet e a partici- tenha indivíduo coluna da direita coluna e 9 No espaço ou ciberespaço do CMI, a contribuição acon- No espaço ou ciberespaço - ofere de editorial definição a e política posição sua Por A política de acesso e a democratização dos meios de A política e a de acesso democratização - midiá ou políticas instituições com indiretas ou diretas reria em uma mídia tradicional, estes textos ou artigos não são excluídos, mas excluídos, não são ou artigos textos estes tradicional, uma mídia em reria permanecem na página do CMI em uma coluna de menor destaque. Página centralizada com notícias publicadas e consideradas dentro dos padrões dos padrões dentro com notícias publicadas e consideradas centralizada Página parâmetros dos social dentro teor notícias de de as ideias CMI. Respeitando do questão nesta xenofobia, homofobia, racismo, longe do e, assim, não ofensa de e identidade à liberdade respeito de direitos políticos e os ideais os representa social; por isso, estas notícias estão destacadas. contra que vão ou textos artigos encontrados ser podem Na coluna da direita do que ocor ao contrário da política social do CMI; porém, de respeito os ideais conhecimento

pação espontânea dos cidadãos, podendo tanto partir de uma pação espontânea tanto podendo dos cidadãos, a qual está comprometida com a pessoa ideológica concepção de uma – como ação ativista o papel do como – aqui entendida potentes meios comunicacionais dispositivos nos que vê direta em torno organizados sujeitos de interesses dos divulgação de do CMI. - organiza de discussões, pelo ambiente particularmente, tece, no calor comunicacionais, tanto de dispositivos das por meio como após a publicação das informações. dos acontecimentos trução de uma sociedade livre e igualitária, o CMI se apresenta e igualitária, o CMI se apresenta livre trução de uma sociedade - pro de comunicação. O Centro meios tradicionais dos distinto põe que a interação cer informação alternativa e crítica, que contribua para a cons e crítica, que contribua para alternativa informação cer 9 10 4 As TICs como vetor de uma economia do do de uma economia vetor 4 As TICs como ligações ligações ticas. No CMI, apesar de haver um espaço para se chama o que de um para espaço ticas. CMI, No de haver apesar página central da sua publicação está amplamente estabelecida pelas listas de estabelecida da sua publicaçãoestá amplamente a qualquerpessoa abertos na rede, contidos e chats discussões CMI. na rede interessada e crí são colocadas como propostas independentes informação ticas que disponibilizam os espa- mídias de construção dessas aos interesses atentos fortemente sociais, campos ços nas redes de seus leitores. 226 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados processos complexos, queincidemsobreorganização a e fun- pois “corresponde produzidasàs dinâmicas mais amplas, por pendentementeglobalização deuma do acessotecnológico, Ocorre queessa midiatizaçãoaltera asrelações sociais inde 2002) distintas. implica mutaçõesdacomunicaçãotambém homens e mulheres de diferentes classes e países (HIRATA, das mudanças tecnológicas e do acesso aos meios digitais para de produção enocapitalismoinformacional. TICs são condutoras de importantes transformações no modo globalizada, que pode ser entendida como o capital fictício capital entendidaser o pode como globalizada, que sidera aindaque,nocontexto dafinanceirização daeconomia corretamente as mutaçõessucessivasProulx do capital. con- cional como um modo estratégico e desafiador para interpretar nhecimento.sugere Ele transformação a doprocesso comunica- considerana qual asTICs como vetoreconomia do co- de uma visível”dos contribuidores. Assim,Proulxcrítica uma articula TICs, a globalizaçãoe odeslocamento daforça de trabalho“in- nevrálgico”, deacordo com astransformações profundas das fase éencaradao seu“ponto comoocapitalismoquealcança contemporâneo.do capitalismo passagem analítica Estaúltima aos anos40,pelo“compromisso fordista”, até chegar àúltima tivodos anos 30 capitalismo pelo industrial, –pelocapitalismo – asquaissãoexpressamenteem seuconteúdo amplas explica a forma construir sentidosdoponto devista docontribuidor. de digitais, espaços dos além para configura se pois o modo, a organização dos processos comunicacionais evidencia Desse circulação. da âmbito no sentidos dos reconfiguração a ampliando asformas de apropriação tecnológica, seus usos e profissionais, ou “amadores” por imagens, e vídeos artigos, de Estas notíciaseinformações podem ser produzidas no formato 11

na culturapoder deagirna de contribuição(PROULX, 2012b), WOLFART, 2008,p.7). docrescimentocontinuidade a dessa mesmariqueza”(PAULANI, inFACHIN; garante que o acumulação, da financeira lógica imperativosda aos econômico ao (frente financeira crescimento dariqueza real), asubmissão da totalidade implica do sistema riqueza da desmesurado crescimento pelo produzida financeirização, “Essa economia. da financeirização a explica que fictício, pital Dentre osconceitospodem serbastante marxistasque o deca- está atuais Vale lembrar que,noentanto, adimensão diacrônica Proulx(2012c) observa aspassagensdo capitalismo 11 , as , - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 227 - - - (2012c, p. 7). O mesmo ocorre com o CMI, cuja inde CMI, o com ocorre O mesmo p. 7). (2012c, Pelo prisma das mutações, propõe-se pensar sobre no- sobre pensar propõe-se prisma das mutações, Pelo Há pelo menos três formas de agir politicamente na politicamente agir de formas três pelo menos Há - movimen a cita Negri, que descreveu Assim, Proulx da “so- como transformação A midiatização é percebida 12 Tradução das autoras. Tradução

12 vas formas de agir politicamente a partir da crítica política das da crítica política a partir politicamente agir de formas vas tecnologias. novas Ao refletir sobre os de li- coletivos softwares Negri de Antonio obras às referência faz (2012c) Proulx vres, produtiva força como conhecimento o destaca e Gorz André e que mesmo do capitalismo. Ele considera no desenvolvimento ao mer em uma instituídos alternativa aqueles que se sentem cionamento da sociedade em escala mundial” (FAUSTO NETO et NETO em escala mundial” da sociedade (FAUSTO cionamento p. 10). al., 2008, cado e ao Estado são relativamente “prisioneiros de uma de pos- “prisioneiros são relativamente cado e ao Estado pelas indústrias adaptação de apresentadas às mudanças tura digitais” pendência é comprometida pelas esferas tecnológicas ainda não tecnológicas pelas esferas pendência é comprometida dominadas. compreende A primeira das TICs. se apropriam qual os sujeitos so e apropriação a acessibilidade promover que visam as ações - as variá compreende A segunda cial e pessoal das tecnologias. mutações já que com as discursos, simbólico de desvio de veis estão interpretantes sujeitos os comunicacionais processos nos a para e repertórios de ferramentas mais investidos cada vez a conexão via compreende E uma terceira sentidos. de produção de fazer como uma das formas de “ações digitais dissidentes” 2012c). (PROULX, pós-mercadológica política com a utopia do trabalhador: autônoma da subjetividade tação paradoxal - e cap as subjetividades em rede hoje, é colocar “criar valor, - tor do que eles [os trabalhadores] apropriar-se desviar, turar, 2012c, p. 6). O capitalismo nam comum [...]” (apud PROULX, o É isso que paradoxalmente depende hoje de subjetividades. mina, a porque a resistência, - afirmação da dos liberdade revo do poder a legitimação é precisamente lucionários e ativistas, sua capaci- singular, sua multiplicidade subjetiva, da invenção como daquilo a partir das diferenças tanto produzir, dade para que é comum. práticas cujas diferentes meios” em uma sociedade dos ciedade 228 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados movimento deforças capitalista. submetido demaneira paradoxal– material esimbólica–aum interação por meio de dispositivos de colaboração, masqueestá co quetentareconhecimentoconstruir de ação, suas políticas e o como CMIum elemento atua do institucional processo midiáti- 2008). dia (FERREIRA, Dessa maneira,da contribuição, na lógica que se expressa em categorias específicas de dispositivos de mí- parafundamentais se compreender o processo comunicacional, (FAUSTO NETO2008, etal., p.10). Os dispositivos de mídia são culturais, lógicas emidiáticasafetam transversalmente o social 5 Argumentos finais gias queresultamem um o CMIdesenvolvecapitalista, logica ponde à técnicas eestraté- mação socialdomundoconectado. apresenta comoumdos vetores problematizadostransfor na concernem ao controle social,eéeste mesmocontrole quese humana contribui para a reflexão a respeito de perspectivas que de sentido”(GORZ, 2005). desta riqueza A instrumentalização humana éasensibilidade, quando essaseeliminasóháausência única “a se refletir: a coloca se crítica a contrapartida, cionamento mostra-se saturadode no acúmuloriquezas. Em este artigoendossa a críticaàeconomiadesenfreada, cujofun- emergeorganização na contemporâneo,do capitalismo social subjetivos colaboram tambémpara adinâmicacapitalista. cional comosimbólicaematerial, considerando queatributos neo. Neste artigoasautoras reconhecem aprodução informa- sobre oparadoxo dacontribuiçãonocapitalismocontemporâ- Contribuição (PROULX, 2012a). ção, aos usos e àsapropriações tecnológicas em umaCultura de comoexperiênciado CMI observacionalaos conceitos dedoa- relacionarcessos o artigobuscou de midiatização, aspráticas uma reflexão teórica sobre as mutações da comunicação em pro- Emboraseja parte sistema deum de forças quecorres Sobre acondição imaterial Buscou-se pensar nos processos midiáticos refletindo de apresentarAlém umobjeto empírico para propor poder de agir poder do trabalho humano que de maneiracoletiva e de riqueza - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 229 . na Cultura de Contribuição, de Contribuição, na Cultura dos cidadãos, face às competências às competências face cidadãos, dos Com a emergência do significado social e econômico da da econômico e social significado do emergência a Com A descentralização da rede CMI e sua flexibilidade mutação, buscar pode-se espaço em constante Neste e simbólicas técnicas que as apropriações Conclui-se , o poder de agir agência configurando-se configurando-se como uma organização ativa politicamente na com e comunicacionais que constrói sociais e nas relações web agentes. outros assim chamada sociedade da informação, instaura-se uma rede uma rede instaura-se da informação, assim chamada sociedade social se mostra o controle contexto, digital de cidadania. Neste da comunica- tomada da que advém capacidade/poder a como de articulação dos saberes. ferramenta ção digital como potencial grande demonstram globalizado em um contexto apesar do social da comunicação midiática, o controle para as popula- entre alcance homogêneo não ter digital ambiente - ou grupos, não representa por indivíduos ções. Incentivados dos fazem como o CMI os coletivos dos pela mídia tradicional, digitais, seus e os ambientes espaços públicos, como as ruas meios de dos (novos) apropriando-se de expressão, âmbitos social, ainda organização comunicação e buscando uma nova e informacional pelo capitalismo cognitivo que entremeados 2012b). (PROULX, a e outros leitores seus de CMI, bem como do voluntários dos institucionais e sociais campos ainda que desde contribuidores, con- ressignificam como bem discursividades, alteram distintos, - do público com a notícia e as pró mudam as relações teúdos, forma de usuários, e cidadãos dos existência de condições prias o poder de agir que o CMI evidencia mocrática, favorecendo processos horizontais de comunicação e e comunicação de horizontais processos favorecendo mocrática, sentido, a social midiatização é o jornalística. Neste informação lógicas e midiáticas constroem culturais, cujas práticas processo contemporânea, a sociedade transversal de maneira e afetam além - de instru comunicacional para o dispositivo considerando ou suporte. mento desenvolvidas a desenvolvidas partir das TICs. Como afirmaram Christofoletti e crítica dos abrir uma janela e Mottaobservação de (2008), consciência haver não basta. a sociedade preciso É para meios civil, à mídia e à resistência de cidadania em relação avançada poder de agir ter assim como é preciso 230 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados DOWNING, John. O fenômeno– demo CMI: espaço–local CHRISTOFOLETTI, Rogério; MOTTA, Luiz Gonzaga. Observatórios BRAGA, JoséLuiz.Asociedadeenfrenta suamídia:dispositivos BAHIA, Juarez Benedito. Juarezde jornalismo Dicionário Referências GORZ, André.imaterial: O conhecimento, valor ecapital. FACHIN, Patricia; WOLFART, Graziela.Poder e dinheiro: a HIRATA,Helena. Jairo.FERREIRA, Mediatisation:desdispositifs, desprocessus FAUSTO NETO, Antonio;Pedro GOMES, Gilberto; BRAGA, José FAUSTO NETO, Antonio. As bordas da circulação... Revista de mídia sociais decrítica midiática.SãoPaulo: Paulus, 2006.350p. Bahia 107 p. Tradução: CelzoAzzan Jr. SãoPaulo:2005. Annablume, Boitempo Editorial, 2002.335p. com Entrevista Unisinos financeiro. capital Leda Paulani. RevistaInstitutodo Humanitas do flexibilidade jan./jun. 2004. Universidade FederalMaria, v. de Santa III,n.1,p.49-57, RevistaInteramericana de Comunicação Midiática craciae osnovos Centros deMídiaIndependente. isdm34_jferreira.pdf>. 2015. Acesso em: 11set. Disponívelem: . Acesso em: www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_ ISSN 1981-8793. pp. 06-07. Disponível em: . Acesso em:jul.2013. em: . o deputado Marcos em que estava em um voo gravado o vídeo se lembra Aqui e passam a mão Gay dançam e cantam Robocop passageiros e dois Feliciano - desem calado – até permaneceu o tempo todo deputado, que por no cabelo do da favor em manifestaram-se gays, serem não afirmaram passageiros Os barcar. mesmo nele encerra pois significativo, bastante foi Feliciano de silêncio O causa. de sentido. por cair no vazio que termina a manifestação neutralizando o evento, .

5 não com violência e no vazio 4 tomando formas de protestos generalizados contra não se sabe não se contra generalizados protestos de formas tomando saber quais as causas, que tipo socieda de bem o quê. É preciso de se deseja, que tipo de valores se almeja. Com as novas mídias se almeja. Com as novas de se deseja, que tipo de valores e de modelo de ordenação há um indício se pulveriza, o poder participação sem centro definido claramente. Vive-se e - relacio entanto, com capacidade de mobilização. No na-se em rede 242 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 6 4 Ainternet eoespaço deinteração pública pensa queacapacidaderelacional do poder está condicionada, ganização e dadinâmicaprópria da sociedade, de modo que se produzindotabelece, zonas de afetação em vários níveis de or rência sobrea estrutura aqual sócio-técnico-discursiva sees rejeição.e a Asociedade da midiatizaçãoseconverte emrefe- de contemporânea, potênciahá uma maiorpara aresistência que aaceitação. de poder mudam quandoaresistência e arejeição são maiores soluto, sempreexiste possibilidade deresistência. a As relações ab poder há não entanto,outro. No sobreatoro um de fluência que estãosujeitos a ele,havendo sempre um maior grau de in- Em qualquerrelação de poder há certo grau de aceitação dos emolduradasdominação quereside pela nas instituiçõessociais. os atores sociais suas ações.Asrelaçõesguiam depoderestão quais atravésdos discursos dos compartilhados significados de a coação(ousuapossibilidade) e/ou mediante aconstrução der ‘asvozes darua’ dispersasesemaslideranças clássicas. do país.Aquestãoquese impõe écomocompreenvida política - tade maior (aparentemente)na participação popular de uma se movimentos sociais, coletivos eagora apossibilidade e avon- plataformas a partirde encontros presenciais ou virtuais.Têm- exemplo, veem-se várias reivindicações. Podem-se construir ções, através dosjornais e daspostagensnasredes sociais, por www.facebook.com/MoseViviane?fref=ts>. Acesso em:ago.2013. Viviane. MOSÉ, Postagem do dia 18 de junho de 2013. Disponível em:

as intenções de origem perdem força, uma vez que uma vez força, origem perdem de as intenções com que fazem dinâmicas a outras estão entregues mais con- não possam e recepção que a produção esta- que presumem os efeitos bem como trolá-las, A linearidade dá lugar os discursos. belecer sobre da enuncia- ato no Dissolve-se à heterogeneidade. de uma espe noção de equilíbrio, ção a existência na de simetricidade, vínculos possíveis cialmente que os engendram medida em que as intenções 2010, p. 9). NETO, (FAUSTO não são controláveis “O processo humano de comunicação é potencializado, potencializado, comunicação é humano de “O processo As relações de comunicação sempre são relações de po- de são relações sempre comunicação de relações As - a conectivi Ela proporciona sua potência. tem A rede Diante do exposto, pensar o espaço de interação públi interação pensar o espaço de do exposto, Diante na sociedade contemporânea, pela sofisticação de seus meios eletrônicos”, afirma Gomes (2011, p. 7). Na política não diferente seria a sofisticação deste processo, no entanto, algumas ca de empoderamento da cidadania (como se vem afirmando) é refletir sobre o processo comunicativo, a dinâmica relacional e como ela se configura neste espaço que pode ser dado como da comunicação. de captura dispositivo obser midiáticos aos processos Frente embate. de força, de der, múltiplas, difusas, o que sociais lideranças de a presença va-se pública, por de gestão na modos administração novos sugere mais hori em uma ‘hierarquia fundamentem se que exemplo, com com a constituição de instâncias democráticas zontalizada’, na todos de participação direta maior permitir capacidade para tal concepção estender e pode-se condução da administração, citar algumas. a escola, para a empresa, a família, para la huma- de poderosos más los recursos uno de que “es dade, de la producción el crecimiento nidad. Es una para condición humana” intelectual mas não determinada, pela capacidade estrutural de dominação pela estrutural capacidade não determinada, mas pois se complexifica, dominação de poder Tal ibid.). (CASTELLS, valor de saber agregar, estimular e organizar pessoas, conectan- pessoas, estimular e organizar de saber agregar, valor debates. fortalecendo e discussões estimulando movimentos, do la posibilidad de que multimedia abren interactivas “Las redes expresarse” personas que quieran haya 244 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 2002). Dessemodo,também tante pobreza ededomíniode oligarquias dapolítica (PINTO, bas- de regiões em dificuldades maiores com ocorreria direta voltados àscausassociais. Seguindo este raciocínio, democracia governos, são osquehistoricamente enoseudiscurso são mais Quanto aospartidosquepropõemdiretaparticipação a nos seus da suacidade e apresentam um forte sentido de pertencimento. zada, cujosindivíduos são culturalmente maisengajadosvida na pareceparticipação sociedade organi serconsequênciadeuma - condições parecem necessárias para este tipo de experiência. A maior participação do cidadão, compartilhandoopoder e as formade uma e dapolítica geral,aberturauma de espaçospara democracia representativa eademocracia direta. podem proporcionar paraaproximação uma equilibrada entre a possa residir agora naforça queos dispositivos tecnológicos Neto (2010) de dissolução de uma simetricidade, talvez esta determinante (FERREIRA,2016). Retomando a ideia de Fausto tidos requeridos por quem enunciapor primeiro. Nem há um minação instituídas.Não estão maissobcontrole totaldos sen- do de condições as modificar podem que ações em revelam se Mas, emdiferentes fases, os processos midiáticos são difusos e Brasil. no público administrador o para mais ainda significar a passando – intensa social demanda a e escassos são financeiros der easdecisões, contextonum emqueosrecursos naturais e que os espaços deliberativos são formas de compartilhar opo- Observamos dois processos: a) por parte dos governos destas, outraAlém de condiçãoé a hádeser pontuada: influência que ela exerce (HJARVARD, 2012, p. 65). vavelmente haverádiferenças consideráveis na turas serão afetadas pelamidiatização,maspro- globalizaçãoavança, cada vez mais regiões e cul Japão, Austrália e assim por diante. Conforme a principalmente ocidentais,ouseja,Europa,EUA, ciedades modernas, altamente industrializadase larmente nosúltimosanosdoemso século XX mente,tendência uma queseacelerou particu- caracteriza todas as sociedades. é, essencial- Ela processoé um midiatização não a universal que - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 245

7 - - que se constitui na interação com o outro. Portanto, Portanto, com o outro. constitui na interação que se Os interacionistas simbólicos da Escola de Chicago simbólicos Os interacionistas A experiência de abertura de espaços deliberativos deliberativos espaços de abertura de A experiência ao con- comunicação leva de processo do A duplicidade Fundada nas primeiras décadas do século XX, a partir da reflexão teórica sobre sobre teórica décadas do século XX, nas primeiras a partir Fundada da reflexão simbólico. chamados de interacionismo a comunicação, lançando fundamentos interacionismo o pai do Mead, considerado além de pensadores, Alguns seus de e Park. Peirce simbólico: Sapir, de interação 7 5 Cidadania em um mundo conectado: processos processos um mundo conectado: 5 Cidadania em responsabilidades; b) por parte dos cidadãos, uma postura mais uma cidadãos, postura dos parte b) por responsabilidades; - ma nas somente ficando não – letárgica menos política, à atenta atitude luta de da rua ou em postagens de (‘o gigante nifestações às demandas mais atuação –, mas mais ação, frente acordou’) além das críticas. para políticas, afirmam que a sociedade não pode ser estudada fora dos proces dos fora estudada ser pode não sociedade a que afirmam as pessoas, e que é constituída pela comu- entre sos de interação de símbolos, e estes através nicação. As pessoas se relacionam expor de comunicação. E aqui se tenta o processo estruturam A partir a constituição de um espaço de interação. a ideia sobre atividade enquanto existe que a sociedade Mead, entende-se de de permanente realização enquanto de indivíduos, cooperativa possibilitadas pela e que esta é condi comunicação e trocas atos social, que se confunde com a da interação ção de possibilidade sociedade (FRANÇA, 2007). há de ser considerada pública, por exemplo, numa administração social e comunica- interação de uma possibilidade condição de o processo simbólico, o interacionismo com acordo cional, e, de numa simplesmente não acontece comunicacional interação de - interpreta expressão, é antes situação de estímulo e resposta, a reflexividade. como núcleo central ou seja, tem ção e resposta, self de ceito contínuo. Para ele não é algo acabado, mas está em processo com o qual nasce, mas se não é um dado imediato, Mead, o self de interação no processo uma construção simbólica, que surge co- determinada de dentro semelhantes, com seus seres desses sem espaço para self o No entanto, 2003). munidade (RÜDIGER, 246 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados bate eaargumentação. ao quesatisfaz certasregras pragmáticasque possibilitamode no quediz respeitoque étrazido àquilo à atenção de todos, mas forte –como refere2008): (in: GOMES;MAIA, Maia não somente racional,apoiem nodiálogo publicidade uma alcançar buscando dos forma,de alguma relações depoder e delasvêm asconstituições têmhumanas vezuma dimensão política, uma que constituem, jogos de poder e influências no processo de decisão. As relações estabelecem emantêm, do quese depreende existir disputas, nos seestruturame secaracterizam relaçõespelas também que cia viva. Para alémdas suas funções administrativas, os gover envolver etestar suacapacidadederesponder não teria existên- 6 Algumasconsiderações: midiatizaçãoe mundo conectado emrededemocracia – e a possa ser mais comunicação. sideração dahibridização dos modos de difusão, distribuição e do. E oautor mesmo parece deixar umrastro de resposta: a con- direta comapolítica, pois é preciso um engajamento continua e organizaçãopolitização para dapopulação sustentar relaçãoa atenção, de deslocamentos, oqueremete adiferentes níveis de sidade extrema de práticas de recepção, comníveis variáveis de a sociedade. regra primordial para o processo de interação entre a políticae globalde produção e circulação culturade uma como midiática erados cidadãosna cas deação contextoem um digital, mais (PROULX,balizada 2012). Então, é e políticas,pensando-seemnovas formasglopolítica deação - inevitável, tanto para os ativistas quanto para asciênciassociais erados cidadãospoder de ação na tornou-sedigital um assunto Proulx significaram e ecoam. Este autor aponta que a questão do democracia com maisparticipação selves. É judicioso, então, que asrelaçõesjudicioso, É então, institucionaisse Embora a cidadania possa ser também exercida no No entanto, oautordiverque háuma também aponta Diante do exposto,questões algumas colocadas por necessário pensar as práti - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 247

- : hacia una : hacia una . Madrid: Alianza . Madrid: , ENS Cachan, n. 15, , ENS Cachan, n. , São Paulo, ano 5, n. , São Paulo, Matrizes Terrains & Travaux Terrains Comunicación y poder y Comunicación Editoral, 2009. 679 p. Editoral, Mediatización, y Sociedad y Sentido: Diálogos Brasil UNR, 2010. p. 2-17. Rosário: Argentina. às ana das lógicas de pesquisa: como objetos circulação Galáxia defasagens. das a explosão investigar logias para 33, p. 199-213, 2016. v. (PUCSP), Anual, Curitiba-PR, Encontro 14º nicação. In: COMPÓS, 2007. 2011. PPGCOM-UNISINOS, vias de midiatização. Paper, 2008. 372 p. Paulus, cia. São Paulo: mudança social e cultural. (introduction). (introduction). p. 3-28, 2009. e Sociabilidade. In: Comunicação GT cional de referência. Anual, Bauru, jun. 2006. 15º Encontro COMPÓS, 2, p. 53-91, jan./jun. 2012. sociedad de la web. Barcelona: Gedisa Editorial, 1999. 1999. Gedisa Editorial, Barcelona: sociedad de la web. 256 p. FAUSTO NETO, Antônio. A circulação além das bordas. bordas. além das A circulação Antônio. NETO, FAUSTO e a midiatização sobre casos de A construção FERREIRA, Jairo. pensar a comu- Mead para G. H. de Contribuições Vera. FRANÇA, Da sociedade dos meios à sociedade em Gilberto. GOMES, Pedro - C. M. Comunicação e democra GOMES, Wilson; MAIA, Rousiley de agente a mídia como Stig. Midiatização: teorizando HJAVARD, BEUSCART Jean-Samuel et al. Sociologie des activités en ligne et al. des activités Sociologie Jean-Samuel BEUSCART intera- processo como “mediatização” Sobre Luiz. José BRAGA, Manuel. CASTELLS, conexión en Derick. Inteligencia KERCKHOCVE, Referências fortalecida, possibilitando a participação cidadã mais direta a possibilitando participação mais direta cidadã fortalecida, na política –, há de se pensar em modos diversos e específicos se a democracia provavelmente não for, assim Se exercê-la. para de – que ela da justiça social ainda mais pode gerar distanciará e efetivo. concreto modo mais 248 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados MATTELART, Armand;MATTELART, Michèle.Pensar asmídias RÜDIGER, Francisco. Introduçãoà teoria da comunicação : ROSNAY, Joelde.Uncambio deera.In: RAMONET, (Org.). Ignácio PROUXL, Serge.après?. Lasociologie desusages,et In:XVIII PROUXL, Serge. Lapuissanced’agirdes citoyens dansunmonde PINTO, CéliRegina Jardim. Espaçosdeliberativosquestão ea Marco.NOBRE, democraciachoque da O : razões darevolta MORIN, Edgar. Introduçãopensamento ao complexo. 3.ed. MATA, MariaCristina. Entreplatea.y la plaza la In:SCHMUCLER, MARTÍN-BARBERO, Jesús. KROTZ, Friedrich. Themeta-process of ‘mediatization’a as Catálogos, 1992.p.62-76. diática? 2003. 139p. problemas,correntes eautores. 2.ed.São Paulo:Edicom, 2005.p.17-32. mica. Madrid:IcariaAnhazyt, La post-televisióny globalización –multimedia econó- 2008. communication”,“Sociologie dela 7-11 juillet Istanbul, DE LANGUEFRANÇAISE (AISLF), Groupe de travail CONGRÈS INTERNATIONAL DESSOCIOLOGUES 2012. Conférence d’ouverture, Colloqued’Agadir,4-6 avril, dans lespays duSud:desTIC, médias classiques aux fortemente conecte. In:Usagesetpratiques des publics Caxambu –MG,2002. da representação. In:ANPOCS,EncontroXXVI Nacional, (E-Book). SãoPaulo: CompanhiadasLetras, 2013.33p. Porto Alegre: Sulina,2007.120p. São Paulo: Edições Loyola, 2004.256p. ción H.; MATA,Cristina (org.).Maria Loyola, 2004.478p. tino-americana dacomunicaçãoecultura. SãoPaulo: Thousand Oaks, v. 3,p.256-260,2007. conceptual frame.conceptual – hay Buenos Aires: Universidad Nac.deCórdoba/ un lugar Global Media and CommunicationMedia Global Ofício para la de política cartógrafo Políticay comunica - en la –travessia la cultura me- - . , Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 249 Paradigmes pour penser les usages des objets objets des les usages pour penser Paradigmes - au La critique des TIC prisme des transforma La puissance d’agir des citoyens dans un monde dans un citoyens des La puissance d’agir _15_04_-_Manh.html _15_04_-_Manh.html -_16_04_-_Manh.html _16_04_-_Manh.html -_17_04_-_Manh.html _17_04_-_Manh.html Proulx_- _18_04_-_Manh.html -_18_04_-_Manh.html 19_04_-_Manh.html 19_04_-_Manh.html conecte. fortement contemporain. tions du capitalisme communicationnels. génération de recherches? génération http://www.4shared.com/video/RkmjJWIt/Seminrio_Proulx_- http://www.4shared.com/video/YnVZEnDI/Seminrio_Proulx_- http://www.4shared.com/video/AG5sm00n/Seminrio_Proulx_ http://www.4shared.com/video/ib8KGoPY/Seminrio_Proulx_- http://www.4shared.com/video/Hhm75K-y/Seminrio_Proulx_ http://www.4shared.com/video/J_urUbeM/Seminrio_Proulx_- http://www.4shared.com/video/oRT8qsvU/Seminrio_ http://www.4shared.com/video/Eb9CCLcH/Seminrio_Proulx_ http://www.4shared.com/video/n4iCoxI9/Seminrio_Proulx_-_ http://www.4shared.com/video/cIEjeLnB/Seminrio_Proulx_-_ Vídeos do SeminárioVídeos Serge. PROULX, . Serge PROULX, PROULX, Serge. Approches de la réception: vers une quatrième vers de la réception: Approches Serge. PROULX, Serge. PROULX, Slides de aula Slides

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 251 - 1 Élida Lima of contribution’ mídia, midiatização, cultura da contribuição, cultura midiatização, mídia, ‘cultura da contribuição’ da contribuição’ ‘cultura - conteú de na produção usuários A participação dos mações das práticas jornalísticas. Jornalista, por 12 anos atuou como repórter anos atuou repórter 12 como jornalísticas. Jornalista, por das práticas mações na análise com foco (UCPel), em Letras Mestre jornal. de em redação e editora bakhtiniana. E-mail: lima.elida@gmail. a perspectiva sob mídias das discurso do http://lattes.cnpq.br/8996003316306594. com. CV: Doutora em Ciências da Comunicação (Unisinos), estuda os processos comuni- estuda os processos da Comunicação (Unisinos), em Ciências Doutora nas transfor em midiatização, com interesse sociedade da no âmbito cacionais Booking.com sob a perspectiva da Booking.com sob a perspectiva Booking.com from the perspective of the ‘culture of the ‘culture perspective the Booking.com from 1 Resumo: Resumo: tem hotéis, dos Booking.com, por meio de avaliações do no site pela agência e seu sucesso prestado no serviço papel decisivo da contribuição, a partir da perspectiva econômico. A cultura embasamen- oferece-nos 2013), 2012, (2010, Proulx de Serge as quais estão sociais, práticas novas essas observar para to pela ambiência em midiatização. uma de sociedade marcadas Temos como objetivo neste trabalho desenvolver uma reflexão discursivas vistas a com subsidiar a análise de produções teórica de um ca- pistas emergir as quais deixam no site, apresentadas conteúdos de a monetarização ou seja, pitalismo informacional, que a contexto a partir da lógica do dom. É nesse produzidos constitui, mantendo online Booking.com se reservas agência de na contribuição de ação midiatizada alicerçada uma plataforma dos seus usuários. espontânea e não remunerada Palavras-chave: turismo, Booking.com. 252 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados tituições midiáticastradicionais de viver’, queaté o surgimento de tais tecnologias tinhaasins- ism, Booking.com. Keywords: spontaneous andunpaidcontributionofitsusers. tuted,platformaction an maintaining onmediabasedthe contextthat the online bookingagencyBooking.comis consti- of contentsis inthis It produced of gift. on thebasisoflogic informationalan tocapitalism emerge,is, themonetizing that sive productions presented onthewebsite, which allow hintsof retical reflection in order to contribute to the analyses of discur mediated society. Ouraimwiththispaperis to develop atheo- these new socialpractices, which are selected by anambience- view of participatory culture offersfoundation us a to observe and itseconomic success. Serge Proulx’s(2010, 2012, 2013) uations of hotels, which are criticalfor the company’s service based ontheproduction of content for the website through eval Abstract: 3 2 1 Introdução ciedade em midiatização’ nentes‘sociedade dosuma meios’, a deixando emergir‘so- uma sociais da contemporaneidade se sobrepõem concer àquelas câmbio naspráticas sociais. modo de serelacionar daspessoas e promovem umprocesso de de dispositivos tecnológicos queinterferem sobremaneirano apropriação e invenção da partir a intensificando-se nuances, décadas, entretanto,obviedade tal ganhou novas ecomplexas duas últimas Nas reconfiguração. intermitente numa evolução, senso comum, portanto, que o‘mododeviver’ estáemconstante ridas nas formas de interaçãoao longodahistória. humana Éde sociedade nos oferecem pistas das constantes mudanças ocor meios decomunicação até osurgimento dainternet. Otermo ‘instituições midiáticas tradicionais’, oumesmo ‘clássicas’, refere-se aos dade emmidiatização’. Apresentaremosdistinção entresequênciaa na ‘sociedade dos meios’ e‘socie Referimo-nos a câmbiopor considerar queaspráticas da especificidades as desvendar buscam que Estudos On the websiteOn is users’ participation Booking.com, media, mediatization,participatory culture, tour- 2 . Ou seja, estamosalterando. Ou o‘modo 3 comocentro referencial.Eram - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 253 - - - - que não a sua. A pressão que não a sua. A pressão 6 desempenhou papel central na papel desempenhou central LIMA, 2010). 5 . 4 O das mídias campo Essa concessão dos demais campos se assenta não só demais dos Essa concessão - provo pública tem à esfera ‘acesso’ de A possibilidade tada em 1978 por J. Habermas (1984) para diferenciar uma esfera intermediária intermediária uma esfera diferenciar para (1984) J. Habermas por tada em 1978 - de aprofun estudo a intenção neste e o Estado. Não temos a vida privada entre pública, onde o espaço que a esfera considerar tal dar concepção, mas é preciso ainda e público, sofreu ao grande visíveis tornam da atualidade se questões uma para migra meios dos a sociedade mudanças substanciais conforme sofre sociedade em midiatização. campo sobre (1997) e Rodrigues (2009) de Bourdieu Seguimos as concepções e campo das mídias. Bakhtin/Volochinov de na compreensão ‘esfera’, Utilizamos a denominação que tais não são ex noções por considerar de ‘campo’ como sinônimo (1999), ( mas complementares cludentes, Esfera pública, aqui também denominada espaço público, é uma noção apresen Esfera sociedade na segunda metade do século XX, tendo a incumbên - a na XX, metade do século segunda tendo sociedade apresen serem de ‘dignos’ temas os selecionar de cia e o poder tados nas suas produções discursivas, temas estes pertencentes pertencentes estes temas discursivas, tados nas suas produções humana da atividade esferas a outras 5 6 4 as mídias e as produções enunciativas de seus especialistas que que de seus especialistas enunciativas produções e as as mídias os em curso, explicitar, colocar a detinham para legitimidade pública na esfera discursos que exerceu, e ainda exerce, sobre os outros campos, num pri campos, num outros os sobre e ainda exerce, que exerceu, - uma E efeti ser imposição das mídias. parece momento, meiro é, vamente mas não significa que seja arbitrária. Afinal, a esfera tal capacidade a partir e ainda detém teve midiática somente o Assim, campos sociais. pelos outros da legitimação conferida (RODRIGUES, uma delegada legitimidade tem campo midiático 1997), o que não significa que, ao se apropriar de discursos de próprias. competências com os impregne não outrem, midiática, mas também no da esfera na habilidade enunciativa - a exclusivi atrás, pouco tempo até mídias deterem, de as fato nos Estamos ‘emissão’. de tecnológicos dispositivos sobre dade o Com meios. dos uma sociedade de sociais às práticas referindo - essa mediação passou a alte ser tecnologias, novas das advento a interação da atualidade permitem que os dispositivos eis rada, da anuência depender os públicos sem obrigatoriamente entre - pro dos (escolhas) concessão de uma instituição midiática e da fissionais da área. cado ainda reconfigurações nas operações comerciais dos mais ofertar que buscava uma empresa Se antes campos. distintos 254 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados midiático, na atualidade é possívelatualidade midiático, na especialista não um a seus produtos eserviços dependia de especialistas docampo 7 pois nova políticade acesso ao espaço público. Aquestãovai além, apropriaçãoa socialdestes dispositivos gerauma não apenas das tecnologias dainformação edacomunicaçãomostram que apenas deumnovo modusoperandi, poisestudos sobre ouso ções discursivas específicas da internet. Não se trata, entretanto, práticas sociais de uma sociedade em midiatizaçãoeopera- rede, desenvolvendoplataforma uma denegócios baseada nas setores em se promover e promover seus produtos/serviços na comerciais ração pela internet. Referimo-nos ao infinito número de relações surgiramempresas quetêm suasatividades alicerçadasinte na - e daadesãoàslógicasconcernentespública aocampomidiático, com crescente adesão àslógicasmidiáticas. do campo midiático para aprodução e circulaçãode discursos e der o peixe’está mudando,commenordependência também ‘vende - modo o que significa Isso visibilidade. produto)obter e ciar’ narede, promover a suaatividade comercial(serviço ou mídias. das área da profissionais consideradas são não que pessoas às Referimo-nos No contexto de novas possibilidades de acesso à esfera online eàcrescente especializaçãode determinados ção, pelosleitores deDVD, peloslivros eletrônicos, leitores de áudio comousem dispositivo de grava- pelos computadores portáteis ou de mesa, pelos apoios digitaispersonalizados, passando pelofax, nômades, quevão desde os telefones celulares aos artefatos técnicos empresariais, domiciliares ou te infraestruturalenorme constelaçãode uma de considerar ofatorede dequea éumcomponen- um estudoapropriado dos usos da Internet deve muitoanálise de uma fragmentada.Desse modo, perspectiva mais abrangente para evitar o risco uso éumfenômeno quenosobriga aadotaruma tivos ede suas possibilidades computacionais de últimos anos,bemcomo a proliferação de aplica tais decomunicaçãopostos emfuncionamento nos [...] aexplosão do número de novos artefatos digi 7 ‘anun - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 255 - - - - - pelos televisores, pelas antenas parabólicas, pelos parabólicas, antenas pelas televisores, pelos digi de TV aparelhos e pelos de jogos terminais tal. Deve considerar também a utilização de outras também a utilização outras de considerar tal. Deve Internet.além da Na verdade, rede, de tecnologias seja útil ainda como ‘Internet’ termo o embora de reticular conjunto genérica desse designação - de comunica as práticas técnicos, dispositivos mais digitais abrangem ção mediadas pelas redes Internet, é uma rede que essa sendo que a rede uma lógica comercial mais orientada por cada vez p. 2-3). 2010, (PROULX, O processo de evolução tecnológica pelo qual a passou tecnológica de evolução O processo Assim, temos como objetivo para este artigo identificar identificar artigo este para objetivo como temos Assim, Nesse contexto, em que pese a lógica comercial referi que pese a em lógica comercial contexto, Nesse sociedade em midiatização sociedade nas últimas décadas suscitou, com a adesão massiva a massiva a adesão com suscitou, nas últimas décadas sociedade uma mudança nos domínios de interação, técnicos dispositivos da por Proulx (2010), foram criadas empresas virtuais que têm virtuais que têm empresas criadas foram (2010), Proulx da por É o caso das usuários. dos a contribuição suas estratégias entre últimos nos anos online, que se voltaram agências de turismo eles que preferem buscam ações que conquistar clientes para próprios planejar suas viagens. Afinal, as práticas de interação suas e organizar a não especialistas buscar permitem redes das turis- uma agência de de a contratação sem atividades, próprias mo tradicional. a cons para digitais trouxeram as mudanças que as tecnologias e de turismo na área comerciais tituição de transações e sucesso ba que se uma de empresa a estratégia analisar empiricamente A me- clientes. com seus interação de protocolos seia nos novos todologia inclui uma reflexão bibliográfica com base em obras a trazer modo de trabalho, neste proposto o tema que abordam de nos ao entendimento pertinentes aspectos a discussão para - a operacionaliza utilizado para de estudo. O método so objeto online Booking. caso da empresa de ção da pesquisa é o estudo hotéis. de acomodações em com, especializada na reserva 2 A cultura da contribuição no contexto da no contexto da contribuição 2 A cultura 256 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados nas práticas dacontemporaneidade: marcasmercadoriaimprime de específico tipo um de consumo semostraatualidade A bem diversa, anos, o que, nosúltimos já sociedade seria cada vez mais marcada por uma uniformidade. paradigmasalguns comunicacionais que consideravam quea e complexa,nua ao contrário doquesupuseram anteriormente (FAUSTO NETO, 2006). Essa nova organização socialédescontí nova realidadeadvinda social, aquela de ligações sociotécnicas danças nasconcepções de espaço e tempo, construindo uma das mediações e das interações, o que representa aindamu- âmbito no transformaçõeshouve que significa Isso sociais. los mais porrelações sociotécnicas do que por tradicionais víncu- (SODRÉ, 2008, p.21). Nesse contexto, asinterações se fazem ca emercadológica darealidade sensível, denominada teração’ –,caracterizada por uma espécie de prótese tecnológi- de interaçãoparticular que poderíamos – a chamar de‘tecnoin reboque deorganizações empresariais e comênfasetipo num ser compreendidasprocesso como um“[...] informacional,a mídias. as práticassão afetadas cultura porlógicasmidiáticas,pela das ferentes instâncias –religião, política,educação,ciência, etc. –, da organizaçãoalém socialedos processos discursivos, emdi lidade dos meios, e noâmbito dasociedade em midiatização, ênfasemeios, a atividade da interacionalpassava centrapela - novos meios de comunicação,interação. Nasociedade dos volvimento de tecnologias intensamente transformadas em sociedademeios e a (ou midiática) emmidiatizaçãoéodesen diferenciaçãoquestão defundona que a entresociedade a dos econômico, social, cultural, político,etc. Épreciso considerar Na sociedade em midiatização,asmediações podem tando acultura vigente (SGORLA,2009, p.64). rotinas pelas social, pautando-se sociais e reajus- por reestruturarmentações queacabam oespaço movi- inúmeras verificar podemos utilizá-los, de de informaçãonovasou ecomunicação maneiras Quando surgem novos mecanismos tecnológicos cidade com que se desenvolvem as tecnologias. A cadênciadessa sociedade é reguladavelopela - medium” - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 257 ------de direcio namento interacional. Essas invenções são talvez a são talvez Essas invenções interacional. namento a so da questão. É porque importante mais parte em um sentido acionar tecnologias ciedade decide - – na enge desenvolvem se que estas interacional p. 2012, (BRAGA, social nharia e na confrontação 36). Sobre a tecnologia disponibilizada é preciso ainda preciso é disponibilizada a tecnologia Sobre sociais invenções que se desenvolvam a realidade social exatamente na me- social exatamente a realidade socialmente Essa possibilidade de fazer ver e de fazer circular as circular de fazer e ver Essa possibilidade de fazer É preciso compreender que, seguindo a concepção de a concepção que, seguindo compreender É preciso Podemos pensar, então, que a adesão da sociedade a a sociedade da a adesão que então, pensar, Podemos lidade, anunciabilidade e a publicização exacerbada dos atores atores dos lidade, anunciabilidade e a publicização exacerbada sociais” (SGORLA, 2009, p. 64). especifi segunda uma provoca enunciativas produções próprias a centralidade com e meios, dos da sociedade no âmbito cidade: o fazer, sobre do dizer a prevalência do campo das mídias, havia enquanto que na sociedade em midiatização ocorre a intensifi para discurso a imagem, do para da palavra cação da migração intrín- é um fenômeno A lógica da visibilidade a representação. - exponen aumentou porém 1997), seco à (DEBORD, sociedade - con se Há de tecnológicos. dispositivos novos com os cialmente da vida privada reservado então, que o comportamento siderar, e cotidiana passa na atualidade por uma reconfiguração. Novos de visibi a partir de gramáticas tecidos de interação, protocolos Braga (2006), a midiatização afeta a nossa realidade social, social, pois a nossa realidade a midiatização afeta (2006), Braga “construímos possibilidades organizando vamos dida em que, tentativamente, sobremaneira, mudou interagir de modo E o (p. 3). interação” de política social, e econômica da sociedade que “a estrutura visto que ditam a visibi com base em gramáticas midiatizada é tecida uma cadência cada vez mais marcada pela tecnologia configura da meios dos sociedade a distingue que especificidades das uma (2009), Sgorla conforme Trata-se, em midiatização. sociedade que implicam no mudanças técnicos aparatos consumo de do de tecnologias que o desenvolvimento indicando espaço social, mas não Basilar, em midiatização. na sociedade é questão basilar e as rotinas, que marca é a tecnologia pois não determinante, delas. sim o uso que fazemos 258 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados a percepção eocomportamento dossujeitos. lidade, anunciabilidadee publicização, foram criados, alterando partir dessa nova ambiência. relações enos modos de enunciardos campos eseusatores, a segundo aspectoum acesso, há quesereferenas mudanças às midiatização afetanossa realidadea questão do da Além social. se fazereram coisasquenão feitas antes. do queisso,a Mais concepção deBraga(2006),se restringenão possibilidade de à (e seleção)realizadaPorém,especialista. pelo midiatização, na a seus discursos,tendo grande como vantagem evitar mediação a tintosdispensarem campos mídias tradicionais as paraenunciar deste artigo,sobre apossibilidade de os sujeitos dos mais dis nos dois aspectos.primeiro, O comoreferido seçãoanteriorna dos até então. pratica enunciar de modos dos subversão uma significa zação circulaçãodiscursos no contextosociedade deuma em midiati- tras esferas epermeando as práticassociais destes. Colocarem discursos especialistas, vem sendo adotada pelossujeitos de ou- Isso querdizer queacultura dasmídias,demediar e construir enunciar no espaço queessa público nova ambiênciarequer. Nesse sentido, cremos ser válido pensar em pelome- Estamos nosreferindo na ‘forma’à mudança dese pares (PROULX, 2012,p.1). buscando oreconhecimento simbólicoentre seus paixãouma partilhar ciado a ouàsvezes o prazer, deles (Leadbeater 2004) e Miller – estámaisasso rios contribuintes –“amadores” paramaioria a ção. Emvez disso, o motivo apresentado por usuá- costume, empráticasde concorrência ecompeti- de utilitarista lógica a com identificar se parecem “cultura de contribuição”, cujosproponentes não do. AInternet deuorigem ao longodos anos auma contribuição, imaginárioparticipativo eorienta- comércio marcadascultura pelosideais deuma da o surgimento denovas práticas decomunicaçãoe Internet edatecnologiatemdigital possibilitado Na sociedade contemporânea, apenetração da - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 259 - - - - - , coisas assim” (PROULX, 2013). O 2013). (PROULX, assim” online, coisas A mediatização realiza uma ‘deslegitimação’ de uma ‘deslegitimação’ realiza A mediatização na que, agora, em sociais campos medida outros - distan ‘por subtrair mais se conseguem não estes - uma pro manter nem geral, público do ciamento’ ‘Tudo’ campo’. as lógicas ‘de para ‘esotérica’ teção ao esquadri aberto torna tudo se logo expõe, se nhamento, se torna ‘familiar’ a todos (BRAGA, (BRAGA, a todos ‘familiar’ se torna nhamento, 2006, p. 14). Os sujeitos, já permeados pelas não lógicas midiáticas, já permeados Os sujeitos, que contribuição so considera (2013) Proulx Serge es de tema foi doação, de no sentido dom, A noção de (RFC). “Através dessa lógica lógica dessa de ‘pedidos “Através (RFC). for Comments Request se furtam a apresentar no espaço público É nes suas opiniões. se furtam a apresentar sa esfera pública reconfigurada que as coisas acontecem, pois, a partir da desenvolvida foi a internet (2012), Proulx conforme juntamente que, uma da contribuição, vez concepção da cultura de comu- também um dispositivo surgiu tecnologia, com a nova ou de comentários’, de ‘pedidos literalmente nicação, chamado o da in- do dispositivo inventores os primeiros de comentários’, 2012, (PROULX, o início um mundo livre” desde abriram ternet p. 4). na internet, mas, interação de atividades cial são as inúmeras ele enumera o para trocar ato - exemplificar, arqui de “bloguear, clicar no Twitter, retransmitir digitais, postar no YouTube, vos - re para contribuir . [...] cidadão online no jornalismo podemos de um conjunto organizar online, criar hyperlinks, digir textos publicar documentos, isto recomendação, de destaca ainda a atividade pesquisador ou se visitado ser deve um restaurante comentar se de é, o ato estão recomendações Essas um livro. ou não comprar devemos mas também na mercado, de lógica da transação na assentadas lógica do dom. tudos de Marcel Mauss (1991). A partir de trabalhos - etnográfi cen- grandes dos afastadas às populações junto realizados cos tros ocidentais, mais especificamente na região da Polinésia, o que per obrigações três de a existência percebeu pesquisador sua vez. dar por receber, dar, complexo: a um mesmo tenciam como dom a lógica do entender podemos concepção, Em outra 260 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados de talambiência: especificidades as e interagir de modo esse pensar para boram cola- Proulx reflexõesSerge as de que cremos assim, Ainda xão. refle- de ainda necessita digitais, tecnologias as vivenciadacom da doação(ouaculturapartir darealidade dacontribuição),a o fato de o doador estar implicadonaquiloquedoou.Alógica rização deconteúdos, dosdadose,atésociais. mesmo,dos laços digitais contribui, deformaparaou não, espontânea moneta- a inseridos noambiente virtualeparticipamdasredes. empresauma leva emcontaque,cadavez mais, os sujeitos estão empreendem com seus na atualidade clientes. A constituiçãode empresas tais que relação na refletem se quais as cadológicas, Essa nova formade fazer as coisas provocou mudançasmer passando, ocampodoturismo. passou, econtinua ção peloqual reconfiguracentrala paracontribuição pensar de economia - da Ou seja, osujeitoOu utilizador dos recursos tecnológicos É apartirdesse enfoque queconsideramos aquestão mica (PROULX, 2013). social oprópriosetornasocial laço fonte econô e contribuintes.sitese estánum Quando darede de produtoresminho, nessasituação deconteúdo ca- pelo ficando vão mais coisas muitas e virtual, endereço nosso ficam, ali ‘IPs’ nossos protocolos, xampelas redes sociais. Nossos números, nossos teúdos.os dados,rastros [...] , queosusuáriosdei está produzindoblog, comenta um alguém con- mo tempo, fornecedor de dados. Ou seja,quando contribuidor éprodutorO deconteúdo e,aomes conhecimento (PROULX, 2012,p.1). deinformaçãocapitalização co baseado em uma e muitos paraassegurar criação devalor a econômi tecnologias digitais e na lógicadacontribuiçãode capitalismo informacional baseadonouso das gerar grandes lucros.é, portanto, OséculoXXI um da ealvo denovas práticas demarketing viralpara a uma empresa desenvolver uma publicidade afia- Esta éatransformação informacionalque permite - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 261 - - - O turismo é um dos fenômenos mais significativos do mundo contemporâneo, exercendo influência po- social, econômico, desenvolvimento no direta países e das regiões lítico e ambiental de diversos da atividade crescimento o Com nele inseridos. um consequen turistas, houve de número e do que, destinos os entre da competição aumento te a passaram competitiva, em busca de vantagem e atrair para de marketing utilizar ferramentas da elas, a Internet. O advento entre clientes, reter - o turista online mais exigen tornou rede grande compra de decisão de na tomada informado e te 2009, p. 8). (TOMIKAWA, No trabalho de observação de acontecimentos da atua de acontecimentos de observação trabalho No Os sujeitos estão cada vez mais inseridos no ambien- estão cada vez Os sujeitos 3 A contribuição dos usuários no site Booking.com dos usuários no site 3 A contribuição Monetarização no sentido de transformação desses conteúdos, conteúdos, desses transformação de no sentido Monetarização na empírico, estudo Em nosso em moeda. sociais, dados desses próxima seção deste trabalho, buscaremos construir uma - refle e a empíricos aspectos que inicial, ainda articulada entre xão, papel o sobre 2013) 2012, (2010, Proulx de Serge compreensão na atualidade. do contribuidor lidade, temos particular interesse nas operações discursivas que discursivas operações nas particular interesse lidade, temos conside pois ao turismo, dedicados espaços nos engendram se em relação campo turístico está em transformação, que o ramos marcadas sociais e às práticas à mídia à tecnologia, aos sujeitos, a partilhar dispostos da contribuição de ‘amadores’, pela cultura - Essa última caracte reconhecimento. e obter suas experiências à ideia da busca de visibilidade e do exibicionismo rística remete na sociedade em midiatização. vivenciado exacerbado ao chamado de ‘pedidos de comentá- virtual, respondendo te da internet. su Esse- (RFC) for Comments rios’ ou do Request o estabelecimento para contribui consumidor, enquanto jeito, no campo do turismo, o lógica comunicacional de uma nova o capitalismo para voltadas de marketing a práticas qual adere comunicacional. 262 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados surgiram asagênciasonlinedereserva dehotéis. reconfiguraçõestais esteirade Na viajantes. dos organizar” “se de modo do reconfiguração a para crucial é anteriormente, ferimos estão disponíveis narede. Aquestãodoacesso,então,comore- de domínioquaseexclusivo dasagênciasdeturismo naatualidade Informaçõesantes que doadventodas tecnologias digitais eram ficarão hotéisonde hospedados. dos precisamseleção a fazerestá dagem, atrações, etc. Noextenso rol deescolhasqueosviajantes destinos (nocasodeviagenslazer),companhiasaéreas, hospe- viagem pressupõe o uso da internet como ferramenta para definir Em outras palavras, naatualidade,aorganização deuma qualquer lugar (SILVA, 2012,p. 29). comodidade e praticidade,horaqualquer a e em temoportunidade deefetuar a suascomprascom emqueoclientee atualizado, sanasuasdúvidas e de distribuição completocomo umcanal atuando de determinada cadeia de serviços) (OMT, 2003), uso fizeram já que internautas por emitidas niões de websites institucionais) esecundárias (ex.: opi- através obtidas oficiais informações (ex.: márias variados destinos do mundo, apartirde fontes pri acesso a toda e qualquerinformação, sobre os mais mente, os websites possibilitam queocliente tenha Interneta penho. Nosdiasatuais, e, maisprecisa produtos, monitoraçãode indicadores dedesem res eparceiros, diferenciação epersonalizaçãodos Turismo, a comunicaçãocom consumido ou seja, com) efacilitouo Marketing para Hotelaria e (Hoteldo, Decolar.com, Reserva Fácil, Booking. distribuição baseadosexclusivamenteInternet na tornou possível osurgimento de novos canais de mais rápido,soal, maisabrangenteIsto emaiságil. turismo setornou, aomesmo tempo, maisimpes e suaspreferências. Oprocesso de distribuição do perfil seu o com acordo de reservas, suas efetuar mas, principalmente os websites corporativos, e intermediação. O cliente podeacessar os siste- sados pelo próprio cliente semanecessidade de turísticos estãomaissimples,podendo ser aces- Atualmente, ossistemas dereservas deprodutos - - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 263 - online. ferramentas de pesquisa de acomodações ferramentas Para este artigo, selecionamos o site Booking.com, Booking.com, site o selecionamos artigo, este Para Outro aspecto percebido nos últimos nos últimos é a anos substi - percebido aspecto Outro Figura 1– Página principal do Booking.com com as 1– Página Figura taforma de negócios também sofreram alterações nos últimos nos últimos alterações tambémnegócios de sofreram taforma - com o desenvol interação, de formas novas anos em função das vimento do marketing de banco de dados. São especificidades - a nature e que estão “mudando com a internet que surgiram por modos e os negócios fazem as empresas como modo za do com o consumi- quais elas meio dos se comunicam e interagem p. 481). 2008, BELCH, dor” (BELCH; hotéis de reserva agência de autodenomina qual o se a agência empresa, da publicadas no site Segundo informações de ofertas no seu rol atualmente tendo fundada 1996, em foi em mais de distribuídas de temporada propriedades 350.000 que se A missão idiomas. 40 em mais de trabalhando países, 200 com qualquer tipo de é de “ajudar viajantes a empresa propõe me- das e desfrutar reservar pesquisar, a facilmente orçamento da página a reprodução Abaixo do mundo”. acomodações lhores o box para amarela, pela com destaque, cor site, do abertura de site), (do usuário do do viajante o destino inserir onde é possível de pessoas. a data da permanência e o número tuição dos pequenos empresários locais por redes (regionais, (regionais, redes locais por empresários pequenos tuição dos capital econômico detêm as quais ou internacionais), nacionais em investimentos realizar e para de equipes a manutenção para pla As bases da e da comunicação. da informação tecnologias 264 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados a proposta para os afiliados, no caso os hotéis que queiram fa- queiram que hotéis os caso no afiliados, os para proposta a as informações da conta do cliente são repassadas. Vale notar refere-secidade” salientada aosdados do cartãodecrédito, pois gurançadas informações inseridas no site.“garantia A de priva - se a Clientes”para “Benefícios os entre destacado tendo rismo, mesmos princípios básicos deoutras empresas do ramo detu usufruem aousaroserviço. Booking.com do clientes os que benefícios os explica e anuncia oferecem ‘isenção’ ao site eàsinformações queporalicirculam. mações, gratuitamente, descrevendo oproduto. Essasopiniões o destino confirmar os dados. São os clientes que geram as infor interessante ressaltar queaequipe do Booking.com nãovai até fabuloso.Cada adjetivo está acompanhadodareferida nota.É bom, muito bom,ótimo,excelente, excepcional, fantásticoaté hotéis é formado, podendo variar de ruim, aceitável, agradável, de outrose notas,além critérios comerciais, queoranking vida porSerge Proulx(2013). Eépormeiodesses comentários e notas. Ouseja,deve ser um contribuidor, naacepçãodesenvol- vas pela agência, avaliar os hotéis onde ficou, emitir comentários site. Isso representa, emoutras palavras, alémde fazer as reser ‘diferenciação’tal cançar é necessário ativamente’ ‘participar do ganha 10% de desconto emdeterminadas hospedagens. Para al tar deumstatus diferenciado: cliente Genius.Ocliente Genius mais de dez reservas numperíodo de um ano,passamadesfru a integrar ocasting declientes, osquais,casovenham arealizar criar uma conta(canto superior à direita daFigura 1), passando Figura 2–Entre osbenefícios prometidos aosclientes A estratégia de funcionamento daagênciasegue os Abaixo reproduzimos a empresaa páginanaqual Valepodem que osusuáriosdoBooking.com notar está segurança dosdadosdocartãodecrédito de ------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 265 - - Estatísticas online Estatísticas Como parceiro afiliado, você pode rever estatísti- reservas, de visitantes, cas online, como número oferecemos Além disso, e comissões. conversões reservadas, cidades detalhadas sobre informações - ferra várias assim como usuário, e país do idioma mentas de rastreamento sofisticadas. Muitos dos a riqueza nossos - de afiliados informa aproveitam Estamos certos lucros. seus maximizar para ções de que a transparência nos resultados (financei nos aos dados esses fornecer é crucial. Ao ros) sos parceiros afiliados em tempo real, esperamos possível da melhor maneira informados mantê-los 2015). (BOOKING.COM, - usuá que, ao utilizar o Booking.com, os dizer quer Isso que os considera (2012) Proulx sentido, Serge Nesse rios não estão apenas fazendo uma pesquisa de hotéis, mas ge- uma de hotéis, pesquisa não estão apenas fazendo rios o negócio. É a chamada “contri- para dados que servirão rando a que se refere mercantil” uma transação buição online como dados rastros, deixa o usuário utilizar o site, Ao (2012). Proulx - e re da plataforma proprietária que são captados pela empresa exemplo, por Genius, cliente Um (hotéis). afiliados aos passados contribui o que anteriores, lista de reservas uma extensa tem para a construção de um perfil. Ou seja, os (quando avaliam usuários de conteúdo’ cia não são apenas ‘produtores da agên- de ‘fornecedores mas igualmente de um as acomodações hotel), uma conta sujeita aos rastreadores mantêm dados’ (enquanto sofisticados da agência). base para de quais servirão os “metadados”, tornam se usuários da in- gigantes de mundo neste econômico valor de “a produção no qual os usuá- do capitalismo informacional, ternet. Trata-se do são a fonte real em tempo dados que produzem regulares rios p. 2). 2012, (PROULX, da internet” econômico de sistema valor canadense, a con- pesquisador que, na concepção do notar Vale zer parte da base de dados do Booking.com. Entre as vantagens as vantagens Entre Booking.com. do dados base de da parte zer oferecidas no “Programa de está, Afiliados”, além da promessa a estatísticas acesso o risco, baixo e de séria uma negociação de a explicação: abaixo usuários. Veja nas pesquisas dos baseadas 266 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados avaliações gigantesco: maisde24milhões. e legitimidadeaosite. Principalmente pordeternúmero um de os usuários postaram serve para criar efeitos de credibilidade te, oacesso a ‘avaliações imparciais’.seja, aavaliação Ou que do serviço emmaisde40 idiomas e, cremos o maisinteressan dades distribuídas emmilhares dedestinos, a disponibilização estão tarifas maiseconômicas, umgrande número de proprie interessanteÉ notarqueentre asvantagenspara o novo ‘cliente’ do ao público externo, com vista à fidelização de novos usuários. clientes. Abaixo oanúncioquecirculano site Booking.comvolta vada neste estudorefere-seconquistar àpublicidadequebusca midiatização. de visibilidade, anunciabilidade e publicização dasociedade em especificidades as com consonância em está disso, Além balho. lógica do como dom, talreferimos na seção anterior deste tra - tribuição dos usuários de sites como o Booking.comse baseia na Figura 3–A empresa destaca as‘avaliações imparciais’ Outra característica da agênciade reserva onlineobser como umadas vantagens deusaraagência - - - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 267 - - - - - em compara média que a conversão do (a) maior que são servidos alojamentos, os ção com todos cada alojamen de Booking.com no destino por média em compa- (b) maior disponibilidade to; pelo acomodações atendidas as com todas ração (c) alojamento; de cada Booking.com no destino em de cancelamento à média percentual inferior atendidas as acomodações todas com comparação cada alojamento; de pelo Booking.com no destino hóspede do da avaliação a pontuação média (d) ininterrup registro (e) 10; de 7 ou excede atende e na ín- no tempo de comissões de pagamento to (f)tegra; de paridade, e ininterrupto um registro estabelecido (g) da cota conforme o cumprimento (BOOKING. preferido o programa para no convite 2015). COM, Trata-se de um número expressivo se considerarmos considerarmos se expressivo número de um Trata-se O (hos após utilizar usuário do Booking.com, o serviço pedar-se num hotel reservado pela agência), é convidado por por convidado pela agência), é reservado num hotel pedar-se a aco- a avaliar eletrônico ao seu correio mensagem enviada análises, É com base nessas hospedado. modação onde esteve que o Booking. espontânea remuneração, e sem de forma feitas uma acomodações com na sua lista de oferta com consegue ter avaliação fidedigna. No site da agência, entre as cláusulas dos de propriedade inclusão para do contrato e Condições Termos pelo Booking.com, chamam na ofertadas lista de acomodações para uma a eleição de propriedade para critérios os a atenção de de qualificações sete as Entre Preferido. Programa o integrar sempenho figuram: - como capita de tais informações se vale que o Booking.com que pensar disso, não podemos Apesar lismo informacional. que perceber sem o site para essas pessoas contribuam todas pos- sabem que suas contrário, usada. Ao será sua avaliação tagens têm finalidade comercial, sem, entretanto, considerar sem remuneração. como trabalho isso como uma exploração, (1991) a partir da lógica do dom que Mauss Os usuários agem de via- suas impressões a partilhar e são motivados descreve seus pares entre simbólico de reconhecimento na busca jante 2012). (PROULX, 268 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 4 Algumasinferências plataforma deque parece negócios da agência. O importarédei sem parecerinformações se importarsetais serão na utilizadas por meiodeavaliaçãotribuição dos hotéis espontaneamente, usuários doBooking.com nãofogem àregra: oferecem suacon- nas práticasnada Consideramos sociais da atualidade. queos é vitalpara ofuncionamento doempreendimento. credibilidade ao ranking por exemplo,Booking.com, oferece efeitos detransparência e das pelasagênciasde turismo. Odepoimento dos usuários no tes dependiam quaseexclusivamente das informações repassa- realidade vivenciada até duasdécadas atrás, quandoos viajan- sociedade des de uma que sediferencia emvários aspectos da tânea dosusuáriosumalicerces donegócio. de acomodações locação tras instânciasde emissão, como, porexemplo, nasagências de de ser‘verdade absoluta’, poispodemser ‘confrontados’ emou- construídos agências deturismotradicionaispelas/nas deixam trabalhodos agentes deturismo.Emconsequência, osdiscursos do reconfiguração a representa que o especialistas, de sividade ‘emissão’de informações sobre alojamentos deixade serexclu empresaconsideramos Booking.com, importante destacarque a falar sobre ‘mim’ oude ‘outra coisa qualquer’. No que tangeà crevemanúncios, etc.),publicam nojornal, podendo ‘eu mesmo’ está maisrestrito aumgrupo pequeno (os que falamna TV, es so’ à esfera pública. Isso significa que o privilégio de ‘emitir’ não surgimento de dispositivos tecnológicos que permitem o‘aces- culturadas na somentecontribuição da épossívelpartir do a velmente, maiornúmero dereservas. de busca e,consequentemente, obter maior visibilidade e,possi E estar no topo da listarepresenta aparecer na primeira página aparecer notopoofertasde lista da determinado deum destino. Assim, a cultura dacontribuiçãoparece estar impreg- especificida carrega complexa processualidade Essa precisoÉ considerarcriação deempresas quea basea- contas, das final representa,ao requisitos tais Atender construído pela empresa construído pela online,oque online quetêmcontribuição espon na ------Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 269 - lin- da : uma perspec filosofia e , São Paulo: ECA/USP, v. 1, n. 2, p. v. ECA/USP, , São Paulo: Propaganda e promoção Propaganda . Salvador: Edufba, 2012. p. 31-52. Edufba, . Salvador: . 12. ed. Rio de Janeiro: . 12. ed. Rio de Janeiro: O poder simbólico Revista Matrizes Revista Isso significa, então, que a sociedade em midiatização sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, Contraponto, Janeiro: de espetáculo. Rio do sociedade 1997. ção. (1929). 9. ed. São Paulo: Hucitec, 1999. Hucitec, Paulo: guagem (1929). 9. ed. São Tradução de marketing. integrada da comunicação tiva Surante. Denise Rinaldi, Daniela Cecília da Silva, Adriana 2008. McGraw-Hill, São Paulo: 2009. Brasil, Bertrand da Encontro e Sociabilidade, XV Comunicação GT rência. junho de 2006. Compós, Bauru, SP, diatização 89-105, 2008. Disponível em: . no apresentado Paper bordas. além das A circulação do: Seminário Mediatização, Bogotá, 2006. BAKHTIN, M.; VOLOCHINOV, V. N. Marxismo N. V. M.; VOLOCHINOV, BAKHTIN, Referências Referências é regida por lógicas e gramáticas que requisitam visibilidade e visibilidade que requisitam e gramáticas lógicas por é regida que os contexto é nesse E sociais. atores seus publicização dos a dar sua contribuição, do Booking.com não se furtam usuários e do negócio o sucesso para sirvam mesmo que tais produções con- viagens, suas preferências, sobre dados um banco de gerem econômico o sucesso para não remunerada tribuindo de forma da empresa. xar o registro, colaborar e fazer parte do universo de usuários usuários de universo do parte e fazer colaborar o registro, xar que viaja colaborativa Essa disposição emitir opinião. e pode previsível. mas até não é aleatória, : comentários sobre a G. A sociedade sobre do espetáculo: comentários DEBORD, da midiatiza- de uma “analítica” A. Fragmentos NETO, FAUSTO BELCH, G.; BELCH, M. G.; BELCH, BELCH, P. BOURDIEU, - refe de interacional processo Mediatização como L. J. BRAGA, In: Mediação campos sociais. e mi- versus J. L. Circuitos BRAGA, FAUSTO NETO, A. Midiatização – Prática social, prática de senti- social, prática A. Midiatização – Prática NETO, FAUSTO 270 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados HABERMAS,J. Mudançaestrutural na esfera pública SODRÉ, M. SODRÉ, SILVA,das do turismo: análise de comunicação Canais R. M. F.SGORLA, Discutindo o“processo de midiatização”. RODRIGUES,A. D. Estratégiascomunicaçãoda PROULX, S.Trajetórias de uso das tecnologias de comunicação: PROULX, S.Lapuissance d’agird’uneculturecontribution de la PROULX,EmergênciaS. culturade uma erana contribuição da di MAUSS,Essai surledon: forme M. et raison de l’échange dans LIMA, E.Relaçõesimpresso nojornalismo dialógicas : cação linear e emrede. 3.ed.Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. ufmg.br>. Horizonte, 2012. Disponível em: . 2009. Disponível em: . Disponível em: . 2015. Disponível se dos sites oficiais de turismo dos estados brasileiros. em: . BOOKING.COM – Agência de reservas online, Amsterdã/Holanda, online, Amsterdã/Holanda, reservas de – Agência BOOKING.COM TOMIKAWA, J. M. Marketing turístico e internet: uma uma análi e internet: turístico J. M. Marketing TOMIKAWA, eletrônicos Documentos

Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 273 , direção de arte, arte, de , direção Autores , tipografia, serigrafia, calcografia, - litogra xilogravura, Possui graduação em Publicidade e Propaganda pela e Propaganda em Publicidade graduação Possui de pela Universidade em Jornalismo graduação Possui offset fia (Dresch Artes Gráficas Ltda.). Com Agência de Publicidade e de comunicação e atua de 2010, na área de agosto Propaganda (campa- político e estratégico em marketing possui experiência branding e externa, nhas), publicidade interna Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2002) e Mestrado em Mestrado e (2002) Sinos dos Rio do Vale do Universidade Rio do Vale do pela Universidade da Comunicação Ciências da Comunicação em Ciências é doutorando dos Sinos (2006), mil Desde na mesma Universidade. em 2013) (início Unisinos dentro profissionalmente atua (1986) seis e oitenta e novecentos explorando e pesquisando sempre gráficas artes das mercado do impressos, de as suas linguagens e aplicações no mercado todas prática e Técnica como papeis e tecidos. suportes em diversos em em Comunicação e Linguagens e mestrado (2001) Fundo Passo em doutorado (2007), do Paraná Tuiuti pela Universidade Alexandre Dresch Bandeira Dresch Alexandre da Rosa Ana Paula projeto gráfico e produção gráfica. (Espiral Comunicação (Espiral e Ltda.). gráfica. gráfico produção projeto de do Reino Universal Igreja em mídia e religião: Pesquisador de Poder do e Mundial midiáticos) Igreja (dispositivos Deus no processo envolvidos interacionais relações de (sistemas Deus comunicacional). 274 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados e Mestrado emCiências Universidadeda Comunicação pela do UniversidadeJornalismo pela Católicade Pelotas (Ucpel) (2010) Edu Fernandes LimaJacques Filho tura hip-hoppara aprodução eaescuta musical. e aprodução desentido. As práticas sociais dos membros dacul sonoracontemporaneidade,na emusical arecepção, oconsumo dades (juvenis efemininas), aspectos midiáticos da experiência socioculturais, representações sociais, cultura urbanae identi- recepçãoconsumo ea juvenis midiática comfoco naspráticas Jornalismo UEL (2010).pela Integram interesses de pesquisa o (2004). Bacharelem com Habilitação em Comunicação Social pela Faculdadede Ciências Estadual Econômicas de Apucarana (UEL). Pós-Graduada Lato SensuemMarketing eComunicação Mestre emComunicaçãoUniversidade pela de Londrina Estadual Antropologia, soborientação do prof. Dr. Néstor García Canclini. Universidad AutónomaMetropolitana, no Departamento de Culturais ePolíticas.CAPES. DoutoradoBolsista sanduíche na Grande(UFRGS) doSul Mediações eRepresentaçõeslinha na em Comunicação eInformação daUniversidade Federaldo Rio Dulce Helena Mazer da Comunicação–EPISTECOM, daUnisinos. Organizacional naUTFPR e vice-líder do NP de Epistemologia membroÉ dos gruposdePesquisa EstudosemComunicação ginário, fotojornalismo, jornalismo on-lineeagendasetting. midiatização, circulaçãode imagens,crise davisibilidade, ima- e Editoração,principalmenteatuando nosseguintes temas: periência na área deComunicação, comênfase emJornalismo na linhadepesquisaMidiatizaçãoeProcessos Sociais. Tem ex no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) onde atua (UNISINOS). Atualmente éprofessorae pesquisadora na e Processos UniversidadeSociais na do Valedo RiodosSinos Ciências da Comunicação nalinhade pesquisa Midiatização Possui graduação– Hab. em ComunicaçãoSocial DoutorandaJornalista, no Programa de Pós-Graduação - - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 275 - - - - ) (2014). É doutorando no no É ) (2014). doutorando Possui graduação em Jornalismo pela Jornalismo em Escola de graduação Possui Pós-Graduação de Programa Titular I do Professor Comunicação Social (Ecos) da Universidade Católica de Pelotas de Pelotas Católica da Universidade Comunicação Social (Ecos) em o título mestre de mesma instituição onde obteve (1999), Aplicada. da Linguística concentração de na (2010), área Letras Ciências em o título de doutora obteve Unisinos, da PPGCom Pelo no jor 12 anos trabalhou Durante em 2016. da Comunicação, co- em da UNISINOS. Pos-doutor Comunicação da Ciências em em Jornalismo Formado municação pela UNR (Argentina). e mes 1992), (UFRGS, e Ciências Econômicas 1982) (UFRGS, Vale Sinos (UNISINOS dos do Rio Vale Élida de Lima Ferreira Ferreira Jairo Programa de Pós Graduação em Ciências da Comunicação - da Comunicação Ciências em Graduação Pós de Programa e cursa graduação com auxílio Unisinos, de bolsa Prosup/Capes; do Grande Rio do Federal na Universidade Arte da História em com ên- de Comunicação, na área experiência Tem Sul (UFRGS). e narrativas. do entretenimento indústria sobre em estudos fase na qual desempe empresa em Pelotas-RS, nal Diário Popular, redação. de e coordenadora editora repórter, de nhou as funções da Unijuí (Ijuí-RS). de jornalismo no curso como docente Atuou da Unisinos, com interes no PPGCom doutorado faz Atualmente, jornalísticas. e nas práticas se na análise do discurso midiático na em Informática e doutor 1997) em Sociologia (UFRGS, tre Jean nos Arquivos com sanduíche 2002), (UFRGS, Educação da School of Educacionais Piaget e na Unidade de Tecnologias Prêmio (2000). Geneva of University Education, and Psychology Questões de e é editor a criação Coordenou 2001. Capes-Paped da Comunicação. Em Epistemologias de - Revista Transversais Seminário Internacional o projeto e coordenou formulou 2016, Coordenou Sociais. em Midiatização e Processos Pesquisas de - intitulado “CRITICA EPISTEMOLOGICA Projeto/PROCAD o - episte com base em critérios em curso, investigações Analise de e mológicos, praxiológicos reflexivos na para desenvolvimentos e UFJF da UFG, com pesquisadores “, pesquisa em Comunicação 276 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados do Prêmio AdelmoGenro FilhodemelhorTCC 2011 concedi Ganhador fotografia. de ensino e publicitária fotografia tização, fotodocumentarismo, teorias da comunicação,semiótica,midia - do RiodosSinos.Tem experiênciaáreas nas defotojornalismo, FotografiaUniversidadeValee pela do Jornalismo Instrumental e ProcessosMidiatização pesquisa de nha Sociais. Bacharelem mesmada Comunicação universidade, pela com estudos na li- pesquisa MídiaseProcessos Audiovisuais. Mestre emCiências Universidade do Valede linha dos Sinos,comestudosna do Rio Marcelo Gomes Salcedo cação organizacional. diatização eprocessos marketingsociais, publicidade, e comuni- Atuaáreana com osseguintesde ComunicaçãoSocial temas: mi- Interdisciplinar deEstudosdaMarcae suasInterfaces (GIEMI). em processosgia comunicacionais midiatizados e doGrupo sa EPISTECOM –Epistemologia,imagem, técnica etecnolo- Federal(1999).de Alagoas Integrante dogrupodepesqui- (2002). Graduada emRelações pela UniversidadePúblicas e InformaçãoUniversidade pela Federaldo RioGrande doSul Valedo Riodos Sinos (UNISINOS-RS). Mestre emComunicação Doutoranda emCiências da ComunicaçãonaUniversidade do Agência Modelodo curso de Publicidade e Propaganda /IESA. nos cursos de jornalismoerelaçõesCoordenadora públicas. da Manoella MariaPinto Moreira das Neves ção, dispositivos, camposdasmídias ecirculação. nos seguintes temas: epistemologias dacomunicação,midiatiza- mologias dacomunicaçãoemidiatização.Atuaprincipalmente em tornoe artigospublicados de 70capítulos dostemas episte - da COMPOSentre 2004-2006. Organizou nove livros etem cerca Serge Proulxe Patrice Flichy. Coordenou oGT deEpistemologia comunicação, quecontacomaparticipaçãode Bernard Miege, Midiatização, técnicaintitulado etecnologias deinformação e Unisinos. Coordenou o Projetotambém Escola de Altos Estudos Doutorando emCiências da Comunicaçãopela Professorada Universidade adjunta Federal de Alagoas, - Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 277 - - , (avec , (avec comunicaçâo Sociologia da (ex-ENST), Paris. Autor, Autor, Paris. (ex-ENST), ParisTech Télécom Professor emérito na École des Médias, Faculté de Médias, Faculté na École des emérito Professor Doutor e mestre em Ciências da Comunicação pela da Comunicação em Ciências e mestre Doutor Communication da Université du Québec à Montréal (UQAM). (UQAM). à Montréal du Québec Communication da Université économiques Sciences no Département associado professor Foi et sociales (SES) de p. 288 2002, Brasil, Sao Paulo, Loyola, Ediçôes Philippe Breton), de la communication à l’aube du XXIe siècle, edi e a L’explosion Serge Proulx Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), na linha de (Unisinos), Sinos Rio dos do Vale do Universidade - estágio douto com Sociais, Midiatização e Processos pesquisa na Itália. “La Sapienza”, Roma di na Università (PDSE/Capes) ral - re e a experiência bit: A comunicação fez se “E de o Verbo Autor do Colaborador Santuário, 2012). (Editora ligiosas na internet” da Comissão membro (IHU). Foi Humanitas Unisinos Instituto no a Igreja para de Comunicação o Diretório Especial para (CNBB). Nacional Bispos do Brasil dos da Conferência Brasil, da Fundação brasileiro o escritório coordenou a 2012, De 2008 fundada por Hans Küng. Mundial (Stiftung Weltethos), Ética em Comunicação Social pela - Jornalismo graduação Possui - expe Tem Sul do (UFRGS). Rio Grande do Federal Universidade mídia na interface ênfase com Comunicação, de na área riência e religião. de Phillippe Breton com do pela Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo em Jornalismo Pesquisadores de do pela Brasileira Sociedade a natureza investigou mestrado, de sua pesquisa Em (SBPJor). comunicacional do contato viabilizado pela visualização da fi Moisés Sbardelotto sionomia e presença humana nos retratos da revista National da revista retratos humana nos e presença sionomia mi- de em processo sociedade uma de no contexto Geographic, qualidade co- como o rosto pesquisa doutorado, No diatização. tecnocultura. municacional da 400 2002, et Montréal, Paris et Boréal, tado Découverte por La redes e artigos sobre livros de uma dezena de p. Organizador digitais. 278 Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados do NúcleodePesquisas emGênero pelasFaculdades EST. feministas, Educação popular, Educação eTrabalho.Integrante Gênero.áreana Naatuação daEducação,Tecnologias, Teorias formação emCiênciasIndependente,Sociais : Mídia Tecnologia, zado. Ao longodatrajetória trabalheicom astemáticas áreana de (UNIVALI-SC), obtendo o Mérito Acadêmico pelo trabalhoreali - GraduaçãoUniversidadepela Gestão Pública em do Valedo Itajaí Ciências Sociais na mesmainstituiçãoqueem2007 realizo a Sociais (UNISINOS-RS). Em2008 obtenho oBacharelado em em 2013, nesta mesmainstituição com Licenciatura emCiências Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS-RS), formada (UNISINOS-RS),mestraCAPES 7.Sou em Ciências Sociais pela bolsista CNPQ pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos Thayane CazallasdoNascimento Desenvolvo oDoutoradoárea na da Educação como Midiatização e redes digitais: os usos e as apropriações entre a dádiva e os mercados 279 CASA LEIRIA Rua do Parque, 470 São Leopoldo-RS Brasil Telefone: (51)3589-5151 [email protected]

Este livro é um dos resultados do projeto Midiatização e Tecnologias Digitais/Escola de Altos Estudos/CAPES. Refere-se ao seminário de Serge Proulx, no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos, intitulado Mutação da comunicação: emergência de uma cultura da contribuição na era digital. Além deste, outros dois livros foram produ- zidos no âmbito do mesmo projeto: Operações de midiatização: das máscaras da convergência às críticas ao tecnodeterminismo (organizado por Bernard Miège, Jairo Ferreira, Antônio Fausto Neto e Maria Clara Aquino Bittencourt) e Redes digi- tais: um mundo para os amadores. Novas rela- ções entre mediadores, mediações e midiatiza- ções (organizado por Patrice Flichy, Jairo Ferreira e Adriana Amaral).