OS GIGANTES E AS MULTIDÕES Estádios E Cultura Esportiva Em Belo Horizonte (1950- 1965)
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André Maia Schetino OS GIGANTES E AS MULTIDÕES Estádios e cultura esportiva em Belo Horizonte (1950- 1965) Belo Horizonte Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG 2014 André Maia Schetino OS GIGANTES E AS MULTIDÕES Estádios e cultura esportiva em Belo Horizonte (1950- 1965) Tese apresentada ao Curso de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em História. Linha de Pesquisa: História Social da Cultura. Orientadora: Profa. Regina Helena Alves da Silva Belo Horizonte Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG 2014 981.511 Schetino, André Maia S327g Os gigantes e as multidões [manuscrito] : estádios e 2014 cultura esportiva em Belo Horizonte (1950-1965) / André Maia Schetino. - 2014. 244 f. Orientadora: Regina Helena Alves da Silva. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Inclui bibliografia 1. História - Teses. 2. Esportes – História – Teses. 3. Estádios - Teses. 4. Belo Horizonte – História - Teses. I. Silva, Regina Helena Alves da. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. III. Título. Para Virgínia, Caê e Maiã, Para Jéssica, Obrigado por tudo. Agradecimentos Após a difícil tarefa de encerrar um trabalho de grandes proporções, a escrita dos agradecimentos certamente trás de volta a leveza e a alegria dos momentos iniciais da empreitada. O momento em que o trabalho era ainda um projeto, e as ideias ainda não sabiam qual caminho percorrer. O ingresso no Programa de Pós Graduação em História, dando continuidade à uma de minhas paixões enquanto professor de Educação Física. Tudo isso, acrescido da satisfação em ver o trabalho finalizado. Essa tese de doutorado não teria sido possível sem a contribuição – em diversos níveis – de muitas pessoas, as quais agradeço nestas breves palavras. Primeiramente à minha orientadora, a profª Regina Helena Alves da Silva. Por sua generosidade e disponibilidade em aceitar orientar um aluno até então desconhecido. Por sua sensibilidade e compreensão sobre o mundo do trabalho, da academia e da universidade, que fizeram com que este processo de orientação corresse de forma tranquila. Seja nos momentos de orientação ou durante as disciplinas, Lena me mostrou como existe algo essencial na relação entre a cidade e as pessoas. Agradeço-lhe profundamente e me sinto muito feliz por ter sido orientado por você. Agradeço também a dois amigos e professores que me acompanham há mais tempo, e contribuíram sobremaneira para este trabalho, tanto no processo de qualificação quanto durante a defesa. Ao professor Victor Andrade de Melo, por sua leitura sempre atenta e suas contribuições para a estrutura e organização deste trabalho. Ao professor Cléber Augusto Gonçalves Dias, pelas observações pertinentes e pelas ótimas indicações de leitura, que tanto contribuíram para esta tese. Aos dois, por partilharem comigo desde 2006, quando ingressei no Programa de Pós-Graduação em História Comparada da UFRJ, de uma amizade e um projeto de vida no qual trabalho sério não está separado da festa e da alegria. Ao historiador Eduardo Cavalcante, pela contribuição imprescindível no processo de acesso e coleta das fontes na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Sua organização e competência me ajudaram muito em meu trabalho de análise das fontes e dados. Estendo também meu agradecimento a todos os funcionários da Biblioteca Nacional e da Hemeroteca Histórica da Biblioteca Estadual Luiz de Bessa, que me atenderam sempre com prontidão. À Cristiane Daldegan, que acompanhou de forma especial todo o processo deste trabalho, me ajudando a compreendê-lo não só como tal, mas também como parte de algo maior. À minha querida noiva Jéssica, pela ajuda e paciência nos momentos difíceis, e acima de tudo, por sua compreensão. Obrigado por escutar cada nova ideia, algumas reclamações, muitas dúvidas, e por aprender junto comigo como um trabalho acadêmico pode interferir de diversas formas na vida à dois. À minha família, a quem dedico este trabalho, por todo o suporte e amor incondicional. Vocês são o alicerce da minha formação, porto seguro dos momentos difíceis. RESUMO O esporte pode ser considerado um dos fenômenos mais marcantes de nossa época. Desde o seu surgimento enquanto prática moderna, suas modalidades, bem como os valores que o permeiam, tomam as cidades e transformam a dinâmica das mesmas. O espetáculo esportivo se constituiu em um grandioso mercado de consumo, que envolve desde os chamados “megaeventos esportivos” – como a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos – até as práticas de lazer dos habitantes das cidades. Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo investigar as relações entre cultura esportiva e cultura urbana em Belo Horizonte, tendo como objeto de pesquisa a construção dos estádios do Independência (1950) e Mineirão (1965). Para isso, buscamos como eixos de análise uma série de aspectos ligados à cidade de Belo Horizonte e ao esporte. Inicialmente, nos dedicamos a uma breve contextualização da cidade de Belo Horizonte, trazendo alguns apontamentos sobre a sua inauguração e anos iniciais, nos detendo de forma mais aprofundada no período entre 1950 e 1965, foco deste estudo. Posteriormente apresentamos uma investigação sobre a cultura esportiva como cultura urbana. Mostramos como o desenvolvimento do esporte em Belo Horizonte transforma os costumes e modos de vida de seus habitantes, fazendo surgir um estilo de vida pautado pelos valores do fenômeno esportivo. Posteriormente nos dedicamos aos estádios da cidade. Sua construção e inauguração, transformando-os em espaços privilegiados da manifestação da cultura esportiva. Nesse momento destacamos alguns aspectos políticos que envolveram o contexto da sua construção, e abordamos também outros pontos: o discurso sobre a ciência e a tecnologia envolvidas em sua construção, suas relações com o espaço da cidade e com a industrialização pesada a partir da ideia das grandes obras. Ainda sob a ótica dos estádios, buscamos também dar voz às multidões: os trabalhadores que participaram da construção dos estádios, atletas que foram consagrados nesses espaços e as multidões de torcedores que afluíam a esses gigantes de concreto. Nesse sentido, destacamos também dois grandes momentos desses estádios: a Copa do Mundo de Futebol de 1950 – que marca a inauguração do estádio do Independência – e os jogos e festejos de inauguração do Mineirão, em 1965. Pudemos perceber como a construção dos estádios se constituiu não somente em um marco edificado, mas também, como elemento importante para a expressão da cultura esportiva do belo-horizontino. Palavras chave: História do Esporte, Belo Horizonte, Estádios ABSTRACT The sport can be considered one of the most striking phenomena of our time. Since its emergence as a modern practice, its modalities, as well as the values, take cities and transform their dynamic. The sporting spectacle constituted a great consumer market, since that involves the so-called "mega sporting events" - such as the FIFA World Cup and the Olympics - even the leisure practices of urban dwellers. Therefore, this study aims to investigate the relationship between sports culture and urban culture in Belo Horizonte, and in this context, the construction of the Independendência (1950) and Mineirão (1965) stadiums. For that, we’ve researched a number of aspects of the city of Belo Horizonte and of sport. Initially, we dedicate ourselves to a brief overview of the city of Belo Horizonte, bringing some notes on its opening and early years. Then, we focus in the period between 1950 and 1965, the focus of this study. Subsequently we present an investigation of the sports culture and urban culture. We show how the development of sports in Belo Horizonte transforms the customs and way of life of its inhabitants, making a lifestyle guided by the values of sport phenomenon arise. After that, we dedicated to the stadiums: its construction and inauguration, turning them into privileged spaces of the manifestation of sporting culture. At this moment we highlight some policy issues surrounding the context of its construction, and also approached other points: the discourse on science and technology involved in its construction, its relationship with the city space and the heavy industrialization from the idea of the great constructions and buildings. Yet from the perspective of the stadiums, we also seek to give voice to the people, the workers who participated in the construction of stadiums, athletes who were enshrined in those spaces and crowds of fans who flocked to these concrete giants. In this sense, we also highlight two great moments of these stadiums: the World Cup Soccer 1950 - to mark the inauguration of the Independência stadium - and the games and festivities for the inauguration of Mineirão stadium, in 1965. We were able to see how the construction of stadiums is constituted a important mark not only in buildings, but also as important for the expression of the sporting culture of the Belo Horizonte citizen. Key words: Sports History, Belo Horizonte, Stadiums LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 Anúncio das lojas Mesbla, 1956. 75 FIGURA 2 Anúncio dos relógios Eska, 1947. 87 FIGURA 3 Anúncio do regulador Gynestol, 1945. 94 FIGURA 4 Anúncio dos óculos de sol Polaroid, 1946. 102 FIGURA 5 Os “maillots”, vestimenta da mulher moderna, 1946. 104 FIGURA 6 Os “maillots”, vestimenta da mulher moderna, 1946 105 (continuação). FIGURA 7 Silhuetas esportivas femininas, 1956. 107 FIGURA 8 Como e porque se deve praticar a ginástica respiratória, 1945 109 FIGURA 9 Como e porque se deve praticar a ginástica respiratória, 1945 110 (continuação). FIGURA 10 Ginástica para os joelhos, 1956. 111 FIGURA 11 Anúncio da Loteria do Estado de Minas Gerais, 1939. 132 FIGURA 12 Foto da II Ginástica Feminina da Primavera, 1959. 137 FIGURA 13 Anúncio de cadeira cativa do futuro estádio, 1958. 155 FIGURA 14 Foto do teste para as arquibancadas do Mineirão, 1965. 162 FIGURA 15 Foto do Mineirão na véspera de sua inauguração, 1965.