Tese Definitiva SILVIA
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SILVIA CRISTINA LIMBERGER ESTUDO GEOECONÔMICO DO SETOR CERVEJEIRO NO BRASIL: ESTRUTURAS OLIGOPÓLICAS E EMPRESAS MARGINAIS FLORIANÓPOLIS 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA ESTUDO GEOECONÔMICO DO SETOR CERVEJEIRO NO BRASIL: ESTRUTURAS OLIGOPÓLICAS E EMPRESAS MARGINAIS Tese submetida ao Programa de Pós- Graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do Grau de Doutora em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Carlos José Espíndola. Co-orientador: Prof. Dr. César Augusto Avila Martins. Área de Concentração: Desenvolvimento Regional e Urbano. FLORIANÓPOLIS 2016 Silvia Cristina Limberger Estudo geoeconômico do setor cervejeiro no Brasil: estruturas oligopólicas e empresas marginais Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de “Doutor em Geografia”, e aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-graduação em Geografia. Florianópolis, 25 de agosto de 2016. ________________________ Prof. Dr. Aloysio Marthins de Araújo Junior Coordenador do PPGG/UFSC Banca Examinadora: ____________________________ Prof. Dr. Carlos José Espíndola Universidade Federal de Santa Catarina _____________________________ Prof. Dr. Nazareno José de Campos Universidade Federal de Santa Catarina _____________________________ Profa. Dra. Isa de Oliveira Rocha Universidade do Estado de Santa Catarina _____________________________ Profa. Dra. Tania Maria Fresca Universidade Estadual de Londrina _____________________________ Prof. Dr. Fábio Napoleão Universidade do Estado de Santa Catarina _____________________________ Prof. Dr. Fernando dos Santos Sampaio Universidade Estadual do Oeste do Paraná Aos mestres e trabalhadores que acreditam e lutam pela soberania do Brasil. AGRADECIMENTOS A ideia de elaborar uma proposta de pesquisa sobre a indústria cervejeira teve início em 2010/2011 quando me instalei na cidade de Guarapuava/PR para lecionar na Unicentro. Por intermédio dessa instituição, realizei o primeiro trabalho de campo na Cooperativa Agrária/Agromalte, maior produtora e processadora de cevada do Brasil. Por esse motivo meus primeiros agradecimentos são aos professores da Unicentro, os quais se disponibilizaram a discutir a industrialização da região e a forte influência da Agromalte nesse processo; e, aos professores da Unioeste, Fernando dos Santos Sampaio e Marlon Clóvis Medeiros, por auxiliaram na construção do projeto de estudo. No entanto, tal trabalho não se realizaria, tal qual, sem a aprovação e orientação do professor Carlos José Espíndola, ao qual agradeço pela confiança e liberdade no exercício da pesquisa. Agradeço por intrigar-me com suas análises envoltas em contradições, pela convivência, pelos conselhos e pela paixão à pesquisa. Agradeço ao professor, Co-orientador, César Augusto Avila Martins pelas ideias e sugestões na banca de qualificação e no decorrer da investigação. Aos professores Fernando dos Santos Sampaio e Marlon Clovis Medeiros pelo incentivo e ensinamentos ao longo da minha formação, e pelas discussões referentes ao projeto de pesquisa de tese. Ao professor Antoni Francesc Tulla Pujol por possibilitar meu intercâmbio no Departamento de Geografia da UniversitatAutònoma de Barcelona (UAB), e mais do que isso, por inserir-me em um novo ambiente de estudos e pela amizade. Aos professores participantes da banca de qualificação: Aloysio Marthins de Araújo Junior, Clécio Azevedo da Silva e César Augusto Avila Martins. Aos professores membros da banca de defesa: Tânia Maria Fresca, Fernando dos Santos Sampaio, Fábio Napoleão, Isa de Oliveira Rocha e Nazareno José de Campos Aos professores que ministraram as disciplinas cursadas: Márcio Rogério Silveira, Marcos Aurélio da Silva, José Messias Bastos, Clécio Azevedo da Silva e Carlos José Espíndola do Departamento de Geografia da UFSC e Sílvio Ferraz Cário do Departamento de Economia da mesma instituição. Aos amigos que me acompanharam em trabalhos de campos: Eliziane Gava, Fernando Terra, Emanuela Wenning, Rafael dos Santos, Antoni F. Tulla e Querubino Limberger. Aos companheiros de trabalho do Departamento de Geografia da Unicentro pela flexibilização de meus horários, no primeiro ano de realização do doutorado. Assim como aos alunos, por entenderem minha falta. Aos meus pais Querubino e Inove Limberger, ao meu irmão Edson, minha cunhada Rosilda e minha sobrinha Samara, por me acolherem com tanto amor nesse período de finalização da pesquisa. Também por serem os grandes responsáveis por minha chegada até aqui. Ao Fernando Terra pela companhia, a qual tornou minha estadia na ilha bem mais alegre e menos solitária. E, da mesma forma, às amigas e companheiras de pós-graduação Eliza Tratz e Karoline Turkato. Aos companheiros de pesquisa da UFSC e da Unioeste, em especial a Marinez da Silva Mazzoshin, Fernando Rodrigo Farias, Helton Rosa, Paulo Schicknann, Wander Luiz de Melo, Roberto Cesar Cunha e Patrícia Volk Schatz. Aos amigos de Barcelona “Karlita” Medina Stakmon, Stella LoSciuto, Francisco Selaya, Elisa La Ferla,Mireia Rodrigo Fernández e Albert Garcia Pomerol, por enriquecerem meu conhecimento sobre o mundo e por tornarem, de certa forma, Barcelona minha própria casa. À amiga Marcieli Coelho pela leitura e correção ortográfica do texto de tese, mas também por manter-se sempre presente em minha vida mesmo estando distante no espaço. À UFSC. À UAB. À CAPES pela concessão da bolsa de pesquisa, inclusive pelo custeio de todas as despesas no exterior, sem a qual não seria possível dedicar-se exclusivamente à pesquisa. À todos os empresários, profissionais envolvidos no meio cervejeiro e trabalhadores entrevistados no Brasil e na Espanha. [...] Se a evolução capitalista – o “progresso” – cessar ou se tornar completamente automático, a base econômica da burguesia industrial terminará por se reduzir a estipêndios, tais como, os pagos pelo trabalho administrativo corrente, com exceção dos resíduos de quase-renda e de ganhos monopolísticos, que tudo faz crer que ainda durarão por certo tempo. A unidade industrial gigante perfeitamente burocratizada suplanta não só a pequena e média empresa, “expropriando” seus proprietários, mas suplanta em última instância o próprio empresário e expropria a burguesia como classe, destinando-a a perder tanto a sua renda quanto (o que é muito importante) sua função. Os verdadeiros abridores de entrada do Socialismo não foram os intelectuais que o pregaram, mas os Vanderbilt, os Carnegie e os Rockfeller. Josep Schumpeter RESUMO Esta tese tratou de estudar o desenvolvimento da indústria cervejeira no Brasil, tendo como ponto central as diferentes estratégias competitivas elaboradas pelas empresas líderes e marginais, especialmente, no segmento de cervejas de alto valor agregado. O trabalho demonstra a evolução da produção cervejeira no mundo e no Brasil assinalando os movimentos de concentração e centralização de capital e a formação de economias de oligopólio, bem como a emergência das microcervejarias fabricantes de produtos especiais, as quais são oriundas de meados dos anos 90, no Brasil. Essa análise é guiada pela teoria da acumulação de capital em Marx que entende o modo de produção capitalista como um processo orgânico e evolutivo e, desse modo, a formação de economias de oligopólio como uma tendência do próprio processo de desenvolvimento do capital. Nesse processo, a eficiência econômica é abordada por meio do pensamento schumpeteriano, que compreende o mercado como um ambiente de seleção e a seleção das inovações como a mais importante função sócio- econômica dos mercados, sendo a dinâmica inovativa a principal estratégia da concorrência. O objetivo da tese é demonstrar a dinâmica geoeconômica da indústria cervejeira no Brasil, evidenciando o funcionamento do sistema produtivo –tecnologia, matéria-prima, distribuição e vendas –a partir do qual as empresas, líderes e marginais, geram suas vantagens competitivas. A grande empresa possui vantagens relacionadas às economias de escala, como: a facilidade ao crédito, a utilização da rede de transporte já existente, a barganha na compra da matéria-prima, e a maior capacidade de reinvestir o lucro e de agigantar as áreas da publicidade e de pesquisa e desenvolvimento (P&D). A pequena empresa, que atua às margens da grande, pode tornar-se mais lucrativa conforme aumenta sua fatia do mercado, ou pode simplesmente contentar-se com a posição que detém, pois não atingirá, em momento algum, os lucros obtidos pelas economias de oligopólio. Para a microcervejaria, o mercado é determinado pela faixa de renda, e suas vantagens estão relacionadas ao estabelecimento de uma fábrica enxuta em capital físico e humano, mas intensiva em conhecimento, pois seu foco é a inovação em produtos. Nesse segmento, a competição ocorre muito mais por meio da diferenciação de produtos do que pela diferenciação de preços, diferente do que ocorre no segmento das cervejas tradicionais.Com a redução no ritmo de crescimento da produção cervejeira nos últimos anos, a diversificação de produtos tornou-se importante estratégia para a grande empresa, a qual passou a incrementar seu portfólio com a produção de cervejas antes importadas e, também, com a aquisição de microcervejarias, ingressando no segmento de cervejas especiais. Dessa forma, a sobrevivência da empresa marginal depende, sobretudo, da política de expansão da empresa oligopolista. Palavras-Chave: Geografia Econômica. Indústria Cervejeira. Concorrência. Oligopólio. Microcervejaria. RESUMEN En esta tesis se trató de estudiar el desarrollo