Universidade Federal De Santa Catarina Centro De Filosofia E Ciências Humanas Programa De Pós-Graduação Interdisciplinar Em Ciências Humanas
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Filosofia e Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas Marlene Tamanini Novas Tecnologias Reprodutivas Conceptivas à luz da bioética e das teorias de gênero: casais e médicos no Sul do Brasil. Março de 2003 Marlene Tamanini Novas Tecnologias Reprodutivas Conceptivas à luz da bioética e das teorias de gênero: casais e médicos no Sul do Brasil. Orientadora: Miriam Pillar Grossi Co-orientadora: Luzinete Simões Minella Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Doutora em Ciências Humanas. Março de 2003 Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Filosofia e Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas Marlene Tamanini Novas Tecnologias Reprodutivas Conceptivas à luz da bioética e das teorias de gênero: casais e médicos no Sul do Brasil. Orientadora Profa. Dra. Miriam Pillar Grossi Co-orientadora Profa. Dra. Luzinete Simões Minella Banca Examinadora: Profa. Dra. Miriam Pillar Grossi, UFSC/SC (Presidente) Profa. Dra. Marilena Villela Correa, IMS/UERJ/RJ Profa. Dra. Lucila Scavone, UNESP/Araraquara/SP Profa. Dra.Mara Lago, UFS/SC Profa. Joana Maria Pedro, UFSC/SC Profa. Dra. Luzinete Simões Minella, UFSC/SC (co-orientadora) Suplentes: Profa. Dra. Juracy Tonelli Siqueira, UFSC/SC Simone Bateman, Directrice de Recherche, 2 ème classe, CNRS, (CERSES/FR) Março de 2003 III Aos meus pais Gentil e Helena IV AGRADECIMENTOS Na hora de agradecer é sempre difícil. Corre-se o risco de não ser suficientemente atenta para enumerar os sinais, os toques, as dicas, as observações sinalizadas na informalidade, nas conversas feitas ao acaso, as soluções, construídas nas respostas às perguntas sobre o que estávamos fazendo. Faz-se necessário agradecer até mesmo as ironias e as adversidades, que foram bastante produtivas, particularmente no início do trabalho. Todas regadas com o vinho bom da presença de pessoas, em sua grande parte anônimas. Também foram inúmeras as intuições nascidas no confronto com as barreiras do caminho, no modo como elas foram sendo superadas, a partir do contato com as pessoas e com a problemática da tese. Agradecimentos especiais ganham corpo e sentimentos particulares de reconhecimento à bênção das boas idéias, da ampliação dos horizontes, da complexificação do tema, do amadurecimento científico e da capacidade crescida de fazer escolhas e aprimorar o trabalho proposto, que, inicialmente, era ainda como o tatear de quem não sabe reconhecer o terreno. Nesse sentido, falo especialmente das professoras Miriam Pillar Grossi e Luzinete Simões Minella. Como minha orientadora, a Profª. Miriam Pillar Grossi ajudou a decidir sobre este trabalho, acreditou nessa proposta, estimulou-me e despertou em mim o desejo de fazer um doutorado sanduíche. Muitas vezes, literalmente, me empurrou para frente, fazendo- me acreditar que esta pesquisa era possível, apesar de meus “resmungos” diante das dificuldades do campo. Também agradeço por sua postura ética, pela seriedade e empenho que pautaram sua orientação. Por me ter ensinado a pensar de forma mais analítica e mais abrangente, por ter sido criteriosa na organização do trabalho. Por seu olhar e leitura atenta, pela sutileza de suas observações, sem os quais não teria percebido inúmeros aspectos desse trabalho. E por ter me introduzido em Paris, quando, apesar de suas inúmeras atividades, disponibilizou seu tempo e suas energias para me acompanhar nas primeiras providências quanto a documentação, além de me familiarizar com a cidade. À Profª. Luzinete Simões Minella, que já foi minha orientadora no mestrado, agradeço imensamente por ter aceito ser co-orientadora desta tese. Sei que aceitou por nos conhecermos já de algum tempo, o que foi, sem dúvida, um ganho qualitativo na organização, amadurecimento, e na síntese deste V trabalho. Seu olhar atento configurou as primeiras versões, deu-me o apoio necessário quando às vezes sentia-me cansada com o que se apresentava como “o peso da academia”. Suas muitas observações e seu olhar paciente, sua escuta respeitosa, me ensinaram a separar e a relativizar pontos em que a energia se diluía, resgatando o caminho da construção. Obrigada. À equipe do IRESCO/CERSES/Fr., agradeço muito pelo que acrescentaram a meu crescimento intelectual, pelo aprendizado plural e o respeito às diferenças, pela acolhida durante o meu doutorado sanduíche. Simone Bateman ofereceu-me seu apoio solidário, sua simpatia, a estrutura da biblioteca e do xerox, minimizando em muito meus gastos e criando as condições para que de certo modo eu pudesse me sentir em casa. Também me ofereceu seus livros pessoais, sua acolhida calorosa e franca sempre que se fez necessário. Discutiu meu trabalho, me deu excelentes dicas, abriu caminhos de reflexão e me pôs em contato com outros pesquisadores. Sem esse tempo de análise, de pesquisa, de leituras e de acesso a certo acúmulo teórico em relação ao tema, não teria realizado a distância necessária ao amadurecimento, e não teria conseguido as condições para escrever este trabalho. Agradeço à professora Joana Maria Pedro, que, além de ter lido parte do meu projeto de tese, foi meu ponto de apoio, de amizade e de inúmeras reflexões existenciais e teóricas, particularmente durante nossa estada em Paris. Obrigada. À professora Mara Lago, muito obrigada pelo incentivo, sempre, pelas inúmeras dicas quanto à construção do texto e ao estilo de escrita, por seu apoio e amizade, por sua “cumplicidade” e ponderação, durante o tempo em que fui membro do colegiado desse doutorado. Agradeço, de modo particular, aos meus entrevistados, que não foram apenas informantes, mas também pontes através dos quais acessei outros casais. Aos médicos Dr.Ricardo Nascimento e Dra Kasue Arata, por terem sido facilitadores de alguns contatos com casais usuários de NTRc. A alguns ex-alunos da UNISUL/SC, que me possibilitaram localizar outros casais. À minha irmã Maria de Lourdes, por ter sido uma interlocutora fundamental, durante o seu próprio processo de “tratamento”, além de me ter facilitado o contato com algumas pessoas. Aos médicos e casais entrevistados, que disponibilizaram suas agendas para colocar seu tempo e sua vontade a serviço do meu trabalho. Especialmente, aos casais que me permitiram, de certo modo, entrar na sua privacidade e me revelaram sua história. Aos colegas do Doutorado Interdisciplinar, com quem pude trocar inúmeras idéias, particularmente aspectos metodológicos que desafiavam o meu objeto de estudo e a mim VI mesma no que dizia respeito ao tatear, intrincado e obscuro, do caminho da construção interdisciplinar. Aos colegas do NIGS, que me conduziram pelas sutilezas antropológicas e seus sentidos subjetivos. Que me confrontaram com a “malícia” dos ditos não ditos, percepção sem a qual não poderia ter lido o conteúdo das entrelinhas. Aos colegas e professoras da Disciplina Seminário de Tese, com quem partilhei dúvidas epistemológicas e acresci meu trabalho com os sutis aspectos da metodologia, exigida em cada diferente pesquisa por eles empreendida. Também eles me conduziram à reflexão constante; apresentando seus desafios, revelaram meus próprios, pensando suas questões, refiz as minhas. Agradeço a cada um: Siomara Marques, a quem considero de longa data uma amiga, Myriam Aldana V. Santin , Luiz Fernando Córdova, Susana Carmem Tornquist, Débora Sayão, Bernadete Grossi, Adriano Nuremberg, Leandro Ultramari, Merly Adelman, e aos que de modo menos sistemático entraram e saíram durante o período dos seminários. Cada um a seu tempo representou entradas diferentes e novas possibilidades de reflexão e espelhamento do meu trabalho. À CAPES, pelo apoio que recebi durante o doutorado, através de uma bolsa, em particular durante os seis meses em que estive na França, realizando estágio sanduíche. Ao programa Interdisciplinar em Ciências Humanas, especialmente à coordenação e a Liana, secretária, com quem sempre pude contar. Há ainda muitas outras pessoas, personagens “ocultas”, impossíveis de serem identificadas por mim, no final do trabalho, mas que, de algum modo, deixaram parte de sua energia e possivelmente de sua influência. A todos/as que compuseram esta sinergia, muito obrigada. VII RESUMO Esta tese foi desenvolvida a partir de uma perspectiva interdisciplinar, na área das ciências humanas. Ela toma em conta várias contribuições que vêm do campo biomédico, da biologia e das tecnologias genéticas e moleculares, porém, seu ângulo de análise é o sócio- antropológico. Focamos, à luz dos estudos de gênero, e da bioética feminista, as representações dos médicos que trabalham com tecnologias reprodutivas conceptivas, e dos casais heterossexuais, que fizeram tratamento para engravidar, através do uso da inseminação artificial (IA), da fertilização in vitro (FIV), ou da injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI). O trabalho desenvolve prioritariamente, os seguintes aspectos: a) as representações de casais e médicos sobre maternidade, paternidade, filiação, e os sentidos envolvidos na busca pelo filho como uma demanda à biomedicina. A abordagem de gênero nos permite problematizar a construção da categoria casal infértil, a ética querer do casal, e a contraposição entre útero e espermatozóide. Discutimos como as representações sobre paternidade estão associadas a um conjunto de valores em mudança, e como a maternidade biológica é reforçada