AS CIDADES NAHISTÓRIA: CIDADES AS SOCIEDADE II CongressoII Histórico Internacional 18 a20deoutubro de2017 Cidade Medieval Conferências ATAS 2017

1 II Congresso Histórico Internacional. As cidades na História: Sociedade

FICHA TÉCNICA

Título II Congresso Histórico Internacional As Cidades na História: Sociedade

Volume IV - Cidade Medieval

Edição Câmara Municipal de Guimarães

Coordenação técnica Antero Ferreira Alexandra Marques

Fotografia Paulo Pacheco

2 Design gráfico Maria Alexandre Neves

Tiragem 200 exemplares

Data de saída Dezembro 2019

ISBN (Obra completa) 978-989-8474-54-4

Depósito Legal 364247/13

Execução gráfica Diário do Minho pág. 49 COMUNICAÇÕES Pascual Martínez Sopena Del Garona alEstrecho. sobre Espacios Reflexiones Urbanos y Sociedad (SIGLOSXI-XIII) pág. 27 Maria Helena Cruz Coelho A Cidade Idade na Baixa Média -uma sociedade eumcentro 5 pág. CONFERÊNCIAS CIDADE MEDIEVAL Maria doCarmo Ribeiro População eespaço urbano. Braga emXIV do finais século pág. 179 Luísa Trindade História, urbanismo einterpretação: Viver (n)a cidade com opassado ativo pág. 157 José Miguel Remolina Seivane Mecanismos deOcupación del yEstructuración Espacio Forma Urbana yOrganización Social delas Ciudades Medieval: Castilla deRepoblación deLa pág. 127 José Filipe Pereira Neves da Silva Da Grande deSantiago Ribeira àCidade Velha: ametamorfose deumlugar pág. 103 Rocha Rita Ana entre eXVI osséculos XII respostasAs da sociedade urbana à pobreza: o exemplo e albergarias dos hospitais de Coimbra pág. 77 Aires Gomes Fernandes proteção D. João IeaColegiada deSanta Maria da Oliveira deGuimarães: Da régia devoção àreal ÍNDICE Conferências

3 Da Grande Ribeira deSantiago àCidade Velha: ametamorfose deumlugar Conferências José Filipe Pereira Neves da Silva Doutorando CIDEHUS –Universidade deÉvora [email protected]

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distintas latitudes,distintas proporcionado pela gesta dos descobrimentos portugueses. aclimatação/experimentação deseres humanos eespécimes botânicos provenientes de material, imaterial enatural este –,constituindo-se lugar num verdadeiro laboratório de possível consubstanciarem-se inúmeras manifestações patrimonial decariz –degénese geoestratégica, à confluência e culturas, e convivênciadispares de tendocivilizações sido aproximadamente cento ecinquenta anos, assistiu-se, em razão da sua idiossincrasia asul doTrópico peloscosmopolita, portugueses construído deCâncer. Durante ao longo dotempo pelo primeiro assentamento populacional, defeição vincadamente de investigação académica efetivo. émais Para concorre tal, ovalor intrínseco adquirido Verde, Grande deSantiago aRibeira éoSítio Cultural doArquipélago ondeoenfoque Indubitavelmente, ao abordarmos opanorama museológico epatrimonial deCabo Resumo Palavras-chave : Ribeira Grande deSantiago,: Ribeira Cidade Velha, urbana, estrutura Património Cultural. Conferências

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lado, ofacto deestar da zona próximo deabastecimento das mercadorias; poroutro, estava comercial, assentando em essa variáveis importância extremamente importantes: porum atençãoa devida (cf o início, oArquipélago deCabo Verde mereceu porparte das autoridades portuguesas quadrantes ousul-orientais, em Cabo meridionais Verde, aorientação predominante era anoroeste/nordeste (cf território, maioritariamente mas dissonantes uniformes, na orientação predominante assumida. Enquanto nesses arquipélagos, dois aorientação se fez nos Cabo Verde. Habitadas antes de1460?”, 2005:6;Gomes, 1998:67). a tese dequeestas já eram Ilhas habitadas pelos negros Jalofos, antes da chegada dosPortugueses (cf Arquipélago resultado foi denavegação deuma ação furtuita (cf desde logo aaplicação inviabilizou domodelo na seguido Madeira enosAçores distância doReino, naturais falta deriquezas eascaracterísticas geoclimáticas –oque Não decondições àpartida atrativas dispondo para oseu povoamento –excessiva 15; Brito-Semedo, 2006:52;Pereira, 2012a:1;Évora, 2009:61-62;Mariz, 2015:75). ( tema comprovando-se através o explicitado de outras leituras efetuadas relativamente a este esta última data como aoficial para evocar achegada a este dosportugueses território, certezasde não irrefutáveis existirem quanto aesta problemática, ahistoriografia assumiu Verlinden (cf balizamento cronológico entre 1445e1460.Citando asposições firmes, mais enquanto Várias teorias têm sido veiculadas relativamente ao seu descobrimento, com um A descoberta doArquipélago, oseu povoamento eestrutura populacional 2 1 àépoca despovoadasao quetudoindica, –Sal, Maio, Boavista, Santiago, Fogo António da Noli/Diogo Gomes, em oriental, 1460,com achegada dogrupo àscinco ilhas (cf 1456, apesar denesse seu estudo, apresentar outras LuísdeAlbuquerque possibilidades; Mas, tal como na Madeira enosAçores, ainstalação econsolidação dosprimeiros povoados obedeceu acertos efases critérios deimplementação no Não nosocuparemos aprofundadamente deste tema, salientar mas importa ofacto dediversos investigadores considerarem queadescoberta deste . Albuquerque, 1990:52-67;Albuquerque, esse 1991:23-39)atribui feito àdupla cf . Chaves, 1938:46;Lagarto, 1998:16-17;Amaral, 2001: 1994:148-152;Almeida, . 1999: 413-414) aponta Alvise Cadamosto. 1999:413-414)aponta Alvise como seu descobridor, noano de . Teixeira, 2005: 13). O seu valor era essencialmente estratégico e . Silva, 1990:70;Albuquerque,1991:. Silva, 39;Santos; Cabral, 2000:19).Por outro lado, existe Conferências . Baleno, 1991:125-127;Feijó, de 1986:1-2;“Ilhas . Pires, 2004:48-49). 1 . Apesar . Apesar 2 , desde

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distante o suficiente para compensar os perigos de uma hipotética instalação continental; sendo igualmente um local de passagem e controlo do tráfego marítimo direcionados para os mares e terras austrais (cf. Silva, 1998: 8). A Ilha de Santiago foi a escolhida para a fixação dos primeiros habitantes logo no ano de 1462, em virtude de ser aquela que demonstrava ter melhores condições para o estabelecimento humano3. Assim, formaram-se duas capitanias que desde cedo desenvolveram competências de urbanidade: a de Alcatrazes, criada em 1472, e que foi um assentamento urbano “oficial” entre 1484 e 1516 cf( . Evans; Sørensen, 2017: 1-4), entregue a Diogo Afonso, localizada na parte Setentrional deste território, mas que no final do século XV, apesar do seu estatuto de vila, de possuir uma Câmara e uma Igreja, era um povoado já quase praticamente inexpressivo, muito por força da aridez do seu solo (cf. Baleno, 1991: 140); e a da Ribeira Grande, confiada a António da Noli. A escolha deste local deveu-se à abundância de água na ribeira; de estar apetrechada de um razoável porto de mar, fulcral para os contactos comerciais com os territórios da África Ocidental; e de a sua topografia, ponteada por “achadas”4, ser propícia para o estabelecimento de um bom sistema de defesa da sua baía e ancoradouro5. Porém, nos quatro anos subsequentes, e em razão dos fatores de pouca atratividade 108 anteriormente referidos, a ocupação demográfica foi quase residual. Para inverter essa tendência, D. Afonso V promulgou, em 1466, uma Carta Régia concessora de bastantes benesses aos habitantes da Ilha de Santiago, para despoletar o seu povoamento, feito essencialmente na zona litoral (cf. Albuquerque; Santos, 1988: 19-22). Seis anos depois, este mesmo monarca, ciente de que os benefícios outorgados haviam sido lesivos para o Reino, publicou uma outra Carta Régia com o intuito de delimitar os privilégios anteriormente conferidos, promovendo-se então uma ocupação mais efetiva do seu interior, com o intuito de fomentar a atividade agrícola (cf. Albuquerque; Santos, 1988: 25-28). Até às primeiras décadas do século XVI, essa fixação foi feita de uma forma lenta. A estrutura populacional era bastante heterogénea, mas com a notória predominância de portugueses – da metrópole e ilhas já colonizadas –, assim como de outros europeus

3 Ainda no transcurso do século XV, entre 1480 e 1493, surgiram outros dois polos habitacionais – a , na Ilha de Santiago, e São Filipe, na Ilha do Fogo – pese o facto de as origens do povoamento desta esteja ainda envolta em muitas incertezas. Somente no século XVI, ambas as ilhas tiveram um desenvolvimento mais consistente – no caso da Ilha do Fogo, não em razão da excelência das suas condições naturais, apesar de ser um importante foco da cultura de algodão, mas pelo facto de estar muito próxima da Ilha de Santiago, que tinha um desenvolvimento incomparavelmente superior àquela. A ocupação efetiva das outras parcelas deste território arquipelágico processou-se, em alguns casos, a partir da década de 1570, e noutros, somente do século XVII em diante (cf. BALENO, 1991: p. 133-146; SILVA, António Leão Correia e, 1991: p. 229-236; RIBEIRO, Orlando, 1997: p. 91-92; 96-98; TEIXEIRA, André, 2005: p. 16-18; BRITO-SEMEDO, Manuel, 2006: p. 53

4 Planaltos de origem vulcânica.

5 Os quais podem ser denominados de «[…] três eixos naturais […]» (Silva, 1998: 15). 2012: 1-2). decorrentes das especificidades do local onde ocorreu esse assentamento (cf urbana –,masestrutura apresentam funcional também assuas próprias particularidades, do sítio, processos dedesenvolvimento, estratégias deadaptação ao território, eàsua característicasultramarinas idênticas –alocalização morfológicas partilham eescolha Os núcleos urbanos do século constituídos XV deorigem apartir nas possessões portuguesa Velha A conformação da sua estrutura urbana: Grande da Ribeira de Santiago à Cidade 1995: 256-257;Teixeira, 2005:189-190). de decisão anteriormente pertencentes aos reinóis (cf denominados “filhos da terra” sociedade cabo-verdiana um número absorvendo foi cada vez maior de mulatos, os dese fazere deixou arenovação dequadros administrativos da metrópole, oriundos a Grande deSantiago começou adeclinar oseu papel deentreposto urbano-mercantil, Cabral, 1995:256-262;Teixeira, de1540,quando aRibeira 2005:189-190).Apartir aí depassagem, principalmente, para ocontinente americano (cf domésticos e“mercadores” –,quer como moradores deestarem transitórios, em virtude aumentar progressivamente, quer enquanto residentes permanentes –trabalhadores rurais, adquirida pela capital primeira doArquipélago deCabo Verde, oseu número viram social similar à existente no Reino (cf àexistentesocial similar noReino clérigos, frades, trabalhadores braçais – podendo do porto falar-se numa estratificação que desempenhavam régios, – altos mercadores, funções distintas asmais funcionários 7 6 2001: 16;Amaral, 2007:172).Estes 1991:233-235;Cabral,153; Silva, 1995:229-262;Santos; Cabral, 2000:22-23;Amaral, mas ainda denotando-se opouco peso demográfico dos escravos (cf 2005, p. 187-188). A este segmento pode acrescerem-se osmulatos, eescravos livres forros, africanos (cf fujões Colocando termo àdicotomia socialentre senhor europeu eescravo (Santos; africano Cabral, 2000:25). riquezas naturais das ilhas.» (Amaral, 2001:17). mais amplos que os das reduzidas dimensões físicas ou aexiguidade das que afundação eaevolução tiveram relações fortes com espaços muito Ribeira«A Grande ilustra, plenamente, o exemplo de uma cidade de 7 , quecomeçam aascender socialmente eaocupar oscargos . Santos; Cabral, 2000:23;Santos, 2001[et al.]: 52), 6 Conferências , porsua vez,eproporcionalmente ànotoriedade . Baleno, 1991:p. 161-162;Cabral, 1995:p. 240-245;Teixeira, . Baleno, 1991:160-164;Cabral, . Baleno, 1991:160-161; . Baleno, 1991:148- . Teixeira,

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No caso da Ribeira Grande de Santiago, o seu crescimento8 foi similar a muitas outras cidades marítimas portuguesas – ocupação de via longitudinal, paralela à linha de costa, e uma outra paralela à ribeira, de penetração para o seu interior, e no cruzamento destas duas vias, ficaria o seu largo principal, onde se localizavam as suas principais instituições (cf. Teixeira, 2012: 3). Ao longo do tempo passou por vários estágios evolutivos, ou se quisermos, “ciclos de vida”, advindo dessas mutações, oscilações com repercussões a nível arquitetónico, económico, urbanístico e social, bem vincadas na conformação da sua paisagem.

Os primórdios do povoamento O seu núcleo inicial, o “momento 0”9, que teve o seu epicentro numa cota aproximada de dois metros acima do nível do mar, correspondente à primeira fase de ocupação do território10, entre a década de 1460 e o início do século XVI, estava confinado a um espaço exíguo11, onde pontificavam três vias – a da Misericórdia, a Rua do Porto e a Rua do Calhau – e atravessadas por dois becos – o da Ilha e o da Confraria –, o que desde logo patenteia a ligação do povoado ao mar (cf. Cabral, 1995: 226; Silva, 2003: 141; Pires, 2004: 41). 110 Não obstante a falta de documentação que seria importante para fazermos a sua reconstituição arquitetónica e urbanística, sabemos da disposição de alguns imóveis públicos existentes, relativamente ao Largo do Pelourinho, localizado no lado esquerdo da ribeira Maria Parda12. Assim, a nordeste era confrontado pelo edifício da Câmara onde também funcionava a cadeia e o almoxarifado; a noroeste, a área era limitada pelo lago formado pelas águas dessa ribeira, antes de desaguar no oceano; a sudoeste, estavam localizados o ancoradouro e a baía (cf. Cabral, 1995: 226; Silva, 2003: 140-141; Pires, 2004: 32, 110). Por outro lado, este local, por razões de proximidade com o mar, foi o escolhido pelos moradores-vizinhos (mercadores), para construírem as suas casas, constituídas por área residencial no primeiro andar e loja no rés-do-chão, pontificando também nesse local, estabelecimentos com funções comerciais, administrativas e militares (cf. Cabral, 1995: 226-227; Silva, 2003: 141; Pires, 2004: 41, 112).

8 Porém, e contrariamente à maior parte dos assentamentos contruídos pelos portugueses em terras de além-mar, em razão da sua estrutura geomorfológica, espacialmente, foi sempre uma «[…] cidade contida […]» (Pires, 2004: 35), o mesmo acontecendo temporalmente, pois como veremos, a sua “vida” foi relativamente curta. Atinente ao “atrofiamento” deste contexto espacial, António Correia e Silva considerou as achadas envolventes como elementos naturais “castradores” dessa expansão urbana (Silva, 1998: 15).

9 Fernando Pires utiliza essa terminologia para designar cada uma dessas fases, e decidimos adotá-la por a considerarmos em consonância com o que se pretende explanar.

10 António Correia e Silva denomina-o de «[…] ponto zero da topogénese […]» (Silva, 2003: 40).

11 Cf. Planta “momento 0”.

12 Doravante, quando assumirmos qualquer um dos lados da ribeira, tome-se sempre como referencial o seu sentido montante/jusante. 136). assistência – a igreja– almoxarifado; e espiritual sanitária – hospital; (cf áreas político-administrativo –câmara funcionais: financeiro municipal; fiscalização ede de já ter socialminimamente uma vida organizada edevidamente compartimentada por Já desde ofinal do século XV, de dispunha condições para ostentarvirtude o em estatutovila, Senhora da Conceição (cf deste aglomerado entre populacional, edificando-se 1466e1470,acapela de Nossa desde cedo da procurou-se fécristã, difusão prover aassistência aos habitantes espiritual facto dequeuma das motivações subjacentes àexpansão ultramarina era a portuguesa Numa sociedade profundamente arreigada dosseus valores religiosos eatendendo ao 13 importante centro religioso Ocidental degrande parte da África pontificariam muitos templos dimensãoreligiosos, de variável equeatransformaram num De salientarribeira. que, subsequentemente, na paisagem Grande da deSantiago Ribeira Nossa Senhora (cf doRosário Barcelos, a quepudesse ostentar tal epiteto. Santiago teve tudopara ser a“Braga deCabo Verde” (cf Com equatro vinte templos religiosos, sete irmandades, grande peso doclero na população, uma sé catedral euma escola Grande jesuíta, de aRibeira cit. in . Pereira, 2004:64),eem 1495,uma capela detraça manuelina, devotada a . Pereira, 2009:64),sob evocação Santo doEspírito (Sena . Pereira, 2009:64),ambas localizadas na margem direita da . Rebocho, 2015:3,nota rodapé n.º 1).Todavia, oseu efémero apogeu erápido declínio, obstaram Conferências 13 . . Baleno, 1991:

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“Momento 0” – Ribeira Grande de Santiago no século XV 112

Adaptado de: Pires, 2004: 109

O crescimento e apogeu da Ribeira Grande de Santiago O “momento 1”14 da ocupação territorial, decorrente entre o final do século XV, até meados do XVI, teve uma relação umbilical com três acontecimentos de acentuada importância para o decurso da História da Humanidade15, transformando-se a Ribeira Grande de Santiago no centro de distribuição comercial dessa grande via transoceânica16, desempenhando, pelo exposto, um papel de interface nas redes de trocas e de circulação, entre territórios dispersos por diferentes latitudes (cf. Silva, 1995: 1; Pires, [s.d.]: 6).

14 No entendimento de Fernando Pires, este “momento” e o subsequente foram os de “Investimento Estratégico no Espaço” (cf. Pires, 2004: 33).

15 Em 1492, a descoberta do continente americano; em 1498, a passagem do Cabo da Boa Esperança e a abertura do Índico até à Índia; e em 1500, a chegada oficial dos portugueses ao Brasil.

16 Fazendo uma analogia com a estrutura viária hodierna, Daniel Pereira comparou-a a uma «[…] grande estação de serviço […]» (Pereira, 2004a: XIV). assobradadas –nas suas régios abastadas eamaiorimportantes parte –funcionários dosvizinhos casas Pedro da Carreira Direita, Rua ouRua aspessoas da Banana eRua mais –ondeviviam Esta zona a primeira foi deexpansão da cidade, –São constituída principais portrês ruas se edificaram os seus primeiros templos religiosos. o Bairro deSão Pedro ouFigueira dePortugal, ainda noano século XV, ondecomo vimos, entranhando-se para ointerior dovale, quer para amargem surgindo direita aí da ribeira, ampliação doparque habitacional, quer para área nascente da zona junto ao ancoradouro, ampla área Ocidental da África em 1533,decidade esede debispado, distendendo eclesiástica asua jurisdição sobre uma corolário deste constante erápido protagonismo, em elevada 1512,foi àcategoria e, devila Baleno, 1991:136;Pires, 2004: 32;Teixeira, 2005:19;Pereira, 2009:72-74,77).Como residências deeuropeus, armazéns einstalações comerciais (cf cadeia, pelourinho, corregedoria, feitoria, hospital, templos religiosos, numerosas Velha”, 2009:8). sido contactados renomados arqueólogos da Universidade deCambridge para dar persecução aessas escavações (cf Ao analisarmos a planta 21 20 19 18 17 primeiras décadasprimeiras doséculo XVI já estar investida decâmara municipal, almoxarifado Grande deSantiagoRibeira detinha características eminentemente urbanas, nas três visto Todavia, eapesar deainda não terem degrande a volumetria, edifícios sidoainda erigidos onde estavam instalados oHospício dosJesuítas eoConvento deS. Francisco. Mais tarde, na segunda metade doséculo XVII, para obairro mais expandiu-se nordeste, dos Conventos eada Horta Velha (cf do reino se equiparava em rendimento ecrescimento Grande deSantiago àRibeira (cf por uma enviada missiva a D. pelo contador dirigida André Rodrigues, João na qualsalientava III, ofacto de, nenhuma da cidade depois deLisboa, outra Em consequência dessa notoriedade, cada vez pessoas mais aíafluíam com ointuito de se estabelecerem sendo vizinhos, esta constataçãocomo validada Hoje, em toda Grande deSantiago, aRibeira subsiste apenas umdesses exemplares. Cf. Planta “momento 0” Cf. Planta “momento 1” Relativamente ao Almoxarifado, foram descobertos osseus vestígios, aquando das obras deinstalação tendo, da rede deágua, dedistribuição então 19 , podendo igualmente acrescentar-se interiores mais outras duasvias –a 17 , e comparando-a com a anterior 21 . Conferências . Pires, 2003:142). 2004:40,110,112,114;Silva, . Cabral, 1995:225). 18 . Canavarro, 1976-77:386; , constata-se uma grande . “Arqueólogos Britânicos na Cidade 20 ,

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“Momento 1” – Ribeira Grande de Santiago no século XVI 114

Adaptado de: Pires, 2004: 111

O “momento 2”, balizado temporalmente na segunda metade do século XVI, é a última fase de crescimento urbano, tendo sido nesse período erigidas as suas edificações mais magnânimas – de cariz religioso e militar – sobretudo a Sé Catedral, a Igreja da Misericórdia, o Paço Episcopal e a Fortaleza Real de São Filipe22 (cf. Pires, 2004: 112). Outrossim, assistiu-se a uma cada vez maior densificação urbanística, facilmente comprovada23, quer em razão do aproveitamento do solo no interior do vale – pertencente ao Bairro de São Pedro –, quer por via da construção de dois novos bairros24.

22 Este último não referido no texto à frente citado, mas construído no decorrer das duas últimas décadas dessa centúria.

23 Cf. Planta “momento 2”.

24 Existiam outros bairros considerados marginais e periféricos, como por exemplo a Aldeia dos Sapes, habitada por miseráveis brancos, pretos livres e forros, e marinheiros desempregados (cf. Cabral, 1995: 229; Silva, 2003: 142). capital deCabo Verde. tornando-se estes elementos da arquitetura na distintivos paisagem militar da primeira ao fortes vários longo da sua linha decosta, asua configuração urbana transfigurou-se, substancialmente, com aconstrução da pois imponente Fortaleza deSão Real Filipe edos desse1585. Apartir momento, aimagem Grande da deSantiago Ribeira modificou-se Porém, asituação alterou-se, sobretudo após oataque perpetrado porFrancis Drake, em para aproteçãoaltos como das deauxílio falésias, estruturas utilizadas da cidade. troçosos vários hoje já demuralha, pouco evidentes, nospontos eospontos mais devigia de prover umsistema edemaior defensivo envergadura. funcional mais De salientar ainda bélico pouco eficaz (cf 77: 386-387)–com diminuta capacidade deresposta aataques, eequipados com material baluartes –da Veiga, deSão Braz (cf eda Ribeira praticamente militar de cariz até então inexpressivos, existindo somente três pequenos pontificavam por dispersos religiosos cidade,toda a edifícios sendo os seus congéneres Até praticamente ao final do século XVI, na paisagemRibeira Grande de da Santiago, pobres (cf – queoligava àFortaleza deSão Real Filipe, sendo habitado essencialmente porpessoas Catedral edoPaço Episcopal, era constituído Direita poruma –aRua só artéria ao Forte apresentava regular. mais uma urbano-morfológica disposição Surgido em torno da Sé plano situado entre 20a30metros acima donível domar, sendo aquele porisso que OBairro deSão Sebastião aser eestabeleceu-se oúltimo construído foi num promontório Cabral, 1995:228;Pires, 2004:40-41,112). Jesus, quedurante muito tempo ocuparam amaior parte das moradias aíexistentes (cf facto comprovado pela presença nesse localdas habitações dosPadres da Companhia de sua disposição, ao virado sul eao mar, era detodos osseus congéneres sadio, mais osítio ou Direita deSão Brás. Em razão da sua posição, deuma nocimo pequena elevação, eda O Bairro de São Brás, disposto no lado noroeste – da Cidade tinha uma só rua da ribeira, . Cabral, 2003:142;Pires, 1995:229;Silva, 2004: 41,114). . Baleno, 1995:168),isto porque, não àépoca, se sentia necessidade Conferências . Figueiredo, 1959:18; Canavarro, 1976- .

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“Momento 2” – Ribeira Grande de Santiago no século XVII 116

Adaptado de: Pires, 2004: 113

O ocaso da Ribeira Grande de Santiago O “momento 3”25 teve início na aurora do século XVII, e é concomitante ao lento e agonizante declínio desta urbe, já preludiado desde a segunda metade do século XVI26. Por essa razão, ao analisarmos a planta atinente a esse “momento”27, com o seu antecessor28, observa-se poucas alterações na área ocupada pelo tecido urbano, mas agora, já com muitos edifícios em ruína.

25 Segundo Fernando Pires, este “momento” corresponde à sua «[…] fase involutiva […]» (cf. Pires, 2004: 114).

26 António Correia e Silva afirma que a sua fase expansionista perdurou entre 1460 e 1580 cf( . SILVA, 1995: 3).

27 Cf. Planta “momento 3”.

28 Cf. Planta “momento 2”. estado decrépito em quese havia transformado capital aprimeira deCabo Verde populacional, esistema dejustiça inoperante (cf poderes ereligioso, espiritual sem militar estrutura recursos humanos emateriais, êxodo inevitáveis repercussões anível socioeconómico –comércio em recessão, querelas entre os sucedâneas, mas já fermentada desde oséculo XVII, édecompleto caos financeiro, com sobretudo noseu primeiromas quartel, com repercussões nefastas para asdécadas Neste no século contexto com incidência XVIII, urbana,vivida deinflexão asituação com aCosta da Guiné e as legaisdisposições estabelecidas pela Coroa Portuguesa relativamente ao comércio resultante da conjugação defatores não perenes: osTratados deAlcáçovas edeTordesilhas, a sua posição condições espacial ao criando-se ser seu efetivo valorizada, crescimento, da conveniência geoestratégica, edurante detempo operíodo em que esta viu vigorou, Este éumexemplo perfeito deumaglomerado surgido urbano importância, com vincada no entanto, ter levado pordiante esse intento (cf revitalização, da reedificação porvia do Paço Episcopal e da do construção Seminário, sem a Vila da Praia, apesar de, na década D. de1820,obispo Frei Jerónimo ter tentado asua da secessão da da Câmara atividade Municipal, quer da transferência da Misericórdia para veioO século acentuar XIX ainda esse mais seu latente estado quer através demorbidez, provincial para o Recife, Olinda deixou deser paraprovincial acapital doestado Olindadeixou oRecife, dePernambuco. no querespeita àmodéstia das habitações eda predominância (cf das ruínas de “exportação” deescravos (cf Amaral, 2007:178-179;Pereira, décadas Grande 2009:120). Algumas em perdeu 1645,aRibeira depois, definitivamente a sua posição como entreposto na Vila da Praia, eosbarcos despachassem desse apartir porto, oferecendo-se condições vantajosas para quem quisesse aíassuas construir habitações (cf ao abandono eostracismo, deasexternalidades advenientes positivas em virtude da despovoamento euma acentuada predominância dos“filhos” da terra no tecido social seu demar porto (cf. Baleno, 1989:3).Da conjugação desses fatores adveio oseu em razão da concorrência estrangeira edosataques decorsários; asmás condições do causadorasprincipais desse desenlace –oinóspito clima; odeclínio dostratos da Guiné, Diversas razões contribuíram para tal situação, mas podem ser indicadas duascomo as 32 31 30 29 (cf concetualização terminológica impactante para descrever o fim desta dupla vantagem por auferida durantePortugal todo o século XV e do parte seguinte as de«[…] como detentor deuma «[…]centralidade relativa […]» enquanto do Amaral Ilídio nos fala da sua e da transferência da Sede deGoverno para aVila da Praia, em 1769 mudança da sede debispado, em 1755,para deSão aIlha Nicolau (cf Oqueocorreu entre Grande deSantiago aRibeira eaPraia éem muito ao similar sucedido em 1837,com noBrasil atransferência pois, dogoverno Um texto da autoria deJoão da Silva Feijó descreve-nos precisamente Grande na deSantiago Ribeira essa situação vivida nesse século, principalmente Em 1612,umalvará régio, datado de12agosto, oprenúncio foi para ofimdessa hegemonia, ao validar queoGovernador eo Bispo passassem a residir . Silva, 2003:87). . Silva, Vários autores aludiram a essas duas prerrogativas terminologias diferentes, utilizando correspondem mas que no fundo a uma mesma Assim, ideia. dupla transcendência […]»(Valladares 2000:36).António Correia Ramírez, eSilvatambém aborda essa questão, uma mas sem utilizar . Pereira, 2009:144). 32 «[…] . Havendo cessado essas duasprerrogativas, estava condenada dupla importância, política ecomercial […]» (cf (Pires, Valladares 2004:35),eRafael caracteriza Ramírez essas catalogando- duasdisposições, Conferências . Feijó, 1986:3-4). . Pereira, 2009:166-167). . Pereira, 2004b:27-139).Aprova do . Amaral, 2007: 175), Fernando Pires considera este lugar 31 . Pereira, 2009:158) . 30 está na na está 29 . .

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sua existência deixaram de o ser, potenciando-se assim o desinteresse das autoridades competentes em mantê-la minimamente funcional.

“Momento 3” – Ribeira Gran de de Santiago no século XVIII 118

Adaptado de: Pires, 2004: 115

A consciencialização para a salvaguarda patrimonial na Ribeira Grande de Santiago, no transcurso do século XX e nas primeiras décadas do século XXI Até à década de 1920, altura em que o gongo da consciencialização para a salvaguarda patrimonial voltou o “tocar”, foi um penoso e contínuo definhamento de um agora pequeno lugar, habitado sobretudo por pessoas ligadas ao setor primário. À opulenta Ribeira Grande de Santiago, centro nevrálgico no comércio atlântico e intercontinental, ao qual estavam adstritas importantes funções económicas, político-administrativas, no Arquivo Nacional da Torre doTombo (ANTT). escritos ecuja redação se distendeu nosanos em quepermaneceu noArquipélago, “Fundo umrico Documental”, deixando-nos para disponível consulta dos seus monumentos, imagens, pintura e telas, demonstrativo do seu esforço atinente à sua salvaguarda, consubstanciou-se na elaboração textos de vários Grandeenfoque na deSantiago Ribeira . desseA partir momento, encarregue foi pelo Estado Português detrabalhar nessas possessões doalém-mar, principalmente em Cabo Verde, com especial militares ereligiosas 35 34 33 desenvolvidas, superintendidas pelo Arquiteto Luís Benavente e dediagnóstico da situação existente, na década de1960eparte da seguinte, asações Se na metade primeira dessa centúria amedidas assistimos essencialmente reativas “correr atrás doprejuízo” etentar salvar oqueaindaser poderia objeto decuidada atenção. duranteComo colonial, operíodo houve consequência, anecessidade noséculo XX, de resultante dessa noseu metamorfose perímetro ocorrida urbano. “plano geral dereabilitação”, dostestemunhos porvia aíexistentes edeumprojeto tomar consciência do seu valor intrínseco e considerar a elaboração prioritário de um passado de esplendor desta nascida urbe da gesta dos descobrimentos. premente É, pois, tratamento nodesaparecimento demuitos “indicadores” tangíveis, validadores deum e consequente deficiente do seuconservação património construído, esse refletindo-se do Homem eaação edaz dotempo conduziram ao aceleramento doestado dedegradação Neste texto, como, de tivemosaferir a oportunidade no transcurso dos séculos, a incúria cidade, eem 2009,este Sítio Patrimonial Vivo declarado foi Património da Humanidade. Grande da deSantiago Ribeira criado omunicípio 2005 foi oseu estatuto edevolvido de 1990, aCidade Velha classificada foi como “Património Nacional de Cabo Verde”, em resultado da ação desenvolvida, em sobretudo da última década apartir doséculo XX, inexistente até então noArquipélago, epassível dedar prossecução aeste anseio. Como potenciaram odespoletar deumcada vez maior conhecimento científico-técnico, distintos, com Portugal eEspanha, para além dointeresse manifestado pela UNESCO, “Lugar deMemória”. Por outro lado, osacordos decooperação acionados, em momento da promulgaçãopor via auma efetiva salvaguarda dediplomas-legais, com vista deste cultural. Aolongo dosanos, aintervenção neste consolidando, domíniofoi-se sobretudo, a necessidade dese efetivar, deummodosustentado, uma para política este segmento foram votadas asquestões desta índole, ossucessivos governos deCabo Verde entenderam aindependência derelativo nacional, deumperíodo Após edepois “ostracismo” aque investigação earecuperação desses Bens, muitas vezes, através doseu reuso funcional. Em nomeado 1952, foi de Monumentos diretor do Serviço Nacionais, tendo sido igualmente destacado para ao Ministério prestar do Ultramar. serviço Daí denominar apodermos de «[…] cidade polifuncional […]»(Silva, 2003:140). «[…] correspondendo esta adjetivação àsua total perda deurbanidade […]»(Mariz, 2012b:225). 33 , sucedeu-lhe, em menos de três séculos, a Cidade Velha Toda porele aatividade desenvolvida, para além doseu aspeto na intervenção tangível, efetuada visível em alguns Conferências 35 , visaram trabalhos, visaram de 34 , epiteto

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interpretativo36, potenciadores de valorizar este vetusto conjunto urbano, caso contrário, esta situação tenderá a arrastar-se indefinidamente no tempo cf( . Gouveia, 2015: 63-85; Gouveia, 2016: 111-125). 120

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