Jazz 26 Maio 2010 Ciclo 'Isto é Jazz?' Comissário: Pedro Costa Mostly Other People Do the Killing Party freaks provocar um sorriso no ouvinte. Para mim, a música só é verdadeiramente Matthew “Moppa” Elliott gosta de definir interessante quando se tiram elemen- o projecto Mostly Other People Do the tos de uma determinada expressão Killing com uma só frase, adaptada para os fundir com outras. Diferentes do título de um disco dos Mothers of estilos musicais têm diferentes propósi- Invention: We’re only in it for the fun! tos na vida quotidiana, e mesmo estes A verdade, porém, é que o diverti- alteram-se ao longo dos tempos. Hoje, mento deste grupo apresentado como por exemplo, podemos ouvir “big bands” praticando um “bebop terrorista” tem de jazz no consultório de um dentista, muito que se lhe diga, e se o humor e como já aconteceu comigo. Se a inten- a ironia estão entre as suas principais ção original do swing era pôr as pessoas virtudes, os propósitos que persegue a dançar, agora serve para relaxarmos. são, afinal, bastante sérios. Em causa Gosto de pensar sobre isto e de colocar está o tipo de revisionismo distanciado géneros musicais distintos em cima uns que faz de praticamente todos os ramos dos outros: um solo de saxofone no e etapas da evolução do jazz, inclusive estilo de Duke Ellington sobre o maior com recurso a citações dos standards, dos pandemónios, ou um solo do bebop e a sua associação a estruturas rítmicas mais literal no topo de um groove da do rock e a explorações situacionais pop dos anos 1980. Interessam-me identificáveis com a new music. “Se a muito estes paradoxos. Para todos os nossa inclusão dos antigos estilos do efeitos, é tudo música, mesmo que Trompete jazz não é, em si mesma, irónica, já o é a seja difícil aceitar que idiomas diversos Saxofone alto justaposição que realizamos desses esti- possam misturar-se ou coexistir. A nível Contrabaixo Moppa Elliott los com outros. Procuramos fazer uma pessoal, é sempre um desafio fazer com Bateria música que reflicta a natureza fragmen- que estas combinações sejam válidas – o tária das nossas vidas nos dias de hoje, o meu divertimento vem de verificar como que envolve a combinação de elemen- resultam estes mixes, e por vezes até tos musicais drasticamente diferentes, pode surgir algo de surpreendente, uma mas todos eles importantes para nós. nova norma.” Encaramos muito seriamente a história da música gravada e tentamos nada Os processos e a filosofia dos MOPDTK excluir”, refere a propósito o mentor alinham com o pós-modernismo anun- deste quarteto que se completa com ciado na música por figuras como Frank Peter Evans (trompete), Jon Irabagon Zappa e . Mas com algumas (saxofone alto) e Kevin Shea (bateria, subtilezas... “Somos definitivamente electrónica). pós-modernos, mas não pretendemos A perspectiva de Irabagon a este que as nossas peças musicais formem respeito tem algumas nuances: “Os statements coesos. Zappa e Zorn são procedimentos que os MOPDTK utilizam influências, sim, mas também a muito para interagir entre si são utilizados teatral improvisação holandesa, o Art Qua 26 de Maio sem qualquer tipo de ironização, e os Ensemble of Chicago, Charles Ives e 21h30 · Pequeno Auditório · Duração: 1h30 · M12 seus objectivos não são unicamente muito mais”, explica o contrabaixista

3 e compositor que está no eixo deste últimos álbuns editados atestam-no car como um novo paradigma, com a como os mecanismos de um paradigma vendaval de sons e referências culturais. suficientemente: This Is Our Moosic dimensão que tiveram o bebop ou o free funcionam com os de outro. O grande Preocupa-se “Moppa” em esclarecer que reproduz a do LP This is Our Music de jazz. O que diz isso da cultura ocidental dilema está no facto de as pessoas se não enquanto líder formal e menos ainda Ornette Coleman e a do recém-editado dos nossos dias?” distraírem com preocupações menores, como o “conceptualista” de serviço: Forty Fort é uma cópia da de Out of “Moppa” interroga-se mesmo sobre como ‘o jazz morreu?’ ou ‘o que é o “Nada determino aos outros mem- the Afternoon, de Roy Haynes. Explica se nos tolhe uma colectiva “preguiça”. jazz?’. Não são poucos os músicos que bros da banda. Ao longo de seis anos, Elliott: “A nossa assimilação da maior Até a pop, salienta, “deixou de crescer falam mal de uma determinada orienta- desenvolvemos um conceito de grupo quantidade possível de material histórico desde o movimento grunge no início da ção estética só porque não a praticam que cresceu organicamente para lá das pode parecer modernista, pelo facto de década de 1990, não sendo outra coisa – no meu entender, tal atitude é nociva formas com que nós os quatro intera- estabelecermos um conjunto minima- senão uma colagem de velhas tendên- para a música como um todo. A cena gimos naturalmente. O entendimento mente coerente através da combina- cias como o funk, o disco ou o swing”. do jazz é tão pequena na escala global do tempo por parte do Kevin é decisivo ção de muitos e pequenos elementos, Se a tecnologia tinha como potenciali- que devíamos entreajudar-nos mais e para o que fazemos, e o certo é que mas a nossa abordagem é, realmente, dade incentivar a inovação, “o certo é não deitar abaixo o trabalho dos outros. temos a tendência para nos sabotarmos, pós-moderna, pois a música mantém-se que a digital não produziu as mudanças Defendo a ideia de que estamos num o que se tornou num factor operacio- fragmentária, tal como acontece com de fundo de que estávamos à espera: o período muito interessante da evolu- nal. Confiamos suficientemente uns nos toda a cultura contemporânea. Quer uso de samples pelo hip-hop foi inova- ção do jazz e que muita coisa positiva outros para nos sentirmos confortáveis isso dizer que não estamos à procura de dor nos anos 80, mas ficou-se por aí”. vai sair daqui. Tão positiva que daqui a neste contexto de permanente armadi- um novo paradigma? A verdade é que Continua o músico: “Significa isto que a 30 anos olharemos para trás, tal como lhamento. Ou seja, o conceito do grupo não houve muitos desenvolvimentos cultura ocidental perdeu a imaginação? agora olhamos para o que foi realizado vem dele mesmo e não totalmente de na música, em geral, nestes últimos 30 Esgotámos todos as nossas ideias? Não nos anos 1960 e 70.” mim. Aliás, as composições que escrevo anos.” sei. O que sei é que continuo a querer Isto significa que está, pelo menos, para os MOPDTK são-lhes específicas, Afirmações como a acima transcrita fazer música com instrumentos acústi- definido o caminho a percorrer. combinando temas facilmente reco- tornam os MOPDTK ainda mais polémi- cos e que a única maneira que tenho de A caracterização e as propostas dos nhecíveis e manipuláveis e evitando cos: “Desde o aparecimento do hip-hop o realizar passa pela duplicação da natu- Mostly Other People Do the Killing harmonias excessivamente complexas e da electrónica que o acompanhou reza fragmentária deste início do século derivam do surgimento de um tipo (enfim, nem sempre – risos), de maneira (com o sampling, as sínteses, o ruído) XXI. Somos constantemente bombar­ de músico, antes inexistente, que não a podermos mover-nos com mais ligei- que não oiço nada de realmente ‘novo’. deados por informação e as associações só revela uma grande diversidade de reza entre as estruturas.” Espero que alguma novidade esteja a aleatórias que assim se proporcionam interesses e gostos como teve uma “De facto, discutimos tudo o que o emergir e que simplesmente eu ainda podem resultar muito bem quando escolaridade transversal aos vários ‘Moppa’ escreve antes de um concerto não me tenha apercebido disso, mas transpostas para a música.” géneros e famílias musicais. Peter Evans ou de uma gravação. Cabe a cada um de sou bastante céptico. Muito do mais Jon Irabagon vê o problema com é intérprete de música barroca, toca o nós definir, previamente, como podemos aclamado ‘jazz’ da última década (The outro optimismo: “Todos nós estamos à jazz straight-ahead com propriedade, contribuir, mas muitas coisas acontecem Bad Plus, Robert Glasper, Vijay Iyer, procura da ‘verdade’ e pela minha parte tem uma notável actividade na área da imprevistamente no próprio momento Rudresh Mahanthappa, Steve Coleman, estou convencido de que lidar com os música livremente improvisada e é um em que tocamos, e isso passa por Toumani Diabate, Darcy James Argue, paradigmas já aceites da maneira como inovador radical no que diz respeito às termos a liberdade de interferir espon- , Steve Lehman, etc., etc.) o fazemos pode revelar-nos o que está técnicas extensivas para o trompete. taneamente com o que os outros fazem, é uma combinação do jazz com outro para vir. Não precisamos de os recusar; Jon Irabagon está tão à vontade no mais e quanto mais inconvenientes, despro- estilo da pop, da música erudita ou da basta-nos questioná-los. Aceitamos os rigoroso dos mainstreams como nas positados e invasivos formos, melhor”, world music. A última grande novidade, velhos paradigmas, mas distorcemo-los, dissertações free e para-vanguardistas elucida o saxofonista dos MOPDTK. se pensarmos bem, foi a frente M-Base, viramo-los do avesso e desmembramo- a que volta e meia se atira. Kevin Shea Num contexto como este, a própria na década de 1980. Não consigo indicar ‑los para depois montarmos todos os tem actividade simultânea no rock mais pós-modernidade do grupo não é uma ninguém que nos últimos 10 anos tivesse pedaços que ficaram espalhados de excêntrico que se tem praticado nos condição linear. As capas dos seus dois proposto algo que se possa identifi- modo a obter outras formas e verificar Estados Unidos, dos Stormandstress

4 5 aos Talibam! Comenta Irabagon: “Está a Monk Award e o Peter com as pesquisas aquilo sobre que escrevem. A culpa não vezes divertimo-nos de forma caótica e tornar-se comum que um músico cubra que realiza a solo é idiota, pois não tem é deles e sim de quem dirige os jornais violenta, e em outras esse divertimento mais terrenos. O ensino conduziu a tal, em consideração a totalidade do seu e as revistas, mas isso gera o pobre e soa como a canção All The Things You assim como o negócio da música – para trabalho. Urge que as pessoas abram os vazio criticismo que temos. O que é uma Are. Umas vezes implica que toquemos muitos de nós, a diversidade tornou-se ouvidos e esqueçam essas ideias feitas.” infelicidade, pois está a ser criada muito seis composições em apenas um minuto, vital, para podermos pagar as contas no Daí o desabafo de Jon Irabagon: boa música. Também são publicados e outras que desenvolvamos uma única fim do mês. E claro que um dos factores “Se uns me acusam de estar ‘dentro’ imensos discos maus, pela circunstân- fórmula durante um quarto de hora. mais decisivos é o overload de infor- ou de circular pelas ‘auto-estradas’ cia de ser barato gravá-los, e isso torna Umas vezes rendemo-nos à beleza e mação musical que recebemos. Com os do jazz, outros argumentam que sou as coisas mais complicadas. Gosto de outras arruinamos totalmente um tema iPods, os blogues, as páginas Web, os ‘bizarro’. O que quer dizer que nos parodiar a tentação de muita da crítica que poderia ser belo.” milhares de discos que são lançados e avaliam parcialmente, não pelo todo do para a adoração dos heróis históricos. As Sobretudo, os MOPDTK distinguem- os muitos concertos que se realizam, só que produzimos. É um absurdo. Dave recensões e as liner notes das décadas ‑se pelo facto de (adianta Jon) “não não ouvimos o que não quisermos ouvir. Liebman disse que um disco é como de 1950 e 60, sobretudo, apresentam caberem na caixinha pensante” que Natural será que a geração que lida com uma fotografia que nos fixa num dado cada álbum como uma obra de génio, ainda vai circunscrevendo o que é e tudo isto toque várias músicas de modo momento. Para compreendermos devi- o que na maior parte dos casos não não é o jazz, por mais incongruente convincente. O que me surpreende damente a obra de um músico é preciso é verdade. E, no entanto, eu gosto de que tal função normativa seja nos dias mesmo é haver músicos que continuam considerar as várias fotografias do seu usar essa linguagem florida, misturando que correm. “Cabe-nos a habilidade indiferentes ao que se passa no mundo. percurso. Gostei de gravar o álbum The nostalgia com desdém... se é que isso de colocarmos em dúvida o que está Não faz sentido nenhum separar a vida Observer e de ter tido a oportunidade faz sentido. Não seria bom que os críti- certo ou errado, o que é apropriado ou da arte que se cria.” de colaborar com tão grandes instru- cos fossem bem pagos por escreverem desapropriado, o que é interessante ou “Moppa” Elliott tem precisamente isto mentistas ‘clássicos’ como Kenny Barron, apenas um bom artigo e quatro boas desinteressante, para todos os efeitos a em conta: “Temos hoje um acesso quase Rufus Reid e Victor Lewis, mas não me recensões por mês?” postura que sempre tem sido funda- instantâneo a toda a música gravada, e julguem apenas por esse CD.” A crítica A crer nas palavras de “Moppa”, mental em qualquer disciplina artística. isso está a ter consequências enormes. especializada pode, no entanto, ser está muito longe dos propósitos dos O que nós fazemos é forçar os limites e Há quem prefira ignorar esta realidade e bastante obtusa. Para os MOPDTK, este Mostly Other People Do the Killing ver onde é que isso nos leva, admitindo tocar de forma historicamente ‘ade- é um território fértil para o sarcasmo. As serem os novos heróis da actualidade: que a combinatória certa para nós pode quada’, o que também me parece impor- hilariantes notas de capa de Forty Fort “Fazemos o que fazemos, é só isso. não ser assim tão certa para os demais. tante, mas esse tipo de intervenção nada são assinadas por um fictício Leonardo Não tentamos propriamente excitar Apenas desta maneira a arte pode cons- tem que ver com a contemporaneidade.” Featherweight, aludindo ao conservador as audiências. Muitos dos músicos de tituir uma parte importante da nossa Ora, músicos com este perfil ainda não crítico Leonard Feather. Neste particular, jazz são habitualmente sisudos, mas existência, ajudando-nos a descobrir o são bem aceites por uma parte das Irabagon observa o quadro com algum nós não funcionamos assim. O público que somos e quais são as nossas reais audiências e pela crítica mais purista do conhecimento de causa, pois, se não verifica que estamos a divertir-nos e possibilidades.” Nesta demanda, das jazz e da música improvisada, a qual não exerce essa profissão, tem o curso de diverte-se também. É epidémico. Mas duas uma: ou se adopta a obsessão de sabe muito bem como encarar as inten- jornalismo... atenção: não somos os bobos da corte. um cientista no laboratório, ou se faz a cionalmente subversivas propostas dos A referida charge convida à garga- Julgo mesmo que a nossa música é uma festa. Este quarteto é, decididamente, MOPDTK. “Pois é. Muitos críticos têm lhada e é dura, mas “Moppa” Elliott tenta manifestação de sanidade no meio da formado por party freaks. sido incapazes de entender o Jon ou o ser compreensivo sobre tal assunto: loucura que vai acontecendo à nossa Peter, pelo facto de não lhes consegui- “Acho que o problema da crítica está na volta. Absorvemos as músicas todas Rui Eduardo Paes rem colocar um rótulo. Ambos contra- falta de tempo, de dinheiro e de apoio. que estão no ar e tentamos dar um Crítico de música, ensaísta, dizem a ideia de que os artistas estão São poucos os críticos de música e estes significado ao seu conjunto, mesmo que editor da revista jazz.pt necessariamente focados num só género são forçados a produzir demasiados arti- seja impossível concretizar tal desejo. ou numa só estética. Identificar o Jon gos, o que não lhes permite suficiente O nosso divertimento vem, precisa- com a música que lhe valeu o Thelonious disponibilidade para compreenderem mente, dessa impossibilidade. Umas

6 7 trompete e improvisação em instituições Sexsmith, Kris Davis e Ken Vandermark. Depois de uma breve introdução ao Peter Evans como as Universidades de Califórnia Jon tocou e dirigiu aulas e workshops piano, comecei a tocar trombone no trompete em San Diego, de Buffalo, de Oregon, nos EUA, Canadá, Europa, Macau, 6º grau, e depois de decidir alguns anos a Northwestern University e a Walden Taiwan, Costa Rica e Japão, e toca regu- mais tarde que queria também tocar um Evans faz parte da comunidade musical School. Em Junho de 2008 viajou até larmente em Nova Iorque em lugares de instrumento de cordas, deram-me um de Nova Iorque desde 2003, para onde às Filipinas com o projecto Cultures topo como Birdland, Jazz Standard, 55 baixo eléctrico. Quando tinha cerca de foi viver depois de se ter formado no in Harmony, ensinando, colaborando Bar, Jazz Gallery, Zebulon, Barbes, Sweet 17 anos, arranjei o velho baixo acústico Conservatório de Oberlin, na classe de e tocando com músicos tribais em Rhythm e Dizzy’s Club Coca Cola. do meu pai, para uma audição para um trompete clássico. Actualmente trabalha Mindanao. A sua concepção de inclusão musical programa de Verão. Comecei então a numa grande variedade de áreas, actu- Recentes digressões têm-no levado nas suas improvisações e composições estudar contrabaixo seriamente com ando a solo, em orquestras de câmara, a festivais nos EUA, Canadá, Europa revela-se num corpo de obras que tem Tony Marino. em espectáculos de artes performativas, e Ásia, tais como Moers Festival, criado durante a sua jovem carreira em “No Outono de 1997 inscrevi-me concertos de livre improvisação, música Ulrichsberg Kaleidophon Festival, grupos como o seu Quinteto Outright! no Oberlin College e no Oberlin electroacústica e compondo. Bordeaux Jazz Festival, Jazz à Mulhouse, (editora Innova) que percorre toda a Conservatory of Music em biologia e Como músico, Evans tem trabalhado Festival de Jazz de Berlim. Gravou dois história do jazz numa improvisação contrabaixo de jazz, no ensino inte- no sentido de alargar o âmbito expres- álbuns a solo publicados pela PSI, edi- em grupo, o seu duo com o baterista grado de Oberlin. Enquanto estudava sivo do seu instrumento, tocando com tora de , e o disco The Peter I Don’t Hear Nothin’ But gravei o meu primeiro CD, Pinpoint e configurações regulares de músicos Evans Quartet para a Firehouse 12. Blues (Loyal Label), a sua banda de adquiri alguma experiência tocando em e compositores. Participa em bandas In www.myspace.com/peterevanstrumpet covers dos anos 1980, o seu Sonny Cleveland, Ohio, durante cerca de três como o Quarteto por si liderado, os Rollins Tribute Trio, o grupo de jazz anos. Tive também a sorte de ensinar Mostly Other People Do the Killing, moderno Confluence (Artist Records) durante quatro Verões na Pennsylvania o hiperactivo duo de improvisadores Jon Irabagon que co-lidera com colegas formados na Governor’s School for the Arts. Sparks (com Tom Blancarte), o duo saxofone alto Manhattan School of Music, o quarteto “Acabei a escola no Inverno de 2001 com o trompetista Nate Wooley, para de livre improvisação RIDD (Clean Feed), e mudei-me par Nova Iorque no Verão além das suas actuações a solo. Outros Vencedor, em 2008, do Concurso além da sua participação no Mostly seguinte. Aqui, em Nova Iorque, tenho artistas com quem tem trabalhado: Internacional de Saxofone Thelonious Other People Do the Killing (Hot Cup). tocado e gravado com alguns grandes , Dave Taylor, Steve Monk, tem tocado intensamente em Jon assinou contrato com a editora músicos e ensinado na St. Mary’s High Beresford, , Keiji Haino, projectos muito diversos, desde os Concord Records que editou este ano School. Jim Black, Evan Parker, Tyshawn Sorey, mais “clássicos” aos mais experimen- um CD com standards e originais intitu- “Lidero e componho para o quarteto Peter Brotzmann, Mark Gould, Weasel tais. Jon estudou com artistas tão lado The Observer. Mostly Other People Do the Killing que Walter, Tobias Delius, Joel Ryan, Luka diversos como Dave Liebman, Wynton In http://joniragabon.com em 2009 foi considerado pelos críticos Ivanovic. Em Nova Iorque Evans também Marsalis, Steve Coleman, Dick Oatts, da Down Beat como o melhor ‘Rising tem interpretado música contempo- Jason Moran, Vijay Iyer, e Victor Goines, Star Ensemble’. Os mesmos críticos rânea e é membro do International e tocou e/ou gravou com reputados Moppa Elliott colocaram-me na lista da categoria Contemporary Ensemble (ICE). Toca músicos como Billy Joel, Kenny Barron, contrabaixo ‘Rising Star Composer’. Actuei com o também piccolo tompete em concertos Wynton Marsalis, Bright Eyes, Tom grupo Elastic Hybrid Chamber-Pop, de música barroca, apresentando-se, por Harrell, Evan Parker, Joe Lovano, Rufus Nasceu em 13 de Setembro de 1978, Alice, Charles Evans and the Language exemplo, no Concerto Brandeburguês Reid, Dave Liebman, Nicholas Payton, primeiro filho de David e Carolyn Elliott. Of, Jon Lundborn and Big V Chord, entre nº2 de J. S. Bach, em Bargemusic, ou na John Edwards, Deborah Gibson, John “Deram-me o nome de Mathew Thomas outros”. Missa em Si menor também de Bach em Abercrombie, Frank Wess, Wycliffe Elliot, e não o de Moppa. Os meus pais In www.moppawlliott.com St. Peter’s Church. Gordon, Tony Buck, Renée Fleming, são ambos professores universitários e Evans é ainda um experiente profes- Kenny Washington, Tobias Delius, Lou grandes melómanos, o que me permitiu sor, dirigindo masterclasses de música, Reed, Victor Lewis, Jenny Lewis, Ron ouvir muita música desde pequeno.

8 9 Próximo espectáculo Kevin Shea bateria © Márton ÁGH – János György e Kata Wéber Hard to be a God Iniciou a sua carreira de músico pro- fissional ainda na adolescência. Tem Que difícil é ser Deus! agora mais de 20 anos de experiência como músico baterista/percussionista Um espectáculo e compositor, tendo viajado por mais de Kornél Mundruczó de 35 países e participado em mais de 50 álbuns de grande diversidade de Integrado no alkantara festival 2010 contextos estilísticos e estéticos. Só no ano passado, Shea participou em Teatro De Sáb 29 a Seg 31 Maio mais de 300 concertos. O seu ensino 21h00 · Duração: 2h30 · M16 musical começou na escola secun- Antiga Fábrica Simões, Avenida Gomes dária e foi até ao Berklee College of Pereira 11, Benfica (perto do cruzamento Music. Apresentou-se em festivais com a Estrada de Benfica) como Moers Festival (Alemanha), Metro mais próximo: Carnide, Colégio Taipei Arts Festival (Taiwan), Bordeaux Militar · Autocarros: 16, 729, 780 Jazz Festival (França), Kraak Festival (Bélgica), ZXZW em Tilburg (Holanda), Lollapalooza (festival itinerante, EUA), Vemos dois camiões em viagem, onde ansiosos por abandonar a posição do Jazz em Agosto, Angra Jazz, Egersund cinco homens mantêm prostitutas contra mirone. Permanecemos observadores ou Visfestival (Noruega), etc. Participou em a vontade destas. Os homens fazem as tornamo-nos humanos? mais de 50 CD’s de grupos como Storm regras e o camião é o seu império. and Stress, Mostly Other People Do the O romance Que difícil é ser Deus! dos Kornél Mundruczó nasceu na Hungria em Killing, Sexy Thoughts, People, Aji No Irmãos Strugatski serve de inspiração 1975. Realizou Pleasant Days (Leopardo Moto, Swirlies, Puttin’ On the Ritz, Coptic para este espectáculo, examinado do de Prata, Locarno 2002), Johanna (“Un Ligh, Great Lakes, Talibam!, etc. ponto de vista da distância e responsa- Certain Regard”, Cannes 2005) e Delta No final de 2009 saiu o álbum dos bilidade divinas. Um infiltrado, que vê (Prémio da Crítica FIPRESCI, Cannes Talibam! Boogie in The Breeze Blocks o que se passa mas não pode intervir, 2008). No teatro começou por traba- publicado pela lendária editora discográ- está presente como Deus, longe da lhar com a companhia Krétakör (que fica ESP-Disk. alegria da criação, como observador apresentou A Gaivota na Culturgest em A partir de www.allaboujazz.com dolorido. Até que o que há de humano 2005), mas não tem um grupo pró- nele prevalece, e tem de agir, mas prio, concebendo os seus espectáculos conhecendo as leis sombrias do camião com actores que se tornam parceiros tem de usar os métodos deles: violên- criativos. Os seus últimos trabalhos cia e destruição. Mostra-se o dilema da são The Ice, Frankenstein Project e justaposição entre presença inactiva Judasevangelium. e vida activa num espaço confinado, questionando assim a própria posição do público. Objectos, pessoas e camiões Os portadores de bilhete para o espectáculo reais num reality show onde estamos têm acesso ao parque de estacionamento da Caixa Geral de Depósitos.

10 Conselho de Administração Comunicação Técnico Auxiliar Presidente Filipe Folhadela Moreira Álvaro Coelho António Maldonado Inês Loução estagiária Frente de Casa Gonelha Marta Ribeiro estagiária Rute Sousa Administradores Publicações Miguel Lobo Antunes Bilheteira Marta Cardoso Margarida Ferraz Manuela Fialho Rosário Sousa Machado Edgar Andrade Assessores Actividades Comerciais Dança Recepção Patrícia Blazquez Gil Mendo Sofia Fernandes Clara Troni Teatro Ana Sofia Magalhães Catarina Carmona Francisco Frazão Auxiliar Administrativo Arte Contemporânea Serviços Administrativos e Financeiros Nuno Cunha Miguel Wandschneider Cristina Ribeiro Serviço Educativo Paulo Silva Colecção da Caixa Geral de Depósitos Raquel Ribeiro dos Santos Teresa Figueiredo Isabel Corte-Real Pietra Fraga Inês Costa Dias Direcção Técnica Diana Ramalho estagiária Maria Manuel Conceição Eugénio Sena António Rocha estagiário Direcção de Produção Direcção de Cena e Luzes Soraia da Silva estagiária Margarida Mota Horácio Fernandes Susana Sá estagiária Produção e Secretariado Assistente de direcção cenotécnica Patrícia Blázquez José Manuel Rodrigues Mariana Cardoso de Lemos Audiovisuais Jorge Epifânio Américo Firmino coordenador Exposições Paulo Abrantes Coordenação de Produção chefe de áudio Mário Valente Tiago Bernardo Produção e Montagem António Sequeira Lopes Iluminação de Cena Produção Fernando Ricardo chefe Paula Tavares dos Santos Nuno Alves Montagem Edifício Sede da CGD Maquinaria de Cena Fernando Teixeira Rua Arco do Cego, 1000-300 Lisboa, Piso 1 José Luís Pereira chefe Culturgest Porto Tel: 21 790 51 55 · Fax: 21 848 39 03 Alcino Ferreira Susana Sameiro [email protected] · www.culturgest.pt

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