Larissa Guimarães Averbug
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LARISSA GUIMARÃES AVERBUG “ALICE” Uma dinâmica criativa irreversível Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Design da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Design. Orientadora: Luiza Novaes Rio de Janeiro Abril de 2021 2 LARISSA GUIMARÃES AVERBUG “ALICE” Uma dinâmica criativa irreversível Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós- Graduação em Design da PUC-Rio. Aprovada pela co- missão examinadora abaixo. Profa. Luiza Novaes Orientadora Departamento de Artes & Design – PUC-Rio Profa. Denise Berruezo Portinari Departamento de Artes & Design – PUC-Rio Profa. Rosana Kohl Bines Departamento de Letras – PUC-Rio Profa. Claudia Mendes Escola de Comunicação – UFRJ Profa. Aline Frederico Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes – PUC-SP Rio de Janeiro, 13 de abril de 2021. 3 Ficha Catalográfica Averbug, Larissa Guimarães “Alice” : uma dinâmica criativa irreversível / Larissa Guimarães Averbug ; orientadora: Luiza Novaes. – 2021. 283 f. : il. color. ; 30 cm Tese (doutorado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Ja- neiro, Departamento de Artes e Design, 2021. Inclui bibliografia 1. Artes e Design – Teses. 2. Alice no país das maravilhas. 3. Lewis Carroll. 4. Processo criativo. 5. Transmidialidade. 6. Nonsense. I. No- vaes, Luiza. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. De- partamento de Artes e Design. III. Título. CDD:700 4 À memória de Lewis Carroll, Alice Liddell e todos os artistas que os mantêm vivos. 5 Agradecimentos O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. À CAPES e à PUC-Rio, pelo apoio concedido, sem o qual a pesquisa e o doutorado sanduíche não seriam possíveis. À orientadora e professora Luiza Novaes, pela parceria e voz, sempre aco- lhedoras, fundamentais à realização deste trabalho, cujo percurso foi, graças a ela, prazeroso. A cada um dos colegas do grupo de estudos EAI, em especial à Andrea Lennhoff, pela partilha das quartas-feiras que atenuam a sensação de isolamento. À orientadora estrangeira Kiera Vaclavik e à Queen Mary University of London, que imediatamente acolheram meu sonho do doutorado sanduiche e do acesso aos arquivos originais. À Sam Romero, a melhor housemate de todos os tempos. À companheira de alicinagens e orientadora extraoficial Adriana Peliano, quem me incentiva a abrir olhos e portinhas secretas para além do País das Maravilhas. Às Sociedades Lewis Carroll do Brasil, Reino Unido e EUA. A Mark Burstein, cuja iniciativa, intermediada por Peliano, guiou o desvio de rumo bem-vindo à pes- quisa de campo. A Mark e Catherine Richards, pela chave de acesso a seus jardins privados de preciosidades de “Alice”. Aos funcionários da Homerton College Li- brary, British Library e Christ Church Library, pelo tratamento atencioso no acesso aos arquivos documentais. Um agradecimento especial à Cristina Neagu, curadora e guardiã da The Lewis Carroll Collection na Universidade de Oxford. Aos membros da banca: à professora Rosana Kohl Bines, pelas aulas que, desde a ementa, foram amor à primeira vista e permitiram seu encontro com minha pesquisa; à professora Denise Portinari, pelas ricas discussões e atravessamentos subjetivos; à Aline Frederico e à Claudia Mendes, pela partilha de chás e de paixões pelo livro ilustrado; à professora Jackeline Farbiarz, pelas boas-vindas acolhedoras, tanto no seu grupo de estudos, como nas suas aulas; à professora Mônica Fagundes, pelos encontros memoráveis no Real Gabinete Português de Leitura (espaço onírico por si) e pelos devaneios poéticos que influenciaram a pesquisa. 6 À professora Isabel Fortes, cujas aulas fascinantes (aulas dos sonhos de Freud, diga-se de passagem) foram vias de acesso ao cruzamento com o campo da Psicologia. À Tatiane Tagliatti Maciel, pela gentil colaboração no cruzamento in- terdisciplinar mais inesperado da pesquisa. À minha mãe Mayra Averbug, mulher inspiradora e maior incentivadora, a primeira professora de português da vida e a primeira leitora da tese: sigo na trilha dos passos dela. Ao meu pai Felix Averbug, o fotógrafo dos registros da infância, quem faz despertar meu interesse pela arte. Ao Gabriel Averbug, o irmão caçula capaz de levar nós dois de volta à infância num instante. À minha avó Lydia Gui- marães, pelo privilégio da partilha de seus 95 anos de sabedoria infinita. Ao amor e melhor-amigo Guilherme Costa, companheiro de jornada e primeiro leitor dos pará- grafos recém-nascidos. À tia Solange, pelas inúmeras velas acessas, e aos sobrinhos Alicia, Pedro e Tom, pelo amor incondicional com aconchego de infância. À Camila Pinheiro, Liana Sarmento, Livia Torres, Rosana Gouveia, Jhoane Brazileiro e Marília Martins, amigas-irmãs que são parte inseparável de mim. Aos amigos do CEFET que, quando reunidos, fazem a vida parecer uma eterna adoles- cência. Aos araruamigos da EBA/UFRJ, cuja presença tem contornos de infância – em especial, ao Gahba Gomes, o amigo que brincava de marimbondo na coleira de barbante. Aos laborativos, Nanda Dias, Lari Arantes e Rafa Secim, o trio do encontro certo de ternura e ombro amigo. Ao casal-amigo mais que querido, Julia Ferrari e Diego Machado. A cada um dos empacotamigos cujo convívio diário faz falta – um agradecimento especial à Mariana Caser, Licia Matos, Vinicius Mitchell, Mario Lima, Renan Alves, Camille Moraes e Nubia Roma, que participaram ativa- mente deste processo, através de trocas, leituras ou escutas atenciosas. À Fundação Cecierj e aos chefes Ulisses Schnaider e Bianca Giacomelli, cujo suporte permitiu a dedicação ao doutorado; um carinho especial ao Fabio Rapello, o masterchefe que tem o dom de esquentar a barriga e o coração. Aos artistas com quem tive o prazer de partilhar a paixão pela obra literária e que, ao devolverem vida ao personagem rejeitado, tornaram a pesquisa de campo possível: Lari Arantes, Vinicius Mitchell, Adriana Peliano, Ted Jouflas, Kristy Worthen, Tim Hill, Renan Alves, Eric Dodds e Mario Lima. Anuncio, desde já, o resultado mais inesperado do campo: novos amigos e velhas amizades de laços estreitados, através das memórias individuais e coletivas, da cultura de massa e, sobretudo, da partilha da infância. 7 Resumo Averbug, Larissa Guimarães; Novaes, Luiza. “Alice”: uma dinâmica criativa irreversível. Rio de Janeiro, 2021, 283p. Tese de Doutorado – Departamento de Artes & Design, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Com foco em processo criativo e transmidialidade, esta pesquisa propõe investigar a dinâmica criativa irreversível impulsionada por Lewis Carroll, através de suas duas obras aclamadas, as “Alices”. Da era vitoriana à arte contemporânea, Wonderland e Looking-Glass se mantêm em devir, reinventadas nas mãos de artistas que, inspirados pelo universo do autor, mesclam realidade e ficção ao integrar a biografia à obra. O fenômeno cultural se torna transmidiático, não de maneira estratégica e centralizada, mas de forma orgânica e caótica, através de inúmeros produtores visuais dispersos no tempo e no espaço. Muitos desses produtores têm formação em design e, ao atuarem em áreas correlacionadas e mídias diversas – como ilustração, fotografia, arte, cinema e games –, parecem desenvolver uma atitude projetual criativa que os permite colaborar com o fenômeno cultural em expansão. Propõe-se, assim, identificar não só as convergências e divergências entre linguagens visuais e mídias, como o pensamento do produtor visual em seu fazer projetual, artístico e poético. Ao mapear exemplos da visualidade de “Alice”, a intenção é a de delinear as características dessa dinâmica, que, através da repetição e dos desvios, permite à narrativa uma constante ressignificação. Acredita-se que, como obras abertas à iniciativa do leitor e do artista, as histórias nonsense contribuam como elementos catalizadores de novos processos criativos: na dinâmica de “Alice”, criam-se novas relações de autoria e coautoria, de produção, recepção e mediação. Ao fazer reverberar, sobretudo, diferentes vozes interdisciplinares, esta pesquisa pretende apresentar uma abordagem teórica, crítica e filosófica sobre questões da pós-modernidade presentes em “Alice”. Palavras-chave Alice no país das maravilhas, Lewis Carroll, processo criativo, transmidialidade, nonsense, obra aberta, autoria. 8 Abstract Averbug, Larissa Guimarães; Novaes, Luiza. “Alice”: an irreversible creative dynamic. Rio de Janeiro, 2021, 283p. PhD. Thesis – Departamento de Artes & Design, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Focusing on the creative process and transmedia, this research proposes investigating the irreversible creative dynamic driven by Lewis Carroll through his two acclaimed works: the “Alices”. From the Victorian era to contemporary art, Wonderland and Looking-Glass continue to be reinvented through the hands of artists who, inspired by the author’s universe, mix reality and fiction by integrating biography into the artwork. The cultural phenomenon becomes transmedia, not in a strategic and centralized way, but organically and chaotically, through countless visual producers dispersed in time and space. Many of these producers are designers working in related areas and different media – such as illustration, photography, art, cinema and games –, who seem to develop a creative design attitude that allows them to collaborate with the expansion of the cultural phenomenon. The proposal includes identifying convergences and divergences not only between