CENTRO DE PESQUISAS E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA

- 2011 -

1 Reitor: Dr. Ir. Joaquim Clotet

Vice-Reitor: Dr. Ir. Evilázio Borges Teixeira

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: Dr. Jorge Luis Nicolas Audy

Pró-Reitor de Administração e Finanças: Dr. Paulo Roberto Girardello Franco

Diretora do Instituto do Meio Ambiente: Dra. Betina Blochtein

Coordenador Científico do Instituto do Meio Ambiente: Dr. Jorge Alberto Villwock

Coordenador do Pró-Mata: Dr. Cláudio Augusto Mondin

Corpo Técnico:

Encarregado Administrativo do Pró-Mata: Paulo Rubem Becker

Secretária do Pró-Mata: Maria da Graça Campolongo Coiro

Equipe Executora:

Dra. Betina Blochtein Dr. Jorge Alberto Villwock Dr. Cláudio Augusto Mondin Dr. Régis Alexandre Lahm Dra. Carla Fontana Me. Letícia Hoppe Me. Donarte Nunes dos S. Junior Dr. Eduardo de Oliveira Wilk Dr. Ricardo Silva Pereira Mello Revisor Editorial: Dr. Luciano de Azevedo Moura Revisor Técnico: Dr. Luís Fernando Carvalho Perello

2 Colaboradores

Dr. Aino Victor Avila Jacques Dr. Arno Antônio Lise Dr. Axel Kwet Dra. Birgit Harter-Marques Dra. Carla Suertegaray Fontana Dr. Carlos Alberto S. Lucena Dra. Cristina Vargas Cademartori Dr. Eduardo Eizirik Dr. Élio Corseuil Dr. Evandro Fernandes de Lima Dra. Glaucia Maria Funk Pontes Dr. Jeter Jorge Bertoletti Dr. Jochen Ketterl Dr. José Francisco Pezzi da Silva Dr. José Willibaldo Thomé Dr. Julio César Bicca-Marques Dr. Klaus Balke Dra. Lílian Eggers Dr. Márcio Borges Martins Dr. Marcos Di-Bernardo Dra. Maria Rotraut-Conter Dra. Mariana Fleig Dr. Markus Maier Dr. Mirco Solé Dr. Nelson Ivo Matzenbacher Dr. Patrick Colombo Dr. Rainer Wagelaar Dr. Ralf Baaske Dr. Roberto Esser dos Reis Dr. Roland Irslinger Dra. Rosane Vera Marques Dr. Rudi Seitz Dr. Stefan Ruge Dra. Susi Missel Pacheco Me. Tabajara Krüger Moreira Dr. Werner Grüninger Dr. Wolf Engels Dr. Wolfgang Tzschupke Dra. Zilda Margarete S. de Lucena

3 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE

PLANO DE MANEJO Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza PRÓ-MATA

Apoio

AGOSTO, 2011

4 SUMÁRIO

1. Aspectos gerais ...... 15 1.1 Introdução ...... 15 1.2 Bases legais para a conservação da Mata Atlântica ...... 15 1.2.1 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) ...... 16 1.2.2 O Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC) ...... 24 1.3 O CPCN Pró-Mata no contexto da conservação da Mata Atlântica ...... 31 1.3.1 O papel das áreas protegidas particulares ...... 31 1.3.2 A importância do CPCN Pró-Mata ...... 34 2. Contexto Regional ...... 37 2.1 Enquadramento geopolítico ...... 37 2.2 Enquadramento morfoclimático ...... 43 2.3 Enquadramento biogeográfico ...... 43 2.4 Unidades de conservação existentes na região ...... 44 2.5 Geo-história da região ...... 47 2.5.1 O processo de ocupação humana ...... 47 3. O Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata ...... 48 3.1 Localização, descrição dos limites e principais acessos ...... 50 3.2 Histórico administrativo do CPCN Pró-Mata ...... 51 3.3 Justificativas para a implantação e resultados de longo prazo esperados para o CPCN Pró-Mata ...... 53 4. Caracterização do Meio Físico e do Meio Biótico ...... 53 4.1 Geologia, Geomorfologia e Pedologia ...... 53 4.1.1 Embasamento Geológico ...... 53 4.1.2 Unidades de Paisagem ...... 55 4.1.3 Evolução Morfogenética da Paisagem ...... 60 4.1.4 Solos ...... 66 4.2 Clima ...... 69 4.3 Hidrografia ...... 73 4.3.1 As Águas Superficiais ...... 73 4.3.2 As Águas Subterrâneas ...... 73 4.4 Qualidade das Águas Superficiais ...... 77

5 4.5 Vegetação e Flora ...... 78 4.5.1 Vegetação ...... 78 4.5.2 Flora...... 93 4.6 Fauna ...... 144 4.6.1 Enquadramento zoogeográfico ...... 144 4.6.2 Aspectos Gerais ...... 146 4.6.3 Integridade ...... 194 4.6.4 Espécies de Interesse Especial...... 197 4.6.5 Espécies Exóticas ...... 201 4.6.6 Importância Biológica da Fauna ...... 201 4.7 Principais Pressões e Ameaças à Biodiversidade...... 205 4.8 Outros Grupos de Interesse ...... 206 5. Zoneamento do CPCN Pró-Mata ...... 207 6. Corredores Ecológicos ...... 211 7. Integração com a Comunidade do Entorno/Região de Abrangência ...... 212 8. Programas Operacionais e de Manejo ...... 213 8.1 Programa de Administração ...... 213 8.1.1 Infraestrutura ...... 214 8.1.2 Pessoal ...... 215 8.2 Criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) ...... 217 8.2.1 Programa de Proteção ...... 217 8.2.2 Indicação e sinalização dos limites da área...... 217 8.2.3 Fiscalização ...... 217 8.2.4 Integração com os órgãos de proteção ambiental ...... 217 8.3 Programa Integrado de Pesquisa ...... 217 8.3.1 Avaliação de novos projetos de pesquisa ...... 217 8.3.2 Inclusão dos Projetos no Sipesq ...... 218 8.3.3 Pesquisas prioritárias para a gestão/conservação do CPCN Pró-Mata ... 218 8.4 Programa de Manejo e Monitoramento ...... 219 8.4.1 Manejo das áreas de campo natural ...... 219 8.4.2 Recuperação de habitats e manejo de espécies exóticas ...... 219 8.5 Programa de Educação Ambiental e Extensão Socioambiental ...... 221 8.5.1 Atividades junto às comunidades do entorno ...... 221 8.5.2 Elaboração de base de dados informatizada sobre o CPCN Pró-Mata ... 222

6 8.5.3 Disponibilização online das informações geradas nos projetos de pesquisa ...... 222 8.5.4 Elaboração de material científico e de divulgação sobre a biodiversidade do CPCN Pró-Mata ...... 222 8.5.5 Divulgação das potencialidades do Pró-Mata no meio acadêmico ...... 222 8.6 Programas de Captação de Recursos, Parcerias e Convênios ...... 223 8.6.1 Captação de recursos ...... 223 8.6.2 Parcerias e convênios atuais ...... 224 9 .Planejamento Financeiro e Custeio ...... 224 9.1 Investimentos necessários em obras e equipamentos ...... 224 9.2 Custeio ...... 225 9.3 Pessoal ...... 225 9.4 Bens e imóveis ...... 225 10. Bibliografia consultada ...... 226 11. Bibliografia relacionada à produção científica do Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata ...... 242 11.1 Artigos publicados em periódicos ...... 242 11.2 Livros publicados ...... 250 11.3 Capítulos de livros publicados ...... 250 11.4 Teses ...... 251 11.5 Dissertações ...... 252 11.6 Monografias ...... 254 12. Anexo I ...... 258 12.1 Cartas ...... 258

7 RELAÇÃO DE FIGURAS

Figura 1. Unidades de conservação do Rio Grande do Sul...... 46 Figura 2. Principais elementos de relevo e feições geomorfológicas presentes na área de estudo, observadas em imagens de satélite...... 56 Figura 3. Mapa topográfico e perfil representando as unidades geomorfológicas da área de estudo...... 60 Figura 4. Perfil esquemático de um derrame vulcânico, típico da situação geológica encontrada na paisagem nordeste do estado...... 64 Figura 5. Variações mesoclimáticas no espaço regional...... 70 Figura 6. Paisagem situada no quadrante noroeste da área do Pró-Mata, em que se observa, em primeiro plano, vegetação campestre (Estepe Gramíneo-Lenhosa) e, ao fundo, Floresta Ombrófila Mista...... 85 Figura 7. Blechnum imperiale, espécie comum em ambiente de turfeira no Pró-Mata. .. 86 Figura 8. Senecio juergensii, espécie comum em ambiente de turfeira no Pró-Mata. .... 86 Figura 9. Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro), espécie que determina a fisionomia da Floresta Ombrófila Mista...... 87 Figura 10. Mimosa scabrella (bracatinga), espécie característica da Floresta Ombrófila Mista...... 87 Figura 11. Drimys angustifolia (casca-d´anta), espécie característica do subosque da Floresta Ombrófila Mista...... 88 Figura 12. Ulex europaeus (tojo), espécie exótica invasora...... 91 Figura 13. Tibouchina sellowiana (manacá-da-serra), árvore característica e indicadora de fases sucessionais da Floresta Ombrófila Densa...... 91 Figura 14. Dasyphyllum spinescens (sucará), árvore característica e indicadora de vegetação secundária em estágio médio de regeneração no Pró-Mata...... 92 Figura 15. Baccharis uncinella (vassoura), espécie característica da vegetação secundária em estágio inicial de regeneração no Pró-Mata...... 92 Figura 16. Cabralea canjerana (canjerana), espécie importante em várias tipologias florestais do Pró-Mata...... 96 Figura 17. Daphnopsis fasciculata (embira), espécie abundante no Pró-Mata...... 96 Figura 18. Podocarpus lambertii (pinheiro-bravo), indivíduo megasporofilado, com megaspororfilos solitários que apresentam um único rudimento seminal...... 97 Figura 19. Weinmania paulliniifolia (gramimunha)...... 97

8 Figura 20. Coccocypselum pulchellum (piririca), espécie herbácea muito frequente na vegetação secundária...... 98 Figura 21. catharinensis (cravo-do-campo), espécie campestre da família Asteraceae...... 98 Figura 22. Senecio conyzaefolius, espécie campestre da família Asteraceae...... 99 Figura 23. Lupinus sp., espécie campestre da família Fabaceae...... 99 Figura 24. Solanum variabilis, arbusto comum nas trilhas do Pró-Mata...... 100 Figura 25. Solanum corymbiflorum, arbusto frequente nos ambientes de trilhas...... 100 Figura 26. Solanum mauritianum (fumo-bravo), arbusto ou pequena árvore frequente nas trilhas do Pró-Mata...... 101 Figura 27. Erigeron maximus, erva comum nas trilhas do Pró-Mata...... 101 Figura 28. Jaegeria hirta erva frequente nas trilhas, em locais úmidos e sombreados.102 Figura 29. Hypochaeris sp., asterácea frequente nas trilhas abertas do Pró-Mata...... 102 Figura 30. Acaena eupatoria, erva frequente nas trilhas, sobretudo próximo à sede do Pró-Mata...... 103 Figura 31. Galium hypocarpium, erva frequente nas trilhas mais abertas...... 103 Figura 32. Pteridium aquilinum (samambaia das taperas), espécie invasora e indicadora de solos ácidos...... 104 Figura 33. Lycopodium sp. (licopódio), pteridófita frequente nas margens dos caminhos...... 104 Figura 34. Passiflora caerulea (maracujá-de-cobra), trepadeira comum sobre a vegetação arbustiva...... 105 Figura 35. Solanum inodorum, liana comum nas bordas das trilhas do Pró-Mata...... 105 Figura 36. Mutisia speciosa (cravo-divino), espécie das margens de caminhos...... 106 Figura 37. Pithecoctenium crucigerum (pente-de-macaco), liana frequente no Pró-Mata...... 106 Figura 38. Anemopaegma prostratum (pente-de-macaco-liso), liana que cresce sobre a vegetação arbórea...... 107 Figura 39. Eugenia handroi, fruto imaturo. Árvore comum nas florestas do Pró-Mata. 107 Figura 40. Eugenia psidiiflora, pequena árvore frequente no interior da vegetação florestal do Pró-Mata...... 108 Figura 41. Myrceugenia euosma, frequente nas bordas das matas do Pró-Mata...... 108 Figura 42. Myrceugenia miersiana, árvore frequente, sobretudo, nas bordas das matas do Pró-Mata...... 109

9 Figura 43. Myrceugenia myrcioides, árvore comum nas matas do Pró-Mata...... 109 Figura 44. Myrcia oligantha, pequena árvore frequente no interior das florestas do Pró- Mata...... 110 Figura 45. Siphoneugena reitzii, frequente nas matas abertas do Pró-Mata...... 110 Figura 46. Percentual de espécies vegetais ameaçadas de extinção ocorrentes no CPCN Pró-Mata, segundo a Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul, dentro das respectivas categorias de ameaça...... 113 Figura 47. Famílias botânicas com maior número de espécies de interesse especial ocorrentes no CPCN Pró-Mata, segundo a literatura consultada, com o respectivo número de representantes...... 114 Figura 48. Os diferentes tipos usos das espécies ocorrentes no CPCN Pró-Mata, segundo a literatura consultada, com o respectivo número de espécies...... 115 Figura 49. Alstroemeria isabellana, erva campestre ameaçada de extinção no RS, na categoria “Em Perigo”...... 123 Figura 50. Perezia squarrosa ssp. cubataensis, erva ocorrente em turfeiras, ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”...... 124 Figura 51. Begonia fruticosa, planta epífita, ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”...... 124 Figura 52. Tillandsia gemminiflora, planta epífita, ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”...... 125 Figura 53. Tillandsia tenuifolia, planta epífita, ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”...... 125 Figura 54. Tillandsia mallemontii, planta epífita, ameaçada de extinção no RS, na categoria “Em Perigo”...... 126 Figura 55. Vriesea platynema, planta epífita ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”...... 126 Figura 56. Clethra uleana, pequena árvore ameaçada de extinção no RS na categoria “Em Perigo”...... 127 Figura 57. Dicksonia sellowiana, pteridófita arborescente ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”...... 127 Figura 58. Inga lentiscifolia, pequena árvore ameaçada de extinção no RS na categoria “Em Perigo”...... 128 Figura 59. Gunnera manicata, planta herbácea de folhas enormes, ameaçada de extinção no RS na categoria “Em Perigo”...... 128

10 Figura 60. Nectandra grandiflora, árvore ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”...... 129 Figura 61. Fuchsia regia, arbusto ameaçado de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”. É a flor símbolo do Rio Grande do Sul...... 129 Figura 62. Passiflora actinia, planta trepadeira ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”...... 130 Figura 63. Passiflora organensis, planta trepadeira ameaçada de extinção no RS, na categoria “Em Perigo”...... 130 Figura 64. Laplacea fruticosa, árvore ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”...... 131 Figura 65. Justicia carnea, erva citada como ornamental na literatura...... 131 Figura 66. Begonia fischeri, erva citada como medicinal e ornamental na literatura . .. 132 Figura 67. Aechmea gamosepala, planta epífita citada como ornamental na literatura ...... 132 Figura 68. Siphocampylus betulaefolius, erva citada como ornamental na literatura. .. 133 Figura 69. Sloanea monosperma, árvore citada como de importância madeireira na literatura...... 133 Figura 70. Gaylussacia brasiliensis, arbusto citado como de importância ornamental e alimentar na literatura...... 134 Figura 71. Luehea divaricata, árvore citada como de importância medicinal, ornamental, industrial, apícola, madeireira e para reflorestamento na literatura...... 134 Figura 72. Acca sellowiana, pequena árvore citada na literatura como de importância medicinal, ornamental, etnobotânica, para reflorestamento e alimentar ...... 135 Figura 73. Myrrhinium atropurpureum, pequena árvore citada na literatura como de importância medicinal ...... 135 Figura 74. Passiflora capsularis, trepadeira citada na literatura como de importância medicinal ...... 136 Figura 75. Rubus sellowii, arbusto armado citado na literatura como de importância alimentar ...... 136 Figura 76. Casearia decandra, árvore citada na literatura como de importância medicinal, ornamental, apícola, madeireira e alimentar ...... 137 Figura 77. Matayba elaeagnoides, árvore citada na literatura como de importância, ornamental, madeireira e para reflorestamento ...... 137

11 Figura 78. Continentes de origem e respectivo número de espécies exóticas invasoras ocorrentes no CPCN Pró-Mata...... 140 Figura 79. Pteridium aquilinum (samambaia-das-taperas)...... 142 Figura 80. Lilium longiflorum (lírio)...... 142 Figura 81. Em primeiro plano campo sujo e, ao fundo, Eucalyptus viminalis (eucalipto) ...... 143 Figura 82. Em primeiro plano capoeira e, ao fundo, conjunto de Pinus taeda (pínus) ...... 143 Figura 83. Potentilla indica (morango-da-índia)...... 144 Figura 84. Helicina sp. (Helicinidae) ...... 147 Figura 85. Wayampia sp. (Systrophiidae) ...... 148 Figura 86. Drepanostomella sp.(Systrophiidae) ...... 150 Figura 87. Happia aff. Vitrina (Systrophiidae) ...... 151 Figura 88. Strophocheilus cf. erythrosoma (Strophocheilidae) ...... 152 Figura 89. Megalobulimus proclivis (Megalobulimidae) ...... 153 Figura 90. Número de exemplares das espécies e/ou subsespécies de lepidópteros assinalados no CPCN Pró-Mata, em função das famílias estudadas...... 156 Figura 91. Saturniidae ocorrentes no CPCN Pró-Mata...... 157 Figura 92. Diversidade relativa das abelhas coletadas no Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul...... 167 Figura 93. Perereca, Scinax catharinae...... 171 Figura 94. Rã, Physalemus nanus...... 171 Figura 95. Perereca-verde, Aplasthodiscus viridis...... 172 Figura 96. Perereca-leiteira, Trachycephalus dibernardoi...... 172 Figura 97. Sapo-cururu. Rhinella icterica...... 173 Figura 98. Rãs e pererecas do CPCN-Pró-Mata. Acima o ferreiro, Hypsiboas faber (esquerda) e perereca, H. marginatus (direita). Abaixo: Hypsiboas pulchella e perereca- do-banhado, Hypsiboas pulchellus (direita)...... 174 Figura 99. Puma ou leão-baio, Puma concolor...... 178 Figura 100. Tamanduá- mirim,Tamandua tetradactyla...... 179 Figura 101. Espécime de bugio, Alouatta guariba, encontrado morto no CPCN...... 179 Figura 102. À esquerda acima, filhote de papa-pinto, Phylodrias patagoniensis. Abaixo exemplar de Echinanthera cyanopleura. À direita e acimacruzeira, Rhinocerophis alternatus, e abaixo exemplar subadulto de Oxyrhopus clathratus...... 182

12 Figura 103. Iguaninha, Enyalius iheringii...... 183 Figura 104. Uma das espécies de cobra-de-vidro (Ophiodes sp.) registrada nos arredores do Pró-Mata...... 183 Figura 105. Charão, Amazona pretrei...... 190 Figura 106. Papagaio-de-peito-roxo, Amazona vinacea...... 191 Figura 107. Tecelão, Caccicus crysopterus...... 191 Figura 108. Tiriva, Pyrhura frontalis (esquerda) e Pomba-galega, Patagioenas cayennensis (direita)...... 192 Figura 109. Gavião-tesoura, Elanoides orficatus...... 192 Figura 110. À esquerda, pica-pau-rei, Campephilus robustos e a direita Araponga, Procnicas nudicollis...... 193 Figura 111. Grimpeiro, Lepthasthenura setaria, endêmico de Araucaria...... 194 Figura 112. Parastacus brasiliensis promatensis...... 195 Figura 113. Melipona quadrifasciata quadrifasciata em flor de Tibuchina sp...... 196 Figura 114. Tanque experimental para cultivo de Parastacus brasiliensis promatensis instalado no CPCN Pró-Mata...... 198 Figura 115. Fêmea de Parastacus brasiliensis promatensis em fase reprodutiva (ovada) no tanque de criação experimental no CPCN Pró-Mata...... 198 Figura 116. Galerias do besouro Corthylus praealtus num ramo de Araucaria angustifolia; gorgulho da araucária (Araucarius kuscheli) (esquerda)...... 199 Figura 117. Mariposa Dirphia araucariae, cujas fêmeas colocam seus ovos nos troncos das araucárias...... 200 Figura 118. Mamangava, macho de X. bimaculata ...... 200 Figura 119. Mamangava, macho de X. brasilianorum...... 201 Figura 120. Mamangava, macho de X. chrysopoda...... 201 Figura 121. A ranha-caranguejo (Misumenops pallens) à espera de insetos dos quais se alimenta...... 202 Figura 122. Lagartinho-pintado, Cnemidophorus vacariensis...... 205

RELAÇÃO DE QUADROS

Quadro 1. Distribuição das Reservas Particulares do Patrimônio Natural por bioma.....34 Quadro 2. Principais Unidades de Conservação localizadas no entorno ao CPCN Pró- Mata...... 45

13 RELAÇÃO DE TABELAS

Tabela 1. Dados sócio-econômicos dos municípios de São Francisco de Paula, Maquiné e Itati...... 38 Tabela 2. Parâmetros das variações mesoclimáticas em relação às caraterísticas hídricas no espaço climático regional...... 71 Tabela 3. Parâmetros das variações mesoclimáticas em relação às caraterísticas térmicas no espaço climático regional...... 71 Tabela 4. Espécies ocorrentes no CPCN Pró-Mata que constam na lista oficial de espécies da flora ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul ...... 111 Tabela 5. Relação das espécies com ocorrência no CPCN Pró-Mata, com as respectivas famílias, tipos de usos e referências na literatura consultada...... 115 Tabela 6. Relação das espécies exóticas invasoras encontradas no CPCN Pró-Mata, com as respectivas famílias botânicas, nomes populares, hábito, hábitat e continente de origem...... 140 Tabela 7. Biodiversidade de organismos de água doce da ecorregião Upper Uruguay (ECO-UU) senso WWW/TNC (2008)...... 146 Tabela 8. Famílias e espécies de moluscos terrestres do Pró-Mata, com medidas da concha do exemplar maior (Thomé et al., 2002)...... 149 Tabela 9. Aranhas do CPCN Pró-Mata. Lista compilada a partir de Lise (2002), com a inclusão apenas de espécies nominadas...... 154 Tabela 10. Lista de lepidópteros ocorrentes no CPCN Pró-Mata...... 158 Tabela 11. Anfíbios do CPCN-Pró-Mata (identificados com *) e anfíbios do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul (n = 58 espécies)...... 169 Tabela 12. Mamíferos do CPCN Pró-Mata e Floresta Nacional de São Francisco de Paula (FLONA) (identificados com *) e do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul (n =70 espécies)...... 176 Tabela 13. Répteis do CPCN-Pró-Mata, Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul e arredores (n =38 espécies)...... 180 Tabela 14. Aves do CPCN Pró-Mata (n =215 espécies) ...... 184 Tabela 15. Algumas espécies da fauna ameaçadas de extinção cuja presença foi constatada na área do CPCN Pró-Mata e arredores ...... 203

14 1. Aspectos gerais

1.1 Introdução

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) fundou o Instituto do Meio Ambiente (IMA), uma unidade destinada a incentivar, reunir e coordenar todos os esforços e iniciativas de pesquisa, apoiando as diferentes áreas correlatas de graduação e sustentando o ensino pós-graduado voltado para as questões ambientais. No município de São Francisco de Paula, a PUCRS estabeleceu o Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza - Pró-Mata (CPCN Pró-Mata), ligado ao Instituto do Meio Ambiente; o órgão tem como objetivo a realização de atividades de pesquisa e conservação, ou seja, a proteção e o estudo aprofundado dos ecossistemas naturais ali presentes, num processo que capacita e aperfeiçoa profissionais e técnicos que deverão gerenciar o ambiente em benefício da sociedade.

Este documento constitui o Plano de Manejo do Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata, ferramenta fundamental para a conservação da biodiversidade nos termos propostos.

Como um Plano de Manejo é um documento dinâmico e em constante revisão, deverá ser atualizado periodicamente.

1.2 Bases legais para a conservação da Mata Atlântica A legislação brasileira sobre áreas protegidas prevê um conjunto de leis, decretos, resoluções e portarias que se relacionam com o Plano de Manejo do CPCN Pró-Mata. Estas leis dizem respeito principalmente ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), as quais apresentamos a seguir, conforme texto transcrito do Plano de Manejo da Reserva Biológica Estadual da Serra Geral (SEMA/DEFAP,2008):

15 1.2.1 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC)

O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC foi instituído em 18 de julho de 2000, através da Lei Federal nº 9.985, sendo alguns artigos regulamentados pelo Decreto Federal nº 4.340/2002. O SNUC está se consolidando de modo a ordenar as áreas protegidas, nos níveis federal, estadual e municipal.

Os objetivos do SNUC, de acordo com o disposto na lei, são os seguintes:

• contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais;

• proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;

• contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;

• promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;

• promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento;

• proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;

• proteger as características de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica, paleontológica e cultural;

• proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;

• recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;

• proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental;

• valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;

• favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em contato com a natureza e o turismo ecológico;

• proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações

16 tradicionais, respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente.

A consolidação do SNUC busca a conservação in situ da diversidade biológica em longo prazo, centrando-a em um eixo fundamental do processo conservacionista. Estabelece ainda a necessária relação de complementariedade entre as 12 categorias de unidades de conservação, organizando-as de acordo com seus objetivos de manejo e tipos de uso: (a) Cinco categorias de Proteção Integral e (b) Sete categorias de Uso Sustentável.

Unidades de Proteção Integral

As unidades de proteção integral tem como objetivo básico a preservação da natureza, sendo admitido o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos na Lei do SNUC. Este grupo é composto pelas seguintes categorias de unidades de conservação:

Estação ecológica Uma estação ecológica é uma unidade de conservação que tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. É proibida a visitação pública, exceto com objetivo educacional e a pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável. A área da estação é representativa de ecossistemas brasileiros e apresenta no mínimo 90% da área destinada à preservação integral da biota. É de posse e domínio públicos. De acordo com o SNUC, na estação ecológica só podem ser permitidas alterações dos ecossistemas no caso de: I - medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados; II - manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica; III - coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas; IV - pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de componentes dos

17 ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo três por cento da extensão total da unidade e até o limite de 1 501 hectares.

Reserva biológica Reserva biológica consiste em uma categoria de unidade de conservação ambiental na legislação brasileira. Uma reserva biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. É de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. Pela lei, é proibida a visitação pública nas reservas biológicas, exceto aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento específico. A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como aquelas previstas em regulamento.

Parque nacional Um parque nacional é uma área de conservação, geralmente de propriedade estatal, que tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

Monumento natural Um monumento natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. No Brasil, os monumentos naturais fazem parte das unidades de preservação integral do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

18 Monumento natural pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do monumento natural com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei. A visitação pública está sujeita às condições e restrições estabelecidas no plano de manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração e àquelas previstas em regulamento.

Refúgio de vida silvestre

O refúgio de vida silvestre (REVIS) consiste em uma categoria de unidade de conservação pertencente ao grupo das unidades de proteção integral e é definida pelo artigo 13 do SNUC (Lei 9.985 de 18 julho de 2000). Cada categoria de unidade de conservação do SNUC está designada para produzir um conjunto de benefícios. Assim, um REVIS deve possuir ecossistemas sem alteração ou em recuperação, ter tipologia vegetal em estado original ou em desenvolvimento e possibilidade de ocorrência de espécies raras e/ou ameaçadas de extinção. Portanto, o refúgio de vida silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Pode ser constituído por áreas particulares, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do refúgio de vida silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o que dispõe a lei. A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no

19 plano de manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento. Por sua vez, a pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.

Unidades de uso sustentável

As unidades de uso sustentável tem como objetivo básico compatibilizar a conservação da natureza com o uso direto de parcela dos seus recursos naturais. O grupo das unidades de uso sustentável divide-se nas seguintes categorias:

Área de proteção ambiental

No Brasil, uma área de proteção ambiental (APA) é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. Tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Pode ser estabelecida em área de domínio público e/ou privado, pela União, estados ou municípios, não sendo necessária a desapropriação das terras. No entanto, as atividades e usos desenvolvidos estão sujeitos a um disciplinamento específico. Pode ter em seu interior outras unidades de conservação, bem como ecossistemas urbanos, permitindo a experimentação de técnicas e atitudes que conciliem o uso da terra e o desenvolvimento regional com a manutenção dos processos ecológicos essenciais. Toda APA deve ter zona de conservação de vida silvestre (ZVS). As áreas de proteção ambiental pertencem ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação, regulado pela Lei 9.985 de 18 de julho de 2000.

20 Área de relevante interesse ecológico

Uma área de relevante interesse ecológico (ARIE) possui características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional, preferencialmente declarada - pela União, estados e municípios - quando tiver extensão inferior a 5.000 ha. Fazem parte da categoria III da IUCN, "conservação das características naturais". As ARIEs, constituídas por terras públicas ou privadas, têm pouca ou nenhuma ocupação humana. A finalidade é a manutenção dos ecossistemas naturais de importância regional ou local. Seu uso deve regular, a cada caso, atividades que possam pôr em risco a conservação dos ecossistemas, a proteção especial das espécies endêmicas ou raras, ou a harmonia da paisagem. Quando estiver localizada em perímetros de APAs, integrará a Zona de Vida Silvestre (ZVS). As ARIEs são um instrumento para a conservação dos ecossistemas e o uso sustentado dos recursos naturais. Do ponto de vista fundiário, o fato de não requererem o domínio público facilita sua criação. A categoria é interessante no âmbito da política de desenvolvimento sustentado, desde que estabelecidos os critérios técnico-científicos para a exploração de seus produtos naturais, através de plano de manejo. A criação de novas ARIEs poderia contribuir tanto para a perpetuação de fragmentos de ecossistemas naturais, como para um melhor conhecimento de sua dinâmica natural e exploração sustentada de seus recursos florestais. As ARIEs também integram o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Floresta nacional No Brasil, floresta nacional (FLONA) é uma área de posse e domínio públicos, provida de cobertura vegetal nativa ou mesmo plantada, estabelecida com objetivos de promover o uso múltiplo sustentável dos recursos naturais, garantir a proteção dos recursos hídricos, das belezas cênicas e dos sítios históricos e arqueológicos, assim como fomentar o desenvolvimento da pesquisa

21 científica básica e aplicada, da educação ambiental e das atividades de recreação, lazer e turismo; é considerada uma unidade de conservação (UC) e está protegida pela Lei de Crimes Ambientais. Toda Flona deve ter área de posse e domínio públicos, áreas particulares devem ser desapropriadas e a situação fundiária dessas populações pode ser regularizada através de contratos de concessão uso. As populações tradicionais que habitavam a FLONA à época de sua criação podem permanecer nela. A visitação pública é permitida, condicionada ao plano de manejo da área. O mesmo tipo de unidade de conservação, quando criado pelo estado ou município, chama-se Floresta Estadual e Floresta Municipal, respectivamente.

Reserva extrativista Reserva extrativista de domínio mínimo é uma área utilizada por populações tradicionais, cuja sobrevivência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. Tem como objetivos básicos proteger os meios da vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. As áreas particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas. A reserva extrativista é gerida por um conselho deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.

Reserva de fauna

É uma área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.

22 Reserva de desenvolvimento sustentável Conforme definição do SNUC, é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.

Reserva particular do patrimônio natural Uma reserva particular do patrimônio natural (RPPN) é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica no Brasil. A criação de uma RPPN é um ato voluntário do proprietário de uma área, que decide transformar toda ou parte desta em uma unidade de conservação, sem que isso ocasione a perda do direito de propriedade. Este tipo de reserva tem o objetivo de promover a educacão ambiental. Por meio do Decreto nº 98.914/1990, ficou atribuída ao IBAMA a competência de reconhecer estas reservas particulares como áreas onde fossem identificadas condições e caraterísticas que justifiquem ações de conservação, pelo seu aspecto paisagístico, ou para a preservação do ciclo biológico de espécies da fauna e da flora nativas do Brasil. Com a criação de uma RPPN, fica oficializada uma parceria entre o Poder Público e proprietário das terras, em uma espécie de acordo de cooperação cujo maior beneficiário é o ambiente natural. Isto traz, de formas direta e indireta, diversos benefícios ambientais e sociais para os proprietários (e também para a comunidade), entre os quais: (a) Isenção de ITR (Imposto Territorial Rural); (b) classificação da área como produtiva, para efeitos de reforma agrária; (c) facilitação em obter crédito junto ao Fundo Nacional do Meio Ambiente para desenvolvimento de atividades de baixo impacto como o ecoturismo e pesquisa científica; (d) preferência na análise de pedidos de concessão de crédito agrícola para projetos a serem implementados em propriedades que contiverem RPPNs em seus perímetros; (e) reconhecimento oficial da relevância ambiental de sua a propriedade, pelo

23 fato dela passar a fazer parte do SNUC, tornando-se consequentemente área prioritária para investimentos em conservação ambiental; (f) apoio e orientação do Poder Público para o manejo e gerenciamento da RPPN; (g) oportunidade de ganhos financeiros, através do desenvolvimento de atividades de ecoturismo e educação ambiental, podendo o status de RPPN funcionar como um bom instrumento de marketing; (h) apoio, cooperação e respeito das organizações ambientalistas. Não é apenas o proprietário quem se beneficia da criação de tais unidades de conservação. Os municípios que possuem unidades de conservação podem ser contemplados com uma parcela maior do ICMS (através do ICMS Ecológico), enquanto a natureza lucra com a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas, o que por sua vez melhora a qualidade de vida da população. As reservas particulares do patrimônio natural representam um dos primeiros passos para envolver a sociedade civil na conservação da diversidade biológica, além de estar contribuindo para a proteção de áreas significativas dos diversos biomas existentes, levando a gerações futuras os benefícios da manutenção da sua biodiversidade e, em muitos casos auxiliando na proteção e recuperação de itens importantes como os nossos mananciais hídricos.

Reserva indígena Segundo a legislação brasileira, reserva indígena é uma área de domínio da União, destinada a servir de habitat a grupo indígena, com os meios suficientes à sua subsistência. A reserva indígena não é necessariamente área de ocupação tradicional indígena, distinguindo-se nisto de terra indígena (área indígena), como definida na Constituição de 1988.

1.2.2 O Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC) Em 1992, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul criou o Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC), regulamentado em 1998. O SEUC vem sendo implementado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), por meio do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (DEFAP). A

24 Divisão de Unidades de Conservação (DUC) do DEFAP administra essas áreas. Em 3 de agosto de 2000, a Lei Estadual no 11.520 instituiu o Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul. Este código, no seu capítulo VI, trata das unidades de conservação estaduais.

Aspectos Legais Constituição Federal

"Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo- se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

(...)

§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o

25 Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais."

Constituição Estadual

A Constituição Estadual, de 3 de outubro de 1989, no seu capítulo IV, artigos 250 a 259, trata da questão do Meio Ambiente, sendo as unidades de conservação estaduais destacadas nos artigos 251 e 259, transcritos a seguir:

“Art. 251 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo e restaurá-lo para as presentes e futuras gerações, cabendo a todos exigir do Poder Público a adoção de medidas nesse sentido.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, o Estado desenvolverá ações permanentes de proteção, restauração e fiscalização do meio ambiente, incumbindo-lhe, primordialmente:

(...)

II - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais, obras e monumentos artísticos, históricos e naturais, e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas, definindo em lei os espaços territoriais a serem protegidos;

(...)

IV - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente;

(...)

VI - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético contido em seu território, inclusive mantendo e ampliando bancos de germoplasma, e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e à

26 manipulação de material genético;

VII - proteger a flora, a fauna e a paisagem natural, especialmente os cursos d’água, vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e paisagística, provoquem extinção de espécie ou submetam os animais a crueldade (nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 38, de 2/12/2003);

(...)

X - promover o gerenciamento costeiro para disciplinar o uso de recursos naturais da região litorânea e conservar as praias e sua paisagem típica;

XII - fiscalizar, cadastrar e manter as florestas e as unidades públicas estaduais de conservação, fomentando o florestamento ecológico e conservando, na forma da lei, as florestas remanescentes do Estado;

(...)

Art. 259 - As unidades estaduais públicas de conservação são consideradas patrimônio público inalienável, sendo proibida ainda sua concessão ou cedência, bem como qualquer atividade ou empreendimento público ou privado que danifique ou altere as características naturais.

Parágrafo único - A lei criará incentivos especiais para a preservação das áreas de interesse ecológico em propriedades privadas.”

Leis e decretos

• Lei Federal no 11.428, de 22 de dezembro de 2006 – Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.

• Lei Federal no 4.771, de 15 de setembro de 1965 – Institui o Código Florestal.

• Lei Federal no 5.197, de 3 de janeiro de 1967 – Dispõe sobre a Proteção à Fauna, e dá outras providências.

27 • Lei Federal no 6.902, de 27 de abril de 1981 – Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental, e dá outras providências.

• Lei Federal no 6.938, de 31 de agosto de 1981 – Política Nacional do Meio Ambiente.

• Lei Federal no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 – Lei de Crimes Ambientais.

• Lei Estadual no 9.519/1992 – Institui o Código Florestal Estadual.

• Decreto Federal no 84.017, de 21 de setembro de 1979 – Aprova o Regulamento dos Parques Nacionais Brasileiros.

• Decreto Federal no 7.347, de 24 de julho de 1985 – Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, e dá outras providências.

• Decreto Federal no 98.830, de 15 de janeiro de 1990 – Dispõe sobre a coleta, por estrangeiros, de dados e materiais científicos no Brasil, e dá outras providências.

• Decreto Federal no 99.274, de 6 de junho de 1990 – Regulamenta as Leis 6.902/81 e 6.938/81.

• Decreto Federal no 8.617, de 4 de janeiro de 1993 – Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e dá outras providências.

• Decreto Federal no 750, de 10 de fevereiro de 1993 – Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão da vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, e dá outras providências.

• Decreto Federal no 3.179/1999 – Regulamenta a lei de Crimes Ambientais.

28 • Lei Estadual no 9.519/1992 – Institui o Código Florestal Estadual.

Resoluções, portarias, instruções normativas

• Resolução CONAMA no 11, 14 de dezembro de 1988 – Proteção às Unidades de Conservação. • Resolução CONAMA no 2, 18 de abril de 1996 – Reparação de danos ambientais causados pela destruição de florestas e outros ecossistemas. • Resolução CONAMA no 428, 17 de dezembro de 2010 – Proteção dos Ecossistemas do entorno das Unidades de Conservação. • Portaria IBAMA no 216, 15 de julho de 1994 – Aprova o Regimento Interno do Conselho Nacional de Unidades de Conservação – CNUC. • Portaria IBAMA no 90-N, 2 de setembro de 1994 – Dispõe sobre filmagens, gravações e fotografias em Unidades de Conservação. • Portaria IBAMA no 92-N, 2 de setembro de 1994 – Regulamenta a Pesquisa Científica em Unidades de Conservação de uso indireto. • Portaria SAA no 326, 18 de janeiro de 1996 – Regulamenta a pesquisa científica nas UC’s estaduais. • Instrução Normativa SEMA no 05, 14 de novembro de 2003 – Uso de imagens nas UCs estaduais.

Ratificação de convenções internacionais

• Convenção para a Proteção da Flora, da Fauna e das Belezas Cênicas dos Países da América. Washington, 12 de outubro de 1940. Decreto Legislativo no 3, de 13 de fevereiro de 1948 e Decreto no 58.054, de 23 de março de 1966.

• Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção. Washington, 3 de março de 1973. Decreto Legislativo no 54, de 24 de junho de 1975 e Decreto no 76.623, de 17 de novembro de 1975, alterado, em seu art. 11, § 3o, a, pelo Decreto Legislativo no 21, de 1 de outubro de 1985 e Decreto no 133, de 24 de maio de 1991; e em seu art. 21 pelo Decreto Legislativo no 35,

29 de 5 de dezembro de 1985 e Decreto no 92.446, de 7 de março de 1986.

• Convenção sobre Áreas Úmidas de Importância Internacional, especialmente como hábitats de aves aquáticas. RAMSAR, 2 de fevereiro de 1971. Decreto Legislativo no 33, de 16 de junho de 1992.

• Convenção sobre Diversidade Biológica. Rio de Janeiro, 5 de junho de 1992. Decreto Legislativo no 2, de 3 de fevereiro de 1994.

Categorias das UCS estaduais do RS Unidades de Proteção Integral Áreas cujo objetivo básico é a preservação ambiental, sendo permitido apenas o uso indireto do ambiente. Compreende as seguintes categorias:

Parque Estadual: áreas de domínio público com os objetivos básicos de preservação de ecossistemas naturais, realização de pesquisas científicas, atividades de educação ambiental e recreação, contato com a natureza e turismo ecológico.

Reserva Biológica: áreas de domínio público destinadas à preservação integral da biota, sem interferência humana direta, cuja superfície varia em função do ecossistema ou das espécies a serem preservadas. O acesso público é restrito à pesquisa científica e à educação ambiental.

Estação Ecológica: área representativa de um ecossistema, destinada a pesquisas, à proteção do ambiente natural e à educação ambiental. É permitida alteração antrópica para realização de pesquisa científica em até 5% da área. As áreas compreendidas em seus limites devem ter domínio público.

Refúgio de Vida Silvestre: área de domínio público ou privado com o objetivo de proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.

Unidades de Manejo Sustentado São aquelas cujo objetivo básico é promover e assegurar o uso

30 sustentado do ambiente. Compreendem as seguintes categorias:

Área de Proteção Ambiental (APA): área de domínio público e privado, sob administração pública, que visa a proteger recursos hídricos e bacias hidrográficas, preservar belezas cênicas e atributos culturais relevantes, criar condições para o turismo ecológico, fomentar o uso sustentado do ambiente e servir de zona de amortecimento para as categorias mais restritivas. Os objetivos específicos do manejo e as restrições de uso dos recursos naturais são estabelecidos no ato legal de criação da APA, compatibilizando o desenvolvimento socioeconômico com as necessidades de conservação.

Horto Florestal: área de domínio público ou privado caracterizada pela existência de culturas florestais nativas ou exóticas, passíveis de exploração racional, por meio de manejo sustentado. É um centro de pesquisa e de banco genético para a conservação e a recomposição de populações nativas vegetais ou animais. Também se destina ao ensino, à educação ambiental e ao lazer.

1.3 O CPCN Pró-Mata no contexto da conservação da Mata Atlântica 1.3.1 O papel das áreas protegidas particulares A conservação da biodiversidade no Brasil passa por uma situação que é considerada uma das mais graves no mundo, com listas extensas de centenas de plantas e animais ameaçados de extinção, vários criticamente em perigo. Além disso, a cobertura vegetal nativa dos biomas brasileiros está desaparecendo de forma dramática. Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica & INPE (2001), restou menos de 8% da extensão original da Mata Atlântica. A Amazônia tem sua área diminuída a cada ano, tendo perdido uma parte significativa de sua cobertura florestal, assim como o Cerrado, que se encontra hoje com cerca de 2/3 de sua área antropizada (MMA et al., 1999). A gravidade se acentua se considerarmos a riqueza e os elevados níveis de espécies endêmicas da biodiversidade brasileira. A Mata Atlântica e o Cerrado estão incluídos nos 25 hotspots mundiais, e a Amazônia, Caatinga e Pantanal como parte das 37 grandes regiões naturais do planeta (Myer et al., 2000; Mittermeier et al., 2003).

31 Os ecossistemas da região sul do Brasil figuram entre os menos protegidos e com pouca chance de terem suas áreas sob proteção aumentadas (Medeiros et al., 2004). As unidades de conservação de proteção integral protegem 0,61% da floresta com araucária e 0,13% dos campos sulinos (Brasil, 2002).

A expansão da rede de áreas protegidas apresenta desafios particulares na região da floresta com araucária e dos campos sulinos, especialmente pelo alto grau de transformação da paisagem em estados densamente povoados (Guadagnin, 2009). O fogo, a introdução de espécies exóticas forrageiras e florestais, a criação extensiva de gado e os barramentos de hidrelétricas representam os principais fatores responsáveis pela perda de hábitats naturais (MMA, 2002; Dinerstein et al., 1995; Olson et al., 1995; Richter, 1998).

Neste item são traçados um pequeno histórico e uma breve análise da importância das reservas privadas, na figura das RPPN, para a conservação da biodiversidade brasileira. As áreas particulares protegidas são previstas no Brasil desde o Código Florestal de 1934, quando eram chamadas de “florestas protetoras”, permanecendo de posse e domínio do proprietário, sendo inalienáveis. Essa categoria desapareceu com o Código Florestal de 1965, mas o proprietário ainda podia gravar com perpetuidade a floresta não preservada, através da assinatura de um termo perante a autoridade florestal e na averbação à margem da inscrição no Registro Público (para maior detalhamento, consultar http://ww.ibama.gov.br/siucweb/rppn/historia.htm). Anos mais tarde, segundo o mesmo sítio anteriormente referido, através da portaria 327/1977 do extinto IBDF, foram criados os Refúgios Particulares de Animais Nativos – REPAN, sendo substituída pela Portaria 217/1988 sob a denominação de Reservas Particulares de Fauna e Flora. Uma regulamentação mais detalhada para as áreas protegidas privadas foi criada somente através do Decreto nº 98.914 de 1990, na condição de Reserva Particular do Patrimônio Natural, constituindo áreas onde são “identificadas condições naturais primitivas, semi-primitivas, recuperadas, ou

32 cujas características justifiquem ações de recuperação, pelo seu aspecto paisagístico, ou para a preservação do ciclo biológico de espécies da fauna ou da flora nativas do Brasil” (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto/1990- 1994/D98914.htm). Este Decreto foi substituído pelo de nº 1.922 de 1996, o qual estabelece que as RPPNs têm por objetivo a proteção dos recursos ambientais representativos da região, podendo ser utilizadas para o desenvolvimento de atividades de cunho científico, cultural, educacional, recreativo e de lazer, observado o objetivo supracitado (http://www.ibama.gov.br/siucweb/rppn/ /Decreto%20RPPN.PDF). A Lei 9.985 de 2000 instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, estabelecendo critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação. Com esta nova lei, as RPPN passaram a ser consideradas unidades de conservação, integrantes do grupo com categoria de uso sustentável, o qual busca compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9985.htm).

Desde a sua regulamentação, em 1990, até janeiro de 2011, foram criadas mais de 1.034 RPPNs no país, abrangendo uma área total de cerca de 691 mil hectares (http://www.reservasparticulares.org.br/). O bioma que reúne o maior número de RPPNs é a Mata Atlântica, com 702 unidades, porém o Pantanal é o que apresenta o maior percentual de área protegida por RPPN, com 38,8%, seguido do Cerrado (24,1%), Mata Atlântica (19,7%), Caatinga (11,1%) e Amazônia (5,8%). O Bioma Pampa fica em penúltima posição, com 0,5% da sua área protegida por RPPNs, ficando apenas acima da região costeira, com 0,2% (ver quadro 1).

A importância das RPPNs pode ser resumida em cinco itens: contribuem para uma rápida ampliação das áreas protegidas no país; apresentam índices altamente positivos na relação custo/benefício; são facilmente cria- das; possibilitam a participação da iniciativa privada no esforço nacional de conservação; contribuem para a proteção da biodiversidade dos biomas brasileiros (http://www.ibama.gov.br/siucweb/rppn/importancia.htm).

33 Quadro 1. Distribuição das Reservas Particulares do Patrimônio Natural por bioma. Disponível em http://www.reservasparticulares.org.br/relatorios/sumarizacao/bioma/.

Número de Área média % das Bioma Área (ha) % da área RPPNs (ha) reservas

Pampa (Campos 8 3.169,66 396,21 0,8 % 0,5 % Sulinos)

Cerrado 191 166.130,03 869,79 18,5 % 24,1 %

Pantanal 23 267.827,69 11644,68 2,2 % 38,8 %

Amazônia 48 39.807,25 829,32 4,6 % 5,8 %

Caatinga 51 76.337,89 1496,82 4,9 % 11,1 %

Mata 702 136.098,18 193,87 67,9 % 19,7 % Atlântica

Costeiro 11 1.372,71 124,79 1,1 % 0,2 %

Total 1.034 690.743,41 668,03

Podem-se acrescentar, ainda, a importância de tais categorias de UCs na formação de corredores ecológicos, na proteção de espécies endêmicas, além de serem aliadas para a proteção do entorno de unidades criadas pelo governo (http://www.rppnbrasil.org.br/importancia.htm).

1.3.2 A importância do CPCN Pró-Mata O CPCN Pró-Mata abriga, em seus 3.103,88 ha, substanciais ecossistemas remanescentes primários e em regeneração do Domínio da Mata Atlântica localizados na borda do planalto e nos topos de montanha e encostas da Serra Geral. Ocorrem de forma singular no CPCN, os campos nativos do Planalto sem impacto do gado e de fogo desde 1994, além das extensas áreas com belos pinheirais (Mata com Araucária, também denominada Floresta Ombrófila Mista) contínuos ao longo da borda do Planalto, que por vezes termina

34 em escarpas abruptas. Nos topos das montanhas e/ou próximos a estas, nas encostas, abunda a verdejante Floresta Ombrófila Densa, também denominada Floresta Pluvial Perenifólia Atlântica ou Mata Atlântica stricto sensu, que abriga uma notável riqueza de elementos tropicais da flora e fauna (a descrição dos ecossistemas está no Item 4). Estes ecossistemas e suas transições – ecótonos – representam, no CPCN e entorno, uma considerável parte das florestas nativas do Estado do Rio Grande do Sul (Fundação SOS Mata Atlântica/INPE 2006), que são tombadas pela UNESCO compondo a Reserva de Biosfera da Mata Atlântica (Marcuzzo et al., 1998), reconhecida internacionalmente como um dos 25 hotspots de biodiversidade mundial (Myers et al., 2000). A Mata Atlântica é assim reconhecida por apresentar grande riqueza filogenética, em padrões mundiais, com grau elevado de ameaça de extinção de espécies e degradação dos seus hábitats a que estão associados. O valor intrínseco de existência que atribuímos à riqueza biológica é resultante do reconhecimento de que esta é originária de uma longa história evolutiva, abarcando e transmitindo informações surgidas e processadas em longo prazo, tendo, do ponto de vista utilitário, um imenso potencial ecológico e econômico, que, sem dúvida, tem alto impacto no bem estar das pessoas. Neste contexto, a riqueza de espécies por grupo taxonômico no CPCN e entorno é notável, sendo atribuída, em grande parte, à persistência de hábitats extensos e diversificados em uma complexa paisagem. A conservação dos hábitats é necessária para conter a erosão da biodiversidade, sendo de extrema importância os que permitem a conexão ecológica e o fluxo gênico entre populações que ocorrem com baixa abundância em extensa área. O CPCN, devido às condições referidas acima, deve funcionar como área–fonte e receptora biológica em escala regional, constituindo-se como corredor ecológico, conforme definição do SNUC (2006), propiciando a ligação genética, ecológica e política com as unidades de conservação (RBSG/FZB/SEMA 2008) da região nordeste do RS e sul do Estado de Santa Catarina. Neste contexto, o CPCN promove a conservação in situ de populações de espécies raras, ameaçadas de extinção e/ou com alto potencial de uso

35 econômico. Porém, existe uma carência generalizada de estudos sobre a biologia, o tamanho populacional e a distribuição geográfica das espécies, dificultando, por exemplo, a categorização destas quanto à ameaça de extinção. Neste sentido, o CPCN Pró-Mata contribui para a conservação da Mata Atlântica na medida em que gera e difunde conhecimentos científicos relevantes acerca destes ecossistemas, de sua biodiversidade e que possam ser aplicáveis para o uso sustentável da natureza. Estes esforços estão em consonância com os do Programa Homem e Biosfera – MaB/UNESCO e com as Metas da Política Nacional de Biodiversidade para 2010 (Resolução nº 3 CONABIO/MMA), destacando-se a geração, acesso e difusão de amplo acervo de informações sobre a riqueza biológica. Neste sentido, muitos resultados advindos das atividades de pesquisa no CPCN estão disponíveis em forma de relatórios, mapas e publicações. Também, a formação de pessoal qualificado cientificamente é urgente, em que a oportunidade de vivência de campo e experiência técnica é fundamental. Isto tem ocorrido no CPCN através de atividades curriculares da Graduação e Pós-Graduação da PUCRS e de outras instituições de ensino superior nacionais (UFRGS) e internacionais (Universidade de Tübingen e Universidade de Engenharia Florestal de Rottenburg, Alemanha). No âmbito da extensão, atividades em parceria com outras instituições (prefeituras municipais de São Francisco de Paula e de Maquiné e as ONGs CURICACA e ANAMA) têm sido realizadas no sentido de divulgar o conhecimento científico e, ao mesmo tempo, de dialogar com a experiência e saberes tradicionais, através de projetos (mostras, seminários, cursos) que promovam o desenvolvimento sustentável. No âmbito político da conservação e desenvolvimento sustentável, o CPCN atua em fóruns regionais e nacionais tendo, atualmente, representação nos Conselhos Consultivos de Unidades de Conservação (Reserva Biológica Estadual da Serra Geral, Reserva Biológica Estadual da Mata Paludosa e da Floresta Nacional de São Francisco de Paula) e no Comitê Estadual e Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

36 Nestes fóruns, o comprometimento do CPCN é contribuir positivamente na gestão territorial da Mata Atlântica focada na conservação ambiental, na geração de renda e na melhoria da qualidade de vida humana, entendendo-as como inseparáveis, e tendo como diretriz o respeito à biodiversidade, incluindo a sócio-diversidade, a difusão do conhecimento, o direito fundamental do uso da biodiversidade e a repartição democrática dos seus benefícios.

2. Contexto Regional 2.1 Enquadramento geopolítico O CPCN Pró-Mata, localizado na região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul (Carta 01), insere-se em uma zona limítrofe entre três municípios, São Francisco de Paula, Maquiné e Itati. O Município de São Francisco de Paula, com sede situada a 112 km de Porto Alegre, foi criado em 21/05/1878 (Lei nº 1152), tendo como município de origem Taquara. Este município apresenta uma história sócio-econômica ligada às rotas comerciais, à pecuária nos campos nativos e ao extrativismo e beneficiamento de produtos florestais (erva-mate, madeira de araucária e pinhão), sendo que, atualmente, as culturas de Pinus spp., batata, hortaliças e pastagens estão em franca expansão (Messias & Bristot, 1998). Os Municípios de Maquiné e Itati, ambos com sede próxima à estrada BR–101, são caracterizados por apresentarem trechos da planície costeira e de vales, encostas e topos de montanhas da Serra Geral. Historicamente, a colonização por imigrantes de diversas origens (italianos, alemães, entre outros) marca, nestes municípios, uma cultura ligada à agricultura em pequenas e médias propriedades. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Maquiné possuía no ano de 2000 um total de 7.304 habitantes, sendo 1.925 (26,36%) residentes na área urbana e 5.379 (73,64%) residentes na área rural. A população em 2007 foi estimada em 7.374 habitantes, com uma densidade demográfica de 11,7 hab/km2 (Tab. 1). O Município de Itati foi criado em 16 de abril de 1996 (Lei n° 10746),

37 sendo desmembrado de Terra de Areia. Os seus 2.677 habitantes se dedicam, predominantemente, à agricultura, principalmente ao cultivo da banana, abacaxi, feijão e mandioca (IBAMA, 2004).

Tabela 1. Dados sócio-econômicos dos municípios de São Francisco de Paula, Maquiné e Itati. (Fonte: FEE/RS, 2000)

São Francisco de Maquiné Itati Paula

População Total (2007) 21.278 7.374 2.677

Área (2006) 3.273,5 km2 622,1 km² 201,4 km² Densidade demográfica (2006) 6,4 hab/km2 11,8 hab/km² 13,4 hab/km²

Taxa de analfabetismo (2000) 9,54% 11,85 % -

Expectativa de vida ao nascer (2000) 68,97 anos 72,49 anos -

Coeficiente de mortalidade 10,34 por mil 29,41 por mil - infantil (2006) nascidos vivos nascidos vivos PIB pm (2005) R$ mil 189.531 R$ mil 49.649 R$ mil 13.642 PIB per capita (2005) R$ 9466 R$ 6.520 R$ 4.544

Exportações (2005) U$ FOB 296.644 - -

Data de criação 21/05/1878 20/3/1992 16/4/1996 Município de origem Taquara Osório Terra de Areia

A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica O CPCN, por estar incluído em uma das Zonas Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), adquire maior visibilidade e notoriedade, principalmente no âmbito internacional, refletindo diretamente na possibilidade de maiores investimentos, mobilizações político-institucionais e intercâmbios com outras áreas naturais protegidas, dentre outras vantagens potenciais. Em 1991, 1992 e 1993, o Programa Internacional Homem e a Biosfera da UNESCO, atendendo solicitação do Governo Brasileiro, declarou e reconheceu a Mata Atlântica como Reserva da Biosfera do Programa MaB. A declaração da RBMA endossa a sua situação de floresta tropical mais ameaçada do mundo. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica envolve parte de 14 estados brasileiros, compreendendo cerca de 5 dos 8 mil quilômetros de litoral, estende-

38 se por cerca de 1.000 municípios e abrange aproximadamente 290.000 km² do território nacional. A RBMA abriga os principais remanescentes de Mata Atlântica e ecossistemas associados, incluindo-se as ilhas oceânicas, que se estendem desde o estado do Ceará até o do Rio Grande do Sul. Em nível federal, a gestão da RBMA é feita pelo Conselho Nacional, constituído por entidades governamentais dos 14 estados integrantes, IBAMA e pela sociedade civil organizada, representada pelas ONG’s, comunidade científica (universidades e instituições de pesquisa) e moradores locais. Em nível estadual, cada estado brasileiro dispõe de um comitê formado por representantes de instituições governamentais e não-governamentais, que procura assegurar a implantação da Reserva da Biosfera, priorizando a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável e o conhecimento científico. Este comitê tem por objetivos: propor políticas e diretrizes para a implementação da Reserva; promover a integração dos municípios localizados em suas áreas; atuar como facilitador para a captação de recursos; acompanhar a legislação referente à Mata Atlântica no Congresso Nacional e nas Assembléias Legislativas e propor normas legais para a gestão; incentivar a pesquisa sobre valoração de recursos naturais e da economia ecológica; promover o desenvolvimento, a divulgação e o monitoramento de instrumentos de incentivos à conservação e recuperação ambiental; otimizar a operacionalização entre os diferentes órgãos ligados direta e indiretamente à questão da RBMA, integrando suas políticas e ações técnicas; e apreciar, em conjunto com países ou estados vizinhos, questões relativas à Reserva em áreas limítrofes.

A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no estado do Rio Grande do Sul No estado do Rio Grande do Sul, a Mata Atlântica ocupava 39,7% do território, estando hoje reduzida a 2,69%, correspondente a 7.496 km². Neste estado encontra-se o limite meridional da Mata Atlântica brasileira. A Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roesster (FEPAM) criou o projeto Mata Atlântica objetivando implantar a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no

39 Rio Grande do Sul, priorizando a conservação da biodiversidade, o desenvolvimento sustentável e o conhecimento científico, tendo como objetivos específicos:

• Tombamento da Mata Atlântica, em nível estadual (efetivado em 1992); • Criação da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, integrando-se a outros 13 estados brasileiros (reconhecida pelo Programa MaB da UNESCO, em 1994); • Consolidação das unidades de conservação integrantes do Domínio da Mata Atlântica (zonas-núcleo da Reserva da Biosfera); • Implantação de sistema integrado de fiscalização, educação ambiental e desenvolvimento de pesquisas científicas.

O Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica do RS, criado em 1996, com 18 integrantes, conta com a participação de representantes da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Estadual (IPHAE), do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (DEFAP), da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB), da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/RS), da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (METROPLAN), do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA/BM), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), do Centro de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), da Ação Nascente Maquiné (ANAMA), da Associação Trescoroense de Proteção ao Ambiente Natural (ASTEPAN), do Projeto Curicaca; dos pequenos agricultores, dos pescadores e dos índios. Os membros da sociedade civil podem ser substituídos de três em três anos.

40 Programa MaB - Reservas da Biosfera da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) Na Conferência da UNESCO sobre Conservação e Uso Racional dos Recursos da Biosfera, ocorrida em 1968, foi introduzida, pela primeira vez, a idéia de formar uma rede mundial para proteger áreas expressivas da biosfera. O principal resultado dessa reunião foi a implantação do Programa Homem e a Biosfera - MaB, que prevê a criação de reservas da biosfera, que são porções representativas de ecossistemas, terrestres ou costeiros, reconhecidas pelo programa internacional. O Programa “O Homem e a Biosfera - MaB”, lançado em 1972, é um programa mundial de cooperação científica internacional sobre as interações entre o homem e seu meio. Esse programa considera a necessidade permanente de se conceber e aperfeiçoar um plano internacional de utilização racional e conservação dos recursos naturais da biosfera. Trata também do melhoramento das relações globais entre os homens e o meio ambiente, busca o entendimento dos mecanismos dessa convivência em todas as situações bioclimáticas e geográficas da biosfera, e procura também compreender as repercussões das ações humanas sobre os ecossistemas mais representativos do planeta. As reservas da biosfera são áreas especialmente protegidas, reconhecidas pela UNESCO. Juntamente com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN), formam uma rede internacional de intercâmbio e cooperação para a conservação e desenvolvimento sustentado. Em 1995, na conferência internacional sobre as reservas da biosfera, realizada em Sevilha, Espanha, foi redefinido o papel dessas áreas de conservação. Hoje são mais de 239 reservas, localizadas em 83 países. Sua principal função foi valorizada: criar oportunidades para que as populações que vivem dentro ou no entorno delas desenvolvam relacionamento equilibrado com a natureza e, ao mesmo tempo, demonstrar para toda a sociedade as vias de um futuro sustentável.

41 A primeira Reserva da Biosfera estabelecida no Brasil, em 1992, foi para preservar os remanescentes de Mata Atlântica. O Programa Internacional Homem e a Biosfera - MaB aprovou, em outubro de 1993, dois outros projetos propostos pelo país: a Reserva da Biosfera do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo, integrada com a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, e a Reserva da Biosfera do Cerrado do Distrito Federal. Em 2000, foi reconhecida a Reserva da Biosfera do Pantanal. O Comitê Brasileiro do Programa MaB (COBRAMAB), colegiado interministerial coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente é, a partir de 1999, responsável pela implantação do programa no Brasil ao qual estão vinculadas as reservas da biosfera brasileiras. A gerência das reservas da biosfera respeita as competências estaduais com seus comitês. Esse gerenciamento se dá através do zoneamento de sua área em três categorias de uso que se inter-relacionam:

1ª) zona núcleo ou zona principal, que abrange a região mais preservada de um ecossistema representativo, habitat favorável ao desenvolvimento de numerosas espécies de plantas, animais e cenário de convivência com seus predadores naturais.

2ª) zonas tampão ou zonas intermediárias, as que envolvem as zonas núcleo. Nelas, as atividades econômicas e o uso da terra devem garantir a integridade das zonas núcleos.

3ª) zonas de transição são as mais externas da reserva. Nelas, incentiva-se o uso sustentado da terra e atividades de pesquisa que serão úteis à região no entorno da Reserva da Biosfera.

Seus limites não têm definição geográfica precisa porque sua demarcação se faz em consequência de ajustes periódicos ditados pelos conhecimentos conservacionistas, sendo conquistados na dinâmica da relação planejamento- execução das atividades econômicas características da região.

42 2.2 Enquadramento morfoclimático A região onde se situa o CPCN Pró-Mata enquadra-se no extremo sudeste do Domínio Climático das Araucárias (Ab’Saber, 1970, 1977), que tem como características fisionômicas mais marcantes o relevo ondulado da borda leste do Planalto Meridional, com altitudes entre 900 e 1100 m e a presença da Floresta Ombrófila Mista, Mata com Araucária, o pinheiro brasileiro e dos Campos de Cima da Serra. O clima é subtropical úmido, com precipitação média anual em torno de 1200 mm. Na área ocupada pelo Pró-Mata, o planalto exibe a parte superior da escarpa da Serra Geral em processo de entalhamento pelos rios que chegam à porção setentrional da Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Nesta escarpa, de relevo abrupto, desenvolve-se a Floresta Ombrófila Densa.

2.3 Enquadramento biogeográfico De acordo com o clássico sistema de Cabrera & Willink (1973), o CPCN/Pró-Mata está inserido na Região Fitogeográfica Neotropical, a qual se estende desde o extremo sul dos Estados Unidos até o Estreito de Magalhães. Mais especificamente, pertence ao Domínio Amazônico, que cobre a maior parte da América do Sul e parte da América Central, cuja superfície apresenta cerca de cinco milhões de quilômetros quadrados em clima quente e úmido, constituindo-se no território de maior biomassa da Terra. Duas províncias biogeográficas exercem forte influência no CPCN/Pró- Mata: (1) a Paranaense, que se estende desde o sudeste da América do Sul (incluindo áreas do Brasil, Paraguai e ) até o centro do Rio Grande do Sul, cuja vegetação predominante é a floresta subtropical, além de bosques de araucária e vegetação campestre e (2) a Atlântica, que ocupa uma estreita faixa da costa que se estende desde o nordeste do Brasil até o litoral norte do Rio Grande do Sul, cuja vegetação clímax é a floresta pluvial. Na classificação de Morrone (2001, 2004), os remanescentes florestais das áreas mais altas do CPCN Pró-Mata se enquadram na província denominada Bosque de Araucaria angustifolia, que compreende o sul do Brasil e o nordeste da Argentina, em altitudes entre os 600 e os 1.800 m.

43 A classificação biogeográfica em escala global desenvolvida pelo WWF– World Wildlife Fund (Olson et al., 2001) classifica a floresta pluvial que alcança o CPCN Pró-Mata a partir de suas encostas em Floresta Costeira da Serra do Mar (Serra do Mar coastal forest). Essa unidade biogeográfica compreende as florestas pluviais costeiras que recobrem as serras do Mar e Geral, do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul, incluindo formações de terras baixas, submontana, montana e altomontana (WWF, 2001), sujeitas a elevada precipitação pluviométrica. A parte mais alta do CPCN Pró-Mata situa-se no limite com a Floresta Ombrófila de Araucária (Araucaria moist forest), bem individualizada por atributos climáticos, geomorfológicos e florísticos próprios. O clima nessa ecorregião é subtropical úmido com geadas frequentes e sem estação seca. A vegetação florestal, por sua vez, varia regionalmente quanto à composição e estrutura, mas sempre apresenta um estrato arbóreo emergente de latifoliadas, outrora mais amplamente distribuída, que teve seu apogeu em uma época mais fria e seca do passado geológico recente.

2.4 Unidades de conservação existentes na região As principais Unidades de Conservação localizadas no entorno ao CPCN Pró-Mata estão relacionadas no quadro 2.

Quadro 2. Principais Unidades de Conservação localizadas no entorno ao CPCN Pró- Mata.

Jurisdição Categoria UC Área (ha) Municípios

Cambará do Sul, São Parque da Serra Geral 17.300 Francisco de Paula

Parque dos Aparados Prot. Integral 10.250 Cambará do Sul da Serra

Federal Refúgio da Vida 142 Torres Silvestre da Ilha dos Lobos Floresta Nacional de Uso 1.606 São Francisco de Paula Sustentável São Francisco de Paula

44 Reserva Biológica da 113 Itati Mata Paludosa

Parque de Itapeva 1.000 Torres

Prot. Integral Estação Ecológica de São Francisco de Paula, 5.582 Aratinga Itati

Parque do Tainhas 4.924 São Francisco de Paula, Estadual Cambará do Sul, Jaquirana

Área de Proteção São Francisco de Paula, Ambiental da Rota do 52.355 Cambará do Sul, Itati, Três Uso Sol Forquilhas Sustentável Área de Proteção Gravataí, Glorinha, Santo 7.340 Ambiental do Banhado Antônio da Patrulha, Grande Viamão

Prot. Integral Parque Tupancy 21 Arroio do Sal

Área de Proteção 8.932 Caraá Ambiental de Caraá Uso Área de Proteção Sustentável 10.000 Riozinho Municipal Ambiental de Riozinho

Área de Proteção 6.896 Osório Ambiental do Morro de Osório

Estas unidades estão delimitadas na figura 1 a seguir.

45

Figura 1. Unidades de conservação do Rio Grande do Sul. Disponível em http://www.fepam.rs.gov.br/images/reserva_mata.jpg.

46 2.5 Geo-história da região 2.5.1 O processo de ocupação humana Em todo o Litoral Norte, os habitantes ancestrais foram os homens dos sambaquis e os índios carijós, da nação tupi-guarani, cuja presença ficou registrada nos sambaquis (amontoados de resíduos de moluscos soterrados pela areia e cobertos por vegetação arbustiva e arbórea). Junto a estas formações foram encontrados panelas de barro e utensílios diversos soterrados pela areia, inclusive urnas funerárias. Concentravam-se principalmente à beira dos rios, lagoas e praias. Os primeiros habitantes a explorarem a região da bacia hidrográfica do rio Maquiné foram índios caçadores-coletores que desceram a Serra Geral, vindos dos Campos de Cima da Serra. Posteriormente, grupos pertencentes à tradição taquara, agricultores e ceramistas, ocuparam essa mesma área. Mais recentemente, ali se fixaram os índios tupi-guaranis, dos quais há remanescentes nos dias atuais que, além de trabalharem na agricultura, dedicam-se ao artesanato. Do grupo Mbyá-Guarani, os povos Itapoty, Gruta e Espraiado possuem, nos municípios de Maquiné, Riozinho e Caraá, uma de suas mais importantes aldeias: a Área Indígena da Barra do Ouro, com um total de 2.285,52 ha (Diagnóstico Sócio Ambiental do Município de Maquiné, 2000:14). Em um segundo momento, a região de entorno foi ocupada por proprietários de datas e sesmarias concedidas pelo Vice-rei Luiz Vasconcelos e Souza, legitimando assim o domínio dos campos de criar no Litoral Norte, desde o início do século XVIII. A fertilidade dos solos dos vales que contornam a área da atual RBSG constituía-se em forte atrativo para a ocupação das terras devolutas do império por componentes do mosaico populacional que formava a população nacional. O implemento da colonização com imigrantes europeus trouxe para o vale do rio Três Forquilhas, a partir de 1826, colonos alemães; mais tarde, em 1891, colonos italianos ocuparam a área de entorno da Serra Geral, especialmente as duas margens do rio Maquiné. Por outro lado, colonos insatisfeitos com a

47 saturação das terras na Colônia Conde D’Eu (atual Caxias do Sul) também se deslocaram para essa área de colonização, descendo dos Campos de Cima da Serra para se inserirem nesse processo de ocupação. A área, de difícil acesso, manteve-se isolada até que, ao redor de 1840, três caminhos interligaram o litoral com a serra, dos quais dois serviram à região de interesse do presente plano de manejo: a estrada da Renascença, atual Rota do Sol, em percurso próximo ao rio Três Forquilhas, e o Caminho da Cachoeira que seguia a Serra do Umbu, próximo ao rio Maquiné. Com o incremento populacional resultante da colonização, passou a ser fomentada uma produção geradora de riquezas que era escoada por via fluvial e lacustre até os centros consumidores de Osório e Torres, e em tropas de mulas até Taquara, Caxias e Campos de Cima da Serra. Surgiram as primeiras ferrarias, vendas, sapatarias e uma fábrica de cerveja. A produção colonial constituía-se de milho, feijão, cana-de-açúcar e derivados, e suínos intensamente criados nos vales. Como decorrência das formas de uso da terra face à sua natureza morfológica, a estrutura fundiária desenvolveu-se como um sistema agrário tradicional e pelo extrativismo vegetal. Em 1940, com a abertura da BR-101 ligando Porto Alegre a Torres, a área ficou isolada, não apenas pelo fato de a estrada se situar relativamente distante dos núcleos produtores e populacionais dos vales da Serra Geral, mas principalmente pela desativação dos serviços de balsas fluviais e lacustres que o estado oferecia. O sistema agrário tornou-se progressivamente precário, o que ocasionou o êxodo das populações com capacidade de se manter em outras regiões. O município de Maquiné não acompanhou o desenvolvimento de outras localidades e seus agricultores remanescentes apresentam-se em franco processo de empobrecimento, com exceção daqueles que se situam nos vales mais abertos, próximos à BR-101.

3. O Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata O Projeto Pró-Mata foi gerado na PUCRS em 1991, com o apoio da Universidade de Tübingen, Alemanha, tendo por objetivo incentivar a pesquisa, a

48 proteção ambiental e o desenvolvimento regional sustentável. Em 1993, foi adquirida no âmbito do projeto a área que hoje constitui o CPCN Pró-Mata, no município de São Francisco de Paula. O relevo varia de suave ondulado a ondulado no topo do Planalto, acima dos 900 m, até escarpado, sobre as encostas adjacentes da Serra Geral. O clima é classificado como superúmido a úmido, com um total pluviométrico anual em torno de 2.252 mm. As temperaturas médias mensais se mantêm abaixo de 15°C por um período de sete meses (abril a outubro). O CPCN Pró-Mata caracteriza-se por possuir uma grande extensão de florestas em diferentes estágios sucessionais, devido às atividades antrópicas ocorridas no passado, principalmente a exploração seletiva do pinheiro- brasileiro, ou araucária, e as queimadas para o estabelecimento de cultivos de milho e trigo ou para a pecuária extensiva. As fitofisionomias da área compreendem duas formações florestais distintas e contíguas, a Floresta Ombrófila Mista (mata com araucária), a mais extensa na área do CPCN Pró-Mata, estando presente aproximadamente a partir da cota altimétrica de 900 m e adentrando a região do Planalto, e a Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica senso estrito), restrita localmente à escarpa da serra, ou patamares da Serra Geral, até a cota de 900 m. Também está representada uma formação herbáceo-arbustiva, Estepe Gramíneo-Lenhosa, por vezes de origem antrópica, regionalmente conhecida como Campos de Cima da Serra, que está totalmente inserida no Planalto, entremeada por matas com araucária. Na mata com araucária destacam-se, no estrato emergente, o pinheiro- brasileiro (Araucaria angustifolia), guamirim-ferro (Myrcia retorta), canela-lajeana (Ocotea pulchella) e bracatinga (Mimosa scabrella), como espécies mais características; no estrato dominante, podem ser observadas, por exemplo, casca-d’anta (Drimys brasiliensis), o camboim (Siphoneugena reitzii, Myrciaria floribunda) e o guamirim (Myrceugenia euosma). A Floresta Ombrófila Densa apresenta composição florística diversificada ao longo do gradiente altitudinal, estando presentes a canela-preta (Ocotea

49 catharinensis), a canela-preta (Ocotea spp.), além de mirtáceas dos gêneros Eugenia, Myrceugenia e Calyptranthes. As áreas de campo são menos representativas do que as áreas com formações florestais, sendo Andropogon lateralis (capim-caninha) a espécie dominante, em geral acompanhada por diferentes espécies do gênero Baccharis (Teixeira & Coura Neto, 1986; Bertoletti & Teixeira, 1995). Os objetivos gerais do projeto coincidem com os propostos no Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA/Fundação Pró-Natureza – FUNATURA (1989), aprovados pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, em julho de 1990:

1 Manter a diversidade biológica;

2 Proteger as espécies ameaçadas de extinção;

3 Preservar e restaurar a diversidade de ecossistemas naturais;

4 Proteger paisagens naturais ou pouco alteradas, de beleza cênica notável;

5 Manejar os recursos da flora e da fauna;

6 Incentivar atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento de natureza ambiental, sob todas as suas formas;

7 Incentivar o uso sustentável dos recursos naturais;

8 Estimular o desenvolvimento regional integrado, com base nas práticas de conservação;

9 Favorecer condições para a educação ambiental e recreação em contato com a natureza.

3.1 Localização, descrição dos limites e principais acessos

O CPCN Pró Mata está localizado entre os paralelos 29°27’ e 29°35’ de latitude sul e entre os meridianos de 50°15’ de longitude WGr, nos municípios de São Francisco de Paula, Maquiné e Itati, estado do Rio Grande do Sul. Elaborou-se um mapeamento plano-altimétrico na escala 1:10.000 através da restituição de fotografias aéreas verticais pré-existentes, cuja cópia

50 encontra-se em anexo. Considerando que a propriedade se estende pelas encostas do planalto, os limites inferiores são dados, nos mapas, pela cota de 800 m. O acesso, a partir de Porto Alegre, é feito através da rodovia RS-020, asfaltada, que leva até a sede do município de São Francisco de Paula, distante 116 Km. De São Franscico de Paula, segue-se pela estrada asfaltada que vai a Tainhas, até o quilômetro 18, de onde parte uma estrada de terra secundária no sentido à Serra do Umbu. Entrando-se nesta estrada, após 9 km há uma entrada à esquerda, também de terra, que conduz ao CPCN, distante 22 km deste entroncamento.

3.2 Histórico administrativo do CPCN Pró-Mata O Projeto Pró-Mata foi desenvolvido dentro da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a partir da idéia de se criar uma unidade de conservação voltada basicamente para a pesquisa e a conservação da natureza, proposta pela Universidade de Tübingen, da Alemanha, com a qual a PUCRS possui um convênio de cooperação desde 1983. A pedido da reitoria, o Prof. Dr. Jeter Jorge Bertoletti, então diretor do Museu de Ciências e Tecnologia, assumiu a responsabilidade de elaborar o projeto, que foi concluído em 1991 com o apoio do Prof. Dr. Dieter Wittmann, da Universidade de Tübingen. Após aprovado, passou-se à fase de exaustivas procuras por áreas e recursos financeiros, efetivadas pelo Reitor Prof. Norberto Francisco Rauch e pelo Prof. Jeter. Em abril de 1993, utilizando recursos próprios complementados por significativa doação da empresa Andreas Stihl, sediada na Alemanha e com atividades industriais no Rio Grande do Sul, finalmente foram adquiridas várias propriedades contíguas, num total de aproximadamente 4.500 ha. A área escolhida situa-se no município de São Francisco de Paula e está recoberta, na sua maior parte, por florestas originais e também por dois pequenos trechos com campos nativos que, apesar de terem sido explorados por muitos anos, encontram-se bem conservados.

51 O projeto passou então para a fase de detalhamento, especialmente no aspecto de infra-estrutura, com a elaboração dos projetos de obras civis. Com o apoio da administração do município de São Francisco de Paula, através do ex- prefeito Décio Colla e do prefeito Moacir Castelo Branco de Albuquerque, abriram-se estradas e melhoraram-se acessos em mais de 20 km de extensão. Em 5 de outubro de 1994, foi realizada a solenidade de lançamento da pedra fundamental da sede, em local com magnífica vista da área litorânea, entre as lagoas Itapeva e dos Quadros. Ao longo dos dois anos seguintes, construíram-se prédios, instalaram-se máquinas e equipamentos, removeram-se cercas e velhas casas, contratou-se pessoal e em abril de 1996 a área foi oficialmente inaugurada pelo reitor da PUCRS, Prof. Norberto Francisco Rauch, como Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata. Desde o início do projeto para a criação até a inauguração do Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata, as atividades foram coordenadas pelo Prof. Jeter J. Bertoletti (MCT/PUCRS) com o apoio do Prof. Dieter Wittmann (Universidade de Tübingen). Posteriormente foi constituído o Conselho Superior de Administração, que passou a ser o órgão consultivo e deliberativo do CPCN Pró-Mata, representado pelas direções do Instituto de Meio Ambiente, Museu de Ciências e Tecnologia, Faculdade de Biociências, Assessoria da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós- Graduação, Universidade de Tübingen e Coordenações Administrativa e Científica do Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata. Atualmente, o CPCN Pró-Mata está diretamente vinculado ao Instituto do Meio Ambiente, localizado no Campus Central da PUCRS, e conta com o apoio da equipe residente na Sede, em São Francisco de Paula. O gerenciamento do Centro de Pesquisas é realizado pela equipe multidisciplinar vinculada ao IMA, e apoiado por consultores especialistas.

52 3.3 Justificativas para a implantação e resultados de longo prazo esperados para o CPCN Pró-Mata O homem é depositário dos recursos naturais do planeta. A ele cabe usá- los em benefício próprio, sem perder de vista que seus descendentes também têm direito aos mesmos. Todos deverão saber manejá-los de forma racional, para que a vida se perpetue dentro do princípio do desenvolvimento sustentado. Assim como altera o ambiente para construir e criar o bem-estar social e econômico, o homem também produz condições ambientais degradadas, impróprias e indignas à vida. Neste contexto, a PUCRS, com o Projeto Pró-Mata, passa a trabalhar de forma efetiva ao lado de inúmeras outras universidades, instituições de pesquisa, entidades governamentais e não governamentais, integrada à estratégia de ação em nível nacional e internacional, que visa encontrar e definir as formas mais adequadas de o homem interagir com o ambiente. O projeto adota o apoio à ética que compatibiliza o desenvolvimento com a conservação na natureza, buscando a disseminação do conhecimento sobre a preservação da fauna e flora.

4. Caracterização do Meio Físico e do Meio Biótico 4.1 Geologia, Geomorfologia e Pedologia 4.1.1 Embasamento Geológico A região onde se insere o CPCN Pró-Mata faz parte da borda leste da Bacia do Paraná, uma bacia intracratônica instalada durante o Paleozóico sobre o Supercontinente de Gondwana. A Bacia do Paraná mostra através deseus registros litológicos uma evolução geológica complexa, controlada por fatores climáticos e tectônicos. Uma série de sequências envolvendo componentes continentais e marinhos, incluindo camadas glaciais, fácies marinho rasos a transicionais e arenitos desérticos foram acumulados em uma área cujos contornos foram continuamente modificados por atividade tectônica. No seu estágio evolutivo final, grande atividade vulcânica proporcionou a acumulação de uma pilha de derrames de basaltos continentais. O pacote de rochas sedimentares e

53 vulcânicas ali acumuladas que mostra idades que vão desde o final do Ordoviciano (450 milhões de anos) até o final do Cretáceo (80 milhões de anos), foi subdividido por Milani (1997) em seis supersequências estratigráficas. As rochas que afloram na área pertencem à Supersequência Gondwana III, acumulada no estágio final da sedimentação gondwânica, durante o Triássico e o Jurássico, quando a região se transformou em uma vasta porção de terras áridas onde a sedimentação foi acompanhada por volumosa atividade vulcânica e, posteriormente, pela quebra do Supercontinente de Gondwana. Assim, integram esta supersequência, a Formação Botucatú, constituída por arenitos eólicos, e a Formação Serra Geral, constituída por basaltos, riodacitos e riolitos. Os arenitos da Formação Botucatu afloram nas partes mais profundas dos vales dos rios Maquiné e Três Forquilhas. Na parte inferior e média das encostas aparecem basaltos com algumas intercalações de arenitos e de riolitos, enquanto na parte superior predominam os riolitos e riodacitos que também afloram na superfície do planalto. Na área do CPCN Pró-Mata a Formação Serra Geral é constituída por rochas vulcânicas ácidas, tipo Palmas de Bellieni et al. (1998), que de acordo com Roisemberg & Viero (2000) ali alcançam espessuras de até 400 m. Após os episódios de tectônica quebrável que conduziram a abertura do Oceano Atlântico Sul, a região foi levantada originando o planalto e sua escarpa voltada para o Leste, a Serra Geral. Os sedimentos originados pela erosão da escarpa recém-formada, transportados por fluxos gravitacionais e por processos fluviais, começaram a ser acumulados nas margens do oceano, dando início a uma nova bacia sedimentar marginal, a Bacia de Pelotas. Os depósitos de tálus e de leques colúvio-aluviais encontrados na base da encosta da Serra Geral, acumulados durante todo o Cenozóico, foram posteriormente retrabalhados por vários ciclos de subida e descida do nível do mar, construindo a planície costeira que se estende até a linha de costa atual. A Carta 3 mostra a distribuição das principais unidades geológicas.

54 4.1.2 Unidades de Paisagem A paisagem que encanta a todos os que têm o privilégio de viajar pelo nordeste do Rio Grande do Sul, é marcada pela presença de três unidades geormorfológicas distintas, com padrões de relevo particulares, que se traduzem em panoramas diferentes. Estes elementos são o Planalto das Araucárias, os Patamares da Serra Geral e a Planície Costeira. O Planalto das Araucárias é uma superfície plana, levemente inclinada para os quadrantes de oeste, ocupada em quase toda a sua extensão pelos campos de estepe, os chamados Campos de Cima da Serra. Essa superfície é entrecortada pelas cabeceiras dos rios Taquari - Antas, Caí e Sinos, todos tributários do lago Guaíba, e pelas nascentes dos rios Mampituba, Três Forquilhas e Maquiné, que descem pela vertente atlântica. É nos grandes anfiteatros naturais que essas cabeceiras formam e nas encostas dos vales dos regatos que se instalam as matas ornamentadas pela araucária, o pinheiro brasileiro. Para os quadrantes de leste, as altitudes despencam, formando escarpas escalonadas, íngremes, ainda sendo esculpidas pela ação dos rios e pelos grandes escorregamentos, avalanches de pedras e lamas, comandados pela ação da gravidade durante os períodos de chuvas intensas ou muito prolongadas (Fig. 2). Onde a natureza favorece a acumulação de solos, instala-se a exuberante Mata Atlântica. A área assim caracterizada tem sido chamada de Serra Geral. Ela faz a transição entre as terras altas do planalto e as terras baixas da planície. Entre o sopé da escarpa e as praias arenosas do oceano Atlântico estende-se a Planície Costeira. Nesta região, Litoral Norte do Rio Grande do Sul, ela é marcada por uma sucessão de cristas e pequenos terraços arenosos intercalados com depressões ocupadas por sistemas de lagos e lagunas costeiras, de rara beleza, suporte para variados ecossistemas.

55 Planalto (Campos de Cima da Serra)

6755000

Planalto 6750000

6745000 Fraturas geológicas 6740000 Escarpas (Patamares da Serra Geral) 6735000

Delta aluvial 6730000 Lagoa

Planície lagunar 6725000 Rio Escarpas 6720000 Banhados Lagoa 6715000 Cordões litorâneos 6710000 Oceano 550000 555000 560000 565000 570000 575000 580000 585000 590000 595000

Morros testemunhos Planície aluvial Delta aluvial Figura 2. Principais elementos de relevo e feições geomorfológicas presentes na área de estudo, observadas em imagens de satélite. Fonte: Klein (1999), modificado.

As feições geomorfológicas e os elementos de relevo, acima citados, são perfeitamente reconhecidos em imagens de satélite, como por exemplo, na banda 4 do sensor Thematic Mapper do sistema LANDSAT-5, ilustrada na figura 3. As Cartas 2 e 4 mostram a distribuição em área dos principais aspectos da hipsometria e geomorfologia. Nos itens seguintes discutiremos as características principais e a gênese dos diferentes elementos que formam a paisagem da área de estudo, pois o entendimento dessas premissas é a base para a formulação de propostas de gerenciamento ambiental para qualquer região.

56

O Planalto A porção do Planalto da área de estudo recebeu inúmeras designações, em função de várias classificações do relevo que foram propostas em estudos anteriores. Para Nogueira (1948), Rambo (1956) e Bertrand (1963), esta região foi chamada simplesmente de “Planalto”. Azevedo (1949) e Ab’Saber (1964) enquadraram esta área no “Planalto Meridional”. Almeida (1956) e Müller (1970) a designaram de “Planalto Basáltico” e Monteiro (1963) a definiu como “Planalto das Araucárias”, denominação também adotada pelo IBGE (1986). As formas do relevo nesta unidade são do tipo colinas suavemente arredondadas e montanhas, apresentando geralmente topo plano ou incipientemente dissecado formando superfícies aplainadas, por vezes separadas por áreas deprimidas, vales de fundo plano onde brejos ou alagadiços são comuns. As declividades nas partes mais planas são fracas a moderadas (2° a 5°), e moderadas a fortes (5° a 20°) nas bordas do planalto. As altitudes oscilam entre 900 e 1000 m. A passagem destes níveis altimétricos para os terrenos rebaixados da Planície Costeira, a sudeste, ocorre através de formas de relevo em patamares, resultantes de quebras de relevo decorrentes do empilhamento de sucessivos derrames vulcânicos.

A Escarpa A transição dos terrenos do Planalto para as terras baixas da Planície Costeira se dá através de uma escarpa, a Serra Geral, com desníveis de até 1000 metros marcados pelo entalhamento de vales fluviais. Os vales possuem a forma em “V”, bem fechados e profundos, em geral com aprofundamentos superiores a 400 m e forte controle estrutural. Este controle é muito bem observado na rede de drenagem e evidenciado no paralelismo de orientação geral NE-SW e NW-SE. O relevo da escarpa encontra-se entre 150 e 900 metros de altitude, e é caracterizado por uma a sucessão de vertentes escalonadas, íngremes, com declividades fortes a muito fortes exibindo, em média, 20° a 30°, atingindo por

57 vezes 45o. Esta unidade foi esculpida na pilha de derrames vulcânicos da Formação Serra Geral, constituída na área de estudo por dois tipos litológicos distintos: os basaltos e algumas intercalações de arenitos desde a base até os 500 metros, e os riolitos e riodacitos que predominam acima dos 500 m. Esta variação litológica reflete-se de modo diferenciado na morfologia das vertentes das escarpas, ou seja, até aproximadamente a cota de 500 metros, o comprimento médio dos declives das vertentes é de 100 a 200 metros. Acima de 500 metros de altitude, os declives das vertentes possuem comprimento médio em torno de 50 a 60 metros, sendo este segmento o mais íngreme de toda área escarpada. Os vários derrames formam grandes pacotes que variam, em espessura, entre 50 e 60 metros. Devido às diferenças composicionais, e consequentemente às diferenças na resistência à erosão, além da estrutura interna dos derrames marcada pela alternância entre zonas de fraturamento horizontal e vertical, as vertentes se apresentam escalonadas. O escalonamento dos sucessivos derrames encontra-se mais preservado próximo às cabeceiras dos rios, onde os vales retilíneos e estreitos exibem com nitidez os patamares de rochas. Depositados nos sopés das vertentes escalonadas, encontram-se depósitos superficiais de encosta formados por material detrítico de tamanho variado de grânulos a blocos, junto a material argiloso. Nos fundos dos vales formam-se extensos depósitos de tálus e leques aluviais. Os fluxos gravitacionais e a drenagem condicionada por linhas de fraqueza estrutural são os fatores mais importantes no processo de dissecação e de recuo destas escarpas. Vestígios deste recuo são os “morros testemunhos”, de litologia basáltica, que ocorrem próximos às zonas de planície.

A Planície Costeira A Planície Costeira, que se estende da escarpa até a linha de costa atual, pode ser subdividida em Planície Costeira Interna e Planície Costeira Externa. Na Planície Interna destacam-se as planícies flúvio-aluviais, que ocupam as áreas mais baixas, com altitudes inferiores a 50 metros, relevo plano e declividade das vertentes fraca a muito fraca, não ultrapassando 3°, em média.

58 Esta unidade é formada por depósitos fluviais subatuais e atuais indiferenciados, encontrados ao longo dos cursos dos rios principais e seus afluentes, onde estão presentes os cascalhos e areias de canais fluviais e lamas das planícies de inundação. Ao longo dos vales dos cursos d’água principais, ocorrem depósitos gravitacionais de encosta, incluindo tálus e leques aluviais subatuais e atuais. Em geral, encontram-se na base das vertentes íngremes das escarpas, até altitudes de 40 a 50 metros, formados por conglomerados, arenitos conglomeráticos, arenitos e lamitos. A Planície Externa compreende os terrenos mais planos e baixos situados a sudoeste da área de estudo, ocupando cotas altimétricas inferiores a 20 metros. Esta planície evoluiu para leste através da coalescência lateral de quatro sistemas deposicionais do tipo “laguna-barreira”, gerados no decorrer de quatro ciclos de transgressão e regressão correlacionáveis com os quatro últimos eventos glaciais que caracterizaram o final do Cenozóico. Cada um desses sistemas, que pressupõem uma área lagunar isolada do mar por uma barreira de natureza arenosa, registra o pico de uma transgressão ligada a uma subida do nível relativo do mar, seguida de um evento regressivo relacionado a uma descida do nível relativo do mar. As principias feições geomorfológicas esculpidas ao longo da complexa evolução desta planície são: os depósitos praiais intermarés, depósitos eólicos de dunas litorâneas - que formam grandes dunas parabólicas e barcanóides -, depósitos lagunares, e depósitos de crista de praias lagunares. Esta unidade é também ocupada por leques deltáicos, terraços arenosos e depressões que abrigam banhados. Estas três unidades geomorfológicas são perfeitamente definidas em um perfil topográfico que representa um corte transversal de NW - SE, marcado no mapa topográfico (Fig. 3). O perfil representa as diferenças altimétricas marcantes entre as unidades geomorfológicas, com os níveis altimétricos crescendo de aproximadamente zero (nível do mar), na planície costeira, a mais de 800 metros, no planalto, em pouco mais de15 km de percurso.

59

Altitude Planalto (metros) Vales Interplanálticos 1000 Morro testemunho 875

750 Patamares da Serra Geral 625 Planície Planície Tálus Costeira 500 Costeira Externa Interna 375 250 125 A A' 577500 582500 587500 570000 572500 575000 580000 585000 590000 592500 595000 . Figura 3. Mapa topográfico e perfil representando as unidades geomorfológicas da área de estudo. A seção A - A' extende-se na orientação de sudoeste (desde o topo do planalto) para sudeste (na planície costeira externa, próximo à lagoa Itapeva). Fonte: Klein (1999), modificado.

4.1.3 Evolução Morfogenética da Paisagem A área de estudo se estende sobre terrenos sedimentares e vulcânicos da Bacia do Paraná, expostos no planalto e na encosta da serra e sobre os depósitos sedimentares da Bacia de Pelotas, aflorantes na planície costeira. Alguns dos aspectos da evolução geológica desta região foram apresentados

60 por Villwock (1998). Para que se possa melhor compreender o significado desses terrenos, é importante lembrar que sobre a porção sul-ocidental do antigo supercontinente de Gondwana, que na época abrangia as terras que hoje fazem parte da América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártica, instalou-se, há aproximadamente 450 milhões de anos, uma grande bacia sedimentar. Hoje conhecida como a Bacia do Paraná, detalhadamente descrita por Milani (1997), ela acumulou rochas sedimentares e vulcânicas que se distribuem, nos dias atuais, pelos estados do centro-sul do Brasil, pelo oriente paraguaio, pela mesopotâmia argentina e pelo norte do Uruguai, ocupando uma área de aproximadamente 1.400.000 km2. A área situada na borda leste dessa enorme bacia foi palco de glaciações continentais, do desenvolvimento de sistemas fluviais e de grandes invasões marinhas vindas do oeste. Ao final da era Paleozóica e começo da era Mesozóica, há aproximadamente 240 milhões de anos, esta área assistiu à retirada do mar e à chegada de climas sucessivamente mais áridos. Instalava-se sobre a Bacia um deserto, o deserto de Botucatu, cujas dimensões ultrapassavam as do atual deserto do Saara. As rochas formadas pela consolidação de suas grandes dunas ocorrem por toda a área da bacia, constituindo os arenitos rosados ou amarelados, estratificados, que o leigo chama de “pedra-grês”. Enquanto fortes ventos movimentavam as dunas do Botucatu, esta região do planeta passou a ser palco de um dos eventos mais grandiosos ocorridos na história da Terra, em decorrência de um rearranjo dos fluxos de calor das partes mais internas do globo. Estavam tendo início os processos que haveriam de fragmentar o continente de Gondwana, dando origem ao oceano Atlântico Sul que se instalaria entre a América do Sul e a África. Grandes fraturas fenderam a crosta e, à semelhança do que hoje se assiste na Islândia, grandes quantidades de magma, rochas fundidas, se extravasaram, intermitentemente, sobre a superfície. Derrames de lava basáltica, depois até riolítica, correram sobre as dunas

61 de areia, cobrindo grandes extensões. Dunas soterrando derrames, visto que permaneciam as condições desérticas, eram novamente cobertas por corridas de lava. Empilharam-se assim dezenas de derrames que, no decorrer do período compreendido entre 138 e 128 milhões de anos atrás (Cretáceo), construíram um pacote com mais de 1000 metros de espessura de lavas, cobrindo 98% da superfície da Bacia do Paraná. Sem dúvida, a maior manifestação vulcânica ocorrida sobre um continente de que se tem notícia em todos os tempos. Descrições detalhadas sobre essas rochas podem ser encontradas em Leinz (1949), Schneider (1964), IBGE (1986), Piccirilo & Melfi (1988), Roisemberg (1990) e Milani (1997). Nas imediações de São Francisco de Paula, foram estudadas as rochas que afloram ao longo das rodovias que ligam este município a Taquara e Terra da Areia a Aratinga. De um modo geral, de acordo com Melfi et al. (1988), as rochas desta região pertencem à suíte vulcânica tipo “Bacia do Paraná Meridional”, que é principalmente representada por vulcânicas básicas (65%), e subordinadamente por intermediárias (22%) e ácidas (13%). A porção inferior da sequência é constituída por basaltos toleíticos e andesi-basaltos, enquanto as porções superiores são essencialmente compostas por riodacitos e riolitos, eventualmente com algumas intercalações de basaltos e/ou andesitos toleíticos. As características petrográficas e petrogenéticas desses diferentes tipos de rochas vulcânicas podem ser encontradas em Comin-Chiaramonti et al. (1988), Piccirilo et al. (1988), Roisemberg & Viero (2000) e Umann et al. (2001). Pelo seu condicionamento genético, essas rochas apresentam enorme variedade de tipos em que, além das diferenças em composição química e mineralógica, variam os aspectos físicos como a cor, a textura e a estrutura. Não é difícil imaginar o que acontecia na época em que essas manifestações vulcânicas estavam ocorrendo. Massas viscosas de rocha fundida, incandescentes, às vezes nuvens ardentes, com temperaturas ultrapassando os 1000 graus centígrados, formavam paredes com vários metros de altura, avançando inexoravelmente, cobrindo e englobando tudo o que se

62 apresentava em seu caminho. À medida que avançavam, essas massas de lava se iam resfriando, primeiro as partes inferiores em contato com o substrato e as superiores e frontais em contato com o ar. O resfriamento rápido dava origem a rochas vítreas que frequentemente se fragmentavam e eram envoltas na lava em movimento. Cessada a movimentação, começava o lento resfriamento do corpo do derrame vulcânico que, dependendo de sua espessura, poderia estender-se por dezenas de anos. Presas no envoltório vítreo, impermeável, bolhas de gases liberados a partir do magma constituíam vesículas e amígdalas, concentradas na parte superior do derrame, onde mais tarde cristalizariam belas associações mineralógicas constituídas por ágatas, ametista, citrino, cristal de rocha (todas variedades do mineral quartzo), calcita, várias espécies de zeolitas, gipso e muitos outros minerais, alguns hoje explorados economicamente. O resfriamento da parte mais interna do derrame e sua transformação em rocha sólida levavam à contração de seu volume inicial. Essa contração dava origem a um fraturamento muito peculiar. As partes mais próximas às zonas vítreas, inferior e superior, fraturavam-se horizontalmente, formando placas, enquanto as zonas centrais do derrame eram fraturadas verticalmente, formando blocos prismáticos com bases poligonais. A estrutura assim gerada e o padrão de fraturas de contração térmica são responsáveis por muitos aspectos, da paisagem regional ao tipo de aproveitamento que se dá nas pedreiras de basalto, às lajes da zona de fraturamento horizontal e os blocos da zona de fraturamento vertical. A figura 4 procura esquematizar a anatomia dos derrames resultante desse processo. O peso do enorme pacote de rochas vulcânicas, que associado com a ação de grandes esforços de distensão proporcionou a quebra do continente de Gondwana, deu início à separação da América do Sul e da África e ao surgimento do oceano Atlântico Sul.

63 8

7 6 3

2 1

4

5

4

1 3 2 A 1 S u b s t r a t o C onvenções: 1- Rochas vítreas. 2 - B recha (fragm entos de rocha envolvido por lava). 2A - Brecha com fragm entos de granitos, arenitos, basaltos e outros tipos de rocha. 3 - B rechas com bandam ento. 4 - R ocha vulcânica tabular (fraturam ento horizontal). 5 - R ocha vulcânica colunar (fraturam ento vertical). 6 - Z ona am igdalar. 7- B recha hidráulica. 8 - Púm ice (pedras-pom es).

Figura 4. Perfil esquemático de um derrame vulcânico, típico da situação geológica encontrada na paisagem nordeste do estado. Fonte: Roisemberg (1990), modificado.

As cicatrizes desse processo de separação dos continentes estão impressas no fundo da bacia oceânica gerada pelo fenômeno e a zona de quebra, ainda em atividade, e constitui a grande dorsal submarina que é a cadeia de montanhas meso-oceânica do oceano Atlântico. À medida que esse novo oceano se desenvolvia, começava, nas suas margens, a acumulação de sedimentos derivados do continente. Criava-se, na área aqui considerada, a Bacia de Pelotas. Durante os últimos 80 milhões de anos, final do Mesozóico e todo o Cenozóico, essa bacia recebeu sedimentos. A parte superior desses depósitos constitui o que hoje se chama de Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Esses mesmos eventos tectônicos que levaram à separação dos continentes e permitiram a formação das bacias sedimentares que se dispõem

64 ao longo da margem continental brasileira, também foram responsáveis pela elevação da área continental adjacente à bacia oceânica, e nesse processo, a ampla área ocupada pelos derrames basálticos foi levantada e inclinada para o oeste. Um novo sistema de fraturas regionais afetou toda a região. Nascia o planalto e a sua escarpa voltada para leste. Processos erosivos comandados pelas variações climáticas e pelos rios jovens da fachada atlântica começaram a esculpir o que hoje se conhece como a Serra Geral, num processo idêntico ao responsável pela origem e evolução da Serra do Mar, mais ao Norte, descrito por Almeida & Carneiro (1998). Na superfície alta e suavemente inclinada, os rios começaram a correr para o oeste, dirigindo-se para as bacias do Uruguai e do Guaíba. Processos erosivos, movimentos de massa e ações fluviais e pluviais, foram os principais responsáveis pela dissecação, festonamento e degradação lateral do conjunto de vertentes da escarpa. Enquanto evoluía a paisagem do planalto e de suas escarpas sob a influência das importantes variações climáticas cíclicas que têm caracterizado a era Cenozóica, as decorrentes oscilações do nível do mar, subidas e descidas, promoviam avanços e recuos da linha de costa, retrabalhando pela ação das ondas e das correntes litorâneas os materiais sedimentares que se iam acumulando na Bacia de Pelotas. No Litoral Norte, os depósitos resultantes destes processos estão associados às encostas do Planalto das Araucárias, constituindo acumulações de tálus que ocupam a parte interna da planície costeira e o fundo dos vales fluviais que chegam até ela. Assim, os materiais mais antigos que ocorrem na superfície da Planície Costeira constituem um amplo pacote de sedimentos clásticos terrígenos acumulados em um Sistema de Leques Aluviais desenvolvido na base das terras altas do planalto. Em função das áreas-fonte, constituídas pelas rochas sedimentares e vulcânicas da Bacia do Paraná e do relevo que atingem, em certos locais, altitudes da ordem de 1000 metros, os sedimentos foram acumulados por processos predominantemente gravitacionais, especialmente o fluxo de detritos,

65 gerando conglomerados suportados por uma matriz lamítica que, não raro, envolvem clastos de rochas sedimentares (principalmente arenitos da Formação Botucatu) ou vulcânicas (basaltos da Formação Serra Geral) com diâmetro superior a 1 m. É provável que esses depósitos grossos e imaturos tenham começado a ser acumulados ainda no Terciário e continuado ao longo do Quaternário, numa taxa controlada em grande parte pelas oscilações climáticas que ocorreram nesse intervalo de tempo. Afloramentos de depósitos do Sistema de Leques Aluviais ocorrem nas encostas ao longo do traçado da BR-101 e da Rota do Sol, onde quase sempre criam problemas de estabilidade, uma vez que, pela sua própria natureza, estão em constante movimento morro abaixo. Episódios de fluxos de detritos continuam ocorrendo na região, alguns deles de proporções catastróficas, como os de 1974 registrados por Gomes (1976) e, mais recentemente, em 1996. Além do sistema deposicional de leques aluviais desenvolvido a oeste, no contato com as terras altas, a Planície Costeira evoluiu para leste através da coalescência lateral de quatro sistemas deposicionais do tipo “laguna-barreira”, gerados no decorrer de quatro ciclos de transgressão e regressão que podem ser perfeitamente correlacionáveis com os quatro últimos eventos glaciais que caracterizaram o final do Cenozóico. Cada um desses sistemas que pressupõem uma área lagunar isolada do mar por uma barreira de natureza arenosa, registra o pico de uma transgressão ligada a uma subida do nível relativo do mar, seguida de um evento regressivo relacionado a uma descida do nível relativo do mar. A evolução geológica e geomorfológica da Planície Costeira do Rio Grande do Sul é detalhadamente discutida em Villwock & Tomazelli (1995, 1998).

4.1.4 Solos Os tipos de solos que ocorrem na região onde se situa o Pró-Mata foram levantados pelo projeto “Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Rio

66 Grande do Sul”, realizado pelo Ministério da Agricultura (1973), e pelo mapeamento exploratório realizado pelo Projeto Radambrasil (IBGE, 1986). Na área ocupada pelo Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata, em São Francisco de Paula, os solos foram detalhadamente descritos por Jungblut & Pinto (1997), utilizando o sistema brasileiro de classificação de solos, elaborado pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos (EMBRAPA, 1988). Conforme pode ser visto na Carta 5, estes autores estabeleceram Unidades de Mapeamento, agrupando as diferentes classes de solos encontrados na área: - TBa – Terra Bruna Estruturada. Associação TERRA BRUNA ESTRUTURADA ÁLICA EPIDISTRÓFICA A proeminente textura muito argilosa, relevo ondulado + TERRA BRUNA ESTRUTURADA CÂMBICA ÁLICA EPIDISTRÓFICA A proeminente textura muito argilosa fase pedregosa, relevo forte ondulado + CAMBISSOLOLO DISTRÓFICO Tb A proeminente textura argilosa cascalhenta fase pedregosa, relevo ondulado substrato basalto. - CBa – Cambissolo Bruno Álico. Associação CAMBISSOLO BRUNO ÁLICO Tb A turfoso textura argilosa cascalhenta + Complexo LITOSSOLO ÁLICO A turfoso textura média relevo suave ondulado substrato riodacito + AFLORAMENTOS DE ROCHA. - CHa – Cambissolo Bruno Húmico Álico. Associação CAMBISSOLO BRUNO HÚMICO ÁLICO Tb textura média/muito argilosa + SOLO LITÓLICO HÚMICO ÁLICO Tb textura argilosa com cascalho fase pedregosa relevo suave ondulado substrato basalto. - HOa – Solo orgânico álico. SOLO ORGÂNICO ÁLICO textura argila turfosa relevo plano. - Re – Solo litólico eutrófico. Complexo SOLO LITÓLICO EUTRÓFICO Tb A chernozêmico textura argilosa relevo montanhoso a escarpado + AFLORAMENTOS DE ROCHA substrato basalto. A descrição detalhada destas unidades e das classes de solos que nelas foram incluídas, bem como as principais características físicas e químicas que

67 possibilitaram a classificação dos diferentes tipos de solos que ocorrem na superfície do Pró-Mata, está disponível em Jungbluth & Pinto (1997). Mais recentemente, Streck et al. (2002), em seu trabalho “Solos do Rio Grande do Sul” atualizaram a nomenclatura das classes de solos que ali ocorrem, aplicando o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – SBCS (EMBRAPA, 1999). Segundo estes autores e a nova nomenclatura, a superfície do planalto, onde ocorrem as unidades de mapeamento TBa, CBa, CHa e HOa, é coberta por solos da classe Cambissolo húmico alumínico típico (CHa1) enquanto que as encostas, unidade de mapeamento Re, mostram uma associação de Chernossolo argilúvico férrico típico (Mtf) com Neossolo litólico eutrófico chernossólico típico (RLe1). Os Cambissolos que cobrem as porções mais elevadas do Planalto das Araucárias são solos rasos a profundos, apresentando nos perfis uma sequência de horizontes A-B-C onde o horizonte B é incipiente. As condições de drenagem variam de acordo com a posição que ocupam na paisagem, entre bem a imperfeitamente drenados. Os Cambissolos desta região são húmicos por ter o horizonte superficial rico em matéria orgânica e tendo Al trocável ≥ 4cmol/kg e saturação por Al ≥ 50%, são alumínicos e muito ácidos. Estes solos, em sua maioria, são desenvolvidos sobre os mantos de intemperismo muito irregulares que recobrem as rochas vulcânicas ácidas, riolitos e riodacitos, que afloram nesta área. Devido às limitações climáticas (geadas e baixa insolação) apresentam aptidão restrita para culturas de verão e melhores opções para fruticultura, silvicultura e pastagens. O uso agrícola destes solos exige práticas conservacionistas intensivas e aplicação de elevados níveis de corretivos e fertilizantes. Nas proximidades do Pró-Mata estes solos sustentam paisagens naturais com pastagens e florestas que têm sido usadas para silvicultura e, mais recentemente, com olericultura. Por outro lado, nas encostas escarpadas da Serra Geral que bordejam o

68 Pró-Mata ocorre uma associação complexa de Chernossolos e Neossolos. Os Chernossolos Argilúvicos férricos típicos, rasos ou profundos apresentam no perfil uma sequência de horizontes A-B-C, apresentando elevados teores de matéria orgânica e horizonte B textural argiloso com elevado teor em ferro (≥ 18%). Os Neossolos Litólicos eutróficos chernossólicos são solos pouco desenvolvidos, apresentando perfil com horizontes A-C-R ou A-R, com baixa saturação por bases (< 50 %) e quantidades apreciáveis de matéria orgânica. Esta associação de solos se desenvolve sobre os mantos de intemperismo de rochas vulcânicas ácidas e básicas, riolitos até basaltos, que se alternam nas encostas, bem como, sobre os depósitos coluvionares de talus que se acumulam nas partes mais baixas do relevo através de movimentos de massa, muito frequentes nesta região. Estes Chernossolos ocupam áreas de relevo ondulado a fortemente ondulado que dificultam a mecanização e exigem práticas conservacionistas intensivas. Já os Neossolos, devido a sua pouca espessura, e por ocorrerem em regiões de relevo forte ondulado e montanhoso, em geral com pedregosidade e afloramento de rochas mostrando alta suscetibilidade à erosão hídrica, apresentam restrições para culturas anuais. Áreas com declividade superior a 30% devem ser mantidas com cobertura vegetal natural, constituindo áreas de preservação permanente. Nessas áreas de encosta, nas proximidades do Pró-Mata, ocupadas por vegetação originalmente florestal, desenvolveu-se intensa colonização, em pequenas propriedades rurais, sendo o manejo do solo feito de modo bastante rudimentar. Apesar dos fatores limitantes, elas têm sido ocupadas com culturas bastante diversificadas, como milho, feijão, frutíferas e outras, em decorrência da boa qualidade química que esses solos apresentam e da estrutura de posse efetiva da terra da região.

4.2 Clima

Na área de estudo, os tipos de clima são influenciados por duas regiões morfo-climáticas: a Região Planáltica e a Região da Planície Costeira. Estas

69 regiões determinam a ocorrência de dois climas predominantes: o clima subtropical superúmido a úmido, e o clima subtropical úmido à medida que descemos das áreas de planalto para o litoral (Fig. 05).

51o 00' 50o 00' 29o 00' C3f C3m C2m Cambará do Sul D1q D1f D1q Caxias do Sul C1f C3f C2f D1m

B3f Torres B3m Canela C3q C3m C2m C1m B1f B2f C2m B2m C2q Taquara B3m C1m

D1q C2m

D1m

Canoas D2q Tramandaí D3q 30 o 00' Figura 5. Variações mesoclimáticas no espaço regional. O retângulo vermelho demarca a área de estudo.

O clima geral da Região Planáltica é classificado como do tipo Cfb1 -

clima subtropical da classificação de Köppen. A temperatura média anual situa- se em torno de 16°C, sendo a média no mês de janeiro de 20°C (mês mais quente), e em julho (mês mais frio) um pouco inferior a 11°C. A média das máximas no mês de janeiro é de 27°C, e das mínimas no mês mais frio fica entre 6 e 7°C (IBGE, 1986). Devido à influência das correntes úmidas, provenientes da Frente Polar Atlântica, e por situar-se em posição altimétrica relativamente elevada, o grau de umidade desta área é consideravelmente elevado, traduzindo-se por totais pluviométricos entre 1.750 e 2.500 mm anuais, sendo os meses mais chuvosos janeiro, fevereiro e setembro e o menos chuvoso novembro. O balanço hídrico médio anual mostra excedentes hídricos todos os meses, perfazendo uma média

70 anual superior a 1.209mm. Tais características definem o clima da área Planáltica como Superúmido a Úmido (B) (Tabs 2, 3). O número de ocorrências de geada é, em média, superior a trinta dias por ano. A região também é palco de nevadas que, embora não ocorram todos os anos, constituem ali importante atração turística.

Tabela 2. Parâmetros das variações mesoclimáticas em relação às características hídricas no espaço climático regional. Fonte: IBGE (1986).

Indíce de Precipitação Exc. hídrico no meses Def. hídrico no meses def. Clima Regional Mesoclima umidade anual (mm) anual (mm) exc. hídrico anual (mm) hídrico B1 Forte > 200 2.000 - 2.500 800 - 1.200 11 a 12 < 100 0 a 1 SUPERÚMIDO B2 Médio 60 -100 2.000 - 2.500 800 - 1.200 9 a 12 < 100 0 a 1 A ÚMIDO (B) B3 Fraco 60 - 100 1.750 - 2000 400 - 800 9 a 12 < 100 0 a 1 C1 Forte 40 - 100 1.500 - 2000 400 - 800 7 a 12 < 100 0 a 1 ÚMIDO (C) C2 Médio 20 - 60 1.200 - 1.750 400 - 800 5 a 10 < 100 0 a 1 C3 Fraco 20 - 60 1.200 - 1.750 100 - 800 5 a 12 < 100 0 a 4

Tabela 3. Parâmetros das variações mesoclimáticas em relação às caraterísticas térmicas no espaço climático regional. Fonte: IBGE (1986).

CLIMA Meso- Temp. média Temp. máx. Temp. mín. REGIONAL clima anual (oC) jan. (oC) jul. (oC)

B1f <16 29,0 7,0 B2f <16 28,0 6,0 B2m 16-18 29,0 7,0 B3m 16-18 29,0 7,0 C1m 16-18 31,0 7,0 C2m 16-18 31,0 7,0 C3m 16-18 31,0 7,0

A região da Planície Costeira Norte, cuja área morfoclimática apresenta altitudes menores que 100 metros, tem seu clima controlado por massas de ar de origem tropical marítima (mT) e polar marítima (mP), as quais se originam no Anticiclone do Atlântico e no Anticiclone Móvel Polar. Secundariamente, a região recebe influência da massa tropical continental (cT) com origem no centro do continente sul-americano (Hasenack & Ferraro, 1989).

71 Na primavera-verão, quando a insolação é mais intensa no hemisfério sul e o Anticiclone de Santa Helena (Anticiclone subtropical semi-permanente do Atlântico Sul) está mais deslocado para o sul, a área recebe influência da borda instável deste, com ventos predominantemente de nordeste e com precipitações do tipo convectivo, intensas e de curta duração. No outono-inverno, quando o Anticiclone Santa Helena está mais deslocado para o norte, a área passa a receber Ciclones e Anticiclones Migratórios Polares, associados à descontinuidade da Frente Polar. À medida que percorrem superfícies mais aquecidas no seu deslocamento em direção norte-nordeste, instabilizam-se gerando precipitação do tipo frontal, prolongadas e menos intensas que no verão. Os Ciclones conduzem atrás de si os Anticiclones Migratórios, responsáveis pela queda brusca da temperatura e pela estabilidade após a passagem da frente. Segundo Köppen, o clima da região é do tipo Cfa ou Subtropical úmido. As temperaturas médias do mês mais quente superam os 22°C e as do mês mais frio situam-se entre -3°C e 18°C. A precipitação é uniforme durante todo o ano. Podem, no entanto, ocorrer períodos ocasionais de seca quando da ação da massa cT (tropical continental), por tempo maior que o habitual. A região climática do litoral apresenta no Estado a menor amplitude térmica em função da maritimidade. A temperatura média anual situa-se próxima aos 20°C e a amplitude térmica varia em torno de 9°C na região de Osório. A umidade relativa do ar, um pouco mais elevada no inverno, deve-se às menores temperaturas nessa estação, já que tanto a massa mT quanto a massa mP possuem elevado teor de umidade. Nos municípios localizados na base da escarpa da Serra Geral, as massas originárias do oceano se condensam e precipitam junto à encosta devido ao efeito orográfico, estabelecendo um valor médio anual de precipitações, maior que nos outros municípios. Em geral, os ventos na região são predominantes de nordeste, oriundos do Anticiclone de Santa Helena, com direções secundárias de leste no verão e de oeste no inverno, quando da penetração dos Ciclones Migratórios Polares.

72 4.3 Hidrografia 4.3.1 As Águas Superficiais A rede hidrográfica na área do CPCN Pró-Mata pertence à Região Hidrográfica Litorânea, integrante do sistema Atlântico Sul/Sudeste, conforme sistematização efetuada pelo MMA/DNAEE (1992). Nesta região ondulada do Planalto, estão as nascentes de dois rios que descem a escarpa da Serra Geral: o rio Maquiné, que desemboca na lagoa dos Quadros, e o rio Três Forquilhas, que deságua na lagoa Itapeva. Eles pertencem à bacia hidrográfica do rio Tramandaí, no litoral norte do Rio Grande do Sul. A área abrange as sub-bacias dos arroios Bananeiras, do Padre, Bernardes e Três Pinheiros, afluentes da margem direita do rio Três Forquilhas e as dos arroios Garapiá, Forqueta, Ligeiro e Encantado, afluentes da margem esquerda do rio Três Forquilhas. Estes rios se caracterizam por possuírem, em seu alto e médio curso, regime torrencial, vales fortemente encaixados em “V”, e perfis longitudinais irregulares e abruptos. No baixo curso, desenvolvem amplas planícies aluviais que se interconectam aos sistemas lagunares da Planície Costeira. As águas superficiais do Litoral Norte, embora submetidas a diferentes processos de contaminação (esgoto cloacal e esgoto pluvial de áreas urbanas, fertilizantes e defensivos agrícolas, depósitos oficiais e clandestinos de lixo), abastecem as aglomerações urbanas da região, sendo retiradas principalmente das lagoas que compõem o sistema costeiro-lagunar.

4.3.2 As Águas Subterrâneas Os recursos hidrogeológicos da região de estudo são determinados por três sistemas de aquíferos: os aquíferos fraturados, formados pelas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral; os aquíferos granulares, constituídos pelos arenitos da Formação Botucatu; e os aquíferos costeiros originados pelos sedimentos arenosos. No Planalto e na Serra Geral, parte da água infiltra-se pela rede de fraturas, as dos derrames e aquelas maiores, de envergadura regional, por onde circula, constituindo o que se chama de lençol freático. Outra parte escorre

73 superficialmente, removendo o manto de alteração superficial das rochas impermeáveis, gerando amplas exposições das rochas dos derrames, os lajeados. Em depressões impermeabilizadas pelos perfis de solo argilosos, as águas dão origem aos banhados onde se desenvolvem as turfeiras que aparecem em meio aos campos. Quando as zonas de fraturamento horizontal interceptam a superfície do terreno, na encosta da serra, nas vertentes dos vales e nos anfiteatros, o lençol freático aflora, gerando fontes, os olhos d’água, onde a vegetação de grande porte, arbórea, se instala, usufruindo da umidade. Aí se desenvolve a Mata de Araucárias. A Mata Atlântica que ornamenta a encosta da Serra Geral também, em parte, é condicionada por esse processo que, em última análise, é responsável pelo elevado grau de biodiversidade apresentado pela região. No que se refere à água subterrânea, esta região tem sido alvo de uma série de estudos, dentre os quais se destacam Hausmann (1966), Samberg (1980), Takahashi (1991), Takahashi et al. (1993), Frasca & Lisboa (1993), Wrege & Abreu (1992) e Lisboa (1996). Os trabalhos revelam que a potencialidade de captação de água subterrânea, nas áreas de planalto, é determinada pelo tamanho da zona fraturada por fenômenos tectônicos e da situação geomorfológica. As principais características desses aquíferos foram apresentadas por Hausmann (1966) e estão relacionadas com o intenso fraturamento que essas rochas costumam apresentar. As fraturas decorrentes do resfriamento dos derrames, somadas àquelas originadas por movimentações tectônicas, permitem bom armazenamento e transporte de água a partir de áreas de recarga. Presotto et al. (1973) citam valores entre 40 e 50 mil l/h, como vazões típicas em rochas basálticas fraturadas. Em geral, a produção dos poços tubulares na área de rochas basálticas é da ordem de 15.000 l/hora, com água de excelente qualidade, em profundidades médias de 90 metros. E, quando as escavações atingem o arenito Botucatu sotoposto, o rendimento pode ser bastante superior.

74 Lisboa (1996), ao descrever a hidrogeologia do Sistema Aquífero Serra Geral para o Rio Grande do Sul, por ele denominado, caracterizou a Unidade Hidrogeológica Efusivas Ácidas da Fachada Atlântica Aplainada, onde está incluída boa parte da área do projeto, como detentora de lineamentos tectônicos de médio e pequeno porte, orientados principalmente na direção nordeste. O relevo é pouco dissecado e o manto de alteração apresenta uma espessura média, entre 6 a 12 metros. Segundo o autor (op cit.), a recarga é favorecida pelo manto de alteração que alimenta os lineamentos de médio e pequeno porte, os quais abastecem as fraturas em profundidade, onde ocorre fluxo turbulento e irregular. Devido ao relevo não-dissecado, às grandes altitudes e aos profundos níveis potenciométricos do Sistema Aquífero Botucatu sotoposto, presume-se que nesta região haja recarga deste último a partir do Sistema Aquífero Serra Geral. O autor concluiu mencionando que a Unidade Hidrogeológica Efusivas Ácidas da Fachada Atlântica Aplainada possui bom potencial aquífero nos lineamentos de médio porte, regular nos lineamentos de pequeno porte e baixo fora dessas duas condições. Wrege & Abreu (1992), ao conduzirem um diagnóstico qualitativo da água subterrânea no Rio Grande do Sul, comentaram que a grande fonte alimentadora desses aquíferos são as chuvas. Afirmaram ainda que as águas subterrâneas do Planalto estão, no geral, suficientemente protegidas da poluição, devido à existência da camada de rocha alterada superficial. Ou seja, como o trajeto das águas é o de passar pelo solo, o que faz lentamente por este ser argiloso e, ao chegar à rocha sã, percolar rapidamente pelas fraturas até os exutórios, ou seja, às nascentes e fontes, o tempo total de percurso da entrada até o exutório é, em geral, curto (semanas a meses); assim, é de se esperar que, geralmente, a qualidade das águas subterrâneas seja aceitável. Como há, por vezes, ocorrências de minerais carbonatados, localmente a água pode ser dura. Entretanto, nas áreas em que existem culturas extensas com uso excessivo e continuado de aditivos agrícolas, é bem provável que as águas subterrâneas se encontrem contaminadas.

75 No que diz respeito às águas subterrâneas contidas nos arenitos Botucatu, sotopostos aos derrames vulcânicos, devido às condições físicas de armazenamento (altas pressões e temperaturas, longo tempo de contato), elas tendem a ser mais mineralizadas e apresentar temperaturas de até 80°C. A considerável permebilidade intergranular do arenito Botucatu o caracteriza como um importante aquífero de dimensões regionais e provoca um comportamento diferenciado nos cursos d’água, cujas nascentes ocorrem nas rochas basálticas, ocasionando significativas alterações do leito, constituindo áreas de recarga de aquíferos (Souza et al.,1997). A produção dos poços nestes aquíferos é da ordem de 15 m3/h, para poços tubulares com profundidade média de 90 metros e rebaixamento de 38 metros, e nível estático médio de 7 metros. Em cruzamentos de fraturas tectônicas, os poços podem render de 50 a 100 m3/h, se adequadamente locados e construídos (Souza et al., op cit.). Não obstante a importância dos recursos hídricos ligados às sequências vulcânicas, é na Planície Costeira que se encontram os maiores mananciais da região, tanto em superfície, nos lagos costeiros (as lagoas), como em subsuperfície, no freático dos depósitos arenosos. A qualidade da água subterrânea na Planície Costeira, devido à grande variedade de tipos sedimentares apresentadas, varia de local para local. Wrege & Abreu (1992) comentaram que, mesmo em um perfil vertical, em um mesmo poço, a qualidade da água varia com a profundidade, pois há vários aquíferos superpostos. Existe ainda a presença de águas conatas marinhas (aprisionadas na deposição dos sedimentos), de alta salinidade. Nas zonas costeiras também há a possibilidade de intrusões marinhas nas zonas de água doce, por excesso de exploração ou, até, por escassez de chuvas nos anos mais secos. Nas áreas arenosas a água tende a ser de boa qualidade, enquanto nas zonas mais argilosas a quantidade de íons disolvidos tende a aumentar. De um modo geral, a qualidade dessas águas é aceitável. Machado & Freitas (2005), incluíram estes aquíferos em três sistemas

76 distintos. O Sistema Aquífero Serra Geral II (sg2), o Sistema Aquífero Serra Geral III (sg3) e o Sistema Aquífero Quaternário Costeiro II (qc2). O sg2 pertence à Unidade Hidroestratigráfica Serra Geral, no nordeste do estado, e suas litologias são predominantemente riolitos e riodacitos e, em menor proporção, basaltos fraturados. A capacidade específica é inferior a 0,5 m3/h/m, entretanto, em áreas fraturadas ou com arenitos na base do sistema ela pode ser maior que 2 m3/h/m. As salinidades apresentam valores baixos, geralmente > 250 mg/l. Valores maiores de pH, salinidade e teores em sódio, podem ser encontradas em áreas influenciadas por descargas ascendentes do Sistema Aquífero Guarani. O sg3 encontra-se nas porções mais elevadas dos derrames da Unidade Hidroestratigráfica Serra Geral, na região litorânea do estado. As litologias podem ser localmente ácidas (riolitos e riodacitos) ou básicas (basaltos). Os fraturamentos, mesmo quando intensos, são descontínuos devido à dissecação do relevo. Não é recomendável a perfuração de poços tubulares nessas regiões isoladas e de grande altitude. As águas das fontes são de baixa salinidade. O qc2 inclui aquíferos relacionados com os sedimentos da planície costeira localizados na região lagunar interna, junto aos contrafortes da Serra Geral. Compõem-se de uma sucessão de areias finas, inconsolidadas, esbranquiçadas, e argilas cinza. A capacidade específica média é em média < 0,5 m3/h/m e as salinidades entre 800 e 1500 mg/l. Em grande profundidade as águas são salinas, com sólidos totais dissolvidos entre 600 e 2000 mg/l.

4.4 Qualidade das Águas Superficiais A qualidade das águas superficiais do Pró-Mata deverá ser estudada e os dados disponibilizados à comunidade.

77 4.5 Vegetação e Flora 4.5.1 Vegetação Enquadramento fitogeográfico e fitoecológico Para melhor enquadrar fitogeograficamente o CPCN Pró-Mata, convém que seja utilizada uma classificação que inicie com uma macroescala de âmbito continental para escalas regionais e setoriais mais específicas, como a proposta por Cabrera & Willink (1973). O CPCN Pró-Mata está inserido na Região Fitogeográfica Neotropical, a qual se estende desde o extremo sul dos Estados Unidos até o Estreito de Magalhães. Mais especificamente, pertence ao Domínio Amazônico, que cobre a maior parte da América do Sul e parte da América Central, cuja superfície apresenta cerca de cinco milhões de quilômetros quadrados em clima quente e úmido, constituindo-se no território de maior biomassa da Terra. Duas províncias biogeográficas exercem forte influência no CPCN Pró-Mata, determinando sua fitofisionomia e constituição florística: a Paranaense, que se estende desde o sudeste da América do Sul (incluindo áreas do Brasil, Paraguai e Argentina) até o centro do Rio Grande do Sul, cuja vegetação predominante é a floresta subtropical, além de bosques de Araucária e vegetação campestre; e a Atlântica, que ocupa uma estreita faixa da costa que se estende do nordeste do Brasil até o litoral norte do Rio Grande do Sul, cuja vegetação clímax é a floresta pluvial. A província Paranaense contribui para a vegetação e flora do Pró-Mata, basicamente, com elementos dos distritos dos Pinhais e dos Campos. Do distrito dos Pinhais, salientam-se, além da Araucária, várias mirtáceas e lauráceas. Do distrito dos Campos, um tapete gramináceo herbáceo, além de alguns arbustos e árvores isoladas. A província Atlântica contribui com um notável número de espécies arbóreas, palmeiras, lianas e epífitos, sobretudo orquídeas, bromeliáceas e pteridófitas. IBGE (1986) apresenta a vegetação do Rio Grande do Sul dividida em Regiões Fitoecológicas, baseado na proposta de Veloso & Góes-Filho (1982)

78 que buscavam a adoção de uma terminologia fitogeográfica neotropical, utilizando um sistema fisionômico-ecológico de classificação da vegetação. Segundo essa classificação, a cobertura vegetal do CPCN Pró-Mata está sob influência direta das seguintes Regiões Fitoecológicas: Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa e Savana (Estepe, segundo IBGE, 2004). A Floresta Ombrófila Mista - também conhecida por denominações como Mata de Araucária, Floresta Subcaducifólia Subtropical com Araucária, Pinhal e Pinheiral -, caracteriza-se pela presença da Araucária, sendo uma formação florestal típica do Planalto Meridional do Brasil. Sua ocorrência atual, restrita ao sul do paralelo de 24°S ou a altitudes superiores a 800 metros localizadas um pouco mais ao norte (serra da Mantiqueira), sugere que a floresta de Araucária, em épocas pretéritas, frias e secas quaternárias, estendia-se por altitudes bem inferiores às atuais (Leite & Klein, 1990). Segundo Klein (1960), dadas as condições climáticas atuais, as comunidades com Araucária, devido ao seu caráter pioneiro e fortemente heliófilo, constituem fases sucessionais, não se regenerando sob o dossel da mata, sendo substituída por associações da mata pluvial. No Rio Grande do Sul, a Floresta Ombrófila Mista ocorre predomi- nantemente no quadrante nordeste do Estado, sobretudo nas nascentes dos grandes rios e descendo seus vales até altitudes de 400-500 metros (Klein, 1984). De acordo com o sistema fitogeográfico de IBGE (1986), o CPCN Pró- Mata está inserido numa área que pertence à formação montana, a qual está delimitada pelas cotas altimétricas compreendidas entre 400 e 1000 metros da região da Floresta Ombrófila Mista. A formação Montana faz limite, sobretudo com a região da Estepe, onde a araucária avança desordenadamente, seja sob a forma de florestas de galeria, capões de variadas dimensões, ou agrupamentos quase puros. Ao sul, a formação montana limita-se com as regiões da floresta estacional decidual e semidecidual, em altitudes compreendidas entre 400 e 800 metros, observando-se, nas áreas limítrofes, interpenetrações de espécies típicas de cada floresta.

79 A imigração italiana, iniciada em 1874, promoveu severas transformações na paisagem natural dominada pela araucária, através do desmatamento da floresta e implantação de culturas cíclicas como trigo, milho, feijão, além de frutíferas como a videira e pequenas áreas de pastagem. A falta de um manejo adequado do solo fez com que a erosão provocasse uma gradual degradação dos terrenos ocupados e consequente diminuição dos rendimentos agrícolas, obrigando os colonos a desbravar novos trechos de floresta, os quais eram abandonados após cultivos sucessivos, levando a novos desmatamentos. O interesse comercial madeireiro, surgido mais tarde, levou à supressão da araucária quase que por completo. São as seguintes as espécies predominantes na floresta ombrófila mista: no estrato emergente, Araucaria angustifolia; no estrato dominante, Cryptocarya aschersoniana (canela-areia), Ocotea pulchella (canela-lajeana), Ocotea puberula (canela-guaicá), Prunus myrtifolia (pessegueiro-bravo), Mimosa scabrella (bracatinga) e outras; no subosque destacam-se Lithraea brasiliensis (aroeira-braba), Calyptranthes concinna (guamirim-ferro), Myrceugenia euosma (guamirim), Myrciaria tenella (camboim), Ilex paraguariensis (erva-mate), e outras. Segundo Leite & Klein (1990), apenas 10% da área original da floresta ombrófila mista ainda existe, sendo, na maioria, formas relictuais antropizadas. Os 90% restantes constituem áreas de produção de alimentos, principalmente grãos, constituindo-se num importante celeiro do país. Nos solos de melhor qualidade, relacionados aos relevos suaves, pratica-se o rodízio trigo/soja/trigo com intercalação, principalmente, de milho. No Planalto das Araucárias, a Estepe desenvolve-se tanto em áreas de relevo ondulado como forte ondulado, na sua maior parte sobre cambissolos, latossolos e solos litólicos, rasos, derivados de rochas efusivas ácidas e básicas. A região da Estepe é fundamentalmente determinada por algumas condições físicas, quais sejam: clima estacional, solos relativamente rasos, relevo em geral aplainado e pedogênese férrica. A cobertura herbácea é constituída por gramíneas cespitosas (hemicriptófitas), onde predomina

80 Andropogon lateralis (capim-caninha), acompanhado de outras espécies menos expressivas dos gêneros Andropogon, Paspalum, Panicum, Axonopus, Setaria, assim como por representantes das famílias Asteraceae, Cyperaceae, Fabaceae, entre outras. Nos locais mais úmidos e ao longo dos banhados, a composição florística muda consideravelmente, predominando Schizachyrium condensatum, junto a ciperáceas dos gêneros Cyperus e Rhynchospora, juncáceas, xiridáceas, orquidáceas e outras. A ação antrópica sobre as formações campestres iniciou no século XIX, em que a queimada dos campos já era prática regular. Tal ação visa eliminar partes não comestíveis e promover a rebrota do pasto, o que acarretou em uma significativa alteração da composição florística original, pelo maior desenvolvimento de espécies rizomatosas, resistentes ao pisoteio e ao fogo. A mobilização de algumas áreas para cultivos agrícolas determinou intensa disseminação de plantas invasoras da agropecuária, tais como Pteridium aquilinum (samambaia-das-taperas), Senecio brasiliensis (maria-mole), Eryngium horridum (caraguatá), Cyperus spp. (tiriricas), Sida spp. (guanxumas), Richardia brasiliensis (poaia), entre outras. Essa formação apresenta elementos lenhosos isolados, agrupados sob a forma de capões ou compondo vegetação ciliar de porte ao longo dos cursos d’água. A composição florística é típica da floresta ombrófila mista, onde a Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro) predomina fitofisionomicamente; entre outras espécies mais características destacam-se: Dicksonia sellowiana (xaxim), Erythrina cristagalli (corticeira-do-banhado), Acca seliowiana (goiabeira-da- serra), Lithraea brasiliensis (aroeira-braba) e Podocarpus lambertii (pinheiro- bravo). Segundo IBGE (1986), a Floresta Ombrófila Densa estende-se ao longo da costa atlântica brasileira, ocupando terras baixas cenozóicas, encostas e escarpas das rochas cristalinas pré-cambriânicas, além de terrenos sedimentares e basálticos do permiano ao juracretáceo. O clima ombrófilo desta região fitoecológica propiciou a predominância de árvores de grande porte, com copas largas e densas, formando um subosque de microclima uniforme.

81 Na área do CPCN Pró-Mata verifica-se a formação que ocupa áreas com altitudes superiores a 400 metros. Sua composição arbórea é constituída, além de Ocotea catharinensis (imbuia), Ocotea odorifera (canela-sassafrás), Alchornea sidifolia (tanheiro) e um grande número de mirtáceas. Em áreas de maior altitude, em grande parte do ano sob intensa neblina, verifica-se a “Matinha Nebular” (termo criado pelo Padre Balduíno Rambo), constituída por um pequeno número de espécies, sobretudo Drimys brasiliensis (casca-d’anta), Siphoneugena reitzii (cambuí), Gunnera manicata (urtigão), entre outras plantas. A acentuada intervenção humana verificada nessa região fitoecológica transformou grande parte da exuberante e luxuriante floresta ombrófila em fragmentos de vegetação secundária com diferentes estágios de regeneração. Nas primeiras fases de sucessão, são predominantes espécies herbáceas de gramíneas, compostas e pteridófitas, sendo substituídas por um contingente arbustivo constituído principalmente por Baccharis spp. e, mais tarde, por espécies de mirsináceas e melastomatáceas.

Aspectos Gerais

O CPCN Pró-Mata caracteriza-se por possuir grande extensão de florestas em diferentes estágios sucessionais, devido às atividades antrópicas ocorridas no passado, principalmente a exploração seletiva do pinheiro- brasileiro, ou araucária, e as queimadas para o estabelecimento de cultivos de milho e trigo ou para a pecuária extensiva (Bertoletti & Teixeira, 1995). A vegetação original, tomando-se por base os dados atuais disponíveis, estava dividida em formações florestais e não florestais. As formações florestais estão representadas pela Floresta Ombrófila Mista e Floresta Ombrófila Densa (Teixeira et al., 1986). As formações não florestais estão representadas, sobretudo, por vegetação campestre, às vezes de origem antrópica, a qual é denominada de Savana por IBGE (1986), e Estepe Gramíneo-Lenhosa (campo limpo) por Veloso et al. (1991) e IBGE (2004), sendo esta a denominação adotada no presente plano de manejo, por ser a designação mais amplamente

82 aceita na literatura. Além da Estepe Gramíneo-Lenhosa, verificam-se na área pequenas manchas de vegetação herbácea do tipo turfeira (Baaske, 2001). Para a estimativa da cobertura vegetal de cada uma das formações na área do CPCN Pró-Mata, é adotado o mapa de vegetação criado por Baaske (2001, com modificações), o qual foi baseado na cota de 600 metros, tendo sido alterado de modo a se adequar ao novo traçado dos limites do Centro de Pesquisas (cota de 800 metros) (vide Carta 7). A formação campestre (Estepe Gramíneo-Lenhosa, fig. 6) ocupa duas pequenas manchas situadas a noroeste da área, onde está localizada a entrada de acesso ao Centro de Pesquisas, sendo perfeitamente distinguíveis em imagens de satélite (Globo terrestre, 2008) e nos mapas apresentados em Bertoletti & Teixeira (1995) e Baaske (2001). Estas manchas fazem parte dos limites meridionais da formação estépica que se estende sobre o Planalto das Araucárias (IBGE, 1986). No CPCN Pró-Mata, esta formação ocupa 146,57 ha, correspondendo 4,73% da área (Baaske, 2001, com modificações). A espécie dominante é Andropogon lateralis (capim-caninha), em geral acompanhada por diferentes espécies do gênero Baccharis (IBGE 1986; Bertoletti & Teixeira, 1995). Deve-se lembrar que a formação campestre do Pró-Mata, por apresentar- se protegida da ação do fogo e do pastejo desde 1994, vem tendo sua área gradativamente reduzida pelo avanço da floresta sobre a mesma, o qual se verifica a partir da sua borda sobre o campo (Oliveira, 2003). A vegetação herbácea do tipo turfeira (“Moor”, segundo Baaske, 2001) encontra-se dispersa em pequenas manchas no CPCN Pró-Mata, estando inserida tanto na estepe quanto nas formações florestais, abrangendo uma área de cerca de 67,61 ha, ou 2,18% do total (Baaske, 2001, com modificações). Caracteriza-se pelo solo saturado em umidade, com alta acidez e baixos níveis de oxigênio. A espécie predominante é a briófita Sphagnum sp., a qual forma densos e macios tapetes herbáceos. Também são encontrados líquens do gênero Cladonia, pteridófitas dos gêneros Blechnum (Fig. 7) e Osmunda, várias espécies de gramíneas e ciperáceas, algumas asteráceas, como Senecio juergensii (Fig. 8) e Trixis lessingii, entre outras (Baaske, 2001).

83 As formações florestais são predominantes no CPCN Pró-Mata, e ocupavam, originalmente, mais de 90% da área total. Atualmente, devido às intervenções humanas verificadas nas últimas décadas, a floresta primária cedeu espaço para formações secundárias em diferentes estágios de desenvolvimento, além de plantios de espécies exóticas e construção de benfeitorias, açudes e vias de acesso. As fitofisionomias da área compreendem duas formações florestais distintas e contíguas, a Floresta Ombrófila Mista (mata com araucária) - a mais extensa na área do CPCN Pró-Mata, presente aproximadamente a partir da cota altimétrica de 900 m e adentrando a região do Planalto -, e a Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica senso estrito), restrita localmente à escarpa da serra, ou patamares da Serra Geral, até a cota de 900 m. As manchas florestais que, apesar das intervenções antrópicas ainda mantêm características florístico-fisionômicas as quais permitem um enquadramento fitoecológico abrangem, segundo Baaske (2001, com modificações), 2.203,72 ha, ou 71,14% da área, dos quais 1.728,91 ha (55,81%) correspondem à Floresta Ombrófila Mista e 474,81 (15,33%) à Floresta Ombrófila Densa. Ainda de acordo com Baaske (op. cit), considerando apenas a vegetação arbórea, mesmo aquela introduzida e em estágios sucessionais intermediários, a Floresta Ombrófila Mista ocupa 63,68% da vegetação florestal, e a Floresta Ombrófila Densa, aproximadamente 17,49%. A Floresta Ombrófila Mista, a qual está adaptada a um clima subtropical, com até cinco meses de frio, sem estação seca, ocupa os relevos ondulado e suavemente ondulado nas cotas superiores da área. Nesta floresta destaca-se, no estrato emergente, o pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia, fig. 9), e no estrato dominante o guamirim-ferro (Myrcia retorta), canela-lajeana (Ocotea pulchella) e a bracatinga (Mimosa scabrella, fig. 10) como espécies mais características. No subosque, podem ser observadas, por exemplo, casca-d’anta (Drimys angustifolia, fig. 11), os camboins (Siphoneugena reitzii, Myrciaria floribunda) e o guamirim (Myrceugenia euosma).

84 A Floresta Ombrófila Densa está vinculada a um clima tropical, com até 30 dias frios, e alta umidade, recobrindo predominantemente as escarpas e a borda dos aparados da serra. Apresenta composição florística diversificada ao longo do gradiente altitudinal, estando presentes as canelas (Ocotea spp. e Nectandra spp.), além de mirtáceas dos gêneros Eugenia, Myrceugenia e Calyptranthes (IBGE, 1986; Bertoletti & Teixeira, 1995). Na borda do planalto, uma faixa estreita é ocupada pela “Matinha Nebular” (Rambo, 1951). Constituída por vegetação raquítica, com indivíduos tortuosos e grande abundância de epífitos avasculares, é vinculada, às vezes, à Floresta Ombrófila Densa e, outras, à Floresta Ombrófila Mista (IBGE, 1986).

Figura 6. Paisagem situada no quadrante noroeste da área do Pró-Mata, em que se observa, em primeiro plano, vegetação campestre (Estepe Gramíneo-Lenhosa) e, ao fundo, Floresta Ombrófila Mista.

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Figura 7. Blechnum imperiale, espécie comum em ambiente de turfeira no Pró-Mata.

Figura 8. Senecio juergensii, espécie comum em ambiente de turfeira no Pró-Mata.

86

Figura 9. Araucaria angustifolia (pinheiro-brasileiro), espécie que determina a fisionomia da Floresta Ombrófila Mista.

Figura 10. Mimosa scabrella (bracatinga), espécie característica da Floresta Ombrófila Mista.

87

Figura 11. Drimys angustifolia (casca-d’anta), espécie característica do subosque da Floresta Ombrófila Mista.

Estado de Conservação A vegetação do CPCN Pró-Mata apresenta-se como um mosaico de manchas de vegetação cuja origem dá-se pela sua tipologia enquanto formação primária ou região fitoecológica ou pela intervenção humana sofrida nessas categorias vegetacionais originais, sobretudo nas últimas décadas. Assim, quanto ao seu estado de conservação, apresenta-se bem conservada em alguns pontos e impactada em outros. Os impactos antrópicos verificados sobre a vegetação do CPCN Pró-Mata foram apresentados pela primeira vez por Bertoletti & Teixeira (1995), quando a sede ainda encontrava-se em construção. As intervenções humanas sobre a floresta ocorreram, sobretudo, devido à exploração da Araucaria angutifolia e, em menor escala, de outras espécies arbóreas ao longo de várias décadas. O corte raso da floresta em algumas áreas, objetivando a instalação de lavouras de culturas cíclicas e o reflorestamento, possibilitou, após o abandono das mesmas, o desenvolvimento de vegetação secundária em diferentes estágios

88 sucessionais. O corte raso para instalação de lavouras deu-se de forma mais acentuada, segundo Bertoletti & Teixeira (1995), nas encostas ocupadas com a Floresta Ombrófila Densa. Sobre a Estepe Gramíneo-Lenhosa, a pecuária instalada na região no final do século XVII foi o principal impacto, a qual alterou a composição florística sobretudo pela pressão de pastejo e pelo uso do fogo para renovação das pastagens (Bertoletti & Teixeira, 1995). A ausência dos impactos acima citados desde meados da década de 1990 no Pró-Mata vem permitindo que a floresta avance de forma gradual sobre a vegetação campestre (Oliveira, 2003), fazendo com que esta formação tenha sua área reduzida com o passar do tempo. Também são observadas espécies exóticas invasoras em alguns pontos, como o pínus (Pinus sp.) e o tojo (Ulex europaeus, fig. 12). Consideraremos bem conservadas aquelas áreas cuja fisionomia, estrutura e composição florística permitem classificá-las nas tipologias que vem sendo adotadas no presente plano. Por outro lado, são classificadas de impactadas aquelas que sofreram intensa intervenção humana no passado, atualmente ocupadas com espécies exóticas ou que se apresentam em diferentes estágios de sucessão secundária. Nesse contexto, podem ser consideradas bem conservadas as áreas ocupadas com Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa, Estepe Gramíneo-lenhosa e áreas de turfeira. Segundo Baaske (2001, com modificações), as florestas primárias (entendam-se por “primárias” aquelas florestas que, apesar de terem sofrido corte seletivo em diferentes graus, não sofreram corte raso) ocupam uma área correspondente a cerca de 70% do total do CPCN Pró-Mata. A Estepe Gramíneo-Lenhosa é responsável por aproximadamente 4,7%, enquanto as turfeiras, por 2,2% do total. Em síntese, têm-se mais de três quartos (cerca de 78%) da área que pode ser considerada bem conservada. As áreas aqui consideradas impactadas envolvem aquelas ocupadas com plantios de pínus e as manchas de vegetação secundária em estágio inicial de

89 sucessão (capoeira) e em estágio médio de regeneração, as quais foram classificadas de acordo com a Resolução CONAMA n° 33/1994 (BRASIL, 2008). As manchas de vegetação secundária em estágio médio de regeneração apresentam diferentes arranjos vegetacionais, com predomínio principalmente de Tibouchina (Fig. 13) e/ou Dasyphyllum (Fig. 14), ocupando 485,57 ha (15,68%) da área do CPCN Pró-Mata (Baaske, 2001, com modificações). A vegetação secundária em estágio inicial de regeneração é dominada por grandes arbustos do gênero Baccharis (Fig. 15), constituindo-se em fase sucessional preparatória ao estágio médio, quando outros gêneros gradativamente irão se instalar, até tornarem-se predominantes. Este estágio sucessional é verificado em 104,02 ha (3,36%) da área (Baaske, 2001, com modificações). As manchas com vegetação secundária em estágio inicial e médio de regeneração podem ser observadas em praticamente toda a extensão do CPCN Pró-Mata, mas apresentam predomínio bem mais acentuado na metade norte da área, conforme mapas disponíveis em Bertoletti & Teixeira (1995), Baaske (2001) e Pinheiro (2003). Plantios de pínus observados na área constituem-se em populações senescentes com vários indivíduos já mortos, com acentuada regeneração de vegetação nativa sob as copas. Formados por dois núcleos principais situados mais ou menos na porção central da metade norte do Pró-Mata, ocupam 0,82% da área (Baaske, 2001, com modificações).

90

Figura 12. Ulex europaeus (tojo), espécie exótica invasora.

Figura13. Tibouchina sellowiana (manacá-da-serra), árvore característica e indicadora de fases sucessionais da Floresta Ombrófila Densa.

91

Figura 14. Dasyphyllum spinescens (sucará), árvore característica e indicadora de vegetação secundária em estágio médio de regeneração no Pró-Mata.

Figura 15. Baccharis uncinella (vassoura), espécie característica da vegetação secundária em estágio inicial de regeneração no Pró-Mata.

92 4.5.2 Flora Aspectos Gerais Baaske (2001) apresenta uma relação de 353 espécies de plantas vasculares para o Pró-Mata, distribuídas em 210 gêneros e 87 famílias. Já no diagnóstico ambiental do Planalto das Araucárias (PUCRS, 2002), são listadas 466 espécies de angiospermas, gimnospermas e pteridófitas para a área do Pró- Mata e arredores. Estima-se, porém, que o número de espécies de plantas vasculares deva aumentar consideravelmente na medida em que forem realizados estudos concentrados em táxons isolados. Por exemplo, Caporal & Eggers (2005) citaram 68 espécies de Poaceae para a área, o que representa 41 espécies a mais (151%) em relação à lista apresentada em PUCRS (2002) e 32 (88%) em relação àquela de Baaske (2001). Ferreira & Eggers (2008) levantaram 42 espécies de Cyperaceae, as quais se constituem em 31 novidades (281%) em relação à PUCRS (2002) e à Baaske (2001). Souza & Mondin (2006) apresentaram 17 espécies de Rubiaceae, correspondendo a um acréscimo de 11 espécies (183%) se comparado à lista de Baaske (2001) e 4 espécies (30%) em relação à PUCRS (2002). Com apenas esses três estudos envolvendo táxons em nível de família, foram acrescentadas 74 espécies (21%) à relação de Baaske (2001) e 76 espécies (16%) à lista da PUCRS (2002), as quais passariam a abranger 427 e 542 espécies, respectivamente. Assim, é de fundamental importância que sejam realizados esforços no sentido de que sejam efetuados estudos de táxons específicos no Pró-Mata, visando obter dados mais completos sobre a riqueza florística da área. Asteraceae é a família que aparece com a maior riqueza, englobando mais de 20% das espécies que aparecem listadas em PUCRS (2002) e Baaske (2001). Poaceae e Myrtaceae surgem em seguida, apresentando também números expressivos de espécies. Baaske (2001) destaca ainda as famílias Euphorbiaceae e Solanaceae, enquanto PUCRS (2002) relaciona Orchidaceae e Fabaceae como táxons bem representados na área.

93 Levantamentos fitossociológicos do componente arbóreo em Floresta Ombrófila Mista no Pró-Mata (PUCRS, 2002) apontam Myrtaceae e Lauraceae como as famílias que se destacam em riqueza de espécies nessa formação. Dependendo do estágio de desenvolvimento da mancha florestal, as espécies dominantes apresentaram variação. Assim, em floresta primária madura, a espécie que apareceu como dominante foi Cabralea canjerana (canjerana, fig. 16), enquanto em formações mais jovens, Daphnopsis fascilulata (embira, fig. 17) e Vernonia discolor (vassoura-preta) foram mais representativas. Podocarpus lambertii (pinheiro-bravo, fig.18) e Araucaria angustifolia (pinheiro- brasileiro) se destacam como dominantes em áreas cuja fisionomia é determinada pela presença mais acentuada desta última (PUCRS, 2002). Mello (2006) realizou estudo fitossociológico no Pró-Mata, envolvendo florestas ombrófilas montanas do tipo mista (planalto), densa (encosta) e a zona de contato entre as mesmas (borda do planalto). Das 66 espécies de árvores levantadas, Cabralea canjerana e Myrcia retorta foram as que obtiveram os maiores valores de importância, sendo que a primeira caracterizou a encosta, a segunda o planalto e ambas foram co-dominantes na área de contato entre o planalto e a encosta. Myrtaceae foi a família com maior riqueza, seguida de Lauraceae. As florestas em estágios secundários de regeneração foram classificadas em diferentes tipologias por Baaske (2001), as quais apresentam Tibouchina sellowiana (manacá-da-serra) como espécie predominante, seguida de Myrsine lorentziana (capororoca), Daphnopsis fasciculata (embira), Drimys brasiliensis (casca-d’anta), Weinmania paulliniifolia (gramimunha, fig. 19), Dasyphyllum spinescens (sucará), e outras. A espécie herbácea Coccocypselum pulchellum (piririca, fig. 20) é muito frequente, formando densos tapetes rentes ao solo. A vegetação campestre é constituída por espécies herbáceas e subarbustos pertencentes predominantemente à família das gramíneas (poáceas), seguida de compostas como Trichocline catharinensis (cravo do campo, fig. 21), Senecio conyzaefolius (Fig. 22), leguminosas como Lupinus sp. (Fig. 23), umbelíferas (apiáceas), verbenáceas, ciperáceas, entre outras.

94 Algumas espécies arbustivas e herbáceas são bastante comuns em diferentes formações vegetais do Pró-Mata, sobretudo nas trilhas. Destacam-se representantes de solanáceas, como Solanum variabilis (Fig. 24), S. corymbiflorum (Fig. 25), S. mauritianum (fumo-bravo, fig. 26), asteráceas, como Erigeron maximus (Fig. 27), Jaegeria hirta (Fig.28), Hypochaeris sp. (Fig. 29), rosáceas, como Acaena eupatoria (Fig. 30), rubiáceas - Galium hypocarpium (Fig. 31) -, pteridófitas, como Pteridium aquilinum (samambaia das taperas, fig. 32), Lycopodium sp. (licopódio, fig. 33), e muitas outras. Dentre as lianas, são frequentes Mikania spp., Passiflora caerulea (maracujá-de-cobra) (Fig. 34), Solanum inodorum (Fig. 35), Mutisia speciosa (cravo-divino, fig. 36), Pithecoctenium crucigerum (pente-de-macaco, fig. 37), Anemopaegma prostratum (pente-de-macaco-liso, fig. 38), e outras. A família Myrtaceae destaca-se em riqueza arbórea florestal, ocorrendo espécies como Eugenia handroi (Fig. 39), E. psidiiflora (Fig. 40), Myrceugenia euosma (Fig. 41), M. miersiana (Fig. 42), M. myrcioides (Fig. 43), Myrcia oligantha (Fig. 44), Siphoneugena reitzii (Fig. 45).

95

Figura 16. Cabralea canjerana (canjerana), espécie importante em várias tipologias florestais do Pró-Mata.

Figura 17. Daphnopsis fasciculata (embira), espécie abundante no Pró-Mata.

96

Figura 18. Podocarpus lambertii (pinheiro-bravo), indivíduo megasporofilado, com megaspororfilos solitários que apresentam único rudimento seminal.

Figura 19. Weinmania paulliniifolia (gramimunha).

97

Figura 20. Coccocypselum pulchellum (piririca), espécie herbácea muito frequente na vegetação secundária.

Figura 21. Trichocline catharinensis (cravo-do-campo), espécie campestre da família Asteraceae.

98

Figura 22. Senecio conyzaefolius, espécie campestre da família Asteraceae.

Figura 23. Lupinus sp., espécie campestre da família Fabaceae.

99 Figura 24. Solanum variabilis, arbusto comum nas trilhas do Pró-Mata.

Figura 25. Solanum corymbiflorum, arbusto frequente nos ambientes de trilhas.

100

Figura 26. Solanum mauritianum (fumo-bravo), arbusto ou pequena árvore frequente nas trilhas do Pró-Mata.

Figura 27. Erigeron maximus, erva comum nas trilhas do Pró-Mata.

101

Figura 28. Jaegeria hirta, erva frequente nas trilhas, em locais úmidos e sombreados.

Figura 29. Hypochaeris sp., asterácea frequente nas trilhas abertas do Pró-Mata.

102

Figura 30. Acaena eupatoria, erva frequente nas trilhas, sobretudo próximo à sede do Pró-Mata.

.

Figura 31. Galium hypocarpium, erva frequente nas trilhas mais abertas.

103

Figura 32. Pteridium aquilinum (samambaia das taperas), espécie invasora e indicadora de solos ácidos.

Figura 33. Lycopodium sp. (licopódio), pteridófita frequente nas margens dos caminhos.

104 Figura 34. Passiflora caerulea (maracujá-de-cobra), trepadeira comum sobre a vegetação arbustiva.

Figura 35. Solanum inodorum, liana comum nas bordas das trilhas do Pró-Mata.

105

Figura 36. Mutisia speciosa (cravo-divino), espécie das margens de caminhos.

Figura 37. Pithecoctenium crucigerum (pente-de-macaco), liana frequente no Pró-Mata.

106

Figura 38. Anemopaegma prostratum (pente-de-macaco-liso), liana que cresce sobre a vegetação arbórea.

Figura 39. Eugenia handroi, fruto imaturo. Árvore comum nas florestas do Pró-Mata.

107

Figura 40. Eugenia psidiiflora, pequena árvore frequente no interior da vegetação florestal do Pró-Mata.

Figura 41. Myrceugenia euosma, frequente nas bordas das matas do Pró-Mata.

108

Figura 42. Myrceugenia miersiana, árvore frequente, sobretudo, nas bordas das matas do Pró-Mata.

Figura 43. Myrceugenia myrcioides, árvore comum nas matas do Pró-Mata.

109

Figura 44. Myrcia oligantha, pequena árvore frequente no interior das florestas do Pró- Mata.

Figura 45. Siphoneugena reitzii, frequente nas matas abertas do Pró-Mata.

110 Espécies de interesse especial São inúmeras as espécies com ocorrência natural no Pró-Mata e que podem ser consideradas de interesse especial. Fazem parte desta relação: espécies com particular importância para a biologia da conservação, por integrarem a Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul (pdf disponível no sítio http://www.sema.rs.gov.br); espécies indicadas para reflorestamento, sobretudo na restauração de ambientes perturbados ou degradados; e espécies com interesse medicinal, ornamental, industrial, apícola, madeireiro, etnobotânico ou alimentar. Integram a Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul, 44 espécies ocorrentes no CPCN Pró-Mata (Tab. 4). Cerca de dois terços (66%) das espécies são classificadas na categoria “vulnerável”, 32% na “em perigo” e 2% na categoria “criticamente em perigo” (Fig. 46).

Tabela 4. Espécies ocorrentes no CPCN Pró-Mata que constam na lista oficial de espécies da flora ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul (Decreto estadual nº 42.099/2003). Categorias de ameaça: CR=criticamente em perigo; EN=em perigo; VU=vulnerável.

Família/Espécie Categoria de Ameaça

Alstroemeriaceae Alstroemeria isabellana Herb. (Fig. 49) EN

Apiaceae Eryngium ombrophylum Dusén & Wolff VU

Araliaceae Oreopanax fulvum E. March. VU

Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze VU

Arecaceae Geonoma gamiova Barb. Rodr. CR

Asteraceae Mikania decumbens Malme VU Mikania oblongifolia DC. EN Mikania oreophila M.R.Ritter & Miotto VU Mikania smaragdina Dusén ex Malme VU Pamphalea araucariophila Cabr. VU Pamphalea cardaminifolia Less. EN Pamphalea ramboi Cabr. VU Perezia squarrosa (Vahl) Less. ssp. cubataensis ( Less.) Vuill. (Fig. 50) VU

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Begoniaceae Begonia descoleana Smith et Schubert VU B. fruticosa (Kl.) DC. (Fig. 51) VU

Bromeliaceae Tillandsia gemminiflora Brongniart (Fig. 52) VU Tillandsia mallemontii Glaziou (Fig. 54) EN Tillandsia tenuifolia L. (Fig. 53) VU Vriesea philippocoburgii Wawra VU Vriesea platynema Gaud. (Fig. 55) VU Vriesea rodigasiana E.Morren VU

Clethraceae Clethra uleana Sleumer (Fig. 56) EN

Cunoniaceae Weinmannia paulliniifolia Pohl ex Seringe VU

Dicksoniaceae Dicksonia sellowiana (Presl.) Hook. (Fig. 57) VU

Fabaceae Inga lentiscifolia Benth. (Fig. 58) EN Gesneriaceae Sinningia warmingii (Mart.) Whieler VU

Halorrhagaceae Gunnera manicata Linden (Fig. 59) EN

Lauraceae Nectandra grandiflora Nees (Fig. 60) VU Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer EN Ocotea porosa (Nees et Mart.) L. Barroso EN

Onagraceae Fuchsia regia (Vant.) Munz (Fig. 61) VU

Orchidaceae Cleistes ramboi Pabst EN Oncidium gravesianum Rolfe VU

Passifloraceae Passiflora actinia Hook. (Fig. 62) VU Passiflora organensis Gardner (Fig. 63) EN

Poaceae Agrostis lenis Roseng., B.R. Arrill. & Izag. VU Briza brasiliensis (Nees ex Steud.) Ekman EN Deschampia caespitosa (L.) P. Beauv. VU

Rhamnaceae Rhamnus sphaerosperma Swartz. var. pubescens (Reiss.) M. C.Johnst. VU

112 Theaceae Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski (Fig. 64) VU

Urticaceae Pilea aparadensis Brack EN Pilea hilariana Wedd. VU

Valerianaceae Valeriana tajuvensis Sobral EN

Winteraceae Drimys brasiliensis Miers VU

Figura 46. Percentual de espécies vegetais ameaçadas de extinção ocorrentes no CPCN Pró-Mata, segundo a Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Rio Grande do Sul, dentro das respectivas categorias de ameaça.

Com base nas referências no qual se fundamentou o item anterior (Aspectos Gerais) acrescidas de observações e anotações pessoais de vários anos (C. A. Mondin, dados inéditos), e cruzando com informações diversas contidas na literatura e em sítios da WEB, obteve-se uma relação de 236 espécies com algum tipo de importância para o homem, distribuídas em 72 famílias de plantas vasculares (Tab. 5). Asteraceae é a família com maior número de espécies de interesse, com 26 registros, seguida de Myrtaceae, com 20, Fabaceae (17), Poaceae (14), Lauraceae (12), Bromeliaceae (10),

113 Rubiaceae e Solanaceae, ambas com 9 espécies (Fig. 47). Essas oito famílias são responsáveis por cerca da metade (49,5%) das espécies citadas.

Figura 47. Famílias botânicas com maior número de espécies de interesse especial ocorrentes no CPCN Pró-Mata, segundo a literatura consultada, com o respectivo número de representantes.

Quase metade (49,1%) das espécies importantes para o homem são citadas na literatura como ornamentais. Plantas com importância medicinal totalizam 44% das espécies citadas, seguida do uso madeireiro (28%), reflorestamento/recuperação de áreas degradadas (26%), uso etnobotânico (24%), alimentar, apícola e industrial (com 16%, 13% e 12%, respectivamente) (Fig. 48).

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Figura 48. Os diferentes tipos usos das espécies ocorrentes no CPCN Pró-Mata, segundo a literatura consultada, com o respectivo número de espécies.

Tabela 5. Relação das espécies com ocorrência no CPCN Pró-Mata, com as respectivas famílias, tipos de usos e referências na literatura consultada (1, medicinal; 2, ornamental; 3, industrial; 4, apícola; 5, etnobotânico; 6, madeireiro; 7, reflorestamento/ recuperação de áreas degradadas; 8, alimentar). Famílias/Espécies Usos Referências Acanthaceae Justicia carnea Lindl. (Fig. 65) 2 Lorenzi & Souza (1999); Lorenzi & Mello Filho (2001) Anacardiaceae Lithraea brasiliensis Marchand 1, 5 Mentz et al. (1997); Fleig (1989) Annonaceae Rollinia rugulosa Schltdl. 1, 5, 7, 8 Reitz et al. (1988); Backes & Irgang (2002) Rollinia sylvatica (A.St-Hil.) Mart. 1, 2, 5, 7, Reitz et al. (1988); Backes & Irgang 8 (2002) Apiaceae Apium sellowianum Wolff. 1, 8 Mentz et al. (1997); Mathias et al. (1972) Centella asiatica (Linn.) Urban 1 Mentz et al. (1997) Eryngium eburneum Decne 2 Mathias et al. (1972) Eryngium pandanifolium Scham. et 1, 2 Mentz et al. (1997); Mathias et al. Schlecht. (1972) Apocynaceae Aspidosperma australe Müll. Arg. 1, 3, 6, 7 Reitz et al. (1988); Margraf (1968) Aquifoliaceae Ilex brevicuspis Reiss. 3, 6 Edwin & Reitz (1967); Reitz et al. (1988) Ilex dumosa Reiss. 3 Edwin & Reitz (1967) Ilex microdonta Reiss. 3, 6 Edwin & Reitz (1967) Ilex paraguariensis St. Hil. 1, 2, 3 Edwin & Reitz (1967); Reitz et al. (1988); Mentz et al. (1997); Simões et

115 al. (1995); Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bert.) O. 1, 2, 3, 5, Reitz et al. (1988); Backes & Irgang Kuntze 6, 8 (2002); UFSM (2009) Arecaceae Geonoma gamiova Barbosa Rodrigues 2, 5 Reitz (1974) Syagrus romanzoffiana (Cham.) 1, 2, 4, 5, Reitz (1974); Sanchotene (1985); Glassman 8 UFSM (2009); Lorenzi & Mello Filho (2001) Asteraceae Achyrocline satureioides (Lam.) DC. 1 Simões et al. (1995) Baccharidastrum triplinervium (Less.) 4 Barroso & Bueno (2002) Cabr. Baccharis anomala DC. 7 Barroso & Bueno (2002) Baccharis articulata (Lam.) Pers. 1 Mentz et al. (1997); Simões et al. (1995); UFSM (2009) Baccharis dracunculifolia DC. 1, 4, 5, 7 Barroso & Bueno (2002); UFSM (2009) Baccharis leucopappa DC. 1 Barroso & Bueno (2002) Baccharis microdonta DC. 7 Barroso & Bueno (2002) Baccharis milleflora (Less.) DC. 4 Barroso & Bueno (2002) Baccharis myriocephala DC. 1, 7 Barroso & Bueno (2002) Baccharis pseudovillosa Teodoro 4 Barroso & Bueno (2002) Baccharis sagittalis (Less.) DC. 4 Barroso & Bueno (2002) Baccharis trimera (Less.) DC. 1 Mentz et al. (1997); Barroso & Bueno (2002); Simões et a.. (1995) Baccharis usterii Heering 4 Barroso & Bueno (2002) Chaptalia nutans (L.) Polak 1 Mentz et al. (1997); Cabrera & Klein (1975) Elephantopus mollis H.B.K. 1 Mentz et al. (1997); Cabrera & Klein (1980) Eupatorium tremulum Hook. & Arn. 1 Mentz et al. (1997) Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. 1, 2, 4, 6 Mentz et al. (1997); Cabrera & Klein (1975); Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Piptocarpha angustifolia Dusén 2, 6, 7 Cabrera & Klein (1980); Backes & Irgang (2002) Piptocarpha axillaris (Less.) Baker 4, 6 Cabrera & Klein (1980) Piptocarpha tomentosa Baker 6, 7 Cabrera & Klein (1980) Pluchea sagittalis (Lam.) Cabr. 1 Mentz et al. (1997) Senecio brasiliensis (Spreng.) Less. 1, 4 Cabrera & Klein (1975) Senecio icoglossus DC. 2 Lorenzi & Souza (1999) Solidago chilensis Meyen 1, 2, 5 Mentz et al. (1997); Lorenzi & Souza (1999); Simões et al. (1995) Vernonia discolor (Spreng.) Less. 2, 6, 7 Reitz et al. (1988); Cabrera & Klein (1980); Backes & Irgang (2002) Vernonia puberula Less. 6, 7 Cabrera & Klein (1980) Begoniaceae Begonia catharinensis Brade 1, 2 Smith (1971b) Begonia descoleana Smith et Schubert 1, 2 Smith (1971b) Begonia echinosepala Regel 1, 2 Smith (1971b) Begonia fischeri Schrank (Fig. 66) 1, 2 Smith (1971b) Begonia fruticosa (Kl.) A.DC. 1 Smith (1971b) Begonia fuscocaulis Brade 1, 2 Smith (1971a) Berberidaceae Berberis laurina Billb. 1, 2, 3, 8 Mattos (1967); Mentz et al. (1997)

116 Bignoniaceae Dolichandra cynanchoides Cham. 2 Sandwith (1974) Macfadyena unquis-cati (L.) A. Gentry 1, 2 Mentz et al. (1997); Sandwith (1974); Lorenzi & Souza (1999) Pithecoctenium crucigerum (L.) 2 Sandwith (1974) A.H.Gentry stans (L.) Kunth 2 Sandwith (1974) Blechnaceae Blechnum brasiliense Desv. 2 Sehnem (1968); Lorenzi & Souza (1999) Brassicaceae Cleome hassleriana Chodat 2 Lorenzi & Souza (1999) Bromeliaceae Aechmea cf. calyculata (E. Morren) 2 Reitz (1983) Baker Aechmea gamosepala Wittmack (Fig. 2 Reitz (1983) 67) Billbergia nutans H. Wendland ex 2 Reitz (1983) Regel Tillandsia gemminiflora Brongniart 2 Reitz (1983); Lorenzi & Mello Filho (2001) Tillandsia mallemontii Glaziou 2 Reitz (1983) Tillandsia cf. montana Reitz 2 Reitz (1983) Tillandsia tenuifolia L. var. 2 Reitz (1983) surinamensis (Mez) L. B. Smith Vriesea philippocoburgii Wawra 2 Reitz (1983) Vriesea platynema Gaud. 2 Reitz (1983) Vriesea rodigasiana E.Morren 2 Reitz (1983) Cactaceae Rhipsalidopsis rosea (Lagerh.) Britt. et 2 Scheinvar (1985) R. Campanulaceae Lobelia camporum Pohl 2 Trinta & Santos (1989) Lobelia hassleri Zahlb. 2 Trinta & Santos (1989) Lobelia hederacea Cham. 1 Mentz et al. (1997) Siphocampylus betulaefolius (Cham.) 2 Trinta & Santos (1989) G. Don (Fig. 68) Siphocampylus verticillatus 2 Trinta & Santos (1989); Lorenzi & (Chamisso) G.Don Souza (1999) Cannabaceae Celtis iguanea (Jacq.) Sarg. 1 UFSM (2009) (L.) Blume 2, 3, 4, 5, Reitz et al. (1988); Sanchotene (1985) 7 Backes & Irgang (2002) Chrysobalanaceae Hirtella hebeclada Moq. 2 Klein (1984b) Clethraceae Clethra scabra Pers. 2, 6 Backes & Irgang (2002) Cunoniaceae Lamanonia ternata Vell. 3, 6, 7 Cuatrecasas (1971); Reitz et al. (1988); Backes & Irgang (2002) Weinmannia paulliniifolia Pohl ex 3 Cuatrecasas (1971) Seringe Dicksoniaceae Dicksonia sellowiana (Presl.) Hook. 2 Lorenzi & Souza (1999); Lorenzi & Mello Filho (2001) Dioscoreaceae

117 Dioscorea subhastata Vell. 8 Pedralli (2004) Dryopteridaceae Rumohra adiantiformis (G. Forst.) 2, 5 Lorenzi & Souza (1999) Ching Ebenaceae Diospyros inconstans Jacq. 2, 5, 8 Reitz (1988); Sanchotene (1985); Backes & Irgang (2002) Elaeocarpaceae Sloanea monosperma Vell. (Fig. 69) 6 Smith Jr. & Smith (1970); Backes & Irgang (2002) Ericaceae Gaylussacia angustifolia Cham. 8 Marques (1975) Gaylussacia brasiliensis (Spr.) 2, 8 Marques (1975) Meissner (Fig. 70) Eriocaulaceae Eriocaulon gomphrenoides Kunth 5 Moldenke & Smith (1976) Erythroxylaceae Erythroxylum cuneifolium (Mart.) 5 Amaral Jr. (1980) O.E.Schulz Escalloniaceae Escallonia bifida Link & Otto 2 Klein & Reitz (1985) Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. 4, 6, 7 Smith et al. (1970); Reitz et al. (1988); Arg. Backes & Irgang (2002) Pachystroma longifolium (Ness) I.M. 6, 7 Smith et al. (1970); Backes & Irgang Johnst. (2002) Sapium glandulatum (Vell.) Pax 2, 3, 6 Smith et al. (1970); Sanchotene (1985); Backes & Irgang (2002) Tetrorchidium rubrivenium Poepp. et 6 Smith et al. (1970) Endl. Fabaceae Acacia nitidifolia Speg. 2, 4 Burkart (1979) Calliandra tweediei Benth. 1, 2 Mentz et al. (1997); Lorenzi & Souza (1999); Burkart (1979) Erythrina falcata Benth. 1, 2, 6, 7 Reitz et al. (1988); Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Inga lentiscifolia Benth. 5, 8 Burkart (1979) Inga sessilis (Vell.) Mart. 2, 3, 4, 6, Burkart (1979); Backes & Irgang 7 (2002) Inga vera Willd. 1, 2, 3, 4, Burkart (1979); Sanchotene (1985); 5, 6, 7, 8 Reitz et al. (1988); Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Inga virescens Benth. 5, 8 Burkart (1979) Lonchocarpus campestris Mart. ex 2, 3, 6 Backes & Irgang (2002) Benth. Lupinus guaraniticus (Hassl.) C.P.Sm. 2 Pinheiro-dos-Santos (2000) Lupinus lanatus Benth. 2 Pinheiro-dos-Santos (2000) Lupinus magnistipulatus Planchuelo & 2 Pinheiro-dos-Santos (2000) Dunn Lupinus paranensis C.P.Sm. 2 Pinheiro-dos-Santos (2000) Lupinus reitzii Burkart ex Pinheiro & 2 Pinheiro-dos-Santos (2000) Miotto Lupinus rubriflorus Planchuelo 2 Pinheiro-dos-Santos (2000) Machaerium stipitatum (DC.) Vog. 6, 7 Reitz et al. (1988) Mimosa scabrella Benth. 2, 3, 4, 6, Burkart (1979); Backes & Irgang 7 (2002);

118 Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan 1, 2, 3, 4, Burkart (1979); Reitz et al. (1988); 6, 7 Mentz et al. (1997); Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Gunneraceae Gunnera manicata Linden ex André 2 Fevereiro & Barbosa (1976); Lorenzi & Souza (1999) Hypericaceae Hypericum brasiliense Choisy 1 Jiménez (1980); Mentz et al. (1997) Hypericum connatum Lamarck 1 Jiménez (1980); Mentz et al. (1997) Iridaceae Sisyrinchium vaginatum Spreng. 1 Mentz et al. (1997) Ocimum selloi Benth. 1 Mentz et al. (1997) megapotamica (Spreng.) 1, 2, 6, 7 Reitz et al. (1988); Mentz et al. (1997); Moldenke Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Lauraceae Cryptocarya aschersoniana Mez 5, 6 Vattimo (1979); Reitz et al. (1988) Cryptocarya cf. moschata Nees & 1, 4, 6 Vattimo (1979) Mart. Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F. 6 Vattimo (1979) Macbr. Nectandra grandiflora Nees 6 Vattimo (1979) Nectandra lanceolata Nees 2, 6, 7 Reitz et al. (1988); Backes & Irgang (2002) Nectandra megapotamica (Spreng.) 1, 2, 6, 7 Vattimo (1979); Reitz et al. (1988); Mez Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Nectandra oppositifolia Ness 1, 2, 6, 7 Reitz et al. (1988); Backes & Irgang (2002) Ocotea indecora Schott. ex Meissn. 1 Mentz et al. (1997) Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer 1, 2, 3, 5, Reitz et al. (1988); Sanchotene (1985); 6, 7 Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Ocotea porosa (Nees et Mart.) L. 6, 7 Reitz et al. (1988); Backes & Irgang Barroso (2002) Ocotea puberula Ness 2, 3, 6, 7 Reitz et al. (1988); Backes & Irgang (2002) Ocotea pulchella Mart. 6, 7 Backes & Irgang (2002) Lythraceae Cuphea carthagenensis (Jacq.) Macbr. 1 Mentz et al. (1997). Heimia myrtifolia Cham. et Schlecht. 1 Lourteig (1969) Malvaceae Luehea divaricata Mart.et Zucc. (Fig. 1, 2, 3, 4, Reitz et al. (1988); Mentz et al. (1997); 71) 6, 7 Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Melastomataceae Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. 1, 2 Reitz et al. (1988); UFSM (2009) Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. 1, 2, 3, 4, Klein (1984c); Reitz et al. (1988); 5, 6, 7 Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Cedrela fissilis Vell. 1, 2, 3, 4, Klein (1984c); Reitz et al. (1988); 6, 7 Mentz et al. (1997); Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Trichilia claussenii C. de Candolle 2, 3, 6, 7 Backes & Irgang (2002) Monimiaceae Hennecartia omphalandra Poisson 2, 5 Peixoto et al. (2001) Mollinedia elegans Tulasne 5 Peixoto et al. (2001) Mollinedia schottiana Perkins 1, 6 Peixoto et al. (2001) Moraceae

119 Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. 1, 2, 5, 7, Sanchotene (1985); Reitz et al. (1988); 8 Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Sorocea bondplandii (Baill.) W.C. 1, 2, 5 Sanchotene (1985); Mentz et al. Burger (1997); UFSM (2009) Myrsinaceae Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. 2, 6, 7 Sanchotene (1985); Reitz et al. (1988); Backes & Irgang (2002) Myrsine umbellata Mart. 1, 2, 6, 7 Backes & Irgang (2002) Myrtaceae Acca sellowiana (Berg) Burret (Fig. 1, 2, 5, 7, Reitz et al. (1988) 72) 8 Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Blepharocalix salicifolius (H.B.K.) O. 1, 2, 6, 7 Reitz et al. (1988); Sanchotene (1985); Berg Mentz et al. (1997); UFSM (2009) Calyptranthes grandifolia O. Berg 6 Legrand & Klein (1971) Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O. 1, 2, 4, 5, Reitz et al. (1988); Sanchotene (1985); Berg 6, 7, 8 Mentz et al. (1997); Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Eugenia multicostata D. Legr. 6, 8 Legrand (1969) Eugenia ramboi D. Legr. 5, 8 Legrand (1969) Eugenia rostrifolia D. Legr. 2, 5, 6, 8 Legrand (1969); Sanchotene (1985) Eugenia schuechiana O. Berg 2, 5, 7, 8 Sanchotene (1985) Eugenia uruguayensis Cambess. 2, 8 Sanchotene (1985) Myrceugenia oxysepala (Burret) Legr. 6 Legrand & Klein (1970) & Kausel Myrcia guianensis (Aubl.) DC. 5 Legrand & Klein (1969) Myrcia palustris DC. 2, 4 Sanchotene (1985); Backes & Irgang (2002) Myrcia pubipetala Miq. 6 Legrand & Klein (1969) Myrcia retorta Cambess. Myrcianthes pungens (Berg) D. 2, 4, 5, 6, Reitz et al. (1988); Sanchotene (1985); Legrand 7, 8 Backes & Irgang (2002) Myrciaria delicatula (DC.) O. Berg 2, 5, 8 Legrand & Klein (1978); Sanchotene (1985); Backes & Irgang (2002) Myrciaria tenella (DC.) O. Berg 1, 2, 5, 7, Legrand & Klein (1978); Sanchotene 8 (1985); Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Myrrhinium atropurpureum Schott (Fig. 1 Mentz et al. (1997) 73) Psidium cattleyanum Sabine 1, 2, 3, 4, Legrand (1977); Sanchotene (1985); 5, 6, 7, 8 Reitz et al. (1988); Mentz et al. (1997); Backes & Irgang (2002) Siphoneugena reitzii D. Legrand 5 Legrand (1977) Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz 6, 7 Reitz (1970); Backes & Irgang (2002) Onagraceae Fuchsia regia (Vant.) Munz 2 Lorenzi & Souza (1999) Osmundaceae Osmunda regalis L. 5 Sehnem (1967) Oxalidaceae Oxalis bipartita St.-Hil. 1 Mentz et al. (1997) Oxalis conorrhiza Jacq. 1 Lourteig (1983); Mentz et al. (1997) Passifloraceae Passiflora caerulea L. 1, 2, 8 Sacco (1980); Mentz et al. (1997) Passiflora capsularis (Fig. 74) 1 Sacco (1980) Phyllantaceae Phyllanthus niruri L. 1 Mentz et al. (1997); Simões et al.

120 (1995) Phytollacaceae Phytolacca thyrsiflora Fenzl ex J.A. 1, 5, 8 Santos & Flaster (1967) Schmidt Piperaceae Piper aduncum L. 1, 7 Guimarães & Valente (2001) Poaceae Agrostis montevidensis Spr. ex Nees 2 Smith & Wasshausen (1982) Andropogon lateralis Nees 5 Smith & Wasshausen (1982) Andropogon leucostachyus Kunth. 5 Smith & Wasshausen (1982) Briza calotheca (Trin.) Hackel 2 Smith & Wasshausen (1982) Briza lamarckiana Nees 5 Smith & Wasshausen (1982) Briza subaristata Lam. 5 Smith & Wasshausen (1982) Calamagrostis viriflavescens (Poir.) 2 Smith & Wasshausen (1982) Steud. Cortaderia selloana (Schult. & 2, 5 Smith & Wasshausen (1982); Lorenzi Schult.f.) Asch. & Graebn. & Souza (1999) Eragrostis airoides Nees 2 Smith & Wasshausen (1982) Imperata brasiliensis Trin. 5 Smith & Wasshausen (1982) Leptocoryphium lanatum (H. B. K.) 2 Smith & Wasshausen (1982) Nees Merostachys multiramea Hackel 5, 8 Paspalum pumilum Nees 7 Smith & Wasshausen (1982) Saccharum asperum (Nees) Steud. 1, 5 Smith & Wasshausen (1982) Podocarpaceae Podocarpus lambertii Klotz. 2, 3, 6, 7, Backes & Irgang (2002) 8 Polygonaceae Polygonum punctatum Ellitov 1 Mentz et al. (1997) Polypodiaceae Microgramma vacciniifolia (Langsd. & 1 Sehnem (1970) Fisch) Copel. Proteaceae Roupala brasiliensis Klotz. 2, 6, 7 Backes & Irgang (2002) Ranunculaceae Clematis dioica L. var. australis Eichler 1 Mentz et al. (1997) Clematis dioica L. var. brasiliana (DC.) 1 Mentz et al. (1997) Eichler Ranunculus bonariensis Poir. var. 1 Mentz et al. (1997) bonariensis Ranunculus bonariensis Poir. var. 1 Mentz et al. (1997) januari Urban Ranunculus bonariensis Poir. var. 1 Mentz et al. (1997) phyteumifolius (St.-Hil.) Hicken ex Lourt. Rosaceae Potentilla indica (Andr.) Wolf. 1, 8 Reitz (1996) Prunus myrtifolia (L.) Urb. 1, 4, 6, 7 Reitz et al. (1988); Mentz et al. (1997); Reitz (1996); Backes & Irgang (2002) Rubus ulmifolius Schott 1, 8 Reitz (1996) Rubus sellowii Cham. et Schlecht. 8 Reitz (1996) (Fig. 75) Rubiaceae Faramea montevidensis (Cham. & 7 Delprete (2005a) Schltdl.) DC. Galianthe cymosa (Cham.) E. L. 7 Delprete (2005a)

121 Cabral & Bacigalupo Galianthe laxa (Cham. & Schltdl.) E. L. 1, 7 Delprete (2005a) Cabral Galianthe verbenoides (Cham. & 1 Mentz et al. (1997); Delprete (2005a) Schltdl.) Griseb. Galium hypocarpium (L.) Endl. ex 7 Delprete (2005a) Griseb. Manettia cordifolia Mart. 1, 2 Delprete (2005b) Rudgea jasminoides (Cham.) Muell. 2 Delprete (2005b) Arg. Spermacoce palustris (Cham. & 1 Delprete (2005b) Schltdl.) Delprete Spermacoce verticillata L. 1 Simões et al. (1995); Mentz et al. (1997); Delprete (2005b) Rutaceae Pilocarpus pennatifolius Lem. 1, 2, 3 Reitz et al. (1988); Cowan & Smith (1973) Zanthoxylum rhoifolium Lam. 1, 2, 4, 5, Cowan & Smith (1973); Simões et al. 6 (1995); Mentz et al. (1997); UFSM (2009) Salicaceae Casearia decandra Jacq. (Fig. 76) 1, 2, 4, 6, Klein & Sleumer (1984); Backes & 8 Irgang (2002); UFSM (2009) Casearia obliqua Spreng. 1, 4 Klein & Sleumer (1984) Casearia sylvestris Sw. 1, 2, 4, 6, Klein & Sleumer (1984); Sanchotene 7 (1985); Reitz et al. (1988); Simões et al. (1995); Mentz et al. (1997); Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Xylosma pseudosalzmannii Sleumer 5 Klein & Sleumer (1984) Sapindaceae Allophyllus edulis (St. Hil.) Radlk. 1, 2, 4, 5, Reitz (1980); Reitz et al. (1988); 7, 8 Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Cupania vernalis Camb. 1, 2, 3, 4, Reitz (1980); Reitz et al. (1988); 5, 6, 7 Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) Matayba elaeagnoides Radlk (Fig. 77) 2, 6, 7 Reitz (1980); Reitz et al. (1988); Backes & Irgang (2002) Sapotaceae Chrysophyllum dusenii Cronq. 5 Reitz (1968) Chrysophyllum gonocarpum (Mart. et 6 Reitz (1968) Eichl.) Eng. Chrysophyllum marginatum (Hook.) 6, 7 Radelk. Solanaceae Cestrum amictum Schltdl. 1 Mentz et al. (1997) Petunia integrifolia (Hook.) Schinz & 2 Smith & Downs (1966); Lorenzi & Thellung var. integrifolia Souza (1999) Solanum aculeatissimum Jacq. 8 Smith & Downs (1966) Solanum granulosoleprosum Dunal 1 Mentz & Oliveira (2004) Solanum inodorum Vell. 5 Smith & Downs (1966); Mentz & Oliveira (2004) Solanum laxum Spreng. 2 Mentz & Oliveira (2004) Solanum mauritianum Scop. 1 Mentz et al. (1997); UFSM (2009) Solanum pseudocapsicum L. 5 Smith & Downs (1966) Solanum pseudoquina St. Hil. 1, 5 Smith & Downs (1966); Mentz & Oliveira (2004) Theaceae

122 Laplacea fruticosa (Schrad.) Kobuski 1, 2, 3, 6, Mentz et al. (1997); Backes & Irgang 7 (2002) Thymelaeaceae Daphnopsis fasciculata (Meissn.) Nevl. 5 Nevling Jr. & Reitz (1968) Daphnopsis racemosa Griseb. 1, 5 Nevling Jr. & Reitz (1968) Typhaceae Typha domingensis Pers. 1, 3, 5, 8 Reitz (1984) Urticaceae Boehmeria caudata Sw. 1 UFSM (2009) Cecropia glaziovii Snethlage 1, 2, 3, 5, Backes & Irgang (2002); UFSM (2009) 6, 7, 8 Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini 2, 5, 7 Lorenzi & Mello Filho (2001) Urera baccifera L. 1 Mentz et al. (1997); UFSM (2009) Verbenaceae Verbena litoralis H. B. K. 1 Mentz et al. (1997) Winteraceae Drimys brasiliensis Miers 1, 2, 5, 6, Simões et al. (1995); Trinta & Santos 8 (1997); Mentz et al. (1997); UFSM (2009)

Figura 49. Alstroemeria isabellana, erva campestre ameaçada de extinção no RS, na categoria “Em Perigo”.

123

Figura 50. Perezia squarrosa ssp. cubataensis, erva ocorrente em turfeiras, ameaçada de extinção no RS na categoria “Vulnerável”.

Figura 51. Begonia fruticosa, planta epífita, ameaçada de extinção no RS na categoria “Vulnerável”.

124

Figura 52. Tillandsia gemminiflora, planta epífita ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”.

Figura 53. Tillandsia tenuifolia, planta epífita ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”.

125

Figura 54. Tillandsia mallemontii, planta epífita ameaçada de extinção no RS, na categoria “Em Perigo”.

Figura 55. Vriesea platynema, planta epífita ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”.

126

Figura 56. Clethra uleana, pequena árvore ameaçada de extinção no RS na categoria “Em Perigo”.

Figura 57. Dicksonia sellowiana, pteridófita arborescente ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”.

127

Figura 58. Inga lentiscifolia, pequena árvore ameaçada de extinção no RS na categoria “Em Perigo”.

Figura 59. Gunnera manicata, planta herbácea de folhas enormes, ameaçada de extinção no RS na categoria “Em Perigo”.

128

Figura 60. Nectandra grandiflora, árvore ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”.

Figura 61. Fuchsia regia, arbusto ameaçado de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”. É a flor símbolo do Rio Grande do Sul.

129

Figura 62. Passiflora actinia, planta trepadeira ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”.

Figura 63. Passiflora organensis, planta trepadeira ameaçada de extinção no RS, na categoria “Em Perigo”.

130

Figura 64. Laplacea fruticosa, árvore ameaçada de extinção no RS, na categoria “Vulnerável”.

Figura 65. Justicia carnea, erva citada como ornamental na literatura.

131

Figura 66. Begonia fischeri, erva citada como medicinal e ornamental na literatura.

Figura 67. Aechmea gamosepala, planta epífita citada como ornamental na literatura.

132

Figura 68. Siphocampylus betulaefolius, erva citada como ornamental na literatura.

Figura 69. Sloanea monosperma, árvore citada como de importância madeireira na literatura.

133

Figura 70. Gaylussacia brasiliensis, arbusto citado como de importância ornamental e alimentar na literatura.

Figura 71. Luehea divaricata, árvore citada como de importância medicinal, ornamental, industrial, apícola, madeireira e para reflorestamento na literatura.

134

Figura 72. Acca sellowiana, pequena árvore citada na literatura como de importância medicinal, ornamental, etnobotânica, para reflorestamento e alimentar.

Figura 73. Myrrhinium atropurpureum, pequena árvore citada na literatura como de importância medicinal.

135

Figura 74. Passiflora capsularis, trepadeira citada na literatura.como de importância medicinal.

Figura 75. Rubus sellowii, arbusto armado citado na literatura.como de importância alimentar.

136

Figura 76. Casearia decandra, árvore citada na literatura como de importância medicinal, ornamental, apícola, madeireira e alimentar.

Figura 77. Matayba elaeagnoides, árvore citada na literatura como de importância, ornamental, madeireira e para reflorestamento.

137 Espécies Exóticas Espécies exóticas são aquelas que não têm ocorrência natural numa dada região geográfica. Várias plantas exóticas têm sido introduzidas de uma região a outra do globo, tendo um histórico intimamente correlacionado à atividade humana. A disseminação de espécies além de seus limites naturais de distribuição, proporcionada pela atividade humana, supera barreiras geográficas, climáticas e biológicas, possibilitando que espécies ocupem novas áreas, sendo que dificilmente teriam condições de atravessar através de seus próprios meios (Baskin, 2002, Mack et al., 2000). Plantas invasoras são “plantas naturalizadas que produzem descendentes em número muito elevado e que conseguem se dispersar a grandes distâncias da planta mãe e que prontamente competem com as espécies nativas, expandindo-se agressivamente em comunidades naturais, onde sua abundância perturba a estrutura do ecossistema invadido. Espécies nativas também podem se comportar como invasoras, proliferando-se rapidamente dentro de comunidades naturais devido a perturbações criadas por alteração e manipulação do hábitat original” (Schneider, 2007). Grande parte das espécies é introduzida em novos ambientes de maneira intencional, com objetivos variados, os quais incluem o uso ornamental, a produção de madeira, alimentos, uso medicinal, insumos industriais e cobertura de solos. Outro conjunto também importante conseguiu disseminar-se de maneira inadvertida em associação com o transporte e atividades comerciais humanas, favorecido pela facilidade de deslocamento ao redor do planeta no processo de globalização. As espécies invasoras modificam as características da biota e da paisagem, alteram os ciclos de nutrientes, modificam a frequência, estacionalidade e intensidade dos regimes de distúrbio, alteram a dinâmica dos processos sedimentares e mudam os ciclos hidrológicos (Vitousek et al., 1996; Mack & D’Antonio, 1998; Parker et al., 1999). Somado a isso, as invasões biológicas são, atualmente, um dos principais fatores responsáveis pela perda da biodiversidade, além de causarem prejuízos de bilhões de dólares

138 anualmente ao redor do mundo. A falta de predadores, parasitas e patógenos específicos, além da existência de recursos que não são explorados pela biota local, são fatores que favorecem as espécies recém-chegadas (Mondin, 2006). No CPCN Pró-Mata, foram levantadas 16 espécies exóticas invasoras distribuídas em 13 famílias de plantas vasculares. Dentre as espécies levantadas, 14 são angiospermas, uma é gimnosperma e outra pteridófita. Onze espécies apresentam hábito herbáceo, quatro têm hábito arbóreo e uma, arbustivo. A maioria das espécies (13 no total) é invasora de campos e áreas abertas (estando aí incluídas as trilhas e os caminhos), duas são invasoras florestais e apenas uma é invasora de áreas úmidas. Com relação ao continente de origem, nove espécies são européias, quatro são asiáticas, duas são norte-americanas e uma é australiana (Fig. 78). A predominância de espécies invasoras européias no Pró-Mata (56%) está de acordo com os resultados apresentados por Schneider (2007), o qual envolveu apenas espécies herbáceas naturalizadas no Rio Grande do Sul. No entanto, discorda dos resultados obtidos por Mondin (2006), que teve a Ásia como principal fonte de origem de espécies invasoras, apesar de seu trabalho envolver apenas ambientes florestais. Especial atenção deve ser dada a espécies como Pteridium aquilinum (samambaia-das-taperas), Ulex europaeus (tojo), Holcus lanatus (capim-lanudo), Lolium multiflorum (azevém) e Hedychium coronarium (lírio-do-brejo), por se tratarem de plantas invasoras com alta agressividade (Schneider, 2007). Além dessas, causa preocupação a presença de espécies com alto impacto visual para uma área de conservação da natureza, como Eucalyptus viminalis (eucalipto) e Pinus taeda (pínus). No caso do pínus, na área do Pró- Mata, a espécie apresenta, além do impacto visual, acentuado caráter invasor sobre áreas de campo, conforme pode ser atestado no trabalho de Skiba (2009). Assim, recomenda-se que tais espécies sejam monitoradas e manejadas, de modo a terem controladas suas populações e, dentro do possível, ser eliminadas da área do Pró-Mata.

139

Figura 78. Continentes de origem e respectivo número de espécies exóticas invasoras ocorrentes no CPCN Pró-Mata.

Tabela 6. Relação das espécies exóticas invasoras encontradas no CPCN Pró-Mata, com as respectivas famílias botânicas, nomes populares, hábito, hábitat e continente de origem. Família/Espécie Nome Hábito Hábitat Origem popular

Asteraceae Hypochaeris radicata L. Almeirão-do- Erva Campo ou áreas Europa campo abertas Sonchus asper (L.) Hill Serralha-de- Erva Campo ou áreas Europa espinho abertas

Bignoniaceae Tecoma stans (L.) Kunth Ipê-de-jardim Árvore Borda ou interior de América do floresta Norte

Cariophylaceae Cerastium glomeratum Orelha-de- Erva Campo ou áreas Europa Thuill. rato abertas

Dennstaedtiaceae Pteridium aquilinum (L.) Samambaia- Erva Campo ou áreas Europa Kuhn (Fig. 79) das-taperas abertas

Fabaceae Trifolium repens L. Trevo-branco Erva Campo ou áreas Europa abertas Ulex eurapaeus L. Tojo Arbusto Campo ou áreas Europa abertas

Lamiaceae

140 Prunella vulgaris L. Prunela Erva Campo ou áreas Europa abertas

Liliaceae Lilium longiflorum Lírio Erva Campo ou áreas Ásia Thunb. (Fig. 80) abertas

Myrtaceae Eucalyptus viminalis Eucalipto Árvore Campo ou áreas Austrália Labill. (Fig. 81) abertas

Pinaceae Pinus taeda L. (Fig. 82) Pínus Árvore Campo ou áreas América do abertas Norte

Poaceae Holcus lanatus L. Capim- Erva Campo ou áreas Europa lanudo abertas Lolium multiflorum Lam. Azevém Erva Campo ou áreas Europa abertas

Rosaceae Potentilla indica (Andr.) Morango-da- Erva Campo ou áreas Ásia Wolf. (Fig. 83) índia abertas

Rutaceae Citrus reticulata Blanco Bergamoteira Árvore Borda ou interior de Ásia floresta

Zingiberaceae Hedychium coronarium Lírio-do-brejo Erva Áreas úmidas Ásia J. König

141

Figura 79. Pteridium aquilinum (samambaia-das-taperas).

Figura 80. Lilium longiflorum (lírio).

142

Figura 81. Em primeiro plano campo sujo e, ao fundo, Eucalyptus viminalis (eucalipto).

Figura 82. Em primeiro plano, capoeira e, ao fundo, conjunto de Pinus taeda (pínus).

143

Figura 83. Potentilla indica (morango-da-índia).

4.6 Fauna 4.6.1 Enquadramento zoogeográfico A fauna da região em que se insere o CPCN Pró-Mata é enquadrada na sub-região zoogeográfica denominada Guiano-Brasileira e, dentro desta, na província Guarani, que corresponde a uma porção intermediária entre esta sub- região e a Andino-patagônica. Caracteriza-se por formações florestais, estépicas e de savana localizada no sul do Paraguai, porção sul do Brasil e Uruguai e nordeste da Argentina (Fittkau, 1969). Biogeograficamente o CPCN-Pró-Mata insere-se na Província Bosque de Araucaria angustifolia. Sua fauna, entretanto, possui também alguns elementos da chamada Província Bosque Atlântico Brasileiro. Ambas as províncias pertencem à sub-região Paranaense, no domínio da região biogeográfica Neotropical (Morrone, 2004). Segundo Cabrera & Willink (1969), a fauna da Província Paranaense é subtropical, com alguns elementos andino-patagônicos, sendo muito difícil traçar um limite desta com a fauna do Chaco, do cerrado e da região atlântica. Entre os peixes da Província Paranaense destacam-se os lambaris (Astyanax sp,

144 Briconamericus sp.), traíra (Hoplias malabaricus) e dourado (Salminus brasiliensis), entre outros representantes da rica bacia dos rios Paraná-Paraguai. Entre os anuros podem ser citadas espécies dos gêneros Bufo - atualmente Rhinella -, Leptodactylus e Physalaemus entre outras. Entre os mamíferos, podem ser mencionados vários marsupiais (Monodelphis, Didelphis), primatas (Cebus apela, Allouata caraya), carnívoros (Dusicyon, Chrysocyon brachyurus, Leopardus sp., Puma concolor, Nasua nasua, Eira barbara), entre inúmeros outros representantes xenartros, roedores e lagomorfos. Dentre os répteis destacam-se, espécies de serpentes dos gêneros “Bothrops”, Crotalus e Micrurus entre as mais venenosas, mas também várias espécies de colubrídeos, lagartos, tartarugas e jacarés. Entretanto, segundo SEMA/DEFAP (2008), o conhecimento incipiente sobre os répteis do sul do Brasil mascara o conhecimento de sua biogeografia. A diversidade de aves da Província Paranaense é grande, podendo ser exemplificada por algumas espécies de maior porte como falconídeos (águias, gaviões e falcões), tinamídeos (macucos, inhambus), cracídeos (jacutinga, jacu), psitacídeos (papagaios), trogonídeos (surucuás), bem como muitas espécies de pássaros, entre os quais destacam-se o pavó (Pyroderus scutatus) e a araponga (Procnias nudicollis). Em relação a alguns grupos animais aquáticos, como peixes, anfíbios, jacarés e tartarugas, o enquadramento zoogeográfico parece pouco eficaz no que diz respeito ao mapeamento de biodiversidade voltado para a conservação de espécies e habitats. Assim, ecorregiões foram identificadas no mundo para enquadrar espécies de água-doce (WWW/TNC, 2008). A área do CPCN está localizada na ecorregião denominada Upper Uruguay, que se caracteriza por apresentar rica diversidade de organismos de água-doce (Tab. 7). Entretanto esta diversidade está ameaçada principalmente pela conversão da terra nativa em terras cultivadas e manejadas, mosaicos de agricultura, estruturas artificiais e áreas associadas (WWW/TNC, 2008; Olson et al., 2001).

145

Tabela 7. Biodiversidade de organismos de água doce da ecorregião Upper Uruguay (ECO-UU) senso WWW/TNC (2008). Disponível em http://www.feow.org.

Número de espécies Espécies % de espécies do mundo de água-doce endêmicas na ECO-UU Peixes 102- 151 12-19 5-10 % Anfíbios 101-150 1-5 1-4% Tartarugas 5-9 0 0 Crocodilos 1 0 0

4.6.2 Aspectos Gerais É notável a riqueza de diversos grupos de fauna no CPCN Pró-Mata. Possivelmente a manutenção desta biodiversidade está relacionada à presença de ambientes relativamente conservados, florestais e campestres, característicos do Planalto das Araucárias, e, sua percepção e documentação resultam do desenvolvimento de numerosos estudos na área. Segundo estudos de Thomé et al. (2002), dentre as 45 espécies de moluscos terrestres registradas no Rio Grande do Sul (Moraes, 1983), 32 ocorrem no Pró-Mata (Tab. 8). Trata-se de moluscos que integram 24 gêneros, sendo que a maioria das espécies (30) de gastrópodes com concha. Com exceção da lesma introduzida Deroceras sp., as demais correspondem a gêneros e/ou famílias distribuídas em matas da região Neotropical, em especial na América do Sul. No entanto, várias delas constituem espécies novas, especialmente de Systrophiidae e de Endodontoidea. Dos 24 gêneros registrados no Pró-Mata, 12 correspondem a novas ocorrências para o RS: Adelopoma, Helicina (Fig. 84), Cyclodontina, “Paralaoma”, “Punctum”, Lilloiconcha, Rotadiscus, Strophocheilus, Happia, Wayampia (Fig. 85), Happiella e Pupisoma.

146

Figura 84. Helicina sp. (Helicinidae).

147

Figura 85. Wayampia sp. (Systrophiidae).

Os micromoluscos endodontóideos, caracterizados pelo amplo umbílico e ornamentação da concha, constituem o grupo de maior diversidade no Pró-Mata e está representado por duas famílias, (10 spp.) e Punctidae (2 spp.). A largura de concha (sempre maior do que o comprimento) não ultrapassou os 3 mm. São encontrados na serapilheira e em musgos que se desenvolvem em árvores.

148 Tabela 8. Famílias e espécies de moluscos terrestres do Pró-Mata, com medidas da concha do exemplar maior (Thomé et al., 2002).

Familia Espécie DIPLOMMATINIDAE Adelopoma sp. HELICINIDAE Helicina sp. AMPHIBULIMIDAE Simpulopsis ovata AMPHIBULIMIDAE Simpulopsis sp.1 AMPHIBULIMIDAE Simpulopsis sp.2 ODONTOSTOMIDAE Cyclodontina cf. tudiculata CHAROPIDAE Lilloiconcha tucumana CHAROPIDAE Radiodiscus amoenus CHAROPIDAE Radiodiscus cuprinus CHAROPIDAE Retidiscus reticulatus CHAROPIDAE Retidiscus sp. 1 CHAROPIDAE Retidiscus sp. 2 CHAROPIDAE Rotadiscus sp. CHAROPIDAE Zilchogyra sp. 1 CHAROPIDAE Zilchogyra sp. 2 CHAROPIDAE Zilchogyra sp. 3 PUNCTIDAE "Paralaoma" sp. PUNCTIDAE "Punctum" sp. EUCONULIDAE Habroconus aff. aenea EUCONULIDAE Habroconus sp. MEGALOBULIMIDAE Megalobulimus proclivis STROPHOCHEILIDAE Strophocheilus cf. erythrosoma STREPTAXIDAE Streptaxis sp. SYSTROPHIIDAE Drepanostomella sp. SYSTROPHIIDAE Happia aff. vitrina SYSTROPHIIDAE Happiella sp. SYSTROPHIIDAE Miradiscops sp. SYSTROPHIIDAE Wayampia sp. VALLONIIDAE Pupisoma sp. XANTHONYCHIDAE Epiphragmophora sp. VERONICELLIDAE Phylocaullis variegatus LIMACIDAE Deroceras sp.

Dentre os caracóis carnívoros da família Systrophiidae, com concha mais larga que alta, no Pró-Mata ocorrem cinco espécies, classificadas em cinco dos nove gêneros da família (Ramírez, 1993). Quanto ao tamanho, Miradiscops sp. e

149 Happiella sp. medem <3 mm de largura, Drepanostomella sp. (Fig. 86) <5mm, Wayampia sp. <6 mm e Happia aff. vitrina (Fig. 87) é a maior (tem largura até 17 mm). São encontrados preferencialmente entre o folhedo da serapilheira.

Figura 86. Drepanostomella sp. (Systrophiidae).

150

Figura 87. Happia aff.vitrina (Systrophiidae).

A Superfamília Strophocheiloidea é endêmica da América do Sul, composta pelas famílias Strophocheilidae e Megalobulimidae. As conchas são engrossadas, alongadas, encontrando-se dentro do gênero Megalobulimus o

151 maior caracol terrestre do Novo Mundo. As duas espécies encontradas no Pró- Mata são Strophocheilus cf. erythrosoma (Fig. 88) (exemplar maior: 54,36 x 27,78mm) e Megalobulimus proclivis (Fig. 89) (exemplar maior: 89,1 x 39,45mm). Ambas são encontradas no folhedo ou enterradas no solo. M. proclivis é considerada hoje uma espécie rara (Thomé et al., 2002).

Figura 88. Strophocheilus cf. erythrosoma (Strophocheilidae).

A fauna de aranhas na área do CPCN Pró-Mata (Tab. 9), apesar de ainda necessitar estudos, exibe alta diversidade (Lise, 2002). São numerosos os registros de novos gêneros, a exemplo de Tupigea gen. n., (espécie-tipo Tupigea lisei) e de novas espécies, como Tupigea paula, Creugas lisei, Corinna mourai, Radulphius cambara e outras quatro espécies de Aysha (Lise, 2002), Pseudotyphistes biriva (Rodrigues & Ott, 2007) e Thymoites promatensis (Lise & Silva, 2009).

152

Figura 89. Megalobulimus proclivis (Megalobulimidae).

153 Tabela 9. Aranhas do CPCN Pró-Mata. Lista compilada a partir de Lise (2002), com a inclusão apenas de espécies nominadas.

Família Espécie ANYPHAENIDAE Aysha borgmeyeri Aysha guarapuava Aysha lisei Aysha prospera Aysha vacaria Aysha zenzesi Gayenna maculatipes ARANEIDAE Alpaida ericae Alpaida grayi Alpaida lanei Alpaida nigrofrenata Alpaida rostratula Araneus lathyrinus Araneus omnicolor Araneus orgaos Araneus sicki Araneus stabilis Araneus unanimous Araneus vincibilis Argiope argentata Bertrana rufostriata Cyclosa caroli Hypognatha cambara Micrathena crassispina Micrathena nigrichelis Micrathena plana Micrathena spitzi Parawixia audax Verrucosa meridionalis CORINNIDAE Corinna mourai Creugas lisei CTENIDAE Ctenus tarsalis Enoploctenus tarsalis LINYPHIIDAE Labicynbium longiscapus LYCOSIDAE Lycosa thorelli

154 MIMETIDAE

Ero catarinae Ero lata Gelanor zonatus MITURGIDAE Radulphius cambara NEMESIIDAE Acanthognatus tacuariensis NESTICIDAE Nesticus brasiliensis PALPIMANIDAE Otiothops birabeni PHILODROMIDAE Berlandiella polyacantha SALTICIDAE Agelista andina Asaphobelis physonichus Euophrys saitiformis Ilargus coccineus Synemosina auranthiaca TETRAGNATHIDAE Chrysometa cambara Chrysometa itaimba Chrysometa ludibunda Achaearanea altiventer Achaearanea bellula Achaearanea hirta Achaearanea tepidariorum Anelosimus decoloratus Anelosimus roseus Dipoena punicata Euryopis camis Euryopis spinifera Hetschia gracilis Phoroncidia reimoseri Spintharus gracilis Theridion calcinatum Theridion plaummani Thwaitesia affinis Wirada punctata THOMISIDAE Acentroscelus ramboi Acentroscelus serranus Misumenops pallens

155 Misumenops pallida Runcinioides argentea Tobias aff. albicans

A maior diversidade dentre os animais é encontrada nos insetos. Os estudos realizados no Pró-Mata contemplam especialmente besouros (Mecke 2001; Mecke et al., 2000; 2001; Mecke & Galileo, 2002), borboletas e mariposas. Entre os estudos da diversidade de lepidópteros (Fig. 90) destacam-se diversas publicações de Corseuil e colaboradores, nas quais além dos registros das espécies (Tab. 10) foram publicadas fotografias coloridas que servem como importante ferramenta para trabalhos científicos e educação ambiental. Os saturniídeos estão entre as famílias mais estudadas no CPCN Pró-Mata (Fig. 91), onde ocorrem 20 das 179 espécies listadas no Rio Grande do Sul.

Figura 90. Número de exemplares das espécies e/ou subespécies de lepidópteros assinalados no CPCN Pró-Mata, em função das famílias estudadas. Extraído de Corseuil et al. (2002).

156

C E R A T O C A M P I N A E

Adeloneivaia fallax (Boisduval, 1872) (macho) Almeidella approximans (Schaus, 1921) (macho)

Adelowalkeria tristygma (Boisduval, 1872) Adelowalkeria tristygma (Boisduval, 1872) (macho) (fêmea)

Figura 91. Saturniidae ocorrentes no CPCN Pró-Mata. Fotos de F.G.Nunes, disponível em www.pucrs.br/fabio/labento//saturniidae/saturniidae.html.

157 Tabela 10. Lista de lepidópteros ocorrentes no CPCN Pró-Mata. Extraída de Corseuil et al. (2002).

Família Espécie ARCTIIDAE Aclytia heber (Cramer) Aclytia terra Schaus Aemilia pagana (Schaus) Ammalo helops (Cramer) Aristodaema hanga (Herrich-Schäffer) Biturix rectilinea (Burmeister) Carales astur (Cramer) Cosmosoma auge (Linnaeus) Cosmosoma centrale (Walker) Dysschema amphissa (Geyer) Dysschema fantasma (Butler) Dysschema hilarina (Weymer) Dysschema trapeziata (Walker) Elysius pyrosticta Hampson Eucereon chalcodon Druce Eucereon striatum (Druce) Euchlaenidia transcisa (Walker) Halysidota striata Jones Hypidalia enervis (Schaus) Idalus agastus Dyar Idalus noiva (Jones) Isia intricata Walker Leucanopsis leucanina (Felder & Rogenhofer) Machadoia xanthosticta (Hampson) Mazaeras conferta Walker Mirandisca harpalyce (Schaus) Neritos repanda Walker Opharus basalis Walker Opharus bimaculata (Dewitz) Ormetica chrysomelas (Walker) Paracles variegata (Schaus) Pelochyta cinerea (Walker) Phaegoptera chorima Schaus Phaegoptera histrionica Herrich-Schäffer Phaloe cruenta (Hübner) Philoros affinis (Rothschild) Phoenicoprocta analis Schrottky Romualdia elongata (Felder) Symphlebia catenata (Schaus) Tessella sertata (Berg) Theages leucophaea (Walker)

158

HESPERIIDAE Antigomius liborius areta Evans Callimormus leda (Plötz) Conga immaculata (Bell) Corticea immocerinus (Hayward) Cumbre cumbre (Schaus) Cymaenes o. odila (Burmeister) Cymaenes perloides (Plötz) Dardarina aspila Mielke Igopophilus rufus Mielke Libra anotolica (Plötz) Oechydrus chersis evelinda (Butler) Psoralis stacara (Schaus) Theagenes dichrous (Mabille) Thespieus lutetia (Hew.) Vinius letis (Plötz) Vidius vidius (Mabille) LYCAENIDAE Arawacus melibaeus (Fabricius) Charis cadytis Hew. Mesosemia rhodia (Godart) Stichelia bocchoris (Hew.) Thecla phydela Hew. Acanthodica penicillum (Felder & Rogenhofer) Achaea ablunaris (Guenée) Acontia ardoris (Hübner) Acontia phrygionis (Hampson) Agrotis brachystria (Hampson) Agrotis gypaetina Guenée Agrotis ipsilon (Hüfnagel) Agrotis malefida Guenée Agrotis subterranea (Fabricius) Alabama argillacea (Hübner) Anicla ignicans (Guenée) Anicla infecta (Ochsenheimer) Anicla temperata (Schaus) Anoba pohly (Felder & Rogenhofer) Anomis editrix (Guenée) Anomis erosa Hübner Antachara denterna (Guenée) Antachara diminuta (Guenée) Anticarsia gemmatalis Hübner Argidia wedelina (Stoll) Argyrogramma verruca (Fabricius)

159 Argyrosticta aurifundens (Walker) Argyrosticta decumana (Felder & Rogenhofer) Ascalapha odorata (Linnaeus) Aucula magnifica (Schaus) Autographa bonaerensis (Berg) Autoplusia egena (Guenée) Bagisara repanda (Fabricius) Bathyra chavannesi (Felder & Rogenhofer) Bleptina confusalis Guenée Bryolymnia bicon (Druce) Callopistria fimbripes (Walker) (Guenée) Calymniodes conchylis (Guenée) Ceroctena amynta (Stoll) Chabuata albirenoides Poole Chabuata associata Draudt Chabuata major (Guenée) Chabuata poliosigma Jones Coenipeta bibitrix Hübner Coenipeta zenobina Maassen Condica concisa (Walker) Condica cupentia (Cramer) Condica samula (Druce) Condica selenosa (Guenée) Condica stelligera (Guenée) Condica subaurea (Guenée) Condica sutor (Guenée) Cropia plumbicincta Hampson Cucullia argyrina Guenée Cucullia heinrichi Köhler Cyclopis caecutiens Hübner Dargida graminea Schaus Dargida meridionalis (Hampson) Dyops chromatophila (Walker) Dysgonia expediens (Walker) Elaphria agrotina (Guenée) Elaphria deltoides (Möschler) Elaphria ditrigona (Jones) Elaphria jalapensis (Schaus) Elaphria jonea (Schaus) Elaphria marmorides (Schaus) Elaphria subobliqua (Walker) Elaphria villicosta (Walker) Encruphion leena (Druce) Epitausa flagrans (Walker) Eriopyga approximans Jones

160 Eriopyga ditissima (Walker) Eriopyga niveipuncta (Schaus) Eriopyga punctulum Guenée Eriopyga tama Schaus Euclystis Guerini (Guenée) Eudocima materna (Linnaeus) Eudocima procus (Cramer) Eudocima serpentifera (Walker) Eulepidotis jucinda (Guenée) Euscirrhopterus discifera Hampson Faronta albilinea (Hübner) Ferenta cacica (Guenée) Gonodes liquida (Möschler) Gonodonta bidens Geyer Gonodonta pyrgo Cramer Gonodonta sicheas (Cramer) Hampsonodes bilineata (Maassen) Hampsonodes grandimacula (Guenée) Hampsonodes infirma (Schaus) Hampsonodes latifascia (Walker) Hampsonodes naevia (Guenée) Hampsonodes xanthia (Jones) Helicoverpa zea (Boddie) Heliothis tergemina (Felder & Rogenhofer) Heliothis virescens (Fabricius) Hemicephalis agenoria (Druce) Hemicephalis laronia (Druce) Herminocala pallidoides Poole Heterochroma beryllus (Guenée) Heterochroma chlorographa Hampson Heterochroma eriopioides Guenée Heterochroma hadenoides Guenée Heterochroma scuroba Schaus Hypocala andremona (Stoll) Hypotrix carneigera Guenée Hypotrix flavigera Guenée Hypotrix proxima (Draudt) Hypotrix purpurigera Guenée Hypotrix sedecens (Schaus) Iscadia aperta Walker Iscadia canalalis (Schaus) Iscadia duckinfieldia Schaus Letis mineis (Geyer) Letis specularis Hübner Leucania albifasciata (Hampson) Leucania hildrani (Schaus)

161 Leucania humidicola Guenée Leucania jaliscana Schaus Leucania latiuscula Herrich-Schäffer Leucania microsticha (Hampson) Leucania rivorum Guenée Lithacodia mella Schaus Macapta obliqua Jones Magusa orbifera (Walker) Melipotis fasciolaris (Hübner) Melipotis perpendicularis (Guenée) Metallata absumens (Walker) Metria divaricata (Schaus) Mocis latipes (Guenée) Mocis repanda (Fabricius) Neotuerta platensis (Berg) Ochropleura cirphisioides Köhler Ophisma aeolida Druce Ophisma tropicalis Guenée Oraesia argyrosema (Hampson) Orthodes curvirena (Guenée) Orthodes infirma Guenée Paectes devincta (Walker) Perasia helvina (Guené) Peridroma saucia (Hübner) Perigea glaucoptera (Guenée) Perigea secorva Schaus Perigea xylophasioides Guenée Peteroma jarinta Schaus Peteroma latizonata Hampson Phosphila lacruma (Schaus) Phuphena transversa (Schaus) Polia marea (Schaus) Polia subjecta (Walker) Praina castra (Schaus) Praina t-nigrum (Guenée) Proteinaina achaitioides (Guenée) Pseudaletia adultera (Schaus) Pseudaletia sequax Franclemont Pseudina vellerea Guenée Pseudoleucania butleri (Schaus) Pseudoleucania minna (Butler) Pseudoplusia includens (Walker) Ptichodes basilans (Guenée) Rachiplusia nu (Guenée) Ramphia albizona (Latreille) Selambina trajiciens Walker

162 Selenisa sueroides (Guenée) Sidemia calidipes (Guenée) Spodoptera dolichos (Fabricius) Spodoptera eridania (Stoll) Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) Spodoptera latifascia (Walker) Spodoptera marima (Schaus) Spragueia lepus (Guenée) Tandilia adorea (Schaus) Tandilia microstigma (Hampson) Trachea anguliplaga (Walker) Trichoplusia ni (Hübner) Tripseuxoa deeringi Schaus Tripseuxoa strigata Hampson Xanthopastis timais (Cramer) Ypsora lepraota (Hampson) Zale exhausta (Guenée) Zale pachystrigata (Hampson) Zale setipes (Guenée) Zale viridans (Guenée) Actinote carycina Jordan Actinote catarina Penz Actinote genitrix D’Almeida Actinote hyalina Jordan Actinote surima (Schaus) Actinote thalia pyria Fabricius Adelpha hyas (Boisduval) Adelpha mythra (Godart) Adelpha syma (Godart) Agraulis vanillae maculosa (Stichel) Anartia amathea roeselia (Eschscholtz) Anartia jatrophae (Linné) Archaeoprepona chalciope (Hübner) Blepolenis bassus (Felder) Caligo martia (Godart) Carminda griseldis (Weymer) Carminda paeon (Godart) Catonephele sabrina (Hewitson) Consul fabius drurii (Butler) Danaus erippus (Cramer) Danaus gilippus (Cramer) clymena meridionalis Bates Dione juno juno (Cramer) Dircenna dero celtina Burmeister Dryas iulia alcionea (Cramer)

163 Dynamine myrrhina (Doubleday) Episcada carcinia Schaus Episcada philoclea (Hewitson) Epityches eupompe (Geyer) Eresia lansdorfi (Godart) Eryphanis reevesii (Doubleday) Eteona tisiphone (Boisduval) Eueides isabella dianasa (Hübner) Euptychia ocelloides Schaus Euptychia periphas (Godart) Euptychia pronophila Butler Forsterinaria necys (Godart) Forsterinaria quantius (Godart) Fountainea ryphea phidile (Geyer) Hamadryas epinome (Felder & Felder) Heliconius besckei Ménétriés Heliconius erato phyllis (Fabricius) Heliconius ethilla narcaea Godart Hermeuptychia hermes (Fabricius) Hypanartia bella (Fabricius) Hypanartia lethe (Fabricius) Ituna ilione (Cramer) Junonia evarete (Cramer) Mechanitis lysimnia lysimnia (Fabricius) Memphis hirta (Weymer) Morpho (Cytheritis) portis (Felder & Felder) Morpho (Pessonia) catenaria (Perry) Neomaenas reticulata Weymer Opoptera fruhstorferi (Röber) Ortilia ithra (Kirby) Ortilia orthia (Hewitson) Pampasatyrus quies (Berg) Philaethria wernickei (Röber) Praepedaliodes phanias (Hewitson) Prittwitzia hymenaea hymenaea (Prittwitz) Pseudoscada erruca (Hewitson) Pteronymia carlia Schaus Taygetis ypthima Hübner Tegosa claudina (Eschscholtz) Telenassa teletusa (Godart) Vanessa braziliensis (Moore) Vanessa myrinna (Doubleday) Yphthimoides ochracea (Butler) PAPILIONIDAE polystictus polystictus (Butler) Heraclides hectorides (Esper)

164 Heraclides thoas brasiliensis (Roths. & Jordan) Mimoides lysithous rurik (Eschscholtz) Parides anchises nephalion (Godart) Pterourus scamander scamander (Boisduval) Catasticta bithys (Hübner) Colias lesbia pyrrhothea (Hübner) crisia (Drury) Dismorphia melia (Godart) Dismorphia thermesia (Godart) Enontia melite melite (Linnaeus) Eurema deva (Doubleday) Eurema elathea (Cramer) Eurema leuce Boisduval Eurema phiale Cramer Hesperocharis erota (Lucas) Hesperocharis paranensis Schaus Pereute antodyca Boisduval Pereute swainsoni (Gray) Phoebis neocypris (Hübner) nehemia (Boisduval) Theochila maenacte (Boisduval) SATURNIIDAE Adeloneivaia subangulata Herrich-Schäffer Arsenura biundulata Schaus Automeris illustris (Walker) Cerodirpha opis (Schaus) Copaxa canella Walker Copiopteryx derceto (Maassen) Copiopteryx jehovah (Strecker) Dirphia araucariae Jones Dirphiopsis epiolina (Felder) Dirphiopsis multicolor (Walker) Eacles imperialis imperialis Drury Eacles imperialis oslari W.Rothsch. Heliconisa pagenstecheri (Geyer) Hyperchiria incisa incisa (Walker) Ithomisa kinkelini Oberthür Leucanella memusae (Walker) Lonomia oblique Walker Molippa sabina Walker Periga circumstans Walker Rotschildia hopfferi (C.Felder & R.Felder) Adhemarius eurysthenes (R.Felder) Adhemarius gannascus gannascus (Stoll)

165 Agrius cingulatus (Fabricius) Callionima nomius (Walker) Callionima parce (Fabricius) Cocytius antaeus (Drury) Cocytius lucifer Rotschild & Jordan Erinnyis alope alope (Drury) Erinnyis ello ello (Linnaeus) Erinnyis oenotrus (Cramer) Eumorpha obliqua (Rothschild & Jordan) Eumorpha satellitia analis (Rothschild & Jordan) diffissa tropicalis (Rothschild & Jordan) (Cramer) Manduca incisa (Walker) Manduca lucetius lucetius (Cramer) Manduca rustica rustica (Fabricius) Nyceryx continua continua (Walker) Orecta lycidas lycidas (Boisduval) syces syces (Hübner) Pachyliodes resumens (Walker) Xylophanes anubus (Cramer) Xylophanes ceratomioides (Grote & Robinson) Xylophanes chiron nechus (Cramer) Xylophanes fosteri Rothschisd & Jordan Xylophanes indistincta Closs Xylophanes isaon (Boisduval) Xylophanes titana (Druce) Xylophanes tyndarus ( Boisduval) Xylophanes xylobotes (Burmeister)

No Rio Grande do Sul a apifauna está representada por 320 espécies (Wittmann & Hoffmann, 1990); destas, 292 ocorrem na encosta Atlântica e Planície Costeira do Estado (Wilms et al., 1997; Alves-dos-Santos, 1999). Apesar dos diversos estudos realizados, inúmeras espécies ainda não foram descritas e novas descobertas seguem ocorrendo. A avaliação dos dados colhidos na região do Planalto das Araucárias, desde 1994, revela a ocorrência de 191 espécies de abelhas, agrupadas em cinco famílias: Andrenidae, Colletidae, Halictidae, Megachilidae e Apidae (Fig. 92).

166 Colletidae Megachilidae 8% 10% Apidae 38% Andrenidae 10%

Halictidae 34%

Figura 92. Diversidade relativa, por família, das abelhas coletadas no Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul.

O CPCN Pró-Mata está inserido na porção gaúcha leste do Planalto das Araucárias, no nordeste do Rio Grande do Sul. Essa região inclui as cabeceiras dos rios formadores dos rios Cai e Taquari-Antas (Bacia do rio Jacuí), as cabeceiras dos rios Canoas e Pelotas (bacia do rio Uruguai), Maquiné, Três Forquilhas e Mampituba (Lucena et al., 2002, Malabarba et al., 2008, 2009).

A bacia do rio Uruguai apresenta 175 espécies de peixes, sendo que mais de 50 ainda não foram nomeadas (Malabarba et al., 2009). As bacias dos rios Maquiné e Três Forquilhas nascem no Planalto das Araucárias percorrendo muitos quilômetros até desaguarem no litoral norte do RS. No CPCN Pró-Mata encontram-se córregos e pequenas áreas alagadas que deságuam principalmente no sistema do rio Maquiné. Nestes foram encontradas apenas três espécies de peixes (Cnesterodon brevirostratus, Cnesterodon sp. nov. e Astyanax cremnobates) (Lucena et al., 2002). Uma quarta espécie identificada como Cichlasoma portoalegrense foi mencionada em Both et al. (2009) como introduzida em poças de água permanente. O barrigudinho, Jenynsia multidentata, também foi capturado em açude onde o arroio Bananeiras tem

167 suas nascentes. Há indícios de que seja espécie introduzida na área, a exemplo de carás, jundiás e traíras (veja Lucena et al., 2002 para detalhes). A importância do CPCN Pró-Mata para a fauna de peixes reside, principalmente, em abrigar nascentes de rios importantes da região como os das drenagens dos rios Maquiné (p. ex., a nascente do arroio Garapiá), e Três Forquilhas. Uma riqueza de 60 espécies de peixes foi observada nesses rios, entre as quais algumas espécies regionalmente ameaçadas de extinção e/ou endêmicas como Hollandicthys multifasciatus. A fauna de anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas) no CPCN-Pró-Mata corresponde àquela encontrada especialmente na Floresta Ombrófila (mata com araucária/atlântica 37,5%), em formações campestres (28,1%) ou em ambas as formações (34,4%) do quadrante nordeste do Planalto Meridional do Rio Grande do Sul (Kwet, 2001). Esta compreende 35 espécies (Kwet & Di Bernardo, 1999; Kwet, 2001; Both et al., 2009) das cerca de 60 espécies catalogadas até o presente para a região dos Campos de Cima da Serra (Colombo & Zank, 2008) (Tab. 11). Caracteriza-se pela alta diversidade de pererecas da família Hylidae (22 espécies), mas também rãs das famílias Leiuperidae e Cycloramphidae (Figs. 93 a 96). É bem representada em termos de abundância, principalmente pelas seguintes espécies: Rhinella icterica (sapo-cururu, fig. 97), Scynax granulatus e S. perereca (pererecas) e Leptodactylus latrans (rã-criola) (Kwet & Di Bernardo, 1999; Garcia et al., 2001; Kwet, 2001; Kwet & Angulo, 2002; Both et al., 2009). A perereca Hypsiboas leptolineatus, juntamente com as rãs Hypsiboas faber (Fig. 98), Physalaemus nanus e Physalaemus lisei, exemplificam espécies com distribuição geográfica inteiramente restrita aos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Kwet & Di Bernardo, 1999; Kwet & Angulo, 2002; Colombo & Zank, 2008). Thoropa saxatilis é ameaçada de extinção em nivel regional (Brasil e Rio Grande do Sul), entretanto ainda necessita de comprovação no CPCN-Pró-Mata.

168 Tabela 11. Anfíbios do CPCN-Pró-Mata (identificados com *) e anfíbios do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul (n = 58 espécies). Nomenclatura, classificação das espécies e nomes comuns grafados de acordo com a Sociedade Brasileira de Herpetologia (http://www.sbherpetologia.org.br – acessada em 10 de fevereiro de 2009) e uso corrente por especialistas (herpetólogos consultados: Patrick Colombo e Camila Both). Entre parênteses, ao lado da família, encontra-se o número de espécies da família no CPCN-Pró-Mata* e o total no Planalto das Araucárias, respectivamente.

Famíla/espécie Nome comum Fonte Bufonidae (1*; 7) Rhinella henseli sapo-de-cruz Braun & Braun (1980) Rhinella icterica* sapo-cururu Braun & Braun (1980), Kwet e Di Bernardo (1999) Dendrophryniscus krausae sapo ., Braun & Braun (1980) Melanophryniscus atroluteus sapinho-de-barriga-vermelha, Braun & Braun (1980) flamenguinho Melanophryniscus sapinho-verde-de-barriga-vermelha Braun & Braun (1978) cambaraensis Melanoprhyniscus simplex Colombo et al. (2007) Melanophryniscus tumifrons flamenguinho Colombo & Zank (2008) Brachycephalidae (1*; 1) Ischnocnema henselii* rã-das-matas Braun & Braun (1980), Kwet & Di Bernardo (1999) Centrolenidae (0*; 1) Vitreorana uranoscopa perereca-de-vidro Gracia & Vinciprova (1998), Plano de Manejo do Parque Estadual de Espigão Alto – SEMA (2004) Craugastoridae (0*; 1) Haddadus binotatus rã-das-matas Deiques et al. (2007) Cycloramphidae (3*; 6) Limnomedusa macroglossa rã-das-pedras Braun & Braun (1980) Proceratophrys bigibbosa* sapo-de-chifre Braun & Braun (1980), Kwet & Di Bernardo (1999), Kwet & Faivovich (2001). Proceratophrys brauni* sapo-de-chifre Braun & Braun (1980), Kwet & Di Bernardo (1999), Kwet & Faivovich (2001) Odontophrynus americanus* sapo-da-enchente Braun & Braun (1980), Kwet & Di Bernardo (1999) Thoropa saxatilis rã-das-pedras Braun & Braun (1980), Garcia & Vinciprova (1998) Cyclorhamphus valae rãzinha-das-pedras Garcia & Vinciprova (1998) Hylidae (22*; 25) Aplatodiscus perviridis* perereca-verde Braun & Braun (1980), Kwet & Di Bernardo (1999) Hypsiboas bischoffi* perereca Braun & Braun (1980), Kwet & Di Bernardo (1999) Hypsiboas faber* ferreiro Braun & Braun (1980), Kwet & Di Bernardo (1999) Hypsiboas leptolineatus* perereca-listrada Braun & Braun (1977), Braun & Braun (1980), Kwet & Di Bernardo (1999) Hypsiboas marginatus* perereca Braun & Braun (1980), Kwet & Di Bernardo (1999) Hypsiboas prasinus perereca Kwet & Miranda (2001) Hypsiboas pulchellus* perereca-do-banhado Kwet & Di Bernardo (1999) Hypsiboas semiguttatus* perereca Kwet & Di Bernardo (1999) Dendropsophus microps* perereca Kwet & Di Bernardo (1999) Dendropsophus minutus* perereca-rajada Kwet & Di Bernardo (1999) Dendropsophus nahdereri perereca Colombo & Zank (2008), Colombo et al. no prelo. Dendropsophus sanborni* perereca Kwet & Di Bernardo (1999) Scinax uruguayus* perereca Kwet & Di Bernardo (1999) Trachycephalus dibernardoi* perereca-leiteira Kwet & Di Bernardo (1999) Phyllomedusa distincta* perereca-macaca Both et al. (2008) Pseudis cardosoi * rã-boiadora Kwet & Di Bernardo (1999) Scinax cf. alter* perereca Kwet & Di Bernardo (1999)

169 Famíla/espécie Nome comum Fonte Scinax aromothyella* perereca Kwet & Di Bernardo (1999) Scinax catharinae* perereca Kwet & Di Bernardo (1999) Scinax granulatus* perereca Kwet & Di Bernardo (1999) Scinax fuscovarius* raspa-de-cuia Kwet & Di Bernardo (1999) Scinax perereca* perereca Kwet & Di Bernardo (1999) Scinax squalirostris* perereca-nariguda Kwet & Di Bernardo (1999) Scinax sp. nov. Sphaenorhynchus aff. surdus Hylodidae (1*; 1) Hylodes meridionalis* rã-de-corredeira Kwet & Di Bernardo (1999) Leptodactylidae (3*; 6) Leptodactylus araucarius* rã Kwet & Di Bernardo (1999) Leptodactylus gracilis Leptodactylus latrans* rã-criola Kwet & Di Bernardo (1999), Lavilla et al. (2010) Leptodactylus latinasus rã Braun & Braun (1980) Leptodactylus mystacinus rã-de-bigodes Braun & Braun (1980) Leptodactylus plaumanni* rã Kwet & Di Bernardo (1999) Leiuperidae (4*; 7) Physalaemus cuvieri* rã-cachorro Both el al. (2008) Physalaemus henselii Physalaemus lisei* rã Kwet & Di Bernardo (1999) Physalaemus nanus* rã Kwet & Di Bernardo (1999) Physalaemus cf. gracilis* rã-chorona Kwet & Di Bernardo (1999) Pleurodema bibroni Pseudopaludicola falcipes Microhyllidae (1*; 2) Elachstocleis erythrogaster rã-grilo-de-barriga-vermelha Elachistocleis bicolor* rã-de-barriga-amarela Kwet & Di Bernardo (1999) Ranidae (0*; 1) Lithobates catesbeianus rã-touro-gigante

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Figura 93. Perereca, Scinax catharinae. Foto: Patrick Colombo.

Figura 94. Rã, Physalemus nanus. Foto: Patrick Colombo.

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Figura 95. Perereca-verde, Aplasthodiscus viridis. Foto: Patrick Colombo.

Figura 96. Perereca-leiteira, Trachycephalus dibernardoi. Foto: Patrick Colombo.

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Figura 97. Sapo-cururu, Rhinella icterica. Foto: Patrick Colombo.

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Figura 98. Rãs e pererecas do CPCN Pró-Mata. Acima o ferreiro, Hypsiboas faber (esquerda) e perereca, H. marginatus (direita). Fotos: Patrick Colombo. Abaixo: Hypsiboas pulchella (esquerda). Foto: Camila Both; Perereca-do-banhado, Hypsiboas pulchellus (direita). Foto: Patrick Colombo.

174 Estima-se que a fauna de mamíferos da região nordeste do Planalto das Araucárias compreenda cerca de 92 espécies (Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa e Estepe) (Pacheco et al. 2002). Entre estas, se destacam espécies de maior porte como o leão-baio, Puma concolor (Fig. 99), o graxaim- do-campo, Pseudalopex gymnocercus, mico, Cebus apella, esta última na porção mais próxima a floresta Atlântica, além de muitos roedores dos gêneros Akodon, Delomys e Oxymicterus. Entre os morcegos, destaque para o morcego- borboleta-avermelhado, Myotis ruber, único quiróptero ameaçado de extinção no Rio Grande do Sul (Fontana et al. 2003); embora não tenha sido registrado para o CPCN-Pró-Mata, foi coletado na Floresta Nacional de São Francisco de Paula, área localizada no mesmo município e de fisionomia em parte semelhante (Pacheco et al., 2002 ; Pacheco & Freitas, 2003). Supõem-se que muitas das espécies da mastofauna do CPCN Pró-Mata tenha um padrão de distribuição associado à presença de florestas contínuas como a Floresta Atlântica e Floresta de Araucária e a Floresta Estacional semi-decidual e decidual, como do caso da paca, Dasyprocta azarae (Christoff, 2003). Acredita-se que a riqueza de mamíferos do CPCN Pró-Mata represente cerca de 70% da mastofauna ocorrente hoje no Planalto das Araucárias. Entretanto não há uma relação completa das espécies do CPCN e os trabalhos publicados em geral focam espécies de grande porte como os carnívoros. Alguns mamíferos já foram localmente extintos na região como, por exemplo, a onça, Panthera onca, os porcos-do-mato Tayassu tajacu e Tayassu pecari, o tamanduá-mirim (Fig. 100) e o lobo–guará, Chrysocyon brachyurus (Guadagnin et al., 1998; Indrusiak & Eizirik, 2003). Algumas dessas espécies, entretanto, ainda figuram em listas da região como o tamanduá-bandeira, citado por Pacheco et al. (2002) como uma das espécies filmadas ou observadas na FLONA de São Francisco de Paula, e/ou no CPCN-Pró-Mata ou áreas do entorno. Esta espécie, porém, não foi considerada com presença documentada (*) na tabela 12. O registro fotográfico de bugio (Alouatta guariba) é a primeira documentação da espécie para o CPCN (Fig. 101).

175 Tabela 12. Mamíferos do CPCN Pró-Mata e Floresta Nacional de São Francisco de Paula (FLONA) (identificados com *) e do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul (n =70 espécies); lista compilada a partir de Pacheco et al. (2002). Nomenclatura, classificação das espécies e nomes comuns grafados de acordo o uso corrente por especialistas (mastozoólogos consultados: Cristiano Marin, Julio César Bicca-Marques e Eduardo Eizirik). Alguns gêneros foram alterados de acordo com Reis (2006) ou Bonvicino et al. (2008).

Famíla/espécie Nome popular Fonte DIDELPHIDAE Chironectes minimus* cuíca-d’água Pacheco et al. (2002) Didelphis albiventris* gambá-de-orelha-branca Pacheco et al. (2002) Monodelphis iheringi* cuiquinha Pacheco et al. (2002) Monodelphis kunsi* cuiquinha Pacheco et al. (2002) Monodelphis sorex* cuiquinha-vermelha Pacheco et al. (2002) Monodelphis dimidiata* catita C. Marin, comun. pess. Monodelphis americana* cuiquinha-de-três-listras Pacheco et al. (2002) Philander frenatus* cuíca-quatro-olhos C. Marin, comun. pess. DASYPODIDAE Dasypus hybridus* tatu-mulita Pacheco et al. (2002) Dasypus novemcinctus* tatu-galinha Cerveira (2005) Myrmecophaga tridactila tamanduá-bandeira Pacheco et al. (2002) Tamandua tetradactyla* tamanduá-mirim Cerveira (2005) PHYLLOSTOMIDAE Artibeus fimbriatus* morcego-cara-branca Pacheco et al. (2002) Chrotopterus auritus* morcego-bombachudo Pacheco et al. (2002) Desmodus rotundus* mocego-hematófago Pacheco et al. (2002) Pygoderma bilabiatum* morgeco-frugívoro Pacheco et al. (2002) Sturnina lilium* morcego-fruteiro Pacheco et al. (2002) VESPERTILIONIDAE Eptesicus brasiliensis* morcego-borboleta-grande Pacheco et al. (2002) Eptesicus diminutus* morcego-borboleta-pequeno Pacheco et al. (2002) Histiotus montanus* morcego-insetívoro Pacheco et al. (2002) Histiotus velatus* morcego-orelhudo Pacheco et al. (2002) Lasiurus borealis* morcego-dourado Pacheco et al. (2002) Myiotis levis* morcego insetívoro Pacheco et al. (2002) Myiotis nigricans* morcego-borboleta-preto Pacheco et al. (2002) Myiotis ruber* morcego-borboleta- Pacheco et al. (2002) avermelhado MOLOSSIDAE Molossus molossus* morcego-de-cauda-grossa Pacheco et al. (2002) Promops nasutus* morcego-nariz-truncado Pacheco et al. (2002) Tadarida brasiliensis* morcego-das-casas Marques & Ramos (2001) CEBIDAE Cebus nigritus* macaco-prego C.S. Fontana, observ. pessoal Allouatta guariba bugio-ruivo Indivíduo fotografado morto. J.C. Bicca- clamitans Marques, comun. pess. CANIDAE

176 Famíla/espécie Nome popular Fonte Cerdocyon thous* graxaim-do-mato Cerveira (2005) Lycalopex gymnocercus* graxaim-do-campo Marques & Ramos (2001) FELIDAE Puma yagouaroundi* gato-mourisco Marques e Ramos (2001) Leopardus pardalis* jaguatirica Marques & Ramos (2001); Cerveira (2005) Leopardus tigrinus* gato-do-mato-pequeno Marques & Ramos (2001); Cerveira (2005) Leopardus wiedii* gato-maracajá Marques & Ramos (2001); Cerveira (2005) Puma concolor* leão-baio, puma Marques & Ramos (2001); Cerveira (2005) MUSTELIDAE Eira barbara irara Pacheco et al. (2002) Galictis cuja * furão Pacheco et al. (2002) Lontra longicaudis* lontra Pacheco et al. (2002) Conepatus chinga* zorrilho Pacheco et al. (2002) PROCYONIDAE Nasua nasua* coati Marques & Ramos (2001); Cerveira (2005) Procyon cancrivorus* mão-pelada Cerveira (2005), Pacheco et al. (2002) CERVIDAE Mazama gouazoupira* veado-virá Marques & Ramos (2001); Cerveira (2005) Mazama nana* veado-anã Pacheco et al. (2002) Ozotocerus bezoarticus* veado-campeiro Pacheco et al. (2002) AGOUTIDAE Cuniculus paca* paca Marques & Ramos (2001) CAPROMYIDAE Myocastor coypus* ratão-do-banhado C.S. Fontana, observ. pess. DASYPROCTIDAE Dasyprocta azarae* cutia Pacheco et al. (2002) ERETHIZONTIDAE Marques & Ramos (2001); Cerveira (2005) Sphiggurus villosus* ouriço-cacheiro Pacheco et al. (2002) CAVIIDAE Cavia magna* preá C. Marin, comum. pess. ECHIMYIDAE Phillomys dasythrix* rato-das-árvores Pacheco et al. (2002) Kannabateomys rato-das-taquaras Pacheco et al. (2002) amblyonyx* HYDROCHAERIDAE Hydrochaeris capivara Pacheco et al. (2002) hydrochaeris CRICETIDAE Akodon azarae rato-do-chão Akodon paranaensis* rato-do-chão C. Marin, comum. pess.

177 Famíla/espécie Nome popular Fonte Akodon montensis* rato-silvestre C. Marin, comum. pess. Brucepatersonius rato-do-mato C. Marin, comum. pess. iheringi* Delomys dorsalis* rato-silvestre C. Marin, comum. pess. Euryoryzomys russatus* rato-do-mato C. Marin, comum. pess. Euryzygomatomys rato-de-espinhos C. Marin, comum. pess. spinosus* Lundomis molitor* rato Pacheco et al. (2002) Oligoryzomys nigripes* ratinho-do-mato C. Marin, comum. pess. Oligoryzomys flavescens* camundongo-do-mato C. Marin, comum. pess. Oxymycterus nasutus* rato-narigudo C. Marin, comum. pess. Scapteromys tumidus* rato-d’água C. Marin, comum. pess. Sooretamys angouya rato-silvestre C. Marin, comum. pess. Thaptomys nigrita* rato-do-mato C. Marin, comum. pess. LEPORIDAE Lepus europaeus lebre-européia C.S. Fontana, observ. pess.

Figura 99. Puma ou leão-baio, Puma concolor. Foto: José Sabino, cedida para o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção do Rio Grande do Sul (Fontana et al., 2003).

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Figura 100. Tamanduá-mirim,Tamandua tetradactyla. Foto: José Sabino, cedida para o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção do Rio Grande do Sul (Fontana et al., 2003).

Figura 101. Espécime de bugio, Alouatta guariba, encontrado morto no CPCN. Foto cedida por Julio César Bicca-Marques.

179 Apesar dos avanços no conhecimento sobre a fauna de répteis alcançados no sul do Brasil ao longo dos últimos anos, existem muitos problemas taxonômicos e de distribuição a serem resolvidos (Deiques et al., 2007; SEMA, 2008). A área do CPCN-Pró-Mata, entretanto, conta com um extensivo trabalho desenvolvido no final do século XX para serpentes, como pode ser observado na figura 102 (Di-Bernardo, 1998). Este lista 17 espécies de serpentes para a área, com destaque para espécies de Colubrídeos das tribos Philodryadini (Philodryas patagoniensis) e Xenodontini (Liophis jaegeri e Liophis newwiedii) como as mais comuns. As serpentes, inclusive as peçonhentas como as espécies do gênero Rhinocerophis (ex Bothrops), figuram entre os répteis mais conhecidos de toda a região do Planalto do Nordeste do RS. Outros grupos, porém, também se destacam em diversidade, como lagartos Enyalius iheringii (iguaninha-verde, fig. 103), típico da Mata Atlântica, e algumas espécies de distribuição mais ampla, incluindo outros lagartos como a cobra-de-vidro (Ophiodes fragilis, fig. 104) e o lagarto-de-papo-amarelo (Tupinambis merianae) (Deiques et al., 2007). Vale ressaltar a presença de Cnemidophorus vacariensis, lagartinho-pintado, espécie ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul.

Tabela 13. Répteis do CPCN Pró-Mata, Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul e arredores (n =38 espécies); lista compilada a partir de Di Bernardo et al. (2002). Familia/espécie Nome popular Fonte SERPENTES Colubridae Chironius bicarinatus cobra-cipó-listada (Di-Bernardo et al. 2002) Chironius exoletus cobra-cipó (Di-Bernardo et al. 2002) Tantilla melanocephala cobra-de-capuz (Di-Bernardo et al. 2002) Dipsadidae Clelia rustica muçurana-marrom (Di-Bernardo et al. 2002) Echinanthera affinis Echinanthera bilineata Echinanthera cyanopleura Echinanthera poecilopogon Liophis flavifrenatus corre-campo-listada (Di-Bernardo et al. 2002) Liophis jaegeri cobra-verde-de-barriga- (Di-Bernardo et al. 2002) vermelha Liophis miliaris cobra-lisa (Di-Bernardo et al. 2002) Liophis poecilogyrus cobra-do-capim (Di-Bernardo et al. 2002) Oxyrhopus clathratus falsa-coral-da-serra (Di-Bernardo et al. 2002) Oxyrhopus rhombifer falsa-coral (Di-Bernardo et al. 2002) Phalotris lemniscatus cabeça-preta-serrana (Di-Bernardo et al. 2002)

180 Familia/espécie Nome popular Fonte Philodryas aestiva cobra-verde-carenada (Di-Bernardo et al. 2002) Philodryas arnaldoi parelheira-do-mato (Di-Bernardo et al. 2002) Philodryas patagoniensis papa-pinto (Di-Bernardo et al. 2002) Ptycophis flavovirgatus cobra-espada-d’água (Di-Bernardo et al. 2002) Thamnodynastes hypoconia corredeira carenada (Di-Bernardo et al. 2002) Thamnodynastes strigatus corredeira (Di-Bernardo et al. 2002) Tomodon dorsatus cobra-espada (Di-Bernardo et al. 2002) Xenodon merremii boipeva (Di-Bernardo et al. 2002) Xenodon neuwiedii falsa-jararaca (Di-Bernardo et al. 2002) Viperidae Rhinocerophis alternatus cruzeira (Di-Bernardo et al. 2002) Rhinocerophis cotiara cotiara (Di-Bernardo et al. 2002) Bothropoides jararaca jararaca (Di-Bernardo et al. 2002) Caudisona durissa cascavel (Di-Bernardo et al. 2002) LAGARTOS Anguidae Ophiodes sp.1 cobra-de-vidro (Di-Bernardo et al. 2002) Ophiodes sp.2 cobra-de-vidro (Di-Bernardo et al. 2002) Gymnophthalmidae Cercosaura schereibersii lagartixa-marrom (Di-Bernardo et al. 2002) Leiosauridae Anisolepis grilli papa-vento (Di-Bernardo et al. 2002) Enyalius iheringii iguaninha (Di-Bernardo et al. 2002) Urosthophus vautieri papa-vento-de-barriga-lisa (Di-Bernardo et al. 2002) Scincidae Mabuya dorsivittata lagartixa-dourada-listada (Di-Bernardo et al. 2002) Teiidae Cnemidophorus vacariensis lagartinho-pintado (Di-Bernardo et al. 2002) Tupinambis merianae lagarto (Di-Bernardo et al. 2002)

ANFISBENAS Amphisbaenidae Amphisbaena trachura cobra-de-duas-cabeças (Di-Bernardo et al. 2002)

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Figura 102. À esquerda acima, filhote de papa-pinto, Phylodrias patagoniensis. Foto: Gláucia Pontes. Abaixo exemplar de Echinanthera cyanopleura. À direita e acima, cruzeira, Rhinocerophis alternatus, e abaixo exemplar subadulto de Oxyrhopus clathratus.

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Figura 103. Iguaninha, Enyalius iheringii. Foto: Marcos Di-Bernardo.

Figura 104. Uma das espécies de cobra-de-vidro (Ophiodes sp.) registrada nos arredores do Pró-Mata. Foto: Marcos Di-Bernardo.

183 A avifauna do CPCN-Pró-Mata inclui espécies principalmente da região zoogeográfica da Mata Atlântica (sensu Stotz et al., 1996). A diversidade observada para a área corresponde a cerca de 40% das aves do Rio Grande do Sul compiladas por Bencke (2001). A maioria das espécies é típica de ambientes florestais, sendo que representantes de espécies raras e ou ameaçadas no Rio Grande do Sul foram observadas no local (Mähler & Fontana, 1999; Fontana & Maurício, 2002). Entre as aves que requerem atenção de conservação (Bencke et al., 2003) destacam-se o macuco (Tinamus solitarius), papagaios (A. pretrei e Amazona vinacea, este último ocasional – figs. 105 e 106), pica-paus (e.g. Campephilus robustos, fig. 110), gaviões (Buteo leucorrhous, Spizastur melanoleucus, Spizaetus tyrannus), araponga (Procnias nudicolis) e o caneleirinho-de-boné-preto (Piprites pileatus). O grimpeiro, Leptasthenura setaria não está ameaçado, mas requer atenção por ser totalmente dependente de floresta com araucária (Fig. 111). Outras espécies observadas na área são o tiriva (Pyrhura frontalis) e a pomba-galega (Patagioenas cayennensis) (Fig. 108).

Tabela 14. Aves do CPCN Pró-Mata (n =215 espécies); lista elaborada por Fontana et. al. - dados inéditos, com base em levantamentos em campo em 1998 e 1999 - autores da lista: Carla Suertegaray Fontana, Jan Karel Felix Mähler Jr., André de Mendonça- Lima e Cristian Marcelo Joenck. Nomes de acordo com CBRO (2008), acessível em http://www.cbro.org.br/cbro/listabr.htm.

Família/espécie Nome popular Fonte TINAMIDAE Tinamus solitarius macuco Fontana et al. (dados inéditos) Crypturellus obsoletus inhambuguaçu Fontana et al. (dados inéditos) Crypturellus tataupa inhambu-chororó Fontana et al. (dados inéditos) Rhynchotus rufescens perdigão Fontana et al. (dados inéditos) ANATIDAE Amazonetta brasiliensis marreca-pé-vermelho Fontana et al. (dados inéditos) Anas flavirostris marreca-pardinha Fontana et al. (dados inéditos) Anas georgica marreca-parda Fontana et al. (dados inéditos) CRACIDAE Ortalis guttata aracuã Fontana et al. (dados inéditos) ODOTOPHORIDAE Odontophorus capueira uru Fontana et al. (dados inéditos) ARDEIDAE Syrigma sibilatrix maria-faceira Fontana et al. (dados inéditos) THRESKIORNITIDAE Theristicus caudatus curicaca Fontana et al. (dados inéditos)

184 Família/espécie Nome popular Fonte CATHARTIDAE Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha Fontana et al. (dados inéditos) Cathartes burrovianus urubu-de-cabeça-amarela Fontana et al. (dados inéditos) Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta Fontana et al. (dados inéditos) Sarcoramphus papa urubu-rei Fontana et al. (dados inéditos) ACCIPITRIDAE Elanoides forficatus gavião-tesoura Mähler & Fontana (2000) Elanus leucurus gavião-peneira Mähler & Fontana (2000) Harpagus diodon gavião-bombachinha Mähler & Fontana (2000) Ictinia plumbea sovi Mähler & Fontana (2000) Accipiter striatus gavião-miúdo Mähler & Fontana (2000) Accipiter bicolor gavião-bombachinha-grande Buteogallus urubitinga gavião-preto Mähler & Fontana (2000) Heterospizias meridionalis gavião-caboclo Mähler & Fontana (2000) Percnohierax leucorrhous gavião-de-sobre-branco Mähler & Fontana (2000) Rupornis magnirostris gavião-carijó Mähler & Fontana (2000) Buteo albicaudatus gavião-de-rabo-branco Mähler & Fontana (2000) Buteo swainsoni gavião-papa-gafanhoto Mähler & Fontana (2000) Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta Mähler & Fontana (2000) Spizastur melanoleucus gavião-pato Mähler & Fontana (2000) Spizaetus tyrannus gavião-pega-macaco Mähler & Fontana (2000) FALCONIDAE Caracara plancus caracará Mähler & Fontana (2000) Milvago chimachima carrapateiro Mähler & Fontana (2000) Milvago chimango chimango Mähler & Fontana (2000) Micrastur ruficollis falcão-caburé Mähler & Fontana (2000) Micrastur semitorquatus falcão-relógio Mähler & Fontana (2000) Falco sparverius quiriquiri Mähler & Fontana (2000) Falco femoralis falcão-de-coleira Mähler & Fontana (2000) RALLIDAE Aramides saracura saracura-do-mato Fontana et al. (dados inéditos) Laterallus melanophaius sanã-parda Fontana et al. (dados inéditos) Pardirallus nigricans saracura-sanã Fontana et al. (dados inéditos) CARIAMIDAE Cariama cristata siriema Fontana et al. (dados inéditos) CHARADRIIDAE Vanellus chilensis quero-quero Fontana et al. (dados inéditos) COLUMBIDAE Patagioenas picazuro pombão Fontana et al. (dados inéditos) Patagioenas cayennensis pomba-galega Fontana et al. (dados inéditos) Patagioenas plumbea pomba-amargosa Fontana et al. (dados inéditos) Leptotila verreauxi juriti-pupu Fontana et al. (dados inéditos) Leptotila rufaxila juriti-gemedeira Fontana et al. (dados inéditos) Geotrygon montana pariri Fontana et al. (dados inéditos) PSITTACIDAE Pyrrhura frontalis (Fig.108) tiriba-de-testa-vermelha Fontana et al. (dados inéditos) Pionopsitta pileata cuiú-cuiú Fontana et al. (dados inéditos) Pionus maximiliani maitaca-verde Fontana et al. (dados inéditos) Amazona pretrei papagaio-charão Fontana et al. (dados inéditos)

185 Família/espécie Nome popular Fonte Amazona vinacea papagaio-de-peito-roxo Fontana et al. (dados inéditos) Triclaria malachitacea sabiá-cica Fontana et al. (dados inéditos) CUCULIDAE Piaya cayana alma-de-gato Fontana et al. (dados inéditos) Guira guira anu-branco Fontana et al. (dados inéditos) TYTONIDAE Tyto alba coruja-das-torres Fontana et al. (dados inéditos) STRIGIDAE Megascops choliba corujinha-do-mato Fontana et al. (dados inéditos) Megascops corujinha-do-sul Fontana et al. (dados inéditos) sanctaecatarinae Strix hylophila coruja-listrada Fontana et al. (dados inéditos) Athene cunicularia coruja-buraqueira Fontana et al. (dados inéditos) NYCTIBIIDAE Nyctibius griseus mãe-da-lua Fontana et al. (dados inéditos) CAPRIMULGIDAE Lurocalis semitorquatus tuju Fontana et al. (dados inéditos) Caprimulgus longirostris bacurau-da-telha Fontana et al. (dados inéditos) Macropsalis forcipata bacurau-tesoura-gigante Fontana et al. (dados inéditos) APODIDAE Cypseloides fumigatus taperuçu-preto Fontana et al. (dados inéditos) Streptoprocne zonaris taperuçu-de-coleira-branca Fontana et al. (dados inéditos) Streptoprocne biscutata taperuçu-de-coleira-falha Fontana et al. (dados inéditos) Chaetura cinereiventris andorinhão-de-sobre- Fontana et al. (dados inéditos) cinzento Chaetura meridionalis andorinhão-do-temporal Fontana et al. (dados inéditos) TROCHILIDAE Ramphodon naevius beija-flor-rajado M. Repenning, gravação de voz. Phaethornis eurynome rabo-branco-de-garganta- Fontana et al. (dados inéditos) rajada Anthracothorax nigricollis beija-flor-de-veste-preta Fontana et al. (dados inéditos) Stephanoxis lalandi beija-flor-de-topete Fontana et al. (dados inéditos) Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vemelho Fontana et al. (dados inéditos) Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta Fontana et al. (dados inéditos) Leucochloris albicollis beija-flor-de-papo-branco Fontana et al. (dados inéditos) TROGONIDAE Trogon surrucura surucuá-variado Fontana et al. (dados inéditos) Trogon rufus surucuá-de-barriga-amarela Fontana et al. (dados inéditos) RAMPHASTIDAE Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde Fontana et al. (dados inéditos) PICIDAE Picumnus temminckii pica-pau-anão-de-coleira Fontana et al. (dados inéditos) Picumnus nebulosus pica-pau-anão-carijó Fontana et al. (dados inéditos) Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó Fontana et al. (dados inéditos) Piculus aurulentus pica-pau-dourado Fontana et al. (dados inéditos) Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado Fontana et al. (dados inéditos) Colaptes campestris pica-pau-do-campo Fontana et al. (dados inéditos) Campephilus robustus pica-pau-rei Fontana et al. (dados inéditos) THAMNOPHILIDAE Hypoedaleus guttatus chocão-carijó Fontana et al. (dados inéditos)

186 Família/espécie Nome popular Fonte Batara cinerea matracão Fontana et al. (dados inéditos) Mackenziaena leachii borralhara-assobiadora Fontana et al. (dados inéditos) Thamnophilus choca-da-mata Fontana et al. (dados inéditos) caerulescens Thamnophilus ruficapillus choca-de-chapéu-vermelho Fontana et al. (dados inéditos) Dysithamnus mentalis choquinha-lisa Fontana et al. (dados inéditos) Drymophila malura choquinha-carijó Fontana et al. (dados inéditos) Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul Fontana et al. (dados inéditos) CONOPOPHAGIDAE Conopophaga lineata chupa-dente Fontana et al. (dados inéditos) GRALLARIDAE Grallaria varia tovacuçu Fontana et al. (dados inéditos) Hylopezus nattereri pinto-do-mato Fontana et al. (dados inéditos) RHINOCRYPTIDAE Psilorhamphus guttatus tapaculo-pintado Fontana et al. (dados inéditos) Scytalopus speluncae tapaculo-preto Fontana et al. (dados inéditos) Chamaeza campanisona tovaca-campainha Fontana et al. (dados inéditos) Chamaeza ruficauda tovaca-de-rabo-vermelho Fontana et al. (dados inéditos) Sclerurus scansor vira-folha Fontana et al. (dados inéditos) DENDROCOLAPTIDAE Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde Fontana et al. (dados inéditos) Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca Fontana et al. (dados inéditos) Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande Fontana et al. (dados inéditos) Xiphorhynchus fuscus arapaçu-de-bico-branco Fontana et al. (dados inéditos) Lepidocolaptes falcinellus arapaçu-escamado-do-sul Fontana et al. (dados inéditos) Campylorhamphus arapaçu-de-bico-torto Fontana et al. (dados inéditos) falcularius FURNARIIDAE Furnarius rufus joão-de-barro Fontana et al. (dados inéditos) Leptasthenura striolata grimpeirinho Fontana et al. (dados inéditos) Leptasthenura setaria grimpeiro Fontana et al. (dados inéditos) Synallaxis ruficapilla pichororé Fontana et al. (dados inéditos) Synallaxis cinerascens pi-puí Fontana et al. (dados inéditos) Synallaxis spixi joão-teneném Fontana et al. (dados inéditos) Cranioleuca obsoleta arredio-oliváceo Fontana et al. (dados inéditos) Phacellodomus striaticollis tio-tio Fontana et al. (dados inéditos) Anumbius annumbi cochicho Fontana et al. (dados inéditos) Syndactyla rufosuperciliata trepador-quiete Fontana et al. (dados inéditos) Philydor lichtensteini* limpa-folha-ocráceo Fontana et al. (dados inéditos) Philydor rufum limpa-folha-de-testa-baia Fontana et al. (dados inéditos) Cichlocolaptes leucophrus trepador-sobrancelha Fontana et al. (dados inéditos) Lochmias nematura joão-porca Fontana et al. (dados inéditos) Heliobletus contaminatus trepadorzinho Fontana et al. (dados inéditos) Xenops rutilans bico-virado-carijó Fontana et al. (dados inéditos) TYRANNIDAE Mionectes rufiventris abre-asa-de-cabeça-cinza Fontana et al. (dados inéditos) Hemitriccus obsoletus catraca Fontana et al. (dados inéditos) Poecilotriccus plumbeiceps tororó Fontana et al. (dados inéditos) Phyllomyias virescens piolhinho-verdoso Fontana et al. (dados inéditos)

187 Família/espécie Nome popular Fonte Phyllomyias fasciatus piolhinho Fontana et al. (dados inéditos) Elaenia parvirostris guaracava-de-bico-curto Fontana et al. (dados inéditos) Elaenia mesoleuca tuque Fontana et al. (dados inéditos) Elaenia obscura tucão Fontana et al. (dados inéditos) Camptostoma obsoletum risadinha Fontana et al. (dados inéditos) Serpophaga nigricans joão-pobre Fontana et al. (dados inéditos) Serpophaga subcristata alegrinho Fontana et al. (dados inéditos) Phylloscartes ventralis borboletinha-do-mato Fontana et al. (dados inéditos) Phylloscartes difficilis estalinho Fontana et al. (dados inéditos) Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta Fontana et al. (dados inéditos) Platyrinchus mystaceus patinho Fontana et al. (dados inéditos) Myiophobus fasciatus filipe Fontana et al. (dados inéditos) Hirundinea ferruginea birro Fontana et al. (dados inéditos) Lathrotriccus euleri enferrujado Fontana et al. (dados inéditos) Knipolegus cyanirostris maria-preta-de-bico-azulado Fontana et al. (dados inéditos) Knipolegus lophotes maria-preta-de-penacho Fontana et al. (dados inéditos) Knipolegus nigerrimus maria-preta-de-garganta- Fontana et al. (dados inéditos) vermelha Xolmis cinereus primavera Fontana et al. (dados inéditos) Xolmis dominicanus noivinha-de-rabo-preto Fontana et al. (dados inéditos) Muscipipra vetula tesoura-cinzenta Fontana et al. (dados inéditos) Machetornis rixosus suiriri-cavaleiro Fontana et al. (dados inéditos) Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado Fontana et al. (dados inéditos) Empidonomus varius peitica Fontana et al. (dados inéditos) Tyrannus melancholicus suiriri Fontana et al. (dados inéditos) Myiarchus swainsoni irré Fontana et al. (dados inéditos) Attila phoenicurus capitão-castanho Fontana et al. (dados inéditos) COTINGIDAE Carpornis cucullata corocochó Fontana et al. (dados inéditos) Procnias nudicollis araponga Fontana et al. (dados inéditos) PIPRIDAE Piprites pileata caneleirinho-de-chapéu-preto Fontana et al. (dados inéditos) Chiroxiphia caudata tangará Fontana et al. (dados inéditos) TITYRIDAE Schiffornis virescens flautim Fontana et al. (dados inéditos) Tityra cayana anambé-branco-de-rabo- Fontana et al. (dados inéditos) preto Pachyramphus castaneus caneleiro Fontana et al. (dados inéditos) Pachyramphus caneleiro-preto Fontana et al. (dados inéditos) polychopterus Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto Fontana et al. (dados inéditos) VIREONIDAE Cyclarhis gujanensis pitiguari Fontana et al. (dados inéditos) Vireo olivaceus juruviara Fontana et al. (dados inéditos) Hylophilus poicilotis verdinho-coroado Fontana et al. (dados inéditos) CORVIDAE Cyanocorax caeruleus gralha-azul Fontana et al. (dados inéditos) HIRUNDINIDAE Tachycineta leucorrhoa andorinha-de-sobre-branco Fontana et al. (dados inéditos) Progne chalybea andorinha-doméstica-grande Fontana et al. (dados inéditos)

188 Família/espécie Nome popular Fonte Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa Fontana et al. (dados inéditos) Hirundo rustica andorinha-de-bando Fontana et al. (dados inéditos) Petrochelidon pyrrhonota andorinha-de-dorso- Fontana et al. (dados inéditos) acanelado TROGLODYTIDAE Troglodytes musculus corruíra Fontana et al. (dados inéditos) TURDIDAE Platycichla flavipes sabiá-una Fontana et al. (dados inéditos) Turdus subalaris sabiá-ferreiro Fontana et al. (dados inéditos) Turdus rufiventris sabiá-laranjeira Fontana et al. (dados inéditos) Turdus amaurochalinus sabiá-poca Fontana et al. (dados inéditos) Turdus albicollis sabiá-coleira Fontana et al. (dados inéditos) MIMIDAE Mimus saturninus sabiá-do-campo Fontana et al. (dados inéditos) MOTACILLIDAE Anthus hellmayri caminheiro-de-barriga- Fontana et al. (dados inéditos) acanelada THRAUPIDAE Pyrrhocoma ruficeps cabecinha-castanha Fontana et al. (dados inéditos) Trichothraupis melanops tiê-de-topete Fontana et al. (dados inéditos) Tachyphonus coronatus tiê-preto Fontana et al. (dados inéditos) Thraupis sayaca sanhaçu-cinzento Fontana et al. (dados inéditos) Thraupis cyanoptera sanhaçu-de-encontro-azul Fontana et al. (dados inéditos) Stephanophorus sanhaçu-frade Fontana et al. (dados inéditos) diadematus Pipraeidea melanonota saíra-viúva Fontana et al. (dados inéditos) Tangara seledon saíra-sete-cores Fontana et al. (dados inéditos) Tangara preciosa saíra-preciosa Fontana et al. (dados inéditos) Dacnis cayana saí-azul A. Mendonça-Lima, comun. pess. EMBERIZIDAE Zonotrichia capensis tico-tico Fontana et al. (dados inéditos) Haplospiza unicolor cigarra-bambu Fontana et al. (dados inéditos) Donacospiza albifrons tico-tico-do-banhado Fontana et al. (dados inéditos) Poospiza thoracica peito-pinhão Fontana et al. (dados inéditos) Poospiza nigrorufa quem-te-vestiu Fontana et al. (dados inéditos) Poospiza lateralis quete Fontana et al. (dados inéditos) Sicalis flaveola canário-da-terra-verdadeiro Fontana et al. (dados inéditos) Sicalis luteola tipio Fontana et al. (dados inéditos) Emberizoides ypiranganus canário-do-brejo Fontana et al. (dados inéditos) Embernagra platensis sabiá-do-banhado Fontana et al. (dados inéditos) Sporophila caerulescens coleirinho Fontana et al. (dados inéditos) Amaurospiza moesta negrinho-do-mato Fontana et al. (dados inéditos) CARDINALIDAE Saltator fuliginosus* pimentão Fontana et al. (dados inéditos) Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro Fontana et al. (dados inéditos) Saltator maxillosus bico-grosso Fontana et al. (dados inéditos) Cyanoloxia glaucocaerulea azulinho Fontana et al. (dados inéditos) PARULIDAE Parula pitiayumi mariquita Fontana et al. (dados inéditos)

189 Família/espécie Nome popular Fonte Geothlypis aequinoctialis pia-cobra Fontana et al. (dados inéditos) Basileuterus culicivorus pula-pula Fontana et al. (dados inéditos) Basileuterus pula-pula-assobiador Fontana et al. (dados inéditos) leucoblepharus ICTERIDAE Cacicus chrysopterus tecelão Fontana et al. (dados inéditos) Molothrus bonariensis vira-bosta Fontana et al. (dados inéditos) FRINGILLIDAE Carduelis magellanica pintassilgo Fontana et al. (dados inéditos) Euphonia chalybea cais-cais Fontana et al. (dados inéditos) Euphonia pectoralis ferro-velho Fontana et al. (dados inéditos) Chlorophonia cyanea bandeirinha Fontana et al. (dados inéditos) * espécies que necessitam confirmação.

Figura 105. Charão, Amazona pretrei. Foto: Gilson Oliveira.

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Figura 106. Papagaio-de-peito-roxo, Amazona vinacea. Foto: Márcio Repenning.

Figura 107. Tecelão, Caccicus crysopterus. Foto: Márcio Repenning.

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Figura 108. Tiriva, Pyrhura frontalis (esquerda) e pomba-galega, Patagioenas cayennensis (direita). Fotos: Márcio Repenning.

Figura 109. Gavião-tesoura, Elanoides orficatus. Foto: Márcio Repenning.

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Figura 110. À esquerda, pica-pau-rei, Campephilus robustos e à direita araponga, Procnicas nudicollis, Fotos: Gilson Oliveira (araponga) e Márcio Repenning (pica-pau-rei).

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Figura 111. Grimpeiro, Lepthasthenura setaria, endêmico de Araucaria. Foto: Márcio Repenning.

4.6.3 Integridade A área do Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró- Mata/PUCRS, apesar de ter sofrido intensa intervenção humana, ainda mantém ecossistemas bem preservados e com fauna característica. Apesar das várias décadas de ação antrópica, em que houve intensa extração seletiva de árvores nativas de alto valor econômico e uma ativa exploração agropecuária, com a consequente degradação de algumas áreas, a biodiversidade de moluscos terrestres, no presente, é ainda muito importante (Thomé et al., 2002). Um significativo número de espécies nativas (31) comparativamente a apenas uma espécie introduzida exemplifica esta importância. A lesma introduzida Deroceras sp. nunca foi encontrada nas matas, mas apenas em alguns capões. A maioria das espécies registradas parece ser indicadoras das florestas remanescentes nativas típicas. Thomé et al. (2002) mencionaram que não se pode saber se houve perdas de algumas espécies porque não há estudos prévios à intervenção humana. No entanto, a baixa

densidade constatada para as espécies nativas, em especial os macromoluscos (Megalobulimus proclives, Strophocheilus cf. erythrosoma e Epiphragmophora sp.) poderiam sugerir o reflexo do impacto produzido for fatores alóctones. Novas ocorrências de espécies da fauna são frequentes em pesquisas desenvolvidas no CPCN Pró-Mata, como Parastacus brasiliensis promatensis (Fontoura & Conter, 2008, fig. 112). Segundo estes autores, os animais coletados a uma altitude de 850 m representam o primeiro registro de Parastacidae em altitude no Brasil.

Figura 112. Parastacus brasiliensis promatensis.

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Quanto à fauna de abelhas registradas no Pró-Mata, destacam-se espécies raras, inclusive quatro ameaçadas de extinção (Blochtein & Harter- Marques, 2003), de acordo com a lista oficial do Rio Grande do Sul. De uma destas espécies, Melipona quadrifasciata, conhecida com mandaçaia, não se tem conhecimento há vários anos de ninhos naturais, apesar de ter-se registrado estas abelhas nas flores em várias áreas (Fig. 113).

Figura 113. Melipona quadrifasciata quadrifasciata em flor de Tibouchina sp.

Como não existem levantamentos pretéritos sobre a avifauna do CPCN Pró-Mata e tampouco se tem acesso aos dados de espécimes eventualmente coletados no passado na área, não se pode verificar a integridade da mesma quanto à fauna de vertebrados. Acredita-se que, com a retirada das pessoas e do gado, por ocasião da compra da área pela Pontifícia Universidade Católica no início da década de 1990, a floresta, assim como os ecossistemas associados à mesma, esteja em franco processo de recuperação. Um ambiente com menor pressão antrópica possível tende a tornar-se mais adequado para que comunidades vegetais e animais se mantenham e a presença de espécies não encontradas em áreas alteradas é esperada com maior frequência. A ausência de algumas espécies animais comuns em ambientes antropizados como

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Pitangus sulphuratus (bem-te-vi) e Passer domesticus (pardal) indicam que a área é preservada. O grande número de aves especialistas quanto à alimentação, como frugívoros de copa (e.g. Carpornis cuculatus, Caciccus crysopterus – fig. 107), ou migratórias, como a araponga (Procnias nudicollis, fig. 110), ou aves topo de pirâmide alimentar, como os gaviões do gênero Spizaetus, dependentes de grandes extensões florestais e/ou migratórios, como Elanoides forficatus (Fig. 109), respectivamente, exemplificam a integridade da área quanto à fauna de aves. A presença de grandes carnívoros, como por exemplo Puma concolor (Cerveira, 2005), ou de um número relativamente alto de espécies de anfíbios para uma área de clima subtropical (Kwet, 2001), igualmente retrata esta parcial integridade. Apesar da fauna do CPCN Pro-Mata possuir predominância de espécies florestais, com base nos levantamentos realizados de anfíbios, mamíferos, répteis e aves (Tabs. 11 a 14), algumas espécies de campo são bastante representativas no local como Lycalopex gymnocercus, Emberizoides ypiranganus, Rhynchotus rufescens, ou até ameaçadas como Cnemidophorus vacariensis e Puma yagoauroundi. Esta fauna, entretanto, tende a se modificar em sua composição/diversidade à medida que a floresta avança sobre as áreas de campo natural – ou seja, a diversidade de espécies de áreas abertas tende a diminuir e a diversidade e o número de espécies florestais aumentar, esperando- se uma mudança na composição caso esta tendência se mantenha. Para a manutenção de espécies campestres talvez sejam necessárias práticas de manejo baseadas em estudos específicos dos grupos animais e vegetais dependentes desse tipo de habitat. O conhecimento sobre a fauna do Pró-Mata, resultante de estudos científicos, constitui um importante parâmetro para a avaliação de outras áreas naturais e fornece subsídios ao manejo das mesmas.

4.6.4 Espécies de Interesse Especial Registram-se no Pró-Mata a ocorrência natural de numerosas espécies consideradas de interesse especial, tanto pela importância para a conservação - por integrarem a Lista Oficial de Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção no Rio Grande do Sul (em www.sema.rs.gov.br/sema/html/pdf/livrovermelho.pdf) -, quanto espécies indicadas para a criação e uso sustentável, a exemplo do

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lagostim Parastacus brasilensis promatensis (Figs. 112, 114 e 115), de interesse alimentar (Conter, 2000) e diversas outras finalidades.

Figura 114. Tanque experimental para cultivo de Parastacus brasiliensis promatensis instalado no CPCN Pró-Mata.

Figura 115. Fêmea de Parastacus brasiliensis promatensis em fase reprodutiva (ovada) obtida no tanque de criação experimental no CPCN Pró-Mata.

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Dentre os insetos destacam-se espécies que usam a araucária como hospedeiro, a exemplo do besouro Corthylus praealtus (Fig. 116), que escava galerias na madeira (Mecke & Galileo 2002).

Figura 116. Galerias do besouro Corthylus praealtus num ramo de Araucaria angustifolia; gorgulho da araucária (Araucarius kuscheli) (esquerda).

As borboletas e mariposas, além de despertarem a atenção dos apreciadores da natureza pela sua diversidade e beleza, destacam-se pela considerável importância econômica, pois suas larvas - as lagartas - podem ser causar danos a plantas silvestres e cultivadas. Na espécie Dirphia araucariae, os adultos (mariposas, fig. 117) colocam seus ovos nos troncos das araucárias, após as larvas (lagarta-da-araucária) sobem nas copas e alimentam-se das folhas. Destacam-se também no grupo dos insetos diversas espécies de abelhas da tribo Meliponini, com potencial alimentar (mel, pólen), farmacêutico (própolis), industrial (própolis, cera) e agrícola (manejo de polinizadores), as quais podem ser manejadas racionalmente (Pick & Blochtein, 2002a,b; Borges & Blochtein, 2005, 2006; Telles, 2008). A criação das abelhas sem ferrão, designada meliponicultura, é uma alternativa promissora para a sustentabilidade regional e plenamente compatível com a conservação ambiental (Witter & Blochtein, 2007; 2009; Blochtein et al., 2008).

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Figura 117. Mariposa Dirphia araucariae, cujas fêmeas colocam seus ovos nos troncos das araucárias. Foto: Roland Mecke.

Outras abelhas de importância notável, especialmente na polinização de determinadas espécies vegetais, pertencem ao gênero Xylocopa. Estas abelhas solitárias ou semi-sociais, conhecidas por mamangavas, são grandes e consideravelmente peludas. A maioria é preta e amarela e quando voam emitem um zumbido característico. No Brasil são conhecidas cerca de 50 espécies, das quais 16 ocorrem no Rio Grande do Sul. Na região do Planalto, dez espécies de Xylocopa foram observadas: X. artifex, X. augustii, X. bimaculata (Fig. 118), X. brasilianorum (Fig. 119), X. chrysopoda (Fig. 120), X. ciliata, X. funesta, X. haematospila, X. ordinaria e X. suspecta (Schlindwein et al., 2003).

Figura 118. Mamangava, macho de X. bimaculata .

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Figura 119. Mamangava, macho de X. Figura 120. Mamangava, macho de X. brasilianorum. chrysopoda.

4.6.5 Espécies Exóticas Dentre os moluscos, há somente uma espécie introduzida na região do CPCN Pró-Mata, a lesma Deroceras sp. (Thomé et al., 2002). A abelha doméstica Apis mellifera é de especial interesse, pois a apicultura constitui atividade tradicional na região, seja a produção de mel para consumo familiar ou como fonte de renda. A presença desta espécie introduzida tem sido apontada como ameaça para determinados grupos de abelhas nativas devido à sobreposição do nicho trófico e de locais de nidificação, especialmente em de médio e grande porte (Blochtein & Harter-Marques, 2003; Witter et al., 2009).

4.6.6 Importância Biológica da Fauna A princípio toda e qualquer espécie exerce importante papel na manutenção de uma comunidade, porém existem animais que possuem requerimentos ecológicos maiores. Dentre os moluscos, destaca-se a importância dos gastrópodes terrestres, principalmente os micromoluscos habitantes da serapilheira e constituintes das comunidades animais que vivem no solo (Zusevics, 1982). Os caracóis e outros invertebrados, que se alimentam de plantas que crescem em solos rochosos, além de decomporem as mesmas, desgastam as rochas, contribuindo dessa forma na formação do próprio solo (Wood, 1989). Os moluscos alimentam-se na serapilheira (folhedo, folhame) de outros animais, vivos ou mortos, de fungos e

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participam da disseminação de microorganismos e sais minerais que tenham ingerido; suas fezes, seu corpo e sua concha serão reciclados e integrados ao solo como matéria orgânica, certamente de importância na fertilização do mesmo (Taylor, 1935; Whittaker, 1975; Fitter et al., 1985; Gomot et al., 1989; Dindal, 1990). Dentre as centenas de espécies de aranhas registradas para a região, comumente encontradas no solo ou em plantas, muitas se alimentam de insetos, exercendo assim o controle populacional desses prolíferos organismos (Fig. 121).

Figura 121. Aranha-caranguejo (Misumenops pallens) à espera de insetos dos quais se alimenta.

Tomando como exemplo as aves, as espécies migratórias, as dispersoras de semente, as especialistas em determinado tipo de alimento ou de habitat, ou aquelas que nidificam em cavidades de árvores velhas, como o pica-pau-rei (Campephilus robustus), são importantes no que se refere ao estado de conservação do meio em que vivem, constituindo, sua presença, um importante bioindicador de qualidade ambiental. Espécies ameaçadas, endêmicas e ou raras que habitam a área podem ser um atrativo para a visitação de pesquisadores e birdwatchers (observadores de aves), constituindo um potencial acadêmico e turístico a ser explorado, respectivamente. Algumas espécies de

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aves globalmente ameaçadas ou quase ameaçadas de acordo com a IUCN (2008), ou mesmo sob ameaça regional (Fontana et al., 2003; MMA, 2008) podem ser mencionadas como de interesse especial (Tab. 15). A lebre européia, o gado bovino (Bos taurus) e Sus scrofa (porco- doméstico) (Cerveira, 2005), além dos peixes introduzidos em açudes, exemplificam espécies exóticas reportadas para o CPCN-Pró-Mata. A pequena diversidade de espécies exóticas encontrada e a ausência de espécies comuns às áreas antropizadas, como mencionado acima, retrata o elevado grau de integridade da área. A presença de gado em pequena escala e sob orientação técnica adequada pode servir de recurso para a conservação das áreas de campos naturais existentes, pois áreas de campo e banhados têm uma fauna característica, diversa e com espécies ameaçadas como a noivinha-do-rabo- preto (Xolmis dominicanus). Estas espécies de áreas abertas, além de ser um componente importante da biodiversidade dos Campos de Cima da Serra, são interessantes sob o ponto de vista da observação de aves para iniciantes, constituindo um importante recurso turístico a ser explorado. Já a presença de vertebrados exóticos como vacas, porcos, cães e cavalos deve ser rigorosamente controlada e, se possível, evitada, para a manutenção da biodiversidade. Informações relevantes sobre espécies raras, ameaçadas de extinção e bioindicadoras da porção nordeste do Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, podem ser encontradas em Fontana et al. (2008, 2009).

Tabela 15. Algumas espécies da fauna ameaçadas de extinção cuja presença foi constatada na área do CPCN Pró-Mata e arredores (em ordem alfabética). Essas espécies merecem atenção especial, pois requerem (1) habitats conservados em grandes extensões e/ou com manutenção de diversidade e abundância de animais e vegetais (manutenção da cadeia trófica); (2) e/ou locais para a nidificação/abrigo (árvores velhas e com cavidades), e/ou água limpa; (3) e/ou controle de caça por predadores animais introduzidos e o próprio homem, além de controle de extrativismo ilegal; (4) controle de agentes patogênicos. Fontes: IUCN (2010), Indrusiak & Eizirik (2003), Bencke et al. (2003), Marques (2003), Pacheco & Freitas (2003), Mähler Jr & Schneider (2003) (MMA, 2003; IBAMA - Fundação Biodiversitas, 2005). Categoria de ameaça Grupo/Nome científico Nome popular SEMA/RS IBAMA/MMA IUCN MOLUSCOS Megalobulimus proclives aruá-alongado EN – – CRUSTÁCEOS Parastacus brasiliensis Lagostim de água VU – – 1,2,3 doce ABELHAS Melipona bicolor 1,2,3 guaraipo VU – – Melipona marginata 1,2,3 manduri EN – –

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Categoria de ameaça Grupo/Nome científico Nome popular SEMA/RS IBAMA/MMA IUCN Melipona quadrifasciata mandaçaia EN – – 1,2,3 MAMÍFEROS Agouti paca 1,2,3 paca EN – – Alouatta guariba 1,2,3,4 bugio-ruivo VU NT NT Chironectes minimus 1,3 cuíca-d’água VU – – Dasyprocta azarae 1,2,3 cutia VU NT VU Eira barbara 1,2 irara VU – – Leopardus pardalis 1,2,3 jaguatirica VU VU – Leopardus tigrinus 1,2,3 gato-do-mato- VU VU NT pequeno Leopardus wiedii 1,2,3 gato-maracajá VU VU – Lontra longicaudis 1,2 lontra VU NT DD Mazama guazoupira 1,3 veado-virá VU – – Mazama nana 1,3 veado-bororó-do- CR – – sul Myotis ruber * 1,2,3 morcego-borboleta- VU _ _ avermelhado Nasua nasua 1,3 quati VU – – Ozotocerus bezoarticus veado-campeiro CR 1,3 Puma concolor 1,3 puma ou leão-baio EN VU NT Puma yaguarondi 1,3 gato-mourisco VU – – Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim VU – – 1,3 RÉPTEIS Bothrops cotiara 1, 2, 3 cotiara VU – – Cnemidophorus lagartinho-pintado VU VU vacariensis1,2,3 (Fig. 122) Philodryas arnaldoi 1,2,3 parelheira-do-mato VU – – AVES Amazona pretrei 1,2,3,4 charão VU VU VU Amazona vinacea 1,2,3,4 papagaio-de-peito- EN VU VU roxo Campephilus robustus pica-pau-rei EN – – 1,2,3,4 Columba plumbea 1 pomba-amargosa VU – – Euphonia violacea 1 gaturamo- VU – – verdadeiro Grallaria varia 1 tovacuçu VU – – Odontophorus capueira 1 uru VU – – Percnohierax leucorrhous Gavião-de-sobre- CR – – 1, 2 branco Phaethornis eurynome 1 balança-rabo-de- VU – – garganta-rajada Pipile jacutinga 1 jacutinga CR EN EN Piprites pileata 1 caneleirinho-de- EN VU VU chapéu-preto Procnias nudicollis 1,3 araponga ou EN – VU ferreiro Psiloramphus guttatus 1 macuquinho- VU – – pintado Pyriglena leucoptera 1 papa-taoca VU – – Saltator fuliginosus* 1 bico-de-pimenta VU – –

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Categoria de ameaça Grupo/Nome científico Nome popular SEMA/RS IBAMA/MMA IUCN Sarcoramphus papa 1,2 urubu-rei CR – – Spizaetus tyrannus 1,3 gavião-pega- CR NT – macaco Spizastur melanoleucus gavião-pato CR – – 1,3 Tangara seledon 1 saíra-de-sete-cores VU – – Tinamus solitarius 1, 3 macuco CR NT NT Triclaria malachitacea sabiá-cica VU NT NT 1,2,3,4 Xolmis dominicanus 1 noivinha-de-rabo- VU VU preto * necessita confirmação

Figura 122. Lagartinho-pintado, Cnemidophorus vacariensis. Foto: Márcio Repenning

4.7 Principais Pressões e Ameaças à Biodiversidade Segundo Fontana et al. (2003) figuram entre as principais ameaças a manutenção da biodiversidade do Rio Grande do Sul a destruição e descaracterização do habitat. Estas são as principais ameaças à fauna gaúcha e, consequentemente, à fauna do CPCN. Entre as ameaças relacionadas à perda de habitat figuram o desmatamento e a fragmentação do ambiente em decorrência de atividades humanas, inclusive contrução de estradas. As espécies florestais do CPCN certamente são muito suscetíveis às mudanças no

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tamanho, composição e estrutura da floresta com araucária e qualquer atividade humana relacionada a esta floresta, que possa modificar a estrutura trófica da comunidade, deve ser rigorosamente estudada e controlada, como, por exemplo, a extração de pinhão e/ou qualquer tipo de reflorestamento, entre outros. A caça ilegal e a captura de espécies, especialmente de aves, neste último caso, constituem importante fator de ameaça, especialmente para espécies culturalmente utilizadas no comércio ilegal como papagaios e periquitos. A caça ilegal de espécies de mamíferos e aves para alimento e a perseguição com morte de répteis e anfíbios considerados “nocivos” direta ou indiretamente ao homem são fontes de ameaça à conservação de muitas espécies animais da região do CPCN Pró-Mata. A introdução de espécies exóticas animais e vegetais, além de causar efeito na estrutura da comunidade pode ser fonte de disseminação de patógenos nas populações nativas, sendo fonte adicional de ameaça.

4.8 Outros Grupos de Interesse Modernamente, alguns grupos não se enquadram mais nas divisões tradicionais da biota em fauna e flora. É o caso, por exemplo, dos fungos e líquens. São escassos os estudos de fungos realizados no Pró-Mata. Cortez et al. (2006) citaram pela primeira para o Rio Grande do Sul Nidularia pulvinata, uma rara espécie de fungo gasteróide pertencente à família Nidulariaceae, baseados numa coleta realizada no CPCN. Coelho et al. (2009) descreveram Fomitiporia sanctichampagnatii, uma nova espécie de fungo coletada no Pró-Mata. Um levantamento das espécies dos vários grupos de fungos é de fundamental importância para o conhecimento da riqueza micota do Pró-Mata. A comunidade liquênica do Pró-Mata foi estudada por Fleig & Grüninger (2000) e Fleig et al. (2008). Num levantamento preliminar foram listadas 141 espécies de líquens (Fleig & Grüninger, 2000). Fleig et al. (2008) apresentaram um guia ilustrado de líquens do Pró-Mata, citando 222 espécies, 61 das quais com fotografias coloridas e descrições detalhadas e as restantes 161 são apresentadas de forma mais resumida.

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5. Zoneamento do CPCN Pró-Mata Para o zoneamento do Pró-Mata seguiu-se a definição das zonas propostas pelo IBAMA (2002), com modificações, tendo sido utilizados os seguintes critérios: (a) o grau de integridade e conservação da vegetação ou ecossistema; (b) as características ambientais da área; (c) a representatividade de cada fitofisionomia; (d) a riqueza e a diversidade de espécies; (e) a identificação e localização de características únicas na área; (f) identificação e localização de ameaças à área; (g) a suscetibilidade dos ambientes naturais a impactos; (h) o potencial de visitação e de conscientização ambiental; (i) a importância para a pesquisa e educação ambiental; (j) a infraestrutura física; (l) o potencial de exploração sustentável; (m) a facilidade de acesso. As seguintes zonas foram definidas, de acordo com a Carta 8.

A) ZONA INTANGÍVEL: é aquela onde não são toleradas quaisquer intervenções humanas, representando o mais alto grau de preservação dos ambientes naturais. Essa zona é dedicada à proteção integral dos ecossistemas, dos recursos genéticos e ao monitoramento ambiental. A pesquisa ocorrerá exclusivamente com fins científicos e apenas se não puder ser realizada em ambientes semelhantes que ocorram em outras zonas. Funciona como matriz de repovoamento de outras zonas onde já tenha ocorrido algum tipo de alteração. No CPCN Pró-Mata tem área de 351,3 hectares, ocupando uma porção sudoeste da gleba, estando inserida no interior da zona primitiva. Nessa categoria foram incluídas, sobretudo, áreas de floresta ombrófila mista com alta e média densidade de araucárias, e manchas menores de floresta ombrófila densa e vegetação secundária em estágio inicial e médio de regeneração.

B) ZONA PRIMITIVA: é aquela onde ocorre pouca ou mínima intervenção humana, contendo espécies da flora e da fauna ou fenômenos naturais de grande valor científico. Esta zona deve possuir as características de zona de transição entre zona intangível e zona de uso extensivo. O objetivo geral de manejo é a preservação do ambiente natural e, ao mesmo tempo, facilitar as atividades de pesquisa científica e educação ambiental permitindo-se formas

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primitivas de recreação, além de servir como zona tampão de impactos para a zona intangível. No CPCN Pró-Mata apresenta superfície de 1.436,2 hectares, sendo a maior zona em área, ocupando a parte central e sul da gleba. Faz limites em toda a sua extensão com propriedades vizinhas, exceto ao norte, onde se limita com a zona de uso extensivo. A cobertura vegetal é constituída principalmente por floresta ombrófila mista, sobretudo com baixa e média densidade de araucárias, floresta ombrófila densa e algumas manchas de floresta secundária em estágio médio de regeneração. Nesta zona, as atividades administrativas devem restringir-se à fiscalização ambiental e ações de manejo previstas neste plano (p. ex., controle de espécies exóticas invasoras). Não é permitido o uso de qualquer tipo de veículo automotivo, exceto em situações emergenciais e quando absolutamente necessário. Não é permitido o acesso público a esta zona, recomendando-se a adoção de medidas preventivas, como a instalação de placas informativas, distribuição de material impresso educativo e realização de patrulhas regulares de fiscalização e orientação aos visitantes. Os projetos de pesquisa científica a serem desenvolvidos deverão ser cadastrados e autorizados previamente pelo gestor do Pró-Mata. Os estudos científicos deverão ser conduzidos de modo a não causarem alterações significativas nos ecossistemas, exceto quando de interesse do CPCN Pró-Mata, visando sua preservação futura. As áreas de amostragem previstas nos projetos de pesquisa científica deverão ser claramente localizadas, de modo a permitir sua vistoria e prevenir conflitos com outras atividades administrativas ou de pesquisa. As coletas científicas serão permitidas somente após autorização dos respectivos projetos e em conformidade com a legislação pertinente. Devido a sua função de zona tampão, são permitidas atividades de manejo destinadas a mitigar ou filtrar eventuais impactos gerados e que possam atingir a zona intangível.

C) ZONA DE USO EXTENSIVO: é aquela constituída em sua maior parte por áreas naturais, podendo apresentar algumas alterações humanas. Caracteriza-se como uma zona de transição entre a zona primitiva e a zona de uso intensivo. O manejo visa compatibilizar a manutenção de um ambiente

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natural com mínimo impacto humano com a prática de atividades educativas e recreativas de baixo impacto. No CPCN Pró-Mata abrange área de 574 hectares, ocupando a parte norte da gleba. Faz contato com a zona de uso intensivo a noroeste e na sua porção central, com a zona de recuperação a noroeste, com a zona primitiva ao sul e engloba toda a zona de uso sustentável, também ao sul. Predomina nessa categoria a floresta ombrófila mista, sobretudo com baixa e média densidade de araucárias, campo e, em menor grau, floresta ombrófila densa e algumas manchas de floresta secundária em estágio médio de regeneração. Nesta zona será permitida apenas a visitação pública orientada para grupos de tamanho compatível com a capacidade de carga dessas áreas, a ser definida em estudo específico. As trilhas deverão receber manutenção permanente, evitando-se, porém, a interferência significativa sobre processos sucessionais. Deverão ser instaladas lixeiras no início e/ou no final das trilhas, não sendo permitido o descarte de resíduos ao longo das mesmas. Os resíduos gerados no interior do CPCN Pró-Mata deverão ser separados e retirados do centro regularmente. As normas para pesquisas científicas nesta zona são as mesmas definidas para a zona primitiva.

D) ZONA DE USO INTENSIVO: é aquela constituída por áreas naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente é mantido o mais próximo possível da condição natural, podendo abrigar: centro de visitantes, museus e outras facilidades. Contém as áreas necessárias à administração, manutenção e serviços do CPCN, abrangendo a sede administrativa, casas de funcionários, oficinas e outras benfeitorias. O objetivo geral do manejo é o de facilitar a recreação intensiva e educação ambiental em harmonia com o meio. Ocupa uma área de 338,2 hectares. Inicia na entrada de acesso ao centro, ocupando a área de campo ali situada, incluindo a casa dos pesquisadores, estreita-se até uma faixa de 100 metros para cada lado da estrada de acesso à sede, atravessa por áreas de floresta ombrófila mista e campo, no limite com a zona de uso extensivo e zona de uso sustentável, adentra na zona de recuperação, onde predomina vegetação secundária em diferentes estágios de regeneração, passa pela sede e se estende até o açude, no nordeste da gleba.

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Nesta zona deverão ser instaladas lixeiras que permitam a separação do lixo em locais de fácil acesso aos visitantes, em todas as áreas. O lixo gerado no interior do CPCN Pró-Mata deverá ser separado e retirado do parque regularmente. A visitação pública deverá respeitar a capacidade de carga de cada área, a ser definida em estudo específico. Os efeitos provocados pelo uso público deverão ser continuamente monitorados, avaliando-se periodicamente a necessidade de redefinição da capacidade de carga de cada área. As normas para pesquisas científicas nesta zona são as mesmas definidas para a zona primitiva.

E) ZONA DE RECUPERAÇÃO: é aquela que contém áreas consideravelmente alteradas pelo homem. É uma zona provisória que, uma vez restaurada, será incorporada a uma das zonas permanentes. As espécies exóticas introduzidas devem ser removidas ou controladas e a restauração deve ser natural ou naturalmente induzida. O objetivo geral do manejo é deter a degradação dos recursos e/ou restaurar a área. Esta zona permite uso público somente para educação. Ocupa uma área de 309,5 hectares, localizada no extremo nordeste da gleba. É cortada, em quase toda a sua extensão, pela zona de uso intensivo, fazendo limite também à zona de uso extensivo, a sudoeste. É uma zona compreendida principalmente por manchas de vegetação secundária e áreas degradadas por atividades humanas passadas. Nesta zona, as atividades administrativas devem restringir-se à fiscalização ambiental e a ações de manejo previstas neste plano (por ex., controle de espécies exóticas invasoras). A visitação pública será direcionada principalmente a técnicos e estudantes universitários, demonstrando as práticas utilizadas para a recuperação das áreas. O uso de veículos automotivos será restrito às atividades de recuperação ambiental, remoção de estruturas construídas, entulho e lixo, pesquisa científica e fiscalização. Os estudos científicos devem ser voltados principalmente ao desenvolvimento ou ao teste de técnicas de recuperação ambiental aplicadas. Deve haver o monitoramento contínuo das ações de recuperação ambiental, avaliando-se periodicamente a sua efetividade. As normas para pesquisas científicas nesta zona são as mesmas definidas para a zona primitiva.

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F) ZONA DE USO SUSTENTÁVEL: é aquela que permite atividades relacionadas com a sustentabilidade do CPCN, de modo a produzir bens utilizados diretamente pelo centro, como lenha e alimentos, entre outros. O manejo desta zona deve ser compatível com uma área de conservação da natureza, de modo a causar o mínimo impacto no ambiente natural, não sendo permitido o uso de insumos químicos ou pesticidas. No CPCN Pró-Mata ocupa uma área de 92,2 hectares. Está toda inserida na zona de uso extensivo, exceto ao norte, onde faz limite com a zona de uso intensivo. A cobertura vegetal é constituída principalmente por antigos plantios de Pinus, vegetação secundária e floresta ombrófila mista com baixa e média densidade de araucárias. Os estudos científicos deverão ser voltados principalmente ao uso sustentável dos recursos naturais nativos da região. A visitação pública será direcionada a estudantes, técnicos e produtores rurais, demonstrando as práticas utilizadas para a utilização sustentável dos recursos naturais. As normas para pesquisas científicas são as mesmas definidas para a zona primitiva.

6. Corredores Ecológicos Conforme definido nos planos de manejo da RBSG e da EEEA, o CPCN Pró-Mata é parte importante do conjunto de remanescentes de ecossistemas naturais que estabelece a conexão entre essas duas unidades de conservação. Portanto, o fato de compor um corredor ecológico com outras áreas preservadas da região foi um aspecto considerado na elaboração do plano de manejo. Além disso, tendo em vista o número significativo de unidades de conservação existentes na região nordeste do Rio Grande do Sul, está sendo elaborada uma avaliação das potencialidades para a composição de um mosaico com a área do CPCN Pró-Mata. Utilizando métodos e critérios adequados, a equipe de geoproces- samento, em conjunto com a equipe gerencial do plano de manejo, identificou e espacializou as áreas do entorno do CPCN Pró-Mata com maior potencial para atuarem como corredores ecológicos, considerando a importância dessas áreas para a manutenção em longo prazo da biodiversidade local, como pode ser visto nos mapas em anexo (Anexo I).

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7. Integração com a Comunidade do Entorno/Região de Abrangência A criação de uma área de preservação muitas vezes gera conflitos com a população do entorno, dificultando a sua implantação e gestão. Muitos desses conflitos resultam de desinformação, quando as comunidades do entorno desconhecem as atividades que são realizadas na área, ou de um hermetismo, que impõe obstáculos à inserção da área na realidade sócio-cultural da região. Moradores do entorno do CPCN Pró-Mata, por exemplo, têm relatado a crença de que animais são soltos ou têm sua reprodução facilitada na área, causando prejuízo às propriedades vizinhas. As relações entre o CPCN Pró-Mata e as comunidades de entorno podem ser melhoradas através de campanhas de esclarecimento e conscientização, do envolvimento das populações locais em atividades desenvolvidas na área e da transmissão de tecnologias geradas pelas pesquisas ali desenvolvidas, o que ajudaria no reconhecimento de sua importância. Nesse contexto insere-se a educação ambiental, de forma a abrir espaços e momentos para discussões e a busca de soluções para os conflitos, criando uma interação entre o indivíduo e o meio ambiente à sua volta. Assim, é mister o CPCN Pró-Mata assumir uma postura proativa em relação ao desenvolvimento sustentável da região. Para alcançar este objetivo pode-se prever, além da divulgação do conhecimento científico disponível e de atividades de educação ambiental, o desenvolvimento de alternativas de capacitação e de geração de renda, dentro das perspectivas da sustentabilidade social, ambiental e econômica. Tais alternativas podem ser construídas a partir de um efetivo diagnóstico da realidade socioeconômica das comunidades de entorno e das potencialidades locais. A organização de pelo menos duas oficinas, reunindo os diversos atores existentes nos municípios do entorno do CPCN Pró-Mata – prefeituras (principalmente por intermédio das secretarias de educação, agricultura e meio ambiente), ONGs atuantes na região, lideranças formais e não formais (líderes comunitários, religiosos, entre outros membros da sociedade civil), sindicatos rurais, EMATER, SEMA-RS (por meio do DEFAP, FEPAM, FZB e DRH) –, bem como os seus usuários habituais, deverá balizar as ações efetivas a serem tomadas com relação às comunidades de entorno, através da criação de parcerias/convênios entre o CPCN Pró-Mata e estas diversas entidades, sempre que projetos/ações convergentes forem possíveis.

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A colaboração com a Prefeitura Municipal de São Francisco de Paula mantém-se ativa desde a fundação do Pró-Mata. Além da participação anual na Festa do Pinhão, a PUCRS elaborou, em 1999, o diagnóstico sócio-econômico do município através do Programa PRODER, conduzido mediante convênio com o SEBRAE. Igualmente participou, em 2001, do Programa Universidade Solidária, realizando várias atividades de educação ambiental junto a professores e alunos da rede de ensino daquele município. Talvez a atividade mais importante tenha sido a realização do Seminário sobre Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável de São Francisco de Paula, cuja execução resultou na elaboração da “Carta de São Francisco de Paula”. Os principais trabalhos apresentados e as discussões levadas a efeito na reunião encontram-se publicados em Richter (1998). Em 2008, foi realizado, em conjunto com a Prefeitura Municipal, o Seminário Conservação da Biodiversidade & Desenvolvimento Sustentável – São Francisco de Paula + 10, ocasião em que foram discutidos e atualizados vários temas abordados no encontro de 1998.

8. Programas Operacionais e de Manejo O manejo de áreas naturais deve fundamentar-se em princípios ecológicos, sociais e administrativos, visando à manutenção ou restabelecimento da integridade dos ecossistemas e à garantia de uso dos recursos naturais, valores e serviços ambientais de forma sustentável ao longo do tempo (Overbay, 1992). Os programas operacionais e de manejo orientam as atividades da uma área protegida, indicando claramente a infraestrutura e pessoal necessários para a administração, manutenção e proteção da mesma, os estudos a serem realizados, as ações para diminuir os impactos internos e externos e as ações visando à integração com as comunidades do entorno e difusão do conhecimento.

8.1 Programa de Administração Neste programa são incluídas as principais ações relacionadas à implantação e manutenção da infraestrutura física do CPCN Pró-Mata, bem como são relacionados os equipamentos necessários para o seu funcionamento. Este programa estabelece registros de gestão do centro, mantendo arquivos e

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bancos de dados contendo informações documentais sobre sua gestão. Além disso, apresenta o organograma do quadro de pessoal, descrevendo as funções dos diferentes cargos e o número de funcionários necessários para cada função. Estão previstas, também, as ações necessárias para criação de uma RPPN em parte da área. O Programa de Administração tem interface com os demais programas do plano de manejo. Dá suporte às ações previstas no plano e, ao mesmo tempo, incorpora o conhecimento gerado e avalia situações problemáticas para melhor atender às demandas administrativas do CPCN Pró- Mata.

8.1.1 Infraestrutura O CPCN Pró-Mata conta com ampla infraestrutura para acolher atividades de pesquisa, ensino e extensão: - Sala de aula com recursos audiovisuais, com capacidade para 35 pessoas; - Salas equipadas para a preparação, exame e conservação de amostras; - Estradas de acesso a vários pontos do Pró-Mata, bem como trilhas com comprimentos variados e de diferentes graus de dificuldade. - Mirantes de interesse didático-científico, contemplando paisagens com notáveis belezas cênicas; - Estrutura de hospedagem para grupos de até 40 pessoas na sede, com serviço de hotelaria, e outros dois locais avançados com auto-atendimento, cada um com capacidade para seis pessoas, com quartos, sala, cozinha e banheiro. Nos limites do CPCN, deverão ser distribuídas placas de identificação da área e advertência quanto ao acesso. Trilhas para percurso a pé com diferentes intensidades de esforço (de acordo com o público-alvo) serão selecionadas e manejadas para proporcionar segurança aos usuários. Cada trilha terá em seu início informações sobre a distância a ser percorrida, bem como os ambientes que poderão ser explorados e visualizados. Novos equipamentos deverão ser produzidos, tais como placas de orientação, informativas e interpretativas de temas ambientais relacionados à área, além de lixeiras. Em médio prazo, será criada uma estrutura capaz de receber os visitantes e fornecer informações sobre o centro, na forma de vídeos, manuais e de um pequeno museu de história natural com espécimes e temas relacionados à área (a implantação deste museu deverá contar com a

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colaboração do MCT da PUCRS). Estas atividades servirão principalmente para o entretenimento dos visitantes quando as condições meteorológicas não forem favoráveis para o percurso das trilhas.

8.1.2 Pessoal O quadro atual de funcionários do CPCN Pró-Mata contempla a demanda de pessoal para as atividades de administração da sede, manutenção e limpeza dos acessos, trilhas e do entorno da sede e serviços de hotelaria. Pequenos reparos também são realizados pelo pessoal de serviços gerais, e atividades que exigem um conhecimento mais técnico é fornecido pela Divisão de Obras da PUCRS. Tais serviços garantem total conforto para o público usuário do centro, permitindo que as atividades de pesquisa, ensino e extensão possam ser realizadas com tranquilidade. O serviço de poda da vegetação ao longo da rede elétrica terá que contar com pessoal capacitado e autorizado pelo órgão ambiental. Ao coordenador do CPCN Pró-Mata, cabe buscar apoio e recursos para aprimorar a infraestrutura, coordenar as atividades de pesquisa, ensino e educação ambiental do centro, bem como cumprir e fazer cumprir e o plano de manejo e liderar as atividades de revisão deste. Essas atividades deverão ter a ciência e colaboração da direção do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS. Cabe ao administrador da Sede zelar pelo bom funcionamento dos serviços de hotelaria, coordenando os serviços de atendimento aos visitantes, suprimento de material de consumo e permanente, verificação de necessidades de pessoal e comunicação à direção do Instituto do Meio Ambiente e à coordenação do centro sobre questões relativas à segurança, e bem estar dos usuários e funcionários. Anualmente deverão ser realizadas atividades como cursos, palestras e/ou treinamento para os funcionários do centro, destacando temas na área de educação ambiental, monitoramento e fiscalização, controle de espécies invasoras, manutenção dos acessos e trilhas, prevenção e controle de incêndios, etc. Atividades futuras relacionadas à educação ambiental terão que contar com guias treinados para conduzirem as turmas pela área do centro.

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O item segurança terá que ser revisto, e deverá ser implementado um sistema que garanta o controle do acesso de entrada ao CPCN Pró-Mata.

Organograma de pessoal

REITOR DA PUCRS

PRÓ-REITOR DE PESQUISA E PÓS- GRADUÇÃO

PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS

DIRETOR DO IMA

COORDENADOR DO CPCN PRÓ- MATA

ADMINISTRADOR TÉC. NIVEL MÉDIO AUXILIAR DE DA SEDE ADMINISTRATIVO SERVIÇOS GERAIS (6)

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8.2 Criação de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) A seleção de uma área para a criação de RPPN deverá levar em conta os seguintes critérios, entre outros: importância para a conservação de espécies ou formações vegetais, grau de conectividade com outros ambientes já preservados pelo CPCN Pró-Mata e áreas vizinhas e facilidade de acesso.

8.2.1 Programa de Proteção Deverá ser delimitada área e projeto para futura implantação de RPPN no território do Pró-Mata. Este projeto está em andamento com o aperfeiçoamento do zoneamento.

8.2.2 Indicação e sinalização dos limites da área Serão delimitados quando da criação do projeto para RPPN.

8.2.3 Fiscalização Para o combate às ações irregulares, quando da criação da RPPN deverá ser estabelecida uma rotina aperfeiçoada de fiscalização, coibindo-se ações ilegais como a caça, corte de vegetação e extração de produtos vegetais não- madeiráveis. Sendo assim, o CPCN Pró-Mata firmou convênio com o Batalhão Ambiental da Brigada Militar, fortalecendo a atividade de fiscalização na área do Pró-Mata.

8.2.4 Integração com os órgãos de proteção ambiental O Pró-Mata deverá manter sua relação formal com todos os orgãos de proteção ambiental do estado, estabelecendo parcerias em ações que julgar importantes para o cumprimento de seus objetivos e dos elementos estabelecidos neste plano de manejo.

8.3 Programa Integrado de Pesquisa 8.3.1 Avaliação de novos projetos de pesquisa Inicialmente, o pesquisador interessado na realização de atividades de pesquisa no Pró-Mata deverá preencher um formulário on-line intitulado “Solicitação de autorização para pesquisa científica”, que se encontra disponível no sítio do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS. Nesse formulário são informados os dados pessoais e da instituição do pesquisador, contatos, nome e resumo do projeto. Além disso, é solicitado que seja informado o período de atividades previstas e infraestrutura e equipamentos necessários. O projeto é

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analisado no que se refere, sobretudo, ao tema, sendo verificado se o mesmo está em consonância com os principais objetivos do centro, que são apoiar e promover a conservação da natureza, a geração e divulgação do conhecimento científico e o desenvolvimento sustentável. Uma vez aprovado o projeto pelo coordenador do centro, é enviada ao pesquisador uma solicitação de atendimento às normas do Pró-Mata, que são: (a) georreferenciar as áreas de estudo e encaminhá-las à coordenação do centro, evitando a sobreposição de áreas por diferentes projetos; (b) apresentar cópia da autorização de coleta (quando for o caso) obtida junto ao Sisbio (Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade, órgão federal vinculado ao Ministério do Meio Ambiente); (c) recolher, ao final do estudo, todo o material mantido em campo e nas salas de preparo na sede do Pró-Mata; (d) encaminhar termo de encerramento de projeto ao final das atividades; (e) enviar cópia das publicações para a inclusão na biblioteca central da PUCRS; (f) informar sobre a necessidade de manutenção de marcações em campo, a exemplo de estacas ou fitas, por um período maior que aquele previsto para o estudo.

8.3.2 Inclusão dos Projetos no Sipesq Além dos projetos citados no item 8.3.1, os projetos de pesquisa desenvolvidos por equipes de pesquisadores da PUCRS também deverão ser encaminhados á comissão científica da unidade a qual pertence o coordenador, para aprovação e inclusão no Sipesq-PUCRS.

8.3.3 Pesquisas prioritárias para a gestão/conservação do CPCN Pró-Mata A prioridade das pesquisas desenvolvidas no CPCN Pró-Mata está relacionada diretamente com seus objetivos. Assim, são considerados prioritários os estudos de levantamento da biodiversidade, com ênfase em espécies raras e endêmicas ocorrentes no centro, de ecologia de populações e comunidades, de restauração de ambientes naturais perturbados ou degradados, do uso e manejo sustentável dos recursos naturais, de bioprospecção e de temas relacionados a serviços ambientais.

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8.4 Programa de Manejo e Monitoramento Este programa descreve as ações de manejo desenvolvidas no CPCN Pró-Mata e em seu entorno, com ênfase no manejo e/ou recuperação de ambientes naturais e erradicação de espécies exóticas. Devem ser apontadas também as ações necessárias para o monitoramento da biodiversidade, sociodiversidade, processos ecológicos e fatores impactantes.

8.4.1 Manejo das áreas de campo natural Atualmente, verifica-se que as áreas de campo existentes no CPCN Pró- Mata estão em transformação, devido, sobretudo, à exclusão do gado e ausência de focos de incêndio. Assim, nota-se que espécies arbustivas pouco a pouco vão se instalando nessas áreas, sobretudo Baccharis uncinella. As áreas de campo natural deverão ser manejadas de modo a não evoluírem para o estágio de floresta, e que seja garantida a manutenção de sua rica biodiversidade. Para tanto, os campos serão manejados na forma de roçadas ou pastejo, além de ser realizado o controle mecânico de Baccharis uncinella. Buscar-se-á utilização racional para a biomassa extraída de B. uncinella, na forma de combustível, bioprospecção ou outras alternativas.

8.4.2 Recuperação de habitats e manejo de espécies exóticas Para que o Pró-Mata continue a preservar a biodiversidade, é fundamental que se atente para as áreas que necessitem manejo, de modo que elas possam desempenhar os serviços ambientais esperados. As áreas do CPCN Pró-Mata identificadas e classificadas como perturbadas ou mesmo degradadas, receberão intervenções ecologicamente fundamentadas para voltarem a exercer suas funções ambientais. Uma vez detectadas espécies exóticas na área, serão tomadas medidas visando o controle ou mesmo a eliminação das mesmas na área, conforme for o caso.

Recuperação de áreas degradadas Pesquisas na área da biologia da restauração terão atenção especial por parte da gestão do CPCN Pró-Mata, visando a recuperação das áreas do próprio centro, gerando conhecimento para ser aplicado em outros locais. Sempre que for detectado algum episódio causador de perturbação ou

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degradação ambiental, natural ou antrópico, medidas serão tomadas no sentido de conter seu avanço, remediar os impactos provocados e verificar as suas causas, de modo a tentar evitar, sempre que possível, que os mesmos venham a se repetir.

Avaliação da ocorrência de javalis e búfalos na área e no entorno Tem sido cada vez mais frequentes os relatos de moradores e funcionários de instituições vizinhas com relação à ocorrência de grande mamíferos exóticos e asselvajados nas áreas circunvizinhas ao CPCN Pró-Mata, sobretudo o búfalo e o javali, os quais provocam impactos significativos no ambiente local, além de se constituírem em ameaça à segurança dos funcionários e usuários do centro. Não será tolerada a permanência desses animais dentro dos limites do Pró-Mata, mesmo que, para isso, seja necessária a tomada de medidas drásticas, que vão desde a captura até o abate desses animais por caçadores licenciados pelo órgão ambiental.

Avaliação da ocorrência e invasão de pínus (Pinus sp.) e tojo (Ulex europaeus) na área e no entorno Pesquisas com espécies exóticas invasoras, como o pínus, sobre o campo já vem sendo desenvolvidas há alguns anos no CPCN Pró-Mata. O tojo é um invasor mais recente na área, trazido inadvertidamente nas rodas dos veículos que visitam o CPCN Pró-Mata, já que é a principal espécie exótica invasora na beira da estrada que conduz ao centro. No caso do pínus, trata-se de uma espécie de interesse comercial que foi introduzida na área pelos antigos proprietários para a exploração da madeira. Atualmente, restam aproximadamente 15 ha de pínus na área, plantados há aproximadamente 35 anos, vários já senescentes, os quais serão gradativamente eliminados. Cerca de cinco hectares de pínus deverão permanecer para fins de estudos diversos, sobretudo, regeneração de subosque nativo, captura de carbono e ciclagem de nutrientes, entre outros. O pínus que se estabeleceu de forma espontânea (invasora) em áreas do Pró-Mata será eliminado, e aqueles indivíduos com valor comercial serão vendidos, sendo a verba revertida para o centro. No caso do tojo, funcionários do CPCN Pró-Mata serão designados para combater manualmente (com utilização de foices e enxadas) as plantas que se

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instalarem ao longo da estrada que conduz à sede e demais áreas do centro.

Manejo de outras espécies exóticas Outra espécie exótica que merece atenção é o eucalipto, também introduzido na área, no passado, para fins de utilização da madeira, com ocorrência bem pontual junto à estrada de acesso à sede. Os exemplares desta espécie serão eliminados e sua madeira utilizada no centro. Além do eucalipto, espécies como Pteridium aquilinum (samambaia-das- taperas), Holcus lanatus (capim-lanudo), Lolium multiflorum (azevém) e Hedychium coronarium (lírio-do-brejo) receberão atenção especial e controle mecânico quando necessário, por se tratarem de espécies exóticas com alto poder de invasão. Deverão ser evitadas, sempre que possível, criação de espécies exóticas dentro dos limites do centro. Quando a finalidade for científica, deverão ser tomadas precauções para que não haja riscos de contaminação ambiental.

8.5 Programa de Educação Ambiental e Extensão Socioambiental

O Programa de Educação Ambiental e Extensão Socioambiental é uma importante ferramenta de planejamento e estabelecimento de ações que garantam, de uma forma efetiva, a ligação da comunidade com o CPCN Pró- Mata e com o meio ambiente da região. Além disso, este programa colabora na formação e ampliação de uma consciência de preservação da região, seus ecossistemas, fauna e flora, e no empreendedorismo responsável.

8.5.1 Atividades junto às comunidades do entorno O CPCN Pró-Mata desenvolve diversas atividades de integração com a sua comunidade de entorno, entre elas podemos destacar: • Participação na festa anual do pinhão em São Francisco de Paula; • Participação eventual no programa Universidade Solidária; • Participação nos conselhos da Reserva Biológica da Serra Geral, Reserva Biológica da Mata Paludosa, Floresta Nacional de São Francisco de Paula e Reserva da Biosfera da Mata Atlântica; • Parcerias com a ANAMA, do município de Maquiné, em atividades de ecoturismo.

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8.5.2 Elaboração de base de dados informatizada sobre o CPCN Pró-Mata Os trabalhos realizados no Pró-Mata ficam sediados em base informatizada no âmbito do Instituto do Meio Ambiente - PUCRS.

8.5.3 Disponibilização on-line das informações geradas nos projetos de pesquisa Será elaborada uma base de dados a partir das pesquisas realizadas no Pró-Mata. Esta base ficará sediada na PUCRS, sendo acessível a toda comunidade acadêmica. Todos os artigos e demais publicações resultantes dos projetos executados no CPCN Pró-Mata estão reunidas na Biblioteca Central da PUCRS e disponível à comunidade.

8.5.4 Elaboração de material científico e de divulgação sobre a biodiversidade do CPCN Pró-Mata Anualmente será elaborado um CD-ROM com dados sobre a biodiversidade no Pró-Mata disponibilizado junto ao IMA para consultas. 8.5.5 Divulgação das potencialidades do Pró-Mata no meio acadêmico O CPCN Pró-Mata, em pouco mais de uma década de existência, já tem amplo reconhecimento da comunidade científica, tanto nacional quanto internacional, devido, sobretudo, às inúmeras dissertações, teses, livros, artigos científicos e outras publicações que foram geradas nesse curto período de atividades. Assim, a agenda anual de excursões relacionadas, principalmente ao ensino e pesquisa, tem sido intensa, sobretudo nos finais de semana, que é quando professores e alunos podem se afastar de suas atividades acadêmicas. O Pró-Mata tem recebido excursões de acadêmicos relacionados às áreas ambientais, como Ciências Biológicas, Agronomia e Geografia, além de outros cursos, mas em menor intensidade, como Engenharia e Turismo. Tais excursões já contam com um protocolo de atividades relacionadas a cada área, sendo o professor e os monitores responsáveis pelo seu andamento. O mesmo pode se dizer das pesquisas desenvolvidas no centro, às quais são de responsabilidade dos proponentes. O Pró-Mata tem potencialidade para que ali sejam desenvolvidas atividades de ensino e pesquisa em outras áreas do conhecimento, como Educação Física, Farmácia, Química, Hotelaria e tantas outras. Também

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possibilita receber visitantes não acadêmicos interessados no turismo-natureza, para o qual é necessário a organização de uma equipe de guias especializados no acompanhamento de cada turma, sendo esta uma das atividades previstas no plano de manejo. Atualmente, a divulgação do Pró-Mata é feita principalmente através do meio eletrônico, diretamente na página do Instituto do Meio Ambiente da PUCRS (http://www.pucrs.br/ima/promata/), através de folder especialmente confec- cionado para este fim, por meio de eventos como simpósios e feiras, por reportagens na imprensa escrita e falada, e ainda por professores e pesquisadores que tradicionalmente realizam suas atividades no centro. Uma vez tendo sido organizada uma equipe de guias treinados para receber os visitantes, as formas de divulgação interna e externa à PUCRS terão necessariamente que ser intensificadas.

8.6 Programas de Captação de Recursos, Parcerias e Convênios 8.6.1 Captação de recursos Para a operação e melhoria do Pró-Mata faz-se importante estabelecer uma estratégia contínua de captação de recursos que dêem suporte a novos projetos. Esta ações de captação devem ser estabelecidas no âmbito do IMA, por equipe definida e em estreita colaboração com as demais instâncias da Pro- Reitoria da PUCRS. Atualmente existe um convênio com a empresa Stihl, a qual destina verbas que são utilizadas no pagamento de diárias e outras despesas relacionadas à pesquisa e conservação do Pró-Mata. A implantação do “Turismo Natureza” vai fomentar o uso em períodos de baixa utilização para o ensino/pesquisa, buscando, com isso, um novo público e maior divulgação do centro para a sociedade em geral e maior captação de recursos para auxiliar na sua sustentabilidade. Por outro lado, os projetos de pesquisa realizados no Pró-Mata utilizam recursos provenientes de agências de fomento à pesquisa, como a Fapergs, CNPq, Finep e Capes.

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8.6.2 Parcerias e convênios atuais O Pró-Mata possui parcerias e convênios com as universidades alemãs de Tübingen e Rotenburg, através das quais recebe alunos internacionais em projetos de pesquisa, estimulando o intercâmbio acadêmico da PUCRS. Possui convênio com o Instituto HSBC Solidariedade em projeto voltado para a educação ambiental de estudantes da rede pública de ensino fundamental e médio de São Francisco de Paula. Possui também parcerias estabelecidas com a Stihl motoserras para custeio de projetos de melhoria e ainda parceria com a ANAMA, em projeto voltado ao município de Maquiné.

9. Planejamento Financeiro e Custeio 9.1 Investimentos necessários em obras e equipamentos I. Melhoria na estrada que dá acesso ao Pró-Mata: melhoria na estrada de acesso ao Pró-Mata apresenta-se fundamental na atração de novos visitantes;

II. Sistema automático de abertura do portão principal: instalação de um sistema automatizado para a abertura do portão de acesso à área do Pró-Mata com uma visualização via câmera interligada ao computador ou via interfone;

III. Sistema de comunicação via rádio: com o objetivo de beneficiar a comunicação de pesquisadores e gestores do local;

IV. Colocação de poste: instalação de poste com holofote próximo à porta principal da sede, melhorando a visibilidade à noite e facilitando a chegada dos visitantes;

V. Chuveiros: instalação de chuveiros elétricos também nos apartamentos, evitando custo com lenha e minimizando horas-extra de funcionários. A caldeira ficaria apenas para aquecimento da sede;

VI. Uniformes: considera-se importante que os funcionários estejam devidamente uniformizados para melhor reconhecimento por parte dos visitantes. As cozinheiras têm que estar uniformizadas, com moletons, boné e avental, revertendo em limpeza e higiene. Da

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mesma forma os funcionários operacionais, devem ter o mesmo material oferecido àqueles da PUCRS em Porto Alegre.

9.2 Custeio Os recursos de custeio do Pró-Mata são provenientes da Pró-Reitoria de Pesquisa da PUCRS e de diárias e estadias cobradas de pesquisadores e visitantes. Eventuais patrocínios são utilizados em projetos específicos.

9.3 Pessoal Coordenador Pró-Mata Dr. Cláudio Augusto Mondin

Corpo técnico Encarregado administrativo do Pró-Mata: Paulo Rubem Becker Secretária do Pró-Mata: Maria da Graça Campolongo Coiro

Corpo operacional Auxiliar de Serviços: Cleonir Jose Homem Auxiliar de operações: Cristiane Macedo Homem Lovato Auxiliar de serviços gerais: Eronita Maria Macedo Homem Auxiliar de serviços gerais: Jonas Macedo Homem Auxiliar de serviços gerais: Jeisimaira Padilha Dos Santos Auxiliar geral: Leandro Lawenz Lovato

9.4 Bens e imóveis O relatório de bens e imóveis está anexo ao plano de manejo, de forma a permitir o conhecimento discriminado dos itens que o compõem.

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Teston, J.A. & Corseuil, E.. Borboletas (Lepidoptera, Rhopalocera) ocorrentes no Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata. 2: Pieridae. Divulgações do Museu de Ciências e Tecnologia- UBEA/PUCRS, n. 5, p. 143-155, 2000.

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Teston, J.A. & Corseuil, E..Ninfalídeos (Lepidoptera, Nymphalidae) ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil. Parte II: Brassolinae e Morphinae. Biociências, v. 10, n. 1, p. 75- 84, 2002.

Truylio, B.; Harter-Marques, B. & Engels, W. Biologia floral e polinização de Sisyrinchium micranthum Cavanillis 1788 (Iridaceae). Biociências, v. 10, n. 1, p. 11-24, 2002.

249

Urban, D. Espécies novas de Anthrenoides Ducke (Hymenoptera, Aidae, Andreninae) do Rio Grande do Sul e notas descritivas. Revista Brasileira de Entomologia, v. 52, n. 4, p. 575-587, 2008.

Vilanova, C.S.; Silva, L.F. & Thomé, J.W. Caracterização da concha, rádula e mandíbula de Simpulopsis (Eudioptus) sp. ocorrente no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista de Iniciação Científica da Ulbra, v. 1, n. 3, p. 93-98, 2004.

Wilms, W.; Blochtein, B.; Zillikens, A.; Wendel, L. & Engels, W. Bees and Other Insects Recorded on Flowering Trees in a Subtropical Araucaria Forest in Southern Brazil. Studies on Neotropical Fauna and Environment, v. 32, p. 220-226, 1997.

Wilms, W.; Wendel, L.; Blochtein, B.; Zillikens, A. & Engels, W. Bestäuber-Gilden sozialer Bienen im neotropischen Regenwald. Apidologie, v. 30, p. 415-417, 1999.

11.2 Livros publicados

Fleig, M.; Grüninger, W.; Mayer, W.-E. & Hampp, R. Líquens da Floresta com Araucária no Rio Grande do Sul / Flechten dês Araukarienwaldes Von Rio Grande do Sul / Lichens of the Araucaria Forest of Rio Grande do Sul. Pró-Mata: Guia de Campo nº 3/ Naturführer Nr. 3/ Gield Guide nº 3. University of Tübingen, Germany. 217 p, 2008.

Kwet, A. & Di-Bernardo, M.. Anfíbios - Amphibien - Amphibians. Porto Alegre, EDIPUCRS, 1999. 107p.

Marques, A.A.B.; Fontana, C.S.; Vélez, E.; Bencke, G.A.; Schneider, M. & Reis, R.E. Lista das espécies da fauna ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul - Decreto n° 41.672, de 11 de junho de 2002.1 ed. Porto Alegre, FZB/MCT- PUCRS/PANGEA, 2002, v.1. 52p..

Richter, M.; Guadagnin, D.; Blochtein, B.; Wagner, J.; & Kaehler, S.M.P.. Conservação da biodiversidade & desenvolvimento sustentável de São Francisco de Paula - Um Plano de Ação Preliminar. Porto Alegre, EDIPUCRS, 1998. 106p.

Volkmer, J.A.; Rocha, M.A. da; Gertz, R.E.; Rohden, V. (Orgs). Retratos de Cooperação Científica e Cultural: 40 anos do Instituto Cultural Brasileiro-Alemão. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999. 339p.

11.3 Capítulos de livros publicados

Blochtein, B. A Pesquisa sem Fronteiras: do Mundo das Abelhas ao desenvolvimento Sustentável - Convênio FZB-RS/PUCRS - Universidade de Tübingen.

Blochtein, B. & Harter-Marques, B. Hymenoptera In: Fontana, C.S.; Bencke, G.A. & Reis, R.E. dos (Eds) Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Edipucrs, p. 95-109, 2002.

Borges-Martins, M.; Di-Bernardo, M. & Oliveira, R.B. Répteis In: Lista das espécies da fauna ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul. Decreto no. 41.672, de 11 de junho de 2002. Porto Alegre, FZB/MCT-PUCRS/PANGEA, 2002.

250

Di-Bernardo, M. Borges-Martins, M. & Oliveira, R.B. Répteis In: Fontana, C.S.; Bencke, G.A. & Reis, R.E. dos (Eds) Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Edipucrs, p. 165-188, 2002

Pacheco, S.M. & Freitas, T.R.O. Chiroptera. In: Fontana, C.S.; Bencke, G.A. & Reis, R.E. dos (Eds) Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Edipucrs, p. 483-497, 2002

Pacheco, S.M. Conservação de Morcegos do Rio Grande do Sul. & MARQUES, R.V. 2006. Conservação de morcegos no Rio Grande do Sul. In: Freitas,T.R.O.; Vieira, E.; Pacheco, S.M. & Christoff, A. (Eds) Mamíferos do Brasil: genética, sistemática, ecologia e conservação. Suprema, São Carlos, p. 91-106, 2006

Volkmer, J.A.; Rocha, M.A. da; Gertz, R.E.; Rhoden, V. (Orgs). Retratos de Cooperação Científica e Cultural. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999, p. 77-84.

11.4 Teses

Breuninger, M. Mykorrhizierung von Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Ktze. (Micorrização de Araucaria angustifolia (Bertol.) O. Ktze.). 2001. Universität Tübingen/ Alemanha.

Conter, M.R. Descrição e aspectos da biologia populacional de uma nova espécie do gênero Parastacus em São Francisco de Paula, RS (Crustacea, Decapoda, Parastacidae). 2000. Tese (Doutorado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Di-Bernardo, M. História natural de uma comunidade de serpentes da borda oriental do Planalto das Araucárias, Rio Grande do Sul, Brasil. 1998. Tese (Doutorado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Duarte, L.S. Padrões, processos e mecanismos de nucleação da vegetação lenhosa florestal nos campos do Planalto Nordeste do Rio Grande do Sul. 2007. Tese (Doutorado em Ecologia), Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Harter-Marques, B. Bienen und ihre Trachtpflanzen im Araukarien-Hochland von Rio Grande do Sul, mit Fallstudien zur Bestäubung von Pionierpflanzen (Abelhas e suas fontes de coleta no Planalto das Araucárias do Rio Grande do Sul, estudo de caso: polinização de plantas pioneiras). 1999. Universität Tübingen/Alemanha (idioma alemão, com resumo em português).

Ketterl, J. Bodenlebende Ameisen im Waldschutzgebiet Pró-Mata: Diversitäts- Vergleich Von Araukarienwald und Hangwald (Rio Grande do Sul, Brasilien) (Formigas no lixo e solo do Centro de Pesquisa e Conservação da Natureza Pró-Mata: comparação da diversidade entre a mata com Araucária e mata na encosta (Rio Grande do Sul, Brasil)/ Litter and soil ants in the Forest reserve Pró-Mata: comparison of diversity in Araucaria forest and coastal slope forest (Rio Grande do Sul, Brazil)). 1998. Universität Tübingen/Alemanha.

Köhler, A. Blütenbesuch an Gehölzen im Araukarienwald Fallstudie Pró-Mata, Rio Grande do Sul, Brasilien. 2001. Eberhard-Karls - Universität Tübingen (idioma alemão, com resumos em inglês e português).

251

Kwet, A. Anurengemeinschaft des Araukarienwaldes von Rio Grande do Sul: Diversität, Reproduktion und Ressourcenaufteilung (Comunidade de anuros da mata com Araucária do Rio Grande do Sul: diversidade, reprodução e divisão de recursos). 2000. Universität Tübingen/Alemanha.

Löw, M. Lichtsensitivität und mykorrhizierrung von keimlingen der brasilkiefer : (Araucaria angustifolia [(Bertol.) O. Ktze.]). 2001. Universität Tübingen/Alemanha.

Mecke, R. Xylobionte Insekten an der Araukarie (Araucaria angustifolia) in Rio Grande do Sul, Brasilien (Insetos xilobiontes em Araucárias (Araucaria angustifolia) no Rio Grande do Sul, Brasil. 2001. Universität Tübingen/Alemanha.

Mello, R.S.P. Detecção de Padrões de Coexistência Arbórea e Processos Ecológicos em Zona de Contato de Florestas Ombrófilas Montanas no Sul do Brasil. 2006. Tese (Doutorado em Ecologia) Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Mertz, A. Physiologie und genetische Varialbilität der Brasilkiefer (Araucaria angustifolia) Bertol. O. Ktze. (Fisiologia e variabilidade genética do Pinheiro Brasileiro (Araucaria angustifolia) Bertol. O. Ktze.). 2001. Universität Tübingen/Alemanha.

Ott, R. Aspectos ecológicos da macrofauna aracnológica de serrapilheira (Araneae, Opiliones, Scorpiones) em áreas de floresta ombrófila mista primária, secundária e em silvicultura de Pinus sp. no Centro de Pesquisa e Conservação da Natureza Pró-Mata, São Francisco de Paula, RS. 2004. Tese (Doutorado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Sattler, M. Development of shoot and root system of juvenile Araucaria angustifolia (Bert.)O.Ktze. growing on different sites. 2006. Thesis University of Applied Forest Sciences Rottenburg/Alemanha.

Schromm, S. Vergleich der streu-dynamik in araukarien - und laubwäldern der Pró- Mata forschungsstation: fallstudie zu subtropischen montanen regenwäldern der mata Atlântica, em Beisíel der Serra Geral, Rio Grande do Sul, Brasilien. 2006. Tübingen/Alemanha.

Specht, A. Diversidade e aspectos ecológicos dos noctuídeos (Lepidoptera, Noctuidae) ocorrentes no Rio Grande do Sul, Brasil. 2001. Tese (Doutorado em Zoologia) - Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

11.5 Dissertações

Baz, F.C. Aspectos taxonômicos e ecológicos de Geoplanidae (Platyhelminthes: Tricladida: Terricola) em uma floresta ombrófila mista do Sul do Brasil. 2000. Dissertação (Mestrado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Bertoncello, L.A. Estudo da Taxocenose de aranhas em troncos de Araucaria angustifolia, no Centro de Pesquisa e Conservação da Natureza - Pró-Mata, São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil. 2001. Dissertação (Mestrado em

252

Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Borges, F.V.B. Variação sazonal das atividades externas e internas em colônias de manduri, Melipona marginata obscurior Moure, 1971 (Apidae, Meliponina) no Rio Grande do Sul. 2004. Dissertação (Mestrado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade atólica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Cerveira, J. Mamíferos silvestres de médio e grande porte no Planalto Meridional: suas relações com a fragmentação da paisagem e a presença do gado. 2004. Dissertação (Mestrado em Zoologia), Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Cunha, R. Bionomia de Monoeca xanthopyga Harter-Marques, Cunha & Moure, 2001 (Hymenoptera; Apoidea;Tapinotaspidini) no Planalto das Araucárias, RS, Brasil. 2001. Dissertação (Mestrado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Dihel, L.S. Biologia reprodutiva de Cercosaura schreibersii (Wiegmann, 1834) (Sauria: Gymnophthalmidae) no sul do Brasil. 2007. Dissertação (Mestrado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Ferreira Junior, N.T. Atividades externas e condições internas de colônias de Melipona bicolor Schenki Gribodo, 1893 (Apidae: Meliponina) no Rio Grande do Sul, Brasil. 2008. Dissertação (Mestrado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Fidelis, A. Effects of disturbance on population biology of Eryngium horridum Malme in grasslands in southern Brazil. 2004. Dissertação (Mestrado em Ecologia), Technische Universität München, München, Alemanha.

Graeff, V.G. Identificação de espécies de carnívoros brasileiros (Mammalia: Carnivora) a partir de amostras de fezes utilizando seqüências de DNA e microscopia óptica de pêlos. 2008. Dissertação (Mestrado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Machado, R. Padrões Vegetacionais em Capões de Floresta com Araucária no Planalto Nordeste do Rio Grande do Sul, Brasil. 2004. Dissertação (Mestrado em Ecologia), Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Oliveira, J.M. Padrões e processos espaço-temporais em ecótonos de campos e floresta com araucária, em São Francisco de Paula, RS. 2003. Dissertação (Mestrado em Ecologia), Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Pedó, E. Assembléia de pequenos mamíferos não-voadores em áreas de ecótono campofloresta com araucária na região dos Campos de Cima da Serra, Rio Grande do Sul. 2005. Dissertação (Mestrado em Ecologia), Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Pick, R.A. Atividades de vôo e origem floral do pólen armazenado em colônias de Plebeia saiqui (Holmberg, 1903) (Hymenoptera, Apidae, Meliponinae). 2000.

253

Dissertação (Mestrado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Rhoden, R. Amebas testáceas (Protista: Sarcomastigophora: Rhizopoda) em Sphagnum recurvum P. Beauev e Sphagnum perichaetiale Hampe (Turfeira), no município de São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, Brasil. 1996. Dissertação (Mestrado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Santos, M.M.G. dos. Chuva de sementes e estabelecimento de plântulas de espécies lenhosas florestais em mosaicos de floresta com araucária e campos no sul do Brasil. 2008. Dissertação (Mestrado em Ecologia), Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Schüssler, G. Estrutura e Dinâmica Populacional e Aspectos da Regeneração Natural de Cabralea canjerana (Vell.) Mart. (Meliaceae), em Florestas Ombrófilas Montanas do Planalto das Araucárias, RS. 2006. Dissertação (Mestrado em Ecologia), Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

Skiba, A. Impact of an invasive species (Pinus sp.) on subtropical grasslands in Southern Brazil. 2009. Master Thesis, Technical University of Munich, Munich, Germany.

Sole, M. Lebenszyklus und insbesondere Reproduktion der Frösche Leptodactylus plaumanni und Physalaemus lisei im Waldschutzgebiet Pró-Mata, Araukarienplateau, Rio Grande do Sul, Brasilien (Ciclo de vida, em especial a reprodução de duas espécies de rãs: Leptodactylus plaumanni e Physalaemus lisei no Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata, Planalto das Araucárias, Rio Grande do Sul, Brasil). 2000. Universität Tübingen/Alemanha.

Teston, J.A. Ninfalídeos (Lepidoptera, Nymphalidae) ocorrentes no Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza, Pró-Mata, São Francisco de Paula, RS, Brasil. 1998. Dissertação (Mestrado em Zoologia), Faculdade de Biociências, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

11.6 Monografias

Baaske, R. Artenzusammensetzung und Struktur eines stark exploitierten Araukarienwaldbestandes an der östlichen Randstufe des südbrasilianischen Planaltos (Conjunto de espécies e estrutura de uma floresta com Araucárias fortemente explorada na borda oriental do planalto sulbrasileiro). 2000. Universität Tübingen/ Alemanha.

Baumeister, J. Untersuchung der Naturverjüngung von Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze. auf einer Sukzessionsfläche im Waldschutzgebiet Pró-Mata, Rio Grande do Sul/Brasilien (Estudo sobre a recuperação natural de Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze em uma área de sucessão no Centro de Proteção e Conservação da Natureza Pró-Mata, Rio Grande do Sul, Brasil). 2002. Universität Tübingen/ Alemanha.

Beckmann, O. Reproduktion und Ernährung der Kröte Bufo ictericus im Waldschutzgebiet Pró-Mata, Araukarienplateau, Rio Grande do Sul, Brasilien (Reprodução e alimentação do sapo Bufo ictericus no Centro de Proteção e

254

Conservação da Natureza Pró-Mata, Planalto das Araucárias, Rio Grande do Sul, Brasil). 2003. Universität Tübingen/ Alemanha.

Bihn, J. Diversität der Ameisenfauna in sekundären Waldhabitaten Südbrasiliens: Vergleich eines Mischwaldes mit einer Eukalyptus-Plantage (Diversidade da fauna de formigas nos habitatos florestais secundários no sul do Brasil: comparação de uma mata secundária e uma plantação de eucaliptos). 2000. Universität Tübingen/ Alemanha.

Both, C. C. Ecologia de girinos em região subtropical no extremo sul do Brasil. 2007. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria.

Breuninger, M. Mycorrhizierung von Araucaria angustifolia. 1997. Eberhard-Karls - Universität Tübingen. (ZULASSUNGSARBEIT). (idioma alemão, com resumo em português).

Burgert, E. Dynamik der Bodenwasserspannung auf bewaldeten und unbewaldeten Araukarienstandorten im Forschungsgebiet Pró-Mata, Rio Grande do Sul, Brasilien (Dinâmica da tensão de água no solo em áreas florestadas e não-florestadas da Mata com araucárias na estação de pesquisa Pró-Mata, Rio Grande do Sul, Brasil). 2003. Universität Tübingen/ Alemanha.

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12. Anexo I

12.1 Cartas

Carta 1: Enquadramento Regional Carta 2: Hipsometria Carta 3: Geológico Carta 4: Geomorfológico Carta 5: Solos Carta 6: Hidrografia Carta 7: Vegetação Carta 8: Zoneamento

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