Conheça o grupo vocal norte-americano Blue Heron • Editor’s Choice: os melhores CDs do mês

u JAN/FEV 2019

Guia mensal de música clássica www.concerto.com.br

A paixão segundo São João, de Bach, com os Músicos de Capella e Luis Otavio Santos

Sonho de uma noite de verão, de Britten

Prêmio concerto 2018

Missa, de , com OSM e Roberto Minczuk

Aleyson Scopel Retrospectiva Guido Sant’Anna Os melhores momentos da música clássica no Brasil com depoimentos exclusivos de críticos, músicos e promotores

r$ 16,90

Integral das sinfonias de Villa-Lobos, com Osesp e Isaac Karabtchevsky ISSN 1413-2052 - ANO XXII Nº 257 1413-2052 ISSN

JÚLIO MEDAGLIA O centenário de Claudio Santoro entrevista JORGE COLI Um 2019 com muito cancã e Offenbach Anna Maria Kieffer lança CD sobre JOÃO MARCOS COELHO Relendo Mário de Andrade os sons da São Paulo do século XIX

u EDITORIAL

Prezado leitor, Você tem em mãos a edição especial bimestral janeiro-fevereiro da Revista CONCERTO, o guia da música clássica no Brasil. Como já é tradição, a publicação traz uma retrospectiva do ano musical com depoimentos de alguns dos principais profissionais que atuaram durante a temporada (página 30). Tenho certeza de que as opiniões desses críticos, músicos e promotores, além de rememorar os grandes momentos musicais do ano passado, contribuem para um intercâmbio de ideias que pode auxiliar para o fomento da atividade clássica. Além disso, a Retrospectiva 2018 da Revista CONCERTO, que produzimos anualmente desde 1997, serve como registro histórico do desenvolvimento do meio erudito brasileiro. Nesta edição apresentamos os grandes vencedores do Prêmio CONCERTO 2018.

A banca de jurados contou com os jornalistas e críticos musicais Camila Fresca, Irineu FOTOs: DIVULGAÇÃO; osesp [Isabela Guasco]; missa [Rodrigo Fonseca]; sonho de uma noite de verão [Heloisa Bortz]; Franco Perpetuo, João Luiz Sampaio, João Marcos Coelho e Sidney Molina, além de músicos de capella [Heloisa Bortz] mim. Para o Grande Prêmio CONCERTO 2018, o júri votou no projeto de gravação, com edição das partituras, da integral das sinfonias de Heitor Villa-Lobos, realizado pela Osesp COLABORARAM NESTA EDIÇÃO sob direção de Isaac Karabtchevsky. Concebido pelo diretor artístico Arthur Nestrovski, o projeto coloca toda a produção de Villa-Lobos em uma nova perspectiva e sem dúvida Camila Fresca, jornalista e pesquisadora contribuirá para maior difusão da obra do genial compositor. O Prêmio CONCERTO Irineu Franco Perpetuo, jornalista de Ópera foi nomeado Lauro Machado Coelho, em homenagem ao jornalista e crítico e crítico musical falecido no início do ano. Amigo e articulista da Revista CONCERTO, Lauro Machado João Luiz Sampaio, jornalista Coelho publicou a extraordinária coleção História da ópera, bem como vários livros e crítico musical sobre música e poesia. Consulte a partir da página 22 e conheça os premiados. Além dos João Marcos Coelho, jornalista escolhidos pela crítica, o Prêmio CONCERTO contou com vencedores da votação do e crítico musical público, realizada pelo Site CONCERTO (página 28). Jorge Coli, professor e crítico musical A seção Em conversa deste mês é com a cantora e pesquisadora Anna Maria Kieffer, Júlio Medaglia, maestro que em janeiro lança mais um importante trabalho. Como você poderá ler na entrevista Leonardo Martinelli, compositor e professor concedida a Irineu Franco Perpetuo (página 16), trata-se do livro-CD São Paulo: paisagens sonoras (1830-1880), que é resultado de ampla pesquisa histórica sobre a música e os ruídos da cidade em meados do século XIX. A seção Fermata desta edição (página 64) apresenta o GuitarCoop, projeto de músicos brasileiros que difunde o violão clássico. Leonardo Martinelli conversou com o coordenador geral Ricardo Marui, que fala da missão do GuitarCoop e de seus mais recentes lançamentos. memória musical Como em todos os meses, publicamos a seção Gramophone com conteúdo da Há 20 anos na Revista CONCERTO prestigiosa revista britânica (página 18) e a Editor’s Choice, com os melhores lançamentos Em conversa – Ernst Mahle, compositor de CDs e DVDs do mercado fonográfico internacional (página 55). Leia também os textos de nossos colunistas João Marcos Coelho (sobre a reedição de Ensaio sobre música Creio ser um artista que sintetiza, em sua obra, elementos diversos. Por outro brasileira, de Mário de Andrade), Júlio Medaglia (que escreve sobre Claudio Santoro) lado, sigo meu próprio caminho (...). Eu e Jorge Coli (sobre Jacques Offenbach). E a partir da página 47 você pode consultar me considero um compositor brasileiro. o Roteiro Musical ilustrado da Revista CONCERTO, com as melhores programações Nasci na Alemanha e vivi na Europa até clássicas e o calendário dos festivais de verão. os 21 anos. Por isto não é possível ignorar a influência cultural europeia em minha Esta edição bimestral também é especial por trazer a Vitrine Musical, o classificado formação. Mas só comecei a estudar música especial Revista CONCERTO. A partir da página 60 você encontra produtos e serviços com intuitos profissionais no Brasil. como lançamentos de CDs, cursos, chamamento para coralistas, lojas especializadas, Nota crítica, por Lauro Machado Coelho ateliês de luteria e muito mais. Conjunto homogêneo de cantores muito Antes de encerrar, quero registrar o lamentável imbróglio administrativo do Theatro envolvidos com seus papeis, e que Municipal de São Paulo. Enquanto a Prefeitura não reformar o equivocado modelo de souberam oferecer deles interpretações gestão do teatro, que interpõe uma fundação pública entre o Estado e a muito persuasivas: essa foi a qualidade entidade privada, não há como imaginar uma gestão voltada à cultura predominante da La bohème da Orquestra e ao interesse público – operacional, moderna e eficiente – como Experimental de Repertório no Teatro Alfa. Dentro do elenco jovem, destacaram-se anseia a maior e mais rica metrópole do país. muito naturalmente Fernando Portari Desejamos a todos um ótimo ano novo, cheio de música e Rosana Lamosa, muito à vontade e realizações. Voltamos em março com todas as informações como Rodolfo e Mimì, cuja tessitura e temperatura emocional convêm sobre a nova temporada musical. Até lá! perfeitamente a seu tipo de voz.

Roteiro musical de janeiro e fevereiro de 1999 Nelson Rubens Kunze • Sesc Ipiranga apresenta painel diretor-editor da música antiga e colonial

2 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u ÍNDICE @RevistaConcerto ConcertoRevista concerto.com.br

u janeiro / fevereiro 2019 nº 257 22

2 Editorial

16 12 4 Cartas

6 Contraponto As notícias do mundo musical

10 Temporadas 2019 Conheça as programações da Dell’Arte e da Orquestra Petrobras Sinfônica e relembre agendas já anunciadas

12 Atrás da Pauta Claudio Santoro, por Júlio Medaglia

14 Notas Soltas Muito cancã em 2019!, por Jorge Coli

56 16 Em Conversa Anna Maria Kieffer fala sobre seu projeto dedicado à paisagem sonora da São Paulo do século XIX, por Irineu Franco Perpetuo

20 Música Viva João Marcos Coelho conversa com Flávia Camargo Toni sobre ensaio de Mário de Andrade dedicado à música brasileira

64 22 Prêmio CONCERTO 2018 Conheça os vencedores desta edição

30 Retrospectiva 2018 Depoimentos exclusivos de críticos, músicos e promotores

47 Abertura Roteiro Musical Destaques da programação musical no Brasil

48 Roteiro Musical São Paulo 18 50 Roteiro Musical Rio de Janeiro 50 Roteiro Musical Brasil

52 Roteiro Musical Festivais de Verão

56 Lançamentos de CDs Uma seleção exclusiva do melhor Consulte os lançamentos e os títulos à venda da revista Gramophone 59 Outros Eventos

18 Música coral 60 Vitrine Musical Conheça o grupo vocal norte-americano Blue Heron O classificado especial da Revista CONCERTO

55 Editor’s Choice 64 Fermata Os melhores lançamentos do mês O exemplo que vem do violão, por Leonardo Martinelli

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 3 u CARTAS

Júlia Abdalla no Prelúdio Liszt e João Carlos Martins Acompanho o programa Prelúdio e me João Marcos Coelho nos deixa mais uma vez Clássicos Editorial Ltda. entusiasmo com os jovens talentos que se empolgados com sua esplêndida resenha Nelson Rubens Kunze (diretor) manifestam. Só não entendi muito bem, não sobre o livro de Antoine Lilti, A invenção da Cornelia Rosenthal desmerecendo de forma alguma os outros celebridade (CONCERTO nº 256, página 26). Mirian Maruyama Croce concorrentes, todos excelentes, o porquê de E encontra um paralelo na pessoa de nosso não ter vencido a pequena Júlia Abdalla, de 10 também pianista e regente João Carlos Martins anos, um dos maiores talentos (talvez o maior) que “todo mundo conhece” e que “aos 78 já exibidos nesse programa. Foi unanimidade anos não para”. A impressionante presença de nas avaliações, foi aplaudida de pé pelo público público a seus mega concertos se compara até presente, deu um show de interpretação, à de um astro do rock. Ambos souberam levar de musicalidade, de familiaridade com o música às massas. Guia mensal de música clássica instrumento... e recebeu notas relativamente Zuza Homem de Mello, pesquisador e escritor, baixas. Eu me pergunto: será pela pouca idade por e-mail www.concerto.com.br ou pelo seu instrumento, a flauta doce? Sendo assim, não deveria ter uma cláusula falando janeiro/ fevereiro de 2019 sobre isso no ato da inscrição? Nada justifica André Mehmari Ano XXIV – Número 257 o fato dessa pequena grande artista não ter Periodicidade mensal – ISSN 1413-2052 Parabenizo-os pela revista e por essa equipe vencido o Prelúdio 2018! de primeira linha, que nos é “familiar”, da Sala Redação e Publicidade Regina Vilela, por e-mail Rua João Álvares Soares, 1.404 São Paulo e da TV e da Rádio Cultura FM. Sobre 04609-003 São Paulo, SP André Mehmari (CONCERTO nº 256): desde as Tel. (11) 3539-0045 – Fax (11) 3539-0046 Publicidade primeiras vezes em que o assistimos e ouvimos e-mail: [email protected] suas obras, ficamos impressionados. Enviamos diretor-editor Como assinante desta revista, tomo a liberdade mensagens a amigos, relativas ao grande e Nelson Rubens Kunze (MTb-32719) de tratar de um assunto que não diz respeito “novo Jobim” que ali estava. Que bom para editor executivo diretamente a vocês. Escrevo, no entanto, todos nós que ele seja assim. João Luiz Sampaio porque vários de seus ótimos colaboradores são Pedro Sérgio Sassioto, por e-mail coordenação editorial comuns com a Rádio Cultura FM. Como se já não Cornelia Rosenthal bastasse ouvirmos anúncios de banco, agora coordenação de produção a Cultura está colocando no ar anúncio de loja Errata Vanessa Solis da Silva de automóveis, sendo que esta é gritada no revisão Thais Rimkus melhor estilo medíocre das demais estações. Por um erro de edição, a autoria da carta editoração e produção gráfica A Cultura deveria seguir o exemplo das rádios “Do violino à batuta” (CONCERTO nº 256) foi Lume Artes Gráficas / Guilherme Lukesic públicas e daquelas sustentadas pelos ouvintes atribuída de forma equivocada. Os autores execução financeira Mirian Maruyama Croce nos Estados Unidos, que quando inserem são Marcelo, Giseli e William Rodrigues. apoio de produção anúncios de seus patrocinadores, o fazem Priscila Martins, Vânia Ferreira Monteiro com locução civilizada. É uma pena, pois a comunicação e site programação e os colaboradores da Cultura ue-mail: [email protected] Marcos Fecchio são em grande parte exemplares, nada Cartas para esta seção devem ser remetidas por devendo às melhores congêneres estrangeiras. atendimento ao assinante e-mail: [email protected], fax (11) 3539-0046 Tel. (11) 3539-0048 Para nós ouvintes, fica a possibilidade de ouvir ou correio (Rua João Álvares Soares, 1.404 – CEP na internet a BBC 3 e a King FM, por exemplo, 04609-003, São Paulo, SP), com nome e telefone. Datas e programações de concertos são nas quais impera a civilidade. (Em razão do espaço disponível, reservamo-nos fornecidas pelas próprias entidades promotoras, o direito de editar as cartas.) não nos cabendo responsabilidade por alterações Luiz Eduardo Souza Lima, por e-mail e/ou incorreções de informações. Inserções de eventos são gratuitas e devem ser enviadas à redação até o dia 10 do mês anterior ao da edição, por fax (11) 3539-0046 ou e-mail: [email protected]. Artigos assinados são de respon­sa­bi­li­dade de seus autores e não refletem, neces­sariamente, u WWW.CONCERTO.COM.BR a opinião da redação. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução por qualquer meio sem a prévia autorização.

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CTP, impressão e acabamento BMF Gráfica e Editora 4 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 12 - 21x27,5 anuncio_concerto JAN-FEV2019.indd 1 17/12/2018 19:16:42 u CONTRAPONTO Notícias do mundo musical

Projeto Brasil em Erick Venditte Concerto vai gravar cem obras brasileiras Um projeto do Ministério das Relações Exteriores em parceria com a Orquestra Filarmônica de Goiás, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e a Academia Brasileira de Música z vai promover a gravação e o lançamento de 30 CDs dedicados à música ort de compositores brasileiros. O primeiro álbum da série Brasil em Concerto a b será lançado em fevereiro, com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais interpretando obras de Alberto Nepomuceno sob regência de Fabio Mechetti. Até 2023, o selo Naxos vai disponibilizar a série completa de álbuns.

Ao todo, serão gravadas cerca de cem obras sinfônicas dos compositores s / heloi divulgação Alberto Nepomuceno, Carlos Gomes, Henrique Oswald, Villa-Lobos, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandez, Camargo Guarnieri, Claudio Santoro, José Siqueira, Guerra-Peixe, Edino Krieger e Almeida Prado. Erick Venditte, de 15 anos, Segundo o Ministério das Relações Exteriores, “os discos trazem primeiras gravações mundiais ou primeiras gravações com qualidade técnica de nível vence o Prelúdio 2018 internacional das obras escolhidas”. Simultaneamente aos lançamentos, serão editadas as respectivas partituras, muitas das quais inéditas até hoje. O trompetista Erick Venditte, de 15 anos, venceu Entre os destaques, estão a gravação dos Choros de Camargo Guarnieri pela a edição 2018 do programa Prelúdio, da TV Cultura, Osesp, com regência de Isaac Karabtchevsky, e a integral das sinfonias de idealizado e dirigido pelo maestro Júlio Medaglia. Erick Claudio Santoro pela Filarmônica de Goiás, já havia recebido recentemente o Prêmio Eleazar de comandada por Neil Thomson. Carvalho, principal premiação do Festival de Campos do Na cerimônia de lançamento do projeto, Jordão, além de ter sido um dos vencedores do Concurso realizada em novembro em Brasília, a Osesp, Jovens Solistas da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais e a Os outros finalistas foram a flautista Júlia Abdalla, de Orquestra Filarmônica de Goiás receberam 10 anos de idade, o também flautista Jean Medeiros, de 25 ainda a insígnia da Ordem do Rio Branco, anos, e a soprano Jessica Leão, de 27 anos. No júri estavam conferida pela presidência da República e pelo Ministério das Relações Exteriores. o diretor cênico André Heller-Lopes, o jornalista e crítico musical Irineu Franco Perpetuo, o pianista Miguel Proença e os maestros Tullio Colacioppo e Emiliano Patarra. Nascido em Guarulhos, Venditte ingressou na Emesp Tom Jobim em 2015, onde desde então estuda sob a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais orientação de Adenilson Telles, Edilson Nery e Edmilson recebe Ordem do Mérito Cultural 2018 Bosco (Chiquinho). Com o prêmio pela vitória do Prelúdio, Venditte recebe uma bolsa de estudos de três anos na A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais recebeu a Ordem do Mérito Academia Franz Liszt, em Budapeste, na Hungria, além Cultural 2018, concedida pelo Ministério da Cultura a partir de indica- ções de diversos setores para realizadores de trabalhos culturais im- de um recital na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. portantes nas áreas de inclusão social, artes, audiovisual e educação. O grupo completou em 2018 dez anos de atividades. “Estamos muito honrados por tudo o que está acontecendo e, ao mesmo tempo, nos preparando para as próximas décadas”, afirma o maestro Fabio Mechetti, diretor artístico da orquestra. “O reconheci- Prêmio Ernani de Almeida mento de nosso trabalho, tanto por parte das instituições como pelo público, é um grande estímulo para seguirmos em frente, difundindo Machado vai para clarinetista a música sinfônica e buscando sempre a melhor forma de gerir esse patrimônio de Minas Gerais”, complementa Diomar Silveira, diretor O clarinetista Bruno da Silva Ghirardi foi o grande Presidente do Instituto Cultural Filarmônica, organização social vencedor do 7º Prêmio Ernani de Almeida Machado, responsável pela gestão da orquestra. concedido anualmente pela Santa Marcelina Cultura e a Machado Meyer Advogados aos bolsistas com melhor Diomar Silveira, da Filarmônica, desempenho da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. na cerimônia de condecoração Além de Bruno, contemplado com uma bolsa no valor divulgação de R$100 mil para estudar no exterior, também foram premiados outros quatro candidatos: Diego Adinolfi (violino), Jean Medeiros (flauta), Marina Caputo (violino) e Saulo Roberto (contrabaixo), com R$ 22 mil para cada, que devem ser destinados para estudos ou aquisição de instrumentos. Com o prêmio, Bruno pretende ingressar no mestrado em performance como solista na Academia de Música de Colônia, na Alemanha, em uma especia- lização de dois anos com o professor Ralph Manno.

6 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u CONTRAPONTO Notícias do mundo musical Osesp faz turnê na China Rádio Cultura FM [SP 103,3 MHz] Cinco anos depois de sua Marin Alsop rege Osesp Confira os destaques de janeiro e fevereiro última turnê internacional – para a Europa, em 2013 – a Osesp Saudades do século XX [Domingos, às 14h] entra no avião em fevereiro para uma inédita excursão à China. Ruy Castro apresenta os grandes nomes da música Sob regência de sua titular americana (produção da Rádio MEC) Marin Alsop, e com patrocínio – Billie Holiday (6/1), Fred Astaire (13/1), Doris Day da CBMM, BMA e Vale, o grupo (20/1), Glenn Miller (27/1), Anita O’Day (3/2), realizará sete concertos em cidades Marilyn Monroe (10/2), Frank Sinatra (17/2 e 24/2) como Shanghai, Anshan, Pequim, Jinan e Hong Kong. A turnê será Temporada 2018-2019 da Metropolitan Opera entre os dias 14 e 22 de fevereiro. divulgação House de Nova York [Domingos, às 15h] Serão realizados dois Nos meses de janeiro e fevereiro, a Cultura FM segue programas. No primeiro, a Osesp apresentará a Sinfonia nº 1, Clássica de com as transmissões das óperas do Metropolitan Opera Prokofiev, o Concerto para violino nº 1 de Paganini (com participação do solista House, de Nova York. Confira alguns destaques: chinês Ning Feng), a Suíte Vila Rica de Camargo Guarnieri e a Suíte O cavaleiro da rosa de Richard Strauss. O segundo programa terá a abertura Candide de – Dia 6/1: A flauta mágica, de Mozart, com Erin Morley, Bernstein, as Bachianas Brasileiras nº 4 de Villa-Lobos, as Quatro danças do Ben Bliss e Harry Bicket balé Estancia de Ginastera e Sheherazade de Rimsky-Korsakov. – Dia 13/1: Otello, de Verdi, com Sonya Yoncheva, Em Hong Kong, dia 20, haverá também uma apresentação do Quarteto Stuart Skelton, Zeljko Lucic e Gustavo Dudamel Osesp (formado por Emmanuele Baldini e Davi Graton nos violinos, Peter Pas na viola e Heloisa Meirelles no violoncelo), que interpretará obras de – Dia 17/2: Iolanta, de Tchaikovsky, com Sonia Edino Krieger (Telas sonoras), Villa-Lobos (Quarteto nº 11) e Tchaikovsky Yoncheva, Matthew Polenzani e Alexey Markov (Quarteto nº 1 op. 11). – Dia 24/2: Don Giovanni, de Mozart, com Luca Pisaroni, Na Sala São Paulo, a temporada 2019 da Osesp se iniciará em março, Ildar Abdrazakov e Federica Lombardi nos dias 14, 15 e 16, com a Semana Camargo Guarnieri.

Ópera Lo schiavo São Paulo Companhia de Dança terá estreia italiana terá seis estreias em 2019 A ópera Lo schiavo, de Carlos Gomes, terá A São Paulo Companhia de Dança anunciou sua temporada de assinaturas para 2019. em fevereiro sua estreia italiana. A pro- Ao longo do ano, iniciando em junho, serão quatro programas distintos, com seis estreias dução, em parceria com o Festival Ama- e um total de onze coreografias. zonas de Ópera, será apresentada pelo “Esta temporada tem como mote passos de dança sem fronteiras que dialogam com o Teatro Lírico de Cagliari, na Sardenha. tempo presente, turbulento e vivo, acelerado e intenso, de questionamentos, encontros e A regência é do maestro Luiz Fernando desencontros, e coloca em cena obras de grandes nomes da dança do Brasil e do mundo”, Malheiro e a direção cênica ficará a cargo explica a diretora artística Inês Bogéa. “Poderemos ver distintos olhares para a realidade de Davide Garattini Raimondi. que nos cerca, com questões sobre barreiras, acontecimentos, expansão de fronteiras… Lo schiavo foi escrita na década de 1880, e possibilidades do surgimento de mundos criados na confiança entre artistas que se a princípio para estreia no Rio de Janei- disponham a expandir as fronteiras da nossa existência.” ro. Carlos Gomes, no entanto, resolveu O primeiro programa, entre os dias 6 e 9 de junho, terá duas estreias, dos coreógrafos levar a obra primeiro para a Itália, tro- cando o protagonista e, com isso, se de- Cassi Abranches e Édouard Lock. De 13 a 16 de junho, mais um novo trabalho, A sentendendo com o Visconde de Taunay, morte do cisne, de Lars van Cauwnberg (inspirado em Michel Fokine), ao lado do balé autor do libreto. O problema é que seu Pulcinella e de Suíte para dois pianos. colaborador italiano, Entre os dias 31 de outubro e 3 de São Paulo Companhia de Dança o libretista italiano novembro, outra produção inédita: Vai, Rodolfo Paravicini, in- de Shamel Pitts, que será apresentada a L mb ert comodou-se com ou- com Ngali... e Odisseia. Encerra o tras mudanças feitas ano, de 7 a 10 de novembro, um novo pelo compositor no trabalho de Goyo Montero, junto com libreto e uma batalha Melhor único dia e Supernova. / Clari ss divulgação judicial fez com que As apresentações acontecem no a ópera nunca fosse Teatro Sérgio Cardoso. As assinaturas apresentada na Itália. podem ser adquiridas até o dia 30 de As récitas de Lo Schia- abril de 2019 e os valores vão de vo acontecem entre R$ 132 a R$ 220. A compra pode ser os dias 22 de feverei- feita pelo site www.spcd.com.br ou ro e 3 de março. Carlos Gomes pelo telefone (11) 3224-1383.

8 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u TEMPORADAS 2019 Dell’Arte promove série com oito atrações

Programação une músicos como John Eliot Gardiner a revelações como Cristian Budu e Veronika Eberle

tradicional série de concertos Dell’Arte/ O Globo terá oito gogo Benjamin Zander. E é ele que comanda a orquestra em sua A grandes atrações em sua temporada 2019. As apresenta- apresentação no dia 17. O francês Alexandre Tharaud vem em ções acontecem no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e a pro- seguida. Aluno de Leon Fleisher e Nikita Magaloff ele possui um gramação começa no dia 21 de março, com um duo formado repertório amplo, que vai do barroco aos contemporâneos. pelo violoncelista Antonio Meneses e o pianista Cristian Budu. O segundo semestre começa, no dia 19 de agosto, com o Meneses é um dos mais importantes violoncelistas da atuali- bandolinista Avi Avital, músico que tem despertado interesse cada dade e Budu tem se estabelecido como grande nome da nova ge- vez maior para o instrumento, com pontes interessantes entre o ração do piano internacional. Juntos, vão interpretar Bach e Villa- repertório popular e o erudito. No Rio de Janeiro, ele vai interpre- -Lobos, em homenagem aos 60 tar, ao lado da orquestra L’Arte del Mondo, obras de Bach, Vivaldi anos de morte do brasileiro. e Bartók arranjadas por ele para o bandolim, além de peças escritas O pianista russo Pavel para o instrumento por Mendelssohn, Paisiello e De Falla. Nersessian é a atração seguin- Um dos mais experientes regentes do momento, Kent Na- te, em recital no dia 25 de gano rege, no dia 3 de outubro, a Orquestra Sinfônica de Mon- abril. E, no dia 9 de maio, sobe treal, da qual é diretor desde 2006, quando substituiu Charles / felix b roede divulgação ao palco a primeira orquestra Dutoit. A apresentação terá como solista a violinista Veronika do ano: a Orquestra Sinfônica Eberle que, aos 30 anos, está em carreira ascendente. de Beijing. O grupo foi criado Encerra o ano o maestro John Eliot Gardiner. Seu trabalho em 1977 e será comandado com os English Baroque Soloists e o Monteverdi Choir ajudaram pelo maestro Li Biao, tendo a redefinir nossa percepção da música antiga – e é com esses o violinista Sergey Dogadin grupos que o maestro se apresenta no dia 7 de novembro. No como solista. programa, obras de Monteverdi, Scarlatti, Purcell e Carissimi. t Em junho, apresenta- -se a Orquestra Filarmônica Assinaturas Jovem de Boston. O projeto Novas assinaturas: até 7 de janeiro está intimamente associado a a partir de 21 de fevereiro Veronika Eberle Ingressos avulsos: seu criador, o maestro e peda- Informações: tel. (21) 4002-0019

Ano da Petrobras Sinfônica terá homenagens

Grupo relembra Armando Prazeres, seu criador, e compositores como Claudio Santoro e Heitor Villa-Lobos

Orquestra Petrobras Sinfônica fará oito A série Djanira, noturna, começa no dia A programas em suas séries no Theatro 17 de maio, com Karabtchevsky e o clarine-

Municipal do Rio de Janeiro em 2019. A divulgação tista Cristiano Alves, que sola no Concerto temporada é dedicada ao criador do grupo, nº 2 de Carl Maria von Weber. Em seguida, o maestro Armando Prazeres, pelos seus 20 a orquestra toca a Sinfonia nº 9 de Mahler. anos de morte, e também homenageia os Em julho, Eduardo Strausser e Cristian 100 anos de nascimento de Claudio San- Budu se unem no Concerto nº 1 de Chopin. toro e os 60 anos de morte de Villa-Lobos. Francisco Valero-Terribas rege em agosto as Na série Portinari, com concertos à Bachianas brasileiras nº 4 de Villa-Lobos, a tarde, a abertura será no dia 14 de abril, estreia de Liame para trombone e orquestra Nelson Freire com o maestro Isaac Karabtchevsky regen- de Marisa Rezende (com João Luiz Areias) e do um programa que tem como destaque a Sinfonia nº 3 de Rachmaninov. Assim falava Zarathustra, de Strauss. Em junho, assume o grupo A agenda da série Djanira se encerra com o violoncelis- o maestro Neil Thomson, diretor da Filarmônica de Goiás, que ta Antonio Meneses solando o Concerto de . rege o Concerto para dois pianos de Bruch (com Lilian Barretto O programa, dedicado à música brasileira, tem ainda obras e Linda Bustani) e a Sinfonia nº 1 de Brahms. de Claudio Santoro, Ernani Aguiar, Ronaldo Miranda e Villa- O maestro Enrique Arturo Diemecke rege o programa de -Lobos. A regência é de Isaac Karabtchevsky. t julho, com destaque para a Sinfonia nº 2 – A era da ansiedade, de Leonard Bernstein, com solos do pianista brasileiro radicado Assinaturas nos EUA Alexandre Dossin. E, em novembro, Nelson Freire Renovação: de 9/1 a 4/2 toca o Concerto nº 5 de Beethoven – o programa, regido por Novas assinaturas: de 11/2 a 28/2 Isaac Karabtchevsky, tem ainda a Sinfonia nº 2 de Brahms. Informações: tels. (21) 4042-9192 e (21) 4042-9540

10 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO Temporadas já anunciadas oferecem rica oferta

Importantes orquestras e entidades promotoras em todo o Brasil seguem com vendas de assinaturas

om o tema Futuros do Passado, a temporada da Osesp co- Pela primeira vez, a Orquestra Jovem do Estado de São C meça em março. Entre os artistas convidados estão estrelas Paulo fará um plano de assinaturas para sua temporada na Sala como o violoncelista Pieter Wispelwey, o barítono Paulo Szot São Paulo, que comemora os 40 anos do grupo com grandes con- (artista em residência), a contralto e maestrina Nathalie Stutz- vidados e um repertório centrado especialmente na passagem do mann (que rege a Paixão segundo São João, de Bach), o oboísta século XIX para o século XX. Entre os artistas, estão músicos como e maestro Heinz Holliger, o violinista e regente Thomas Zehet- Fabio Mechetti, Bruno Mantovani e o Quarteto Carlos Gomes, mair, o pianista Kirill Gerstein, o violinista Augustin Hadelich e que abre a programação em 24 de fevereiro (leia mais na página o violoncelista Antonio Meneses (que estreia o Concerto para 49). Um dos programas mais aguardados é uma homenagem aos violoncelo de Marlos Nobre). Durante a temporada, serão apre- 100 anos de Claudio Santoro. A venda de assinaturas vai até o dia sentadas peças como as sinfonias de Schumann orquestradas por 9 de fevereiro (informações no site www.emesp.org.br). Mahler, de quem a orquestra encerra um ciclo integral, tocando Luis Otavio Santos, Tobias Volkmann, Laurence Gay, as Sinfonias nº 4 e nº 8. O chinês Huang Ruo será o compo- Ricardo Kanji e Cristian Budu são alguns dos convidados da tempo- sitor visitante. E Marin Alsop se despede do posto de diretora rada da Orquestra Sinfônica da USP, que começa em 23 e 24 de musical e regente titular em dezembro, com a Nona sinfonia fevereiro (leia mais na página 48). Este será o primeiro ano do gru- de Beethoven. Ingressos avulsos estão disponíveis para qualquer po sob a direção do fagotista Fabio Cury, que pretende aproximar a concerto a partir de 21 de janeiro, pelo telefone (11) 3777-9721, orquestra e o público dos artistas que fazem parte dos quadros da site www.osesp.art.br e Bilheteria da Sala São Paulo. A agenda USP. A Osusp também vai inaugurar este ano seu órgão Grenzig também celebra os 20 anos da Sala São Paulo e os 50 anos do na Catedral Evangélica, em concerto que contará com a regência Festival de Inverno de Campos do Jordão. de Valentina Peleggi e a participação de José de Aquino ao órgão. A Cultura Artística, por sua vez, terá dez atrações. Na mú- Na série de concertos internacionais da Tucca, o destaque é sica de câmara, apresenta-se o duo formado por Antonio Meneses a presença do maestro britânico John Eliot Gardiner e de dois gru- e Cristian Budu, o duo de pianistas Alessio Bax e Lucille Chung, pos por ele criados – The English Baroque Soloists e o Monteverdi a Orquestra de Câmara da Irlanda (com o maestro e compositor Choir. O ano tem ainda o pianista britânico Paul Lewis com os Jörg Widmann), o pianista Alexandre Tharaud, o Quarteto Ebène, músicos participantes do Festival Ilumina, a Filarmônica Jovem de a mezzo soprano Joyce DiDonato e o grupo Il Pomo d’Oro e o Boston com o maestro Benjamin Zander e o bandolinista Avi Avital pianista Nelson Freire. A série conta ainda com três orquestras: a com a orquestra L’Arte del Mondo, além de atrações de jazz: Anat Sinfônica da Antuérpia (com regência de Robert Trevino), a Sinfô- Cohen, Joshua Redman, Jil Aigrot e a Duke Ellington Orchestra. A nica de Beijing (com o maestro Li Biao) e a Sinfônica de Montreal Tucca disponibiliza mais informações sobre assinaturas no telefo- (com Kent Nagano). Ainda é possível adquirir assinaturas; mais ne (11) 2344-1051 ou pelo site www.tucca.org.br. informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3256-0223 ou Em Belo Horizonte, a Orquestra Filarmônica de Minas pelo site www.culturaartistica.com.br. A Cultura Artística tam- Gerais terá, em 2019, 33 programas diferentes na Sala Minas bém oferece assinaturas para sua série de violão no MuBe, que vai Gerais. Sob direção artística de Fabio Mechetti, a orquestra vai contar com artistas como Zoran Dukic, Sharon Isbin e os irmãos homenagear compositores como Claudio Santoro, Villa-Lobos, brasileiros do Duo Assad. Almeida Prado, Marlos Nobre e Berlioz, recebendo como convi- O Mozarteum Brasileiro segue, em 2019, com uma pro- dados músicos como os violinistas Michael Barenboim e Pinchas gramação dividida entre São Paulo e o sul da Bahia, onde a entida- Zukerman. Mais informações sobre a temporada e a venda de as- de realiza os festivais Música em Trancoso e Canto em Trancoso, sinaturas, que vai até o dia 26 de janeiro, podem ser encontradas com forte caráter pedagógico. Na série da Sala São Paulo, os desta- no site www.filarmonica.art.br ou pelo telefone (31) 3219-9009. ques são a estreia brasileira da mezzo soprano Elina Garanca, que A Camerata Sesi de Vitória também já anunciou sua tem- se apresenta com a Orquestra Acadêmica Mozarteum Brasileiro, e porada, sob o comando de Leonardo David. Além de contar com a volta ao país do grande violoncelista Mischa Maisky. Mais infor- convidados como Cláudio Cruz e Fabio Martino, o grupo parti- mações sobre vendas de ingressos (não estão disponíveis assinatu- cipa do Festival Sesi de Música Clássica e de um festival de ópera ras) encontram-se no site www.mozarteum.org.br. que terá uma produção de Tosca, de Puccini. t

Alexandre Tharaud Elina Garanca m a nn / DG o Borggreve c / Mar divulgação / H arald off divulgação

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 11 u Atrás da pauta Por Júlio Medaglia Claudio Santoro, o regional universal

No centenário do compositor, sua obra deve ser lembrada não só pela variedade de seus experimentos, mas também por seu profundo sentido musical e beleza

século XX, era das globalizações, atingiu em cheio também de autores. Você podia ser alemão (Stockhausen), austríaco O os conceitos musicais. Com o mundo inteiro em casa, com (Schönberg, Berg, Webern), italiano (Luigi Nono, Bruno Ma- tudo disponível ao simples toque de uma tecla de computador, derna, Luciano Berio), japonês (Toshiro Mayusumi), belga ficou difícil prestigiar valores nascidos ou preservados regional- (Pousseur), húngaro (Ligeti), Grego (Xenakis), argentino (Juan mente. Um dos grandes conflitos artísticos do século XX foi o Carlos Paz), francês (Pierre Boulez, Olivier Messiaen), ameri- “vertical”, digamos assim, aquele que questionava as caracte- cano (Milton Babbitt, Gunther Schuller), polonês (Penderecki) rísticas das novas tendências e sua inserção no mainstream da e até russo, como foi o caso de Stravinsky, que no fim da vida história. Foi tão conflitante essa questão que, depois da Primeira aderiu à linguagem em que a ordem era comprar uma lupa e Guerra Mundial, os autores resolveram retrair suas fúrias revo- uma pinça e colocar notinha por notinha no papel como se lucionárias partindo, até mesmo, para um neoclassicismo para criasse um abstrato mosaico sonoro. repensar as ideias. A outra crise era, digamos, “horizontal”. Ou No Brasil, com a chegada de Koellreutter, surgiu uma gera- seja, a do relacionamento dos criadores com seus contemporâ- ção de dodecafonistas que, em dado momento, acreditava fer- neos, já que nesse período os relacionamentos internacionais vorosamente que estar “em dia” com o modernismo ou com a corriam a mil, com o mundo se transformando numa aldeia, “vanguarda” de seu tempo era escrever com séries de doze sons. como dizia Marshal McLuhan. Uma das figuras mais expressivas dessa geração brasileira, com Curiosamente, uma linguagem bem artificial oriunda do a qual tive contato próximo e permanente, foi o amazonense racionalismo germânico, o dodecafonismo, no segundo pós- Claudio Santoro, lembrado e homenageado neste ano que se -guerra chegou a unificar em torno de si toda uma geração inicia pelo centenário de seu nascimento. Mente inquieta, que queria açambarcar as coisas do mundo em sua obra, não só contava na estruturação de suas ideias com Claudio Santoro os valores musicais herdados de sua origem, como com toda (1919-1989) a movimentação social, política e estética de seu tempo. Com isso, nasceu o grande conflito de sua postura cultural. Como abdicar do rico manancial cultural-musical do Brasil e partir para uma música absolutamente abstrata e isenta de qualquer concei- to tradicional, de qualquer simetria, de qualquer relação com a cultura espontânea regional, dos maneirismos da prática instru- mental do Ocidente, das inquietações sociopolíticas brasileiras e universais etc.? No entanto, exatamente aqui residiam as principais carac- terísticas de sua personalidade e seu talento. Diferentemente daqueles que achavam que, por ter nascido num país rico em matéria de cultura espontânea, deveriam permanecer fieis a elas e só a elas – e diferente também daqueles que achavam que compor com os doze sons é falar a única linguagem universal –, Claudio fez de sua obra um caldeirão de experimentos da maior variedade, riqueza e consistência. Todas as reviravoltas que ocorreram na ebulição musical do século passado ele rece- bia e provocava. E isso ia do frio e calculista dodecafonismo ao bumba meu boi. Captando e trabalhando com as aventuras do som no sé- culo XX, Claudio construiu uma obra importante e interessan- tíssima, e isso não só pela variedade dos experimentos, mas por seu profundo sentido musical e beleza. Por isso ele podia lançar mão, quando lhe dava na telha, do folclore de uma canção de ninar que ouvira na infância ou da ousadíssima engenharia sono- ra schönbergiana, pois tudo em seu trabalho soava boa música. Nada parecia experimento. Claudio não fez média com a cultura popular, mas não se tornou escravo das tendências mais avançadas de seu tem- po. Por essa razão, se sua música tinha por vezes a “cor local” brasileira, não sofria dos males do provincianismo. E quando compunha com os experimentos mais recentes das vanguardas, eles não pareciam “maneiristas” nem “artificiais”. Chegar a uma reprodução solução estética dessa natureza é coisa de gênio. t

12 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u NOTAS SOLTAS Por Jorge Coli Muito cancã em 2019!

Para todos nós, que o novo ano seja repleto de música e, sobretudo, de Offenbach!

s perspectivas musicais para o ano que se abre são nebulo- A sas. Haverá mudanças na Lei Rouanet? Se houver, como Sua música ri e diverte, será o financiamento das récitas musicais? Os teatros municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro, principais casas de ópera do mas exige muito de seus país, estão em transições repentinas e mais que incertas. Só nos resta esperar para ver o que farão os mandachuvas intérpretes. É preciso belas que nos governam. Torcendo para que não venha o pior. E como é ano novo, melhor pensar na música, na alegria da vozes e especial musicalidade música. Há motivo para bom humor em 2019: celebramos o bi- centenário do mais espirituoso compositor que existiu, Jacques Offenbach. Ele, que representa o espírito francês, que compôs aquele A palavra “opereta” era usada no início do século XIX para cancã universalmente conhecido e identificado com a vivaci- qualificar obras leves, divertidas, com partes faladas e outras can- dade parisiense, era alemão, nascido em Colônia. Chamava-se tadas. Essa mistura de teatro de prosa e teatro musical também Jakob Eberst, filho de um cantor de sinagoga. Violoncelista, de- caracterizava outro gênero, mais ambicioso: a opéra-comique, cidiu ir a Paris aos 23 anos para se aperfeiçoar no instrumento. que de cômico só tinha o nome – basta lembrar que Carmen, de Entrou no Conservatoire National e mudou o nome de Jakob Bizet, nasceu como opéra-comique. Offenbach não queria que para Jacques e o sobrenome para Offenbach, cidade de onde sua suas obras se confundissem com a despretensão da opereta nem família era originária. com a pretensão séria da opéra-comique. Foi buscar, então, no Os contemporâneos o descrevem como risonho, simpático italiano, a expressão opéra-bouffe – obras ambiciosas com temas e muito engraçado. Evitava os colegas compositores, confiando a cômicos: La serva padrona, de Pergolesi, Le nozze di Figaro e um amigo: “Veja você, eu estou muito bem, bem demais. Minha Cosi fan tutte, de Mozart, eram opere-buffe. aparência é saudável, muito saudável. Eu os evito porque não Offenbach adorava Mozart (que ele cita, por exemplo, em quero causar-lhes preocupação”. Les contes d’Hoffmann) e foi comparado a ele por Rossini, com Um compositor, notoriamente invejoso de seu sucesso, um sorriso de simpatia, que o chamou de Mozart des Champs- quando soube que ele partia para uma turnê nos Estados Uni- -Élysées. Wagner o admirava também, mas sua comparação com dos, recebendo uma pequena fortuna pelos concertos, disse- Mozart foi odiosa: “Offenbach seria Mozart se não fosse judeu”. -lhe, com falso cuidado: “Caro amigo, você não deveria se Sua música ri e diverte, mas exige muito de seus intérpretes. expor aos cansaços de tal viagem! Porque, enfim, você não é É preciso belas vozes e, além disso, especial musicalidade, capaz muito forte!”. Sorrindo, Offenbach respondeu: “Fique tranqui- de captar o espírito vivo da escrita sem o trair com qualquer vulga- lo! Minha saúde é tão delicada que eu não tenho sequer forças ridade, porque as partituras de Offenbach são muito requintadas. para ficar doente!”. Há ainda a agilidade teatral que essas obras exigem. Sempre achei que é mais fácil interpretar Tristão e Isolda que La belle Helène. Cantores mastodônticos com vozes poderosas bastam para a pri- Jacques Offenbach meira. Para a segunda, é preciso outra coisa e mais. (1819-1880) Offenbach escreveu um grande número de maravilhosas composições. Duas delas, Orphée aux enfers (1858) e La belle Hélène tratam, de modo caricatural e paródico, de nobres temas clássicos. A sociedade do segundo império francês, sob o gover- no de Napoleão III, à qual Offenbach está intimamente associa- do, era ali impiedosamente satirizada. Além disso, elas assinalam a definitiva mudança dos parâmetros clássicos da cultura para um mundo moderno que não leva a sério Homero nem a mitolo- gia: os deuses antigos desceram aos infernos para pernear o mais endiabrado e universal cancã e nunca mais conseguiram subir às honras que lhes fora conferida desde o Renascimento. La vie parisienne, La grande-duchesse de Gerolstein, La Périchole, La fille du tambour-major são outras, entre várias mais, de suas obras-primas. A última não foi uma ópera bufa, mas uma ópera romântica e fantástica: Les contes d’Hoffmann. Morreu sem a terminar. O excelente Ernest Guiraud a comple- tou: é a edição mais fiel ao espírito de Offenbach. Alguns mu- sicólogos tentam versões filológicas, mas a força de obra-prima mantém-se na poderosa versão Guiraud. Para todos nós, que 2019 seja repleto de música e, sobretu- reprodução do, de Offenbach! t

14 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u EM CONVERSA ção Div u lga

Cantos e vozes do passado

Entrevista com a mezzo soprano Anna Maria Kieffer

Por Irineu Franco Perpetuo

om uma longa trajetória de pesquisa da música C brasileira, sempre buscando um recorte abrangente e multidisciplinar, a mezzo soprano Anna Maria Kieffer festeja este aniversário de São Paulo resgatando parte importante de seu passado musical. Com data de lançamento marcada justamente no dia 25 de janeiro, no Sesc Vila Mariana, em espetáculo com direção cênica de João Malatian, São Paulo: paisagens sonoras (1830-1880) é um livro-CD de 78 páginas, com rica iconografia de época, que tem concepção e direção musical conjunta de Kieffer e Gisela Nogueria e leva ao palco músicos como os irmãos Antonio e Maria José Carrasqueira, o clarinetista Sergio Burgani e o violonista Giacomo Bartoloni, entre outros. A ideia é reunir a música e os ruídos da cidade em meados do século XIX em um panorama eclético e multifacetado, que abrange de pregões de rua e cantigas tradicionais a obras de compositores como André da Silva Gomes, Carlos Gomes, Elias Álvares Lobo e os irmãos Alexandre e Luís Levy – o acordeonista Gabriel Levy, descendente direto da família, participa do disco e do espetáculo. Os versos são de poetas importantes da literatura brasileira, como Castro Alves, Bernardo Guimarães e Álvares de Azevedo, em uma iniciativa que faz lembrar projetos anteriores de Kieffer, como Teatro do descobrimento (1999) e Cancioneiro da imigração (2004).

16 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO Qual é a história desse projeto? internacional. É o começo da vida de “imigran- recitativo de Castro Alves, com música de Emí- Eu comecei a trabalhar nele 22 anos atrás. tes”, que trazem uma forma de fazer música lio do Lago, tão bem sucedida que recebeu um A ideia inicial era encontrar peças musicais que mais europeia. Parei nesse ponto porque, daí arranjo para voz recitada e piano. No arquivo tivessem a ver com as ruas da cidade. Só que, para a frente, tudo muda muito historicamente. da família Levy, vi uma foto em que estava para tanto, tive que fazer pesquisas extensas, Eu já tenho a continuação do projeto, que seria escrito “cinismo” no verso, com um flautis- que me levaram a perceber que havia muito o período 1880-1930. ta, um clarinetista e dois violonistas. Era uma mais material do que eu imaginava. Comecei referência a essa obra, de modo que pedi a a juntar esse material com o Julio de Paula, Seu projeto contempla um período em Giacomo Bartoloni um arranjo para esses qua- reunindo cantigas de rua, pregões e música que, nos livros de história da música do tro instrumentos. Que eu saiba, ainda, nesse composta, com texto ou sem texto. Fizemos Brasil, fala-se muito do Rio de Janeiro – CD é a primeira vez que se grava a versão para uma demo e, enquanto tocava outros projetos, a capital do Império. Qual é o panorama flauta e piano do entreato da ópera Joana de continuei a ler um material muito grande de sonoro da São Paulo dessa época em Flandres, de Carlos Gomes, que ainda não pessoas da época, cartas, jornais etc. Para esse comparação ao Rio de Janeiro? tinha ido para a Europa. Também encontrei projeto, dividi o material em seis partes. A pri- O CD tem coisas muito rústicas, como os pre- no arquivo dos Levy uma obra do irmão de meira parte foi baseada na primeira planta da gões – que compus, um em cima do outro, um Carlos Gomes, Pedro Santana Gomes, dedica- imperial cidade de São Paulo, do engenheiro pouco polifonicamente, como se fossem os da a Henrique Luís Levy, que era clarinetista. português Rufino Felizardo e Costa. Ele fez a “Cris de Paris” [alusão à obra polifônica de Clé- planta daquilo que seria o Triângulo Central ment Janequin, do século XVI, que sobrepõe os Você vem fazendo esse tipo de e um pouco daquilo que era a Cidade Nova, pregões de rua da capital francesa] –, e, ao mes- trabalho há muito tempo. Nessas em 1810. Em 1841, ela foi recopiada, e fo- mo tempo, algumas cantigas populares, bem décadas, a tarefa ficou mais fácil ram colocados os nomes das ruas de então. populares mesmo. No entanto, você começa ou você se sente dando murro em Eu começo o projeto fazendo uma espécie de também a ter cantores e instrumentistas que ponta de faca? “tour musical”, pois encontrei peças musicais vêm do exterior, que vêm do Rio de Janeiro, Nunca me senti dando murro em ponta de que tinham a ver com essas ruas. Vou citar que param em Santos porque estão indo para faca. Faço uma coisa que pouca gente faz. um exemplo bem objetivo: ele começa com a Buenos Aires – pessoas como Gottschalk, que Nem sempre parto da música pura. Tenho Cantiga do Acu. (Cantarola um trecho: tocou aqui. Eles trazem outros gêneros. O Rio uma ligação grande com artes plásticas e li- “Eu passei uma ponte/a ponte estremeceu/ era diferente porque teve a corte, enquanto teratura. Então, você precisa, por exemplo, água tem veneno, morena/quem bebeu, São Paulo era bastante erma, não tinha muita dos instrumentos. Vou atrás de um quadro morreu”.) Acu quer dizer água venenosa em ligação com a corte no começo do século XIX. que tem um sujeito lá no fundo tocando um tupi-guarani. Na verdade, essa ladeira do Acu, É uma cultura especial, não é a cultura portu- instrumento, fotografo. E vou juntando o ma- que descia a colina para os campos de Pirati- guesa e italiana, como foi a do Rio de Janeiro terial. Quanto a murro em ponta de faca: fiz, ninga, é a atual avenida São João. no século XIX. Agora, nós tivemos muitos estu- equivalente a esse, um projeto que chamei de dantes que viam da Bahia, de Minas, e mesmo Jardim romântico, sobre o Rio de Janeiro, que Por que você escolheu o recorte temporal do Recife, embora houvesse a faculdade em inscrevi quatro vezes na Lei Rouanet e não 1830-1880? Olinda. São todos esses grandes nomes de poe- consegui captar. Quem sabe agora o pessoal Porque eu queria falar do miolo do século XIX tas, e todos tocavam. Porque eram pessoas ge- do Rio se entusiasma... em São Paulo, quando sempre se disse, de um ralmente de classe mais abastada, que tinham lado, que não acontecia nada, que era uma ci- educação musical. Muitas tocavam violão, Ainda hoje é comum ouvir cantores dade de tropeiros, uma gente caipira. Por outro viola, piano, flauta... Houve uma vida musical líricos se queixarem das dificuldades lado, você tem alguns viajantes que acharam acadêmica, entre os estudantes, mais divertida, de cantar em nossa língua. Todos esses a cidade fantástica. Kidder e Fletcher conside- que não era aquela coisa convencional do Rio seus projetos, há muito tempo, são raram São Paulo a cidade mais interessante da de Janeiro, onde havia ópera, Rossini... Aqui cantados em português. Afinal, é difícil América do Sul, porque encontraram um local não tinha isso. Há também documentação de cantar em português? basicamente provinciano, mas que tinha um recepções na casa da marquesa de Santos, de Não. Canto em cinco línguas e não vejo proble- núcleo de intelectuais interessantíssimos na obras de José Amat e Marcos Portugal sendo ma nenhum. Isso é um problema de articula- Faculdade de Direito, que eles colocavam no tocadas aqui. Nossa vida musical não era tão ção. O bel canto dá um mapeamento da caixa nível das universidades da Suécia. Por que co- pobre como a gente costuma ler. Esses rapazes de ressonância, da língua, da garganta toda, da mecei em 1830? Porque a Faculdade de Direito da faculdade eram amigos e faziam música um faringe, da laringe, como ela abaixa... Se en- foi criada em 1827 e começou a funcionar em com letra do outro. Tem música do Venancinho tende esse mapeamento, você faz o que você 1828. Além disso, no projeto Viagem pelo Bra- Costa com texto do Fagundes Varela, falando quiser, em qualquer língua. E também tem que sil, já contemplei o material recolhido por Spix do rio Tietê. Eles saíam de barco para tocar em ter a cabeça legal. Porque, se você pensa que só e Martius, no fim da década de 1810. noites de luar, porque não havia iluminação canta com a voz de La traviata, daí não dá para na cidade, era muito precária. Então, quando fazer! La traviata é um tipo de uso desse arca- E por que o projeto vai até 1880? tinha noite de luar batendo no rio, eles saíam bouço. Agora, para cantar a Cantiga do Acu, é Porque os Levy foram muito importantes. Logo para aproveitar a luz da lua e passavam a noite outra coisa. Você tem que colocar a voz mais depois de 1880, eles fundam, em 1883, o inteira tocando. para trás, tem que abrir mais etc. Clube Haydn, que muda toda a forma de fazer música na cidade. Antes, havia a ideia do sarau, O que você destacaria de inédito nesse Obrigado pela entrevista. t onde as pessoas cantavam, tocavam, jogavam material? cartas, jogavam dados, conversavam, declama- Em termos de gravação, a única coisa que não vam. Já com a vinda para o Brasil do Levy pai, é inédita é Alexandre Levy. De resto, há uma AGENDA Henrique Luís Levy, começa-se a fazer uma mú- peça teatral, uma comédia de França Júnior Recital de lançamento do CD sica que a gente chamaria de mais “séria”. En- chamada Meia hora de cinismo, que fez muito São Paulo: paisagens sonoras (1830-1880) tão surgem programas só musicais, com música sucesso. Logo depois, nela foi encaixado um Dia 25 de janeiro, Sesc Vila Mariana (São Paulo)

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 17 Surgindo do nada

A devoção do grupo vocal norte-americano Blue Heron, vencedor do Prêmio Gramophone, ao restauro dos Livros de Vozes Peterhouse e à mais “nova” música antiga o coloca em destaque, na opinião de Fabrice Fitch

eses atrás, relativamente poucos ouvintes daqui a executamos, apaixonamo-nos por ela, e o público “sentiu seu poder”, tinham ouvido falar do grupo vocal americano – diz Aston, com uma voz bem distinta e emocional. Bem, li na edição Blue Heron. O anúncio da lista de finalistas do Prêmio que a parte de tenor tinha sido restaurada, porque o livro de vozes que a Gramophone de 2018 mudou isso e, em setembro, continha estava perdido, e que havia cerca de setenta outras obras nessa eles se tornaram o primeiro conjunto de fora da coleção, incluindo missas inteiras. Então, pensei: ‘Deveríamos fazer Europa a vencer a votação na categoria Música mais’. Não muito tempo depois, escrevi ao editor, Nick Sandon, que Antiga.M A conquista do prêmio com uma gravação cuja obra principal é confirmou minha impressão de que ninguém mais estava interpretando uma missa de compositor desconhecido é, com certeza, também fato essa música, menos ainda gravando, e vi uma oportunidade.” inédito. Seu disco premiado é o quinto de uma série dedicada aos Livros Como todo mundo que ouviu as gravações do Blue Heron sabe, de Vozes Peterhouse, repertório que, até recentemente, não podia sequer os Livros de Vozes Peterhouse são um tesouro. Sua localização atual, ser executado – era o começo de uma colaboração que parecia pouco em uma das menores faculdades da Universidade de Cambridge, auspiciosa, mas que acabou triunfante, entre um grupo de intérpretes dá a impressão de eles serem de uma fonte relativamente periférica; e Nick Sandon, proeminente estudioso de música renascentista inglesa. mas Sandon acredita que eles foram compilados para o uso em nada Perguntei ao diretor do grupo, Scott Metcalfe (foto acima, na ponta menos que a Catedral de Canterbury, pela ação de um leigo, que direita), como isso tudo começou. “Isso nos leva à sucessão de eventos levou a música consigo do Magdalen College, Oxford. Se a hipótese de nosso primeiro concerto, em 1999; queríamos fazer polifonia de Sandon estiver correta (sua argumentação está exposta de forma renascentista inglesa, mas anterior a Byrd e Tallis. Eu estava folheando lúcida e envolvente em suas notas às gravações), os livros de vozes música na loja de minha cidade e achei essa partitura de Ave Maria são tudo, menos periféricos. Na verdade, a amostra de música que dive matris Anne, de Hugh Aston. Eu tinha ouvido falar vagamente de eles contêm é altamente significativa, testemunhando o florescimento Aston, então levei a partitura para casa e a li, e ela me impressionou. Nós tardio de música litúrgica católica nos últimos anos de Henrique VIII,

18 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO fotografia: LIZ LINDER tentando fazeras coisasfuncionaremmelhor”. está sempremudando coisas,semprevoltandoaimprimir amúsica, de umcompasso,algumaforma afetamaobrainteira.Entãoele alterações minúsculas,queparecem insignificantesnocontexto mão dupla?Metcalfeconcorda:“Nick estáconstantementerevisando; restauros, maisdoqueeusabiahaver lá.”Entãoéumprocessode Scott eBlueHeronassombraram-me aoencontrar, emmeuspróprios muito reveladoresemumaperformance comcantoresinteligentes. sintetizado esemvida,podeobscurecergestosdetalhesqueseriam aquilo soaránasvozes,eaexecuçãomecânica,deumgrupovocal tocar asalternativasnotecladodáumaideiamuitoerrôneadecomo imaginação auralbemtreinadaéumgrupocompetentedecantores: a texturavãoalterarcomoelesoa.Omelhorsubstitutodeuma complexo vocaloriginaleprevercomoasváriasformasdecompletar mais precisapossível,dentrodacabeça,osomdoquesobrou ausentes dentrodatextura.Você tambémtemqueimaginar, daforma implicam comrelaçãoàpartituraoriginaleposiçãodasvozes encaminhando odiscursomusicalgeral;queasvozesremanescentes níveis aomesmotempo:comoocompositorestámoldandoe um restaurocomestilorequerquevocêobserveereajaemdiversos experiência agregada,pudeincrementá-losdemodosignificativo.” publicado bemnocomeçodasérie,pois,comváriasdécadasde deu-me umadesculpapararevisitaralgunsrestaurosqueeutinha Fico contente,porqueointeressedoBlueHeronemobrasespecíficas de prazos,tambémsãograndesincentivosparapublicaçãoerevisão. que fossem.Aperspectivadeapresentaçãoegravação,aexistência que meusmelhoresrestaurossãotãoidiomáticosquantotenteifazer música tãoboaquantosempreachei–porvezes,atémelhorede versões superlativasdoBlueHeronconvenceu-medequeessaé perceptivas, oqueacheitremendamentereconfortante.Ouviras mostrava interessesustentado,faziaperguntasconsistentesesugestões grupos profissionais,dequalidadevariável.Pelaprimeiravez,alguém minhas performancesamadoraseempoucasatuaçõesisoladasde música erabaseadanoqueeuconseguiaouviremminhacabeça, Heron eMetcalfefoitransformador. “Antes,minhaavaliaçãoda do repertórioPeterhousehaviamuitosanos,ocontatocomBlue anos. ParaSandon,quetrabalhavaporcontapróprianareconstrução posteriores saindoacadaparde lançada em2010,comosvolumes A primeiragravaçãodasériefoi seguiu executandosuasedições. contato comSandon,eoBlueHeron bastidores. Metcalfecontinuouem projeto Peterhouseborbulhavanos Du Fay)em2006.Enquantoisso,o na áreadeBoston–efezsuaprimeiragravação(cançõesmotetos importante etemumnívelartísticobemalto. disponível, pelaprimeiravez,umrepertórioqueéhistoricamente Daí aimportânciadacolaboraçãoentreSandoneogrupo,quedeixa missas deLudford,duasdasquaisestãonaseleçãodoBlueHeron. poucas obrasquesóexistemlánãopodiamserexecutadas–incluindo devido àfaltadaquelapartedetenoremparticular, ascinquentae que oslivrosdevozescompartilhamcomoutrasfontes;noentanto, premiado doBlueHeron.Nãoháproblemaeminterpretarmúsica anônimas, porexemploamissasematribuiçãogravadanodisco Sturmy; porém,diferentementedeEton,elestambémcontêmobras seus rumos),aoladodeobrascompositoresobscuros,comoHugh estava morto,eascarreirasdeTaverner eLudfordtinhamseguido antes, elescontêmmúsicadosfigurõesmaisvelhosdaépoca(Fayrfax que desencadeou.ComooLivrodeCoroEton,algumasgerações músico empenhadoeconservadorreligioso,apesardetodarevolução Perguntei aSandoncomoeleinventaasvozesausentes.“Bem, Em seguidaaseuprimeiroconcerto,oBlueHeronseestabeleceu Heron apresentaumrepertórioquenãofoi “Como umgrupodemúsicanova,oBlue muito executado,seéquefoi” – ScottMetcalfe,diretor [Tradução: IrineuFrancoPerpetuo] formas deouvir, novasformasdecantareexpressão.” possível arespeitodofazermusical dopassadorevela-nosnovas tentamos ‘recriar’ qualquercoisa,masporquedescobriromáximo da pesadapráticahistórica.Nãoporqueé‘autêntica’ou frequência dabocadeintérpretes.“Nofim,somosmesmosgente jeito maispreciso,eleusapalavrasquenãoseouvemcomessa Quando pressionoMetcalfeadefinirinterpretaçãodogrupodeum possível nosajudacomarticulaçãomusical,direçãoeandamento.” falantes nativosdefrancês,espanholouitaliano,chegaromaispróximo como amúsicacainavoze,emboranãopossamosnostransformar em e sermosguiadospelalíngua.Ojeitodepronunciaraspalavrasafeta som coletivo,tantoquantopossível,àmúsicaqueestamoscantando o queparececombinarmelhorcomamúsica.Nossoidealéadaptar o é possíveldizerqualamaisprovávelouadequada;vocêvaicom cantado apenasporumavoz,easoutrasvocalizando.Nemsempre ou sócomvozes,todaselascantandootexto,texto algumas queexperimentamosdediversasformas:cominstrumentos, totalmente vocalfuncionamelhor;porém,nocasodascanções,há no YouTube. “Emmúsicasacra,hápoucadúvidadequeperformance Metcalfe étudo,menosdogmática,comodemonstramvídeoslançados em performancehistoricamenteinformada,porém,aabordagemde com destaquesdesuamúsicavocal.Apesartodaaênfasedogrupo (das quaisesteredatoreditoualgumas);emseguida,surgirãodiscos o BlueHeronsepreparavaparagravartodasascançõesdocompositor complementam odeledeformasignificativa.Naépocadaentrevista, concertos, aoladodotrabalhodecontemporâneosqueinspiraramou de interpretartodaamúsicaOckeghem,emumasérie13 precisa nossocompromissocoma‘nova’músicaantiga.” executado, seéquefoi;eacoleçãoPeterhouserepresentadeforma antiga, apresentamosprincipalmenteumrepertórioquenãofoimuito grupo demúsicanovaquecomoumtradicional no momento,todoscontribuindoparacriarumaculturaemquea um florescimentodegruposvocaisprofissionaisnosEstadosUnidos, com apolifoniarenascentista,elassãoconquistadas.Noentanto,há que àsplateias;quandoaspessoasrealmenteentramemcontato território americano.“Émaisdifícilvenderaospromotoresdeconcerto a MetcalfesobredefesadoBlueHerondapolifoniarenascentistaem a simesmo,dependendodeapoiodoadoresepatronos.Perguntei por muitosanos;oBlueHeron,emcontraste,éumgrupoquepublica de músicaantiga,assimcomoocoroqueStephenDarlingtonliderou Porém, oLivrodoCorodeEton os projetos,assimcomoaescaladetempogeraldoslançamentos.) em obrasanteriormentenãogravadasdeEtonéoutraconexãoentre pelo ChristChurchCathedralChoir. (Deformaintrigante,aênfase ambição, àcoleçãodecincodiscosdedicadosaoLivrodoCoroEton Londres, emsetembro,poisoresultadoéumasérieigual,escopoe estivesse presentequandoMetcalferecebeuoPrêmioGramophoneem novo eunificado. Gramophone, agora saiu noseloBlueHeron, contendo umencarte individuais entre 2010e2017, incluindooCDquevenceu oPrêmio conjunto decinco discos, com toda amúsica lançada emdiscos The Lost Music of Canterbury: Music from thePeterhouse Partbooks, Junto comoprojetoPeterhouse,háaambiciosaempreitada Dada suaimportânciaparaoprojeto,foiadequadoqueSandon

éumvolumeconhecidonoscírculos Janeiro / Fevereiro/ Janeiro 2019 impressão oposta)eque,maiscomo o projetoPeterhousepossadara que emmúsica‘coral’(embora focamos maisemmúsicadecâmara que destacaoBlueHeroné instrumental padrão.Creioqueo como equivalenteaorepertório música decâmaravocaléencarada t blue heron CONCERTO 19 u MÚSICA VIVA Por João Marcos Coelho O começo de tudo

Em 1928 nascia Ensaio sobre música brasileira, de Mário de Andrade, que ainda é atual e ganhará nova e fidedigna edição pelas mãos de Flávia Camargo Toni

alvez por ter sido publicado no mesmo ano de Macunaíma, por causa do jazz que a fase atual é de predominância rítmica, T passou em branco uma data redonda em relação a um livro- com uma bateria desenvolvida que... profetizava o jazz”. -chave de Mário de Andrade: em 2018 deveríamos ter comemo- rado os 90 anos da publicação de Ensaio sobre música brasileira. Ensaio saiu no mesmo ano de Macunaíma, e as duas Assim mesmo, sem o artigo definido “a” que consta desde a pri- obras comungam o espírito de descoberta do Brasil real meira edição. Trata-se, com certeza, de um dos livros que exer- – o de uma linguagem nacional, no caso do romance, ceram maior influência na música brasileira. Foi o momento em o de uma música real do país, sobretudo do Norte e que, após o clarão modernista de 1922 calcado em boa parte nas do Nordeste, no caso de Ensaio. Pode-se dizer que em vanguardas europeias, Mário voltava-se para o país, gestando o Ensaio Mário fixou o momento em que realmente teve ideário nacionalista – de novo antenadíssimo com o que rolava a compreensão maior da realidade musical brasileira na Europa naquela década. e a partir disso ampliou seu escopo estético, até 1938, A professora titular do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) quando bancou a missão folclórica ao nordeste? da USP Flávia Camargo Toni, que realizou um trabalho funda- A pergunta guarda, de fato, aquelas que considero as me- mental de organização e notas do que chama de “edição fide- lhores “chaves” para entender esse universo. Há muitas fontes digna”, a ser publicada pela Edusp com apoio da Fapesp, indica comuns de pesquisa entre os dois livros. Ambos são gestados nesta entrevista outros erros graves do livro tal como o conhe- desde meados de 1926, quando Mário estudou, disciplinada- cemos na única edição atualmente disponível, a da Martins. E, mente, autores que narravam os costumes do Brasil do passa- mais importante, mostra por que Mário permanece atualíssimo do e aqueles que recolheram fatos da cultura popular. Em geral nestes tempos pós-modernos pluralistas em que vivemos. não nos damos conta de que ele leu inúmeros autores que não tratam objetivamente da música do Brasil, como Teófilo Braga Como foi descoberto o exemplar de trabalho em que (Cancioneiro popular portuguez e História da poesia popular Mário fez anotações e correções? portuguesa), Fernão Cardim (Tratados da terra e gente do Bra- Quando Mário editava um livro, costumava se desfazer sil), Pereira da Costa (Folklore pernambucano), Theodor Koch- de todo o material de pesquisa que alimentara a obra e cons- -Grunberg (Vom Roraima zum Orinoco) – no qual localiza a tituía um “cavalo de santo”, ou seja, um exemplar em que fábula sobre o deus Makunaima, dos índios Arekuná – e dezenas anotava acréscimos e correções que pretendia fazer no caso de outros viajantes e folcloristas. Aliás, creio que a escassez de de reedição. Era o “exemplar de trabalho” – e possuímos, no exemplos musicais registrados em livros tenha sido um dos moti- IEB/USP, alguns destes volumes. No caso de Ensaio sobre vadores para ele realizar a segunda viagem do “turista aprendiz”, música brasileira, o exemplar esteve em mãos de coleciona- poucos dias após Ensaio ter sido publicado. No entanto, se neste dor particular que há certo tempo doou o livro para a família primeiro momento ele busca fontes musicais que alimentem os do musicólogo. Eles o emprestaram para o IEB, e a partir dele estudos e a criação de nossos compositores, dez anos depois, em estou preparando a edição do texto. 1938, almeja ampliar o registro sobre nossos cantos e danças não só pela pesquisa estética, como pela ideia da salvaguarda. A primeira edição, de 1928, saiu com erros e inversões de exemplos musicais. Mário alinhava-se com (e conheceu os trabalhos de) Os maiores problemas ocorreram em trechos bastante Bartók, Kodaly, franceses e ingleses e norte-americanos discutidos. Por exemplo, na parte dedicada ao estudo do rit- no sentido de buscar as raízes das culturas de seus países mo, Mário indica três grafias para a melodia Capim da lagoa. e desse modo se fiarem em tradições locais? Quando, em 1964, a Martins publicou o livro, houve uma in- Creio que um dos melhores índices de que esse musicólo- versão na ordem dos três exemplos; quer dizer, a grafia que ele go era um homem do tempo dele, um modernista no rigor da considerava “mais ou menos legítima” foi invertida, ficou em palavra, é justamente o fato de acompanhar o que os contempo- segundo lugar. Mas a que ele acreditava mais aconselhável está râneos produziam e discutiam. Isso se dava por meio da leitura na ordem certa, ou seja, é a terceira. Esse erro permaneceu nas sistemática de livros e revistas. Com a modernização do equipa- reimpressões. A partir de 2006, outra editora preparou novas mento gráfico no pós-guerra, imprimia-se cada vez mais rápido e edições e somaram-se enganos: em trecho da primeira parte de melhor, muitas das grandes editoras de artes e literatura em geral Ensaio, quando o musicólogo discute a instrumentação, afir- tinham suas próprias revistas, e ele podia acompanhar o que era ma acreditar ser aquele (1928) um período de “predominância de interesse e encomendar. Alguns autores circulavam no Brasil, rítmica” na música contemporânea, exemplificando: “Não é como Tomas Pires, César das Neves, Melo Morais Filho, mas ou- por causa do jazz que a fase atual é de predominância rítmica. tros ele tinha de importar, como Natalie Curtis Burlin ou Albert É porque a fase atual é de predominância rítmica que o jazz Friedenthal, Julien Tiersot, Granville Bantock. t é apreciado tanto. E com efeito, para citar um caso só, A sa- gração da primavera de Stravinsky é anterior à expansão do Leia no Site CONCERTO considerações de Flávia Toni sobre jazz na Europa e é já uma peça predominantemente rítmica, como Mário de Andrade pensava Ensaio em 1943, a partir de com uma bateria desenvolvida que... profetizava o jazz”. Eis a linda e provocativa dedicatória de um exemplar a Antonio maior alteração de todas, pois na edição de 2006 se lê: “Não é Candido, que por sua vez o doou ao bibliófilo José Mindlin.

20 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO

u Prêmio concerto 2018

Prêmio CONCERTO 2018 Destaques da temporada

Júri formado por seis atuantes jornalistas musicais do país elegeu os grandes momentos do ano; edição também teve votação do público

as páginas a seguir, você conhecerá os indicados e os vencedores A partir deste ano, o prêmio de ópera passa a se chamar Prêmio Lauro da sétima edição do Prêmio CONCERTO de Música Clássica e Machado Coelho de Ópera, em homenagem ao jornalista e crítico N Ópera, conferido anualmente aos destaques da temporada, com musical que ao longo de sua trajetória profissional fez do gênero seu o objetivo de valorizar e fomentar a atividade musical clássica no Brasil. tema principal, fosse nas páginas diárias da imprensa, fosse em livros Concorrem os mais destacados concertos, óperas, recitais e discos, DVDs como os da coleção História da Ópera. e livros, assim como os protagonistas da cena clássica ou os grandes Cada jurado indicou três destaques para cada categoria, o que acontecimentos que impactaram a temporada. resultou em uma lista apresentada na reunião do júri, realizada no O prêmio é debatido e escolhido por alguns dos principais críticos dia 26 de novembro. A partir dela, foram selecionados três indicados musicais do país, de forma independente e imparcial. São conferidas para cada categoria. Em seguida, aconteceu a votação, secreta, da qual premiações nas categorias Grande Prêmio, Ópera, Música Orquestral, saíram os vencedores. O público também foi convidado a votar em seus Música de Câmara / Recital / Coral, Jovem Talento e CD / DVD / Livro. preferidos no Site CONCERTO.

Jurados

Camila Fresca João Luiz Sampaio Nelson Rubens Kunze é jornalista e doutora em é jornalista e crítico musical; é gestor cultural e jornalista; musicologia pela ECA-USP; editor-executivo da Revista diretor-editor da Revista CONCERTO colaboradora da Revista CONCERTO CONCERTO e colunista do Site e colunista do Site CONCERTO e colunista do Site CONCERTO CONCERTO; colaborador do jornal O Estado de S. Paulo e do Portal Estadão

Irineu Franco Perpetuo João Marcos Coelho Sidney Molina é jornalista e tradutor, colaborador é jornalista e crítico musical; é violonista e crítico musical do da Revista CONCERTO, colunista colunista do Site e da Revista jornal Folha de S. Paulo; professor do Site CONCERTO e jurado do CONCERTO; colaborador dos jornais da UniFiam-Faam, em São Paulo, concurso Prelúdio, da TV Cultura O Estado de S. Paulo e Valor e da Fundação Carlos Gomes/UEPA Econômico; apresentador em Belém; membro do quarteto da Rádio Cultura FM de violões Quaternaglia

22 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO Finalistas do Prêmio CONCERTO 2018

Prêmio CONCERTO 2018 – Grande Prêmio

Edino Krieger 90 anos Integral das sinfonias Selo Sesc de Heitor Villa-Lobos (Osesp / Karabtchevsky) [Fundação Osesp]

Prêmio CONCERTO 2018 – Prêmio Lauro Machado Coelho de Ópera

“Kátia Kabanová”, “La traviata”, de Verdi “Sonho de uma noite de Janácek (Viegas, Minczuk/Jorge Takla) de verão”, de Britten (Ira Levin/André [Palácio das Artes, Belo (Cláudio Cruz/Jorge Takla) Heller-Lopes) Horizonte/Theatro Municipal [Theatro São Pedro, [Theatro São Pedro, de São Paulo] São Paulo] São Paulo]

Prêmio CONCERTO 2018 – Música Orquestral

Filarmônica de Dresden, “Missa”, de Leonard Osesp, Emmanuel Pahud Herbert Schuch (piano) Bernstein, com Orquestra (flauta) e Thierry Fischer e Michael Sanderling Sinfônica Municipal (regente), com obra (regente) de São Paulo, corais “Saccades”, de Philippe [Cultura Artística/Dell’Arte] e solistas, Roberto Manoury Minczuk (regente) [Fundação Osesp] [Theatro Municipal de São Paulo]

Prêmio CONCERTO 2018 – Música de Câmara / Recital / Coral

“A paixão segundo São Jan Lisiecki, piano The Tallis Scholars João”, de Bach, com [Cultura Artística] [Festival Sesc de Música Os músicos de capella, de Câmara] solistas e Luis Otavio Santos (regente) [Cultura Artística]

Prêmio CONCERTO 2018 – Jovem Talento

Guido Sant’Anna Lucas Thomazinho William Coelho (violinista) (pianista) (maestro)

Prêmio CONCERTO 2018 – CD / DVD / Livro

Aleyson Scopel, piano Edelton Gloeden, violão Trio Puelli – Radamés – Cartas celestes, de – 12 Valsas brasileiras Gnattali: integral Almeida Prado de Francisco Mignone da obra para piano, [Grand Piano] [Independente] violino e violoncelo [Selo Sesc]

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 23 u Prêmio concerto 2018

Grande Prêmio CONCERTO 2018 Integral das sinfonias de Heitor Villa-Lobos

divulgação / Isabela Guasco

m 2018, o compositor brasileiro Edino Kriger diretor artístico Arthur Nestrovski e da totalidade de E chegou aos 90 anos celebrado como uma das seus músicos, que se esmeraram na árdua tarefa de mais importantes figuras do cenário musical não redescobrir e completar os originais”, diz o maestro apenas pelo trabalho como autor, mas também pelo Isaac Karabtchevsky, que regeu o grupo nas gravações. reconhecimento por uma atividade como gestor que colocou sempre Em entrevista à Revista CONCERTO no ano passado, Neves a música brasileira em primeiro lugar. Autores e intérpretes nacionais Pinto contou como foi a rotina do trabalho. “O trabalho de Maria também têm encontrado, no Selo Sesc, um parceiro decisivo para Elisa, que era coordenadora do CDM no início do projeto, foi projetos que nos ajudam a compreender a riqueza deste repertório. fundamental para lançar o ciclo. Na primeira fase, com as sinfonias Da mesma forma, é inestimável a contribuição dada pela Osesp à nº 6, nº 7, nº 3, nº 4 e nº 10, utilizava-se na gravação o manuscrito, percepção da obra de Heitor Villa-Lobos ao gravar e editar suas onze que era corrigido, revisado e, no fim, editava-se a partitura. Cheguei sinfonias, em ambicioso projeto que teve duração de sete anos e cujos ao projeto no meio da gravação da Décima sinfonia e lembro que CDs são distribuídos mundialmente pelo selo Naxos. eles levantaram mais de quatrocentos erros e correções, número que É uma boa notícia: a música brasileira dominou as indicações do aumentava à medida que o maestro ensaiava. A partir das sinfonias júri ao Grande Prêmio CONCERTO 2018, retratando um mercado nº 8, nº 9, nº 11, o processo se inverteu. A edição era preparada em que fica cada vez mais evidente a importância que a defesa do e depois entregue aos músicos, eventualmente passando por repertório e dos artistas nacionais tem na construção de uma vida correções”, contou ele. musical saudável e culturalmente relevante. O trabalho com os músicos, explicou Neves Pinto, também foi No entanto, era preciso escolher um vencedor. E, após as importante. “É um privilégio poder discutir uma questão de equilíbrio deliberações do júri, a votação elegeu como destaque em 2018 a ou dinâmica tendo uma orquestra como a Osesp para testar e ajudar a integral das sinfonias de Villa-Lobos, projeto da Fundação Osesp chegar ao ponto correto. E Isaac Karabtchevsky, ao mesmo tempo que finalizado em janeiro de 2018 com o lançamento do sexto disco da ouvia os artistas, apresentava sua própria visão, conquistada ao longo empreitada e de uma caixa com todos os volumes da série. da carreira, que lhe permitia tomar decisões com clareza.” Concebido por Arthur Nestrovski, o projeto envolveu diversos Pela qualidade das gravações, que receberam ao longo dos anos profissionais da Osesp, sob a liderança do maestro Isaac Karabtchevsky diversos prêmios, além de elogios da crítica brasileira e internacional, e dos musicólogos Maria Elisa Pasqualini e Antonio Carlos Neves Pinto, a integral já mereceria reconhecimento. Mas a edição das partituras do Centro de Documentação Musical. Afinal, não se tratava apenas vai permitir que as sinfonias, a partir de agora, sejam tocadas por outros de gravar as peças, mas também de preparar edições de referência das conjuntos mundo afora, em uma combinação de excelência artística partituras, enfrentando o mundo caótico dos manuscritos de Villa-Lobos. e visão institucional reconhecida pelo Prêmio CONCERTO. “As sinfonias apresentaram o desafio de reestabelecer a coerência entre os manuscritos e as partituras, que colocamos agora à disposição Integral das sinfonias de Heitor Villa-Lobos da classe musical. Foi um trabalho sem pausa, só possível por causa Gravação de CDs e edição de partituras da Osesp, de seu departamento de musicologia, da determinação do [Fundação Osesp]

24 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO E SECRETARIA DA CULTURA APRESENTAM

DIREÇÃO ARTÍSTICA: INÊS BOGÉA ASSINATURAS TEMPORADA 2019 NO TEATRO SÉRGIO CARDOSO

4 PROGRAMAS, COM 6 ESTREIAS, 1 PRÉ-ESTREIA E 4 COREOGRAFIAS DO REPERTÓRIO

OBRAS DE GRANDES NOMES DA DANÇA

CASSI ABRANCHES ÉDOUARD LOCK LARS VAN CAUWNBERGH GIOVANNI DI PALMA UWE SCHOLZ SHAMEL PITTS JOMAR MESQUITA JOELLE BOUVIER HENRIQUE RODOVALHO GOYO MONTERO MARCO GOECKE

GARANTA A SUA ASSINATURA DE 21/12/2019 ATÉ 30/04/2019 ATRAVÉS DO SITE WWW.SPCD.COM.BR OU LIGUE (11) 3224-1383 Foto: Rodolfo Dias Paes

APOIO APOIO INSTITUCIONAL REALIZAÇÃO u Prêmio concerto 2018

Prêmio CONCERTO 2018 Prêmio Lauro Machado Coelho de Ópera Sonho de uma noite de verão, de Britten

s indicados entre as produções de ópera de 2018 mostraram uma O diversidade interessante. De um lado, um dos principais clássicos do repertório, La traviata, de Verdi, em uma montagem de referência criada por Jorge Takla para o Palácio das Artes de Belo Horizonte e para o Theatro Municipal de São Paulo, que foi regida respectivamente por Silvio Viegas e Roberto Minczuk. De outro, duas obras fundamentais do século XX receberam releituras no palco do Theatro São Pedro de São Paulo: Kátia Kabanová, de Janácek, com direção de Ira Levin e

André Heller-Lopes, e Sonho de uma noite de verão, de Britten, onseca novamente com Takla e o maestro Cláudio Cruz.

Não foi uma escolha fácil. Pelo contrário. A riqueza das odr i go F concepções, as leituras musicais sensíveis e os elencos bem selecionados – características comuns a todas as produções – çã o / R

levaram a votação a um empate e, consequentemente, a um d i vulga segundo turno, quando Sonho de uma noite de verão acabou escolhido como vencedor. A montagem se insere na busca do Theatro São Pedro por um Prêmio CONCERTO 2018 novo e mais diversificado repertório, com o objetivo de firmar uma Música Orquestral identidade própria ao espaço. Takla, por sua vez, imaginou uma encenação que, entre a fantasia e o real, investiga de maneira fluente a condição humana, suas motivações e suas contradições, com uma Missa, de Leonard direção de atores que, acompanhada da leitura musical sólida de Cláudio Cruz, rendeu alguns dos momentos mais belos e emocionantes da temporada. Uma grande conquista. Bernstein

Sonho de uma noite de verão, de Britten (Cláudio Cruz / Jorge Takla) [Theatro São Pedro, SP] ada indicado na categoria Música Orquestral levou o ouvinte a um C universo musical específico, revelando o vigor de uma atividade musical composta não apenas pela presença de grandes conjuntos internacionais, como também por grupos capazes de apresentar repertórios dos mais variados e audaciosos, com grandes solistas. A Filarmônica de Dresden, fundada em 1870, levou a São Paulo e ao Rio de Janeiro um elevado senso de tradição em leituras de obras de Mozart, Beethoven, Bruckner e Shostakovich com o regente Michael Sanderling. No Theatro Municipal de São Paulo, a Orquestra Sinfônica Municipal e o maestro Roberto Minczuk, em homenagem aos 100 anos de Leonard Bernstein, convidaram o público a uma viagem à cultura norte-americana dos anos 1970. E, na Sala São Paulo, a Osesp realizou a estreia latino-americana de Saccades, de Philippe Manoury, com o maestro Thierry Fischer e com a presença do compositor, tendo como solista o flautista Emmanuel Pahud, que meses antes havia realizado, na Alemanha, a estreia mundial da peça. Como escolher entre três indicados tão diversos e importantes? Foi essa a tarefa do júri, que selecionou como vencedora a interpretação de uma das obras mais emblemáticas de Bernstein. E que levou ao palco do Theatro Municipal não apenas a Sinfônica Municipal, mas o Coro Lírico, o Coral Paulistano e jovens cantores do Opera Studio da Escola Municipal de Música, além de um time de solistas liderado pelo barítono Michel de Souza. Um esforço conjunto capaz de revelar as potencialidades do Theatro Municipal como instituição musical.

Missa, de Leonard Bernstein, com Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, coros, solistas e Roberto Minczuk (regente) divulgação / Heloisa Bortz [Theatro Municipal de São Paulo]

26 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO divulgação / Bertrand Pichêne Prêmio CONCERTO 2018 Música de Câmara / Recital / Coral A paixão segundo São João, de Bach

an Lisiecki, exímio pianista, especializado em Chopin; um coro J sinônimo de excelência em todo o mundo, o Tallis Scholars, em evento inovador, o Festival Sesc de Música de Câmara; e a apresentação de uma das obras mais importantes da história, A paixão segundo São João, de Johann Sebastian Bach, por músicos brasileiros. A heterogênea e marcante lista de indicados ajuda a explicar por que, nesta categoria, a votação foi particularmente apertada, decidida voto a voto, até o fim. E os números elegeram o conjunto Os Músicos de Capella e o maestro e violinista Luis Otavio Santos pela leitura apresentada na Sala São Paulo da obra de Bach, em uma iniciativa da Cultura Artística em sua série extra-assinaturas. O movimento da música historicamente informada, dedicado a pesquisar as práticas do momento em que as obras foram criadas, revolucionou nossa maneira de ouvir a música antiga. No Brasil, esse aprendizado tem se tornado ainda mais presente nos últimos anos por causa da formação de cursos especializados e de conjuntos com proposta artística antenada com a pesquisa histórica, atraindo

estudantes e desenvolvendo um contato próximo com o público. Sem çã o dúvida, Luis Otavio Santos e Os Músicos de Capella são protagonistas nesse processo, o que faz desse prêmio uma distinção não apenas à d i vulga apresentação em si, mas também o reconhecimento a um movimento recente e bastante importante na cena musical brasileira. Prêmio CONCERTO 2018 A paixão segundo São João, de Bach, com Os Músicos de Capella, Jovem Talento solistas e Luis Otavio Santos (regente) [Cultura Artística] Guido Sant’Anna, violino z ort m abril de 2018, uma notícia começou a inundar as redes sociais, E dando conta de um feito inédito: um violinista brasileiro de 12 i sa B çã o / H elo anos de idade havia chegado às finais da Menuhin Competition, na Suíça. Transmitidas pela internet, suas provas tornaram-se recorde d i vulga de audiência, garantindo a ele o primeiro lugar na votação on-line da categoria júnior da competição e a escolha do júri do Prêmio CONCERTO 2018 como Jovem Talento, categoria na qual concorreu ao lado de dois promissores artistas: o pianista Lucas Thomazinho e o maestro William Coelho. Aluno de Elisa Fukuda e com suporte da Cultura Artística, Guido começou no violino aos 5 anos, sempre com o apoio da família. Com 7 anos, fez sua estreia com orquestra sinfônica. Em 2014, foi finalista do programa Prelúdio, apresentado pelo maestro Júlio Medaglia. E passou a se apresentar regularmente com o maestro João Carlos Martins e a Bachiana Filarmônica Sesi-SP. Em entrevista à Revista CONCERTO após o concurso, Guido disse que ainda não tem compositores preferidos e falou a respeito de como entende o papel do músico: “Estou contando uma história de sentimentos. Todas as pessoas sentem minha melodia, mas cada uma delas imagina e cria, a partir da minha música, uma história diferente”. Ele falou também sobre o futuro: “Quero seguir carreira, fazer boa música, ser solista de grandes orquestras e superar as expectativas de qualquer audiência”. Algo que ele já começou a fazer.

Guido Sant’Anna, violino

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 27 u Prêmio concerto 2018

Prêmio CONCERTO 2018 Voto do público CD / DVD / Livro Enquete realizada no Site CONCERTO via Facebook com 5.737 participantes Cartas celestes, Grande Prêmio de Almeida Prado Integral das sinfonias de Villa-Lobos ão foi apenas no Grande Prêmio CONCERTO que a música [Fundação Osesp] N brasileira dominou as indicações. Também aqui, nesta categoria que premia lançamentos marcantes, o trabalho de intérpretes que têm [1.004 votos] se dedicado a pesquisar e registrar compositores nacionais acabou se imponto entre os finalistas, todos eles projetos de CD. Prêmio Lauro Machado Coelho de Ópera O Trio Puelli, por exemplo, lançou a integral da obra para piano, violino e violoncelo de Radamés Gnattali, consolidando-se como um dos mais importantes grupos de câmara em atividade no país. La traviata, de Verdi Já o pianista Aleyson Scopel, representante da nova geração do piano Silvio Viegas / Roberto Minczuk brasileiro, encerrou seu projeto de gravação das Cartas celestes, (direção musical) conjunto de peças de Almeida Prado. E o violonista Edelton Gloeden Jorge Takla (direção cênica) lançou o primeiro registro das 12 valsas brasileiras, de Francisco [Palácio das Artes, Belo Horizonte / Mignone. Theatro Municipal de São Paulo] [1.026 votos] No fim, o trabalho de Scopel foi escolhido pelo júri, coroando um trabalho em que Scopel faz justiça às Cartas celestes como um Música Orquestral dos pilares do repertório do piano brasileiro. Em entrevista no início do projeto, o pianista falou à Revista CONCERTO sobre as peças. Missa, de Leonard “O que elas revelam, do ponto de vista pianístico, é a busca pela exploração dos timbres do instrumento, sugerindo um piano orquestral, Bernstein que é brasileiro e universal. Está em jogo também a identidade dele Orquestra Sinfônica Municipal, coros, como criador.” E – por que não? – a do próprio Scopel como intérprete solistas e Roberto Minczuk (regente) inspirado, sensível, cuja curiosidade na escolha do repertório reserva [Theatro Municipal de São Paulo] com certeza surpresas para o futuro. [1.015 votos] Cartas celestes, de Almeida Prado. Aleyson Scopel, piano Música de Câmara / Recital / Coral [Grand Piano] A paixão segundo São João, de Bach Os Músicos de Capella, solistas e Luis Otavio Santos (regente)

a n D ornelle s [Cultura Artística] [1.066 votos]

ry ção / Da Jovem Talento ga divul Guido Sant’Anna (violino)

[2.348 votos]

CD / DVD / Livro Trio Puelli Radamés Gnattali: obra completa para piano, violino e violoncelo [Selo Sesc]

[804 votos]

28 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO CORALSP_9Sinfonia_An_Revista_Concerto_210x275mm_20181217.indd 1 17/12/18 15:40 u retrospectiva 2018

Yuja Wang Ópera Kátia Kabanová (São Paulo)

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divulgação / caue diniz

Jonathan Nott divulgação

julgar pelas temporadas realizadas, não foi um ano ruim para a música clássica brasileira. Ainda que siga deprimida “A em relação ao período pré-2015, a atividade deu sinais de recuperação. Tivemos os festivais de ópera no Norte do Brasil – especialmente o Festival Amazonas de Ópera logrou uma importante retomada de sua programação –, bem como duas encenações em Belo Horizonte, com destaque para uma ótima La traviata. São Paulo também teve um bom ano lírico, com montagens de sucesso no Theatro Municipal (além da mesma La traviata mineira, achei excelente O cavaleiro da rosa) e no Theatro São Pedro de São Paulo, que venceu o Prêmio CONCERTO com Sonho de uma noite de verão. Infelizmente, o mesmo não se pode dizer do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, cuja temporada, a despeito de algumas iniciativas avulsas, segue comprometida pela crise que assola o estado. As entidades promotoras de concertos internacionais adaptaram-se à nova realidade e promoveram importantes eventos. No meio orquestral, Osesp e Filarmônica de Minas Gerais seguem se destacando como projetos sinfônicos modernos e de excelência. E também outras orquestras brasileiras – algumas já bem organizadas, com programações previamente anunciadas – mantiveram ou reforçaram suas agendas. Na área que compreende o desenvolvimento social por meio da música, foi especial o ano do Neojiba da Bahia, que realizou uma turnê internacional e inaugurará, em 2019, sua sede com um teatro próprio. Mais complicado foi o ano do Instituto Baccarelli, que, apesar de sua história singular de grande relevância artística e social, enfrentou desafios orçamentários. Se muito foi feito, ainda há muito a fazer. E, infelizmente, olhando para o futuro, vemos muitas interrogações. Oxalá nossos novos governantes reconheçam o valor da cultura, seu potencial de educação, sua força econômica, seu poder de comunicação e de aglutinação social. A música clássica não pode prescindir do apoio público. Assim, resta a nós a tarefa permanente de defender a cultura e de lutar por seu financiamento, seja por meio de mecanismos de incentivo fiscal como a Lei Rouanet, seja por meio de investimentos públicos diretos. Nas próximas páginas apresentamos a já tradicional retrospectiva musical da Revista CONCERTO, acompanhada dos depoimentos de quarenta profissionais – críticos, músicos e promotores – que estiveram envolvidos na temporada. Esperamos que, além de rememorar os pontos altos da programação, a retrospectiva sirva para a troca de ideias e para o auxílio na busca de novos caminhos para a música clássica no Brasil.”

Nelson Rubens Kunze, editor da Revista CONCERTO

30 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO divulgação / fabiana stig Ópera O cavaleiro da rosa (São Paulo)

Ópera Fausto (Manaus) 2018­ divulgação / michael dantas

Pierre-Laurent Aimard e Tamara Stefanovich

Arthur Nestrovski 37 João Guilherme Ripper 44 Camila Fresca 36 João Luiz Sampaio 39 Carlos Prazeres 43 João Marcos Coelho 41 Celina Szrvinsk 42 Leonardo David 37 Claudia Toni 41 Ligia Amadio 43 Cláudio Cruz 37 Luciana Medeiros 34 Cristian Budu 32 Marcelo de Jesus 40 Edmilson Venturelli 43 Marino Galvão 38 Evandro Matté 46 Miguel Proença 39 Fábio Caramuru 44 Myriam Dauelsberg 40 Fabio Cury 45 Neil Thomson 41 Fabio Mechetti 34 Paulo Zuben 36 Flávia Furtado 39 Ricardo Castro 46 Frederico Lohmann 34 Roberto Minczuk 44 Gilberto Chaves 45 Sabine Lovatelli 32 Guilherme Mannis 38 Samuel Mac Dowell 38 Helder Trefzger 42 Sergio da Costa e Silva 36 Irineu Franco Perpetuo 45 Sidney Epelman 42 Isaac Karabtchevsky 36 Sidney Molina 32 João Carlos Martins 46 Silvio Viegas 40

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 31 u retrospectiva 2018

Ópera Turandot Osesp e (São Paulo) Marin Alsop a b iana stig divulgação / f divulgação divulgação

m 2018 o Mozarteum stamos vivendo um momento assado mais um ano, é hora “E Brasileiro realizou um grande “E decisivo na área cultural, “P de recolher a memória e aguardado acontecimento musical: sobretudo no Brasil. Se o meio já sonora – os fragmentos de escuta que, a estreia brasileira de Anna Netrebko. precisava de um comprometimento captados no dia a dia, ficaram para O espetáculo contou com a participação maior de nossos músicos profissionais contar as melhores histórias. Beleza da Orquestra Acadêmica Mozarteum – não só fazendo o que aprendemos e complexidade podem andar juntas, Brasileiro, que confirmou sua tecnicamente, mas entendendo nosso como mostraram o Festival Sesc de potencialidade artística sob regência de ofício num âmbito social –, agora isso Música de Câmara e a estreia de Jader Bignamini. A programação em São será imprescindível. O Pianosofia é Saccades, de Philippe Manoury, na Paulo também apresentou a Orquestra um projeto que quero desenvolver presença do compositor, com a Osesp e Sinfônica Estatal Russa Evgeny cada vez mais, principalmente pelo a flauta de Emmanuel Pahud. Em mais Svetlanov. Por meio de master classes, lado pedagógico – nos ensaios, os uma excelente temporada, aliás, a Osesp cursos e intercâmbios em instituições mais experientes guiam os iniciantes teve semanas especiais com os regentes de renome internacional, viabilizados na música de câmara, e isso virou Markus Stenz, Louis Langrée, Nathalie por bolsas de estudos, o programa requerimento para que os músicos Stutzmann e Giancarlo Guerrero, e a socioeducativo do Mozarteum vem façam parte do projeto. Fui percebendo Eroica de Marin Alsop destacou-se no abrindo portas e criando oportunidades como os jovens músicos, mesmo os ciclo das sinfonias de Beethoven. A de trabalho para jovens músicos muito bons, ao trabalhar com música temporada de óperas foi muito superior brasileiros. A academia Canto em de câmara, têm um crescimento incrível. à anterior, com La traviata, Turandot Trancoso, que se realiza anualmente Outra frente do projeto é a recuperação e O cavaleiro da rosa em destaque no em parceria com a Chorakademie de pianos: já temos uma parceria para Theatro Municipal, além de Sonho de Lübeck, da Alemanha, reforça nossos afinar os instrumentos, mas muitos uma noite de verão e Kátia Kabanová programas socioeducativos desde deles se encontram em estado crítico. no São Pedro. Entre os recitais de solistas 2015. Hoje com atuação em São Paulo Ainda sinto falta de ver a música de e grupos de câmara internacionais, e em Trancoso, no sul da Bahia, o câmara no centro do aprendizado deixaram marcas Gabriela Montero, Mozarteum também realizou em 2018 musical. Eu continuo em Berlim, mas Jan Lisiecki, Yuja Wang e o sensacional a sétima edição de seu prestigiado sempre presente aqui. Em 2018, dois Quarteto Modigliani em obras festival Música em Trancoso. Em 2019, prêmios da Gramophone resultaram em de Brahms e do jovem Webern. o festival dá início à programação do dois convites para esse ano: um recital Infelizmente, foi possível notar uma Mozarteum com atrações como Paula solo e outro de câmara no Festival de queda na intensidade da música clássica Morelenbaum e Jaques Morelenbaum Verbier, em julho, e apresentações com o conectada a projetos sociais. A exceção em um tributo a Tom Jobim, o Réquiem violinista Renaud Capuçon e um quarteto foi a Noite das Estrelas, que reforçou o de Verdi com a Orquestra Acadêmica de cordas da Filarmônica de Berlim, compromisso do Mozarteum Brasileiro Mozarteum Brasileiro, o excelente em setembro. Antes, faço a abertura da nessa área. 2018 foi um belo ano para Coro Mozarteum Brasileiro, formado temporada da Cultura Artística, em São o Quaternaglia Guitar Quartet, com por cantores do Canto em Trancoso, e Paulo, com Antonio Meneses, e gravo estreias mundiais de obras dedicadas solistas internacionais. Na programação um CD com a Osesp tocando o Concerto ao quarteto por Leo Brouwer e Sergio de São Paulo, o Mozarteum promove de Schumann. No fim de 2018, toquei Molina, turnê americana, concerto a estreia brasileira de mais uma estrela com a Orquestra de Ouro Preto em como solista da Filarmônica de Minas da música lírica: a mezzo soprano distritos ao redor da cidade e foi muito Gerais, participações na série de Violão letã Elina Garanca. Outro destaque bom. Então, ao lado dessas apresentações Cultura Artística, no novo Sesc Paulista, é o violoncelista Mischa Maisky, que impactantes, quero continuar tocando no Festival Vermelhos e na Sala Cecília se apresenta com a orquestra Slovak em lugares menores, tendo contato com Meireles, bem como a gravação do CD Philharmonic, conduzida pelo maestro a comunidade. Isso acaba sendo meu Four, a ser lançado no início de 2019.” alemão Raoul Grüneis.” combustível, minha motivação.” Sidney Molina, violonista, Sabine Lovatelli, presidente do Cristian Budu, pianista e idealizador professor e crítico de música Mozarteum Brasileiro do projeto Pianosofia do jornal Folha de S.Paulo

32 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO An. 2019 CONCERTO 6-12.indd 1

joyce didonato, foto de borrke shaden cultura artística sociedade de realização LUCILLE CHUNG ALESSIO BAX SERGEY DOGADIN LI BIAO BEIJING SYMPHONY ORCHESTRA DEZSÖ RANKI ROBERT TREVINO ANTUÉRPIA ORQUESTRA SINFÔNICA DA CRISTIAN BUDU ANTONIO MENESES cultura artística 2019 temporada o ministério da cultura easociedade decultura artística apresentam 21 e22demaio 7 e8demaio 23 e24deabril 19 e20demarço regência

piano piano piano piano regência violino violoncelo

NELSON FREIRE JOYCE DIDONATO IL POMOD’ORO VERONIKA EBERLE KENT NAGANO ORQUESTRA SINFÔNICA DEMONTREAL QUATUOR EBÈNE ALEXANDRE THARAUD JÖRG WIDMANN ORQUESTRA DECÂMARADA IRLANDA 5 e6denovembro 22 e23deoutubro 1 e2deoutubro 17 e18desetembro 25 e26dejunho 4 e5dejunho programação edatas sujeitas aalterações. www.culturaartistica.com.br ou peloou telefone 1132560223. regência piano regência mezzo-soprano violino a partir de 03/12/2018. novas assinaturas mais informações: piano partir der$750,00 15/10 a05/11/2018.

assinaturas a renovação de

06/12/18 13:11 u retrospectiva 2018

ssim como várias organizações o ano em que a Cultura m panorama desolador “A culturais brasileiras, a “N Artística completou 106 anos, “U da música clássica e da Filarmônica sobreviveu aos desafios começou a se materializar o sonho de ópera no Rio de Janeiro em 2018. financeiros e políticos do último ano, ter nosso teatro de volta. A integralidade Principal palco da cidade, o Theatro graças ao sólido apoio de nosso público, das áreas remanescentes, incluindo Municipal foi presidido até novembro de nossos gestores e principalmente fachada e foyers, está sendo restaurada. por Fernando Bicudo, que divulgara de nossos músicos. Conseguimos Ao mesmo tempo, os novos espaços – em março programação ambiciosa. realizar a temporada comemorativa de incluindo as duas salas de espetáculo, Rescaldo: uma única ópera – Um nossa primeira década sem qualquer áreas de apoio de público, retaguarda baile de máscaras, produzida em cancelamento de programação, de palco, ala educativa, acervo e meio a violentos confrontos com o respeitando, assim, nossa história escritórios – foram concebidos segundo secretário de Cultura – e pequenas de seriedade para com assinantes, os mais modernos preceitos de conforto, montagens com ar de improviso. patrocinadores e apoiadores em geral. acústica e segurança. Em paralelo, a Subvenção cortada, vagas congeladas Entre os projetos mais importantes, programação da Cultura Artística em e uma precária manutenção do prédio destacamos o início de uma parceria 2018 adotou a mesma estratégia. Mais histórico fizeram da casa referência com o Itamaraty e com a Naxos para uma vez, grandes grupos sinfônicos de fracasso. O apagão dos salários de gravações de compositores brasileiros como a Filarmônica de Dresden 2016 e 2017 não se repetiu, mas de a ser desenvolvida em cinco anos. O e a Orquestra da Suisse Romande grandioso restou pouco no Municipal: primeiro registro foi com obras sinfônicas se uniram a solistas consagrados um exemplo é a série Dell’Arte, que de Alberto Nepomuceno, seguindo em e novas revelações, levando a São neste ano registrou aumento de público. 2019 com peças para piano e orquestra Paulo o melhor da produção musical A Sala Cecília Meireles fez programação de Almeida Prado, com a participação da internacional. Por outro lado, uma de continuidade, embora menor que a pianista Sonia Rubinsky. Continuamos série de iniciativas foram pautadas pelo anunciada. A parceria com a OSB teve também a série de gravações do ciclo diálogo da programação com a produção bom movimento, como na abertura das sinfonias de Mahler, desta vez com cultural local e o fortalecimento das com o Stabat mater de Rossini (Coro da sua Terceira sinfonia. Outros destaques atividades de formação e difusão, agora Bachiana Brasileira, regência de Ricardo do ano foram a celebração dos 10 anos reunidas no Cultura Artística Educativo, Rocha). Foi na Sala também a montagem da OFMG com a Sinfonia nº 9, de que em 2018 impactou quase 10 mil da segunda ópera do ano, Piedade, de Beethoven; o Festival Bernstein com a pessoas. O primeiro exemplo foi o João Guilherme Ripper, pelo esforço execução, em três semanas consecutivas, Ilumina Festival, em 2018 coproduzido pessoal do compositor, curador também de oito obras do compositor, celebrando e financiado pela Cultura Artística. da série de seis concertos que levou à seu centenário; e concertos memoráveis Da mesma forma, a terceira edição da cidade um novo espaço para a música, com Evelyn Glennie, Vadim Gluzman, série Violão se consolidou. Fruto de a Casa Firjan. A Petrobras Sinfônica Gabriela Montero e Arnaldo Cohen, parcerias que mobilizaram instituições continuou investindo pesadamente entre tantos outros. Esperamos que como a Santa Marcelina Cultura, Bienal, na roupagem sinfônica para a MPB e 2019 traga a retomada de crescimento Institut Français e Sesc, foram realizados o rock. Os grupos ligados à UFF, em que caracterizou a trajetória da inéditos concertos de Páscoa e Natal Niterói, fizeram bonito, apesar do Filarmônica até aqui e que mais uma com os Músicos de Capella dirigidos minúsculo orçamento. Fora isso, o Rio vez possamos desenvolver um trabalho por Luis Otavio Santos, bem como com viu persistência pontual e individual: a dedicado à emancipação da sociedade a Camerata Aberta, grupo que não se programação da Johann Sebastian Rio, pela música de qualidade.” apresentava desde 2014. Esse amplo do Prelúdio 21, o Rio Cello Festival, leque de atividades e parcerias dá concertos da Sala Baden Powell, a Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular da Orquestra uma ideia da programação que deverá Semana do Cravo. Destaque ainda para Filarmônica de Minas Gerais acontecer a partir de 2021, ano em que as homenagens aos 90 anos de Edino planejamos reinaugurar nossa sede.” Krieger e 70 de Ronaldo Miranda.” Frederico Lohmann, superintendente da Luciana Medeiros, jornalista, colaboradora Cultura Artística do jornal O Globo e do Site CONCERTO

Angelika Kirchschlager divulgação

Nicolai Lugansky divulgação

34 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u retrospectiva 2018

Ópera O matrimônio secreto Orquestra Filarmônica de Goiás (São Paulo)

divulgação / heloisa bortz divulgação

nte à iminência de uma nova imagem chocante do Museu m 2018 a Santa Marcelina “A configuração no quadro político, “A Nacional em chamas foi a “E Cultura completou 10 anos. a classe musical aguarda, com natural metáfora mais precisa do Brasil em 2018 Parte integrante de nosso trabalho é preocupação, as posturas que se formam – no caso da área da cultura, aliás, talvez voltada à difusão, e só neste ano foram em torno de um tema tão relevante. nem seja preciso recorrer à metáfora. Se mais de 260 espetáculos musicais, a É conhecida a relação intrínseca entre podemos citar exemplos concretos ou maioria com entrada gratuita, em São as artes e as inúmeras vertentes mesmo iniciativas duradouras, sabemos Paulo e mais doze cidades do estado, que, oriundas do poder, determinam que a maioria de nossas estruturas são alcançando mais de 90 mil pessoas. No seu caminho na sociedade. Não nos frágeis, que o futuro é incerto e que está Theatro São Pedro, pela primeira vez esqueçamos de que classes dirigentes difícil ser otimista. Apesar de todas as pudemos planejar com antecedência podem validar ou destruir impulsos dificuldades, é preciso destacar o que uma temporada de óperas e concertos. promissores na consolidação de teatros, ainda funciona com grande qualidade, Gostaria de destacar a realização do orquestras e o fomento às instituições como a temporada da Cultura Artística, 7º Encontro Internacional de Música culturais. Só nos cabe tentar convencer que teve ao menos três ótimas atrações: Antiga e as temporadas dos Grupos todos os políticos de que o cartão de a Orchestre de la Suisse Romande, a Artísticos da Emesp Tom Jobim e dos visitas de qualquer governo advém Filarmônica de Dresden e o Quarteto Grupos Infantis e Juvenis do Guri. É no do respeito ao artista e do apreço às Modigliani. A Osesp apresentou uma palco que mostramos ao público uma manifestações que, de forma organizada temporada de alto nível, com alguns parcela de nosso trabalho, mas é no dia e duradoura, restauram a dignidade do excelentes concertos e uma grande a dia que realizamos nossa verdadeira ser humano. Nesse sentido, é importante realização: a conclusão da gravação e vocação, atendendo a 1.300 alunos na insistir na manutenção das orquestras a edição das sinfonias de Villa-Lobos, Emesp Tom Jobim e outros 13 mil nos sinfônicas de cada estado brasileiro, projeto celebrado no início do ano com 46 polos do Guri da capital e grande São dos teatros tradicionais ou emergentes o Festival Viva Villa! A aposta em projetos Paulo. Aproveito para citar dois eventos e daqueles projetos sociais, ainda que sérios e de longa duração fica patente no que, para mim, estão entre os destaques poucos, que se constituem no futuro trabalho da Osesp, mas não só: nos dez de 2018: a apresentação da Orchestre alvissareiro do Brasil.” anos da Santa Marcelina Cultura, é fácil de la Suisse Romande e o retorno da avaliar o antes e o depois do Guri, da Camerata Aberta, com a participação do Isaac Karabtchevsky, regente titular e diretor da Orquestra Sinfônica Heliópolis e Emesp e da Orquestra Jovem do Estado, Quarteto Modigliani, ambos realizados da Orquestra Petrobras Sinfônica todos em contínuo crescimento musical pela Cultura Artística. O último foi e pedagógico. Até mesmo os resultados produzido em parceria com a Santa no Theatro São Pedro, assumido há Marcelina Cultura e o Sesc. Por fim, não úsica no Museu registra 2018 pouco pela OS, já são perceptíveis na posso deixar de mencionar o seminário “M como um ano produtivo, pois qualidade da orquestra e da temporada de Novas Estratégias e Tendências apesar de toda a crise realizou cerca de óperas em 2018. Foi muito boa para a Gestão Cultural, realizado pela de 332 concertos. Iniciado em 1997, também a temporada lírica do Municipal Santa Marcelina Cultura em parceria nesses 21 anos de atividades tornou- de São Paulo, apesar da vergonhosa com o Sesc São Paulo e o Consulado -se a maior série de musica clássica do crise institucional. O ano se encerrou Geral do Estados Unidos em São Paulo. Brasil. Destaca-se ainda pela vertente com mais uma edição do Festival Sesc Para o ano que vem, a expectativa é internacional, desde 2006 em cidades de Música de Câmara, sempre com ampliar os horizontes de atuação, com de países de todos os continentes. atrações surpreendentes e de alto uma programação que dialogue com Também renova o panorama da música nível. Para terminar, vale mencionar um público ainda maior, oferecendo clássica no Brasil por meio do Concurso o ressurgimento da Camerata Aberta variedade de estilos, linguagens e ideias Jovens Músicos. E criou a Orquestra e o bom trabalho de projetos pelo Brasil, e fortalecendo nosso trabalho e nossas Jovem Música no Museu, que já como o Neojiba e as filarmônicas de relações com outras instituições culturais começa a ter vida própria.” Minas Gerais e Goiás.” brasileiras e internacionais.” Sergio da Costa e Silva, diretor Camila Fresca, jornalista e pesquisadora, Paulo Zuben, diretor artístico-pedagógico do Música no Museu colaboradora da Revista e do Site CONCERTO da Santa Marcelina Cultura

36 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO Orquestra Sinfônica Heliópolis Orquestra Jovem do Estado de São Paulo e Cláudio Cruz

divulgação k e der Brooc / Karin van divulgação

música sempre foi, e sempre ara a Osesp, 2018 ficará 018 começou com a notícia “A será, um grande meio de “P marcado pela conclusão do “2 do Prêmio Bravo para o transformação da sociedade. Precisamos projeto de revisão e edição de partituras, CD do Quarteto Carlos Gomes. É o trabalhar muito, em todo o Brasil, apresentação e gravação das sinfonias reconhecimento ao trabalho de resgate para manter acesa a chama da música de Villa-Lobos, regidas por Isaac de uma parte de nossa música. Estou clássica. Temos de ser criativos, Karabtchevsky. Foram nada menos que editando quartetos de Menelau Campos ousados e, principalmente, repetir bons sete anos de trabalho, envolvendo o e Henrique Oswald, que estarão em exemplos que estão espalhados de norte maestro, os músicos da orquestra e os nossos próximos CDs. A Orquestra a sul do país. Precisamos nos unir no cantores do coro, com a equipe do nosso Jovem do Estado fez uma temporada intuito de trocar experiências, ações e Centro de Documentação Musical, inacreditável, com alguns concertos nos fortalecermos enquanto gestores dirigido por Antonio Carlos Neves realmente importantes. Eu destacaria musicais. Aqui no Espírito Santo, a Pinto. O festival Viva Villa!, antes do as obras Aïs, de Xenakis, em maio, A Orquestra Camerata Sesi e a Orquestra início da temporada oficial de concertos, sagração da primavera, em agosto, e a Sinfônica – Oses, dialogam com a comemorou o lançamento de uma caixa gravação da Sinfonia nº 5, de Mahler. É sociedade e oferecem música alternando- com seis CDs (selo Naxos), verdadeiro uma satisfação ver que nossos ex-bolsistas -se semanalmente. Essa oferta está sendo legado dessa geração da Osesp. Que estão na vida profissional. Os primeiros imprescindível para o fortalecimento dos um projeto dessa escala pudesse ser oboés das filarmônicas de Minas Gerais concertos em nossa cidade – ‘Vitória!’, planejado e cumprido comprova também e de Goiás e a primeira trompa da Osba nos dois sentidos. Em 2018, a Orquestra virtudes do modelo de organização saíram da orquestra. Os meninos vão Camerata Sesi-ES completou 10 anos social, adotado pela Fundação Osesp para fora do Brasil se especializar ou de existência – e resistência! Com o há doze anos, em sucessivos contratos seguem para nossas melhores orquestras. apoio da indústria capixaba, alcançamos com a Secretaria de Cultura do Estado, Sentimos que nossa missão está sendo 603 concertos, inúmeras obras de e com decisivo apoio de patrocinadores, cumprida. A Santa Marcelina Cultura compositores brasileiros e estrangeiros doadores e público. Ao longo do ano, também cumpre uma função fantástica, e a participação de solistas e regentes apresentamos mais de 120 concertos cuidando da Emesp e do Guri, ambos nacionais e internacionais. Ainda com uma lista superlativa de convidados. com altíssimo nível de professores e podemos destacar a marca de quase Merece especial relevo nosso artista alunos. A temporada de ópera do Theatro 300 mil espectadores ao longo desses em residência, o flautista Emmanuel São Pedro foi igualmente boa. Regi Sonho anos. Com as séries Música Clássica, Pahud, que fez dois recitais solo, tocou de uma noite de verão, enorme desafio Música de Câmara, Concertos Didáticos com o Quarteto Osesp e com alunos da que envolveu energia e dedicação de e CamerataPOP, a orquestra leva ao Academia e foi solista em dois programas muita gente. Já no Rio de Janeiro, sem público diversidade e ecletismo. Ainda diferentes da orquestra, um regido pela apoio, procuramos atender ao público em 2018, tivemos o I Festival Sesi de diretora musical Marin Alsop e outro carioca. Regi seis concertos, a maioria Música Clássica, com a participação pelo maestro convidado Thierry Fischer, deles com lotação esgotada. Foi um fim do maestro e violinista Cláudio Cruz com a estreia latino-americana de uma de governo difícil, mas o teatro esteve e outros importantes professores. Um obra de Philippe Manoury (compositor aberto. A orquestra é valorosa, toca muito festival voltado aos mais de trezentos visitante). Em 2019, vamos comemorar bem, o coro é ótimo, e o balé – bem, alunos do projeto Música Clássica nas 20 anos da Sala São Paulo e cinquenta nem se fala... Eu espero, caso continue no Escolas, que oferece ensino musical em edições do Festival de Campos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ao todas as unidades escolares do Sesi-ES, Jordão, que desde 2012 voltou a ser menos dar continuidade ao que fizemos além de atrair estudantes de música de administrado pela Fundação Osesp. Em em 2018. Além desses projetos, estou todo o país. Estamos ansiosos por 2019. tempos tão difíceis para as instituições gravando os três trios de Villa-Lobos Dificuldades? São nossas especialidades, culturais, datas como essas são uma com Antonio Meneses e Ricardo Castro.” o músico brasileiro é inexpugnável!” inspiração e uma responsabilidade. E é Cláudio Cruz, violinista e maestro, titular Leonardo David, regente titular da nesse espírito que caminhamos para a da Orquestra Jovem do Estado de São Orquestra Camerata Sesi nova temporada: ‘Futuros do Passado’.” Paulo e da Orquestra Sinfônica do Theatro Arthur Nestrovski, diretor artístico da Osesp Municipal do Rio de Janeiro

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 37 u retrospectiva 2018

Filarmônica de Minas Gerais e Fabio Mechetti Quarteto Zaïde otta ael m

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uitas das orquestras brasileiras ma temporada diversificada leitura mensal da Revista “M fora do eixo Rio de Janeiro/ “U e intensa foi a realizada pelo “A CONCERTO expõe a existência São Paulo/Belo Horizonte trabalharam Instituto Curitiba de Arte e Cultura, de uma intensa atividade no campo arduamente em 2018 para manter as que administra a Camerata Antiqua de da música erudita no Brasil. Embora temporadas com qualidade. Esse me Curitiba e a Capela Santa Maria e realiza praticamente ignorada na comunicação parece ser o retrato de estados como a Oficina de Música de Curitiba. O ano massiva, essa atividade é real e efetiva Bahia, Espírito Santo, Amazonas, iniciou marcando o retorno da Oficina e se desdobra nos mais diversos lugares Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná, de Música ao calendário, comemorando da grande extensão territorial do entre outros. Em Aracaju, a Orquestra seus 35 anos em doze dias de intensa país. Entretanto, as instituições que Sinfônica de Sergipe (Orsse) realizou programação. A Paixão segundo São a promovem se defrontam com as grandes feitos e estreias locais, além de João, de Bach, foi o programa de conhecidas dificuldades orçamentárias, repertório brasileiro e contemporâneo, abertura da Camerata Antiqua, com cuja superação em grande parte música barroca e crossovers de Abel Rocha. O Coro da Camerata, depende da cooperação entre os setores qualidade. Destaco o grande número sob regência de uma dinâmica e público e privado e da condução de de concertos com os coros locais, como talentosa Mara Campos, organizou pelo uma política cultural que a apoie. Não o Coro Sinfônico da Orsse e o Coro terceiro ano a Semana de Canto Coral, há clareza sobre a direção que o novo da Universidade Federal. A área de realizando uma bela homenagem aos governo federal dará a esse assunto, e formação em Sergipe tem evoluído, 90 anos do compositor Edino Krieger. é imprescindível que ele compreenda o que gerará excepcionais frutos. Norton Morozowicz foi homenageado que o tema não contém veleidades, O Teatro Tobias Barreto, casa da Orsse, no concerto Bach e Villa-Lobos, quando e sim questões relacionadas a uma encontra-se em reforma, por meio de também atuou como regente e solista. condição básica e essencial para o real parceria público-privada celebrada A camerata voltou a circular pelo desenvolvimento de uma nação. Isso se entre o governo do estado e as Centrais Festival de Campos do Jordão, desta refere a políticas, gestão e investimentos, Elétricas de Sergipe. A partir de março, vez com coro e orquestra sob regência públicos e privados, no setor cultural. nossa principal sala estará renovada, o de Luis Otavio Santos. Fernando É obrigatório que as imperfeições que cria esperanças de maior visibilidade Cordella comandou um programa hoje existentes, como as do sistema e investimento em nosso trabalho. inspirado na corte de Luís XIII e XIV e de incentivos fiscais da Lei Rouanet, No cenário nacional, é inegável dizer com dança renascentista. Houve ainda sejam corrigidas, e não utilizadas como que pairam dúvidas sobre o futuro das programas especiais, como o concerto pretexto para a eliminação desses atividades artísticas, no âmbito das para embaixadores da União Europeia, mecanismos, o que representaria um novas configurações políticas. Nossa o concerto sob regência de Keith retrocesso e o óbvio descumprimento sobrevivência dependerá, a meu ver, de MacCutchen, que homenageou Nelson de uma obrigação do Estado. Por outro dois aspectos: a autorreflexão constante, Mandela, e o tradicional programa lado, apesar dessas colocações, sempre necessária ferramenta para a reinserção Mia Cara Curitiba. O ano se encerrou haverá espaço para que os produtores da música erudita no cotidiano da em caráter festivo, com a execução culturais atuem com independência sociedade; e o otimismo e a pró- do Oratório de Natal, de Bach. Além de incentivos fiscais e patrocínios. Para -atividade, tanto em nossas performances disso, foram diversas as apresentações buscar autonomia, porém, a produção quanto em projetos. Se formos hábeis em igrejas, asilos e hospitais, atingindo cultural não subvencionada será possível em canalizar a criatividade de nossas mais de 18 mil pessoas e demostrando apenas se não for onerada por custos de performances na gestão e na venda de a versatilidade desse grupo que produção, como os preços de serviços nossos projetos, também na interlocução alinha compromisso social, música e fornecimentos em geral, excessivos com a classe política e empresarial, de alta performance e beleza em sua e desarrazoados.” conseguiremos bons resultados.” programação. Que venha 2019 e que a Samuel Mac Dowell, diretor e fundador do Camerata Antiqua comemore seus 45 Guilherme Mannis, diretor artístico Instituto Baía dos Vermelhos, na Ilhabela e regente titular da Orquestra Sinfônica anos ecoando cada vez mais música.” de Sergipe e professor da Universidade Marino Galvão, diretor-presidente do Federal de Sergipe Instituto Curitiba de Arte e Cultura

38 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO ópera no Brasil sempre foi 018 foi um ano de consagração ão tantas as más notícias que é “A errática, com altos e baixos, “2 para a Sala Cecília Meireles. O “S difícil saber por onde começar. e sujeita às intempéries políticas dos público voltou numeroso e entusiasmado Talvez por casos pontuais, como os dos teatros. Aos poucos, porém, temos com a programação, que teve momentos teatros municipais de São Paulo e do levado a discussão do mercado de ópera inesquecíveis. A série Lírica com Rio de Janeiro. No primeiro, a briga do Brasil para além de nossas paredes. o Stabat mater de Rossini, Eliane entre prefeitura e Instituto Odeon só O futuro de nosso mercado será pautado Coelho, Fernando Portari, Tati Helene reforça a precariedade de um modelo pela capacidade de reflexão e análise Roderick Willians, Daniela Carvalho, de gestão no qual se insiste por pura do setor dentro da perspectiva da Angela Diel e as óperas O caixeiro teimosa e má fé, sabe-se lá por conta economia da cultura. Venho tentando da taverna de Bernstein e Piedade de de que brechas que esse monstrengo reunir dados e utilizar toda a minha João Guilherme Ripper. A série Piano permite. No Rio, terra arrasada. O experiência no FAO (Festival Amazonas na Sala, com destaque para jovens que sobra em discursos em defesa de Ópera) para exemplificar quanto a talentos como Cristian Budu, Ronaldo do Municipal falta em programação ópera pode gerar benefícios econômicos, Rolim, Pablo Rossi, Aleyson Scopel. e em posturas profissionais que de renda e empregos. Em 2018, destaco Também os grandes pianistas brasileiros, fato reconheçam que está em jogo três momentos importantes. Tive a como Nelson Freire, Sônia Goulart, a sobrevivência de um dos mais oportunidade de falar sobre a ópera Linda Bustani, Rosana Diniz, Jean- importantes palcos do país. Mas, para e seu mercado dentro do Ministério -Louis Steuerman, Ney Fialkov e Vera além desses casos, o fato mais cruel da Cultura, apresentando o caso do Astrachan. Brilharam ainda intérpretes é que 2019 deve trazer uma nuvem FAO e as potencialidades do gênero internacionais, como Valentina Lisitsa, pesada e escura sobre a cultura do país, no país. Convidada pelo Ministério Lilyan Zilberstein e Roman Zaslavsky. não apenas pela extinção do ministério da Cultura e pelo Fórum Brasileiro Destacamos o grande projeto dessa e pelos discursos irresponsáveis sobre pelos Direitos Culturais, participei direção artística: a obra integral para a Lei Rouanet, mas em especial porque também de uma mesa para discutir o piano solo de Brahms e Rachmaninov, parece difícil acreditar em um papel setor dentro do MicBR – Mercado de com Elina Sarkisian e Emanuele Vito de destaque para a arte em meio a Indústrias Criativas do Brasil. Fiz ainda de Caria. Na série Sala Orquestras, uma tomada de poder marcada pelo uma palestra no Fórum do Amanhã, tivemos a participação da OSB com obscurantismo e o preconceito. Resta em Tiradentes (MG). Sabemos que o grandes solistas e regentes como Roberto saber como nossas instituições culturais que nos move é a excelência artística Tibiriçá, Luiz Fernando Malheiro, vão se comportar. Estou bastante em tudo o que fazemos e o bem social Ricardo Rocha, Marcos Arakaki e curioso – uma curiosidade mórbida, que a cultura promove. Para manter a Lee Mils. A Petrobras Sinfônica com talvez, tendo em vista o que está em ópera viva, é fundamental percebermos Antonio Meneses foi um dos destaques jogo – para ver como elas vão lidar que o futuro do gênero está na economia da temporada. Atuaram também a com esse ataque à produção artística criativa, chamada de ‘economia laranja’ Orquestra Cesgranrio, Orquestra e se serão capazes de se articular e, por nossos vizinhos da América Latina Nacional – UFF, Orquestra de Solistas em conjunto, resistir, tornando-se e do Caribe, que já percebem o gênero do Rio de Janeiro, Orquestra da Unirio vozes reais no debate mais amplo como parte importante desse novo setor etc. A música barroca se fez presente sobre os rumos do país. Até porque, se da economia e da cultura. O caminho com Rosana Lanzelotte e a parceria permanecerem no silêncio que lhes é não é fácil ou rápido, mas é preciso com o Centro de Música Barroca de particular, alheias àquilo que está à sua trilhá-lo o quanto antes para assegurar o Versalhes. Os destaques continuam com volta, como se nada disso lhe dissesse futuro da ópera no Brasil e para que as nossas outras séries, como Jazz, Música respeito, o prognóstico é assustador.” próximas gerações continuem debatendo de Câmara, Brasil-França e Recitais de João Luiz Sampaio, jornalista o tema daqui a cem anos.” Guiomar. Estamos preparando uma e crítico musical, editor-executivo da grande temporada para 2019.” Flávia Furtado, gestora cultural e diretora Revista CONCERTO e colaborador do jornal da Vlaanderen Produções Artísticas Miguel Proença, pianista e diretor O Estado de S. Paulo e do Portal Estadão da Sala Cecília Meireles

Ópera Um baile de máscaras divulgação (Rio de Janeiro)

Quarteto Modigliani divulgação

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 39 u retrospectiva 2018

o ponto de vista pessoal, 2018 pesar da crise que o Rio Brasil alcançou um momento “D foi um ano de muito trabalho “A de Janeiro está vivendo, a “O culturalmente crítico. As e realizações. Fiz minha estreia no Dell’Arte ofereceu ao público carioca incertezas do mercado só reafirmam a Teatro Colón de Buenos Aires, com uma brilhante temporada em 2018. necessidade de repensarmos os sistemas uma excelente recepção por parte de Destaque para as orquestras Filarmônica e os mecanismos que dirigem nossa público e crítica, e voltei ainda duas de Dresden, Sinfônica de Jerusalém, cultura. A tragédia do Museu Nacional vezes ao país vizinho para concertos em Orquestra de Câmara de Viena e Junge pareceu retratar toda a fragilidade de La Plata e Santa Fé, além de concertos Deutsche Philharmonie. A apresentação nossas instituições. Até aqui, porém, os no Rio de Janeiro, no Espírito Santo, do Magnificat com a Internationale agitadores culturais do país se recusaram em Curitiba e toda uma temporada Bachakademie de Stuttgart e a a desistir, e assim continuaremos. em Minas Gerais. No entanto, 2018 Gächinger Kantorei foi outro ponto Em todo lugar se veem iniciativas também marca o encerramento de uma alto da temporada. O tenor brasileiro fantásticas, e eu gostaria de recapitular gestão na Fundação Clóvis Salgado, na Atalla Ayan apresentou um recital as empreitadas culturais do meu qual dos quatro anos de administração que conquistou os melômanos. O Amazonas – ‘meu’, pois recentemente participei de três, como maestro titular esperado recital da pianista Yuja Wang me aceitou como cidadão. O Festival da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. entusiasmou o público. Houve ainda um Amazonas de Ópera (FAO) reviveu Nesse período, aproximamos os três concerto extra série de Nelson Freire dias de glória em sua 21ª edição. Cinco corpos artísticos da casa, levamos ao com a orquestra do Theatro Municipal, incríveis produções: Faust (Gounod), palco do Palácio das Artes produções interpretando dois concertos na mesma Dessana Dessana (Adelson Santos), inéditas no estado e indicadas pela noite: o nº 2 de Brahms e o nº 2 de Acis & Galatea (Händel), Florencia en crítica entre as melhores do ano. Em Chopin. O Instituto Dell’Arte realizou el Amazonas (Daniel Catán) e a estreia 2018, fizemos La traviata de Verdi, em em julho a 18ª edição do Festival de de Kawah Ijen, de João Guilherme uma produção deslumbrante assinada Inverno de Petrópolis, com 35 concertos, Ripper. Esta última, surgida de uma por Jorge Takla, e O holandês errante, abrindo espaço para novos talentos na parceria formidável com o consulado primeira ópera encenada de Wagner série de Concertos ao Meio-Dia. Dando da Indonésia, culminou na doação do em Minas Gerais, com o genial diretor continuidade às atividades de dois primeiro gamelão das Américas. Duas cênico Pablo Maritano. Todo o trabalho importantes projetos sociais, tivemos óperas do repertório clássico e três foi construído de forma pensada e uma turnê da Orquestra Sinfônica contemporâneas ressaltam a qualidade orgânica, buscando oferecer ao público Mariuccia Iacovino (com mecenato do FAO em apresentar uma programação um repertório diversificado, interessante, da Arteris) e o espetáculo O quebra- inovadora e reafirmam sua posição como instigante. No entanto, a próxima gestão -nozes com a Companhia Brasileira um dos principais festivais de ópera terá de enfrentar problemas que ainda de Ballet. A Dell’Arte vem ampliando do mundo. Também celebramos os 20 não foram resolvidos. Além de questões seu campo de atividades, realizando anos do Corpo de Dança do Amazonas, estruturais, temos um dos salários mais projetos institucionais de cooperação e que completou sua parceria com a baixos entre as orquestras sinfônicas intercâmbio cultural entre Brasil e China. Amazonas Filarmônica na execução dos nacionais, o que interfere diretamente Nesse contexto, tivemos o Festival da três balés de Stravinsky. Além disso, no crescimento do grupo. Mesmo Lua Cheia em Foz do Iguaçu, com a os corpos artísticos do estado, que assim, o ano foi produtivo e organizado, orquestra chinesa Zhejiang Symphony, e foram fortalecidos pela contratação de principalmente se comparado com uma expedição de pintores chineses que novos artistas, comemoram seu grande outros teatros, e espero que nossos registraram seu olhar sobre nosso país reconhecimento. Gratidão! Ao futuro, futuros governantes compreendam em um acervo inédito exposto no Centro desejo inspiração e força para os artistas a importância que a cultura tem na Cultural dos Correios. A série Dell’Arte que resistem em sua profissão de fé formação de um povo e que, assim, Dança trouxe o Ballet de Santiago sob naquilo que mais estimamos: a cultura.” deem o devido valor à música e à arte.” a direção da grande Márcia Haydée, Marcelo de Jesus, diretor dos corpos o Ballet do Capitole de Toulouse e a Silvio Viegas, regente titular da Orquestra artísticos da Secretaria de Cultura do Sinfônica de Minas Gerais Companhia Evolution Dance Theater.” Estado do Amazonas e maestro titular da Myriam Dauelsberg, diretora da Dell’Arte Orquestra de Câmara do Amazonas

Festival Música em Trancoso Teatro de Vermelhos

divulgação divulgação

40 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO Ópera Um baile de máscaras (Belém)

Ópera O holandês errante (Belo Horizonte) divulgação divulgação / paulo lacerda

vida musical brasileira vista bem o ponto de vista musical, e tanto ver se repetirem “A de perto nem sempre é bonita “D foi a melhor temporada da “D imbróglios envolvendo a e viçosa. O Theatro Municipal está Filarmônica de Goiás desde que cheguei, vida musical brasileira, acabamos nos coberto de lama, sem que autoridades em 2014. Enfrentamos algumas obras acostumando com seu perverso ritmo. se envergonhem, busquem solução extremamente difíceis (peças que Ela tradicionalmente caminha aos trancos ou se deem conta de que os artistas seriam impensáveis até um ano atrás) e barrancos. Parece normal, desde que que ali trabalham e o público não e os músicos superaram o desafio se consiga temperá-la com realizações merecem os mandatários que lá estão. magnificamente. O momento mais impactantes do ponto de vista artístico. Se respeitassem as instituições que importante do ano para mim foi quando No entanto, não é, e não devemos dirigem, não exporiam seu despreparo, tocamos no Itamaraty, no concerto que aceitar que as coisas se perpetuem assim. sua inexperiência e sua incapacidade marcou o lançamento do projeto Brasil Novamente, neste dezembro, é preciso da maneira como fazem. Eles dão à em Concerto. Naquela noite, fomos lamentar-se acerca do modelito de OS coletividade a impressão de que não condecorados com a Ordem do Rio Frankenstein adotado pelo Theatro existem profissionais competentes Branco. Um momento de felicidade e Municipal de São Paulo, em que a para gerir a vida cultural paulista. Nas orgulho indescritíveis foi ver os músicos Secretaria faz de conta que entrega a infindáveis trocas de acusações, não há e os goianos homenageados dessa forma. gestão do teatro a uma organização uma única reflexão de caráter cultural ou O foco principal de nosso trabalho até social, deixando apenas as trapalhadas musical. O alento veio da comemoração 2023 está direcionado para as gravações administrativas para a pobre OS. Mesmo dos 10 anos da Santa Marcelina Cultura, incluídas no projeto Naxos. Vamos assim, fez uma temporada lírica de prova de que a sociedade foi capaz de iniciar também um ciclo de sinfonias respeito. E, sobretudo, levou ao palco estruturar-se e criar uma instituição de Sibelius e outro que contemplará – por ousadia e tenacidade de Roberto engajada na formação musical, todas as sinfonias de Haydn. Acredito Minczuk – a Missa, o mais importante preocupada em oferecer oportunidades que esse ciclo, que significa tocar as tributo a Leonard Bernstein, na passagem aos jovens. A música que se ouviu teve 104 sinfonias, exigirá de sete a oito de seu centenário de nascimento. A alguns momentos inesquecíveis. Foi o anos, e seremos a primeira orquestra Osesp teve cortes substantivos em caso da Orquestra da Suisse Romande, na América do Sul a empreender tal seu orçamento e, ainda assim, levou dirigida por Jonathan Nott, cuja regência projeto! No próximo ano também a bom termo uma ótima temporada nos fez lembrar que a música pode veremos uma grande expansão do (inesquecíveis os concertos com Pierre- ser estimulante para quem toca e para trabalho educacional e comunitário da Laurent Aimard). E fechou com chave quem rege. Nossas instituições andam OFG. É minha intenção levar a orquestra de ouro seu mais importante projeto atoladas em mesmice, sensaboria e a todas as regiões do estado, e estou das duas últimas décadas: a integral das desenxabimento, e isso nos faz crer trazendo o ex-diretor de educação da sinfonias de Villa-Lobos, com edição das que o padrão daqui prevalece em Filarmônica de Nova York para trabalhar partituras. Mais que o Theatro Municipal todo o mundo. 2019 vai começar sem conosco. Vivemos tempos de incerteza. e a Osesp, os projetos menos reluzentes sinal de novidade no horizonte. Os 2018 foi um ano difícil, mas o que vejo sofreram cortes abusivos em 2018. O programas parecem os mesmos de anos acontecendo no país, apesar de todas as que nos espera em 2019? Impossível anteriores – e nem o que se anuncia dificuldades, serve como constante fonte desenhar algum cenário. Nem teremos como novo merece esse adjetivo. Um de inspiração. O nível de jovens músicos mais Ministério da Cultura! Uma mísera desperdício num país que nunca formou é surpreendente e a grande proliferação compensação: o Itamaraty, ainda em tantos músicos aptos. Já era hora de de projetos de orquestras de jovens me 2018, anunciou o projeto de gravação de ver surgir um conjunto de políticas enche de esperança. O que desejo é trinta CDs de repertório brasileiro com públicas inovadoras para que vicejassem que continuemos a trabalhar juntos e Osesp e filarmônicas de Minas Gerais iniciativas mais arriscadas e, certamente, apoiar uns aos outros, criando projetos e Goiás. Agora é torcer para que ele se mensageiras de criatividade e invenção.” nos quais possamos compartilhar ideias, mantenha em 2019.” artistas e compositores.” Claudia Toni, especialista em políticas João Marcos Coelho, jornalista públicas para a cultura e assessora da Neil Thomson, diretor artístico e regente e crítico musical, colaborador da Revista e Ópera Pélleas et Melisande Valentina Lisitsa reitoria da Universidade de São Paulo titular da Orquestra Filarmônica de Goiás do Site CONCERTO

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 41 u retrospectiva 2018

Orquestra Sinfônica da Bahia e Carlos Prazeres

Sophie Koch divulgação / Alberto Marcondes divulgação

m 2018, a série Concertos Minas Tucca completou 20 anos de assada a crise dos anos 2016 “E Tênis Clube, referencial em Belo “A atuação em sua luta pela cura “P e 2017, que nos afetou Horizonte no que tange à música de do câncer infantil. Tivemos um ano fortemente, 2018 representou, para câmara, ofereceu ao público a chance especial e fizemos uma temporada nós, a retomada, ainda que tímida, do de ouvir os pianistas Nikolai Lugansky, especial do Música pela Cura. O projeto crescimento. Conseguimos programar Nelson Freire, Vitaly Pisarenko, Daniel se iniciou no ano 2000, portanto são 18 uma temporada forte, implementamos Ciobanu, o harpista Sasha Boldachev, anos de concertos, e a música acabou se parcerias e obtivemos êxito em nossos o violoncelista Antonio Meneses, os mostrando uma ferramenta importante projetos. É visível o amadurecimento da violonistas Sérgio e Odair Assad, o em benefício de crianças e adolescentes orquestra e seu protagonismo no cenário Trio Porto Alegre e a Família Barros. carentes com câncer. O resultado foi cultural local. Tocamos grandes sinfonias Também sob minha direção artística, da forma que a gente queria. A série e obras significativas de compositores outro destaque foi o 6º Festival de infantil, Aprendiz de maestro, foi um como Mahler, Tchaikovsky, Dvórak, Maio, dedicado a Edino Krieger, por grande sucesso, com o privilégio de Brahms, Mendelssohn, R. Korsakov, seus 90 anos. Além da oportunidade termos todos os espetáculos inéditos. Sibelius, Nielsen e Debussy, entre de ouvir grande parte da música de A série tem mais de 15 anos, e hoje outros, assim como diversas músicas câmara e a quase totalidade da produção vemos no teatro filhos de pessoas que a brasileiras, incluindo a estreia de uma pianística do compositor, contamos frequentavam no passado. Então temos sinfonia de Roberto Macedo. Um com sua presença para apresentar as consequências daquilo que é nosso ponto alto foi a presença do compositor pessoalmente suas obras. Ao lado objetivo, arrecadar dinheiro para tratar Edino Krieger em Vitória, juntamente da intensa programação artística, o crianças com câncer, mas ao mesmo com o solista Antonio Meneses, festival promoveu 15 oficinas de cordas tempo temos uma série linda, com perfil graças à parceria com a excelente e piano, contemplando 153 alunos pedagógico, apresentando boa música às pianista e produtora Celina Szrvinsk. inscritos. Em 2019, o piano será o crianças. Nossa série internacional não é Outro destaque foi a realização de um foco do 7º Festival de Maio. Para a puramente clássica: temos jazz, música concerto com um grupo de Ticumbi, nova temporada dos Concertos Minas instrumental. Gostamos quando um parte relevante da cultura popular do Tênis Clube, aguardamos o retorno de músico clássico faz versões de músicas norte do estado. Continuamos com as Nelson Freire, que fará seu recital em populares, e vice-versa. Alcançamos apresentações das séries Concertos para outubro, na semana em que completará as metas com relação ao número de a Família e Sinfônica no Parque, voltadas 75 anos. Destaco também a vinda, assinantes e de espectadores o ano todo para a formação de plateia, com atenção pela primeira vez a Belo Horizonte, do (em 2018 tivemos oito espetáculos da especial às crianças. Cada vez mais a pianista Simon Trpceski, bem como da série internacional). Para o ano que vem, Sinfônica do Espírito Santo se consolida Boston Philharmonic Youth Orchestra, montamos uma série bonita, também como elo substancial na vida dos sob regência de Benjamin Zander. Um com oito atrações de música erudita e capixabas, que valorizam e acompanham novo projeto a ser lançado em 2019 jazz, todas na Sala São Paulo. Contamos suas apresentações e seus projetos. Acho compreende a coletânea intitulada sempre com nossos patrocinadores e importante destacar ainda a excelente ‘Memória da Música Brasileira’, reunin- nossos apoiadores. Apesar de toda a temporada da orquestra Camerata do o registro fonográfico de obras de discussão da crise, do medo, foi um ano Sesi, grupo que se firma como uma autores brasileiros. O primeiro CD, produtivo, de sucesso do ponto de vista das principais orquestras de câmara do dedicado aos compositores Almeida do Música pela Cura, e com isso demos país. A programação de música clássica Prado, Edino Krieger, Aylton Escobar, andamento a nossos projetos na saúde, no Espírito Santo, particularmente em Ernst Mahle e Ronaldo Miranda, contém atendendo a mais crianças, dando um Vitória, cresceu de forma significativa. duos de sopros e piano, interpretados diagnóstico de excelência para nossa Faço votos de que, em 2019, a cultura pela flautista Cássia Lima, o oboísta população. No Música pela Cura, com – em especial a música clássica – seja Alexandre Barros, o saxofonista Dilson um único apoio fiscal, incentivamos valorizada e estimulada.” Florêncio e o pianista Miguel Rosselini.” tanto a saúde quanto a cultura.” Helder Trefzger, diretor artístico e Celina Szrvinsk, pianista e professora Sidney Epelman, presidente da Tucca e regente titular da Orquestra Sinfônica da Escola de Música da UFMG diretor do projeto Música pela Cura do Estado do Espírito Santo

42 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO ara o Instituto Baccarelli, 2018 018 foi um ano difícil para a o segundo ano à frente “P foi um ano de aprendizado. “2 música de concerto no Brasil. “N da Orquestra Filarmônica Avançamos num trabalho iniciado em A fim de superar a crise econômica, de Montevidéu (OFM), em que 2017, desenvolvendo novos canais de a criatividade e a excelência foram comemoramos seu 60º aniversário, comunicação com o público. Tivemos fundamentais para a subsistência de realizamos mudanças significativas na uma série de concertos no Theatro grande parte dos conjuntos. Para a dinâmica de trabalho, aproveitando Municipal e outra no Masp. Ambas Osba, não foi diferente. Se, por um melhor os recursos disponíveis. A foram transmitidas nas mídias sociais, lado, 2018 foi definitivo para consolidar OFM chegou a realizar 75 funções, atingindo pessoas que nunca estiveram institucionalmente a nova fase do entre concertos de temporada oficial, nem sequer sonharam em estar numa grupo perante a sociedade, por outro concertos descentralizados e didáticos e sala de concertos. Quando você constrói foi de importância atroz para que este óperas. Os eventos mais importantes no uma ponte para se aproximar do começasse a desenvolver sua atuação ano foram o I Encuentro Internacional público, a resposta é imediata. Esse é um em conjunto, sua sonoridade e sua de Mujeres Compositoras en Uruguay movimento indispensável para o futuro personalidade musical. Sendo assim, (que homenageou Jocy de Oliveira) e de nosso segmento. Temos que ampliar o a Osba entra em 2019 mais madura e o II Simpósio Internacional Mulheres público, construir diálogos. Percebemos pronta para mostrar seu trabalho em Regentes, ambos em Montevidéu. A que a ausência das pessoas se dá muito âmbito nacional. Por meio do Futurível, segunda edição do simpósio foi tão mais por decisões erradas que tomamos. que traz de forma lúdica e provocativa impactante quanto a primeira e recebeu Acho que somos preconceituosos a música moderna e contemporânea, a sessenta diretoras de países como na música de concerto, nós mesmos orquestra constrói a cada dia um público Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, achando que ela é de difícil compreensão novo e atento ao futuro da música de Espanha, Estados Unidos, França, Israel, e para poucos. Não é. Além das concerto. Ações como o Osba Tags – México e Uruguai. Fora do Uruguai, regi transmissões, fizemos eventos voltados pequenos exemplos musicais gravados em Bangkok, Jerusalém, Mendoza, no para o grande público. Participamos de nos ensaios – tornaram a música de I Festival de Arte Ecológica em Jujuy, uma turnê de Andrea Bocelli no Brasil concerto mais acessível. Uma nova Argentina, e em Santiago do Chile. com ingressos esgotados e pessoas e estimulante série, batizada de Mãe No Brasil, tive o privilégio de realizar vibrando como num show de rock. Para Menininha do Gantois, permitiu a dois excelentes programas: com a nós, foi um ano que mostrou claramente conexão dos clássicos com elementos Orquestra do Theatro São Pedro, em São que o segmento da música de concerto sensoriais, como cheiros, luzes, Paulo, e com a Orquestra do Neojiba, tem muito futuro. O público está aberto, texturas. O enorme sucesso dessas em Salvador, onde também ministrei basta nos abrirmos para ele. Para 2019, e de outras ações mostra que a Osba um curso de regência orquestral aos pretendemos aprofundar essa busca por está no caminho certo para alcançar monitores do projeto. Em paralelo, novos canais e seguir desenvolvendo seus objetivos: ser uma orquestra tive a felicidade de atuar como uma temporadas artísticas de forma moderna, dinâmica, conectada com embaixadora da cultura brasileira no desafiadora e consistente. O Instituto novas tendências, acessível a todos exterior, adicionando compositores e Baccarelli não é uma orquestra nem um e principalmente representante de intérpretes brasileiros nas programações, coral, mas um processo de formação sua sociedade. Ao mesmo tempo, a incluindo estreias de obras de Alexandre que usa a música como ferramenta. Ao Associação dos Amigos do Teatro Castro Guerra, Jocy de Oliveira, Alexandre mesmo tempo, temos de buscar novos Alves, liderada por seu presidente, João Travassos e Camargo Guarnieri no formatos de sustentabilidade. Estamos Américo, e pela diretora executiva Uruguai, além de um concerto todo inaugurando um Brasil novo em 2019, Fabiana Pimentel, nos proporciona a dedicado à música brasileira em Israel. com um discurso que desloca a cultura tranquilidade para enfrentar os novos Começo o ano em paragens tão distantes para a periferia das decisões. Cabe a nós desafios que se apresentam, como o como a Islândia e a Tailândia e levo um mostrarmos que a cultura não é tema ingresso no mundo da ópera, as sinfonias pouco de Brasil na mala e no coração.” periférico, mas central.” de Beethoven e uma turnê nacional.” Ligia Amadio, regente titular e Edmilson Venturelli, diretor de Relações Carlos Prazeres, regente titular da diretora artística da Orquestra Institucionais do Instituto Baccarelli Orquestra Sinfônica da Bahia Filarmônica de Montevidéu

divulgação / Mauro Arthur Schlieck divulgação / Yuri P in h eiro divulgação

Ópera Pélleas et Mélisande (São Paulo) Valentina Lisitsa

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 43 u retrospectiva 2018

ssumi a presidência da m 2018, fiquei muito feliz 018 foi um ano mais que “A Academia Brasileira de Música “E com os desdobramentos do “2 especial! São poucas as em janeiro e tive o privilégio de associar Projeto EcoMúsica. Após uma turnê oportunidades que temos de celebrar a instituição ao importante projeto Brasil bem-sucedida pelo Japão, onde lancei um centenário de um artista tão incrível em Concerto criado pelo compositor o álbum EcoMúsica aves, com vinte como Leonard Bernstein. Fizemos e diplomata Gustavo Sá. A iniciativa composições inéditas dedicadas aos história ao incluir na programação da envolve a Osesp, a Filarmônica de Minas pássaros daquele país, realizei quatro Orquestra Sinfônica Municipal a estreia e a Filarmônica de Goiás, além da ABM videoclipes inéditos e dois concertos em brasileira da Missa, com orquestra, e do Ministério das Relações Exteriores, São Paulo. Esses espetáculos marcaram banda de rock, de blues, banda marcial, com o objetivo de registrar o repertório a celebração dos 110 anos da imigração coros e inúmeros solistas. Em agosto, sinfônico brasileiro em trinta CDs que japonesa no Brasil, envolvendo montamos um belíssimo concerto serão lançados pelo selo Naxos importantes instituições, como a Aliança com algumas das composições mais até 2023. Como compositor, destaco Cultural Brasil-Japão e a Fundação Japão. conhecidas de Bernstein; no início do as estreias da Suíte sinfônica da ópera Fiquei também feliz por ter recebido mês, a violinista Rachel Barton-Pine Piedade, com a Petrobras Sinfônica, e o prêmio Mestres da Criatividade. foi a solista da Serenata para violino Fantasia Tarumã, com o pianista Jean- Começo o ano dirigindo o projeto Tom e orquestra. Outros três programas -Louis Steuerman e Filarmônica de Jobim Instrumental, na Caixa Cultural merecem destaque: a Sinfonia nº 8 de Goiás. A Orquestra Blas Galindo São Paulo, marcando o aniversário Mahler, conhecida como “Sinfonia dos apresentou Jogos sinfônicos na Cidade do maestro soberano com o trabalho mil”; as trilhas compostas por Nino Rota do México. A ópera Kawah Ijen estreou de grandes instrumentistas. Esse para os filmes de Fellini; e a montagem em maio no Teatro Amazonas com projeto ilustra minhas convicções na do balé A sagração da primavera de direção de Marcelo de Jesus e William importância da cultura e em caminhos a Stravinsky, com o Balé da Cidade de Pereira. A orquestra incluiu o gamelão ser adotados. Nesse sentido, desejo que São Paulo e a OSM, sucesso absoluto javanês doado pela Embaixada da instituições da área cultural de todo o de público. Também com a OSM, três Indonésia no Brasil. Piedade voltou Brasil, formadoras de público e geradoras óperas lotaram o Theatro Municipal: à programação do Teatro Colón em de empregos e receita, recebam La traviata, Turandot e O cavaleiro agosto para mais quatro récitas e foi recursos suficientes para manter suas da rosa – esta uma primeira produção apresentada em versão sinfônica no atividades. Acredito ser indispensável completa brasileira. Finalizamos o ano Theatro Municipal de São Paulo sob que os promotores de espetáculos com o público cantando O messias regência de Luiz Fernando Malheiro. passem a prestigiar mais o trabalho de junto com a OSM e a estreia brasileira A miniópera Domitila foi cantada artistas brasileiros, convidando-os a do oratório El niño de John Adams. por Maíra Lautert em Vitória e Carla protagonizar as temporadas, em grande Fora do Brasil, fiz minha estreia na Caramujo no Theatro da Paz – e nas parte estreladas por nomes de outros Coreia do Sul frente à Filarmônica de cidades portuguesas de Alcobaça e países. Além disso, com brasileiros Daejeon e retornei ao Teatro Colón para Castelo Branco, com acompanhamento é possível mantermos a qualidade reger a Filarmônica de Buenos Aires. do Toy Ensemble e direção de Carlos artística e, por tabela, economizarmos A Filarmônica do Novo México tem Antunes. A ópera cômica O diletante recursos, em um período de dificuldades apenas sete anos de existência, e, depois foi apresentada no Teatro Carlos Gomes econômicas. Precisamos nos libertar de fechar minha segunda temporada de Vitória com o tenor Flavio Leite no de certo pensamento colonizado, em como diretor musical, pudemos dar um elenco e regência de Gabriel Rhein- um território onde há tantos talentos salto na programação, incluindo um -Schirato. Em novembro, Piedade foi musicais. Outra ação essencial é que repertório mais variado, com artistas encenada na Sala Cecília Meireles com tenhamos mais colaboração e união do circuito internacional. Tive um ano direção de Priscila Bomfim, Marcelo entre os profissionais da área artística, incrível! Somente no Municipal, regi Marques e Daniel Herz.” com destaque para os do meio musical.” 55 apresentações! Que 2019 seja ainda melhor para todos nós!” João Guilherme Ripper, compositor Fábio Caramuru, pianista, compositor e e presidente da Academia diretor da Echo Promoções Artísticas Roberto Minczuk, regente titular da Brasileira de Música Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

Bachiana Filarmônica Sesi-SP Ópera Piedade, de João Guilherme Ripper (Rio de Janeiro) e João Carlos Martins ucci

divulgação / f ernando m divulgação divulgação / dan coelho

44 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO Cristian Budu Orquestra Sinfônica do Estado do Espirito Santo e Helder Trefzger ristina gonçalves / k ristina divulgação divulgação

música de concerto continua 018 acarretou uma guinada ano 2018 seguiu, no aspecto “A sofrendo com os sistemáticos “2 em minha carreira. Em 2017, “O financeiro, a mesma contenção cortes de que a cultura é vítima em nosso abandonei a Orquestra Sinfônica de verbas para as produções líricas. O país. Basta olhar para o triste cenário do Municipal para trabalhar em favor da importante era manter a tradição do Rio de Janeiro, cujas instituições musicais USP. Minha intenção era me dedicar, Festival de Ópera do Theatro da Paz, parecem em risco de sumir, ou mesmo com mais afinco ainda, a minha carreira que apresentou sua 17ª edição. No para a dificuldade orçamentária de um de solista, camerista e docente. De mesmo conceito de anos anteriores, projeto do relevo e destaque do Instituto fato, havia projetos importantes já inovamos a cena lírica não só paraense, Baccarelli, em São Paulo. Notícias boas agendados para 2018: participações em mas brasileira, com a representação da há, como a incrível vitalidade fonográfica festivais de fagote ou de palhetas duplas ópera de Manuel de Falla La vida breve. do Selo Sesc, a excelência da Orquestra de grande relevância na China e na Uma montagem ousada, com cenários Jovem do Estado de São Paulo, a turnê Espanha, a organização de um encontro de Duda Arruk, figurinos de Ronaldo internacional da Orquestra Juvenil da internacional do mesmo gênero na Sala Fraga, direção de Caetano Vilela e Bahia, a visita a nosso país de estrelas do São Paulo e a direção de um espetáculo participação do bailarino argentino Luis quilate de Anna Netrebko e Yuja Wang para o Festival Sesc de Música de Arrieta. Lanna Bastos, jovem cantora e de orquestras como a Filarmônica de Câmara, ‘Sopro transcendente’. No paraense, no papel principal deu ao Dresden, a Orquestra Sinfônica Estatal meio de um ano que parecia já intenso, personagem a intensidade e o sofrimento Russa Ievguêni Svetlánov e a Orchestre fui surpreendido com o convite para necessários. A ideia de contrapor uma de la Suisse Romande e a retomada assumir a direção da Osusp. Ao aceitar, novidade com uma ópera de repertório (que torcemos para ser sustentada e esse desafio moveu em mim o desejo nos fez pensar no maior mestre do consistente) da Camerata Aberta. Na de instituir uma gestão mais horizontal, gênero, Giuseppe Verdi, e programamos ópera, o Theatro Municipal de São Paulo participativa e de valorização do músico, Um baile de máscaras. Com cenários de voltou a montar produções à altura de bem como a possibilidade de inovar com Duda Arruk e direção de Mauro Wrona, sua vocação e sua ambição, enquanto repertório e formatos de performance. formamos um elenco que nos pareceu o Theatro São Pedro oferece uma Talvez o retrospecto dos últimos anos perfeito dentro das possibilidades programação consistente. Já a Osesp – com a extinção ou a significativa nacionais: Fernando Portari, Adriane constituiu o paradoxo de uma orquestra diminuição de grupos sinfônicos ou Queiroz, Rodolfo Giuliani, Denise de que continua sendo o paradigma nacional camerísticos, o encolhimento do ensino Freitas e a grande revelação do canto de excelência técnica, porém tendo musical e a piora das condições de paraense (que já havia feito sucesso no afugentado seu público com decisões trabalho do músico – não nos propicie ano passado), Kézia Andrade, como o artísticas equivocadas ao longo da muito otimismo. Medidas em estudo pajem Oscar. Em ambos os espetáculos última década. Anuncia-se uma bem- ou já anunciadas extraoficialmente para tivemos a participação da Companhia de -vinda troca de regente; espera-se que, 2019 – a incorporação do Minc à nova Dança Ana Unger, do Coral do Festival além de empoderar uma batuta de fato pasta, o fim da Lei Rouanet e a saída regido por Vanildo Monteiro e da comprometida com o grupo, a orquestra da arte e cultura do escopo do sistema Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz aproveite a oportunidade para repensar S (Sesc e Sesi) – tampouco geram os (OSTP), conduzida pelo maestro Miguel seus rumos e substituir o diletantismo melhores auspícios. Muito positiva, por Campos Neto. A temporada sinfônica foi deslumbrado e arrogante que caracteriza outro lado, foi minha experiência com marcante, com destaque para a Sinfonia sua direção por uma gestão profissional e o Aura Ensemble, no espetáculo ‘Sopro nº 4 de Brahms e a Nona de Schubert, realista. Enfim, com as nuvens carregadas transcendente’. O talento e a dedicação sempre com a OSTP e o maestro Miguel de obscurantismo e ódio aos artistas e à desses jovens músicos nos proporcionam Campos Neto. A orquestra, em caminho cultura que se avolumam no horizonte, grande alento e otimismo. Que o prome- ascendente, prepara-se para executar a temo que, apesar de todos os pesares, tido não se realize em 2019 e que Terceira sinfonia de Mahler e a Missa ainda olhemos para 2018 com nostalgia.” tenhamos a costumeira habilidade de de Santa Cecília de Gounod.” driblar as adversidades.” Irineu Franco Perpetuo, jornalista Gilberto Chaves, coordenador do Festival e tradutor, colaborador da Revista e Fabio Cury, fagotista e diretor da de Ópera do Theatro da Paz do Site CONCERTO Orquestra Sinfônica da USP

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 45 u retrospectiva 2018

Filarmônica de Dresden Camerata Aberta f ie otogra

divulgação / Mar k en f divulgação divulgação

que acontece neste momento radição e inovação: estes ano de 2018 foi histórico em “O na área da educação e da “T considero o grande segredo da “O Porto Alegre. Um dos motivos difusão da música de concerto na música clássica no século XXI. Tradição foi a inauguração da Casa da Música Bahia é motivo de orgulho para muitos. é o que a Bachiana Filarmônica Sesi-SP da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre Depois – e também graças aos 11 anos tem mantido, quando programa desde (Ospa). A orquestra completou 68 anos de existência do programa Neojiba canto gregoriano até os principais de atividades ininterruptas e nunca teve –, temos pela primeira vez em nosso compositores modernistas brasileiros, a própria sede, ficou sempre circulando, estado um ambiente musical em passando por todos os grandes mestres muitas vezes em situação precária. efervescência. Faltam vagas nas classes da música. Inovação é investir na Finalmente passamos a ter nosso espaço, superiores de instrumento e licenciatura, formação de novos públicos, pessoas que adequado, com excelente acústica e há projetos musicais espalhados por muitas vezes nunca tiveram contato com 1.100 lugares. Além disso, conseguimos toda a Bahia, há concertos em diversos o universo da música clássica. Temos a cessão de um espaço, onde fica o formatos quase diariamente e sendo tido uma resposta maravilhosa, com a palácio do governador do estado, para frequentados por um público crescente, vinda desse público em formação ao as atividades da nossa escola. Contamos novo e entusiasta. E o principal: nossa Theatro Municipal de São Paulo, Sala com aproximadamente 300 alunos e juventude busca a excelência musical, São Paulo e outros grandes teatros. E há poderão ser mais de 400 a partir da preenchendo espaços antes vazios ou também um terceiro elemento, que é o próxima gestão. E há pouco tempo nunca ocupados por jovens baianos. que tentarei deixar: um legado. Esta é a houve a nomeação de 27 músicos da Enquanto maestro e gestor do Neojiba, principal missão desse velho maestro até orquestra que já estavam aprovados em termino 2018 muito feliz, em especial o apagar das luzes. Quem sou eu perto concurso. Então, o somatório de tudo por ter ousado levar uma nova geração de Villa-Lobos, que queria fechar o Brasil isso coloca a Ospa num novo patamar. de jovens multiplicadores para uma em forma de coração através da música? A programação da orquestra foi intensa turnê internacional, a sétima em oito O nosso Villa não tinha nem internet e vem crescente, pois através de um anos. Voltamos para casa com mais um nem TV ou redes sociais. Por obra do planejamento temos conseguido ampliar triunfo inédito, tocando na Philharmonie destino, com a minha exposição e a a captação de recursos ano a ano. de Paris lotada e com difusão ao vivo da Bachiana, estamos tentando deixar Também nessa gestão que termina agora nas redes sociais. Esse concerto será um legado de mil orquestras parceiras conseguimos cumprir o compromisso transmitido no canal de TV Mezzo, pelo Brasil. Surpreendentemente, já de realizar uma ópera por ano. Agora atingindo toda a comunidade europeia. estamos com 128 orquestras e maestros a Fundação Ospa pode pensar a médio Em março de 2019, aguardamos o que realizando um trabalho no qual jovens se e longo prazo numa série de novas considero ser o fato mais marcante para dedicam à música e músicos da terceira ações. Já o Festival Sesc de Música está a área da educação musical no Brasil dos idade, que já tinham abandonado a consolidado, indo para a nona edição últimos anos. Inauguraremos a primeira profissão, tiram os seus instrumentos em 2019. Serão 50 professores de 12 fase da implantação de nossa sede no da gaveta para participarem de um países e 350 alunos bolsistas de toda Parque do Queimado, oferecendo à novo grupo musical em sua cidade. O a América do Sul, com 48 espetáculos juventude condições equivalentes às resultado de tradição, inovação e legado em 13 dias. Já é considerado um evento encontradas nas melhores escolas de significa, hoje, uma marca de mais de 16 extremamente importante para a música música do mundo. Espero que esses milhões de pessoas atingidas ao vivo.” de concerto no sul do país e também para os países dos alunos que vêm de resultados excepcionais, frutos do João Carlos Martins, regente, diretor esforço coletivo de uma equipe talentosa artístico da Bachiana Filarmônica Sesi-SP fora. Financeiramente a expectativa e apaixonada, mas também da crescente que eu tenho é que a economia reaja e indignação diante de tanto sofrimento, que o Brasil caminhe um pouco melhor sirvam de desafio aos gestores e às do ponto de vista do crescimento instituições de nosso país. Nossas futuras econômico.” gerações merecem essa luta pela paz.” Evandro Matté, regente titular da Ricardo Castro, pianista, maestro, Ospa e diretor artístico do Festival educador e diretor-geral do Neojiba Internacional Sesc de Música

46 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u ABERTURA Roteiro Musical

Isaac Karabtchevsky (Turnê Opes com Nando Reis) Diversas cidades, dias 11, 12, 13, 16, 17 e 18 de janeiro Janeiro / Fevereiro 2019 c aa

vio is u ROTEIRO MUSICAL São Paulo (página 48)

ção / f l a u ROTEIRO MUSICAL Rio de Janeiro (página 50) a div u lg u ROTEIRO MUSICAL Brasil (página 50) s Fábio Caramuru vio di a

São Paulo, dias 24, 25, ta u ROTEIRO MUSICAL Festivais de Verão (página 52) 26 e 27 de janeiro ção / o a div u lg

Nelson Freire ção Tobias Volkmann Brasília, dia 17 de janeiro São Paulo, dias 23 a div u lg e 24 de fevereiro

Cláudio Cruz e Ojesp a n D o r e ll s São Paulo, dia 24 de fevereiro y ção / Dar a div u lg

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais Belo Horizonte, dias 14 e 15 de fevereiro

divulgação / Karin van der Broocke

Jessica Leão São Paulo, dias 14, 15, 16 e 17 de fevereiro

divulgação / rafael motta

As programações são fornecidas pelas próprias entidades promotoras.

divulgação Confirme antes de sair de casa.

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 47 u ROTEIRO MUSICAL São Paulo

Dias 23 e 24 de fevereiro, Sala São Paulo nota só, Wave, Luísa, Modinha, Passarim, Janeiro Surfboard, Ela é carioca, Samba do avião, Osusp abre temporada com peça Boto e Choro. Leia mais ao lado. Caixa Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 u 10 QUINTA-FEIRA – Centro – Tel. (11) 3321-4400 (150 lugares). para flauta de Ronaldo Miranda Entrada franca. Continuidade dias 25, 26 e 27 A Orquestra Sinfônica da 19h30 Balé DOM QUIXOTE, de Ludwig às 19h15, seguidos de bate-papos nos dias 25 e 26 às 20h30. Universidade de São Paulo abre Minkus. Balé no Cinema. Ballet Bolshoi. Salas do Cinemark: Shopping Iguatemi, 2019 com duas apresentações na Pátio Higienópolis, Pátio Paulista e Shopping a n D o r e ll s Sala São Paulo, nos dias 23 e 24 y Villa-Lobos. Favor verificar endereços em: u 25 SEXTA-FEIRA www.cinemark.com.br. R$ 40 a R$ 50. de fevereiro. Esta será a primeira Reapresentação dia 13 às 12h50. 18h00 Recital e lançamento do CD- ção / Dar temporada do grupo sob direção -livro “São Paulo, paisagens sonoras artística do fagotista Fabio Cury, (1830-1880)”. Ana Maria Kieffer e a div u lg u 12 SÁBADO que tem entre seus objetivos criar Tobias Gisela Nogueira – concepção e direção Volkmann maior conexão com a produção ar- 16h00 Quarteto Ouro & Cordas. musical. João Malatian – direção cênica e direção de imagens. Anna Maria tística e intelectual da USP. Música de Mozart e Haydn. Celina Charlier – flauta, Gianpietro Saisi – Kieffer – mezzo soprano, Alesssandro Nesse primeiro programa, por exemplo, o grupo apresenta as Trans- Greccho – tenor, Sandro Bodilon – figurações para flauta e orquestra violino, Margareth Yahagi – viola e , de Ronaldo Miranda, professor da Fábio Pellegatti – violoncelo. Programa: barítono, Antonio Carlos Carrasqueira universidade, assim como a flautista Cassia Carrascoza, que será a solista. Mozart – Quartetos; Haydn – London e André Cortesi – flautas, Sérgio Burgani O programa será comandado pelo maestro Tobias Volkmann, maes- Trios; e Marcos Valle – Samba de Verão. – clarinete, Gisela Nogueira – viola de arame e guitarra romântica, Giacomo tro da Orquestra Sinfônica Nacional da Universidade Federal Fluminen- Centro de Pesquisa e Formação do Sesc – Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar – Bela Bartoloni – guitarra romântica, Maria se. Além da peça de Miranda, Volkmann rege Fragmentos, de Marisa Vista – Tel. (11) 3254-5600 (40 lugares). José Carrasqueira e Leonardo Fernandes Rezende, e a Sinfonia nº 4, de Brahms. Entrada franca. – pianos, Gabriel Levy – acordeão e Paulo Dias – percussão. Participação: Madrigal u 13 DOMINGO Feminino: Fernanda Farina e Luisa Dias 24, 25, 26 e 27 de janeiro, Caixa Cultural Ventura – sopranos, Elizabeth Bartels – mezzo soprano, Carolina Doeringen 12h50 Balé DOM QUIXOTE, de Ludwig – contralto, Elisa Freixo – órgão e Projeto com recitais e debates Minkus. Balé no Cinema. Ballet Bolshoi. Brasilecentia, com Vitor Gabriel – regente. Salas do Cinemark: Shopping Iguatemi, Pátio Programa: A música e os ruídos da cida- homenageia Tom Jobim Higienópolis, Pátio Paulista e Shopping Villa- -Lobos. Favor verificar endereços em: www. de de São Paulo em meados do século Uma série de eventos vai celebrar, nos dias 24, 25, 26 e 27 de cinemark.com.br. R$ 40 a R$ 50. XIX: A cidade, Curso jurídico, Vozes da janeiro, a personalidade artística e o legado de Tom Jobim. Com di- cidade, Saraus e Serenatas, Abolicionistas e Republicanos e Os Levy. Leia mais na reção musical do pianista Fábio Caramuru, “Tom Jobim Instrumen- u 17 QUINTA-FEIRA pág. 16. tal” vai reunir grandes artistas para interpretar peças do compositor. Sesc Vila Mariana – Teatro – Rua Pelotas, “Homenagear Tom Jobim é algo que acontece de forma cotidia- 19h30 Lançamento do CD “Cantando 141 – Vila Mariana – Tel. (11) 5080-3000 e brincando com Vovó Linda”, de (608 lugares). R$ 5 a R$ 20. na e natural, é um prazer inigualável interpretar sua música. A obra Ermelinda Paz. de Jobim proporciona uma inesgotável descoberta de sonoridades, Centro de Pesquisa e Formação do Sesc – 19h15 Patrícia Ribeiro – violoncelo, talhadas no bom gosto e no equilíbrio”, diz Caramuru. Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar – Bela Léa Freire – flauta, Marco Bernardo Vista – Tel. (11) 3254-5600 (40 lugares). – piano e Edson Ghillardi – percussão. Nos dias 24 e 26, apresentam-se Caramuru, o violonista Camilo Entrada franca. Carrara e o acordeonista Toninho Ferragutti. Já nos dias 25 e 27, a Tom Jobim Instrumental. Programa: Tom atração é o quarteto formado pelo pianista Marco Bernardo, a flautista Jobim – O moro não tem vez (Favela); u 18 SEXTA-FEIRA Derradeira primavera; Na hora do adeus; Léa Freire, a violoncelista Patrícia Ribeiro e o percussionista Edson Imagina, Olha Maria, O que tinha de ser, Ghillardi. A programação inclui bate-papos: no dia 25, com Caramuru 21h30 Orquestra Petrobras Gabriela, Borzeguim, Brigas nunca mais, e Bernardo e, no dia 26, com Caramuru e João Marcello Bôscoli. Sinfônica e Nando Reis – cantor. Isaac Luciana, Outra vez, Águas de março, Caramuru e Bernardo também se apresentam em um recital na Karabtchevsky – regente. Programa: Mojave, Lamento no morro, Valsa do por- Sala São Paulo no dia 17 de fevereiro, com novo tributo a Tom Jobim. Mussorgsky – Quadros de uma exposição, to das caixas, Chega de saudade, Retrato A grande porta de Kiev; Villa-Lobos – em branco e preto, Inútil paisagem, Foi Bachianas brasileiras nº 4; Nando Reis a noite, Eu sei que vou te amar e Anos – All Star, Sou dela, Relicário, Por onde dourados. Às 20h30: Bate-papo com Dias 14, 15, 16 e 17 de fevereiro, Teatro Bradesco andei, Dois rios, O segundo sol, Marvin, Fábio Caramuru e Marco Bernardo: Pra você guardei o amor, Sei, Luz dos “As influências musicais de Tom Jobim Orquestra Acadêmica de São Paulo olhos, Os cegos do castelo, Não vou e seus estilos de composição”. me adaptar e Só posso dizer. Caixa Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 Leia mais na pág. 51. – Centro – Tel. (11) 3321-4400 (150 lugares). toca a Nona sinfonia de Beethoven Entrada franca. Espaço das Américas – Rua Tagipuru, 795 – Após concorridas apresentações no ano passado, a Orquestra Barra Funda – Tel. (11) 3868-5860. Ingressos: www.ticket360.com.br. R$ 80 a R$ 380. 21h00 Orquestra SP Pops Acadêmica de São Paulo e o Coral da Cidade de São Paulo voltam a se Symphonic e Maria Alcina – cantora. apresentar em fevereiro, dessa vez com a Nona sinfonia, de Beethoven, Maria Alcina in Concert. Ederlei Lirussi – no Teatro Bradesco. Serão quatro récitas, nos dias 14, 15, 16 e 17. u 24 QUINTA-FEIRA regente. Thiago Marques Luiz – direção A Nona sinfonia foi a última incursão de Beethoven pelo gênero e produção. Programa: Jor – Fio 19h15 Fábio Caramuru – piano, Maravilha; João Bosco/Aldir Blanc – Kid sinfônico, coroando um processo de revolução musical iniciado com as Camilo Carrara – violão e Toninho Cavaquinho; José Maria de Abreu/Luis sinfonias anteriores. Seu último movimento, a Ode à alegria, com a par- Ferragutti – acordeão. Tom Jobim Peixoto – Tome placa; Eduardo Dussek/Luiz ticipação de solistas e do coro, tornou-se uma das mais célebres peças Instrumental. Programa: Tom Jobim – Carlos Goés – Folia no matagal; Antonio musicais, carregada de simbolismo com sua mensagem de união. Água de beber, Chovendo na roseira, Sima/Clemilda – Prenda o Tadeu; e Zeca Quebra-pedra, A correnteza, Dindi, Two A regência será do maestro Luciano Camargo, que terá ao seu lado, Baleiro – Eu sou Alcina; entre outros. kites, Lígia, Flor do mato, Sabiá, Garota de Teatro UMC – Av. Imperatriz Leopoldina, 550 como solistas, a soprano Jessica Leão, a mezzo soprano Juliana Taino, Ipanema, Insensatez, Triste, Desafinado, – Vila Leopoldina – Tel. (11) 2574-7749 (300 o tenor Eric Herrero e o barítono Charles Miyazaki. Eu te amo, Corcovado, Samba de uma lugares). R$ 80.

48 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u 26 SÁBADO Fevereiro Dia 24 de fevereiro, Sala São Paulo 19h15 Fábio Caramuru – piano, Camilo Carrara – violão e Toninho Quarteto Carlos Gomes é solista Ferragutti – acordeão. Tom Jobim u 7 QUINTA-FEIRA Instrumental. Programa: Tom Jobim – da Orquestra Jovem do Estado Água de beber, Chovendo na roseira, 19h30 Balé O quebra-nozes, Quebra-pedra, A correnteza, Dindi, Two de Tchaikovsky. Balé no Cinema. A Orquestra Jovem do Estado de São Paulo abre sua temporada kites, Lígia, Flor do mato, Sabiá, Garota de Ballet Bolshoi. 2019 e recebe no dia 24 de fevereiro o Quarteto Carlos Gomes, Ipanema, Insensatez, Triste, Desafinado, Salas do Cinemark: Shopping Iguatemi, liderado por Cláudio Cruz. Eu te amo, Corcovado, Samba de uma Pátio Higienópolis, Pátio Paulista e Shopping nota só, Wave, Luísa, Modinha, Passarim, Villa-Lobos. Favor verificar endereços em: A primeira parte do programa traz duas obras raras e interessantes. Surfboard, Ela é carioca, Samba do avião, www.cinemark.com.br. R$ 40 a R$ 50. Primeiro, Introdução e allegro para cordas, em que Elgar une um Reapresentação dia 10 às 12h50. Boto e Choro. Às 20h30: Bate-papo com quarteto a um naipe de cordas. Em seguida, será apresentado Young Fábio Caramuru e João Marcello Bôscoli: Apollo, de Britten. A peça foi escrita em 1939, para orquestra, quarteto “A convivência do maestro soberano com u 10 DOMINGO e piano. Após algumas apresentações, no entanto, o compositor retirou grandes nomes da MPB e a música de Jobim no mundo”. a peça de seu catálogo, que só voltaria a ser tocada nos anos 1980. No 12h50 Balé O quebra-nozes, concerto da Orquestra Jovem, o pianista será Nahim Marun. Caixa Cultural São Paulo – Praça da Sé, 111 de Tchaikovsky. Balé no Cinema. – Centro – Tel. (11) 3321-4400 (150 lugares). Ballet Bolshoi. A apresentação conta ainda com outra peça de Britten, Uma Entrada franca. Salas do Cinemark: Shopping Iguatemi, abertura americana, e com a Sinfonietta, de Janácek. Pátio Higienópolis, Pátio Paulista e Shopping 20h00 Julio Paravela e Pedro Villa-Lobos. Favor verificar endereços em: www.cinemark.com.br. R$ 40 a R$ 50. Brack – pianos. Recitais Eubiose. na roseira, Quebra-pedra, Samba u 24 DOMINGO Programa: Schubert – Improvisos do avião e Águas de março. op. 90; Chopin – Scherzo nº 3 op. 39; u 14 QUINTA-FEIRA Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos 11h00 Orquestra Sinfônica da Bach – Fantasia cromática e Fuga em Elíseos – Tel. (11) 3223-3966 (1500 lugares). USP. Concertos Matinais. Osusp na é menor BWV 903; e Beethoven – Ingressos: tel. (11) 3777-9721 – www.osesp. 21h00 Orquestra Acadêmica de Sala São Paulo. Tobias Volkmann Sonata nº 30 op. 109. Curadoria: São Paulo e Coral da Cidade de São byinti.com/#/ticket. Estacionamento: R$ 28. Carlos Augusto de Souza Lima. Entrada franca, disponível a partir do dia 11, – regente. Cassia Carrascoza – Paulo. Luciano Camargo – regente. pela internet ou pelo telefone, limitado a flauta. Programa: Marisa Rezende Ateneu Paulistano – Av. Lacerda Franco, Jessica Leão – soprano, Juliana Taino – 1059 – Aclimação – Tel. (11) 3208-9914. quatro ingressos por pessoa. – Fragmentos; Ronaldo Miranda – mezzo soprano, Eric Herrero – tenor e Transfigurações para flauta e Estacionamento no nº 1074 (201 lugares). 16h00 Estefan Iatcekiw – piano. R$ 30. Charles Miyazaki – barítono. Programa: orquestra; e Brahms – Sinfonia nº 4. Recitais de Piano do MuBE. Vencedor do Beethoven – Sinfonia nº 9, Ode à Alegria. Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Leia mais na pág. 48. Programa Prelúdio. Programa: obras de Campos Elíseos – Tel. (11) 3223-3966 Teatro Bradesco – Bourbon Shopping – Rua Mendelssohn, Chopin e Rachmaninov. (1500 lugares). Entrada franca, quatro u 27 DOMINGO Palestra Itália, 500 – 3º piso – Perdizes – Tel. Curadoria: Luiz Guilherme Pozzi. ingressos por pessoa. A partir de cinco (11) 3670-4100 – Ingressos: www.uhuu.com Auditório MuBE – Av. Europa, 218 – Jd. Europa – ingressos, R$ 2. 11h00 Orquestra Jazz Sinfônica. (1439 lugares). Reapresentação dias 15, 16 Tel. (11) 2594-2601 (192 lugares). R$ 30. Concertos Matinais. Especial aniversário e 17 às 21h. 16h00 Orquestra jovem do de São Paulo. 21h00 Orquestra Acadêmica de Estado de São Paulo, QUARTETO Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – São Paulo e Coral da Cidade de São CARLOS GOMES e convidados. Campos Elíseos – Tel. (11) 3223-3966 u 15 SEXTA-FEIRA Paulo. Luciano Camargo – regente. Cláudio Cruz – regente e violino. (1500 lugares). Ingressos: tel. (11) 3777- Veja detalhes dia 14 às 21h. Adonhiran Reis – violino, Gabriel 21h00 Orquestra Acadêmica de 9721 – www.osesp.byinti.com/#/ticket. Marin – viola, Alceu Reis – violoncelo São Paulo e Coral da Cidade de São Estacionamento: R$ 28. Entrada franca, e Nahim Marin – piano. Programa: quatro ingressos por pessoa. A partir de Paulo. Luciano Camargo – regente. u 23 SÁBADO Elgar – Introdução e Allegro; Britten – cinco ingressos, R$ 2. Veja detalhes dia 14 às 21h. Jovem Apolo e Uma abertura 20h00 V Oficina Internacional americana; e Janacék – Sinfonieta. de Regência Orquestral. Orquestra 19h15 Patrícia Ribeiro – violoncelo, Leia mais acima. u 16 SÁBADO Sinfônica de Santo André. Programa: Léa Freire – flauta, Marco Bernardo Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos Brahms – Sinfonia nº 1 e Concerto – piano e Edson Ghillardi – percussão. 16h00 Lucas Gonçalves – piano. Elíseos – Tel. (11) 3223-3966 (1500 lugares). para viola nº 1; e Wagner – Abertura Ingressos: tel. (11) 3777-9721 – www.emesp. Tom Jobim Instrumental. Programa: Tom Série Jovens Talentos do Piano. Programa: de O navio fantasma. org.br. Estacionamento: R$ 28. Jobim – O moro não tem vez (Favela); Schubert – Sonata D 959; Chopin – Noturno Teatro Municipal de Santo André – Praça Derradeira primavera; Na hora do adeus; nº 2 op. 48; e Scriabin – Sonata nº 5 op. 53. Imagina, Olha Maria, O que tinha de ser, IV Centenário, 1 – Centro – Santo André – Tel. 16h00 Silvia Molan – piano. Aronne Pianos – Sala Giovanni Aronne – (11) 4433-0789 (426 lugares). Entrada franca. Gabriela, Borzeguim, Brigas nunca mais, Recitais de Piano do MuBE. Programa: Rua Doutor Amancio de Carvalho, 525 – Vila Reapresentação dia 24 às 19h. Luciana, Outra vez, Águas de março, Schumann – Carnaval op. 9; e Liszt – Mariana – Tel. (11) 5549-6898 (50 lugares). Suíte Venezia e Napoli. Curadoria: Mojave, Lamento no morro, Valsa do Entrada franca. 20h00 Silvia Molan – piano. Recitais Luiz Guilherme Pozzi. porto das caixas, Chega de saudade, Eubiose. Programa: Schubert – Três peças Retrato em branco e preto, Inútil 21h00 Orquestra Acadêmica de para piano D 946; e Schumann – Carnaval Auditório MuBE – Av. Europa, 218 – São Paulo e Coral da Cidade de São Jardim. Europa – Tel. (11) 2594-2601 paisagem, Foi a noite, Eu sei que vou op. 9. Curadoria: Carlos de Souza Lima. (192 lugares). R$ 30. te amar e Anos dourados. Paulo. Luciano Camargo – regente. Ateneu Paulistano – Av. Lacerda Franco, 1059 – Caixa Cultural São Paulo – Praça da Sé, Veja detalhes dia 14 às 21h. Aclimação – Tel. (11) 3208-9914. Estacionamento 19h00 V Oficina Internacional 111 – Centro – Tel. (11) 3321-4400 no nº 1074 (201 lugares). R$ 30. de Regência Orquestral. Orquestra (150 lugares). Entrada franca. u 17 DOMINGO 21h00 Orquestra Sinfônica da USP. Sinfônica de Santo André. Veja detalhes Osusp na Sala São Paulo. Tobias Volkmann dia 23 às 20h. u 30 QUARTA-FEIRA 11h00 Fábio Caramuru e Marco – regente. Cassia Carrascoza – flauta. Bernardo – pianos. Tributo a Tom Programa: Marisa Rezende – Fragmentos; u 27 QUARTA-FEIRA Jobim. Brasil em Dois Pianos. Programa: Ronaldo Miranda – Transfigurações para 21h00 Sérgio Carvalho – órgão. Tom Jobim – Desafinado, Retrato flauta e orquestra; e Brahms – Sinfonia Série Bach Tema & Contratema. 21h00 Sérgio Carvalho – órgão. em branco e preto, Inútil paisagem, nº 4. Leia mais na pág. 48. Programa: Bach – Integral de O cravo Série Bach Tema & Contratema. Insensatez, Dindi, Two kites, Caminho Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes (1500 bem temperado, livro I (1ª parte). Programa: Bach – Integral de O cravo de pedra, Foi a noite, Eu sei que vou te lugares). Ingressos: tel. (11) 3777-9721 – www. Espaço Cachuera! – Rua Monte Alegre, 1094 – osesp.byinti.com/#/ticket. Estacionamento: bem temperado, livro I (2ª parte). Perdizes – Tel. (11) 3872-8113 (60 lugares). amar, Anos dourados, Canta, canta, mais, R$ 28. R$ 30 a R$ 50. Reapresentação dia 24 Espaço Cachuera! – Rua Monte Alegre, 1094 – R$ 30. Continuidade dia 27/2 às 21h. Meu amigo Radamés, Sabiá, Chovendo às 11h, com entrada franca. Tel. (11) 3872-8113 (60 lugares). R$ 30. t

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 49 u ROTEIRO MUSICAL Rio de Janeiro

u 18 sexta-feira u 20 QUARTA-FEIRA Janeiro Fevereiro 18h00 Coral do Sisjufe. Música 12h30 Alda Leonor – piano. no Museu. Edu Feijó – direção. Música no Museu. Programa: u 10 quinta-feira Centro Cultural Justiça Federal – clássicos internacionais. Av. Rio Branco, 241 – Centro – Tel. (21) u 1 SEXTA-FEIRA Centro Cultural Banco do Brasil – Rua 19h30 Balé dom quixote, de 3212-2550 (142 lugares). Entrada franca. Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) Ludwig Minkus. Balé no cinema. Reapresentação dia 01/02 às 18h. 18h00 Coral do Sisjufe. Música 3808-2020 (100 lugares). Entrada franca. Ballet Bolshoi. no Museu. Edu Feijó – direção. Cinemark Botafogo – Praia de Botafogo, Centro Cultural Justiça Federal – 400 – Arco 800 – Tel. (21) 2237-9481. R$ 40 u 22 terça-feira Av. Rio Branco, 241 – Centro – Tel. (21) a R$ 50. Reapresentação dia 13 às 12h50. 3212-2550 (142 lugares). Entrada franca. u 21 QUINTA-FEIRA 20h00 Arte em Canto. Música no Museu. Rosa Vidal – piano e organização. u 6 QUARTA-FEIRA 20h00 Camerata do Uerê. u 13 domingo Programa: músicas de filmes. Música no Museu. Participação: Iate Clube do Rio de Janeiro – Av. Pasteur, 12h30 Fernanda Cruz – piano. Andy Stein (França) – violino. 333 – Botafogo – Tel. (21) 3223-7200 12h50 Balé dom quixote, de Programa: clássicos internacionais. (200 lugares). Entrada franca. Programa: clássicos internacionais. Ludwig Minkus. Balé no cinema. Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Iate Clube do Rio de Janeiro – Ballet Bolshoi. Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) Av. Pasteur, 333 – Botafogo – Tel. (21) 3223-7200 (200 lugares). Cinemark Botafogo – Praia de Botafogo, 400 – 3808-2020 (100 lugares). Entrada franca. u 23 quarta-feira Entrada franca. Arco 800 – Tel. (21) 2237-9481. R$ 40 a R$ 50. 12h30 Fernanda Canaud – piano. u 7 QUINTA-FEIRA Programa: clássicos nacionais. u 16 quarta-feira Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Primeiro 19h30 Balé o quebra-nozes, u 26 TERÇA-FEIRA de Março, 66 – Centro – Tel. (21) 3808-2020 de Tchaikovsky. Balé no cinema. (100 lugares). Entrada franca. 12h30 Luiz Carlos de Moura Ballet Bolshoi. 18h00 Abstrassom – Rio Castro – piano. Música no Museu. Cinemark Botafogo – Praia de Botafogo, em Canto. Música no Museu. Programa: clássicos internacionais. u 29 terça-feira 400 – Arco 800 – Tel. (21) 2237-9481. R$ 40 Programa: clássicos do carnaval. Centro Cultural Banco do Brasil – Rua a R$ 50. Reapresentação dia 10 às 12h50. Forte de Copacabana – Museu do Exército Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) – Praça Coronel Eugênio Franco, 1 – Posto 6 – 18h00 Duo Madri de Violões. 3808-2020 (100 lugares). Entrada franca. Copacabana – Tel. (21) 2521-1032 (150 lugares). Música no Museu. Adriana Ballesté u 10 DOMINGO Entrada franca. e Maria Lucia Ribeiro – violões. 21h00 Orquestra Petrobras 12h50 Balé o quebra-nozes, Forte de Copacabana – Museu do Exército Sinfônica. Isaac Karabtchevsky – – Praça Coronel Eugênio Franco, 1 – Posto 6 – de Tchaikovsky. Balé no cinema. regente. Nando Reis – voz. Programa: Copacabana – Tel. (21) 2521-1032 (150 lugares). Ballet Bolshoi. u 27 QUARTA-FEIRA Mussorgsky – Quadros de uma exposição; Entrada franca. Cinemark Botafogo – Praia de Botafogo, 400 – Villa-Lobos – Prelúdio das Bachianas Arco 800 – Tel. (21) 2237-9481. R$ 40 a R$ 50. 12h30 Adriana Kellner, brasileiras nº 4; e Nando Reis – All Cecilia Guimarães, Ezequiel Star, Sou dela, Relicário, Por onde u 30 quarta-feira u 13 QUARTA-FEIRA Peres e Fernanda Cruz – andei, Dois rios, O segundo sol, Marvin, pianos. Música no Museu. Pra você guardei o amor, Sei, Luz dos 12h30 Ingrid Barancovski – 12h30 Adriana Kellner – piano. Maria Helena de Andrade – olhos, Os cegos do castelo, Não vou piano. Música no Museu. Música no Museu. Programa: direção artística. Programa: me adaptar e Só posso dizer. Programa: clássicos internacionais. homenagem a Chopin. do outro lado do carnaval. Vivo Rio – Av. Infante Dom Henrique, 85 – Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Parque do Flamengo – Tel. (21) 2272-2901 Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) Primeiro de Março, 66 – Centro – Tel. (21) (2400 lugares). R$ 120 a R$ 260. 3808-2020 (100 lugares). Entrada franca. 3808-2020 (100 lugares). Entrada franca. 3808-2020 (100 lugares). Entrada franca. t

u ROTEIRO MUSICAL Brasil u BELO HORIZONTE, MG Sinfonia nº 1, Titã. Leia mais na u BRASÍLIA, DF Cardillo e Riccardo Cordiferro, Stefano pág. 51. Donaudy, Cesare Andrea Bixio, 13/01 20h30 Orquestra Sala Minas Gerais – Tel. (31) 3219-9000. 17/01 20h30 Nelson Freire – piano. Ermenegildo Rusconi e Nicola Salerno, R$ 46 a R$ 120. Reapresentação dia 15 Dino Olivieri e Piero Leonardi, Carlo Petrobras Sinfônica e Nando às 20h30, pela série Vivace. Instituto Piano Brasileiro – IPB. Programa: Reis – cantor. Isaac Karabtchevsky obras de Beethoven, Chopin e Liszt, Donida e Giulio Rapetti e Andrew – regente. Programa: Mussorgsky – entre outros. Leia mais na pág. 51. Lloyd Webber e Don Black; e trechos 24/02 11h00 Orquestra Quadros de uma exposição, A grande Fundação Habitacional do Exército – de óperas: Puccini – Tosca; Verdi – La Filarmônica de Minas Gerais. porta de Kiev; Villa-Lobos – Bachianas Auditório – Setor Militar Urbano. Ingressos: traviata; e Carlos Gomes – Colombo. Concertos para a Juventude. www.eventim.com.br. R$ 200 a R$ 340. brasileiras nº 4; Nando Reis – All Star, 12/01 19h00 Marly Montoni – Flávio Lago Perucci – regente. Sou dela, Relicário, Por onde andei, mezzo soprano, Ulisses Montoni Programa: Dvorák – Abertura Dois rios, O segundo sol, Marvin, Pra – tenor e Antonio Luiz Barker Carnaval op. 92; Suppé – Cavalaria u CAMPOS DO você guardei o amor, Sei, Luz dos – piano. Programa: Tosti – Malia e ligeira: Abertura; Tchaikovsky olhos, Os cegos do castelo, Não vou Marechiare; Carlos Gomes – Quem – O quebra-nozes, Suíte nº 1: JORDÃO, SP me adaptar e Só posso dizer. sabe?; Puccini – Trechos de Gianni Dança da fada açucarada e Valsa Sala Minas Gerais – Rua Tenente Brito Melo, TORIBA MUSICAL Schicchi e Turandot; Webber – Trechos das flores; Saint-Saëns – Dança 1090 – Tel. (31) 3219-9000. Ingressos: Hotel Toriba – Sala da Lareira – de O fantasma da ópera; Loewe – www.eventim.com.br. R$ 80 a R$ 180. macabra; Mendelssohn – Sonho Av. Ernesto Diederichsen, 2962 Trechos de My fair lady; Fontana – Il de uma noite de verão: Scherzo – Tel. (12) 3668-5000. Entrada franca. Mondo; Capri – Champagne; François 14/02 20h30 Orquestra e Marcha nupcial; e Dukas – O 05/01 19h00 Rodolfo Giugliani – My way; Monnot – La vie en rose; Filarmônica de Minas Gerais. aprendiz de feiticeiro. – barítono e ANTONIO LUIZ BARKER Bizet – Habanera, de Carmen; Lehár Série Allegro. Fabio Mechetti – re- Sala Minas Gerais – Tel. (31) 3219-9000. gente. Programa: Liszt – Os prelúdios, Entrada franca, distribuição de ingressos – piano. Programa: obras de Eduardo – Trechos de A viúva alegre; e Verdi – poema sinfônico nº 3; e Mahler – a partir do dia 19 na bilheteria. di Capua, Luigi Denza, Tosti, Salvatore Trechos de La traviata.

50 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 19/01 19h00 Kleberson Buzo u RECIFE, PE – violino e Sin Ae Lee – piano. Orquestra Filarmônica de Minas Gerais Programa: Beethoven – Sonata nº 3 11/01 20h00 Orquestra op. 30; Schumann – Sonata op. 105; Petrobras Sinfônica e Nando e Piazzolla – Café 1930. Reis – cantor. Isaac Karabtchevsky 26/01 19h00 Rafael Cesário – – regente. Programa: Mussorgsky – violoncelo e Marcos Aragoni – Quadros de uma exposição, A grande piano. Programa: David Popper porta de Kiev; Villa-Lobos – Bachianas – Rapsódia húngara; Mendelssohn – brasileiras nº 4; Nando Reis – All Star, Sonata para violoncelo nº 1 op. 45; Sou dela, Relicário, Por onde andei, e Piazzolla – Oblivión e Le grand Dois rios, O segundo sol, Marvin, Pra divulgação / rafael motta tango. você guardei o amor, Sei, Luz dos olhos, Os cegos do castelo, Não vou Sala Minas Gerais, 14 e 15 de fevereiro 02/02 19h00 Flávia Albano – me adaptar e Só posso dizer. soprano, Thiago Soares – tenor Teatro Guararapes – Centro de Convenções e Antonio Luiz Barker – piano. de Pernambuco – Av. Prof. Andrade Bezerra, Filarmônica de Minas Gerais Programa: Webber – Trechos de O s/nº – Salgadinho – Olinda – Tel. (81) 3182- 8000. Ingressos: www.eventim.com.br. começa ano com Liszt e Mahler fantasma da ópera; Nicholas Brodzsky/ R$ 120 a R$ 200. Sammy Cahn – Be my love; Richard A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais abre sua temporada 2019 Rodgers/Oscar Hammerstein II – u SALVADOR, BA nos dias 14 e 15 de fevereiro, sob a regência de seu diretor artístico e Trechos de A noviça rebelde; Bizet – maestro titular Fabio Mechetti. Trechos de Os pescadores de pérolas e Ele comanda um programa interessante, que começa com Os pre- Carmen; Donizetti – Trechos de O elixir 12/01 19h00 Orquestra do amor; e Puccini – Trechos de Gianni Petrobras Sinfônica e Nando lúdios, de Liszt. A obra, da década de 1850, trazia na partitura publica- Schicchi, Turandot e La bohème. Reis – cantor. Isaac Karabtchevsky da em 1856 um prefácio que oferecia um programa por meio do qual a – regente. Programa: Mussorgsky – peça poderia ser compreendida. “O que seria a nossa vida além de uma 09/02 19h00 Adriana Bernardes Quadros de uma exposição, A grande série de prelúdios a um hino desconhecido, a primeira e solene nota – soprano e Antonio Luiz Barker – porta de Kiev; Villa-Lobos – Bachianas entoada pela Morte”, pergunta o texto. piano. Programa: trechos de óperas: brasileiras nº 4; Nando Reis – All Star, Sinfo- Verdi – La traviata; Rossini – O barbeiro Sou dela, Relicário, Por onde andei, Nesse sentido, dialoga com o restante do programa, que tem a de Sevilha; Puccini – La bohème e Dois rios, O segundo sol, Marvin, Pra nia nº 1 de Mahler, sua primeira incursão por um gênero que ele ajudaria Gianni Schicchi; Bellini – Norma; e você guardei o amor, Sei, Luz dos a redefinir. A filarmônica, por sinal, vem se dedicando as sinfonias do Bizet – Carmen; e Eva Dell’Acqua – olhos, Os cegos do castelo, Não vou compositor como parte da construção de sua identidade e sonoridade. Villanelle; Brahms – Canção de ninar; me adaptar e Só posso dizer. Também na Sala Minas Gerais, o grupo se apresenta no dia 24, na Bach/Gounod – Ave Maria; e Babi de Concha Acústica – Largo do Campo Grande, série Concertos para a Juventude, quando Flávio Lago Perucci rege peças Oliveira – Singela canção de Maria. 331 – Canela. Ingressos: www.ingressorapido. com.br. R$ 120 a R$ 240. de Dvorák, Suppé, Tchaikovsky, Mendelssohn, Saint-Saëns e Dukas. 16/02 19h00 Guilherme Rosa – barítono e Antonio Luiz Barker – piano. Programa: canções de u TIRADENTES, MG Brasília, dia 17 de janeiro Francesco Paolo Tosti. 04/01 20h00 Elisa Freixo – órgão. Instituto Piano Brasileiro 23/02 19h00 Marco Bernardo Música Barroca. Participação de artistas – piano e voz. Antologia do samba- convidados. realiza recital de Nelson Freire -canção. Programa: obras de Lupicínio Igreja Matriz de Santo Antônio – Tel. Rodrigues, Antonio Maria, Herivelto (32) 3355-1676. R$ 40. Apresentações O Instituto Piano Brasileiro oferece, no dia 17 de janeiro, no Audi- sempre sextas-feiras às 20h. Martins, e Dolores tório da Fundação Habitacional do Exército, em Brasília, o seu primeiro Duran. concerto. E, para marcar a ocasião, foi convidado ninguém menos que o u VITÓRIA, ES pianista brasileiro Nelson Freire, um dos grandes nomes da cena musical 02/03 19h00 Eudóxia de Barros internacional. O instituto, criado e comandado por Alexandre Dias, tem – piano. Música brasileira para 23/02 17h00 Orquestra Camerata piano. Programa: obras de Chiquinha Sesi. Série Sesi Música Clássica. Leonardo desenvolvido importante trabalho de digitalização de grandes acervos, tra- Gonzaga, Nazareth, Eduardo Souto, David – regente. Guido Sant’Anna – zendo à tona documentos raros como partituras manuscritas. No recital Zequinha de Abreu e Osvaldo Lacerda. violino. Programa: Schubert – Sinfonia nº 8; do dia 17, Freire vai interpretar obras de Beethoven, Chopin e Franz Liszt. e Paganini – Concerto para violino nº 1. Teatro do Sesi Jardim da Penha – Tel. (27) 3334-7307. Reapresentação dia 24 às 11h. t u CURITIBA, PR Recife, dia 11 de janeiro / Salvador, dia 12 / Belo Horizonte, dia 13 / Rio de Janeiro, dia 16 / Curitiba, dia 17 / São Paulo, dia 18 17/01 21h00 Orquestra Petrobras Sinfônica e Nando Petrobras Sinfônica faz turnê Reis – cantor. Isaac Karabtchevsky u BALÉ NO CINEMA – regente. Programa: Mussorgsky – A Orquestra Petrobras Sinfônica realiza em janeiro uma turnê bra- Quadros de uma exposição, A grande Balé DOM QUIXOTE, de Ludwig sileira com um espetáculo dedicado à música de Nando Reis. O grupo, Minkus. Ballet Bolshoi. porta de Kiev; Villa-Lobos – Bachianas além de sua série de concertos no Theatro Municipal do Rio de Janeiro Dia 10 de janeiro às 19h30 brasileiras nº 4; Nando Reis – All Star, (leia sobre a agenda 2019 na página 10), tem se notabilizado pelo diálogo Sou dela, Relicário, Por onde andei, Dia 13 de janeiro às 12h50 com a música brasileira, atraindo grandes públicos em todo o país. Dois rios, O segundo sol, Marvin, Pra Balé O quebra-nozes, de você guardei o amor, Sei, Luz dos Desta vez, a turnê, com regência de Isaac Karabtchevsky, começa Tchaikovsky. Ballet Bolshoi. em Recife, no dia 11 de janeiro, no Teatro Guararapes e segue para Sal- olhos, Os cegos do castelo, Não vou Dia 7 de fevereiro às 19h30 me adaptar e Só posso dizer. Dia 10 de fevereiro às 12h50 vador (Concha Acústica, dia 12), Belo Horizonte (Sala Minas Gerais, Teatro Positivo – Rua Prof. Pedro Viriato dia 13), Rio de Janeiro (Vivo Rio, dia 16), Curitiba (Teatro Positivo, dia Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido. Salas do Cinemark. R$ 40 e R$ 50. Ingressos: www.diskingressos.com.br. Verificar endereços no site: 17) e São Paulo (Espaço das Américas, dia 18). Também serão tocadas R$ 120 a R$ 200. www.cinemark.com.br. obras de Mussorgsky e Villa-Lobos.

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 51 u ROTEIRO MUSICAL Festivais de Verão

Jean Reis çã o Jennifer Stumm Abel Rocha divulga F rateschi çã o / C laudio divulga çã o divulga Festivais unem concertos com importantes atividades pedagógicas em todo o país

Com muitas das principais orquestras e de Oliveira, o violoncelista Robert Suetholz, de Música, com cerca de 50 professores teatros brasileiros ainda em recesso de ve- os violistas Marcelo Jaffé e Renato Bandel, e de todo o mundo. Além das aulas, estão rão ao longo de janeiro e fevereiro, os festi- os violinistas Betina Stegmann, Cármelo de los previstas também séries de apresentações vais tomam conta da programação, aliando Santos, Elisa Fukuda, Nelson Rios e Pablo de gratuitas, que contemplam desde a música concertos e atividades pedagógicas em di- León. A programação do festival começa no orquestral até a atividade de bandas sinfôni- ferentes estados do país. Veja abaixo (e no dia 12, com a orquestra sinfônica regida por cas, passando por extensa agenda de música roteiro) os principais destaques. Jean Reis e professores como solistas. No dia de câmara. Entre os professores convidados O Festival Ilumina, idealizado e diri- 13, sobe ao palco a ópera O empresário, de estão o violinista chinês Yang Liu; o clari- gido pela violista norte-americana Jennifer Mozart. No dia 15, o pianista Flavio Augusto netista francês Michel Lethiec, professor do Stumm, acontece entre os dias 2 e 13 de ja- apresenta o programa 50 Tons de Chopin, em Conservatório de Paris; o trompetista ame- neiro, tendo como base a cidade de Mococa, que receberá músicos convidados. Outro des- ricano James Thompson, professor da East- no interior do estado de São Paulo. O foco do taque é o concerto de encerramento, no dia man School of Music; a violinista argentina evento é uma proposta de imersão musical e 19, com a orquestra e o coro e regência de Jean Lucia Luque; o fagotista turco Selim Aykal; de diálogo e convívio entre artistas e público. Reis e do maestro Parcival Módolo. a flautista brasileira Claudia Nascimento, As apresentações acontecem no interior, mas O Festival de Música de Santa Catarina, primeira flauta solista da Osesp; e o trompe- também em São Paulo, na Sala São Paulo, no Femusc, realiza sua nova edição na cidade de tista Luiz Garcia, também da Osesp. Teatro Eva Herz e no Masp. Por esses palcos Jaraguá do Sul entre os dias 24 de janeiro e 2 No Paraná, acontece a 36ª edição da Ofi- vão passar, além dos alunos do evento, que de fevereiro. A programação inclui concertos cina de Música de Curitiba, com progra- tem como tema este ano Rebelde, músicos e óperas, além de intensa atividade pedagógi- mação entre os dias 16 e 27 de janeiro. Um como o violoncelista Jakob Koranyi, o con- ca. “Apresentaremos duas óperas, cada uma dos mais importantes eventos pedagógicos trabaixista Pedro Gadelha, o pianista Cristian com sua própria orquestra: Suor Angelica, de do país, a oficina, como nos anos anteriores, Budu e o clarinetista Gabriele Mirabassi. Os Puccini, e Os sete pecados capitais, de Kurt está dividido em três categorias: música eru- repertórios, bastante diversificados, contam Weill. Teremos ainda uma renovação nas or- dita (com direção de Abel Rocha), música com obras de compositores como Stravinsky, questras criadas para treino de jovens maes- antiga (comandada por Rodolfo Richter) e Beethoven, Golijov, Caroline Shaw, George tros, que agora passam a ser completas e não música popular brasileira (com João Egashi- Crumb, Shostakovich e Messiaen. somente de cordas”, explica o diretor artístico ra). As três acontecem simultaneamente, O Festival Música nas Montanhas, Alex Klein. Nos concertos sinfônicos das or- com o objetivo, segundo a organização, de criado e dirigido pelo maestro Jean Reis, questras formadas por alunos, os destaques “fortalecer os laços entre as áreas e sugerin- completa vinte anos em 2019. A edição co- são peças como Sheherazade, de Rimsky-Kor- do novas interfaces”. A sede será a Pontifí- memorativa será realizada entre os dias 9 e sakov, Don Juan, de Strauss, e um repertório cia Universidade Católica. A coordenação 19 de janeiro, em Poços de Caldas, Minas formado apenas por obras de compositoras. geral do evento é de Janete Andrade. Gerais, ocupando espaços como o Teatro da Na área pedagógica, uma das novidades é a E, na serra gaúcha, o maestro Linus Ler- Urca. Ao mesmo tempo, será realizado ainda presença de representantes da Universidade ner comanda a nova edição do Gramado o 1º Encontro Nacional de Canto. A lista de de Cincinnati, dos EUA, que estarão no even- in Concert. Brasileiro radicado nos Estados professores inclui alguns dos principais ins- to para realizar audições tendo em vista a pos- Unidos, ele estará à frente da orquestra for- trumentistas em atividade no Brasil: o clari- sibilidade de estudo na instituição. mada por alunos e professores, sugerindo um netista Luís Afonso Montanha, o trompista Em Pelotas, com direção artística de Evan- intercâmbio de músicos de diferentes países Mario Rocha, o percussionista Carlos Tarcha, dro Matté, acontece entre os dias 14 e 25 e formações. A agenda tem, além dos concer- os contrabaixistas Ana Valéria Poles e Sérgio de janeiro o Festival Internacional Sesc tos sinfônicos, música de câmara.

52 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u BAURU, SP Caconde, SP Dia 6 às 20h30 na Igreja Matriz – 1º FIMUB – Festival Internacional Praça Ranieiri Mazzilli, s/nº. de Música de Bauru Programação a definir. De 20 a 26 de janeiro Direção artística: Jean Reis São José do Rio Pardo, SP www.fimub.com.br Dia 9 às 19h30 na Casa Cultural Ítalo- Digital Concert Hall Entrada franca -Brasileiro – Rua 13 de Maio, 195 – Centro. Programação a definir. A Filarmônica de Berlim em sua casa Teatro Municipal Celina Lourdes Alves Neves – Av. Nações Unidas, 8-9 – Centro – Tel. (14) MOCOCA, SP 3235-1088. Dia 10 às 19h30 no Teatro Municipal SÉRIE CONCERTOS NOTURNOS. Às 20h. – Rua Coronel Diogo, 82 – Centro. Acesse pelo Site CONCERTO Dia 20: Concerto de abertura. Música Programação a definir. e ganhe 10% de desconto em Alta Voltagem. Orquestra de Cordas do 20º Festival Música nas Montanhas. SÃO PAULO, SP Dia 21: Preto e Branco. Flavio Augusto – Dia 11 às 20h: 1ª parte: Yura Lee, www.concerto.com.br piano. Dia 22: Quinteto e Trio Versatilis. Gustavo Lennertz, Gabriel Mira e Gideoni Dia 23: Convidados. Dia 24: Professores Loamir – violinos, Asbjørn Norgaard e do Fimub. Jean Reis – regente. Dia 25: Daniel Espinoza – violas e Jakob Koranyi EnCanto e DaCasa. Dia 26: Concerto de e Orlando Puertas López – violoncelo. Filarmônica de Berlim encerramento. Orquestra do 1º Fimub. Programa: Mendelssohn – Octeto de Jean Reis – regente. cordas. 2ª parte: Tai Murray – violino, PROGRAMAÇÃO SÉRIE CONCERTOS SOCIAIS. Às 15h. Gabriele Mirabassi – clarinete e Cristian Budu – piano. Programa: Stravinsky – JANEIRO / FEVEREIRO DE 2019 Apresentação na comunidade: hospitais, A história do soldado. 3ª parte: Alexi asilos, creches e locais públicos Kenney, Tai Murray, Felipe Bueno e selecionados. Participação de alunos Nathan Amaral – violinos, Jennifer e coordenadores do Fimub. Stumm, Daluz Sepúlveda – viola e QUARTA-FEIRA • 9 DE JANEIRO • 17H ENSAIOS ABERTOS. Às 9h. Giovanni Gnocchi e Guilherme Moraes – Bundesjugendorchester violoncelos. Programa: Enescu – Octeto. Destinado à prática de orquestra a todos Masp Auditório – Av. Paulista, 1578 – Bela Kirill Petrenko – regente alunos de cordas em preparo para o Vista – Tel. (11) 3251-5644 (374 lugares). Obras de Bernstein, Kraft e Stravinsky concerto de encerramento. Dia 12 às 20h: O Fim do Tempo. Série ASSALTO MUSICAL. Às 17h30. 1ª parte: Victor Hugo Rego – clarinete, Destinada aos alunos do Fimub. Jakob Koranyi – violoncelo e Cristian Budu SÁBADO • 12 DE JANEIRO • 16H – piano. Programa: Brahms – Trio op. 114: Tugan Sokhiev – regente Allegro. 2ª parte: Alexi Kenney e Yura Obras de Borodin, Rachmaninov e Prokofiev u CURITIBA, PR Lee – violinos, Asbjørn Norgaard – viola 36ª OFICINA DE MÚSICA e Guilherme Moraes e Jakob Koranyi – De 16 a 27 de janeiro violoncelos. Programa: George Crumb SÁBADO • 19 DE JANEIRO • 16H – Black Angels, Sarabanda de la muerta Oficina de Música Erudita Mariss Jansons – regente / Evgeny Kissin – piano Direção artística: Abel Rocha oscura e Sinos perdidos – Eco. 3ª parte: Tai Murray – violino, Giovanni Gnocchi – Obras de Strauss, Liszt e Wagner Oficina de Música Antiga violoncelo, Gabriele Mirabassi – clarinete Direção artística: Rodolfo Richter e Cristian Budu – piano. Programa: Olivier Oficina de Música Popular Brasileira Messiaen – Quarteto para o fim do tempo: SÁBADO • 26 DE JANEIRO • 16H Direção artística: João Egashira Vocalise. 4ª parte: Jennifer Stumm – Alan Gilbert – regente / Lisa Batiashvilli – violino Coordenação geral: Janete Andrade viola e Cristian Budu – piano. Programa: Obras de Thorvaldsdottir, Prokofiev e Strauss Tel. (41) 3321-2848 George Crumb – Black Angels: Vozes www.oficinademusica.org.br antigas, Vozes antigas – Eco e Deus – Leia mais na pág. 52 Música; e Shostakovich – Sonata op. 147: SEXTA-FEIRA • 1º DE FEVEREIRO • 17H Adágio. 5ª parte: Cristian Budu – piano. Programa: Schubert – Impromptu nº 3. Marek Janowski – regente u ENGENHEIRO 6ª parte: Músicos do Festival. Programa: Obras de Bruckner COELHO, SP Olivier Messiaen – Quarteto para o fim do tempo: Dança da fúria, pelas sete 25º Encontro de Músicos da unasp trombetas; George Crumb – Black Angels: SEXTA-FEIRA • 15 DE FEVEREIRO • 17H Centro Universitário Adventista Dança macabra e Pavana lachrymae; e Yannick Nézet-Séguin – regente De 15 a 19 de janeiro Schubert – Quarteto de cordas, A morte e Cursos, aulas, concertos, palestras, a donzela. 7ª parte: Tai Murray – violino Obras de Ravel, Debussy e Prokofiev lançamentos, ensaios e devocionais e Cristian Budu – piano. Programa: Olivier www.unasp.br.eventos/evento/ Messiaen – Quarteto para o fim do tempo: encontrodemusicos Louange à l’immortalité de Jésus. DIVULGAÇÃO / STEFAN HÖDERATH Masp Auditório – Av. Paulista, 1578 – Bela Vista – Tel. (11) 3251-5644 (374 lugares). u ESTADO DE SÃO PAULO Dia 12 às 14h: Future Rebel I. Programa: 5º Festival Ilumina Purcell – Fantasias para 3, 4, 5 e 6 De 2 a 13 de janeiro vozes; Anna Thorvaldsdottir – Illumine Tema Rebelde para octeto de cordas; e Mendelssohn – Apresentações em Caconde, Mococa, Quarteto de cordas op. 13. São José do Rio Pardo e São Paulo Teatro Eva Herz da Livraria Cultura Conjunto Direção artística: Jennifer Stumm Nacional – Av. Paulista, 2073 – Bela Vista – Tel. (11) 3170-4059 (168 lugares). www.iluminafestival.org Entrada franca Dia 13 às 11h30: Future Rebel II. Leia mais na pág. 52 Programa: Beethoven – Quarteto de u ROTEIRO MUSICAL Festivais de Verão cordas nº 1 op. 18; Osvaldo Golijov – Schuck Biasibetti e Philip Mayer – u Poços de violoncelos, Betina Stegman e Nelson Os sonhos e orações de Isaac o cego; violoncelos, Eder Kinappe – contrabaixo, Rios – violinos e Marcelo Jaffé – viola. Caroline Shaw – Valencia para quarteto Fernando Rauber Gonçalves – órgão Caldas, MG Programa: Chopin – Noturnos nº 2 e de cordas; e Strauss – Metamorphosis. barroco e Fernando Cordella – cravo. nº 3 op. 9, Valsa Brilhante nº 1 op. 34, Teatro Eva Herz da Livraria Cultura Conjunto Participação: Lucia Luque (Argentina) – 20º FESTIVAL MÚSICA NAS MONTANHAS Mazurka nº 4 op. 17, Scherzo nº 2 op. 31, Nacional – Av. Paulista, 2073 – Bela Vista – Tel. violino. De 9 a 19 de janeiro Sonata para violoncelo e piano op. 65 (11) 3170-4059 (168 lugares). 1º ENCONTRO NACIONAL DE CANTO (3º movimento), Trio para piano, violino Dia 15: Orquestra São Pedro. Dia 13 às 16h: Rebelião de Alegria. De 9 a 13 de janeiro e violoncelo op. 8 e Concerto para Carlos Buono (Argentina) – acordeão. 1ª parte: Ato I – Rockstars. Tai Murray e Direção artística: Jean Reis violinos, viola e violoncelo nº 2. Gideoni Loamir – violinos, Jennifer Stumm www.festivalmusicanasmontanhas.com.br Dia 16: Quinta Essentia – Quarteto Dia 16: Recital Professores II. Ricardo – viola e Jakob Koranyi – violoncelo. Entrada franca de flautas doces. Espetáculo Caboclo. Barbosa – oboé, Luis Afonso Montanha Programa: Jimi Hendrix – Purple Haze. Leia mais na pág. 52 Gustavo de Francisco, Pedro Ribeirão, – clarinete, Ronaldo Pacheco – fagote, 2ª parte: Yura Lee e Alexi Kenney – Francielle Paixão e Renata Pereira – Mario Rocha – trompa, Elisa Fukuda – violinos, Asbjørn Norgaard – viola e Série Concertos Noturnos flautas doces. violino, Flávio Augusto – piano, Danilo Giovanni Gnocchi – violoncelo. Programa: Teatro da Urca – Praça Getúlio Vargas, Mezzadri – flauta, Aldo Mata – violoncelo, Beethoven – Grande fuga op. 133. Dia 17: Yangos. Brasil Sim Senhor! s/nº – Tel. (35) 3713-9901. Às 20h30. Carlos Tarcha – vibrafone, Robert Suetholz 3ª parte: Ato II – Os artistas dominam César Casara – piano, Cristiano Klein – – violoncelo, Gilberto Tinetti – piano o palco. Cristian Budu – piano. Programa: percussão, Rafael Scopel – acordeão Dia 10: Concerto de abertura do 1º e alunos do festival – oboé, clarinete, Villa Lobos – Ciclos brasileiros: Impressões e Tomás Savaris – violão. Encontro de Canto. Lançamento de CD de fagote e trompa. Programa: Mozart – seresteiras e Festa no sertão. 4ª parte: Accento Trio: Susan Ruggiero – soprano, Praia do Laranjal – Palco do Festival. Serenade nº 12 K 388/384a; Schumann Pedro Gadelha – contrabaixo. Programa: Danilo Mezzadri – flauta e Ney Fialkow Às 20h30. – Sonata nº 1; Villa-Lobos – Assobio a jato; Sofia Gubaidulina – Prelúdios para – piano. Programa: Ravel – La Flûte John Cage – Dream; e Nino Rota – Trio contrabaixo: Senza Arco. 5ª parte: Dia 18: Banda Sinfônica Acadêmica. enchantée; Schubert – The Shepherd on para clarinete, violoncelo e piano. Gabriele Mirabassi – clarinete e Músicos Antonio José Augusto – regente. the Rock; Albert Roussel – Deux Poèmes do Festival. Programa: obras de Carte Emiliano Barri (Argentina) – saxofone. de Ronsard; Puccini – O mio babbino caro; Dia 17: Banda Sinfônica Música nas Blanche. 6ª parte: Ato III – Eu sou. Nós Programa: compositores brasileiros François Borne – Fantasia brilhante sobre Montanhas. Juliano Barreto – regente. somos. Você também! Jakob Koranyi – e internacionais. um tema de Carmen de Bizet; e Adolphe Leonardo Faria – flauta. Programa: Alfred Adam – Ah, vous dirai-je, maman. Reed – A Festival Prelude; Ferrer Ferran violoncelo. Programa: Ligeti – Sonata Dia 19: 1ª parte: O choro é livre! Sexteto – Euterpe e Concertino para flauta e para violoncelo. 7ª parte: Músicos do Gaucho. Mathias Pinto – violão, Lucian Dia 12: Concerto de abertura. 1ª parte: banda sinfônica; Holst – Suíte nº 1; Steven Festival. Programa: Bartók – Divertimento Krolow – sopros, Samuca – acordeão, Metais Música nas Montanhas. Orquestra Reineke – Pilatus: Mountain of Dragons; para cordas. Elias Barboza – bandolim, Guilherme Sinfônica Música nas Montanhas. Jean Arturo Márquez – Dança nº 2; e Zequinha Sala São Paulo – Praça Júlio Prestes – Campos Sanches – percussão e Alexander Susin Elíseos – Tel. (11) 3223-3966 (1500 lugares). Reis – regente. Programa: R. Strauss de Abreu - Tico-tico no fubá. Ingressos: tel. (11) 3777-9721 – www.osesp. – cavaquinho. Programa: sonoridade – Wiener Philharmoniker Fanfare. 2ª byinti.com/#/ticket. Estacionamento: R$ 28. tradicional dos conjuntos brasileiros de parte: Orquestra Sinfônica Música nas Dia 18: 1ª parte: Conjunto de Metais. choro, incluindo composições de seus Montanhas e convidados: Dinho Nogueira Programa: Gabrieli – Canzon in double próprios integrantes. 2ª parte: Jazz em e Zé Barbeiro – violões e Quinteto echo; e Händel – The arrival of the Queen u Gramado, RS concerto. Orquestra . Evandro Araçá. Programa: Dinho Nogueira – of Sheba. 2ª parte: Orquestra de Cordas Matté – regente. Solistas: Débora Suíte Um a zero; Zé Barbeiro – A turma; do Festival. Jean Reis – regente. Ricardo V GRAMADO IN CONCERT Neto, Luciano Leães, Mari Herber e Pixinguinha – Lamentos e Carinhoso; Barbosa – oboé, Aldo Mata – violoncelo Festival Internacional de Música Ale Ravanello. Programa: Gershwin – e Zequinha de Abreu – Tico-tico no fubá. e Luis Afonso Montanha – clarinete. De 1º a 9 de fevereiro Summertime; Louis Armstrong – Go 3ª parte: Orquestra Sinfônica Música Programa: Vivaldi – Concerto para Direção-geral: Allan John Lino Down Moses; Ray Charles – Georgia on nas Montanhas. Programa: Tchaikovsky oboé RV 447; Adrien-François Servais – Direção artística: Linus Lerner my Mind; Glenn Miller – In the Mood; – Abertura 1812. Souvenir de Spa; e Gerald Finzi – Cinco e Leandro Serafim e Chick Corea – Spain; entre outros. bagatelas para clarinete. Dia 13: Encerramento do Encontro de www.gramadoinconcert.com.br Dia 20: Orquestra Acadêmica. Cecilia Canto. Ópera O Empresário, de Mozart. Dia 19: Concerto de encerramento. Espinosa Arango – regente. Participação: Orquestra Versatilis. Jean Reis – regente. Orquestra Sinfônica, Coro e Convidados Sexteto Gaúcho. Programa: Gnattali – Francisco Mayrink – direção cênica. do Festival. Jean Reis e Parcival Módolo – u Jaraguá do Sul, SC Suíte Retratos. Jéssica Leão (Madame Hertz), Elisa regentes. Programa: Schumann – Concerto para quatro trompas; Gnattali – Concerto Dia 21: Núcleos de Percussão e Braga (Mademoiselle Silberklang), FEMUSC – 14º Festival de Célio Souza (Herr Frank), Felipe Vidal para quarteto de cordas; Respighi – Pini Música de Santa Catarina Metais. Programa: obras do barroco di Roma; e John Rutter – Gloria. ao contemporâneo. (Herr Eiller), Isaque Oliveira (Buff), De 24 de janeiro a 2 de fevereiro Guilherme Gimenes (Criado). Lucas Direção artística: Alex Klein Dia 22: Núcleo de Canto. Gala Lírica. Albuquerque, Marcos Vinicius Vieira, Série MUSEU – IMS www.femusc.com.br Alunos do festival acompanhados de Renan Branco e Felipe Balieiro – pianos. Leia mais na pág. 52 Instituto Moreira Salles – piano. Programa: àrias, duos e formações Rua Teresópolis, 90. Às 18h30. distintas do repertório operístico e de Dia 14: Recital Professores I. câmara para o canto. Lançamento do CD “Ars Rhetorica”. Dia 17: Marcos Machado – contrabaixo u Pelotas, RS Aldo Mata – violoncelo, Betina e Ney Fialkow – piano. Lançamento Dia 23: Núcleos de Cordas, Violões Stegmann – violino, Sergio Oliveira do CD “Fantasy”. Programa: De Falla – 9º FESTIVAL INTERNACIONAL e Madeiras. Projeto Orquestra Jovem. – contrabaixo, Ney Fialkow e Flávio canções populares espanholas; Frèdèric SESC DE MÚSICA Programa: obras de diferentes períodos Augusto – pianos, Danilo Mezzadri – Devreese – Circles; Korngold – Garden De 14 a 25 de janeiro da história da música. flauta, Bruno Lorenzetto – trompete, Scene; e Frank Proto – A Carmen Fantasy. Direção artística: Evandro Matté Ricardo Barbosa – oboé, Luís Afonso Dia 24: Banda Sinfônica Acadêmica. SÉRIE CONCERTOS ACADÊMICOS www.sesc-rs.com.br/festival Glen Hemberger (EUA) – regente. Montanha – clarinete e Ronaldo Pacheco Entrada franca: doação de James Thompson (EUA) e Tiago Linck. – fagote. Programa: Bach – Seleção das Teatro da Urca – Praça Getúlio Vargas, s/nº – alimentos não perecíveis Suítes para violoncelo solo; Glière – Suíte Tel. (35) 3713-9901. Às 18h30. Leia mais na pág. 52 Parque da Baronesa – Av. Domingos para violino e contrabaixo; Guarnieri – de Almeida, 1490 – Areal. Às 16h. Sonatina para piano nº 4; Ian Clarke – The Dia 18: Orquestra Acadêmica do Theatro Guarany – Rua Lôbo da Costa, 849 – Great Train Race; Bernstein – Rondo for Festival. Classe de regência. Jean Reis – Dia 20: Festival na Baronesa. Centro – Tel. (53) 3225-7636. Às 20h30. Lifey, Simple Song e White and Blues para regente. André Sanches – coordenação. Maratona de performances musicais. trompete e piano; e Villa-Lobos – Quarteto. Marcelo Jaffé – viola e Sergio Oliveira Dia 14: Sphaera Mundi Orquestra. Largo do Mercado Público. Às 20h30. – contrabaixo. Programa: Holst – Brook Ariel Polycarpo, Brigitta Calloni, Carlos Dia 15: 50 Tons de Chopin. Flávio Green; Grieg – Duas melodias nórdicas; Sell, Giovani Dos Santos, Leonardo Bock Dia 25: Orquestra Acadêmica do Augusto – piano. Comemoração dos 50 Karl Ditter Dittersdorff – Sinfonia e Márcio Cecconello – violinos; Gabriel Festival. Evandro Matté – regente. anos de música do pianista. Participação: Concertante para viola e contrabaixo; Polycarpo e Tiago Neske – violas, Diego Participação: Tholl e Voice IN. Robert Suetholz e Davi de Oliveira – e Grieg – Suíte Peer Gynt nº 1. t

54 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO Edição Dezembro 2018 Todos os textos e fotos publicados na seção Gramophone são de propriedade e copyright de Mark Allen Group, Grã-Bretanha. www.gramophone.co.uk

Baseado nas Essa gravação de Händel traz resenhas deste Handel um jeito de cantar incrivelmente ‘Italian Cantatas’ mês, Martin Sabine Devieilhe sop cheio de estilo, com um fazer Cullingford Lea Desandre mez musical que, sob a excelente apresenta Le Concert d’Astrée / direção de Emmanuelle Haïm, Emmanuelle Haïm as melhores Erato está impregnado de uma gravações teatralidade empolgante. Gravação do mês Gravação

Debussy Mahler DvoRÁk Orchestral Works Symphony No 6 Piano Trios Nos 3 & 4 Les Siècles / MusicAeterna / Christian Tetzlaff vn François‑Xavier Roth Teodor Currentzis Tanja Tetzlaff vc Harmonia Mundi Sony Classical Lars Vogt pn Ondine

Um acréscimo soberbo à fascinante Poucos regentes recentes causaram Um disco de música de câmara panorâmica de Debussy da Harmonia Mundi, tanto debate quanto Teodor Currentzis – sua requintado e saboroso, e um exemplo com François-Xavier Roth e seu grupo de abordagem extraordinariamente vívida da impressionante da intimidade e interação instrumentos de época capturando a beleza gravação é, aqui, tão eletrizante quanto em que esse gênero pode encarnar em sua e mistério da música. sua recente Patética. forma mais elevada

Messiaen ‘Bach Inspirations’ ‘The Berlin Recital’ La Nativité du Seigneur Thibaut Garcia vln Yuja Wang pn Richard Gowers org Erato DG King’s College, Cambridge

Do começo calmo da obra à parte final, O controle sonoro instintivo das cores do Yuja Wang é uma das pianistas mais magnífica e magistral, o órgão é tocado de violonista Thibaut Garcia, e seu virtuosismo impressionantes de sua geração – aliando modo impressionante, com o som atmosférico gracioso, apresentam um álbum que é por técnica extraordinária e musicalidade do Kings College capturado com muita vezes comovente e reflexivo, por vezes imaginativa, faz sua segunda aparição nessas habilidade. dramático, mas sempre hábil e delicado. páginas nos últimos meses.

Elgar ‘Pater Peccavi’ Saint-Saëns Ascanio The Music Makers. The Marian Consort / Sols; Orchestra of the The Spirit of England Rory McCleery Geneva University BBC Symphony Delphian of Music / Guilaume Orchestra / Tourniaire Sir Andrew Davis B Records Chandos

Com artistas e uma gravadora como a The Marian Consort e Rory McCleery Há uma sensação verdadeira de deleite Chandos tão firmes em um repertório como trazem à musica de Portugal, do final com a descoberta quando esses músicos esse, não surpreende que esse álbum seja da Renascença, a habilidade e elegância – instrumentistas, coro e solistas, todos tão poderoso e emocionante. suprema pelas quais já são conhecidos. excelentes – nos trazem essa raridade.

DVD/Blu-ray RELANÇAMENTO/ARQUIVO Em associação com Puccini Madama Butterfly Wilhelm Backhaus Sols; Royal Opera / Sir Antonio Pappano HMW Recordings 1925-1937 Opus Arte Wilhelm Backhaus pn APR www.qobuz.com Mark Pullinger ficou profundamente emocionado com essa produção, no teatro e Uma chance de se esbaldar com Ouça diversas das agora nas telas, trazendo a excelente Ermonela o virtuosismo do jovem Wilhelm gravações da Escolha Jaho no papel-título, e um dos principais Backhaus, incluindo a primeira do Editor online em regentes de Puccini de hoje no pódio. integral dos Estudos de Chopin. qobuz.com

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 55 u Lançamentos de CDs

NOCTURNAL DEBUSSY… ET LE JAZZ HAYDN: CONCERTI À PORTUGUESA Jakob Lindberg – alaúde Prelúdios para um quarteto PER ESTERHÁZY Concertos e sonatas ibéricos Lançamento Bis. Importado. R$ 99,40 Quarteto Debussy Marco Ceccato – violoncelo Orquestra Barroca Nascido na Suécia, Jakob Jacky Terrasson / Vincent Amandine Beyer – violino Casa da Música Porto Lindberg começou seus estudos Peirani / Franck Tortiller / Gli Incogniti Andreas Staier – cravo na música com o violão. Durante Jean-Philippe Collard-Neven – Lançamento Harmonia Mundi. e regência Importado. R$ 116,10 o período que passou no Royal participações especiais Lançamento Harmonia Mundi. College of Music de Londres, Lançamento Harmonia Mundi. Durante o período em que Importado. R$ 116,10 no entanto, o interesse pela Importado. R$ 116,10 trabalhou a serviço dos príncipes O pianista alemão Andreas música do Renascimento o fez Um dos pilares da obra de Claude Esterházy, Joseph Haydn pôs Staier alia em seu trabalho se dedicar ao alaúde, que se Debussy é sua escrita para piano, em movimento uma revolução. a interpretação e a pesquisa tornaria seu instrumento. Desde na qual destacam-se os dois livros Os concertos escritos neste histórica. Em concertos recentes então, ele tem desempenhado de Prelúdios, cada um com dozes momento, como anota a violinista com a Orquestra Sinfônica do papel fundamental na peças solo que logo se tornaram Amandine Beyer no encarte Estado de São Paulo, ele deu revelação deste repertório e das fundamentais no repertório de do CD, aos poucos se afastam amostras, ao tocar Beethoven possibilidades expressivas do grandes pianistas. Os músicos do estilo galante então em voga e Mozart, do olhar cuidadoso alaúde. Em seu novo disco, o do Quarteto Debussy, no e sinalizam uma nova forma e atento ao estilo com que se ponto de partida é, na verdade, entanto, resolveram pensar essas de discurso musical que será aproxima das partituras que uma peça do século XX, composições de maneira diferente. conhecida como o estilo clássico. interpreta. Neste novo disco, ele Nocturnal, que Benjamin Britten Para eles, algumas das inovações Voltar a esses concertos, portanto, se dedica à música da península compôs inspirado na obra do acarretadas pelos prelúdios é retornar a um dos momentos Ibérica. É uma viagem musical, inglês John Dowland. O próprio seriam apropriadas ao longo do mais importantes da história da mas também de caráter histórico, Lindberg escreveu o arranjo século XX pelo jazz. E eles, então, música, o que por si só valeria que nos leva ao momento em que para alaúde da composição que, construíram um disco em que a audição. No entanto, o que Portugal e Espanha, no século assim, passa a dialogar de maneira esse diálogo se evidencia. Cada os músicos do Gli Incogniti XVIII, se voltam à música da ainda mais direta com a música um dos prelúdios selecionados e os solistas Marco Ceccato Europa em busca de modelos. renascentista de autores como ganhou arranjos para quarteto de e a própria Amandine fazem é Esse diálogo é o verdadeiro tema Anthony Holborne, Edward cordas, que se une na interpretação revestir essas obras (Concertos do disco, que reúne autores Collard, Daniel Bacheler, John aos músicos de jazz Jacky para violino Hob. VIIa: 1 e 4 e da península, assim como Danyel, William Byrd e do próprio Terrasson, Vincent Peirani, Concerto para violoncelo Hob. compositores italianos que foram Dowland, selecionados para o Franck Tortiller e Jean-Philippe VIIb:1) de uma energia pulsante. convidados a se apresentar em álbum. Todas as peças carregam Collard-Neven. De La cathédral Não por acaso. O Gli Incogniti Portugal e na Espanha. São um caráter bastante introspectivo, engloutie, por exemplo, participam nasceu como grupo de câmara, particularmente fascinantes os que Lindberg sabe ressaltar com o piano e o contrabaixo; e de La com o objetivo de dar a cada concertos de José Antonio Carlos um toque sensível e, em alguns fille aux cheveux de lin, o quarteto músico responsabilidade na hora Seixas, elogiados por Boccherini, momentos, quase teatral. Com se une ao acordeom. O destaque da interpretação, criando em de quem Staier interpreta um isso, ele nos transporta por meio é Bussi’s Blues, em que diversos conjunto suas leituras. E é esse arranjo para cravo e orquestra de dos sons para outra época, que, prelúdios formam uma sequência senso de comprometimento que cordas do Quintettino musica nas temáticas – em especial a em que são relidos pelo piano e permite a eles recriarem obras notturna dell strade di Madri, presença da natureza na vida pelo quarteto. Um exercício de conhecidas como se fossem que ele toca ao lado dos músicos do ser humano –, se aproxima recriação fascinante, levado a cabo novas, em um diálogo íntimo da Orquestra Barroca Casa da contudo de nosso tempo. por músicos de extrema qualidade. com dois grandes solistas. Música, da cidade do Porto.

VIVALDI no Concerto de Britten. E, em 2016, abriu a série da Sonatas para violoncelo e baixo contínuo Cultura Artística com a integral das Suítes para violoncelo Jean-Guilhen Queyras – violoncelo de Bach. E é à música barroca que ele se volta uma vez mais Michael Behringer – cravo e órgão em seu novo disco, com as sonatas para violoncelo e baixo Lançamento Harmonia Mundi. Importado. R$ 116,10 contínuo de Vivaldi. São peças fundamentais na história do Não parece haver limites para a imaginação musical do instrumento e exemplos da escrita do compositor. Sobre violoncelista francês Jean-Guilhen Queyras. Um dos isso, o musicólogo Olivier Fourés narra uma história: ao principais músicos de sua geração, ele construiu uma receber a partitura de um aluno, Vivaldi o teria mandado reputação marcada, acima de tudo, pela diversidade apagar metade das notas, afinal, é preciso, disse, deixar de interesses. Gravou, por exemplo, o Concerto para espaço suficiente para que se revele o milagre. Milagre que, violoncelo de Ligeti. Com a Osesp, em 2006, foi o solista nas mãos de Queyras, soa sempre atual.

56 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u Lançamentos de CDs Compre pelo telefone (11) 3539-0048 ou www.lojaclassicos.com.br

BERNSTEIN: THE 3 SYMPHONIES de W. H. Auden sobre jovens em busca do sentido da vida; Orquestra e Coro da Academia de Santa Cecilia e, na Sinfonia nº 3, é a relação com Deus o tema, com um de Roma / Antonio Pappano – regente narrador que confronta a figura divina, a quem culpa pelas Lançamento Warner Classics. Importado. 2 CDs. R$ 198,80 desgraças na terra. São três obras de forte caráter teatral, Qual é o lugar do ser humano em um mundo em que Pappano evidencia com maestria. Destaque para a transformação? Essa é a pergunta que perpassa as três participação da pianista Beatrice Rana na segunda sinfonia sinfonias de Leonard Bernstein, que acabam de ganhar e para a presença da veterana mezzo soprano Josephine leitura de referência do maestro Antonio Pappano e dos Barstow como narradora na terceira, tendo ao lado a músicos da Orquestra da Academia de Santa Cecília soprano Nadine Sierra como solista. Um time de estrelas de Roma. Na Sinfonia nº 1, Bernstein narra a vida do capaz de mostrar que essas sinfonias merecem lugar de profeta Jeremias; na Sinfonia nº 2, inspira-se em um poema relevância no cenário da música do século XX.

BLUES DIALOGUES GABRIEL FAURÉ CANTIGAS E MOMENTOS SÃO PAULO: PAISAGENS Música de compositores negros 13 Barcarolles Obras de Antonio Ribeiro SONORAS (1830-1880) Rachel Barton Pine – violino Michael Endres – piano Rosana Civile – piano Vários intérpretes e Matthew Hagle – piano Lançamento Oehms Classics. Lançamento independente. Nacional. compositores Lançamento Cedille. Importado. Importado. R$ 89,70 Preço a definir Anna Maria Kieffer – R$ 112,60 Durante um concerto em que Rosana Civile, fundadora do direção musical A violinista Rachel Barton o lendário maestro Sergiu Núcleo Hespérides das Américas Lançamento Selo Sesc. Nacional. Pine (que esteve no Brasil neste Celibidache regia o Réquiem e pianista do Coral Paulistano CD com libreto de 78 páginas. ano para se apresentar com a de Gabriel Fauré, um jovem Mário de Andrade, gravou em Preço a definir Orquestra Filarmônica de Minas pianista teve uma revelação. seu novo trabalho dois ciclos de O novo trabalho idealizado pela Gerais e no Theatro Municipal Ficou impressionado com o peças do compositor Antonio mezzo soprano Anna Maria de São Paulo) gravou em 1997 poder daquela música, com seu Ribeiro: Cantigas da solidão e Kieffer pretende ser “um painel um disco dedicado a concertos de caráter sombrio. E resolveu que 24 momentos. É o próprio Ribeiro musical, visual e sonoro da cidade compositores negros dos séculos o compositor faria parte de seus quem explica, em conversa com o de São Paulo, entre 1830 e XVIII e XIX. A reação ao álbum planos como intérprete. É o jornalista Irineu Franco Perpetuo 1880, abordando suas ruas, seus a fez criar um projeto chamado próprio Michael Endres quem no encarte do disco, a origem das edifícios e habitantes, seguindo a Music by Black Composers, que conta a história. Professor em obras. Apesar do termo cantiga transformação da cidade a partir de nos últimos anos já catalogou instituições como a Hochschule se referir a algo cantado, ele um vilarejo de tropeiros, passando mais de mil obras. Entre elas, de Colônia e a Hochschule Hanns diz, “ao longo do tempo foram a um importante núcleo de há uma presença importante de Eisler de Berlim, ele explica os acrescentados outros sentidos de estudantes e chegando à beira da partituras que evocam o blues e o motivos que o levaram a gravar modo a ampliar sua possibilidade expansão industrial e urbanística jazz, referências na infância e na as 13 barcarolas, obras pouco de uso. Aqui, as cantigas dão que irá caracterizá-la” (leia juventude da violinista. E a partir conhecidas de Fauré, compositor nome a pequenas peças que, de entrevista com a artista na página daí nasceu o conceito deste disco, que ajudou a mudar o cenário alguma forma, têm a pretensão de 16). Para tanto, ela levantou gravado com o pianista Matthew da música francesa entre os anos exprimir sentimentos condensados obras – musicais e poéticas – de Hagle: uma reunião de obras 1870 e 1920. Para Endres, as em poucos compassos”. Já no autores como Álvares de Azevedo, dos séculos XX e XXI em que os Barcarolas, escritas entre 1880 primeiro livro de 24 momentos Bernardo Guimarães, Fagundes autores dialogam com o gênero. e 1921, servem como guia da (o compositor conta que já tem Varela, Bittencourt Sampaio, Nada é óbvio nas composições evolução musical do compositor. um outro pronto), o que Ribeiro Castro Alves, Eugênia Câmara, selecionadas, como Blue/s Mas não só. As peças se tornam propõe é “um diário musical Emílio Correa do Lago, Carlos Forms e Louisiana Blues Strut, de mais introspectivas, sóbrias (e construído ao longo de 23 Gomes, Pedro Santana Gomes, Coleridge-Taylor Perkinson; Suíte sombrias) com o passar do tempo, anos”. Une as obras um caráter Elias Álvares Lobo, Paulo Eiró e para violino e piano, de William oferecendo um olhar fascinante fortemente introspectivo, o que Luiz Gama, entre outros. Entre Grant Still; A Set of Dance Tunes sobre como a personalidade oferece no disco um diálogo entre os músicos convidados, estão o for solo Violin, do nigeriano Noel musical de Fauré se transforma. os dois ciclos e, assim, entre barítono Sandro Bodilon, o tenor da Costa; e Levee Dance, de Se sua música de câmara, assim diferentes momentos da trajetória Alessandro Greccho, o flautista Clarence White, peça que era uma como seu Réquiem, o inseriram de Ribeiro como autor, recriado de Antonio Carlos Carrasqueira, das marcas registradas de Jascha no grande repertório, é a opinião maneira sensível pelas mãos de o clarinetista Sergio Burgani e o Heifetz. Em todas elas, o poder de de Endres que a música para Rosana Civile, cujo trabalho percussionista Paulo Dias. O CD invenção relê a tradição em nome piano merece tratamento igual. de intérprete tem sido decisivo vem acompanhado de um libreto de visões de futuro – com grandes Ouvindo sua interpretação, é na divulgação da música de de 78 páginas, ilustradi com artistas como intérpretes. impossível discordar. compositores brasileiros. iconografia de época.

58 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO u OUTROS EVENTOS u SÃO PAULO CURSO: Musicalização mágica. Com Daise Aguiar Silva. Jil Aigrot – cantora. Dia 8 de outubro: The Duke Elling- Dias 12 e 13 de janeiro, das 9h às 17h. Local e inscrições: ton Orchestra. Dia 9 de novembro: The English Baroque APRENDIZ DE MAESTRO. Série beneficente promovida Conservatório Musical Brooklin Paulista – Av. Portugal, Soloists & Monteverdi Choir, John Eliot Gardiner – regente. pela Tucca. Oito concertos na Sala São Paulo dedicados 1074 – Tel. (11) 5041-3416 – www.cmbp.com.br. Assinaturas: tel. (11) 2344-1051 – [email protected]. ao público infantil, sábados às 11h. Venda de assinaturas e ingressos: tel. (11) 2344-1051 – [email protected]. FACULDADE CANTAREIRA. Música bacharelado e licencia- tura. Inscrições abertas para o Vestibular de música 2019. CORALUSP. 50 anos. Inscrições a partir de 14 de janeiro a Cursos avaliados com conceito máximo no MEC. Corpo u BRASIL 29 de março para novos integrantes. 15 coros com reper- docente reconhecido internacionalmente. Aulas práticas tórios variados e diversas propostas musicais. Para alunos Belo Horizonte, MG / ORQUESTRA FILARMÔNICA DE individuais. Pós-graduação: especialização em educação MINAS GERAIS. Assinaturas 2019. Quatro séries de 12 e funcionários da USP e interessados em geral, com ou musical. Estrutura completa e estúdio de gravação. Provas sem experiência musical. Aulas de técnica vocal e estru- concertos cada (Allegro e Presto às quintas-feiras e Vivace agendadas por internet, telefone ou pessoalmente. Pro- e Veloce às sextas-feiras); valores: de R$ 530 a R$ 1.224. turação musical. Participação gratuita. Informações e ins- gramas de bolsas de estudo e descontos. Informações e crições: tels. (11) 3091-3930 – www.coralusp.prceu.usp.br. Série Fora de série, de 9 concertos, aos sábados; valores: inscrições: Faculdade Cantareira – Rua Marcos Arruda, 729 de R$ 421 a R$ 972. Pacotes de 24 concertos: de R$ 998 CORAL VOX JUBILI. Vagas abertas para todos os naipes. – Belém – Tel./fax (11) 2790-5900 – www.cantareira.br. a R$ 2.304. Novas assinaturas: até 26 de janeiro. Ven- Repertório variado, incluindo música sacra e música de das: www.filarmonica.art.br e na Bilheteria da Sala Minas concerto. Não é necessário saber ler partitura. Ensaios: FESTIVAL CALLAS 2019. 17º Concurso brasileiro de canto Maria Callas. De 7 a 14 de abril. Para cantores líricos bra- Gerais, das 12h às 21h e sábados, das 12h às 18h. In- quartas-feiras das 19h às 22h, em local próximo de metrô. formações: tel. (31) 3219-9009 – www.filarmonica.art.br. Informações: tel. (11) 3865-7023, em horário comercial, sileiros e latino-americanos até 40 anos de idade. Provas com a regente Muriel Waldman. Eliminatória, Semifinal e Final no Teatro Sérgio Cardoso Engenheiro Coelho, SP / 25º ENCONTRO DE MÚSICOS. De de São Paulo e em Jacareí. Premiação em dinheiro e con- 15 a 19 de janeiro. Palestras, cursos, oficinas, ensaios, CULTURA ARTÍSTICA. Série de Violão 2019. Série de cinco tratações para “Trilogia Tudor”, de Donizetti e encenação concertos, lançamentos. Para professores de música, can- concertos no MuBE. Dia 12 de março: Zoran Dukic; 29 de da ópera “Madama Butterfly”, de Puccini. Inscrições até tores, instrumentistas, regentes, estudantes e apreciado- abril: Sharon Isbin; 9 de maio: Aniello Desiderio; 20 de 10 de março. Direção geral e artística: Paulo Abrão Esper. res de música. Período integral. Local: Unasp-EC (Centro agosto: Duo Assad e 24 de setembro: Thibaut Garcia. Informações: tel. (11) 98460-2473 e 96462-2800 – www. Universitário Adventista de São Paulo). Inscrições: tel. Pacote promocional até fevereiro de 2019: R$ 250. Assi- ciaopera.com.br – [email protected]. (19) 3858-9046 – www.unasp-ec.edu.br/musicos. naturas: tel. (11) 3256-0223 – Rua Nestor Pestana, 125, conjunto 12 – www.culturaartistica.com.br. OFICINA DE REGÊNCIA ORQUESTRAL. Com João Maurício Engenheiro Coelho, SP / PÓS-GRADUAÇÃO: EDUCAÇÃO Galindo. Dias 19 e 20 de janeiro, das 10h às 17h. Pré- MUSICAL. Cursos intensivos nos meses de janeiro de 2019 CULTURA ARTÍSTICA. Temporada Internacional 2019. -requisitos para intérpretes: saber tocar instrumento de e 2020 em dois módulos, 360 horas presenciais, 120 Série de dez concertos na Sala São Paulo. Dias 19 e 20 orquestra ou piano e saber ler e escrever música fluente- horas para projeto monográfico e 120 horas para estágios. de março: Antonio Meneses – violoncelo e Cristian Budu mente. Para ouvintes não há pré-requisitos. Intérpretes: Professores mestres e doutores: Enny Parejo, Ailen Lima, – piano. Dias 23 e 24 de abril: Orquestra Sinfônica da inscrições até 5 dias antes. Valor: R$ 240 e R$ 120 (ou- Ellen Stencel. Local, informações e inscrições: Unasp-EC Antuérpia, Robert Trevino – regência e Dezsö Ranki – pia- vintes). Local e inscrições: Ateneu Paulistano – Sociedade (Centro Universitário Adventista de São Paulo) – Tel. (19) no. Dias 7 e 8 de maio: Orquestra Sinfônica de Beijing, Brasileira de Eubiose – Av. Lacerda Franco, 1059 – Aclima- 3858-9311 – www.unasp-ec.edu.br. Li Biao – regência e Sergey Dogadin – violino. Dias 21 e ção – Tel. (11) 3208-9914, com Elina. 22 de maio: Alessio Bax e Lucille Chung – pianos. Dias Engenheiro Coelho, SP / PÓS-GRADUAÇÃO: REGÊNCIA 4 e 5 de junho: Orquestra de Câmara da Irlanda e Jörg OFICINA KODÁLY. Kodály em quatro experiências pedagó- CORAL. Cursos intensivos nos meses de janeiro de 2019 Widmann – regência. Dias 25 e 26 de junho: gicas. Com Marli Ávila, Débora Baptista, Maria Tereza e 2020 em dois módulos, 360 horas presenciais, 120 ho- Alexandre Tharaud – piano. Dias 17 e 18 de setembro: Gonzaga e Meri Harakawa. Dias 9, 10 e 11 de janeiro, ras para projeto monográfico e 120 horas para estágios. Quarteto Ebène. Dias 1º e 2 de outubro: Orquestra Sin- das 9h às 16h30. Para estudantes e professores de música Professores mestres e doutores: Jetro Oliveira, Samuel fônica de Montreal, Kent Nagano – regência e Veronika e pedagogos. Local, informações e inscrições: Conservató- Krahenbhul. Local, informações e inscrições: Unasp-EC Eberle – violino. Dias 22 e 23 de outubro: Il Pomo d’Oro rio Musical Brooklin Paulista – Av. Portugal, 1074 – Brooklin (Centro Universitário Adventista de São Paulo) – Tel. (19) e Joyce DiDonato – mezzo soprano. Dias 5 e 6 de novem- Paulista – Tel. (11) 5041-3416 – www.cmbp.com.br. 3858-9311 – www.unasp-ec.edu.br. bro: Nelson Freire – piano. Assinaturas: tel. (11) 3256- ORQUESTRA DE CORDAS LAETARE. Vagas em todos os Rio de Janeiro, RJ / ORQUESTRA PETROBRAS SINFÔNICA. 0223 – Rua Nestor Pestana, 125, conjunto 12 – www. naipes. Ensaios: sábados de manhã. Repertório de músi- Temporada 2019. Dedicada ao fundador da Opes maes- culturaartistica.com.br. ca de concerto, obras e compositores pouco conhecidos e tro Armando Prazeres, falecido há 20 anos. Séries Porti- CURSO: A música e o seu registro: da memória ao música brasileira. Testes na segunda quinzena de janeiro. nari (quatro concertos, sábados às 16h) e Djanira (quatro fonógrafo. Com Said Tuma. O objetivo do curso é contar Informações e inscrições: www.laetare.com.br. concertos, sextas-feiras às 20h), no Theatro Municipal. Re- uma história da música tendo como recorte os meios utili- ORQUESTRA JOVEM DO ESTADO DE SÃO PAULO. novação de assinaturas: de 9 de janeiro e 4 de fevereiro. zados para o registro dela. Segundas-feiras, de 18 de feve- Série de Assinaturas 2019. Regente titular e diretor ar- Pré-venda: de 11 a 28 de fevereiro. Assinaturas: tel. (21) reiro a 18 de março (exceto dia 4), 19h às 21h. Valores: tístico: Cláudio Cruz. Série de nove concertos na Sala São 4042-9192 e 4042-9540– www.petrobrasinfonica.com.br. R$ 50, R$ 25 e R$ 15. Local: Centro de Pesquisa e Forma- Paulo. Dias 24 de fevereiro, 6 de abril, 5 de maio, 8 de Rio de Janeiro, RJ / ORQUESTRA SINFÔNICA CESGRANRIO. ção Sesc – CPF – Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista – junho, 11 de agosto, 15 de setembro, 13 de outubro, Vagas para os seguintes naipes: violino, viola, violonce- Tel. (11) 3254-5600. Informações e inscrições: www.sesc. 10 de novembro e 8 de dezembro. Valor: R$ 256,50. lo, contrabaixo, flauta, oboé, clarineta, fagote, trompa, org.br/cpf ou nas unidades do Sesc. Assinaturas: até 9 de fevereiro. Informações e vendas: trompete, trombone tenor, trombone baixo e percussão. CURSO: Cantando e brincando com Vovó Linda na edu- [email protected]. Os candidatos deverão estar regularmente matriculados cação musical infantil. Com Ermelinda Paz. O minicurso OSESP – ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO e frequentando curso superior de Licenciatura ou Bacha- é dirigido a vovôs, papais, recreadores e educadores mu- PAULO. Assinaturas 2019. Renovações e assinaturas no- relado em Instrumento ou cursos técnicos de Instrumen- sicais infantis. Terca e quinta-feira 15 e 17 de janeiro, vas: encerradas. Ingressos para qualquer concerto dispo- to de instituições reconhecidas pelo MEC. Inscrições até das 16h às 18h. Valores: R$ 30, R$ 15 e R$ 9. Haverá níveis a partir de 21 de janeiro. Vendas: tel. (11) 3777- 15 de janeiro. Audições dias 23, 25, 29 e 30 de janeiro. lançamento de CD quinta-feira 17 de janeiro, às 19h30. 9721 – www.osesp.art.br – Bilheteria da Sala São Paulo. Informações e inscrições: www.cultural.cesgranrio.org.br. Participação gratuita. Local: Centro de Pesquisa e Forma- SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA. Assinaturas Tempo- Rio de Janeiro, RJ / SÉRIE O GLOBO / DELL´ARTE. Tempo- ção Sesc – CPF – Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Tel. (11) rada 2019. 4 programas, com 6 estreias e 4 coreografias rada 2019. Série de oito concertos no Theatro Municipal. 3254-5600. Informações e inscrições: www.sesc.org.br/ do repertório. Calendário: de 6 a 9 de junho; de 13 a 16 Dia 21 de março: Antonio Meneses – violoncelo e Cristian cpf e nas unidades do Sesc. de junho; de 31 de outubro a 3 de novembro; de 7 a 10 de Budu – piano. Dia 25 de abril: Pavel Nersessian – piano. CURSO: Muito além de Paganini: história, tradição e novembro. Direção artística: Inês Bogéa. Novas assinatu- Dia 9 de maio: Orquestra Sinfônica de Beijing, Li Biao – repertório do violino. Com Camila Fresca. O curso ras: tel. (11) 3224-1383 – www.spcd.com.br. regência e Sergey Dogadin – violino. Dia 17 de junho: mostra como se deu o desenvolvimento do violino, com Orquestra Filarmônica Jovem de Boston e Benjamin ênfase no instrumento moderno, incluindo os grandes TUCCA CONCERTOS INTERNACIONAIS. Temporada 2019. Zander – regência. Dia 27 de junho: Alexandre Tharaud – construtores, as inovações de Viotti e o ensino no Série beneficente de oito concertos na Sala São Paulo. piano. Dia 19 de agosto: Avi Avital – bandolim e L´Arte Conservatório de Paris. Quarta-feira 30 de janeiro, das Dia 27 de março: Jazzmin´s Big Band e Anat Cohen – del mondo. Dia 3 de outubro: Orquestra Sinfônica de 18h às 21h e quinta-feira 31 de janeiro e sexta-feira clarinete. Dia 30 de abril: Ilumina e Paul Lewis – piano. Montreal, Kent Nagano – regência e Veronika Eberle 1º de fevereiro, das 18h às 19h. Valores: R$ 50, R$ 25 e Dia 15 de maio: Thiago Espírito Santo – baixo elétrico e – violino. Dia 7 de novembro: English Baroque Soloists, R$ 15. Local: Centro de Pesquisa e Formação Sesc – CPF Joshua Redman – saxofone. Dia 18 de junho: Orquestra Monteverdi Choir e John Eliot Gardiner – regente. Assina- – Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista – Telefone (11) Filarmônica Jovem de Boston, Benjamin Zander – regên- turas: até 7 de janeiro; ingressos avulsos: a partir de 21 3254-5600. Informações e inscrições: www.sesc.org.br/ cia e Anna Fedorova – piano. Dia 20 de agosto: Avi Avital de fevereiro. Informações e vendas: tel. (21) 4002-0019 cpf ou nas unidades do Sesc. – bandolim e L´Arte del Mondo. Dia 24 de setembro: – www.dellarte.com.br. t

Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO 59 u Vitrine Musical

Vitrine Musical 2019 O classificado especial da Revista CONCERTO , DVDs e LIVROS os / CD s , DVDs njunt MÚSICOS e co

PIANISTA MIRIAM RAMOS Lança em 2019 o CD: Concerto em ré menor de Bach, Fantasia para piano e coro op 80 de Beethoven, Concerto nº3 de Prokofieff. Lançou o livro “A Arte de tocar bem Piano” em 2018. 29 CDs editados ao longo de sua carreira – 10 brasileiros e participação do CD “Sonatas e Sonatina” de Mignone, CD “Uma História Musical” (de Bach à Almeida Prado), 6 CDs Chopin, Liszt, Brahms, Tchaikovsky/ Prokofieff, CD Francês (César Frank, Fauré, Debussy, Ravel), CD Recital (Bach, Mendelssohn e Chopin), 2 CDs Beethoven, Schubert/ Schumann, CD com os Quintetos de Henrique Oswald e Dvorák. Lançou ao vivo, o DVD “Recital Chopin” na Sala Cecília Meireles em 2006.

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ção O exemplo do violão a divulg

Projeto coordenado por Ricardo Marui produz e difunde conteúdo de excelência e torna-se referência na cena clássica

Por Leonardo Martinelli

ouve um tempo em que a presença do piano na vida musical brasileira era tão forte H que Mário de Andrade cunhou o termo “pianolatria” como espécie de alerta aos perigos desse instrumento e de seu repertório “estrangeiro” para a música nacional. Ironia do destino ou não, passamos da pianolatria a um “país sem pianos”, adagio folcloricamente atribuído a Tom Jobim. A mesma ameaça foi sentida com a guitarra elétrica, demonizada por gigantes da MPB no protesto conhecido como Marcha Contra a Guitarra Elétrica, que numa noite de 1967 percorreu as ruas de São Paulo com palavras de ordem contra – adivinha o quê? – a presença da música estrangeira no país. Em maio desse ano, a gigante norte-americana Gibson, então maior fabricante desse instrumento no planeta, entrou em processo de falência. Histerias culturais e identitárias à parte, ao fundo dessas pseudopolêmicas estava a presença histórica e soberana do violão na cultura musical do Brasil. Ricardo Marui Também ele “estrangeiro”, o violão logo se tornou “o” instrumento musical do brasileiro. Leve, barato e de construção relativamente simples, ele foi a base melódica e harmônica para diferentes expressões musicais populares, às quais se somava um grande aparato percussivo. Na virada do século XIX para o XX, o violão brasileiro também se tornou mais erudito: a apurada e elegante técnica do espanhol Francisco Tárrega (1852- 1909) foi introduzida no país, e já na década de 1920 Heitor Villa-Lobos compunha para o violão um repertório de essência clássica e nacional. O instrumento segue como símbolo importante de nossa expressão musical – e seja do ponto de vista de técnica e intérpretes, seja do repertório que ele gera e estimula, o violão clássico brasileiro desempenha importante papel na cena musical mundial. Movimenta uma engajada comunidade de apreciadores, jovens estudantes e amadores maduros e de talento. Toda essa base explica o sucesso do projeto GuitarCoop, criado e desenvolvido por músicos e gente do meio violonístico brasileiro. “Os primeiros esboços do que viria a ser a GuitarCoop surgiram em 2013, a partir de conversas com vários músicos que já haviam trabalhado comigo, como Sergio Abreu, Ricardo Dias, Fabio Zanon, Everton Gloeden, entre outros”, explica Ricardo Marui, músico de formação que atua como produtor e engenheiro de som e que realiza a coordenação geral do projeto. “Tínhamos em mente que deveríamos ser mais que uma gravadora. Queríamos construir uma plataforma que refletisse a maneira como se consome música e conteúdo no século XXI, quando as pessoas têm acesso à música e a informações pelos mais diversos meios digitais”, explica Marui. De fato, desde que o site da GuitarCoop (www.guitarcoop.com.br) entrou no ar, em julho de 2015, a empreitada se mostrou muito além de mero “selo independente”. Além da produção de CDs (seu mais recente produto foi o refinado álbum “Américas”, estrelado por Fabio Zanon), a plataforma desenvolve faixas digitais para download em tocadores de MP3, partituras e livros. Entre os conteúdos mais acessados estão vídeos que abrangem performances filmadas em estúdios, material explicativo sobre peças ou álbuns em destaque, entrevistas e mesmo a transmissão ao vivo de master classes e outros eventos, algo que amplifica para milhares e para além das fronteiras nacionais o alcance de suas atividades. Todas as atividades do GuitarCoop são realizadas a partir de uma decisão do colegiado artístico, o que garante a qualidade e a excelência de seus produtos e constitui raro exemplo de uma empreitada musical clássica e coletiva bem-sucedida, ainda que, em teoria, muitos de seus integrantes sejam concorrentes entre si. Porém, uma atividade dessa envergadura não se sustentaria apenas com os rendimentos obtidos pela venda dos produtos, e desde os primórdios a plataforma conta com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura e com o patrocínio direto de Marcelo Kayath, também ele violonista e que fez carreira profissional no mercado financeiro. Ainda neste mês, o GuitarCoop lança no país o álbum The Segovia Sessions, com o violonista norte-americano Scott Tennant, e para 2019 já estão previstos o lançamento do novo CD do quarteto de violões Quaternaglia e o álbum Vento Brando, de João Camarero, provas que no Brasil nada há de ameaçar o reinado soberano do violão. t

64 Janeiro / Fevereiro 2019 CONCERTO Callas_2018_RevistaConcerto_Full-Page_v2_FLAT.pdf 1 13/12/2018 10:53:36