Salto Triplo: O Sistema De Preparação Do Desportista – Da Detecção À Promoção Do Talento
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA NELSON PRUDÊNCIO SALTO TRIPLO: O SISTEMA DE PREPARAÇÃO DO DESPORTISTA – DA DETECÇÃO À PROMOÇÃO DO TALENTO. Campinas 2006 i NELSON PRUDÊNCIO SALTO TRIPLO: O SISTEMA DE PREPARAÇÃO DO DESPORTISTA – DA DETECÇÃO À PROMOÇÃO DO TALENTO. Tese de Doutorado apresentada à Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutor em Educação Física. Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira Campinas 2006 iii NELSON PRUDÊNCIO SALTO TRIPLO: O SISTEMA DE PREPARAÇÃO DO DESPORTISTA – DA DETECÇÃO À PROMOÇÃO DO TALENTO. Este exemplar corresponde à redação final da Tese de doutorado defendida por Nelson Prudêncio e aprovada pela Comissão julgadora em: 23 / 02 / 2006. Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira Orientador Campinas 2006 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA BIBLIOTECA FEF - UNICAMP Prudêncio, Nelson. P951s Salto triplo: o sistema de preparação do desportista – da detecção à promoção do talento / Nelson Prudêncio. - Campinas, SP: [s.n], 2006. Orientador: Paulo Roberto de Oliveira. Tese (doutorado) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas. 1. Esporte. 2. Salto (Atletismo). 3. Atleta. 4. Preparação física. I. Oliveira, Paulo Roberto de. II. Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação Física. III. Título. v COMISSÃO JULGADORA . Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira Orientador Profa. Dra. Maria Tereza Silveira Böhme Prof. Dr. Alberto Carlos Amadio Prof. Dr. Miguel de Arruda Prof. Dr. Paulo Cesar Montagner vii Dedicatória A quem dedico: Ficaria feliz se três pessoas lessem minha tese: meu pai, minha mãe e minha esposa Maria Lúcia a quem sou eternamente grato pelo amor, paciência em compreender que quando mesmo próximo encontrava-me distante. ix Agradecimentos À Faculdade de Educação Física da UNICAMP, pela oportunidade de realização do Programa de Doutorado em Ciências do Esporte. Ao meu orientador, Prof. Dr. Paulo Roberto de Oliveira, pela oportunidade de crescimento cientifico e intelectual, pelo incentivo, paciência e confiança em mim depositada, e que, quando atleta foi um oponente aguerrido, mas, sobretudo leal. À Universidade Federal de São Carlos e colegas do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana que compreenderam a importância da tese, especialmente ao Prof. Dr. Rozinaldo Galdino da Silva. Aos pais e jovens participantes da pesquisa pelo interesse em participar do estudo. À Christiana Andréa Vianna Prudêncio, pelo prestimoso serviço de digitação e correção de textos. Ao Prof. Márcio Vianna Prudêncio, pela colaboração como executante dos testes motores que serviu como modelos para os alunos. Ao Prof. Dr. Jorge Oishe pelo impagável trabalho estatístico. Aos funcionários da FEF em especial da Pós-graduação da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, pela gentileza do tratamento. Aos diretores dos colégios e das escolas: Diocesano / São Carlos - SP, Maria Ramos / São Carlos - SP, E.E. Santa Cruz / Guariba – SP, E. E. José Pacífico / Guariba – SP, Instituto Sagrada Família / Natal – RN, C. E. M. S. / Rio de Janeiro – RJ, Comercial Futebol Clube / Poços de Caldas-MG, EMEF José Carvalho, EMEF Olívio R. Campos / João Pessoa-PB. Aos colaboradores diretos: Professores Arnaldo de Oliveira, Paulo Henrique Silva Marques de Azevedo, Normando Tadeu Braga César, José Armando de Lima, Jamir Guillen, Rafael Antonio Ferreira, Sidnei Carlos De Parolis, Pedro de Almeida Pereira, sem os quais a coleta de dados seria muito árdua. À Profa. Dra. Maria Tereza Silveira Böhme, pela disponibilidade dos artigos referentes à detecção de talentos. Ao Fernando Ruiz Fermino, configuração e organização final da tese. À Confederação Brasileira de Atletismo e Caixa Econômica Federal, que possibilitaram o contato com as pessoas, meu muito obrigado. xi Homenagem Determinados seres humanos ao passarem por esta vida não ocupam apenas o espaço: preenchem o vazio. Tive o privilégio de conviver com três deles. A eles minha admiração e respeito. Professor e amigo Ahylton: obrigado pela definição de atletismo: “Atletismo é o desporto em que o atleta por intermédio de contrações musculares exerce uma ação mecânica sobre sua massa ou de um aparelho, modificando seu estado de repouso ou de movimento, com o objetivo de estabelecer marcas que são avaliadas pelas alterações da posição relativa da massa no espaço, e medidas pelas unidades de tempo ou comprimento”. Ahylton da Conceição Adhemar Ferreira: o canguru brasileiro Raros homens públicos brasileiros levaram o nome do país tão alto e para tão distante de uma forma que trouxesse contentamento e alegria, fazendo com que nossos corações pulsassem mais forte. É obvio que refiro-me a Adhemar Ferreira da Silva. Um senhor diplomata, eclético, emblemático e atleta, com transição livre em todo o mundo, com a mesma leveza que executava seus saltos, por coincidência triplo. Ao acompanhar transmissões de reportagens de seus saltos pela TV, constato a grande diferença existente na técnica de realização dos mesmos por ele e a dos triplistas atuais, percebendo que se ele competisse nos dias de hoje poderia ter ido mais longe, embora admito que não se deva comparar atletas ou técnicas existentes em cada década. Posso sim compreender a importância das realizações que os levaram ao pódio olímpico. Prevalece em cada época a aplicação dos conhecimentos existentes e acessíveis dos benefícios que a Ciência do Esporte pode oferecer aos atletas para potencialização do legado genético privilegiado, de que alguns atletas são portadores. Esse legado nosso “canguru” possuía, sendo dono de uma impulsão admirável que lhe permitia a realização de saltos altos (sem trocadilho) e elegantes. Devo dizer alias, altos até demais. xiii Ele não fez obras que testemunhassem sua passagem por esse mundo, outros o fizeram editando um livro com a sua biografia, realizando um torneio universitário de atletismo com seu nome, que serviu de palco para muitos iniciarem suas carreiras esportivas, e colocando imagens de sua vida desportiva no Museu da Imagem e do Som. Em uma sala de troféus do São Paulo Futebol Clube, onde iniciou sua carreira desportiva por intermédio de Dietrich Guerner, seu técnico, encontram-se objetos por ele utilizados. Em sua homenagem o clube estampou na camisa tricolor duas estrelas douradas simbolizando suas duas conquistas olímpicas no salto triplo, pequena parcela de “sua produção definitiva”. Adhemar, senhor da Silva: você não ocupou um espaço.preencheu um vazio. João Carlos: o atleta, o amigo Conheci João Carlos de Oliveira quando o vi saltando em Osasco, na década de 70. Disse aos que estavam ao meu lado na arquibancada assistindo à prova de salto triplo: “esse cara é melhor que eu”. Via ali um diamante inacabado. “Que nada, ele salta todo torto”- respondeu alguém. “Isto é bom”- disse-lhe- “porque mostra que tem muito a evoluir”. Não compartilhava da opinião do meu interlocutor pela análise que fazia da corrida para o salto. Tinha algo de especial. Após a prova, quando fomos apresentados, estabeleceu-se, a partir dali, uma das mais afortunadas amizades dentro e fora das pistas. Isto porque, mesmo dentro das pistas não disputávamos, não competíamos, mas sim participávamos de competições, ou vestindo cores diferenciadas de camisas defendendo os clubes, ou quando estávamos do mesmo lado, vestindo a camisa amarela nos Jogos Olímpicos. A profecia não tardou a concretizar-se, pois sob as mãos do artífice Pedro Henrique Camargo de Toledo, o “Pedrão”, na tarde de 15 de outubro de 1975, comemoramos juntos na pista de atletismo na Cidade do México seu e nosso recorde mundial do salto triplo, com inacreditável salto de 17.89m. Vídeos de seus saltos deveriam ser produzidos, por órgãos governamentais ou não, para que fizessem parte do acervo de todo departamento de Educação Física do país. Isto para análise e melhor compreender a técnica dos saltos por ele desenvolvida, pois esta, ao contrário do estilo, é universal. xv Jamais gostei da alcunha “João do Pulo”, a ele atribuída, pois descaracteriza o nome da família e o nome do pai; a pessoa deixa de ter uma identidade para tornar-se apenas o “et al.” citado nas referências bibliográficas de trabalhos científicos. Fosse-me dado o privilégio de escrever o prefácio do livro de sua vida, certamente redigiria que sua trajetória nesse mundo não foi triste; seu caminho foi árduo e difícil, mas ele viu e realizou coisas que a poucos são concebidas. Foi um herói nacional internacionalmente reconhecido. xvii PRUDÊNCIO, Nelson. SALTO TRIPLO: O SISTEMA DE PREPARAÇÃO DO DESPORTISTA – DA DETECÇÃO À PROMOÇÃO DO TALENTO. 2006. 193f. Tese (Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006. RESUMO Os atletas brasileiros do salto triplo têm participado da história olímpica com destaque e conquistaram até o presente momento seis medalhas. No entanto, nos últimos anos nossa participação em eventos internacionais na prova não tem sido satisfatória, fato este observado com base na análise dos resultados obtidos em campeonatos mundiais nas categorias menor (1999 – 2003), juvenil (1986 – 2004), adulto (1983 – 2003) e participação em Jogos Olímpicos em que não marcamos presença no pódio desde 1980. A inquietude gerada por esta situação é que me levou a apresentar uma proposta de um modelo de programa para formação de saltadores de triplo, a ser desenvolvida em longo prazo, na tentativa de poder reverter este quadro. O sistema de preparação proposto, desenvolvido em três etapas, tem como diretriz o fortalecimento