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FACULDADE DE DIREITO DE VITÓRIA CURSO DE MESTRADO EM DIREITO VANESSA MACHADO ESPINDULA A AUDIÊNCIA PÚBLICA COMO INSTRUMENTO PROCESSUAL DE EFETIVAÇÃO DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: uma análise das audiências públicas realizadas pelo Supremo Tribunal Federal Vitória 2010 VANESSA MACHADO ESPINDULA A AUDIÊNCIA PÚBLICA COMO INSTRUMENTO PROCESSUAL DE EFETIVAÇÃO DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: uma análise das audiências públicas realizadas pelo Supremo Tribunal Federal Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação strictu sensu em Direitos e Garantias Fundamentais da Faculdade de Direito de Vitória – FDV, como requisito parcial para a obtenção do grau de mestre em Direito. Orientadora: Profª. Drª. Carolina Bonadiman Esteves. Vitória 2010 VANESSA MACHADO ESPINDULA A AUDIÊNCIA PÚBLICA COMO INSTRUMENTO PROCESSUAL DE EFETIVAÇÃO DO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: uma análise das audiências públicas realizadas pelo Supremo Tribunal Federal Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação strictu sensu em Direitos e Garantias Fundamentais da Faculdade de Direito de Vitória – FDV, como requisito parcial para a obtenção do grau de mestre em Direito. Aprovada em ______________________. COMISSÃO EXAMINADORA: _________________________________ Profª. Drª. Carolina Bonadiman Esteves Faculdade de Direito de Vitória Orientadora _________________________________ Prof. Dr. Samuel Meira Brasil Jr. Faculdade de Direito de Vitória _________________________________ Prof. Dr. A Deus, razão da minha existência e salvação. Aos meus pais e às minhas irmãs, pelo amor incondicional. A Bruno, pelo apoio, compreensão e carinho. AGRADECIMENTOS À minha orientadora, Drª Carolina Bonadiman Esteves, que, desde a graduação, é um exemplo de profissional do Direito, de professora e de pesquisadora. Agradeço por ter me ajudado a alcançar este sonho. Aos Professores que participaram da minha banca de qualificação, Dr. Alexandre de Castro Coura e Dr. Samuel Meira Brasil Jr., que contribuíram para a finalização deste trabalho com uma verdadeira aula sobre democracia e participação popular. Em especial, ao Dr. Samuel Meira Brasil Jr., que, com brilhantismo, me concedeu a oportunidade única de, durante quatro anos, conviver com a sua sabedoria ímpar. Aos Professores que aceitaram o convite para participar da Comissão examinadora na minha defesa da dissertação. À Profª Maria Dalva Marchezi Rosário, revisora do trabalho. A Bruno Taufner Zanotti, que leu inúmeras vezes esta dissertação e contribuiu, decisivamente, com importantíssimos comentários e reflexões. A Juliana Botelho Castelo e Bruno Buback Teixeira pelos incansáveis diálogos sobre o tema desenvolvido. Por fim, a todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho. RESUMO A pesquisa analisa as audiências públicas já realizadas pelo Supremo Tribunal Federal com o objetivo de responder ao seguinte problema: A audiência pública, como realizada pelo Supremo Tribunal Federal, constitui um instrumento processual de efetivação do princípio do contraditório? Para responder ao mencionado problema, realizou-se, no primeiro capítulo, uma análise do princípio do contraditório, sob o paradigma do Estado Democrático de Direito. Analisou-se como o princípio do contraditório influencia a atividade jurisdicional e como deve ser a atuação do STF de acordo com a atual concepção desse princípio. No segundo capítulo, identificou-se a origem da utilização das audiências públicas pelo Poder Judiciário brasileiro, bem como a existência de previsão legal no ordenamento jurídico para a realização da audiência pública. Verificou-se a existência de limites para a utilização do instrumento processual em questão pelo Poder Judiciário. No terceiro capítulo, procedeu-se à identificação das hipóteses em que o STF realizou audiências públicas. Analisou-se o procedimento adotado pelo STF para a realização das audiências públicas, bem como a existência de semelhanças e diferenças entre as audiências públicas já realizadas pelo STF. Por fim, fez-se uma análise dos argumentos apresentados nas audiências públicas e das decisões proferidas pelo STF. Ao final, concluiu-se que as audiências públicas já realizadas pelo STF constituíram instrumento processual para a efetivação do princípio do contraditório. Palavras-chave : Princípio do contraditório. Audiência pública. Supremo Tribunal Federal. ABSTRACT The research analises the public audiences already realized by the Supreme Federal Court (STF) with the purpose to answer the following question: The public audience, as realized by the Supreme Federal Court, is a processual instrument to accomplish the principle of the contradictory? To answer this question, the first chapter analised the principle of the contradictory in the Democratic State of Law. It analised how the principle of the contradictory influences the jurisdictional activity and how it must be developed by the STF in agreement to the current conception of this principle. In the second chapter, the origin of the use of the public audiences by the Judicial Power was identified, as well as the existence of a prevision in the legal system to the realization of a public audience. It was verified that there are limits to the realization of this processual act by the Judicial Power. In the third chapter, the hypotheses that the STF realized public audiences were identified. The procedure adopted by the STF was analised, as weel as the existence of similarities and differences between the public audiences already realized by the STF. At last, it was made an analysis of the arguments that were presented in the public audiences and of the decisions pronouced by the STF. At the end, it concluded that the public audiences realized by the Supreme Federal Court were processual instruments to accomplish the principle of the contradictory. Keywords: Contradictory principle. Public audience. Supreme Federal Court. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.............................................................................................................8 1 O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO SOB O PARADIGMA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO...................................................................................11 1.1 O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO NA MODERNIDADE................................11 1.2 O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E A ATUAÇÃO JURISDICIONAL............28 1.3 A EVOLUÇÃO DO ACESSO À JUSTIÇA E SUA INFLUÊNCIA SOBRE O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO............................................................................33 1.4 OS DEVERES ANEXOS AO PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO............................43 1.5 O PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL....46 2 A AUDIÊNCIA PÚBLICA NO DIREITO BRASILEIRO..........................................57 2.1 A ORIGEM DA UTILIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PELO PODER JUDICIÁRIO...............................................................................................................57 2.2 A PREVISÃO LEGAL PARA A REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA PELO PODER JUDICIÁRIO EM SEDE DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE.........................................................................................67 2.3 OS LIMITES LEGAIS PARA A REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA PÚBLICA EM PROCESSOS JUDICIAIS..........................................................................................76 2.4 O PROCEDIMENTO PREVISTO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PARA A REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA..................................................................82 2.5 A AUDIÊNCIA PÚBLICA, O AMICUS CURIAE E OS INSTRUMENTOS DE DEMOCRACIA DIRETA........................................................................................91 3 A AUDIÊNCIA PÚBLICA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.......................105 3.1 AS HIPÓTESES QUE ENSEJARAM A DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIAS PÚBLICAS PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL..............................................105 3.2 O PROCEDIMENTO ADOTADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA A REALIZAÇÃO DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS.....................................................114 3.3 OS PONTOS EM COMUM E AS DIFERENÇAS EXISTENTES ENTRE AS AUDIÊNCIAS JÁ REALIZADAS PELO STF.............................................................130 3.4 OS ARGUMENTOS APRESENTADOS NAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS E AS DECISÕES PROFERIDAS PELO STF....................................................................136 CONCLUSÃO..........................................................................................................153 REFERÊNCIAS........................................................................................................169 INTRODUÇÃO A presente pesquisa teve como ponto de partida a observação da utilização pelo Supremo Tribunal Federal do instrumento processual da audiência pública nas ações e recursos referentes ao controle de constitucionalidade das leis. O referido instrumento, apesar de encontrar-se previsto na legislação brasileira desde 1999 (Leis nº 9.868 e nº 9.882), foi utilizado, pela primeira vez, pelo Poder Judiciário somente em 2007. Após esse ano, o Supremo Tribunal Federal já realizou mais quatro audiências públicas, sendo a segunda e a terceira em 2008, a quarta em 2009 e a quinta em 2010. O STF, ao realizar audiências públicas, proporciona o engajamento de toda a sociedade, todos os grupos de interesse, todos os cidadãos, ou seja, todo o povo no processo de interpretação do texto constitucional. Isso decorre da constatação de que, quando o STF realiza o controle de constitucionalidade das leis, seja abstrata, seja concretamente, ele interpreta a Constituição Federal; por isso, ao designar