UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESTUDO PRELIMINAR PARA ABERTURA DE UMA EMPRESA AÉREA OPERANDO HIDROAVIÕES NO BRASIL

BERTRAND ULÁCIA BEZERRA DE MORAIS VINÍCIUS FERREIRA MARTINS

2019

ESTUDO PRELIMINAR PARA ABERTURA DE UMA EMPRESA AÉREA OPERANDO HIDROAVIÕES NO BRASIL

Bertrand Ulácia Bezerra de Morais Vinicius Ferreira Martins

Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Respicio Antônio do Espirito Santo Junior

Rio de Janeiro Dezembro de 2019

ESTUDO PRELIMINAR PAR ABERTURA DE UMA EMPRESA AÉREA OPERANDO HIDROAVIÕES NO BRASIL

Bertrand Ulácia Bezerra de Morais Vinícius Ferreira Martins

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

______Prof. Respicio Antônio do Espírito Santo Jr., D.Sc DET/POLI/UFRJ

______Prof. Marcelo Gomes Miguez, D.Sc. DET/POLI/UFRJ

______Erivelton Pires Guedes, D.Sc. IPEA

______Ronaldo Balassiano Ph.D. PET/COPPE/UFRJ

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL DEZEMBRO de 2019

Morais, Bertrand Ulácia Bezerra de e Martins, Vinícius Ferreira Estudo preliminar para abertura de uma empresa aérea operando hidroaviões no Brasil / Bertrand Ulácia Bezerra de Morais e Vinícius Ferreira Martins – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2019.

xii, 73 p.:il.; 29,7 cm. Orientador: Respicio Antônio do Espirito Santo Junior Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Engenharia Civil, 2019. Referências Bibliográficas: p. 107-112 1. Introdução 2. Panorama do Mercado de Hidroaviação no Mundo 3. Modelos de Aeronaves 4. Legislação Brasileira 5. Base de Hidroaviões 6. Instalações costeiras no Brasil – procedimentos legais, materiais, métodos construtivos, custos e descrição. 7. Estimativa de Custos. 8. Conclusão I. Espírito Santo Jr, Respicio Antônio; II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. Título

“I wanna thank me for believing in me; I wanna thank me for doing all this hard work; I wanna thank me for having no days off; I wanna thank me for… for never quitting” Snoop Dogg

Venci barreiras que nem acreditava que possível para chegar até aqui. Gostaria de agradecer a Deus, aos meus familiares e amigos que me acompanharam e me deram suporte. Queria dedicar este trabalho ao Wanderson Martins, um amigo de infância que contribuiu fortemente para o meu desenvolvimento pessoal e formação de caráter. Não menos importante, dedico este trabalho também ao corpo docente e direção do meu Ensino Médio no Colégio Estadual Virgínio Santillo, foram pessoas que me deram instrumentos e me impulsionaram como nunca antes. Bertrand Ulácia Bezerra de Morais

Não somente este trabalho, mas toda minha trajetória de vida será dedicada a Edinaldo Martins e Angela Regina Ferreira pelos sacrifícios que fizeram para que eu pudesse me dedicar a esse outro amor chamado Engenharia. Vinícius Ferreira Martins

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

ESTUDO PRELIMINAR PARA ABERTURA DE UMA EMPRESA AÉREA OPERANDO HIDROAVIÕES NO BRASIL

Bertrand Ulacia Bezerra de Morais Vinícius Ferreira Martins

Dezembro de 2019

Orientador: Respicio Antônio do Espirito Santo Junior

Os hidroaviões são aeronaves que possuem como diferencial realizar operações de pouso, decolagem e manobras na água. A utilização desses veículos remonta os tempos das duas Grandes Guerras, quando iniciaram suas aplicações em fins militares. Atualmente, os hidroaviões são utilizados em atividades de busca e salvamento, controle de incêndios florestais e em serviços de turismo. Esta última finalidade foi a mais abordada neste trabalho. Hidroaviões são a melhor forma para turistas que buscam chegar a pontos turísticos remotos que possuam corpos d´água e não são possível ou são difíceis de serem acessados por rodovias além de ofertar um serviço diferenciado que possibilita também voos panorâmicos. Apesar do amplo potencial hidrográfico, há um número insignificante de empresas operando o transporte por hidroaviões de forma oficial no Brasil. Nesse sentido, esse trabalho visa entender quais são os serviços oferecidos pelas principais empresas de hidroaviões no mundo, estudar a legislação existente acerca desse mercado no Brasil, e realizar uma descrição e estimativa de custo de implantação de uma área de docagem para hidroaviões. As informações referentes às empresas internacionais no mercado da hidroaviação foram levantadas em seus sites oficiais, assim como foi realizado estudo de leis brasileiras e normas americanas que norteiam o dimensionamento e regularização de uma base de hidroaviões.

Palavras-chave: Hidroaviões, turismo, legislação, base de hidroaviões.

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Engineer.

PRELIMINARY STUDY TO OPEN A SEAPLANE AIRLINE IN BRAZIL

Bertrand Ulácia Bezerra de Morais Vinícius Ferreira Martins

December 2019

Adviser: Respicio Antônio do Espirito Santo Jr.

Seaplanes are a type of aircraft that have the capability to land, take-off and taxi on the water surface. The use of this kind of vehicles dates back of the two Great Wars, when their applications was for military purposes mainly. Seaplane are currently used for search and rescue activities, forest fire control and tourism service. The focus of this paper is the last purpose. Seaplanes are the best way for tourist seeking to reach remotes areas which has bodies of water and is not possible or takes too long to get from road accesses and offer a different service that also allows flightseeing. Despite having a wide hydrographic potential, there is an insignificant number of companies that operates seaplane transportation officially in Brazil. So, this paper aims to understand what services are offered by the main seaplane companies in the world, study the existing legislation about this market in Brazil and perform a technical description and cost estimation of a docking area to load and unload passengers on seaplane. Information about seaplane services was searched on companies’ official websites and studies of Brazilian and American regulations were made to guide the dimensions and procedures to regularize the operation of a seaplane base.

Keywords: Seaplanes, turismo, regulation, seaplane bases.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AC – Advisory Circular

ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil

CBA – Código Brasileiro de Aeronáutica

CONAC – Conselho de Aviação Civil

DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo

EMBRATUR – Empresa Brasileira de Turismo

FAA – Federal Aviation Administration

IFR – Instrument flight rules

OFA – Object Free Area

PNAC – Política Nacional de Aviação Civil

PET – Experimental

PRI – Instrução

RAB – Registo Aeronáutico Brasileiro

RBAC – Regulamento Brasileiro de Aviação Civil

SAE – Serviço aéreo especializado

SETUR – Secretaria de Estado de Turismo

SPA – Seaplane Pilots Association

TPN – Serviço de Transporte Aéreo Público Não Regular, doméstico ou Internacional

TPP – Serviços Aéreos Privados

TPR – Serviço de Transporte Aéreo Público Regular, doméstico ou Internacional

TPX – Serviço de Transporte Aéreo Público Não Regular – Táxi Aéreo

TMA – Trans Maldivian Airways

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1.1 – Floatplane

Figura 1.1.2 – Flying Boat

Figura 1.1.3 – Flying Boat AVIC AG600

Figura 1.1.4 – Aeronave anfíbia Beriev Be-200

Figura 1.1.0 – Cessna 208B Caravan Anfíbio PR-MPE

Figura 2.2.1 – Modelo Cessna Caravan PR-SLD da Cleiton Táxi Aéreo – CTA

Figura 2.2.2 – Cessna 208 Caravan Anfíbio PT-MRU da Rico Táxi Aéreo

Figura 2.3.1 - Rotas de voos panorâmicos realizadas pela Penobscot

Figura 2.3.2 - Exemplos de destinos de voos realizados pela Fly the Wale

Figura 2.4.1 – Rotas regulares da Harbour Air

Figura 2.6.1 – TMA Terminal em Male, Maldivas

Figura 2.7.1 – Rotas do flightseeing da Seawings em Dubai

Figura 2.8.1 – Rota do flightseeing Discovery da Loch Lomond Seaplanes

Figura 2.8.2 – Área de voo do flightseeing Explorer da Loch Lomond Seaplanes

Figura 2.9.1 – Rota de operação regular da Nordic

Figura 2.10.1 – Rotas operadas pela Air Whitsunday Seaplane

Figura 2.10.2 - Rotas e duração de voos fretados realizados pela Sidney Seaplanes

Figura 2.11.1 – Route Map da Cinnamon Air Sri Lanka

Figura 2.12.1 – Route Map da Turtle Airways

Figura 3.1.1 – Cessna Grand Caravan EX

Figura 3.1.2 – Comprimento de pista exigido para decolagem do Cessna 208 Grand

Caravan Anfíbio aplicado esquematicamente a Lagoa Rodrigo de Freitas na cidade do

Rio de Janeiro.

Figura 3.1.3 – Distâncias Aeronáuticas da Lagoa Rodrigo de Freitas às capitais estaduais dentro do alcance do Cessna 208 Grand Caravan Anfíbio

Figura 3.2.1 – De Havilland DHC-6 600 Twin Otter Figura 5.1.1 – Configuração de instalações off-shore com hidropista demarcada Figura 5.1.2 – Exigência de ganho de altitude para hidroaviões Figura 5.1.3 – Espaçamento entre vagas em área de ancoragem Figura 5.2.1 – Ilustração de rampa de madeira com parte submersa Figura 5.2.2 – Espaçamentos mínimos em uma rampa particular Figura 5.2.3 – Ilustração de uma rampa particular Figura 5.2.4 – Ilustração de um sistema de docagem flutuante Figura 5.2.5 - Sistema de defensas adequado para docas de hidroaviões Figura 5.3.1 – Configuração possível das instalações on-shore de uma base de hidroaviões Figura 6.2.1 – Píer flutuante de Plástico Figura 6.2.2 – Píer flutuante em piso em madeira Figura 6.2.3 – Píer Flutuante com piso em concreto Figura 6.2.4 – Píer fixo em madeira Figura 6.3.1 – Píer fixo simples para embarque e desembarque de passageiros Figura 6.3.2 – Píer fixo simples de uso compartilhado com embarcações de pequeno porte Figura 6.3.3 – Plataforma flutuante para embarque e desembarque de passageiros Figura 6.3.4 – Vista aérea de píer afastado para embarque e desembarque de passageiros Figura 6.3.5 – Píer flutuante para embarque de passageiros Figura 6.3.6 – Píer para embarque e desembarque de passageiros com área de espera remota e berço para mais de uma aeronave Figura 6.3.7 – Píer para embarque e desembarque de passageiros com edificação remota Figura 6.3.8 – Croqui de uma plataforma de embarque e desembarque de passageiros com dimensões em metro Figura 7.2.1 – Ligações entre Rio de Janeiro e Angra dos Reis e Búzios

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.2.1 – Aeronaves anfíbias registradas no Brasil

Tabela 1.2.2 – Hidroaviões registrados no Brasil

Tabela 2.4.1 – Conexões de voos regulares da Harbour Air

Tabela 3.1.1 – Dimensões do Cessna Grand Caravan EX Anfíbio

Tabela 3.2.1 – Dimensões do De Havilland DCH-6 Twin Otter

Tabela 7.1.1 – Dimensões da área de acostagem de hidroaviões

Tabela 7.2.1 – Tabela de custos totais do hidroavião Cessna Caravan

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...... 1

APRESENTAÇÃO DO TEMA...... 1 Hidroavião ...... 1 Evolução Histórica ...... 3

IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVA ...... 6 Hidroaviação como Atividade Comercial no Mundo ...... 6 Mercado Brasileiro ...... 7 O Caso do Rio de Janeiro...... 9

OBJETIVOS DO TRABALHO ...... 10 Objetivo Principal ...... 10 Objetivos Secundários ...... 10

METODOLOGIA ...... 11 ESTRUTURA ...... 11

2 PANORAMA DO MERCADO DE HIDROAVIAÇÃO NO MUNDO...... 13

PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI ...... 13 BRASIL ...... 13 CTA – Cleiton Táxi Aéreo ...... 14 Rico Táxi Aéreo ...... 15

ESTADOS UNIDOS ...... 16 Alaska ...... 16 Califórnia ...... 24 Flórida ...... 26 ...... 31 Washington ...... 35 New York ...... 39

CANADÁ ...... 41 Harbour Air ...... 41

Tofino Air ...... 47

CARIBE ...... 47 ...... 47

MALDIVAS ...... 48 Trans Maldivian Airways ...... 49

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS ...... 51 Seawings ...... 51

REINO UNIDO ...... 53 Loch Lamond Seaplanes ...... 53

DINAMARCA ...... 55 Nordic Seaplanes ...... 55

AUSTRÁLIA ...... 56 Air Whitsunday Seaplane ...... 56 Sydney Seaplanes ...... 58

SRI LANKA ...... 60 Cinnamon Air Sri Lanka ...... 60

FIJI ...... 61 Turtle Airways ...... 61

3 MODELOS DE AERONAVES ...... 65

CESSNA 208 CARAVAN ...... 65 DE HAVILLAND DHC-6 TWIN OTTER ...... 68

4 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ...... 70 5 BASE DE HIDROAVIÕES¹ ...... 73

INSTALAÇÕES OFF-SHORE ...... 73 Hidropista ...... 74 Canal de Taxiamento e Áreas de Manobra ...... 76

Áreas de Ancoragem ...... 76

INSTALAÇÕES COSTEIRAS ...... 78 Rampa ...... 78 Sistema de Docagem ...... 81

INSTALAÇÕES ON-SHORE ...... 84 Hangares e Áreas de Manutenção e Abastecimento...... 85 Estacionamento e acesso rodoviário ...... 86

6 INSTALAÇÕES COSTEIRAS NO BRASIL – PROCEDIMENTOS LEGAIS, MATERIAIS, MÉTODOS CONSTRUTIVOS, CUSTOS E DESCRIÇÃO ...... 87

PROCEDIMENTOS LEGAIS ...... 87 MODELOS E MATERIAIS ...... 88 Píeres Flutuantes ...... 89 Píeres Fixos ...... 90

7 ESTIMATIVA DE CUSTOS ...... 92

DESCRIÇÃO ...... 92 Custos de construção ...... 98

CUSTOS OPERACIONAIS E TOTAIS ...... 99 Características Operacionais ...... 99 Custos Mensais ...... 100

8 CONCLUSÃO ...... 103 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 107

1

1 INTRODUÇÃO

APRESENTAÇÃO DO TEMA

Hidroavião

O hidroavião é um veículo que opera em dois diferentes ambientes (FUSETRA, 2011).

Segundo Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA, Lei nº 7.565 de 19 de dezembro de 1986, hidroaviões são compatíveis com a definição de aeronave (BRASIL, 1986); porém, suas operações em superfície das águas estão sujeitas às regras de segurança da navegação aplicáveis a embarcações segundo a Lei nº 9.537, de 11 de dezembro de 1977, que dispões sobre a segurança do tráfego aquaviário em águas sob a jurisdição nacional. Portanto, atividades com hidroaviões deverão estar de acordo com normatizações de autoridades aeronáuticas e marítimas.

Apesar de presente na literatura técnica em língua portuguesa, o termo “hidroavião” representa todas as configurações disponíveis da aeronave para realizar as manobras nas superfícies de água. Contudo, nos textos apresentados em inglês, a estrutura da aeronave usada para realizar as movimentações na água diferencia a palavra técnica adotada. O hidroavião que possui flutuadores são chamados de Floatplanes; já aquelas aeronaves que utilizam a própria fuselagem para realizar as manobras na água são chamadas de Flying Boats (DE REMER,

2003). Na Figura 1.1.1 é apresentado um Floatplane da empresa Trans Maldivian Airways –

TMA e na Figura 1.1.2. é apresentado o Flying Boat fabricado pela empresa Icon Aircraft. 2

Caso possuam trem de pouso como aeronaves terrestres, a aeronave não é mais definida como um hidroavião. Com a possibilidade de operar em solo, água e ar, esses veículos recebem a nomenclatura técnica de aeronaves anfíbias. (FUSETRA, 2011).

Figura 1.1.1 – Floatplane (TRANS MALDIVIAN AIRWAYS, 2019)

Figura 1.1.2 – Flying Boat (EEA, 2015) 3

Evolução Histórica

A necessidade de se deslocar e transportar cargas remonta aos primórdios da humanidade e faz parte da história do homem, as descobertas e evoluções tecnológicas foram transformando os meios de transporte e nesse sentido foram desenvolvidos diversos veículos aplicáveis aos modais terrestres, aquaviário e aéreo (FREITAS, 2019).

Até o século XVIII, período Pré-Revolução Industrial, a força motriz responsável pela movimentação dos modos de transporte era considerada “natural”, ou seja, advinha de animais e do vento. A invenção da locomotiva a vapor durante a Revolução Industrial desencadeou transformações nos veículos de transporte, o crescimento das redes ferroviárias e os primeiros barcos a vapor tornaram mais acessíveis as conexões entre países e continentes.

Os transportes rodoviário e aéreo ganharam espaço no século XX. A expansão do primeiro no Brasil se deu com a implementação da indústria automobilística e investimentos na malha rodoviária a partir de 1950, ocasionando aumento da frota de veículos e possibilitando a integração de mercados antes isolados. Em decorrência da aplicação de aviões para fins militares, a evolução de aviões ganhou ímpeto com a Primeira e Segunda Guerras Mundiais.

Paralelamente, em função das vantagens do uso de aviões em comparação ao uso de navios e veículos terrestres, alcance de maiores distâncias em menor tempo por exemplo, se desenvolvia a indústria da aviação civil (VALENTE, 2004).

O início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) reforçou a necessidade de proeminência dos países nos meios aquático e aéreo, mostrando condições favoráveis à utilização e evolução de hidroaviões. Nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial

(1939-1945), os aeroportos capazes de operar grandes aeronaves de longo alcance ainda eram pouco desenvolvidos e as áreas do mundo de grande interesse estratégico situavam-se próximas a corpos d’água e instalações marítimas. Tais condições naturais mostraram-se favoráveis à operação de hidroaviões tanto para fins militares como comerciais (ODEDRA et al., 2004). 4

Os hidroaviões proporcionavam um espetáculo visual fascinante, fato que também foi importante para chamar a atenção a esse tipo de aeronave nos períodos iniciais da aviação.

Ademais, eles se mostravam como uma possível integração da aviação com a vida moderna.

Aviões terrestres exigem extensas pistas de voo normalmente construídas longe dos grandes centros urbanos, já os hidroaviões podem aterrizar próximo às praias e margens de lagos.

Após a Segunda Guerra Mundial o uso de hidroaviões foi diminuindo gradualmente, em função da evolução e aumento do número de aviões terrestres, e da construção de pistas de pouso – construídas em excesso durante a Segunda Guerra Mundial face à ambição de grande poder aéreo- e utilização de porta-aviões. Além disso, os hidroaviões eram consideravelmente menos aerodinâmicos e estruturalmente eficientes do que os aviões terrestres (CARRINGTON,

2015). O desenvolvimento de hidroaviões continuou no período pós-guerra, no entanto, de forma menos acentuada em relação a sua introdução na aviação.

Segundo a Air Charter Service (2018), fornecedora global de fretamento de aeronaves, os hidroaviões tem sido aplicados em serviços de turismo, busca e salvamento. As guardas costeiras são os maiores operadores de hidroaviões, em virtude da capacidade singular dessas aeronaves em localizar e resgatar sobreviventes.

Nesse sentido, uma comparação interessante é o uso de hidroaviões em detrimento de helicópteros: estes apresentam menor capacidade de transportar sobreviventes e tem menor eficiência de combustível se comparados às aeronaves de asa fixa. Além disso, os hidroaviões são mais utilizados para controle de incêndios florestais.

Em dezembro de 2017 foi lançado na China o AVIC AG600, hidroavião desenvolvido pelos chineses durante 5 anos, alimentado por 4 motores e capaz de transportar 50 passageiros e coletar 12 toneladas de água em 20 segundos para operações de combate a incêndios. Esta aeronave é apresentada na Figura 1.1.3. A Rússia possui o modelo Beriev Be-200, projetado pela Beriev Aircraft Company e fabricado pela Irkut, tem capacidade para 12.000 litros de água 5

e até 72 passageiros. Ao pousar na água ou flutuar sobre ela, o Beriev Be-200, apresentado na

Figura 1.1.4, é habilitado para rapidamente encher seus tanques com água exterior, seja água doce ou salgada (DOCTOR, 2018).

Figura 1.1.3 – Flying Boat AVIC AG600 (XINHUANET, 2018)

Figura 1.1.4 – Aeronave anfíbia Beriev Be-200 (BERIEV, 2017) 6

Os hidroaviões são populares entre turistas e aventureiros que buscam explorar arquipélagos e chegar a regiões e lagos com pouca infraestrutura de mobilidade para acesso.

Esse contexto turístico se reflete no alcance de áreas remotas no Alasca, no deserto canadense, nas Ilhas do Caribe e Ilhas Maldivas por exemplo.

IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVA

O transporte aéreo por hidroaviões ou aeronaves anfíbias pode prover acessibilidade a diversas regiões que possuam potencial turístico com extensões litorâneas ou corpos d’águas navegáveis. Com esses veículos, novas rotas aéreas podem ser desenvolvidas rapidamente e com pequeno impacto aproveitando áreas naturais disponíveis e conexões com aeroportos podem ser realizadas diminuindo o tempo de viagens de cidades de pequeno porte (FUSETRA,

2011).

Hidroaviação como Atividade Comercial no Mundo

Muitos países já entendem as vantagens econômicas e sociais da hidroaviação, principalmente aqueles que possuem uma hidrografia abundante e previsão de crescimento do turismo (THE SEAPLANE TEAM, 2019). O grande número de corpos d’água e a existência de locais de importância política e econômica em áreas remotas na América de Norte e nas

Maldivas criaram em suas nações uma cultura de hidroaviação. O fluxo nas hidrobases construídas em Vancouver e nas Maldivas chega a mais de 400 mil passageiros por ano movimentados por operadores regulares. Em uma análise do mercado mundial de hidroaviões, constatou-se que quase metade dos operadores possuíam suas bases nos Estados Unidos; junto com os operadores canadenses, esse grupo de companhias representavam de 80% da movimentação comercial mundial com hidroaviões (FUSETRA, 2011). 7

Viagens a negócio e o acesso a regiões luxuosas como ilhas residenciais são os motivos de viagem mais comuns relatados pela Harbour Air Malta (FUSETRA, 2011). A Habour Air

Malta foi a única empresa europeia com operações regulares consultadas no estudo; porém, a

Loch Lomond Seaplanes também já possuía voos regulares na época do estudo (LOCH

LOMOND SEAPLANES, 2019).

Mercado Brasileiro

Uma das funções da Agência Nacional da Aviação Civil – ANAC é a emissão de documentos técnicos para regulamentar o setor da aviação civil. Através do Regulamento

Brasileiro de Aviação Civil – RBAC nº47 ficou definido que o Registro Aeronáutico Brasileiro

(RAB) seria público, único e centralizado (ANAC, 2010). Sendo assim, todas as aeronaves em operação no Brasil devem constar na listagem do RAB e todos os cidadãos conseguem acessá- lo.

Além disso, o mesmo documento enumerou as classificações dos serviços possíveis de serem realizados por tipo de certificado das aeronaves. A primeira distinção realizada é se a aeronave se destina ao serviço do poder público ou não. Em caso de aeronave pública, é vedado o transporte mediante comercialização de assentos. As aeronaves privadas são, ainda, classificadas em 8 categorias: Serviço Aéreo Especializado (SAE), Serviço de Transporte

Aéreo Público Regular, Doméstico ou Internacional (TPR), Serviço de Transporte Aéreo

Público Não Regular, Doméstico ou Internacional (TPN), Serviço de Transporte Aéreo Público

Não Regular – Táxi Aéreo (TPX), Serviços Aéreos Privados (TPP), Instrução (PRI),

Experimental (PET) e Histórica. Dentre essas categorias, as únicas permitidas para o transporte de pessoas, bens e malas postais com fins lucrativos são TPR, TPN e TPX. Na base do RAB divulgada consta a classificação de cada aeronave. 8

A ANAC disponibiliza mensalmente essa lista das aeronaves registradas no Brasil em alguns formatos digitais (ANAC, 2019). Através do RAB é possível identificar quantas aeronaves anfíbias e hidroaviões estão certificados no Brasil. Dentre a grande variedade de fabricantes e modelos, no Brasil há 16 aeronaves anfíbias e 14 hidroaviões certificados em um universo de 28.180 registros. É apresentada na Tabela 1.2.1 a lista das aeronaves anfíbias por fabricante, modelo, categoria e quantidade de registros e na Tabela 1.2.2 a lista de hidroaviões com o mesmo conjunto de informações.

Tabela 1.2.1 – Aeronaves anfíbias registradas no Brasil (Adaptado de ANAC, 2019)

Fabricante Modelo Categoria Quantidade Cessna Aircraft 208 Anfíbio TPP 3 Cessna Aircraft 208 Anfíbio TPX 5 De Havilland DHC-2 Anfíbio TPP 2 John Seely Compair 8 Anfíbio PET 1 Maule Aircraft M-7-235B Anfíbio TPP 4 Jorge Carlos Paturi Anfíbio PET 1 Dickinson Total 16

Tabela 1.2.2 – Hidroaviões registrados no Brasil (A adaptado de ANAC, 2019)

Fabricante Modelo Categoria Quantidade Alliance Aircraft H-295 TPP 1 172l TPP 1 A185F TPP 2 Cessna Aircraft U206F TPP 1 U206G TPP 3 Flyer Hidroflyer PET 5 Maule M-5-210C TPP 1 Total 14

9

É possível constatar na segunda linha da Tabela 1.2.1 que apenas 5 aeronaves

(aproximadamente 0,02% das aeronaves no Brasil), todas anfíbias, possuem autorização para realizar o transporte mediante remuneração por estarem certificadas como Serviço de

Transporte Aéreo Público Não Regular – Taxi Aéreo (TPX). Dentre esse universo de 5 aeronaves, 1 está com o registro incompleto não indicando o estado brasileiro de registro e as

4 demais estão locadas no estado do Amazonas. Portanto, pode-se afirmar que a exploração da hidroaviação comercial é bastante inexpressiva, inclusive no Amazonas, ou inexiste de forma oficial no Brasil.

O Caso do Rio de Janeiro

Além de representar a oferta de um serviço diferenciado de transporte operando nos percursos do Rio de Janeiro para as regiões turísticas mencionadas anteriormente, a interligação realizada por meio de hidroaviões pode representar uma forma de promover o desenvolvimento da aviação regional no Estado do Rio de Janeiro.

Ao atender as localidades do interior do Estado, o transporte aéreo de caráter regional promove uma maior integração no cenário da aviação nacional, além de estimular o desenvolvimento local pela oferta de operações aéreas regulares.

Até o momento da publicação deste trabalho, como alternativa para chegar via transporte aéreo às regiões da Costa Verde ou dos Lagos, há apenas o Cabo Frio Airport. Este atende a Região dos Lagos, inaugurado em 1998, recebe voos comerciais domésticos e internacionais, além de voos cargueiros (CABO FRIO AIRPORT, 2019).

No decorrer do verão de 2019, o Cabo Frio Airport recebeu voos diários do Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte MG, além de dois voos semanais com origens em Campinas-

SP, e Buenos Aires, na Argentina. Esses voos foram operados através de uma parceria entre o

Cabo Frio Airport e a companhia aérea AZUL, e são importantes para a movimentação da 10

economia regional, além de atrair turistas brasileiros e estrangeiros. A confirmação da operação desses voos se deu após uma ótima temporada com taxas de ocupação girando em torno de 80%

(FLASH CAMPINAS, 2019). No entanto, o Cabo Frio Airport não opera voos interligando a cidade do Rio de Janeiro à região dos Lagos.

Para que seja implementada uma empresa aérea de hidroaviões operando nesses mercados potenciais, é necessário determinar primeiramente a demanda por esse tipo de transporte. A previsão de demanda é fundamental para o planejamento estratégico e análise de viabilidade da empresa, além de ser de interesse mútuo para diferentes stakeholders. São alguns deles: investidores, companhias aéreas, fabricantes de hidroaviões, operadores, e órgãos reguladores (GODOY, 1997).

OBJETIVOS DO TRABALHO

Os objetivos secundários foram estabelecidos de forma a nivelar o conhecimento dos leitores sobre a atividade da hidroaviação conduzindo-os para o entendimento das instalações necessárias a operação.

Objetivo Principal

Os objetivos principais deste trabalho são analisar o mercado de hidroaviação no mundo e realizar um estudo sobre a infraestrutura de operação de hidroaviões de acordo com normas e legislações de referência.

Objetivos Secundários

Os objetivos secundários são:

a) Apresentar o panorama do mercado de operação de hidroaviões no mundo; 11

b) Estudar os principais modelos de aeronaves utilizadas;

c) Realizar um estudo da legislação de operação do modelo de negócio de ligações

aéreas não regulares com hidroaviões no Brasil;

d) Estudar a legislação brasileira para implantar instalações portuárias para

movimentação de passageiros;

e) Estudar as recomendações técnicas para dimensionamento das áreas de uma base

de hidroaviões;

f) Elaborar uma descrição e estimar os custos de uma área de docagem de uma base

de hidroaviões.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a pesquisa nas páginas online oficiais das empresas que operam essas aeronaves comercialmente no mundo, estudo de leis e normas brasileiras e americanas – em caso de carência de legislação nacional – para a implantação e operação de bases de hidroaviões, e pesquisa de custos de implantação das plataformas de acesso à embarcações diretamente com empresas fornecedoras de tais estruturas.

ESTRUTURA

O presente trabalho foi organizado em 7 (sete) capítulos, em que o primeiro apresenta o hidroavião e a evolução histórica de sua utilização além de apresentar a relevância do estudo, a metodologia utilizada e a estrutura do trabalho.

O capítulo segundo apresenta um panorama extenso dos serviços explorados, tamanho e composição de frotas de empresas operando comercialmente hidroaviões no mundo. A atividade foi estudada nas regiões dos Estados Unidos, Canadá, Caribe, Maldivas, Emirados

Árabes Unidos, Reino Unido, Dinamarca, Austrália, Sri Lanka e Fiji. 12

O terceiro capítulo apresenta informações técnicas das duas principais aeronaves utilizadas pelas empresas do capítulo anterior.

O quarto capítulo estuda as formas possíveis de operação de empresas aéreas segundo a legislação brasileira.

O quinto capítulo resume as recomendações da Federal Aviation Administration – FAA para as dimensões, localizações e outras informações das partes componentes de uma base de hidroaviões.

O sexto capítulo aborda a legislação brasileira para implantar uma instalação portuária funcionando como terminal de uso privado que irá transportar passageiros por hidroaviões.

No sétimo capítulo são apresentados uma descrição de uma área de acostagem com estimativa dos custos de implantação e uma tabela de custos operacionais para duas ligações com hidroaviões dentro do Estado do Rio de Janeiro.

Finalmente, no oitavo capítulo são apresentadas as considerações finais, explicadas as limitações do estudo e as recomendações para trabalhos posteriores nos campos abordados neste presente trabalho. 13

2 PANORAMA DO MERCADO DE HIDROAVIAÇÃO NO MUNDO

Este capítulo apresenta a exploração já realizada no Brasil por empresas que possuem aeronaves anfíbias de acordo com o RAB. Contudo o objetivo específico é apresentar os possíveis serviços de serem prestados com as operações de hidroaviões. Serão apresentadas empresas que fornecem serviços no mundo como exemplos de exploração do potencial existente para hidroaviação no Brasil. A maior ênfase será a das operações realizadas na

América do Norte, nos Estados Unidos e Canadá; porém, serão apresentadas empresas europeias, no Oceano Índico e na Oceania.

PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI

O cenário mundial da hidroaviação no começo do século XXI foi explorado por pequenas companhias que garantiam o transporte de produtos e pessoas para áreas de difícil acesso por outros modos ou por operadores privados para recreação. No mercado privado da

Europa havia apenas uma escola de pilotagem em Como, Itália e em sua companhia, a

Escandinávia era o segundo lugar com expressiva concentração de hidroaviões e aeronaves anfíbias (DE REMER, 2003).

BRASIL

Conforme explorado na seção 1.2.2. Mercado Brasileiro, toda atividade com autorização comercial para transporte aéreo público de passageiros utilizando hidroaviões está concentrada no Estado do Amazonas. Contudo, segundo relatório de agosto de 2019 do RBA, as empresas que estão cadastradas no RAB como operadores dos Cessna 208B Caravan Anfíbio também possuem outras aeronaves em sua frota e operam fora do Amazonas. São elas: CTA – Cleiton

Táxi Aéreo e a Rico Táxi Aéreo (ANAC, 2019). 14

É possível existirem empresas operando o Cessna 208B Caravan Anfíbio no Estado do

Amazonas, mas que não possuam aeronaves registradas no RAB. Essa situação foi encontrada no caso da empresa Manaus Aero Táxi. A figura 2.2.0 foi retirada do site da empresa, e mostra a aeronave PR-MPE. Tal aeronave consta no RAB de agosto de 2019 como sendo operada pela

Flyair Agência de Turismo Eireli, e sendo propriedade da Mapfre Seguros Gerais S.A.

Possíveis justificativas para essa discrepância seriam o fato do relatório consultado ser de agosto de 2019, quase 6 meses antes da data de acesso ao site e produção deste trabalho, logo o site ou o relatório estariam desatualizados, ou mesmo a possibilidade da Manaus Aero

Táxi arrendar tal aeronave junto à empresa proprietária.

Figura 2.2.0 – Cessna 208B Caravan Anfíbio PR-MPE

(MANAUS AERO TÁXI, 2019)

CTA – Cleiton Táxi Aéreo

A CTA – Cleiton Táxi Aéreo (CLEITON TAXI AEREO, 2019) é uma empresa com base no estado do Amazonas e possui registro como operador de 9 aeronaves no RAB. Sua frota

é composta de aeronaves das fabricantes Cessna, Embraer e Socata TBM. A empresa possui 8 15

de suas aeronaves registradas como TPX sendo 1 destas o modelo Cessna Caravan Anfíbio com a matrícula PP-CTX. A CTA oferta serviços de fretamento de aeronaves e voos panorâmicos na região de Manaus, AM. Na Figura 2.2.1 é apresentada uma das aeronaves terrestres da empresa visto que não foram encontradas imagens do modelo anfíbio.

Figura 2.2.1 – Modelo Cessna Caravan PR-SLD da Cleiton Táxi Aéreo – CTA (CTA, 2019)

Rico Táxi Aéreo

A Rico Táxi Aéreo (RICO TÁXI AÉREO, 2019) é uma empresa com 40 anos de mercado e base no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes em Manaus, AM. A empresa está registrada como operadora de 32 aeronaves no RAB; porém, duas dessas aeronaves estão cadastradas como TPP. Além de realizar serviços de táxi aéreo com 28 de suas aeronaves, a 16

Rico possui 2 unidades do modelo Embaer 120ER Brasília com configurações para 32 e 24 passageiros cadastrados como TPR e, portanto, para serviço de transporte aéreo público regular.

A empresa possui certificado de operação de 28 aeronaves como TPX sendo 27 operando no estado do Amazonas e 1 Douglas DC-3 configurado para 31 passageiros no

Maranhão. As aeronaves com base no Amazonas são das fabricantes Bell Helicopter (2), Cessna

(6), Embraer (11), McDonnel Douglas (4), Piper (3) e Raytheon (1). Além disso, a empresa opera 4 Cessna Caravan Anfíbio com configuração para 10 passageiros. A Figura 2.2.2 apresenta um Cessna Caravan Anfíbio da Rico Táxi Aéreo registrado como PT-MRU.

Figura 2.2.2 – Cessna 208 Caravan Anfíbio PT-MRU da Rico Táxi Aéreo

(RICO TÁXI AÉREO, 2019)

ESTADOS UNIDOS

Alaska

Segundo a Seaplane Pilots Association (SPA) (SEAPLANE PILOTS ASSOCIATION,

2019), a hidroaviação é uma atividade que contribui para a economia local do Alaska de forma significativa. A pesquisa realizada pela empresa McDowell Group (MCDOWEL GROUP,

2013) sobre a economia da hidroaviação do Lake Hood concluiu que o mercado de transporte 17

por hidroaviões causa um impacto econômico de US$42.000.000 por ano e gera mais de 230 empregos diretos e indiretos.

O estado possui a maior e mais movimentada base de hidroaviões do mundo com mais de 750 aeronaves residentes e mais de 67.000 operações por ano. Como nos meses de inverno os flutuadores são substituídos por trem de pouso, a região de Lake Hood também se torna a maior base para aeronaves terrestres do mundo.

Há uma grande variedade de modelo de negócios das empresas de hidroaviação do estado. As frotas das empresas variam de apenas 1 aeronave a dezenas em empresas operando na mesma região.

2.3.1.1 Alaska Bush Floatplane Service

A Alaska Bush Floatplane Service (ALASKA BUSH FLOATPLANE SERVICE, 2019)

é uma empresa pequena que possui apenas um hidroavião. A aeronave é da fabricante Cessna modelo 206 com configuração para 5 passageiros. Os serviços oferecidos aos clientes são de turismo de aventura, flightseeing e charter para mais de 100 lagos e rios da região do Alaska.

Essa empresa agrega serviços além dos voos com hidroaviões como hotelaria e ecoturismo. Dentre os programas de turismo natural, a empresa oferece escaladas guiadas, observação da natureza e pesca com equipamentos. Os valores dos pacotes variam de US$220 por pessoa para o flightseeing no Parque Nacional de Denali a US$1.500 para três dias de viagem com trilhas guiadas.

2.3.1.2 Alaska Seaplanes

A Alaska Seaplanes (ALASKA SEAPLANES, 2019) foi fundada em 1997 por dois irmãos que se inspiraram em seu pai que fundou nos anos 1950 a Juneau Air Taxi, uma companhia que já chegou a ser a maior operadora de hidroaviões do mundo. A empresa opera 18

na região sudeste do Alaska a partir de um hub em Juneau e possui voos regulares para 13 destinos nos Estados Unidos durante todo o ano e 1 destino operado sazonalmente. Além disso, há serviço de charter pela região do sudeste do Alaska, oeste canadense e região noroeste da

América do Norte na costa do Pacífico e serviços de flightseeing. A Alaska Seaplanes também

é a operadora de entregas da UPS na região, do correio americano e realiza frete de mercadorias.

A frota é composta por aeronaves terrestres e anfíbias. São seis modelos adaptados para pousos em água e solo além de 8 para pousos somente em solo. As aeronaves anfíbias são das fabricantes Cessna em 2 modelos, o 208A Caravan e C206 (uma e duas unidades respectivamente), e De Havilland em 3 unidades do modelo Beaver.

Com as aeronaves anfíbias a empresa opera regularmente as rotas entre Juneau e as cidades de Angoon, Tenakee, Pelican e Elfin Cove, isto é, 4 de suas 14 operações regulares. A rota de Tenakee para Juneau possui o tempo de voo mais curto com apenas 30 minutos e a mesma ligação no sentido inverso é o voo mais longo da companhia com aeronaves anfíbias com 65 minutos de voo. As reservas são realizadas no próprio site da empresa e custam de

US$154 na conexão de Juneau para Angoon ou Tenakee em qualquer sentido a US$189 na ligação Juneau para Pelican ou Elfin Cove em qualquer sentido (simulação realizada na própria página da empresa para o dia 15/11/2019).

Outro serviço realizado com as aeronaves anfíbias, são os passeios turísticos de flightseeing. Com valores mais elevados quando comparados aos preços das ligações regulares, os pacotes oferecidos iniciam em US$739 por pessoa em um tour de 8 horas no santuário de ursos The Pack Creek na baixa temporada com um grupo mínimo de 5 pessoas. O serviço é acompanhado de guias naturalistas profissionais e experientes na vida selvagem do Alaska, todo equipamento para proteção dos turistas e visualização da fauna e flora são fornecidos e há alimentação inclusa. 19

2.3.1.3 Wings Airways

A Wings Airways (WINGS AIRWAYS, 2019) é uma empresa que não oferece serviço de charter. Com sua operação enxuta e pacotes padronizados, a empresa oferta apenas duas opções de tour por regiões do Alaska. Sua frota é composta de 5 aeronaves De Havilland Otter monomotor turboélice configurado com todos assentos nas janelas da aeronave. Assim como a

Alaska Seaplanes, possui seu hub em Jeneau. Além disso, a empresa só funciona nos períodos de abril ao final de setembro por consequência das condições climáticas dos meses restantes.

Os dois flightseeing operados pela Wings Airways possuem o valor variando de US$235 por pessoa no 5-Glacier Seaplane Exploration Tour a US$339 por pessoa no Taku Logde Feast

& 5-Glacier Seaplane Discovery Tour. A empresa oferece desconto de cerca de 10% para crianças até 12 anos e crianças até 2 anos viajando no colo de seus responsáveis não pagam a tarifa. Na opção de valor mais alto, o serviço dura cerca de 3 horas e realiza um pouso intermediário para almoço no Taku Lodge e no mais barato trata-se apenas de um flightseeing por 5 pontos da região.

2.3.1.4 Island Air Express

A Island Air Express (ISLAND AIR EXPRESS, 2019) é uma empresa com frota híbrida de hidroaviões e aeronaves terrestres que opera no sudeste do Alaska, principalmente nas regiões de Craig, Klawock e Ketchikan. São dois modelos de hidroaviões, o 206 e 208, da fabricante Cessna. Opera voos regulares com vendas online e presencial, presta serviço de charter e possui um interessante programa de fidelidade semelhante aos das grandes operadoras comerciais.

Os voos regulares da empresa têm duração média de 30 minutos e frequência diária. A tarifa varia de acordo com o canal de compra e flexibilidade desejada do passageiro e todos os trechos possuem o mesmo valor de tarifa. O preço mais baixo é de US$153 para a tarifa online 20

sem flexibilidade de mudança de voo ou cancelamento a US$219 na tarifa mais flexível adquirida fora do canal digital para o mesmo voo. Este modelo de negócios se assemelha as empresas low-cost operando no mercado regular em todo o mundo.

A empresa oferece o serviço de charter e realiza essa operação com 4 modelos de aeronaves diferentes, duas terrestres, uma anfíbia e um hidroavião. As aeronaves capazes de manobrar na água são os dois modelos da Cessna presente na frota equipados e certificados para voos com instrumentos – IFR. Não há opção de pacotes de flightseeing fora da customização que pode ser realizada no serviço de charter.

O programa de fidelidade é voltado para passageiros frequentes. A empresa disponibiliza uma passagem de ida a cada 10 voos realizados pelo passageiro. Há a opção de esse bilhete ser emitido em nome de outra pessoa do interesse do beneficiário.

2.3.1.5 Island Wings Air Service

A Island Wings Air Service (ISLAND WINGS AIR SERIVE, 2019) foi fundada em

1993 e possui uma frota reduzida de apenas 2 hidroaviões De Havilland Beaver configurado com 6 assentos para passageiros, todos assentos de janela equipados com fones para comunicação com o piloto e guia durante os voos. Pela frota reduzida, a operação impressiona pela quantidade de serviços que a empresa oferta a seus clientes, desde opções padronizadas a personalizadas. A empresa opera serviços de flightseeing, acompanhados ou não de atividades complementares em terra, serviços de translado para o Ketchikan International Airport e combinações dos pacotes padronizados.

Há 6 classes de serviços divididos em flightseeing: observação de ursos, trilhas guiadas, pesca – todos com 2 opções de pacote variando em local, tempo ou tamanho do grupo –, passeios personalizados – adaptando-se aos horários dos grupos e atividades sazonais como 21

observação de baleias – e transporte para acampamentos selvagens para servir mais de 150 cabanas de acampamento espalhadas pelo Alaska.

Os serviços de flightseeing se concentram no sudeste do Alaska em passeios de 2 horas a 2 horas e meia com paradas em lagos da região para sessão de fotos e incluem transporte terrestre entre a sede e a área de embarque e desembarque dos hidroaviões. Os valores variam de US$249 por passageiro no The two hour Misty Fjords Tour e US$349 por pessoa no Two and half hour Fjords and Glacier Combination Tour.

A observação de ursos é possível em dois observatórios, o Traitors Cove e o Anan

Creek. São passeios sazonais onde cada observatório possui um período preferencial para a realização da viagem. Assim como os pacotes de flightseeing, a empresa complementa o voo e a observação dos ursos com transporte terrestre para chegar e sair da área de embarque e desembarque. Os pacotes duram de 4 horas a 5 horas, com tempos de voo e observação variáveis para cada localidade. Para o Traitors Cove, a tarifa é de US$379 por passageiro, com 30 minutos de voo em cada sentido e 3 horas de observação; já para o Anan Creek, o voo de 45 minutos em cada sentido e 3 horas e 30 minutos de observação tem o preço de US$565 por passageiro.

As escaladas em trilhas da região são guiadas e podem ser padronizadas ou personalizadas. Na opção padronizada, o serviço inclui o tempo total de 1 hora e meia de voo e duas horas e meia de trilhas com o valor variando para o tamanho do grupo. Para grupo de 2 a

4 pessoas, a empresa cobra US$479 por passageiro e para grupos até 6 pessoas, o valor é de

US$409.

Uma atividade bastante explorada pelas empresas da região é a pesca em regiões remotas onde o único transporte possível é o hidroavião. A Island Wings Air Service oferece duas opções de pacote que variam de 4 horas a 8 horas, sendo que no passeio mais curto só é possível pousar em um lago para pesca e no passeio de 8 horas é possível pousar em mais de uma localidade para pesca. O serviço não inclui alimentação e é necessário que os passageiros 22

possuam licença para pescar. Os valores iniciam em US$550 por pessoa em um grupo de duas pessoas no mínimo para o pacote de duração mais curta e chegam a US$850 por pessoa em um grupo mínimo de 2 pessoas para o mais longo.

O transporte para cabanas dentro dos parques do Alaska é um serviço de transfer oferecido pela Island Wings Air Service. Possui a maior diversidade de destinos dos pacotes das empresas e possuem preços variando de US$975 para S.E. Heckman, Heckman Lake e Helm

Bay a US$2.700 para Salmon Bay Lake. Todos os preços são de viagens de ida e volta com peso máximo de aproximadamente 540kg contabilizando passageiros e equipamentos.

2.3.1.6 Rust’s Flying Service

A Rust’s Flying Service (RUST’S FLYING SERVICE, 2019) é uma empresa familiar e é a maior e mais antiga operadora de hidroaviões na região de Lake Hood. A empresa possui

22 aeronaves entre anfíbias e terrestres em sua frota. Os serviços operados são semelhantes da

Island Wings Air Service como observação de ursos, flightseeing tours, pesca em regiões remotas e serviço de charter.

A frota da companhia é composta de uma variedade de hidroaviões das fabricantes De

Havilland – nos modelos Turbine Otter e Beaver configurados para 10 e 6 passageiros respectivamente – e Cessna – nos modelos 206 e 208 Caravan com 5 e 9 assentos respectivamente. Além desses hidroaviões, a empresa possui a aeronave terrestre Air Van configurada com 6 assentos. Todas as aeronaves foram montadas com assentos na janela e oferecem fones de comunicação com a tripulação durante o voo.

A observação da vida selvagem, principalmente ursos, é realizada em 4 locais de acordo com o período do ano. São eles: o Parque Nacional Katmai, Parque Nacional Lake Clark,

Redoubt Bay Lodge e Chintina Bay. Os pacotes possuem pequena variação de preço iniciando em US$801,85 (US$795 do voo e US$6,85 de taxa de entrada no lodge) por pessoa por 6 horas 23

de serviço completo, voo mais observação em terra, no Reddoubt Bay Lodge a US$1009

(US$995 do voo e US$14 de taxa de entrada no parque nacional) por pessoa por um serviço de

10 a 12 horas no Parque Nacional Katmai apenas no mês de julho.

Os serviços de flightseeing atendem a 4 regiões do Alaska. A base da empresa se situa no Lake Hood em Anchorage e o serviço de tour mais barato é um sobrevoo a mesma cidade e as montanhas Chugach com possível avistamento de baleias. Com duração média de 30 minutos de voo, o pacote custa US$125 por pessoa e só é ofertado durante os meses de verão. O pacote com preço mais elevado da companhia consiste basicamente em um sobrevoo no Parque

Nacional Denali. Os preços variam dependendo da estação pois nos meses mais frios há um pouso intermediário no gelo formado nos lagos para sessão fotográfica. Nos meses mais quentes o valor é US$445 por pessoa sem pouso intermediário e no restante do ano o valor salta para

US$525 por pessoa; em ambas as opções o serviço dura em média 3 horas.

A atividade de pesca selvagem é oferecida em 3 diferentes configurações. Há opções com ou sem guias e com estadia de até 3 dias na região do pouso. A variação de preço se dá de

US$295 sem o acompanhamento de guia a US$795 por pessoa com estadia de 3 dias em uma cabana da empresa; nestes serviços é necessário que o passageiro possua licença para pescar na região e transporte consigo equipamento pessoal para a atividade.

A empresa oferece um serviço de charter de até 6 horas com o itinerário a ser negociado entre o piloto e o cliente. O custo para contratação do serviço é de US$3.900 pelas 6 horas e há acréscimo de US$117 a cada passageiro embarcado.

2.3.1.7 Sea Hawk Air

A Sea Hawk Air (SEA HAWK AIR, 2019) é uma empresa que opera na península do

Alaska desde a década de 1980. Sua frota é formada de apenas um modelo de aeronave, o hidroavião Beaver fabricado pela De Havilland. A companhia oferece serviços muito diversos 24

associados ao voo da sua aeronave como pesca esportiva, observação de ursos e da vida selvagem, hospedagem em pousadas, caça, aluguel de cabanas, rafting, caiaque, beachcombing, avistamento de aves, acampamento selvagem e trilhas guiadas na ilha de Kodiak e na Península do Alaska.

Para a observação de ursos, são oferecidos pacotes de duração média entre 5 horas a 5 horas e meia com valores de US$615 por pessoa. É exigido um grupo mínimo de duas pessoas e são oferecidos descontos para passageiros até 12 anos de idade. Estão incluídos pousos intermediários para a observação e o almoço é fornecido pela companhia. O período de oferta inicia na primeira semana de junho e termina na primeira semana de outubro de cada ano; porém, conforme a intensidade do frio e formação de gelo em outros meses, a atividade pode se iniciar mais cedo, no mês de maio.

O aluguel de cabanas é um serviço oferecido em cabanas flutuantes providas de utensílios domésticos como fogão, pratos e talheres além de instalação elétrica; porém o fornecimento de energia é de responsabilidade do locatário que deverá transportar o seu próprio gerador. As diárias variam de acordo com o número de ocupantes iniciando em US$275 para casal até US$400 para grupo de 4 pessoas. É possível acomodar um grupo maior e uma taxa de

US$25 por pessoa é adicionada ao valor do grupo quádruplo.

Califórnia

Segundo o SPA (SEAPLANE PILOTS ASSOCIATION, 2019), o norte da Califórnia apresenta muitos lagos propícios a operações de hidroaviões, como por exemplo o Lake

Berryessa, Clear Lake e o Rio Sacramento-San Joaquin Delta. Este último é um estuário de cerca de 2800 km². A leste do Vale de San Joaquin há lagos disponíveis para operações de hidroaviões, mas com poucos locais apropriados para pouso. No sul da Califórnia, os locais 25

disponíveis são a parte externa do Porto de San Pedro, o sul da Baía de San Diego e o sistema do Rio Colorado.

2.3.2.1 San Diego Seaplanes

A San Diego Seaplanes (SAN DIEGO SEAPLANES, 2019) tem a sua operação na Baía de San Diego e oferece pacotes de flightseeing pela cidade de San Diego e voos com opção de pouso intermediário para recreação dos passageiros na baía. Há, também, serviços sazonais para observação de baleias no período de migração. Aos interessados em pilotar hidroaviões, a empresa oferece treinamento em sua escola de pilotagem.

Os preços dos pacotes variam com a inclusão ou não de serviços adicionais e a duração da viagem. O preço mais reduzido é atribuído a um flightseeing de 10 minutos pela baía em que, nos períodos adequados, é possível observar a passagem de grupos de baleias. Este pacote custa US$180 a cada passageiro de um grupo de 4 pessoas. É possível incluir pouso intermediário para atividade com caiaque por até 90 minutos. A prática deste esporte encarece o serviço, sendo o pacote de preço mais elevado. O valor é de US$370 por passageiros viajando desacompanhado.

2.3.2.2 Seaplane Adventures

A Seaplane Adventures (SEAPLANE ADVENTURES, 2019) foi fundada por um veterano da Segunda Guerra Mundial e reformulada por sua família em 2012. A empresa oferece serviços de flightseeing e charter. Sua frota é composta por De Havilland Beaver configurados para 6 assentos na janela e a companhia possui uma base para embarque e desembarque própria. São oferecidos serviços de flightseeing e charter. 26

Os valores dos serviços iniciam em US$189 por passageiro adulto no tour Golden Gate e chegam a US$289 para o tour Norcal Coastal. Há descontos para passageiros até 12 anos de idade e é possível incluir no tour Golden Gate um pouso e tour pela prisão de Alcatraz por valores adicionais.

Flórida

Segundo o SPA (SEAPLANE PILOTS ASSOCIATION, 2019), a Flórida é o estado norte-americano com maior número de pilotos associados. Devido a sua hidrografia, com mais de 7.700 lagos e lagoas com área de espelho d’água de aproximadamente 3 milhões de hectares e possuir o quarto maior lago dos Estados Unidos que é aberto a hidroaviação, o estado é uma das regiões com maiores oportunidades para exploração da atividade. Há opções para voos em

águas salgadas e doces, costeiras e viagens internacionais como para as Bahamas. Assim como no Alaska, há empresas de diversos tamanhos de frotas e diversas atividades complementares ao turismo por hidroaviação.

2.3.3.1 Jones Brothers Air & Seaplane Adventures

A Jones Brothers Air & Seaplane Adventures (JONES BROTHERES & CO, 2019) opera a partir de Tavares e Mount Dora na Flórida. A empresa possui em sua frota 5 aeronaves dentre anfíbios e hidroaviões. Com esses veículos, a empresa oferta serviços como flightseeing, excursões, aulas de pilotagem além de eventos personalizados como casamentos. Contudo, o pacote que mais desperta interesse é a excursão internacional de 6 dias para as Bahamas que a empresa organiza.

A frota da empresa é de aeronaves fabricadas pela Cessna e Searey. Os modelos Cessna são datados do século XX e são dois TU206G, um A185F e um 140; já o Searey é um modelo 27

914, a única aeronave da empresa que tem sua data de fabricação no século XXI, mais especificamente 2015.

Os serviços de flightseeing são realizados na Flórida central a partir do Lake Dora. Há

8 opções de itinerário padronizados e o cliente poderá sugerir alterações para o seu voo contratado. A variação de preço dentre os pacotes é elevada. Parte-se de um serviço de flightseeing pela cidade de Tavares com duração de 10 minutos e um grupo de 3 a 5 passageiros por US$49 por passageiro e chega-se a US$449 por passageiro em um passeio de 70 minutos pelo Rio Saint Johns e pouso intermediário para explicação história de Ponde De Leon por um guia da empresa.

Os serviços de excursões da empresa são oferecidos em voos mais longos do que os presentes nos pacotes de flightseeing e incluem atividades adicionais como caiaque e visitas a bares e restaurantes flutuantes. São 6 opções de itinerário disponíveis com duração de 90 minutos a 4 horas nos voos acompanhados de caiaque e parada em bar exclusivo para hidroaviões respectivamente. Por aproximadamente US$85 por pessoa é possível realizar uma passagem de barco pelo Canal Dora e um sobrevoo de 30 minutos em um grupo de 6 passageiros; já a excursão mais cara custa US$695 para um voo privativo ao Seaplane Barhop.

A empresa possui um serviço personalizado para pedidos de casamentos ou na realização do matrimônio. Para pedidos de casamento, há pacotes semelhantes aos de excursão com preços variando de US$250 para 20 minutos de voo do casal durante o pôr do sol ou para

Long Island a US$495 para um serviço de voo e jantar romântico em que há um pouso opcional para o pedido de casamento. Para a cerimônia, é possível adquirir pacotes para a chegada da noiva, partida dos noivos, sessão de fotos ou passagem da aeronave em momentos específicos da festa. Para o casamento, os valores variam de US$50 para sessão de fotos com a aeronave atracada a US$500 para levar os noivos do evento para a cidade de Orlando, onde está o aeroporto internacional mais próximo da base da empresa. A companhia ainda oferece voos 28

durante a festa para os convidados. Esse pacote possui valor mais elevado e custa ao contratante

US$600 por hora da aeronave em que é possível voar até 16 pessoas.

A Jones Brothers Air & Seaplanes Adventures possui certificação para aulas de pilotagem e oferece um curso de duração de 2 a 3 dias com 5 horas de voo por US$2.495. Há serviços adicionais opcionais como almoço em restaurantes ao redor da área de treinamento, acomodações e treinamentos em locais especiais.

Anualmente, a empresa organiza um evento voltado exclusivamente para pilotos de hidroaviões. A excursão para as Bahamas possui vagas limitadas e é oferecida a pilotos que possuem ou não a sua própria aeronave. Os serviços prestados vão desde a elaboração do itinerário e acomodação em quartos para casais no caso dos pilotos com suas próprias aeronaves a aluguel de aeronave com todo o combustível necessário para pilotos sem suas aeronaves. Os seis dias pelas Bahamas possuem atividades livres ou em grupo e custam de US$2.950 para pilotos que possuem aeronaves a US$7.250 a pilotos interessados em alugar a aeronave que serão acompanhados de um piloto da empresa.

2.3.3.2 Key West Seaplane Adventures

A Key West Seaplanes Adventures (KEY WEST SEAPLANE ADVENTURES, 2019) começou a operar em 2010 e desde 2015 recebeu uma concessão para operar a rota aérea de

Key West ao Parque Nacional Dry Tortugas com exclusividade. As duas únicas opções para chegar ao Parque Nacional são através dos transportes aéreo e marítimo. A empresa possui duas aeronaves anfíbias De Havilland Turbine Otter configuradas para 10 passageiros.

Com base no aeroporto internacional de Key West, esta rota é o único serviço ofertado pela empresa. A rota de ida ao parque e volta a Key West tem duração de 1 hora e meia e possui dois horários de partida. Há um elevado tempo de taxiamento para se distanciar do aeroporto chegando a 15 minutos. Há duas opções de pacotes com distinção apenas no tempo gasto no 29

destino, o mais curto tem duração de 4 horas e o serviço mais longo possui duração de 8 horas.

Os valores variam de US$356 por adulto na opção de 4 horas e US$ 625 na opção de 8 horas.

Os passeios incluem paradas no Fort Jefferson – importante monumento histórico dos Estados

Unidos, uma parada para mergulho nos recifes de corais e observação de aves e não incluem refeição, ficando a cargo dos passageiros transportarem seus alimentos.

2.3.3.3 Seaplane

A Miami Seaplane Tours (MIAMI SEAPLANE TOURS, 2019) iniciou sua operação em 1995 como Fun Flight Miami. A empresa oferece serviços de flightseeing, passeios românticos ou em família e serviços de charter. Sua frota é composta de hidroaviões Cessna

172 Skyhawk.

Há 7 opções de flightseeing com tempos de 15 minutos a duas horas e valores variando de US$140 a US$360 por passageiro. O voo mais curto é o mais barato e se limita as regiões de South Beach; já, o de preço mais elevado e, também, a opção mais longa sobrevoa a região de Big Cypress.

Os passeios românticos ou em família, chamados pela empresa de Island Escapes, são serviços de charter que possuem itinerário pré-definido e são associados a atividades adicionais. Dentro os serviços prestados além do voo estão rotas de aerobarco, mergulho em recifes de corais, dia em praias inacessíveis por transporte terrestre e jantares em Islamorada e

Cheeca. O tempo de duração dos itinerários duram de 2 horas com jantar no Cheeca Lodge a 8 horas com viagem a Key West ou Bimini Beach. Os valores variam de US$375 por pessoa no voo e rota de aerobarco a US$600 por pessoa na viagem a Key West ou voo com atividade de mergulho em Looe Key.

As rotas para serviços de charter são definidas entre a empresa e o contratante; porém, a empresa recomenda alguns destinos como Key West, Bimini Island, Tiamo Resort nas 30

Bahamas, Cheeca Lodge e Kamalame Cay Island. O tempo dos destinos recomendados variam de 1 hora para o Cheeca Lodge Island a 4 horas para o Tiamo Resort. Os valores são variáveis com as rotas e são negociados junto com a rota.

2.3.3.4 Treasure Coast Seaplanes

A Treasure Coast Seaplanes (TREASURE COAST SEPLANES, 2019) foi fundada na primeira década do século XXI e hoje opera serviços de flightseeing de baixa altitude, escola de pilotagem de hidroaviões e aluguel de aeronaves a partir de sua base no aeroporto regional de Vero Beach.

Há 5 opções dentre os pacotes turísticos. Seus valores variam de US$299 por passageiro para um voo de 30 minutos ao Blue Cypress a US$599 por pessoa em um voo de 1 hora e 15 minutos com pouso intermediário no Oceano Atlântico para contemplar o nascimento do Sol.

Os treinamentos para pilotos são realizados na aeronave anfíbia Cessna 206. Os cursos possuem ênfase nas operações em água e há treinamento para piloto comercial de aeronave monomotora, introdução a hidroaviação, revisões obrigatórias entre outros. Os valores variam de US$350 por hora para o treinamento em voo acompanhado a US$2.875 para o curso completo de piloto privado ou comercial com 6 horas de solo e 6 horas de voo acompanhado.

2.3.3.5 Tropic Ocean Seaplane

A Tropic Ocean Seaplane (, 2019) foi fundada em 2009 com intuito de oferecer serviço de táxi aéreo e voos regulares de primeira classe na Flórida,

Bahamas e ao redor. A empresa possui uma frota híbrida com 13 aeronaves anfíbias e movimentou mais de 35 mil passageiros no ano de 2018. Possui uma centena de funcionários e

40 pilotos certificados. Além das suas atividades principais, a empresa realiza serviços de frete, 31

reabastecimento de mantimentos em embarcações privadas e negócios flutuantes como restaurantes e bares.

A frota da companhia é formada por aeronaves Cessna sendo as anfíbias configuradas para 8 passageiros e as aeronaves terrestres possuem configuração para 9 passageiros. A empresa possui um público alvo de padrão financeiro e classe social mais elevado. Para isso, ela oferece parcerias a governos, resorts e clubes privados e destaca os benefícios obtidos por transporte em seus hidroaviões como acesso exclusivo e direto às propriedades, evacuação em caso de desastres naturais e transporte para eventos.

Os voos regulares da empresa conectam 5 locais e eles podem ser reservados no próprio site da companhia. São eles: aeroporto internacional de Fort Lauderdale, Fresh Creek Andros,

Great Harbour Cay, Miami Seaplane Base e North Bimini Seaplane Base. A partir do aeroporto internacional de Fort Lauderdale só não é possível acessar a Miami Seaplane Base e a partir deste destino só é possível acessar North Bimini Seaplane Base. Os voos possuem frequência de 2 vezes por semana na ligação Fort Lauderdale-Fresh Creek Andros a todos os dias na ligação Miami Seaplane Base-North Bimini Seaplane Base. Os valores variam dentro das próprias ligações de acordo com o sentido e a antecedência da reserva. Para voos reservados no mesmo dia os valores chegam a US$355 de North Bimini Seaplane Base no sentido a Miami

Seaplane Base, um voo de apenas 35 minutos operados por aeronaves anfíbias. O voo mais barato custa US$200 de Fort Lauderdale para North Bimini Seaplane Base, um voo de 35 minutos operado 6 vezes por semana com aeronave anfíbia.

Maine

O estado do Maine (SEAPLANE PILOTS ASSOCIATION, 2019) possui mais de 5 mil corpos d’água entre lagos e lagoas abertos a hidroaviação. As principais restrições são sobre o sistema hidroviário de Allagash Wilderness que possui uma grande quantidade de locais 32

especificados para embarque e desembarque de embarcações e aeronaves. As principais águas onde a atividade é proibida ficam no Parque Estadual Baxter e no Parque Nacional Acadia.

O estado possui uma infraestrutura completa voltada ao transporte por hidroaviões como bases que fornecem combustível, serviços de manutenção, charter, aluguel de aeronaves e escolas para treinamentos. Há um seminário anual sobre a segurança da hidroaviação e um voo cerimonial em setembro marcando respectivamente a abertura e fechamento da temporada para a atividade no estado.

Há um controle da qualidade ambiental dos corpos d’água estaduais. Todas as aeronaves e embarcações que realizam manobra nas águas do Maine, devem adquirir e expor no veículo um adesivo próprio que autoriza a operação. Com controles como esse, o estado conseguiu com que apenas 1% de sua água sejam afetados por algas e, portanto, tenham sua qualidade comprometida. Em comparação, nos estados vizinhos esse índice chega a 30% ou 40% dos corpos d’água.

Com isso, o estado possui um grande potencial para a hidroaviação e isso é exemplificado por empresas que operam na região com serviços comerciais.

2.3.4.1 Acadian Seaplanes

A Acadian Seaplanes (ACADIAN SEAPLANES, 2019) opera na região de Rangeley com aeronaves anfíbias Cessna nos modelos 180 e 185. As aeronaves possuem configuração para 3 assentos de janela e equipados com fones para redução de ruído e comunicação com a tripulação durante os voos. O portifólio de serviços da companhia possui pacotes de flightseeing, pesca esportiva e charter.

Há 5 opções para o serviço de flightseeing e todos exigem grupo mínimo de duas pessoas. O serviço com preço mais reduzido custa US$85 por pessoa e consiste em um voo de

15 minutos pelos rios e lagos de Rangeley e Mooselookmeguntic ou Kennebago. As opções 33

mais caras ofertadas pela empresa custam US$199 por pessoa em três opções de pacotes. A primeira opção consiste no voo de hidroavião e um jantar com direito a 3 pratos; a segunda opção inclui descida de caiaque pelos rios da região; e a terceira é o passeio mais longo com 1 hora e 15 minutos de voo pelas montanhas da região e um pouso intermediário no Dead River.

A pesca artesanal adicionada ao voo com hidroavião é explorada 3 três opções de itinerário. Todas as opções possuem o mesmo valor de US$189 por pessoa. O charter pode ser contratado apenas com contato direto com a empresa para negociar rotas e valores.

2.3.4.2 Currier’s Flying Service

A Currier’s Flying Service (CURRIER’S FLYING SERVICE, 2019) foi fundada em

1982 e opera nos lagos Northwood e Mooseheade. Sua frota é composta de hidroaviões fabricados pela De Havilland, modelo Beaver datado de 1954, e Cessna, nos modelos 195s e

180s. A configuração do De Havilland Beaver é de 7 assentos.

A empresa oferta os serviços de flightseeing em pacotes padronizados e personalizados.

Dentre as 5 opções de itinerário fixo, os valores variam de US$45 por pessoa no tour aéreo

Moose Mountain de 15 minutos a US$175 por pessoa no tour aéreo Mount Katahdin que sobrevoa a montanha mais alta do Parque Estadual Baxter, a Appalachian Trail, por 1 hora. Nas rotas de flightseeing personalizados, os tempos podem ser maiores quando comparados aos pacotes oferecidos.

2.3.4.3 Mast Cove Seaplane Base

A Mast Cove Seaplane Base (MAST COVE SEAPLANE BASE, 2019) é uma empresa de hidroaviões localizada em Mast Cove, na cidade de Naples, no interior do estado de Maine nos EUA. A companhia realiza voos panorâmicos partindo de sua base no Colonial Mast

Campground em sua única aeronave Cessna 172. 34

Os voos panorâmicos possibilitam a vista de belas paisagens na região próxima a Mast

Cove, como por exemplo as montanhas brancas de New Hanpshire, área de Ski de Shawnee

Peak e Naples Causeway. O passeio individual leva de 12 a 15 minutos no ar e custa US$70, já o passeio para duas pessoas leva de 15 a 20 minutos no ar e custa US$50 por passageiro.

A empresa oferece serviço de manutenção de aeronaves em suas instalações no

Aeroporto de Bethel, são cobrados US$65 por hora de serviço, além de inspeções anuais de 100 horas e manutenção preventiva.

2.3.4.4 Penobscot Island Air

A Penobscot Island Air (PENOBSCOT ISLAND AIR, 2019) é uma empresa de hidroaviões localizada no Aeroporto Regional do Condado de Knox (RKD), em Knox County, no estado de Maine nos EUA. Este é o ponto de partida para os serviços oferecidos de viagens, fretamentos e voos panorâmicos.

Os destinos das viagens são Mantinicus, Vinalhaven e North Haven, as tarifas são de

US$ 65,00 por passageiro. Geralmente, estão disponíveis 3 assentos em cada sentido.

Os fretamentos para passageiros podem ser feitos conforme pedidos especiais.

Fretamentos para Portland e Bangor International custam US$ 480,00 e US$ 475,00 respectivamente, por exemplo.

Uma outra modalidade de fretamento promovida pela empresa é o fretamento para transporte de mercadorias. São transportadas cargas de no mínimo 1.000 libras, caso sejam necessários alimentos, remédios, bebidas em localidades da costa, a Penobscot Island Air se dispõe a realizar as compras e realizar a entrega.

Os voos panorâmicos sobre a Baía de Penobscot ofertados podem seguir roteiros já estabelecidos ou roteiros personalizados, possuem um custo fixo de US$ 380,00 e duração de 35

15 minutos. A capacidade para esse serviço é de até 5 passageiros. A Figura 2.3.1 mostra as rotas realizadas para voos panorâmicos sobre a Baía de Penobscot e em áreas no entorno.

A frota de aeronaves da empresa é composta por modelos Cessna 206 e Cessna 207, estes possuem a capacidade operacional de até 5 e 6 passageiros respectivamente.

Figura 2.3.1 - Rotas de voos panorâmicos realizadas pela Penobscot Island Air

(PENOBSCOT ISLAND AIR, 2019)

Washington

Segundo o SPA (SEAPLANE PILOTS ASSOCIATION, 2019), Washington é o ponto de partida para hidroaviões que realizam voos na Colúmbia Britânica, Idaho e Montana, assim como origem ou retorno de voos para o Alasca. De oeste ao leste de Washington é possível encontrar cenários parecidos com aqueles diversos encontrados em outros lugares dos Estados 36

Unidos. Há oceano, baías, águas interiores, floresta tropical, montanhas, lagos e rios. Além disso, face ao clima bastante ameno, são realizadas operações com hidroaviões durante todo o ano no Estado de Washington.

Operadores comerciais e escolas de voo estão localizados na área de Seattle, especialmente a e Northwest Seaplanes. Estes realizam voos regulares, bem como fretamentos para Washington e Colúmbia Britânica.

2.3.5.1 Seattle Seaplanes

A Seattle Seaplanes (SEATTLE SEAPLANES, 2019) está localizada no sudeste do

Lake Union, em Seattle, nos EUA. A empresa de hidroaviões está em operação há mais de 30 anos, e oferece serviços de voos panorâmicos, voos com jantar romântico para ilhas vizinhas, fretamentos privados além de curso para piloto de hidroaviões.

Os voos panorâmicos consistem em percorrer mais de 50 km sobrevoando a cidade de

Seattle durante 20 minutos. Especialmente do assento do copiloto, tem-se uma visão de importantes pontos dos arredores de Seattle, como a Universidade de Washington, Downtown

Seattle e Bill Gates’State. Esta experiência custa US$ 97,50 por passageiro.

O serviço Fly & Dine trata de voos para jantar romântico, esses partem do terminal da

Seattle Seaplanes no Lake Union, e podem levar para diferentes destinos sugeridos pela empresa ou conforme sugestão do próprio cliente, além de trazê-los de volta para Seattle após o jantar. Os preços dos voos são especificados mediante escolha de destino do cliente.

A equipe da Seattle Seaplanes oferece treinamento de voo para formação de piloto de hidroaviões, o tempo de conclusão do curso de formação depende da frequência de treinamento, se realizado de 2 a 3 vezes por semana, o curso leva aproximadamente 4 semanas de treinamento, se realizado de 5 a 6 vezes por semana, pode ser concluído de 5 a 7 semanas. A

FAA (Federal Aviation Administration), do Departamento de Transporte dos Estados Unidos, 37

exige que os alunos contabilizem no mínimo 40 horas de voo, no entanto, é comum os alunos requererem mais horas de voo para garantirem a proficiência. Ao concluir o curso os alunos também realizam provas escritas e orais para garantir que atendem os requisitos para pilotar um hidroavião. O curso é oferecido por US$ 235,00/hora, o modelo de hidroavião utilizado no treinamento é o Cessna 172.

O serviço de fretamento é realizado para diversas ocasiões, sejam excursões em grupo, transporte para locais de pesca, passeios de barco, viagens para casamento e ocasiões especiais.

O fretamento inclui ida e volta para destinos no noroeste do Pacífico e na Colúmbia Britânica.

Entre os destinos mais requisitados estão a Ilha de Vancouver, o Rio Columbia e p Hood Canal.

A frota de hidroaviões da Seattle Seaplanes é composta pelos modelos Cessna 172 e

Cessna 206. O primeiro acomoda até 3 passageiros e é usado no treinamento primário, já o

Cessna 206 tem capacidade para até 5 passageiros e é considerado um veículo utilitário esportivo.

2.3.5.2 Northwest Seaplanes

A Northewest Seaplanes (NORTHWEST SEAPLANES, 2019) é uma empresa de hidroaviões situada próximo ao lago sul de Washington, no Aeroporto de Renton. Em operação desde 1988, é uma empresa familiar que oferece desde voos regulares, fretamentos até excursões. Os principais destinos dos voos são localidades em Seattle, Ilhas San Juan, Ilha

Vancouver e Colúmbia Britânica.

Os voos para a Colúmbia Britânica partem de Renton, em Seattle, e as tarifas variam de

US$ 379,00 até US$ 629,00 por passageiro. Os passeios oferecidos vão desde voos para

Resorts, excursões nas Ilhas San Juan, voos para jantares especiais, e os preços variam entre

US$ 379,00 até US$ 1795,00 por passageiro 38

A frota é composta por 4 hidroaviões, 3 deles do modelo De Havilland Beavers com capacidade para até 6 passageiros, e 1 modelo Dehavilland Turbine Single Otter com capacidade para até 10 passageiros.

A empresa possui uma instalação para manutenção de aeronaves no aeroporto municipal de Renton (KRNT), próximo a sua base de hidroaviões de Willey Post, no extremo sul do Lago

Washington. Além disso, possui ainda um departamento de peças que fornece peças de diferentes de diferentes modelos de hidroaviões, como por exemplo De Havillands e Cessnas.

2.3.5.3 Kenmore Air

A Kenmore Air (KENMORE AIR, 2019) é uma empresa de hidroaviões que remonta o período subsequente à Segunda Guerra Mundial. Fundada em 1946, iniciou suas atividades no extremo norte do Lago Washington. Em 2019, a Kenmore Air possuía terminais em Seattle,

Ilhas San Juan e Columbia Britânica.

Os principais destinos de voos da companhia são Ilhas San Juan, Vancouver, Victoria,

Seattle e Colúmbia Britânica. Os preços dos voos panorâmicos variam US$ 99,00 e US$ 299,00 por passageiro. Dentre outros serviços, estão os fretamentos e voos especiais, estes estão inclusos em pacotes turísticos ou são direcionados para atividades extras como observação de baleias, piquenique, acampamento, casamento, etc.

A frota da Kenmore Air conta com 24 hidroaviões, estes acomodam de 1 a 10 passageiros, os modelos utilizados são: DHC-2 De Havilland Beaver, De Havilland Turbine

Beaver, DHC-3 De Havilland Otter, Cessna 208 Caravan & Grand Caravan, Cessna 180 e Piper

Supercub. 39

New York

Segundo o SPA (SEAPLANE PILOTS ASSOCIATION, 2019), o Estado de Nova York apresenta muitos corpos d’água convidativos para operações de hidroaviões, no entanto, as condições de salinidade, tráfego, vento e condições de superfície não permitem a atividade em alguns deles. Nesse contexto estão enquadrados os reservatórios ao redor da metrópole de Nova

York e sistemas de canais ao norte. O centro de Nova York apresenta poucos corpos d’água, mas com condições adequadas para operação de hidroaviões, como por exemplo os Finger

Lakes. Outros corpos d’água significativos em condições adequadas são o Rio Hudson a leste de Nova York, o Lago Champlain ao norte, e os Grandes Lagos e Lago Chautauqua a oeste de

Nova York.

2.3.6.1

Desde 1980 em atividade, a Shoreline Aviation (SHORELINE AVIATION, 2019) tem negócios com diferentes clientes, sejam eles empresas ou indivíduos. Os voos oferecidos partem da base de hidroaviões na 23rd Street, em Nova York. Os voos fretados objetivam escapar dos atrasos associados a voos comerciais, conexões, táxis ou balsas, podem levar passageiros desde destinos favoritos na região nordeste de Nova York, até mesmo Bahamas ou Ilhas Virgens. Os preços de voos fretados para a região nordeste de Nova York variam de US$ 595,00 até US$

995,00 por passageiro, já os voos para as Ilhas Virgens custam US$ 350,00 por pessoa em cada sentido, considerando um número mínimo de 4 passageiros. Também são oferecidos fretamentos privados para as Ilhas Virgens, custando de US$ 2450,00 até US$ 3950,00 por trajeto conforme destino. Itinerários personalizados também podem ser combinados mediante solicitação especial. 40

A frota da Shoreline Aviation é composta por 10 hidroaviões Cessna, todos com capacidade limitada por regulamentação dos EUA para operar com 9 bancos passageiros.

Dentre os hidroaviões, 5 são modelo Cessna Caravan EX, estes oferecem cabines maiores, e 2 desses são destinados à classe executiva, com capacidade para 4 a 6 passageiros. Os outros 5 hidroaviões restantes são modelo Cessna Caravan 208.

2.3.6.2 Fly the Whale

A Fly the Whale (FLY THE WHALE, 2018) é uma empresa que opera hidroaviões em

Nova York desde 2013, entre os principais destinos estão a costa leste de Nova York, Bahamas e Flórida. A Figura 2.3.2 exemplifica alguns desses destinos.

O único serviço de voos oferecido pela empresa é o de fretamento, além disso, a Fly the

Whale trabalha incorporando aeronaves de terceiros em suas operações de fretamento. Em contrapartida, a empresa retorna parte de sua receita ao proprietário da aeronave, desta forma, incorpora e realiza o gerenciamento de aeronaves.

A frota de hidroaviões da empresa é composta pelos seguintes modelos de hidroaviões:

Cessna Grand Caravan 208B EX, Cessna Grand Caravan Amphibian, Cessna Grand Caravan e

Cessna Caravan Amphibian. A capacidade das aeronaves varia entre 6 e 9 passageiros. A frota de aeronaves conta ainda com helicópteros do modelo SIKORSKY S-76C ++, este tem capacidade para até 6 passageiros.

41

Figura 2.3.2 - Exemplos de destinos de voos realizados pela Fly the Wale (FLY THE WALE,

2019)

CANADÁ

Harbour Air

A Harbour Air (HARBOUR AIR, 2019) é uma empresa com 35 anos de existência fundada por dois pilotos na Columbia Britânica, Canadá. A empresa iniciou sua atividade com apenas dois pequenos hidroaviões e hoje configura entre as maiores empresas do mundo com uma frota de 40 hidroaviões, emprega mais de 400 funcionários, realiza mais de 30 mil voos e movimenta cerca de meio milhão de pessoas todos os anos. A empresa opera voos regulares ligando 12 destinos domésticos e internacionais. Além disso, é uma das maiores transportadoras de encomendas na província canadense, freta seus hidroaviões, oferece mais de 40 pacotes de 42

voos turísticos com ou sem atividades complementares, possui veículos terrestres para translado ou fretamento e oferece descontos em aluguel de carro e bicicleta em empresas parceiras.

A empresa faz parte do grupo empresarial Harbour Air Group com mais 2 empresas aéreas que também se configuram entre as maiores do mundo e 1 de engenharia aeronáutica referência mundial há 30 anos na manutenção de aeronaves De Havilland. Desde 2007, a empresa se compromete com a sustentabilidade e tornou-se a única empresa aérea a compensar

100% da sua emissão de carbono apoiando projetos sustentáveis e já neutralizou mais de 117 mil toneladas de carbono. Seu terminal Victoria Harbour Airport possui 1 hectare de telhado verde, 50 painéis solares e 10 mil abelhas. Todos os custos de neutralização são repassados aos passageiros e eles são informados disso para que possuam o sentimento de responsabilidade.

A frota da empresa é composta exclusivamente de hidroaviões das fabricantes De

Havilland e Cessna, sendo 22 DHC-3 De Havilland Turbine Single Otter com 14 assentos para passageiros, 14 DHC-2 De Havilland Beaver com 6 assentos para passageiros, 3 DHC-6 De

Havilland Twin Otter configurado para 19 passageiros e 1 Cessna Grand Caravan EX com capacidade para 9 passageiros.

Os voos regulares da empresa são entre 11 destinos dentro da Columbia Britânica e 1 destino internacional nos Estados Unidos. A operação flutua durante o ano devido a obrigação de voar apenas sob a luz do dia que é bastante reduzida no inverno. É a forma mais conveniente para se movimentar entre as regiões de Lower Mainland, Vancouver Island, the Sunshine Coast,

Salt Spring Island, Whistler e Seatle.

São 18 ligações, sendo 10 a partir de Vancouver Harbour, 7 de Richmond e uma entre

Sechelt e Nanaimo. Possui uma média de 162 voos diários durante a semana e 130 voos durante os fins de semana na temporada entre abril e outubro quando todas as rotas estão em operação regular. A duração média dos voos é de 40 minutos, sendo o mais longo entre Richmond e

Whistler com 1 hora e 10 minutos de duração em cada sentido e os 4 voos mais curtos nas 43

ligações Vancouver-Nanaimo, Richmond-Nanaimo, Richmond-Sechelt e Sechelt-Naanaimo com 20 minutos de duração. A ligação com maior número de voos é Vancouver-Victoria com

250 voos nos dois sentidos por semana, sendo 14 horários operados todos os dias do ano, 5 operados durante a semana e 1 operado apenas nos fins de semana. É possível ver na Tabela

2.4.1 todas as conexões e na Figura 2.4.1 o mapa de ligações regulares da Harbour Air.

Tabela 2.4.1 – Conexões de voos regulares da Harbour Air (Adaptado de HARBOUR AIR,

2019)

Ligação Duração Meses de Operação Voos Semanais Vancouver Comox 50min Março Outubro 14 Vancouver Maple 35min Janeiro Dezembro 60 Vancouver Nanaimo 20min Janeiro Dezembro 158 Vancouver Salt Spring 35min Janeiro Dezembro 62 Vancouver Seattle 55min Janeiro Dezembro 22 Vancouver Sechelt 55min Março Janeiro 34 Vancouver Tofino 1h Abril Outubro 14 Vancouver Victoria 35min Janeiro Dezembro 250 Vancouver Whistler 45min Abril Outubro 28 Vancouver Pitt Meadows 35min Janeiro Dezembro 10 Victoria Whistler 1h Abril Outubro 14 Richmond Maple 50min Janeiro Dezembro 46 Richmond Nanaimo 20min Janeiro Dezembro 100 Richmond Salt Spring 25min Janeiro Dezembro 60 Richmond Sechelt 20min Janeiro Dezembro 52 Richmond Victoria 30min Janeiro Dezembro 64 Richmond Whistler 1h10min Abril Outubro 14 Sechelt Nanaimo 20min Janeiro Dezembro 66 TOTAL 1068 44

Figura 2.4.1 – Rotas regulares da Harbour Air (HARBOUR AIR, 2019)

Dentre todos os voos, há diversas formas e valores de tarifa. A empresa oferece 5 tarifas que diferem entre si quanto a flexibilidade de mudança ou cancelamento da viagem e quantidade de bagagem despachada. As chamadas goFARE® não estão relacionadas ao conceito de classes dentro da aeronave podendo todos os passageiros serem da tarifa mais baixa e inflexível a qual só é possível transportar cerca de 4,5kg gratuitamente e não há reembolso por alteração de voo ou todos da mais alta e flexível na qual o passageiro pode transportar até duas malas de 23kg cada e cancelar seu voo sem cobrança de taxa até 15 minutos antes do horário programado. A empresa oferece desconto para os passageiros de última hora que sejam estudantes do ensino médio canadense, pessoas acima de 65 anos e militares.

A Harbour Air faz o transporte de documentos, encomendas e animais de estimação para seus 11 destinos na costa da Columbia Britânica em 3 opções de serviço a partir de

CAD$14. As opções de envio variam no preço e no prazo de entrega, sendo possível contratar 45

que seu produto ou animal viaje no próximo voo programado. Nas cidades de Vancouver,

Richmond, Victoria e Nanaimo ainda é possível contratar o serviço de transporte porta-a-porta que recolhe e entrega a encomenda no endereço expresso pelo cliente entre essas cidades.

A partir dos terminais de Vancouver, Victoria, Whistler, Nanaimo, Richmond,

Saltspring e Sechelt é possível contratar não apenas os serviços de voos regulares, charter e frete, mas os pacotes turísticos. Todas as localidades somadas representam um portifólio de 41 tours diferentes sendo 18 apenas a partir do terminal de Vancouver. A duração dos serviços varia de 20 minutos com 10 minutos de voo nos pacotes de flightseeing em Vancouver e Sechelt a 3 dias no pacote que visita Whistler e Victoria decolando de Vancouver incluindo transporte terrestre e sem acomodação. Este também é o pacote com preço mais elevado custando

CAD$635 para cada passageiro adulto e é oferecido apenas entre os meses de maio a setembro.

O pacote mais barato custa CAD$79 por adulto no flightseeing em Sechelt. Crianças até 12 anos tem, em média, desconto de 50% da tarifa para adulto e não podem adquirir os pacotes de degustação de cerveja, vinho e destilados em Nanaimo partindo de Vancouver ou Richmond restrito apenas para maiores de 19 anos.

Contudo, como a atividade principal da empresa é o transporte de passageiros em voos regulares, a compra dos tours da Harbour Air não garante que o passageiro consiga um assento na janela para visualizar as paisagens e não há comunicação com a tripulação por fone como em outras empresas onde o foco é centrado nos pacotes turísticos. É possível alugar um aparelho que funciona como guia por CAD$10 em todos os tours partindo de Vancouver ou Victoria que também está disponível na ligação regular entre as cidades.

A Harbour Air possui o serviço de translado nas cidades de Vancouver, Richmond,

Victoria e Whistler. O serviço é operado por uma van para até 14 passageiros, possui rotas fixas e gratuitas. Contudo, é possível fretar o veículo ao custo de CAD$240 por hora para 14 passageiros e programar viagens terrestres nas proximidades dos terminais. 46

A grandiosidade da Harbour Air extrapola os limites da empresa e seus passageiros conseguem obter descontos e comodidades em companhias parceiras para o aluguel de outros meios de transporte como o carro e a bicicleta em 7 dos seus 12 destinos.

A empresa possui 3 programas para os passageiros frequentes, todos classificados pela companhia como programa de fidelidade. O High Flywer Reward é um programa sem custo em que o passageiro acumula pontos em todos os voos das empresas do Harbour Air Group. O passageiro é classificado em dois níveis que, basicamente, separam os passageiros que alcançaram mais de 99 voos comprados sem a utilização dos outros dois programas de fidelidade dos que possuem entre 1 e 99 voos com as mesmas condições. No nível mais básico o passageiro acumula 10% do valor da tarifa básica em cada voo comprado, ou seja, é possível a cada 10 voos em uma mesma rota adquirir o 11º voo sem custo. Já no nível conquistado a partir do 100º no ano, é aplicado descontos em qualquer passagem, tour ou envio de encomenda.

Um segundo programa de fidelidade consiste em uma contagem que o passageiro compra créditos antecipados e recebe bônus sobre esse valor. Apenas as 2 tarifas mais altas aplicadas a voos domésticos e a tarifa internacional das empresas Harbour Air, Whistler Air,

Saltspring Air e Tantalus Air podem ser adquiridas com esses créditos; porém, é possível obter um bônus de até 22% do valor depositado. Todo valor depositado não pode ser retirado e os voos adquiridos com esses créditos não são contabilizados para o High Flyer Reward.

A última opção de programa de fidelidade consiste em comprar antecipadamente pacotes de passagens em uma determinada rota sem definição de data. Adequada aos passageiros frequentes em rotas específicas, é possível obter o benefício de até 22% da segunda tarifa mais cara. Os pacotes são vendidos com 10 passagens em apenas uma transação. 47

Tofino Air

A Tofino Air (TOFINO AIR, 2016) é uma empresa de hidroaviões que oferece serviços há mais de 25 anos na Colúmbia Britânica, na costa oeste da Ilha de Vancouver no Canadá, se trata de uma empresa de propriedade e operação local, com amplo conhecimento da região. Esta está situada no litoral do pacífico, e possui como atrativo para turistas suas cadeias montanhosas, geleiras, parques e reservas naturais.

Entre as atividades disponíveis estão fretamento, voos panorâmicos sobre a costa e geleiras, almoço especial, seja para negócios ou lazer. As aeronaves operadas pela empresa são o Havilland Beaver com capacidade para 6 passageiros, e o Cessna 180 com capacidade para até 3 passageiros. Em decorrência da necessidade de manutenção contínua das aeronaves, e buscando oferecer segurança em seus serviços, a Tofino Air opera uma instalação própria de manutenção de aeronaves.

CARIBE

Seaborne Airlines

A Seaborne Airlines (SEABORNE AIRLINES, 2019) está sediada no Aeroporto

Internacional de Luis Muñoz Marin (SJU), na Carolina, em Porto Rico. A empresa opera voos no Caribe há mais de 25 anos, contabiliza mais de 1500 voos mensais, e serve 12 destinos em toda a região.

A companhia oferece serviço de fretamento para viajantes a lazer e a negócios, seja para grupo de passageiros ou ocasiões especiais individualizada. Se reservada uma aeronave para um grupo de no mínimo 8 passageiros, o custo do fretamento sai a US$ 50,00 por passageiro. 48

Com o objetivo de atender aos clientes mais frequentes, a empresa oferece o programa de viagens frequentes corporativas, este está disponível para uma compra mínima de US$

1.000,00 em viagens. As passagens são válidas por 1 ano a partir da data da compra, e também são interessantes para clientes que necessitem realizar viagens oportunas ou não programadas.

Outro serviço oferecido pela Seaborne Airlines é o de frete, este é realizado das 08:00 h

às 17:00 h para aeroportos e base de hidroaviões de St. Croix e de St. Thomas. A tarifa mínima

é de US$ 15,00 para pacotes de até 1 libra de peso, e varia conforme o peso até o limite máximo de 70 libras de peso.

A frota da empresa é composta por 7 aviões modelo Saab340B e 2 hidroaviões Twin

Otter. O primeiro possui capacidade para 34 assentos, já os hidroaviões possuem capacidade para até 15 passageiros.

MALDIVAS

As Maldivas (TRANS MALDIVIAN AIRWAYS, 2019) são um arquipélago formado por mais de 1000 ilhas no Oceano Índico e seu atrativo turístico é um convite para a hidroaviação. O país possui uma área de aproximadamente 90 mil quilômetros quadrados, mas apenas 0,5% é de terra firme. Repleta de recifes de corais, o país consiste em 26 atóis, cerca de

1190 ilhas e uma população de 395 mil habitantes. Contudo, mais de 30% da população reside na capital, Male. O ponto mais alto do país está a apenas 2,4m do nível médio do mar sendo o menor pico dentre todos os países do mundo.

O país abriga diversas culturas por estar nas principais rotas de cruzeiros e da marinha mercante. Porém, a população residente é obrigada a seguir os princípios do islamismo, religião oficial ensinada inclusive nas escolas.

Com a localização próxima da linha do Equador, as Maldivas possuem temperatura média anual de 30ºC. Porém, por sofrer influência das monções, os períodos de junho a agosto 49

e novembro a abril são meses em que as chuvas e ventos podem ser mais fortes na região. Com isso, a alta temporada das Maldivas está entre os meses de março e maio.

Trans Maldivian Airways

A Trans Maldivian Airways (TMA) (TRANS MALDIVIAN AIRWAYS, 2019) é a maior operadora do mundo de hidroaviões em número de passageiros transportados, operações realizadas e tamanho da sua frota. A empresa atingiu esse patamar com a fusão em 2013 das duas maiores empresas que prestavam serviço de táxi aéreo por hidroaviões nas Maldivas. Sua base está no Aeroporto Internacional de Velana e a partir de seu terminal oferta serviço de translado para resorts, charter, voos panorâmicos, excursões e evacuação hospitalar. A Figura

2.6.1 apresenta o terminal da TMA anexa ao Aeroporto Internacional de Velana.

Figura 2.6.1 – TMA Terminal em Male, Maldivas (TRANS MALDIVIAN AIRWAYS, 2019)

No ano de 2016, a Trans Maldivian transportou quase 1 milhão de passageiros e operou mais de 120 mil voos. Dentre esses passageiros, cerca de 80 mil eram residentes incluindo os nativos que possuem a doença Thalessemia que são transportados gratuitamente como uma ação beneficente da empresa. Sua frota é composta de versões dos modelos DHC-6 De 50

Havilland Twin Otter configurado para 15 passageiros, a companhia possui 48 unidades desta aeronave. Com isso, na modalidade charter a empresa consegue operar nas 1200 ilhas do país.

Para realizar essas conexões a empresa utiliza diferentes tipos de estruturas para embarque e desembarque de passageiros. São utilizadas desde estruturas de médio e grande porte nas regiões com maiores movimentações, por exemplo os píeres construídos no seu terminal como na Figura 2.6.1., a pequenas pletoras flutuantes nas regiões como na Figura 2.6.2.

Figura 2.6.2 – Plataforma flutuante para embarque de passageiros da TMA (MUMPACK

TRAVEL, 2017)

A fusão da Maldivian Air Taxi e da Trans Maldivian Airways em fevereiro de 2013, criou a maior operadora de hidroaviões no mundo. A Maldivian Air Taxi foi fundada em 1993 com apenas dois aviões e chegou a transportar sozinha meio milhão de passageiros. Já a Trans

Maldivian Airways iniciou a sua operação 4 anos antes como Hummingbird Island Helicopters transportando passageiros com hidroaviões pela primeira vez somente em 1997.

A TMA possui 3 terminais de passageiros com salas VIPs para resorts e passageiros charter, cafeteria, ar-condicionado, internet livre entre outras comunidades no Aeroporto

Internacional da capital, Male. Essa base é ligada com quase 70 dos 100 resorts do país e os 51

voos de ligação duram de 25 a 40 minutos. Os voos panorâmicos tem seu início e fim também nestes terminais.

A conexão com os resorts é feita de forma regular, com horário programado e a única forma de adquirir as passagens é através de agências de viagens. Todos os passageiros podem transportar até 25kg de bagagem sem pagar peso excedente. Contudo, caso ultrapasse pode transportar até 32kg de carga total pagando US$5 por kg a incluir taxas. As ligações duram de

25 a 40 minutos dependendo do resort escolhido.

EMIRADOS ÁRABES UNIDOS

Seawings

A Seawings (SEAWINGS, 2019) é a única operadora comercial de hidroaviões nos

Emirados Árabes Unidos (EAU). Inaugurada em 2007 a empresa oferece serviços de voos panorâmicos, excursões, charter, cerimônias de pedidos de casamento, reuniões de negócios e viagens corporativas. Seu principal ponto de pouso e decolagem fica no Dubai Creek Golf and

Yacht Club.

Os serviços de voos panorâmicos são oferecidos nos emirados de Dubai, Abu Dhabi, Al

Khaimah e Fujairah. Em Dubai e Abu Dhabi são oferecidos 3 roteiros e em Ras Al Khaima oferecido 1 roteiro. Todos os roteiros possuem assentos na janela e o valor tem 15% de desconto para crianças.

Os roteiros de Dubai são oferecidos em 10 voos por dia com tarifas que variam de

AED890,40 a AED2.494,80 que, segundo o site de cotação XE, equivalia a US$242,45 e

US$679,32 respectivamente. O voo mais curto dura cerca de 20 minutos e o outros dois possuem duração de 45 minutos incluindo as manobras na água. 52

Cada roteiro de Abu Dhabi possui 1 decolagem por dia e tem duração de 30 minutos considerando as operações em água a partir da marina de Abu Dhabi. O valor dos pacotes varia de AED997,50 a AED1.795,50 equivalentes a US$271,61 e US$488,90 segundo o site de cotações XE.

Em Ras Al Khaimah há apenas 1 pacote oferecido com pouso em Dubai. O voo tem frequência diária e duração de 45 minutos com o preço de AED1.359,75 para passageiro adulto que equivale a US$370,25 segundo o site de cotação XE.

O serviço de charter é oferecido em pacotes programados ou de acordo com o gosto do cliente. Há 4 itinerários ofertados pela empresa, sendo que apenas 1 possui o preço não divulgado. Dentre os restantes os valores variam de AED8.000 a AED12.075 em voos em

Dubai com durações de 35 minutos e 45 minutos respectivamente. Em conversão livre, segundo a empresa de cotação XE, os valores equivalem a USD$2.178,35 e US$3.287,95 respectivamente. A Figura 2.7.1. mostra as duas possíveis rotas do voo charter programado de valor mais elevado, AED12.075.

Figura 2.7.1 – Rotas do flightseeing da Seawings em Dubai (SEAWINGS, 2019) 53

No âmbito corporativo, a empresa organiza reuniões acompanhada de voos nos hidroaviões e realiza excursões para funcionários e clientes com direito a adesivação e personalização dos bilhetes de embarque e a própria aeronave.

A frota da empresa é composta de 5 hidroaviões, todos eles DHC-6 De Havilland Twin

Otter Anfíbio.

REINO UNIDO

Loch Lamond Seaplanes

A Loch Lamond Seaplanes (LOCH LOMOND SEAPLANES, 2019) é uma empresa aérea operando hidroaviões regularmente na Escócia. A empresa foi fundada em 2004 com apenas um Cessna T206H e construiu uma base em um hotel em Gasglow por ₤125 mil em

2007. São oferecidos 2 voos regulares e 2 pacotes turísticos pela empresa. Há duas opções de tarifas variando na flexibilidade de cancelamento e reembolso e os voos podem ser comprados online ou por telefone. Não é possível escolher o assento apesar de todos serem na janela ficando a cargo da tripulação alocar os passageiros buscando a melhor eficiência da aeronave.

A frota da empresa é de um Cessna Caravan anfíbio configurado para 10 passageiros e a empresa opera todos os meses do ano, com o número de voos flutuando de acordo com a estação.

As ligações regulares são de Loch Lamond para Bute ou Oban Bay e são realizadas todos os dias. O voo para Bute dura cerca de 25 minutos e são oferecidos 29 em cada sentido por semana. A tarifa menos flexível custa ₤89 para uma viagem somente ida e ₤129 para uma viagem ida e volta; já a tarifa com maior flexibilidade custa ₤99 para voos de ida e ₤149 para a viagem completa. Enquanto que o voo para Oban Bay dura aproximadamente 35 minutos e são 54

oferecidos 6 horários por semana em cada sentido. As tarifas variam de ₤99 a ₤109 para viagem somente ida até ₤159 a ₤179 para a viagem completa.

Os pacotes turísticos são operados a partir de Loch Lamond. Com todos os assentos na janela, os passageiros possuem fones para comunicação com a tripulação que guia o passeio. O passeio mais curto tem duração de 40 minutos sendo, no mínimo, 30 minutos de voo e a viagem de 100km é oferecida 7 vezes por semana com tarifa variando de ₤129 a ₤149. O pacote mais longo possui 55 minutos de duração sendo, no mínimo, 45 minutos de voo e a viagem de 160km

é oferecida 7 vezes por semana apenas na tarifa mais flexível por ₤179. Passageiros menores de 12 anos possuem desconto de ₤10. A seguir são apresentados os mapas dos dois pacotes, o mais curto chamado de Discovery na Figura 2.8.1 e o mais longo, o Explorer na Figura 2.8.2.

Figura 2.8.1 – Rota do flightseeing Discovery da Loch Lomond Seaplanes (LOCH

LOMOND, 2019) 55

Figura 2.8.2 – Área de voo do flightseeing Explorer da Loch Lomond Seaplanes (LOCH

LOMOND SEAPLANES, 2019)

DINAMARCA

Nordic Seaplanes

A Nordic Seaplanes (NORDIC SEAPLANES, 2019) é uma operadora regular de hidroavião baseada em Aarhus. A companhia realiza uma rota ligando a cidade de Aarhus a

Copenhage e opera os dois aeroportos da ligação. Os voos tem duração de 45 minutos e são realizadas 5 decolagens em cada sentido. O preço médio da ligação é de DKK 1.897 que, segundo a empresa de cotação XE, em conversão monetária simples equivale a US$279,46. A empresa possui um DHC-6 De Havilland Twin Otter de 1978 que foi reformado e transformado em hidroavião em 2016. A Figura 2.9.1 mostra a rota operada comparando com outros meios de realizar a ligação. 56

Figura 2.9.1 – Rota de operação regular da Nordic (NORDIC, 2019)

AUSTRÁLIA

Air Whitsunday Seaplane

A Air Whitsunday Seaplanes (AIR WHITSUNDAY SEAPLANES, 2017) oferece desde 1973 passeios turísticos na Austrália, os principais destinos são as Ilhas do Arquipélago de Whitsunday e a Grande Barreira de Corais. O arquipélago está localizado no nordeste da

Austrália, é um atrativo para turistas do mundo inteiro devido as suas praias de areia branca, cercadas por águas em um tom azul especial. Além disso, a Grande Barreira de Corais cerca as ilhas do arquipélago e proporciona locais atraentes para mergulho. Nesse sentido, a empresa 57

oferece ainda passeios em barcos com fundo de vidro, com capacidade entre 11 e 22 passageiros, para melhor visualização do recife de corais.

Dentre os principais serviços oferecidos pela Air Whitsundar Airplanes estão os voos panorâmicos com local de partida/retorno no Whitsunday Coast Airport (PPP) em Gunyarra na

Austrália, fretamentos particulares, conexões privadas com Whitsunday Coast Airport para várias Ilhas Whitsunday e serviços especiais para casamento. A Figura 2.10.1 mostra as rotas de voo realizadas em todos os passeios.

A empresa possui a maior frota de hidroaviões do Hemisfério Sul, composta por 3

Cessna 208 Caravan com capacidades para 10 passageiros cada, e 3 Havilland Beavers com capacidade de para 6 passageiros cada.

Figura 2.10.1 – Rotas operadas pela Air Whitsunday Seaplane (AIR WHITSUNDAY

SEAPLANE, 2019) 58

Sydney Seaplanes

A Sydney Seaplanes (SYDNEY SEAPLANES, 2019) se lançou no mercado da hidroaviação em 2005, e possui terminal na cidade portuária de Rose Bay na Austrália. Os principais serviços oferecidos pela empresa são voos panorâmicos com pacotes incluindo refeições em restaurantes especiais, voos panorâmicos incluindo a realização de eventos ou ocasiões especiais, como pedido de casamento ou aniversário, além de fretamentos para voos particulares.

Os voos panorâmicos tem 15 minutos de duração, seus preços variam entre US$ 305,00 e US$ 380,00, permitem apreciar a vista da região portuária de Sidney marcada por pontos como o Opera House, a Harbour Bridge e o Pittwater. Dentre os voos panorâmicos inseridos em pacotes está o que inclui um cruzeiro de 4 horas para Pittwater, estuário marcado bosques, alcovas escondidas e águas tranquilas. Este pacote custa US$ 6.000,00 por pessoa.

A empresa conta também com um espaço para eventos no terminal de Rose Bay. O

Empire Lounge possui capacidade para até 160 pessoas e pode ser reservado para eventos como aniversários, celebrações festivas e eventos corporativos.

O serviço de fretamento pode ser uma opção para se evitar o trânsito e chegar mais rapidamente a diferentes localidades conforme a Figura 2.10.2.

59

Figura 2.10.2 - Rotas e duração de voos fretados realizados pela Sidney Seaplanes (SIDNEY

SEAPLANES, 2019)

A frota de hidroaviões da Sidney Seaplanes é composta por 5 aeronaves, os modelos utilizados são Cessna Caravan Amphibian e Havilland DHC-2 Beaver, estes possuem capacidade para 12 e 7 passageiros respectivamente.

Além dos serviços descritos, há também a Sidney Seaplanes Global, uma espécie de consultoria oferecida pela Sidney Seaplanes, essa tem por objetivo analisar a viabilidade de uma empresa de hidroaviões, implementá-la e oferecer treinamento de equipe para clientes que estejam interessados em entrar nesse mercado.

60

SRI LANKA

Cinnamon Air Sri Lanka

A Cinnamon Air Sri Lanka (CINNAMON AIR, 2019) é uma empresa de hidroaviões que opera táxi aéreo no Sri Lanka; oferece serviços de voos regulares diários, fretamentos particulares e voos panorâmicos interligando o Aeroporto Internacional de Bandaranaike

(Aeroporto Internacional de Colombo) a diversos locais da Ilha.

O Sri Lanka é uma ilha que apresenta diferentes atividades ligadas ao mar, como por exemplo, esportes aquáticos, mergulho, observação de baleias. Há também a oportunidade de observar a vida selvagem nos safaris dos Parques Nacionais Yala e Udawalawe. São muitos os atrativos da Ilha e acessá-la por meio de hidroaviões torna essas experiências ainda melhores.

A Figura 2.11.1 mostra os destinos e rotas de voo domésticos realizados, os tempos de voo e condução podem variar, o hub está localizado no Terminal Doméstico da Cinnamon Air no Aeroporto Internacional de Bandaranaike, em Katunayake. 61

Figura 2.11.1 – Route Map da Cinnamon Air Sri Lanka (CINNAMON AIR SRI LANKA,

2019)

A Cinnamon Air opera voos diários para os principais destinos na Ilha, regulados aos horários de chegada e partida de companhias aéreas internacionais, além dos serviços de fretamento individualizado. A frota consiste em hidroaviões de modelos Cessna 208B Grand

Caravan e Cessna 208, ambos com capacidade para 8 passageiros.

FIJI

Turtle Airways

A Turtle Airways (TURTLE AIRWAYS, 2014) foi uma empresa fundada em 1979 para transportar a equipe e os materiais para a gravação do filme mundialmente conhecido The Blue 62

Lagoon. O principal serviço da empresa é o translado do aeroporto para os resorts das regiões

Yasawa e Mamanuca, em Fiji. As operações acontecem todos os dias do ano a cada hora durante a luz do dia; porém, a empresa também executa voos panorâmicos e excursões. A empresa não especifica quais aeronaves possui em sua frota, mas explicita a capacidade das aeronaves em 6 passageiros e as imagens da empresa mostram um De Havilland Beaver.

Os voos para as ilhas de Yasawa duram 30 minutos até Turtle Island. Caso o cliente queria acessar outros resorts, deverá complementar a viagem com barcos que duram cerca de

20 minutos custando aproximadamente AU$20. Em conversão livre através da empresa XE, esse valor equivale a US$13,53. Os voos para as ilhas de Mamanuca duram de 12 minutos a 15 minutos e pousam diretamente nos resorts sem a necessidade de transferência para barcos. As passagens são vendidas exclusivamente preenchendo um formulário no site da empresa para que entrem em contato.

Os voos panorâmicos não são as principais atividades da empresa e por isso poucos são oferecidos. A empresa estimula aos passageiros que acompanhem os translados de outros clientes como voos panorâmicos. Há ainda pacotes que visitam os cenários naturais do filme

Lagoa Azul de 1980.

Há duas opções de rotas, uma por Mamanuca e outra por Yasawa. Em Mamanuca são oferecidos 3 pacotes com a diferença de tempo de voo e é exigido um grupo mínimo de 2 passageiros. As tarifas variam de FJ$330 por pessoa no voo de 20 minutos a FJ$795 por pessoa no voo de 55 minutos. Já em Yasawa há apenas uma opção de voo com duração de 1h10min pelas ilhas vulcânicas da região. Contudo, há duas opções de tarifas. O passageiro pode embarcar junto com passageiros que estão realizado translado ou pode reservar o voo panorâmico. As tarifas para essas opções variam de FJ$460 em voos de translado a FJ$660 para o voo exclusivamente turístico. Segundo a empresa XE¹, a variação de tarifa em dólar 63

americano seria de US$150,90 a US$363,54 para Mamanuca e US$210,32 a US$301,76 para

Yasawa. A Figura 2.12.1 mostra o mapa da região e os resorts que a empresa realiza translado.

Figura 2.12.1 – Route Map da Turtle Airways (TURTLE AIRWAYS, 2019) 64

A empresa oferece 3 opções de excursões que duram o dia inteiro. Além do voo e pouso em ilhas paradisíacas e inabitadas, é possível complementar a viagem com atividades como caiaque, moto-aquática entre outros. Um dos mais interessantes é o passeio para uma praia privada, onde somente você, seus convidados e a tripulação estão no local. 65

3 MODELOS DE AERONAVES

Conforme abordado na seção 1.2.2. Mercado Brasileiro e no capítulo 2 PANORAMA

DO MERCADO DE HIDROAVIAÇÃO NO MUNDO, as principais fabricantes de aeronaves são Cessna e De Havilland. Com isso, serão exploradas as características técnicas operacionais dos dois modelos de hidroaviões e aeronaves anfíbias mais utilizados dessas fabricantes, o

Cessna 208 Caravan e o De Havilland DHC-6 Twin Otter.

CESSNA 208 CARAVAN

A Cessna Aircraft é a única fabricante de aeronaves anfíbias e hidroaviões com modelos operando comercialmente no Brasil (ver 1.2.2.). O modelo 208, conhecido como Caravan, é utilizado também pelas maiores empresas aéreas de hidroaviões do mundo como a Harbour Air

(HARBOUR AIR, 2019). O representante comercial da aeronave no Brasil é a TAM Aviação

Executiva e a aeronave é configurada para transportar 9 passageiros (TAM, 2019). A Figura

3.1.1 apresenta uma ilustração da aeronave da Harbour Air.

Figura 3.1.1 – Cessna Grand Caravan EX (HARBOUR AIR, 2019)

O Cessna 208 Grand Caravan Anfíbio é uma aeronave monomotora, turboélice e possui peso máximo de decolagem de 9.907 lb (4.126 kg). Por isso, é classificada como uma pequena aeronave (ANAC, 2011). As maiores vantagens estão em seus comprimentos de decolagem em 66

terra e água exigidos, respectivamente, 557m e 610m (CESSNA, 2019). Com esses comprimentos, o Caravan Anfíbio é capaz de operar em 100% dos 575 aeródromos públicos brasileiros cadastrados pela ANAC (ANAC, 2018). Além disso, utilizando a ferramenta Google

Maps foi possível demonstrar que seria possível decolar de corpos d’água como Lagoa Rodrigo de Freitas a partir do heliporto existente ao redor como apresentado na Figura 3.1.2. Portanto, isso demonstra o potencial de aceitação de aeronave pela infraestrutura terrestre da aviação civil.

Figura 3.1.2 – Comprimento de pista exigido para decolagem do Cessna 208 Grand Caravan

Anfíbio aplicado esquematicamente a Lagoa Rodrigo de Freitas na cidade do Rio de Janeiro.

(GOOGLE MAPS, 2019)

A princípio, considerando o alcance de até 813nm (CESSNA, 2019), ou 1506km equivalentes nas unidades do Sistema Internacional – SI fornecido pela fabricante, utilizando o 67

software GEOAISWEB conclui-se que com a decolagem da Lagoa Rodrigo de Freitas, essa aeronave alcançaria os aeroportos das seguintes capitais estaduais: Belo Horizonte – MG (196

NM), São Paulo – SP (206 NM), Vitória – ES (248 NM), Curitiba – PR (395 NM), Florianópolis

– SC (444 NM), Brasília – DF (527 NM), Goiânia – GO (535 NM), Porto Alegre – RS (676

NM), Salvador – BA (687 NM) e Campo Grande – MS (701 NM); isto é, a aeronave seria capaz de atender a grande parte do mercado doméstico a partir do Rio de Janeiro como pode ser visto na Figura 3.1.3. Contudo, cálculos mais precisos deverão realizados para cada rota e períodos de operações no ano em um plano de negócios mais detalhado considerando as variações de altitude, temperatura, pesos transportados, meteorologia no trajeto e outros fatores que afetam o desempenho de qualquer aeronave.

As dimensões da aeronave fornecidas pela fabricante Cessna são apresentadas na Tabela

3.1.1.

Tabela 3.1.1 – Dimensões do Cessna Grand Caravan EX Anfíbio (Adaptado de CESSNA,

2019)

Dimensão Envergadura Comprimento Altura (m) 15,88 12,67 4,6

68

Figura 3.1.3 – Distâncias Aeronáuticas da Lagoa Rodrigo de Freitas às capitais estaduais

dentro do alcance do Cessna 208 Grand Caravan Anfíbio (GEOAISWEB, 2019)

DE HAVILLAND DHC-6 TWIN OTTER

O De Havilland DHC-6 Twin Otter é uma aeronave fabricada pela empresa canadense

Viking que adquiriu o certificado de produção de todos os aviões De Havilland em 2005

(VIKING, 2019). É a principal aeronave da frota da Trans Maldivian Airways, a maior empresa de operação de hidroaviões no mundo (TMA, 2019). A aeronave possui configuração para 19 passageiros e o modelo operado pela Harbour Air é apresentado na Figura 3.2.1. 69

Figura 3.2.1 – De Havilland DHC-6 600 Twin Otter (HARBOUR AIR, 2019)

O De Havilland DHC-6 Twin Otter possui configuração terrestre, aquática e anfíbia, não pressurizada com dois motores turboélice e possui peso máximo de decolagem de 12.500lb

(5.670 kg). Assim como o Cessna 208 Caravan, é considerada uma pequena aeronave (ANAC,

2011). O comprimento de pista varia com qual motor a aeronave está equipada. Com motor

PT6A-20 o comprimento da hidropista exigido é de 359m; já com motor PT61-34 esse valor aumenta para 374m. Por exigir, aproximadamente, 60% do comprimento necessário para decolar um Cessna Grand Caravan EX, o De Havilland DHC-6 Twin Otter poderá operar nos mesmos corpos d’água que comportam a única aeronave anfíbia operando comercialmente no

Brasil até o ano de 2019.

Com menor comprimento de pista e maior peso máximo de decolagem, o Twin Otter possui alcance máximo de 775nm ou 1.435km equipado com o tanque de combustível padrão,

5% menor que o do Caravan. Com isso, alcança todas as capitais que o Caravan alcança a partir da Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro.

As dimensões da aeronave fornecidas pela Viking são apresentadas na Tabela 3.2.1.

Tabela 3.2.1 – Dimensões do De Havilland DCH-6 Twin Otter (Adaptado de VIKING, 2019).

Dimensão Envergadura Comprimento Altura (m) 19,8 15,77 5,94

70

4 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, mais especificamente, em seus Art. 21 e 22, estabeleceu competências da União quanto a explorar a navegação aérea e a infraestrutura aeroportuária, executar os serviços de polícia marítima e aeroportuária e quanto a legislar sobre direito marítimo e aeronáutico, regime dos portos, marítima e aérea e defesa aeroespacial e marítima (BRASIL, 1988). Sendo responsável pela legislação do direito aeronáutico e marítimo, a União é consequentemente a responsável pela legislação pertinente à hidroaviação.

Foi definido pelo CBA (BRASIL, 1986) que o Direito Aeronáutico é regulado por

Tratados, Convenções e Atos Internacionais que o Brasil seja parte, pelo próprio e por legislação complementar prevista no CBA. O direito aeronáutico também está expresso na lei

Nº 11.182 de 27 de setembro de 2005 que cria a ANAC (BRASIL, 2005), no decreto presidencial N. 6.780 de 18 de fevereiro de 2009 que aprova a Política Nacional de Aviação

Civil (PNAC) (BRASIL, 2009), em Resoluções do Conselho de Aviação Civil (CONAC) e da

ANAC e em Portarias do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Os principais

órgãos de aviação no Brasil são, portanto, a ANAC, o CONAC e o DECEA.

O empreendedor interessado em investir na abertura de uma empresa para transporte aéreo público, ou seja, visando fins lucrativos em suas operações, deve solicitar certificação na

ANAC e isto deve ser feito com, no mínimo, 120 dias de antecedência da data pretendida para iniciar as operações (ANAC, 2019). Para realizar operações regulares será necessário obter uma concessão do poder público; já para operações não-regulares a permissão se dá por autorização.

O Cessna 208 Caravan e o De Havilland DHC-6 Twin Otter são os principais hidroaviões em operação comercial no mundo com base nos capítulos anteriores. Os dois modelos de aeronaves são propelidos a hélice e classificados como pequeno avião categoria transporte por possuírem menos de 31 assentos. Com isso, as operações na legislação brasileira serão analisadas com o 71

parâmetro “número de assentos” para definir quais seriam possíveis de serem realizadas com cada uma dessas aeronaves.

As operações regulares são aquelas em que o horário, origem e destinos são informados previamente. Dentre estas operações estão as: complementar, de bandeira e doméstica. As operações não-regulares são aquelas na qual os horários, origem e destino são função da demanda e o preço pode ou não ser negociado com os usuários. Dentro desta classificação estão as seguintes operações: operação por demanda e operação suplementar. Com isso, há 5 possíveis operações na legislação brasileira, 3 regulares e 2 não-regulares.

Segundo o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil – RBAC nº 119 aeronaves com 9 ou menos assentos possuem permissão para realizar operações complementares e por demanda e aeronaves com 19 ou menos assentos possuem permissão para realizar operações de bandeira, doméstica, por demanda e suplementar, a última desde que a aeronave também seja usada em operações domésticas ou de bandeira (ANAC, 2019). Logo, os dois modelos de hidroaviões podem realizar operações regulares e não-regulares.

Como um estudo preliminar para abertura de uma empresa aérea operando hidroaviões no Brasil, busca-se estudar as possibilidades de operação sem que seja necessário determinar qual dos dois modelos de aeronave irá compor a frota. Com isso, será analisado o processo de autorização para operação por demanda, a única que é permitida para ambos os modelos.

A empresa interessada em oferecer o serviço de transporte aéreo público através da operação por demanda fará requerimento a ANAC de um Certificado de Empresa de Transporte

Aéreo e deverá seguir os requisitos operacionais exigidos pelo Regulamento Brasileiro de

Aviação Civil – RBAC nº 135 que estabelece regras que regem as operações que emprega aviões com configuração máxima certificada de assentos para passageiros de até 19 assentos e capacidade máxima de carga paga de até 3.400kg. Para emitir o certificado a ANAC analisará 72

as condições técnicas e administrativas da empresa, tão quanto se a empresa dispõe de uso exclusivo de pelo menos uma aeronave registrada no RAB.

Para solicitar Certificado de Operador Aéreo – COA, a empresa deverá elaborar um manual geral da empresa, um sistema de gerenciamento da segurança operacional – SGSO e submeter à aprovação da ANAC. Esse documento conterá informações, procedimentos, programas de manutenção, descrições, guias e limitações elaborados para que a operação da empresa ocorra atendendo aos requisitos de segurança. 73

5 BASE DE HIDROAVIÕES¹

A base de hidroaviões é um complexo que engloba as instalações em terra, em água e de transferência entre elas. O Brasil não possui um documento com recomendações e limitações técnicas para a implantação desse complexo para movimentação de passageiros. Por isso, foi realizado um estudo sobre a norma técnica AC 150/5396-1B da Federal Aviation

Administration – FAA.

Segundo a FAA (FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION, 2018), uma base de hidroaviões é um aeroporto composto, basicamente, por áreas na superfície da água destinados a pousos e decolagem e acessos terrestres podendo incluir canais para taxiamento das aeronaves, áreas de ancoragem, rampas de acesso e instalações on-shore para as necessidades de pilotos, passageiros e aeronaves. Apesar de ser considerada um aeroporto, as regras aplicáveis à operação segura das aeronaves em contato com a água são elaboradas e fiscalizadas pela Guarda Costeira.

INSTALAÇÕES OFF-SHORE

O conjunto das áreas operacionais na água contém a hidropista, canal de taxiamento,

área de manobra e uma área de ancoragem que pode ser substituída por uma rampa ou píer para atracação. Nestes dois últimos casos a ancoragem será realizada em instalações de conexão das

áreas off-shore e on-shore.

O dimensionamento de instalações off-shore aplica um elevado fator de segurança nas dimensões. O fato de os hidroaviões não utilizarem freio e serem mais deslocáveis sob a ação de ventos em operações em água quando comparados com as aeronaves convencionais em solo são os principais motivos dessas folgas aplicadas. Na Figura 5.1.1. é apresentado uma possível configuração de instalações off-shore com uma hidropista demarcada.

¹Este capítulo tem como referência principal o documento AC 150/5395-1B da FAA 74

Figura 5.1.1 – Configuração de instalações off-shore com hidropista demarcada (FAA, 2018)

Hidropista

A hidropista é definida como a área dedicada a pousos e decolagens podendo ser demarcada ou não. Uma hidropista demarcada é aquela que possui ao menos seus quatro vértices identificados visualmente por boias que indicam seus limites longitudinal e sua largura.

A demarcação eleva o grau de segurança das operações das aeronaves na base.

As velocidades de corrente do corpo d’água e dos ventos influenciam o local ideal para implantação de uma hidropista. É recomendado que seja instalada em locais em que a velocidade das correntes não ultrapasse 3 nós e é vedada a instalação em locais onde ultrapassa

6 nós ou em encontro entre rios e rio e o mar. A direção da hidropista deve ser alinhada de forma que se aproveite as direções principais dos ventos e evite obstruções na aproximação e na decolagem. Ventos até 3 mph (aproximadamente 5 km/h) não são complicadores para a operação.

75

O dimensionamento da hidropista consiste em três dimensões principais: comprimento, largura e profundidade. Para o dimensionamento do comprimento é necessário a escolha de uma aeronave-tipo; já para a largura e profundidade a FAA recomenda valores e explicita as premissas adotas. Os cones de aproximação e decolagem devem ser dispostos sobre a superfície d’água e, preferencialmente, não ocupadas por grandes embarcações.

Para determinar o comprimento da hidropista, o manual do planejamento aeroportuário da aeronave escolhida deve ser consultado, assim como as normas para dimensionamento de pista de pouso da FAA para adaptar às condições de altitude e temperatura da localidade onde será instalada a hidropista. Contudo, há regras específicas para as pistas sobre a água que modificam as exigências aplicáveis a pistas de pouso. O comprimento precisa ser suficiente para que a aeronave consiga atingir uma velocidade que possibilite alcançar uma altitude de 50 pés em 1000 pés de distância horizontal em operações VFR e 2000 pés em IFR. Esta exigência

é apresentada na Figura 5.1.2.

Figura 5.1.2 – Exigência de ganho de altitude para hidroaviões (FAA, 2018)

Como explanado anteriormente, largura e profundidade da hidropista são dimensões que possuem recomendações e limitações determinadas. No caso da largura, é recomendado um mínimo de 200 pés (aproximadamente 61m) sem incluir a área livre de objetos (Object Free

76

Area – OFA); porém, caso essa largura não cubra 95% da direção dos ventos ou corrente, é necessário adicionar folgas chegando a 330 pés (aproximadamente 100m). Quanto a profundidade, é recomendado 6 pés (aproximadamente 1,85m) de profundidade e é vedada profundidade inferior a 4 pés (aproximadamente 1,25m).

Canal de Taxiamento e Áreas de Manobra

O canal de taxiamento é a instalação que permite acesso direto da hidropista para a área de docagem e instalações em terra. Seu dimensionamento é feito através de recomendações e limitações determinadas. Assim, recomendam-se as larguras 150 pés (aproximadamente 46m) e fica vedada dimensão inferior a 125 pés (aproximadamente 38m) por aeronave. Para canais de taxiamento que permitem operações nos dois sentidos, a distância entre a ponta das asas das aeronaves deve ser no mínimo 50 pés (aproximadamente 15,5m). As áreas de manobra são áreas que possuem dimensões maiores para facilitar o taxiamento e aproximação das áreas de ancoragem.

Áreas de Ancoragem

Uma base de hidroaviões pode destinar uma área para estacionamento das aeronaves, as áreas de ancoragem. Há duas formas de se atracar hidroaviões, lançando âncora ou amarrando a instalações ancoradas. Para o lançamento de âncora, há recomendações específicas de quais materiais e formatos devem ser utilizados e a âncora deve ser transportada pelo hidroavião. Para pequenas aeronaves, caso do Cessna 208 Caravan e De Havilland DHC-6

Twin Otter, esse transporte encarece a operação pois o equipamento recomendado possui massa da ordem de 2 a 3 centenas de kg. Quanto a amarração às instalações ancoradas, isso pode ser feito em boias flutuantes e instalações costeiras.

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O dimensionamento das áreas de ancoragem off-shore leva em consideração as aeronaves tipo, o comprimento dos cabos de ancoragem das boias flutuantes e de amarração das aeronaves e folgas para movimentação com os ventos e correntes. Assim, a distância entre vagas será composta do comprimento das cordas de ancoragem adicionados 150 pés de margem. É apresentado um esquema possível para 3 vagas em área de ancoragem de uma base de hidroaviões conceitual da FAA na Figura 5.1.3.

Figura 5.1.3 – Espaçamento entre vagas em área de ancoragem (FAA, 2018)

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INSTALAÇÕES COSTEIRAS

Tais instalações se apresentam parcialmente em terra e parte na água, são importantes para permitir a manutenção, amarração e remoção da aeronave da água, além das atividades de embarque e desembarque. Os tipos, dimensões e arranjos das instalações são dimensionados através das características da água e do vento, pelas características topográficas, e pelo número de hidroaviões a serem movimentados na base. Essas instalações vão desde simples rampas de madeira até decks flutuantes ou fixos.

Rampa

É uma plataforma inclinada que se estende sob a superfície da água e varia em tamanho, forma e materiais construtivos. Uma rampa típica para receber hidroaviões apresenta de 5,0 a

6,0 m de largura, e se estende à água conforme a Figura 5.2.1 para permitir a entrada e saída de hidroaviões da água.

Figura 5.2.1 – Ilustração de rampa de madeira com parte submersa

Rampas molhadas são escorregadias, é importante considerar uma passagem estreita com alta fricção que não interfira na movimentação da aeronave, e permita que um profissional de manutenção, piloto ou passageiro se aproxime da aeronave com segurança.

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A escolha do local da rampa deve levar em conta a direção predominante do vento no local. A direção preferida da rampa é aquela alinhada com a direção predominante do vento, não realizar essa consideração pode conduzir a problemas de direção para o piloto do hidroavião enquanto taxiando na água em direção à rampa, e entrando ou saindo da rampa. Alguns locais podem requerer rampas adicionais devido a condições variáveis do vento.

As rampas podem ser de construção fixa ou articulada, com comprimento pré- determinado e parte da rampa submersa. Rampas fixas são mais comumente utilizadas em comparação às rampas com dobradiças, no entanto, são relativamente mais caras para aplicação em áreas rasas ou em locais em que a variação do nível d’água é maior que 2,4 m. Quanto maior o comprimento necessário da rampa, maior é o seu custo.

Existem dois fatores que influenciam diretamente no dimensionamento do comprimento da rampa, são eles: inclinação da rampa e comprimento da rampa submerso.

A inclinação da rampa não deve ser superior a 6:1, com inclinações menores variando até 10:1, sendo esta a inclinação mais desejável. Rampas com menor inclinação costumam ser mais longas e mais caras.

Quanto ao comprimento do pé da rampa submerso, todas as rampas devem ter essa fração da rampa abaixo do nível d’água durante a maré baixa. A fim de se determinar a parte submersa, recomenda-se ao projetista determinar primeiramente o calado máximo do hidroavião. Normalmente, uma profundidade de 1,2 a 1,8 m de rampa submersa fornece espaço suficiente para a maioria dos hidroaviões.

Para dimensionamento da largura da rampa, o projetista necessita da informação da envergadura dos hidroaviões que utilizarão a rampa. A largura mínima prática é baseada na maior envergadura de hidroavião acomodado adicionada de um espaço adicional em ambos os lados da rampa. Uma largura de 9,0 a 12,0 m geralmente acomoda os modelos de hidroaviões comumente utilizados na maioria dos ventos, correntes e marés.

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O projetista precisa garantir uma folga suficiente na ponta das asas do hidroavião na maré baixa para garantir que as aeronaves não colidam com estruturas fixas. Áreas de atuação sujeitas a correntes ou ventos devem incluir fatores de segurança adicionais ao estabelecer a largura da rampa e áreas livres.

Os operadores de hidroaviões podem necessitar de uma rampa particular para atracar seu hidroavião, essa rampa geralmente é retangular em forma de berço. As Figuras 5.2.2 e 5.2.3 ilustram um exemplo desse berço.

Figura 5.2.2 – Espaçamentos mínimos em uma rampa particular (FAA, 2018)

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Figura 5.2.3 – Ilustração de uma rampa particular (FAA, 2018)

A rampa particular deve ser executada onde a variação do nível d’água não for superior a 0,6 m. As dimensões internas da rampa devem ser de 0,6 a 1,0 m maiores que distância entre os flutuadores e 1,0 a 1,2 m maiores que o comprimento dos flutuadores. Alguns proprietários normalmente instalam um portão para diminuir o impacto da ação das ondas, ou alguma forma de defensas fixadas também nas paredes interiores para evitar danos ao hidroavião.

Sistema de Docagem

Um sistema de docagem de aeronaves deve ser projetado para acomodar os hidroaviões na base, esse pode ser flutuante fixado à terra ou fixado à costa mantendo um nível constante como um píer. A localização deve minimizar possíveis conflitos com outras embarcações, o projeto do sistema de docagem deve atender aos requisitos específicos para hidroaviões, como por exemplo a envergadura das aeronaves. Além disso, deve facilitar o acesso seguro e eficiente

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de operadores e passageiros. A Figura 5.2.4 traz uma ilustração de um sistema de docagem flutuante.

Figura 5.2.4 – Ilustração de um sistema de docagem flutuante (FAA,2018)

Para todos os sistemas de docagem, deve ser considerada uma bacia de torneamento ou

área operacional desobstruída na água para que a aeronave possa manobrar e acostar. Essa bacia de manobra deve ter tamanho suficiente para que o hidroavião possa realizar voltas completas de 360 graus. Um diâmetro mínimo de 30,0 m é o recomendado.

A localização do sistema de docagem deve ser tal que o público não necessite atravessar rampa, pátio ou hangar para chegar ao hidroavião. Além disso, em casos específicos é importante permitir que os hidroaviões o acessem por dois lados, pois no caso de condições climáticas adversas, a doca pode servir como quebra-mar. O projeto do sistema de docagem deve levar em consideração a ação das ondas sobre o hidroavião ancorado, de forma que elas se choquem se possível em uma orientação perpendicular aos hidroaviões.

As dimensões do sistema de docagem são determinadas em função do maior número de hidroaviões utilizando simultaneamente a área de atracação. Para determinar o número de berços recomenda-se utilizar o comprimento da aeronave adicionado de 6,0 m para oferecer folga tanto na frente quanto atrás da aeronave.

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Muitas vezes, docas de barcos são utilizadas como docas para hidroaviões, no entanto, isto pode incidir em uma elevada altura acima do nível da água, tornando mais difícil o embarque e desembarque do hidroavião. Recomenda-se que a altura acima do nível da água seja de 30 a 45 cm, podendo ser maior dependendo da dimensão de aeronaves de maior porte.

Suportes de amarração são utilizados para estacionar as aeronaves na doca, recomenda- se espaçá-los de 1,8 a 3,0 m, e utilizar uma corda de 1” para fazer a amarração. Os suportes devem ser aparafusados de forma que não se soltem, e serem embutidos quando possível para reduzir riscos de tropeço. Sinalizações nos locais dos suportes também ajudam a diminuir tais riscos.

O sistema de defensas é um elemento fundamental para uma doca bem projetada. A fuselagem de um hidroavião é extremamente frágil se comparada à fuselagem de uma embarcação, e muitas vezes o hidroavião é danificado devido a um sistema de defensa inadequado. As defensas devem ser dispostas ao longo da estrutura da doca em todas as partes em que se espera acomodar hidroaviões, normalmente são utilizados pneus de tamanho uniforme para amortecer os impactos dos hidroaviões com a doca. Defensas utilizadas para barcos comerciais e de lazer não são apropriadas para hidroaviões, pois os materiais constituintes dessas defensas não permitem a transferência de energia do impacto de forma adequada. Os pneus devem ser aparafusados lado a lado na extensão da doca com pouco ou nenhum espaçamento, de forma a formarem um sistema de defensa uniforme. Pneus usados não apresentam bom desempenho no sistema de defensa. A Figura 6.2.2 mostra um exemplo de sistema de defensas adequado.

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Figura 5.2.5 - Sistema de defensas adequado para docas de hidroaviões (FAA, 2018)

INSTALAÇÕES ON-SHORE

O plano de negócios que fornece quais serviços vão ser explorados pela base de hidroavião é necessário para a determinação de quais instalações on-shore serão oferecidas aos usuários. Podem ser exploradas docas com vagas para amarração, serviços de abastecimento de aeronaves, estacionamento para automóveis, hangar para guarda e manutenção. Deveram ser dimensionadas áreas comerciais, administrativas e outras como disponibilidade e quantidade de banheiros.

É necessário executar um estudo prévio das condições de infraestrutura local para a instalação de uma base de hidroaviões. Neste estudo buscam-se identificar por exemplo a presença de redes de água e esgoto, fornecimento de energia, telefonia e internet, as condições das rodovias para acesso terrestre de passageiros, visitantes e funcionários e garantir que haja

área suficiente para implantação. É apresentada na Figura 5.3.1 uma configuração hipotética das instalações on-shore de uma base de hidroaviões.

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Figura 5.3.1 – Configuração possível das instalações on-shore de uma base de hidroaviões

(FAA, 2018)

Hangares e Áreas de Manutenção e Abastecimento

Os Hangares e áreas de manutenção são instalações que variam de tamanho de acordo com a frota de aeronave atendida. Em pequenas bases de hidroaviões podem servir de área administrativa. Geralmente, estão localizados de forma que facilite o acesso dos hidroaviões que são retirados da água por rampas ou equipamentos de elevação. Suas disposições devem ser elaboradas de forma que reduzam as manobras de taxiamento. É recomendável que não

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possua acesso social e seja fisicamente separado das áreas destinadas a passageiros, visitantes e funcionários não relacionadas as atividades desenvolvidas em sua área por questões de segurança.

A base de hidroaviões também poderá explorar a atividade de abastecimento de aeronaves. Contudo, há precauções a serem tomadas quanto ao derramamento de combustível o que pode encarecer o empreendimento. Por exemplo, no caso de tanques em áreas pavimentadas é necessário que o material seja estanque

Estacionamento e acesso rodoviário

O estacionamento é destinado aos veículos terrestres de passageiros, visitantes e funcionários da base de hidroaviões. O dimensionamento de área e vagas deve levar em conta essas pessoas, considerar a visita de outros veículos que não os automóveis e destinar vagas a motoristas deficientes. Os parâmetros recomendados para determinar o número de vagas são: 1 vaga para cada hidroavião, 1 para cada funcionário e uma proporção do número de visitantes de acordo com os usos da base. Além disso, recomenda-se que a distância entre o estacionamento e as instalações costeiras sejam inferiores a 200 pés (aproximadamente 61m).

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6 INSTALAÇÕES COSTEIRAS NO BRASIL – PROCEDIMENTOS LEGAIS, MATERIAIS, MÉTODOS CONSTRUTIVOS, CUSTOS E DESCRIÇÃO

A partir das instalações explanadas pela FAA no documento AC 150/5295-1B, decidiu- se estudar as instalações costeiras no Brasil. Abordaram-se as formas permitidas de operação presente na Lei 12.815 de 05 de junho de 2013, conhecida por profissionais como Lei dos

Portos, os tipos de materiais empregados por empresas que comercializam estruturas de docagem, os seus respectivos custos e foi elaborado uma descrição desta instalação.

PROCEDIMENTOS LEGAIS

Como em contato com a água, o hidroavião é considerado uma embarcação, o terminal de passageiros é uma instalação portuária na legislação brasileira. Segundo a Lei nº 12.815 de

5 de junho de 2013, a instalação pode estar dentro ou fora do porto organizado e poderá ser operada mediante concessão ou autorização respectivamente. Para movimentar mercadorias o terminal deverá ser classificado como uma instalação portuária pública de pequeno porte; caso transporte apenas passageiros poderá ser classificado como uma instalação portuária de turismo

(BRASIL, 2013).

Para iniciar a operação dos hidroaviões de forma comercial, a empresa poderá fazer uso de instalações portuárias existentes como as marinas já implantadas no Brasil. No caso do estado do Rio de Janeiro, a companhia BR Marinas possui 8 marinas em operação. São elas:

Bracuhy (Angra dos Reis), Búzios, Itacuruçá, Marina da Glória (Rio de Janeiro), Paraty, Piratas

(Angra dos Reis), Ribeira (Angra dos Reis) e Verolme (Angra dos Reis) (BR MARINAS,

2019). Isso reduziria o custo de implantação e exploraria o apelo turístico dessas instalações já existentes.

Caso interesse à empresa a construção do seu próprio terminal e área de embarque e desembarque, será necessário consultar as autoridades aduaneira, poder público municipal e o

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órgão ambiental com vistas ao licenciamento para abrir um processo de autorização na Antaq.

Segundo o Decreto nº 8.033 de 27 de junho de 2013, que regulamenta a exploração de portos organizados e instalações portuárias, deverão ser apresentados a Antaq, para abertura do processo, documentos que comprovem a adequação do empreendimento às diretrizes do planejamento do setor portuário, regularidade fiscal e trabalhista e que assegure o direito de uso do terreno além do parecer da autoridade marítima e o memorial descritivo das instalações

(BRASIL, 2013).

O memorial descritivo das instalações é um documento técnico que apresentará informações como a área pretendida para instalação de estrutura física sobre a água, descrição dos acessos existentes e a serem construídos, instalações de berços de atração, a embarcação- tipo cronograma físico-financeiro para implantação, estimativa da movimentação de passageiros e valor global do investimento (BRASIL, 2013). Com isso, é necessário dimensionar as instalações que serão colocadas sobre o espelho d’água.

MODELOS E MATERIAIS

Além das áreas de embarque/desembarque e restituição de bagagens, uma base de hidroaviões pode também incluir instalações para abastecimento de combustível da aeronave, ancoragens, áreas de convivência e áreas de espera para checagem de documentos.

Devido ao fato de os pilotos de hidroaviões serem treinados para operar entre o tráfego de barcos, as bases de hidroaviões geralmente não possuem pistas marcadas ou áreas projetadas reservadas exclusivamente para hidroaviões. Os píeres de atracação podem ser do tipo flutuante ou fixo. A seguir serão apresentadas algumas possibilidades.

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Píeres Flutuantes

O Píer flutuante de plástico apresenta propriedades antiestéticas, anticorrosivas, antiderrapantes configurando uma excelente performance e estabilidade. Por ser composto através da montagem de vários blocos, tal píer apresenta alta flexibilidade e diferentes possibilidades para construção de layout. A Figura 6.2.1 traz um exemplo de píer flutuante de plástico (PRONAUTICA, 2019).

Figura 6.2.1 – Píer flutuante de Plástico (PRONAUTICA, 2019)

O píer flutuante pode ser composto por estrutura em piso de madeira, fixado através de parafusos a outra estrutura metálica, apresentar flutuantes insubmersíveis de EPS de alta densidade normalmente envelopados com lona vinílica ou fibra de vidro. Tal modelo é apresentado na Figura 6.2.2 (PIERGLASS, 2019).

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Figura 6.2.2 – Píer flutuante em piso em madeira (PIERGLASS, 2019)

Além de piso em madeira, conforme a Figura 6.2.3, o píer flutuante pode apresentar também piso em concreto e assim possuir maior inércia que outros tipos de píeres

(PIERGLASS, 2019).

Figura 6.2.3 – Píer Flutuante com piso em concreto (PIERGLASS, 2019)

Píeres Fixos

Normalmente construídos em estrutura metálica ou de madeira, são executados com parte em terra firme e outra parte dentro da água, esta é usada para operações de embarque/desembarque e atracação de embarcações. Um exemplo deste tipo de píer é mostrado na Figura 6.2.4 (PIERGLASS, 2019).

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Figura 6.2.4 – Píer fixo em madeira (PIERGLASS, 2019)

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7 ESTIMATIVA DE CUSTOS

Levando em consideração os serviços ofertados pelas empresas aéreas operando hidroaviões no Brasil e no mundo, o potencial de exploração turística da cidade do Rio de

Janeiro, as aeronaves descritas no capítulo 3 MODELOS DE AERONAVES e um estudo da regulamentação AC 150/5395-1B da FAA, foi elaborada uma estimativa de custo para implantação de uma instalação de docagem de uma base de hidroaviões no Brasil e o custo por hora de voo para realizar ligações a partir da cidade do Rio de Janeiro, RJ. A capital do estado terá conexões hipotéticas por hidroaviões para a região da Costa Verde e Região dos Lagos.

Neste trabalho estão considerados que a Costa Verde engloba os municípios de Mangarativa,

Angra dos Reis e Paraty e Região dos Lagos é composta apenas pelas cidades litorâneas de

Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Búzios. Este capítulo será dividido em duas partes, a primeira quanto a instalação de docagem e a segunda quanto aos custos operacionais.

DESCRIÇÃO

Considerando uma empresa que oferte o transporte remunerado exclusivamente de passageiros com hidroaviões, será descrita a área ocupada pelas instalações dispostas sobre a

água de um terminal. Para a descrição serão usados o documento AC 150/5395-1B da FAA com recomendação das dimensões para áreas de embarque e desembarque de passageiros e imagens de estruturas operadas por empresas apresentadas no capítulo 2 PANORAMA DO

MERCADO DA HIDROAVIAÇÃO NO MUNDO para adotar valores práticos utilizados. O veículo-tipo escolhido foi o De Havilland DHC-6 Twin Otter com as dimensões do capítulo 3

MODELOS DE AERONAVES e será considerado que o terminal irá operar duas aeronaves em sua hora de pico simultaneamente.

As configurações de terminais de embarque e desembarque de passageiros são diferentes entre si para atender as necessidades técnicas e comerciais específicas do operador

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em cada localidade. Sendo assim, há estruturas simples com a função apenas de ser a ponte de acesso a aeronave pelo passageiro como nas Figuras 6.3.1, 6.3.2. e 6.3.3, intermediárias como os píeres extensos das Figuras 6.3.4 e 6.3.5 e complexas com edificações remotas e múltiplos berços de atracação das aeronaves como as das Figuras 6.3.5 e 6.3.7.

Figura 7.1.1 – Píer fixo simples para embarque e desembarque de passageiros (KODIAK,

2019)

Figura 7.1.2 – Píer fixo simples de uso compartilhado com embarcações de pequeno porte

(KODIAK, 2019)

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Figura 7.1.3 – Plataforma flutuante para embarque e desembarque de passageiros (TRANS

MALDIVIAN AIRWAYS, 2019)

Figura 7.1.4 – Vista aérea de píer afastado para embarque e desembarque de passageiros

(KODIAK, 2019)

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Figura 7.1.5 – Píer flutuante para embarque de passageiros (KODIAK, 2019)

Figura 7.1.6 – Píer para embarque e desembarque de passageiros com área de espera remota e

berço para mais de uma aeronave (TRANS MALDIVIAN AIRWAYS, 2019)

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Figura 7.1.7 – Píer para embarque e desembarque de passageiros com edificação remota

(TRANS MALDIVIAN AIRWAYS, 2019)

Com base nas Figuras de 6.3.1 a 6.3.7 é possível obter as dimensões aproximadas utilizando a aeronave presente na imagem como objeto de escala. O De Havilland DHC-6 Twin

Otter, veículo-tipo adotado para esta descrição, está presente nas Figuras 6.3.3, 6.3.6 e 6.3.7.

Com isso, serão estimadas dimensões para esboçar um croqui. A configuração da área de docagem será próxima da classificação intermediária definida para as Figuras 6.3.4. e 6.3.5, isto é, não haverá edificações remotas; a plataforma de embarque e desembarque será retangular com comprimento equivalente ao da aeronave-tipo e largura na ordem de 4,0m. O método construtivo considerado foi de plataformas flutuantes como as apresentadas na seção 6.2.1.

Píeres flutuantes.

Como, na hora-pico, haverá operação de 2 aeronaves simultaneamente, é necessário que a plataforma possua o comprimento suficiente para movimentar todos os passageiros considerando um espaçamento de segurança entre os hidroaviões. Utilizando a Figura 6.3.7 como escala para estimar a folga entre os veículos, determinou-se que a folga teria 50% do comprimento da aeronave-tipo. Assim, fica determinado o comprimento da plataforma em

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250% o comprimento da aeronave arredondando para o inteiro imediatamente superior.

Comparando este valor com a recomendação de 6m de folga da AC 150/5395-1B da FAA, percebe-se que o valor adoto é superior ao recomendado e, com isso, um valor válido. Portanto, a plataforma possui as dimensões da Tabela 6.3.1.

Tabela 7.1.1 – Dimensões da área de acostagem de hidroaviões (ELABORAÇÃO PRÓPRIA,

2019)

Comprimento Largura Área Total 40m 4m 160m² Como uma localização exata para a implantação dessa estrutura não foi estabelecida, uma diferença de cota entre o nível da plataforma e as instalações on-shore de 0,5m foi determinada para estudar-se a distância mínima entre a costa e a plataforma. Com isso, o comprimento de uma rampa basculante rotulada em uma das duas extremidades para adaptar- se ao movimento relativo da plataforma flutuante a costa foi calculado.

Para que seja possível atender, inclusive, a passageiros com mobilidade reduzida, adotou-se como inclinação da rampa o valor de 8,33% recomendado pelo Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência – IBDD para desníveis até 0,90m (INSTITUTO

BRASILEIRO DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, 2019). Assim, com desnível médio 0,5m, a rampa possuirá o comprimento de 6,02m e o afastamento da plataforma da costa será de 6,00m. Portanto, é apresentada na Figura 6.3.8 a planta baixa do croqui elaborado com as dimensões apresentadas em metro e a capacidade de operar simultaneamente

2 aeronaves De Havilland DHC-6 Twin Otter com as dimensões apresentadas no capítulo 3

MODELOS DE AERONAVES.

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Figura 7.1.8 – Croqui de uma plataforma de embarque e desembarque de passageiros com

dimensões em metro. (ELABORAÇÃO PRÓPRIA, 2019)

Custos de construção

Um levantamento de custos foi realizado diretamente com empresas que comercializam plataformas flutuantes para movimentação de passageiros em embarcações. Como os objetivos principal e secundários do presente trabalho não são divulgar um modelo ou uma fabricante de tais estruturas e sim estimar os custos de implantação de uma área de docagem para hidroaviões no Brasil, os autores ocultaram a fonte dos valores informados.

O custo para aquisição de uma plataforma flutuante com capacidade de 160kg/m² adotado foi de R$1.800,00/m². Assim, uma plataforma de docagem com 160m², terá um custo de aquisição de R$288.000.

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CUSTOS OPERACIONAIS E TOTAIS

Características Operacionais

Nesta seção será apresentado o desenvolvimento realizado para estimar custos operacionais e total (adicionando os administrativos) por hora de voo para uma empresa com 4 hidroaviões modelo Cessna 208 Caravan contratados através de leasing operacional. Será considerado que as instalações oferecidas pelas marinas administradas pela BR Marinas serão utilizadas para a movimentação de passageiros. Assim, foram escolhidas as marinas da Glória

(Rio de Janeiro, RJ), Ribeira (Angra dos Reis, RJ) e Búzios (Búzios, RJ) por sua proximidade aos aeroportos Santos Dumont, Umberto Modiano e Angra dos Reis respectivamente utilizados para o cálculo de tempo de voo. Os custos que serão apresentados foram baseados em estudo realizado pelo orientador deste trabalho e a velocidade adotada da aeronave foi a máxima de cruzeiro do Cessna Grand Caravan EX Anfíbio (CESSNA AIRCRAFT, 2019) de 304km/h.

Utilizando a ferramenta Great Cicle Mapper (GREAT CIRCLE MAPPER, 2019), foram estabelecidas as características das ligações propostas. A ligação do Santos Dumont para o aeroporto de Angra dos Reis utilizando esses dados possui uma distância aeronáutica de 67 nm

(equivalente a 124km) e tempo de voo de 45 minutos. A ligação do Santos Dummont para o aeroporto Umberto Modiano possui uma distância aeronáutica de 63 nm (equivalente a 118km) e tempo de voo de 43 minutos. O tempo de operação foi arredondado para 60 minutos considerando que a cada voo necessitasse de aproximadamente 15 minutos para realizar o desembarque e embarque dos passageiros. É apresentado um mapa na Figura 7.2.1. com as ligações estabelecidas.

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Figura 7.2.1 – Ligações entre Rio de Janeiro e Angra dos Reis e Búzios

(GREAT CIRCLE MAPPER, 2019)

Devido a permissão para voos com hidroaviões apenas sob a incidência de luz solar, buscou-se alcançar uma utilização de cada aeronave durante 8 horas por dia. Sendo assim, cada aeronave conseguiria realizar 8 voos por dia e alcançando a média de 240 horas de voo por mês.

Custos Mensais

Os custos mensais são formados por custos operacionais e custos administrativos. Os custos operacionais são, basicamente, compostos de salários e treinamentos da tripulação, seguro da aeronave, consumo de combustível, manutenção e tarifas de navegação aérea e aeroportuária. Já os custos administrativos são voltados as atividades da empresa que não estejam diretamente ligadas a operação das aeronaves como salários de diretores, secretários, analistas, marketing, suporte de informática entre outros.

Para o presente trabalho adotaram-se 4 equipes de Comandante e Primeiro Oficial para cada aeronave com salário mensal médio de R$10.500 e 80% de encargos sociais e trabalhistas aplicáveis totalizando um custo de R$151.200 por mês por aeronave.

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O consumo de combustível adotado foi de 225 litros por hora de voo ao custo de R$5,00 o litro. Considerando um fator de majoração de 10%, o custo mensal de consumo de combustível ficou em R$297.000 por aeronave.

O custo de tarifas de navegação aérea e aeroportuárias foi determinado considerando um valor de R$100 por voo realizado. Como são 8 voos por dia, com a média anual de 30 dias por mês, o custo mensal destas tarifas será de R$24.000 por aeronave.

Para o leasing operacional, ficou determinado um custo mensal por aeronave de

US$30.000, adotando uma conversão de R$4,50 por US$1,00, encontra-se o custo de

R$135.000.

Os custos de treinamento da tripulação, seguros e manutenção foram fornecidos pela

TAM Aviação Executiva (TAM AVIAÇÃO EXECUTIVA, 2019).

Os custos administrativos foram estimados considerando uma equipe de 65 funcionários de cargos variados de CEO a funcionários de check-in com média salarial de R$11.763. Foi aplicada a mesma taxa de 80% de encargos sociais e trabalhistas aplicadas ao salário da tripulação para os cargos que são contratados como pessoas físicas, chegando ao custo salarial administrativo mensal de R$709.800. Além do custo de pessoal foram considerados custos para manutenção de informática em R$10.000, custos de marketing em R$100.000 e custos da estrutura e equipamentos do escritório em R$50.000. Como contingência, adotou-se uma taxa de 20% e, assim, o custo administrativo mensal foi estimado em R$980.160.

Todos os custos por mês por aeronave são apresentados na Tabela 7.2.1. Logo, ficou estimado o custo operacional por mês por aeronave em R$735.315, o custo administrativo total em R$980.160 e o custo total por hora de voo por aeronave em R$4.084.

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Tabela 7.2.1 – Tabela de custos totais do hidroavião Cessna Caravan

Custo Valor por mês-aeronave % do Total

Salário da Tripulação com encargos R$151.200 15%

Consumo de Combustível R$297.000 30%

Tarifas aeronáuticas e aeroportuárias R$24.000 2%

Leasing Operacional R$135.000 14%

Treinamentos R$21.600 2%

Seguros R$10.350 1%

Manutenção (Mão de obra e peças) R$96.165 10%

CUSTO OPERACIONAL R$735.315 75%

CUSTO ADMINISTRATIVO R$245.040 25%

TOTAL R$980.355 100%

HORAS DE VOO MÊS 240

TOTAL POR HORA R$4.084

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8 CONCLUSÃO

O estudo realizado por este trabalho explicita os inúmeros serviços possíveis de serem prestados com a atividade da hidroaviação. Este também explora a regulamentação existente para a operação dessas aeronaves e a implantação de instalações necessárias. Finalmente, apresenta, mesmo que em forma preliminar e conceitual, uma ordem de grandeza da área necessária e custo de implantação de uma das instalações de uma base de hidroavião além de exercitar um cálculo de custos operacionais para um dos dois modelos de aeronaves.

Foram buscadas as principais empresas atuantes no mercado para que sirva de referência a estudiosos e/ou empreendedores das possíveis atividades econômicas de serem exploradas.

Visou-se apresentar um panorama que auxilie a maximização das receitas das empresas que se disponham a desenvolver a atividade no Brasil.

Destacam-se as operações das empresas Harbour Air, Trans Maldivian e as que operam no estado do Alaska, Estados Unidos. As operações destas empresas possuem grande impacto socioeconômico no estado norte-americano, gerando um número considerável de empregos diretos e indiretos. Há empresas, por exemplo a Harbour Air, que já se tornaram parte fundamental para o funcionamento das cidades por ser o principal transportador de pessoas, correios e mercadoria. A responsabilidade social, como o transporte gratuito de doentes realizados pela Trans Maldivian e Harbour Air, melhora a qualidade de vida da comunidade.

Além disso, a conscientização ambiental por parte da Harbour Air para seu público, ao adicionar o custo de neutralização de carbono no valor de bilhete da passagem e informar claramente ao cliente, extrapola o básico para a diminuição do impacto ambiental causado pela queima do combustível por causar sensibilidade e sentimento de pertencimento a população.

Um estudo futuro mais aprofundado nas legislações e normas apresentadas necessita de validação com uma equipe multidisciplinar na área de direito de transporte para que sejam aplicadas na prática das operações de uma empresa aérea de hidroaviões. Sendo assim, a

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explanação apresentada buscou ser uma fonte de interpretação básica. Caso, após a consulta com especialistas em direito do transporte, haja divergências importantes de interpretação, serve como uma indicação para que legisladores direcionem esforços para correção de possíveis ambiguidades nas leis.

Entretanto, já é possível criar sensibilidade para o potencial existente no Brasil a ser explorado com o panorama exposto. Como o Caravan, uma das duas aeronaves mais utilizadas no mundo como hidroavião, já possui certificação e registro ativo no Brasil, a hidroaviação já

é encontrada em estados como o Amazonas. Com a utilização de marinas já estabelecidas no país, como as administradas pela empresa BR Marinas, reduz-se o custo de implantação das instalações para movimentação de passageiros possibilitando a abertura de empresa aérea operando hidroaviões com um investimento menor. Sendo assim, é possível aplicar esforços para a comercialização desse serviço no país.

A exemplo das grandes empresas estudadas, um número significante de empregos poderia ser gerado com a exploração dessa atividade no país. Uma aeronave realizando cerca de 8 horas de voo por dia, geralmente, necessita de 4 tripulações e alguns técnicos de manutenção. Equipes formadas por pilotos, copilotos, comissários, técnicos e engenheiros de manutenção, serviços de suporte a aviação e a navegação, técnicos em construção e manutenção das instalações, além de equipes administrativas serão exigidas para possibilitar as operações de cada aeronave, empresa ou base. Além disso, o impacto socioeconômico indireto seria possibilitado pelo aumento de renda e a criação de serviços turísticos como voos panorâmicos atraindo mais visitantes. Logo, a atividade poderia se tornar parte importante da economia levando ao desenvolvimento regional.

O trabalho apresentou algumas limitações no detalhamento das estruturas das bases de hidroaviões por apenas considerar a norma norte-americana FAA AC 150/5395-1B. Contudo, não foram encontrados documentos legais e técnicos que ao menos citassem as operações

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exclusivas de hidroaviões no Brasil. Portanto, a norma norte-americana poderia ser tomada como referência chave no desenvolvimento técnico da atividade da hidroaviação no Brasil. Ao descrever as operações realizadas pela aeronave e as instalações necessárias, suas exigências e recomendações aumentam a segurança do transporte aéreo realizados pelos hidroaviões fornecendo a confiabilidade necessária para o sucesso comercial das empresas aéreas.

No que diz respeito a descrição, encontrou-se coerência das dimensões aplicadas na prática por empresas de hidroaviões com as dimensões recomendadas pela norma da FAA. As simplificações feitas quanto a adotar a maior dentre as duas aeronaves mais utilizadas no mundo e não calcular a largura necessária para acomodar todos os passageiros movimentados nas horas-pico são consideradas aceitáveis para um projeto conceitual e deverão ser mais exploradas no futuro em projetos básico e executivo de uma base de hidroaviões.

Com o valor de aquisição e implantação de uma área de docagem estabelecido, para que seja possível mensurar a participação desta instalação nos custos de abertura e operação da companhia, é necessário a elaboração de um Plano de Negócios mais aprofundado de uma empresa aérea operando hidroaviões no Brasil. Quanto aos custos mensais e por hora de voo por aeronave, buscou-se que esse trabalho sirva de referência para empreendedores quanto a composição e ordem de grandeza dos custos operacionais e administrativos de uma empresa que empregue esta atividade principalmente quanto a importância relativa de cada componente, por exemplo o consumo de combustível que representa 30% dos custos mensais.

Finalmente, conclui-se que a atividade se encontra explorada de forma insignificante no

Brasil com apenas 5 unidades de aeronave com autorização para voar comercialmente e em operações não-regulares. Os autores esperam contribuir tecnicamente para que este mercado evolua e traga desenvolvimento para as regiões onde for implantado.

Para futuros trabalhos sobre o tema, os seguintes tópicos ficam sugeridos:

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 Comparação da legislação brasileira com as dos principais países exploradores da

atividade com hidroaviões;

 Dimensionamento e detalhamento das áreas internas e externas ao terminal de

passageiros.

 Projeto básico e executivo de uma base de hidroaviões;

 Elaboração de cronograma físico-financeiro da instalação de um terminal de

hidroaviões no Brasil;

 Cálculo da demanda de rotas aéreas e voos panorâmicos com hidroaviões;

 Elaboração de um plano de negócios para implantação de uma empresa operando

hidroaviões no Brasil;

 Estudos técnicos de posicionamento e regularização de hidropistas no Brasil.

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