DEODORO, ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO: Apagamentos E Lembranças Sobre Um Campo Minado
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- 1 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH Programa de Pós-Graduação em Memória Social – PPGMS Mestrado em Memória Social DEODORO, ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO: apagamentos e lembranças sobre um campo minado. Norma da Silva Nascimento Rio de Janeiro 2015 - 2 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH Programa de Pós-Graduação em Memória Social - PPGMS Mestrado em Memória Social DEODORO, ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO: apagamentos e lembranças sobre um campo minado Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Memória Social, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Memória Social. Linha de pesquisa: Memória e Patrimônio Orientadora: Profa. Dra. Leila Beatriz Ribeiro Rio de Janeiro 2015 - 3 - N244d Nascimento, Norma da Silva. Deodoro, zona oeste do Rio de Janeiro : apagamentos e lembranças sobre um campo minado / Norma da Silva Nascimento. — 2015. 178 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm + 1 CD- Rom. Orientador: Leila Beatriz Ribeiro. Dissertação (Mestrado)—Programa de Pós-graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. Referências: p. 148-174. 1. Testemunho. 2. Memória. 3. Arquivo. 4. Reconstituição. I. Ribeiro, Leila Beatriz. II. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. III. Título. CDD 302 - 3 - NORMA DA SILVA NASCIMENTO DEODORO, ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO: apagamentos e lembranças sobre um campo minado Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Memória Social, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Memória Social. Linha de pesquisa: Memória e Patrimônio Aprovado em: ___/____/___ BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________________________ Profa. Dra. Leila Beatriz Ribeiro (Orientadora) (Programa de Pós-Graduação em Memória Social – UNIRIO) ______________________________________________________________________ Profa. Dra. Andréa Lopes da Costa Vieira (Programa de Pós-Graduação em Memória Social – UNIRIO) ______________________________________________________________________ Profo. Dr. Carlo Maurizio Romani (Programa de Pós-Graduação em História – UNIRIO) ___________________________________________________________ Profa. Dra. Ana Paula Goulart Ribeiro (Programa de Pós-Graduação em Comunicação – UFRJ) - 4 - Dedico este trabalho a Victor Bogo e Manoel Renato Balbé Moreira (in memoriam) - 5 - AGRADECIMENTOS Mesmo sabendo da solidão necessária para se chegar ao término de um trabalho de pesquisa, cujas exigências, externa e interna, nos fazem passar noites insones, viajar quilômetros, ler muitos autores, ficar horas nos bancos de dados, pesquisar nos arquivos, conversar com as pessoas, em um esforço individual pesado na busca pelas informações certas para embasar o que se quer discutir, mesmo assim, sinto uma imensa gratidão por todas as pessoas que cruzaram o meu caminho nesta longa caminhada, que direta ou indiretamente, contribuíram para a conclusão deste trabalho de pesquisa, porque ninguém se faz ou faz algo sozinho. E começo agradecendo especialmente aos recordadores, como o senhor Manoel Renato Balbé Moreira, que nos deixou em setembro de 2014 e o seu amigo, Victor Bogo, falecido em maio de 2015 vencido pelo câncer. Ao primeiro eu devo a descoberta da mais devastadora das explosões nos paióis de munição. A sua curiosidade e a paixão pela história do Brasil, além da amizade com uma das testemunhas de um dos acontecimentos, me levaram à pequena Cidade Gaúcha, no interior do Paraná, para ouvir de perto as histórias do soldado Victor Bogo, a quem deixo os meus sinceros agradecimentos. Agradeço também a Maurício Sabbag Guimarães, outro apaixonado pela história do Brasil e que me convidou a ir a São Paulo para encontrar com o avô, coronel Renato Guimarães, e com a mãe, Dulce Sabbag Guimarães, a quem agradeço pelas horas de conversas e de lembranças emocionantes. Meu obrigado a Normando Vasconcelos, a Jair Martins Guimarães e a sua esposa Leda Feijó Guimarães, que me receberam para uma longa conversa sobre os acontecimentos que presenciaram. Meu agradecimento também a Iasodara Martins Guimarães e Lindaura Guimarães Silva, que me disponibilizaram fotos da família e me receberam em suas residências para conversar sobre as suas lembranças traumáticas, algumas pontuadas com muita emoção. Um agradecimento especial a Saulo Gomes, que além de relembrar o seu trabalho como repórter da Rádio Continental, ainda colocou à minha disposição fotos e as gravações da cobertura jornalística de uma das explosões. Obrigada a dona Edna, que boa entendedora dos processos tecnológicos, ajudou o marido na entrevista por skype. Também agradeço a todos os que colaboraram nesta pesquisa: Lucyanne Mano, do Blog Hoje na História, que me facilitou o acesso a alguns dos e-mails dos comentários no blog que me levaram aos personagens deste trabalho; a Kelly Castelo Branco, pelas dicas de ABNT; a Lúcio Pauleski, motorista da Secretaria de Saúde de Cidade Gaúcha que me levou de Cianorte até o hotel onde conversei com o seu Victor Bogo; a Roger Bondani Moreira, que foi me - 6 - buscar no aeroporto de Maringá; a Sônia Regina Bogo e Márcio Bogo, que me receberam com atenção e carinho. Obrigada aos profissionais que me orientaram em todos os lugares por onde passei em busca dos documentos das explosões. Agradeço aos meus colegas do Programa de Pós-Graduação em Memória Social que vibraram quando eu, depois de perder meu objeto original de pesquisa no meio do mestrado, me apaixonei pelo tema das explosões em Deodoro e precisei correr contra o tempo para não perder os prazos. Muito obrigada a Andrea Loureiro que dedicou parte do seu tempo para fazer a revisão deste trabalho. Agradeço aos meus amigos e familiares que entenderam as minhas ausências em muitos momentos bacanas, demonstrando interesse quando lhes falava do trabalho de campo e das minhas descobertas. Agradeço especialmente a minha mãe Irene e ao meu filho Felipe, pelos incentivos constantes e a minha sobrinha Michele, que me ajudou com a transcrição das primeiras entrevistas. E finalmente, meus agradecimentos aos professores do Programa de Pós-Graduação em Memória Social da UNIRIO, que me abriram um mundo de novos conhecimentos e novas inquietações e dentre eles, minha gratidão a Leila Ribeiro que acompanhou, desde os meus tropeços e inseguranças dos primeiros momentos até o resultado final. - 7 - Este trabalho de pesquisa é uma homenagem a todos os narradores do passado e do presente. Aos primeiros porque nos deixaram histórias que nos estimulam a curiosidade e emocionam desde pequenos e que seguirão conosco até o fim dos nossos dias e aos segundos que, a uma aproximação interessada e atenciosa, transbordam em relatos vívidos que nos transportam para um passado ainda muito recente, de uma memória que todos acreditam, não deve ser esquecida. - 8 - Para Felipe, pelos sonhos sonhados juntos e que se tornam realidade. - 9 - RESUMO Este trabalho de dissertação pretende analisar as três explosões no Depósito Central de Material Bélico do Exército, localizado em Camboatá, no bairro de Deodoro, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, em 15 de abril de 1948, 2 de agosto de 1958 e 2 de outubro de 1958, dando ênfase aos relatos de testemunhas que presenciaram os acontecimentos e cujas narrativas pessoais foram esquecidas. A memória dos testemunhantes das três explosões nos chega, neste trabalho de pesquisa, impregnada por imagens e lembranças pontuadas por uma narrativa densa e emocionada e carregadas por uma grande incompreensão dos fatos. Algumas dessas narrativas, com toda a dramaticidade da experiência vivida, foram compartilhadas em círculos sociais restritos, como a família e os amigos mais próximos e são versões particulares de acontecimentos registrados pelos jornais da época. Outras lembranças são recordações resgatadas do fundo de um passado marcado pelo trauma que se tentou esquecer. Da primeira explosão, de 1948, e a que provocou mais vítimas e mais desdobramentos políticos, foi localizada apenas uma testemunha, que aos 85 anos e com uma saúde bastante fragilizada, mantém a sua capacidade de rememoração preservada. Das duas explosões de 1958, encontramos a maior parte dos narradores, dentre eles um militar e um repórter radiofônico que estavam no epicentro dos acontecimentos das explosões. Os outros testemunhantes eram moradores dos bairros circunvizinhos às terras de Camboatá, local onde aconteceram as três explosões. O presente estudo está circunscrito a esses relatos e aos documentos localizados, como os arquivos dos jornais e revistas, que deram os parâmetros iniciais para esta pesquisa, assim como a documentação dos órgãos oficiais. PALAVRAS-CHAVE: Testemunho. Memória. Arquivo. Reconstituição. - 10 - ABSTRACT This master’s dissertation intends to analyse the three explosions in the Depósito Central de Material Bélico do Exército, located in Camboatá, Deodoro’s neighborhood, in Zona Oeste of the city of Rio de Janeiro, on April 15th 1948, on August 2nd and on October 2nd of 1958, emphasizing the reports of the ones who witnessed the events and whose personal narratives were forgotten. The memories of the three explosions came to us, in this essay, impregnated with images-memories, punctuated by a dense narrative and with a great misunderstanding of the facts. Some of these narratives, with all