Róber Iturriet Ávila ■ Castor Bartolomé Ruiz ■ Bruno Lima Rocha EDITORIAL
Nº 521 | Ano XVIII | 7/5/2018 1968 – um ano múltiplo Meio século de um tempo que desafiou diversas formas de poder Patrick Viveret Glaudionor Barbosa Enéas de Souza Larissa Jacheta Riberti Erick Corrêa Joana Salém Maria Paula Araújo Olgária Matos Alana Moraes de Souza Leia também ■ Róber Iturriet Ávila ■ Castor Bartolomé Ruiz ■ Bruno Lima Rocha EDITORIAL 1968 – um ano múltiplo Meio século de um tempo que desafiou diversas formas de poder uando se fala em 1968, parece que se porque explodiram revoltas de jovens, de artis- trata de algo uno, um acontecimento tas e do operariado em vários lugares do mundo. coeso. No entanto, o mais correto seria Para a antropóloga Alana Moraes de Sou- Qaludir aos vários 1968, ocorridos em geografias za, Maio de 68 – marcante para a história das e contextos tão distintos como a França, a Tche- contestações ao capitalismo e às estruturas au- coslováquia, os Estados Unidos, o México, o toritárias – não foi superado, nem derrotado. Brasil e outros países latino-americanos. Ela diz que as lutas vão sedimentando substra- O ano de 1968 é múltiplo de sentidos, signi- tos, e toda vez que a sociedade se movimenta, de ficados e alcances. Na base da efervescência, algum modo os substratos emergem. estão as rebeliões estudantis e de trabalhadores O cientista político Glaudionor Barbosa que inflamaram ruas e desafiaram diversas for- vislumbra que é preciso consolidar uma narra- mas de poder. Chefes de Estado, ditadores, em- tiva de 1968 que aponte para um futuro melhor presários, reitores, professores e as tradicionais do que o presente. estruturas familiares, sindicais e partidárias – todos foram questionados e tensionados.
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