Hélio Oiticica E O Não Cinema

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Hélio Oiticica E O Não Cinema UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E CULTURA LINHA DE PESQUISA: TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO E ESTÉTICAS Beatriz Morgado de Queiroz Hélio Oiticica e o não cinema RIO DE JANEIRO 2012 Beatriz Morgado de Queiroz Hélio Oiticica e o não cinema Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura (Tecnologias da Comunicação e Estética); Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Comunicação e Cultura. Orientadora: Prof. Drª. Katia Maciel RIO DE JANEIRO 2012 Q3 Queiroz, Beatriz Morgado de Hélio Oiticica e o não cinema / Beatriz Morgado de Queiroz. Rio de Janeiro: UFRJ, 2012. 184 f. Orientadora: Prof.ª Drª. Katia Maciel. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Cultura) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Comunicação, 2012. 1. Cinema. 2. Hélio Oiticica, 1937-1980. 3. Quasi-cinema. 4. Nãonarração. 5. Momentos-frame I. Maciel, Katia. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola de Comunicação. III. Título. CDD: 302.234 Beatriz Morgado de Queiroz Hélio Oiticica e o não cinema Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura (Tecnologias da Comunicação e Estética) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aprovada pela Comissão Organizadora abaixo assinada. Banca Examinadora: _________________________________________________ Drª. Katia Maciel, PPGCOM ECO UFRJ _________________________________________________ Dr. Antônio Fatorelli, ECO UFRJ _________________________________________________ Dr. Ricardo Basbaum, PPGARTES UERJ Rio de Janeiro, 02 de abril de 2012. Para DANIEL JORGE. O outro só quero o que não o que nunca o inviável o impossível não quero o que já o que foi o vencido o plausível só quero o que ainda o que atiça o impraticável o incrível não quero o que sim o que sempre o sabido o cabível eu quero o outro Chacal AGRADECIMENTOS À minha orientadora Katia Maciel, que conduziu minha escrita como exercício de liberdade. Os integrantes da banca examinadora: Antonio Fatorelli, que ensina cuidando e Ricardo Basbaum, artista-professor que me abrigou em sua ‘casa’, na UERJ. Aos professores que fizeram a diferença durante o percurso do mestrado: Henrique Antoun pelo carinho e aprendizado; Ivana Bentes pela inspiradora vitalidade; Márcio Tavares d’Amaral pela sabedoria e entusiasmo; André Parente pela simplicidade; Fernanda Bruno pelo comprometimento; e Giuseppe Cocco pela dedicação. Ao Fernando Gonçalves, meu mestre emancipado desde 2003. Ao Renato Rodrigues da Silva que com paixão introduziu-me nas poéticas de HO e LC. Ao Ícaro VITAL que acreditou em mim antes de mim mesma. Aos amigos descobertos durante o processo: Luciana, pelo carinho, sensibilidade e amizade; Jane e Bruno, pela amizade, poesia e loucura compartilhadas; Flávia, pelas aventuras e conversas filosóficas. E também aos queridos Elane, Mariana, Rúbia, Milena, Nina, Marcelo, Inês e Marina. Aos amigos do Grupo de Pesquisa, que conjugam prazer e aprendizagem: Ramon, Paula, Dani, Ana e Talhita. Aos artistas-etc do mestrado em ARTES da UERJ que me receberam com muito carinho. Ao Projeto HO que disponibilizou o acervo digitalizado de Hélio Oiticica no qual se baseia esta pesquisa, além das filmagens feitas pelo artista. Especialmente à Ariane Figueiredo, César Oiticica Filho e Vinícius Nascimento. À minha família que almoça junto quase todo dia. À minha vovó Glória, pelo amor incomensurável e dedicação incansável. À minha mãe e ao meu pai, pelo amor, cuidado, carinho e adversi-serenidade. Aos meus irmãos que me dão tanto orgulho: Sylvia, pela poesia e horas em claro; Mariana, pelo Daniel Jorge; Júlia, pesquisadora aos 15; Filipe, chef de cozinha e guitarrista aos 14; Rafael, flamenguista e 1º lugar na olimpíada de matemática, aos 9. À Tiartista Paula pelas ideias mirabolantes. Ao meu avô Paulo e à minha bisavó Djiudjiu. Aos mui amigos: Diogo Vieira, amizade-abrigo; os taurinos João Pacca - O Cara e Deby - A Cilindrada; Rafinha lesk top; e, Aninha Transborda. À todos os amigos que colaboraram para a pesquisa e compreenderam o meu desaparecimento durante a escrita desta dissertação. À poderosa Suely pelo exercício de transformação em seu cubo mágico. Ao São Jorge Guerreiro. Ao carnaval santo-baixado. Ao google-instrumento e à internet livre. À Biblioteca da Maison de France, que tem sala de estudos com vista para Baía de Guanabara. Aos funcionários da secretaria do PPGCOM ECO: Jorgina, Marlene e Tiago. À CAPES, pela indispensável bolsa de estudos. O desinteresse não tem valor nem no céu nem na terra; todos os grandes problemas exigem um grande amor e só espíritos rigorosos, claros e seguros, somente os espíritos sólidos, são capazes de tal. Uma coisa é um pensador tomar pessoalmente posição frente aos seus problemas para encontrar neles o seu destino, o seu infortúnio e também a sua maior felicidade, outra é aproximar-se desses problemas de modo impessoal, isto é, abordá-los e atingi-los só com fria curiosidade. Neste último caso, nada pode resultar, já que uma coisa é certa: é que os grandes problemas, mesmo admitindo que se deixem alcançar, não se deixam apreender pelos débeis e pelos seres de sangue de rã. Friedrich Nietzsche DIREITO DE SER TRADUZIDO, REPRODUZIDO E DEFORMADO EM TODAS AS LÍNGUAS Rio de Janeiro – 2012 RESUMO QUEIROZ, Beatriz Morgado. Hélio Oiticica e o não cinema. 2012. 184f. Dissertação (Mestrado em Tecnologias da Comunicação e Estética) – Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. O presente trabalho investiga contribuições do artista brasileiro Hélio Oiticica (1937- 1980) ao campo do cinema. Apoiados na abordagem da “hermenêutica do artista” de Ricardo Basbaum para pensar Oiticica como autor de sua própria vida-obra, os textos desse artista serão compreendidos como efeito e o veículo dessa construção de si. Cientes de que a trajetória do “artista” pautou-se pela recusa da noção clássica de autoria em arte, indagaremos como ele se inventa como um propositor do campo do cinema e da fotografia por meio da negação destas categorias. Para tanto, nos debruçaremos sobre os conceitos “nãonarração” e “momentos-frame”, formulados e experimentados pelo próprio, a fim de pesquisar de que forma ele transforma cinema e fotografia em instrumentos experimentais abertos à invenção, recusando o código narrativo e a ilusão criada pelo movimento dentro da tradição cinema. Palavras-chave: Hélio Oiticica, Quasi-cinema, Nãonarração, Momentos-frame ABSTRACT This research investigates contributions of the Brazilian artist Hélio Oiticica (1937- 1980) for the field of film studies. Supported by the concept "hermeneutics of the artist" formulated by Ricardo Basbaum, Oiticica is investigated as the author of his own life-work. His writings and notes will be understood as effect and instrument of his self construction. Aware that his trajectory was marked by the refusal of the classical notion of authorship in art, this work investigates how he invents himself as a proponent of cinema and photography through the negation of these categories. To this end, it will focus in the concepts "nonnarration" and "moments-frame", formulated and experienced by the artist, in order to study how Oiticica turned movies and photography into experimental instruments open to invention, refusing the narrative code and the illusion created by movement within the tradition of cinema. Keywords: Hélio Oiticica, Quasi-cinema, Nonnarration, Moments-frame SUMÁRIO PRELÚDIO ............................................................................................................................... 12 BLOCO I: NEGAR QUAL CINEMA? 1.1Anotações sobre a multiplicidade do pensar-fazer cinema ................................................ 21 1.2Devir nãonarrativo ............................................................................................................ 24 1.2.1Anseio por um cinema ‘além da arte’ ......................................................................... 24 1.2.2A experiência-cinema.................................................................................................. 31 1.2.3Imagem-improviso ..................................................................................................... 33 1.2.4Colagem-cinema ......................................................................................................... 37 1.2.5Cinema Subterrânea .................................................................................................. 40 1.2.6Cinema sem fim ......................................................................................................... 45 1.2.7Escrever não narrar.................................................................................................... 46 BLOCO II: CINEMA-CONCREÇÃO 2.1Experimentar o (cinema) experimental ............................................................................. 53 2.1.1SUPER 8: ao alcance do olho e da mão ...................................................................... 58 2.1.2INFORMATION ....................................................................................................... 60 2.1.3BABYLONESTS SUPER 8 ........................................................................................ 64 2.1.4BABYLON COMO SITUAÇÃO ............................................................................... 80 2.1.5DESCOBERTA DA NÃONARRAÇÃO .....................................................................
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