Análise Econômico-Financeira Das Demonstrações Contábeis Dos Primeiros Noves Clubes Brasileiros De Futebol Do Ranking Da Cbf De 2015
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ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DOS PRIMEIROS NOVES CLUBES BRASILEIROS DE FUTEBOL DO RANKING DA CBF DE 2015. Área temática: Gestão Econômica e Financeira Maria Teresa Martiningui Pacheco [email protected] Marco Pegorini [email protected] Simone Zelbrasikowoki [email protected] Odersson Panosso [email protected] Resumo: Os times de futebol tem grande representação pelo gosto do Brasileiro. Além de propiciar lazer aos brasileiros, este esporte contribui com o desenvolvimento de jovens, a profissionalização dos atletas, a geração de emprego e renda para as famílias brasileiras. O presente estudo tem por objetivo demonstrar a real situação econômico-financeira de nove clubes de futebol listados em primeiro lugar no Ranking da CBF de 2015, com base nas Demonstrações Contábeis divulgadas, dos exercícios de 2012, 2013 e 2014. Os procedimentos metodológicos utilizados para analisar o desempenho econômico e financeiro dos clubes de futebol selecionados foram por meio da pesquisa exploratória descritiva, com abordagem quantitativa, alinhado por meio do estudo de caso múltiplo. Como resultado principal foi possível identificar, na sua maioria, que além de resultados Deficitários em 2014, todos os clubes possuem forte dependência em capital de terceiros demonstrado pelo Indicador de Estrutura de Capital e confirmado por meio da Necessidade de Capital de Giro. O Fator de Insolvência de Kanitz para o Fluminense Football Club nos três períodos estudados, esteve na “Penumbra”; o Santos Futebol Clube em 2014 e 2012 também aparece na “Penumbra” e o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense em 2014, “Penumbra”, 2013 “Insolvente” e 2012 “Solvente”. Os outros clubes, Cruzeiro Esporte Clube, Clube Atlético Mineiro, Clube de Regatas do Flamengo, Sport Club Internacional, Sport Club Corinthians Paulista e o São Paulo Futebol Clube apresentaram o Fator de Insolvência de Kanitz como “Solvente”. Palavras-chaves: Análise econômico-financeira, Análise de índices, Fator de insolvência de Kanitz, Ranking da CBF de 2015. 1. INTRODUÇÃO Uma das mais influentes modalidades esportivas do mundo, o futebol além de sua importância cultural, é notado por suas milionárias transações. No Brasil, o esporte é o preferido dos brasileiros representando um dos principais símbolos nacionais. Os clubes de futebol brasileiros proporcionam inúmeras oportunidades, desde a profissionalização dos jogadores e o auxílio às suas famílias até a geração de empregos. De acordo com Freire (2011) os brasileiros são conhecidos pelos seus títulos mundiais. Por traz de toda essa paixão, há quem deva considerar que são entidades sem fins lucrativos, mas com grande representação financeira e social para com a sociedade. Isso só merece atenção pelo envolvimento e notório impacto em caso da entidade não ser sustentável. Isto pode ser previsto a partir de planejamento, que conforme Braga (2012), planejamento é uma atividade que consiste na prévia determinação das metas a serem atingidas. Estabelecer os meios que deverão ser utilizados, os recursos necessários, etc.; planejamento é o ponto de partida do processo de tomada de decisão da ação administrativa; é o caminho a ser seguido para alcançar os fins desejados. Para um planejamento, tem de se analisar o passado, logo Silva (2012), ensina que a analise das demonstrações contábeis, consiste na coleta e apuração dos indicadores permitindo avaliar a sua capacidade econômica, financeira e patrimonial. Iudícibus (2013) ensina que a necessidade de analisar demonstrações contábeis é pelo menos tão antiga quanto à própria origem de tais peças. Segundo Padoveze e Benedicto (2011), a análise das demonstrações contábeis consiste em um processo meditativo sobre os números de uma entidade, para avaliação de sua situação econômica, financeira, operacional e de rentabilidade. Sendo conclusivo da análise o julgamento do avaliador sobre a situação da empresa e suas possibilidades futuras. Neste contexto Assaf Neto (2012), evidencia a maneira com que os indicadores de análise são utilizados é particular de quem faz a análise, sobressaindo-se, além do conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição do analista. Em conformidade com Matarazzo (2010), saber analisar está se tornando uma necessidade, sendo fundamental para quem pretende relacionar-se com a empresa, onde cada usuário está interessado em algum aspecto particular da mesma. Os principais usuários desses dados seriam: fornecedores, clientes, bancos comerciais ou financeiros, corretoras de valores, investidores, concorrentes, diretores ou administradores, governo, colaboradores. Logo, o objetivo foi de analisar a situação econômico-financeira de nove clubes de futebol listados em primeiro lugar no ranking da CBF no ano de 2015, tendo como instrumento as demonstrações contábeis divulgadas dos últimos três exercícios (2012, 2013 e 2014) a fim de auxiliar na tomada de decisão e melhorar a rentabilidade. Os clubes estudados são: Atlético Mineiro (MG), Corinthians (SP), Cruzeiro(MG), Flamengo(RJ), Fluminense(RJ), Grêmio (RS), Internacional (RS), Santos (SP) e São Paulo (SP). 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 2.1 ORGANIZAÇÃO DO TERCEIRO SETOR A economia corrente é subdividida em três setores, denominados como Primeiro Setor, Segundo Setor e Terceiro Setor. Todos fracionados de acordo com suas finalidades. CRCRS (2011) define que, o Primeiro Setor é representado pelo Estado, onde seus recursos são oriundos de tributos e financiamentos, tendo como aplicação de tais recursos a sociedade e demais funções pertinentes do Estado. O Segundo Setor é representado pelas sociedades (empresas privadas), tendo como característica principal o lucro. CRCRS (2011) entende o Terceiro Setor como entidades sem finalidade de lucro. A característica principal dessas organizações é que não visam ao lucro. Os recursos são oriundos da própria atividade, além de doações, subvenções e financiamentos, sendo que a sua aplicação deve ser integralmente na própria atividade a qual foi instituída, de acordo com estatuto. No caso de eventual superávit este não deve ser distribuído aos associados/membros. Portanto, o resultado superavitário deverá ser reinvestido nas atividades-fim das entidades. (CRCRS, 2011; RODRIGUES, 2012). O surgimento do Terceiro Setor se dá pela necessidade de complementação do Primeiro Setor como comenta Kanitz (2015) pois com a falência do Estado, o setor privado começou a ajudar nas questões sociais, através das inúmeras instituições que compõem o chamado Terceiro Setor. Ou seja, o Terceiro Setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público. (KANITZ, 2015). Sustentando os argumentos, o Terceiro Setor surge da vontade de um determinado grupo de pessoas em beneficiar a comunidade ou parte dela sem finalidade de lucro e sem um apoio direto do governo. Para Olak e Nascimento (2010), o crescimento patrimonial das instituições do Terceiro Setor, não se equivale ao crescimento patrimonial de seus associados e a estes não se reverte, em nenhum momento, o patrimônio ou parcela dele. O patrimônio pertence à sociedade como um todo ou segmento dela, não cabendo aos seus membros ou mantenedores quaisquer parcelas de participação econômica no mesmo. A missão é a razão de ser de uma entidade. É o motivo de sua existência. No Brasil, Mañas e Medeiros (2012) comentam que o Terceiro Setor teve sua origem com o surgimento de instituições filantrópicas a partir do final do século XIX quando surgiram as santas casas de misericórdia e outras instituições criadas através das igrejas que procuravam prestar serviço de assistência às comunidades carentes. Uma pesquisa realizada pela FGV Projetos (2014), através da Secretaria Geral da Presidência da Republica indica que as organizações de sociedade civil no Brasil são compostas por 303 mil. Destas, 2% são fundações, 8% são organizações religiosas e a grande maioria, 90%, estão constituídas como associações civis sem fins lucrativos. Atualmente as Entidades do Terceiro Setor ocupam seu lugar no ambiente brasileiro sem deixar as raízes de sua origem. Contudo, em decorrência do avanço do país ao longo dos anos, o Estado juntamente com a constituição passa a abordar o Terceiro Setor de forma assistencialista. 2.2 LEGISLAÇÃO ABRANGENTE DAS ENTIDADES DESPORTIVAS 2.2.1 Legislação Societária A legislação societária das Entidades Desportivas é definida pela NBC ITG 2003 onde trata especificamente as Entidades Esportivas Profissionais e pela NBC ITG 2002, que aborda as Entidades sem Finalidade de Lucros. Já, a NBC ITG 2002 que trata Entidade sem Finalidade de Lucro, o item número 2 determina que, “a entidade sem finalidade de lucros pode ser constituída sob a natureza jurídica de fundação de direito privado, associação, organização social, organização religiosa, partido político e entidade sindical”. Estas seriam as normas pertinentes a contabilidade e sua forma de aplicação. Verifica-se agora a legislação que trata mais especificadamente das entidades esportivas. 2.2.2 Lei n° 9.615/98 – Lei Pelé No Brasil, as entidades esportivas as quais são pertencentes ao Terceiro Setor, possuem uma legislação específica abordada pela Lei n° 9.615 de 24 de março de 1998 a qual trata sobre as entidades esportivas sendo popularmente conhecida como a Lei Pelé. A Lei Pelé foi criada como uma espécie de reformulação da Lei n° 8.672 de 6 de julho de 1993, esta era popularmente conhecida como a Lei Zico. A Lei n° 9.615 (1998) considera entidade desportiva profissional, as entidades de prática desportiva envolvidas