Medidas Provisórias E Políticas Públicas No Governo Bolsonaro
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Insper Programa Avançado em Gestão Pública - PAGP FRANCINE DERSCHNER Medidas Provisórias e Políticas Públicas no Governo Bolsonaro: São Paulo 2020 FRANCINE DERSCHNER Medidas Provisórias e Políticas Públicas no Governo Bolsonaro: Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa Avançado em Gestão Pública como requisito parcial para a obtenção do título de pós-graduado em Gestão Pública. Orientador: Prof. Dr. João Paulo Bachur São Paulo 2020 Derschner, Francine. Medidas Provisórias e Políticas Públicas no Governo Bolsonaro: Francine Derschner. – São Paulo, 2020. 55 f. TCC (pós-graduação) – Insper, 2020. Orientador: Prof. Dr. João Paulo Bachur 1. Medidas Provisórias 2.Governabilidade 3.Presidencialismo de coalizão 4.Política brasileira 5.Políticas públicas FRANCINE DERSCHNER Medidas Provisórias e Políticas Públicas no Governo Bolsonaro: Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa Avançado em Gestão Pública como requisito parcial para a obtenção do título de pós-graduado em Gestão Pública. Orientador: Prof. Dr. João Paulo Bachur Banca Examinadora Prof. Dr. João Paulo Bachur Insper Profª Dra. Izabela Moreira Corrêa Insper Agradecimentos: Apesar da curta extensão deste trabalho, sua conclusão dependeu da ajuda de muitas pessoas, que precisam ser reconhecidas apropriadamente. Aproveito, assim, a oportunidade para agradecer ao professor João Paulo Bachur, que não só me orientou na elaboração deste trabalho, como também é uma fonte de inspiração constante, desde que tive o prazer de assistir a suas aulas em 2019. Agradeço até mesmo por aquelas aulas em que sua análise sempre certeira e crua da realidade me levaram a cogitar morar em algum lugar distante da civilização. Muito obrigada, Bachur, você transformou a minha visão de mundo! Este Trabalho de Conclusão de Curso também não seria possível sem o amor incondicional e o apoio constante de meu marido, parceiro que me acompanhou sempre pronto a ajudar em muitas madrugadas. Agradeço ainda a minha família, em especial minha mãe, que bravamente criou sozinha duas filhas e nunca duvidou do valor da educação e dos sonhos, e a minha irmã, que foi presença de apoio e inspiração constantes. Meu ‗muito obrigada‘ para a minha família de afeto, José Luiz e Tamires. Desde que nos encontramos, eu sempre pude contar com o afeto e o apoio de vocês em todas as minhas jornadas mais loucas, e sou muito grata por ter a presença de vocês na minha vida! Agradeço também a compreensão e o apoio da querida Cecilia, a melhor coordenadora que alguém poderia querer, e fonte de incentivo constante. Obrigada por acreditar em mim! Também não posso deixar de direcionar meus agradecimentos a duas grandes amigas e companheiras de curso, Leticia Simionato e Fernanda Perniciotti. A jornada sem vocês seria muito mais árdua e bem menos divertida. Obrigada por todo carinho, pelos conselhos, pelas lágrimas e pelos ataques de riso nesses quase dois anos. Resumo: Este estudo procura analisar o baixo índice de aprovação das Medidas Provisórias editadas pela Gestão Bolsonaro em 2019 e sua tentativa de governar sem as coalizões, tendo como plano de fundo o presidencialismo de coalizão brasileiro. Também se analisam o custo das derrotas sofridas na aprovação de MPs e como elas afetaram a agenda de políticas públicas programáticas do presidente Jair Bolsonaro. Para isso, aprofundou-se na análise da MP Nº895, que propõe a criação do projeto ―ID Estudantil‖, um dos principais programas no Ministério da Educação em 2019. Entre os principais fundamentos teóricos do estudo, estão os trabalhos de Sérgio Abranches (1988), Octavio Amorim Neto (2006) e Figueiredo e Limongi (1999). Os dados empíricos produzidos são majoritariamente quantitativos e foram elaborados a partir da sintetização de informações disponibilizadas no site do Planalto. Palavras-chave: medidas provisórias, governabilidade, presidencialismo de coalizão, política brasileira, políticas públicas Abstract: This work focuses on the low approval rate of the Provisional Measures (the Brazilian president‘s executive decrees) created by Bolsonaro administration. in 2019, and he‘s attempt to govern without government coalitions, considering the background of Brazilian presidentialism. We also propose the analyze of the political losses suffered in the approval of the Provisional Measures and how they affected the public policies agenda of President Jair Bolsonaro, based on the investigation of one of the main programs at the Ministry of Education in 2019 the ―ID Estudantil‖ (designed to create a new virtual and gratuite ID for students of all ages). Among the main theoretical foundations of the study are the works of Sérgio Abranches (1988), Octavio Amorim Neto (2006) and Figueiredo & Limongi (1999). The empirical data produced are mostly entirely quantitative and were elaborated from the synthesis of information available on the Brazilian government official website. Key-words: provisional measures, governability, presidentialism and government coalitions, Brazilian politics, public policies Sumário: Introdução…………………………………………………………………….....……………...8 Definição do Problema Público…………………………………………………...…………….10 1. Bolsonaro e o Presidencialismo de Coalizão……………………………………………...….11 2. Presidencialismo de Coalizão, fundamentos e perspectivas analíticas……………………….17 3. As Medidas Provisórias e a relação Executivo x Legislativo………………………………..21 3.1. Aprovação de Medidas Provisórias…………………………………………………............27 4. A Nova Política……………………………………………………………………………....31 5. Políticas Públicas e as Medidas Provisórias………………………………………………......38 5. 1. O Projeto ―ID Estudantil‖.....................................................................................................40 Conclusão………………………………………………………………………………….….…48 Referências……………………………………………………………………………………....50 8 Introdução Desde a divulgação nos meios de comunicação do escândalo do ―Mensalão‖ em 2005, a sociedade brasileira passou a cobrar maior engajamento de seus representantes políticos no combate à corrupção, culminando em importantes marcos, como a Lei da Ficha Limpa. Ainda assim, os avanços conquistados pelo país na área não foram suficientes para alterar a opinião pública sobre a corrupção política no país. O cenário se intensifica com as investigações da operação Lava Jato, iniciada em 2014, e suas repercussões, que envolveram diretamente até um ex-presidente da república. O sentimento popular de desconfiança frente à classe política recaiu principalmente sobre as relações entre os poderes Executivo e Legislativo, cristalizadas no chamado ―presidencialismo de coalizão‖. Embora esse modelo por si só não seja mais ou menos permeável a desvios, as alianças partidárias firmadas pelo presidente passaram a ser encaradas com desconfiança. Muitos foram os candidatos que se utilizaram do discurso contra os ―corruptos‖ para conquistar o eleitorado brasileiro. Por esse motivo, quando o então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro inicia sua campanha eleitoral em 2018, não é nenhuma novidade que seu plano de governo se paute no combate à corrupção, mas, ao contrário dos demais agentes políticos que se utilizaram do mesmo discurso, Bolsonaro dava um passo além e se comprometia a romper com a chamada ―velha política‖, caracterizada pela troca de favores e fortemente associada a práticas de corrupção no país. Mais do que isso, em 2019, o já eleito presidente Bolsonaro cumpre com seu discurso eleitoral e inicia uma tentativa de governar sem uma coalizão. Este estudo surge como uma tentativa de análise dessa iniciativa, à luz do presidencialismo de coalizão, dialogando com os trabalhos de Octavio Amorim Neto (2006) e Argelina Figueiredo e Fernando Limongi (1999). Para entender a eficácia das iniciativas legislativas de um governo minoritário, utilizaremos como base empírica as Medidas Provisórias editadas pelo Governo Bolsonaro no ano de 2019. Este trabalho está estruturado em 5 capítulos e 2 subcapítulos. Iniciamos nossa análise com a configuração da relação entre Bolsonaro e a formação de coalizões, passando rapidamente de seu período como candidato até sua tentativa de aproximação com o Centrão, em 2020. 9 Analisaremos também a composição do gabinete de Bolsonaro em 2019 e suas relações para a análise das Medidas Provisórias, conforme postulado por Octavio Amorim Neto (2006). No capítulo 2, traremos a retomada de alguns dos principais estudos sobre o presidencialismo de coalizão e abordaremos algumas das principais correntes interpretativas sobre o tema para contextualização do trabalho. A análise traz especial destaque para o funcionamento institucional das relações Executivo-Legislativo e os atores mais importantes nessa lógica. O capítulo seguinte analisa as Medidas Provisórias em seu papel como instrumento presidencial no presidencialismo de coalizão, dialogando com os pressupostos teóricos de estudos já consolidados na área. Dedicamos o subcapítulo 3.1 para a análise do processo de tramitação e aprovação das Medidas Provisórias no Congresso após a Edição da EC Nº 32 de 2002, e traremos algumas análises quantitativas gerais sobre a tramitação das MPs desde então. O capítulo 4, intitulado ―A Nova Política‖, pretende realizar uma análise quantitativa das Medidas Provisórias editadas pelo Governo Bolsonaro em 2019, descartando a hipótese da ligação da baixa efetividade do presidente na aprovação de Medidas Provisórias com sua tentativa de rejeição às coalizões. Por fim, a última seção do trabalho trata do impacto das Medidas Provisórias com a implementação de políticas públicas do governo Bolsonaro,