Uma publicação do Geoscience Research Institute (Instituto de Pesquisas em Geociências) Estuda a Terra e a Vida: Sua origem, suas mudanças, sua preservação.

Edição em língua portuguesa patrocinada pela DSA da IASD com colaboração da SCB.

APRESENTAÇÃO DO SÉTIMO NÚMERO DE CIÊNCIAS DAS ORIGENS TRADUZIDO PARA A LÍNGUA PORTUGUESA

A Sociedade Criacionista Brasileira, Standish, que aponta para um interessante Renovam-se aqui os agradecimentos dentro de sua programação editorial, tem a campo de pesquisas – as aves. especiais à Divisão Sul-Americana da satisfação de apresentar o sétimo número Como sempre, ficam expressos os Igreja Adventista do Sétimo Dia, na pessoa deste periódico (primeiro número anual agradecimentos da Sociedade Criacionista do seu Presidente, Pastor Ruy Nagel, de 2004), versão brasileira de “Ciencia Brasileira a todos os que colaboraram para pela continuidade do apoio à publicação de los Orígenes”, editado originalmente possibilitar esta publicação em Português, periódica desta revista. pelo “Geoscience Research Institute” nos particularmente a nossa associada Marly E.U.A. Barreto Vieira pela primorosa tradução e Ruy Carlos de Camargo Vieira Ressaltamos o artigo de fundo “Aves a Roosevelt S. de Castro pelo excelente Diretor-Presidente da Fósseis”, de autoria do Dr. Timothy trabalho de editoração gráfica. Sociedade Criacionista Brasileira

AVES FÓSSEIS Timothy Standish, Geoscience Research Institute

Quando o livro “A Origem das Espécies” um elo perdido. Além disso, o foi publicado pela primeira vez, o registro aparecimento do fóssil constituia uma grande objeção às numa formação geológica do idéias de Charles Darwin: no registro Jurássico Superior o coloca não constavam as formas intermediárias no lugar onde seria esperado, preditas por sua teoria. Darwin explicava depois do aparecimento isto invocando “a extrema imperfeição do dos dinossauros e antes do registro fóssil” 1 . Rapidamente depois da aparecimento das aves fósseis. publicação do livro, os fósseis intermediários Desde o seu descobrimento, a – “elos perdidos” - começaram a aparecer. teoria de que as aves evoluíram Alguns desses elos perdidos não superaram a partir de dinossauros tem sido a prova do tempo: o Homem de Piltdown, muito popular, e controvertida. um suposto elo perdido na cadeia de símios O Archaeopteryx era perfeito a seres humanos, acabou mostrando- demais como evidência a se uma fraude. Em tempos recentes o favor da teoria da evolução Archaeoraptor 2, um suposto intermediário darwinista, e a autenticidade entre dinossauros e aves, mostrou-se dos espécimes que mostravam também uma vergonhosa falsificação.3 vestígios de penas, permanece Pelo menos um dos primeiros “elos controvertida.4 perdidos” encontrados passou pela prova Por mais de um século, do tempo: O Archaeopteryx (Figura 1), o Archaeopteryx se manteve um impressionante fóssil das jazidas de como o elo perdido entre calcáreo de Solnhofen na Alemanha, dinossauros e aves, porém pareceu à primeira vista ser um dinossauro numerosos pássaros fósseis com penas. Como as penas são encontradas foram descobertos nos últimos somente nas aves, e não eram conhecidas vinte anos nos estratos Figura 1 nos dinossauros, o Archaeopteryx foi aceito geológicos próximos de onde Reprodução do fóssil Archaeopteryx. As penas podem como uma forma intermediária entre as foi descoberto o Archaeopteryx. ser vistas vagamente na cauda e em uma asa. Foto- aves e os dinossauros, e portanto como Estes novos fósseis põem em grafia: cortesia de Tim Standish. cheque a colocação do Archaeopteryx classificação junto com os pássaros não experts. Os dados proporcionados pelos na linha direta que teria produzido as parecem controvertidas. Além disso, dinossauros “com penas” e as aves aves. O Archaeopteryx agora, pelo foram descobertos muitos fósseis que fósseis, as quais são bastante diferentes contrário, é visto como um ramo lateral têm sido classificados como dinossauros das aves modernas, poderiam servir de da evolução que eventualmente se e que têm estruturas identificadas como evidência favorável da teoria de que as extingüiu.5 Ao contrário do Archaeopteryx, penas. A autenticidade destas “penas” aves evoluíram a partir de dinossauros, tanto a autenticidade destes fósseis tem sido posta em dúvida e continua mesmo que seja difícil decidir o que seria recentemente descobertos, como sua como questão aberta aos olhos de muitos um elo perdido.

TABELA 1

Aves Fósseis do Jurássico Superior e do Cretáceo Inferior

Gênero Espécie Idade Formação - Local sanctus Jurássico Superior Yixian Basal - , China Confuciusornis chuonzhous Jurássico Superior Yixian Basal - Liaoning, China Confuciusornis suniae Jurássico Superior Yixian Basal - Liaoning, China Jibeinia luanhera Jurássico Superior Yixian - Liaoning, China Liaoningornis longidigitus Jurássico Superior Yixian Basal - Liaoning, China Archaeopteryx recurva* Jurássico Superior Solnhofen – Alemanha Archaeopteryx lithographica Jurássico Superior Solnhofen – Alemanha Archaeopteryx siemensii Jurássico Superior Solnhofen – Alemanha delicatus Cretáceo Inferior Yixian - Liaoning, China santensis Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China zhengi Cretáceo Inferior Loufotang - Liaoning, China yandica Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China Cathayornis caudatus Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China Longchengornis sanyanensis Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China Otogornis genghisi Cretáceo Inferior Yijinhuoluo - Yike Zhaomeng, Mongólia Interior Cuspirostrisornis houi Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China Largirostrornis sexdentoris Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China yumenensis Cretácep Inferior Xiagou Medio - Gansu, China beishanensis Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China linghensis Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China prima Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China martini Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China grabaui Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China fengningensis Cretáceo Inferior Yixian - Liaoning, China chaoyangensis Cretáceo Inferior Jiufotang - Liaoning, China Lacustris Cretáceo Inferior Las Hoyas, Espanha Nanantius eos Cretáceo Inferior Toolebuc - Queensland, Austrália dementjevi Cretáceo Inferior Mongólia barretti Cretáceo Inferior Cambridge, Inglaterra Noguerornis gonzalezi Cretáceo Inferior Espanha romerali Cretáceo Inferior Las Hoyas – Espanha hoyasi Cretáceo Inferior Las Hoyas – Espanha *Taxa particularmente duvidosos ou controvertidos.

Entretanto, como parece ser possíveis fragmentos de Nanantius porém designação de três espécies com base freqüentemente o caso, a imagem a evidência a favor da existência deste nos espécimes fósseis disponíveis. 8 que estes novos e fascinantes fósseis pássaro fóssil continua sendo mínima. 7 Mesmo admitindo algumas apresentam é significativamente mais Dentro da lista dos pássaros do designações duvidosas, a lista das interessante e, quem sabe, confusa, do Jurássico Superior e do Cretáceo Inferior aves fósseis conhecidas do Jurássico que um exame superficial possa sugerir. estão também algumas espécies que Superior e Cretáceo Inferior é substancial, A Tabela 1 contém 27 fósseis do Jurássico podem ter sido o resultado da divisão particularmente dada a escassez de aves Superior e do Cretáceo Inferior. Algumas de opiniões dentro da comunidade fósseis em geral e a relativamente grande das espécies da lista se baseiam em paleontológica. Por exemplo, o gênero proporção deles recolhidos em algumas evidências muito fragmentárias. Por Archaeopteryx aparece como tendo três poucas localidades da China. Entretanto, exemplo, Nanantius eos parece ter sido espécies. Mesmo embora possam ter vale a pena mencionar que as aves fósseis descrito a partir de um fragmento de 3 existido várias espécies de Archaeopteryx do Jurássico Superior e Cretáceo Inferior cm de tibiotarso (osso da parte inferior da (supondo em primeiro lugar que tenham não aparecem somente na China. Além perna). 6 Foram encontrados alguns outros sido reais), alguns questionam a do exemplar australiano de Nanantius e

2 Nº 6 Ciências das Origens o exemplar alemão de Archaeopteryx, o que tem sido chamado de “evolução Um interessante aspecto das aves mencionados anteriormente, outros em mosaico”. Em outras palavras, uma fósseis encontradas até agora é que alguns espécimes de diversas qualidades foram espécie pode apresentar dois ou três dos traços considerados como primitivos encontrados na Espanha e na Inglaterra. traços encontrados nas aves modernas e nos pássaros fósseis são evidentes em Se fossem incluídas todas as aves outra espécie pode apresentar um conjunto algumas aves modernas. Por exemplo, o fósseis do Cretáceo, existiriam numerosos de traços “derivados”. Deste modo, por professor Hao Lianhai destaca a “ausência excelentes espécimes procedentes de exemplo, Confuciusornis sanctus carece de processos uncinados nas costelas” como todos os continentes, com a possível de dentes e parece ter um bico moderno um traço primitivo, 10 porém a ema australiana exceção da Antártida, com o que as aves e cauda de comprimento médio. Por outro moderna (Dromaius novaehollandiae) fósseis se manifestam em uma escala lado, Jibeinia luanhera tem muitos dentes, carece de processos uncinados nas global nos estratos do Jurássico Superior porém uma cauda de aparência moderna costelas. 11 Outros traços “primitivos” e Cretáceo Inferior. (embora não idêntica à dos pássaros evidentes em aves modernas são o esterno modernos) muito mais curta. Ambas as de forma peculiar e também as garras nas aves procedem de formações geológicas asas dos filhotes de hoatzin. 12 Em geral, os do Jurássico Superior da China, no entanto, pássaros que exibem traços considerados tomadas conjuntamente, nenhuma delas como primitivos ocupam nichos diferentes apresenta uma acumulação óbvia desse dos tipicamente associados às aves. conjunto de características que vemos nas Pode ser que muito do que vemos como aves modernas. diferente nas espécies fósseis com Outro aspecto que confunde a respeito às aves modernas realmente interpretação do registro fóssil das aves proporcione indícios sobre estilos de vida como evidência da evolução darwinista diferentes dos que vemos hoje em dia. é a ordem de aparecimento no registro Devido à sua diversidade de formas sedimentar. A maioria das pessoas e seu brusco aparecimento no registro conhece o que se chama de “explosão sedimentar, as aves fósseis do Jurássico Figura 2 - Liaoxiornis delicates, (A) Cambriana”, na qual a maioria dos grandes e do Cretáceo são um desafio para mostrando a morfologia das asas com grupos de animais modernos apareceu as idéias darwinistas. No passado, dedos e garras, (B) comparação com a repentinamente nas rochas do Cambriano o registro fóssil parecia simples; os asa de um pássaro, (C) comparação com a com praticamente nenhum predecessor dinossauros apareceram primeiro, em asa de uma pomba (Streptopelia capicola). óbvio. Este padrão de aparecimento seguida o Archaaeopteryx, ou algo Fotografia: cortesia de Tim Standish. brusco dos diversos grupos se repete similar, e finalmente as aves modernas. dentro de vários taxa. Por exemplo, os Agora sabemos que as aves no passado Uma característica notável das dinossauros aparecem repentinamente em exibiram uma diversidade muito maior espécies de aves fósseis é sua diversidade escala global no final do período Triássico que a esperada, e que apareceram morfológica. Em algumas espécies pode- com a maioria dos grupos já presente.9 É bruscamente no registro fóssil. Isto se ver um dispositivo para o vôo bem como se o Jurássico Superior/Cretáceo fez com que os experts postulassem desenvolvido, e em todas se observam Inferior representassem uma explosão que os ancestrais dos pássaros, ainda traços característicos de aves atuais, bem global das aves, na qual uma grande não descobertos, devam ter existido estabelecidos, porém não necessariamente variedade delas aparece bruscamente muito antes. O professor Hou Lianhai semelhantes. Por exemplo, umas têm sem precursores óbvios. Se as evidências ressalta: “Somente pesquisando nestes pequenos dentes em suas mandíbulas, fossem selecionadas cuidadosamente, estratos mais antigos pode haver maior outras têm cauda, e uma maioria tem asas alguém poderia propor que os dinossauros possibilidade de encontrar o progenitor com dedos e garras. (Figura 2). foram os precursores, porém esta não real das aves.” 13 No momento, os Muitas outras características é uma idéia por si mesma evidente à estratos anteriores ao Jurássico comumente associadas às aves aparecem luz do registro fóssil. Ao contrário, na Superior têm produzido somente dois em algumas das espécies fósseis, mas prática deve-se postular que existiram supostos restos de pássaros, ou de não em todas. Por exemplo, as vértebras os precursores dos pássaros apesar da seus ancestrais, um fóssil fragmentário caudais e as toráxicas estão fundidas ausência de evidência fóssil. e controvertido chamado Protoavis 14 em algumas espécies. Alguns fósseis do Triássico, e alguns vestígios do tipo apresentam um processo uncinado nas aviário, também do Triássico. 15 Dado costelas enquanto que outras espécies que o Protoavis, se for real, mostra traços não (Figura 3). Esta lista de diferenças demasiado modernos para a sua idade, e particularidades poderia estender-se não parece que seja um bom candidato consideravelmente, e ilustra a variedade para ser um fóssil de transição. Deste morfológica e anatômica presente nestes modo, os fósseis de aves recentemente fósseis. descobertos deslocam qualquer possível Se as aves fósseis recentemente antecessor para um vago e desconhecido descobertas representam os elos passado. Na ausência de evidência intermediários preditos pela evolução real de antecessores genuínos, a darwinista, deveria ser possível ordená- história conhecida das aves parece ser las facilmente de tal maneira que aqueles mais coerente com a idéia de que elas traços que associamos com as aves Figura 3 - Esqueleto toráxico da pomba foram criadas. O que estes novos e modernas tivessem aparecido numa Streptopelia capicola, com (A) processo espetaculares fósseis sugerem é que a seqüência lógica, com os traços mais uncinado nas costelas e (B) quilha de criação original produziu uma variedade modernos surgindo gradualmente com o tamanho grande presente nas aves muito maior do que aquela previamente tempo. Mas isto não é o caso dos fósseis modernas. Fotografia: cortesia de Tim imaginada. encontrados até esta data. Eles mostram Standish.

Nº 6 Ciências das Origens 3 PARA DISCUSSÃO 1. Darwin predisse que os fósseis intermediários ou de transição seriam 3. Observe a Tabela 1, onde são indicadas espécies fósseis que têm tanto encontrados e então provariam que sua teoria é verdadeira. Depois de características de répteis como de aves. Com a escala geocronológica quase dois séculos de buscas, os supostos organismos com características convencional, em que período aparecem? Esses fósseis são encontrados intermediárias continuam desconhecidos, e os poucos que são propostos num amplo espectro da escala geológica? Por que? como sendo de transição (por exemplo, os ancestrais dos mamíferos e os ancestrais das baleias) são muito controvertidos. O que lhe diz este fato 4. O intervalo de tempo geológico (segundo a escala de tempo evolucio- acerca da evolução como modelo das origens? nista) parece reduzir-se a uns poucos milhões de anos no Jurássico Supe- rior e no Cretáceo Inferior. Apesar de alguns fósseis terem características 2. O registro sedimentar contem fósseis de organismos que parecem de répteis, todos eles são totalmente funcionais como aves. Como você estar em uma ordem do ‘menos complexo’ para o ‘mais complexo’ ao considera a aparição deles no registro sedimentar, gradual ou repentina? longo da chamada coluna geológica ou seqüência evolutiva. Essa seqü- O que diz a você o fato acerca da teoria da evolução em geral como ência se correlaciona com a idade e a evolução da vida sobre o planeta modelo para explicar a ordem dos fósseis nas camadas sedimentares? O ao longo de milhões de anos. Por que, então, não aparecem centenas de que isto diz a você acerca da teoria da evolução como modelo sobre as organismos intermediários? Se todos tiveram a mesma capacidade de se origens em geral? fossilizar, porque não encontramos mais exemplos de fósseis de transi- ção? Explique suas razões e proponha um modelo alternativo.

(Sugere-se evitar soluções como: “o registro fóssil é uma montagem, realmente não existe, e nos fazem crer que existe uma ordem”. Afirmações como esta não se ajustam à realidade e não deixam lugar para discussão construtiva com especialistas).

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Os grandes projetos são levados a cabo sores dos institutos e universidades, e para Nascido em Gaiman, na colônia gale- graças a pessoas que acreditam neles, de- estudantes, sempre centrando-se no tema sa da Patagônia, em 1915, e educado na dicam seu tempo e esforço, e promovem das origens. Argentina, o Dr. David Rhys converteu-se os resultados na comunidade. Estes pro- Durante este tempo, Ciencia de los Orí- num dos mais importantes eruditos do mun- jetos podem começar com idéias simples genes tem sido uma realidade graças ao do acadêmico latino da segunda metade que se ampliam à medida que se trabalha trabalho de um homem, David H. Rhys, que do século XX. Ele obteve seu diploma de persistentemente nelas, e à medida que se creu que esta revista poderia ser um recur- Professor no Colégio Adventista del Plata tem êxito através das dificuldades. Isto é o so útil para os leitores de fala castelhana do (agora Universidade Adventista del Plata), que Ciencia de los Orígenes tem sido du- mundo inteiro. Neste número, o Geoscien- em Entre Rios (Argentina), com licenciatura rante mais de vinte anos de publicação e ce Research Institute deseja homenagear a em Matemática, em Buenos Aires. Depois serviço. A revista tem servido de fonte de dedicação de David Rhys à revista Ciência dos estudos de Magistério, em Montevi- informação séria e relevante para profes- das Origens. deo (Uruguai), completou estudos de Pro-

4 Nº 6 Ciências das Origens fessorado na especialidade de Geografia, para que as instituições educacionais su- ciety, The National Geographic Society, e é no Paraná (Argentina) em 1947. Enquanto periores adventistas na América Central e professor emérito da Universidade Adven- realizava estes estudos ocupou diversos Caribe conseguissem plenos créditos como tista del Plata, Argentina. Atualmente o Dr. cargos acadêmicos, incluindo a direção do David Rhys e sua esposa Adela Chaij, vi- Instituto Bernardino Rivadavia, em Florida, vem em Loma Linda, Califórnia, e têm duas Buenos Aires, e o decanato para assun- filhas e um filho. tos acadêmicos no Colegio Adventista del A colaboração do Dr. David Rhys com o Plata, onde serviu durante treze anos. Da Geoscience Research Institute (GRI), come- Argentina voltou ao Uruguai, onde ocupou çou em 1966 quando participou de um se- o cargo de diretor do Instituto Adventista minário de campo para um estudo de geo- del Uruguay. De lá foi chamado para ser logia e paleontologia do oeste dos Estados reitor da Universidad Adventista de Chile, Unidos. Ele ficou profundamente impressio- cargo que exerceu até 1964. Neste ano, a nado pelo fato de que todos os professores Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do GRI sustentavam uma cronologia curta concedeu-lhe uma bolsa de estudos para o para a Terra e explicavam muitos traços mestrado na Andrews University (Michigan, do registro fóssil como resultado de um di- Estados Unidos). Uma vez terminado seu lúvio global e catastrófico. O impacto deste mestrado, regressou à América do Sul para seminário de campo foi tão grande que ele servir como decano de estudos no Colegio tomou duas decisões: Participar de todos os Unión Incaica, agora Universidad Peruana seminários do GRI quantos fosse possível, e Unión, em Lima. Com seu esforço conse- tornar disponível bom material de leitura so- guiu para a instituição o status de univer- bre o assunto das origens aos estudantes e sidade. professores adventistas de fala castelhana. Entre 1971 e 1975, realizou estudos na Como conseqüência, o GRI começou a pu- Universidade da Califórnia, Riverside, onde Dr. David e Adela Rhys blicar Ciencia de los Orígenes que veio à luz obteve seu doutorado em Ciências da Ter- universidades. Em 1981 foi jubilado mas no inverno de 1982, sob a direção editorial ra, em 1975, com uma dissertação sobre continuou ativo no ensino e pesquisa em do Dr. Rhys. Vinte e dois anos e 66 números a colonização da zona central da Patagô- Costa Rica, Argentina, e nas Universidades depois, o presente volume é o primeiro pu- nia. O Dr. David Rhys lecionou em várias de Redlands e Fullerton, na Califórnia. blicado sem sua supervisão. universidades do sul da Califórnia, incluin- O Dr. David Rhys tem sido um viajante Apreciamos grandemente o trabalho e do Valley College em San Bernardino, e incansável e seus diversos cargos admi- a dedicação editorial do Dr. David Rhys du- as Universidades de La Sierra e de Loma nistrativos e de ensino o levaram a todos rante todos estes anos. Sua esposa Adela Linda. Em 1975 aceitou o convite para ser- os países da América do Sul, Central e do dedicou voluntariamente numerosas horas vir como diretor do Departamento de Edu- Norte, assim como a Israel, Arábia Saudita, para a tradução e correção dos artigos que cação da Divisão Interamericana da Igreja Kuwait, Índia, Tailândia, Hong Kong, Japão, deveriam ser publicados na revista. A co- Adventista, tendo a seu cargo a supervisão Austrália, Nova Zelândia e a vários países munidade de fala castelhana reconhece a dos colégios e universidades adventistas do sul e centro da Europa. É membro da grande contribuição de ambos para o co- em 23 países. Seu exercício foi decisivo The Planetary Society, The Cousteau So- nhecimento da obra de Deus na natureza. OBSERVATÓRIO DA CIÊNCIA De Onde Veio Tanta Areia? Raúl Esperante

Quando visitamos as formações geo- dos cânions escavados pela água. Talvez de camadas sedimentares até uma pro- lógicas dos estados de Utah, Arizona e a paisagem mais impressionante para visi- fundidade de mais de 1.300 metros em Nevada, nos Estados Unidos, recebemos tar seja o Grand Canyon, do Rio Colorado, algumas zonas, e dezenas de quilômetros o impacto da grande quantidade de ero- que se estende ao longo de uns 450 km ao de ambos os lados do rio atual. são que se observa na paisagem que está norte do Arizona. A erosão removeu cente- No entanto, a paisagem está constitu- marcada por elevadas escarpas e profun- nas de quilômetros cúbicos de sedimentos ída por camadas sedimentares que ainda

Nº 6 Ciências das Origens 5 se observam e que não foram removidas, tais no que hoje é o estado de Wyoming, A hipótese apresentada por Dickinson e se estendem horizontalmente por uns sendo arrastadas por fortes ventos que as e Gehrels é bastante plausível e tem rece- 350.000 km2, no que os geólogos chamam depositaram em campos de dunas. Os au- bido uma acolhida aceitável na comunida- de Bacia do Colorado. Estas rochas sedi- tores chegaram a esta conclusão depois de científica geológica. Provavelmente, os mentares estão compostas de areia, con- de calcular a idade radioativa dos minerais cientistas criacionistas encontrem nesta glomerado e argila principalmente, assim de Zircônio (ricos em Urânio) presentes hipótese apoio para um modelo diluvialista como por algumas camadas de calcáreo. na areia das camadas sedimentares. Es- da deposição das extensas camadas de A origem de toda esta areia e argila tem tes resultados enfrentam, no entanto, um sedimentos na Bacia do Colorado duran- sido, até agora, um mistério para os geólo- grande problema: não há nem rastro dos te as primeiras etapas do dilúvio do Gê- gos, e qualquer hipótese que se proponha rios que pudessem ter levado os sedimen- nesis, nas quais grandes massas de água é aceita como plausível somente devido a tos de um lado do continente americano puderam arrastar, de maneira catastrófica, não haver como comprová-la. (Montes Apalaches) a outro (Wyoming). enormes volumes de argila e areia de um A maioria dos pesquisadores tem aceito Os pesquisadores também sugerem que extremo continental a outro. A regressão até agora que os sedimentos procederam o resto da areia procede das Montanhas posterior das águas, possivelmente tam- da lenta erosão das Montanhas Rochosas, Rochosas e do interior do Canadá. bém catastrófica, teria escavado as pro- que se encontram a leste da Bacia do Co- A origem do cânion do Colorado é um fundas gargantas que formam o Grand lorado. No entanto, esta idéia tem sido de- grande mistério que confunde aos geó- Canyon e as paisagens semelhantes. safiada por dois pesquisadores, Dickinson logos, pois tanto o volume de sedimento e Gehrels 1, da Universidade do Arizona, depositado como o que foi subseqüente- REFERÊNCIAS que propuseram que a metade da quan- mente erodido, é muito grande para ser 1. Dickinson W.R., Gehrels G.E. 2003. U- tidade das areias que formam a Bacia do entendido à luz dos fenômenos geológi- Pb ages of detrital zircons from Colorado procedeu dos Montes Apalaches, cos atuais. Alguns geólogos sinalizam que and eolian sandstones of the que estão a leste dos Estados Unidos. Es- o conjunto de camadas sedimentares da Colorado Plateau, USA: paleographic tes pesquisadores sugerem que grandes Bacia do Colorado e do Grand Canyon in- implications. Sedimentary Geology, rios levaram a areia desde os Montes Apa- dica que o “presente não é a chave para publicado online, doi:10.1019/S0037- laches depositando-a em bacias continen- interpretar o passado”. 0738(3)00158-1(2003). AS IMPERFEIÇÕES DO REGISTRO FÓSSIL Raúl Esperante

Darwin e Wallace contribuíram para a marinha e terrestre das diferentes épocas o registro fóssil está salpicado daqueles aceitação da teoria da evolução pela se- geológicas aceitas então. Apesar desta ri- organismos que possuem partes duras e leção natural em meados do século XIX queza de achados, os fósseis com traços que viveram (ou morreram) em lugares baseando sua argumentação principal- evolutivos intermediários (ou de transição) onde houve abundante acúmulo de sedi- mente em exemplos específicos tirados eram virtualmente inexistentes, o que era mentos (Benton et. al. 2000). da fauna e flora, da ecologia de alguns nas palavras de Darwin, “a objeção mais Desde a publicação do livro de Dar- ecossistemas que eles investigaram, e do grave que se tem apresentado contra a win numerosos estudos têm contribuído comportamento observado nesses teoria”. para reafirmar a validade do registro fóssil ecossistemas. No livro “A Origem das Es- Darwin utilizou uma dupla argumenta- como suficientemente completo e adequa- pécies”, Darwin (1859) só dedica dois dos ção para contornar o problema. Por um do para o estudo das comunidades anti- quinze capítulos do livro para falar do re- lado era óbvio que se tinham escavado gas (Benton et. al. 2000, Donovan 2003, gistro fóssil e sua relevância no marco da poucos lugares, e que muito ficava por Foote and Raup 1996, Foote and Sepkoski nova teoria que ele estava propondo. O descobrir (Darwin apontou como mes- 1999, Paul 1998). registro fóssil era um problema real para quinhas as coleções paleontológicas dos O estudo mais recente foi o levado a uma teoria que tratava de estabelecer que museus). O crescente número de estudos, cabo por Donovan (2003), acerca dos ou- as espécies têm surgido através de len- especialmente em locais onde não tinham riços do Mar das Antilhas em sedimentos tas e graduais variações cumulativas ao sido realizadas observações detalhadas, do Quaternário (Pleistoceno e Recente), longo de milhares de anos de vida sobre proporcionaria as evidências necessárias onde se tem encontrado uma grande cor- a Terra. Se isto fosse assim, deveríamos para confirmar a sua teoria. Naquela épo- respondência entre os ouriços equinóides poder observar essas variações nos fós- ca, “Tão somente uma pequena parte da modernos e aqueles do registro fóssil do seis também. Em meados do século XIX superfície da Terra havia sido explorada Pleistoceno. Em outras palavras, existe já se conhecia uma considerável quantida- geologicamente, e em nenhum lugar com um elevado grau de semelhança entre os de de registro fóssil presente nas rochas o cuidado suficiente.” Por outro lado, Dar- ouriços fósseis do Pleistoceno das ilhas do sedimentares. Um número considerável win alegava que o registro geológico era Caribe e os que vivem na costa das mes- de fósseis havia sido descoberto em mui- extremamente imperfeito e incompleto. mas ilhas. Isto indica que o registro fóssil é tos lugares (especialmente Europa) e uns Nem todos os organismos têm a probabi- adequado para extrair conclusões confiá- poucos cientistas, a maioria dos quais lidade de converter-se em fósseis, devido veis acerca das comunidades antigas. eram amadores, haviam se dedicado ou a não terem partes duras (conchas, ossos, Vários estudos cladísticos e estatís- se dedicavam ao estudo destas formas etc.). “Nenhum organismo completamen- ticos sugerem que o registro fóssil não antigas de vida. As exibições e acervos te mole pode conservar-se; as conchas e diminui em qualidade com o tempo, ape- dos mais importantes museus da Europa os ossos se decompõem e desaparecem sar de se supor que a atividade geológica apresentavam já um significativo número quando ficam no fundo do mar, onde não destrói as rochas antigas e os fósseis que de rochas, que mostravam uma ampla se acumula sedimento”, detalhava o autor. elas contém. (Benton et el. 200). Quer di- diversidade de organismos do passado, Apesar disto ter sido demonstrado não ser zer que o registro fóssil parece conter uma os quais representavam a fauna e a flora estritamente verdadeiro, é certo, sim, que representação confiável do que realmente

6 Nº 6 Ciências das Origens existia no ecossistema determinado, com REFERÊNCIAS taxa. Paleobiology 22:121-140. a importante exceção dos organismos de Benton M. J., Wills M.A., Hitchin R. Foote M., Sepkoski J.J. 1999. Absolute corpo mole. A respeito deste ponto é im- 2000. Quality of the Fossil Record Through measure of the completeness of the fossil portante distinguir entre “ser incompleto” Time. Nature 403:534-537. record. Nature 398:415-417. e “ser adequado” (Benton et. Al. 2000). O Donovan S. K. 2003. Completeness of Paul C. R. C. 1998. Adequacy, com- registro fóssil é incompleto, especialmente a fossil record: the Pleistocene echinoids pleteness and the fossil record. In Paul em suas camadas inferiores, porém pode of the Antilles. Lethaia 36:1-7. C.R.C., editor, The Adequacy of the Fossil ser considerado como adequado para o Foote M. Raup D. M. 1996. Fossil Pre- Record. N.Y.: John Wiley and Sons, p. 1- estudo das formas de vida do passado. servation and the stratigraphic ranges of 22. G. R. I. EM AÇÃO

O Geoscience Research Institute merosos fósseis de organismos marinhos aparentemente grandes diferenças com (GRI) é uma instituição dedicada à pes- e continentais, assim como rochas erodi- os serem humanos atuais. Enfim, tudo quisa das ciências biológicas e geológicas das dos maciços graníticos e evidências que tem a ver com o passado e o presente com o objetivo de aportar conhecimentos de glaciação passada. As rochas metamór- da espécie humana é considerado moti- na área das origens. Durante mais de qua- ficas que se encontram hoje na superfície vo de estudo pelo Dr. Antonio Cremades. renta anos, diversos cientistas têm levado são interpretadas como o resultado das Em especial se destacam seus estudos a cabo pesquisas de campo e de labora- elevadas pressões e temperaturas exis- sobre a mão humana. Suas atividades tório nas áreas da física nuclear, biologia tentes enquanto estiveram profundamente têm-se desenvolvido, nestes últimos seis molecular, sedimentologia, paleontologia enterradas. O Dr. Clausen está estudando anos, na Universidade Adventista del Pla- e genética, entre outras. os processos que levaram à formação e ta, Argentina, onde é docente e titular da Atualmente a equipe de cientistas resfriamento dos maciços graníticos, as cadeira de Antropologia Teológica; e onde está formada por um físico, Dr. Benjamim taxas de sobrelevação e erosão, a geo- também se ocupa da Sede Sul-Americana Clausen, um bioantropólogo, Dr. Antonio química dos minerais, assim como sua as- do GRI para toda a América Latina e es- Cremades, dois paleontólogos, Dr. Raúl sociação com os movimentos das placas pecialmente para a América do Sul. Além Esperante e Dr. Jaques Sauvagnat, uma tectônicas. Estes estudos têm por objetivo do seu trabalho docente, o Dr. Cremades geóloga, Dra. Elaine Kennedy, e um biólo- alcançar uma melhor compreensão acer- tem realizado numerosas conferências e go molecular, Dr. Timothy Standish. O Dr. ca do significado e relevância das idades encontros universitários no Paraguai, Chi- James Gibson, biólogo, ocupa o cargo de radiométricas para todos estes eventos. le, Uruguai, Brasil, Argentina, Espanha e direção do Instituto desde 1995. Além de Nos últimos anos o Dr. Clausen visitou outros países. levar a cabo pesquisa ativa nos campos universidades e centros de pesquisa na do conhecimento mencionados anterior- Argentina, Brasil, Chile, Itália, Kênia, Nigé- mente, os membros do GRI participam ria e Peru. regularmente de congressos científicos internacionais e partilham de conferências sobre temas relacionados com as origens em diversos foros de especialistas.

Raúl Esperante Durante os últimos cinco anos o Dr. Raúl Esperante tem feito estudos paleon- tológicos e geológicos no Peru, Espanha, México e Estados Unidos, especialmente centrados em vertebrados fósseis, sua preservação nas rochas sedimentares e Ben Clausen as taxas de sedimentação associadas. A O Dr. Benjamim Clausen, nos últimos maior ênfase tem sido na escavação e es- anos fez pesquisas sobre as rochas vul- tudo de baleias fósseis na Formação Pis- cânicas e graníticas do sul da Califórnia, co, do Peru, onde aparecem numerosos contribuindo para a compreensão da se- cetáceos bem conservados e com nume- qüência de eventos geológicos que for- Antonio Cremades rosas evidências de extinção em massa maram o que vemos hoje em dia. Estas O estudo e consideração da espécie e soterramento rápido. Os estudos feitos rochas formam cadeias montanhosas que humana pela ciência tem trazido proble- com estes restos fósseis estão focados se estendem beirando o Oceano Pacífico mas para a comunidade religiosa: a ori- na interpretação das causas da morte dos desde a Terra do Fogo até o Alaska, cujas gem da espécie humana; seu lugar no animais, assim como os processos geoló- idades têm sido determinadas usando téc- reino animal; as mudanças que se têm gicos que levaram à sua excelente preser- nicas radiométricas. Associadas com as produzido com os anos, como a formação vação. O objetivo é apresentar um modelo ditas formações vulcânicas e graníticas, das raças; a interpretação dos fósseis e que explique as características deste de- aparecem espessas camadas de rochas dos restos arqueológicos que encontra- pósito peculiar de fósseis. Esse modelo in- sedimentares nas quais se encontram nu- mos em diversos lugares, e que mostram clui o paleoambiente marinho, os proces-

Nº 6 Ciências das Origens 7 sos biológicos e físicos responsáveis pela perguntas a respeito da idéia que geral- morte e soterramento dos cetáceos, e o mente temos do dilúvio. marco temporal no qual tudo isto ocorreu. O Dr. Sauvagnat tem viajado exten- O Dr. Esperante apresentou suas pes- samente pela Europa, incluindo a Alema- quisas a numerosos foros e congressos nha, França, Romênia e Suíça, onde tem científicos na Alemanha, Austrália, Espa- apresentado palestras e participado de nha, Estados Unidos, Nova Zelândia e conferências em universidades e grupos Peru. de estudantes, professores e pastores adventistas.

Jim Gibson Em março deste ano o Dr. James Gib- perguntas; II – Os dados; III – A morte; IV son realizou seu desejo de visitar as Ilhas – As perguntas bíblicas; V – Os ninhos; VI Galápagos, acompanhado pelo Dr. Timo- – As conexões; VII – Os dinossauros com thy Standish e pelo Dr. Humberto Rasi. Lo- penas. Este material está disponível na calizadas a uns 1.000 km a oeste do Equa- internet no site do Geoscience Research dor, estas ilhas são uma vitrine de plantas Institute: http://www.grisda.org na seção e animais singulares. Os únicos lagartos Espanhol/Português. Esperamos que a marinhos existentes hoje no mundo vivem informação e as idéias apresentadas ali nas Ilhas Galápagos. Dois destes lagartos sejam de utilidade e uma bênção, confir- Timothy G. Standish podem ser vistos na foto, perto do Dr. Gib- mando nossa fé em Deus nosso Criador. O Dr. Standish tem centrado seu tra- son. A fauna terrestre inclui também uma A Dra. Kennedy tem participado de balho de laboratório durante o ano de espécie única de iguana que come cactus, numerosos foros acadêmicos e científicos 2003 no desenvolvimento de marcadores várias espécies de “lagartos de lava” e as na Alemanha, Estados Unidos e Coréia do moleculares específicos do nematodo Ca- famosas tartarugas de Galápagos. Entre Sul. enorhabditis elegans. Estes marcadores os pássaros se incluem os famosos ten- têm muitas aplicações práticas, incluindo tilhões de Darwin, assim como um papa- a identificação de variedades selvagens. moscas, e várias outras espécies. As Ilhas Estas técnicas podem chegar a ser usa- Galápagos são conhecidas pelo impacto das em outras espécies de nematodos que a sua fauna e flora produziram em também. A partir da perspectiva criacionis- Darwin quando ele as visitou na metade ta, estes marcadores são úteis na identi- do século XIX. ficação de áreas do genoma que variam O Dr. Gibson é diretor do Geoscience significativamente entre espécies, deste Research Institute e geralmente tem uma modo proporcionando informação acerca agenda cheia de viagens para conven- de quanta mudança deveria originar a evo- ções, congressos, simpósios e conferên- lução no genoma para criar novos tipos de cias, onde colabora apresentando temas organismos. Isto proporciona uma base sobre biogeografia, especiação, filosofia interessante para comparar a variação ge- da ciência, ciência e fé, etc. Nos últimos Jacques Sauvagnat nética dentro das espécies. anos tem participado de reuniões em di- O Dr. Sauvagnat dedica-se a pes- O Dr. Standish publicou diversos arti- versos foros na Alemanha, Argentina, quisas sobre os microfósseis aquáticos gos em revistas como a Adventist Review, Brasil, Coréia, Costa do Marfim, Equador, chamados ostrácodos. Estas pesqui- e Harvard Crimson. Publicou um artigo em França, Holanda, Quênia, Nigéria e Esta- sas estão centradas na bioestratigrafia espanhol, “Detectando diseño en la na- dos Unidos. dos ostrácodos do Cretáceo Inferior, da turaleza” na revista Theologika. Também Suíça e do sudoeste da França. Neste teve a oportunidade de assistir ao IV Sim- Elaine Kennedy projeto participam especialistas euro- pósio Sobre Criacionismo – UpeU, Peru, Durante longo tempo os educadores peus em diversos tipos de fósseis, com assim como outras reuniões científicas. adventistas careceram de informação fi- o objetivo de conhecer melhor a história Destacam-se também duas conferências dedigna que lhes ajudasse a resolver as desse período geológico. Estes estudos dadas respectivamente nas universidades questões sobre os dinossauros, que sur- permitem também investigar os processos de Washington e de Idaho. Também tem gem na comunidade cristã em geral e na geológicos que provavelmente intervie- colaborado em programas de televisão Igreja Adventista em particular. Com o in- ram durante o dilúvio, sua sucessão no produzidos pela 3ABN, LLBN e Better Life tuito de preencher esse vazio, a Dra. Elaine tempo, e o lugar que ocupam na coluna Television. Suas atividades acadêmicas o Kennedy desenvolveu uma apresentação geológica. Em particular, os ostrácodos têm levado ainda para a Austrália, e a nu- em multimídia entitulada “Domesticando de uma época específica do Cretáceo merosos locais nos Estados Unidos, onde o T-rex e Outros Dinossauros”. A apre- Inferior (Albense) apresentam proble- tem realizado conferências públicas em sentação consta de sete partes: I – As mas de interpretação e suscitam muitas universidades e igrejas.

8 Nº 6 Ciências das Origens Criacionismo CIENCIA DE LOS ORÍGENES e Ciência NA INTERNET! Ciencia de los Orígenes é uma publi- www.grisda.org onde também são en- A Sociedade Criacionista cação do Geoscience Reserach Institute contrados os números anteriores e ou- Brasileira publicou a ver- (Loma Linda, EUA) que trata de temas tros recursos interessantes como infor- são em português da co- relacionados às origens. Cada ano são mação sobre outras publicações, livros, letânea de artigos sobre publicados 2 ou 3 exemplares dirigidos atividades, notícias, etc. Ciencia de los temas criacionistas que a professores de ciências naturais, his- Orígenes aparece em formato pdf e é constaram de todos os tória e teologia, assim como a estudan- necessário que seja instalado no compu- números da revista “Diálo- tes universitários de diversas especiali- tador o programa Adobe Acrobat Reader, go Universitário” até o ano de 2002. Essa dades. Os artigos têm tratado de temas que é gratuito. revista, publicada pela Associação Geral relacionados ao evolucionismo, origens, Se você está interessado em inscre- da Igreja Adventista do Sétimo Dia é órgão paleontologia, geologia e interpretação ver-se para receber a revista em papel, de divulgação de temas de interesse para dos textos bíblicos de Gênesis. recorte ou copie o quadro desta página universitários, e a coletânea pode ser solici- Agora é possível ler a revista com- e envie para o endereço indicado, com o tada à Sociedade Criacionista Brasileira. pleta (em Espanhol) acessando a página pagamento da anuidade correspondente.

Formulário de Solicitação de Publicações da SCB: Nome: ______ Sr.,  Sra.,  Srta. Endereço: ______CEP: ______-______Cidade: ______Estado: ______País: ______Telefone ou FAX para contatos eventuais: Tel: (____)-______Fax (____)-______e-mail: ______Quantidade Código Descrição Preço Preço total Após receber a comunicação de confirmação de seu pedido, favor efetuar o depósito do unitário (R$) valor respectivo, em uma das contas bancárias da Sociedade Criacionista Brasileira, a seguir: FC-65 Folha Criacionista nº 65 8,00 Banco Bradesco FC-66 Folha Criacionista nº 66 8,00 Agência 241-0 Conta Corrente 204874-4 RC-67 Revista Criacionista nº 67 8,00 RC-68 Revista Criacionista nº 68 10,00 Banco do Brasil Ag. 1419-2 RC-69 Revista Criacionista nº 69 10,00 Conta Corrente 0007643-0 RC-70 Revista Criacionista nº 70 10,00 Posteriormente nos encaminhe o comprovante do depósito via fax: (61)368-5595 ou RC-71 Revista Criacionista nº 71 10,00 (61)468-3892 ou o recibo escaneado via nosso e-mail: [email protected] ou cópia xerox via postal para o seguinte endereço: SUB-TOTAL (Soma de todas as importâncias da solicitação) Caso queira receber o material por SEDEX, o valor do acréscimo será de Sociedade Criacionista Brasileira no mínimo R$ 25,00 ou 20% do total do pedido, o maior dos dois valores. Caixa Postal 08743 Para entregas normais nenhum valor de postagem será acrescentado. 70312-970 – Brasília DF BRASIL TOTAL (Soma total do pedido a ser depositado na conta corrente conforme descrição ao lado) Ao recebermos o comprovante de depósito, procederemos a remessa do material solicitado.

“CIÊNCIAS DAS ORIGENS” é uma publicação quadrimestral do Geoscience Research Institute, situado no A OPINIÃO Campus da Universidade de Loma Linda, Califórnia, U.S.A.

A Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia provê recursos para que DO LEITOR esta edição em Português de “Ciências das Origens” chegue gratuitamente a professores de cursos superiores interessados em estudos das Origens. Grupos de pelo menos cinco Queremos ouvir a opinião dos estudantes interessados podem receber esta publicação gratuitamente solicitando-a leitores. Envie-nos seus comentários anualmente à Sociedade Criacionista Brasileira, enviando seus nomes e endereços. Outros sobre os artigos publicados ou sua interessados deverão solicitar assinatura anual preenchendo o cupom que se encontra na colaboração para possíveis artigos. página 10 deste número. Os comentários devem ser pertinen- tes e breves, com um máximo de 150 Diretor Redator Redatores Associados Secretária James Gibson Raul Esperante Edmundo Alva Ben Clausen Jan Williams palavras. Você pode utilizar nossa pá- gina na internet www.grisda.org para Site: http://www.grisda.org e-mail: [email protected] enviar sua colaboração, a qual será Conselho Editorial - James Gibson (Diretor do GRI), Benjamin Clausen, avaliada pela equipe do GRI. Katherine Ching, Elaine Kennedy, Raul Esperante, Tim Standish Tiragem desta edição: 2.000 exemplares

Sociedade Criacionista Brasileira Site: http://www.scb.org.br

Nº 6 Ciências das Origens 9 TORNE-SE ASSINANTE E DIVULGADOR DA REVISTA CRIACIONISTA A Revista Criacionista vem sendo publicada pela Sociedade Criacionista Brasileira desde 1972 (inicialmente com a denominação de Folha Criacionista), e hoje é o periódico criacionista mais divulgado em todo o Brasil. Veja abaixo o título dos artigos principais publicados nos últimos números da Revista Criacionista.

FC-65 FC-66 RC-67

• Construindo uma visão criacionista do mundo • A Teia de Aranha • Cavernas • Depois do Dilúvio – Introdução e Capítulo 1 – O conhecimento • Depois do Dilúvio – Capítulo 2 – Onde Começar? • Observação de formação rápida de estalactites de Deus no paganismo da antigüidade • Considerações sobre Ciência • Cientificidade na questão das origens • Fósseis: Sua origem e significado • A teoria da Evolução contra a Ciência e a Fé – O Conto do • Darwinismo: um subproduto da Inglaterra liberal do século XX • Ecologia, Biodiversidade e Criação Macaco • Gênesis, genes e raças humanas • Evidências geológicas do Dilúvio • Depois do Dilúvio – Capítulo 3 – Nennius e a Tabela das Nações Européias

RC-68 RC-69 RC-70

• Noções Gerais sobre os Dinossauros • O Criacionismo e a grande explosão inicial • Obra de Artista • Depois do Dilúvio – Capítulos 9 a 11 • Vida em outros planetas do sistema solar? • Gênesis e a Coluna Geológica • As Cronologias Antigas e a Idade da Terra • A Busca pela Vida Extraterrestre • O Colapso da Coluna Geológica • Dinossauros nos Registros Anglo-Saxões e Outros • Outros Sistemas Planetários • Antigas Regras para males Modernos • Beowulf e as Criaturas da Dinamarca • A Busca por Inteligência Extraterrestre • Contra Darwin e o Evolucionismo, mas não em Tudo • A Carcaça do Zuiyu Maru • Encontraremos Seres Extraterrestres? • Depois do Dilúvio – Capítulo 5 – A História dos Primeiros Reis • Em Busca do Dinossauro do Congo • Uma discussão sobre Árvores Evolutivas Humanas obtidas de Britânicos • A Falácia da Evolução Estudos com Marcadores Moleculares • Improbidade Científica dos Livros-Textos de Biologia • Depois do Dilúvio – Capítulo 4 – As Crônicas dos Antigos Bre- tões

Preencha na página 9 o formulário para solicitação de exemplares da Revista Criacionista. AGRADECEMOS SUA COLABORAÇÃO PARA A DIVULGAÇÃO DA REVISTA CRIACIONISTA

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