As Políticas Públicas Curitibanas
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ULISSES QUADROS DE MORAES POLÍTICAS PÚBLICAS E PRODUÇÃO DE MÚSICA POPULAR EM CURITIBA – 1971 A 1983 Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Pós-graduação do curso História, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná, como requisito para obtenção do Grau de Mestre em História. Orientador: Prof. Dr. Dennison de Oliveira CURITIBA 2008 SUMÁRIO AGRADECIMENTOS........................................................................................... 003 RESUMO............................................................................................................... 005 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 006 Sobre o conceito de Habitus....................................................................... 009 Sobre o conceito de Campo........................................................................ 010 Sobre o conceito de Capital Simbólico....................................................... 012 CAPÍTULO I – A MODERNIDADE NOS HORIZONTES................................. 015 Europa e Estados Unidos................................................................ 015 Brasil............................................................................................... 017 Paraná.............................................................................................. 019 O Modernismo sem Modernidade.............................................................. 022 A construção dos equipamentos públicos................................................... 031 O Paiol de Pólvora.......................................................................... 033 A Fundação Cultural de Curitiba e suas ações................................ 036 CAPÍTULO II – AS POLÍTICAS PÚBLICAS..................................................... 056 A formação do Campo Político................................................................... 057 Os movimentos do Paiol............................................................................. 061 A Cidade da Gente...................................................................................... 075 Todos os Cantos.............................................................................. 080 Curitiba, Cidade da Gentes............................................................. 086 CAPÍTULO III – MOVIMENTO ATUAÇÃO PAIOL – MAPA.......................... 093 O início da MPB......................................................................................... 094 A Bossa Nova.................................................................................. 094 A Era dos Festivais.......................................................................... 096 O Movimento Tropicalista.............................................................. 101 A organização do MAPA............................................................................ 105 O disco do MAPA....................................................................................... 129 CONCLUSÃO....................................................................................................... 138 FONTES................................................................................................................ 148 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 150 ANEXOS............................................................................................................... 155 2 AGRADECIMENTOS Meu interesse pela música nasceu em minha própria casa. Filho de músico e inserido em uma família que levou, por vezes, suas práticas musicais até as últimas conseqüências, aprendi desde cedo o significado de ser um instrumentista. Aos dez anos, conheci o violão. “Minha” primeira música foi Branca, uma valsa de Zequinha de Abreu que meu pai, Levy Galetto, tocando a melodia num cavaquinho, me ensinou a acompanhá-lo. Um pouco mais adiante, vieram alguns clássicos do Chorinho, os quais eu interpretava ao som do bandolim de meu primo Alexandre, também músico, assim como todos os outros primos, e tias, e tios e avós por parte de pai. Aos quatorze anos fui estudar trombone de vara na banda mirim que havia em Castro cujo nome era uma homenagem a um compositor da “terra”, Bento Mussurunga1. Entretanto, o violão nunca me deixou. Embora a canção popular brasileira não me chamasse muito à atenção nessa época, eu já admirava uma obra de um “cara” cujo nome era Caetano Veloso e a música, Sampa2. Na verdade, as canções só entraram em meu mundo nos anos 80, quando fui alertado por um amigo, Marcos Favaro, sobre outra autoria de Caetano, Terra. A partir daí vieram Chico, Gil, João Bosco, Djavan e tantos outros e, em menor grau, a Bossa Nova, cujo valor, pra ser sincero, só fui reconhecer pouco tempo atrás. Depois o mundo da canção popular tomou conta de minha vida com uma intensidade avassaladora. Mais adiante, já na condição de músico profissional e residindo em Curitiba, outras questões artísticas passaram a fazer parte de meu universo. Com o grupo Impar Perfeito formado por Salgado, Marcos, Zé, Grace, Alberto, além de mim, descobri a provocação. Com o Acordança de Fidalgo, Fabinho, Macarrão e eu, as sutilezas melódicas e a poesia. Mas apenas 1994 meu mundo mudaria para sempre. O surgimento do Grupo FATO, em atividade até os dias de hoje e as lições que tirei do convívio com todos os seus integrantes, Silvia, Fabiano, Miguel, Sandrão, Gilson, Alexandre, outro Fabiano, Priscila, Zé Loureiro, Babi, e em especial Grace Torres, que de certa maneira me ensinou muito do que sei sobre a música em seu mais amplo sentido. Antonio Saraiva, Paulo Brandão, Victor França, Alessandro Laroca e Marcelo Sandmann 1 Bento João de Albuquerque Mussurunga (1879 – 1970), foi um importante compositor erudito paranaense. Nascido em Castro, é de sua autoria, dentre outros, o Hino do Paraná e a Marcha da Cidade de Curitiba. 2 Aprendi a tocar essa música ao violão com Alessandro, que além de grande amigo, foi o responsável pelo meu amor pela História. 3 também estão nesse time de Mestres e, mais recentemente, Michelle Pucci, minha companheira e amiga, que me deu de presente o primeiro livro com o qual ingressei no mestrado, compilou as músicas do LP Todos os Cantos, com quem também trabalho no projeto musical Respiro, além de dividir muitos de meus prazeres e angústias desta vida de pesquisador, principalmente nestes dois últimos anos. Com essas pessoas dividi também as mais diversas e intermináveis inquietações a respeito de quem somos nós na música popular brasileira. Por “nós” me refiro à música produzida no Paraná. Essa é uma questão bastante importante em minha vida, levada adiante não apenas em atuações musicais. A essa pergunta, suas origens e suas várias possíveis respostas, devo muito do estímulo para o que tenho feito nos últimos 20 anos e que agora toma forma de um primeiro trabalho acadêmico de maior envergadura. Não posso deixar de agradecer a Lílian Ribas (Teatro Paiol), Otávio Bob, Luciana Monteiro, Luiz Geraldo Santos da Silva, Marcelo Cattani, Marcos Napolitano, Rosângela Gonçalves, Zé Loureiro Neto (mais uma vez, pelas fotos), Rosalina do Rocio Irineu, Cleuza (Fundação Cultural de Curitiba), Antonio César de Almeida Santos, Ana Maria Burmester, Departamento de Preservação e Memória – DPM – Centro Cultural Teatro Guaira, Bruno Périco, Fernando Cunha, Miguel Esposíto, Antonio Gonçalves, Fundação Cultural de Curitiba, Teatro Paiol, Rádio Paraná Educativa, pela receptividade e paciência. Também preciso citar as pessoas que responderam minhas solicitações de discos e informações das mais diversas. Ainda que não conheça muitas delas pessoalmente, todas foram generosas em me indicar pistas de como encontrar as preciosidades. São elas Paulo Chavez, Reinaldo Godinho, Marinho Galera, Paulo Vítola, José Molteni Filho, Fábio Molteni, Sérgio Molteni, Mônica Rischbieter, Vanelirte, Paulo Perna, Cássia Damasceno, Rafael Barp, José Wille, Ângela Sasse, Elizabeth Prosser, Selma Baptista, Noemi Osna, José Oliva, Ricardo Corona, Geraldo Henrique e, em especial Joaci Santos, técnico da Rádio Paraná Educativa. Ao professor Dennison de Oliveira, minha gratidão pelo direcionamento exato e oportuno em minha pesquisa, a Maria Cristina do Departamento de Pós-Graduação em História, sempre pronta a resolver todas as questões do dia-a-dia acadêmico e, é claro, à CAPPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoa de Nível Superior, cuja bolsa concedida nos últimos 12 meses de trabalho me foi tão providencial. A todos vocês, o meu MUITO OBRIGADO. Tenham certeza de que, sem suas ajudas, eu jamais teria conseguido fazer o que fiz até hoje. 4 RESUMO Esta dissertação busca identificar os atores que constituíram o ambiente da música popular produzida em Curitiba entre os anos de 1971 e 1983, suas relações com administradores públicos, em especial os do poder executivo municipal e sua inserção no panorama das produções musicais em âmbito local, estadual e nacional. O início de um mercado consumidor musical em larga escala propiciado pela consolidação da indústria cultural no Brasil e calcado principalmente no surgimento das redes de televisão de alcance nacional, contribuiu significativamente para a consolidação da Música Popular Brasileira quase como um gênero musical, com características estéticas e de comportamento bastante peculiares. A Bossa Nova, os Festivais Nacionais da Canção e o Movimento Tropicalista serão aqui descritos com o objetivo de subsidiar uma compreensão mínima de questões relacionadas