DOI:10.4025/5Cih.Pphuem.1104 a Tragédia Tropical De Raul Seixas
DOI:10.4025/5cih.pphuem.1104 A Tragédia Tropical de Raul Seixas Jeferson Santana Brandão Resumo: Duas estações diferentes em lugares, épocas e contextos diferentes foram ponto de partida de duas cabeças pensantes que parecem, de alguma maneira dialogar uma com a outra. De Röcken, na Alemanha, partiu o que viria a ser o filósofo/musico, questionador da moral e dos valores dominantes no século XIX, Friedrich Nietzsche. Do nosso Brasil, de Salvador, o musico/filósofo Raul Seixas surgiu com suas idéias atacando os rumos culturais brasileiros no final dos anos 60 do século XX. Nietzsche, assim como Raul no contexto da musica brasileira, não se reconhecia como parte integrante da “linha evolutiva” da cultura alemã. Nietzsche apontava com sua filosofia, para a importância sublime da arte musical, enquanto Raul Seixas com sua musica, incitava o ouvinte a percorrer os caminhos da filosofia. Seguindo a concepção trágica de Heráclito de Efeso (Grego do século V a.C.), onde de uma incessante guerra de opostos faz surgir o movimento, o devir, Raul Seixas é aqui entendido como um músico trágico. A partir daí, podemos traçar uma paralelo entre a obra do compositor brasileiro, e a tragédia de Nietzsche na obra “Assim Falou Zaratustra”. O paralelo, no entanto, reconhece as diferenças entre os personagens, sendo que no Raul Seixas, por sua musicalidade, uso de misturas rítmicas, sobretudo o Rock com Baião, e seus recursos “populares” na hora de falar de filosofia e sociedade, nos colocam diante do que chamamos de “Tragédia Tropical”. Raul Seixas, tragicamente, faz de sua obra um constante renovar-se, permitindo o desenvolvimento de um conjunto de mudanças até mesmo no interior de um único disco.
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