Setembro De 2015 PREFÁCIO
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Setembro de 2015 PREFÁCIO O Diagnóstico Social do Parque das Nações é a resposta técnica e política para os desafios presentes e futuros da mais jovem freguesia do País. Esta iniciativa faz parte da matriz de princípios e objetivos traçados no Programa de Desenvolvimento e Progresso para o Par- que das Nações, numa visão 2020. É um compromisso político que se cumpre, não por imperativo de qualquer calendário, mas porque desde o início foi identificada a necessidade de conhecer melhor para agir melhor, em benefício dos cidadãos. O Parque das Nações foi desde a sua génese um território dividido por dois concelhos. Durante anos teve tutelas repartidas entre a Parque Expo, a Câmara de Loures e a Câmara de Lisboa. Esta situação atípica causou com frequência sobreposições e conflitos de informação e de competências entre as várias entidades. A criação da nova Junta de Freguesia do Parque das Nações, sufragada nas urnas nas últimas eleições autárquicas, obedeceu a um desenho do território que junta parcelas que anteriormente se encontravam dispersas sob a gestão de três freguesias e dois concelhos. Era por isso fundamental ter um conhecimento mais detalhado da malha socioeconómica da nova fregue sia. Porque só desta forma é possível planear a prazo as respostas, que vão ao encontro das expectativas dos cidadãos que vivem e residem no Parque das Nações. A caracterização da freguesia permitirá ainda trabalhar uma matriz identitária capaz de unir a comunidade e reforçar o valor cultural económico e simbólico de um espaço, que é parte importante de uma cidade compe titiva no ranking internacional. O trabalho desenvolvido pelo Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias, da Universi- dade Lusófona, coordenado pela equipa da Ação Social da JFPN, está sustentado em inquéritos presenciais à população, segundo critérios científicos na elaboração da amostra e nos métodos de análise e cruzamento de dados. O excelente desempenho das equipas permite obter resultados com um intervalo de confiança de cerca de 95%. Da leitura dos resultados é relevante sublinhar dois aspetos: a existência de uma freguesia fragmentada em duas realidades sociais distintas; a necessidade de gerir percepções nos residentes que, por vezes, não correspondem à realidade. Este último ponto é particularmente relevante em matérias como a educação, saúde e segurança. Os resultados do Diagnóstico Social da Freguesia do Parque das Nações são, por isso, estratégicos para criar uma tessitura de coesão entre as diversas tonalidades sociais do território. Sobretudo constituem uma âncora sólida para um caminho de políticas de proximidade, que não desistem de dar resposta aos problemas que nos escapam nas estatísticas. O diagnóstico social deve ser feito dia a dia na interação com os cidadãos. José Moreno Presidente da Junta de Freguesia do Parque das Nações Diagnóstico Social - 2 - Ficha Técnica Coordenação Técnica - Junta de Freguesia do Parque das Nações José Moreno - Presidente da Junta Conceição Palha – Vogal Anabela Pinto – Coordenadora da Ação Social Coordenação Técnica – Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Manuel José Damásio Sara Henriques Paulo Ferreira Diogo Morais Equipa Técnica – Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias Ângela Camacho Bárbara Cid Daniela Mendes Daniela Moreira Denise Pereira Gonçalo Ferreira José Bica Marilene Silva Ruben Ramalho Soraia Ferreira Agradecimentos António Neves - Cartografia | Oriente Verde Associação de Moradores e Comerciantes Parque das Nações Associação Amigos e Idosos Quinta das Laranjeiras Associação de Pais da Escola Parque das Nações Jorge Alves - Eleito CDU para a Assembleia Freguesia Parque das Nações Nuno Marques - Subcomissário 40ª Esquadra PSP Parque das Nações Padre Paulo Franco - Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes Setembro de 2015 - 3 - Junta de Freguesia do Parque das Nações Ficha técnica do estudo Este diagnóstico social foi realizado pelo Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT) da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) para a Junta de Freguesia do Parque das Nações, tendo a recolha de dados – entrevistas de rua através de um questionário – ocorrido durante os meses de Maio e Junho de 2015. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes na Freguesia do Parque das Nações. Foram selecionadas zonas estratégicas da Freguesia dentro das três zonas que compõem a organização administrativa da Junta de Freguesia do Parque das Nações, por forma a garantir uma maior abrangência de respostas. Considerando que o uni- verso de eleitores residentes na freguesia ronda os 18.700 indivíduos, estipulou-se uma amostra mínima correspondente a 10% deste universo como meta para a constituição da amostra, por forma a garantir uma maior representatividade. Foram obtidos 2229 inquéritos válidos, dos quais 27,3% (n=609) é residente na zona Poente da Freguesia, zona que inclui o Casal dos Machados, o Bairro do Oriente, Estrada de Moscavide e o Bairro da Centieira; 30,13% (n=671) é residente na zona Sul, incluindo a Marina da Expo e arredores; e 42,61% (n=949) é residente na zona Norte, zona que vai desde a foz do Rio Trancão até à Torre de São Rafael e São Gabriel, Torre Vasco da Gama e os arredores junto à atual sede da Junta de Freguesia. Em termos de distribuição por sexo, 57,5% (n = 1274) são do sexo feminino, enquanto 42,5% (n = 955) são do sexo masculino. Considerando a falta de referência no que a valores previamente disponíveis diz respeito (visto que a Freguesia do Parque das Nações na atual forma ainda não estava consumada no momento em que foram realizados os últimos censos), os dados deste estudo servem de base a outras recolhas a efetuar no futuro, enquanto não for realizado um novo censo. Sempre que possível, e considerando os principais indicadores, procurou enquadrar-se os valores obtidos através de uma comparação com os dados disponíveis para Lisboa, para Portugal e esporadicamente com os dados da OCDE. Sumário executivo • O Diagnóstico Social da Freguesia do Parque das Nações foi realizado entre os dias 2 de Maio e 21 de Junho de 2015 através da aplicação de um inquérito nas ruas, aos residentes da Freguesia. • A Freguesia do Parque das Nações foi dividida em três zonas: zona Poente, zona Sul, zona Norte. • A amostra final incluiu 2229 residentes desta Freguesia, o que representa cerca de 12% da população residente. • O inquérito final incluiu doze dimensões: caracterização sociodemográfica, educação e formação, emprego, rendimento, equipamentos domésticos e o seu uso, associativismo e voluntariado, segurança, mobilidade e saúde. • De acordo com os dados gerais, 27,3% (n=609) dos inquiridos é residente na zona Poente da Freguesia, zona que inclui o Casal dos Machados, Quinta das Laranjeiras, o Bairro do Oriente, Estrada de Moscavide e o Bairro da Centieira; 30,13% (n=671) é residente na zona Sul, incluindo a Marina da Expo e arredores; e 42,61% (n=949) é residente na zona Norte, zona que vai desde a foz do Rio Trancão até à Torre de São Rafael e São Gabriel, Torre Vasco da Gama e os arredores junto à atual sede da Junta de Freguesia. • 57% dos inquiridos são do género feminino e 43% do género masculino. • A distribuição etária das zonas Norte e Sul é bastante semelhante, distinguindo-se a zona Poente como a zona com população mais envelhecida (zona Poente M=51,42; zona Sul M=44,74, zona Norte M=44,08). O valor médio geral da Freguesia é de 46,28 anos (população acima dos 18 anos). • A percentagem de residentes com mais de 65 anos na Freguesia do Parque das Nações é de 16,5%, sendo inferior à da média nacional com 20,3% (dados Censos 2011). Diagnóstico Social - 4 - • A grande maioria dos residentes é de nacionalidade Portuguesa (94,1%) e possui filhos (69,9%). • Em média, o agregado familiar inclui três indivíduos (M=2,8), variando entre 1 a 12 pessoas, sendo ligeiramente superior ao valor de referência nacional (M=2,6). • Em relação às habilitações académicas, a freguesia aponta valores elevados com 38% da população a possuir uma licenciatura e 17,2% com o Ensino Secundário completo. No entanto, a zona Poente apresenta valores bastante mais baixos (licenciatura 16,1%) quando comparada com a zona Norte (licenciatura 50,2%) ou Sul (licenciatura 43,3%). • Quando comparado com os dados nacionais, a Freguesia apresenta uma percentagem de habitantes sem escolaridade (2,5%) bastante inferior à nacional (8,9%). • O rendimento médio mensal nesta Freguesia é ligeiramente superior ao da média nacional, dado que a maioria dos residentes indica valores acima de 851 euros (48,8%). No entanto, a zona Poente apresenta valores globais bastante mais baixos comparativamente com as zonas Norte e Sul. • Numa perspetiva geral face ao emprego, mais de 50% da amostra trabalha a tempo inteiro, 22,8% é reformado e 6,6% está desempregado. A zona Poente é a que apresenta maior percentagem de desempregados (13,1%) e menor percentagem de trabalhadores a tempo inteiro (33,9%). • De acordo com dados nacionais, cerca de 13,9% da população encontra-se desempregada, valor bastante acima do valor geral da Freguesia do Parque das Nações, mas bastante próximo do valor apresentado na zona Poente. No que toca ao número de reformados e de trabalhadores a tempo inteiro ou parcial, os dados são bastante semelhantes com a situação nacional. • A grande maioria dos residentes é trabalhador por conta de outrém (80%), desempenhando atividades relacionadas com as profissões intelectuais e científicas e os quadros superiores dos setores públicos ou privados, situação que difere na zona Poente que apresenta valores mais elevados de trabalhadores não qualificados, e de técnicos e profissionais de nível intermédio. • Relativamente aos equipamentos tecnológicos, a grande maioria dos residentes refere possuir televisão (94,5%), telemóvel (93,4%), box de TV paga (78,7%), telefone fixo (78,1%), computador portátil (76%), Tablet (58%), leitor de DVD (57,3%).