Vii Colóquio De Estudos Retóricos
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PUC-SP VII COLÓQUIO DE ESTUDOS RETÓRICOS CADERNO DE RESUMOS 28 de novembro de 2015 São Paulo 2015 1 SUMÁRIO O discurso de Conceição: comportamentos sociais no conto machadiano Luciane Oliveira da Costa Santos Damares Sousa Silva Mirem-se no exemplo dessas mulheres: da submissão à revelação Claudia M C Quintas Maria Cristina Maximo de Almeida Toda mulher é meio Leila Diniz? Cláudia Abuchaim Sandra Maria Barbosa Farias A construção histórica do ethos feminino e sua desconstrução na canção Pagu Sílvia Scola da Costa Wilson Lopes do Amaral O design de Deus para mulher: análise do ethos feminino no relato de Moisés em Gênesis Inês Teixeira A constituição do ethos feminino na musica Pagu, de Rita Lee Elizabeth Rizzi Lyra Priscilla Harka A construção da vilania feminina nos filmes infantis: uma análise do ethos retórico da bruxa em Branca de Neve Maria Sílvia Rodrigues-Alves Fernando Aparecido Ferreira Os ethé dos juristas e a constituição do ethos feminino de uma das partes em um processo da esfera civil Letícia Machel Lovo Maria Flávia Figueiredo O humor dos dramas femininos nas tirinhas de Pryscila Vieira – uma análise retórica e textual Helena Madeira Caldeira Silva As figuras de retórica nas eleições presidenciais de 2014 como recurso intensificador na construção do ethos feminino. Luanny Maria Almeida Vidal Fernando Aparecido Ferreira Sobre o riso que esconde a dor: a construção retórica do humor em “Maricson”, de Heloísa Périssé e Marcelo Saback Luana Ferraz 2 Análise retórica de uma entrevista: o discurso feminino em pauta Farnei Santos Maria Flávia Figueiredo Inferências: semântica e pragmática em – o estranho procedimento de Dona Dolores – uma proposta de análise retórica no ensino fundamental II Andreia Honório da Cunha Os recursos retóricos no gênero editorial de O Jornal das Senhoras, de 1852: argumentação e ethos discursivo Sandro Luis da Silva A relação silenciosa da personagem Macabéa em A Hora da Estrela Maria Julia Santos Duarte A construção das cenas da enunciação e a responsabilidade enunciativa na revista Piauí Mayara Evangelista Alegre Uma outra face feminina: retórica, argumentação e ethos em entrevistas de Hilda Hilst Regiane Raquel de Oliveira O idoso, a publicidade e a retórica: algumas reflexões Adriano Gonçalves dos Santos Tensões entre ethé de Dilma Rousseff: o caso de postagens bem humoradas no Facebook Ana Cristina Carmelino Marcio Antonio Gatti Sou foda! Coitado! A (des)construção do masculino nas músicas populares Acir de Matos Gomes Luiz Antonio Ferreira Subserviência e dominação: a constituição do ethos feminino em Folhetim, de Chico Buarque de Holanda Fernanda Martin Sbroggio Aidil Soares Navarro O discurso feminino no interior da Igreja Católica Apostólica Romana: a ausência da mulher na instituição do sacerdócio. Cláudio Sampaio Barbosa 3 O discurso de Conceição: comportamentos sociais no conto machadiano Luciane Oliveira da Costa Santos Damares Sousa Silva Este breve estudo tem o objetivo de analisar o discurso da personagem Conceição, do conto machadiano Missa do Galo, a partir de pesquisa bibliográfica, com destaque para as obras de Erving Goffman (2010) e Luiz Antonio Ferreira (2010). Sem pretensão de esgotar o tema, são apresentadas aqui, em forma de tópicos indicativos, algumas noções sobre comportamentos sociais presentes no conto. Além disso, é possível observar que o enredo não apresenta grandes surpresas ao longo de seu desenvolvimento, mas é enriquecido por detalhes do comportamento humano, com descrições e reflexões, notadamente no discurso de Conceição que, repleto de ironia e pessimismo, revela o desejo não explícito num discurso que pode ser considerado ambíguo. A forma de comunicação entre os personagens principais – Conceição, com 30 anos de idade, e Nogueira, narrador personagem com 17 anos –, embora com diálogos compatíveis aos costumes da época, foge, em certa medida, das regras sociais impostas. Alguns fatores conduziram à conclusão: conhecimentos linguísticos sobre variáveis socioculturais, psicológicas e geográficas; estudos acerca de estratégias linguísticas de interação; e, enfim, conhecimento sobre a fala de cada época. O que se deve ressaltar ainda é que tais variáveis são coadjuvantes na análise, pois o interesse está em entender a interação, como objeto de estudo, na obra em questão. 4 Mirem-se no exemplo dessas mulheres: da submissão à revelação Claudia M C Quintas Maria Cristina Maximo de Almeida A mulher, ao longo dos séculos, representou para muitos, a perdição do homem, chegou a ser vista como a encarnação do mal e teve a Eva como forte representante. Para outros, a figura feminina estava ligada à divindade ao intocável assim como Maria, mãe do Salvador. O tema feminilidade sempre foi objeto de constantes discussões. Podemos observar pela História que a mulher se revela capaz de superar essa submissão e aos poucos alcança seu espaço ao Sol. Por meio de diversas expressões artísticas e literárias, a mulher se revela ou é revelada. Nas inúmeras músicas que cantam a mulher, podemos perceber as diferenças de conceitos que se têm dela. Em Mulher de hoje (1973), de Luiz Gonzaga e Nelson Valença, encontramos, na temporalidade, duas facetas de um mesmo ser: antes, vivia para o lar; hoje, precisa sair para a luta a fim de sustentar sua família. Em Ai que saudade da Amélia (1942), Mario Lagos e Ataulfo Alves configuram a mulher ideal, comparada a uma mulher superficial, fútil e gananciosa. Seja como for, há sempre uma perspectiva subjetiva que norteia as diversas concepções do feminino ao longo do tempo, sobretudo filtradas pela visão enviesada do discurso masculino. Neste artigo, propomos um paralelo entre as mulheres apresentadas em Mulheres de Atenas, de Chico Buarque e Augusto Boal, e algumas letras de funk, de autores diferentes, a fim de apresentar a trajetória da mulher na música brasileira que parte da submissão declarada e se encaminha para sua ascensão. 5 Toda mulher é meio Leila Diniz? Cláudia Abuchaim Sandra Maria Barbosa Farias A transformação da condição social feminina no Brasil permitiu que mulheres pudessem além de interpretar, também compor músicas que desnudassem os anseios femininos. Propõe-se, no presente trabalho, a análise, por meio dos recursos permitidos pelos artifícios retóricos, da música de Rita Lee “Todas as Mulheres do Mundo”, escrita na década de 90. No plano retórico, três questões importantes se impõem para o analista. A primeira liga-se à análise do ethos do orador (Quem fala?). A segunda estabelece relações com a temporalidade (Quando se fala?), e a última constitui o auditório (A quem se fala?). Como afirma Aristóteles (2012), o orador, simbolizado pelo ethos, tem credibilidade assentada no caráter que apresenta ao auditório. Para suscitar confiança, o orador deve revelar inteligência prática, caráter virtuoso e boa vontade. Para mover o auditório, simbolizado pelo pathos, precisa comovê-lo e seduzi-lo por meio do discurso, simbolizado pelo logos (a palavra). Os sentidos de um texto se modificam em função da época, dos acontecimentos que antecedem ou sucedem o evento analisado. Por isso, a análise de uma música escrita em 1993, que apresenta como ícone a atriz Leila Diniz, precisa levar em conta, a princípio, duas indagações: “Quando fala?” e “De quem fala?”. Faz-se necessário perscrutar-se a sociedade da época em que viveu Leila Diniz e a época em que foi composta a música. Apresentaremos, então, uma reflexão sobre a inserção feminina na sociedade a partir dos anos de 1960. 6 A construção histórica do ethos feminino e sua desconstrução na canção Pagu Sílvia Scola da Costa Wilson Lopes do Amaral Temos como objetivo neste artigo analisar a constituição do ethos feminino na canção popular brasileira. Como corpus, utilizaremos a canção Pagu, composta por Rita Lee e Zélia Dunkan, no ano 2000. Buscaremos entender como o discurso construído pelas autoras contribuiu para a compreensão da ressignificação do universo feminino em seu aspecto mais íntimo, sua individualidade, demonstrando um pouco de seus desejos e anseios. Com uma sintética retrospectiva histórica, tentaremos também entender como por meio do discurso presente na canção ocorre a desconstrução de estereótipos femininos tidos como supremos e necessários ao público masculino, com o objetivo de demonstrar e valorizar exatamente o oposto desses estereótipos. 7 O design de Deus para mulher: análise do ethos feminino no relato de Moisés em Gênesis Inês Teixeira A mulher pré-histórica era divinizada como deusa na terra. Em torno dos anos 9000 a.C, ela passa, então, a ser dominada pelo homem. Muito mais tarde, na idade média, a Igreja Católica medieval atribuía à mulher a culpa pelo pecado original de Eva. Neste quadro de coisificação, a mulher é reduzida a objeto e a fraqueza tornou-se parte do ethos constitutivo feminino. O objetivo deste trabalho é apresentar o relato de Moisés como instaurador de um ethos feminino que vai na contramão da história que condenou a mulher ao status de inferioridade. Embora os primeiros capítulos de Gênesis tenham sido escritos no período Monárquico e Pós-monárquico, quando a participação da mulher na história de Israel foi menos intensa, o relato de Moisés descreve um ethos feminino discrepante da cultura da época e da marca de inferioridade feminina presente em muitos povos, tantos antigos, da idade média até os dias atuais. Sem a pretensão de fazer uma exegese bíblica, usaremos as ferramentas da retórica que permitem uma leitura genuína do texto bíblico, cuja autoria é atribuída a Moisés. Para dar conta disso, foi feita uma análise retórica na leitura do texto bíblico, usando como fundamentação as contribuições teóricas de Perelman (1997), Reboul (2004), Ferreira (2010), além de uma pesquisa bibliográfica sobre da história do feminino. Esse estudo abre possibilidades para discussão sobre papel feminino na história, tão necessário para a compreensão do ethos feminino na pós-modernidade. 8 A constituição do ethos feminino na música Pagu, de Rita Lee Elizabeth Rizzi Lyra Priscilla Harka Neste trabalho pretendemos contemplar a imagem feminina na letra da canção Pagú, de Rita Lee.