Rodrigo De Andrade TORQUATO NETO: UMA POÉTICA

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Rodrigo De Andrade TORQUATO NETO: UMA POÉTICA UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO Instituto de Filosofia e Ciências Humanas PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS – MESTRADO EM LETRAS Campus I – Prédio B3, sala 106 – Bairro São José – Cep. 99001-970 - Passo Fundo/RS Fone (54) 316-8341 – Fax (54) 316-8125 – E-mail: [email protected] Rodrigo de Andrade TORQUATO NETO: UMA POÉTICA DA CONTRACULTURA Passo Fundo, abril de 2008. Rodrigo de Andrade TORQUATO NETO: UMA POÉTICA DA CONTRACULTURA Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade de Passo Fundo, como requisito para obtenção do grau de mestre em Letras, sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Becker. Passo Fundo 2008 2 Esse trabalho é dedicado aos quatro rapazes (sem os quais nada disso teria sido possível), ao judeu safado e à princesa dos hobbits. 3 Agradecimentos Agradeço aos meus pais pelo apoio, pelas mensalidades e pelos livros. Também à Maíra pela paciência e pelo carinho. A meu orientador pelos esclarecimentos e pelas indicações precisas e preciosas. Ao Maicon e ao Dr. Pacheco por toda a mão. E todos os amigos que sempre quebram galhos, me agüentam e enriquecem com discussões sobre literatura e arte: Daniel, Seka, Demian, Renato e Jú, Bocajão, Morto, Nassif, PH, Betão, Rodriguez, Arthur, Moyza, Faby, Gabriel, Xará, Lucas, Mara, Michele e Bandidão, Odolir, todo o Clã do Sapo Morra e até o Cauê. 4 Resumo O presente estudo dedica-se a multiforme obra de Torquato Neto. Poeta, jornalista, letrista de música popular, figura fundamental no surgimento da Tropicália, enfim, um artista multimídia que sempre optou por traçar caminhos plurais e experimentar diversas linguagens, recorrendo a uma constante metamorfose estilística. Pela sua postura vanguardista e anárquica, a pesquisa encontra na contracultura o fio condutor que atravessa a multiplicidade de temas, vozes e estilos que perpassam o conjunto de sua obra. Reconhecendo o autor como filiado à concepção romântica de que o artista não dissocia sua arte de sua própria vida, o trabalho recorre a correntes teóricas voltadas as relações existentes entre biografia e fazer artístico, percebendo a influencia de elementos aparentemente extrínsecos – sobretudo históricos – como constituintes do produto poético. Na análise das opções estéticas de Torquato, encontram-se características de uma poética de ruptura que o vinculam organicamente à contracultura. Palavras-chave: Torquato Neto, contracultura, Tropicália, vanguarda, antiliteratura. 5 Abstract The present study to focus on the multiform work of Torquato Neto. Poet, journalist, having made a lot of lyrics to pop songs, he's a fundamental personality in the appearance of Tropicalia, and finally, a multimedia artist that always to opt to do things by plural ways and to experience several languages to turn to a stylistic and constant metamorphosis. To looking after his avant-garde and anarchic posture, the research find in the counterculture the conductor wire that go through the multiplicity of themes, voices and styles that to pass by his whole work. Recognizing the author as an adopted to the romantic conception, in which the artist does not separate his art from his own life and the work to resort to theoretical current linked to the relation that exist between biography and artistic act, so, understanding the influence of elements apparently extrinsic – especially historical – as parts of the poetic product. In the analysis of the esthetic options of Torquato we find characteristics of a rupture poetic, which link the artist organically to the counterculture. Keywords: Torquato Neto, Counterculture, Tropicalia, avant-garde and antiliterature. 6 Sumário Introdução ........................................................................................................................... 8 I – Contracultura e Literatura ............................................................................................. 11 1 – Da crise conceitual aos princípios fundamentais ............................................. 13 2 – Superando intervalos: uma breve (pré)história da contracultura ...................... 19 3 – A contracultura em cena .................................................................................. 33 4 – A estética da contracultura na literatura .......................................................... 60 II – “Na medida do impossível”: ascensão e queda de um poeta maldito ......................... 70 1 – O vivido e o poético: relações entre biografia e estudos literários .................. 72 2 – “Um poeta não se faz com versos”: um breve relato biográfico ..................... 79 III – “Toda palavra guarda uma cilada”: uma poética de resistência ................................ 105 1 – A pureza é um mito: da juvenília à tropicália................................................... 106 2 – “O poeta é a mãe das artes & das manhas em geral” ....................................... 132 3 – Jornalismo literário e comunicação de guerrilha ............................................. 154 Conclusão .......................................................................................................................... 164 Bibliografia ........................................................................................................................ 170 7 Introdução eu sou como eu sou pronome pessoal intransferível do homem que iniciei na medida do impossível — Torquato Neto Como Buda, Confúcio, Sócrates ou Jesus, Torquato não deixou livros. — Paulo Leminski O caso de Torquato Neto, hoje, é típico de autor mais citado que realmente lido, menos ainda estudado. Artista multimídia, durante a segunda metade da década de 1960 e os primeiros anos da de 1970, envolveu-se com poesia, jornalismo, televisão, cinema e música. Figura-chave na eclosão da tropicália (e isso lhe teria garantido lugar de destaque na história da vanguarda artística brasileira), conquistou grande reputação entre o meio artístico-cultural como uma voz maldita, rebelde, marginal. Praticou suicídio na madrugada seguinte ao seu aniversário de 28 anos, no dia 10 de novembro de 1972. O feito ajudou a envolvê-lo numa aura romântica: o poeta que não temia a morte. Apesar de ter deixado uma vasta produção em diversas áreas (cinema, jornais, letras de música, etc), em vida, não chegou a ter um único livro publicado. Postumamente, em 1973, a ex-esposa, Ana Maria Duarte, e o amigo Waly Salomão organizaram Os últimos dias de paupéria. A obra contem poemas, páginas de diário, colunas em jornais, conta com prefácio de Augusto de Campos e vinha com um compacto encartado. Com 116 páginas, os 5 mil exemplares se esgotaram rapidamente. Quase dez anos depois, em 1982, uma segunda e última edição da obra foi lançada. Revista e ampliada, então com quase 400 páginas, apresentava textos de Décio Pignatari, Luís Otávio Pimentel e Hélio Oiticica, além de uma entrevista com o autor feita por Régis Bonvicino. Novamente, o livro se esgotou de maneira rápida. Com certa freqüência, seus poemas foram musicados por artistas do rock e da MPB, e escritos de sua autoria (alguns inéditos) foram incluídos em antologias poéticas no Brasil e exterior1. Mesmo morto, a voz e as idéias de Torquato continuam a ecoar. Apenas em 2004, Torquatália é lançado2. Trata-se de dois volumes, ao estilo “obras completas”, com uma 1 Como no caso da seguinte coletânea norte-americana: PALMER, M. BONVICINO, R. e ASCHER, N. Nothing the sun could not explain: 20 contemporary brasilian poets. Los Angeles: Sun & Moon Press, 1997. 2 NETO, Torquato. Torquatália: do lado de dentro. Rio de Janeiro: Rocco, 2004. NETO, Torquato. Torquatália: geléia geral. Rio de Janeiro: Rocco, 2004. 8 quantidade ainda maior de material inédito, incluindo-se aí todas as suas colunas em jornais. Organizados por Paulo Roberto Pires, os livros oferecem material em profusão, melhor ordenado e com novos dados fatuais preciosos. O resgate da produção do piauiense merece atenção, tanto pelo seu valor intrínseco, resultante de uma aguçada sensibilidade poética, quanto pelo vulto histórico, notável e marcante, do seu autor. Os raros estudos sistemáticos, de caráter acadêmico, dedicados à multiforme obra de Torquato3 deparam-se com uma série de obstáculos, em virtude da opção do autor por traçar caminhos plurais e experimentar diversas linguagens, recorrendo a uma constante metamorfose estilística. Na única dissertação de mestrado preocupada com o texto do artista, o autor, Paulo Andrade, salienta que “o desafio para o crítico que pretende refazer a trilha labiríntica de Torquato Neto é encontrar um caminho, um fio condutor, em meio à multiplicidade de temas, de vozes e estilos que perpassam o conjunto de sua obra”4. A dificuldade se revela ainda mais gritante ao tentar enquadrá-lo dentro de sistematizações tradicionais, sempre genéricas e, por vezes, superficiais: tropicalista, experimental, marginal, geração-mimeógrafo, pós-tropicalista... Para dar conta de tamanho ecletismo, não restou alternativa a Paulo Andrade senão definir a produção de Torquato, já no título de seu trabalho, como uma poética de “estilhaços”. A partir da bibliografia sobre o artista e sua produção, e da versão mais completa já publicada de sua obra (no caso, os dois volumes de Torquatália), o presente estudo se dedica à problemática de definir, com contornos mais claros, o trabalho de Torquato Neto como uma poética da contracultura. Fenômeno perene na história da humanidade e transformador da produção artística, a contracultura representa uma (anti)tradição de dissidência que corre de maneira
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