2017

Relatório e Contas

Caixa de Crédito Agrícola

Mútuo da Costa Verde CRL

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CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DA COSTA VERDE

Relatório e Contas 2017

Março de 2018

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RELATÓRIO DE GESTÃO, CONTAS E PARECER DO CONSELHO FISCAL DO EXERCÍCIO ECONÓMICO DE 2017

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Índice

I) CONVOCATÓRIA ...... 4

II) CONVOCATÓRIA ...... 5

III) CORPOS SOCIAIS ...... 7

IV) RELATÓRIO DE GESTÃO ...... 9

1. Introdução ...... 10

2. Enquadramento Macroeconómico ...... 12

3. Enquadramento Regional...... 33

4. Missão ...... 40

5. Principais indicadores da actividade corrente ...... 41

6. Breve referência histórica ...... 43

7. Análise Financeira ...... 47

8. Recursos Humanos ...... 56

9. Associados ...... 58

10. Actuação e Responsabilidade Social ...... 59

11. Relatório sobre a Estrutura e as Práticas de Governo Societário ...... 60

12. Conclusões ...... 73

V) DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ...... 75

VI) PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS ...... 81

VII) PARECER DO CONSELHO FISCAL ...... 83

VIII) ANEXO ...... 87

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I) Convocatória

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II) CONVOCATÓRIA

Nos termos do nº 2 do artigo 22º e dos artigos 23º e 24º dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Verde, C.R.L., pessoa colectiva nº 501293191, com sede na Rua António Correia de Carvalho, 188 em , matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Vila Nova de Gaia sob o mesmo número, com o capital social mínimo de € 5.000.000,00 (variável), convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral Ordinária, no dia 28 de Março de 2018, pelas 18:00 (*) horas, na sala Régua, do Hotel Holliday Inn, sito à Rua Diogo de Macedo, n.º 220, em Vila Nova de Gaia (**), para discutir e votar as matérias da seguinte:

ORDEM DE TRABALHOS

1. Leitura, discussão e votação da acta da Assembleia Geral anterior;

2. Apresentação e discussão do Relatório de Gestão e das Contas do exercício de 2017;

3. Leitura do Parecer do Conselho Fiscal referente ao ponto anterior;

4. Votação do ponto dois;

5. Apreciação da Proposta de Aplicação de Resultados e sua votação;

6. Apresentação do Relatório com os resultados da avaliação anual das políticas de

remuneração;

7. Outros assuntos de interesse geral.

* Caso à hora marcada não esteja presente o número de associados necessário ao funcionamento da Assembleia, esta reunirá, em 2ª convocatória, uma hora depois, com os associados presentes (n.º 2 do art. 25º dos Estatutos).

** A Assembleia reunirá fora da sede social da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Verde, C.R.L. devido à inexistência de sala com condições para a realização da mesma.

Nota 1: Não será admitido nesta Assembleia Geral o voto por correspondência, nem o voto por representação, por não terem ainda sido alterados os estatutos da CCAM na sequência da

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alteração do no nº 1 do Artigo 42º e do nº 1 do Artigo 43º do Código Cooperativo, aprovado pela Lei nº 119/2015, de 31 de Agosto.

Nota 2: O Relatório e Contas de 2017 estará à disposição dos Senhores Associados, para consulta, nas Agências da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Verde, a partir do dia 14 de Março de 2018.

Vila Nova de Gaia, 07 de Março de 2018

O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral

Augusto Ferreira Machado

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Corpos Sociais

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CORPOS SOCIAIS

ASSEMBLEIA-GERAL

Presidente: Augusto Ferreira Machado Vice-Presidente: Joaquim António Flores Ferreira dos Santos Secretário: Vítor Manuel de Sousa Monteiro

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Presidente: Jorge Manuel da Silva Reis Vogal: Luís António Ferreira Sampaio Vogal: Pedro Alexandre da Silva Pinheiro Moitinho

CONSELHO FISCAL

Presidente: Carlos Alberto Ramalho Rocha Vogal: Joaquim Rafael Couto Devesas Vogal: Guilhermina Fernanda Barbosa Casais do Couto Suplente: Joana Galamba Figueirinhas Costa

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IV) Relatório de Gestão

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1. Introdução

No âmbito as competências, e cumprimento do disposto na alínea C) do art. 28º dos Estatutos, o Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola da Costa Verde apresenta o Relatório de Gestão e as contas, relativas ao exercício económico do ano 2017, para efeitos de apreciação e votação na Assembleia Geral Anual.

O ano de 2017 ficou marcado pela grande agitação política mundial, quer do lado dos Estados Unidos com a eleição de Trump, quer do lado da Europa com o aumento do poder dos partidos políticos populistas. Ainda assim o bom senso prevaleceu e as forças equilibraram-se, o que permitiu o desenvolvimento económico e social nestes dois espaços económicos.

A economia aberta portuguesa aproveitou o desenvolvimento dos seus principais parceiros económicos para crescer, ainda que no seu caso específico, acima da média dos países europeus. Estima-se que apresente um crescimento do PIB na ordem dos 2,70%, passando o seu valor a fixar-se em 193 mil milhões de euros, INE Março 2018, o maior deste século.

Este crescimento foi obtido pelo comportamento positivo de dois aspectos, a procura interna que cresceu 2,8% e as exportações que cresceram 7,9%, estas influenciadas positivamente pela exportação de serviços (10,9%), aqui com o grande contributo do sector do turismo.

No que se refere ao sector bancário e às variáveis que influenciam a sua actividade, estas mantiveram-se em linha com o que ocorreu no ano anterior - manutenção de taxas de juros em valores historicamente baixos e continuação dos processos de reestruturação em vários bancos com o objectivo de melhorar níveis de eficiência.

A Caixa da Costa Verde neste ambiente económico positivo ainda que inserida num ambiente bancário cada vez mais competitivo, obteve um resultado líquido positivo de sensivelmente 168.000 euros, uma redução de 41% em relação ao ano anterior. Ainda que não deixe de ser um aspecto negativo, este decréscimo é explicado pelo impacto que a rúbrica de impostos diferidos apresentou nas contas de 2017, sensivelmente 200 mil euros. A propósito da influência que esta rúbrica representa no resultado líquido do exercício, damos nota que o resultado do rendimento integral em 2017 foi de sensivelmente 628 mil euros, o que representa quase o triplo do resultado do rendimento integral obtido em 2016 pela Caixa da Costa Verde.

Retirando o decréscimo do resultado líquido em 2017, a Caixa da Costa Verde melhorou em todas as principais variáveis financeiras em relação ao ano anterior, das quais se salienta o aumento do activo líquido, que ultrapassou os 150 milhões de euros, a redução do seu crédito vencido líquido,

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fixando-se em 2,3%, e o aumento da produtividade, que permitiu melhorar, ainda que ligeiramente, o rácio de eficiência em 1%.

A CCAM Costa Verde termina o ano de 2017 com o seu segundo resultado líquido positivo consecutivo, o que lhe permite continuar a reforçar os seus fundos próprios e manter o compromisso de recuperação dos resultados transitados negativos incorporados aquando a fusão com a ex-CCAM de Ovar em 2008.

Por último damos nota que em 2017 a CCAM manteve na sua Missão o foco no objectivo de crescimento económico e social da comunidade da sua área de influência - concelho de Vila Nova de Gaia, concelho de Espinho e concelho de Ovar. Pretendemos que a CCAM de facto possa ser um agente activo no desenvolvimento económico da região e ao mesmo tempo a entidade que assegure a distribuição de um serviço bancário que todos possam aceder.

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2. Enquadramento Macroeconómico

Economia Internacional

O ano de 2017 ficou marcado pelo acentuar da instabilidade política que se observou em todo o mundo após a crise de 2008. Na Europa, os riscos políticos ocuparam um lugar proeminente durante o início do ano de 2017. A surpreendente eleição de Donald Trump como Presidente dos EUA aumentou o nível de risco político na Europa, dando fôlego a candidatos de cariz vincadamente populista, na Holanda, em França e na Itália. No entanto, contados os votos, estas eleições provaram ser apenas contratempos temporários à tomada de risco. Até os riscos sobre a estabilidade política na Europa se provaram transitórios. A primeira fase das eleições francesas causaram alguma angústia, com Marine Le Pen a prometer um referendo sobre a manutenção da França na União Europeia. No entanto, a eleição de Emmanuel Macron, em Maio de 2017, proporcionou garantias consideráveis aos investidores. As eleições gerais da Grã-Bretanha, em Junho, proporcionaram a surpresa política final com o Partido Conservador a perder a sua maioria parlamentar, obrigando a primeira-ministra Theresa May a governar em coligação. Em Março, o Reino Unido finalmente desencadeou o início de um processo de negociações do Brexit, que continuarão a ser complexas, devendo estar concluídas apenas em Março de 2019. O resultado final deste processo é, actualmente, difícil de quantificar em toda a sua extensão.

O resultado prático destes processos eleitorais culminou num ambiente de apetite pelo risco, com a economia internacional a registar um desempenho robusto em 2017, beneficiando da atenuação de alguns factores de risco de ordem política, de condições financeiras acomodatícias nos principais blocos desenvolvidos e da retoma do comércio internacional. Destacaram-se pela positiva as economias europeias – desenvolvidas e emergentes – e também os países asiáticos, regiões onde o crescimento esperado para 2017 tem sido revisto genericamente em alta.

O ritmo de crescimento dos preços tem vindo a aumentar nos países desenvolvidos, mas aquém do desejado pelas autoridades monetárias. O Banco Mundial elevou as suas estimativas de crescimento do PIB Mundial para 3% em 2017.

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Em 2017, a economia da Zona Euro manteve-se robusta, apoiada pela manutenção das condições financeiras acomodatícias, baixo preço dos bens energéticos, recuperação da confiança entre os agentes económicos e redução dos riscos políticos. Ao longo de 2017, a economia ganhou ímpeto à medida que alguns receios que limitavam o crescimento e optimismo se foram dissipando, sendo que a procura interna continuou a ser o principal impulsionador do crescimento, mas a recuperação das exportações, graças à retoma da economia a nível global, permitiu que o contributo da procura externa fosse igualmente positivo. É de salientar, no campo político, a expectativa gorada dos que esperavam que o sentimento populista que conduziu à vitória do “Sim” no Brexit e à eleição de Donald Trump nos EUA os levasse a ganhar as eleições em França e na Holanda, o que acabou por não acontecer.

MERCADOS FINANCEIROS

Mercados accionistas

O mercado de acções americano fixou sucessivos máximos históricos ao longo de 2017, com o Dow Jones a bater pela primeira vez os 20.000 pontos em Janeiro, 21.000 em Março, 22.000 em Agosto e finalmente 24.000 no último dia de Novembro, tendo terminado o ano nos 24.719,22 pontos. Já o S&P 500 arrecadou uns impressionantes 62 novos recordes em 2017, encerrando o ano nos 2.673 pontos. Os níveis de confiança das empresas e dos consumidores mantiveram-se em níveis elevados ao longo do ano. Os líderes deste crescimento foram sem dúvida os grandes nomes do sector tecnológico como a Amazon, Facebook, Apple, Microsoft e Alphabet.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018 Com desenvolvimentos políticos favoráveis e dados económicos fortes, o mercado de capitais na Europa também se valorizou. Os investidores ficaram aliviados em Maio quando Emmanuel Macron ganhou as eleições francesas. No entanto, mais tarde, as preocupações voltaram com a incerteza política na Alemanha e em Espanha. O Stoxx 600 encerrou o ano a avançar 7,68%. Na Alemanha, apesar da incerteza política na segunda metade do ano, o DAX ganhou 12,51%. Nos periféricos, o PSI 20 encerrou o ano a subir 15,15% e a Borsa Italiana 13,61%. O IBEX 35 teve

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uma performance inferior, penalizado pela crise da Catalunha tendo, ainda assim, registado uma valorização de 7,4%.

Mercados monetários - Taxas de câmbio e taxas de juro de referência

No que diz respeito às principais moedas, o ano de 2017 foi um ano de valorização do euro relativamente às moedas rivais. Ao longo do ano, o euro registou uma apreciação acumulada de 14,15% face ao dólar, 9,16% face ao franco suíço, 10% face ao iene japonês e 4% face à libra esterlina. No início do ano com o EUR/USD nos 1,052 dólares, referia-se como provável a paridade entre as duas moedas. No entanto, o par fechou o ano a 1,20 dólares, valor que não era verificado desde 2015. Efectivamente, as expectativas quanto à solidez do crescimento da Zona Euro e quanto à remoção das medidas monetárias não convencionais levaram à maior procura do euro contra as restantes moedas.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018 Segundo o Bank of International Settlements, o dólar continua a ser a moeda dominante em mais de 80% das transacções cambiais. Com as expectativas de maior suporte ao crescimento por parte das políticas da nova Administração a desvanecerem-se à medida que o tempo ia passando, nomeadamente com o adiamento dos planos de obras públicas e de introdução de um novo pacote fiscal, a moeda norte americana foi perdendo força ao longo do ano. Em termos políticos, foi igualmente significativa a forte oposição do Congresso às medidas prometidas em campanha eleitoral, como o fim imediato do programa conhecido por Obamacare. Quanto à política monetária, a Fed prosseguiu o ciclo de subida das taxas de juro que, embora tenha ampliado o diferencial de juros para o euro, não trouxe uma significativa apreciação da moeda, visto que os movimentos já tinham sido antecipados pelos mercados e tornaram-se num não-evento.

Apesar do iene japonês se ter desvalorizado em relação ao euro, manteve grande firmeza face ao dólar. Na maior parte do ano o par USD/JPY variou dentro do intervalo largo compreendido entre 107 e 116, sem tendência. O Banco Central Nipónico defendeu sempre uma maior estabilidade da moeda, nunca hesitando em fazer intervenções no mercado de forma a evitar movimentos de apreciação da sua moeda.

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A libra acabou por ter um comportamento de maior estabilização no segundo semestre do ano, depois do movimento de depreciação que ocorreu entre Maio e Agosto. Ao longo de 2017, o comportamento da libra foi condicionado pelo Brexit e os avanços e recuos decorrentes de todo o processo. Até à data de Março de 2019, data final para o divórcio definitivo do Reino Unido da EU, será sempre um dos principais factores de mercado.

No mercado monetário, a taxa Euribor a 1 mês apresentou uma tendência de subida, encerrando o ano de 2017 a -0,368% e a Euribor a 1 ano desceu, fechando o ano em -0,186%.

Matérias-primas

O mercado do petróleo teve alguns factores relevantes que condicionaram de forma significativa a sua evolução ao longo de 2017. Do lado dos produtores, esteve a preocupação para com um maior equilíbrio entre a oferta e a procura, uma vez que o desfasamento existente estaria a colocar em risco a evolução dos preços. O petróleo iniciou o ano perto dos $60, com fortes expectativas de retoma e reforço do consumo ao longo do ano de 2017. No entanto, o ciclo de crescimento em curso nos vários blocos não iria trazer acréscimos significativos da procura, havendo até, durante algum tempo, dúvidas em relação ao crescimento da actividade na China. Face à possibilidade de ocorrer um abrandamento mais expressivo do crescimento chinês, surgiram reacções negativas nos mercados de commodities. O petróleo chegou a registar um mínimo de $44 no final de Junho. Na segunda metade do ano houve uma recuperação dos preços do petróleo, com a maior visibilidade nos cortes de produção na OPEP e com a perspectiva de um aumento do consumo no ano seguinte. Assim, a tendência de subida dos preços foi surgindo de forma consistente e sistemática, levando o petróleo a encerrar o ano em torno dos $66.

O ouro negociou durante a maior parte do ano dentro do intervalo dos $1.200-$1.300 e encerrou o ano a valorizar mais de 13% nos $1.302,8. Embora a Fed tenha continuado com o seu processo de normalização das taxas de juro e dos mercados accionistas terem acelerado, a performance do ouro foi assinalável.

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Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

Mercado obrigacionista

O mercado obrigacionista continuou condicionado pela permanência de políticas monetárias acomodatícias e baixos níveis de inflação. Estes factores limitaram o movimento de subida das yields dos principais benchmarks na Zona Euro e EUA que, embora tenham recuperado dos mínimos registados no ano anterior, se mantiveram em níveis historicamente muito baixos. Já entre os países da periferia da região da moeda única, foram verificados movimentos mais significativos, nomeadamente no caso da dívida pública nacional, que beneficiou do facto de duas agências de notação financeira terem elevado a avaliação do risco, voltando a colocar na classe de investimento. Nos 10 anos a yield portuguesa desceu dos 3,76% para os 1,94%, com o spread face à dívida alemã no mesmo prazo a cair para os 152 pontos.

Contrariamente, Espanha e Itália viram as suas yields subir face ao seu valor de fecho de 2016, tendo as yields fechado 2017 a 1,56% e 2,29%, respectivamente, no prazo dos 10 anos. Em Espanha, a instabilidade política decorrente da situação da Catalunha e os receios quanto às consequências económicas prejudicaram as yields espanholas. Em Itália, os receios concentraram- se em torno das próximas eleições nacionais onde o Movimento 5 Estrelas tem aparecido bem posicionado nas sondagens. A yield do Bund alemão a 10 anos transaccionou num intervalo entre 0,18 e 0,60%, continuando condicionado pelo programa de compra de activos do BCE e também pelo baixo nível de oferta, reflexo da sua saudável situação fiscal.

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Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

Economia Nacional

A economia portuguesa, em 2017, cresceu mais do que o conjunto dos países da Zona Euro (2,60% versus 2,40%), algo que já não acontecia desde 1999, beneficiando do fortalecimento da procura interna e do desempenho favorável das exportações associado ao bom momento económico dos principais parceiros comerciais.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2018

Na procura interna, o consumo privado beneficiou da recuperação do emprego e do rendimento disponível, tendo registado um crescimento médio anual de 2,2%. Já o investimento beneficiou da permanência dos baixos custos de financiamento e do fortalecimento da procura global que contribuiu para a recuperação da capacidade produtiva instalada, a qual se situava em 81,8% no 3º trimestre de 2017, valor acima dos 80,6% da média de longo prazo. Assim, o investimento registou um crescimento médio anual de 10,3% nos três primeiros trimestres do ano, depois de, durante o mesmo período de 2016, ter estagnado, tirando partido do investimento realizado pelo sector privado. O contributo da procura externa foi positivo, com as exportações nacionais a ficarem acima das importações. As exportações nacionais atingiram os 42% do Produto Interno Bruto em 2017 (que compara com 39,9% do PIB em 2016), um sinal da resiliência da economia nacional face a uma evolução na política monetária europeia.

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Indicadores macroeconómicos (2015-2017) 2015 2016 2017 Procura Externa tav 3,8 2,0 EUR/USD Taxa de Câmbio 1,09 1,05 1,20 Preço do Petróleo (Brent, USD por barril) 51,2 58,5 66,4

Produto Interno Bruto tav 1,6 1,5 2,6 Consumo Privado tav 2,6 2,1 2,2 Consumo Público tav 0,8 0,6 0,1 Formação Bruta de Capital Fixo tav 4,5 1,6 8,3 Exportações tav 6,1 4,1 7,7 Importações tav 8,2 4,1 7,5

Índice Harmonizado de Preços no Consumidor tav 0,5 0,6 1,6 Taxa de Poupança (%) vma 7,0 5,0 4,4 Taxa de Emprego % 57,5 59,1 61,0 Taxa de Desemprego % 12,4 11,0 9,1 Remunerações por Trabalhador (sector privado) tav 0,4 2,1 2,0 Balança Corrente e de Capital (%PIB) tav 1,7 1,7 1,5 Balança de Bens e Serviços (%PIB) tav 1,8 2,2 1,8

Taxa de referência do BCE (média) % 0,05 0,00 0,00 Euribor 3 meses (média) % 0,00 ‐0,27 ‐0,33 Yield das OT Alemãs 10 anos (média) % 0,63 0,20 0,35 Yield das OT Portuguesas 10 anos (média) % 2,52 3,76 1,94

Fonte: Banco de Portugal (Dezembro 2017), Banco Central Europeu (Dezembro 2017) e Bloomberg (Janeiro 2018) tav: Taxa anual de variação; vma: variação média anual

Os principais indicadores económicos divulgados, no que se refere ao último trimestre do ano, sugerem um crescimento sólido e superior à Zona Euro que contribui para a redução do gap de riqueza por habitante entre Portugal e a região da moeda única.

A taxa de desemprego nacional registou um das descidas mais acentuadas entre os países da Europa, situando-se no final de 2017 perto dos 9,1% (11,0% em 2016).

O ritmo de crescimento dos preços ao consumidor registou, ao longo do ano, um movimento de gradual aceleração. Esta dinâmica foi particularmente alimentada pela subida dos preços dos bens energéticos, cujo contributo para a taxa de inflação média anual foi ganhando importância ao longo do ano. O assinalável dinamismo registado no turismo teve impacto nos preços praticados no sector hoteleiro e, consequentemente, contribuiu para a aceleração da inflação durante o ano. Contudo, em Dezembro, a taxa estabilizou em 1,5% (1,2% se excluirmos energia e alimentação), tendo-se verificado maior agravamento de preços nos transportes, restaurantes e hotéis (mais de 3% face ao mesmo período do ano anterior).

Fonte: Banco de Portugal, Janeiro 2018

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O défice do conjunto das Administrações Públicas fechou o ano de 2017 em 2.574 milhões de euros, o que se traduziu numa melhoria de 1.607 milhões de euros face a 2016. Apesar da redução do défice em contabilidade pública entre 2016 e 2017, o seu valor em termos brutos ficou 104 milhões de euros acima da meta traçada. Em Outubro, aquando da actualização das estimativas para o ano de 2017 (O. E. 2018), o Governo fixou a meta do défice para 2017 em 1,4%. Posteriormente, o Governo tem vindo a apontar para objectivos mais ambiciosos, com o primeiro-ministro, António Costa, a adiantar que o défice do ano de 2017 terá ficado em torno de 1,2% do PIB.

Mercado Bancário Nacional

O ano de 2017 ficou marcado pela conclusão de vários processos de reforço de capital e de reestruturação em alguns dos principais bancos a operar no mercado nacional, realçando-se mudanças na gestão e nas estruturas de controlo accionista. Em termos sucintos, temos: a operação de aumento de capital no BCP (1,3 mil milhões de euros) com a entrada de um novo accionista (Fosun); a conclusão da 2ª fase do plano de recapitalização da CGD, com a injecção de 2,5 mil milhões de euros no capital do banco público; a conclusão da oferta pública de aquisição lançado pelo CaixaBank sobre o capital do BPI (adquirindo uma posição maioritária de 84,52%); a conclusão da alienação de 75% do capital do Novo Banco ao Fundo Lone Star, mantendo-se os restantes 25% como propriedade do Fundo de Resolução; e o processo de integração do Banco Popular Portugal no Santander Totta, resultado do processo de resolução e venda do Banco Popular ao Banco Santander.

Evolução do mercado nacional de depósitos (Dezembro 2012 – Dezembro 2017)

Segundo a informação mais recente disponibilizada pelo Banco de Portugal, o volume de depósitos aumentou 2,8% em 2017 face a Dezembro de 2016. Para essa evolução contribuiu o acentuado crescimento dos depósitos de empresas em 14,9% (+5,9 p.p. que em 2016), sendo que nos particulares ocorreu uma estagnação no volume de depósitos 0,0% (-1,0 p.p. que em 2016).

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Evolução do mercado nacional de crédito (Dezembro 2012 – Dezembro 2017)

Ao invés, o crédito bruto total concedido a clientes registou um decréscimo de 2,8% em Dezembro de 2017 face ao registado no final de 2016, em parte justificado pela alienação de carteiras de crédito não produtivo (NPL) verificada em várias instituições do sector bancário. A quebra mais significativa verificou-se no crédito a empresas (-5,5%), mas também foi assinalada uma redução no crédito a particulares (-1,0%), ambos face a Dezembro de 2016.

De acordo com a informação divulgada pelo Banco de Portugal, entre Dez.2016 e Dez.2017, o crédito total reduziu 2,8% com uma quebra percentual mais expressiva (de dois dígitos) no segmento das empresas nos distritos de Portalegre, Guarda e Castelo Branco. Em Lisboa, o crédito a empresas caiu 4,5 mil milhões de euros e, em sentido inverso, no distrito do a concessão de crédito aumentou 0,7 mil milhões de euros, sendo que no país foi registada uma quebra no crédito a empresas global de 4,2 mil milhões de euros.

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Valores em milhões de euros Evolução do crédito total por região ‐ Dez.2017 Crédito Peso total Var. Homóloga Particulares Empresas Total% Particulares Empresas Total Aveiro 5.592 2.816 8.408 4,5% 0,0% ‐0,6% ‐0,2% Beja 1.335 409 1.744 0,9% 3,6% ‐7,3% 0,8% 6.272 3.430 9.702 5,2% ‐0,3% ‐0,7% ‐0,4% Bragança 953 237 1.190 0,6% 5,5% ‐10,2% 2,0% Castelo Branco 1.451 296 1.747 0,9% 1,0% ‐26,4% ‐5,0% Coimbra 3.856 1.232 5.088 2,7% 0,7% ‐2,4% ‐0,1% Évora 1.725 959 2.684 1,4% 3,0% 7,4% 4,6% Faro 4.702 1.815 6.517 3,5% 0,9% 4,1% 1,8% Guarda 916 191 1.107 0,6% 4,2% ‐29,0% ‐3,6% Leiria 4.075 2.394 6.469 3,4% ‐1,1% ‐3,3% ‐1,9% Lisboa 41.417 38.669 80.086 42,7% ‐3,0% ‐10,4% ‐6,7% Portalegre 874 198 1.072 0,6% 0,6% ‐26,4% ‐5,8% Porto 17.108 12.917 30.025 16,0% ‐0,3% 5,7% 2,2% Santarém 4.017 1.529 5.546 3,0% 0,0% 2,0% 0,5% Setúbal 9.228 1.741 10.969 5,8% ‐1,1% ‐0,6% ‐1,0% 1.674 524 2.198 1,2% 2,1% 7,4% 3,3% Vila Real 1.318 301 1.619 0,9% ‐1,3% ‐12,2% ‐3,6% Viseu 2.582 1.116 3.698 2,0% 2,1% 3,1% 2,4% Reg. Autónoma Açores 2.721 1.044 3.765 2,0% 4,2% ‐1,9% 2,4% Reg. Autónoma Madeira 2.874 1.196 4.070 2,2% ‐1,9% ‐9,6% ‐4,3% Total 114.689 73.015 187.704 100% ‐1,0% ‐5,5% ‐2,8% Fonte: Banco de Portugal

Analisando detalhadamente o crédito a particulares, verifica-se que o decréscimo se deveu essencialmente à diminuição do crédito à habitação (-1,4% em Dezembro de 2017 face a Dezembro de 2016) que representa 81,3% do total do crédito a particulares. Relativamente ao crédito vencido de clientes particulares, este situou-se nos 3,8%, agravado, principalmente, pelo crédito a outros fins que, ainda assim, tem vindo a perder peso no agregado de crédito (-13,0% em Dezembro de 2017 face a Dezembro de 2016).

Evolução do mercado de crédito a particulares por tipologia ‐ Dez.2017 Tipologia Volume de crédito (M€) Var. Homóloga Peso total % Crédito vencido % Habitação 93.216 ‐1,4% 81,3% 2,1% Consumo 13.857 11,1% 12,1% 4,6% Outros fins 7.616 ‐13,0% 6,6% 22,4% Total 114.689 ‐1,0% 100% 3,8% Fonte: Banco de Portugal

No caso do crédito a empresas, o decréscimo de 5,5% deveu-se principalmente à redução do crédito a empresas do sector do transporte e armazenagem, construção, e energia. Nos sectores da agricultura e pescas, indústrias extractivas, alojamento e restauração e actividades imobiliárias foi possível verificar um aumento do crédito concedido (3,0%, 7,8%, 1,4% e 4,3%, respectivamente). Página | 21

Relativamente ao crédito vencido a empresas, este situou-se nos 12,7%, sendo que os sectores com maior incumprimento continuam a ser o da construção, das actividades imobiliárias e do comércio, que mantêm elevada representatividade no total do crédito a empresas.

Valores em milhões de euros Evolução do mercado de crédito a empresas por CAE ‐ Dez.2017 % Crédito Actividade económica Var. Homóloga Total Crédito Peso % Vencido Agricultura e Pescas 3,0% 2.357 3,2% 4,4% Indústrias Extractivas 7,8% 278 0,4% 10,8% Indústrias Transformadoras ‐1,0% 12.385 17,0% 7,8% Energia ‐18,8% 2.897 4,0% 0,0% Água e Saneamento ‐19,2% 1.112 1,5% 2,1% Construção ‐7,1% 10.030 13,7% 32,4% Comércio ‐2,4% 11.753 16,1% 10,1% Transporte e Armazenagem ‐14,0% 5.980 8,2% 4,1% Alojamento e Restauração 1,4% 4.630 6,3% 9,2% Actividades Imobiliárias 4,3% 9.573 13,1% 20,6% Saúde e Apoio Social 2,2% 1.309 1,8% 4,8% Outros ‐13,7% 10.711 14,7% 9,2% Total ‐5,5% 73.015 100,0% 12,7% Fonte: Banco de Portugal

PRINCIPAIS RISCOS E INCERTEZAS PARA 2018

Para 2018, a maior fonte de incerteza está relacionada com o impacto da reversão das políticas monetárias acomodatícias dos Bancos Centrais na economia mundial e nos índices de confiança dos agentes económicos, nomeadamente relacionado com a indecisão em torno do término do programa de compra de activos do Banco Central Europeu e no aumento das taxas de juro da Reserva Federal. Acresce que a instabilidade geopolítica (oriunda do Brexit e da crise na Catalunha, do resultado das próximas eleições em Itália, e dos efeitos que poderão advir da nova política expansionista e da reforma fiscal de Donald Trump) pode constituir um factor determinante em 2018, particularmente tendo em consideração a crescente tensão entre EUA e China. O panorama do comércio mundial poderá sofrer alterações em 2018, permanecendo incertos os movimentos no mercado cambial, após a queda registada no início de 2018 do dólar, a valorização do euro face a uma expectável retoma das economias europeias, e o interesse potencial de alguns players mundiais na classificação do Renminbi como a primeira moeda no comércio de petróleo.

Em 2018, o papel da regulação e supervisão adquire uma relevância elevada no sector financeiro, no panorama europeu, através do Banco Central Europeu e da Autoridade Bancária Europeia, como também no sistema bancário nacional por intermédio do Banco de Portugal. Esta actuação mais rigorosa é justificada, não apenas pela tentativa de garantir maior resiliência das instituições financeiras face a futuras crises, mas também pela necessidade de regular o surgimento de novos players (ex. fintechs) no mercado bancário europeu. Página | 22

Os maiores desafios da banca nacional para 2018 estão relacionados com:

i. a melhoria da rentabilidade do negócio bancário, por via:

(i) do aumento da eficiência operacional e controlo de custos, nomeadamente através do esforço de digitalização e robotização das operações; (ii) da resolução adequada dos stocks de crédito não produtivo; e, (iii) da revisão da oferta e dos serviços prestados aos clientes.

ii. a pressão sobre o capital e liquidez, por via:

(i) da dificuldade na captação de capital privado (apesar dos resultados positivos apresentados pela banca nacional e a capacidade de geração de resultados via capital interno) e da dificuldade de implementar, com sucesso, os investimentos e parcerias necessárias para operar numa indústria com ameaças e em permanente mutação (ex. digital, regulação); e, (ii) de compliance, com novas exigências relacionadas com os requisitos de absorção de risco (ex. Basel IV, MREL), de alavancagem e de liquidez (ex. LCR, NSFR).

iii. a adaptação às novas exigências regulatórias e assegurar a sua observância, os demais requisitos requeridos às instituições financeiras visam não só a maior defesa dos direitos do consumidor (ex. GDPR, PSD2, DMIF2), como também assegurar maior prudência e segurança na condução da actividade bancária (ex. IFRS9, PBC/FT);

iv. a revisão dos modelos de negócio, ajustando-os às novas exigências dos consumidores (ex. mobile banking, serviço 24/7, procedimento de abertura de conta e concessão de crédito online) e às alterações de contexto (ex. surgimento das fintechs no contexto do open banking).

CRÉDITO AGRÍCOLA: EVOLUÇÃO RECENTE

Análise Financeira do SICAM (Negócio Bancário do Grupo CA)

Nota: Os dados económico-financeiros apresentados para o SICAM (Caixa Central e Caixas Associadas), referentes ao exercício de 2017, constituem valores provisórios e não auditados. Página | 23

Balanço Em milhares de euros Variação 2016 2017 Abs. % Activo Disponibilidades 415.824 480.485 64.661 15,5% Aplicações em Instituições de Crédito 6.035 6.957 922 15,3% Crédito a Clientes (líquido) 7.997.636 8.782.890 785.254 9,8% Crédito a Clientes (bruto) 8.713.284 9.435.024 721.740 8,3% Provisões / Imparidades Acumuladas 715.648 652.134 ‐63.514 ‐8,9% Aplicações em Títulos (líquido) 5.311.976 6.031.113 719.138 13,5% Activos não correntes detidos para venda 395.045 334.274 ‐60.770 ‐15,4% Invest. Filiais, Tangíveis e Intangíveis 320.780 314.505 ‐6.275 ‐2,0% Outros Activos 433.319 486.886 53.567 12,4%

Total Activo 14.880.614 16.437.110 1.556.496 10,5%

Passivo Recursos de bancos centrais e OIC 1.578.903 1.935.086 356.182 22,6% Recursos de Clientes 11.770.738 12.638.189 867.451 7,4% Passivos Subordinados 116.534 106.782 ‐9.752 ‐8,4% Outros Passivos 187.064 312.860 125.796 67,2% Total Passivo 13.653.239 14.992.916 1.339.677 9,8% Capitais Próprios 1.227.375 1.444.194 216.819 17,7% Total do Capital Próprio + Passivo 14.880.614 16.437.110 1.556.496 10,5%

Demonstração de Resultados Em milhares de euros Variação 2016 2017 Abs. % Juros e rendimentos similares 396.270 407.803 11.534 2,9% Juros e encargos similares 120.256 118.124 ‐2.132 ‐1,8% Margem Financeira 276.013 289.679 13.666 5,0% Comissões líquidas 138.192 148.122 9.930 7,2% Result. de operações financeiras 38.561 79.382 40.821 105,9% Outros resultados de exploração (*) 21.766 15.473 ‐6.294 ‐28,9% Produto Bancário 474.532 532.655 58.124 12,2% Custos de Estrutura 313.331 316.435 3.104 1,0% Custos de pessoal 175.410 176.753 1.343 0,8% Gastos gerais administrativos 124.682 127.193 2.511 2,0% Amortizações 13.238 12.488 ‐750 ‐5,7% Provisões e imparidades 56.123 14.563 ‐41.561 ‐74,1% Resultado antes de impostos 105.078 201.658 96.580 91,9% Impostos, após correc. e diferidos 33.020 54.027 21.006 63,6% Resultado Líquido 72.057 147.631 75.574 104,9% (*) Inclui rendimentos de instrumentos de capital, resultados de reavaliação cambial, resultados de alienação de outros activos e outros resultados de exploração.

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Em 2017, o Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido proveniente do negócio bancário (SICAM) de cerca de 147,6 milhões de euros, que representa um aumento de 75,5 milhões de euros face aos 72,1 milhões de euros alcançados em 2016.

Evolução do Resultado Líquido Valores em milhões de euros 31‐mar‐17 30‐jun‐17 30‐set‐17 31‐dez‐17 Caixas Associadas 22,8 41,6 68,5 89,4 Caixa Central 0,8 8,2 46,3 55,2 SICAM (Consolidado) 23,5 43,6 119,3 147,6

O resultado líquido registado no SICAM em 2017 é significativamente superior ao do ano anterior, em parte justificado pelo aumento do produto bancário que verificou um aumento de 58 milhões de euros (+12,2%). Este aumento resulta de um acréscimo verificado nas principais componentes do Produto Bancário, designadamente nos resultados de activos financeiros (+105,9%), da margem financeira (+5,0%) e das comissões líquidas (+7,2%).

Decomposição do Produto Bancário - SICAM Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2015 2016 2017 Δ Abs. Δ % Margem Financeira 245 276 290 14 5,0% Margem Complementar, da qual: 258 199 243 44 22,4% Comissões líquidas 130 138 148 10 7,2% Resultado de operações financeiras 99 38,6 79,4 41 105,9% Outros resultados de exploração 29 22 15 ‐6 ‐28,9% Produto Bancário 503 475 533 58 12,2%

A margem financeira do SICAM aumentou 5,0%, passando de 276 milhões de euros em 2016 para 290 milhões de euros em 2017, tendo esta variação positiva sido resultante do efeito da redução das taxas de remuneração dos novos depósitos e das revisões nas renovações, ainda que este efeito tenha sido atenuado com o aumento do volume de depósitos face ao período homólogo.

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No ano de 2017, as taxas de referência (EURIBOR) mantiveram uma tendência de queda, em resultado da maior liquidez existente na economia europeia promovida pelas políticas monetárias de quantitative easing do BCE. Deste modo, a taxa de remuneração dos recursos das Caixas Associadas na Caixa Central foi ajustada à evolução das taxas praticadas no mercado.

Evolução dos Custos de Estrutura - SICAM Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2015 2016 2017 Δ Abs. Δ % Custos de Estrutura 301 313 316 3 1,0% Custos de Pessoal 167 175 177 1 0,8% Gastos Gerais Administativos 121 125 127 3 2,0% Amortizações 13 13 12 ‐1 ‐5,7%

Quanto aos custos de estrutura do SICAM, verificou-se um aumento de 1,0% (3,1 milhões de euros). Este agravamento justifica-se pelo aumento dos custos com o pessoal em 1,3 milhões de euros (+0,8%) e dos gastos gerais administrativos em 2,5 milhões de euros (+2,0%).

Evolução das Provisões/Imparidades Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2015 2016 2017 Δ Abs. Δ % Correcção de valor em crédito de clientes 82 ‐8 ‐34‐57,5% Imparidade de outros activos456418‐46 ‐72,1% Provisões e imparidades do exercício 127 56 15 ‐42 ‐74,1%

Provisões e imparidades (stock) 852 716 652 ‐64 ‐8,9% Rácio de cobertura do crédito vencido128%131%124%‐6,68 p.p. ‐

Nas contas de 2017, é possível verificar que foram constituídas provisões e imparidades líquidas no valor de 15 milhões de euros, o que representa uma redução de 42 milhões de euros face a 2016. Em relação ao rácio de cobertura do crédito vencido registou-se uma redução, passando de 131% em 2016 para 124% em 2017, em linha com a evolução verificada nos parâmetros de risco que beneficiaram da retoma económica.

Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2015 2016 2017 Δ Abs. Δ % Crédito total sobre clientes 8.430 8.713 9.435 722 8,3% Crédito e juros vencidos (total) 668 547 525 ‐22 ‐4,0%

Relativamente à estrutura de balanço, registou-se um aumento de 10,5% no activo total do SICAM, que passou de 14.881 milhões de euros em 2016 para 16.437 milhões de euros em 2017,

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contribuindo para este crescimento do activo líquido o aumento do crédito a clientes de 9,8% (785 milhões de euros) e o aumento das aplicações em títulos (+696 milhões de euros).

O crédito a clientes consolidado aumentou 8,3%, com o crédito a empresas e administração pública a crescer 11,3% e o crédito a particulares a crescer 4,6% face a 2016.

Evolução do Crédito a Clientes Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2015 2016 2017 Δ Abs. Δ % Crédito bruto 8.430 8.713 9.435 722 8,3% Provisões / Imparidades 852 716 652 ‐64 ‐8,9% Crédito líquido 7.578 7.998 8.783 785 9,8%

O passivo total do SICAM aumentou cerca de 1,3 mil milhões de euros, por conta do aumento de recursos de clientes (867 milhões de euros, i.e. +7,4%) e por via do aumento de recursos em bancos centrais e outras instituições de crédito (356 milhões de euros, i.e. +22,6%).

Valores em milhões de euros Capitais Activo Passivo Próprios Caixas Associadas 14.757 13.349 1.408 Caixa Central 8.888 8.561 327 SICAM (Consolidado) 16.437 14.993 1.444

É de salientar a evolução positiva do rácio de transformação que, entre 2016 e 2017, registou um acréscimo de 1,5 p.p. (de 67,9% para 69,5%). Ainda assim, este nível de transformação fica muito aquém da média do sistema bancário e dos limites regulamentares, sendo apenas justificado pelo facto do mercado procurar o Crédito Agrícola enquanto banco-refúgio para aforro.

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Evolução do crédito e recursos de clientes Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2015 2016 2017 Δ Abs. Δ % Crédito a Clientes (líquido) 7.578 7.998 8.783 785 9,8% Recursos de Clientes 10.970 11.771 12.638 867 7,4% Rácio de Transformação 69,1% 67,9% 69,5% 1,5 p.p. n.a.

Outros Factos Relevantes

O reconhecimento da Marca CA por parte do público, como sendo forte, credível e de confiança; o prémio obtido, no ano 2017, enquanto “Melhor Banco no Serviço de Atendimento ao Cliente”; e o facto do SICAM se encontrar entre as instituições menos reclamadas no sistema bancário1, permitem afirmar o bom desempenho do Crédito Agrícola em 2017.

Este reconhecimento não se restringe ao negócio bancário, estendendo-se às Seguradoras e à Gestora de Activos do Grupo. Pela sétima vez em dez anos, o terceiro ano consecutivo, a CA Seguros foi reconhecida como “A Melhor Seguradora Não Vida do seu segmento de dimensão”2. Por seu lado, a CA Vida foi eleita Empresa Líder, no Índice Nacional de Satisfação do Cliente do ECSI Portugal 2017, tendo repetido o 1º lugar no Índice de Lealdade do Cliente obtido em 2016

1 Segundo dados do relatório de supervisão comportamental do Banco de Portugal (1ºS’2017), o Crédito Agrícola (SICAM) apresenta 4 reclamações por cada 100 mil contas de depósitos à ordem enquanto a média do sistema é de 13.

2 Prémio atribuído pela revista Exame em parceria com a Deloitte e Informa D&B.

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no mesmo estudo. Mais ainda, os Fundos CA Rendimento e CA Monetário foram os fundos mais rentáveis em 2017, na sua respectiva classe, e consequentemente elegíveis para a atribuição do prémio APFIPP. O Crédito Agrícola tem participado e desenvolvido acções de promoção junto de empresas, donde se destacam:  A 4ª edição do “Prémio Empreendedorismo e Inovação” distinguindo as empresas empreendedoras no sector agrícola que contribuem para a inovação e competitividade das fileiras agrícola, agro-indústria e floresta, acentuando o posicionamento de grupo financeiro que aposta e reconhece o tecido empresarial português;  O Workshop “Cooperar para Exportar” dirigido a empresários e produtores do sector hortofrutícola;  A homenagem às empresas clientes CA com o estatuto de PME Líder e PME Excelência em 2016, realizada pelo quarto ano consecutivo, num evento que sublinha o contributo das Empresas, Clientes do Grupo, para a competitividade e crescimento da economia portuguesa;  O concurso de Vinhos do Crédito Agrícola, que decorreu pelo quarto ano consecutivo, realizado juntamente com a Associação dos Escanções de Portugal, destinado a Produtores e Cooperativas de todas as regiões vitivinícolas do país.

O serviço Balcão 24 terminou o ano 2017 com 259 serviços em funcionamento, representando um crescimento de 1% nos serviços inicializados, face a 2016. O número total de transacções nos B24 registou um crescimento de 7%, face ao período homólogo. A taxa média de transferência das transacções encontra-se acima dos 42% (mais 4,80 p.p. face a 2016). Na análise da evolução semestral do volume de transacções – operações e consultas – realizadas no serviço Balcão 24, verifica-se em 2017, um crescimento de 7% em cada semestre, em comparação com igual período de 2016.

O ano 2017 registou um aumento do parque de ATM do Crédito Agrícola em 1%, passando de 1.520 no final de 2016 para 1.536. Esta situação originou um reforço da quota de mercado do Grupo CA na rede SIBS de 1 p.p. passando a ter 13% da rede de ATM em Portugal. No que se refere ao número de transacções em ATM do Crédito Agrícola registou-se uma subida de 5%, efectuando-se mais de 90 milhões de transacções.

No ano 2017, o parque de TPA do Crédito Agrícola cresceu 13%, contando com 23.362 TPA activos e uma subida no número de transacções de 16% face a 2016, registando cerca de 51 milhões de transacções.

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Em termos homólogos, em 2017, verificou-se um aumento da carteira de cartões de pagamento a débito do Crédito Agrícola de 5,9% e da carteira de cartões de pagamento a crédito do Crédito Agrícola de 7,3%. Esta evolução originou um incremento da quota de mercado do Crédito Agrícola de 0,4 p.p. nos cartões de débito e um aumento de 1,5 p.p. nos cartões de crédito.

No sentido de dinamizar a actividade comercial das Caixas Associadas, estabeleceram-se protocolos e parcerias comerciais e de colaboração, tendo sido concretizados acordos e realizadas iniciativas conjuntas com várias entidades privadas e institucionais, entre as quais se destacam:

 ADRAL - Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo;  NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém;  Grupo Lusiaves - Projecto “LUSITERRA”;  Grupo Agrinda - AgriPro e Agriloja.

No ano de 2017 incentivou-se o acompanhamento e dinamização de campanhas, com o objectivo de contribuir para um crescente envolvimento de todos os colaboradores com funções comerciais na comercialização de produtos estratégicos e dirigidos aos segmentos alvo.

Com a utilização das redes sociais facebook, instagram e linkedin, o Crédito Agrícola tem vindo a reforçar a sua presença junto de um público mais jovem, tendo como exemplo no final de 2017 atingido quase os 100.000 fãs só no facebook.

Desde 2009, o programa de actualidade financeira revela ser uma parceria acertada para a divulgação da marca Crédito Agrícola junto do público em geral. Em 2017 foi introduzido um programa “Especial Empresas”, transmitido semanalmente à 6ª feira, que para além de compilar temas de interesse para as empresas, fez a cobertura de eventos institucionais do CA, nomeadamente: Apresentação de Resultados do Grupo CA; Jantar PME Líder e Excelência CA; Jantar de Gala Concurso de Vinhos CA e Cerimónia de Entrega do Prémio Empreendedorismo e Inovação CA.

O Grupo Crédito Agrícola associou-se ao Movimento pela Utilização Digital Activa, o MUDA. Uma iniciativa que tem como objectivo fomentar a “educação digital” dos portugueses, contribuindo assim para uma sociedade mais evoluída, inclusiva e participativa, criando desta forma uma economia mais forte e competitiva.

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De modo a divulgar esta iniciativa que teve uma comunicação nos meios de comunicação nacionais promovida pela organização do MUDA, o Crédito Agrícola efectuou a divulgação desta acção nas suas Agências, assim como através das redes sociais.

Foi implementado o canal directo de comunicação aos Clientes, o e-mail Marketing. A utilização de canais digitais para comunicar é, hoje em dia, indispensável para se transmitir informação, divulgar iniciativas e promover a oferta junto de Clientes e potenciais Clientes. No âmbito das Campanhas de Marketing e de outras Acções realizadas no final do ano 2017, através do canal de comunicação digital mais directo com os Clientes, o e-mail Marketing, foram implementadas diversas acções de comunicação digital.

Foram implementados diversos programas específicos para segmentos prioritários como o CA Nota 20, que pretende reconhecer o mérito escolar dos alunos do ensino secundário, oferecendo prémios aos melhores alunos a nível nacional do 7º ao 12º ano. Esta iniciativa que complementa também as acções de reconhecimento que são feitas localmente pelas Caixas Associadas tem vindo a ter um número crescente de participantes de ano para ano.

Para o segmento dos jovens dos 12 aos 17 anos foi também lançado o Programa de Fidelização CA Faz Por ti – School Leader VID, um concurso de produção de vídeos dedicados à temática da poupança, que são submetidos a concurso num canal específico da rede social YouTube, participando os 10 videos mais votados numa final que se realiza na Futurália 2018, a feira das profissões e vocações para os jovens que frequentam o ensino secundário. Este programa foi promovido por dois youtubers com uma notoriedade elevada no segmento a que se destinou a iniciativa.

Para o segmento dos jovens até aos 12 anos de idade foram também realizadas diversas iniciativas no âmbito do Clube do Cristas, clube digital para estes jovens e respectivos encarregados de edução, de que se destacam o lançamento de novos jogos na app do Clube, a agenda cultural e a promoção e oferta a Clientes do segmento do jogo Multipli, que pretende promover o conhecimento da matemática e foi reconhecido pela Sociedade Portuguesa de Matemática e pela Associação de Professores de Matemática.

Em 2017, o CA patrocinou o programa televisivo “Os Extraordinários”, tratando-se do 1º e único programa onde as competências como a destreza mental e as habilidades de memória desempenham o papel principal.

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Este programa apresentado por Sílvia Alberto, o rosto do Crédito Agrícola nos últimos anos, contribuiu para aumentar a notoriedade do Grupo, trazendo-nos juventude, modernidade, sofisticação, simpatia e reforçando atributos como talento, destreza e inovação.

Em 2017 o Grupo Crédito Agrícola manteve a sua política de continuidade estratégica de patrocínios a alguns desportistas, modalidades e eventos, como sejam:

 Teresa Almeida, Vice-Campeã Europeia de BodyBoard;  Katlheen Barrigão, Campeã Nacional de Long Board;  Mário Patrão, 3º lugar no Campeonato Nacional de TT e da classe “Maratona” e 20º lugar no Rali Dakar 2017, em motociclismo;  João Salgadinho, Campeão Nacional Interbancário, em Snooker;  Rui Ramalho, Campeão Nacional de Montanha, em Automobilismo;  Alcobaça Club de Ciclismo, com especial destaque para os ciclistas Julian Espinoza, Pedro Lopes, Tiago Santos e Guilherme Mota que foram consagrados vencedores da Taça Nacional – Cadetes, vencedor da Taça de Portugal – Juniores, vencedor Nacional de Escolas de Infantis e Campeão Nacional de Fundo, respectivamente;  CDUL, Campeões Nacionais de Rugby;  Pedro Rilhado, Vice-campeão Nacional de Kart.

Ao longo do ano o Crédito Agrícola marcou presença em diversas feiras e eventos, entre os quais, o Salão Imobiliário de Portugal (SIL), Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas (SISAB), Tektónica, Fruit Logistica e Fruit Attraction.

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3. Enquadramento Regional

No 3º trimestre de 2017 assistiu-se, ao nível nacional, a um abrandamento do ritmo de crescimento económico, o qual, ainda assim, igualou o crescimento estimado para a zona euro e para a média da União Europeia. Também na Região do Norte se constata que algumas das principais variáveis cresceram a um ritmo inferior ao que vinha sendo registado.

Indicadores como o crédito ao consumo, a importação de bens de consumo ou os levantamentos e compras com cartão, mantiveram no 3º trimestre uma dinâmica positiva na Região do Norte, mas com alguma desaceleração face aos níveis de crescimento anteriores. Já no plano do investimento, há a registar, na Região Norte, um abrandamento do crescimento da importação de bens de capital e do número de obras licenciadas, enquanto no crédito à habitação se atenuou a tendência negativa. No que concerne às exportações de mercadorias por parte de empresas da Região Norte, estas mantiveram no 3º trimestre uma variação nominal positiva em termos homólogos, mas inferior à registada na primeira metade do ano. As importações feitas por empresas do Norte sofreram também uma desaceleração, mas registaram ainda assim uma variação homóloga nominal correspondente ao dobro do observado para as exportações. O crescimento das importações foi uma vez mais impulsionado sobretudo pela atividade industrial (aumento da importação de inputs destinados à indústria). O total do crédito às empresas (sociedades não financeiras) da Região Norte manteve uma variação homóloga negativa, embora evidenciando um desagravamento da tendência.

Fonte: CCDRN

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O ritmo de crescimento do emprego na Região do Norte abrandou no 3º trimestre em termos homólogo. A população empregada residente na Região do Norte aumentou em 3,5% face ao período homólogo do ano passado, depois de no trimestre anterior ter crescido 4,1% também em termos homólogos. Apesar desta desaceleração, deve referir-se que o crescimento homólogo agora observado supera o melhor dos resultados do período de 1999 a 2016. No 3º trimestre de 2017, as atividades que, em termos homólogos, mais contribuíram para o crescimento do emprego na Região do Norte foram as do ramo de alojamento, restauração e similares e as indústrias transformadoras. No caso do comércio, este resultado contrasta com as perdas registadas desde o final de 2016.

No 3º trimestre de 2017, a taxa de desemprego na Região Norte cifrou-se em 9,3%, registando um ligeira redução face ao trimestre imediatamente anterior (9,5%), mas também no confronto com o trimestre homólogo do ano passado (11,8%). No plano nacional, a taxa de desemprego também desceu no 3º trimestre de 2017, fixando-se em 8,5% (resultado que compara com 8,8% no trimestre precedente e com 10,5% há um ano). Entre o 2º e o 3º trimestre de 2017, a descida observada na taxa de desemprego da Região do Norte ficou a dever-se exclusivamente à evolução do desemprego feminino, cuja taxa se alterou de 10,8% para 10,0%. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego masculino aumentou, de 8,2% para 8,7%. A taxa de desemprego de jovens (menos de 25 anos) na Região do Norte diminuiu pela terceira vez entre trimestres consecutivos, cifrando- se em 24,4% (valor que compara com 25,3% no trimestre precedente e com 25,8% no período homólogo do ano passado.

Fonte: CCDRN

A generalidade dos indicadores disponíveis relacionados com o consumo privado manteve no 3º trimestre de 2017 uma dinâmica positiva na Região do Norte, mas com nota de algum abrandamento face aos níveis de crescimento anteriores. Página | 34

No final do 3º trimestre de 2017, a dívida das famílias da Região do Norte ao sistema bancário e financeiro residente relativa a crédito ao consumo e outros fins (excluindo habitação) ascendia a 7.460 milhões de euros (M€) e apresentava em termos homólogos um crescimento de 4,8% mas com desaceleração face ao trimestre anterior. Este ligeiro abrandamento do crescimento do crédito ao consumo na Região do Norte ocorre após mais de um ano ao longo do qual esta variável estava a crescer, em termos homólogos, a ritmos cada vez mais acentuados. Ao nível nacional, o crédito ao consumo observava, no final do 3º trimestre, uma variação homóloga de 4,3% (muito próximo do registo de 4,2% no trimestre anterior), continuando assim a registar um crescimento inferior ao apurado na Região do Norte. Os indicadores de incumprimento das famílias da Região do Norte no âmbito do crédito ao consumo registaram nova melhoria.

Fonte: CCDRN

O crédito concedido pelo sistema bancário e financeiro residente à economia da Região do Norte tornou a baixar no 3º trimestre, muito embora numa dimensão menor à registada nos trimestres precedentes. A redução do crédito às famílias e também às empresas continuou a ser menos acentuada na Região do Norte do que ao nível nacional. No final do 3º trimestre de 2017, o valor total do crédito às famílias e às sociedades não financeiras da Região do Norte registou uma variação homóloga de -1,7% (resultado que compara com -2,4 % no final do trimestre anterior). Ao mesmo tempo, após uma sequência de desagravamento dos últimos trimestres, o rácio total de crédito vencido à economia manteve-se constante, repetindo o valor de 6,8% no final do 3º trimestre de 2017. A proporção de devedores que exibem crédito vencido observou a tendência de queda dos últimos períodos, atingindo o valor de 11,9% no 3º trimestre de 2017, menos 0,4 p.p. face ao trimestre anterior. A redução no crédito é mais acentuada no que se refere ao crédito às empresas (sociedades não financeiras). No final do 3º trimestre de 2017, a dívida das

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empresas ao sistema bancário e financeiro residente ascendia, na Região do Norte, a 20.799 M€ e apresentava uma variação homóloga de -3.3% (compara com -4,6% no trimestre anterior). O rácio de crédito às empresas vencido inverteu a tendência de queda dos últimos trimestres, aumentando de 11,6% para 11,8%, enquanto a proporção de empresas devedoras que possuem crédito vencido se manteve constante (25,3%).

Fonte: CCDRN

Fonte: CCDRN

O valor das exportações de mercadorias por parte das empresas com sede na Região do Norte manteve, no 3º trimestre de 2017, uma tendência positiva, mas com nova desaceleração do respetivo ritmo de crescimento. A Região do Norte tem vindo a observar, há já quatro trimestres

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consecutivos, ritmos de crescimento das exportações inferiores, em termos homólogos, aos observados para o total das exportações nacionais de bens.

Quanto às importações de mercadorias por empresas com sede no Norte, elas registaram, no 3º trimestre de 2017, um crescimento nominal de 11,1% em termos homólogos (compara com 13,8% no trimestre anterior). A nível nacional, as importações de bens observaram, no 3º trimestre, um aumento nominal de 11,3% face ao período homólogo do ano passado (abaixo do crescimento de 13,0% apurado no trimestre anterior). Na Região do Norte, no 3º trimestre de 2017, o crescimento das importações de bens, em termos homólogos, foi uma vez mais impulsionado sobretudo pela atividade industrial (aumento da importação de inputs destinados à indústria).

Fonte: CCDRN

Os indicadores de atividade dos estabelecimentos hoteleiros da Região do Norte mantiveram uma tendência positiva no 3º trimestre de 2017, embora com abrandamento do crescimento. O número de dormidas cresceu 4,6% em termos homólogos (contra 13,1% no trimestre anterior) e o número de hóspedes aumentou 5,0% (contra 12,2% no trimestre precedente), enquanto os proveitos totais aumentaram 16,2% e os de aposento cresceram 17,9%. As desacelerações observadas entre o 2º e o 3º trimestre de 2017 resultam em parte do facto de no 2º trimestre o efeito Páscoa móvel ter empolado os níveis de crescimento. Em todo o caso, os resultados do 3º trimestre de 2017 são inferiores aos valores médios alcançados em 2016

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Fonte: CCDRN Na Região do Norte, a inflação (medida pela variação homóloga dos preços no consumidor) foi de 1,1% na média do 3º trimestre de 2017, um valor inferior em 0,5 p.p. ao do trimestre anterior. A nível nacional a inflação também diminuiu, registando um valor de 1,1% na média do 3º trimestre de 2017.

Número de balcões bancários por concelho regista uma diminuição geral em 2016 face ao que se registava em 2015.

Vila Nova Banco Ovar Espinho Total de Gaia Banco BPI 1 11 1 13 Millennium bcp 2 12 2 16 Activobank 2 2 Novo Banco 3 8 2 13 Best 0 BIC 1 1 1 3 CCAM 4 4 1 9 Montepio 2 8 1 11 CGD 2 12 1 15 BBVA 0 Popular 1 3 1 5 Santander Totta 3 15 3 21 Deutsche Bank 1 1 Total 19 77 13 109 Fonte APB 2016

Concelho/Ano 2013 2014 2015 2016 Var.

Ovar 22 21 20 19 -5 Vila Nova de Gaia 102 94 85 77 -9,41 Espinho 19 19 15 13 -13,33 Total 143 134 120 109 -9,17 Fonte APB No que se refere ao movimento da população (censos 2011), verifica-se o crescimento do número de indivíduos residentes nos Concelhos da área de influência da Instituição, com a excepção do Página | 38

Concelho de Espinho, em que prevalece a tendência de perda de população, explicada fundamentalmente pela queda do sector turístico nesta área geográfica.

População residente (N.º) por Local de residência e Sexo; Decenal Período de referência dos dados Local de residência 2011 2001 N.º N.º Espinho 31 796 33 701 Anta 10 372 10 615 Espinho 9 833 10 225 Guetim 1 403 1 532 Paramos 3 512 3 789 Silvalde 6 676 7 540 Vila Nova de Gaia 302 092 288 749 Arcozelo 14 376 12 393 Avintes 11 461 11 523 Canelas 13 500 12 303 Canidelo 27 424 23 737 Crestuma 2 619 2 962 Grijó 10 504 10 267 Gulpilhares 11 279 9 707 Lever 2 794 3 033 Madalena 10 046 9 356 Mafamude 38 579 38 940 Olival 5 800 5 616 Oliveira do 22 419 23 384 Pedroso 18 781 18 449 Perozinho 6 273 5 950 Sandim 5 957 6 326 Vila Nova de Gaia (Santa Marinha) 30 445 30 758 São Félix da Marinha 12 617 11 171 São Pedro da Afurada 3 579 3 442 Seixezelo 1 708 1 729 Sermonde 1 361 1 225 Serzedo 7 903 7 547 Valadares 10 676 9 095 Vilar de Andorinho 18 136 16 710 Vilar do Paraíso 13 855 13 126 Ovar 55 337 55 198 Arada 3 327 3 430 Cortegaça 3 823 4 066 Esmoriz 11 433 10 993 Maceda 3 534 3 687 Ovar 17 824 17 185 São Vicente de Pereira Jusã 2 313 2 400 Válega 6 825 6 742 São João 6 258 6 695 População residente (N.º) por Local de residência e Sexo; Decenal - INE, Censos - séries históricas

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4. Missão

Correspondendo ao compromisso assumido perante os seus associados e o Crédito Agrícola, estamos focalizados no crescimento económico e no desenvolvimento social da comunidade aonde nos inserimos.

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5. Principais indicadores da actividade corrente

5.1 Indicadores Operacionais/Financeiros

Como advém do quadro resumo, que a seguir se apresenta e que contém os principais indicadores financeiros da CCAM, a análise comparativa das principais rubricas e rácios, de balanço e de exploração, constata-se, com excepção do resultado liquido, uma melhoria, ainda que ligeira, em todos os indicadores, fruto do esforço na dinamização comercial.

O Resultado líquido, embora positivo no valor de 168 mil euros, revela um decréscimo na ordem dos 41% em relação ao ano anterior consequência de um maior ajustamento relevado na rúbrica de impostos.

Indicadores Descrição 31-12-2016 31-12-2017 Variação

Exploração Resultado Líquido 283.866,68 € 168.478,89 € -40,65% Activo líquido 145.320.117,04 € 153.278.979,00 € 5,48% Balanço Rácio transformação 54,82% 57,42% 4,74% Rácio crédito vencido 23,14% 21,31% -7,91% Crédito Rácio crédito vencido líquido 3,71% 2,33% -37,20% Imparidade/crédito vencido 91,85% 91,19% -0,72% Activo líquido p/ empregado 4.274.120,96 € 4.644.817,56 € 8,67%

Produtividade Rácio de eficiência 82,12% 81,06% -1,29%

Prod. Banc. p/ empregado 115.864,82 € 118.532,30 € 2,30%

Variação Descrição 2015 2016 31-12-2017 2016/2017 Recursos 118.796.460 € 124.732.593 € 131.463.937 € 5,40%

Crédito Bruto 69.263.906 € 68.380.929 € 75.483.266 € 10,39%

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5.2 Indicadores Prudenciais

Com a obtenção dos resultados positivos no final 2016 e o reconhecimento de uma variação patrimonial positiva de 416 mil euros relacionada com a eliminação do Aviso 3/95 e entrada em vigor do aviso 5/2015 verifica-se uma ligeira melhoria nos indicadores prudenciais, influenciados pelo aumento registado nos fundos próprios.

Variação Indicador 31-12-2015 31-12-2016 31-12-2017 2016/2017 Rácio solvabilidade 8,58% 8,98% 9,34% 4,01%

Fundos Próprios 6.024.102,68 € 6.122.785,49 € 6.545.287,86 € 6,90% Fundos Próprios Tier 1 -4.226.643,57 € -4.557.255,07 € -4.094.135,81 € -10,16%

Requisitos risco crédito 59.437.949,10 € 58.453.884,32 € 61.535.233,19 € 5,27%

Requisitos risco operacional 10.791.127,18 € 9.658.463,44 € 8.523.301,22 € -11,75%

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6. Breve referência histórica

Como é do conhecimento dos Senhores Associados, Clientes e do público, em geral, a actual CCAM da Costa Verde é o resultado dum processo dinâmico de duas fusões, envolvendo três caixas, a saber, a Caixa de Ovar, fundada em 29 de Dezembro de 1981, a Caixa de Espinho, fundada em 26 de Novembro de 1986 e a Caixa de Gaia, fundada em 05 de Fevereiro de 1988.

Integrada numa política de fusões, visando o fortalecimento do sistema, e estimulada pelos órgãos dirigentes do Crédito Agrícola, em especial a Caixa Central, que implementa uma estratégia financeira de modernização do Sistema, para o tornar capaz de concorrer com os bancos nacionais, a primeira fusão deu-se em 21 de Março de 1995, entre as Caixas de Gaia e Espinho as quais, perdendo as suas designações, deram origem à CCAM da Costa Verde. A CCAM da Costa Verde passou a funcionar com dois balcões, um em Gaia e outro em Espinho.

O Regime Jurídico que regulamentava a actividade das Caixas Agrícolas antes de 1991 impunha constrangimentos legais que dificultavam e até inviabilizavam o seu crescimento, sobretudo daquelas cuja área geográfica era diminuta, como era o caso particular da Caixa de Espinho, ou que exerciam a sua actividade em concelhos urbanos. O novo Regime Jurídico, publicado em 1991, ao eliminar um conjunto de condicionalismos anacrónicos e fortemente penalizadores, veio trazer novas oportunidades de acção e desenvolvimento. Entretanto, o número de associados cresceu significativamente, o volume negócios aumentou e a Caixa abriu um novo balcão no centro de Gaia, apesar da forte concorrência da banca comercial, instalada neste concelho.

Sem esquecer a matriz do Crédito Agrícola, de serviço e proximidade com as populações, foram abertos mais dois novos balcões, no ano de 2003, em duas freguesias periféricas e com baixos índices de desenvolvimento do concelho de Gaia, a saber, em Lever e Perosinho, localidades cujas populações não dispunham, até àquela data, de nenhuma instituição bancária na sua área de residência.

Nos primeiros anos da década de 2000, a Caixa de Ovar passou por uma situação difícil cuja consequência implicou que fosse intervencionada e, não obstante, ter desfrutado do apoio e do acompanhamento da Caixa Central, a esperada recuperação não ocorreu como era desejada por todo o sistema do CA.

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Por se tratar duma Caixa limítrofe, foram estabelecidas conversações com a CCAM da Costa Verde, que culminaram, em Janeiro de 2008, na fusão por incorporação daquela na da Costa Verde, tendo mantido a mesma designação.

Com os quatro balcões da Caixa de Ovar, a saber, de Ovar, de Válega, de Arada e de S. Vicente de Pereira, a CCAM da Costa Verde passou a dispor duma rede de nove balcões e cerca de três mil e quatrocentos associados.

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Área de Influência dos Balcões Vila Nova de Gaia

Em consistência com o modelo de desenvolvimento estratégico posto em prática e tomando em devida consideração as iniciativas de influência comercial alargada a todo o Concelho, porém limitadas à dimensão da nossa organização e dos recursos afectos, a acção desta Instituição no âmbito do Concelho de Vila Nova de Gaia continuará a ser desenvolvida a partir da acção dos quatro balcões existentes, a saber: o balcão de Avenida, a que correspondem as freguesias assinaladas a roxo, o balcão de Santa Marinha, a que correspondem as freguesias assinaladas a azul claro, o balcão de Perosinho no que se refere às freguesias a amarelo e o balcão de Lever com as freguesias a castanho. Desta forma, a CCAM da Costa Verde continuará a suplantar as capacidades instaladas nesta área de influência e a rentabilizar os recursos humanos afectos, no sentido de ir ao encontro da satisfação das necessidades dos clientes aí residentes.

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Espinho

Em consistência com o modelo de desenvolvimento estratégico adoptado e em curso, a acção desta Instituição no âmbito do Concelho de Espinho é executada através do balcão situado dentro da cidade de Espinho, ao qual corresponde a área de influência comercial que abrange todas as freguesias assinaladas no mapa. Desta forma, a Organização tem sido capaz de satisfazer as necessidades dos clientes aí residentes.

Ovar

Como decorre da estratégia de povoamento da influência comercial alargada a todo o Concelho e tendo em consideração as limitações de organização e de recursos afectos, a acção desta Instituição no âmbito do Concelho de Ovar é executada através de quatro balcões a saber: o balcão de Ovar, a que correspondem as freguesias assinaladas a Azul claro, o balcão de Válega, com a freguesia assinalada a roxo, o balcão de Arada a que correspondem as freguesias a rosa e o balcão de S. Vicente de Pereira a que correspondem as freguesias assinaladas a verde. Desta forma a organização será capaz de suplantar as capacidades instaladas nesta área de influência e aplicar todos os recursos afectos ao negócio, de acordo com a cultura do Crédito Agrícola.

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7. Análise Financeira

Da análise das demonstrações financeiras da CCAM destaca-se pela positiva o facto de, no ano de 2017, se ter obtido um resultado acumulado antes de impostos positivo de 411 mil euros, representando um crescimento de 30% em relação ao ano de 2016. Este crescimento esteve relacionado essencialmente por uma diminuição na estrutura de custos, nomeadamente nos gastos gerais administrativos, a descida do valor da rúbrica correcções de crédito outros devedores (liquidas) e a diminuição da Imparidade de outros activos. Por outro lado, o resultado líquido apresentado de apenas 168 mil euros reflecte uma diminuição em relação ao ano anterior prejudicado pelo valor calculado para os impostos correntes e diferidos.

Ao nível do balanço, o Activo líquido apresenta um crescimento de 5,5% face a 2016 o que se traduz num valor adicional de 7.958.866,76 milhões de euros, reflexo do aumento dos recursos obtidos de clientes. Damos nota igualmente do aumento do capital por via da incorporação de Imparidades que foram anuladas em função da revogação do aviso 3/95 do Banco de Portugal e a entrada em vigor da aplicação do preconizado na IAS 39.

O quadro seguinte apresenta a variação das diversas rubricas que compõem as Demonstrações de Resultados do ano de 2017, tendo como comparação a data de Dezembro de 2016.

Demonstração Resultados 31-12-2016 31-12-2017 Variação Juros e rendimentos similares + 2.833.775,34 € 2.628.165,61 € -7,26% Juros e encargos similares - 391.174,64 € 202.535,43 € -48,22% Margem financeira 2.442.600,70 € 2.425.630,18 € -0,69% Rendimentos de instrumentos de capital + 2,50 € 3.774,35 € 150874,00% Rendimentos de serviços e comissões + 1.305.232,22 € 1.349.032,30 € 3,36% Encargos com serviços e comissões - 169.032,78 € 179.051,86 € 5,93% Res. Activos e Passivos ao justo valor através Res. + 0,00 € 0,00 € (N/A) Resultados de activos financeiros disponíveis para (N/A) venda + 0,00 € 0,00 € Resultados de reavaliação cambial + 2.049,84 € -203,71 € -109,94% Resultados de alienação de outros activos + 10.600,82 € -29.340,64 € -376,78% Outros resultados de exploração + 347.950,68 € 341.725,32 € -1,79% Produto bancário 3.939.403,98 € 3.911.565,94 € -0,71% Custos com o pessoal - 1.864.469,95 €1.834.084,47 € -1,63% Gastos gerais administrativos - 1.307.812,53 € 1.253.158,50 € -4,18% Amortizações do exercício - 62.617,44 € 83.512,63 € 33,37% Provisões líquidas de reposições e anulações - 30.052,89 € 38.510,98 € 28,14% Correcções Crédito Outros Devedores (líquidas) - -56.582,27 € 166.749,01 € -394,70% Imparidade de outros activos financeiros - 54.607,14 € 22.147,17 € -59,44% Imparidade de outros activos - 360.529,72 € 102.258,25 € -71,64% Resultado antes de impostos 315.896,58 € 411.144,93 € 30,15% Impostos correntes - 9.531,78 € 43.033,21 € 351,47% Impostos diferidos - 22.498,12 €199.632,83 € 787,33% Resultado após impostos 283.866,68 € 168.478,89 € -40,65% Página | 47

Da análise DR acima, não podemos deixar de constatar a redução da margem financeira em 0,69%, apesar do esforço da CCAM na redução das taxas passivas. Este efeito é consequência da diminuição dos spreads aplicados nas novas operações de crédito, em função da actual situação concorrencial existente no mercado bancário.

As comissões recebidas apresentaram, novamente, uma subida em relação ao ano anterior, explicada na sequência do aumento das comissões relacionadas com os compromissos assumidos perante terceiros (4.2), gestão de cartões (4.5), anuidades (4.6) e outros serviços (4.8), destacando-se o comissionamento relativo à comercialização de seguros (CA Seguros) que apresentou um aumento considerável em função da promoção da venda cruzada de produtos. Pela negativa, há a destacar as comissões relacionadas com operações de crédito (4.7) que apresentaram uma diminuição de quase 18% em virtude da descida das comissões relacionadas com a concessão de descobertos e as referentes a reembolsos antecipados de crédito.

Variação Rubrica 2014 2015 2016 2017 2016/2017

4.1.Comissões Garantias e avales 55.865,00 € 48.546,00 € 40.042,00 € 36.897,00 € -7,86% 4.2.Por compromissos assumidos perante 110.350,00 € 113.534,00 € 122.983,00 € 142.763,00 € 16,08% terceiros 4.3.Cobrança de Valores 4.311,00 € 5.511,00 € 5.856,00 € 2.127,00 € -63,68% 4.4.Transferência de valores 26.032,00 € 17.720,00 € 11.286,00 € 10.300,00 € -8,74% 4.5.Gestão de cartões 100,00 € 290,00 € 607,00 € 1.280,00 € 110,83% 4.6.Anuidades 64.954,00 € 65.577,00 € 86.246,00 € 99.264,00 € 15,09% 4.7.Operações de crédito 279.433,00 € 275.065,00 € 364.060,00 € 299.198,00 € -17,82% 4.8.Outros Serviços prestados 426.169,00 € 351.114,00 € 424.090,00 € 494.121,00 € 16,51% 4.9.Outras comissões 292.149,00 € 281.757,00 € 250.063,00 € 263.075,00 € 5,20% 1.259.363,00 € 1.159.113,00 € 1.305.232,00 € 1.349.025,00 € 3,36%

Detalhe da Rubrica 4.7

Rubrica Descricao 31-12-2016 31-12-2017 Variação

813880000000000 Comissão abertura e utilização-Op.crédito-IS 61.435,13 € 55.186,32 € -10,17% 813880010000000 Comissão de processamento-Op.de crédito-IS 71.870,40 € 89.178,59 € 24,08% 813880030000000 Comissão-Estudo/Contrato crédito 31.202,22 € 30.226,71 € -3,13% 813880080000000 Outras comissões-Operações de crédito-IS 199.552,24 € 124.606,86 € -37,56%

Detalhe da Rubrica 4.8

Rubrica Descricao 31-12-2016 31-12-2017 Variação

813900201000000 Comissões interbancárias-Cartões 241.704,24 € 265.671,30 € 9,92% 813900400012000 Comissões-Colocação e comercialização-CA Seguros 68.949,69 € 106.687,30 € 54,73%

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A rubrica “Encargos com serviços e comissões” aumentou ligeiramente o seu valor relativamente ao período homólogo. Esta rubrica diz respeito essencialmente a valores pagos à Caixa Central em relação a serviços intermediados pela mesma. A diferença que existe relativamente ao ano anterior diz respeito à diminuição da “comissões de intermediação interbancárias e cartões” e das outras comissões relacionadas com os “emigrantes”, e a ganhos adicionais relativos às comissões referentes “aos depósitos e guarda de valores”, “gestão de consórcios e interbancárias – transferência de valores”.

Descricao 31-12-2016 31-12-2017 Variação Rubrica 683000100001000 Comissões-Dep.e guarda de valores-Pagas à CCCAM 2.176,46 € 2.909,31 € 33,67% 683100000003000 Comissões-Cobrança valores-Pagas à CCCAM 1.075,08 € 667,24 € -37,94% Comissão de gestão de consórcios-Pagas à CCCAM-IVA não 683400200001009 18,52% dedut 1.328,40 € 1.574,40 € 683800001001000 Comissões interbancárias-Transf.de valores-Pag.à CCCAM 45.137,70 € 55.122,00 € 22,12% 683800010100000 Comissões interbancárias-Cartões 88.350,62 € 96.039,16 € 8,70% 683800010201000 Comissões intermediação-Cartões-Pag.à CCCAM 11.978,02 € 6.352,62 € -46,96% 683800200001000 Outras comissões interbancárias-Pagas à CCCAM 401,41 € 255,13 € -36,44% 688000100000000 Outras comissões pagas-Angariadores/emigração 18.544,00 € 15.941,13 € -14,04% 168.991,69 € 178.860,99 € 5,84%

A rubrica “Resultados de alienação de outros activos” apresentou um decréscimo bastante acentuado face ao ano anterior. Apesar de se ter verificado a alienação de alguns imóveis, o seu resultado foi afectado por perdas nos activos correntes detidos para venda de valor superior aos ganhos e ainda por menos valias realizadas em outros activos tangíveis (€ 12.000).

Rubrica Descrição 31-12-2016 31-12-2017 Variação

726000000000000 Perdas realizadas-Activos não correntes detidos p/venda -145.779,97 € -46.377,91 € -68,19% 726320000000000 Menos valias realizadas - outros activos tangíveis -3.943,09 € -12.000,00 € 204,33% 837000000000000 Ganhos-OT's-Dívida pública portuguesa-IDM 173,40 € 237,27 € 36,83%

844000000000000 Ganhos realizados-Activos não corr.detidos p/venda 159.150,48 € 28.800,00 € -81,90%

A rubrica “Outros resultados de exploração” apresenta valores semelhantes aos do ano anterior, sendo que a sua composição se encontra afectada essencialmente por impostos, contribuições para o fundo de resolução e FGCAM e ainda por outros encargos operacionais, bem como outros ganhos e rendimentos operacionais onde se destacam recuperação crédito incobrável, prestação de serviços a clientes, nomeadamente na avaliação de imóveis, obtenção de rendas e taxas.

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Rubrica Descrição 31-12-2016 31-12-2017 Variação

721000000004000 Quotizações FENACAM 2.500,00 € 2.500,00 € 0,00% 750000200000000 Taxas 12.785,57 € 1.291,12 € -89,90% 751000000000000 Imposto municipal sobre imóveis 50.695,23 € 50.969,96 € 0,54%

848200000000000 Recuperação de créditos incobráveis -15.257,20 € -153.218,28 € 904,24%

848210000000000 Crédito vencido -171.504,06 € -115.721,20 € -32,53%

Os custos com o pessoal apresentaram uma ligeira diminuição quando comparados com o ano anterior. Os aspectos que mais contribuíram para este efeito foram a redução dos valores pagos em função da saída de dois colaboradores em 2017 e a baixa médica de outro colaborador

Os gastos gerais administrativos apresentam uma descida em relação ao ano anterior em mais de 4%, influenciada sobretudo pela diminuição dos gastos com as cedências ocasionais (apoio de um elemento nomeado pela Caixa Central que, entretanto, também passou a ter uma contabilização diferente), mas também com gastos com conservação e reparação.

Rubrica Descrição 31-12-2016 31-12-2017 desvio Variação

711930000002000 Cedências ocasionais-CCAM - IVA Isento 59.611,04 € 0,00 € -59.611,04 € -100% 711884000004009 Avaliadores externos-FENACAM-IVA não dedutível 35.941,23 € 20.197,24 € -15.743,99 € -44% 711100100004000 Serviços postais-FENACAM-IVA isento 30.050,66 € 34.714,35 € 4.663,69 € 16% 710000100000009 Energia-IVA não dedutível 44.072,68 € 48.557,81 € 4.485,13 € 10%

711820000010000 Informática-SICAMSERV-IVA isento 252.376,51 € 275.264,12 € 22.887,61 € 9%

711830000000009 Segurança e vigilância-IVA não dedutível 701,10 € 15.297,90 € 14.596,80 € 2082%

O valor da rúbrica amortizações aumentou 33%, consequência da renovação da frota automóvel.

A rúbrica das provisões obteve um aumento de 28%, em função de ter sido reconhecida uma provisão relativa a uma indeminização por cessão de contrato de trabalho.

A rúbrica das correcções de crédito (imparidades) apresentou uma variação considerável em função do reforço de imparidades da carteira de crédito da CCAM de acordo com o modelo de cálculo para IAS 39.

A rúbrica imparidade de outros activos financeiros cresceu em virtude da descida do valor da cotação da participação da CCAM da Costa Verde no fundo de investimento imobiliário Imovalor.

No que se refere à rúbrica de “Imparidade de outros activos”, obteve-se uma redução em 72% em relação ao ano anterior, reflexo da estabilização do mercado imobiliário em Portugal e da diminuição da entrada de novos imóveis por recuperação de crédito.

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No que concerne ao cálculo de imposto corrente e diferidos, os mesmos aumentaram de forma muito substancial entre 2016 e 2017, fruto do aumento do resultado fiscal por via do resultado financeiro antes de impostos e da variação patrimonial positiva relativa à introdução da IAS 39.

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Ao nível do BALANÇO, o Activo líquido apresenta um crescimento de 5,5% face a 2016, o que se traduz num valor adicional de € 7.958.866,76, reflexo do aumento dos recursos obtidos de clientes.

Activo 31-12-2016 31‐12‐2017 Variação

1.Caixa e disponibilidades em Bancos Centrais 1.118.675,89 € 1.102.437,45 € ‐1,45%

2.Disponibilidades em outras Instituições de Crédito 4.906.966,82 € 2.010.879,99 € ‐59,02%

3.Activos financeiros detidos para negociação 0,00 € 0,00 €

4.Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 0,00 € 0,00 €

5.Activos financeiros disponíveis para venda 845.433,92 € 823.300,26 € ‐2,62%

6.Aplicações em Instituições de Crédito 64.231.374,10 € 68.579.451,66 € 6,77%

7.Crédito a Clientes líquido 53.844.363,84 € 60.816.602,33 € 12,95%

7.1.Crédito a clientes bruto 68.380.929,50 € 75.483.266,37 € 10,39%

7.1.1. Crédito a clientes vivo 52.641.814,10 € 59.444.421,72 € 12,92%

7.1.2. Crédito a clientes vencido 15.825.740,18 € 16.082.956,39 € 1,63%

7.1.3. Juros e outros ‐86.624,78 € ‐44.112,00 € ‐225,57%

7.2. Correcções para crédito concedido ‐14.536.565,66 € ‐14.666.664,04 € 0,89%

8.Investimentos detidos até à maturidade 40.173,40 € 435.709,69 € 984,57%

9.Activos com acordo de recompra 0,00 € 0,00 €

10.Derivados de cobertura 0,00 € 0,00 €

11.Activos não correntes detidos para venda 11.743.425,48 € 11.606.359,43 € ‐1,17%

11.1.Valor bruto 14.738.721,34 € 14.658.447,62 € ‐0,54%

11.2.Imparidade ‐2.995.295,86 € ‐3.052.088,19 € 1,90%

12.Propriedades de investimento 0,00 € 0,00 €

13.Outros activos tangíveis 993.638,26 € 913.388,17 € ‐8,08%

13.1.Valor Bruto 3.377.510,90 € 3.358.602,38 € ‐0,56%

13.2.Amortizações e Imparidade ‐2.383.872,64 € ‐2.445.214,21 € 2,57%

14.Activos intangíveis 0,00 € 0,00 €

14.1.Valor bruto 719,11 € 719,11 € 0,00%

14.2.Amortizações e Imparidade ‐719,11 € ‐719,11 € 0,00%

15.Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 3.575.341,61 € 3.577.906,63 € 0,07%

15.1.Valor bruto 3.584.032,80 € 3.586.597,82 € 0,07%

15.2.Imparidade ‐8.691,19 € ‐8.691,19 € 0,00%

16.Activos por impostos correntes 0,00 € 0,00 €

17.Activos por impostos diferidos 3.296.979,22 € 3.097.346,39 € ‐6,06%

18.Outros activos 723.740,05 € 315.597,35 € ‐56,39%

18.1.Valor bruto 7.483.881,98 € 7.075.739,28 € ‐5,45%

18.2.Amortizações e Imparidade ‐6.760.141,93 € ‐6.760.141,93 € 0,00%

Total do Activo 145.320.112,59 € 153.278.979,35 € 5,48%

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A rubrica “Aplicações em Instituições de Crédito” apresenta um aumento de 4,3 milhões euros, em consequência do aumento dos depósitos efectuados pelos clientes, cuja liquidez não foi possível alocar a outros activos.

Ao nível do crédito, verificou-se um aumento do seu valor em quase 13%, que foi influenciado pela subida que se verificou no crédito vivo, principal variável definida na estratégia de crescimento de resultados pela CCAM.

A rubrica de crédito vencido, ao contrário do esperado, sofreu um aumento de 1,6%, o que traduz num crescimento de 257 mil euros.

A rubrica dos “activos não correntes detidos para venda” diminuiu de forma muito ligeira (137 mil euros), traduzindo o aumento das imparidades registadas relativa a este tipo de activos e o facto de a alienação de imóveis ter sido reduzida face ao expectável e ocorrido no ano transacto.

No que se refere às variações do PASSIVO temos:

Passivo 31-12-2016 31-12-2017 Variação 19.Recursos de bancos centrais 0 € 0 € 20.Passivos financeiros detidos para negociação 0 € 0 € 21.Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados 0 € 0 € 22.Recursos de outras instituições de crédito 11.140.437 € 11.830.668 € 6,20% 23.Recursos de clientes e outros empréstimos 124.732.589 € 131.463.937 € 5,40% 24.Responsabilidades representadas por títulos 0 € 0 € 25.Passivos financeiros associados a activos transferidos 0 € 0 € 26.Derivados de cobertura 0 € 0 € 27.Passivos não correntes detidos para venda 0 € 0 € 28.Provisões 516.023 € 175.028 € -66,08% 29.Passivos por impostos correntes 9.532 € 22.710 € 138,26% 30.Passivos por impostos diferidos 0 € 0 € 31.Instrumentos representativos de capital 0 € 0 € 32.Outros passivos subordinados 11.050.416 € 11.050.413 € 0,00% 33.Outros passivos 1.483.219 € 1.662.572 € 12,09% Total de Passivo 148.932.216 € 156.205.328 € 4,88% 34.Capital 10.968.940 € 11.026.440 € 0,52% 35.Prémios de emissão 0 € 0 € 36.Outros instrumentos de capital 0 € 0 € 37.Acções próprias 0 € 0 € 38.Reservas de reavaliação 41.209 € 84.828 € 105,85% 39.Outras reservas e resultados transitados -14.906.119 € -14.206.096 € -4,70% 40.Resultado do exercício 283.867 € 168.479 € -40,65% 41.Dividendos antecipados 0 € 0 € - Total de Capital Próprio -3.612.103 € -2.926.349 € 18,98% Total de Passivo + Capital 145.320.113 € 153.278.979 € 5,48%

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A rubrica “Recursos de outras instituições de crédito” aumentou, tendo-se fixado nos 11,8 milhões. Já os recursos de clientes e outros empréstimos cresceram 5,4% para os 131,5 milhões de euros.

A rubrica” provisões” registou um decréscimo de 66%, fruto de alterações de registo contabilístico pela entrada em vigor das IAS 39.

O capital da CCAM melhorou em quase 19%, em virtude da incorporação dos resultados do exercício e do aumento de reservas de reavaliação. Contudo ainda continua a apresentar um valor negativo.

No que se refere aos indicadores mais importantes, salienta-se a descida do rácio de crédito vencido para cerca de 21%, apenas menos cerca de 8% do que no final de 2016.

Indicador 31-12-2016 31-12-2017 VAR

Empregados 34 33 -2,94%

Rácio transformação 54,82% 57,42% 4,74% Rácio crédito vencido 23,14% 21,31% -7,92% Rácio crédito vencido líquido 3,71% 2,33% -37,20% Imparidade/crédito vencido 91,85% 91,19% -0,72% Activo líquido por empregado 4.274.120,96 € 4.644.817,56 € 8,67% Rácio de eficiência 82,12% 81,06% -1,29% PB/N.Empregados 115.864,82 € 118.532,30 € 2,30% Com/PB Acumulados 28,84% 29,91% 3,71% Margem complementar/PB Acumulados 38,00% 37,99% -0,03% Margem Financeira/ Activo Líquido 1,68% 1,58% -5,95% R.Juros/Crédito vivo 3,97% 3,28% -17,38% E.Juros/recursos 0,26% 0,10% -61,54% Spread 3,71% 3,18% -14,29% R.Comissões/Crédito Vivo 2,48% 2,27% -8,47% Enc. Comissões / R. Comissões 12,95% 13,27% 2,47%

O rácio de transformação aumentou entre 2016 e 2017 de 55% para 57%.

Ainda assim, o rácio de eficiência (cost to income) situou-se nos 81%, uma ligeira redução na ordem dos 1,29% em relação ao ano anterior, denotando uma reduzida melhoria do perfil da CCAM neste rácio, que, contudo, se encontra condicionado pelas margens reduzidas que o negócio bancário actualmente apresenta.

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O rácio “Margem Financeira/ Activo líquido” piorou em relação ao ano anterior para os 1,58%, permanecendo abaixo dos 3%, valor considerado como normal no passado recente do Crédito Agrícola, também este condicionado pelas actuais margens do sector bancário e pela manutenção de um valor elevado em balanço de activos improdutivos.

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8. Recursos Humanos

A 31 de Dezembro de 2017, faziam parte do quadro de pessoal 33 trabalhadores, dos quais 21 do sexo masculino e 12 do sexo feminino e encontravam-se divididos, conforme quadro abaixo, pela seguinte estrutura etária.

Anos Homens Mulheres Total

18 a 30 1 0 1

31 a 40 0 5 5

41 a 50 10 5 15

51 a 60 10 1 11

> 60 0 1 1

Total 21 12 33

As suas habilitações literárias estão de acordo com o quadro abaixo apresentado:

Habilitações Homens Mulheres Total

11º Ano 3 1 4

12º Ano 10 3 13

Bach. 1 3 4

Licenc. 7 5 12

Total 21 12 33

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Ao nível da formação dos colaboradores, desencadeámos várias acções formativas sobre matérias diversificadas com enfoque na formação nas áreas de venda de seguros e ainda na Directiva Mercados e Instrumentos Financeiros (DMIF).

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9. Associados

Na continuidade do que vimos assumindo em matérias de responsabilidade social e de partilha dos benefícios de exploração, traduzidos em iniciativas que visam a entreajuda e o aumento do bem-estar dos seus associados, a nossa CCAM manteve a disponibilidade de acesso a um seguro de saúde por um valor simbólico anual por pessoa, o qual foi subscrito por 394 associados.

Adicionalmente mantivemos a isenção de comissão de manutenção das contas dos nossos associados, incentivámos a utilização do cartão de débito e crédito exclusivo para associados que apresenta um custo de 50% do valor de mercado e mantivemos um conjunto de bonificações aplicadas ao preçário sobre as operações realizadas com associados. Descrição antiguidade sócios:

Grupo Antiguidade Associados 1 1 ano 94 2 De 1 até a 5 Anos 391 3 De 5 Anos até 10 anos 553 4 De 10 anos até 25 anos 2.329 5 Mais de 25 anos 337 Total 3.704

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10. Actuação e Responsabilidade Social

Aderindo às boas práticas de âmbito social, a CCAM da Costa Verde prosseguiu a sua actividade centrada num conjunto de princípios e de padrões comportamentais, de conduta profissional de incidência alargada e extensiva aos membros dos seus Órgãos Sociais e Colaboradores, assentes nos princípios da responsabilidade e da qualidade total, do respeito, da lealdade e da honestidade, da independência, discrição e igualdade de tratamento, da diligência, eficiência e qualidade do serviço, procedimentos apreciados e centrados nas boas práticas da actividade bancária que se encontram formalizados, nomeadamente, no âmbito do código de conduta em vigor, que é do conhecimento de todos, existindo evidência quanto à sua leitura, compreensão e objectivos a atingir pela Instituição.

Na continuidade dos anos anteriores, ao nível da responsabilidade social, a CCAM da Costa Verde tem sabido interpretar e assumir os seus deveres e obrigações perante os seus colaboradores directos, os seus associados, clientes, fornecedores e todas as instituições com quem se relaciona no seu funcionamento corrente. Nesse sentido, encontram-se estabelecidas medidas que vão ao encontro deste sentimento social e que se traduzem nomeadamente:

. Na valorização dos recursos humanos da Instituição; . No apoio de Instituições locais de auxílio social, valorização pessoal e desenvolvimento cultural, quer pela via de donativos, quer pela aplicação de preçário próprio bonificado relativamente aos preços de mercado; . Na atribuição de preferência à utilização dos recursos disponíveis nos Concelhos de Vila Nova de Gaia, Ovar e Espinho, de que necessitamos para a nossa actividade;

De igual forma, ao nível ambiental tal preocupação foi também corporizada com sentido de responsabilidade, tendo a CCAM aderido a práticas recomendáveis que permitiram a redução do consumo de papel, transferindo a necessidade do arquivo físico para arquivo digital, a redução do consumo energético por via da formação dos colaboradores quanto à necessidade de desligar os aparelhos electrónicos, quando não necessários, e a utilização de equipamentos de baixo consumo energético.

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11. Relatório sobre a Estrutura e as Práticas de Governo Societário

11.1 Estrutura de Governo Societário

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Verde, CRL adopta o modelo de governação vulgarmente conhecido como “latino reforçado”, constituído pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Revisor Oficial de Contas.

Os membros dos órgãos sociais e da Mesa da Assembleia Geral são eleitos pela Assembleia Geral, para um mandato de três anos.

11.2 Organograma Geral da Caixa de Crédito Agrícola

Assembleia Geral

Conselho de Conselho Fiscal ROC 11.3 Assembleia-geral Administração

A Mesa da Assembleia-geral é constituída por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário.

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11.3.1 Composição da Mesa da Assembleia-geral

Presidente: Augusto Ferreira Machado Vice-Presidente: Joaquim António Flores Ferreira dos Santos Secretário: Vitor Manuel de Sousa Monteiro

11.3.2 Competência da Assembleia Geral

A Assembleia-geral delibera sobre todos os assuntos para os quais a Lei e os Estatutos lhe atribuam competências, competindo-lhe, em especial:

. Eleger, suspender e destituir os titulares dos cargos sociais, incluindo os seus Presidentes; . Votar a proposta de plano de actividades e de orçamento da Caixa Agrícola para o exercício seguinte; . Votar o relatório, o balanço e as contas do exercício anterior; . Aprovar a fusão, a cisão e a dissolução da Caixa Agrícola; . Aprovar a associação e a exoneração da Caixa Agrícola da CAIXA CENTRAL e de organismos cooperativos de grau superior; . Fixar a remuneração dos titulares dos órgãos sociais da Caixa Agrícola; . Decidir do exercício do direito de acção cível ou penal contra o revisor oficial de contas, administradores, gerentes, outros mandatários ou membros do Conselho Fiscal e da Mesa da Assembleia-geral; . Decidir da alteração dos Estatutos.

11.3.3 Conselho de Administração

O Conselho de Administração é composto por um número ímpar de membros efectivos, no mínimo de três e de um suplente.

Actualmente o Conselho de Administração é composto por três membros, com mandato para o triénio 2016/ 2018.

11.3.4 Composição do Conselho de Administração

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Presidente: Jorge Manuel da Silva Reis Vogal: Luís António Ferreira Sampaio Vogal: Pedro Alexandre da Silva Pinheiro Moitinho

11.3.5 Competências do Conselho de Administração

As competências do Conselho de Administração decorrem da Lei, competindo-lhe, em especial e de acordo com os Estatutos:

. Administrar e representar a Caixa Agrícola;

. Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, uma proposta de plano de

actividades e de orçamento para o exercício seguinte;

. Elaborar, para votação pela Assembleia Geral, o relatório e as contas relativos ao

exercício anterior;

. Adoptar as medidas necessárias à garantia da solvabilidade e liquidez da Caixa

Agrícola;

. Decidir das operações de crédito da Caixa Agrícola.

. Fiscalizar a aplicação dos capitais mutuados;

. Promover a cobrança coerciva dos créditos da Caixa Agrícola, vencidos e não

pagos;

. Organizar, dirigir e disciplinar os serviços.

11.3.6 Reuniões do Conselho de Administração

O Conselho de Administração reúne, pelo menos, 1 vez por semana, tendo realizado um total de cinquenta e duas reuniões em 2017.

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11.3.7 Distribuição de Pelouros pelos Membros do Conselho de Administração

O Conselho de Administração deliberou a distribuição de pelouros entre os seus membros da seguinte forma:

Presidente, Jorge Reis: Representação oficial e protocolar da Instituição.

Vogal, Pedro Moitinho: Competência conjunta, Área Administrativa e Financeira, Área de Controlo de Gestão de Riscos, Área de Compliance, Área de Auditoria Interna e Área Comercial.

Vogal, Luís Sampaio: Competência conjunta, Área Administrativa e Financeira, Área de Controlo de Gestão de Riscos, Área de Compliance, Área de Auditoria Interna e Área Comercial.

11.4 Órgãos de Fiscalização

A fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola compete a um Conselho Fiscal e uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas.

As competências dos órgãos de fiscalização são as que decorrem da lei, competindo ainda ao Conselho Fiscal, de acordo com os Estatutos, emitir parecer sobre a proposta de plano de actividade e de orçamento.

11.4.1 Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal é composto por três membros efectivos e, pelo menos, um suplente.

Composição do Conselho Fiscal

Presidente: Carlos Alberto Ramalho Rocha Vogal: Joaquim Rafael Couto Devesas Vogal: Guilhermina Fernanda Barbosa Casais do Couto Suplente: Joana Galamba Figueirinhas Costa

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Reuniões do Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal reúne, por regra, 1 vez por trimestre, tendo realizado, em 2017, um total de 8 reuniões.

11.4.2 Revisor Oficial de Contas

O mandato actual do Revisor Oficial de Contas é de 2016 a 2018, encontrando-se designado para o cargo:

Efectivo: Auren Auditores & Associados, SROC, S.A. Suplente: Carlos Pedro Ramos dos Santos Pinho

11.5 POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO

No que concerne à política de remunerações dos órgãos de Administração e de Fiscalização, informa-se o seguinte:

1. Em 29 de Dezembro de 2016 a Assembleia Geral Ordinária da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Verde, CRL apreciou e aprovou a Declaração sobre Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da Instituição, em cumprimento do disposto no art. 2º, nº 1, da Lei nº 28/2009, de 19 de Junho.

2. Nos termos e para os efeitos do nº 4 do art. 16º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, transcreve-se abaixo a referida Declaração, nos exactos termos em que foi aprovada pelos Associados da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo.

Declaração sobre política de remuneração CCAM da Costa Verde 2017

INTRODUÇÃO Em cumprimento do normativo aplicável, a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA foi definida e elaborada de modo a refletir Página | 64

adequada e proporcionalmente a dimensão, a organização interna e a natureza da Instituição, o âmbito e a complexidade da atividade por si desenvolvida, a natureza e a magnitude dos riscos assumidos e a assumir e o grau de centralização e delegação de poderes estabelecido no seio da mesma Instituição.

A mesma Política de Remuneração, atenta a ainda não existência de regulamentação do Banco de Portugal para a versão do RGICSF introduzida pelo Decreto-Lei nº 157/2014, teve em consideração os seguintes instrumentos: a) O RGICSF; b) O Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, quanto às normas ali contidas que não sejam incompatíveis com a nova redação do RGICSF e que não devam, por isso, considerar-se revogadas pela mesma; c) A Lei nº 28/2009, de 19 de Junho, na redação que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 157/2014. d) A Directiva nº 2013/36/EU, do Parlamento Europeu e do Conselho (IV Directiva de Requisitos de Capital); e) O Regulamento nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho (Regulamento de Requisitos de Capital)e as Orientações da Autoridade Bancária Europeia nº EBA/GL/2015/22; f) O Estatuto Remuneratório do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo.

PRINCÍPIOS GERAIS

O regime legal e regulamentar em vigor preserva a aplicação do princípio da proporcionalidade na definição das políticas de remuneração, pelo que se optou por manter a relevância dada até aqui a elementos como a natureza jurídica de cooperativa da Instituição e a dela decorrente ausência de fins lucrativos, a imposição de restrições de natureza geográfica à atuação da dita Instituição, fatores que determinam que a tais funções correspondam muitas vezes remunerações de valor senão simbólico, pelo menos inferior ao da média dos colaboradores da Instituição, sendo, por conseguinte, tais remunerações insuscetíveis de qualquer comparação com as que são auferidas no resto do setor bancário, tal como são insuscetíveis de levar à assunção de riscos excessivos ou de pôr em causa os interesses de longo prazo da Instituição, a sua estabilidade financeira ou a sua base de capital.

Nesta perspetiva, para além de se terem que considerar inaplicáveis à CAIXA AGRÍCOLA todas as disposições do RGICSF, da Lei nº 28/2009 e do Aviso nº 10/2011 (os últimos na medida em que se considerem compatíveis com o primeiro) que pressuponham que as entidades às mesmas sujeitas revestem a natureza jurídica de sociedades anónimas, houve que ponderar a aplicação de Página | 65

muitas das demais normas, sempre por referência ao princípio da proporcionalidade ínsito no corpo do nº 3 do art.º 115º-C do RGICSF.

Consequentemente, o referido princípio da proporcionalidade presidiu à elaboração da presente Política de Remuneração que, nos termos do RGICSF, prossegue ainda os seguintes objetivos:

a) Promover e ser coerente com uma gestão de riscos sã e prudente e não incentivar a assunção de riscos superiores ao nível de risco tolerado pela Instituição; b) Ser compatível com a estratégia empresarial da Instituição, os seus objetivos, valores e interesses de longo prazo e incluir medidas destinadas a evitar conflitos de interesses; c) Distinguir de forma clara os critérios para a fixação da componente fixa da remuneração, fundamentados principalmente na experiência profissional relevante e na responsabilidade organizacional de cada Membro de Órgão de Administração ou de Fiscalização.

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Nos termos e para os efeitos do nº 1 do art.º 16º do Aviso nº 10/2011, declara-se que: a) A Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é definida pela Assembleia Geral, sem a intervenção de quaisquer consultores externos, cabendo à mesma revê-la periodicamente, pelo menos uma vez por ano, em sede da sua aprovação nos termos do nº 4 do art.º 115º-C do RGICSF; b) A presente política não contempla a atribuição de remunerações variáveis; c) Vistos a natureza e dimensões da Instituição, a inexistência de remunerações variáveis, o valor das remunerações pagas aos membros dos respetivos Órgãos de Administração e de Fiscalização e o facto de, não sendo a Instituição uma sociedade anónima, lhe ser impossível pagar qualquer remuneração sob a forma de ações ou instrumentos nos termos do nº 3 do art.º 115º-E do RGICSF, não será diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração; d) A Política de Remuneração é propícia ao alinhamento dos interesses dos Membros do Órgão de Administração com os interesses de longo prazo da Instituição e é igualmente consentânea com o desincentivo de uma assunção excessiva de riscos, na medida em que preconiza a atribuição de uma remuneração de valor moderado, compatível com as tradições e com a natureza específica do Crédito Agrícola; e) Atenta a natureza cooperativa da CAIXA AGRÍCOLA, o desempenho dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é, em primeira linha, avaliado pelos Associados em sede de Assembleia Geral, refletindo tal avaliação não só o desempenho económico da Instituição, mas também outros critérios diretamente relacionados com a sobredita natureza cooperativa, incluindo a qualidade da relação estabelecida entre Administração e

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Cooperadores e da informação prestada aos membros sobre o andamento dos negócios sociais.

REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ORGÃO DE FISCALIZAÇÃO: CONSELHO FISCAL

A remuneração dos Membros do Conselho Fiscal, tendo em consideração a natureza da composição desse Órgão Social, consiste exclusivamente numa componente fixa, paga em montante fixo mensal, liquidado em doze meses, de acordo com o valor fixado pela Assembleia Geral.

REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADORES EXECUTIVOS a) A remuneração dos membros executivos do Conselho de Administração consiste exclusivamente numa componente fixa, paga em montante fixo mensal liquidado em catorze meses, de acordo com o valor fixado pela Assembleia Geral.

b) Acresce a esta remuneração: Atribuição de telemóvel para execução das suas funções; Atribuição Seguro Saúde, caso o membro não disponha de um sistema de saúde complementar, nomeadamente os disponíveis para todos os colaboradores da CCAM (SAMS);

c) Em qualquer circunstância e não obstante o estabelecido neste ponto, a remuneração fixa mensal líquida de Administrador Executivo que detenha vínculo laboral junto da CCAM suspenso por força do disposto no número dois do artigo 398º do Código das Sociedades Comerciais não poderá ser, em circunstância alguma, inferior à remuneração global líquida – aqui se entendendo e englobando salário, complementos, isenções de horário e demais prestações de natureza pecuniária – que detinha na qualidade de colaborador da CCAM. d) A regra anterior aplica-se com as devidas adaptações aos benefícios sociais, não podendo o Administrador Executivo que detenha vínculo laboral junto da CCAM suspenso por força do disposto no número dois do artigo 398º do Código das Sociedades Comerciais ficar com benefícios sociais menores e/ou inferiores aos que detinha enquanto colaborador ao serviço da CCAM. e) Poderá ser atribuído aos Administradores Executivos com dedicação exclusiva, o direito a utilização de viatura de serviço, telemóvel ou cartão de crédito no exercício das Página | 67

respectivas funções, bem como o direito a serem reembolsados das despesas em que incorram no exercício das mesmas.

Nos termos e para os efeitos dos art.ºs 115º-E e 115º-F do RGICSF e do nº 2 do art.º 16º do Aviso nº 10/2011, mais se declara que:

Quanto à avaliação do desempenho a) O órgão competente para a avaliação do desempenho individual dos Administradores Executivos é o Órgão de Fiscalização, sem prejuízo da competência da Assembleia Geral, nos termos acima descritos; b) A remuneração dos Administradores Executivos não inclui uma componente variável, pelo que são inaplicáveis os art.ºs 115º-E e 115º-F do RGICSF e as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art.º 16º do Aviso nº 10/2011.

Quanto aos mecanismos de “malus” e “clawback”

Conforme referido acima, a remuneração dos Administradores executivos não inclui uma componente variável, pelo que são inaplicáveis as regras constantes do RGICSF quanto à aquisição do direito à mesma e aos mecanismos de redução (“malus”) ou reversão (“clawback”).

Disposições gerais

a) Uma vez que a remuneração dos Administradores Executivos não inclui uma componente variável, são inaplicáveis as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art.º 16º do Aviso nº 10/2011; b) No exercício de 2017 não foram pagas nem se mostraram devidas compensações e indemnizações a Membros do Órgão de Administração devido à cessação das suas funções; c) A Instituição não celebrou com os Membros do seu Órgão de Administração qualquer contrato que lhes confira direito a compensações ou indemnizações em caso de destituição, incluindo pagamentos relacionados com a duração de um período de pré- aviso ou cláusula de não concorrência, pelo que o direito a tais compensações ou indemnizações se rege exclusivamente pelas normas legais aplicáveis, sendo desnecessários os instrumentos jurídicos a que alude o art.º 10º do Aviso nº 10/2011; de igual modo, não vigora na Instituição qualquer regime especial relativo a pagamentos

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relacionados com a cessação antecipada de funções, pelo que é igualmente inaplicável o nº 11 do art.º 115º-E do RGICSF; d) Os Membros do Órgão de Administração da Instituição não auferiram quaisquer remunerações pagas por sociedades em relação de domínio ou de grupo com a Instituição; e) Não vigoram na Instituição quaisquer regimes complementares de pensões ou de reforma antecipada, nem são concedidos benefícios discricionários de pensão; f) Inexistem outros benefícios não pecuniários relevantes que possam ser considerados como remuneração. g) Os Membros do Órgão de Administração não utilizam quaisquer seguros de remuneração ou responsabilidade, ou quaisquer outros mecanismos de cobertura de risco tendentes a atenuar os efeitos de alinhamento pelo risco inerente às suas modalidades de remuneração h) Caso seja atribuída qualquer remuneração a Administrador Executivo eleito para o seu primeiro mandato que vise compensá-lo pela cessação de funções anteriores, esta terá em consideração os interesses de longo prazo da Instituição e será sujeita às regras que em cada momento vigorem quanto a desempenho, indisponibilidade mediante retenção pela Instituição, diferimento e reversão, sem prejuízo de, conforme referido, não ser atualmente diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração.

REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS

A remuneração dos membros não executivos do Conselho de Administração consiste exclusivamente numa componente fixa, paga em montante fixo mensal liquidado em catorze meses, de acordo com o valor fixado pela Assembleia Geral.

Acresce a esta remuneração: Atribuição de telemóvel para execução das suas funções; Atribuição Seguro Saúde, caso o membro não disponha de um sistema de saúde complementar, nomeadamente os disponíveis para todos os colaboradores da CCAM (SAMS);

REMUNERAÇÃO DA ASSEMBLEIA-GERAL

A remuneração da Mesa da Assembleia-geral é fixada em Assembleia-geral sob proposta do Conselho de Administração.

REVISOR OFICIAL DE CONTAS

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A remuneração do Revisor Oficial de Contas é estabelecida com base nas práticas de mercado e definida no âmbito de contrato de prestação de serviços de revisão de contas.

Remunerações dos Órgãos Sociais

Remuneração

Fixa Variável Total

Conselho de Administração

Presidente 28.000,00 € 0,00 € 28.000,00 €

Vogal 28.000,00 € 0,00 € 28.000,00 € Vogal 81.761,00 € 0,00 € 81.761,00 €

137.761,00 € 0,00 € 137.761,00 €

Conselho Fiscal

Presidente 1.500,00 € 0,00 € 1.500,00 € Vogal 1.500,00 € 0,00 € 1.500,00 € Vogal 1.500,00 € 0,00 € 1.500,00 €

4.500,00 € 0,00 € 4.500,00 €

Revisor Oficial de Contas

Auren Auditores e Associados, S.R.O.C.,S.A. 8.000,00 € 0,00 € 8.000,00 €

8.000,00 € 0,00 € 8.000,00 €

11.6 Política de remuneração dos colaboradores

Dando cumprimento ao disposto no nº 3 do artigo 16º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, é prestada a seguinte informação, atinente à política de remuneração de colaboradores:

Princípios Orientadores

A Política de Remuneração (PR) é definida e elaborada de modo a adequar-se às exigências impostas, nomeadamente no aviso 10/2011 emitido pelo Banco de Portugal, decorrente da autorização estabelecida no decreto-lei 103/2007.

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Esta PR tem em consideração a dimensão, a organização interna e a natureza da Instituição, o âmbito e a complexidade da actividade por si desenvolvida, a natureza e a magnitude dos riscos assumidos e a assumir e o grau de centralização e delegação de poderes estabelecido no seio da mesma Instituição.

Competência

A política de remuneração dos Colaboradores é decidida pelo Conselho de Administração.

Constituição da Remuneração dos Colaboradores

Os colaboradores auferem uma remuneração fixa em conformidade com o estabelecido no Acordo Colectivo de Trabalho do Crédito Agrícola (ACT), a qual é paga 14 vezes por ano. A esta remuneração fixa é acrescido um complemento de remuneração também fixo, o qual é actualizado, anualmente, na mesma percentagem que for aprovada para a actualização do ACT.

Não são atribuídas isenções de horário, excepto para os colaboradores que as tenham definido contratualmente. Anualmente poderá ser definido um valor global de prémios a atribuir, o qual é distribuído em função do resultado de avaliação de desempenho individual do colaborador e do desempenho colectivo da equipa a que este está afecto. Esta remuneração variável não pode ultrapassar 10% do rendimento fixo anual atribuído ao colaborador.

Avaliação do Desempenho

Para atribuição da remuneração variável, anualmente é desencadeado um processo transversal a toda a Instituição de avaliação de desempenho individual de cada colaborador. A definição de todo o processo e os critérios de avaliação estão documentados e são do conhecimento de toda a organização.

Colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011

Auferem uma remuneração fixa paga 14 vezes por ano, de acordo com as condições dispostas no ACT do Crédito Agrícola, a qual pode ainda integrar um complemento remunerativo mensal fixo, estabelecido contratualmente. Estes não auferem qualquer remuneração variável, excepto as

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previstas no ACT do Crédito Agrícola, nomeadamente o que se encontra previsto no n.º 4 da cláusula 71ª.

A sua avaliação é efectuada directamente pelo Conselho de Administração.

Remuneração dos colaboradores abrangidos pelo n.º 2 do artigo 1º do Aviso 10/2011 do Banco de Portugal.

Remuneração Fixa Variável Total Funções de Controlo

Auditoria Interna 40.399,29 € 0,00 € 40.399,29 € Compliance 21.584,53 €1.949,06 € * 23.533,59 €

61.983,82 € 1.949,06 € 63.932,88 €

Outras Funções de Responsabilidade 158.484,24 € 0,00 € 158.484,24 €

158.484,24 € 0,00 € 158.484,24 €

*Valor auferido de acordo com Politica de Incentivos, na sequência do exercício da função de Análise de Risco de Crédito em acumulação com a função Compliance

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12. Conclusões

O resultado obtido em 2017 foi positivo, ainda assim menor do que era expectável em função da dimensão de impostos diferidos reconhecidos. Pelo que destacamos o resultado do rendimento integral obtido no valor de 628 mil euros que representa quase o triplo do obtido no ano de 2016.

Os resultados obtidos são a consequência da dedicação, esforço e entrega de grande parte dos nossos colaboradores que compreenderam a mensagem da necessidade da Caixa melhorar a sua prestação comercial, a sua actividade de recuperação de crédito e a gestão dos seus activos imobiliários.

O resultado positivo, o aumento do crédito e o aumento do nível de comissionamento permitiu que se cumprisse a maior parte dos objectivos que nos propusemos concretizar para o ano de 2017.

Apesar do resultado do exercício se inferior ao expectável, o facto da Caixa da Costa Verde ter conseguido pelo segundo ano consecutivo um resultado de exploração positivo revela capacidade da actual estrutura para gerar receitas e motiva-nos na prossecução da recuperação da Caixa, apesar de estarmos cientes das dificuldades que nos esperam em função da debilidade da economia portuguesa (único mercado em que actuamos) e do aumento da concorrência, que terá como consequência a descida das taxas médias aplicadas às operações de crédito.

Destacamos de igual forma que a Caixa tem vindo a desenvolver trabalho de reduzir os riscos incorridos, pelo que destacamos o actual nível de cobertura de imparidades sobre o crédito vencido que se manteve nos 91%, o aumento do activo líquido por colaborador em cerca de 8,7%, mais de 4,6 milhões de euros por colaborador, a diversificação da origem das receitas, com a margem complementar a representar 38% do Produto Bancário. Estas serão as bases para que a CCAM da Costa Verde possa prosseguir a sua actividade com níveis de rentabilidade positivos, recuperando dos desequilíbrios financeiros passados e, sobretudo, continuar a sua acção de apoio no desenvolvimento da actividade económica na área geográfica da sua influência, nomeadamente nos Concelhos de Ovar, Espinho e Vila Nova de Gaia.

Damos igualmente nota para a evolução positiva que se tem verificado no número de associados, o reconhecimento do movimento cooperativista, como reforço da defesa do individuo em relação às decisões unilaterais e poderosas suportadas pelo capital.

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Reconhecemos as dificuldades com que nos confrontamos. Ainda assim acreditamos que com a união e cooperação de todos será possível voltar a ter uma actividade positiva neste cenário, pelo que não podemos deixar de agradecer o esforço que verificamos em todos aqueles que nos acompanham, os colaboradores, os associados, os clientes, os fornecedores e as entidades de supervisão.

Vila Nova de Gaia, 12 Março de 2018

O Conselho de Administração:

Jorge Manuel da Silva Reis Luís António Ferreira Sampaio Pedro Alexandre da Silva Pinheiro Moitinho

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V) Demonstrações Financeiras

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VI) Proposta de Aplicação de Resultados

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PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS

Como resulta das demonstrações financeiras apresentadas, o resultado líquido do exercício é positivo, no montante de 168.478,89 Euros (cento e sessenta e oito mil, quatrocentos e setenta e oito euros e oitenta e nove cêntimos). Em cumprimento dos preceitos legais e estatutários, o Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Verde, C. R. L. propõe aos Senhores Associados, reunidos em Assembleia-Geral, e submete à sua aprovação a aplicação dos resultados líquidos obtidos no exercício de 2017 na conta “Resultados Transitados”:

Para Resultados Transitados € 168.478,89

Vila Nova de Gaia, 12 de Março de 2018

O Conselho de Administração:

Jorge Manuel da Silva Reis Luís António Ferreira Sampaio Pedro Alexandre da Silva Pinheiro Moitinho

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VII) Parecer do Conselho Fiscal

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RELATÓRIO SOBRE A ACÇÃO FISCALIZADORA E PARECER

De acordo com o disposto na alínea e) do art.º 53º do Código Cooperativo, cumpre ao Conselho Fiscal emitir relatório sobre a sua acção fiscalizadora e dar parecer sobre os documentos de prestação de Contas da CCAM da Costa Verde, relativos ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2017.

A acção fiscalizadora da Caixa compete ao Conselho Fiscal e a um Revisor Oficial de Contas.

O Conselho Fiscal, no âmbito das suas competências e tendo em consideração o modelo de governação adoptado na Instituição, acompanhou e fiscalizou a actividade da Caixa, tendo reunido periodicamente com os membros do conselho de administração, em especial o administrador executivo, Dr. Pedro Moitinho, com a Dra. Fátima Pereira do D.A.S. da Caixa Central, com técnicos dos serviços internos, e o responsável da ARC, Dr. Luís Marcial.

Nas suas reuniões periódicas, o Conselho Fiscal analisou os documentos de controlo orçamental, dos activos e passivos, do crédito vencido global e por balcões, do crédito em contencioso, do controlo de objectivos, das demonstrações de resultados periódicas e da evolução do controlo de recuperação de crédito.

Apesar do reforço das imparidades, o Conselho Fiscal recomendou regularmente ao Conselho de Administração o reforço de garantias contratuais, a fim de acautelar a exposição da Caixa.

Em 15 de Fevereiro, o C.F. analisou o Relatório de avaliação do cumprimento de normas legais e regulamentares da responsabilidade da sociedade de Revisores Oficiais de Contas PWC, com data de referência de 30 de Junho de 2016.

Em 15 de Março, o C. F. analisou o Relatório e Contas do exercício de 2016 e emitiu o seu parecer favorável. Analisou igualmente o documento sobre “Avaliação da Política de Remunerações” e elaborou um relatório de avaliação da implementação da política de remunerações em 2017.

Em 21 de Março analisou o documento elaborado pelo C.A. da Caixa sobre o relatório de avaliação elaborado pela sociedade de revisores oficiais de contas PWC e emitiu parecer sobre o mesmo documento.

Em 22 de Junho, o C.F. analisou o Relatório de Controlo Interno, de acordo com o aviso 5/2008, apresentado pelo responsável do Controlo Interno, Armando Moreira, emitiu a sua opinião detalhada sobre a adequação e eficácia do sistema de controlo interno da CCAM e tomou Página | 84

conhecimento do Relatório de Prevenção do Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo, apresentado pela responsável do Controlo de Risco, Dra. Sónia Oliveira.

Em 14 de Setembro, o C. F. analisou o Relatório Semestral da actividade da CCAM, de acordo com a cláusula 6ª do nº 9 do CAF, assinado entre o Fundo de Garantia do CAM e a CCAM da Costa Verde, referente ao período entre Janeiro e Junho de 2017.

Em 14 de Dezembro, o C.F. analisou o Plano de Actividades, Orientações Gerais e Orçamento para 2018 e emitiu o respectivo parecer.

Em termos de contas, evidenciamos os seguintes indicadores caracterizadores da actividade no exercício de 2017:

 resultado líquido positivo de 168 mil euros, bastante inferior ao obtido no ano transacto,

embora o resultado acumulado antes de impostos fosse de 411 mil euros;

 aumento do activo líquido em 5,5% face a 2016;

 aumento de recursos de clientes de 5,5%;

 aumento do capital do próprio, no montante de 686 mil euros;

 aumento do valor do crédito em quase 13%;

 aumento de cerca de 1,6% do crédito vencido;

 ligeira redução da margem financeira, resultante da diminuição dos spreads aplicados às

novas operações de crédito.

No período posterior ao encerramento do exercício e no âmbito das funções previstas no Código Cooperativo, o C.F. analisou o Relatório e as Contas, apresentados pelo Conselho de Administração, em articulação com a Sociedade de Revisores Oficiais de Contas.

O Conselho apreciou o conteúdo da “Certificação Legal das Contas”, emitido pelo Revisor Oficial da Contas sobre as contas do exercício de 2017.

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VIII) Anexo

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ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

(EM 31 DE DEZEMBRO DE 2017)

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1. Nota introdutória A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da COSTA VERDE, C.R.L. (adiante designada por Caixa ou CCAM COSTA VERDE) é uma instituição de crédito com sede em Vila Nova de Gaia, contribuinte nº 501.293.191. Constitui objecto da Caixa a concessão de crédito e a prática dos demais actos inerentes à actividade bancária, nos termos previstos na legislação aplicável.

A Caixa forma parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é formado pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central) e pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas. Compete à Caixa Central assegurar a orientação, fiscalização e representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo.

Em 30 de Junho de 2017, a Caixa opera através da sua sede, situada na Rua Correia de Carvalho, 188 em Vila Nova de Gaia e através de uma rede de 9 balcões situados nos concelhos de Vila Nova de Gaia, Espinho e Ovar.

2. Bases de apresentação, comparabilidade da informação e principais políticas contabilísticas

2.1 Bases de apresentação das contas

Até 31 de Dezembro de 2016, as demonstrações financeiras em base individual da Caixa foram preparadas e apresentadas de acordo com as Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), tal como imposto pelo Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal.

As NCA tinham por base as Normas Internacionais de Contabilidade (NIC), tal como adoptadas, em cada momento, por Regulamento da União Europeia, sendo contudo aplicáveis as derrogações previstas nos Avisos nº 1/2005 e nº 4/2005 do Banco de Portugal.

Com a publicação do Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal, as entidades sujeitas à supervisão do Banco de Portugal passaram a estar obrigadas a elaborar as suas demonstrações financeiras em base individual de acordo com as NIC, tal como adoptadas, em cada momento, por Regulamento da União Europeia.

As NIC incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), bem como as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee (IFRIC) e pelos respetivos órgãos antecessores. Apesar de o Aviso nº 5/2015 ter produzido efeitos a partir do dia 1 de Janeiro de 2016, as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo integradas no Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) beneficiaram, durante o ano de 2016, do regime transitório previsto no artigo 3º do referido Aviso, pelo que nestas entidades a adopção das NIC apenas ocorreu no dia 1 de Janeiro de 2017. De notar que as demonstrações financeiras consolidadas do Grupo Crédito Agrícola (GCA), o qual inclui o SICAM, já eram preparadas e apresentadas de acordo com as NIC, pelo que esta adopção em 2017 ocorreu apenas a nível das contas individuais. As demonstrações financeiras da Caixa apresentadas reportam-se ao 1º semestre de 2017, período findo em 30 de Junho, tendo sido já preparadas de acordo com as NIC.

As demonstrações financeiras estão expressas em Euros e foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com excepção dos ativos e passivos registados ao justo valor.

De notar que a preparação das demonstrações financeiras de acordo com as NIC requer que a Caixa efectue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, ativos e passivos. Alterações em tais pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impacto sobre as actuais estimativas e julgamentos.

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Estas demonstrações financeiras foram aprovadas em Assembleia Geral de Associados no dia 30 de Março de 2017. 2.2. Alterações às políticas contabilísticas e comparabilidade da informação

A entrada em vigor do Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal, impôs a necessidade de a Caixa elaborar as suas demonstrações financeiras individuais, a partir de 1 de Janeiro de 2017, de acordo com as NIC, deixando assim de ser aplicadas as NCA. Com a publicação do referido Aviso, foram revogados os Avisos nº 1/2005 e nº 3/95 do Banco de Portugal, os quais regulamentavam a constituição de provisões por parte das instituições de crédito, com as seguintes finalidades: (i) risco específico de crédito, (ii) riscos gerais de crédito, (iii) encargos com pensões de reforma e sobrevivência, (iv) menos-valias de títulos e imobilizações financeiras, (v) menos-valias de outras aplicações e (vi) risco-país.

Neste sentido, o crédito concedido, as garantias prestadas e outras operações de natureza análoga passaram a estar sujeitas ao registo de perdas por imparidades de acordo com os requisitos da NIC 39 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, deixando de se aplicar o modelo de provisionamento previsto no Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal.

Assim, a alteração resultante da revogação das NCA e adopção das NIC para efeitos da preparação e apresentação das demonstrações financeiras, a partir de 1 de Janeiro de 2017, teve impacto nomeadamente ao nível da diminuição das provisões para crédito a clientes e garantias, decorrente do reconhecimento de perdas por imparidade apuradas em conformidade com a NIC 39 por substituição do anterior referencial previsto no Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal.

De acordo com as NIC, a adopção do novo normativo contabilístico deve ser aplicada retrospectivamente, pelo que a Caixa ajustou as suas demonstrações financeiras de 2016 para efeitos comparativos.

Assim, as demonstrações financeiras de 2017 são em todos os aspectos materialmente relevantes comparáveis com as demonstrações financeiras que se apresentam no presente documento referentes ao período anterior (ou seja, 2016).

Apresenta-se nos quadros abaixo a reconciliação das principais rubricas das demonstrações financeiras aprovadas em 2016, as quais foram preparadas em base NCA, e as demonstrações financeiras de 2016, preparadas de acordo com as NIC, reportadas neste documento para efeitos comparativos:

01-jan-17 31-dez-16

Provisões, Activo Activo Activo ACTIVO Imparidades e Bruto Líquido Líquido amortizações

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 1.118.676 1.118.676 1.118.676 Disponibilidades em outras instituições de crédito 4.906.967 4.906.967 4.906.967 Activos financeiros detidos para negociação - Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados - Activos financeiros disponíveis para venda 932.694 87.260 845.434 845.434 Aplicações em instituições de crédito 64.231.374 64.231.374 64.231.374 Crédito a clientes 68.380.929 14.499.916 53.881.013 53.844.363 Investimentos detidos até à maturidade 40.173 40.173 40.173 Activos não correntes detidos para venda 14.738.721 2.995.296 11.743.425 11.743.425 Outros activos tangíveis 3.377.511 2.383.873 993.638 993.638 Activos intangíveis 719 719 - Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjunto 3.584.033 8.691 3.575.342 3.575.342 Activos por impostos correntes - Activos por impostos diferidos 3.296.979 3.296.979 3.296.979 Outros activos 7.483.887 6.760.142 723.745 723.745

Total do Activo 172.092.663 26.735.897 145.356.766 145.320.117 Página 3

PASSIVO E CAPITAL 01-jan-17 31-dez-16

Recursos de bancos centrais Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados Recursos de outras instituições de crédito 11.140.437 11.140.437 Recursos de clientes e outros empréstimos 124.732.593 124.732.593 Responsabilidades representadas por títulos Provisões 136.516 516.023 Passivos por impostos correntes 9.532 9.532 Passivos por impostos diferidos Instrumentos representativos de capital Outros passivos subordinados 11.050.416 11.050.416 Outros passivos 1.483.219 1.483.219 Total do Passivo 148.552.713 148.932.220

Capital 10.968.940 10.968.940 Prémios de emissão Outros instrumentos de capital 416.156 Reservas de reavaliação 41.209 41.209 Outras reservas e resultados transitados (14.906.119) (14.906.119) Lucro do exercício 283.867 283.867 Dividendos antecipados

Total dos Capitais Próprios (3.195.947) (3.612.103) Total do Passivo e dos Capitais Próprios 145.356.766 145.320.117

1. Normas publicadas, cuja aplicação é obrigatória para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018, que a União Europeia já endossou:

a) IFRS 9 (nova), ‘Instrumentos financeiros’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). A IFRS 9 substitui os requisitos da IAS 39, relativamente: (i) à classificação e mensuração dos ativos e passivos financeiros; (ii) ao reconhecimento de imparidade sobre créditos a receber (através do modelo da perda esperada); e (iii) aos requisitos para o reconhecimento e classificação da contabilidade de cobertura.

b) IFRS 15 (nova), ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta nova norma aplica-se apenas a contratos para a entrega de produtos ou prestação de serviços, e exige que a entidade reconheça o rédito quando a obrigação contratual de entregar ativos ou prestar serviços é satisfeita e pelo montante que reflecte a contraprestação a que a entidade tem direito, conforme previsto na “metodologia das 5 etapas”.

2. Normas (novas e alterações) e interpretações publicadas, cuja aplicação é obrigatória para períodos anuais que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017, mas que a União Europeia ainda não endossou:

2.1 - Normas

a) IAS 7 (alteração), ‘Revisão às divulgações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração introduz uma divulgação adicional sobre as variações dos passivos de financiamento, desagregados entre as transacções que deram origem a movimentos de caixa e as que não, e a forma como esta informação concilia com os fluxos de caixa das actividades de financiamento da Demonstração do Fluxo de Caixa.

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b) IAS 12 (alteração), ‘Imposto sobre o rendimento – Reconhecimento de impostos diferidos ativos sobre perdas potenciais’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica a forma de contabilizar impostos diferidos ativos relacionados com ativos mensurados ao justo valor, como estimar os lucros tributáveis futuros quando existem diferenças temporárias dedutíveis e como avaliar a recuperabilidade dos impostos diferidos ativos quando existem restrições na lei fiscal.

c) IAS 40 (alteração) ‘Transferência de propriedades de investimento’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica que os ativos só podem ser transferidos de e para a categoria de propriedades de investimentos quando exista evidência da alteração de uso. Apenas a alteração da intenção da gestão não é suficiente para efectuar a transferência.

d) IFRS 2 (alteração), ‘Classificação e mensuração de transacções de pagamentos baseados em acções’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração clarifica a base de mensuração para as transacções de pagamentos baseados em acções liquidadas financeiramente (“cash-settled”) e a contabilização de modificações a um plano de pagamentos baseado em acções, que alteram a sua classificação de liquidado financeiramente (“Cash-settled”) para liquidado com capital próprio (“equity-settled”). Para além disso, introduz uma excepção aos princípios da IFRS 2, que passa a exigir que um plano de pagamentos baseado em acções seja tratado como se fosse totalmente liquidado com capital próprio (“equity-settled”), quando o empregador seja obrigado a reter um montante de imposto ao funcionário e pagar essa quantia à autoridade fiscal.

e) IFRS 4 (alteração), ‘Contratos de seguro (aplicação da IFRS 4 com a IFRS 9)’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta alteração ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta alteração atribui às entidades que negoceiam contratos de seguro a opção de reconhecer no Outro rendimento integral, em vez de reconhecer na Demonstração dos resultados, a volatilidade que pode resultar da aplicação da IFRS 9 antes da nova norma sobre contratos de seguro ser publicada. Adicionalmente é dada uma isenção temporária à aplicação da IFRS 9 até 2021 às entidades cuja actividade predominante seja a de seguradora. Esta isenção é opcional e não se aplica às demonstrações financeiras consolidadas que incluam uma entidade seguradora.

f) Alterações à IFRS 15, ‘Rédito de contratos com clientes’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Estas alterações ainda estão sujeitas ao processo de endosso pela União Europeia. Estas alterações referem-se às indicações adicionais a seguir para determinar as obrigações de desempenho de um contrato, ao momento do reconhecimento do rédito de uma licença de propriedade intelectual, à revisão dos indicadores para a classificação da relação principal versus agente, e aos novos regimes previstos para simplificar a transição.

g) IFRS 16 (nova), ‘Locações’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta nova norma substitui o IAS 17, com um impacto significativo na contabilização pelos locatários que são agora obrigados a reconhecer um passivo de locação reflectindo futuros pagamentos da locação e um activo de “direito de uso" para todos os contratos de locação, excepto certas locações de curto prazo e de ativos de baixo valor. A definição de um contrato locação também foi alterada, sendo baseada no "direito de controlar o uso de um activo identificado".

h) IFRS 17 (nova), ‘Contratos seguro’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2021). Esta norma ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Esta nova norma substitui o IFRS 4 e é aplicável a todas as entidades que emitam contratos de seguro, contratos de resseguro e contratos de investimento com características

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de participação discricionária. A IFRS 17 baseia-se na mensuração corrente das responsabilidades técnicas, a cada data de relato. A mensuração corrente pode assentar num modelo completo (“building block approach”) ou simplificado (“premium allocation approach”). O reconhecimento da margem técnica é diferente consoante esta seja positiva ou negativa. A IFRS 17 é de aplicação retrospectiva.

i) Melhorias às normas 2014 – 2016 (a aplicar, em geral, nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2017). Este ciclo de melhorias ainda está sujeito ao processo de endosso pela União Europeia. Este ciclo de melhorias afecta os seguintes normativos: IFRS 1, IFRS 12 e IAS 28.

2.2 - Interpretações a) IFRIC 22 (nova), ‘Operações em moeda estrangeira e contraprestação antecipada’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2018). Esta interpretação ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Trata-se de uma interpretação à IAS 21 ‘Os efeitos de alterações em taxas de câmbio’ e refere-se à determinação da "data da transacção" quando uma entidade paga ou recebe antecipadamente a contraprestação de contratos denominados em moeda estrangeira. A “data da transacção” determina a taxa de câmbio a usar para converter as transacções em moeda estrangeira. b) IFRIC 23 (nova), ‘Incerteza sobre o tratamento de Imposto sobre o rendimento’ (a aplicar nos exercícios que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2019). Esta interpretação ainda está sujeita ao processo de endosso pela União Europeia. Trata-se de uma interpretação à IAS 12 – ‘Imposto sobre o rendimento’, referindo-se aos requisitos de mensuração e reconhecimento a aplicar quando existem incertezas quanto à aceitação de um determinado tratamento fiscal por parte da Administração fiscal relativamente a Imposto sobre o rendimento. Em caso de incerteza quanto à posição da Administração fiscal sobre uma transacção específica, a entidade deverá efectuar a sua melhor estimativa e registar os ativos ou passivos por imposto sobre o rendimento à luz da IAS 12, e não da IAS 37 – “Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes”, com base no valor esperado ou o valor mais provável. A aplicação da IFRIC 23 pode ser retrospectiva ou retrospectiva modificada.

Quadro resumo novas normas:

Descrição Alteração Data efectiva

1. Normas que se tornam efectivas, em ou após 1 de Janeiro de 2018, já endossadas pela UE

 IFRS 9 – Instrumentos financeiros Nova norma para o tratamento 1 de Janeiro de 2018 contabilístico de instrumentos financeiros

 IFRS 15 – Rédito de contratos com Reconhecimento do rédito 1 de Janeiro de 2018 clientes relacionado com a entrega de ativos e prestação de serviços, pela aplicação o método das 5 etapas.

2. Normas (novas e alterações) e interpretações que se tornam efectivas, em ou após 1 de Janeiro de 2017, ainda não endossadas pela UE

2.1 Normas

 IAS 7 – Demonstração dos fluxos de Reconciliação das alterações no 1 de Janeiro de 2017 Página 6

Descrição Alteração Data efectiva caixa passivo de financiamento com os fluxos de caixa das actividades de financiamento.

 IAS 12 – Imposto sobre o rendimento Registo de impostos diferidos 1 de Janeiro de 2017 ativos sobre os ativos mensurados ao justo valor, o impacto das diferenças temporárias dedutíveis na estimativa dos lucros tributáveis futuros e o impacto das restrições sobre a capacidade de recuperação dos impostos diferidos ativos

 IAS 40 – Propriedades de investimentos Clarificação de que é exigida 1 de Janeiro de 2018 evidência de alteração de uso para efectuar a transferências de ativos de e para a categoria de propriedades de investimento

 IFRS 2 – Pagamentos baseados em Mensuração de planos de 1 de Janeiro de 2018 acções pagamentos baseados em acções liquidados financeiramente, contabilização de modificações, e a classificação dos planos de pagamentos baseados em acções como liquidados em capital próprio, quando o empregador tem a obrigação de reter imposto.

 IFRS 4 – Contratos de seguro (aplicação Isenção temporária da aplicação 1 de Janeiro de 2018 da IFRS 4 com a IFRS 9) da IFRS 9 para as seguradoras para os exercícios que se iniciem antes de 1 de Janeiro de 2021. Regime específico para os ativos no âmbito da IFRS 4 que qualificam como ativos financeiros ao justo valor por via dos resultados na IFRS 9 e como ativos financeiros ao custo amortizado na IAS 39, sendo permitida a classificação da diferença de mensuração no Outro rendimento integral

 Alterações à IFRS 15 – Rédito de Identificação das obrigações de 1 de Janeiro de 2018 contratos com clientes desempenho, momento do reconhecimento do rédito de

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Descrição Alteração Data efectiva licenças PI, revisão dos indicadores para a classificação da relação principal versus agente, e novos regimes para a simplificação da transição.

 IFRS 16 - Locações Nova definição de locação. Nova 1 de Janeiro de 2019 contabilização dos contratos de locação para os locatários. Não existem alterações à contabilização das locações pelos locadores.

 IFRS 17 – Contratos de seguro Nova contabilização para os 1 de Janeiro de 2021 contratos de seguro, contratos de resseguro e contratos de investimento com características de participação discricionária.

 Melhorias às normas 2014 - 2016 Clarificações várias: IFRS 1, IFRS 1 de Janeiro de 2017 / 12 e IAS 28 1 de Janeiro de 2018

2.2 - Interpretações

 IFRIC 22 – Transacções em moeda Taxa de câmbio a aplicar quando 1 de Janeiro 2018 estrangeira e contraprestação adiantada a contraprestação é recebida ou paga antecipadamente

 IFRIC 23 – Incertezas sobre o Clarificação relativa à aplicação 1 de Janeiro de 2019 tratamento de imposto sobre o dos princípios de reconhecimento rendimento e mensuração da IAS 12 quando há incerteza sobre o tratamento fiscal de uma transacção, em sede de imposto sobre o rendimento

2.3. Principais políticas contabilísticas

As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações financeiras foram as seguintes: a) Especialização dos exercícios

A Caixa adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Assim, os custos e proveitos são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento.

b) Transacções em moeda estrangeira Os ativos e passivos expressos em moeda estrangeira são convertidos para Euros à taxa de câmbio em vigor na data do balanço, com excepção dos saldos relativos a notas e moedas estrangeiras, os quais são convertidos ao câmbio médio do mês indicado pelo Banco de Portugal.

Os proveitos e custos relativos às transacções em moeda estrangeira registam-se no período em que ocorrem, de acordo com o efeito que as transacções em divisas têm na Página 8

posição cambial.

Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são registadas na posição cambial.

c) Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos

As empresas filiais são entidades nas quais a Caixa exerce controlo sobre a gestão das mesmas. As empresas associadas são entidades nas quais a Caixa exerce influência significativa, mas não detém o controlo. Como influência significativa entende-se uma participação financeira (directa ou indirecta) superior a 20% ou o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da entidade mas sem existir controlo nem controlo conjunto sobre a mesma. A Caixa controla uma entidade quando está exposta a, ou tem direitos sobre, retornos variáveis do seu envolvimento com a entidade e tem a capacidade de afectar esses retornos, através do seu poder sobre a entidade. As empresas filiais e associadas são valorizadas ao custo de aquisição. Estes investimentos são objectos de análises de perdas por imparidade quando estas participações financeiras registem deteriorações significativas ao nível da sua posição financeira, sendo registadas perdas por imparidade quando o valor estimado recuperável é inferior ao valor contabilístico registado. As participações em empresas filiais e associadas em moeda estrangeira (ativos não monetários valorizados ao custo histórico) são convertidas à taxa de câmbio histórica da data da transacção, conforme previsto na NIC 21.

Os dividendos são registados nas respectivas contas de resultados quando o direito ao seu pagamento é estabelecido.

d) Crédito e outros valores a receber O crédito a clientes abrange os créditos concedidos a clientes e outras operações de empréstimo tituladas (papel comercial) cuja intenção não é a de venda no curto prazo, os quais são registados na data em que o montante do crédito é adiantado ao cliente, sendo reconhecidas pelo valor nominal.

Posteriormente, o crédito e outros valores a receber são registados ao custo amortizado, sendo submetidos a análises periódicas de imparidade.

A componente de juros, incluindo a referente a eventuais prémios/descontos, é objecto de relevação contabilística autónoma nas respectivas contas de resultados. Os proveitos são reconhecidos quando obtidos e distribuídos por períodos mensais. Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos ativos incluídos nesta categoria devem ser, igualmente, reconhecidos ao longo do período de vigência dos créditos, segundo o método da taxa efectiva.

Os juros são reconhecidos de acordo com o princípio da especialização dos exercícios, sendo as comissões e custos associados aos créditos periodificados ao longo da vida das operações, independentemente do momento em que são cobrados ou pagos. A Caixa classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que sejam 30 dias após o seu vencimento. Os créditos com prestações vencidas são denunciados nos termos definidos na norma Gestão de Risco de Crédito aprovada, sendo nesse momento considerada vencida toda a dívida. O crédito a clientes é desreconhecido do balanço quando (i) os direitos contratuais da Caixa relativos aos respectivos fluxos financeiros se encontrem expirados, (ii) a Caixa transfira substancialmente todos os riscos e benefícios associados ao crédito, ou (iii) mesmo que a Caixa retenha uma parte dos riscos e benefícios associados aos créditos, o controlo sobre os mesmos tenha sido transferido.

Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas Página 9

em rubricas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos registados em resultados ao longo da vida das operações. Imparidade

A análise da imparidade do crédito a clientes, bem como das operações de garantias e compromissos assumidos, é realizada a nível central, sendo aplicado o mesmo modelo de imparidade a todas as Caixas integradas no SICAM. Periodicamente, é analisado o crédito a clientes e outros valores a receber para identificar evidências de imparidade. Considera-se que um activo financeiro se encontra em imparidade, se e só se, existir evidência de que a ocorrência de um evento (ou eventos) tenha um impacto mensurável nos fluxos de caixa futuros esperados desse activo ou grupo de ativos.

Para efeitos de apuramento de imparidade do crédito concedido, é segmentada a sua carteira da seguinte forma: - Crédito concedido a empresas;

- Crédito à habitação; - Crédito ao consumo;

- Crédito concedido através de cartões de crédito a particulares;

- Outros créditos a particulares;

- Extrapatrimoniais.

Adicionalmente, foram incluídas as responsabilidades relativas a papel comercial, operações em moeda estrangeira e contractos de locação financeira.

De acordo com o modelo de imparidade em vigor, é analisada a existência de perdas por imparidade em termos individuais, através de uma análise casuística, e em termos colectivos. Quando um grupo de ativos financeiros é avaliado em conjunto, os fluxos de caixa futuros desse grupo são estimados tendo por base os fluxos contratuais dos ativos desse grupo e os dados históricos relativos a perdas em ativos com características de risco de crédito similares.

Sempre que se entende necessário, a informação histórica é actualizada com base nos dados correntes observáveis, para reflectirem os efeitos das condições actuais.

Os critérios de selecção dos clientes alvo de análise individual foram os seguintes:

 Todos os clientes/ Grupo económico (GER) com responsabilidades superiores a 1.000.000 Euros;

 Clientes/ GER com crédito vencido (há mais de 90 dias) superior a 50.000 Euros;

A evidência de imparidade de um activo ou grupo de ativos definida pela Caixa está relacionada com a observação de diversos eventos denominados “eventos de perda”, entre os quais se destacam:

 Situações de incumprimento do contrato, nomeadamente atraso no pagamento do capital e/ou juros;

 Dificuldades financeiras significativas do devedor;

 Alteração significativa da situação patrimonial do devedor;

 Ocorrência de alterações adversas, nomeadamente:

o das condições e/ou capacidade de pagamento; o das condições económicas do sector no qual o devedor se insere, com impacto na capacidade de cumprimento das suas obrigações.

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As perdas por imparidade para os clientes que não revelam indícios de imparidade correspondem ao produto entre a probabilidade de indícios acumulada a 12 meses (PI), tendo por base o tempo de permanência em meses no estado de delinquência sem indícios de imparidade, e o máximo entre zero e a diferença entre o valor de balanço dos respectivos créditos à data de referência e o valor actualizado dos fluxos de caixas futuros estimados dessas operações. A PI corresponde à probabilidade de uma operação ou cliente entrar numa situação de indícios de imparidade durante um período de emergência. Este período equivale ao tempo que decorre entre a ocorrência de um evento originador de perdas e o momento em que a existência desse evento é percepcionada pelos Serviços (Incurred But Not Reported). Para todos os segmentos da carteira, considerou-se um período de emergência de 12 meses, e a PI foi calculada por operação.

Se existir evidência de que qualquer entidade incorreu numa perda por imparidade em crédito e outros valores a receber, o montante da perda é determinado pela diferença entre o valor de balanço desses ativos e o valor actual dos seus fluxos de caixa futuros estimados, descontados à taxa de juro original do activo ou ativos financeiros. O valor de balanço do activo ou dos ativos é reduzido pelo saldo da conta de perdas por imparidade.

Para créditos com taxa de juro variável, a taxa de desconto utilizada para determinar qualquer perda por imparidade é a taxa de juro corrente, determinada pelo contracto. As perdas por imparidade são registadas por contrapartida de resultados.

Quando num período subsequente se registe uma diminuição do montante das perdas por imparidade atribuídas a um evento, o montante previamente reconhecido é revertido, sendo ajustada a conta de perdas por imparidade. O montante da reversão é reconhecido directamente na demonstração de resultados.

Anulações de capital e juros Periodicamente, a Caixa abate ao activo, por utilização da imparidade constituída, os créditos considerados incobráveis após análise específica dos órgãos de estrutura que têm a seu cargo o acompanhamento e recuperação dos créditos, tendo o respectivo abate que ser igualmente aprovado pelo Conselho de Administração.

Eventuais recuperações de créditos abatidos ao activo são reflectidas como rendimentos na demonstração de resultados do exercício em que ocorram.

De acordo com as políticas em vigor, os juros de créditos vencidos sem garantia real são anulados três meses após a data de vencimento da operação ou da primeira prestação em atraso. Os juros não registados, sobre os créditos acima referidos, apenas são reconhecidos no exercício em que venham a ser cobrados.

As recuperações de juros abatidos ao activo são igualmente reflectidos como rendimentos na demonstração de resultados do exercício em que ocorram.

e) Outros ativos e passivos financeiros Os outros ativos e passivos financeiros são reconhecidos e valorizados de acordo com a NIC 39, sendo registados na data de contratação pelo justo valor.

i) Ativos financeiros detidos para negociação e ao justo valor através de resultados, passivos financeiros detidos para negociação Os ativos financeiros detidos para negociação incluem títulos de rendimento variável transaccionados em mercados ativos, adquiridos com o objectivo de venda ou recompra no curto prazo, bem como derivados. Os derivados de negociação com valor líquido a receber (justo valor positivo) são incluídos na rubrica ativos financeiros detidos para negociação. Os derivados de negociação com valor líquido a pagar (justo valor negativo), são incluídos na rubrica passivos financeiros detidos para negociação.

Os ativos financeiros ao justo valor através de resultados incluem os títulos de rendimento fixo transaccionados em mercados ativos que a Caixa optou por registar e avaliar ao justo valor através de resultados.

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Os ativos e passivos financeiros detidos para negociação e os ativos financeiros ao justo valor através de resultados são reconhecidos inicialmente ao justo valor. Os ganhos e perdas decorrentes da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos em resultados. Os juros inerentes aos ativos financeiros e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa de juro efectiva e reconhecidos em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”. Os dividendos são reconhecidos quando atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição. O justo valor dos ativos financeiros detidos para negociação e transaccionados em mercados ativos é o seu “bid-price” ou a cotação de fecho à data do balanço. Se um preço de mercado não estiver disponível, o justo valor do instrumento é estimado com base em técnicas de valorização, que incluem modelos de avaliação de preços ou técnicas de “discounted cash-flows”. Quando são utilizadas técnicas de “discounted cash-flows”, os fluxos financeiros futuros são estimados de acordo com as expectativas da gestão e a taxa de desconto utilizada corresponde à taxa de mercado para instrumentos financeiros com características semelhantes. Nos modelos de avaliação de preços, os dados utilizados correspondem a informações sobre preços de mercado.

ii) Ativos financeiros disponíveis para venda

Os ativos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital e dívida, que não sejam classificados como de negociação, designados ao justo valor através de resultados, ativos detidos até à maturidade ou como empréstimos concedidos e contas a receber.

Os ativos financeiros disponíveis para venda são registados ao justo valor, com excepção de instrumentos de capital não cotados num mercado activo e cujo justo valor não possa ser mensurado com fiabilidade, os quais permanecem registados ao custo. Os ganhos e perdas relativos à variação subsequente do justo valor são reflectidos em rubrica específica do capital próprio “reserva de justo valor” até à sua venda (ou até ao reconhecimento de perdas por imparidade), momento em que são transferidos para resultados. Os ganhos ou perdas cambiais de ativos monetários são reconhecidas directamente em resultados do período, enquanto os ganhos ou perdas cambiais dos instrumentos de capital próprio são reconhecidos directamente em reservas.

Os juros inerentes aos ativos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa de juro efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.

Os rendimentos de títulos de rendimento variável são reconhecidos em resultados na data em que são atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.

iii) Investimentos detidos até à maturidade

Os investimentos detidos até à maturidade são ativos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades fixadas, relativamente aos quais a Caixa tem a intenção positiva e a capacidade de deter até à maturidade. Página 12

Os investimentos financeiros detidos até à maturidade são registados ao custo de aquisição. Os juros inerentes aos ativos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa de juro efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.

iv) Empréstimos concedidos e contas a receber

Nesta rubrica são registados apenas os valores a receber de outras instituições de crédito.

Os valores aqui registados respeitam a ativos financeiros com pagamentos fixos ou determináveis, não cotados num mercado activo e não incluídos em qualquer uma das restantes categorias de ativos financeiros.

No reconhecimento inicial, estes ativos são valorizados pelo justo valor, deduzido de eventuais comissões incluídas na taxa efectiva, e acrescido de todos os custos incrementais directamente atribuíveis à transacção. Subsequentemente, estes ativos são valorizados ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro efectiva e sujeitos a testes de imparidade.

Os juros são reconhecidos com base no método da taxa de juro efectiva, que permite calcular o custo amortizado e repartir os juros ao longo do período das operações. A taxa efectiva é utilizada para descontar os fluxos de caixa futuros estimados associados ao instrumento financeiro na data do seu reconhecimento inicial.

v) Operações de venda com acordo de recompra

Considera-se acordo de recompra um acordo para transferir um activo financeiro para uma outra parte em troca de dinheiro ou de outra retribuição e uma obrigação concorrente de adquirir o activo financeiro numa data futura por uma quantia igual ao dinheiro, ou a outra retribuição trocada incluindo juros.

Os títulos vendidos com acordo de recompra são mantidos na carteira onde estavam originalmente registados. Os fundos recebidos são registados, na data de liquidação, em conta própria do passivo, sendo periodificados os respectivos juros, através do método da taxa de juro efectiva.

vi) Operações de compra com acordo de revenda

É considerada compra com acordo de revenda o acordo pelo qual uma instituição compra um activo financeiro com o compromisso de revender esse activo a um preço pré determinado e numa determinada data fixada ou em data a fixar. Os ativos financeiros adquiridos com acordo de revenda por um preço fixo ou por um preço que iguala o preço de compra acrescido de um juro inerente ao prazo da operação não são reconhecidos no balanço, sendo o custo de aquisição registado como empréstimos a outras instituições de crédito. A diferença entre o valor de compra e o valor de revenda é tratada como juro e é diferido durante a vida do acordo, através do método da taxa efectiva.

vii) Outros passivos financeiros

Um instrumento é classificado como passivo financeiro quando existe uma obrigação contratual da sua liquidação ser efectuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro activo financeiro independentemente da sua forma legal.

Os outros passivos financeiros, essencialmente recursos de instituições de crédito, depósitos de clientes e dívida emitida, são inicialmente valorizados ao justo valor, que corresponde à contraprestação recebida líquida dos custos de transacção e são posteriormente valorizados ao custo amortizado. Página 13

Conforme previsto no Decreto-Lei n.º 182/87, de 21 de Abril, foi criado o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo, cujo funcionamento foi regulamentado pelo Decreto-Lei 345/98, de 9 de Novembro. Este último visou reconverter o Fundo de Garantia de Crédito Agrícola Mútuo, por forma a que o mesmo tivesse por objecto (i) garantir o reembolso de depósitos constituídos na Caixa Central e nas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas e (ii) promover e realizar acções que visem assegurar a solvabilidade e liquidez das referidas instituições, com vista à defesa do SICAM.

viii) Imparidade em ativos financeiros

A Caixa efectua análises periódicas de imparidade aos ativos financeiros e outros valores a receber, conforme referido acima.

Quando existe evidência de imparidade num activo ou grupo de ativos financeiros, as perdas por imparidade registam-se por contrapartida de resultados.

Para títulos cotados e fundos de investimento, considera-se que existe evidência objectiva de imparidade numa situação de desvalorização continuada ou de valor significativo na cotação dos títulos. Considera-se desvalorização continuada ou de valor significativo, uma depreciação de valor por tempo superior a 12 meses ou de valor superior a 30%, respectivamente. Para títulos não cotados, é considerado evidência objectiva de imparidade a existência de eventos com impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, desde que possa ser estimado com razoabilidade.

Caso num período subsequente se registe uma diminuição no montante das perdas por imparidade atribuída a um evento, o valor previamente reconhecido é revertido através de ajustamento à conta de perdas por imparidade. O montante da reversão é reconhecido directamente na demonstração de resultados.

No caso de ativos financeiros disponíveis para venda, em caso de evidência objectiva de imparidade, resultante de diminuição significativa e prolongada do justo valor do título ou de dificuldades financeiras do emitente, a perda acumulada na reserva de reavaliação de justo valor é removida do capital próprio e reconhecida nos resultados. As perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo podem ser revertidas através de resultados, caso se verifique uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade. As perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento variável não podem ser revertidas, pelo que eventuais mais-valias potenciais originadas após o reconhecimento de perdas por imparidade são reflectidas na reserva de justo valor. Quanto a títulos de rendimento variável para os quais tenha sido registada imparidade, posteriores variações negativas no seu justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

ix) Instrumentos financeiros derivados

Os instrumentos financeiros derivados são registados pelo seu justo valor na data da sua contratação. Adicionalmente, são reflectidos em rubricas extrapatrimoniais pelo respectivo valor nocional. Subsequentemente, os instrumentos financeiros derivados são mensurados pelo respectivo justo valor. O justo valor é apurado:

 Com base em cotações obtidas em mercados ativos (por exemplo, no que respeita a futuros transaccionados em mercados organizados);

 Com base em modelos que incorporam técnicas de valorização aceites no mercado, incluindo cash-flows descontados e modelos de valorização de opções.

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Os derivados são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados mensalmente reconhecidos em proveitos e custos do exercício, nas rubricas de "Resultados de ativos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados". As reavaliações positivas e negativas são registadas nas rubricas "Ativos financeiros detidos para negociação" e "Passivos financeiros ao justo valor através de resultados", respectivamente.

A Caixa não possui em balanço instrumentos financeiros derivados de cobertura. Os derivados que estão embutidos em outros instrumentos financeiros são tratados em separado do instrumento principal, sempre que: i) as suas características económicas e os seus riscos não se encontrem relacionados com as características económicas e riscos do instrumento principal; e ii) o instrumento principal não se encontre mensurado ao justo valor através de resultados. Tais derivados embutidos são desembutidos, e contabilizados ao justo valor, sendo as variações de justo valor reconhecidas em resultados.

São considerados derivados de negociação todos os instrumentos financeiros derivados que não estejam associados a relações de cobertura eficazes de acordo com a IAS 39, incluindo:

 Derivados contratados para cobertura de risco em ativos ou passivos registados ao justo valor através de resultados, tornando assim desnecessária a utilização de contabilidade de cobertura;

 Derivados contratados para cobertura de risco que não constituem coberturas eficazes ao abrigo da IAS 39;

 Derivados contratados com o objectivo de “trading”.

Os derivados de negociação são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados diariamente reconhecidos em proveitos e custos do exercício, nas rubricas de “Resultados de ativos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados”. As reavaliações positivas e negativas são registadas nas rubricas “Ativos financeiros ao justo valor através de resultados” e “Passivos financeiros ao justo valor através de resultados”, respectivamente.

g) Outros ativos tangíveis

Os ativos tangíveis utilizados pela Caixa para o desenvolvimento da sua actividade são contabilisticamente relevados pelo custo de aquisição (incluindo custos directamente atribuíveis) deduzido das amortizações acumuladas. A depreciação dos ativos tangíveis é registada numa base sistemática ao longo do período de vida útil estimado do bem: Anos de

vida útil

Imóveis de serviço próprio 50 Despesas em edifícios arrendados 10

Equipamento informático e de escritório 4 a 10 Mobiliário e instalações interiores 6 a 10

Viaturas 4

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As despesas de investimento em obras não passíveis de recuperação, realizadas em edifícios que não sejam propriedade da Caixa, são amortizadas em prazo compatível com o da sua utilidade esperada ou do contrato de arrendamento. Conforme previsto na IFRS 1, os ativos tangíveis adquiridos até 1 de Janeiro de 2006 foram registados pelo valor contabilístico na data de transição para as NCA, que corresponde ao custo ajustado por reavaliações efectuadas nos termos da lei, decorrentes da evolução de índices gerais de preços. Uma parcela correspondente a 40% do aumento das amortizações que resultam dessas reavaliações não é aceite como custo para efeitos fiscais, sendo registados os correspondentes impostos diferidos passivos.

Periodicamente são efectuadas avaliações aos imóveis de modo a apurar perdas por imparidade. Ativos intangíveis

A Caixa regista nesta rubrica as despesas da fase de desenvolvimento de projectos relativos a sistemas de informação implementados e em fase de implementação, bem como o custo de software adquirido, em qualquer dos casos quando o impacto esperado se reflecte para além do exercício em que são realizados.

Os ativos intangíveis são registados ao custo de aquisição, deduzido de amortizações e perdas por imparidade acumuladas.

As amortizações são registadas como custos do exercício numa base sistemática ao longo da vida útil estimada dos ativos, a qual corresponde a um período de 3 anos.

h) Ativos não correntes detidos para venda

A Caixa regista em “Ativos não correntes detidos para venda” os imóveis, equipamentos e outros bens recebidos em dação para pagamento de operações de crédito vencido, quando estes se encontram disponíveis para venda imediata na sua condição presente e existe a probabilidade de alienação dos mesmos no período de um ano, sendo registados pelo valor acordado no contrato de dação, o qual corresponde ao menor dos valores da dívida existente ou da avaliação do bem, na data da dação. Os imóveis são objecto de avaliações periódicas (pelo menos de 3 em 3 anos), que dão lugar ao registo de perdas por imparidade sempre que o valor decorrente dessas avaliações (líquido de custos de venda) seja inferior ao valor por que se encontram contabilizados. Os ativos tangíveis são registados nesta rubrica a partir do momento da celebração do contrato promessa de dação ou da arrematação.

Encontram-se registados igualmente, nesta rubrica, os ativos executados judicialmente.

Em excepção ao enquadramento no parágrafo acima referido, os imóveis que apresentem a existência de “ónus” impeditivo de venda, são enquadrados em “Outros Ativos”, de acordo com o mencionado no parágrafo 7 da IFRS 5 “Ativos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas”:

“Para que este seja o caso, o activo (ou grupo para alienação) deve estar disponível para venda imediata na sua condição presente sujeito apenas aos termos que sejam habituais e costumeiros para vendas de tais ativos (ou grupos para alienação) e a sua venda deve ser altamente provável.”

A Caixa não reconhece mais-valias potenciais nestes ativos.

i) Provisões

Esta rubrica do passivo inclui as provisões constituídas para fazer face a imparidades sobre operações fora de balanço (compromissos), riscos fiscais, processos judiciais e outros a riscos específicos decorrentes da actividade da Caixa, de acordo com a IAS 37.

j) Benefícios de empregados Página 16

A Caixa subscreveu o Acordo Colectivo de Trabalho Vertical (ACTV) para o sector bancário, pelo que os seus empregados ou as suas famílias têm direito a pensões de reforma, invalidez e sobrevivência. No entanto, uma vez que os empregados estão inscritos na Segurança Social, as responsabilidades da Caixa com pensões relativamente aos seus colaboradores consistem no pagamento de complementos face aos níveis previstos no ACTV.

Para cobertura das suas responsabilidades, a Caixa integra o Fundo de Pensões do C.A. M., o qual se destina a financiar os complementos de pensões de reforma por velhice ou invalidez e pensões de viuvez e orfandade efectuadas pela Segurança Social. Estes complementos são calculados, por referência ao ACTV, de acordo com (i) a pensão garantida à idade presumível de reforma, (ii) com o coeficiente entre o número de anos de serviço prestados até à data do cálculo e (iii) o número total de anos de serviço à data de reforma. Este Fundo, cujos benefícios a atribuir pelo Plano de Pensões são os definidos no Acordo Colectivo de Trabalho Vertical do Crédito Agrícola Mútuo, assume, assim, a natureza de um Fundo solidário, estando a sua gestão a cargo da Companhia de Seguros CA Vida, SA. De acordo com os estatutos da Caixa, os membros dos seus órgãos sociais não são abrangidos pelos benefícios descritos, excepto aqueles cuja origem é do seu quadro pessoal.

Para o cálculo das pensões do ACTV, o tempo de serviço assumido foi calculado a partir das seguintes datas:

 Para as diuturnidades futuras e respectiva evolução automática na carreira, considerou-se a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades;

 Para o cálculo das percentagens do anexo V na atribuição das pensões, assumiu-se a data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões.

Para a repartição das responsabilidades por serviços passados a cargo do Fundo de Pensões do Crédito Agrícola, admitiu-se o seguinte:

 Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é posterior à data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo dos tempos de serviço passado e total;

 Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é anterior à data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo do tempo de serviço passado.

Para o tempo de serviço total, a data a considerar é a utilizada no cálculo do nível e diuturnidades, uma vez que esta corresponde à da admissão na Banca.

Os métodos de cálculo utilizados foram o do “Projected Unit Credit” para a reforma por velhice e sobrevivência diferida e o dos Prémios Únicos Sucessivos para a reforma por invalidez e sobrevivência imediata. O cálculo da pensão de sobrevivência aplicou-se somente aos participantes efectivamente casados, admitindo-se como idade do cônjuge a do participante diminuída ou acrescida de três anos, consoante este seja do sexo masculino ou feminino. O cálculo deste benefício encontra-se em função do nível de remuneração do participante, de acordo com o Anexo VI do ACTV. A Caixa regista anualmente como custo a contribuição para o Fundo de Pensões que é estimada pela Companhia de Seguros CA Vida, SA para cada entidade contribuinte em função do número de trabalhadores inscrito. O Aviso nº 4/2005 do Banco de Portugal determina a obrigatoriedade de financiamento integral pelos fundos de pensões das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível mínimo de financiamento de 95% das responsabilidades com serviços passados de pessoal no activo.

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k) Prémios de antiguidade

Nos termos do ACTV, a Caixa assumiu o compromisso de atribuir aos colaboradores no activo que completem quinze, vinte e cinco e trinta anos de bom e efectivo serviço, um prémio de antiguidade de valor igual a um, dois ou três meses da sua retribuição mensal efectiva (no ano da atribuição), respectivamente.

A Caixa determina o valor actual dos benefícios com prémios de antiguidade através de cálculos actuariais pelo método “Projected Unit Credit”. Os pressupostos actuariais (financeiros e demográficos) têm por base expectativas para o crescimento dos salários e baseiam-se em tábuas de mortalidade utilizadas para o apuramento das responsabilidades com pensões. A taxa de desconto é determinada com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de rating elevado e prazo semelhante ao da liquidação das responsabilidades.

l) Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões Os rendimentos de serviços e comissões obtidos na execução de um acto significativo, são reconhecidos em resultados quando o acto significativo tiver sido concluído;

Os rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são reconhecidos em resultados no exercício a que se referem;

Os rendimentos de serviços e comissões que são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro são registados em resultados pelo método da taxa de juro efectiva.

m) Impostos sobre os lucros A Caixa é tributada individualmente e está sujeita ao regime fiscal consignado no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (Código do IRC).

O total dos impostos sobre lucros registados em resultados engloba os impostos correntes e os impostos diferidos.

O imposto corrente é calculado com base no resultado fiscal do exercício, o qual difere do resultado contabilístico devido a ajustamentos ao lucro tributável resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos fiscais, ou que apenas serão considerados noutros períodos.

Os impostos diferidos correspondem ao impacto no imposto a recuperar / pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias entre o valor de balanço dos ativos e passivos e a sua base fiscal, utilizada na determinação do lucro tributável.

Os passivos por impostos diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias tributáveis, enquanto os impostos diferidos ativos só são registados até ao montante em que seja provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes diferenças tributárias dedutíveis ou prejuízos fiscais. No entanto, não são registados impostos diferidos nas seguintes situações:

 Diferenças temporárias resultantes de goodwill;  Diferenças temporárias originadas no reconhecimento inicial de ativos e passivos em transacções que não afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável;

 Diferenças tributárias dedutíveis resultantes de lucros não distribuídos por empresas filiais e associadas, na medida em que a Caixa tenha a possibilidade de controlar a sua reversão e seja provável que a mesma não venha a ocorrer num futuro previsível.

Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem em vigor à data da reversão das diferenças temporárias, que correspondem às taxas aprovadas ou substancialmente aprovadas na data de balanço.

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Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são reflectidos nos resultados do exercício, excepto nos casos em que as transacções que os originaram tenham sido reflectidas noutras rubricas de capital próprio (por exemplo, no caso da reavaliação de ativos financeiros disponíveis para venda). Nestes casos, o correspondente imposto é igualmente reflectido por contrapartida de capital próprio, não afectando o resultado do exercício.

3. PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E INCERTEZAS ASSOCIADAS À APLICAÇÃO DAS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

As estimativas e julgamentos com impacto nas demonstrações financeiras separadas da Caixa são continuamente avaliadas, representando à data de cada relato a melhor estimativa do Conselho de Administração, tendo em conta o desempenho histórico, a experiência acumulada e as expectativas sobre eventos futuros que, nas circunstâncias em causa, se acreditam serem razoáveis.

A natureza intrínseca das estimativas pode levar a que o reflexo real das situações que haviam sido alvo de estimativa possam, para efeitos de relato financeiro, vir a diferir dos montantes estimados.

A preparação das demonstrações financeiras requer a elaboração de estimativas e a adopção de pressupostos pela gestão, que podem afectar o valor dos ativos e passivos, réditos e custos, assim como de passivos contingentes divulgados.

O uso de estimativas e pressupostos, por parte da gestão, mais significativas são as seguintes:

Provisões e perdas por imparidade

A Caixa efectua uma revisão periódica da sua carteira de crédito de forma a avaliar a existência de imparidade.

O processo de avaliação da carteira de crédito de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser reconhecida é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este processo inclui factores como a frequência de incumprimento, notações de risco, taxas de recuperação das perdas e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros quer do momento do seu recebimento.

A utilização de metodologias alternativas e de outros pressupostos e estimativas poderia resultar em níveis diferentes das perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados.

Justo valor dos instrumentos financeiros

O justo valor é baseado em cotações de mercado, sempre que disponíveis. No entanto, e na ausência de cotação, os instrumentos financeiros são valorizados com base em bids indicativos calculados por terceiros através de modelos de valorização ou de acordo com metodologias de valorização considerando essencialmente inputs observáveis em mercado com impacto significativo na valorização do instrumento.

Benefícios a empregados

As responsabilidades com complemento de pensões de reforma e sobrevivência são estimadas utilizando pressupostos actuariais e financeiros, nomeadamente no que se refere à mortalidade, crescimento dos salários e das pensões e taxas de juro de longo prazo. Neste sentido, estas estimativas são sujeitas a incertezas significativas.

Ativos por impostos diferidos

São reconhecidos ativos por impostos diferidos para prejuízos fiscais não utilizados, na medida em que seja provável que venham a existir no prazo futuro estabelecido por lei resultados fiscais positivos. Para o efeito são efectuados julgamentos para determinação do montante de impostos diferidos ativos que podem ser reconhecidos, baseados no nível de resultados fiscais futuros esperados de acordo com projecções económico-financeiras em condições de incerteza. Caso estas estimativas não se concretizem, existe o risco de ajustamento no valor do activo por impostos diferidos em exercícios futuros.

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Avaliação de ativos imobiliários

O serviço de avaliações é prestado por peritos independentes, registados na CMVM e com qualificações, reconhecida competência e experiência profissional, adequadas ao desempenho das respectivas funções.

Os procedimentos de avaliação pressupõem a recolha de informação rigorosa, quer de documentação actualizada, quer numa inspecção do imóvel e zona envolvente, quer na análise do mercado, transacções, relação oferta/procura e perspectivas de desenvolvimento. O tratamento da informação permite a adopção de valores base para o cálculo, por aplicação dos métodos e sua comparação.

O valor de realização dos ativos está dependente da evolução futura das condições do mercado imobiliário.

Introdução das normas de contabilidade ajustadas

As N.C.A. foram introduzidas nesta CCAM DA COSTA VERDE em 01/01/2007.

4 Relato por segmentos

Em 30 de Junho de 2017, a totalidade dos elementos do balanço e da demonstração dos resultados da Caixa resultaram de operações efectuadas em Portugal.

A CCAM da Costa Verde só realiza operações de âmbito retalho pelo que não se enquadra a segmentação dos resultados por linhas de negócio

5 Caixa e disponibilidades em bancos centrais

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31-dez-17 31-dez-16

Caixa: Moedas nacionais 1.102.437 1.118.676 Moedas estrangeiras - -

1.102.437 1.118.676 De acordo com o Regulamento nº 2818/98, de 1 de Dezembro, emitido pelo Banco Central Europeu, a partir de 1 de Janeiro de 1999 as instituições de crédito estabelecidas nos Estados-Membros participantes estão sujeitas à constituição de reservas mínimas em contas junto dos Bancos Centrais Nacionais participantes, nomeadamente a Caixa Central Crédito Agrícola Mutuo

6 Disponibilidades em outras instituições de crédito

Esta rubrica tem a seguinte composição:

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7 Ativos financeiros detidos para negociação

Não existem operações desta natureza.

8 Outros ativos financeiros ao justo valor através de resultados

Não existem operações desta natureza.

9 Ativos financeiros disponíveis para venda

31-12-2017 31-12-2016

Unidade de participação IMOVALOR-CA 823.300 845.434

10 Aplicações em instituições de crédito

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

31-dez-17 31-dez-16 Aplicações em Instituições de Crédito no País: Em outras instituições de crédito: Depósitos 68.400.000 63.950.000

68.400.000 63.950.000 Juros a receber 179.452 281.374

68.579.452 64.231.374

Os prazos residuais das aplicações em instituições de crédito apresentavam a seguinte estrutura:

31-dez-17 31-dez-16 Até três meses 20.000.000 15.300.000 Entre três meses e um ano 48.400.000 48.650.000 Entre um ano e três anos 0 0

68.400.000 63.950.000 Juros a receber 179.452 281.374

68.579.452 64.231.374

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11 Crédito a clientes

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Para fazer face aos riscos de recuperação da carteira de crédito concedido, a Caixa sujeita a mesma a análise no âmbito do modelo de imparidade do GCA, conforme se explicou em detalhe na nota 2.3 d) referentes às principais políticas contabilísticas seguidas pela Caixa.

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Note-se que, por força da publicação do Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal e, consequente, revogação do Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal, a Caixa passou a registar imparidades de acordo com a NIC 39 sobre a sua carteira de crédito, em vez de provisões para risco específico de crédito e risco geral de crédito, conforme sucedeu até 31 de Dezembro de 2016. Porém, os montantes apresentados nas colunas de 30 de Junho de 2017 e 31 de Dezembro de 2016 do quadro acima encontram-se ajustados de forma a reflectir a posição de Balanço naquelas datas em conformidade com as NIC. Os ajustamentos realizados em cada data encontram-se apresentados em maior detalhe na nota 2.2 referente à comparabilidade da informação.

Os prazos residuais dos créditos concedidos, apresentavam a seguinte estrutura

31-dez-17 31-dez-16 Até Três Meses 6.506.550 6.289.451 Entre três meses e um ano 6.290.669 7.608.019 Entre um ano e três anos 11.012.334 7.883.342 Entre três anos e cinco anos 33.948.813 29.839.877 Mais de cinco anos 17.877.791 15.869.986 75.636.157 67.490.675

12 Investimentos detidos até à maturidade

31-12-2017 31-12-2016

Obrigações Tesouro – OTRV Agosto 2021 20.000 20.000

Obrigações Tesouro – OTRV Novembro 2021 20.000 20.000

Obrigações Tesouro – OTRV Abril 2022 20.000

Obrigações Tesouro – OTRV Agosto 2022 20.000

Obrigações Tesouro – OTRV Dezembro 2022 355.000

Juros a receber 710 173

Totais : 435.710 40.173

13 Ativos com acordo de recompra

Não existem operações desta natureza.

14 Derivados de cobertura

Não existem operações desta natureza.

15 Ativos não correntes detidos para venda

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

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31-dez-17 31-dez-16 Activos não correntes detidos para venda: Imóveis 14.174.557 14.254.831 Outros imóveis detidos para venda 481.390 481.390 Outros activos tangíveis-Por recuperação de crédito 2.500 2.500

14.658.447 14.738.721 Imparidade: Imóveis (3.052.088) (2.995.296)

11.606.359 11.743.425

O movimento desta rubrica entre 31 de Dezembro de 2016 e o 2º semestre de 2017 pode ser apresentado da seguinte forma:

31-dez-16 30-jun-17 Valor Utilização Dotações Reposições Valor Valor bruto Imparidade Aquisições Alienações de imparidade de imparidade de imparidade bruto Imparidade líquido Activos não correntes detidos para venda Imóveis 14.254.830 (2.912.905) 238.563 314.665 - 36.020 (7.008) 14.178.728 (2.883.893) 11.294.834 Equipamento 2.500 ------2.500 - 2.500 Outros 481.390 (82.390) - - - (82.390) - 481.390 (82.390) 399.000

14.738.720 (2.995.295) 238.563 314.665 - (46.370) (7.008) 14.662.618 (2.966.283) 11.696.334

31-dez-15 31-dez-16 Valor Utilização Dotações Reposições Valor Valor bruto Imparidade Aquisições Alienações de imparidade de imparidade de imparidade bruto Imparidade líquido Activos não correntes detidos para venda Imóveis 16.683.344 (2.696.879) 655.089 3.083.603 - (453.602) 237.576 14.254.830 (2.912.905) 11.341.925 Equipamento 2.500 ------2.500 - 2.500 Outros 481.390 (82.390) - - - (82.390) - 481.390 (82.390) 399.000 17.167.234 (2.779.269) 655.089 3.083.603 - (535.992) 237.576 14.738.720 (2.995.295) 11.743.425

16 Propriedades de investimento

Não existem operações desta natureza.

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17 Outros ativos tangíveis

O movimento ocorrido nas rubricas de “Outros ativos tangíveis” durante o ano de 2017 e o exercício de 2016 foi o seguinte:

31-dez-16 31-dez-17 Valor Amortizações Amortizações Alienações Valor Descrição bruto acumuladas Aquisições Transf. do exercício Imparidade e abates líquido Imóveis: De serviço próprio: Terrenos 205.198 0 - 205.198

Edificios 951.874 -329.628 - - -18.891 -66.396 - 536.959

Grandes reparações e 46.498 -14.771 - - -930 - 30.797 benef. Obras em imóveis arrendados - - Obras em imóveis 606.883 -606.883 - - 0 - 0 arrendados 1.810.453 -951.282 - - -19.821 -66.396 772.954 Equipamento: Mobiliário e material 267.218 -266.645 - 288 - -640 - 221

Máquinas e ferramentas 145.865 -142.339 - - - -2.607 - 919

Equipamento informático 362.910 -353.338 - - -7.581 - 1.991

Instalações interiores 234.844 -234.844 - - - 0 - 0

Material de transporte 280.927 -164.481 - 16.870 - -30.532 16.000 86.784

Equipamento de segurança 93.961 -87.867 - 620 - -2.117 4.597

Outro equipamento 180.634 -126.126 - 10.930 - -20.214 45.225

1.566.359 -1.375.640 - 28.708 - -63.690 0 16.000 139.737 Outros Outro ativos tangiveis 698 698

3.377.510 -2.326.922 - 28.708 - -83.511 -66.396 913.389

31-dez-15 31-dez-16 Valor Amortizações Amortizações Alienações Valor Descrição bruto acumuladas Aquisições Transf. do exercício Imparidade e abates líquido Imóveis: De serviço próprio: Terrenos 205.198 - - 205.198

Edificios 951.874 -310.590 - - -19.038 -56950 - 565.295

Grandes reparações e 46.498 -13.841 - - -930 - - 31.727 benef. Obras em imóveis arrendados - - Obras em imóveis 606.883 -606.883 - - - - 0 arrendados 1.810.453 -931.314 - - -19.968 - 802.220 Equipamento: Mobiliário e material 267.218 -266.137 - - - -508 - - 573 Máquinas e ferramentas 145.865 -139.427 - - - -2.912 - - 3.526 Equipamento informático 361.832 -345.406 - 1.078,00 - -7.932 - - 9.572 Instalações interiores 234.844 -234.844 ------0 Material de transporte 350.278 -217.024 - 0,00 - -10.308 - -69350 116.446 Equipamento de segurança 91.397 -86.286 - 2.564,00 - -1.582 - 6.094

Outro equipamento 175.878 -124.648 - 22.687,00 - -19.409 - -17931 54.509 1.627.312 -1.413.772 - 26.329 - -42.651 - -87281 190.720 Outros Outro ativos tangíveis 698 698

3.438.463 -2.345.086 - 26.329 - -62.619 - 993.638 Página 25

18 Ativos intangíveis

O movimento ocorrido nas rubricas de “ativos intangíveis” durante o exercício de 2017 e 2016 foi o seguinte

31-dez-16 31-dez-17 Valor Amortizações Amortizações Alienações Valor bruto acumuladas Imparidade Aquisições Transf. do exercício Imparidade Regul. e abates líquido o 719 (719) ------

31-dez-15 31-dez-16 Valor Amortizações Amortizações Alienações Valor bruto acumuladas Imparidade Aquisições Transf. do exercício Imparidade Regul. e abates líquido

o 719 (719) ------

19 Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos

A rubrica “investimentos em filiais” tem a seguinte composição:

Empresa Sector de actividade Sede 31-dez-17 31-dez-17 31-dez-16

CA - Seguro e PensSeguros e Pensões Lisboa 0,01% 53.849 53.849 CCCAM Instituição de Crédito Lisboa 0,01% 3.521.165 3.521.165 CA Informática Serv. Informática Lisboa 0,01% 8.837 8.837 CA Seguros Seguros Lisboa 0,01% 59 59 CA Vida Seguros Lisboa 0,01% 2.628 62 Fenacam Federação do CAM Lisboa 0,01% 60 60 3.586.598 3.584.033 CA Informática Imparidade (8.691) (8.691) 3.577.907 3.575.342

Os dados financeiros aprovados retirados das demonstrações financeiras destas empresas, podem ser resumidos da seguinte forma:

Data Activo Situação Resultado Empresa Referência líquido líquida líquido Caixa Central 31-12-2017 8.887.903.108 327.110.895 55.228.370 CA Seguros & Pensões SGPS 31-12-2017 147.825.100 130.818.141 2.573.088 CA Vida 31-12-2017 1.607.061.582 110.016.753 6.652.580 CA Seguros 31-12-2017 214.871.600 45.234.567 2.031.039 CA Informática 31-12-2017 16.195.104 7.559.474 327.939 Fenacam 31-12-2017 8.303.491 5.508.860 547.749

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20 Imposto sobre o rendimento

Os saldos de ativos e passivos por impostos sobre o rendimento eram os seguintes:

31-dez-17 31-dez-16 Activos por impostos diferidos Por diferenças temporárias 2.517.850 2.557.892 Por prejuízos fiscais reportáveis 495.724 636.373 3.013.574 3.194.265

Activos por impostos correntes Pagamentos por conta - - Outros - - Imposto sobre o rendimento a recuperar 0 0 00 Passivos por impostos correntes Imposto sobre o rendimento a pagar 83.773 102.714 3.097.346 3.296.979

Em 31 de Dezembro de 2016 e em 31 de Dezembro de 2017, os ativos por impostos diferidos foram calculados à taxa de 22,5% a qual corresponde à taxa de tributação das actividades da Caixa Agrícola e derrama municipal (1,5%).

Os gastos com impostos sobre lucros registados em resultados, bem como a carga fiscal, medida pela relação entre a dotação para impostos sobre lucros e o lucro do exercício antes de impostos, podem ser apresentados como se segue:

31-dez-17 31-dez-16

Impostos correntes 22.710 9.532 Impostos diferidos Gasto imposto diferido 234.734 266.213 Ganho imposto diferido (35.101) (243.715) 199.633 22.498

Total de impostos reconhecidos em resultados 222.343 32.030

Lucro antes de impostos RAI 411.145 315.896 Carga fiscal 54,08% 10,14%

De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos. Deste modo, as declarações fiscais da Caixa relativas aos anos de 2013 a 2017 poderão vir ainda a ser sujeitas a revisão e a matéria colectável a eventuais correcções.

Contudo, na opinião da Direcção da Caixa, não é previsível que ocorram correcções com impacto significativo nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2017.

Nos termos do artigo 12º do Estatuto Fiscal Cooperativo, as cooperativas podem deduzir ao imposto a pagar, as importâncias correspondentes a 20% dos montantes não provenientes de auxílio financeiro do Estado a fundo perdido, investidos em elementos do activo imobilizado corpóreo afectos à prossecução do seu objecto social, com excepção de viaturas ligeiras, mobiliário e outros bens de investimento não directa e imprescindivelmente associados à actividade económica por elas prosseguida.

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CCAM da Costa Verde à data de 31 de Dezembro de 2017 tem a situação regularizada perante Administração Fiscal.

21 Outros ativos

Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

31/12/2017 31/12/2016

Outros activos Outros metais preciosos - - Resnponsabilidade com f. pensões 22 887 - Sector Público Administrativo IVA a recuperar - - Outros metaos preciosos , numismático 1 573 1 573 Despesas a debitar a clientes Bonificações a receber 12 Outros devedores diversos 6 917 387 7 038 453 Outros rendimentos a receber 1 668 2 239,00

6 943 515 7 042 277 Despesas com encargo diferido Fundo de Pensões 0 Seguros 737 Outras Rendas 7 369 7 368 Contribuições FGCAM 0 Outras 25 609 4 157

33 715 11 525

Valores a regularizar Outras (conta 53888) -46 373 0 Outras operações a regularizar ( conta 548) 144 883 430 085

98 510 430 085

Imparidade – Outros activos Outros devedores diversos (6 760 142) (6 760 142)

(6 760 142) (6 760 142)

315 598 723 745

22 Recursos de bancos centrais

Não existem operações desta natureza.

23 Passivos financeiros detidos para negociação

Não existem operações desta natureza.

24 Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados

Não existem operações desta natureza.

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25 Recursos de outras instituições de crédito

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31/12/2017 31/12/2016 Recursos de instituições de crédito no país Depósitos 11 829 954 11 139 569 Outros recursos 713 868 11 830 667 11 140 437

26 Recursos de clientes e outros empréstimos

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31/12/2017 31/12/2016 Depósitos À ordem 47 504 274 38 054 809 A prazo 56 986 563 63 594 977 De poupança 26 772 948 22 930 324 Outros recursos de clientes - - Cheques e ordens a pagar 158 214 63 596 Outros 5 716 11 673 Juros a pagar 36 221 77 214

131 463 936 124 732 593

Em 31 de Dezembro de 2017 e em 31 de Dezembro de 2016, os prazos residuais dos depósitos a prazo/poupança, apresentavam a seguinte estrutura:

31-dez-17 31-dez-16 Até três meses 25.899.118 36.528.304 Entre três meses e um ano 45.396.245 49.095.645 Entre um ano e três anos 11.298.861 58.581 Entre três e cinco anos 113.737 84.000 Mais de cinco anos 1.051.549 758.765 Indeterminado 47.704.426 38.207.298

131.463.936 124.732.593

27 Responsabilidades representadas por títulos

Não existem operações desta natureza.

28 Passivos financeiros associados a ativos transferidos

Não existem operações desta natureza.

29 Passivos não correntes detidos para venda

Não existem operações desta natureza.

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30 Provisões e imparidade

O movimento ocorrido nas provisões e na imparidade da Caixa durante o exercício de 2017 e o exercício 2016 foi o seguinte:

Reposições Saldos em e Saldos em 31-dez-16 Reforços anulações Utilizações Transf. 31-dez-17 Imparidade em AFDV (Nota 7) - Intrumentos de dívida ------#180011 - Intrumentos de capital 87.260 22.147 - - - 109.407 - Outros títulos ------Imparidade para crédito a clientes e aplicações em instituições de crédito (Notas 8 e 9) #351 - Crédito a clientes - 6.722.920 3.816.401 - 2.906.519 #352 - Crédito e juros vencidos - 14.087.133 2.326.989 - 11.760.145

#357-Imparidade em invest.em filiais e associadas (Nota 19) 8.691 - - - - 8.691

# 3580 Imparidade em ANCDV (Nota 15) 2.995.295 7.523 49.270 0 - 3.052.088 #3581 Imparidade em AFTang e A. Intangiveis (Nota 17 e 18) 56.950 9.446 - - 66.396 #3584 Imparidade em outros ativos (Nota 21) 6.760.142 - - - - 6.760.142

Provisões: #'470 Riscos bancários gerais 516.023 - (516.023) - - 473 - Prov. p/encargos com benefícios aos empregados 66.560 - - - 66.560 474 - Provisões para garantias e compromissos assumidos 330.344 (221.876) - - 108.468

10.424.361 21.246.073 5.454.761 - - 24.838.416

Reposições Saldos em e Saldos em 31-dez-15 Reforços anulações Utilizações Transf. 31-dez-16 Imparidade em AFDV (Nota 7) - Intrumentos de dívida ------#180011 - Intrumentos de capital - 87.260 - - - 87.260 - Outros títulos ------

#357-Imparidade em invest.em filiais e associadas (Nota 19) 8.691 - - - - 8.691

# 3580 Imparidade em ANCDV (Nota 15) 2.779.269 453.602 (237.576) - - 2.995.295 #3581 Imparidade em AFTang e A. Intangiveis (Nota 17 e 18) 56.950 - - - 56.950 #3584 Imparidade em outros ativos (Nota 21) 6.760.142 - - - - 6.760.142

Provisões para crédito a clientes (Notas 8 e 9) #3700- Para crédito de cobrança duvidosa 280.039 865.951 -438.400 707.590 #3701 - Para crédito vencido 18.062.571 2.720.528 -3.204.662 -3.749.462 13.828.975

#'470 Riscos bancários gerais 485.970 113.755 (83.702) - - 516.023 - Outros riscos e encargos ------Outras provisões ------28.376.682 4.298.046 (3.964.340) (3.749.462) - 24.960.926

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No que respeita à imparidade do crédito, conforme explicado em detalhe na nota 2.2, em resultado da publicação do Aviso nº 5/2015 do Banco de Portugal, a Caixa adoptou com efeitos a 1 de Janeiro de 2017 as NIC, passando a calcular e contabilizar imparidades nos termos da NIC 39, contrariamente ao que sucedia até 31 de Dezembro de 2016, data até à qual vigorou um modelo de provisionamento do crédito nos termos do Aviso nº 3/95 do Banco de Portugal.

Os impactos contabilísticos resultantes da adopção do novo normativo contabilístico encontram-se devidamente apresentados e explicados na nota 2.2 relativa à comparabilidade da informação.

31 Instrumentos representativos de capital

Não existem operações desta natureza.

32 Outros passivos subordinados

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31-12-2017 31-12-2016

Empréstimos subordinados: Titulados - - Emitidos -- Readquiridos - - Não titulados 11.000.000 11.000.000 11.000.000 11.000.000

Outros passivos subordinados: Emitidos - - Readquiridos - - -- Juros a pagar 50.413 50.417 11.050.413 11.050.417

Correcções de valor de passivos - - que sejam objecto de operações de cobertura 11.050.413 11.050.417

Tendo em consideração os prazos de vencimento dos Passivos Subordinados, a duração residual do saldo, analisa-se como segue:

31-dez-17 31-dez-16

Até três meses - - Entre três meses e um ano - Entre um ano e três anos - - Entre três e cinco anos - - Mais de cinco anos 11.000.000 11.000.000 11.000.000 11.000.000

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33 Outros passivos

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31-12-2017 31-12-2016 Credores e outros recursos Sector Público Administrativo Retenção de impostos na fonte 66.323 61.787 Contribuições para a Segurança Social 30.757 31.777 Imposto sobre o Valor Acrescentado 6.472 3.372 Cobranças por conta de terceiros 2.946 2.113 Contribuições para outros sistemas de saúde 6.233 6.185 Recursos-conta cativa 457.126 61.242 Credores diversos 286.396 261.545 Responsabilidades com pensões e outros benefícios Fundo de Pensões 10.934 Encargos a pagar Por gastos com pessoal Provisão para férias e subsídio de férias 209.825 228.201 Prémio de antiguidade 231.639 234.869 Outros 41.826 0 Receitas com rendimento diferido Comissões sobre garantias prestadas 5.772 3.836 Outras 40.266 577.358 Valores a regularizar Outras operações a regularizar 276.991

1.662.572 1.483.219

34 Passivos contingentes e compromissos

Os passivos contingentes e compromissos associados à actividade bancária encontram-se registados em rubricas extrapatrimoniais e apresentam o seguinte detalhe:

31-12-2017 31-12-2016

Garantias prestadas e outros passivos eventuais Garantias e avales prestados 1.891.844 1.868.828 Outros passivos eventuais 00

Compromissos perante terceiros Por linhas de crédito Compromissos irrevogáveis 950 4.054.895 Compromissos revogáveis 1.070.292 964.681

Responsabilidades por prestação de serviços Depósito e guarda de valores 2.083.491 1.844.062 Valores recebidos para cobrança 284.256 2.247.624

5.330.833 10.980.090

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35 Capital e prémios de emissão

O capital da Caixa Agrícola é variável, sendo dividido e representado por títulos de capital nominativos com um valor unitário de 5 Euros.

Em 31 de Dezembro de 2017 e 31 de Dezembro de 2016, o capital da Caixa Agrícola ascende a 11.026.440,00 € e 10.968.940,00 € respectivamente, sendo a estrutura accionista de capital a seguinte:

31-dez-17 31-dez-16 N º de Valor N º de Valor Titulos Titulos % Titulos Titulos % Titulos de Capital Títulos dos Associados 1.634.032 8.170.160 74,10% 1.622.532 8.112.660 73,96% Titulos próprios 571.256 2.856.280 25,90% 571.256 2.856.280 26,04%

2.205.288 11.026.440 100,00% 2.193.788 10.968.940 100,00%

Nos termos do Decreto-Lei nº 142/2009, de 16 de Junho (Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo e das Cooperativas de Crédito Agrícola Mútuo), o capital da Caixa Agrícola só pode ser reduzido por amortização dos títulos de capital nos casos de:

Redução da participação do Associado;

Exoneração do Associado;

Exclusão do Associado;

Falecimento de um Associado desde que os seus sucessores não queiram ou não possam associar-se.

A redução da participação do Associado só é permitida até ao limite mínimo estabelecido nos estatutos ou deliberado em Assembleia-geral.

A exoneração do Associado ou a redução da sua participação só se tornam eficazes no termo do exercício, dependendo da verificação das seguintes condições:

O pedido ter sido apresentado por escrito, com antecedência mínima de 90 dias;

Terem decorrido pelo menos três anos desde a realização dos títulos de capital;

O reembolso não implicar a redução do capital social para valor inferior ao capital mínimo previsto nos estatutos nem implicar o incumprimento ou o agravamento de incumprimento de quaisquer relações ou limites prudenciais fixados por lei ou pelo Banco de Portugal em relação à Caixa Agrícola.

Os títulos de capital são reembolsados ao seu valor nominal.

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36 Reservas, resultados transitados, outros instrumentos de capital e lucro do exercício

Em 31 de Dezembro de 2017 e 31 de Dezembro de 2016, as rubricas de reservas e resultados transitados têm a seguinte composição:

31-12-2017 31-12-2016

Reserva legal 0 Outras reservas 84.828 41.209 Resultados transitados (14.206.096) -14.906.119

(14.121.268) (14.864.910) Lucro do exercício 168.479 283.867

(13.952.789) (14.581.043)

Em conformidade com o disposto no Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, alterado pelo Decreto- Lei nº 201/2002, de 26 de Setembro, a Caixa constitui um fundo de reserva até à concorrência do capital ou do somatório das reservas livres constituídas e dos resultados transitados, se superior. Para tal, é anualmente transferida para esta reserva uma fracção não inferior a 20% do resultado líquido do exercício, até perfazer o referido montante.

Esta reserva só pode ser utilizada para a cobertura de prejuízos acumulados ou para aumentar o capital.

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37 Juros e rendimentos similares

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31-12-2017 31-12-2016 Juros de disponibilidades em outras instituições de crédito Disponibilidades sobre instituições de crédito no país 1.202 3.306 Juros de aplicações em instituições de crédito Aplicações em instituições de crédito no país 370.838 582.026 Juros de crédito a clientes Crédito não representado por valores mobiliários Crédito interno Empresas e administrações públicas Desconto e outros créditos titulados por efeitos 18.615 13.090 Empréstimos 1.048.173 1.072.888 Créditos em conta corrente 270.837 311.797 Descobertos em depósitos à ordem 27.752 33.033 Outros créditos 23.596 29.051 Particulares Habitação 124.961 Operações de locação financeira - Outros créditos 22.509 582 Consumo Operações de locação financeira 1.031 0 Outros créditos 198.596 94.338 Outras finalidades Desconto e outros créditos titulados por efeitos 23.335 Empréstimos 177.920 481.983 Créditos em conta corrente 9.951 5.870 Descobertos em depósitos à ordem 6.351 8.148 Outros créditos 14.209 Crédito externo Particulares Habitação Outros créditos 8.376 Consumo Outros créditos 8.866 Outras finalidades Descobertos em depósitos à ordem 78 Juros Crédito Vencido Juros Crédito Vencido 307.201 160.119 Juros de activos titularizados não desreconhecidos Juros de activos financeiros disponiveis para venda 1.313 Juros de investimentos detidos até à maturidade 0 0 2.628.166 2.833.775

38 Juros e encargos similares

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31-12-2017 31-12-2016 Juros de recursos de outras instituições de crédito No país Juros de recursos de clientes e outros empréstimos 202.535 391.175 Outros juros e encargos similares

202.535 391.175

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39 Rendimentos de instrumentos de capital

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31-12-2017 31-12-2016 Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos No país Investimentos em filiais 3.774 3

3.774 3

40 Rendimentos de serviços e comissões

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31/12/2017 31/12/2016 Por garantias prestadas Garantias e avales 36 896 40 041 Outra garantias prestadas

Por compromissos assumidos perante terceiros Linhas de crédito irrevogáveis 142 763 122 983

Por serviços prestados Depósito e guarda de valores 7 5 Cobrança de valores 2 127 5 856 Administração de valores Transferência de valores 10 300 11 286 Gestão de cartões 1280 606,53 Anuidades 99 264 86 246 Operações de crédito 299 199 364 060 Outros serviços prestados 494 121 424 090

Outras comissões recebidas 263 075 250 058 1 349 032 1 305 232

41 Encargos com serviços e comissões

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31/12/2017 31/12/2016

Depósito e guarda de valores 2 942 2 209 Cobrança de valores 667 1 075 Outros 159 343 147 204 Outras comissões pagam 16 099 18 544 179 051 169 032

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42 Resultados de ativos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados

Não existem operações desta natureza.

43 Resultado de ativos financeiros disponíveis para venda

Não existem operações desta natureza.

44 Resultados de reavaliação cambial

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31/12/2017 31/12/2016

Operações cambiais à vista (204) 2 050 (204) 2 050

45 Resultados de alienação de outros ativos

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31/12/2017 31/12/2016 Resultados em activos não financeiros Activos não correntes detidos para venda (29 341) 10 601 Activos tangívies

(29 341) 10 601

46 Outros resultados de exploração

Estas rubricas têm a seguinte composição:

31/12/2017 31/12/2016 Ganhos em ativos financeiros Ganhos em invest.em filiais, associadas, 2 100 2 100

Ganhos em ativos não financeiros Ganhos realizados - - Ganhos não realizados 0 0

Outros rendimentos de exploração Reembolso de despesas 3 697 11 578 Recuperação de créditos, juros e despesas Recuperação de créditos incobráveis 153 219 15 257 Recuperação de juros e despesas de cr vencido 115 721 171 504 Rendimentos da prestação de serviços diversos 42 284 77 600

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Outros 201 690 235 655 516 611 511 694 Outros encargos de exploração Quotizações e donativos 3 636 4 111 Contribuições para o Fundo de Garantia do CAM 47 990 32 745 Outros encargos e gastos operacionais 44 692 43 334 96 318 80 190

Outros impostos 80 668 85 554 341 725 347 950

47 Custos com pessoal

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31/12/2017 31/12/2016 Salários e vencimentos Órgão de Gestão e Fiscalização 150 560 96 753 Empregados 1 223 809 1 358 389 1 374 369 1 455 142 Encargos sociais obrigatórios Fundo de pensões 10 697 11 262 Encargos relativos a remunerações Segurança social 278 668 292 940 SAMS 67 242 68 049 Outros encargos sociais obrigatórios Outros 16 692 11 271 373 299 383 521 Outos custos com pessoal Outros encargos sociais facultativos Outros 86 416 25 806 1 834 084 1 864 469

O número médio de colaboradores da Caixa no primeiro semestre de 2017 e em 2016 apresenta a seguinte composição:

31-12-2017 31-12-2016

Administração 3 3 Chefias e gerência 11 11 Quadros técnicos 4 4 Administrativos 17 19 Outros - -

35 37

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48 Gastos gerais administrativos

Esta rubrica tem a seguinte composição:

31/12/2017 31/12/2016 Com fornecimentos: Água energia e combustíveis 73 510 66 096 Material de consumo corrente 15 096 14 710 Publicações 2 113 2 606 Material de higiene e limpeza 978 1 059 Outros fornecimentos de terceiros 2 636 10 195 94 333 94 667 Com serviços: Rendas e alugueres 88 719 91 122 Comunicações 109 917 108 636 Deslocações, estadas e representação 12 739 12 628 Publicidade e edição de publicações 30 168 26 036 Conservação e reparação 73 073 82 161 Transportes 4 761 4 145 Formação de pessoal 11 125 8 007 Seguros 26 531 29 385 Serviços especializados: Avenças e honorários 111 836 148 794 Judiciais contencioso e notariado 22 500 25 924 Informática 385 710 375 444 Segurança e vigilância 15 299 701 Limpeza 31 045 30 155 Informações 102 255 Bancos de dados 1 915 1 816 Outros serviços Outros serviços especializados: Consultores e auditores externos 34 694 10 867 Tratamento de valores 0 0 Sibs 44 793 45 557 Avaliadores externos 42 388 55 221 Outros serviços de terceiros Compensação 8 568 8 951 Serviços de suporte ao negócio 55 981 39 456 Cedências ocasionais 59 611 Outros Serviços 46 961 48 273 1 253 158 1 307 813

49 Entidades relacionadas

Para além das empresas coligadas e associadas (Nota 19), a Caixa consolida com as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo associadas, como outras empresas do Grupo.

Em 30 de Junho de 2017 e 30 de Junho de 2016, as demonstrações financeiras da Caixa incluem os seguintes saldos e transacções com entidades relacionadas:

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31-dez-17 31-dez-16 CCCAM CCCAM Coligadas Total Coligadas Total Ativos:

Disponibilidades em outras instituições de crédito 492.557 492.557 1.314.341 1.314.341 Ativos financeiros disponíveis para venda 0 0 Aplicações em instituições de crédito 68.400.00068.400.000 53.650.000 53.650.000 Crédito a clientes 0 0 Outros ativos 102.470 42.966 145.436 26.680 46.914 73.594 Passivos: 0 0 Passivos financeiros detidos para negociação 0 0 Passivos subordinados 0 0 Outros passivos 0 34.779 34.779 0 53.013 53.013 Custos: 0 0 Juros e encargos similares 17.51517.515 2.925 0 2.925 Encargos com serviços e comissões 64.653 77.477 64.653 77.477 Resultados de ativos e passivos avaliados 0 0 0 0 ao justo valor através de resultados Gastos gerais administrativos 497.897 642.224 575.496 717.938 144.327 142.442 Proveitos: 0 0 Juros e rendimentos similares 372.040372.040 942.856 942.856 Rendimentos de instrumentos de capital 3 500 3 500 Rendimentos de serviços e comissões 37.714 203.279 44.632 119.982 165.565 75.350 Outros resultados de exploração 0 0 Extrapatrimoniais: 0 0 Garantias prestadas e outros passivos eventuais: 0 0 Garantias recebidas 0 0 Compromissos perante terceiros 0 1.891.844 1.891.844 2.353.218 2.353.218 Operações cambiais e instrumentos derivados 0 0

As transacções com entidades relacionadas são efectuadas, por regra, com base nos valores de mercado nas respectivas datas.

50 Pensões de reforma

1) IMPACTO CONTABILÍSTICO

1.i) OBJECTIVO

Em conformidade com o Acordo Colectivo de Trabalho das Instituições do Crédito Agrícola Mútuo, o Crédito Agrícola assumiu o compromisso de conceder aos seus empregados, ou às suas famílias, prestações pecuniárias a título de reforma antecipada (regime da Segurança Social de f l e x i b i l i z a ç ã o da i d a d e de reforma), reforma por velhice, invalidez e pensões de sobrevivência. Foi constituído um fundo de pensões destinado a cobrir as responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência e cuidados médicos pós- emprego.

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O presente documento destina-se a explicar e documentar os movimentos contabilísticos associados à contabilização dos benefícios aos empregados (Fundo de Pensões, SAMS e prémio de antiguidade) de acordo com a norma “IAS 19 Revisto – Benefícios aos empregados”.

1.ii) ENQUADRAMENTO

A 01 de Janeiro de 2013 entraram em vigor as alterações, publicadas em Junho de 2011, à IAS 19 – norma contabilística internacional que trata os benefícios dos empregados.

O período de transição para implementação das alterações à IAS 19 terminou no início de 2013, e todas as empresas que a d o p t e m esta norma para a contabilização dos benefícios dos empregados (planos de pensões), ficaram obrigadas a ter de reflectir as alterações à IAS 19 durante 2013.

Dessa forma, a informação financeira passou a ser apurada e reportada, a partir do exercício de 2013 (com base no estudo actuarial elaborado em 31/12/2013), seguindo a IAS 19 revista.

As principais alterações foram:

Reconhecimento

• Eliminação da possibilidade de reconhecimento diferido dos ganhos e perdas actuariais, ou seja, da utilização do método do corredor. Os ganhos e perdas atuariais deverão ser totalmente reconhecidos em “outro rendimento integral” no ano em que ocorrem;

• Eliminação do conceito “retorno esperado dos ativos”

Apresentação

• Custo do Serviço (P&L): O custo do serviço inclui o custo dos serviços correntes, custo dos serviços passados e ganhos ou perdas aquando das liquidações;

• Juro líquido (P&L): O juro líquido é determinado pela multiplicação da taxa de desconto pelo passivo (ativo) líquido de benefícios definidos (ambos determinados no início do período

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de relato anual, tendo em conta qualquer variação do passivo (ativo) líquido de b e n e f í c i o s definidos durante o período em consequência do pagamento de contribuições e benefícios); • Remensurações (Outro Rendimento Integral): Inclui todas as alterações resultantes da remensuração das responsabilidades por serviços passados e ativos do plano.

1.iii) CONTABILIZAÇÃO EM NCA

1.iii.a) Apuramento do impacto de adopção das NCA a 1/01/2007

Decorrente da introdução das Normas Internacionais de Contabilidade e no que diz respeito à “IAS 19 – Benefícios dos empregados”, foi registado em 1 de Janeiro de 2007 o valor dos ajustamentos de transição referentes a 31 de Dezembro de 2006.

O período de diferimento dos impactos da transição na adopção da IAS 19 terminou no final do exercício de 2016.

1.iii.b) Registo do impacto do movimento do Fundo de Pensões e do custo com o SAMS e Prémios de antiguidade a 31/12/2017

Os pressupostos atuariais e financeiros utilizados no cálculo das responsabilidades da CCAM COSTA VERDE com referência a 31 de Dezembro de 2017 e de 312016/12/2016 fora m os seguintes:

31/12/2017 31/12/2016 Pressupostos demográficos Tábua de mortalidade TV – 8 8/90 TV – 88/90 Tábua de invalidez EVK 80 (**) EVK 80 (**) Idade de reforma Método de avaliação “Projected Unit Credit” “Projected Unit Credit”

Pressupostos financeiros: Taxa de desconto (*) (*) Taxa de crescimento dos salários e outros benefícios 1,40% 1,40% Taxa de crescimento das pensões 1,00% 1,00%

Taxa de revalorização de salários para a Segurança Social: - de acordo com nº2 Artº 27 do Decreto Lei 187/2007 1,40% 1,40% - de acordo com nº1 Artº 27 do Decreto Lei 187/2007 1,40% 1,40%

(*) Taxa de desconto diferente para diferentes grupos da população: o: Trabalhadores no activo e Licenças com idade actuarial < 55 anos : 2,30% 2,30% Trabalhadores no activo e Licenças com idade actuarial >=55 anos : 2,10% 2,10% Pré-reformados, reformados e pensionistas : 1,75% 1,75%

(**) De acordo com o Decreto-lei nº167-E/2013

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Em 31 de Dezembro de 2017, o valor das responsabilidades por serviços passados com o pagamento de complementos de reforma e sobrevivência e encargos com cuidados médicos de saúde pós-emprego (SAMS), com trabalhadores no ativo, licenças sem vencimento, pré-reformados e pensões em pagamento, referente à CCAM COSTA VERDE, é o seguinte:

31-12-2017 F.2016 Valor actual das Responsabilidades por serviços passados 606.264

F.1 Com trabalhadores no ativo e ex-trabalhadores 432.861 F.2 Com licenças sem vencimento 12.943 F.3 Com pré-reformados 115.676 F.4 Com pensões em pagamento 44.784

O acréscimo anual de responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência e cuidados médicos pós- emprego referente à CCAM COSTA VERDE é o que a seguir se apresenta:

G.1 + Custo do serviço corrente 21.480 G.3 + Custo dos juros Líquido “Net Interest” 665 G.4.Ano +/- (Ganhos) e Perdas atuariais -48.027 G.4.1.Ano Relativos a diferenças entre os pressupostos e os -48.027 valores realizados G.4.2.Ano Relativos a alterações verificadas nos pressupostos e 0 nas condições dos planos G.5 + Acréscimos de responsabilidades resultantes de 0 reformas antecipadas G.6 = Acréscimo anual de responsabilidades -25.882

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O movimento ocorrido na quota-parte do fundo de pensões referente à CCAM COSTA VERDE foi o seguinte:

A.4.2015 (+) Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2016 599.914 H.1 (+) Contribuições efectuadas 12.347 H.1.1 Pela CCAM COSTA VERDE 0 H.1.2 Pelos empregados 12.347 H.2 (+) Capitais recebidos de seguro 0 H.3 (+) Rendimento dos ativos do Fundo de Pensões (liquido) 14.861 H.4 (-) Prémios de seguro pagos 15.044 H.9 (+) Participação de resultados no seguro 10.636 H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 0 H.5.1 Por reformas antecipadas 0 H.5.2 Outros 0 H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 2.423 H.7.2016 (=) Valor da quota-parte do fundo de pensões em 31-12-2017 620.291 H.8. Variação do valor da quota-parte do fundo de pensões em 2017 (H.7.2017 – A.4.2016) 20.377

O movimento ocorrido durante o exercício de 2017, relativo ao valor actual das responsabilidades por serviços passados foi o seguinte:

F.2016 (+) Responsabilidades Totais em 31 de Dezembro de 2016 619.708 G.1 (+) Custo do serviço corrente 21.480 G.1.1 Custo do serviço corrente da Entidade 9.133 H.1.2 Contribuições para o Fundo efectuadas pelos empregados 12.347 G.2 (+) Custo dos juros 13.634 G.4.1 (+/-) (Ganhos) e perdas atuariais nas responsabilidades -46.135 G.5 (+) Acréscimos de responsabilidades resultantes de reforma antecipadas 0

H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 0 H.5.1 Por reformas antecipadas 0 H.5.2 Outros 0 H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 2.423 F.2017 (=) Responsabilidades totais em 31-12-2017 606.264 K. Variação nas responsabilidades em 2017 (F.2017 – F.2016) -13.444

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O nível de cobertura das responsabilidades em 31 de Dezembro de 2017, de acordo com o Aviso 12/2001 do Banco de Portugal, era o seguinte:

F.2017 Valor actual das responsabilidades com serviços passados 606.264 I.1 Valor por amortizar em 31 Dezembro de 2017 (Aviso 0 7/2008)* I.2 Responsabilidades por serviços passados (Aviso 12/2001) 583.974 I.3 Nível de cobertura (Aviso 12/2001) (%) 106

*Terminou no final do exercício de 2016, o diferimento total do impacto de transição na adopção da IAS 19.

Com a implementação em 1 de Janeiro de 2013 das alterações decorrentes da IAS 19 Revisto, os desvios atuariais por amortizar apurados à data de 31 de Dezembro de 2012, foram transferidos para uma rubrica do rendimento integral “reservas de reavaliação”.

No exercício de 2016, o valor dos desvios atuariais existentes e o movimento ocorrido no exercício no “rendimento integral”, foi o seguinte:

RI.2016 Desvios atuariais em 31-12-2016 41.210 RI. ano Desvios atuariais gerados em 2017 – Ganhos e 43.619 perdas atuariais RI.2017 Desvios atuariais em 31-12-2017

Prémios de antiguidade:

A evolução do valor das responsabilidades por serviços passados, com prémios de antiguidade futuros, com trabalhadores no ativo e licenças sem vencimento, foi a seguinte:

Prémio de Antiguidade 31-12-2016 N.1.2016 Com trabalhadores no ativo 234.869 N.2.2016 Com licenças sem vencimento 0 N.2016 Total 234.869

Prémio de Antiguidade 31-12-2017 N.1.2017 Com trabalhadores no ativo 215.141 N.2.2017 Com licenças sem vencimento 16.498 N.2017 Total 231.639

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Prémio de Antiguidade Variação O.1. Com trabalhadores no ativo -19.727 O.2. Com licenças sem vencimento 16.498 O. Total -3.230

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51 Divulgações relativas a instrumentos financeiros

2.1 Risco de Mercado

O risco de mercado reflecte perdas eventuais resultantes de uma alteração adversa do valor de mercado de um instrumento financeiro como consequência da variação, nomeadamente, de taxas de juro, taxas de câmbio, preços de acções, preços de mercadorias, spread de crédito ou outras variáveis equivalentes.

A responsabilidade pela monitorização do risco de mercado nomeadamente no que se refere à variação de taxa de juro encontra-se atribuída à Área Administrativa e Financeira que para além de acompanhar as variações no mercado, elabora reportes mensais, estabelece limites à concentração do risco destes instrumentos e as decisões acerca da manutenção, aquisição ou liquidação destes instrumentos financeiros, envolve uma decisão colegial, bem como a definição do limite ao risco assumido.

2.2 Risco Cambial

O risco cambial surge como consequência de variações nas taxas de câmbio das moedas, sempre que existem “posições abertas” nessas mesmas moedas.

2.3 Risco de Taxa de Juro

A Caixa Agrícola incorre em risco de taxa de juro sempre que, no desenvolvimento da sua actividade, contrata operações com fluxos financeiros futuros cujo valor presente é sensível a variações das taxas de juro.

O risco de taxa de juro agregado suportado deriva de diversos factores, nomeadamente:

 Diferentes prazos de vencimento ou revisão das taxas dos ativos, passivos e elementos extrapatrimoniais (risco de repricing);

 Alterações da inclinação da curva de taxas de juro (risco de curva);

 Variações assimétricas das diversas curvas de mercado que afectam as distintas massas patrimoniais e extrapatrimoniais (risco de base); e

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 Existência de opções explícitas ou implícitas em muitos produtos bancários (risco de opção).

A avaliação deste risco é efectuada mensalmente pela Caixa Central, para a totalidade dos saldos das diversas Caixas Associadas sendo a sua exposição a este tipo de risco efectuada com recurso a uma metodologia baseada no agrupamento dos diversos ativos e passivos sensíveis em intervalos temporais de acordo com as respectivas datas de revisão de taxa. Para cada intervalo são calculados os cash flows ativos e passivos apurando-se o correspondente gap sensível ao risco de taxa de juro.

Procede-se então à avaliação do impacto dos gaps mencionados sobre a evolução da margem financeira e sobre o valor económico da entidade em diversos cenários de evolução das taxas de juro.

A relação risco/rentabilidade encontra-se enquadrada por limites definidos e monitorizados mensalmente pelo ALCO ao nível da exposição da margem financeira e do valor económico a variações adversas das taxas de juro.

Em 31 de Dezembro de 2017, o desenvolvimento dos instrumentos financeiros com exposição a risco de taxa de juro em função da sua maturidade ou data de refixação é apresentado no quadro seguinte:

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Apresenta-se de seguida a análise de sensibilidade para o risco de taxa de juro a que a Caixa Agrícola se encontra exposta em 31 de Dezembro de 2017, efectuada a partir da simulação, nos ativos e passivos sensíveis, da variação até 100 pontos base na taxa de referência, incluindo o impacto na margem financeira (valores em milhares de Euros):

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Considerando os valores apurados, os quadros anteriores apresentam uma exposição ao risco de taxa de juro, tanto da margem financeira como do valor económico do capital, pouco significativa. Este risco mede o impacto de uma variação das taxas de juro, positiva ou negativa, sobre os referidos indicadores em função da exposição líquida nos diversos intervalos temporais.

2.4 Risco de Liquidez

O risco de liquidez está associado à potencial incapacidade da Caixa Agrícola financiar o seu activo satisfazendo nas datas contratadas todas as responsabilidades exigíveis.

Para avaliar a exposição global a este tipo de risco, no curto, médio e longo prazos, são elaborados relatórios que permitem não só identificar os mismatch negativos, como avaliar a cobertura dinâmica dos mesmos. É também realizado um acompanhamento por parte da Caixa Agrícola dos rácios de liquidez de um ponto de vista prudencial, calculados segundo as regras exigidas pelo Banco de Portugal.

Refira-se que em matéria de liquidez, o Grupo Crédito Agrícola prossegue uma política conservadora que se traduz num rácio de transformação em cada uma das suas unidades claramente abaixo da média do rácio de transformação do sistema financeiro nacional.

Os recursos excedentários da Caixa Agrícola são canalizados para a Caixa Central, onde são centralmente aplicados em ativos de elevada qualidade creditícia e liquidez, nomeadamente,

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obrigações de dívida pública de países da Zona Euro e aplicações de prazo curto sobre Instituições de Crédito de referência, nacionais ou internacionais.

Numa óptica de prevenção e de gestão de contingência de risco de liquidez são especialmente tidos em conta e acompanhados os seguintes aspectos:

 Controle e contenção de eventuais concentrações de recursos comerciais que, tendendo a desenvolver-se, pudessem vir a concorrer para uma maior permeabilidade da carteira diminuindo a sua estabilidade e permanência. São efectuadas regularmente simulações de impactos ao abrigo de hipóteses conservadoras sobre a estabilidade dos recursos de retalho e sem consideração do concurso de fontes de financiamento adicionais;

 Embora sem dependência de tais fontes de financiamento complementares atendendo à posição estrutural de tesouraria do Grupo Crédito Agrícola, manutenção de linhas de financiamento junto de Instituições de Crédito nacionais e internacionais, regularmente testadas;

 Lançamento regular de produtos de passivo que concorram para a manutenção dos padrões de permanência dos recursos projectados.

2.5 Risco de Crédito

A eficiência e a rendibilidade de uma instituição financeira dependem objectivamente de um rigoroso controlo dos riscos, no que assenta também a sua solidez financeira.

Neste sentido, a CCAM da Costa Verde continuou a dar elevada prioridade ao projecto de “Transformação da Função Risco”, desenvolvido à luz das melhores práticas organizacionais neste domínio e enquadrado no cumprimento dos requisitos regulamentares de Basileia II.

A mitigação do risco de crédito é desenvolvida através de um conjunto significativo de actividades que envolvem a segregação de funções dos elementos da Área Risco de Crédito e Recuperação de Moras conjugado com uma clara definição dos limites e requisitos de autoridade na avaliação das operações de crédito, bem como adequada definição e uma apropriada divulgação interna dos grandes riscos e limites de concessão de crédito, a presença de um acompanhamento permanente, com reporte de periodicidade mensal, acerca da evolução da carteira e dos seus colaterais.

No âmbito da actividade de concessão de crédito, a CCAM da Costa Verde recebe, entre outras, os seguintes colaterais:

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• Hipotecas sobre habitação própria;

• Hipotecas sobre imóveis e terrenos;

• Depósito de valores;

• Penhor de valores mobiliários;

• Garantíeis prestadas por outras instituições de crédito.

O justo valor dos colaterais recebidos é apurado com base no valor de mercado tendo em conta as suas especificidades.

No âmbito das decisões, estas são tomadas de forma colegial.

2.6 Justo valor de ativos e passivos financeiros

As principais considerações sobre o justo valor dos ativos e passivos financeiros são as seguintes:

 Relativamente aos saldos à vista, considerou-se que o valor de balanço corresponde ao justo valor;

 O justo valor dos restantes instrumentos foi determinado pela Caixa Central com base em modelos de fluxos de caixa descontados, tendo em consideração as condições contratuais das operações e utilizando taxas de juro apropriadas face ao tipo de instrumento, incluindo:

o Taxas de juro praticadas nas operações intra-grupo realizadas ao abrigo do Regime Jurídico do Crédito Agrícola, designadamente aplicações efectuadas junto da Caixa Central;

o Taxa de juro praticadas nas operações concedidas pela Caixa Agrícola para tipos de créditos comparáveis e

o Taxas de juro de referência para emissão de produtos para colocação no retalho.

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2.7 Exposição máxima ao risco de crédito

A 31 de Dezembro de 2017, a exposição máxima ao risco de crédito por tipo de instrumento financeiro, excluindo os títulos em carteira, pode ser resumida como segue:

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31-dez-17 Patrimoniais: Crédito a clientes 60.816.602,00 € Aplicações em instituições de crédito 68.579.452,00 € Disponibilidades em outras instituições de crédito 1.102.437,00 € 130.498.491,00 € Extrapatrimoniais: Garantias prestadas#9000 1.891.844,44 € Compromissos irrevogáveis#9203 7.616.949,92 € 9.508.794,36 €

140.007.285,36 €

2.8 Risco Operacional

O risco operacional traduz-se, genericamente, na eventualidade de perdas originadas por falhas na prossecução de procedimentos internos, pelos comportamentos das pessoas ou dos sistemas informáticos, ou ainda por eventos externos à organização. Para a gestão do risco operacional encontra-se implementado um sistema que visa assegurar a uniformização, sistematização e recorrência das actividades de identificação, monitorização, controlo e mitigação desses riscos.

2.9 Risco de Compliance

Apesar de haver um Departamento próprio de Compliance, o Conselho de Administração é responsável pela supervisão da gestão do risco de Compliance, sendo a Caixa Central responsável pela divulgação das suas políticas pelas Caixas Associadas.

52 Prestação de Serviços de Mediação de Seguros ou de resseguros

Prestação de serviços de mediação de seguros ou de resseguros

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (CCAM) de Costa Verde está inscrita na Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, com o estatuto de Mediador de Seguros Ligado, de acordo com o artigo 8º, alínea a), subalínea i), do Decreto-Lei nº 144/2006, de 31 de Julho, desenvolvendo a actividade de intermediação em exclusividade com as Seguradoras do Grupo Crédito Agrícola, designadamente, a Crédito Agrícola Seguros – Companhia de Seguros de Ramos Reais, SA (CA Seguros), que se dedica ao exercício da actividade de seguros para todos os Ramos Não Vida e com a Crédito Agrícola Vida – Companhia de Seguros, SA (CA Vida), que se dedica ao exercício da actividade de seguros para o Ramo Vida e Fundos de Pensões.

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No âmbito dos serviços de mediação de seguros a CCAM efectua a venda de contratos de seguros e de adesões a Fundos de Pensões, presta apoio pós-venda aos segurados e participa no encaminhamento das participações de sinistros que sejam entregues nas Agências da CCAM.

Como contrapartida dos serviços de mediação de seguros prestados às referidas seguradoras, a CCAM recebe remunerações pela mediação de seguros e pela colocação de adesões em Fundos de Pensões as quais estão definidas em Protocolo estabelecido entre a CCAM e as referidas Seguradoras.

As remunerações de mediação de seguros são reconhecidas como um rendimento na Demonstração de Resultados, na rubrica de Rendimentos de Serviços e Comissões. Os valores de remunerações a pagar pelas Seguradoras, à data de 31 de Dezembro de cada ano, estão reconhecidas como um activo no Balanço, na rubrica de Outros Ativos. À data de emissão das presentes demonstrações financeiras, as remunerações de mediação que estavam por pagar em 31 de Dezembro de 2017, encontram-se já integralmente pagas pelas referidas Seguradoras.

O quadro seguinte evidencia o valor total das remunerações de mediação de seguros auferidas pela CCAM nos últimos 3 anos (valores em euros):

Origem Segurad 2015 2016 2017 % por ora Origem 2017 Ramos Não Vida CA 74.789,16 68.949,69 106.687,31 64,4% Seguros Ramo Vida CA Vida 27.328,30 43.840,57 56.370,64 34,0% Fundos de CA Vida 265,95 531,45 2.507,83 1,5% Pensões Total 102.383,41 113.321,71 113.321,71 100,0%

A CCAM não efectua a cobrança de prémios por conta das seguradoras, nem efectua a movimentação de quaisquer tipos de fundos relativos a contratos de seguros. Desta forma, não há qualquer outro activo, passivo, rendimento ou gasto a reportar, relativo à actividade de mediação de seguros exercida pela CCAM.

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53 Fundos Próprios

Em 31 de Dezembro e 2017, o detalhe dos fundos próprios da Caixa Agrícola apresenta-se de seguida:

31-12-2017 Fundos Próprios de Base -4.094.135,81 € Fundos Próprios Complementares 10.639.423,67 € Fundos Próprios Totais 6.545.287,86 € Riscos Ponderados Totais 70.058.534,41 € Taxa ponderação risco 12,50% Rácio de Solvabilidade 9,47% Tier I -0,47% Tier II 1,21%

54 Acontecimentos após a data do balanço

Nada a assinalar.

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