Universidade Federal Do Rio De Janeiro Itala Maduell Vieira O Caderno B Do Jb Como Modelo E Mito No Jornalismo Cultural Brasile
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ITALA MADUELL VIEIRA O CADERNO B DO JB COMO MODELO E MITO NO JORNALISMO CULTURAL BRASILEIRO Rio de Janeiro 2016 2 O CADERNO B DO JB COMO MODELO E MITO NO JORNALISMO CULTURAL BRASILEIRO Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Comunicação e Cultura, Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Comunicação. Orientadora: Profa Dra Ana Paula Goulart Ribeiro Rio de Janeiro 2016 3 4 Itala Maduell Vieira Caderno B do JB como mito e modelo no jornalismo cultural brasileiro. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Comunicação e Cultura, Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Comunicação. Aprovada por: ____________________________________________________________ Ana Paula Goulart Ribeiro – Presidente, Orientadora (PPGCOM/UFRJ) Doutora em Comunicação pela UFRJ ____________________________________________________________ Renato Cordeiro Gomes (PUC-Rio) Doutor em Letras pela PUC-Rio ____________________________________________________________ Marialva Carlos Barbosa (PPGCOM/UFRJ) Doutora em História pela UFF Rio de Janeiro, 15 de março de 2016. 5 A Sofia e Cosmo, meus orientadores de mãestrado. 6 AGRADECIMENTOS A vocês, gratidão, esta palavra-tudo Carlos Drummond de Andrade A Marcelo Kischinhevsky, pelo incentivo, pela inspiração, pelo apoio em todos os momentos. A Carla Rodrigues, amiga e mentora desde as primeiras etapas deste percurso. A Ana Paula Goulart Ribeiro, pela orientação e confiança, que extrapolou formalismos. A Marialva Barbosa, pela generosidade e fundamental acolhida. A Renato Cordeiro Gomes, que há 20 anos vislumbrou em mim o germe acadêmico e o que realizo hoje. A Cesar Romero Jacob, que me possibilitou reiniciar a vida acadêmica como professora do Departamento de Comunicação da PUC-Rio e como estudante de pós-graduação. A Fernanda Lima Lopes, pela generosa escuta desde o início, e a guarida espiritual e física. Ao CNPq, pelo suporte financeiro, via bolsa acadêmica. A Ana Paula Goulart Ribeiro, Fernanda Lima Lopes, Renato Cordeiro Gomes, Igor Sacramento, Ligia Lana, Vera Figueiredo, Beatriz Becker e Mark Deuze, pelos encontros instigantes e intrigantes, fartos de descobertas e iluminação – em uma palavra, aulas. A Adilson Nunes, Anabela Paiva, Artur Xexéo, Bolivar Torres, Carlos Helí de Almeida, Claudia Mattos, Gustavo Vieira, Iesa Rodrigues, Jöelle Rouchou, Kathia Ferreira, Lenke Pavetits, Luciana Medeiros, Luis Pimentel, Luiz Fernando Vianna, Lula Branco Martins, Macksen Luiz, Marcelo Camacho, Mario Marques, Mauro Ventura, Miguel Serpa Pereira, Nayse López, Nelson Gobbi, Paulo Senna, Pedro Só, Rachel Almeida, Regina Zappa, Silvio Essinger e Ulisses Mattos pelas entrevistas e colaborações. A Alexandre Carauta, Alice Mello, Aline Novaes, Andrea Cristiana, Ana Paula Daudt, Antero Gomes, Carol Arêas, Cris Grumbach, Flavia Caldeira, Joelle Rouchou, Leticia Matheus, Lilian Saback, Luciana Brafman, Luciana Barros, Luiz Antonio Ryff, Maria Lívia Roriz, Mauro Silveira, José Eudes Alencar, Júlia Cruz, Tatiana Siciliano, Rachel Bertol e Rafael Russak, pela cumplicidade e torcida. A Adilson Nunes, Alexandre Werneck, Anderson Barbosa (Nem), Carlos Helí de Almeida, Caroline Menezes, João Bernardo Caldeira, Luis Pimentel, Monique Cardoso, Kathia Ferreira, Rachel Almeida e Ulisses Mattos, no expediente do meu B. A Zeila e Nildo, Dina e Zeli, Darcy Maduell e Zeneda, Nildo e Elieth Amorim Vieira (em memória). Aos colegas da Pós-Graduação da ECO e do grupo do Nepcom. Aos colegas do Portal PUC-Rio Digital e do Departamento de Comunicação da PUC-Rio. A alunos e estagiários destes quatro semestres (2014/2015), que assistiram à minha maratona. A Thiago Couto, Jorgina Costa e Rodrigo Lessa, da Secretaria da ECO Pós, e Marise Lira, da Secretaria do Departamento de Comunicação da PUC-Rio, pela ajuda sempre gentil. A Faride Montovani, a Fafá, presença fiel na retaguarda doméstica. A Gabriel Nieto, Nando Corrêa, Regina Martins, Sergio Henrique e Thereza Imbroisi, pelo suporte. Aos santos que escutaram minhas preces e aos mestres espirituais que me guiaram. 7 A memória cola fragmentos de várias porcelanas no mesmo vaso Carlos Drummond de Andrade 8 RESUMO VIEIRA, Itala Maduell. O Caderno B do JB como mito e modelo no jornalismo cultural brasileiro. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Cultura) – Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. Esta dissertação investiga e recolhe peças sobre a história do Caderno B do Jornal do Brasil, que circulou por 50 anos (1960-2010), identificando-o como modelo em que se ancoraram os cadernos diários de cultura brasileiros, ícone no imaginário de jornalistas e determinada geração de público. Explorando interfaces entre o jornalismo, a memória e a história, articulamos as memórias sociais e profissionais de jornalistas que nele atuaram, identificando o Caderno B como um lugar de produção e circulação de memórias sobre o jornalismo (cultural) do país, a partir de significados que transcendem sua existência material. Palavras-chave: jornalismo cultural, memória, história da imprensa, Jornal do Brasil, Caderno B. 9 ABSTRACT VIEIRA, Itala Maduell. O Caderno B do JB como mito e modelo no jornalismo cultural brasileiro. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Cultura) – Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. This paper proposes to observe the making of the Brazilian cultural journalism, focusing Jornal do Brasil’s Caderno B, supplement which circulated for 50 years, from 1960 to 2010. At a time of transition and structural changes in journalism in Brazil and worldwide, this paper seeks to understand Caderno B as a myth and a place of memories’ production and circulation within the country’s culture, producing meanings that transcend its material existence. This is a research about the Brazilian cultural journalism building, from journalists’ memories perspective, exploring interfaces between journalism, memory and history studies. Keywords: Cultural Journalism; Press History; Memory; Jornal do Brasil; Caderno B 10 INTRODUÇÃO ____________________________________________________________ 11 PARTE 1. A HISTÓRIA DA MEMÓRIA 1. BREVE PANORAMA DOS SUPLEMENTOS NO BRASIL ______________________________ 26 1.1 O SUPLEMENTO FEMININO __________________________________________ 31 1.2 SDJB, UMA REVOLUÇÃO EM LETRAS __________________________________ 32 2. A TAL DA REFORMA _______________________________________________________ 34 2.1 CADA CADERNO, UMA IDENTIDADE ____________________________________ 36 2.2 CADERNO OU SUPLEMENTO? _________________________________________ 37 3. E NASCE O 'B' ____________________________________________________________ 39 1.3.1 O 'MODO B' DE JORNALISMO CULTURAL _____________________________ 42 4. EM LINHAS GERAIS (FASE A FASE) 4.1 OS PRIMEIROS ANOS ________________________________________________ 47 4.2 E O ZÓZIMO, HEIN? ________________________________________________ 52 4.3 DRUMMOND AQUI ENTRE NÓS ________________________________________ 54 4.4 AVENIDA BRASIL, 500/6º ANDAR, FRENTE ______________________________ 58 4.5 O 'B' POLÍTICO ____________________________________________________ 63 4.6 UM MODELO CONSOLIDADO _________________________________________ 68 4.7 AREJAR PARA RENOVAR: O 'B' É POP __________________________________ 72 4.8 A ERA TANURE ____________________________________________________ 78 4.9 O CADERNO 'Z' ___________________________________________________ 84 4.10 BERLINER, A FASE FINAL ___________________________________________ 88 PARTE 2. A MEMÓRIA DA HISTÓRIA _______________________________________ 92 5. ENTRE MEMÓRIA E HISTÓRIA _______________________________________________ 94 6. B, A LETRA MÍTICA ________________________________________________________ 99 6.1 O 'B' PELO 'B': AUTOIMAGENS ______________________________________ 104 6.2 ENQUANTO ISSO, NO 'GLOBO'... _____________________________________ 112 6.3 A MAIS COMPLETA TRADUÇÃO DO RIO _______________________________ 113 6.4 O DISCURSO DO ADEUS _____________________________________________ 116 7. O LADO B DO B: IDENTIDADES, PERTENCIMENTOS, DISPUTAS, ROTINAS E PRÁTICAS _ 118 8. JB, A MARCA DA TRADIÇÃO DE VANGUARDA __________________________________ 131 CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________________________ 137 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ______________________________________________ 147 APÊNDICES _______________________________________________________________ 159 ANEXOS __________________________________________________________________ 183 11 INTRODUÇÃO O que é um caderno de cultura? Que sentidos são atribuídos a essas palavras? Como elas se modificaram com o tempo na sociedade brasileira? Esta dissertação tem como tema a construção de um mito (BARTHES, 1993) sobre o Caderno B do Jornal do Brasil como fundador de um modelo para os cadernos diários de cultura encartados em jornais impressos do país desde meados do século XX. Este mito, atualizado ao longo das cinco décadas de circulação do caderno, entre 1960 e 2010, transcende sua existência material por meio de memórias dos profissionais da imprensa. Surgido na esteira da mais relevante reforma gráfica e editorial do jornal – iniciada em 1956 e perdurando até 1962, passando por várias fases e envolvendo diferentes equipes1 –, o Caderno B do Jornal do Brasil é classificado como “o precursor do moderno jornalismo cultural