Instituto De Arte E Comunicação Social Programa De Pós-Graduação Em Cinema Doutorado Em Cinema Pedro Butcher Hollywood
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I NSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CINEMA D OUTORADO EM CINEMA PEDRO BUTCHER HOLLYWOOD E O MERCADO DE CINEMA BRASILEIRO: P RINCÍPIO(S) DE UMA HEGEMONIA Niterói 2019 PEDRO BUTCHER HOLLYWOOD E O MERCADO CINEMATOGRÁFICO BRASILEIRO Princípio(s) de uma hegemonia Tese apresentada ao programa de Pós- Graduação em Cinema da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor. Linha de pesquisa: Histórias e políticas Orientador: Prof. Dr. RAFAEL DE LUNA FREIRE NITERÓI 2019 Ficha catalográfica automática - SDC/BCG Gerada com informações fornecidas pelo autor B983h Butcher, Pedro Hollywood e o mercado cinematográfico brasileiro : Princípio(s) de uma hegemonia / Pedro Butcher ; Rafael de Luna Freire, orientador. Niterói, 2019. 251 f. : il. Tese (doutorado)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.22409/PPGCine.2019.d.01304958752 1. Cinema no Brasil. 2. História do cinema. 3. Indústria cinematográfica. 4. Distribuição cinematográfica. 5. Produção intelectual. I. Freire, Rafael de Luna, orientador. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Arte e Comunicação Social. III. Título. CDD - Bibliotecária responsável: Thiago Santos de Assis - CRB7/6164 3 AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Rafael de Luna Freire, pela parceria, precisão e paciência com que conduziu a orientação de uma pesquisa complexa e de muitos rumos possíveis. À Profa. Cristina Venegas, coorientadora durante o período de nove meses em que estive no Departamento de Estudos de Cinema e Mídia da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (UCSB), como pesquisador visitante e bolsista Fulbright. Às duas instituições fomentadoras de pesquisa que tornaram esse trabalho possível: a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e a Comissão Fulbright Brasil. Aos professores, funcionários e alunos da Universidade Federal Fluminense, uma instituição pública de ensino de excelência e espírito crítico, que cultiva a liberdade e a diversidade de pensamento. Ao Prof. Dr. João Luiz Vieira, o maior incentivador desse projeto de pesquisa desde que tomou conhecimento dele, há cerca de dez anos. Ao Prof. Dr. José Messias, coordenador da disciplina Seminários de Doutorado e um grande incentivador para que propusesse minha candidatura à bolsa Fulbright. A Hernani Heffner, conservador-chefe da Cinemateca do Museu de Arte Moderna e profundo conhecedor da história do cinema no Brasil, a quem importunei dezenas de vezes com dúvidas sempre esclarecidas de prontidão, com carinho e disponibilidade. A Fábio Velozo, coordenador de documentação e pesquisa e também guardião e guerreiro da Cinemateca do MAM, que lá me recebeu de braços abertos. Ao Prof. Ross Melnick, do Departamento de Estudos de Cinema e Mídia da UCSB, pelas sugestões de leitura e dicas preciosas de pesquisa nos arquivos e bibliotecas dos Estados Unidos, sobretudo no setor do Arquivo Nacional onde está depositada a documentação dos Departamentos de Estado e Comércio dos EUA. A Taynara Ramos e Carolina Martins, da Comissão Fulbright Brasil, pela paciência com os candidatos ao longo do processo seletivo e a assistência no levantamento da documentação necessária para tornar a bolsa Fulbright uma realidade. A Kajsa Philippa, aluna de pós-graduação do Departamento de Estudos de Cinema e Mídia da UCSB, amiga solidária que me abrigou por uma semana até que eu arrumasse um pouso definitivo em Santa Barbara. Ao professor Bhaskar Sarkar, chefe do Departamento de Estudos de Cinema e Mídia da UCSB, que gentilmente me cedeu um escritório do departamento. 4 Aos professores do Departamento de Estudos de Cinema e Mídia da USCB Charles Wolfe, Patrice Petro, Jennifer Holt e Peter Bloom, pelo acolhimento e pelas conversas que muito contribuíram para ampliar os horizontes dessa pesquisa. À equipe de funcionários da biblioteca da UCSB, que me forneceu todas as ferramentas para aproveitar ao máximo os recursos da instituição. A Brett Service, curador dos arquivos da Warner Bros. na UCS School of Cinematic Arts, em Los Angeles. A Louise Hilton, bibliotecária responsável pelas coleções especiais da Margaret Herrick Library da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, em Los Angeles. A Mary K. Huelsbeck, diretora assistente do Wiscosin Center for Film and Theater Research da Universidade de Wiscosin-Madison, onde estão depositados os arquivos da United Artists, não só pela assistência na pesquisa da documentação sobre o Brasil disponível, mas também por permitir acesso a arquivos ainda não processados. Às professoras Laura Isabel Serna, Ana López e Rielle Navitski, cujas pesquisas foram essenciais para o desenvolvimento dessa tese. Ao professor Randal Johnson, pelo seu interesse pelo Brasil e pela agradável conversa em Los Angeles. Ao professor Paul S. Moore, da Ryerson University de Toronto, Canadá, que viabilizou minha presença na conferência da rede HoMER de 2017, onde tive uma experiência profundamente enriquecedora e pude apresentar parte dessa pesquisa. A Pedro Lapera, que me recebeu na Biblioteca Nacional nos primeiros momentos dessa pesquisa e contribuiu com indicações de leituras sobre história e dicas para a consulta de periódicos na Hemeroteca Digital. A Reinaldo Cardenuto, que fez uma ponte essencial para o desdobramento dessa pesquisa ao me colocar em contato com a família do exibidor Giovanni Caruggi. A Cecília Caruggi e Luciano Caruggi, bisnetos de Giovanni Caruggi, que me concederam entrevistas e compartilharam documentos sobre a história da família. A Otávio Lima, por sua contribuição na reta final da pesquisa. A William Condé e Igor Andrade Pontes, que desenvolveram trabalhos sobre a Pathé no Brasil e a distribuição de filmes de Chaplin, respectivamente, e tiveram a generosidade de compartilhar comigo informações de suas pesquisas. A Fernanda Jaber, pela indicação de uma leitura fundamental: Hollywood's Dominance of The Movie Industry: How did it rise and how has it been maintained?, tese de doutorado de Jonnathan Silver. 5 A Alberto Flaksman, que desde cedo demonstrou interesse pelo projeto e realizou uma leitura atenta e enriquecedora. A Paulo Sérgio Almeida e toda a equipe do Filme B. A Leonardo Silveira, contemporâneo em estadia na Universidade da Califórnia em Santa Barbara, e a Anita Bradford e John Getz, parceiros de fuga nos dias de incêndio florestal. A Felipe Botelho, bolsista Fulbright que, além de ter se tornado um amigo, esclareceu algumas dúvidas sobre economia. A Marcelo Miranda e Francis Vogner dos Reis, companheiros de Cine BH, com quem aprendo todos os anos. A Eduardo Valente, Fernando Toste e João Cândido Zacharias, amigos de cinema, copo, desabafos e boas risadas. Ao meu pai, Rodolfo Butcher, e minha irmã, Beatriz Butcher, pelo apoio de sempre e pela presença no dia da defesa. A Bernardina, Bernardette, Teresa, Isabel, Tânia, Alice e Zoé – avó, mãe, tia, irmã, cunhada e sobrinhas, quatro gerações de mulheres fortes que são um exemplo eterno e sem as quais essas páginas não existiriam. Um agradecimento muito especial a minha mãe Bernardette, por seu apoio incondicional, inclusive financeiro, para que eu pudesse me dedicar à pesquisa. A Sérgio Allisson Veloso, pelo tempo que passou ao meu lado durante essa aventura. A todos os meus amigos, muito especialmente a Tereza Gonzalez e Maria Helena Nascimento, que tornaram possível uma viagem pela Califórnia durante um dos raros momentos de lazer durante a temporada nos Estados Unidos. A José Carlos Avellar, in memorian, mestre a quem este trabalho é dedicado. 6 RESUMO Esta tese investiga as condições que permitiram o estabelecimento da hegemonia mundial do cinema americano e, particularmente, como essa hegemonia foi constituída no Brasil. A principal hipótese é a de que um dos pilares da perpetuação dessa hegemonia, que se estende há décadas, foi o estabelecimento de uma rede de distribuição que começou a se formar em 1915, a partir da instalação das filiais dos grandes estúdios de Hollywood no país. Com a retração das indústrias europeias após a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914, as companhias do cinema americano iniciaram um intenso movimento de ocupação dos mercados cinematográficos na América Latina, contando com o fundamental apoio de uma rede de informações que tinha entre suas bases relatórios produzidos pelo corpo consular dos Estados Unidos. Parte dessas informações era repassada à indústria pelas revistas especializadas. Em 1916, a criação de Cine-Mundial, uma publicação voltada para profissionais do mercado de cinema na América Latina, com base em Nova York, fortaleceu o estabelecimento dessa rede de informações e desempenhou um papel fundamental na produção de um discurso que procurava apresentar como “superiores” e “únicas” a produção e os formas de circulação e apreciação dos filmes segundo o modelo americano. Esse discurso foi também rapidamente reproduzido pelas publicações de cinema que surgiram nessa época no Brasil, contribuindo para a aceitação e colocação dos filmes americanos no mercado brasileiro. Essa construção discursiva também será objeto de análise por esta tese. Palavras-chave: cinema no Brasil; história do cinema; indústria cinematográfica; distribuição cinematográfica. 7 ABSTRACT This thesis investigates the conditions that allowed the establishment of the world hegemony of American cinema, and particularly how this hegemony was constituted in Brazil. The main hypothesis is that one of the pillars of the formation and perpetuation of this hegemony, which lasts for decades, was the establishment of a