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Lara Jacinto (1982) vive e trabalha a partir do Porto. Formou-se em Design Multimédia (Universidade da Beira Interior) e mais tarde em Fotografia (Instituto Português de Fotografia do Porto). Trabalha como fotógrafa indepen- dente, focada em projectos documentais. O seu trabalho aborda temas contemporâneos centrados em questões sociais, territoriais e emigração. Trabalha regularmente em encomendas para instituições públicas e privadas e o seu trabalho é exibido e publicado regularmente. É co-funda- dora da COLECTIVO, uma plataforma experimental e de pesquisa dedicada ao documentário. TRAÇOS DE

coordenação impressão e Corticeira Amorim© 2020 Alexandra Godinho acabamento Rua de Meladas 380 Rafael Alves da Rocha Gráfica Maiadouro, SA 4536-902 Mozelos VFR fotografia tiragem Portugal Lara Jacinto 4 000 www.amorim.com redação edição Ricardo Miguel Gomes Julho 2020, Porto Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida, sob copyright e imagens design qualquer forma ou por qualquer Corticeira Amorim Atelier d’alves meio, sem prévio consentimento. depósito legal 471 951/20 GENTE

capa INT_materica clay 2 NOVA 20-07-2020.indd 1 20/07/20 16:15 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 1 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 2 17/07/20 11:56 TRAÇOS DE GENTE

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 3 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 4 17/07/20 11:56 este livro é dedicado aos colaboradores Amorim

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 5 17/07/20 11:56 Prefácio

António Rios de Amorim

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 6 17/07/20 11:56 Vidas. Milhares de colaboradores que acompanharam os ­€‚ anos de atividade nas diferentes empresas. Um número incontável de histórias, umas plenas de significado, outras insignificantes, mas que, entrelaçadas em finas camadas, construíram o Grupo Amorim de hoje e alicerçam o de amanhã. Um património humano de que muito nos orgulhamos. Vidas alegres, vidas sofridas, vidas de traba- lho, vidas inteiras, vidas de sacrifício, vidas de conquistas. Mas, so- bretudo, vidas plenas de empenho, dedicação e compromisso. Neste ano marcante da história do Grupo Amorim não pode- ríamos esquecer cada um dos nossos colaboradores que desde ­Ž‘‚ ajudaram a construir o nosso percurso. Não podemos dei- xar ficar para trás todos os que estão e estiveram, lado a lado, a fazer este caminho connosco. Todos, sem esquecer nenhum! Pedimos, por isso, a •‚ colaboradores para partilharem con- nosco memórias, impressões e juízos sobre a sua vida e sobre o Grupo. São “Traços de Gente”, com cada uma das histórias a re- presentar e a homenagear todas as mulheres e todos os homens que connosco viveram tempos bons e maus, sucessos e fracas- sos mas que, sempre, sempre, estiveram do nosso lado a dar o melhor de si. As histórias destes colaboradores espelham eras, ciclos, cultura, mas também crenças, sentimentos e emoções. Uma riqueza social inegável e uma dimensão humana que nos marca. E, no fim de tudo, nestas histórias ressaltam a amizade, o companheirismo, as saudades e… as Pessoas. Com os seus colaboradores, o Grupo Amorim atravessou tempos, gerações, guerras, crises, bonanças e tempestades e, sim, construímos juntos ­€‚ anos de história. Um passado de dignidade e um futuro que queremos auspicioso. Orgulhamo-nos da “nossa gente” e, aos que já partiram, aos que já não estão e aos que estão, agradecemos o contributo e o legado que, sem cedências, procuraremos honrar.

Bem hajam!

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Amorim NOVA 17-07-2020.indb 7 17/07/20 11:56 Grupo Amorim:  anos de história que transformaram um negócio familiar em líder mundial da cortiça

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1. inicio.indd 8 17/07/20 19:49 Na génese do Grupo Amorim está uma rudimentar oficina em Vila Nova de Gaia, criada por António Alves Amorim (­Ž•¡-­¢¡¡) em ­Ž‘‚. Tinha então início, em Portugal, a expansionista década de ‘‚ do século XIX, na qual se observou uma tendência de crescimento da atividade industrial associada, em boa medida, ao ambicioso programa de obras públicas do fontismo. O país procurava recuperar do atraso determinado por um longo período de convulsões políticas, afrontamentos militares e efervescência social, que havia deixado as contas públicas exangues e o te- cido económico enquistado numa agricultura de subsistência. É por esta altura, último quartel do sé- culo XIX, que se inicia a especialização da produção fabril, ao mesmo tempo que surgem as primeiras instituições bancárias, o mercado interno ganha um novo dinamismo, os transportes conhecem uma significativa modernização e a tecnologia é introduzida em alguns sectores económicos. Neste contexto desenvolvimentista, o Vinho do Porto reforça a sua capacidade produtiva e con- quista novos mercados. Ora, como as rolhas eram indissociáveis deste afamado vinho, o sector da cortiça registou, também ele, um forte impulso no final do século XIX. As crescentes exportações de Vinho do Porto acentuam a necessidade de produzir mais cortiça no país e levam a excelência desta matéria-prima a vários mercados internacionais. As rolhas de cortiça passaram a ser vistas como um produto premium, indispensável à preservação da qualidade dos vinhos de categoria superior. O patriarca da família Amorim soube aproveitar esta conjuntura favorável para reforçar a produção manual de rolhas de cortiça em Vila Nova de Gaia, tendo ainda, no final da sua vida, assistido à abertura de uma segunda oficina em Santa Maria de Lamas, em ­¢‚Ž. Poucos anos depois, em ­¢­€, inicia-se a exportação de matéria-prima (cortiça semi-preparada) para o Brasil, que marca o arranque do proces- so de internacionalização do Grupo. A circunstância de dois dos filhos de António Alves de Amorim terem emigrado para o outro lado do Atlântico, aí abrindo duas fábricas (São Paulo e Rio de Janeiro), facilitou naturalmente o comércio para o mercado brasileiro. Foram, contudo, os filhos de António Alves Amorim (eram ­­ no total) que permaneceram em Portugal quem deu o maior empurrão ao negócio, com a constituição da Amorim & Irmãos, Lda, em ­¢¡¡ (atualmente Amorim Cork). A segunda geração da família imprimiu um novo dinamismo à ati- vidade iniciada pelo patriarca, de tal forma que a empresa recém-constituída rapidamente se assu- miu como uma referência da indústria corticeira nacional. A Amorim & Irmãos distinguia-se não só pelo seu bom desempenho industrial e comercial, mas também pelos benefícios sociais que concedia aos trabalhadores, designadamente assistência médica na fábrica e cantina com refeições quentes. Na segunda geração da família destacou-se Henrique Alves de Amorim (­¢‚¡-­¢‘‘), que liderou de forma visionária a trajetória de crescimento da empresa até ao pós-guerra. Em ­¢•‚, a Amorim & Irmãos era já a maior fábrica de rolhas do Norte de Portugal. Com ­€‚ operários ao seu serviço, a em- presa exportava para o Japão, Alemanha, Estados Unidos, França, Brasil, Inglaterra, Holanda, Bélgica e Suécia, tirando proveito das oportunidades de negócio abertas pela diversificação da aplicação da cortiça e dos seus derivados. À época, começaram a ser desenvolvidos produtos que maximizavam as potencialidades impermeabilizantes, térmicas, acústicas e estéticas da cortiça. Para sustentar este crescimento empresarial, a família Amorim adquiriu, em ­¢•€, um pequeno armazém em Abrantes, próximo da principal zona de montado de sobro do país: o Alentejo. A uni- dade ribatejana veio facilitar a aquisição de cortiça diretamente aos produtores, numa altura em que esta matéria-prima se destinava sobretudo ao estrangeiro. Embora Portugal fosse já o maior produtor mundial de cortiça, apenas €% da produção nacional era transformada no país. O restante era expor- tado sem criar valor acrescentado e gerando, internamente, escassez de matéria-prima.

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Amorim NOVA 17-07-2020.indb 9 17/07/20 11:56 Arranque da estratégia de verticalização A estratégia da família Amorim vem de facto contrariar esta tendência, tanto mais que o ar- mazém de Abrantes se transformou, logo em ­¢•¢, numa fábrica de preparação de pranchas de cortiça. A empresa passa a integrar na sua cadeia de valor quer a produção de matéria-prima, quer o fabrico das rolhas, abrindo assim novas potencialidades ao seu negócio. E nem os constrangimentos ao comércio internacional decorrentes da Segunda Guerra Mundial ou o devastador incêndio das instalações da empresa em Santa Maria de Lamas, em ­¢µµ, lograram tolher a evolução da Amorim & Irmãos. Terminado o conflito mundial, novos mercados e novos negócios se perfilam no horizonte da fa- mília Amorim. O otimismo que perpassa o mundo impulsiona a recuperação económica e revitali- za o comércio internacional, favorecendo as empresas de vocação exportadora, como era o caso da Amorim & Irmãos. O mercado da cortiça e seus derivados estava de novo em alta, mercê da crescente valorização, por diferentes sectores, das qualidades desta matéria-prima. Caberia à terceira geração da família conduzir a empresa durante o boom económico do pós-guer- ra. Quatro sobrinhos de Henrique Alves de Amorim – José, António, Américo e Joaquim – tomam as rédeas do negócio em ­¢€• e iniciam um processo de expansão que irá revolucionar a indústria corti- ceira portuguesa. Na altura, Ž‚% da cortiça nacional era exportada como matéria-prima, e não como produto. Havia, pois, que criar mais valor a partir da cortiça, passando a empresa a transformar (em produtos) a matéria-prima, ao invés de meramente a exportar em bruto. É com esta estratégia de verticalização que, em ­¢¹•, nasce a Corticeira Amorim, hoje Amorim Cork Composites, empresa que, a partir dos desperdícios da produção de rolhas pela Amorim & Irmãos, cria uma nova área de negócio para a família: os granulados e aglomerados de cortiça. Estes derivados da cortiça têm múltiplas aplicações, graças ao seu elevado desempenho no isolamento tér- mico, acústico e antivibrático. O objetivo da nova empresa era transformar ‘‚% dos desperdícios em grânulos e estes em aglomerados, puros e compostos, de grande qualidade. Consciente do potencial económico da transformação da cortiça, a família Amorim aposta no desen- volvimento de novos produtos e aplicações, como o parquet e a corkrubber (mistura técnicas de cortiça com borracha). Para concretizar esta estratégia, foram constituídas, entre ­¢¹¹ e ­¢¹¢, várias subsidiárias em Portugal, como a Inacor (produção de aglomerado expandido de cortiça), a Itexcork (transformação e exportação de cortiça) e a Corticeira Amorim Algarve (produção de aglomerados negros). É também neste período que se dá a abertura da primeira subsidiária no estrangeiro, a austríaca Gerhard Schiesser GmbH,b, em ­¢¹‘, que abastecia o mercado do Leste europeu. Na altura, e por força da nova ordem mundial do pós-guerra, Portugal não tinha relações diplomáticas com os países da “Cortina de Ferro” e o intercâmbio comercial era, também ele, quase inexistente. E foi Gerhard Schiesser – austríaco que, após a Segunda Guerra Mundial e no âmbito de uma iniciativa humanitária, havia sido acolhido em Portugal pela família Amorim com apenas nove anos – quem fez a ponte com os mercados da Europa Oriental, permitindo ao Grupo ultrapassar as restrições políticas da época e es- tabelecer uma dinâmica relação comercial com os países que orbitavam em torno da União Soviética. Mais tarde, em ­¢‘¡, é criada em Marrocos a primeira fábrica do grupo fora de Portugal, localizada na segunda região de montado de sobro mais importante do mundo: a costa mediterrânea de África. Desta forma, o Grupo aproximava-se da matéria-prima para reforçar a sua capacidade de produção e exportação. A presença em Marrocos, •.º maior produtor mundial de cortiça, permitia diminuir a dependência da oferta de matéria-prima do mercado interno e, consequentemente, da sazonalidade da floresta de sobreiro portuguesa. Consolidada a liderança no sector das rolhas (‘€% da produção nacional), o Grupo Amorim con- seguiu, com o novo portfólio de empresas, aprofundar a sua estratégia de verticalização e reforçar a

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Amorim NOVA 17-07-2020.indb 10 17/07/20 11:56 sua dimensão internacional. De resto, a aquisição e criação de empresas para diversificação das áreas de negócio prossegue nos anos ‘‚, sendo de assinalar, em ­¢‘¹, a compra da Samec (uma das maiores empresas da indústria corticeira espanhola) e a abertura da Portocork Internacional (produção de ro- lhas de cortiça natural) e da Ipocork (atual Amorim Cork Flooring), que marca a entrada do Grupo no mercado dos parquets e dos revestimentos.

Influência tutelar de Américo Amorim No pós-guerra, uma figura emerge como principal referência na liderança da empresa: Amé- rico Amorim (­¢•µ-¡‚­‘). O quinto filho de Albertina e Américo Amorim, sobrinho de Henrique Alves de Amorim, estava na empresa desde os ­¢ anos e foi o mentor da estratégia de alargamento das rela- ções comerciais ao Leste europeu, então apartado do Ocidente por divergências geopolíticas. Américo Amorim aproveitou as oportunidades de negócio na União Soviética e nos países que gravitavam na sua esfera de influência política, de tal forma que, em ­¢€Ž, a Amorim & Irmãos se torna o maior exportador português para a Europa de Leste – mercado, à época, quase proscrito do comércio internacional. Américo Amorim revelou, aliás, o mesmo pragmatismo nas relações com o Estado Novo, regime que havia imposto a chamada Lei do Condicionamento Industrial. O empresário soube desenvenci- lhar-se dos espartilhos que Salazar colocava à criação de novas empresas e produtos, designadamente ao constituir a Corticeira Amorim. Já depois da revolução de ¡€ de Abril de ­¢‘µ, Américo Amorim demonstrou a mesma argúcia e sentido prático ao negociar com as cooperativas comunistas do Alen- tejo o abastecimento de cortiça durante o PREC. Isto apesar de herdades suas também terem sido ocupadas por populares. Passados os ventos revolucionários, Portugal assume-se como país transformador de cortiça. Me- tade da cortiça exportada era já transformada industrialmente, representando ‘€% do valor das ven- das ao exterior do sector. É neste contexto que o Grupo Amorim assume, na década de Ž‚, uma nova estratégia empresarial para o seu principal negócio: a produção de rolhas. O grande objetivo passou a ser a satisfação do cliente final, ou seja, as empresas da fileira do vinho. Esta nova dinâmica empresarial exigiu avultados investimentos em I&D, bem como na definição técnica dos parâmetros do produto e num sistema pioneiro de controlo da qualidade das rolhas. Fo- ram introduzidas novas técnicas de lavagem, tratamento e controlo de processo, ao mesmo tempo que se definiu um caderno de encargos e especificações técnicas. Desta forma, o Grupo colocou-se na vanguarda da produção de rolhas. A sofisticação técnica e tecnológica da cadeia de valor garantia um produto de melhor qualidade, o que permitiu reforçar as relações com os produtores de vinho numa base de confiança, interação e sinergia. Entre os investimentos realizados nessa época, assinale-se a criação, em ­¢Ž¡, de uma empresa direcionada especificamente para a produção de rolhas para champanhe e espumantes, usando tec- nologia de ponta. Um ano mais tarde, entra em atividade o Labcork, um laboratório de investigação, desenvolvimento e controlo de qualidade. Esta unidade de I&D é transversal a todas as áreas de negó- cio do Grupo, pois também no mercado dos aglomerados a competitividade internacional e as novas aplicações deste derivado de cortiça passaram a exigir quer o desenvolvimento de novos produtos, quer a melhoria qualitativa do portfólio já existente. A produção de aglomerados conheceu, a partir dos anos Ž‚, um forte impulso, dada a crescente aplicação deste material não apenas na construção civil mas também em sectores de elevado perfil tecnológico. Os aglomerados começaram, então, a ser utilizados na produção de equipamentos auto- móveis, centrais nucleares e satélites, por exemplo. Houve, assim, um acréscimo da procura em países

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Amorim NOVA 17-07-2020.indb 11 17/07/20 11:56 mais desenvolvidos, o que motivou a criação, em ­¢Ž­, de uma subsidiária no Canadá. A partir desta unidade, seriam estabelecidas as bases para a entrada do grupo no mercado dos EUA. Para reforçar a capitalização, e alavancar o processo de internacionalização, as quatro maiores em- presas do Grupo Amorim (Amorim & Irmãos, Corticeira Amorim Indústria, Ipocork e Champcork) lançam, em ­¢ŽŽ, uma oferta pública de venda de ações representativas do seu capital social na Bolsa de Valores de Lisboa. A abertura ao capital externo permite que o Grupo se aventure em mais investi- mentos no exterior, como a aquisição do grupo sueco Wicanders, em ­¢Ž¢, tendo em vista a expansão nos países do Norte e Centro da Europa. A diversificação e globalização do negócio levam igualmente à compra, em ­¢¢¡, da Carl Ed. Mayer (Alemanha) e da CDM (Bélgica), empresas especializadas em revestimentos de cortiça e isolamentos acústicos. Foram também adquiridas, em ­¢¢‘, as atividades ligadas à cortiça com borracha do grupo GTS e, no mesmo ano, é constituída a Amorim Isolamentos (hoje Amorim Cork Insulation). Em ­¢¢¢, a Corticeira Amorim e a Concha y Toro, a maior produtora de vinhos do Chile, adquirem a totalidade do capital da empresa Indústria Corchera SA, parceira do Grupo há mais de •‚ anos. Com a constituição de empresas no exterior, com a aquisição de outras tantas empresas e também através de parceiras estratégicas, o Grupo montou uma rede de distribuição própria que cobria os mais importantes países produtores de vinho: França, Itália, Espanha, Austrália, EUA, Argentina e Chile.

Aposta na inovação e na sustentabilidade A entrada no novo milénio traz uma maior verticalização do processo de fabrico de rolhas, com a abertura de uma moderna unidade industrial em Ponte de Sor, localizada numa zona (Alto Alentejo) com vasto montado de sobro. É nesta nova fábrica que se vão produzir os discos para rolhas Twin Top®, tendo, para tanto, sido introduzido o inovador sistema de cozedura de cortiça CONVEX®. Inaugurada em ¡‚‚‚, a unidade de Ponte de Sor potencia a aproximação à produção florestal e possi- bilita um maior controlo qualitativo da matéria-prima, diferenciando a empresa a nível internacional e credibilizando, pela qualidade, performance e eficiência, os seus produtos. De resto, um ano depois é criada uma fábrica muito semelhante à de Ponte de Sor, mas em Coruche, que se dedica à produção de discos para rolhas de champanhe, comercializadas sob a marca Spark®. Será também no século XXI, em ¡‚‚­, que a quarta geração da família assume a liderança. Então com •µ anos, António Rios de Amorim sucede ao tio, o carismático Américo Amorim. Com uma só- lida formação académica, o novo CEO incute uma visão empresarial mais moderna ao Grupo, numa altura em que emergiam com sucesso os vedantes de plástico e de metal. A estratégia de António Rios de Amorim centrou-se na credibilização da clássica rolha de cortiça, através de um maior investi- mento na inovação, na transferência de tecnologia, no desenvolvimento de produto, na promoção da sustentabilidade e nas práticas de economia circular. Todas as unidades de negócios passaram a incorporar modernas estruturas internas de I&D+i e estabeleceram ambiciosos objetivos de desen- volvimento sustentável. Com tecnologia que permite uma performance de TCA (tricloroanisol) não detetável numa análise rolha a rolha, a rolha reforçou o seu estatuto de melhor vedante para o vinho, quer pelas suas qualidades naturais (elasticidade, aderência, longevidade e permeabilidade), quer pelos seus benefícios ambientais (retenção carbónica). É António Rios de Amorim quem conduz o processo de reestruturação do universo de fábricas da Unidade de Negócio Naturais, separando a gestão das duas principais áreas de intervenção: o pro- curement e a preparação da matéria-prima cortiça (Unidade de Negócio Matérias-Primas); e a pro- dução de rolhas (Unidade de Negócio Rolhas). O objetivo é racionalizar custos, centralizar serviços e

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Amorim NOVA 17-07-2020.indb 12 17/07/20 11:56 uniformizar processos produtivos dispersos por diferentes unidades fabris. Neste sentido, a Amorim & Irmãos (Unidade de Negócio Rolhas) lidera, em ¡‚‚¡, um processo de fusão com as outras unidades fabris, que até aqui operavam autonomamente no mercado. Com António Rios de Amorim, o Grupo prossegue a sua política de aquisição de concorrentes na- cionais e internacionais. Importa referir, a título de exemplo, a tomada de posição dominante na So- ciedade Nacional de Cortiça Tunisina, em ¡‚‚­, que assegura o acesso à principal zona de produção de cortiça da Tunísia e Argélia. Refira-se ainda a compra do Grupo Equipar, em ¡‚‚€, que permitiu alargar a oferta de rolhas de elevada performance técnica e sensorial. Destaque também, no ano seguinte, para a entrada no capital da Société Nouvelle des Bouchons Trescases, uma referência de prestígio no mercado de rolhas francês. Merecem igualmente menção as aquisições, em ¡‚‚‘, de Ž‘% do também francês grupo Oller, operação que veio reforçar a capacidade de produção e distribuição de rolhas de champanhe, e da Sobefi, uma unidade de produção e comer- cialização de rolhas capsuladas igualmente localizada em França, cuja tomada de controlo possibilitou um melhor posicionamento nos segmentos de alto valor acrescentado. Em ¡‚‚Ž concretiza-se a compra de ­‚‚% do grupo alemão Cortex e de ¡€% da sociedade norte- -americana US Floors. Desta forma, foi possível juntar no Grupo dois dos mais relevantes distribuido- res de pavimentos de cortiça dos respetivos mercados. Em ¡‚­¡, por seu turno, é adquirida a Trefinos, a maior produtora de rolhas para champanhe e vinhos espumantes da Catalunha. Outra operação de vulto foi a aquisição de ¹‚% do grupo francês Bourrassé, em ¡‚­‘, que representou um investimento de cerca de ¡¢ milhões de euros. Simultaneamente, foram criadas novas empresas, tirando partido do investimento realizado em inovação. São os casos da Amorim Cork Research (¡‚‚‘), uma unidade de I&D transversal ao Grupo, e da Amorim Cork Ventures (¡‚­µ), uma incubadora de negócios para fomentar o desenvolvimento de novos produtos e negócios com cortiça. Um dos traços distintivos da liderança da quarta geração da família é, como vimos, a inovação. A outra marca d´água é o compromisso com a sustentabilidade. Desde logo porque a indústria corticeira exige uma cadeia de produção sustentável, na medida em que a matéria-prima, a cortiça, depende da preservação dos montados de sobro – um dos ecossistemas de maior biodiversidade da Europa. Por outro lado, as florestas de sobreiro desempenham um papel fundamental no combate às alterações climáticas, pela sua extraordinária capacidade de retenção de CO¡. O Grupo Amorim assumiu a responsabilidade de preservar e expandir o montado de sobro, bem como de orientar as suas atividades industriais segundo os princípios da economia circular (redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia). À luz destes compromissos, o Grupo apresenta uma taxa de ­‚‚% de aproveitamento da cortiça, valoriza cerca de ¢‚% dos seus resíduos, mais de Ž‚% dos materiais que consome são de origem renovável e ¹•% da energia que utiliza provém da biomassa. Acresce que, em parceria com outras entidades, o Grupo já possibilitou a plantação, des- de ¡‚‚Ž, de mais de ¢‘­ ‚‚‚ árvores autóctones. Com uma matéria-prima ­‚‚% natural, reciclável e reutilizável, a cortiça, o Grupo pode hoje orgulhar-se de ter um balanço de carbono com impacto positivo, ou seja, promove a retenção de mais CO¡ do que aquele que liberta. Importa sublinhar, como marco na promoção da sustentabilidade do Grupo, a inauguração da primeira unidade mundial de reciclagem de rolhas, na Amorim Cork Composites, em ¡‚‚¢. Com esta valência, foi possível viabilizar o programa Green Cork – uma parceria entre a Quercus e a Corti- ceira Amorim para recolha e reciclagem de rolhas, cujas receitas revertem para a plantação e preser- vação da floresta autóctone portuguesa.

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Amorim NOVA 17-07-2020.indb 13 17/07/20 11:56 De resto, já em ¡‚‚‘ (reportado a ¡‚‚¹) a Corticeira Amorim havia publicado o primeiro Relatório de Sustentabilidade da indústria portuguesa e iniciou uma comunicação regular, sistemática e es- truturada das suas políticas e práticas em matéria de impacto ambiental. Este foi o primeiro passo de uma iniciativa mais ampla no âmbito da sustentabilidade, o Programa Escolha Natural, lançado com o objetivo de promover políticas e práticas de desenvolvimento sustentável, incluindo a circularida- de do negócio e o aumentar da competitividade do grupo. Atualmente, a família tem a seu cargo uma das maiores, mais empreendedoras e mais dinâmicas multinacionais de origem portuguesa. A Corticeira Amorim é o maior grupo de transformação de cor- tiça do mundo, com ­¢ unidades industriais e ­‚ joint-ventures espalhadas pelos cinco continentes e uma rede de distribuição mundial constituída por €­ empresas e centenas de agentes. Cerca de ¢•% das vendas são realizadas no mercado externo, em mais de ­‚‚ países e para cerca de ¡‘ mil clientes. Atualmente, o Grupo emprega µ.µ•­ pessoas, ­.¡‚‚ das quais fora de Portugal. Em ¡‚­¢, o Grupo registou ‘Ž­ milhões de euros em vendas consolidadas, indicador que traduz o sucesso de uma estratégia que concilia a sua cultura secular e os seus valores de sempre (orgulho, am- bição, iniciativa, sobriedade e atitude) com as políticas e preceitos do presente, como o alinhamento das suas práticas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a responsabilidade social e o in- vestimento em investigação, desenvolvimento e inovação.

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Amorim NOVA 17-07-2020.indb 14 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 15 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 16 17/07/20 11:56 Devemos ter sempre em mente que a obra nunca está acabada. Teremos de prosseguir com humildade, determinação, eficácia e rigor, criando uma constante insatisfação em cada um de nós, do mais modesto colaborador ao máximo responsável da empresa.

Américo Amorim

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Amorim NOVA 17-07-2020.indb 18 17/07/20 11:56 António Ferreira Amorim

As pessoas sempre em primeiro lugar

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 19 17/07/20 11:56 Nascido em ƒ„‡ˆ, António Ferreira Amorim cresceu e de histórias de homens e mulheres que deram o melhor foi educado no estoicismo. O mundo do trabalho nun- de si mesmos à indústria corticeira. Privou de muito ca lhe foi estranho. Seus pais, Américo Alves Amorim perto com os operários, com o cuidado e entusiasmo (ƒˆ„ˆ-ƒ„ŒŽ) e Albertina Ferreira de Amorim (ƒˆ„Œ- que lhe são característicos, construindo uma relação ƒ„Œƒ), com oito filhos em idade escolar, tinham uma vida de cumplicidade que valeu ao Grupo várias décadas de frugal e regrada. Os filhos mais velhos começaram cedo produtividade fabril, segurança, motivação profissional a trabalhar, nomeadamente na fábrica, durante as férias. e tranquilidade social. António, o terceiro de oito irmãos e irmãs, inculcou tão “A gente anda sempre a aprender”. Ainda é, hoje, uma arreigadamente os valores tradicionais da família, em das máximas de António Ferreira Amorim, que na sua particular o orgulho, a ambição e a sobriedade, que se vida profissional revelou humildade para escutar e con- tornou uma figura referencial do Grupo. versar com os trabalhadores. “Tem de haver um diálogo Seria o falecimento de Américo Alves Amorim que muito de perto com qualquer operário. Eles têm alguma precipitaria os seus filhos homens, José, António, Amé- coisa para ensinar. E nós temos de ensinar mas também rico e Joaquim, para a direção da empresa. À semelhan- de aprender. É assim que chegamos lá”, defende. ça do que os seus tios haviam feito há Ž• anos, os quatro E reforça a necessidade dos jovens mostrarem aber- irmãos repartiram tarefas e responsabilidades entre si. tura e humildade para escutar a voz da experiência. “Esta A António Amorim coube-lhe o sector da produção e geração tem de saber ouvir. Os mais novos não sabem rapidamente se afirmou na liderança da fábrica graças tudo. Sabem alguma coisa, mas não têm a prática. Uma não só ao rigor e eficácia da sua gestão operacional, mas coisa puxa a outra”, considera António Ferreira Amorim. também à sua personalidade forte e cativante. Liderou “Às vezes digo para fazer assim e eles fazem assado. Eu po- várias gerações de técnicos e operários e introduziu, de- nho as pessoas à vontade: ‘quando não estiveres de acor- senvolveu e maximizou muitos métodos e tecnologias do, diz’. Mas a prática é que manda. Na cortiça dois e dois de transformação da cortiça. não são quatro. São cinco, são sete, são oito, são dez…. É o Correu mundo ao serviço do Grupo, fechando ne- que eu digo. Não há outra solução”. gócios, por vezes surpreendentes, em diferentes países. O seu conhecimento profundo do negócio, das pes- Também viveu várias situações dramáticas, como os in- soas que todos os dias o tornam possível, e a sabedoria cêndios que, no passado, fustigaram as fábricas do Grupo. com que encara a vida fazem com que olhe com ânimo Tempos houve em que deflagrava um “incêndio todos para o futuro: “A nova geração está preparada; está bem os anos”, lembra António Ferreira Amorim, que, fazen- servida; tem muita visão e capacidade de trabalho”, sa- do uso do seu carácter assertivo, metódico e pragmático, lienta. “Os tempos que se vivem hoje não são fáceis; mas chegava a liderar os bombeiros no combate às chamas. nunca foram fáceis. Os novos gestores têm de ser sempre Dos quatro irmãos da terceira geração da família os melhores, não olhar a sacrifícios e dar o exemplo. O Amorim, António foi aquele que melhor conheceu o Grupo tem tudo para dar certo. E vai dar!” “chão de fábrica”. Nos mais de ¡• anos que dedicou ao Aos „‡ anos, António Ferreira Amorim vai diaria- Grupo, viveu intensamente o sucesso e a frustração, o mente à fábrica de Mozelos. É o decano da família ainda desafio e a angústia, a harmonia e o conflito, a superação em atividade no Grupo e, por isso, é também a sua me- e o esmorecimento que compassam os dias do labor in- mória viva e o guardião dos seus valores. dustrial. Por isso, o seu baú de recordações está repleto

20 Administrador Grupo Amorim, SA — desde ƒ„ „

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 20 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 21 17/07/20 11:56 22

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 22 17/07/20 11:56 Delfim Martins

Quando o desenrasque é um talento

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 23 17/07/20 11:56 Dá corpo à ideia de que a antiga .ª classe valia quase nísia… “Fui para Tabarka pôr a fábrica a trabalhar como uma licenciatura de hoje. Exageros à parte, Delfim Mar- devia ser. Era para lá ficar, até. Mas o Dr. António [Rios de tins é um notável exemplo de ascensão profissional e so- Amorim], já na altura, achou por bem trazer-me: ‘Você cial. Oriundo de um meio humilde, começou a trabalhar faz falta aqui, não fica aí’”. De todas estas experiências in- ainda criança e com parcos estudos. Conquistou tudo a ternacionais herdou um capital de conhecimento inve- pulso. Forjou, em particular, uma cumplicidade coriá- jável: “Não sei se haverá alguém no mundo que conheça cea com Américo Amorim, com quem, garante, tinha essas zonas todas [de florestas de sobreiros na bacia me- uma relação “de irmão para irmão”. Tornou-se um com- diterrânica] como eu conheço, a palmo. Foram anos e prador de referência do Grupo, mas só depois de passar anos seguidos”, sublinha Delfim Martins. por esse “alfobre” de talento que era a “prancha”. E tudo isto, vale a pena repetir, com a .ª classe. Ou “Comecei onde acabei: sempre ligado à cortiça”. Con- seja, sem dominar outras línguas ou ter uma cultura cos- cluída a .ª classe, uma outra escola se abriu para Delfim mopolita. Mas Delfim Martins é um furão e, por isso, nada Martins, então no limiar dos ƒ anos. A aprendizagem de o estorvava na hora de fazer negócios e defender os inte- uma vida fê-la, a partir de ƒ„³•, na “prancha” da Amo- resses do Grupo. Um dia, “o Sr. Américo disse-me assim: rim & Irmãos, tendo percorrido toda a cadeia de valor ‘Ó Martins, segunda-feira pegas na mala e na Maria e vais desta área operacional: “desde a giga à cabeça até pesar para Itália fazer o levantamento do que aquilo tem’. E eu fardos e fazer descontos”, passando por tarefas como re- respondi: ‘Ó Sr. Américo, mas eu não sei falar italiano’. E cortar, enfardar e escolher a cortiça. Teve a felicidade de ele: ‘O problema é teu. Há muitos professores’. O certo é ter um mestre, o Sr. Mariano, que “ensinava tudo sobre que tive aqui uma professora a dar-me aulas todos os dias. a cortiça”. Por isso, “‘prancha’ era, nessa altura e muitos Claro que dava para desenrascar. Fiz tantos anos de Espa- anos depois, o alfobre da Amorim & Irmãos. Era preciso nha, mas falar espanhol, não falo”. Depois de abandonar um homem para trabalhar nas rolhas, vai à ‘prancha’. Era os mercados externos, ficou responsável pela compra e preciso um para os blocos, vai à ‘prancha’. Era preciso venda de cortiça na região de Trás-os-Montes. para o escritório, vai à ‘prancha’”. Reformado desde ‡•ƒ• e entregue às leituras (“li cerca Já com o bacharelato da “prancha”, Delfim Martins de • livros na pandemia”), Delfim Martins confessa que, sentiu que estava na altura de experimentar novos voos. quando regressa à sede do Grupo, “a emoção aparece”. E fez saber isso mesmo a Américo Amorim, depois de Afinal, foram Œ• anos de “grandes lutas” – e muitas vitórias. regressar da tropa, em ƒ„¡ƒ. Confrontou-o, sem rodeios: Tem umas “saudades loucas” de Américo Amorim, que “‘Arranje-me aí outra coisa que eu não quero viver toda “adorava” e admirava (“via através das paredes”, assegura). a vida dentro da ‘prancha’’. Ele deitou-me a mão ao Jogava ténis com o empresário mas, como não se deixava ombro e respondeu: ‘Vai à tua vida. No dia ‡ de janeiro vencer, acabou “irradiado”, conta divertido. Dessa especial estás aqui que já tenho um serviço para ti’. Nesse dia fui relação fica, para o futuro, a convicção de que “o Dr. Antó- à ‘prancha’ e o Sr. Américo agarrou-me por uma orelha, nio [Rios de] Amorim consegue ser capaz como o tio era. abriu o portão e disse-me: ‘A partir de hoje, a tua vida é aí Nasceu aqui dentro, andou comigo aí fora a dar umas vol- fora. Desenrasca-te!”. E foi assim que Delfim Martins se tas e tem uma capacidade de trabalho fora do vulgar”, diz a tornou Comprador de Cortiça. propósito do Presidente e CEO da Corticeira Amorim. Começou então uma vida de vagamundo. Traba- lhou em Espanha, Itália, França, Marrocos, Argélia, Tu-

24 Comprador de Cortiça Amorim Florestal, SA — entre ƒ„³• e ‡•ƒ•

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 24 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 25 17/07/20 11:56 26

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 26 17/07/20 11:56 Manuel Martins

O “fura-vidas” da Portocork

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 27 17/07/20 11:56 Trabalhou ŒŽ anos no Grupo Amorim, durante os quais se Típico fura-vidas, Manuel Martins ganhou a confiança de orgulha de ter aprendido “tudo o que havia para aprender Américo Amorim, que reconhecia a sua importância na sobre rolhas. Vou a qualquer parte do mundo e não tenho direção da Portocork. “Ele era uma pessoa amiga. Antes medo de discutir com ninguém a rolha em si”, diz. E não de morrer veio aqui e, sem querer, calhou no dia em que há razão para duvidar. Manuel Martins começou ainda faço anos. Estava de casaco pelas costas, e quando o vi dis- criança, com ƒŽ anos, na receção das pranchas de cortiça se: ‘Não me diga que vem aqui hoje de propósito por mi- da Amorim & Irmãos e depois subiu a pulso até à direção nha causa. Porquê, Jó? (ele tratava-me por Jó). Porque faço da Portocork Internacional, que ajudou a criar em ƒ„¡ˆ. anos’. Dei-lhe um abraço. Abriu o leque da vida dele…”. Manuel Martins entrou no Grupo em ƒ„³Ž e, apesar da Américo Amorim era, aliás, presença assídua no lanche de sua tenra idade, não foi poupado ao trabalho braçal mais natal da Portocork. “As pessoas diziam: ‘Como é que con- exigente. “Andei, ainda moço, com gigas à cabeça a servir segues trazer cá o Sr. Américo? Vinha uma ou duas vezes os profissionais, a encher bancas, [a fazer] tudo o que era por ano à Portocork, mas no lanche estava sempre. Mar- preciso. Aos ƒ³/ƒ¡ anos, comecei a recortar e a escolher as cava presença”. E um dia até convidou toda a gente para a pranchas [de cortiça]. Fui escolhedor de prancha até aos casa da Granja, numa sexta-feira à noite. “Estivemos lá até ‡ƒ anos”, conta. Entretanto, foi cumprir o serviço militar às três da manhã. Houve quem se atirasse à piscina…”. durante ŽŒ meses e, logo após o regresso à empresa, é sur- Sem grandes estudos ou domínio de línguas estrangei- preendido com um inusitado convite da Administração: ras, Manuel Martins afoitou-se mundo afora. “Lembro- “Resolvemos em Conselho de Administração fazer a Por- -me que, passados ƒŒ dias na Portocork, fui logo à Alema- tocork. E eu disse-lhes logo: vem aí o Martins e fica a tomar nha. Apanhei o maior susto da minha vida. Nunca tinha conta [da empresa]’. Alertei que não sabia nada de rolhas viajado de avião, nem sabia nada de alemão nem de inglês. e responderam-me: ‘Vais aprender’”. Fui sozinho. A secretária do Graf ficou de estar à minha E assim foi. Em julho de ƒ„¡ , Manuel Martins veio espera no aeroporto. E estava. Só que, para ser mais fácil para a Amorim & Irmãos inteirar-se sobre tudo o que diz para mim, levei bagagem de mão. E ela foi para a recolha respeito às rolhas (do produto ao negócio). Essa espécie de de bagagem…. Eu nem sabia chamar um táxi; só sabia ‘aus- estágio durou quase um ano, tempo durante o qual apren- gabe’ (saída), que me tinham ensinado”, conta. Passado o deu a escolher rolhas à mão junto de ‡•• mulheres. Pouco susto, as viagens sucederam-se para Itália, França, África depois começa a ser montada a Portocork, que se destina- do Sul e EUA, onde está sediada (em Napa Valley, Califór- va ao tratamento de rolhas para um cliente e sócio alemão nia) a subsidiária Portocork América. da empresa de nome Graf. Depois, a Portocork evoluiu Reformado, Manuel Martins considera que “a em- para a produção e comercialização de rolhas naturais de presa [Portocork] já atingiu quase o máximo. Quase. O alta qualidade direcionadas para o mercado externo. w que é preciso, agora, é manter. Mas tem de haver um “De ƒ„¡ˆ a ‡•ƒ³, fiquei sempre responsável por aquilo grande respeito pelo cliente. Porque, com uma dimen- [a Portocork] e nunca tive um dia de baixa nem um dia de são destas, não se pode fracassar”. Mas o Grupo tem “sor- seguro. Uma vez parti um joelho no futebol e andei sete te nas pessoas”, inclusive das novas gerações. “O Dr. An- semanas engessado. Levavam-me à fábrica, sentavam-me tónio [Rios de Amorim], que vi pequenino aqui a rabiar, e com as muletas andei sempre. Passava mais tempo ali [na gosta do produto e especializou-se. É a pessoa certa para fábrica] do que em casa”, relata Manuel Martins, que perso- um Grupo desta dimensão”. nifica assim um dos principais valores do Grupo: a atitude.

28 Diretor Industrial Amorim & Irmãos, SA — entre ƒ„³ e ‡•ƒ³

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 28 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 29 17/07/20 11:56 30

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 30 17/07/20 11:56 José António Sabas

O faz-tudo da fábrica de Silves

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 31 17/07/20 11:56 Foi um faz-tudo em Silves e tudo fez pela fábrica. Come- “Tinha os meus conhecimentos. Como estava no escritó- çou como administrativo, passou pela contabilidade, foi rio, era eu quem fazia os relatórios mensais. Mexia mais encarregado de produção, esteve nas vendas, subiu a dire- ou menos em todos os cordelinhos”. tor industrial e, por fim, assumiu a gerência. Tudo isto em Acresce que José António Sabas gozava da confiança Œ• anos de intensa dedicação. “Para mim, a fábrica estava e apoio da família Amorim. “Trataram-me sempre bem em ƒ.º lugar. Não faltei dia nenhum. Se forem ver a minha e eu também os tratei sempre bem. Tenho uma boa re- folha da Segurança Social, estão lá os vencimentos com- cordação da família Amorim”. Mas “nunca precisei de ir pletos”, assevera José António Sabas, hoje com ¡• anos. ‘fazer clamores’, como se costuma dizer, aos patrões. Eu Entrou no Grupo com apenas ƒ³ anos, no longínquo resolvia as coisas. As coisas passavam de negativas a po- ano de ƒ„³³. Foi trabalhar como administrativo multitask sitivas”. Para tanto, valeu-se da “escola muito boa” que no escritório da então Corticeira Amorim de Silves, que Américo Amorim lhe proporcionou durante anos. “Pre- produzia aglomerado negro e granulado para isolamento. parou-me para situações futuras: saber fazer as coisas, Depois passou para o serviço de contabilidade, onde era enfrentar os desafios todos, nunca dizer não e ir sempre processada a informação económico-financeira da fábri- para a frente. Nunca se chateou comigo, nunca. Mas eu ca para posterior envio para a sede, em Mozelos. Desceu também fazia as coisas como devia ser”, diz, lembrando ao “chão de fábrica” enquanto encarregado da produção, o as “descomposturas” que Américo Amorim dava nas que pode ser visto como “passar de cavalo para burro”. Mas reuniões com os diretores do Grupo. “Se me dissesse “também nunca me importei muito com isso”, garante. aquilo, nunca mais abria a boca. Nem aparecia lá!”. Após cumprir o serviço militar, entre ƒ„¡• e ƒ„¡Ž, Orgulha-se de “honrar os seus compromissos”, pre- José António Sabas regressou brevemente à fábrica e de ceito muito valorizado no Grupo. “Felizmente, nesse seguida aventurou-se na área comercial, depois da con- aspeto, nenhum patrão me chamou diretamente a aten- clusão de um curso de Operacional de Vendas. E, mais ção para nada. Se me chamasse uma vez, não me chama- uma vez, desdobrou-se em tarefas: “Contactava clientes va mais vez nenhuma”. Com esta atitude, José António no exterior, vendia o produto, fazia de tudo… Ia buscar o Sabas desenvolveu e consolidou a fábrica de Silves den- camião, ia buscar a cortiça, carregava os vagões… Conhe- tro do Grupo, evitando inclusivamente o seu encerra- cia todas essas tarefas de olhos fechados”. De regresso mento. “Nunca fiz as coisas para depois me agradecerem ao escritório, passou “a definir as expedições tanto do – era a minha obrigação”. serviço exterior como do serviço interno. A partir dessa Reformado desde ‡•ƒ³, “José António, de Silves” con- altura, comecei a contactar com o Carlos Manuel”. tinua a acompanhar a situação da empresa… Mas de uma Com um conhecimento tão amplo e profundo da forma muito peculiar: “Basta-me ver o fumo para saber se Corticeira Amorim Algarve, assim se chamava à época a fábrica está a trabalhar bem ou se está a trabalhar mal”. (hoje Amorim Cork Insulation - Unidade Industrial de Silves), não é de admirar que “José António, de Silves” tenha, no início da década de ƒ„„•, sido convidado para diretor industrial da empresa. E logo de seguida, em ƒ„„Œ, assumiu também a gerência. “Fiquei a tomar con- ta de tudo sozinho. Não tinha o apoio dos engenheiros; toda a gente tinha saído”, conta. Mas não se atrapalhou:

32 Diretor Industrial Amorim Isolamentos, SA — entre ƒ„³³ e ‡•ƒ³

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 32 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 33 17/07/20 11:56 34

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 34 17/07/20 11:56 Avelino Ribeiro

As melindrosas missões do ‘guardião’ dos salários

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 35 17/07/20 11:56 São Œ• anos a lidar com uma questão muito sensível na passavam o cartão, mas era a gente, à mão, que fazia a lei- vida das empresas: os salários. Com a agravante de que, tura do cartão e depois entregávamos [os dados] na conta- durante muito tempo, os pagamentos eram feitos em bilidade. No cartão, a gente muito rapidamente via o tem- dinheiro vivo. Ora, isso exigia condições de segurança po perdido, as faltas e coisas do género”, conta Avelino reforçadas. Tanto assim que, nos efervescentes dias da Ribeiro. Depois foram sendo introduzidos mecanismos Revolução de Abril, as visitas às agências bancárias eram mais sofisticados, designadamente o software de proces- feitas com encarniçada escolta policial. Uma dessas ope- samento de salários Meta , em ƒ„„„. “Eu acho piada: ago- rações acabou, inclusivamente, com um tiro acidental ra paga-se às pessoas para criar o SAP. Essas coisas, centros no tejadilho do carro. Mas Avelino Ribeiro teve outras de custos, etc. Foi tudo à unha…. Sozinho!”. missões melindrosas a pedido de António Amorim, cujo Mais rudimentar (e caricato) aos olhos de hoje era o exemplo de abnegação e disponibilidade para qualquer pagamento dos salários em dinheiro, circunstância que tipo de tarefa recorda com admiração. obrigava a frequentes idas aos bancos para depósitos e A entrada no Grupo Amorim foi penosa. Com ape- levantamentos de numerário, muitas vezes em quan- nas ƒŽ anos, Avelino Ribeiro estreou-se no mundo do tias elevadas. Havia por isso receio e tensão nestas ope- trabalho a carregar camiões com fardos de cortiça, em rações, em particular nos periclitantes anos de ƒ„¡ -¡Œ. ƒ„³„ (embora oficialmente só em ƒ„¡•, por já ter ƒ “Naquele período do ‡Œ de abril, com as confusões, levá- anos). “Era uma coisa horrível. Havia umas mochilas, vamos sempre guardas de GŽ no carro. Numa dessas idas um saco grosso de ráfia que tinha um chapéu. E forma- ao banco, já quase a chegar à Feira, o GNR ia tão stressa- va-se um grupo de pessoas e depois põe mais um [fardo], do que deu um tiro acidentalmente… PUM! Furou. Foi o põe mais outro… Tudo feito à unha. Não havia máquinas. tejadilho… Um susto grande”. Noutra vez, o automóvel Cento e tal quilos à cabeça de cada um. A gente mais tar- despistou-se e foi parar a um campo de milho. “Feliz- de dizia, quando queríamos castigar alguém: ‘Tu devias mente não foi nada de maior, mas o carro ficou todo andar com a mochila dos fardos para saberes dar valor à amassado”, recorda. vida’”. A este tormento não se escusava António Amo- Sobre a história do Grupo, salienta como fator deter- rim, que, “durante muito tempo, também participava minante para os bons resultados a “união”. E apela a que nas cargas dos camiões”, garante. “O próprio patrão dava esse espírito cooperativo se mantenha no futuro. “Não o exemplo: arregaçava as mangas e suava”. há sucesso sem que haja uma grande cooperação de to- Algum tempo depois, Avelino Ribeiro foi trabalhar dos, quer dos trabalhadores, quer dos superiores, quer para a contabilidade da Corticeira Amorim Indústria, onde da administração. União! Se não houver união e empe- fazia “o controle dos fardos, daquilo que se produzia. Havia nhamento (agora chamamos-lhe objetivos), é difícil che- uns relatórios de produção e a gente fazia as ‘existências’, garmos ao sucesso. Tive a felicidade de trabalhar com o digamos assim”. Um ou dois anos depois, transitou para o Sr. Américo que, com os seus colaboradores mais diretos, departamento de compras (não cortiça) e, mais tarde, fi- montou uma rede mundial que nos permite, mesmo pas- xou-se no departamento de salários (primeiro na Corticei- sados tantos anos, ter sucesso. Ele dizia sempre e está es- ra Amorim Indústria e depois numa área centralizada de crito: “Nem um só produto, nem um só comprador.” Isto o salários do Grupo, onde trabalha para todas as empresas). que quer dizer? Não estarmos dependentes”. Quando começou no departamento de salários, “era tudo feito à mão. Havia uma maquineta onde as pessoas

36 Técnico de Processamento de Salários Amorim Cork Services, Lda — desde ƒ„¡•

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 36 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 37 17/07/20 11:56 38

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 38 17/07/20 11:56 Henrique Sousa

O fiel secretário de Américo Amorim

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 39 17/07/20 11:56 Até que a morte os separe. Foi assim a relação entre muito um com o outro. Mas, por incrível que pareça, o Sr. Américo Amorim e o seu secretário Henrique Sousa Américo aceitava a mudança. Era preciso era saber ‘qual que, em mais de • anos, construíram uma cumplici- é o dedo que mais vale…’. A coisa que ele mais repudiava dade que extravasava as meras circunstâncias do quoti- era a mentira. Valorizava a seriedade”. diano laboral. Havia uma fidelidade entre os dois que se Todos os irmãos lhe suscitam rasgados elogios. “O Sr. sobrepunha às hierarquias e se manifestava, as mais das António merece uma estátua na Corticeira e o Sr. José na vezes, em sentimentos extremados: lealdade, confiança Amorim & Irmãos. O Sr. José era a pessoa que mais conhe- e camaradagem, mas também tensão e conflito. Numa cia de cortiça do mundo. O Sr. Joaquim era o mais pacífico das suas muitas dissensões, a reconciliação foi feita com de todos. Era outro mundo”, considera Henrique Sousa, uma jura eterna. Américo Amorim terá dito ao seu fiel que se gaba de ter sido “a única pessoa no Grupo Amorim secretário é “até morrer”, ao que Henrique Sousa res- que lavou os pés ao Sr. António”, após um incêndio. “Já lhe pondeu: “Pronto, até morrer… Foi assim”. tinha dado o badagaio e eu lavei-lhe os pés com o maior or- Muito novinho, com ƒŒ anos, Henrique Sousa já afi- gulho”, pois “estavam completamente molhados” do com- nava máquinas e comprava cortiça. Teve, pois, uma en- bate ao fogo. “Agarrei-me a ele e ele a mim a chorar às qua- trada precoce no sector corticeiro. Mas só aos ‡¡ anos, tro da manhã. O Sr. António é a melhor pessoa do mundo”. em ƒ„¡•, é que se juntou ao Grupo. Foi desempenhar Mas Américo Amorim, esse, era especial. “Recebia os as funções de “caixa” na Corticeira Amorim, sendo res- cadernos e era assim [folheava as folhas] que ele lia, três ponsável pelos pagamentos aos operários. À noite, estu- ou quatro folhas [de uma vez]… Nunca vi tal na minha dava na Escola Comercial. Esteve apenas cinco anos no vida”, relata Henrique Sousa, referindo-se à capacidade “caixa”, dado que, em abril de ƒ„¡Œ, foi sujeito a uma in- do empresário para absorver grandes volumes de infor- tervenção cirúrgica. E, depois da paragem para recobro, mação económico-financeira. E até em plena condução. seria colocado no secretariado. Até se reformar. Ou, nas “Ali nos Carvalhos, ele conduzia, falava e lia. Era assim”. palavras do próprio, “morri… Foi perpétuo”. Recorda ainda outro episódio ilustrativo do carisma de Tornou-se secretário de Américo Amorim em ƒ„¡¡. Américo Amorim. Após uma das reuniões do Grupo aos Os dois já se conheciam desde criança e Henrique Sousa sábados, foram todos almoçar no restaurante da Piscina havia trabalhado para o cunhado do empresário. Ainda as- de Lourosa, como habitualmente. “Um pediu tripas, ou- sim, não escapou a umas boas-vindas algo cáusticas. “Pe- tro pediu sardinha, outro pediu carapau… E o Sr. Américo guei-me com o Sr. Américo logo no dia em fui à Amorim & ‘sempre a pastar a toura’. Entretanto, vira-se para o empre- Irmãos dizer que vinha trabalhar para a Corticeira. Ele vi- gado e diz: ‘Democraticamente filetes para toda a gente’. É ra-se para mim e diz: ‘Mas não é para fazeres como em casa que ele tinha outra reunião na Corticeira a seguir ao almo- do meu cunhado. Isto é para trabalhar’. E eu respondi: ‘O ço e depois tinha outra na Granja. Portanto, queria sair”. senhor convidou-me para a Corticeira e está a chamar-me Henrique Sousa confia nas novas gerações de di- malandro?’. Então o Sr. António disse: ‘Não, não é isso’. E rigentes do Grupo, em particular em António Rios de eu disse: ‘Tenho de trabalhar até às sete, oito ou toda a noi- Amorim, “que tem sido cinco estrelas. De uma educa- te. O trabalho é para mim e eu tenho que o fazer’”. ção…”. Mas lamenta que os colaboradores mais novos Sobre a sua relação com Américo Amorim, Henri- não tenham um conhecimento mais profundo do core que Sousa não esconde os desaguisados, mas sobreleva business do Grupo: a cortiça. o seu papel de apaziguador e conciliador. “Ralhávamos

40 Secretário Amorim Cork Composites, SA — desde ƒ„¡•

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 40 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 41 17/07/20 11:56 42

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 42 17/07/20 11:56 Jorge Peixoto

O homem que roubava máquinas de escrever

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 43 17/07/20 11:56 Foi aspirante, guarda-livros, contabilista, chefe de sec- máquinas de escrever. Todas. O pessoal chegou lá e tinha ção, diretor financeiro, diretor-geral, administrador… um computador à frente para trabalhar”. Informatizou o Grupo, instalou o controlo de gestão, Em meados da década de ƒ„„•, António Rios de Amo- participou na criação da rede comercial externa, mon- rim começa a desviar Jorge Peixoto da área financeira e tou todas as empresas da Amorim Florestal, reorganizou este passa a assumir novas responsabilidades no Grupo. áreas de negócio e introduziu novas tecnologias. Asses- Por esta altura foi diretor-geral da Portocork, assessorou a sora desde ‡•ƒ³ a Corticeira Amorim, acompanhando compra da Inter Champanhe e esteve envolvido na insta- dossiês estratégicos para a empresa. Jorge Peixoto é um lação de diferentes unidades industriais do Grupo, tanto verdadeiro homem dos sete instrumentos e tem algo em Portugal como no exterior. Jorge Peixoto permaneceu parecido com um “toque de Midas”, considerando o seu na Amorim & Irmãos até aos anos ‡•••. Nessa época, a invulgar talento para montar empresas, modernizar ser- Corticeira Amorim sofreu uma profunda reestruturação viços, multiplicar investimentos e rentabilizar negócios. e o economista foi convidado a assumir a Direção Geral É um exemplo de ascensão, mobilidade e longevida- da Unidade de Negócio Matéria-Prima, onde se manteve de no Grupo. Ingressou na Amorim & Irmãos em março mais de ƒŒ anos. “Quem sugeriu o meu nome para ir tra- de ƒ„¡•, com ƒˆ anos e a ganhar ƒ.‡•• escudos por mês. tar da Amorim Florestal foi a [consultora] Roland Berger. Tinha escassos meses de experiência profissional numa Pensei: ‘Como é que vou fazer isto? Eu não percebo nada fábrica de papel e o ³.º ano do curso comercial como da matéria-prima…”. Mas rapidamente começou a “achar habilitações, pelo que foi ocupar a categoria de aspi- piada àquilo”, leia-se, ao negócio da cortiça. Talvez pelo rante na contabilidade da empresa. Quatro anos depois, “facto de ter passado pela Portocork, uma empresa peque- transferiu-se para a então designada Corticeira Amorim na mas que me pôs em contacto com o mercado”. E o mí- para chefiar a contabilidade. Depois foi por aí acima: nimo que se pode dizer é que Jorge Peixoto revolucionou guarda-livros, contabilista e diretor financeiro, já depois a área mais tradicional da indústria corticeira, designada- de licenciado em Economia pela FEP (ƒ„¡³-ƒ„ˆƒ). mente ao introduzir as tecnologias de geolocalização. Mas o percurso de Jorge Peixoto no Grupo não esteve Homenageado em ‡•ƒ„ pelo Grupo com o Prémio isento de sacrifícios, o primeiro dos quais compatibilizar as Carreira, Jorge Peixoto admite ter “saudades da Amorim exigências do curso com as obrigações do trabalho. “Eu tra- Florestal. Daquela adrenalina da compra, das viagens, balhava o dia inteiro. Depois ia para a faculdade e estudava de ir à floresta, de toda aquela insatisfação...”. De res- até às duas da manhã. Dormia das duas às ˆh••, levantava- to, a “insatisfação permanente” é, para o economista, a -me e ia trabalhar. E também tinha aulas ao sábado.” “principal característica” do Grupo. “A ânsia de crescer, Em ƒ„ˆˆ, Jorge Peixoto regressa à Amorim & Irmãos, de melhorar, é a essência do Grupo. Nós não temos nin- desta feita para gerir a área financeira. Exímio a remover guém a pensar que está tudo bem. Nunca está. É incrível. pedras do caminho, iniciou a informatização da empre- Se nós ganhamos dez milhões, podemos ganhar quinze”. sa de uma forma, digamos, pouco ortodoxa. “Toda a gen- As outras marcas distintivas são “o acesso fácil ao patrão” te usava computadores em ˆˆ, mas na Amorim & Irmãos e a “facilidade de subir na hierarquia”. o pessoal ainda usava máquina de escrever. A empresa Para vencer o futuro, Jorge Peixoto aconselha o Grupo só tinha dois computadores e um estava coberto com “a olhar para a floresta” e a promover a “mobilidade” dos co- um pano…. Para acabar com as máquinas de escrever, laboradores dentro da estrutura empresarial, à semelhan- tive de as ‘roubar’ um fim de semana. Montei o sistema ça do que foi o seu bem-sucedido percurso nestes Œ• anos. todo, dei-lhes formação e um sábado ‘roubei-lhes’ as

44 Administrador Amorim Cork Services, Lda — desde ƒ„¡•

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 44 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 45 17/07/20 11:56 46

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 46 17/07/20 11:56 Alice Couto

Memórias de um tempo solidário

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 47 17/07/20 11:56 Chegou a servir mais de •• pessoas ao almoço, na can- perdíamos a camioneta e ele passava do Porto para aqui, tina da Amorim & Irmãos. Eram outros tempos, certa- num mercedes castanho muito grande. Lá vínhamos mente mais afanosos, mas que Alice Couto recorda com nós [no carro] todas contentes”. indisfarçável saudade. Aos ³Œ anos, Œ• deles passados no Recorda ainda os animados convívios no salão gran- Grupo Amorim, esta ajudante de cozinha suspira pelo de da empresa, em especial nos aniversários de José “ambiente muito alegre e familiar” de outrora. Memórias Amorim, cuja casa frequentou com assiduidade. “An- doces de uma juventude feita de coisas simples, como os tigamente, ia muitas vezes a casa dele, quando os filhos espontâneos momentos de convívio e solidariedade en- faziam anos e ainda eram crianças. Fazia cada jantar em tre o pessoal da empresa. casa dele…”. Nestes serviços conheceu, quer em casa de “Antigamente trabalhava aqui muita, muita gente. À José Amorim, quer na vivenda da Granja de Américo hora do almoço, vínhamos todos aqui para fora. Ficá- Amorim, personalidades da vida pública portuguesa, vamos na risota, a juventude a namorar … [Havia] mui- como Mário Soares e Cavaco Silva. to jovens. Agora são só velhinhos, coitadinhos, como Depois das refeições na Corticeira Amorim passarem eu”, lamenta. Tem saudades do tempo em que “todos a ser asseguradas por empresas de catering, Alice Couto se conheciam bem e viviam de forma saudável e solidá- foi trabalhar para a Casa do Fundador, espaço museoló- ria. Quando havia qualquer problema – recordo-me de gico criado em ‡••³ nas primeiras instalações do negó- quando o meu marido esteve muito doente –, as pessoas cio da família, em Santa Maria de Lamas. Ficou conten- também viviam o que eu estava a sofrer”. te quando a convidaram para o novo serviço e, mesmo Trabalha desde os dez anos de idade. Antes de entrar atormentada pelos achaques da idade, sente-se satisfeita no Grupo Amorim, conheceu o duro quotidiano fabril com o trabalho na Casa do Fundador. “O Dr. [António dos anos ³•/¡• do século passado. Contraiu, inclusiva- Rios Amorim] é muito fino. Quando lhe vou dar a provar mente, uma doença de pele devido às débeis condições o vinho, olho para a cabeça dele e já sei que está bom e de trabalho da época. A morte prematura do pai, com posso servi-lo. Conheço-o tão bem. São estes pequenos apenas Ž‡ anos, entenebreceu um pouco mais uma in- gestos…”, diz, deixando implícita a relação especial que fância já árdua. criou com as várias gerações da família Amorim. Em outubro de ƒ„¡•, com ƒŒ anos, “vim para aqui Por tudo isto, não duvida que irá “chorar baba e ra- [Grupo Amorim] porque se ganhava mais”. Começou nho” quando se reformar, o que acontecerá em breve. por embalar rolhas na “filtra” (sector onde se filtravam as Este será, muito provavelmente, o seu último ano de rolhas), mas o seu profissionalismo e… a sua beleza des- trabalho. Depois, “vou começar a perder tempo. Até pertaram atenções. “Eu era impecável, jeitosa, bonita e aqui trabalhei anos e anos sem perder uma hora; agora não faltava…. E, um dia, o Sr. José Amorim disse para me vou começar a perder tempo. Mas tem de ser. Tenho de mandarem para a cantina. Primeiro, era só café. Fazía- aproveitar algum tempo”. mos o café na cantina e vínhamos servir aos escritórios”, explica Alice Couto. Depois tornou-se ajudante do cozi- nheiro, que chegou a substituir durante um período em que este esteve de baixa. Mas não gostou da experiência. Guarda gratas recordações de José Amorim. “Tantas vezes me deu boleia. Ele dava boleia a toda a gente. Nós

48 Empregada de Serviços Gerais Amorim Cork SA. — desde ƒ„¡•

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 48 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 49 17/07/20 11:56 50

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 50 17/07/20 11:56 Mário Apura

A atribulada vida de um comprador de cortiça

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 51 17/07/20 11:56 É um homem do terreno, do “mato”, cujos meandros aquilo na cabeça e pensavam que era verdade. Tive de conhece bem desde a adolescência. Andarilhou Œ• anos andar com a carrinha do meu pai, uma Renault L, a ver por Ribatejo, Alentejo e Algarve na peugada da melhor as cortiças das cooperativas para não saberem que era- cortiça e sempre com o fito de fechar os negócios mais mos do Grupo Amorim. Nós éramos conhecidos por ter rentáveis para o Grupo. Viveu as profundas transforma- [viaturas] Opel e Peugeot”. ções do sector corticeiro, desde os anos da brasa da Re- Mas depois da famosa “Lei Barreto”, que desman- forma Agrária até à introdução de tecnologias que otimi- telou a Reforma Agrária, em ƒ„¡¡, fizeram-se grandes zam a localização, seleção, transporte e armazenamento negócios. “Nós comprámos ƒ‡•.••• arrobas de cortiça da matéria-prima. À beira da reforma, Mário Apura teve só numa herdade na zona da Chamusca”, recorda Mário uma vida profissional cheia de peripécias, mas muito Apura. A matéria-prima era vendida em leilão, pelo que gratificante. “O Grupo tem-me dado muitas alegrias”, “muitas vezes víamos ƒˆ, ƒ„, ‡• lotes de cortiça no espaço garante o colaborador da Amorim Florestal. de dois dias. Tínhamos de medir as pilhas e abrir buracos Desde a adolescência que Mário Apura acompanha- para analisar a cortiça”. Agora é diferente: “Hoje [a com- va o pai, encarregado da fábrica de Abrantes, nas suas pra] é mais na árvore. As pilhas são muito poucas”. investidas pelo “mato” para ver cortiça. Mas, a partir Mas as transformações não se ficaram por aqui. Com de outubro de ƒ„¡•, com ƒ„ anos e a carta de condução, a abertura da fábrica de Ponte de Sor, em ‡•••, “tudo passou a fazê-lo enquanto colaborador do Grupo Amo- mudou. Foi da noite para o dia. Novas instalações e no- rim. Com o apoio do progenitor, cedo aprendeu a avaliar vas tecnologias, até mesmo nas próprias compras. Co- a qualidade da cortiça, a estabelecer preços e a concluir meçámos a ter computadores e GPS; íamos fazer o le- negócios. Juntos percorreram de lés-a-lés a zona sul do vantamento das herdades, sinalizar, depois marcávamos país, onde o montado de sobro domina a paisagem, em os pontos para fazer a respetiva grelha”. Para trás ficava o busca de matéria-prima para a fábrica de Abrantes. tempo em que os trabalhadores passavam vários dias no Entretanto, dá-se a Revolução de Abril de ƒ„¡ e, no campo a escolher e carregar cortiça. “Eu levava o pessoal final desse ano, acontecem as primeiras ocupações de na carrinha e eles ficavam no ‘mato’. Levavam os col- propriedades agrícolas no Alentejo por trabalhadores. chões, a comida e aquela coisa toda…. Apanhavam paus e Preconizava-se o fim do latifúndio e a entrega da “ter- faziam cabanas. Iam à segunda-feira e vinham ao sábado. ra a quem a trabalha”, lógica que viria a ser consagrada Andaram anos nisto… Anos! A partir daí as cortiças pas- em lei pelo poder político da altura. Nascia assim a Re- saram a ser empilhadas”. forma Agrária, que transferia a posse das propriedades Nem sempre fez bons negócios, admite. Mas tem agrícolas para Unidades Coletivas de Produção (vulgo tido “boas notícias por parte da fabricação das cortiças” cooperativas). A coletivização das terras veio alterar ra- que compra, em termos de “rendimento”. Reconhece dicalmente o negócio da cortiça e tolher a compra de que teve “um grande apoio”, não só do pai mas também matéria-prima pelo Grupo. de José Amorim, que liderou a vertente florestal, e até de “Não queriam vender porque diziam que o Grupo Américo Amorim, que “foi sempre um ídolo e uma pes- era latifundiário”, conta Mário Apura. O estigma entra- soa amiga”. O seu sucesso profissional também se deve nhou-se e as compras de cortiça às cooperativas tinham ao prazer que sente no dia-a-dia: “Dá gosto a gente andar de ser dissimuladas, para que o apelido Amorim não no ‘mato’ a ver as cortiças… É um trabalho bom. É pesa- fizesse borregar os negócios. “As pessoas ficavam com do e duro mas tem liberdade”.

52 Comprador de Cortiça Amorim Florestal, SA— desde ƒ„¡•

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 52 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 53 17/07/20 11:56 54

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 54 17/07/20 11:56 Natália Santos

Uma pioneira da qualidade

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 55 17/07/20 11:56 Ainda a qualidade era um conceito vago na indústria Fiel à máxima “trabalho é trabalho, conhaque é co- portuguesa, já Natália Santos se afadigava no desenvol- nhaque”, Natália Santos não deixa, porém, de valorizar vimento e controlo de produtos do Grupo Amorim. A a componente socializante da atividade profissional, sua atividade era, à época, inovadora e conheceu uma que, em sua opinião, muito contribui para a construção transformação brutal nas últimas décadas. No labora- do espírito de equipa. Defende por isso a realização de tório, “nós fazíamos ensaios à matéria-prima e depois ao eventos de team building, que, no passado, diz terem produto final. Olhando para trás conseguimos ver a evo- promovido a “ligação entre as pessoas” do Grupo. “Con- lução que houve, até mesmo em termos ambientais. Na vivia-se mais e isso, na medida certa, ajuda muito. Tor- altura, procedíamos ao controlo da matéria-prima e das nando-se amigas, as pessoas toleram-se melhor no dia a colas em particular. Quando acabava o ensaio, sobravam dia”. Mas convém não confundir amizade com trabalho. colas e para onde iam? Iam para a sarjeta da água. Muito “Tive discussões sérias com alguns colegas. Mas acabava a naturalmente. Hoje em dia, é impensável mandar colas reunião, acabava a discussão. Acho que soube distinguir para as águas”, diz a antiga técnica e diretora de qualida- aquilo que era trabalho daquilo que era conhaque”. de da Amorim Cork Composites. Reformada desde julho de ‡•ƒ„, olha para o retro- Natália Santos iniciou funções em ƒ„¡ƒ e, apesar de visor e destaca dois momentos marcantes nos ˆ anos não ter qualificações superiores, foi paulatinamente que dedicou ao Grupo. Um deles foi o “grande incêndio subindo na carreira. “Fui nomeada diretora [da Quali- que a empresa teve”, não só pela sua “dimensão” mas dade] com • anos, nos anos „•. Comecei a trabalhar também pela “forma como o Sr. António Amorim lidou com ƒ¡ anos, já tinha uns aninhos de trabalho. Nunca me com aquilo. Ele era o comandante das tropas na verda- disseram diretamente mas ouvia: ‘Como é que a Natá- deira aceção da palavra. Liderou tudo com uma capaci- lia, não sendo formada, chegou aonde chegou?’. Como dade tremenda”. Natália Santos destaca ainda a fusão da costumo dizer, a sorte dá trabalho”. E “foi fundamental a unidade de Santa Marta de Corroios, em Setúbal, com a empresa ter apostado em mim. Podia ser muito boa, ter de Mozelos, em Santa Maria da Feira. “Tive de despedir muitas aspirações, mas se a empresa não apostasse em pessoas de quem gostava muito e que trabalhavam co- mim, não adiantaria grande coisa. Não tendo um curso migo lá. Isso marcou-me muito”. As boas recordações, superior, sinto obviamente orgulho por chegar à direção essas, “são as pessoas” e a “evolução incrível” da empresa. de uma empresa com esta dimensão”, confessa. “Lembro-me de, quando vim para cá, ver as pessoas a Ao ser nomeada diretora, não ficou só com respon- acartarem fardos às costas… Não tem comparação possí- sabilidades na área da qualidade stricto sensu, mas tam- vel. Até mesmo em termos de produtos. As colas que nós bém nas áreas correlativas do ambiente e da segurança. usávamos eram perigosas (algumas) e ninguém tinha se- Esteve, portanto, envolvida nas diferentes certificações quer noção da perigosidade para as pessoas. De facto, esta do sistema de gestão da qualidade do Grupo, a última evolução foi incrível”. Mas adverte: “As organizações não das quais na área energética. Teve, por isso, uma vida valorizam muito o capital humano. E eu acho que o que profissional repleta de desafios. “Nunca gostei muito fez crescer a Amorim Cork Composites, em particular, foi de rotina. E toda esta evolução [da área da qualidade] o capital humano que ao longo do tempo se foi criando”. me motivava muito exatamente por causa disso. Eram sempre coisas novas, o que me obrigava a estar sempre a evoluir”, sublinha Natália Santos.

56 Diretora da Qualidade Amorim Cork Composites, SA. — entre ƒ„¡ƒ e ‡•ƒ„

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 56 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 57 17/07/20 11:56 58

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 58 17/07/20 11:56 Fernando Oliveira

O embaixador

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 59 17/07/20 11:56 É um dos principais responsáveis pela expansão do Gru- recia o John Wayne… Vinha maldisposto, ou não tinha po Amorim na Ásia. Em ƒ„ˆ‡, Fernando Oliveira esta- dormido ou algo tinha corrido mal, mas chegava um beleceu-se na Embaixada de Portugal em Banguecoque, cliente estrangeiro e ele transfigurava-se em segundos. na Tailândia, que havia convidado várias empresas por- Mudava repentinamente para ser simpático e acarinhar tuguesas a instalarem-se na chancelaria para dinamiza- o cliente. Daí a equiparação que fazia com um ator cine- rem as suas relações comerciais com os países asiáticos. matográfico puro e duro”. Só o Grupo Amorim respondeu ao repto do embaixador Recorda ainda os ardilosos rendez-vous dominicais. Mello-Gouveia, tendo inclusivamente oferecido má- “O Sr. Américo às vezes perguntava: ‘Olha, o que vais fa- quinas de escrever elétricas IBM e ladrilhos de cortiça zer no domingo à tarde? Aparece na minha casa da Gran- para forrar o chão da embaixada. ja quando forem ƒŒ:Ž•/ ƒ³:••’. Quando ele perguntava, Fernando Oliveira esteve sediado na capital tailande- a gente já sabia o que era e dizia que ia estar por casa. A sa mais de dez anos, contribuído superlativamente para o gente passava e tomava um café ou um sumo de laranja aumento e diversificação das vendas de cortiça do Grupo no bar junto à piscina. Então, ele fazia meia dúzia de per- no mercado asiático. “Eu era o embaixador da Amorim na guntas e dava trabalho para ƒŒ dias. Era o despacho”. E ai Asia. Toda a gente me contactava para qualquer assunto: de quem não cumprisse. “O Sr. Américo nunca chateou ‘Conheces esta firma? Conheces este contacto?’. Não só ninguém que não tivesse feito à primeira. À segunda… à tratava de tudo para as empresas todas [do Grupo], como segunda vez que ele perguntasse, tinha que estar feito. E fazia relatórios e metia-os no correio. O Sr. Américo sabia ele não se esquecia”. que tinha tudo, tudo detalhado”, explica o atual gestor de Das gavetas da memória, Fernando Oliveira retira com mercado da Amorim Cork Composites. saudade a “camaradagem” que se vivia no Grupo. Lembra, Fernando Oliveira entrou no Grupo em ƒ„¡ƒ, ainda a propósito, as sardinhadas nas sextas-feiras de Verão e jovem. E, nesses primeiros anos de trabalho, ficou im- as almoçaradas farta-brutos no Folgosinho, em Gouveia. pressionado com “o espírito de união que existia entre Terminado o bem regado repasto, “alguns já vinham em os quatros irmãos” da Ž.ª geração da família: José, Antó- tronco nu dentro dos autocarros, em pleno inverno. Era nio, Américo e Joaquim. “Acho que foi isso que levou ao fados do Folgosinho até aqui. Chegávamos já de noite”. crescimento e ao engrandecimento do Grupo Amorim. Quanto ao futuro, Fernando Oliveira vislumbra a Porque nós sabemos que, por norma, as empresas caem “passagem segura do espírito vindo desde muito antes de ou dissolvem-se por questões entre irmãos ou entre só- ƒ„³Ž”, traduzida hoje na contínua “aposta na investiga- cios”. Surpreendeu-o também “a dedicação ao trabalho ção e desenvolvimento”. “Com as vantagens da locali- sem qualquer tipo de ostentação, como se fossem traba- zação geográfica e da economia circular da matéria-pri- lhadores normais. O Sr. Américo não comia no restau- ma, a cortiça, vejo um futuro realmente promissor, não rante da administração – comia sempre na cantina”, re- só para a Amorim Cork Composites, como para todo o corda, particularizando aquele que é um dos principais Grupo”. Mas deixa um conselho aos colaboradores: “O valores do Grupo: a humildade. empenho vale a pena. Ninguém deve pensar que já fez Fernando Oliveira foi um homem de confiança de o suficiente ou o que lhe competia. Deve ir atrás do que Américo Amorim, cuja frontalidade, astúcia e inteligên- falhou, do que não aconteceu, mas devia ter acontecido, cia lhe causavam profunda admiração. “Tinha a ideia de encarando sempre tudo com espírito positivo”. que o Sr. Américo era um ator americano qualquer, pa-

60 Gestor de Mercado Amorim Cork Composites, SA — desde ƒ„¡‡

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 60 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 61 17/07/20 11:56 62

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 62 17/07/20 11:56 Carlos Manuel Silva

O ambientalista que teve razão antes do tempo

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 63 17/07/20 11:56 Todos o conhecem apenas pelos dois nomes próprios. relatórios que Carlos Manuel fez para Américo Amorim, Dir-se-ia que a sua autoridade e a sua influência no Gru- que, agradecido, mandou subir-lhe o ordenado. po dispensam apelidos. É simplesmente “o” Carlos Ma- “Melhor do que o ordenado foi a confiança que senti nuel. Aos ¡• anos, não precisa do sobrenome, que não é que ele depositava em mim. É evidente que aí comecei Amorim, para ser reconhecido como uma das figuras de a ganhar confiança, mas o grau de exigência era cada vez preponderância na história recente do Grupo. Em qua- maior. O Sr. Américo era extremamente exigente. Ele não se Œ• anos de casa, foi um dos mais acérrimos defensores me largava. Não tinha tempo para nada”, recorda Carlos das potencialidades da cortiça e o precursor das políticas Manuel, que aprendeu muito com o empresário falecido de sustentabilidade ambiental do Grupo. Dono de uma em ‡•ƒ¡. “Com o Sr. Américo aprendi a enfrentar as difi- argúcia comercial invulgar, conquistou a confiança da fa- culdades e a não ficar parado, com nervos. Como ele dizia: mília Amorim e justificou a subida na hierarquia com uma ‘Tens um problema, arranja a solução’. Foi isso que eu fiz. gestão que teve amplo retorno empresarial. Não por aca- E, se calhar, ainda hoje faço graças a essa escola brutal do so o Grupo atribuiu-lhe, em ‡•‡•, o Prémio Carreira. Sr. Américo”, sublinha. Alguns anos depois da entrada no Carlos Manuel Oliveira e Silva entrou para o Grupo Grupo, Carlos Manuel assumiu a gestão da Unidade de Amorim no dia ƒ de setembro de ƒ„¡‡, com ‡‡ anos. Sem Negócios Isolamentos, que se dedica à produção de aglo- formação superior mas com uma indómita vontade de merados para isolamento acústico e térmico. vencer, teve o seu teste de fogo logo na entrevista de recruta- Carlos Manuel acredita convictamente nas qualida- mento. “Naquela altura estavam abertos a admitir jovens des da cortiça e foi dos primeiros, dentro do Grupo, a e, segundo soube mais tarde, irreverentes. Fui entrevista- tomar consciência dos seus benefícios ambientais. Seria, do pelo Sr. Américo Amorim. Estive lá duas horas. Ele fa- aliás, pioneiro no lançamento de políticas de promoção lava comigo, fazia-me perguntas e atendia uma chamada. da sustentabilidade na cadeia de produção do Grupo. Desligava, fazia mais uma pergunta e atendia outra cha- E quando as rolhas de cortiça foram ameaçadas pelos mada. Ou provocava outra chamada, a criar uma dinâmica vedantes de plástico, não vacilou na defesa de uma ma- tremenda. E eu cá para mim: ‘Onde é que estou metido?’ téria-prima ƒ••% natural, reutilizável e reciclável. Na Passadas as tais duas horas, o Sr. António Amorim disse- célebre reunião no Caramulo, em janeiro de ‡•••, em -me no corredor: ‘Ó jovem, tem calma. Tem calma que que o Grupo ponderou, por questões de disponibilidade estás admitido’. Eu não o conhecia e perguntei: ‘Mas como da matéria-prima cortiça, acabar com o aglomerado de é que o senhor sabe que estou admitido?’. E ele diz-me: “O cortiça expandida ( aglomerado negro), Carlos Manuel meu irmão gostou de ti, senão não te aturava duas horas”. esgrimiu argumentos em defesa deste produto de corti- E assim foi. Carlos Manuel assumiu funções de back ça. O tempo deu-lhe razão. o ce na área comercial do departamento de aglomerados Garante que nunca foi um yes man, tanto assim que negros, na fábrica de Mozelos. Mas seria desde cedo cha- teve “discussões incríveis” com Américo Amorim. Mas mado por Américo Amorim a desempenhar diferentes revê-se em absoluto na “insatisfação permanente” deste tarefas, como visitar regularmente a fábrica de Silves (o empresário, princípio caro ao Grupo, bem como na “de- que implicava longas viagens) ou empresas concorrentes dicação” e “enorme humildade” do seu irmão, António no estrangeiro. Foi até incumbido de uma espinhosa mis- Amorim. Os dois personificam a “cultura Amorim”. são na Venezuela, onde o Grupo tinha um cliente incum- pridor. A questão acabou resolvida muito por causa dos

64 Diretor Geral Amorim Cork Insulation, SA — desde ƒ„¡‡

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 64 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 65 17/07/20 11:56 66

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 66 17/07/20 11:56 António Freitas

A arte de bem negociar

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 67 17/07/20 11:56 Fez-se um exímio negociador. Teve grandes mestres, tigamente ia com os meus colegas e [a compra] era mais como José Amorim, mas sem humildade, trabalho e per- ou menos a ‘olhómetro’. Era a experiência. Isso mudou. severança nunca chegaria a dominar os segredos do mer- Hoje, estamos muito mais sofisticados na compra da cor- cado da cortiça nem a arte da negociação. Ao profundo tiça. Agora, aproveito a tecnologia que os novos trazem conhecimento do montado de sobro e da preparação da e tento dar-lhes a experiência que tenho da cortiça, dos matéria-prima, António Freitas alia uma astúcia comer- terrenos, das famílias do Alentejo (ainda funciona muito cial forjada pela experiência. Características que fazem à base de conhecimento familiar e de amizades)”, explica. dele, aos ³‡ anos, um dos compradores de referência da António Freitas ainda viveu as contingências da Re- Amorim Florestal. forma Agrária, que arrancou no final de ƒ„¡ , com as Em ˆ anos ao serviço do Grupo Amorim, António primeiras ocupações de terras, e começou a ser desman- Freitas fez um pouco de tudo até rumar ao sul, onde o telada em ƒ„¡¡. Seguiu-se um longo processo de deso- montado de sobro domina a lonjura da planície. Come- cupações e devoluções de terras. “Foi uma época muito çou a carregar cortiça, na Amorim & Irmãos, em ƒ„¡‡. difícil para a Amorim. Cheguei a ser posto fora das her- Tinha apenas ƒŽ anos. A mãe já lá trabalhava e, como era dades porque trabalhava para os ‘fascistas’. As coopera- costume nessa época, pediu para empregarem o filho tivas tinham „• a „Œ% da cortiça do mercado”. logo após a conclusão da escola. “A malta brincava comi- António Freitas foi, a certa altura, incumbido de trazer go: ‘Olha este pardalito! Aqui não se vai aguentar…’. Co- ao Norte uma delegação de cooperantes. “Eles para cima mecei a acartar cortiça que vinha da fábrica de Abrantes, vinham contrariados; para baixo iam a conversar e diziam: à cabeça. Marquei milhares de fardos, pintava, fazia em- ‘Afinal estamos enganados. Temos de vender a cortiça à barques até à uma da manhã”. Amorim. Eles têm lá, na Amorim & Irmãos, mil camara- Um pequeno acidente de trabalho, que resultou das. A Corticeira Amorim tem outros •• camaradas’… E num pulso estalado, fê-lo sair da “prancha” (local onde foi assim que a gente conseguiu”. se descarregam as pranchas de cortiça) para o escritó- Entretanto, “acabaram as cooperativas e começou rio da Corticeira Amorim. Mas à experiência, por um o Estado. Havia os leilões do Estado. Era uma ‘coboia- mês. “Nunca mais me disseram nada. Portanto, estou há da’ que nem queira saber. Foi assim que fui crescendo quarenta e tal anos à experiência”, brinca. Na altura, foi dentro do Grupo”, como comprador. “Ainda hoje tenho “moço do correio” e ajudou no arquivo. Depois, a partir pessoas que me dizem: ‘Ó Freitas, eu vendo-te a cortiça de ƒ„¡ˆ, trabalhou na fábrica da Corticeira Amorim, na a ti. Eu conheço o Dr. António [Rios de] Amorim da tele- Ipocork e de novo na Amorim & Irmãos. Serviu cafés, visão, mas tu é que és a referência’”. limpou o chão e até esteve um mês como telefonista. Apesar do muito que alcançou por mérito próprio, “Apanhei choques naquelas ‘bichas’… Um mês para es- António Freitas não esconde a sua gratidão à família quecer”. Até que surgiu a oportunidade de se mudar para Amorim. “A experiência que ganhei aqui [no grupo] não o Montijo, onde necessitavam de um comprador de cor- há dinheiro que pague. Quando estava no Norte, o mais tiça. Foi uma vez mais à experiência. Mas bastaram ƒŒ dias longe que tinha ido foi a Fátima. Hoje, conheço o país para ser aprovado pelos colegas e por José Amorim, com todo por causa do trabalho. Se não fosse a Amorim, não quem criaria uma relação profissional de grande cumpli- era ninguém. Nunca tinha ido a um restaurante. Nem cidade. Começou, então, a acompanhar os compradores sabia sentar-me a uma mesa, quanto mais… Só tenho de mais velhos e a sorver o seu conhecimento empírico. “An- agradecer aos senhores Amorim”.

68 Comprador de Cortiça Amorim Florestal, SA — desde ƒ„¡‡

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 68 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 69 17/07/20 11:56 70

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 70 17/07/20 11:56 Conceição Martins

Outros tempos, outra responsabilidade

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 71 17/07/20 11:56 São quase Œ• anos de casa evocados ora com doce nos- Nota, contudo, que “hoje não há aquela amizade entre talgia, ora com algum desalento. Um misto de sensações, as pessoas. Só vivem para eles; não querem ajudar os ou- por vezes contraditórias, ressuma do relato de Concei- tros. Antigamente, não havia nada disso. Antigamente, ção Martins, operadora industrial da Amorim Cork. Re- as pessoas ajudavam-se umas às outras”. Não obstante corda com saudade o trabalho na cantina da Amorim & um certo recato entre colegas, reconhece que muita coi- Irmãos e, em particular, o convívio são e fraterno que aí sa mudou para melhor. Conceição Martins não esquece se gerava. Mas também não esquece como eram penosas a dureza doutros tempos, em que a infância se esfuma- as condições de trabalho do antigamente, com tarefas va nas agruras do trabalho. “Hoje é tudo mais facilitado, braçais intensas e extenuantes, sobretudo para quem mas muito mais facilitado. Nem se compara com aquilo ainda se estava a despedir da infância. Da atualidade, fala que nós fazíamos. Éramos crianças e o trabalho era mui- com amargura de uma certa distância entre colegas. to mais pesado. Enchíamos as moegas, fazíamos pilhas Conceição Martins ingressou no Grupo Amorim em de sacos até ao teto, tínhamos que subir escadas para le- outubro de ƒ„¡Ž, com ƒŽ anos e apenas a escola primária. var tudo… Eu fazia isso!”. Começou na fábrica, fazendo a escolha das rolhas. Cer- Era habitual servir café a Américo Amorim e dele ca de cinco anos depois, foi para o escritório, onde servia guarda algumas histórias curiosas. Certa vez, o empresá- cafés e limpava as instalações. À hora de almoço, ajudava rio teve um acidente de viação e ficou ligeiramente feri- a servir as refeições na cantina da empresa. Nessa altura, a do. Mas não quis adiar o encontro de trabalho que estava alimentação ainda era confecionada na Amorim & Irmãos. agendado para aquele momento. Mandou chamar uma Foram ‡• anos nisto, e gostava. Muito por causa da enfermeira e, enquanto presidia à reunião, foi receben- autonomia de que usufruía. “Fazíamos tudo e mais al- do o curativo. Era também frequente deixar o motorista guma coisa, mas não tínhamos quem mandasse em nós. apeado, caso este não respondesse de imediato ao seu Tínhamos responsabilidade naquilo que fazíamos e fa- chamamento. Pegava no carro e seguia. zíamos à nossa maneira. E sabíamos que estávamos a fa- Conceição Martins recorda com gosto duas efemé- zer bem”, explica Conceição Martins, acrescentando ter rides marcantes no Grupo: os ¡Œ anos da Amorim & também “saudades das pessoas e do ambiente” da antiga Irmãos – “não estávamos habituados a ter essas coisas cantina. “Parecia uma família aqui dentro”. e de repente eles fazem uma festa assim, para todos os Com o advento do catering, Conceição Martins dei- colaboradores…” – e os Œ• anos de trabalho de Améri- xa a cantina. Ainda passou pela portaria da empresa co Amorim – “fui uma das pessoas convidadas e adorei mas acabaria, pouco depois, por regressar à fábrica, hoje esse dia”. Agora promete celebrar os ƒŒ• anos do Grupo Amorim Cork, onde está há ƒŒ anos na marcação de ro- Amorim com a mesma jovialidade. lhas. Apesar das saudades dos tempos passados na can- tina, continua com a mesma abertura à aprendizagem de novos métodos e técnicas. “Primeiro que uma pessoa se adapte a estas coisas [novas tecnologias]… Porque eu só tenho a .ª classe e não é de um dia para o outro que uma pessoa vai aprender. Mas consigo fazer tudo. Às ve- zes, eles dizem que eu faço mais rápido do que as pessoas que têm estudos. Porque uma pessoa gosta, quer saber”.

72 Operadora Industrial Amorim Cork, SA — desde ƒ„¡Ž

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 72 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 73 17/07/20 11:56 74

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 74 17/07/20 11:56 Emília Leite

Memórias de uma adulta precoce

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 75 17/07/20 11:56 Emília Leite era ainda uma criança, na passagem dos ƒ‡ lado, “hoje as chefias não andam tanto em cima de nós, para os ƒŽ anos, quando ingressou na Amorim & Irmãos, porque as máquinas garantem a produção. Antigamente em janeiro de ƒ„¡ . A uma infância interrompida pela punham-se ali com as mãos na anca, parados, tipo sina- severidade do trabalho somou-se, escassos meses depois, leiro. Isso agora não existe”. Mas, por outro lado, “ao ní- o torvelinho da Revolução de Abril, que se fez sentir com vel de colegas havia mais união. Hoje, há mais competi- especial intensidade nos meios fabris e entre o operariado. ção. Este turno quer fazer mais do que aquele…”. A Amorim & Irmãos não foi exceção. Greves, plená- E também “não há tanto convívio entre as colegas. rios, manifestações… As reivindicações político-sociais Estamos mais afastadas. [Antes], mesmo durante o tra- próprias de um processo revolucionário ribombaram balho, podíamos falar. Às vezes, até nem eram [assuntos] na empresa, acrescentando incerteza e angústia à rotina relacionados com a firma: eram os filhos, os pais ou os laboral. Sobretudo para quem, como era o caso de Emí- namorados… Hoje, não há tempo para isso. Cada uma lia Leite, pouco mais sabia do que aquilo que povoava as está no seu canto; quase que não nos vemos umas às ou- sebentas da escola. tras”, lamenta Emília Leite. “Foi-se tocando para a frente…”, diz com singele- O relacionamento com os dirigentes do Grupo era za quem, terminada a escolaridade obrigatória, se viu igualmente mais familiar e convivial. “Tenho uma boa enleada num mundo de adultos e foi forçada a crescer imagem do Sr. Américo e do Sr. António [Amorim]. depressa. “Era uma novidade. Já era alta, mas magrinha Eram daqueles patrões que passavam por nós e nos e um bocado acanhada. Ficava toda a gente a olhar, sur- cumprimentavam. O Sr. Américo volta e meia lembra- preendida: ‘Tão novinha e já vem trabalhar!’”. va-se e ia dar a volta à firma. De algumas de nós, mais ve- Começou na escolha das rolhas, função que desem- lhas, até sabia os nomes”. penhou até há cerca de três anos. Um trabalho árduo, que Dos ³ anos que leva de casa guarda “bons e maus exigia concentração, sobretudo quando realizado à mão momentos”. Lembra que “a firma passou por dificulda- sobre um tapete. “Era monótono. Estávamos tão paradas des e manteve-nos sempre unidos, sempre a trabalhar. que até dava sono! Escolhíamos sete ou oito classes à mão. Muitas vezes até estávamos a escolher as rolhas pela Chegado o fim do dia, tínhamos de ter produção”. segunda vez, porque não havia encomendas. Houve ali Agora está na embalagem de rolhas na Amorim Cork. uma preocupação connosco”. Não é tão rotineiro, embora a fadiga seja maior. “É muito A resiliência, união e determinação então demonstra- mais cansativo do que escolher rolhas. Estamos em pé, das mantêm-se vivas e deixam antever sucessos futuros. andamos para trás e para a frente. No meu caso, tenho “A parte administrativa tem espírito de luta, de empreen- de coser e meter sacos. Passa-se melhor o tempo. As oito dedor. Querer seguir em frente, sempre. Não está agarra- horas correm mais depressa”, sublinha Emília Leite. A da ao lucro. É por isso que eu acho que esta empresa tem maquinaria assumiu muitas das tarefas anteriormente alicerces para continuar”, acredita Emília Leite. executadas por operários, mas “o trabalho é mais exigente a nível físico. Há pressão para produzirmos mais”, explica. Para além das transformações tecnológicas, que le- varam a uma progressiva automatização da produção, o ambiente de trabalho mudou consideravelmente. Em alguns aspetos para melhor, noutros para pior. Por um

76 Escolhedora de Cortiça Amorim Cork, SA. — desde ƒ„¡

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 76 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 77 17/07/20 11:56 78

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 78 17/07/20 11:56 Manuela Almeida

Formada na “faculdade” Amorim

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 79 17/07/20 11:56 Esteve na iminência de ser bancária, emprego muito ape- das quantidades, das necessidades…. Estávamos, então, tecível e cobiçado nas décadas de ƒ„¡•/ˆ•. Mas hoje não a iniciar os flutuantes”. Ainda acumulou durante algum se arrepende de ter entrado para o sector da cortiça, “um tempo com o serviço de atendimento a clientes, o que produto do futuro”, diz, e de estar há • anos a contribuir se revelaria impraticável pela sobrecarga de trabalho. para a operacionalidade do Grupo Amorim, em que cujos “Deixou-me um bocadinho de pena, mas tinha de ser. valores se revê. Manuela Almeida orgulha-se da carreira Gosto muito do contacto direto com o cliente”. Depois comercial que construiu primeiro na Inacor e depois na passou pela logística, até que, há cerca de um ano, regres- Amorim Revestimentos, hoje Amorim Cork Flooring. sou à área comercial, cabendo-lhe o apoio aos mercados “Esta empresa é uma faculdade. Estamos sempre a apren- nacional e de África (incluindo os PALOP). der. A gente tira aqui quase o mestrado e o doutoramento. E foi na área comercial que lidou de perto com a per- Num banco, acho que não me ia sentir tão realizada. Não sonalidade vibrante de Américo Amorim, com quem me via a trabalhar noutro sítio. E até vir para cá, a cortiça chegou a viajar para a Alemanha. “De início, quando foi não me dizia absolutamente nada”, confessa. a aquisição, ele ia lá [à Inacor] frequentemente. Eu gos- Entrou para a Inacor ainda menina e moça, com ƒ„ tava daquela força… O que mais me impressionava era o anos. Na altura, em ƒ„¡„, esta pequena empresa pro- detalhe que ele tinha do negócio e a visão que tinha do dutora de isolamentos e revestimentos de cortiça não caminho a seguir. Fazia muitas reuniões com os comer- pertencia ao Grupo Amorim. A aquisição só se concre- ciais. Queria saber, motivava, exigia bastante. Sempre tizou em ƒ„ˆˆ e a fusão com a Ipocork, que daria origem com muita responsabilidade e educação. Aquilo para à Amorim Revestimentos, aconteceria em dezembro de mim era uma inspiração”, revela Manuela Almeida, que ƒ„„Œ. Manuela Almeida assistiu a todos estes desenvol- acrescenta, a propósito, que “os fundadores do Grupo vimentos, mas sem grandes temores. “Não tive receio. deixaram raízes muito fortes”. Sou uma pessoa que gosta de mais e sou um bocadinho O episódio mais insólito que viveu foi com um cliente ambiciosa. Era um Grupo tão grande… mas eu gosto de que veio carregar material, em Lourosa, com… um carro desafios”. Estava, pois, em sintonia com os valores do de bois! “Chamei logo o encarregado e avisei o funcioná- Grupo Amorim, em especial a ambição. rio do armazém. Seguramente que foi a carga mais rápida Manuela Almeida interrompeu os estudos, “estava que se fez no Grupo Amorim. Foi carregado numa fração a fazer o ¡.º ano antigo (ƒƒ.º agora)”, porque tinha “von- de segundos. Só tive tempo de tirar a venda a dinheiro, que tade de trabalhar”. A saída de um comercial abriu-lhe as era manual. Estava para chegar o Sr. António Amorim e a portas da Inacor, tendo começado por atender chamadas. preocupação do encarregado era que o boi não sujasse a Depois, esteve um mês na contabilidade, de que “gostava parada”, conta divertida. “Meu Deus, um carro de bois!?!”. muito”, até finalmente se fixar na área comercial, substi- Otimista empedernida, Manuela Almeida olha o hori- tuindo o colega que havia saído. Tudo isto na unidade de zonte com confiança. “Acredito que a empresa vai crescer. Lourosa, onde, ao fim de algum tempo, assumiu “a res- Até porque temos a geração que nos deixaram as pessoas ponsabilidade de ficar com o mercado da Alemanha”. mais antigas e em que acredito bastante, principalmente Entre ƒ„ˆˆ e ƒ„„Œ, Manuela Almeida ficou igual- no Dr. António [Rios de] Amorim. Somos uma empresa mente responsável pelo planeamento da produção em que soube acompanhar os tempos” e “o nosso produto é Lourosa. “Todas as semanas entregava na fábrica o plano único no mundo, sustentável”. Mas adverte: “Temos de ser do que tinham que fazer: o controlo dos semiacabados, mais fortes na inovação e apostar bastante na qualidade”.

80 Técnica de Serviço ao Cliente Amorim Cork Flooring, SA — desde ƒ„¡

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 80 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 81 17/07/20 11:56 82

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 82 17/07/20 11:56 José Américo Rios

“Zé Parafuso”: o bombeiro com 45 anos de profissionalismo

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 83 17/07/20 11:56 Viu a sua adolescência, juventude e vida adulta escoa- (que é a coisa que mais adoro). São recordações que vão rem-se no frenesim da produção de aglomerados com- ficar sempre comigo.” pósitos. Foram Œ anos de trabalho em todas as áreas do Um outro acontecimento marcante, mas desta feita sector da manutenção da Amorim Cork Composites, por más razões, foi um brutal incêndio na fábrica. “Apa- até ser traído pela saúde. Em agosto de ‡•ƒ„, com ³ƒ nhei um grande susto, porque nunca tinha visto uma anos, foi forçado a abandonar a empresa para um mere- coisa semelhante”, confessa José Américo Rios, que até cido descanso. Para trás ficou a “oportunidade de traba- era um dos bombeiros da empresa. “O incêndio come- lhar numa empresa estável, onde apliquei o meu profis- çou no meio da ‘avenida’ e depois ficou incontrolável. sionalismo”, diz José Américo Rios. Sentimos que não se conseguia fazer nada. Depois tudo Ingressou na Amorim Cork Composites em maio de acalmou e serviu de exemplo para o futuro. Foi uma per- ƒ„¡ , estava o país em plena efervescência revolucioná- da grande para a empresa”, recorda o “Zé Parafuso”, alcu- ria. Mas a situação política pouco interessaria a um miú- nha por que era conhecido na fábrica. do imberbe com apenas a .ª classe, como era habitual à Não tem muitas mais histórias a borbulhar na me- época. Depois de uma primeira experiência profissional mória. Até porque, diz, “era para trabalhar, era para de dois anos numa outra empresa, no duro contexto trabalhar”. Ou seja, a dedicação ao Grupo foi total, sem fabril, em que inclusivamente viveu um episódio de grande espaço para distrações ou mundanidades. “Vivi bullying por um trabalhador mais velho, José Américo no dia a dia muitos momentos divertidos, mas sempre Rios sentiu que no seu novo posto de trabalho na então com profissionalismo”, assegura José Américo Rios, rei- Corticeira Amorim Indústria “havia uma proximidade terando assim os valores da competência e atitude que o grande entre trabalhador e patrão”. Grupo tem preconizado nestes ƒŒ• anos. Proximidade, essa, que tinha um rosto: António Não tem dúvidas de que a Amorim Cork Composites é Amorim. “Marcou-me muito”, sublinha José Rios. “Era uma “empresa estável e dedicada aos desafios”. Mas avisa, uma pessoa do terreno. Andava aí pela fábrica e cum- respaldado na sua experiência de Œ anos, que “os desafios primentava a malta, pagava umas merendas…. Convi- são muito preocupantes. Quem está à frente do Grupo ou via com os trabalhadores. Mas também exigia e puxava das empresas que tenha a melhor forma de encarar a reali- as orelhas a quem tinha que puxar. Era o homem com dade como ela é”. E deixa um conselho: “Sejam profissio- quem a gente conviveu mais e nós guardávamos-lhe nais e estejam preparados para os novos desafios”. muito respeito. Só a presença dele impunha respeito”. E dá um exemplo da forma diplomática mas firme como liderava os operários: “A frase do Sr. António Amorim era: ‘Eu não obrigo, mas se puderes…”. Era uma ordem”. O convívio que era proporcionado ao pessoal da fá- brica também não ficou perdido num canto da memória. “Uma boa recordação são as alegrias que o Grupo dava [aos colaboradores] no fim de cada ano”, garante. Além da “confraternização em que os colegas se juntavam”, José Rios recorda ainda com nostalgia o “circo de natal”, espetáculo que muito aprecia, e a “alegria da minha neta

84 Serralheiro Mecânico Amorim Cork Composites, SA — entre ƒ„¡ e ‡•ƒ„

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 84 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 85 17/07/20 11:56 86

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 86 17/07/20 11:56 Celestino Vilar

O “pardal” que não deixa a fábrica parar

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 87 17/07/20 11:56 Chamam-lhe “pardal” mas não porque seja frágil. Pelo gava às oito da manhã, mas não sabia a que horas saia à contrário. A alcunha deriva da sua bravura para subir a noite. E também [trabalhava] aos fins de semana. Uma alturas vertiginosas e enfiar-se em recantos esconsos, pessoa entrando do portão para dentro, sabe que vem por vezes descurando as próprias regras de segurança. para uma casa de trabalho”, diz, aludindo à cultura de É desta massa que é feito Celestino Vilar, que, vendo abnegação profissional que é apanágio do Grupo. bem, tem também muito de morcego por preferir tra- Celestino Vilar não conta as horas de trabalho e tam- balhar à noite, embrenhado no cavernoso ambiente de bém não hesita em enfrentar situações de alguma perigo- máquinas e caldeiras. Está há • anos no Grupo e alia sidade. Por isso, é conhecido como o “pardal” da empresa, a coragem à habilidade para a mecânica, algo que pra- epíteto que o seu pai também tinha. “Trabalhei muito ticamente nasceu com ele. “Era pequenito e à beira da tempo na caldeira a dar assistência, [o que] é um trabalho casa do meu pai havia uma oficina de fazer cremalheiras. de risco. Lá em cima, nos filtros, havia lá qualquer proble- Quando saía da escola ia sempre para lá. Já gostava de ma e ninguém lá ia. É muita altura e eu ia lá. Fazia o meu mexer no óleo e tinha jeito para aquilo”. trabalho fosse onde fosse. Era o ‘pardal’, porque subia a Os estudos passaram a correr. Em casa eram sete ir- qualquer tubo”, explica. mãos e os recursos escasseavam para tão vasta prole. Havia Ainda recentemente, voltou a demonstrar valentia que trabalhar. Cedo. A infância completava-se na fábrica, ao resolver um “encravamento” que lhe poderia ter va- assim ditavam as necessidades de sustento da família. O lido uma queda aparatosa. “Eu estou aqui é para pôr a fá- pai era encarregado na trituração da Amorim & Irmãos e, brica a trabalhar. É o meu trabalho”. Mas Celestino Vilar como se fazia na altura, trouxe o filho para a sua beira. conhece bem o drama dos acidentes de trabalho, pois E deixou-o voar, como um pardal, aos ƒ anos. Ce- assistiu a problemas com vários colegas. “Nunca mais se lestino Vilar começou em ƒ„¡¡ no tratamento das rolhas, esquece na vida”. mas trabalhava mais como “afinador de marcadeiras” Celestino Vilar reconhece que os tempos são outros no (marcar rolhas a tinta). Decorridos três anos, mudou-se que respeita às condições laborais. “Com o equipamento de para a manutenção do que é hoje a Amorim Cork Com- hoje, é muito mais fácil trabalhar na manutenção”. Aconte- posites. “Não tinha nada a ver com a Amorim & Irmãos, ce é que a evolução tecnológica traz novos desafios: “A ma- porque lá só estava no sector das rolhas e afinava só seis nutenção está sempre a mudar. A mecânica este ano é uma máquinas. Aqui tinha muito mais trabalho: toda a manu- coisa, para o ano já não é a mesma”. Também por isso “tento tenção das máquinas e mais as peças para construir”. dar o meu melhor para ajudar os colegas novos. Ninguém “Era outro tempo…. Tive de me fazer à vida. Éramos nasce ensinado. Eles devem agarrar-se a isto com unhas e muitos irmãos e só eu e o meu pai na altura é que traba- dentes. Isto é uma empresa que chega ao fim do mês e não lhávamos”, explica. “Passei aqui a minha juventude. Isto tem nada a ver com muitas que conheço. Tem umas regalias para mim é como uma segunda casa”. Mas “gosto do que que não é qualquer empresa que tem”, assegura. faço aqui, na manutenção”, garante, sem esconder, po- Já quanto ao ambiente de trabalho, Celestino Vilar rém, que viveu momentos muito extenuantes. “Passei considera que houve um retrocesso em relação ao passa- aqui muitos dias seguidos. A mudar os casquilhos dos do. “A maior diferença, para mim, é a comunidade das pes- cilindros grandes da válvula da borracha”, por exemplo. soas. Antigamente parece que havia mais união entre os “Cheguei a um ponto em que até adormeci no empilha- colegas. Era mais equipa. Hoje o pessoal distrai-se muito dor. O cansaço já era tanto…. Muitas vezes, sabia que pe- com os telemóveis. Eu proibia os telemóveis” na empresa.

88 Técnico de Manutenção Amorim Cork Composites, SA — desde ƒ„¡¡

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 88 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 89 17/07/20 11:56 90

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 90 17/07/20 11:56 José Pinheiro

A força do destino

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 91 17/07/20 11:56 Teve a força do destino. Parecia inevitável a sua entrada impetuosidade de José Amorim levou-os a avançar água no Grupo Amorim, dando continuidade ao trabalho do adentro. “Ó Sr. José, nós não passamos aqui! Não passa- pai, precocemente falecido com um enfarte. Foi em no- mos o quê? Você está armado em medroso para quê? Pas- vembro de ƒ„¡¡ que tudo aconteceu: António Pinheiro samos, sim senhora!”. Resultado: foi necessário encontrar inicia funções na unidade industrial de Abrantes, pouco um trator para desatolar o carro, o que levou uma hora de depois de perder o progenitor, que ali trabalhava desde caminho. E quando António Pinheiro regressa com o ben- os ƒŽ anos de idade. Por isso, diz: “Nasci no Grupo”. dito trator, estava “o Sr. José Amorim descalço, dentro do E, de facto, António Pinheiro conhecia bem a fábrica rio, a lavar a carrinha. Essa imagem é memorável”. de Abrantes e os seus principais responsáveis, que eram “O Sr. José marcou-me muito, porque começou a ir visita de casa. O pai ajudava José Amorim nas compras a minha casa era eu pequenino. Ia buscar o meu pai… E de cortiça. No “mato”, como se diz. Foi pela mão deste ficava. Jantava. Era uma pessoa que se adaptava, sim- dirigente da Ž.ª geração da família que António Pinheiro ples”, recorda António Pinheiro, acrescentando que “li- entrou no Grupo, assumindo as tarefas habitualmen- dar com os patrões era diferente”, na altura. “Havia uma te atribuídas aos principiantes: corte e tratamento das proximidade muito, muito grande”. pranchas de cortiça. António Pinheiro lembra, a propósito, as reuniões de Para trás ficavam as agruras da Guerra Colonial, onde, trabalho no Norte, para as quais muitos colaboradores enquanto oficial do Exército, António Pinheiro aprendeu eram chamados, mesmo das unidades mais distantes. a liderar homens. “Foi uma experiência muito grande ir “Quase todos os meses, ao sábado, íamos a reuniões lá ao Ultramar. Deu-me muita maturidade”, sublinha, lem- acima com o Sr. Américo. Juntavam-se todos: o Sr. Amé- brando como eram extenuantes as operações militares, rico, o Sr. António, o Sr. Joaquim e o Sr. José. Eram vinte em que “a parte psicológica é que arrastava a física”. “Fa- e tal pessoas. Uma pessoa não estava tão bem inserida, zíamos incursões na mata em Angola, atrás de um batedor mas também ia, era chamada. E quando precisava de fa- negro. Ao fim de duas horas e meia, eu dizia: ‘Não aguento, lar, falava”. E ninguém vinha embora sem almoçar. não aguento’. Mas levava Ž‡ pessoas atrás de mim... E de- Deste contacto frequente com os dirigentes do Grupo, pois? Não podia desistir. Acompanhava sempre”. António Pinheiro forjou uma caracterização perspicaz das Quer na fábrica de Abrantes, quer na unidade indus- funções dos elementos da Ž.ª geração da família. “Cada um trial de Ponte de Sor, António Pinheiro desempenhou tinha a sua missão. O Sr. José era o ‘mato’; o Sr. Américo era múltiplas funções. Andou às compras no “mato”, com o exterior, o estrangeiro; o Sr. António eram as fábricas; e o José Amorim; tomou conta de herdades da família Amo- Sr. Joaquim era a diplomacia. É a imagem que tenho deles, rim; trabalhou no escritório, sendo responsável pelo pro- de sempre…”. Agora venha a Œ.ª geração, “seria o ideal”. cessamento dos salários; voltou à fábrica, onde se dedicou à preparação da cortiça; e acabou por se fixar na logística, gerindo as entradas e saídas dos camiões na Amorim Flo- restal, onde ainda hoje, já reformado, é colaborador. É de José Amorim que guarda as melhores recorda- ções e algumas histórias caricatas, como quando ficaram atascados numa ribeira com uma carrinha Peugeot Œ• . Apesar das advertências de António Pinheiro, a proverbial

92 Rececionista de Cortiça Amorim Florestal, SA — desde ƒ„¡¡

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 92 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 93 17/07/20 11:56 94

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 94 17/07/20 11:56 Norberto Silva

O técnico dos robôs

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 95 17/07/20 11:56 É um daqueles casos em que, antes de ser do Grupo, já o No princípio da década de ƒ„ˆ•, deslocava-se com fre- era. O contexto familiar assim o determinava. Muito cedo, quência à fábrica de Abrantes para assegurar a manu- a indústria corticeira afigurou-se como destino. Norberto tenção das caldeiras. Mais tarde, ajudou a montar várias Silva é filho de um outro Norberto, que trabalhou quase unidades do Grupo em Portugal e no estrangeiro. Esteve Œ• anos para a família Amorim. Por isso, as férias da escola envolvido na preparação das fábricas de Ponte de Sor, eram passadas entre os operários da fábrica de Santa Ma- Coruche, Tabarka (Tunísia) ou Adelaide (Austrália), por ria de Lamas. “O meu pai já me estava a meter o bicho da exemplo. “Eu gostava de novos desafios, e ainda hoje cortiça. Fui ganhando gosto por isto”. Entretanto, já lá vão gosto”. Por isso, foi com entusiasmo que esteve um mês a ‡ anos de casa, a maior parte dos quais como serralheiro montar uma máquina na Austrália, em ƒ„„„. Mas, no iní- na manutenção da Amorim Cork. cio, “disse mal da minha vida. Havia problemas atrás de Esteve para entrar com ƒŽ anos e a .ª classe, como problemas. E eu não dormia a pensar como ia resolver os era habitual à época. O pai, encarregado do estaleiro, problemas. Mas, graças a Deus, dei a volta. Fez-se a inau- mexeu os cordelinhos para que o filho começasse cedo guração da fábrica e a máquina arrancou. Foi um sucesso”. a trabalhar no Grupo, tal como as irmãs. Mas o processo Entretanto, Norberto Silva foi convidado a chefiar a demorou mais do que era suposto, e Norberto Silva foi manutenção, liderando uma equipa de mais de ‡• traba- para as obras de construção da Portocork. Acabou assim lhadores. Aceitou, apesar de ser “difícil hoje estar a trabalhar por, indiretamente, trabalhar para o Grupo. Uns anos com os meus colegas e amanhã estar a mandar neles. Sentia depois, em janeiro de ƒ„¡ˆ, o destino cumpriu-se e a que ia ter dificuldades, e tive. Houve colegas que não aceita- cortiça passou a fazer parte do seu dia-a-dia. ram. Mas tive o apoio da maioria deles, que me ajudaram”. Ainda com ƒ anos, começou a carregar pranchas E os desafios sucediam-se. Na viragem do século, sur- de cortiça para a bancada onde se fazia a escolha dos gem os robôs – máquinas que eram compradas e depois calibres. Ao fim de meio ano, já se aventurava clandes- transformadas na própria empresa, de forma a melhor tinamente na rabaneação (corte da cortiça em rabana- servirem a cadeia de produção. “No fundo, isto foi uma das), quando os colegas se ausentavam para irem ao WC. roda que nunca parou. Em ‡••ˆ ou ‡••„ começámos “Não tinha noção do perigo que aquilo era; podia ter cor- com os robôs nas brocas. Coube-nos desenvolver os ro- tado as mãos… Mas foi um bom princípio conhecer a cas- bôs: fizemos uma linha, depois outra e foi crescendo. Nós ca do sobreiro”, considera Norberto Silva. próprios pensávamos e íamos provocando as coisas, e Mas a sua ambição era trabalhar como mecânico ou eles [diretores] ficavam com aquilo na cabeça e também eletricista. Deixou então, passado um ano, as pranchas de nos apoiavam”. cortiça e veio para a fábrica tratar da parte elétrica, onde Assim se robotizou a Amorim & Irmãos, hoje Amo- esteve cerca de seis meses. Depois, foi colocado na oficina rim Cork. Agora, Norberto Silva espera que “quem está como serralheiro da área da manutenção. “Fui crescendo cá conserve isto e olhe para o futuro, porque há muitas e fui aprendendo. O meu pai dizia-me para abrir os olhos: coisas que começam a estar ultrapassadas. É preciso ha- ‘Um dia eles vão escolher os melhores dos melhores’. Era ver quem tenha ideias para desenvolver processos mais verdade. Eu procurava estar muito perto dos oficiais, para práticos e mais produtivos na empresa”, avisa. “A empre- ver o que eles faziam. Havia uns que ensinavam e outros sa dá lucro mas já passou anos difíceis. Se lá em baixo não que não ensinavam. Eu tinha de abrir os olhos. E pergun- houver pessoas que incentivem a cumprir os objetivos, tava para que, no dia em que tivesse de executar, também isto não vai. Toda a gente gosta de trabalhar na Amorim. poder dar resposta”. Mas não chega só gostar. É preciso dedicar-se a isto”.

96 Supervisor da Oficina de Manutenção Amorim Cork, SA — desde ƒ„¡ˆ

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 96 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 97 17/07/20 11:56 98

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 98 17/07/20 11:56 Fernando Soares

Espírito engenhoso

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 99 17/07/20 11:56 Tempos houve em que a necessidade aguçava mesmo o por isso”. Realça também a camaradagem e a entreajuda, engenho. A maquinaria era escassa e cara, o que acabava que antigamente eram mais evidentes no Grupo. “Nós por ser um estímulo à inventividade dentro das empre- ajudávamo-nos uns aos outros. Era um ambiente saudá- sas. Profissionais especializados, como Fernando Soares, vel. Hoje, não encontro isso…”. Acresce que “toda a gente tinham de criar soluções tecnológicas para problemas brincava fora da hora de trabalho”. Baldes de água em complexos, fazendo uso do seu espírito engenhoso e ca- cima das portas, calças pregadas a tábuas, carros amar- pacidade inventiva. Era um enorme desafio para esses rados às árvores (“arrancavam e o para-choques ficava”) técnicos e um fator de competitividade para as empre- e até massa consistente e óleo dentro de embalagens de sas, num tempo em que conceitos como inovação, I&D e champô… Enfim, eram muitas as tropelias que anima- talento não constavam dos manuais de gestão. vam o pessoal operário. “Nós fazíamos máquinas cá dentro, na parte elétrica. Mas tudo isto tem uma importância relativa perante Inventar uma máquina para a indústria da cortiça dava- aquele que foi o mais ambicioso empreendimento, a mais -me um prazer imenso e fez com que aprendesse, pois gratificante conquista, a mais completa realização do seu trabalhei com muita gente boa na sua função. A partir percurso profissional no Grupo Amorim. É que Fernan- de determinada altura, deixou de se fazer isso. Não sei do Soares não inventou só máquinas. Teve também en- se fica mais dispendioso para a empresa… Penso que fica, genho para criar uma história de amor quase clandestina, porque as máquinas levam muitas transformações e isso que dura há mais de Ž• anos. “Eu parava à entrada da ‘es- tem custos. É melhor mandar fazer fora porque fica mais colha’ e via Œ• mulheres a escolher, numa banca, rolhas à barato”, explica Fernando Soares, eletricista da Champ- mão. Fascinou-me uma menina… Conheci a minha espo- cork. Ainda hoje, tem “o prazer de inventar algumas coi- sa aqui. É o ponto alto do meu trajeto dentro da empresa”. sas. Não tudo, porque muito já foi inventado. Mas a gente Mas não era fácil namorar na empresa e o derriço até tenta melhorar”. nem começou de forma auspiciosa. “Nós namorávamos Já lá vão ‡ anos desde que Fernando Soares entrou às escondidas, na altura. Eles não gostavam. Depois há para o Grupo. Em dezembro de ƒ„¡ˆ, veio ajudar a mon- um momento caricato: a primeira vez que aqui cheguei, tar a Portocork, com ƒˆ anos. Depois foi para a Amorim fui ver uma avaria à caldeira. E, na minha ingenuidade, & Irmãos, onde esteve mais de dez anos, primeiro na ma- desliguei a caldeira. Veio o Sr. Norberto, o encarregado, nutenção e mais tarde nas montagens. Até que foi convi- e tratou-me do piorio por ter feito asneira. Esse Sr. Nor- dado para o projeto Spark, que estava a arrancar e neces- berto por acaso é o meu sogro. Mas nós ainda não namo- sitava de um profissional da parte elétrica. “Senti que era rávamos. Mal sabia eu que viria a ser o genro dele…”. uma oportunidade para poder mostrar aquilo que valia, Fernando Soares tem “orgulho” em pertencer ao Gru- sozinho. E felizmente as coisas correram bem”. Esteve ƒ¡ po Amorim e elogia a evolução das condições de trabalho. anos na Spark, até ao encerramento da unidade indus- Mas pede mais “união” para enfrentar o futuro, o que pas- trial. Ainda passou mais de um ano na Equipar, a montar sa por uma maior empatia entre as chefias e os colabora- máquinas, até finalmente ingressar na Champcork. dores e mais “camaradagem” entre colegas. “Não chega Deste carrossel de experiências profissionais dentro dizer que somos amigos, temos de ser mesmo! Tem de ser do Grupo valoriza, sobretudo, a aprendizagem adquiri- real! Amigos fictícios tenho no Facebook…”. da ao longo dos anos. “Fui aprendendo aqui, em alguns cursos e nas formações que tirei. Estou grato exatamente

100 Técnico de Manutenção Amorim Champcork, SA — desde ƒ„¡ˆ

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 100 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 101 17/07/20 11:56 102

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 102 17/07/20 11:56 Alexandre Soares

O destemido mestre da colmatagem

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 103 17/07/20 11:56 O segredo é a alma do negócio e Alexandre Soares, cola- A colmatagem apresenta hoje muito menos riscos, uma borador da Amorim Top Series, leva à risca o provérbio. vez que a rolha é revestida com uma solução de base Mesmo perante o patrão… Certo dia, foi abordado no aquosa que lhe aumenta a capacidade de vedação. Assim local de trabalho por alguém que desejava saber como nasceram as rolhas Acquamark, que Alexandre Soares era feita a colmatagem (preenchimento dos poros das ajudou a desenvolver. “Custou-me muito; chorei muito. rolhas com pó de cortiça para melhorar o seu aspeto e Tinha de pôr a cor das rolhas igual às da ‘cola de explodir’. o seu comportamento). “Desculpe, mas não lhe digo Mas as rolhas saiam amarelas... Andava sempre a fazer nada”, respondeu Alexandre Soares, consciente do seu experiências para tentar chegar lá e, quando acertava a dever de sigilo em relação aos assuntos da empresa. cor, apontava tudo o que tinha feito. [Isto] para, depois, Ignorava quem o questionava e até verberou a sua ter no Grupo tudo escrito conforme foi feito”. presença ali. “O senhor tem a placa lá fora; não pode en- Lealdade é, pois, o valor que melhor exercitou nestes trar aqui!”. Ora, o interlocutor de Alexandre Soares era seus ƒ anos de casa, ŽŒ deles na colmatagem, onde foi nem mais nem menos do que… António Rios Amorim, um mestre para os seus colegas. Entrou na empresa em que, desfeito o equívoco, aplaudiu a atitude escrupulosa janeiro de ƒ„¡„, com ƒ¡ anos. Tratava-se ainda da RARO do seu colaborador. “É assim mesmo!”, terá dito. (Rufino Alves Ribeiro e Filhos, Lda.), que seria adquiri- Parece, aliás, que Alexandre Soares tem uma espe- da dez anos depois pela Corticeira Amorim. Coube, de cial tendência para episódios caricatos com os patrões. resto, a Alexandre Soares ir a Santa Maria da Feira reco- E tudo por incumprimento de regras internas. Uma vez nhecer as assinaturas, tendo-lhe sido pedido que manti- advertiu Américo Amorim por este ter, distraidamente, vesse segredo do negócio. O que fez. assomado à zona de colmatagem de cigarro na boca. “Va- Alexandre Soares está hoje a trabalhar nos acaba- mos os dois pelo ar”, alertou, ao sentir o odor do fumo. mentos mecânicos, depois de uma passagem pela re- Convém referir que, em tempos passados, a colma- ceção das rolhas. Em todas as secções por onde passou tagem comportava sérios riscos, por envolver materiais recebia, com frequência, uma visita muito especial: inflamáveis, como a chamada “cola de explodir”. “Era Américo Amorim. “Sempre que vinha à RARO, ia à mi- perigoso. Morreram muitos colegas meus na colmata- nha secção falar comigo: ‘Então, pá, está a andar tudo gem. Aquilo explodia e a gente queimava-se lá dentro. bem?’. Eu gostava muito dele e dava-me muitíssimo Eram queimaduras de terceiro grau”. Apesar do perigo, bem com ele. Era um homem inteligentíssimo. Estava Alexandre Soares gostava da colmatagem: “Andava sem- adiantado ƒ•/ƒŒ anos [em relação] a qualquer um”. pre russo!” (leia-se louro). Alexandre Soares esteve ‡• anos a trabalhar com “cola de explodir”. E chegou a presenciar um rebentamento no seu local de trabalho: “Peguei logo no bidão da cola, que estava fechado, e atirei-o pela porta fora. Se chegasse à cola… Depois peguei no extintor e usei-o, pois tinha lá dentro milhões de rolhas boas. A minha preocupação eram as rolhas…”. Uma preocupação genuína por vir de quem defende que, “quando estamos a trabalhar para os outros, temos de fazer as coisas como se fosse para nós”.

104 Operador Industrial Amorim Top Series, SA — desde ƒ„¡„

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 104 17/07/20 11:56 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 105 17/07/20 11:56 106

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 106 17/07/20 11:56 António Moreira

Os longos dias de trabalho

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 107 17/07/20 11:56 Uma vida devotada ao trabalho. Muitos anos sem férias Importa ter presente que o trabalho operário, à épo- ou fins de semana, horas infindáveis na dureza do “chão ca, não dava tréguas ao corpo. “Era tudo manual. Não de fábrica”, part-times na restauração para compor o havia luvas e as redes cortavam-nos as mãos todas”. De salário e ainda o quintal que é preciso amanhar quase resto, António Moreira passou por várias secções fabris diariamente. “Não me custa nada trabalhar, porque o de grande exigência física. Começou na borracha, esteve corpo já está movimentado. É como uma porta, se não nos discos de cortiça e nos decorativos, foi operador de for aberta daqui a bocado…”. Fica perra. Ora, António empilhador e, por fim, fixou-se no armazém da Amorim Moreira nunca deixou que o corpo afrouxasse, desde Cork Composites, onde ainda hoje se encontra. Percor- criança. “Comecei a chamar os bois com sete anos. O reu, assim, várias empresas do Grupo, desde a Corticei- meu pai fazia uma quinta, nós tínhamos uns bois enor- ra Amorim à Amorim & Irmãos, passando pela Isodec e mes e eu andava na frente dos bois”, recorda. E hoje, já pela Inacor. Chegou a chefe de equipa, mas deixou por sexagenário, tem sempre de “ir fazer qualquer coisa”. estar “cheio de aturar o pessoal”. Natural de Castelo de Paiva, António Moreira veio Para arredondar o final do mês, António Moreira para a Corticeira Amorim em janeiro de ƒ„ˆ•, com ‡ƒ trabalhou em part-time num restaurante durante ‡• anos. E ficou a viver em casa de António Amorim, que anos e ainda serviu em quintas e hotéis. Por isso, prati- precisava de um casal para assegurar as tarefas domésti- camente não gozou fins-de-semana e “o único dia que cas. “Ainda hoje podia estar na casa deles”, mas precisava tinha durante o ano era o dia de Natal”. Em casa, a labuta de “mais liberdade” ao fim de ƒŒ anos de coabitação com não é menos esforçada. António Moreira não descuida a o casal Amorim. “Comprei o terreno e fui fazendo um manutenção do seu quintal, onde planta e colhe alface, barraco… Na altura, recebia os três meses (julho, agosto repolhos, courgettes, pimentos… “Uma pessoa tem de se e as férias) e pegava no dinheiro e ia levar ao carpinteiro, manter ativa e fisicamente bem”, diz. ao trolha e depois vinha trabalhar um mês para ganhar A abnegação que é tão emblemática do Grupo está, para comer”, conta António Moreira. Mas a despedida de facto, entranhada em António Moreira. “Acho que foi dolorosa. “A D. Margarida Amorim só nos disse: ‘Vo- vivo demais o trabalho. Não me vou embora bem, se o cês vão, mas não se venham despedir de mim. Vocês não trabalho não ficou como eu queria. Hei de fazer aqui vão embora’. Esta história marcou-me um bocado. Gos- dentro o melhor que puder e souber até ao último dia. to muito deles. É quase uma paixão, a sério. O Sr. Antó- Primeiro, porque é a minha função e, segundo, o patrão nio é qualquer coisa de especial. Para mim, é”. merece que eu faça isso. Em • anos, que me lembre, Para além do trabalho em casa do casal Amorim, os não tenho um dia de baixa”, salienta. dias de António Moreira esticavam-se até muito tarde na Para o futuro do Grupo, deixa um conselho curioso: fábrica. “Fazia muitas horas seguidas sem ir a casa. Antes “Na portaria deviam ter dois depósitos: um para pendu- de passar para turnos, quando saiu a lei que não se podiam rar a língua e outro para o telemóvel”. fazer muitas horas, fiz das oito à meia-noite meses segui- dos. Foi sempre muito trabalho”. E acrescenta: “Trabalhei aqui dez anos seguidos sem férias. Na altura, quem traba- lhava nas férias era o pessoal da empresa. E eu trabalhava nas férias na serralharia, ou com os eletricistas. Era moço e pedia para vir. Tinha de ganhar dinheiro”, confessa.

108 Condutor de Empilhador Amorim Cork Composites, SA. — desde ƒ„ˆ•

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 108 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 109 17/07/20 11:57 110

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 110 17/07/20 11:57 José Figueiredo

O eterno olhar de principiante

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 111 17/07/20 11:57 Dele pode dizer-se que é um “homem da Renascença”. ciso desmontá-las, repará-las e alinhá-las. Foi o meu Alguém que alia engenho e arte, inventividade e estética, primeiro trabalho”. Ora, “eu nunca tinha andado na in- pragmatismo e visão, especialização e multidisciplinari- dústria da cortiça, nem sabia o que era uma mó”. Depois dade. Em • anos de casa, fez uso destas extraordinárias vieram as mazelas – “umas chagas aqui, um bocadinho qualidades para pensar, estudar e desenvolver produ- de sangue ali” – e, por fim, um grave acidente de trabalho. tos, máquinas e processos. Apesar de reservado, pouco “Ficaram menos ossos por partir do que os que eu parti”. fluente e até algo misantropo, José Figueiredo teve uma Ficou com Žƒ% de incapacidade, mas já nada parecia intervenção decisiva no crescimento e modernização tolher a sua ascensão dentro do Grupo. “Comecei a ter do Grupo, tanto ao nível tecnológico como dos proces- acesso aos processos de montagem, à parte hidráulica, sos industriais. Hoje, é responsável pela engenharia e e a ser eu o orientador do trabalho”. É então convidado manutenção da Amorim Cork Flooring mas, garante, para “tomar conta da manutenção”, tendo aceitado com nunca perdeu “o olhar de principiante” – essa “capaci- uma condição: “Se daqui por três meses acharem que dade para ver coisas que os outros não veem”. isto está melhor, falamos e eu posso continuar. Ao fim de É um engenhocas como o avô, em cuja empresa che- três meses, a fábrica [Ipocork], que arrancou com mui- gou a trabalhar e de quem não esconde uma profunda tos problemas, estava melhor: máquinas e produtos”. admiração. “Era uma fábrica de máquinas para a indús- Mais responsabilidades, maior dedicação. Era quase tria do papel e fundição, entre outras coisas. Que inven- um sacerdócio. “Cheguei a trabalhar dias seguidos. Ao ções se faziam ali… Com a ‡.ª classe, fazia coisas que eu fim de três dias aparecia em casa, e vivo a dois quilóme- às vezes nem entendia como é que ele chegava àqueles tros. A minha casa era aqui. A minha mulher dizia que eu cálculos”. José Figueiredo parecia, pois, destinado a su- não conhecia os meus filhos, e é verdade”. ceder ao avô na empresa da família, mas o orgulho falou A certa altura, passou a integrar o Departamento de mais alto: “Queria ver o que era capaz de fazer sozinho”. Estudos e Métodos e esteve durante algum tempo a dar Mudou-se para o Grupo em abril de ƒ„ˆ•, apesar da formação, sobretudo em hidráulica e pneumática. De- resistência do avô. “Foi difícil convencê-lo”, conta José pois dedicou-se à sua área de eleição: o desenvolvimento Figueiredo, não deixando de salientar que, em termos de maquinaria e processos industriais. José Figueiredo monetários, a troca de emprego era penalizadora. Mas “eu projetou máquinas de corte e moinhos de trituração (para sabia que tinham tecnologias novas e que ia aprender se ti- produzir granulados) que são utilizados, com elevada efi- vesse competência, dedicação e essas coisas todas. Isso foi ciência, em várias empresas do Grupo. E teve também o que me trouxe para aqui”. Sem estudos superiores mas influência em algumas decisões estratégicas, como o fa- com “conhecimentos de hidráulica, de pneumática e de brico de produtos corkstyle. Numa reunião em que, como várias outras coisas”, foi aceite quase de imediato. “Preci- era habitual, se manteve silencioso, quando lhe pergunta- savam mesmo de uma pessoa assim. Estavam a meter aqui ram a opinião foi assertivo: “‘O que é que você fazia?’ Uma uma tecnologia completamente diferente, muito mais fábrica de corkstyle. É um produto de futuro”. Apesar das avançada do que aquela que a indústria da cortiça tinha na desconfianças iniciais, o projeto vingou e foi um sucesso. altura. A Ipocork foi um projeto arriscado por isso mesmo”. Tamanha capacidade intelectual e técnica não passou Os primeiros anos ao serviço do Grupo não foram despercebida à concorrência, que o aliciou com gene- fáceis, muito por conta do esforço físico exigido por cer- rosas propostas de trabalho. Mas José Figueiredo nunca tas tarefas da manutenção. “Era desenhador, projetista e despiu a camisola Amorim, pela qual nutre um genuíno orientador do trabalho na empresa [do avô]. Não estava amor. “Não troco de mulher, e se calhar há mais bonitas. É habituado a fazer coisas duras com as mãos. Cheguei à também aquilo que estava cá dentro. Não dava para sair…”. oficina e havia uma série de máquinas velhas. Era pre-

112 Chefe de Departamento Amorim Cork Flooring, SA. — desde ƒ„ˆ•

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 112 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 113 17/07/20 11:57 114

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 114 17/07/20 11:57 Manuel Moreira

Rabanear com a precisão de um ourives

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 115 17/07/20 11:57 Rabanear a cortiça manualmente é uma arte ao alcance de Hoje, a rabaneação é feita sobretudo por máquinas. Ain- poucos. Para que o corte da prancha fique perfeito e os des- da assim, a arte de rabanear manualmente não perdeu perdícios sejam menores, é necessária muita prática, saber, importância, mesmo que o volume de trabalho seja bas- concentração e habilidade. Mas não chega. É também tante menor. A cortiça de maior qualidade continua a ser precisa alguma coragem, pois, mesmo com proteção, as rabaneada à moda antiga, com a precisão de um ourives. lâminas aceradas das rabaneadeiras podem provocar cor- Isto para evitar o desperdício de matéria-prima nobre tes mais ou menos profundos. Manuel Moreira tem disso e cara, uma vez que a máquina é mais propensa a erros. plena consciência, mas em quase • anos de trabalho na Para Manuel Moreira, a automatização foi “um bocadi- Amorim Cork nunca se deixou atemorizar pela profissão. nho complicado” mas teve vantagens: “Se rabaneásse- Talvez porque seja exímio nas técnicas de rabaneação. mos com defeito, caiam-nos logo em cima. Havia logo O seu primeiro dia de trabalho no Grupo foi a nove alguém que nos chamava a atenção. Agora, se sair fora da de março de ƒ„ˆƒ, era ainda um moço de ƒ¡ anos e com medida, a culpa já é da máquina. [Manualmente] se ca- escassa formação. Manuel Moreira começou por carre- lhar não se estragaria tanto, mas não se produzia tanto”. gar cortiça como “manobra”, como era habitual entre Com ou sem máquinas, Manuel Moreira é um apai- os principiantes. Depois passou a recortador (corte em xonado pelo seu ofício e pela empresa. “Cada dia [de esquadria da cortiça para fazerem-se as rolhas) e, algum trabalho] parece que é sempre o primeiro – venho sem- tempo decorrido, tornou-se enfardador (fazer fardos de pre com a mesma vontade. Gosto mesmo daquilo que cortiça). Com a atividade na “prancha” a diminuir, por faço, e gosto de ver que faço alguma coisa. Não gosto de conta da mecanização das tarefas e da abertura das fábri- me ‘encostar’”. Tem, contudo, saudades da “camarada- cas de Ponte Sor e Coruche, Manuel Moreira esteve ano gem” e das “brincadeiras” de outros tempos, para além e meio no Centro de Formação da Vergada a aprender a de considerar que deviam dar “mais um bocadinho de rabanear. E descobriu a sua grande vocação, dedicando- valor ao trabalhador. Porque o nosso sector (broca e ra- -se até hoje à rabaneação na Amorim Cork. baneadeiras) trabalha muito e é exigente”. É indispensável ter formação prática e teórica das Sobre o Grupo e a Amorim Cork, Manuel Moreira técnicas de rabaneação manual, pois trata-se de uma ati- não tem dúvidas de que “está tudo muito bem progra- vidade que envolve riscos. Mais ainda há Ž• anos, quan- mado” e há “segurança” no emprego. “Estou aqui quase do era executada sem luvas de malha de aço. “Havia há • anos. Assinei um contrato quando vim para aqui, muitos cortes. Já cortei uns bocaditos [das mãos]…. Tudo talvez de meio ano, e nunca mais assinei [nenhum]… “. normal. Houve muitos colegas que ficaram sem a ponta dos dedos”, explica Manuel Moreira, acrescentando que, até sem proteção, não sentia receio de um acidente. “Fui sempre um bocadinho aventureiro”. E lembra, a propósito, que houve grandes resistên- cias e dificuldades de adaptação às luvas de aço na raba- neação. “Foi um quebra-cabeças para nós usarmos luvas e mesmo o chefe não estava muito adaptado a isso. Mas foi uma maravilha: as luvas de aço diminuíram os aci- dentes em „•%”.

116 Rabaneador Amorim Cork, SA. — desde ƒ„ˆƒ

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 116 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 117 17/07/20 11:57 118

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 118 17/07/20 11:57 António Rodrigues

Uma lição de trabalho

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 119 17/07/20 11:57 Não se esquece de como era severo e extenuante o traba- Outro aspeto que melhorou foi o trato de quem lidera. “As lho fabril de outrora. A força que trazia nos braços serviu- chefias eram mais abrutalhadas. Agora já não é assim. Há -lhe para manusear prensas e outra maquinaria manual, uma diferença muito grande de mentalidade nos jovens. transportar materiais pesados, carregar e descarregar con- Ainda bem que a juventude veio fazer alguma coisa de tentores, operar com empilhadores… “Às vezes digo a esta positivo”, congratula-se. Apesar disso, António Rodri- malta nova que eles nem sonham o que é o trabalho. An- gues recorda com admiração e carinho antigos dirigentes dam chateados, com dores nas costas, e não têm noção ne- como Manuel Ferreira da Silva (“uma pessoa excecional”, nhuma do que é isso”. António Rodrigues fala com conhe- de quem tem saudades), César Amorim (“também uma cimento de causa, depois de quase • anos como operário joia de pessoa”) ou João Teixeira (“aceitava sugestões nos- na Amorim Cork Flooring. Sentiu no corpo a melhoria sas e aproveitava-as mesmo”), que deixaram uma marca paulatina das condições laborais, muito por força da intro- indelével na história da Amorim Cork Flooring. dução de máquinas que hoje, diz, mandam no homem. Já quanto aos colegas de trabalho, lamenta que se te- Foi em ƒ„ˆ‡ que entrou para a unidade de São Paio de nha perdido o “companheirismo” do antigamente. Lem- Oleiros. De início, António Rodrigues esteve a trabalhar no bra, a esse respeito, os torneios de futsal, que geravam armazém, onde se “assinalava o material, faziam-se ospacks “convívio” e “camaradagem”. “Isso perdeu-se tudo, com- e plastificavam-se”, conta. Mas pouco depois passou para a pletamente. Não há aquela união como havia aqui, na produção, tendo à sua espera um trabalho eminentemente altura. As pessoas eram mais ‘companheiras’. Agora, cada físico. E duro, muito duro. “Aquilo era tudo manual, à força um vive para si”. Talvez porque os jovens sejam, na sua de músculos. Era terrível. Eu tinha ‡‡ anos, estava forte e opinião, “mais independentes e individualistas”. “Nós ía- eles disseram: ‘Este aqui é jeitoso’”. Por lá ficou vários anos, mos à tropa; eles não vão. Há muita diferença aí. A tropa até que se tornou condutor de empilhador e, mais tarde, trazia aquele espírito de comunhão, de camaradagem, de foi fazer “a tipificação de todos os materiais que eram rejei- grupo. E nós tínhamos esse espírito aqui. Os próprios che- tados nas máquinas”. Depois passou para a área de digital fes também interagiam, e isso é bom. Conhecíamo-nos printing, até que se fixou na pintura, onde ainda se encontra. humanamente. Assim não: cria-se um fosso tamanho en- “Já corri aquilo [Amorim Cork Flooring] tudo”, assegura. tre as pessoas”. Por isso, aconselha a empresa a organizar Não tem dúvidas de que o “trabalho mudou muito”, “eventos de natureza recreativa”, para que “as pessoas se sendo hoje “menos rigoroso em termos físicos”. Mas “os aproximem mais. A união é que faz a força”. jovens não têm essa noção. Se o tempo voltasse para trás, Outro conselho que António Rodrigues deixa à em- eles não aguentavam. Nós, se calhar, tínhamos mais re- presa diz respeito à manutenção dos equipamentos. sistência…”, acredita. A automatização veio suavizar o es- Antes, “precaviam-se os problemas. Agora, é até par- forço braçal e aumentar exponencialmente a capacida- tir. Quando partir, depois vê-se – vamos resolver”. Ora, de produtiva (“ƒ•• homens não produziam o que uma “mais vale prevenir do que remediar. O equipamento é máquina produz com dois ou três”), mas ao mesmo tem- das coisas mais caras que estão aí. E quando um homem po agravou a “pressão” sobre os trabalhadores. “Foi para da manutenção está a arranjar uma coisa que acabou de pior. Agora não se quer Œ.••• [metros quadrados], agora partir, demora muito mais tempo do que a preveni-la”, quer-se ƒ•.•••. Antigamente, a gente sabia que só se garante, aludindo desta forma a um princípio orientador podia fazer aquilo, e acabou. [Era o] humanamente pos- do Grupo: evitar o desperdício. sível. Agora, é a máquina que manda, não é o homem”.

120 Operador Industrial Amorim Cork Flooring, SA — desde ƒ„ˆ‡

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 120 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 121 17/07/20 11:57 122

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 122 17/07/20 11:57 António Teixeira

Da contabilidade às vendas

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 123 17/07/20 11:57 Parecia destinado a ser um discreto contabilista, profissão pela operação comercial na Galiza. “Se saio para o Fun- pretensamente mais consentânea com a sua personalida- dão ou para Castelo Branco ou para Pontevedra ou para de reservada e algo inibida. Mas António Teixeira soube a Corunha, independentemente do local de destino e vencer a timidez, deixando os balanços e balancetes para de com quem vou falar, normalmente vou com boa dis- se transformar num eficiente comercial da Amorim Cork posição”, garante António Teixeira. Nos primeiros anos, Flooring. “Foi um desafio: eu era muito tímido. Ainda hoje “a atividade comercial era uma atividade sobretudo de sou. Como vendedor, ouço mais do que aquilo que falo. E promotor, de visitar clientes, de informá-los e orientá- acho que me tenho dado bem. Estar estes anos todos num -los. Tinha um trabalho ligeiramente mais fácil”. O ver- desafio tão exigente como o Grupo Amorim é prova da dadeiro “desafio comercial” chegou em ƒ„„¡, quando minha capacidade. Sinto que sou reconhecido”, diz. passou a comunicar também a marca de pavimentos Com o país na ressaca do PREC, as dificuldades eco- Wicanders, que havia sido adquirida pela Amorim Re- nómicas obrigavam os jovens a lançarem-se cedo na vida vestimentos em ƒ„ˆ„. “Aí começámos efetivamente ativa. António Teixeira trabalhou três anos na construção uma atividade comercial pura”. civil, entre ƒ„¡ˆ e ƒ„ˆ•. Seguiram-se ƒŽ meses na produ- Outro desafio importante foi a informatização do ção da CINCA - Companhia Industrial de Cerâmica, onde Grupo, há quase Ž• anos. “O primeiro microcomputador deixou saudades. “Não queriam que saísse. Passavam-me veio para o Departamento Financeiro. Aquilo era uma ao quadro, davam-me mais dinheiro e garantiam-me novidade, um bichinho novo. Despendíamos horas, mes- um lugar de chefia num prazo de seis meses”. Entretanto, mo depois do trabalho, a rever as fórmulas no Lótus ƒ‡Ž. concluiu o curso complementar de Contabilidade e Ad- Nós trabalhávamos os ficheiros no microcomputador ministração, na Escola Industrial de Espinho. Entendeu, e, depois, eu ia na minha Casal Boss ao Edifício Amorim por isso, que devia empregar-se na sua área de formação. com a disquete no bolso para imprimir”, recorda. É assim que ingressa, em ƒ„ˆŽ, na contabilidade da Com base em toda esta experiência pessoal, António Ipocork, empresa que após fusão com a Inacor deu origem, Teixeira considera que o “Grupo Amorim é uma escola”. em ƒ„„ , à Amorim Revestimentos. Esteve dois anos a Realça, a propósito, a “cultura de trabalho” que “vem de tratar das contas da empresa, até transitar para o Departa- cima” e contagia os colaboradores. “Há organizações em mento Financeiro e de Controlo de Crédito. Mas, em ƒ„„ , que não se vê o patrão. Aqui, se entrarmos às ˆh••, o experimenta a área das vendas e descobre a sua vocação carro está ali; e se sairmos às ƒˆhŽ•, o carro também está profissional. Soube identificar uma oportunidade e agar- ali. É o exemplo de trabalho”. Além disso, “no Grupo há rou-a movido pela vontade de mudar, de fazer algo novo. sempre desafios. Nunca nos foi transmitido: ‘Está tudo “A verdade é que sentia necessidade de algumas mudanças. feito!’ Não. ‘Estamos bem, mas temos de estar melhor’. A dada altura, num fim de semana, vi um anúncio, por sinal No deve e haver da sua vida profissional, garante não do Grupo Amorim, a pedir comerciais juniores. Iam fazer estar “arrependido de ter trocado de emprego” nos anos uma revolução comercial no mercado português. Na se- ˆ•. “O Grupo Amorim proporcionou-me uma boa carrei- gunda-feira seguinte, fui ao sector do pessoal e perguntei ra e boas condições”. E tem um futuro promissor pela fren- se poderia ir. Eles facilitaram e cá estou, há ‡³ anos. Adoro te, desde que não perca a sua “essência”: a cortiça. “Deve- onde estou e agradeço todas as facilidades que me deram”. mos valorizar, preservar e comunicar essa matéria-prima Começou na zona Norte mas foi conquistando terri- de excelência. Se calhar, daqui a Ž• ou Œ• anos iremos ver a tório à zona Centro, tendo ficado também responsável cortiça noutras aplicações”, antevê António Teixeira.

124 Gestor de Mercado Amorim Cork Flooring, SA — desde ƒ„ˆŽ

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 124 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 125 17/07/20 11:57 126

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 126 17/07/20 11:57 Joaquim Fernando Gomes

Um líder à moda antiga

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 127 17/07/20 11:57 Tem um arcaboiço que impõe respeito, quase dois me- ter problemas. Há muita concorrência e nós temos de evo- tros de gente. Não por acaso é conhecido como “Quim luir. Este produto é uma aposta nossa e nós vamos acredi- Grande”. Mas a sua liderança faz-se mais pela com- tar em ti. Vais ser o primeiro a começar com isto’”. preensão e bonomia do que pelo mando. É team leader E assim foi. Mas, para a produção do produto novo, da Amorim Cork Flooring, unidade dedicada aos pavi- foram reconverter uma máquina velha. “Muito velha, mentos, e orgulha-se de receber pedidos de colegas para mesmo!”. A explicação é simples: “Não investiram talvez ficarem no seu turno. “Tenho um género de trabalhar: porque, se aquilo [produto] não desse, o que é que iam fa- não uso o chicote. Quando a máquina pára, vou à beira zer às máquinas?”. Além disso, não tinham prensas para a da pessoa e ouço-a. Não estou aos berros com ninguém. colagem e houve que desenrascar. “Usámos cintas dos ca- Isto cria um bom ambiente. E é assim que eu tento, ao miões para prender, para fazer pressão, no material. E ao fim destes anos todos, manter uma equipa”, explica. outro dia fomos ver se estava colado”. E resultou. Joaquim Fernando, Œ³ anos, ŽŒ dos quais no Grupo Entretanto, o tempo do improviso e dos rudimentos Amorim, chega a substituir os colegas que lidera, quando acabou. Hoje, muitas das atividades estão automatiza- estes estão exaustos. “Sou eu próprio a dizer: ‘Vai esticar das e os métodos de produção otimizados. A tecnologia as pernas, vai fumar um cigarro, que eu fico aqui no teu lu- elevou o desempenho da empresa, mas também trouxe gar…’. E o colega vai e eu tenho ali uma pessoa para traba- uma pressão acrescida sobre a produtividade. Até porque lhar uma ou duas horas sem estar contra a vontade. Ao fa- o número de operários é menor. E tudo isto, nota Joaquim zer isto, tenho-os na mão. Se disser ‘temos de fazer isto ou Fernando, conduziu a uma certa desumanização do am- aquilo’, eles dão o litro. Porque eu ajudo. Vou para o lugar biente de trabalho. “Acho hoje as pessoas individualistas. deles. E nada me obriga a isso. Pertenço à ‘guarda antiga’”. Dantes não. Nós conversávamos e, se alguém tinha um Esta permanente disponibilidade para ajudar os co- problema, ajudávamos. E a chefia também. Isso perdeu- legas, e assim mobilizá-los em favor da empresa, radica -se devido à exigência que temos hoje em dia. Não culpo num percurso profissional forjado no sacrifício e na hu- a empresa: a pressão que temos obriga um pouco a isso”. mildade. Entrou em ƒ„ˆŒ como manobrador auxiliar, Os tempos mudaram, sem dúvida. A tal ponto que que ajudando nas cargas e descargas. E, durante mais de dez Joaquim Fernando é hoje chefiado por uma mulher, algo anos, punha a mão a tudo: “Rapei ervas, cortei lenha para a que os operários da empresa não estavam habituados. a caldeira nova, pintei pavilhões…”. Toda esta abnegação “Fiquei um bocado surpreendido. Não tenho nada contra foi premiada com a promoção a responsável de linha, as mulheres, mas nunca pensei… E hoje estou surpreendi- cargo que mantém há cerca de ‡• anos. do pela positiva, porque acho que ela está a levar as coisas Na altura, ficou “muito contente” por terem reconhe- pelo caminho certo. Está a dialogar com as pessoas”. cido o seu trabalho. Tanto mais que a nova função se en- Joaquim Fernando dá importância aos pequenos quadrava num projeto inédito no Grupo. “Íamos passar da gestos de empatia e reconhecimento, como quando foi cortiça para a madeira. Ora, nós nunca tínhamos visto ma- homenageado pelos seus ‡Œ anos de casa. “Nunca pensei deira na empresa. Aquilo foi uma novidade para nós”. Era, que uma empresa fizesse uma coisa destas. Dispensar o de facto, um desafio para o Grupo e, consequentemente, trabalhador de trabalhar, oferecer o almoço, estar a con- uma grande responsabilidade para Joaquim Fernando. “O viver com os colegas, o diretor-geral ali, connosco, a con- encarregado disse-me: ‘Quim, isto é o futuro da empresa! versar, darem-nos um relógio com o nome gravado… Foi Se nós não conseguirmos meter isto no mercado, vamos bonito! Isso ainda está cá dentro. Não me esqueço disso”.

128 Chefe de Equipa Amorim Cork Flooring, SA — desde ƒ„ˆŒ

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 128 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 129 17/07/20 11:57 130

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 130 17/07/20 11:57 Alfredo Oliveira

O elogio da estabilidade profissional

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 131 17/07/20 11:57 Chegou quase a arrepender-se de ter ingressado no Gru- adaptei-me sempre a ela. De cada vez que me davam no- po. E o caso não era para menos. Logo no primeiro dia de vos desafios, eu agarrava-os”. Lamenta apenas que a em- trabalho na Amorim Revestimentos (hoje Amorim Cork presa esteja “a perder alguma identidade humana”, uma Flooring), a quatro de novembro de ƒ„ˆŒ, Alfredo Oli- vez que “a proximidade que havia entre as pessoas agora veira experimentou no corpo a dureza da indústria cor- já não existe. As pessoas entram e saem, entram e saem, e ticeira. Parecia um ritual de praxe. “Mandaram-me para nós não ganhamos uma amizade”. Sente falta dos “conví- a Amorim & Irmãos carregar um camião de cortiça. Cho- vios, daquelas coisinhas que nós fazíamos: jantares, tor- via copiosamente. Aquelas pranchas enormes, a água neios de bilhar, torneios entre departamentos… É aquilo a cair…. Atirava as cordas para cima [do camião] e elas que guardo de maior recordação”, confessa. voltavam a [vir] ter comigo. Foi um dia horrível. Onde Do passado conserva também a admiração por An- eu me meti…”. E nos dias seguintes, a labuta prosseguiu: tónio Amorim, membro da Ž.ª geração da família. “Ado- “Continuei cá dentro, na área das descargas da cortiça das rava a maneira de trabalhar dele. Era uma pessoa sim- redes, onde se fazia antigamente a trituração. Nós nem ples. Viveu com pouco e se calhar deu valor às pequenas nos víamos uns aos outros, com a poeira que havia no ar”. coisas que custam dinheiro. Até no sentido de não haver Depois, um acidente rodoviário obrigou-o a uma desperdício. Nisso era cinco estrelas”. Mas “aquela abor- paragem de oito meses para debelar uma fratura na per- dagem repentina dele, muito direta e dura, fazia tremer na. E aí Alfredo Oliveira percebeu que, realmente, tinha qualquer um”. Ainda que António Amorim tivesse “um feito uma boa opção ao mudar-se de uma empresa de coração enorme”. “Um dia disse-me: ‘Vou dar-te os pa- metalurgia para a Amorim Revestimentos. “É uma das rabéns. Tens aqui um armazém que se pode comer no coisas que tenho a dizer bem da empresa. Agarrou-me chão. Oxalá os outros armazéns estivessem assim na em- e sustentou-me quando podia ter-me mandado em- presa’. A gente aprende nestas pequenas coisinhas, que bora…”. Atitude que foi ao encontro da “segurança” que achamos não serem importantes na vida…”. procurava na sua vida profissional. “Sabia que, se cum- Sobre a evolução da Amorim Cork Flooring, não tem prisse, tinha o meu emprego garantido. Optei pela esta- dúvidas de que foram feitos progressos muito significa- bilidade e sei que fiz bem”, garante. tivos. “A empresa modernizou-se e tornou-se compe- Em ŽŒ anos, foram muitas as funções que Alfredo titiva no mercado. Antigamente, trabalhávamos muito Oliveira desempenhou na Amorim Cork Flooring. “Já à base manual; agora está tudo industrializado. As mu- palmilhei tudo… Quase tudo”. Após a paragem, foi tra- danças são enormes: desde as condições de trabalho aos balhar para a área dos acabamentos. Mas, “como tinha próprios salários, que também são muito razoáveis em algum conhecimento, foram ‘pescar-me’ para outras relação à média de outras empresas”. funções cá dentro”. Passou então “pela área de armazém, As expectativas em relação ao futuro são boas, ou não pelas áreas de corte, PVC, jostings, laminagem de corti- fosse a Amorim Cork Flooring “uma empresa muito ver- ça e blocos de cortiça e também pela área das madeiras”. sátil e com muita capacidade de alterar o rumo das coi- Acabou por regressar ao armazém em ‡•• , onde se sas rapidamente. Vai dar a volta à situação”, garante. Mas mantém até hoje como operador de logística. Faz “a re- avisa: “Este negócio [revestimentos] é mais complicado. ceção geral e o controlo de tudo o que entra na fábrica”. Nós nas rolhas somos muito fortes e temos presença no Feito o balanço de mais de três décadas, diz-se “sa- mundo. Aqui temos uma presença mais pequenina e a tisfeito” com o que a empresa lhe deu. “Não vou daqui concorrência é diferente”. amargado com nada. Isto teve alguma evolução, mas

132 Técnico Administrativo de Logística Amorim Cork Flooring, SA. — desde ƒ„ˆŒ

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 132 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 133 17/07/20 11:57 134

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 134 17/07/20 11:57 Américo Alves

A paixão pela cortiça

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 135 17/07/20 11:57 É a paixão pela cortiça que, ontem como hoje, faz correr com essa especialidade, deparou com algumas resis- os dias de Américo Alves. E dificilmente poderia ser de tências na partilha do saber-fazer. “Nos granulados, o outra maneira. Os caminhos da infância, aqueles que in- conhecimento passava de pais para filhos quase como dicam a inexorável direção das nossas vidas, levaram-no herança. Esse foi o maior entrave que senti quando cá precocemente à indústria corticeira. O recinto fabril foi cheguei. Havia algum receio em transmitir informação o seu recreio de eleição. Na fábrica dos avós ou nas fábri- e conhecimento. De forma que só mesmo por empa- cas dos pais dos amigos, as brincadeiras desnovelavam- tia e humildade [consegui aprender]. De resto, “nós [os -se entre máquinas, pranchas e rolhas. Um pouco mais engenheiros] fomos instruídos para isso: teríamos que tarde, fez-se homenzinho a fazer as primeiras contas absorver o conhecimento, porque não estava disponí- no escritório da Corticeira Amorim, onde o pai foi ROC. vel. Apesar dos conhecimentos técnicos e da formação Todos achavam piada ao “pequenote” sabichão que, de- académica, quem chega aqui tem mesmo de viver a par pois de crescido, regressou ao local onde havia sido feliz. e passo com as pessoas [que já cá estão]”. Uma curva, porém, quase o desviava da indústria A competência profissional e a observância dos va- corticeira. Chegou a trabalhar dois anos numa empresa lores do Grupo, como a ambição e a iniciativa, alcan- química do sector farmacêutico, cedendo em parte à doraram Américo Alves a cargos dirigentes. Em ƒ„„³ resistência do pai – alguém “muito da confiança dos se- assumiu a direção industrial da área de granulados da nhores Amorim” – em ver o filho ingressar no Grupo. “O Amorim Cork Composites, onde se mantém até hoje. meu pai fazia questão que eu não viesse trabalhar para cá, A função “mais estimulante” que desempenhou foi a pelo menos por ação dele. Ou seja, se eu viesse teria de coordenação técnica das triturações de cortiça, processo ser por mérito meu e não por qualquer pedido”. E assim que dá origem aos granulados que servem para produzir foi. Depois de observadas as habituais regras dos proces- rolhas técnicas de elevada qualidade. “Há um desafio que sos de recrutamento, Américo Alves entrou para a Corti- é inovar, romper com a história – que é uma frase muito ceira Amorim Indústria, hoje Amorim Cork Composites, querida cá no Grupo. E nós inovámos nas triturações”. em novembro de ƒ„„ƒ, numa altura em que o pai já havia Tanto assim que, muito por intervenção de Américo Alves, abandonado o Grupo por motivos de saúde. foi simplificado o processo de produção e uniformizadas O jovem engenheiro químico cumpria então o seu as tipologias dos granulados nas várias empresas do Grupo. destino. Cresceu entre a cortiça e à cortiça regressou, “Essa fase foi muito enriquecedora e apanhou os me- com a naturalidade de quem vê reacender uma paixão lhores e mais produtivos anos da minha vida”, recorda antiga. “A cortiça é uma mulher. De facto, a paixão está Américo Alves, que ainda assim não sucumbe à nostalgia. para aquilo que fazemos como está para as relações. Se “Do Grupo, só tenho as saudades do amanhã. Tenho vivi- não há paixão, as coisas têm tendência para se saturarem. do e trabalhado sempre com enorme paixão pela cortiça, Até que se desgastam e rompem”, elabora Américo Alves. pela equipa, pelos desafios…. São os requisitos essenciais Mas, tal como nos reencontros amorosos, havia ainda para nos mantermos cá tanto tempo e, mais do que tudo, muita coisa por conhecer. “O meu conhecimento foi fei- para estarmos cá agora. Alguma resiliência é precisa para to aqui. Ouvindo, escutando, acompanhando as pessoas acompanhar toda esta fase de alterações, que exige de nós mais antigas que tinham o seu saber para transmitir”. inconformismo. Porque, se estivermos cómodos, não va- Américo Alves começou como adjunto do diretor de mos aguentar nem a empresa vai atingir os seus objetivos”. produção na área dos granulados. Pouco familiarizado

136 Diretor Industrial Amorim Cork Composites, SA — desde ƒ„„ƒ

Amorim NOVA 17-07-2020.indb 136 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 137 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 138 17/07/20 11:57 Uma história faz-se de desafios e de superações, de apostas e de conquistas. Mas faz-se sobretudo de pessoas. Aqueles que começam, aqueles que se juntam. Aqueles que procuram, aqueles que descobrem. Aqueles que perguntam e aqueles que acreditam, sempre.

3.ensaio.indd 139 17/07/20 19:52 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 140 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 141 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 142 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 143 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 144 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 145 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 146 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 147 17/07/20 11:57 3.ensaio.indd 148 17/07/20 22:36 3.ensaio.indd 149 17/07/20 22:36 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 150 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 151 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 152 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 153 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 154 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 155 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 156 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 157 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 158 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 159 17/07/20 11:57 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 160 17/07/20 11:57 Amorim 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11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 225 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 226 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 227 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 228 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 229 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 230 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 231 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 232 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 233 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 234 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 235 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 236 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 237 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 238 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 239 17/07/20 11:58 3.ensaio.indd 240 20/07/20 12:42 3.ensaio.indd 241 20/07/20 12:42 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 242 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 243 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 244 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 245 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 246 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 247 17/07/20 11:58 Amorim NOVA 17-07-2020.indb 248 17/07/20 11:58 dois mil novecentos e sessenta e três

colaboradores das empresas Amorim sediadas em território nacional— julho 

4. fim.indd 249 20/07/20 12:22 Abdul Rehman Adriano José Alcino Alice Dolganov Américo Joaquim Ana Cristina Omarmia Manga Moreira Silva Moreira Tavares Charneca de Oliveira Resende Rodrigues Alice Manuela Abel Ângelo dos Adriano Manuel Alda Maria Ribeiro Costa Américo Joaquim Ana Filipa Santos Vieira Oliveira Rodrigues Alves Santos Silva Castro Alves Pereira Alirio Manuel Abel Marcelino Adriano Manuel Alexander José Silva Martins Américo Jorge Ana Filipa Neves Rocha Rocha Pite Oliveira Gomes Coelho Almeida da Costa e Silva Álvaro Alves Pais Abel Ricardo Afonso Brás Alexandra Manuela Américo Manuel Ana Isabel Duarte Silva Santos Sousa Rocha Frutuoso Fernandes Álvaro Daniel Martins Marques Ferreira Constantino Graça Mouta Almeida Batista Abílio António Afonso Correia Costa Américo Ana Isabel Magalhães Torres Hortelão Alexandra Maria Álvaro Fernandes Mendes Oliveira Rodrigues Agostinho Francisco Ribeiro Oliveira Mateus Abílio Jesus Flores Gonçalves Américo Ana Isabel Minhoca F. Borja Serafim Alexandra Sofia Álvaro Francisco Oliveira Mendes Martins Silva Aida Maria Ferreira Gouveia Brito Alves Canastro Abílio José de Bastos Guilherme Carvalho Américo Oliveira Reis Ana Isabel Pedrosa Figueiredo Alexandre Álvaro Gaspar Correia de Castro Silva Aires Joaquim Alves Soares Silva Césario Américo Pereira Rios Abílio Manuel Castro Oliveira Ana Isabel Amorim Gonçalves Alexandre Barros Álvaro Jorge Américo Pinto Alves Pereira Pascoal Rodrigues Albert Georges Pereira Carneiro Ferreira Sousa Podorski Américo Ramiro Ana Isabel Abílio Alexandre Filipe Álvaro José Fernandes Rodrigues Rocha Malheiro Rodrigues Oliveira Albertina Jesus Silva Flausino Barbosa Beselga Espírito Santo Américo Ramiro Ana Laurinda Abílio Vieira Silva Alexandre Ilidio Álvaro Manuel Sousa Santos Silva Malheiro Alberto Barbosa Ribeiro Ferreira Pinto Magalhães Abraão Henrique Carvalho Américo Silva Ana Leonor Costa Santos Alves Alexandre Luís Álvaro Manuel Gonçalves Vila Mendes Alberto Barros Santos Teixeira Sá Pereira Acácio Lino Leite Oliveira Amorim José Ana Luísa Araújo Alves Guedes Alexandre Manuel Álvaro Miguel Coelho Rosa Martins Leite Alberto Filipe Alves Mendes Silva Magalhães Adão Carlos Silva Silva Vasconcelos Ana Carla Seixas Ana Luísa Correia Alexandre Manuel Álvaro Oliveira Silva Negrais Matos da Cruz Adelaide Gomes Melo Alberto José Mendonça Santana Jesus Carvalho Lobo Álvaro Rogelio Ana Catarina Ana Luísa Adelino José Alves Rosas Cardoso Leandro Rodrigues Ligeiro de Matos Fernandes Alberto José Alexandre Lopes Dias Valente Mil-homens Alzira Conceição Ana Catarina da Silva Ana Luzia Aderito Manuel Ferreira Correia Valente Correia Rodrigues da Silva Ferreira Couto Alberto Manuel Alfredo Amadeu Machado Alves Ribeiro Cardoso Pereira Ana Catarina Godinho Ana Manuel Pinto Sá Adilson José Alzira Conceição Barbosa Pinto Soares Andrade Semedo Alberto Martins Alfredo Fernando Martins Gomes Couto Ana Margarida Miranda Rocha Silva Ana Catarina Azeredo Oliveira Adriana Amadeu João Gonçalves Costa Ferreira da Costa Albino Bruno Alfredo Manuel Ribas Ferreira Ana Margarida Silva Ramos Teixeira Oliveira Ana Cláudia Ferreira Rabita Adriana Amaro Neves Leça Pinheiro Freire Pinto Gonçalves Alcides António Alfredo Miguel Ana Maria Cardoso Lima Granja Costa Alves Américo Ana Cristina Amaral Ferreira Castro Adriana Almeida Silva Mota Alves Resende Pinto Alcides Augusto Silva Alfredo Ana Maria Relvas Ramalho Américo Couto Silva Ana Cristina Martins Castro Soares Adriano Alcides Flávio Moreira Ribeiro Capela Oliveira Conceição Fontes Alfredo Américo Dias Ferreira Ana Maria Rodrigues Silva Ana Cristina Correia Moreira Adriano José Alcino Manuel Américo Martins Teixeira Moreira Damas Sousa Coelho Silva Pinto Alice Alves Ferreira Alves Ana Maria Ribeiro Ferreira Fernandes Matos

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4. fim.indd 250 20/07/20 12:22 Ana Maria Ferreira Ana Rita André Alão Silva André Filipe André Resende Anibal Reis Pires Santos Guerra Ribeiro Rodrigues Pereira Baptista Tavares André Amaral Antero Almeida Ana Maria Ana Rita Semblano André Filipe Ramalho André Ribeiro Alves Santos Gomes Ferreira Silva Rocha Almeida Azevedo Teixeira André Filipe André Antero Manuel Ana Maria Ana Rita Silva Batista André António Santos Cruz Rodrigues Sousa Santos Silva Fidalgo Pinheiro Ferreira da Silva Sá Ana Rita André Filipe André Silva Dias António Alberto Ana Maria Soares Guedes André Augusto Santos Loureiro Oliveira Relva Garcia Lopes Marques Cavadas André Soares Sousa Ana Rita André Filipe Soares António Alexandre Ana Maria Sombreireiro Prates André Caldinhas Oliveira Matos André Teixeira Santos Ferreira Silva Pereira Ribeiro da Silva Ana Rita Torcato André Filipe Andrea Cristina António Álvaro Ana Maria Gonçalves Braz André Cardoso Sousa Oliveira Soares Pereira Sousa Oliveira Pinto Madureira Gomes Páscoa Ana Rosa André Gilberto Andreia Alexandra António Augusto Ana Patrícia Ferreira Oliveira Soares André Costa Tavares Sousa Cruz Santos Pereira Dias Alves Pêgas da Cruz Ana Rosalina André de Melo Coelho André Gonçalves Andreia Catarina António Augusto Ana Patrícia Gomes Vicente Alves Ferreira Couto Oliveira Magalhães Sousa Lopes Andrade André Emanuel Ana Sara Carneiro Moreira Soares André João Andreia Isabel M. P. António Augusto Ana Patrícia Reis Silva Pereira Silva Gomes Aguiar Ferreira Tavares Peixoto Nogueira da Silva André Emanuel Ana Sofia Peseiro Ramos André Joaquim Andréia Maria António Barros Ana Patrícia Pereira Tavares Castro Resende Moura Ferreira Oliveira Sales Vieira André Filipe Ana Sofia Sousa Aldeinhas Santos André Joaquim Andreia Patrícia dos António Batista Silva Ana Paula de Oliveira Soares Moreira Silva Santos Ramos Cardoso Pereira André Filipe António Carlos Ana Teresa Alves da Rocha André Lino Barbosa Andreia Rodrigues Baptista Valente Ana Paula Carvalho Martins Silva Bragança Miguel Cancela Félix André Filipe André Manuel António Carlos Ana Virginia Bessa Vieira Couto Moreira Silva Androcion Ernesto Pereira Silva Ana Paula Ribeiro Gomes Cardoso Regal da Rocha Almeida André Filipe André Manuel António Coelho Anabela Alves Oliveira Coelho Martins da Silva Carvalho Ângela Cristina Sabença Ana Paula Silva Ferreira da Silva Tavares Anabela de Sousa André Filipe André Manuel António Custódio Antão Coelho Guedes Dias Graça Matos Fernandes Ângela Maria da Silva Rodas Ana Paula Lima Dias Teixeira Martins Anabela André Filipe André Marcel António Domingos Ferreira Santos Fonseca Barbosa Raymond Garçon Ângela Maria Ferreira Sousa Silva Ana Rafael Lima Pereira Oliveira Lamas Barros Anabela Godinho André Filipe André Martins António Felício Guedes Amendoeira Gomes Guedes Henriques Ângelo Castro Reis Guerreiro Ana Raquel Nogueira Dias Silva Anabela André Filipe André Miguel Ângelo Joaquim António Fernando Gomes Pereira Lopes Barbosa Castro Silva Lourenço Carvalho Coimbra Tavares Ana Rita Azevedo Correia Anabela André Filipe André Miguel Soares Ângelo Pinho António Fernando Moreira Oliveira Lopes Valador Mendes Martins do Couto da Costa Lourenço Ana Rita Fernandes de Sousa Anabela André Filipe André Neves Carvalho Ângelo Silva Brás António Fernando Oliveira Rodrigues Martins Pinhão Lopes Nunes Ana Rita André Patrício Jesus Ania Robim Marques Rebelo Anderson André Filipe Magalhães Correia Barros Gonçalves António Fernando Alves de Souza Nunes Neves Oliveira Santos

Ana Rita Marques André Abreu André Filipe André Pereira Anibal Pinto António Fernando Silva Jesus Sousa Peixoto Pereira Andrade Assunção Oliveira Gomes Paiva Silva

251

4. fim.indd 251 20/07/20 12:22 António Ferreira António Jorge António José António Manuel António Ricardo Armando Afonso Amorim Silva Mendes Silva Ferreira Soares Moreira Gomes Santos Maceda Sousa Crelgo

António António José António José António Manuel António Rios Amorim Armando Alberto Ferreira Pereira Alves Sousa Valente Oliveira Soares Silva Pereira Pinto António António António José António Lopes António Manuel Rocha Gonçalves Armando Augusto Figueira Bispo Castro Silva Guimarães Correia Tavares Peixoto Silva Carvalho António António António José António Luís Cameira António Mário Rocha Moreira Armando Fontes Ferreira Correia Pereira de Sousa Botelho Amorim Silva Barros Inácio António Rodrigues António Francisco António José António Luís António Matos Armando Faria Santos Cebola Esperança Luís Florentino Marques Rocha Jesus Guimbra António Rosa António Francisco António José Estrada António Luís António Branca Pina Armando Luís Migueis Dias Gonçalves Silva Espinhosa Martins Amorim Alves Silva António Santos António António José António Macedo António Pinheiro Armando Germano Neves Fernandes Silva Machado Martins Soares Manuel Almeida António Sérgio António Gomes Pinto António José Ferreira António Manuel António Matos Alvarenga Brandão Armando Manuel Moreira Rocha Alexandre Costa Ribeiro Zacarias António Gomes Rocha António Mendes Alves António Sérgio António José António Manuel Belinha Espírito Santo Armenio Ferreira António Gomes Sousa Ferreira Pereira Alves Pestana António Miguel da Costa Gomes Tavares António Sérgio António Guilherme António José António Manuel Ferreira Coelho Sousa Armenio Jaime Silva Dias Gomes Matias Barrocas Lima Silva Guedes Gomes António Miguel António Sérgio Gomes António Henrique António José António Manuel da Morgado Peguinho Rodrigues Maganinho Armenio Silva Albino Silva Alves Gonçalves Silva Costa Rodrigues António Miguel António Sérgio Arminda Conceição António Henrique António José António Manuel Reis Leal Oliveira Pereira Sá Laranjeira Matos Silva Ribeiro Heitor Churro Dias Pereira António António Silva Azevedo Armindo Agostinho António Isidro António José António Manuel Moreira Freitas Ferreira Couto Trindade Marques Fernandes Elias Graça António Silva Mendes António Neves Reis Arsenio Manuel António Joaquim António José António Manuel António Silva Barradas Canau Castanho Paulo Mendes Tapada Ferreira Camarinha António Ramalho Oliveira Santos Artur Cristiano António Joaquim António José António Manuel António Soares Lopes Almeida Leite Silva Meneses Fernandes Gomes Matias António Paulo Simões Ferreira Rocha Artur Duarte António Joaquim S António José António Manuel António Vendas Pinto Santos Sebastião ilva Leite Moreira Jesus Martins Gonçalves Rosa António Paulo Rodrigues Tino António Vieira Sousa Artur Jorge António Joel António José António Manuel Batista Valente Ribeiro Magalhães Nobre Ricardo Martins Catarino António Pavanito Arlindo Alves Ferreira Barrocas Artur Jorge António Jorge António José António Manuel Arlindo Ferreira Pinto Correia Silva Feiteira Santos Nunes Almeida Mendes Oliveira António Pedro Lopes Palminha Arlindo Manuel Artur Kambur António Jorge António José António Manuel Gomes Relvas Mesquita Sousa Nunes Mendanha Morgado Padre Santo António Pereira Costa Artur Manuel Arlindo Manuel Matos Martins António Jorge António José António Manuel António Pereira Costa Teixeira Santana Oliveira Fernandes Páscoa Berício Santos Machado Artur Manuel António Pinto Teixeira Arlindo Miguel Monteiro de Sousa António Jorge António José António Manuel Almeida Pais Santos Sequeira Pereira Freitas Silva Santos António Pinto Vieira Artur Oliveira Armandino Pinto Rodrigues Gonçalves

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4. fim.indd 252 20/07/20 12:22 Artur Paulo Bernardo José Bruno Filipe Bruno Miguel Carla Preciosa Carlos Alberto Santos Pinhal Esteves Albino Matos Soares Silva Pinto Neves Ferreira Silva Sabino Tomás

Artur Pereira Rocha Bernardo Manuel Bruno Gonçalo Bruno Miguel Carla Sofia Carlos Alberto Santos Henriques Fouto Pirralhas Peguinho Silva Soares Carvalho Simões Artur Pinho Reis Carlos Alberto Bernardo Manuel Bruno Januário Bruno Rafael Carla Sofia Santos Ferreira Asaph Augusto Soares Pais Moreira Sousa Santos Bessa Machado Soares Oliveira Santos Alves Carlos Alberto Bodo Krause Bruno Lauro Bruno Renato Carla Sofia Teixeira Silva Ferreira Augusto José Dias Santos Esteves Bonito Torres Guedes Lima Mota Dias Boris Stoyanov Ivanov Carlos Alberto Bruno Manuel Bruno Ricardo Carlos Alberto Silva Lopes Augusto Manuel Bruna Catarina Oliveira Pinho Gomes Pinto Almeida Sá Campos Lapa Freitas Maciel Carlos Alberto Bruno Manuel Bruno Ricardo Carlos Alberto Silva Ribeiro Augusto Martinho Bruna Morris Pereira Rocha Pinto Lopes da Silva Brito Fadista Silva Ribeiro Paulino Carlos Alcides Bruno Miguel Bruno Silva Moreira Carlos Alberto Dias Freire Augusto Moreira Bruno Alexandre Arriaga Queda Brochado Morais Alves Rocha Campos Esteves Cacilda Maria Carlos André Bruno Miguel Branquinho Carlos Alberto de Silva Rocha Aurelino Rocha Mota Bruno Alexandre Azevedo Oliveira Amaro Teixeira Jesus Veneno Gordo Ferreira Carlos António Aurora Silva Leça Bruno Miguel Camilo Pereira Carlos Alberto de Ferreira Oliveira Bruno Alexandre Barbosa Vieira Onofre Fontoura Oliveira Ceroula Avelino Alves Santos Matias Oliveira Carlos António Bruno Miguel Cândido Jesus Vilar Carlos Alberto Vagos Santos Avelino Joaquim Bruno Alexandre Castro Silva Fernandes Duarte Sousa Ferreira Traila Pires Cândido José Carlos Augusto Bruno Miguel Feliciano Jesus Carlos Alberto Gomes Silva Avelino Jorge Bruno Américo de Sousa Oliveira Ferreira Rocha Vilar Ferreira Tavares Rocha Carina Andréia Quinta Carlos Borges Oliveira Bruno Miguel Nogueira Cardoso Carlos Alberto Avelino Bruno António Delgado Conduto Ferreira Rocha Carlos Daniel Pereira Ribeiro Alves Nogueira Carla Alexandra Amorim Teixeira Bruno Miguel Carneiro Cunha Carlos Alberto Aventino Bruno António Ferreira Mendes Alves Pereira Jesus Espírito Santo Carlos Daniel Vieira Mendes Silva Oliveira Santos Marinho Bruno Miguel Guedes Carla Maria Dias Carlos Alberto Beatriz Antunes Silva Bruno Carvalho Teixeira Pereira Jesus Marques Carlos Duarte Oliveira Belinha Silva Bebiana Ferreira Bruno Miguel Carla Maria Carlos Alberto Marques Bruno Daniel Leite Rodrigues Magalhães Sá Leal Amador Carlos Duarte Ferreira Costa Ribeiro Silva Belmiro Maria Bruno Miguel Carla Maria Carlos Alberto Pinto Leite Bruno Daniel Leite Silva Martins Ribeiro Leal Reis Carlos Eduardo Gomes Soares Alves Sousa Belmiro Rocha Coelho Bruno Miguel Carla Maria Carlos Alberto Bruno Daniel Neves Teixeira Pinhão Gonçalves Marques Costa Carlos Eduardo Benvinda Cristina Silva Rodrigues de Moraes Veiga de Assunção Pereira Bruno Miguel Carla Maria Santos Carlos Alberto Bruno Fernando Oliveira Alves Rouxinol Fonseca Moreira Pires Carlos Eduardo Bernardino Teixeira Sá Nunes Barroso Balança Gaspar Bruno Miguel Carla Maria Carlos Alberto Bruno Filipe Pereira Martins Silva Sousa Oliveira Pereira Carlos Enrique Bernardino Manuel Dias Lopes Guevara Rivas Martins Couto Bruno Miguel Carla Marlene Carlos Alberto Bruno Filipe Rama Cardoso Oliveira Santos Rodrigues Costa Carlos Faustino Bernardino Manuel Gomes da Silva Gonçalves Martins Pereira Carvalho Bruno Miguel Carla Patrícia Carlos Alberto Feijão Cordeiro Bruno Filipe Ribeiro Rocha Cardoso César Sá Rocha Bernardo Alexandre Martins Sousa Carlos Filipe Ribeiro Couto Meira Ramos

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4. fim.indd 253 20/07/20 12:22 Carlos Filipe Carlos Manuel Catarina Raquel Celina Isabel Cláudia Cristina Reis Conceição Silva Assunção Tavares Reis Fernandes Ferreira Coelho Ribeiro Oliveira Almeida Ferreira Loja

Carlos Filipe Carlos Manuel Catarina Silva Pereira Celina Maria Santos Cláudia Daniela da Conceição Maria Silva Marreiros Taxa de Oliveira Rocha Lourenço Conceição Bastos Paredes Nunes Louro Catarina Sofia Carlos Francisco Carlos Manuel Lucas Monteiro Célio Ribeiro Caçador Cláudia de Jesus Conceição Rodrigues Luz Correia Vieira Moreira Correia Leite Graça Henriques Catarina Sofia Celso Miguel Carlos João Reis Carlos Miguel Taveira Rodrigues Bastos Silva Cláudia Fernanda Constantino Henrique Angélica Ferreira Casinhas Ferreira de Sá Ferreira Sousa Catarina Sofia César Augusto dos Carlos Jorge Carlos Miguel Teixeira Espada Santos Ferreira Alves Cláudia Margarete Constantino Gonçalves Teixeira Pereira Silva Martins Beselga Sousa Caneca Catarina Sousa Barros César Bernardino Mesquita Carlos José Ferreira Carlos Miguel Rosadas Coelho Cremilde Rodrigues Pinheiro Reis Cátia Céu Cláudia Maria Lopes Jacinto Pereira Duro César Daniel Carreiro Soares Carlos José Carlos Nuno da Rocha Silva Cremilde Maria Lino Rodrigues Sousa Costa Cátia Isabel Cláudia Maria Gonçalves Matos Pereira Amêndoa César Daniel Silva Madureira Chambel Bragança Carlos José Carlos Roberto Oliveira Santos Silva Oliveira Félix Dias Cátia Isabel Sousa Cláudia Regina Crisostomo Joaquim Marques Moura César Filipe Silva Alves Ribeiro Ferreira Carlos Manuel Carlos Tavares Costa Santos Gomes Alves Soares Cátia Maria Cláudia Sofia Cristiana Isabel Carlos Xavier Correia Pereira Césaria Maria Pereira Peixoto Coelho Santos Carlos Manuel Pinto Ramalho Alves Carvalho Diaz Santos Cátia Sofia Antunes Cláudia Susana Cristiana Leal Moreira Carmen Maria Santos Moreira Carvalho Chandra Dhaneshwar Pacheco Teixeira Carlos Manuel Lúcio Pereira Marques Panchani Cristiana Paula Dias Frazão Pereira Claudino Pinto Silva Soares Peixoto Carmen Sofia Cédric Gomes Braga Christian Miguel Carlos Manuel Reis Sabas Santos Dias Cláudio Alexandre Cristiano Emanuel Loureiro Santos Celeste Maria Lopes Cavaco Barbosa Filipe Gama Carminda Cecília Santos Aguadeiro Christophe Freitas Vicente Carlos Manuel Zeferino Pinto Cristiano Marques Neves Celestino Jesus Vilar Cid Manuel Cláudio António Ferreira Santos Carminda Barros Pereira Costa Machado Carlos Manuel Maria Domingos Célia Custódia Cristiano Filipe Marques Padeiro João Monteiro Cidália Conceição Cláudio Fernando Gomes Ribeiro Carolina Pires Gonçalves Neves Maganinho Campos Carlos Manuel Rocha Oliveira Célia Maria Cristiano Filipe Moreira Ferreira Chitas Pinto Cidália Maria Pereira Cláudio Jorge Silva Cardoso Carolina Rui Pinto Amorim Santos Rocha Carlos Manuel Neves Gonçalves Mateus Célia Maria Cristiano Filipe Ferreira Rodrigues Cidália Santos Cláudio José Silva Guimarães Carlos Manuel Catarina Alves Caetano Santos Ferreira Oliveira Pinho Gabriel Sá Célia Maria Martins Cristiano Manuel Florindo Dias Clara Conceição Cláudio Manuel Alves Silva Carlos Manuel Catarina Costa Ribeiro Pereira Torcato Oliveira Almeida Oliveira Silva Célia Maria Cristiano Catarina Duarte Pina Tavares Ferreira Clarisse Monteiro Cláudio Miguel Pinto Ramalho Carlos Manuel Carvalho João Rodrigues Vieira Silva Resende Oliveira Catarina Ferreira Reis Célia Maria Travassos Cristiano Ribeiro Coelho Graça Cláudia Cristina Cláudio Vicente dos Reis Carlos Manuel Catarina Brás Nobre Leal Moreira Rodrigues Correia Lopes Bergano Célia Maria Cristina Maria Balula Vital Estrada Cláudia Cristina de Cláudio Vicente Veríssimo Soares Carlos Manuel Catarina Lopes Pereira Oliveira Santiago Soares Vieira Albergaria Rodrigues Lopes Célia Ramos Coelho Catarina Quelhas Cláudia Cristina Clementina Rosa Cristina Maria Carlos Manuel Ribeiro Celina Gomes Pereira Lima Costa Ferreira Sousa Costa Pinto Rocha Santos Gomes

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4. fim.indd 254 20/07/20 12:22 Cristina Maria Lino Daniel Francisco David Filipe Diana Cristina Diogo Manuel Dulce Helena Godinho Carvalho Friezas Aldeano Alves Santos Resende Bento Malta Lucas de Sequeira Alves Mesquita Montes Cristina Maria Daniel Jorge Henrique David Jorge Diana Cristina Diogo Manuel Marques Silva Baptista Bandeira Gonzales Silva Marques Santos Soares Dias Santos Costa Dulce Maria Costa Casinhas Gafaniz Cristina Rios Daniel José David José Diana Isabel Diogo Manuel Amorim Baptista da Silva Prates Couteiro Pita Igreja Norinho Santos Garcia Edgar Manuel Oliveira

Cristovão Reis Daniel José David Manuel Diana Maria Diogo Martins Edgar Pereira Nadais dos Santos Santinho Rodrigues Ferreira Magalhães Martins Pereira Rodrigues Ferreira Edgar Ramos Custódio Luís Daniel Moreira David Manuel Dinis Agostinho Diogo Miguel Gomes Pires Viola Oliveira Marques Pereira Silva Ferreira Rocha Ferreira Paulos Edgar Ricardo Custódio Daniel Reis Mota David Manuel Dinis Pedralva Diogo Miguel Pinto Monteiro Oliveira Rocha Gonçalves Magalhães Santos Rodrigues Silva Joaquim do Espírito Santo Édipo Jesus Daniel Alberto Daniel Santos Gomes David Miguel Dioclesiano Diogo Oliveira Castro Feiteira Mota Oliveira Santos Barreiros Neves Alves Rodrigues Daniel Sousa Rocha Diogo Relvas Brandão Edite Maria Jesus Daniel Alcino David Miguel Diogo Alberto Machado Abrantes Gomes Pedro Daniela Augusta Costa Rocha Moreira Costa Diogo Silva Oliveira Ferreira Bastos Edite Maria Ribeiro Daniel Alexandre Nogueira Batista David Miguel Diogo André Diogo Silva Valente Nunes Lino Cerineu Varela Dias de Sousa da Cruz Marques Daniela Coimbra Diogo Vieira Reis Eduarda Sousa Santos Daniel Alexandra Santos Pereira David Oliveira Silva Diogo António Nogueira Soares Lima Pereira Dirk Zimmermann Eduardo Alberto Daniela Cristina David Ribeiro Correia da Silva Monteiro Daniel André Massena Nascimento Diogo Arsénio Domingos Afonso Silva Pinheiro DavY Marques Peixoto Mesquita Santos Silva Eduardo Alberto Daniela Fernanda Martins Gomes Ferreira Daniel António Fontenete Rebelo Diogo Barros Baptista Domingos Ribeiro Pinto Delfim Paulo Bastos Amorim Eduardo Alberto Daniela Fontes Moreira Silva Diogo Emanuel Martins Monteiro Daniel António Medeiros Costa Brites Domingos Fernando Romão Lopes Delfim Pereira Costa Gomes Oliveira Santos Eduardo António Daniela Diogo Emanuel Silva Ferreira Daniel Augusto Oliveira Martins Delmiro Pereira dos Santos Carvalho Domingos Sousa Dolores Gomes Ferreira Sousa Eduardo António Daniel-Lirio Weyler Diogo Fernando Silva Moreira Daniel Bruno Denislav Ivov Krushov Carvalho Godinho Domingos Figueiredo Silva Dario Arnaldo Batista Gomes Barbosa Eduardo Guerra Gomes Deolinda Fernanda Diogo Filipe da Costa Moreira Daniel Ferreira Santos Cunha Silva Domingos Leonel Carvalho Santos Dario José Couto Silva Eduardo Domingos Gonçalves Rosado Deolinda Filipe Diogo Filipe Sousa Santos Daniel Custódio Gomes Lopes Duarte Domingos Miguéns Dias Dario Manuel Lomba Magalhães Eduardo Emanuel Ferreira Teles Deolinda Maria Diogo Filipe Silva Baptista Daniel Alexandre Dias Nunes Silva Ferreira Domingos da Silva Amorim David Alexandre Santos Martins Eduardo Fernando Reis Oliveira Deolinda Maria Diogo Filipe Lagriminha Coelho Daniel Dias Fontes Oliveira Alves Silva Rodrigues Duarte Fernando David Coelho Silva Silva Sousa Eduardo José Daniel Domingos Deolinda Pais Diogo Joaquim Lucas Gomes Teixeira Machado David Fernandes Costa Lima Gomes Pereira Duarte Manuel Conceição Amorim Costa Eduardo Manuel Daniel Filipe Deolinda Pereira Diogo Jorge Fernandes Ferreira Almeida Santos David Fernando Silva Ribeiro Maria Silva Duarte Miguel Alves Costa Ferreira Nogueira Eduardo Manuel Daniel Filipe Diamantino Simão Diogo José Luro Dinis Cerdeirinha Silva Gomes Pereira Amaral Oliveira

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4. fim.indd 255 20/07/20 12:22 Eduardo Emanuel José Fabian António Fábio Manuel Vieira Fernando Camilo Fernando Manuel Martins Semide Matias Mendonça Gomes Sales do Nascimento de Sousa Conceição Carvalho Rodrigues

Eduardo Neves Emanuel Lopes Fábio Alexandre Fábio Miguel Fernando Fernando Manuel Martins Soares Correia de Sá de Jesus Pombo Oliveira Domingues Coelho Sousa Ferreira Dias Oliveira

Eduardo Santos Emanuel Fábio André da Silva Fábio Ricardo Fernando Fernando Manuel Gregório Fernandes Ferreira Nogueira Gomes da Mota Silva Correia Silva Marques Silva Ferreira Lamberto Silva Eliana Cristina Fábio André dos Fábio Samuel Fernando Emanuel Fernando Manuel Ribeiro Reis Emanuel Sousa Alves Santos Neves Borges Basílio Gomes Costa Oliveira Couto

Elio Henrique Emanuel Fábio André Fábio Zottarel Fernando Faria Fernando Manuel Pereira Tavares Teixeira Fiães Oliveira Santos Pereira Silva Pires Santos Fátima Manuela Elio Ricardo Sales Emanuel Thiago Fábio André Santos Teles Nunes Fernando Fernando Manuel Vieira Sousa Oliveira Pinhão Marques Ferreira Machado Santos Almeida Fátima Maria Elisabete Maria Emídio Ramos Silva Fábio António Ferreira Gabriel Fernando Fernando Nuno Vasco Brandão Gomes Mendes Ribeiro Ferreira Sousa Ellis C. Barjona Freitas da Costa Emília Manuel Fátima Rosário Mendes Vale Fábio António Lopes Gonçalves Fernando Fernando Octávio Elisabete Maria Pereira Martins Ferreira Tavares Oliveira Couto Pinheiro Barata Emília Maria Santos Fátima Santos Coelho Ataíde Magalhâes Fábio Cristiano Costa Pires Fernando Fernando Bernardes Silva Rangel Gomes Almeida Oliveira Braga Elisabete Martins Emmanuelle Letizia Fausto Manuel Casinhas Fábio Daniel Rodrigues Oliveira Fernando Jesus Fernando Erika Maria Costa Marquês Moreira Sá Oliveira Reis Elisabete Mendes Alves Ribeiro Feliciano André Francisco Antunes Fábio Daniel Bessa Lagos Fernando Joaquim Fernando Pedro Ernesto Fernando Rodrigues Oliveira Rocha Rodrigues Nunes Lino Elísio Fernando Dias Silva Fernan Ramos Mota Silva Fábio Gabriel Oliveira Fernando Joaquim Fernando Pereira Ernesto Filipe Oliveira Martins Teixeira Silva Almeida Afonso Elísio Fernando Morais Afonso Fernanda Cristina Pereira Sousa Silva Fábio Joaquim Silva Ferreira Fernando Jorge Fernando Ernesto Filipe Costa Melo Araújo Silva Pereira Rodrigues Elísio Manuel Valente de Castro Fernanda Isabel Magalhães Ribeiro Fábio Joel Vieira Silva Freire Arrulo Fernando Jorge Fernando Ernesto Sá Pereira Pereira Sousa Pinto Baptista Elísio Paulo Pereira Ernesto Soares Neves Fábio Jorge Fernanda Maria de Amorim Barros Gonçalves Vieira Almeida Rodrigues Fernando Jorge Fernando Pinto Silva Esmeralda Maria Tavares Pinheiro Elma Mónica Belinha Pereira Fábio José Fernanda Maria Fernando Silva Rebelo Marques Bragança Ferreira Martins Balhé Fernando José Rodrigo Sampaio Sá Esperança Pires Alves Barejo Elsa Maria Brido Galinha Fábio José Fernanda Pinto Leite Fernando Santos Couto Nanque Matos Fernando José Araújo Silva Oliveira Eunice Felismina Fernando Alberto Santos Almeida Elsa Silva Rodrigues Lima Mendes Fábio José Neves Alves Soares Fernando Silva Rocha Ferreira Sousa Pereira Fernando Luís Elvira Cristina Eurico Miguel Fernando Alberto Pereira Rocha Fernando Miravall Silva Dimas Marçal Fábio José Mesquita de Melo Soares Peixoto Oliveira Nunes Fernando Luís Ema Sofia Eva Marisa Fernando Vieira Martins Filipa Alves Assunção Silva Coelho Vendas Barros Fábio Lopes Resende Almeida Pereira Fernando Manuel Filipa Clarisse Emanuel Castro Silva Evangelina Conceição Fábio Manuel Alves Fernando Alves Azevedo Correia Soares Silva Almeida Sá Monteiro Andrade Soares Emanuel David Fernando Manuel Filipa Sousa Santos Monteiro Fernandes Evaristo Manuel Fábio Manuel Fernando André Brites Lopes Loureiro Neves Guilherme Correia Barbosa de Pinho Filipe Alexandre Boiça Ventura

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4. fim.indd 256 20/07/20 12:22 Filipe Alexandre Filipe Xavier Francisco Costa Francisco Manuel Gonçalo António Guilhermina Ferreira Silva Castro Resende Martins Paiva Silva Graça Sousa Costa Pedrosa

Filipe Alexandre Filomena Maria Francisco Ferreira Francisco Maria Gonçalo Gustavo Alexandre Rodrigues Balcão Oliveira Cunha Mota Rocha Mota Barreto Pateiro Baião Teles

Filipe André Filomena Maria Francisco Francisco Gonçalo Esteves dos Helda Deolinda Benvindo Nisa Vieira Hilário Fonseca Ribeiro Oliveira Ramalho Santos Guimarães Mendes Sousa

Filipe André Branco Filomena Francisco Henrique Francisco Rodrigo Gonçalo Fernandes Hélder António Faria Maximiano Pereira Costa Oliveira do Couto Correia Monteiro Sequeira Barroso Roque Pedro Firmino José Francisco Henrique Francisco Rosalino Gonçalo Filipe Hélder António Filipe António Martins Silva Pereira Oliveira Teles Medinas Cardoso Soares Chicote Gonçalves Costa Matias Firmino Leite Francisco Jesus Francisco Silva Inácio Gonçalo Filipe Hélder Daniel Filipe Carlos Ferreira Reis Valoura da Costa Dias Santos Amorim Silva Pinto Machado Franklim Firmino Silva Oliveira Francisco Jorge Rodrigues Oliveira Gonçalo João Parra Hélder Ernesto Filipe Cunha da Silva Gonçalves Azevedo Fidalgo Ramos Pereira Barbosa Flávio Aires Gabriel Filipe Marques Filipe da Silva Carvalho Fonseca Francisco José Silva Bastos Hélder Fernando Marques Barreiros Rodrigues Gonçalo Alves de Sequeira Flávio Daniel Carvalho Gabriel Pais Mateus Rebelo Filipe Daniel Carvalho Tavares Almeida Gomes Meireles Hélder Filipe Tavares FranciscoJosé Gonçalo Neto de Castro Flávio José Catarino Lopes Gabriel Simão Oliveira Cardoso Filipe Domingues Faustino Poeiras Soares Gonçalves Hélder Filipe Oliveira Francisco José Lopes Gonçalo Nuno Fernandes Melro Flávio Manuel Mesquita Cardoso Georgina Maria Gonçalves Martins Filipe Gomes Silva Estudante Ferreira Amorim Silva Hélder Filipe Francisco José Goreti Conceição Gomes Sousa Filipe Jesus Santos Flávio Sousa Ribeiro Mateus Rei Germana Maria Rodrigues Oliveira Sá Martins Silva Hélder Filipe Filipe Jorge Florbela Jesus Nunes Francisco José Graça Gabriela Oliveira Pereira Silva Fernandes Ferreira Pataco Mourinho Germana Venancio Rodrigues Lima Salgueiro Lopes Martins Baltazar Hélder Filipe Pinto Filipe José Floriano Coelho Silva Graça Maria Oliveira dos Santos Loureiro FranciscoJosé Ghenadie Cebotari Ferreira Rocha Floriano Francisco Pires André Hélder Filipe Filipe Manuel Janeiro Ferreira Gil Manuel Gualter Botelho Ribeiro Soares Dionisio Pereira Francisco José Carapau Canejo Nogueira Dias Fortunato André Pires Santos Hélder Filipe Filipe Manuel Pereira Soares Gil Manuel Fontes Guilherme Santos Oliveira Gomes Ribeiro Francisco José Silva Ferreira Dias dos Santos Esteves Francelina Maria Hélder Hugo Filipe Manuel Marinheiro Oliveira Francisco José Silva Gil Miguel Guilherme Henrique Prates Godinho Pereira Sousa Silva Coelho Sousa Carvalho Vieira Ferreira Hélder Jaime Filipe Manuel Francelino da Silva Francisco José Silva Gilberto Amorim Guilherme João Vieira Silva Pinhal Silva Ferreira Espinheira Cardoso Dionísio Pinto Hélder Joaquim Filipe Marcos Francisco Almeida Francisco Manuel Gisela Patrícia Guilherme Manuel Canejo de Oliveira Melo Pires da Silva Peguinho Nunes Pires Santos Raposo Hélder Joaquim Filipe Miguel Francisco António Francisco Manuel Giulia Kuvvet Guilherme Ferreira Luís Duarte Vital Santos Guerreiro Ferreira Nunes Martins Sousa Gonçalo André Pereira Hélder Joaquim Filipe Oliveira Francisco Francisco Manuel Guilherme Pais Sousa Oliveira Almeida Barradas Prates Morais Sarmento Gonçalo António Araújo Soares de Campos Esgueira Cabecinhas HélderJosé Mendes Filipe Renato Francisco Guilherme Pedro Robalinho Santos Ferreira Castanhas Soares Francisco Manuel Gonçalo António Duarte Pinto Moreira Teixeira Ferreira Martins

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4. fim.indd 257 20/07/20 12:22 Hélder Manuel Henrique Jorge Hugo José Santos Boia Igor Daniel Isabel Marisa Jaime Jorge Catarino Gil Silva Amorim Teixeira Gomes Amorim Fontes Silva Godinho Hugo Manuel Hélder Manuel Henrique José Ferreira Marinheiro Igor Leonardo Isaura Fernanda Jaime Manuel Vieira Marques Fitas dos Santos Pinto Ferreira Dias Saramago Sousa Nunes Hugo Manuel Hélder Miguel Henrique Manuel Godinho Alves Igor Miguel Casinhas Isaura Maria Arlete Jaime Neves Pinto Ferreira Silva Fernandes Santos Cardoso Mouta Hugo Miguel da Silva Igor Miguel Jaime Nuno Hélder Miguel Henrique Manuel Vicente Prates Paulos Ferreira Isilda Barbara Gagueja Ferreira Santos Soares Silva Sá Neves Hugo Miguel Ilídio Jorge Sá Ribeiro Isilda Maria Almeida Jaime Pereira Hélder Narciso Henrique Manuel Dias Santos Pereira Coelho Domingues Monteiro Silva Santos Gonçalves IlídioJosé Ramos Hugo Miguel Vieira Silva Isilda Maria Feliciano Jaime Soares Silva Hélder Nuno Reis Henrique Manuel Garcia Ribeiro Alves Pimenta Marinheiro Sesmaria Lopes Inácio José Santos Jairo David Hugo Miguel Isilda Maria Lourenço Alves Fonte Hélder Pedro Ferreira Henrique Paulo Rebelo e Castro Inês Aurora Ferreira Feijão Pereira Santos Pimentel Pinheiro Ferreira Martins Javier Pereira Santos Hélder Pereira Santos Ismael José Henrique Silva Sousa Hugo Miguel Inês Briosa Medina Durão Santos Jean Marcos Dai Pra Hélder Xavier Santos Duarte Pereira Santos Henrique Sousa Vieira Inês Carmo Ferro Iuri Miguel Rodrigues Jean-Sébastien Hugo Miguel Saruga Fernandes Moinier Hélder Xavier Henriqueta Maria Silva Cunha Soares Santos Bernardino Bispo Inês Ferreira Ivo Almeida Fonseca Jennifer Hugo Miguel Vivas Castro Silva Fernandes Lima Helena Isabel Hermínio Freitas Luís Silva Ferreira Ivo André Nunes Bispo Inês Filipa Jesus Azeredo Fernandes Jerónima Rocha Hermínio José F Hugo Miguel Fernandes de Sousa Madureira Helena Isabel Martins Cunha Silva Lopes Ivo André Rocha Magalhães Inês Manuela Neves Ferreira Jerónima Serrão Hernâni José Jesus Hugo Miguel Silva Dias Mendes Helena Maria Azevedo Ferreira Teixeira Festa Ivo Fernando Rodrigues Mata Inês Passos Tomás Almeida Cardoso Jerónimo Alexandre Hernâni Pais Pacheco Hugo Pereira Santos Espada Coelho Helena Maria Silvério Inês Salgueiro Ivo Joel Moreira Couto Florindo Lopes Hildebranda Ferreira Hugo Reis Marques Jerónimo Fernando Rosado Matias Queirós Mesquita Ivo Manuel Rodrigues Oliveira Coelho Bóia Helena Morais Lopes Inês Santos Cunha Folha Horacio Conceição Humberto António Pereira Luso Jerónimo Helena Sofia Filipe Silva Guimarães Granja Ivo Miguel Ferreira Pinto Marques Coelho da Rocha Inês Sousa Fernandes Ferreira Relva Hugo Alexandre Jerónimo Manuel Hélio José Correia Inácio Gonçalves Humberto José Irina Sofia Ivo Sá Couto Matos Martins Pestana Raposo Justo Correia Silva Nogueira Hugo André Ivone Daniela Jerónimo Manuel Hélio Manuel Mesquita Santos Humberto Manuel Íris Ferreira e Ferreira Moreira Laranjeira Silva Jesus Dias Silva Sousa Costa Hugo Daniel Oliveira Isabel Cristina Ivone Margarida Jerónimo Silva Heliodoro Felismino Almeida Simões Humberto Paulo Santos Silva Couto Moreira Pereira Bóia Martins João Marques Cruz Hugo Filipe Isabel Cristina Vilar Jacinto António Joana Alexandra Henrique Alves Sousa Amado da Silva Idália Catarina Coelho Martins Lourenço de Sousa Mendes da Silva Oliveira Henrique Hugo Filipe Maia Isabel Maria Cardoso Jacinto José Joana Cláudia Ferreira Costa Duarte Ferreira Borges Idália Raquel Almeida Rodrigues Silva Silva Ferreira Martins Neves Henrique Hugo Filipe Isabel Maria Jaime Carvalho Silva Joana Cristina Ferreira Maia Santos Oliveira Idalina Noémia Mendes Pais Costa Carvalho Pais Sousa Sá Abreu Jaime Filipe Henrique Jorge Hugo José Isabel Maria Ribeiro Moreira Castro Joana Filipa Moreira Cunha Rocha Calhau Almeida Lima Roseira Matias Batista

258

4. fim.indd 258 20/07/20 12:22 Joana Filipa João Carlos João Manuel João Paulo Carmo João Pedro Joaquim Alberto Rodrigues Pereira Veríssimo Correia Pais Longo Oliveira Carvalho Martins Silva Marques Fernandes

Joana Gomes Ferreira João Cláudio João Manuel João Paulo João Pedro Joaquim Alberto Mota Carvalho Ramos Vaz Constantino Dimas Moreira Casaca Rodrigues Oliveira Joana Helena Gomes Ribeiro João Costa Tavares João Manuel João Paulo da João Pedro Pereira Joaquim Alcides Ribeiro Paulos Conceição Gois Martins Ferreira Ferreira Tavares Joana Isabel Macedo João da Rocha Costa Mesquita Ramalho João Manuel João Paulo João Pedro Joaquim Alcides Santana Loureiro da Silva Cadete Pinto Cardoso Sales Oliveira Joana Margarida João Diogo Duarte Gomes Gaspar da Silva João Manuel João Paulo João Pedro Joaquim Silva Lopes Dias Bragança Pinto Rocha Almeida Sousa Joana Maria João Fernando Coelho Trindade Alves Couto João Manuel João Paulo João Pedro Joaquim Alves Santos Tapadas Neves Lopes Bugalho Reis Almeida Joana Oliveira Ferrão João Ferreira Silva Joaquim André João Marcelo João Paulo João Pedro Santos Rodrigues dos Santos Joana Patrícia João Filipe Félix Trigo Martins Brandão Silva Gonçalves Amorim Rocha Cunha Leite Azevedo Joaquim António João Maria João Paulo Amorim Costa Joana Patrícia João Filipe Rosa Isidoro Mendes Lopes João Pedro Silva dos Santos Bóia da Costa Pinto Joaquim António João Miguel João Paulo Neves Praia João Pedro Cruz Martins Joana Rios de Amorim João Filipe Ferreira Alves Matos Sousa Teixeira Mendonça Pinto João Paulo Joaquim António Joana Rodrigues João Miguel Oliveira Ferreira João Pedro Martins Cadete Queirós Mota João Filipe Carvalho Araújo Tapadas Galveias Ferreira Rocha João Paulo Joaquim António João Alberto Pires João Miguel Oliveira Pedro João Pedro Pinto Belinha Fernandes João Filipe Martins Branco Torres Vinagre Ribeiro Gregório João Paulo Joaquim António João Alves Pereira Silva João Miguel Pereira Barbosa João Pedro Santos Narciso João Francisco Mota Oliveira Valente Redol João André Carvalho Pataco João Paulo Pires Joaquim António Granja Borralho João Miguel Abreu Cruz João Ricardo Silva Lamas João Gonçalo Pinto Lopes Oliveira Santos João António Borrego Alves Luís João Pedro Joaquim António Pombinho Bento João Miguel Almeida Santos João Tiago Bonito Silva Pedrosa João Gustavo Ribeiro Gaspar Pereira Pinto João António Monteiro Vargas João Pedro Joaquim António Nunes Rodrigues Sobral João Miguel Bastos Ferreira João Tiago Silva Reis Rodrigues Santos Machado Soares João Augusto João Lourenço João Pedro Joaquim Augusto Figueiredo Silva Reis Lopes Queirós João Miguel Caiado Fadista João Vasco Pereira Rocha Silva Gomes Serrano Almeida João Bernardes Silva João Luís Constancio João Pedro Joaquim Augusto Tavares Felgueiras João Nuno Correia Baltazar João Vítor Pereira Silva João Carlos Cordeiro Silva Suzana Castro Loureiro Charraz Arrais João Manuel João Pedro Joaquim Augusto Alves Ribeiro João Nuno da Silva Lopes João Vítor Reis Sousa Silva Lima João Carlos dos Santos Coutinho dos Santos Pedrosa João Manuel João Pedro João Wandschneider Joaquim Bastos da Silva Araújo João Paulo Aires Dinis dos Santos Azevedo Carvalho Sousa Espírito Santo João Carlos Ferreira Martins Marçal João Manuel João Paulo Amorim João Pedro Joaquim Afonso Jesus Joaquim Bernardino Ferreira Vivas Castro Ferreira Silva Gomes Alves Marques Conceição Costa João Carlos Gomes Teixeira Pinto Silva João Manuel João Paulo João Joaquim Agostinho Joaquim Lopes Dias Amorim Patrício de Oliveira Horta Fernandes Cardoso Gomes João Carlos Silva Ferreira João Manuel Madeira João Paulo João Pedro Joaquim Alberto Joaquim Castro Cruz Ramos Alves Bastos Amorim Gonçalves Borges Costa Pinto

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4. fim.indd 259 20/07/20 12:22 Joaquim Correia Bessa Joaquim Jorge Joaquim Maria Joaquim Vítorino Jorge Daniel Jorge Miguel Marques Sousa Barreto Carvalho Albardeiro de Sá Vinagre Silva Guedes Joaquim Couto Vieira Joaquim Jorge Joaquim Marques Reis Joaquin Alexander Jorge Daniel Jorge Miguel Joaquim Fernando Oliveira Silva Silva Coelho Ramos Moreira Valador Martins Ferreira Carvalho Joaquim Marujo Joaquim Jorge Casanova Joaquina Maria Jorge Fernando Jorge Miguel Joaquim Fernando Pinto Oliveira Rodrigues Oliveira de Matos Hilário Vieira Jesus Mimoso Fonseca Ribeiro Joaquim Miguel Joaquim José Amorim Ferreira Joaquina Maria Jorge Filipe Jorge Moreira Joaquim Fernando Bastos Oliveira Serrão Lopes Mendes Pinto Silva Coelho Jesus Rocha Joaquim Miguel Joaquim José Fernandes dos Santos Joel Alexandre Jorge Filipe Jorge Ramiro Joaquim Fernando Couto Resende Oliveira Mota Silva Nunes Alves Rocha Jesus Rocha Joaquim Moreira Joaquim José Batista Joel Alexandre Jorge Humberto Jorge Sousa Joaquim Fernando Jesus Silva Rodrigues Maio da Silva Vilar Moreira Pinto Joaquim Moreira Ferreira José Agostinho Joaquim José Neves Jorge Humberto Oliveira Dias Joaquim Fernando Patrocinio Casa Joel Filipe Barros Pinto Feijão Lopes Moura Pereira Branca Joaquim Nobre Lopes José Alberto Joel Filipe Jorge José Vinhas Capela Belinha Joaquim Fernando Joaquim José Joaquim Oliveira Alves Miranda Santos Aires Peneireiro Nogueira Gomes Santos Teles José Alberto Joaquim Oliveira Joel Oliveira Pinto Jorge Manuel Domingues Pereira Joaquim Ferreira Joaquim Lino Fonseca Alves Martins Dias Gomes Ferreira Reis Sá Joel Pedro José Alberto Joaquim Paulo Coelho Peseiro Jorge Manuel Neves Alves Joaquim Ferreira Joaquim Luís Silva Mendes Ferreira Lopes Oliveira Valente Oliveira Joel Silva Cardoso José Alberto Joaquim Pereira Jorge Manuel Oliveira Rodrigues Sá Joaquim Filipe Joaquim Maia Barbosa Jonathan Alexander Florentino Silva Guedes Espírito Santo Ochoa Medina José Alberto Pinho Joaquim Pereira Costa Jorge Manuel Baptista Pinho Batista Joaquim Fontes Joaquim Manuel Jonathan Alves Gouveia Ribeiro Rodrigues Carvalho Correia Santos Joaquim Pereira Ferreira José Alberto Prancha Jorge Manuel Pinto Maximino Joaquim Fortunato Joaquim Manuel Jonathan Manuel Rocha Fernandes Silva Soares Gomes Pereira Joaquim Pinto Belinha Duarte Ferreira José Alberto Jorge Manuel Reis Salgueiro Joaquim Francisco Joaquim Manuel Joaquim Joni Filipe Rosa Francisco Neves Santos Guerra Leal Rocha Ferreira Ferreira Almeida José Alberto Jorge Manuel Rocha Marques Joaquim Gomes Sá Joaquim Manuel Joaquim Rocha Pinto Jorge Alberto Silva Pinto Jesus Coelho Ferreira Peixoto José Alberto Joaquim Guilherme Joaquim Jorge Miguel Silva Alves Sousa Vieira Joaquim Manuel Rodrigues Silva Jorge Alberto de Barros Rosinha Oliveira Guedes Peixoto José Alberto Joaquim Henrique Joaquim Sales Ferreira Jorge Miguel Silva Macedo Belinha Ferreira Joaquim Manuel Jorge Alexandre Martins Oliveira Pereira Tavares Joaquim Silva Brás Dias Florindo José Alberto Joaquim Herminio Jorge Miguel Silva Ribeiro Correia Vítorino Joaquim Manuel Joaquim Silva Ferreira Jorge Alexandre Moura Carvalho Sá Rocha Lopes Rodrigues José Alberto Joaquim Jesus Santos Joaquim Silva Moreira Jorge Miguel Soares Marques Joaquim Manuel Jorge Alves Silva Nisa Silvestre Joaquim João Silva Martins Joaquim Silva Ribeiro Ribeiro José Alberto Santos Rodrigues Soares Tavares Joaquim Manuel Joaquim Vidigal Jorge André Jorge Miguel Joaquim Jorge Silva Rocha Marques de Oliveira Gonçalves Pereira Oliveira Pereira José Alberto da Silva Fontes Sousa Marques Joaquim Manuel Joaquim Vítor Jorge António Jorge Miguel Joaquim Jorge Sousa Pinho Sousa Varandas Figueira dos Santos Silva Fernandes José Almeida Cardoso Espírito Santo

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4. fim.indd 260 20/07/20 12:22 José Amadeu Pinto José Carlos José Fernando José Joaquim José Manuel José Manuel Silva Vieira Borges Dias Almeida Santos Sequeira Pinto Trindade Ferreira Amorim Nova Carvalho

José Amadeu José Carlos José Fernando Valente José Joaquim José Manuel José Manuel Silva Mendes Domingues Castro Salvador Lucas Relvas Santos Ferreira Costa Tavares Ferreira

José Américo José Carlos José Ferreira José Joaquim José Manuel Ferreira José Manuel Santos Ferreira Ferreira Elias Rodrigues Malta Silva Moreira Pinto Oliveira Vieira Gonçalves

José António José Carlos José Ferreira José Joecy José Manuel José Manuel Albuquerque Frias Ferreira Silva Sousa Melo Andrade Silva Ferreira Rios Vieira Gonçalves

José António Ferreira José Carlos José Filipe José Jorge José Manuel José Manuel Amorim Rodrigues Menezes Fernandes Ferreira Silva Vidigal Costa Freitas Andrade Vital Pinheiro

José António José Carlos José Filipe José Luís Ferreira José Manuel José Maria Ferreira Sá Mota Ribeiro Ferreira Soares Silva Amorim Gomes Sirgado Campos Cruz

José António José Carlos Parreira José Filipe Lopes José Luís Alves Pascoal José Manuel José Maria de Gomes Pereira Frazão Pereira Lourenço Luís Andrade Sousa Gomes José Luís José António Marques José Carlos José Filipe Neto Pinto Amorim Ferreira José Manuel José Maria Moreira Pedrosa Santos Mendes Alves Silva Braz José António José Francisco de José Luís Moreira Santos José Carlos Pereira Sá Oliveira Gomes Ferreira Oliveira José Manuel José Mário das Ferreira Oliveira Alves Neves Ribeiro José António José Carlos Relvas José Luís Matos Bispo Moura Teixeira Ferreira Santos José Francisco José Manuel José Matias Rosa Duarte Barbosa José Luís Oliveira Baptista José António Pinto José Carlos Moreira Mendes José Miguel Oliveira Marques Silva Pereira José Freitas Dias José Manuel Alves Vieira Santos José Luís Neves Oliveira Mendes José António José Carlos José Miguel Queimadelas Cruz Sousa Nogueira José Gabriel José Luís Pereira José Manuel Oliveira Santos Oliveira Martins Vilas Boas Oliveira Silva José António José Correia José Miguel Rodrigues Amorim Teixeira Martins José Gilberto José Luís Santos José Manuel Rengifo Monteiro Marques Gouveia Oliveira Pereira Alves José António José da Silva Santos José Narciso Tavares Monteiro José Gomes Rocha José Luís Silva Pereira José Manuel Oliveira Alves José dos Santos Araújo Pereira Conceição José António José Gomes Silva José Luís Vieira Sousa José Oliveira Silva Vilela Castro José Euclides José Manuel Silva Mendes José João José Manuel Pereira Fernandes José Pacheco Silva José Augusto Esteves Matos Almeida Teixeira Gomes Vital José Fernandes Prates José Manuel José Paulo José João Ferreira José Manuel Pereira Oliveira Tavares Araújo José Augusto José Fernando Pratas Lopes Barbosa Ferreira Monteiro Silva Ferreira Silva José Manuel José Pedro Moura José João José Manuel Pereira Silva Vilela Machado José Augusto José Fernando Rodrigues Lopes Carmo Ferreira Soares Pereira Gomes Neto José Manuel Pereira José Pedro Silva Santos José Joaquim José Manuel Coelho Silva Cardoso José Belarmino José Fernando Coelho da Silva Sampaio Santos José Pedro Nogueira Bastos Marques Sousa José Manuel Soares Carvalho José Joaquim José Manuel Couto Pinto Santos José Carlos José Fernando Figueiredo Oliveira Pereira Bernardes José Pedro Cardoso Gandara Moreira Lopes José Manuel Viegas Fernandes José Joaquim José Manuel Russo Martins José Carlos José Fernando Lopes Matos Dias Pereira José Pinho Tavares Castro Ferreira Moreira Silva José Manuel José Joaquim José Manuel Dias Reis Santos Durão José Pinto Alves José Carlos José Fernando Pereira Silva Cunha Patrão Rodrigues Sousa José Rafael Marques

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4. fim.indd 261 20/07/20 12:22 José Ribeiro Leal Júlio Albuquerque Liliana Andréia Luís Alberto Moreira Luís Filipe Luís Manuel Frias Pereira Rodrigues Castro oreira Castro Calado Tasqueiro Lopes Silva José Ribeiro Magalhães Júlio Armando Alves Liliana Carla Luís Alberto Luís Filipe Luís Manuel José Ricardo Rocha Andrade Oliveira Cardoso Reis Espinhosa da Silva Esteves Pinto Silveira Ribeiro Silva Júlio César Liliana Daniela Luís Álvaro Luís Filipe Luís Manuel José Rodrigues Coelho Martins Henriques Gomes Lopes Ferreira Costa da Silva Ventura Rodrigues Miguel

José Rosalino Júlio Ferreira Pinto Liliana Isabel Luís António Luís Filipe Luís Manuel Teles Medinas Marques Ribeiro Justino Neves Demédio Ferreira Rodrigues Oliveira Júlio Francisco José Santos Henriques Gomes Vital Lina Maria Silva Grilo Luís António Luís Filipe Luís Manuel Macedo Sobral Durão Galveias Silva Coimbra José Santos Silva Júlio Pereira Silva Linda Carla Milheiras Mendes Luís António Marques Luís Filipe Felismino Luís Manuel José Serafim Justina Maria Oliveira Escalda Silva Rodas Moreira Gonçalves Carvalho Alves Sousa Linda Maria Ferreira Domingues Luís Filipe Rocha Pinto Gaspar Monginho Luís Manuel José Silva Justino Manuel Luís António Peres Silvério Oliveira Teixeira Pereira Lino Manuel Silva Bastos Luís Filipe Grilo Neves José Silva Oliveira Jesus Monteiro Luís Miguel Justino Silva Mendes Luís António Santos Luís Filipe Almeida Ferreira José Sousa Ferreira Lisete Maria Coelho Duarte Lima Guerreiro Jóia Kevin Santos Alfredo Neves Luís Miguel José Sousa Ferreira Godinho Soares Luís António Luís Filipe Oliveira Azevedo Bento Lisete Maria Silva Fernandes Cabral Almeida José Tiago Azevedo Laura Rua Castro Ferreira Monteiro Luís Miguel Teles Medinas Luís Carlos Luís Filipe Peixoto Branco Cardoso Laurinda Carmo Lisete Maria Arcebispo Lopes Gomes Ferrete José Tiago Gomes Pinto Ramos Garrido Moutinho Luís Miguel Dias Vieira Martins Silva Luís Carlos Luís Filipe Peixoto Leandro Alexandre Lisete Maria Caetano Pinoia Machado Silva Luís Miguel José Tiago Filipe Caçador Gomes Serrubeco Fernandes Benvindo Martins Teixeira Luís Carlos Ferreira Luís Filipe Prates Dias Leonardo André Lívio António Coelho Vivas Castro Luís Miguel José Valdemar Garcia Cortiço Luís Filipe Ferrão Lopes Aires Rodrigues Liviu Codrut Luís Carlos Rebotim Nunes Leonardo Miguel Lazarescu Jesus Esteves Luís Miguel Ferreira Joviniano Alberto Silva Quintas Luís Filipe Carvalho Pirralho Silva Couto Loris Manuel Luís Carlos Rita Bicho Ribeiro Benito Leonel Luís Sousa Ventura Luís Miguel Juan Francisco Brunhoso Teniz Luís Carlos Luís Filipe Silva Ribas Fonseca Teles Rodriguez Dominguez Lúcia Fátima Santos Aguiar Leontina Maria Fernandes Silva Luís Fontes Luís Miguel Judite Maria Silva Gil Nogueira Luís Carlos Soares Rodrigues Carvalho Friezas Sousa Silva Prates Ribeiro França Leopoldina Maria Lúcia Fátima Luís Francisco Luís Miguel Júliana Isabel Sousa Peguinho Moreira Magalhães Luís Daniel Lopes Marques Génio Moreira Fernandes Marques Cunha Santos Leopoldo José Lúcia Luís Gonzaga Luís Miguel Júliana Raquel Marques Silva Hermenegildo Sousa Luís David Cardoso Araújo Magalhães Justino Guilherme Silva Alves Lídia Inês de Lúcia Sousa Nogueira Luís Fernando Luís José Luís Miguel Lopes de Julieta Maria Almeida Alves Gomes Santos da Rocha Ribeiro Almeida Santiago Duarte Campos Lucibel Rodrigues Lídia Maria Martins Vasconcelos Luís Filipe Luís Manuel Luís Miguel Matias Julieta Maria Lopes Abreu Andrade Gomes Costa Ribeiro Ricardo Romão Ricardo Alves Lucília Maria Dias Lígia Filipa Silva Domingos Coelho Luís Filipe Luís Manuel Luís Miguel Julieta Oliveira Loureiro Rosa Balança Gaspar Estevão Cabrita Mendes Madrinha Tavares da Silva Liliana Alexandrina Lucília Maria Martins Luís Filipe Luís Manuel Luís Miguel Gaiao Sousa Graça Teles Bidarra Nabais Fernandes Martins Monteiro Gonçalves

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4. fim.indd 262 20/07/20 12:22 Luís Miguel Madalena Manuel António Manuel Fernando Manuel José Manuel Santos Leite Moreira Silva Rodrigues Vieira Soares de Oliveira Sousa Neves Coelho Fernandes Manuel Silva Melo Luís Miguel Mafalda Barros Jesus Manuel Apolinario Manuel Manuel José Nogueira Rodrigues Gonçalves Peito Ferreira Fontes Costa Marques Manuel Silva Mafalda Gomes Lopes Rodrigues Luís Miguel Manuel Augusto Manuel Ferreira Rocha Manuel José Pe Leve César Mafalda Sofia Cruz Ferreira Oliveira Figueira Bispo Manuel Silva Soares Fialho Mendes Manuel Francisco Luís Miguel Manuel Augusto Martins Catarino Manuel José Mara Sofia Mendes Prates Rodas Manuel Alberto Pereira Andrade Monteiro Santos de Oliveira Silva Santos Manuel Francisco Luís Miguel Rodrigues Manuel Carlos Prates Eusébio Manuel José Marcela Sofia Maio Ferreira Manuel Alves Ferreira Silva Moreira Medina Machado Pereira Marinheiro Manuel Henrique Luís Miguel Manuel Coelho Silva Guedes Martins Manuel José Marcelo Sales Ferreira Manuel Alves Moura Oliveira Belinha Almeida Sousa Manuel Manuel Henrique Luís Miguel Manuel Alves Conceição Coelho Pereira Gomes Manuel José Marcelo Fernando Silva Esteves Rodrigues Pação Balhana Ferreira Peixoto Manuel Conde Manuel João Maria Luís Miguel Manuel António Ferreira Paiva Neves Manuel José Marcelo Jorge Silva Garcia Bastos Inacio Pombinho Miranda Oliveira Jesus Manuel Crespo Manuel Joaquim Luís Miguel Manuel António Severino Gaspar Ferreira Pinto Manuel José Marcelo Silva Mendes Cardoso Sousa Sousa Ribeiro Monteiro Prata Salvador Manuel Manuel Joaquim Luís Miguel Domingues Alves Ferreira Rodrigues Manuel Leite Vieira Márcia Alexandra Tanganho Ferrão Manuel António Afonso Lopes César Correia Oliveira Manuel Fardilha Manuel Madureira Luís Miguel Oliveira Manuel Joaquim Queirós Márcia Cristina Bastos Vieira Loureiro Manuel António Oliveira Araújo Almeida Borges Costa Oliveira Manuel Fernando Manuel Luís Paulo Alves Silva Manuel Joaquim Magalhães Pereira Márcia Salomé Lopes Marques Manuel António Oliveira Pereira Oliveira Reis Duarte Teixeira Manuel Fernando Manuel Martins Luís Paulo Costa Pereira Neves Manuel Joaquim Rodrigues Márcio Duarte Costa Silva Ribeiro Manuel António Pinto Ferreira Ferreira Gonçalves Manuel Fernando Manuel Modesto Márcio José Morais Luís Pedro Dias Martins Manuel Joaquim Pinto Pereira Mendes Fernandes Esteves Silva Manuel António Oliveira Granja Garcia Borralho Manuel Fernando Manuel Nunes Coelho Márcio José Rocha Luís Rodrigues Gomes Silva Manuel Joaquim Pereira Dias Oliveira Manuel António Relvas Dias Manuel Oliveira Gonçalves Moreira Manuel Fernando Almeida Márcio Luís Luís Sebastiao Lopes Amaral Manuel Joaquim Alves Oliveira Castanho Paulo Manuel António Silva Vieira Manuel Neves Silva Manuel Fernando Oliveira Pereira Márcio Manuel Luísa Alexandra Mendes Alves Manuel Jorge Pires Fernandes Ramos Amorim Manuel António Fonseca Perdigão Manuel Pereira Pinto Pereira Gomes Manuel Fernando de Oliveira Maia Márcio Miguel Luísa Alexandra Moreira Teixeira Manuel Pereira Seixas Gonçalves Bragança Ramos Amorim Manuel António Manuel Jorge Pereira Santos Manuel Fernando Teixeira Marques Manuel Pereira Sousa Márcio Pereira Rosário Luísa Manuel de Sousa Pinto Ramada Pereira Azeredo Manuel António Manuel José Manuel Pinto Márcio Rafael Santos Ataíde Manuel Fernando Alves Pinto Félix Monteiro Pereira Spínola Lurdes Sousa Magalhães Silva Amorim Paulos Silva Manuel José Manuel Rocha Dias Marco Alexandre Manuel António Silva Manuel Fernando Baptista Pinto Escumalha Pires Madalena Maria Silva Esteves Alves Manuel Rocha Santos Cordeiro Dias Manuel António Manuel José Marco Alexandre Guimarães de Silva Vieira Manuel Fernando Basílio Silva Manuel Rogério Vicente Pratas Almeida Soares Dias Pereira Silva

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4. fim.indd 263 20/07/20 12:22 Marco André Marco Rafael Maria Alice Maria Catarina Dias Maria de Fátima Maria Fátima Brandão Pereira Andrade Mendes Ferreira Santos Filipe Gonçalves das Neves Ferreira Conceição Marques Silva Marco André Marcos Alberto Maria Alice Gomes Maria Celeste Maria de Fátima Coelho Sousa Pereira Sousa Gregório Miranda Alves de Sá Couto Martins Gomes Maria Fátima Ferreira Machado Marco André Gaspar Marcos André Maria Alice Moreira Maria Celeste Maria de Fátima Fontes Castelo Prates Nunes Francisco Couto Gonçalves Dias Pereira da Cruz Maria Fátima Garcia Santos Parreira Marco António Marcos António Maria Alzira Maria Celeste Pereira Maria Deolinda Gandra Oliveira Pais Gomes Campos Pereira Soares Ferreira Mota Oliveira Cosme Maria Fátima Jesus Albuquerque Marco António Marcos António Maria Amália Maria Ceu Cardoso Maria Dorinda de Moreira Cardoso Patrício Santos Pereira Cruz Almeida Costa Almeida Nicolau Pedro Maria Fátima Jesus Melo Marco António Margarida Adelina Maria Amélia Ferreira Maria Clara Maria do Rosário Pereira Martins Ramos de Figueiredo Mota Fontes Ferreira Silva Oliveira Monteiro Maria Fátima Kendall Neves Jesus Moreira Marco António Maria Amélia Ramos Maria Clara Soares Horta Margarida Alice Martins Benito Soares Ferreira Maria dos Anjos Pinho Maria Fátima Pereira Gomes Silva Fontes Laranjeira Sousa Marco Augusto Maria Amélia Maria Clarinda Correia Neto Margarida Cecília Silva Tavares Santos Relvas Maria Dulce Damas Maria Fátima Rodrigues Bento Gonçalves Pinto Bastos Marco Calò Maria Anjos Maria Conceição Margarida Pinto Sousa Alves Espírito Santo Maria Edite Silva Alves Maria Fátima Pinto Marco Daniel de Sousa Figueiredo Reis Moreira Costa Bessa Machado Maria Antónia Dias Maria Conceição Maria Elisabete Margarida Fernanda de Carvalho Martins Alves Sousa Jesus Cardoso Maria Fátima Marco Daniel Correia Fontes Silva Moreira Oliveira Tavares Maria Antonia Maria Conceição Maria Elisa Pinto Leite Margarida Rosa Santos Ribeiro Barbosa Santos Maria Fátima Marco Filipe Rocha Gomes Maria Elisa Pinto Ventura Santos Silva Vieira Maria Arminda Maria Conceição Pereira Gomes Beire Maria Adelaide Alves Vieira Oliveira Silva Maria Fátima Marco Jorge Pereira Couto Maria Emerenciana Vieira Bessa Teixeira Soares Moreira Maria Arminda Maria Conceição Pereira Guedes Maria Adelina Mendes Gonçalves Pinto Ferreira Maria Fernanda Alves Marco José Carvalho Oliveira Santos Maria Emília Oliveira Soares Maria Augusta Silva Maria Conceição Alves Moreira Marco Leandro Maria Albertina Dias Pereira Santos Martins Maria Fernanda Alves Ferreira Alves Santos Lima Maria Emília Coelhoso dos Santos Maria Aurora Maria Conceição Angélico Costa Marco Lourenço Alves Maria Albertina Oliveira Gomes Silva Pinto Maria Fernanda Faria Marques Maria Emília Ferreira Silva Marco Luís Maria Camila Maria Conceição Magalhães Silva Gomes Pereira Maria Albertina Couto Leal Silva Rocha Andrade Maria Fernanda Vieira Cruz Gomes Costa Marco Manuel Maria Candida Maria Cristina Araújo Maria Emília Ferreira da Conceição Maria Albina Costa Rodrigues Fernandes Soares Oliveira Silva Maria Fernanda Gomes Magalhães Cardoso Lopes Eusébio Marco Paulo Maria Carlinda Santos Maria Ermolinskaya Ferreira Correia Maria Aldora Oliveira Barbosa Maria Cristina Maria Fernanda Pinto da Silva Costa Pereira Maria Eugénia Ferreira Oliveira Fontes Marco Paulo Maria Carmen Boiça Marques Pereira Pires Maria Alexandra Ferreira Nunes Freitas Maria Cristina Maria Fernanda Alçada Costa Godinho Neves Reis Maria Fátima Almeida Sales Oliveira Marco Paulo Maria Carmo Gonçalves Pereira Santos Conde Maria Alexandra O. G. Santos Sousa Maria da Graça Borges Maria Fernanda Pereira Vinheiras Maria Fátima Santos Pereira Marco Pedro Maria Carmo Maria de Fátima da Amorim Alves Marques Silva Maria Alice Tavares Silva Silva Pereira Boia Maria Fernanda Almeida Pereira Maria Fátima Soares Santos Castro Moreira

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4. fim.indd 264 20/07/20 12:22 Maria Filomena Maria Helena Maria Joaquina Maria Lúcia Alves Maria Manuela Maria Silvia Jesus Ferreira Silva Soares Rodrigues Prates Gomes Soares da Silva Gomes Leal Coelho Silva

Maria Filomena Maria Helena Maria Joaquina Maria Lucília Pereira Maria Manuela Leite Maria Teresa Pereira Barros Torres Martins Laranjeira Sousa Monteiro de Sousa Silva Sousa Magalhães Abreu Castelo Branco Maria Filomena Maria Ilda Henriques Maria Joaquina Veiga Maria Luísa Maria Manuela Silva Santos Volta Silva Mendes Pereira Belinha Ricardo Magalhães Sá Maria Teresa Mendes Rocha Maria Florinda Maria Inês Costa Silva Maria José Maria Luísa Maria Manuela Conceição Cardoso Ferreira Coelho Reis Fontes Nunes Santos Maria Teresa Rato Maria Inês Soares Garcia Maria Francisca Magalhães Vale Maria José Feijao Maria Luísa Maria Manuela Lesueur Bouça Estrela Lourenço Coelho Rodrigues Rodrigues Conceição Maria Umbelina Pina Queirós Maria Inês Monteiro Ferreira da Costa Barbosa Xavier Santos Maria José Ferreira Maria Luísa Fernandes Maria Generosa Bastos Casaleiro Fonseca M. Oliveira Rosas Maria Manuela Sousa Mariana de Jesus Fernandes Santos Pinto Almeida Santos Maria Inês Sousa Lima Maria José Maria Luísa Nunes Maria Glória Caldeira Figueiredo Ferreira Silva Malta Lucas Maria Manuela Mariana Pires Madeira Coelho Espinheira Vilar Coelho Maria Inês Teixeira Maria José Maria Luísa Mariana Rosária Silva Maria Glória Fontes Figueiredo Ferreira Silva Pereira Rios Maria Margarida Gregório Moreira Pereira Silva Pereira Coelho Maria Isabel Ferreira Maria José Mendes Maria Luísa Mariana Taveira da Maria Glória Oliveira Ruivo Borda Cruz Ribeiro Paulos Rocha Gomes Maria Margarida Fonseca Ferreira Santos Pereira Água Pinto Baptista dos Santos Maria José Pereira Silva Maria Lurdes Maria Gomes Maria Ivone Baptista Pereira Maria Margarida Maribel Oliveira Santos Leite Couto Silva Maria José Pinto Santos Pais Cosme Silva Ferreira Silva Santos Maria Lurdes Maria Graça Maria Jacinta Jesus Ferreira Maria Olimpia Marilia Braga Medeiros Adelino Vieira Ribeiro Oliveira Maria José Rodrigues Oliveira Bastos Sousa Tavares Maria Lurdes Marilia Conceição Maria Graça Maria Jerónima Mendes Libório Maria Olinda Aldeia Brás Gonzaga Mendes Mendes Páscoa Maria José Santos Silva Santos Silva Rosalino Maria Lurdes MariliaJosé Ribeiro Maria Graça Maria José Silva Bastos Neves Ferreira Maria Pilar Arbona Borda Água Monteiro Oliveira Gomes Maria Joana Palmeiro Gonçalves Moreira Silva Maria José Silva Maria Lurdes Pereira Braga Pimenta Marilia Manuela Maria Graça Azevedo Meireles Teixeira Silva Lopes Cruz António Frade Rocha Oliveira Maria Prazeres Maria João Brites Alves Maria José Sousa Maria Lurdes Fernandes Alves Marina Célia Maria Graça Belinha Santos Oliveira Coutinho Neves Silva Alves Maria João Maria Rita Pires Carvalho Sousa Maria Júlia Maria Lurdes Esperança Santos Marinha Gabriela Maria Graça Martins Morgado Sousa Pereira Rodrigues Santos Silva Fernandes Maria João da Silva Maria Rosa Santos Martins Maria Julieta Coutinho Maria Luz Paiva Maia Marinheiro Marinha Jesus Maria Helena Correia Oliveira Sa Alves da Silva Maria João Henriques Maria Madalena Maria Rosa Serrao Zeferino Coelho Maria La Salete Oliveira Santos Ferreira Nunes Mário Alberto Santos Maria Helena Brito Paradela Gomes Cunha Folha Gonçalves Brás Maria João Maria Madalena Maria Rosário Dias Marques Matias Maria La Salete Santos Relvas Saramago Graça Mário Alexandre Maria Helena Soares Pereira Azevedo Ferreira Leandro Sá Pereira Maria João Maria Manuela Maria Rosário Quintão Barbosa Maria Lidia Jesus Almeida Silva Santos Vasconcelos Alves Mário André Maria Helena Santos Monteiro Magalhães Silva Moreira Silva Maria João Santos Maria Manuela Monteiro Maria Lúcia Almeida de Jesus Gonçalves Maria Salomé Tavares Mário André Maria Helena Lima Fernandes Santos Pacheco Silva Silva Costa Mota Silva Maria João Silva Rosa Prates

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4. fim.indd 265 20/07/20 12:22 Mário António Mário Oliveira Soares Martinho Ribeiro Miguel Ângelo Nancy Pinto Alves Noélia Maria Gonçalves Bernardes Palmeiro de Azevedo Matos Dias Marramaque Mário Pereira Oliveira Napoleão Pereira Martinho Rocha Miguel Ângelo Oliveira Santos Norberto Ferreira Mário Bruno Mário Rui Gonçalves Madureira Pires Barbacinhas Conceição Silva Santos Rodrigues Pereira Brandão Natália Alyssa Mary Cruz Penélope Miguel Ângelo Papadopoulos Norberto Ribeiro Mário Candido Pinto Mário Ruivo Plácido Rosas Silva Fernandes Magalhães Felismino Mateus Santos Coutinho Ferreira Apura Maryna Oleksadrivna Miguel António Natálina Matos Silva Norberto Xavier Mário Filipe Carvalho Mário Silva Magalhães Yaroshenko Oliveira Gomes Santos Silva Semblano Nélia Maria Grossinho Mário Soares Pereira Mateus Ferreira Rocha Miguel Cruz Santos Farinha Alves Norberto Xavier Mário Filipe Ferreira Santos Silva Bento Pinho Marisa Sofia Mauro Guilherme Miguel Domingos Nélio Filipe Neves Oliveira Oliveira Silva Martins Nunes Barata Nuno Alexandre Mário Floro da Silva Santos Oliveira Malheiro Marla Salomé Maximilian Miguel Filipe Lacerda Nélio Mendes Pedro Moreira Martins Rodrigues Gomes Lopes Baptista Nuno Alexandre Mário Gabriel Nélson Alexandre Silva Rocha Cunha Ferreira Marlene dos Micael da Silva Miguel Freire Campos Alves Santos Tavares Oliveira Albuquerque Nuno André Mário Gil Lopes Ferreira Cabral Nélson António Fernandes Palma Caldeira Marlene Fátima Micael Filipe Santos Duarte Lima Santos Silva Sousa Dinis Miguel Gomes Sá Nuno André Mário João Silva Maia Nélson dos Gandra Dias Marlene Susana Micaela Ferreira Miguel José Dias Neves Santos Silva Mário Joaquim Ferreira Peixoto Carneiro Nuno Azevedo Oliveira Lima Miguel Rocha Silva Nélson Edgar Correia Márlon Jesus Mickael Robert Lopes Ribeiro Mário Joaquim Mascarenhas Resende Coelho Miguel Santos Nuno César Oliveira Rocha Moreira de Sá Pereira Fernandes Lasbarréres Nélson Fernando Dias Moreira Camelo Oliveira Silva Mário Jorge Marta Barradas Mickael Santos Nuno Daniel Ferreira Martins Gonçalves Moises Amável Nélson Filipe Oliveira Costa Mickael Silva Ferreira Mendes Ligeiro Silva Oliveira Mário Jorge Marta Conceição Mesquita Nuno Edgar Silva Rodrigues Santos Pacheco Moisés Fernando Nélson Jorge Sousa Relvas Miguel Alexandre Oliveira Pedrosa da Costa Pereira Mário José Marta Cristina Fernandes Bengalinha Ribeiro Nuno Fernando Castro Resende da Costa Garcia Nélson José Costa Cruz Miguel Alexandre Moisés Filipe Barros Marques Mário José Marta Cristina Matos Fernandes Ferreira Silva Nuno Fernando Fundo Redondo Reis Leal Nélson José Silva Caetano Miguel Ângelo da Moisés Varela Godinho Mário José Gonçalves Marta Cristina Costa Guimbra Oliveira Cancela Nuno Filipe Nunes Lino Soares Carvalho Nélson Manuel Ferreira Oliveira Miguel Ângelo Moisés Oliveira Silva Branco Semedo Mário José Santos Marta Filipa Devesas da Rocha Nuno Filipe Martins Ramos Mónica Alexandra Nélson Manuel Martins Couto Mário José Miguel Ângelo Dias Moutinho Leal Peseiro Vieira Soares Marta Filomena da Costa Barros Nuno Filipe Silva Alves Mónica Regina Nélson Manuel Pereira Abreu Mário Luís Miguel Ângelo Sousa Pinto Simão Bárbara Silva Cardoso Marta Gilbert Reinas Dias Pinto Nuno Filipe Nádia Maria Nélson Paulo Pereira Loureiro Mário Manuel Nunes Marta Pinto Miguel Ângelo Farinha Carita Oliveira Santos da Rocha Cunha da Silva Rato Lima Martins Nuno Filipe Ribeiro Nádia Sofia Nélson Tiago B Naia Martins Mário Manuel Marta Roberta Miguel Ângelo Caneira Fino ento Martins Silva Rodrigues Caetano Leite Lopes Gonçalves Nuno Filipe Vilela Nanci Patrícia Nicolau Barbosa Sousa Oliveira Barroca Mário Nuno Marta Sofia Miguel Ângelo Ferreira Carvalho Coutinho Lopes Lourenço Teixeira Oliveira Amorim

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4. fim.indd 266 20/07/20 12:22 Nuno Gabriel Silva Nuno Pinto da Cruz Patrícia Filipa Paula Maria Paulo António Silva Paulo Jorge Fernandes Almeida Pinho Lameiras Domingos Barbosa Marques Neves Carmo Nuno Ricardo Nuno Gonçalo Nogueira Oliveira Patrícia Isabel Paula Maria Paulo César Paulo Jorge Coutinho Faustino Mendes Lopes Gafaniz Magalhães Gomes Miguel Alves Pereira Silva

Nuno Henrique Nuno Santos Galego Patrícia Manuela Paula Maria Paulo da Mota Oliveira Paulo Jorge Pinto Correia Sousa Gonçalves Ribeiro Neves Reis Magalhães Nuno Santos Galego Paulo Dinis Vale Lopes Nuno Jesus Patrícia Rafaela Paula Marisa Paulo Jorge Patrício Gomes Nuno Xavier Vieira de Castro Dias Moutinho Paulo Diogo Santos Aguiar Silva Mota Pinto Nunes Nuno José Patrícia Raquel Paulo Adriano Paulo Santos Octavio Augusto Santos Ferreira Silva Sá Couto Paulo Elder Silva Monteiro Pinto Borges Silva Pinho Nuno José Sousa Leal Patrick António Paulo Alexandre Paulo José Odete Maria Prates Sabino Carvalho Ferreira Paulo Fernando Jacinto Silvestre Nuno Luís Rodrigues Lopes Couto Oliveira Ribeiro Lopes Paula Adriana Paulo Alexandre Paulo José Olga Margarida Costa Oliveira Conceição Freitas Paulo Francisco Meneses Fernandes Nuno Manuel Soares Pinto Arromba Ferreira Dias Paula Alexandra de Paulo Alexandre Paulo José Olinda Gomes Sá Jesus Pereira Bento Marques Soares Paulo Jaime Prates Estrada Nuno Manuel Silva Ferreira Pereira Silva Olinda Jesus Rodrigues Paula Cristina Ferreira Paulo Alexandre Paulo Manuel Ferreira Salvador Cruz Oliveira Narciso Varela Paulo Jorge Alves Silva Costa Bessa Nuno Manuel Tapadas Silva Rondão Olinto Manuel Paula Cristina Jesus Paulo Jorge Paulo Manuel Mouta Fonseca Rosa Farinha Paulo Alexandre Baptista Silva Dias Freire Nuno Miguel Oliveira Ferreira Alves Filipe Oliverio Duarte Paula Cristina Paulo Jorge Paulo Manuel Rodrigues Pinto Oliveira Rodrigues Paulo Alexandre Costa Cardoso Espinheira Silva Nuno Miguel Pereira Mota Andrés Macedo Olívia Manuela Paula Cristina Pereira Paulo Jorge Devezas Paulo Manuel Oliveira Rodrigues Castro Fardilha Paulo Alexandre Oliveira Campos São Martinho Nuno Miguel Pinho Ferreira Dias Braz Silva Olívio Carlos Paula Cristina Pinto Paulo Jorge Paulo Manuel Santos Couto Ribeiro Sousa Paulo Alexandre Estevão Francisco Santos Luís Nuno Miguel Raminhos Raposo Dias Mendes Orlando António Paula Fernanda Paulo Jorge Paulo Manuel Coelho Ribeiro Ramos Amorim Paulo Alexandre Fernandes Santos Silva Feijão Nuno Miguel Ribeiro Trancoso Esperança Orlando Pereira Alves Paula Isabel Custódio Paulo Jorge Paulo Miguel Ferraz Filipe Agostinho Paulo Alexandre Ferreira Coelho de Oliveira Nuno Miguel Orlando Salvador Ruas Pereira Garcia Ramos Rodrigues Marques Paula Isabel Sousa Paulo Jorge Paulo Miguel Fonseca Paulo Alexandre Ferreira Pais Ramos Ferreira Nuno Miguel Óscar Manuel Vítorino Perdigão Gonçalves Reis Ferreira Bita Paula Manuela Silva Paulo Jorge Paulo Miguel Madureira Paulo Amaro Ferreira Silva Rodrigues Ferreira Nuno Miguel Osvaldo Manuel Silva Oliveira Leça Barbosa Oliveira Gonçalves Paula Maria Alves Paulo Jorge Luís Matias Paulo Miguel Santos Tavares Paulo Américo Silva Pereira Nuno Miguel Martins Patrícia Alexandra Henriques Oliveira Paulo Jorge Borda Água Costa Pereira Fresco Paula Maria Marques Figueiredo Paulo Renato de Barros Mesquita Paulo Andrade Amorim Fontes Nuno Miguel Patrícia Alexandra Amorim Paulo Jorge Oliveira Pereira Nunes Carvalho Paula Maria Marques Padeiro Paulo Renato Ferreira Reis Paulo André Jesus Sousa Nuno Miguel Patrícia Araújo Rodrigues Remelgado Paulo Jorge Matias Rodrigues Freire Oliveira Paula Maria Ferreira Rosa Paulo Renato Jacinto Ribeiro Paulo António Mendes Freitas Nuno Miguel Teixeira Patrícia Eusébio Amorim Rodrigues Paulo Jorge Pinho Ribeiro Caneira Moiteira Coelho

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4. fim.indd 267 20/07/20 12:22 Paulo Ribeiro Pedro da Silva Granja Pedro Luís Pipa Pedro Miguel Pedro Miguel Rafael Costa Oliveira Lobo Nunes Canedo Pereira Gomes Santos Tacão Silva Da Silva Rafael da Rocha Paulo Ricardo Barbosa Tomás Pedro Miguel Pedro Nuno Alves Ramalho Santos Oliveira Pedro Manuel Gomes Silva Ferreira Couto Pedro Ernesto Bento Evangelista Rafael da Paulo Ricardo Marques Dias Pedro Miguel Pedro Nuno Silva Amorim Silva Oliveira Pedro Manuel Gonçalves Catarino Esteves Duarte Pedro Fernando Dias Alcobia Rafael Duarte Paulo Ricardo Lopes Rodrigues Pedro Miguel Pedro Nuno Neves Canejo Sousa Gomes Pedro Manuel Grossinho Farinha Oliveira Lopo Pedro Ferreira da Silva Fernandes Rafael Gonçalves Paulo Rosa Alves Rodrigues Jesus Pedro Miguel Pedro Nuno Peres de Costa Pedro Ferreira Ribeiro Jesus Coelho Freitas Felisberto Paulo Sérgio Pedro Manuel Rafael José Andrade Simões Pedro Filipe Martins Bonito Pedro Miguel Pedro Nuno Ricardo Fragoso Almeida Carneiro Lopes Gonçalves Rocha Rodrigues Paulo Sérgio Pedro Manuel Rafael Ribeiro Dias Páscoa Pedro Filipe Nunes Sobreira Pedro Miguel Pedro Nuno Magalhães Fernandes Pais Monteiro Coelho Santos Pinho Paulo Sérgio Pedro Manuel Rafael Silva Cardoso Ferreira Guedes Pedro Filipe Pinto Costa Pedro Miguel Pedro Nuno Santos Veiga Fontes Monteiro Silva Tavares Oliveira Rafaela Morris Paulo Sérgio Pedro Mário Santos Pinto Pereira Gomes Mota Pedro Gabriel Dias Lopes Pedro Miguel Pedro Nuno Feiteira Pinto Oliveira Baptista Silva Afonso Ralf Hilker Paulo Sérgio Pedro Miguel Sá Oliveira Pedro Guedes Alves Moreira Pedro Miguel Pedro Nuno Ramiro Ferreira de Carvalho Oliveira Ribeiro Silva Marques Rodrigues Paulo Sérgio Sá Pereira da Costa Leite Pedro Miguel Antunes Pedro Miguel Pedro Nuno Ramiro Gueifão Paulo Sérgio Pedro Henrique Pedro Miguel Oliveira Rios Tavares Pereira Esteves Vilar Santos Matos Félix Baptista Borges Pedro Miguel Pedro Ricardo Ramiro Manuel Pedro Aguiar Pedro Ivan Pedro Miguel Pargana Vila Nova Rodrigues Oliveira Ferreira Pinto Tavares Silva Cerdeirinha Pinto Bento Esteves Pedro Miguel Pedro Rui Raphael Andrade Pedro Alberto Pedro Ivo Moreira Dias Pedro Miguel Pereira Baptista Santos Teixeira Barbosa Alves Silva Costa Teixeira Pedro Joaquim Pedro Miguel Pedro Silva Fernandes Raquel Laranjeira Pedro Alberto Pereira Godinho Pedro Miguel Pinto de Sá dos Santos Oliveira Garcia Domingues Pereira Pedro Soares Pedro Jorge Pedro Miguel Raquel Sousa Couto Pedro Alberto Ferreira Magalhães Pedro Miguel dos Rodrigues Fernandes Pedro Sousa Silva Baptista Santos Monteiro Ferreira Gomes Raquel Susana Pedro Jorge Pedro Miguel Vasques Lopes Pedro Alexandre Gonçalves Jesus Pedro Miguel Rodrigues Luís Pedro Tiago Antunes Silva Godinho Salvado Leite Oliveira Raul Antenor Pedro Jorge Guedes Pedro Miguel Silva Querido Pedro Alexandre Santos Pereira Pedro Miguel Salazar Ferreira Pedro Xavier Correia Brito Ferreira Gonçalves Santos Castro Raul António Pedro Jorge Pedro Miguel Charrua Galveia Pedro Alexandre Sousa Amorim Pedro Miguel Grazinha Santos Fernandes Peter Delgado Pulido Simoes Mota Lameira Da Silva Raul Manuel Moreira Pedro José Pedro Miguel Quintino Rodrigues Damas Sousa Pedro Alves Sá Matos Florindo Pedro Miguel Silva Ferreira Pais Cosme Ferreira Pinto Regina Célia Pinho Pedro António Pedro José Tavares Pedro Miguel Quirino Silva Fontes Castro Ferreira Pitrez dos Santos Pedro Miguel Ferreira Soares Santos Fernandes Alves Ramalho Pinto Reinaldo Jesus Pedro Barros Resende Pedro Laurindo Pedro Miguel Rafael Alves da Rocha Marques de Sousa Carvalho Pedro Miguel Sousa Martins Pedro da Silva Basto Figueiredo Cavaco Rafael Amadeu Renata Manuela Guedes Moreira Borges de Oliveira

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4. fim.indd 268 20/07/20 12:22 Rosado Lopes Ricardo Ferreira Ricardo Jorge Ricardo Miguel Rodrigo António Rosária Rosa Correia Valadares Soares da Fonseca Gonçalves Costa Damásio Umbelino Carvalho Possante Renato Alves Batista Ricardo Filipe Ricardo Jorge Taveira Ricardo Miguel Rodrigo Fonseca Rosinda Maria Renato André Almeida Assunção Guedes Paiva Ribeiro Neves Soares Mourato Cordeiro Silva Pereira Dias Pinto Ricardo Filipe Ricardo Jorge Taveira Ricardo Miguel Rodrigo José Pires Silva Rúben Edgar Renato Filipe Amorim Sousa Guedes Paiva Ribeiro Rodrigues Rocha Rocha Gomes Monteiro Sanguedo Rodrigo Manuel Ricardo Filipe Dias Ricardo José Ricardo Miguel Silva Prates Mata Rúben Emanuel Renato Joel Lucas Cardoso Couto Carvalho Pinho Nogueira Santos Lima Correia Martins Rodrigo Manuel Ricardo Filipe Ricardo José Ricardo Miguel Teixeira de Rúben Fernandes Renato Manuel Fontes Castro Lima Pereira Valada Ferreira Albuquerque C Guedes Oliveira Silva Neves Ropio Ricardo Filipe Ricardo José Ricardo Nuno Rodrigo Pereira Rúben Filipe Rene Christophe Oliveira Duarte Martins Branco Paulino Dias Machado Alves Moreira Fouquet Ricardo Filipe Ricardo José Ricardo Nuno Santos Rodrigo Teixeira Rúben Filipe da Ricardo Alexandre Pereira Soares Nicolau de Jesus Silva Campos Moreira Silva Amorim Rodrigues Castro Ricardo Filipe Ricardo José Ricardo Santos Rogério Amorim Rúben Joel Ricardo André Pinho Teixeira Pereira Silva Monteiro Pereira Costa Gomes Pinto Alves Sampaio Ricardo Filipe Ricardo José Ricardo Silva Brandão Rogério Augusto Rúben José Ricardo André Pisqueno Oliveira Tavares Oliveira Ferreira Espírito Santo Tavares Silva Sousa Mesquita Gomes Ricardo Silva Pires Ricardo Lopes Rogério Fernando Rúben Machado Ricardo Anjos Costa Ricardo Filipe Gama Fonseca Ricardo Xavier Guimarães Mesquita Ferreira Ribeiro Silva Tavares da Silva Ricardo António Ricardo Manuel Rogério Paulo Ferreira Rúben Manuel Costa Rodrigues Lago Ricardo João Alves Teixeira Rita Ângela Sousa Nunes de Matos Varela Matias Coelho Gomes Brandão Ricardo António Ricardo Manuel Rogério Pereira Rubén Molina García Silva Santos Ricardo Joaquim Barroca Ferreira Rita Antonieta Assunção Ferreira Silva Gomes Castro Rúben Silva Pinho Ricardo Casimiro Ricardo Manuel Romeo Puiu Brandaia Cruz Ricardo Joel Calado Mendes Rita Vicente Martins Rudolfo José Ribeiro Nordeste Faria Bastos Vinagre Rosa Carolina Pinto de Miranda Roberto Barradas Machado Castro Vieira Ricardo Daniel Ricardo Jorge Ricardo Manuel Gonçalves Rui Alberto Silva Pinto Branquinho Silva Bráz Silva Coelho Leitao Rosa Fátima Henriques Roberto Carlos Carvalho Simões Rui Alexandre Ricardo Jorge Ricardo Manuel Pereira Pinto Severino Cordeiro Ricardo Daniel Carvalho Nascimento Ferreira Rocha Rosa Maria Lopes Dias Cacheira Vieira Roberto Daniel Castro Fisteus Ricardo Manuel dos Santos Dias Rui André Ricardo Daniel Ricardo Oliveira Rosa Maria Rocha Rodrigues Silva Ferreira Gomes Cecílio Ribeiro Roberto Filipe Vieira Relvas Oliveira Ricardo Manuel do Nascimento Rui António Ricardo Daniel Ricardo Jorge Coelho Pereira Barbosa Rosa Maria Lopes Vieira Santos Domingues Mendonça Roberto Joel Sousa Santos Ricardo Manuel Barradas Pires Rui António Ricardo Daniel Ricardo Jorge Rocha Magalhães Rosa Moreira Silva Pinto Vinagre Silva Ferreira Gomes Nunes André Roberto Manuel Ricardo Manuel Silva Freitas Rosa Neves Reis Rui Fernando Ricardo Daniel Ricardo Jorge Sousa Neves Prates Rocha Silva Sousa Sá Marques Roberto Paulo Pinto Rosa Paula Ricardo Manuel Melo Sá Couto Rodrigues Cruz Rui Fernando Santos Ricardo Daniel Ricardo Jorge Teixeira Silva Morim Ferreira Vieira Sousa Silva Oliveira Roberto Pickel David Rosalina Couto Sousa Ricardo Miguel Rui Fernando Ricardo Fernando Ricardo Jorge Silva Castanheira Ribeiro Rodrigo Alexandre Rosalina Maria Dias Sousa Vieira Gomes da Mota Tavares Moreira Lopes Queimadelas Saramago Elias

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4. fim.indd 269 20/07/20 12:22 Rui Filipe Rui Mamede Rui Miguel Samuel Pedro Sara Santos Dinis Sérgio Manuel Cardoso Alves Ribeiro Rocha Costa Carmo Teixeira dos Santos Coelho Alfredo Sarah Lagorsse Rui Filipe Carvalhais Rui Manuel Rui Miguel Sandra Carina Ribeiro Pontes Sérgio Manuel Fernandes Alves Pereira Costa Fernandes Oliveira Magalhães Gomes Ferreira Saúl Pedro Rui Filipe Castro Silva Rui Manuel Rui Miguel Sandra Cristina Pinto Correia Sérgio Manuel Morais Canha Nunes Garcia Rodrigues Filipa Guerra Pires Lobo Ferreira Rui Filipe Dias Pereira Sebastiao Henrique Rui Manuel Rui Miguel Sandra Cristina Damas Gonçalves Sérgio Manuel Rui Filipe Castro Azevedo Gomes Pereira Matildes Gonçalves Nobre Ricardo Espadinha Serrano Selma Vanessa Rui Manuel da Rui Miguel Sandra Isabel Alves Silva Ribeiro Sérgio Manuel Rui Filipe Rama Pratas Mendes Godinho Marques Nunes Ribeiro Sousa Ferreira Silva Serafim Saul Rui Manuel Rui Miguel Sandra Luísa Tavares Silva Sérgio Manuel Rui Filipe Ferro Ferreira Dias Pereira Mendes Silva Escadas Semedo Pita Martins Teixeira Sérgio Alberto Rui Manuel Rui Miguel Pereira Sandra Manuela Peres Soares Pinho Sérgio Manuel Rui Filipe Ferreira Sousa Rodrigues Oliveira Pedrosa Serrão Lopes Gomes Nunes Sérgio André Rui Manuel Ferreira Rui Miguel Sá Ferreira Sandra Maria Leite Pinto Sérgio Manuel Rui Filipe Sousa Oliveira da Silva e Sá Sousa Silva Vaz Mesquita Santos Rui Miguel Sérgio Augusto Rui Manuel Santos Cadete Sandra Maria Ferreira da Costa Sérgio Miguel da Silva Rui Filipe Pereira Gonçalves Martins Mota Medas Lima de Oliveira Castro Rui Miguel Sousa Sérgio Augusto Rui Manuel Lopes Castanheira Sandra Maria Vieira Martins Sérgio Miguel Rui Filipe Rocha Costa Borda Água Oliveira Lopes Silva Feliciano Alexandre Rui Pedro Sérgio Avelino Rui Filipe Sousa Relvas Rui Manuel Ferreira Cruz Sandra Maria Oliveira Tavares Sérgio Miguel Lopes Fernandes Sousa Alexandrino Resende Rocha Rui Francisco Brás Rui Pedro Oliveira Sérgio Castro Silva Vieira Escaninha Rui Manuel Sacramento Sandra Marina Sérgio Miguel Magalhães Cláudio Veríssimo Sardinha Sérgio Conceição Rodrigues Crista Rui Galveias Rui Pedro Rodrigues Henriques Ramos Simão Rui Manuel Mendes Pinho Santos Sérgio Miguel Dias Cruz Sandra Marisa Sá Silva Sérgio Daniel Silva Ribeiro Rui Gil Almeida Rui Pedro Santos Pinto Marques de Sá Amorim Rodrigues Rui Manuel Sandra Patrícia Sérgio Miguel Nunes Santos Rui Rodrigues Pedrosa Bem Sérgio Eduardo Tacão Silva Rui João Correia Mendes Rosado Guedes Sousa Madureira Rui Manuel Sandra Sofia Sérgio Miguel Pereira Conceição Rui Samuel Moreira Santos Sérgio Fábio Teixeira Moreira Rui Jorge Barroso Ribeiro Antunes Oliveira Coelho Clemente Rui Manuel Sandrine Sérgio Nuno Silva Pessoa Canelas Salomé Santos Martins Miraglia da Silva Sérgio Filipe Carvalho Rui Jorge Costa Leite Campos da Cunha Rui Manuel Salvador José Sandro André Sérgio Paulo Oliveira Rui Jorge Rios Gomes Santos Silva Jesus Carapuço Sérgio Filipe Santos Couto Dias Silva Correia Sousa Rui Manuel Salvador Pinto Costa Sandro Manuel Sérgio Paulo Rui Jorge Rocha Ferreira Correia Pestana Sérgio Manuel Silva Godinho Ferreira Santos Samuel Alberto Raposo Santos Almeida Castro Rui Manuel Tavares Silva Sérgio Tiago Rui José Alves Rodrigues Rocha Sansão Silva Cardoso Sérgio Manuel Soares Carvalho Gonçalves Samuel André António Rui Manuel Silva Silva Cardoso Sara Conceição Seungjun Oh Rui Justino Ferreira Rocha da Silva Sérgio Manuel Cruz Francisco Samuel Fernandes Caldeira Cabeçana Sidónia Maria Rui Manuel Silva Regal Ferreira Sara Maria Silva Ribeiro Mota Rui Lúciano Palhares Sérgio Manuel Oliveira Magalhães Rui Manuel Samuel Gomes Silva Carvalho Silva Silverio Luís Viamonte Gomes Sara Raquel Silva Colácio Caetano Júlio

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4. fim.indd 270 20/07/20 12:22 Sílvia Alexandra Sónia Patricia Teresa Alexandra Tiago Filipe Pinto Tiago Miguel Victor Firmino Coelho Silva Jesus Ferreira Silva Valente Melo Sá Couto Gomes Lopes Rocha Serra

Sílvia Alexandra Sónia Vieira Ervedoso Teresa Lima Rodrigues Tiago Filipe Pires Tiago Miguel Victor Hugo Lampreia da Steµen Schmid Pinto Bragança Jesus Cavaco da Rocha Monteiro Cruz Soeiro Teresa Maria Cardoso Susana Alexandra Pereira Mota Tiago Filipe Silva Pinto Tiago Miguel Victor Hugo Sílvia Daniela Quintas Patrício Matos Costa Moreira Ferreira Gomes Teixeira Thomas Hamelin Tiago Francisco Susana Cristina Pinto de Sousa Tiago Miguel Victor Hugo Sílvia Maria Rodrigues Tavares de Pinho Thomas Peroutka Rodrigues de Sá Soares Pereira Gomes Pinto Tiago Gabriel Susana Inês Branco Tiago Alexandre da Silva Carmo Tiago Nuno Victor Lino Silvina Maria Oliveira da Silva Mendonça Couto Cardoso Flores de Matos Silva Oliveira Gomes Tavares Montenegro Tiago Henrique Tiago Alexandre Sousa Tavares Tiago Oliveira Pedrosa Victor Manuel Silvina Paula Susana Madalena Teixeira Rodrigues Costa Pereira Ferreira Silva Cardoso Guedes Álvaro Tiago Joaquim Ferreira Tiago Oliveira Simões Victor Manuel Silvio Jorge Susana Maria Alves Tiago André Tiago Jorge Tiago Perry Ribeiro Ferreira Gomes Pinheiro Vieira Azevedo Oliveira Gomes Lopes Pacheco Tomás Pinto Leite Victor Manuel Silvio Paulo Susana Maria Brandão Tiago André Tiago José Fernandes Magalhães Martinho Ferreira Silva Marques Sousa Rocha Pinto Oliveira Lopes Madureira Valdemar Victor Manuel Silvio Rodrigues Susana Maria Ferreira Tiago André Tiago José Magalhães Gomes Moreira Soares Santos Oliveira Monteiro Silva Costa Gonçalves Valdemar Victor Marquez Simão António Susana Maria Neves Tiago António Silva Tiago José Pereira Soares Dominguez Carvalho Rodrigues Ferreira Martins Pereira Fernandes Pacheco Pinho Valerio António Silva Viktor Tymoshchuk Simão Belchior Susana Paula Tiago António Tiago José Ribeiro Marques Cruz Figueiredo Castanhas Sousa Pinto de Paiva Vanda Isabel Nunes Virgílio José Demédio Gaga Magriço Simão Xavier da Susana Paula Tiago Cabral Pimentel Tiago José Silva Rodrigues Lopes Rocha Silva Moreira Vanessa Filipa Virginia Maria Tiago Costa Gonçalves Clemente Teixeira Sousa Moreira Sofia Bessa Campos Susana Pinto Araújo Tiago José Vítorino Silva Estima Martins Tiago da Cruz Silva Pacheco Vanessa Liliana Vital Manuel Sofia Cristina Ribeiro Gavina Vieira Silva Ferreira Eira-Velha Susana Raquel Tiago David Tiago Machado Carvalho Tavares Sousa Oliveira Ferreira Vânia Gisela Vítor Bruno Espírito Sofia de Oliveira Silva Santos Santo Neves Mendes Lopes Susana Soares Oliveira Tiago de Lima Tiago Manuel Dias Garcia Silva Santos Leite Vânia Maria Vítor Cardoso Sofia Lima da Silva Tânia Catarina Eusébio Oliveira Ferreira Valente Pimenta Lopes Tiago Dias Luz Tiago Manuel Sofia Oliveira Ribeiro Duarte Ferreira Vânia Patrícia Vítor Carlos Ferreira Amorim Tiago Emílio Domingues de Castro Coelho Cecília Tânia Daniela Rocha Alves Lopes Tiago Manuel Sofia Pereira da Silva Raimundo Maia Fonseca Pereira Vasco Ricardo Vítor Daniel de Moura Paixão Tiago Gomes Pinho Santos Correia Tânia de Fernandes Rocha Tiago Manuel Sónia Alexandra Oliveira Tavares Pereira Rodrigues Vasco Manuel Vítor Diogo Sousa Oliveira Pinto Tiago Fernando Pinto Pedro Machado Espírito Santo Telma Filipa Vieira Almeida Tiago Manuel Sónia Cristina Faria Teixeira Silva Moreira Venâncio Manuel Vítor Emanuel Ventura Pereira Tiago Filipe Rodrigues Fernandes Ferreira Carneiro Telmo Ferreira Santos Cunha Portela Tiago Miguel Sónia Maria Cabrita Martins Vera Liliana Vítor Emanuel Fernandes Vidal Telmo Gonçalves Tiago Filipe Ferreira Silva Marques Vieira Barbosa Monteiro Barros Tiago Miguel Sónia Marisa Ribeiro Custódio Correia Vera Lúcia Vítor Fernando Gomes Pereira Telmo Manuel Tiago Filipe Tavares Gomes Gonçalves Sousa Leite Silva Monteiro Martins

4. fim.indd 271 20/07/20 12:22 Vítor Fernando Vítor Manuel Yaneth Carla Nunes Vieira Cardoso Jesus Graça Correia de Sousa

Vítor Filipe Vítor Manuel Yaroslav Zvarych Ribeiro Couto Laranjeira Neves Zélia Cristina Ferreira Vítor Hugo Vítor Manuel Silvério Neves Coelho Martins Moreira Azevedo Zélia Maria Azevedo Vítor Hugo Vítor Manuel Castro Cardoso de Oliveira Jesus Moreira Pinto

Vítor Hugo Vitor Manuel Ferreira Gomes Pereira Sousa

Vítor Hugo Vítor Manuel Gomes Damas Ribeiro Almeida

Vítor Hugo Vítor Manuel Neves Silvério Rocha Moreira

Vítor Hugo Vítor Manuel Silva Mendes Rodrigues Guerra

Vítor Hugo Silva Vítor Manuel Pereira Silva Santos

Vítor José Vitor Manuel Silva Ramalho Silva Santos

Vítor Manuel Vitor Manuel Almeida Rodrigues Sousa Lima

Vítor Manuel Vítor Manuel Alves Silva Sousa Martins

Vítor Manuel Vítor Manuel Barbosa Sousa Teixeira Cruz

Vítor Manuel Vitor Miguel Batista Neves Baptista Paiva

Vítor Manuel Vítor Oliveira Martins Ferreira Sousa Vítor Paulo Vítor Manuel Pinto Tavares Gomes Costa Vítorino Fontes Vítor Manuel Rodrigues Carvalho Gomes Ferreira Vitorino Pereira Silva Vítor Manuel Gomes Pereira Vladimir Andronachi

Vítor Manuel Volodymyr Gomes Ribeiro Podorozhko

Vítor Manuel Wilson Diogo Gomes Sá Ferreira Santos

Vítor Manuel Wilson Roberto Gonçalves Martins Silva Pereira

4. fim.indd 272 20/07/20 12:22 200 × 260 SPINE: 27 FLAPS: 0

Lara Jacinto (1982) vive e trabalha a partir do Porto. Formou-se em Design Multimédia (Universidade da Beira Interior) e mais tarde em Fotografia (Instituto Português de Fotografia do Porto). Trabalha como fotógrafa indepen- dente, focada em projectos documentais. O seu trabalho aborda temas contemporâneos centrados em questões sociais, territoriais e emigração. Trabalha regularmente em encomendas para instituições públicas e privadas e o seu trabalho é exibido e publicado regularmente. É co-funda- dora da COLECTIVO, uma plataforma experimental e de pesquisa dedicada ao documentário. TRAÇOS DE

coordenação impressão e Corticeira Amorim© 2020 Alexandra Godinho acabamento Rua de Meladas 380 Rafael Alves da Rocha Gráfica Maiadouro, SA 4536-902 Mozelos VFR fotografia tiragem Portugal Lara Jacinto 4 000 www.amorim.com redação edição Ricardo Miguel Gomes Julho 2020, Porto Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida, sob copyright e imagens design qualquer forma ou por qualquer Corticeira Amorim Atelier d’alves meio, sem prévio consentimento. depósito legal 471 951/20 GENTE

capa INT_materica clay 2 NOVA 20-07-2020.indd 1 20/07/20 16:15