Relatos De Guerra De Veteranos Da FEB
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA Memórias do front: Relatos de guerra de veteranos da FEB Luciano Bastos Meron Salvador 2009 Luciano Bastos Meron Memórias do front: Relatos de guerra de veteranos da FEB Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em História. Orientador: Prof. Dr. Carlos Eugênio Libano Soares Salvador 2009 __________________________________________________________________________ Meron, Luciano Bastos M567 Memórias do front: relatos de guerra de veteranos da FEB / Luciano Bastos Meron. -- Salvador, 2009. 160 f. Orientador: Prof. Dr. Carlos Eugênio Líbano Soares Dissertação (mestrado) – Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 2009. 1. Guerra Mundial, 1939-1945 - Brasil. 2. Brasil. Força Expedicionária Brasileira 3. Memória. 4. Brasil – Política e Governo - 1939-1945. 5. Brasil – Exército – História II. Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. III.Título. CDD – 940.5381 ___________________________________________________________________________ Luciano Bastos Meron Memórias do front: Relatos de guerra de veteranos da FEB Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História Social, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em História. Orientador: Prof. Dr. Carlos Eugênio Libano Soares BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Prof. Dr. Carlos Eugênio Libano Soares - UFBA Orientador _______________________________________________________ Prof. Dr. Antonio Luigi Negro -UFBA Examinador _______________________________________________________ Profa. Dra. Marina Helena Chaves Silva - UESB Examinadora Soldados Renato Russo / Marcelo Bonfá Nossas meninas estão longe daqui Não temos com quem chorar e nem pra onde ir Se lembra quando era só brincadeira Fingir ser soldado a tarde inteira? Mas agora a coragem que temos no coração Parece medo da morte mas não era então Tenho medo de lhe dizer o que eu quero tanto Tenho medo e eu sei porquê: Estamos esperando. Quem é o inimigo? Quem é você? Nos defendemos tanto tanto sem saber Porque lutar. Nossas meninas estão longe daqui E de repente eu vi você cair Não sei armar o que eu senti Não sei dizer que vi você ali. Quem vai saber o que você sentiu? Quem vai saber o que você pensou? Quem vai dizer agora o que eu não fiz? Como explicar pra você o que eu quis Somos soldados Pedindo esmola E a gente não queria lutar. Aos soldados desconhecidos que jazem no Mausoléu da FEB no monumento aos veteranos brasileiros da II Guerra Mundial no Rio de Janeiro. Ao meu tio Alberto Bastos Agradecimentos Um trabalho com este não começa no dia que se presta a seleção do mestrado e muito menos é realizado sozinho. Muitas pessoas e muitos acontecimentos antecedem o dia da entrega da dissertação. Essas pessoas que contribuíram em maior ou menor escala, como uma orientação, uma fonte ou com um “vai dar tudo certo” merecem ser lembradas! O trabalho chega ao fim ___ o que não quer dizer que eu esteja satisfeito com ele, pois sempre penso que poderia ter citado mais uma fonte, explanado melhor um argumento, ter anexado mais um mapa ___ e um alívio (UFA!), uma grande satisfação toma conta de mim e, aposto, todos aqueles que dividiram esses anos de angustia, dedicação, impaciência, fascínio, aprendizado e prazer comigo. Como não poderia deixar de ser, emocionadamente, agradeça em primeiro lugar, antes de tudo e de todos, à minha mãe. Minha orientadora, minha financiadora (“mãetrocínio” é melhor que bolsa!), minha companheira, minha motivadora. Nas horas em que todos duvidavam, até mesmo quando eu duvidei que fosse capaz de conseguir, foi ela que acreditou em mim! Obrigado, mãe! Obrigado também ao meu filho e aos meus irmãos Cláudio e Gustavo pelas conversas, opiniões e atenção! Ao meu tio Alberto Bastos pelos anos de aulas sobre Montgomery, Rommel, Patton, Kelssering, e todos os grandes generais, exércitos, estratégias, batalhas e campanhas sobre esse fascinante fato histórico que foi a II Guerra Mundial. Obrigado pela ótima biblioteca, sempre a minha disposição, sem prazos, multas ou suspensões! Obrigado aos meus amigos mais íntimos, André, Fernando, Luis, Marcelo e Acúrsio pela paciência, pelo interesse e pelo incentivo. Obrigado a Luciana, Marcello, Miwky, Daiana e Marquinhos pelo interesse e pelos momentos de descontração que renovaram as minhas forças e contribuíram para seguir adiante! OBRIGADO ALINE! Pelos livros dos sebos, pelos debates sobre metodologia, pela paciência, por acreditar em mim! Muito obrigado! Ao meu amigo, meu irmão Carlos Barros! Por poder dividir as angústias e felicidades dessa trajetória! Pelo companheirismo nas pesquisas no Rio de Janeiro. Por acreditar em mim! Agradeço também a outro tio, Alberto Ikeda, pelo incentivo e pelos livros fundamentais! Obrigado aos companheiros de mestrado, em especial Izabel e Bruna pela amizade, informações e risadas! Obrigado ao meu orientador por ter acreditado em meu projeto, pois só quem trabalha com história militar sabe das dificuldades e especificidades dessa área de pesquisa. Obrigado não só pelas orientações, mas pelos papos divertidos e apaixonados sobre a II Guerra Mundial. Meus agradecimentos vão ainda para o Prof. Muniz Ferreira, que durante a graduação foi meu guia, meu incentivador e no mestrado, sempre que possível, ter sido atencioso com minha pesquisa. Profª Maria Hilda B. Paraíso é uma pessoal que me deixa sem palavras nessa hora. Uma mãe dentro da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA! Sempre solícita, atenciosa e mesmo “sem saber bulhufas” (como ela fala) sobre guerra me ajudou muito, muito! Não apenas com conhecimento, mas com carinho, atenção! Tenho orgulho de dizer que fui seu aluno! Ao professor Milton Moura, por ter me apoiado no inicio do mestrado e pelas ricas e divertidíssimas aulas sobre cultura brasileira. Às minhas amigas pesquisadoras e companheiras de paixão pela FEB Clarice Helena e Virginia. Muitas dúvidas, muito material dividido e a paixão pelo mesmo tema me aproximaram dessas garotas! Obrigado também a Fábio pelas mesmas razões! Agradeço ainda aos meus alunos que foram pacientes e tolerantes com minhas falhas no período de conclusão da pesquisa. Especial agradecimento faço ao Sr. Raul Carlos dos Santos, presidente da Associação Nacional dos Veteranos da FEB – Regional Bahia. Anos de contato, paciência e boa vontade não só nas entrevistas, mas no contato com outros veteranos e pelo grande conhecimento a mim transmitido! Obrigado a todos os veteranos que colaboraram com este trabalho! Aos oficiais e praças do Arquivo Histórico do Exército do Rio de Janeiro pela colaboração, orientações e préstimo. Enfim, obrigado a todos que ajudaram na execução deste projeto! “Nosso século demonstra que a vitória dos ideais de justiça e igualdade é sempre efêmera, mas também que, se conseguirmos manter a liberdade, sempre é possível recomeçar [...] Não há por que desesperar, mesmo nas situações mais desesperadas.” Leo Valiani, historiador italiano. Resumo Este trabalho tem por objetivo analisar as narrativas de guerra de veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a II Guerra Mundial. A pesquisa foi realizada dentro da abordagem da História Oral, discutindo os processos de formação das diversas memórias existentes dentro do grupo dos veteranos. Contribuiu para a análise dos depoimentos as perspectivas da Nova História Militar, onde os aspectos sociais e culturais passam a se sobrepor nos estudos sobre as forças armadas e a experiência do serviço militar. As entrevistas cobriram a trajetória da FEB, desde sua formação, passando pelo treinamento, envio à Europa, “batismo de fogo”, cotidiano no front, situações de combate, retorno ao Brasil e desmobilização, abrangendo o período da declaração de guerra às nações do Eixo, em agosto 1942, até o fim das hostilidades, em maio de 1945. Questões como os aspectos das relações com os civis italianos e com os militares norte- americanos, o medo e as estratégias de enfrentamento e as visões sobre os inimigos tiveram destaque nas interpretações das narrativas. Palavras Chave: II Guerra Mundial; Força Expedicionária Brasileira; Memória; Narrativas de guerra. Abstract This work has for objective to analyze the narratives of war of veterans of Brazilian Expeditionary Force (BEF) during the World War II. The research was carried through inside of the boarding of Verbal History, arguing the processes of formation of the diverse existing memories inside of the group of the veterans. It contributed for the analysis of the depositions the perspectives of New Military History, where the social and cultural aspects pass if to overlap in the studies on the Armed Forces and the experience of the military service. The interviews had covered the trajectory of the BEF, since its formation, passing for the training, sending to the Europe, “fire baptism”, daily in front, situations of combat, return to Brazil and demobilization, enclosing the period of the declaration of war to the nations of the Axle, in August 1942, until the end of the hostilities, in May of 1945. Questions as the aspects of the relations with the Italian civilians and the North American military, the fear and the strategies of confrontation and the perception on the enemies had prominence in the interpretations of the narratives. Words Key: