Escola Naval, Montagem E Produção Evocaram O 5º Centenário Da Página Ímpar, Lda
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PUBLICAÇÃO OFICIAL DA MARINHA • Nº 338 • ANO XXX JANEIRO 2001 • MENSAL • 250$00 Jornadas do Mar-2000 Fotografias Antigas, Inéditas ou Curiosas Quadro dos Navios de Guerra (Q. N. G.) O Q.N.G. foi, desde 1932, o local privativo de amarração a bóias dos navios de guerra no Porto de Lisboa. Situado no Mar da Palha, entre a Doca do Jardim do Tabaco e o cais da Estação Fluvial do Sul e Sueste, é composto, a partir de 1952, por 8 bóias de amarração fundeadas. A partir de 1979 deixaram de existir as referidas bóias e o local veio a constituir o fundeadouro E 3, também privativo dos navios da Armada, assinalado na Carta Náutica Oficial n.º 26305 (Porto de Lisboa – Alcântara - Cala do Montijo). Em cima: Em primeiro plano as fragatas: “Diogo Cão” (F333) e “Diogo Gomes” (F331). Em baixo: Identificam-se de jusante para montante as seguintes fragatas: “Diogo Gomes” (F331), “Corte Real” (F334), “D. Fernando II e Glória” e “Nuno Tristão” (F332). (Fotos cedidas por João Barros Maia) (2TEN RN – 2º CFORN/1959) SUMÁRIO Publicação Oficial da Marinha Periodicidade mensal Nº 338• Ano XXX Janeiro 2001 Marinha. O que o Futuro nos Propõe. Director Antevisão das futuras CALM EMQ RES capacidades da Marinha Luís Augusto Roque Martins Portuguesa. Chefe de Redacção CFR REF Jorge Manuel Patrício Gorjão Redacção 5 2TEN TSN Ana Alexandra Gago de Brito Secretário de Redacção 1SARG T Vitor Manuel Gaspar Lopes Colaboradores Permanentes CMG REF Raúl de Sousa Machado CTEN FZ Luís Jorge R. Semedo de Matos CTEN Abel Ivo de Melo e Sousa 1TEN REF Dr. Rui M. Ramalho Ortigão Neves A Companhia de Fuzileiros nº 23, integrada no novo Administração, Redacção e Publicidade contingente Militar Português em Edifício da Administração Timor, desenvolve operações de Central de Marinha manutenção de paz. Revista da Armada Rua do Arsenal 1149-001 Lisboa - Portugal Telef: 21 321 76 50 12 Fax: 21 347 36 24 Endereço da Marinha na Internet http://www.marinha.pt e-mail da Revista da Armada [email protected] Fotocomposição, As “Jornadas do Mar 2000”, paginação electrónica, fotolito, realizadas na Escola Naval, montagem e produção evocaram o 5º Centenário da Página Ímpar, Lda. Descoberta do Brasil. Estrada de Benfica, 317 - 1º F 1500-074 Lisboa Tiragem média mensal: 6000 exemplares 18 Preço de venda avulso: 250$00 FOTOGRAFIAS ANTIGAS, INÉDITAS OU CURIOSAS 2 Registada na DGI em 6/4/73 com o nº 44/23 PONTO AO MEIO DIA 4 PARTICIPAÇÃO DO N.R.P. “D. CARLOS I” NA MISSÃO INTIFANTE 2000” 8 Depósito Legal nº 55737/92 DESENHAR UM SIMULADOR! TUDO É QUESTÃO DE QUERER… 10 ISSN 0870-9343 A MARINHA E AS “MILITARY OPERATIONS OTHER THEN WAR” 14 A MARINHA DE D. MANUEL (10) 15 PUBLICAÇÃO OFICIAL DA MARINHA • Nº 338 • ANO XXX JANEIRO 2001 • MENSAL • 250$00 CARTA DO CEMA 16 ACADEMIA DE MARINHA 17 CONDECORAÇÕES 20 TOMADAS DE POSSE 21 INSTITUTO SUPERIOR NAVAL DE GUERRA 24 NOTÍCIAS 25 CONVÍVIOS 27 DESPORTO 29 HISTÓRIAS DA BOTICA (4) 30 Jornadas do Mar-2000 Poster Jornadas do Mar 2000 SAIBAM TODOS 31 ANUNCIANTES: QUARTO DE FOLGA 33 Galp; Telerus - Sistemas de Telecomunicações S.A. NOTÍCIAS PESSOAIS 34 PATRIMÓNIO CULTURAL DA MARINHA CONTRACAPA REVISTA DA ARMADA • JANEIRO 2001 3 PONTO AO MEIO-DIA Ética Militar Os imperativos da obediência obediência é uma virtude mili- O imperativo técnico da obediência Como aproximação aos imperativos tar suprema, essencial ao assumiu especial relevância desde que legais da obediência, pode referir-se A cumprimento pronto e efi- as tecnologias de telecomunicações que os militares só devem acatar ciente das ordens legais dos legítimos permitiram a intervenção, permanen- ordens que impliquem actos legais, superiores hierárquicos. Todavia, para temente e em tempo real, do decisor emanados de autoridades legiti- permitir desempenhos de carácter político no campo de batalha. Nem mamente instituídas. Nem sempre é nacional, deve ser fundada num ideal sempre o político resiste à tentação de fácil ou possível actuar desta forma. de competência profissional, materia- invadir a esfera de competência técni- Primeiro, porque há acções que, sendo lizado nas tradições e no espírito de ca do militar, querendo dirigir as legais à luz do direito interno, quando serviço público, factores unificadores operações e, até, por vezes, as acções praticadas no estrangeiro perdem esse e motivadores das Forças Armadas. tácticas elementares. Tal atitude repre- carácter; outras vezes, as acções estão Por isso, a obediência não pode senta uma violação e uma adulteração feridas de inconstitucionalidade no depender dos gostos ou das dos padrões profissionais do militar, próprio país. Quando surgem dúvidas afinidades sociais, económicas, políti- podendo originar um conflito entre a é sempre prudente ouvir a opinião de cas ou religiosas de cada indivíduo; obediência devida ao político e a com- juristas. Se a urgência da acção não deve resultar de um padrão comum e petência técnica ameaçada pelo políti- permite, ou se a isenção dos juristas é coerente de atitudes, valores e visões co. Para evitar os graves inconve- questionável, cabe ao militar decidir que fazem parte da ética militar. nientes desta situação, o político deve em consciência com a interpretação preocupar-se com os objectivos e as que faz da lei. A obediência dos militares está modalidades de acção, para que o mi- sujeita a imperativos de ordem políti- litar possa conduzir a acção armada A obediência moral do militar é ca, técnica, doutrinária, legal, moral e tirando pleno partido da sua com- exactamente igual à de qualquer outro operacional. No início de um novo petência especializada. cidadão. Assume grande relevância século, durante o qual os Estados, em situações de conflito e está pro- grandes e pequenos, ricos e pobres, No campo doutrinário a obediência fusamente ilustrada por massacres de continuarão a empenhar as suas rígida e inflexível impede que surjam população civil em territórios ocupa- Forças Armadas em operações de paz, novas ideias e torna os militares dos. O Kosovo e Timor são exemplos onde se verificam complexas inter- muito conservadores ao nível dos muito recentes onde os militares acções com os decisores políticos e as conceitos estratégicos. Como afirmou devem ser responsabilizados pelos populações civis, é importante perce- Liddel Hart "só há uma coisa mais seus actos, não podendo confundi-los ber esses imperativos, porque regulam difícil do que pôr na cabeça de um ou justificá-los com base em ordens o relacionamento profissional dos militar uma ideia nova, é tirar a anti- dos seus superiores, ou invocando as militares entre si e com os que não são. ga". Por vezes, a autoridade dos ofici- chamadas razões de Estado. Naquelas ais hierarquicamente superiores não circunstâncias, embora o militar deva Ao militar cumpre operacionalizar a reflecte maiores conhecimentos teóri- obediência como soldado, como Homem política do Estado, através do cos. Este desequilíbrio é especial- cumpre-lhe desobedecer. emprego da força armada, o que deve mente visível nos estados-maiores e ser feito colocando a competência nos estabelecimentos militares de Do ponto de vista operacional a obe- especializada adquirida com a for- ensino superior, com responsabili- diência é essencial para se alcançarem mação, o treino e a experiência profis- dades na produção e na difusão de os objectivos militares superiormente sional, ao serviço de uma absoluta doutrina, onde oficiais de diferentes definidos. Os comandantes devem ser neutralidade política. Este dogma da postos participam na actividade competentes, o que não impede os obediência militar, em democracia sig- reflexiva e formativa. Quando se veri- erros inerentes às decisões de qual- nifica servir com independência os ficam estas condições, por vezes que- quer ser humano. No entanto, normal- fins do Estado: informando as autori- bra-se a obediência hierárquica. mente, a obediência pronta às suas dades políticas sobre os meios Porém, antes que isto aconteça, o su- ordens evita consequências mais necessários para garantir a segurança bordinado deve ajuizar cuidadosa- gravosas que as decorrentes dos even- nacional; analisando e relatando as mente a oportunidade de apresen- tuais erros. Por isso, a obediência implicações militares das diferentes tação das suas teses doutrinárias, operacional nunca deve ser posta em linhas de acção política adoptadas avaliando se o que se ganha em efi- causa por disputas de competência. para o Estado; e operacionalizando as ciência na instituição militar é superior decisões políticas sobre segurança aos prejuízos que decorrem das per- militar, mesmo quando não se concor- turbações que provoca na cadeia de António Silva Ribeiro da com a opção escolhida. comando. CFR 4 JANEIRO 2001 • REVISTA DA ARMADA MarinhaMarinha OO queque oo FuturoFuturo nosnos PropõePropõe Se no mar não fordes poderosos, tudo logo será contra nós. D. Francisco de Almeida O AMBIENTE lados de Clausewitz acerca da guerra OS RECURSOS total entre os estados. O mundo parece té ao início dos anos noventa, as estar agora a entrar num ambiente Os governos dos países da União marinhas ocidentais tinham como estratégico dominado por formas de Europeia deixaram de poder responder A prioridade a guerra anti-submari- conflito mais parecidas com as ocorridas da forma tradicional (Keynesiana) às na. A Marinha soviética era fundamen- na Europa do século XIX e não com as dificuldades económicas desde que talmente uma marinha de submarinos. lutas entre estados-nações integralmente elegeram como objectivo vital a Embora possuindo porta-aviões e mobilizados, do século XX. adopção de uma moeda única. Os cri- cruzadores de grande capacidade mili- térios de convergência tornaram-se tar, o vértice da Marinha soviética eram Durante a guerra fria, preparámo-nos num imperativo político para que o seu os submarinos nucleares estratégicos para suster e rechaçar um eventual país não fosse colocado no grupo dos (SSBN) que ameaçavam os Estados ataque. Tudo mudou. Hoje teremos que que não conseguiram..