BUSSOTTI, L. O rap “exótico” na Itália contemporânea: entre direitos negados e nova cidadania Revista Música Hodie, 2019, v.19: e53433 O rap “exótico” na Itália contemporânea: entre direitos negados e nova cidadania Luca Bussotti (Instituto Universitário de Lisboa CEI ISCTE-IUL, Lisboa, Portugal)
[email protected] Resumo: A entrada tardia da cultura hip-hop e da música rap na Itália não impediu o surgimento deste gênero musical nos principais centros urbanos da península. Depois da Golden Age do rap italiano, nos anos 1990, e uma subsequente crise, no início da década de 2000, novos rappers emergiram. Entre eles, os ditos rappers “exóticos”, de língua e cultura italianas, mas de origens geralmente africanas ou asiáticas. O presente artigo procura analisar a contribuição que, primeiro, os rappers da rede G2, e depois os rappers (e trappers) mais novos, como Laioung e Ghali, deram à cena hip-hop italiana. O estudo resulta de uma pesquisa com abordagem qualitativa, usando como principais técnicas de recolha das informações a análise do discurso aplicada às letras das composições de rap selecionadas, juntamente com entrevistas e declarações dos rappers “exóticos” presentes na esfera pública. Também foi utilizada uma escassa literatura especializada sobre o assunto, além do auxílio de material audiovisual e radiofônico. Palavras-chave: Hip-hop. Identidade Nacional. Posse. Trap. The “exotic” rap in contemporary Italy: between denied rights and new citizenship Abstract: The late entry of hip-hop culture and rap music in Italy did not prevent the emergence of this musical genre in the main Italian urban centres. After the Golden Age of Italian rap, in the Nineties, and a subsequent crisis, at the beginning of the Two-thousands, new rappers emerged.