A Diplomacia Presidencial De Arthur Bernardes Na Liga Das Nações
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Universidade Federal de Juiz de Fora Programa de Pós-Graduação em História Mestrado em História Filipe Queiroz de Campos O BRASIL ENTRE AS GRANDES POTÊNCIAS: A DIPLOMACIA PRESIDENCIAL DE ARTHUR BERNARDES NA LIGA DAS NAÇÕES. (1919-1926). Juiz de Fora 2019 FILIPE QUEIROZ DE CAMPOS O BRASIL ENTRE AS GRANDES POTÊNCIAS: A DIPLOMACIA PRESIDENCIAL DE ARTHUR BERNARDES NA LIGA DAS NAÇÕES. (1919-1926). DISSERTAÇÃO apresentada ao programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora, linha: Poder, Mercado e Trabalho, como requisito parcial para obtenção do título de MESTRE EM HISTÓRIA. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Cláudia Maria Ribeiro Viscardi Juiz de Fora 2019 FILIPE QUEIROZ DE CAMPOS O BRASIL ENTRE AS GRANDES POTÊNCIAS: A DIPLOMACIA PRESIDENCIAL DE ARTHUR BERNARDES NA LIGA DAS NAÇÕES. (1919-1926). DISSERTAÇÃO apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora, linha: Poder, Mercado e Trabalho, como requisito parcial para obtenção do título de MESTRE EM HISTÓRIA. Juiz de Fora, 28/03/2019. Banca Examinadora ____________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Cláudia Maria Ribeiro Viscardi (UFJF) – Orientadora ____________________________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Christofoletti (UFJF) ____________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Sílvia Adriana Barbosa Correia (Universidade Nova de Lisboa) Dedico esse trabalho a todos e a todas que buscam entender como a realidade humana é construída com o intuito de torná-la mais justa. Dedico também aos meus pais, Noel e Simone, ao meu irmão Vitor e à minha namorada Helena. Agradecimentos Primeiramente, agradeço ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora que recebeu meu projeto, me guiou nos caminhos da pesquisa e fomentou o espaço físico e intelectual propícios ao meu crescimento. Agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo financiamento aos meus esforços, bem como à Pró-reitora de Pós- Graduação da UFJF. Sem o incentivo financeiro para compra de inúmeros livros, fontes e participação nos mais diversos congressos e eventos esse trabalho não poderia ter sido realizado. Agradeço enormemente à minha orientadora, professora doutora Cláudia Viscardi pelos preciosos concelhos que me permitiram construir e reconstruir diversas vezes como pesquisador, historiador e professor desde minha graduação. Essa professora, pacientemente, guia-me desde a Iniciação Científica, e todo meu contato com seus livros, artigos e produções serviram-me como verdadeiros ombros de gigantes. Meu interesse pela História Política e pela Diplomacia nasceram em suas aulas. Minha admiração pelo ofício do Historiador nasceu ao observar seu trabalho. Eu não poderia ser mais grato. Agradeço ao professor doutor Rodrigo Christofoletti que desde meu primeiro encontro com seus brilhantes pensamentos em sua aula permitiu-me criticar, dialogar e pensar. O professor Rodrigo incentivou meu profundo apreço pela história da diplomacia e da Política Internacional, dispondo-se a escrever e a refletir em ímpar reciprocidade intelectual. Encontrar uma mente tão afiada e disposta como do professor Christofoletti deu-me força e inspiração. Agradeço a todos e a todas as professoras do departamento de História e do Programa de Pós Graduação da UFJF que me levara à incrível jornada de reconhecimento das camadas do tempo, da formação da realidade humana e da importância do pensamento crítico. Cada aula incorporou-se às minhas lentes para enxergar o mundo. Agradeço aos meus amigos do curso de História, Fábio Duque, Vitor Taxa e Rafael Bertante, Shirley Oliveira e tantos outros e outras. Nossos debates, risos, angústias e críticas foram fundamentais na minha formação como pessoa e como pesquisador. Compartilhar horizontes de expectativas semelhantes nos fizeram mais fortes. Agradeço a todos e a todas as funcionárias do Arquivo Público Mineiro que pacientemente ajudaram-me a compreender a organização documental do meu objeto de pesquisa. Agradeço ao meu pai Noel. Seu esforço em dialogar e em manter um canal aberto entre nós, bem como me construir como ser humano, diariamente, foi fundamental em minha escolha profissional. Um pai incentivador e motivador é fundamental para qualquer cientista. Você ajudou-me a perceber que nascemos todos cientistas, basta continuar. Agradeço à minha mãe Simone pelo imenso prazer pela leitura que me despertou desde criança. Sempre amei escrever e ler profundamente graças aos seus incentivos durante toda a vida. Meu amor pelo conhecimento é uma herança que vem de mãe. Agradeço a Helena. Seu companheirismo e dedicação foram inabaláveis durante meus momentos de maior fraqueza e vulnerabilidade. Minha gratidão a seu amor é inquestionável. Todo meu respeito e ternura a você. Agradeço ao Vitor Queiroz. Um irmão de alma. O afinamento intelectual e moral que desenvolvemos ao longo da vida sempre me encheu de sabedoria e palavras de concelho edificantes. Ao Vitor, todo meu respeito, admiração, carinho e alegria. “Encontrei hoje em ruas, separadamente, dois amigos meus que se haviam zangado. Cada um me contou a narrativa de por que se haviam zangado. Cada um me disse a verdade. Cada um me contou as suas razões. Ambos tinham razão. Ambos tinham toda a razão. Não era que um via uma coisa e outro outra, ou um via um lado das coisas e outro um lado diferente. Não: cada um via as coisas exatamente como se haviam passado, cada um as via com um critério idêntico ao do outro. Mas cada um via uma coisa diferente, e cada um portanto, tinha razão. Fiquei confuso desta dupla existência da verdade” Fernando Pessoa. Resumo A Liga das Nações foi, até o momento de sua criação, a mais elaborada tentativa de organizar pacificamente as relações internacionais. Após a Primeira Guerra Mundial, a diplomacia secreta desenvolvida pelos países europeus foi considerada um dos elementos que mais contribuíra para a generalização dos conflitos de 1914. A partir da década de 1920, portanto, houve uma tentativa de mudar o funcionamento do equilíbrio de poder no mundo, por meio de uma organização que desse publicidade a todos os acordos internacionais, bem como incluísse todas as nações nos debates sobre os assuntos mais importantes do mundo. Nesse momento, os governos brasileiros dos Presidentes Epitácio Pessoa (1919-1922) e Arthur Bernardes (1922-1926) desenvolveram o projeto de fazer do Brasil um membro permanente não apenas da Liga das Nações, mas, também, de seu Conselho, um órgão responsável pelas mais importantes decisões da instituição. O governo Bernardes, porém, transformou esse projeto em uma iniciativa para modernizar o Brasil, inserindo-o nas relações internacionais a qualquer preço. Bernardes desenvolveu uma política ousada: assegurar o lugar permanente nesse Conselho para o Brasil; estratégia tão ousada que o Brasil vetou a entrada da própria Alemanha na Liga, em busca de garantir a posição permanente. Sem lograr êxito, Bernardes retirou o Brasil da Liga, causando desgaste nas relações diplomáticas entre os membros do órgão. A historiografia, porém, é pouco clara sobre as razões para esse veto e para a estratégia política brasileira então adotada. Vem-se apontando a própria personalidade intempestiva do Presidente, bem como a busca por prestígio político como motivos. Esse trabalho propõe, porém, novas fontes, novos personagens e novas perspectivas de pesquisa sobre essa temática. Esse estudo sobre a diplomacia brasileira na Liga das Nações na década de 1920 pode esclarecer não apenas a respeito das decisões de Bernardes, mas, também, sobre a própria relação entre Presidente e seus diplomatas. Palavras-chave: Liga das Nações, Artur Bernardes, Política Pública, Política Externa Abstract The League of Nations was, by the time of its creation, the most elaborate attempt to peacefully organize international relations. After World War I, secret diplomacy developed by European countries was considered one of the elements that contributed most to the generalization of the conflicts of 1914. From the 1920s, therefore, there was an attempt to change the functioning of the balance of power in the through an organization that publicized all international agreements, and to include all nations in the debates on the most important issues in the world. At that time, the Brazilian governments of Presidents Epitacio Pessoa (1919-1922) and Arthur Bernardes (1922-1926) developed the project of making Brazil a permanent member not only of the League of Nations, but also of its Council, a body responsible for the most important decisions of the institution. The Bernardes government, however, turned this project into an initiative to modernize Brazil, inserting it in international relations at any price. Bernardes developed a daring policy: to secure the permanent place in that Council for Brazil; a strategy so bold that Brazil vetoed Germany's entry into the League, seeking to secure a permanent position. Without succeeding, Bernardes removed Brazil from the League, causing weariness in the diplomatic relations between the members of the organ. Historiography, however, is unclear on the reasons for this veto and for the Brazilian political strategy then adopted. It is pointed out the president's own inopportune personality, as well as the search for political prestige as motives. This work, however, proposes new sources, new characters and new research perspectives on this theme. This study of Brazilian diplomacy in the League of Nations in the 1920s could clarify not only Bernardes'